Fundação de Brasília (III)

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Brasília Poética
Fundação de Brasília (III)
11 de Março de 2008
Fundação de Brasília
III
Toada do Plano-Piloto
Paranoá dessa água
que vem do Tamanduá.
Paranoá ouve a mágoa
que o candango traz de lá.
E faz o lago com calma
para deitar a Alvorada
- palácio que tem na alma
uma sandália azulada,
um pouco ileso de dança
que ri do vento sem duna
- palácio que não se cansa
de pousar cada coluna
como garça sobre o lago.
Paranoá, armador
da paisagem, como é vago
um rio navegador
de um plano em forma de cruz.
Paranoá, basta amor
e toada de candango
que o teu irmão já conduz
esse navio com gosto.
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Brasília Poética
Se falta sal para as quilhas,
muito além das tordesilhas
cai a lágrima no rosto
de tanto remo quebrado
na solidão da conquista
- esse palácio encantado
parece que dói na vista.
(continua amanhã)
Luiz Paiva de Castro, poeta carioca, natural do Rio de Janeiro.
"Poemas para Brasília", de Joanyr de Oliveira.
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