FACULDADE ASSIS GURGACZ BRUNO HENRIQUE MARANGONI ISABELLE DALL’ASTA KRÜGER NATHALIA CARLA LIMA DA SILVA ANÁLISE FINANCEIRA: EMPRESA DI BERNARDO & MARANGONI LTDA CASCAVEL 2011 FACULDADE ASSIS GURGACZ BRUNO HENRIQUE MARANGONI ISABELLE DALL’ASTA KRÜGER NATHALIA CARLA LIMA DA SILVA ANÁLISE FINANCEIRA: EMPRESA DI BERNARDO & MARANGONI LTDA Trabalho de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração da Faculdade Assis Gurgacz – FAG. Professora Orientadora: Santos Ferraz. CASCAVEL 2011 Luciana Maria BRUNO HENRIQUE MARAGONI ISABELLE DALL’ASTA KRÜGER NATHALIA CARLA LIMA DA SILVA ANALISE FINANCEIRA: EMPRESA DI BERNADO & MARANGONI LTDA Trabalho de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em administração da Faculdade Assis Gurgacz – FAG, Sob a orientação da professora Especialista Luciana Maria Santos Ferraz. BANCA EXAMINADORA ______________________________________ Professora orientadora: Luciana Maria santos Ferraz Especialista Faculdade Assis Gurgacz _____________________________________ Professora avaliadora: Sandra Mara Vasatta Especialista Faculdade Assis Gurgacz _________________________________ Professor avaliador: Mario Hermoso Mestre Faculdade Assis Gurgacz Cascavel, 06 de Dezembro de 2011 DEDICATÓRIA Á nossa família pelo apoio e incentivo que nos deram e a todos os amigos que nos auxiliaram no decorrer de todo esse estudo. AGRADECIMENTOS Aos nossos familiares pela paciência e incentivos prestados. A nossa orientadora Luciana Maria Santos Ferraz que tanto nos ajudou. A todos os demais que sempre estiveram ao nosso lado e presentes no decorrer desse ano. RESUMO Em um mercado globalizado é notório como as empresas necessitam de estratégias, incluindo as financeiras, que possam auxiliar em tomadas de decisões mais eficazes, a fim de buscar resultados mais rentáveis. Portanto, este trabalho teve como objetivo buscar um levantamento de dados financeiros, cálculos de índices financeiros com base em demonstrativos de DRE e balancete para análise da situação financeira da empresa. A Di Bernardo & Marangoni é enquadrada como micro empresa do setor calçadista, localizada na cidade de Corbélia, que comercializa calçados e presta serviços de concerto dos mesmos desde 1969, cotada por dois sócios, administrada por um gerente, além de contar com outros dois funcionários. A importância de se desenvolver esta pesquisa é para que a empresa familiar citada possa entender qual é o estado de suas finanças, além dos acadêmicos autores poderem presenciar, na prática, o dia a dia do setor de gestão financeira, o que fora estudado em sala de aula, e por fim poder responder a problemática: Qual a situação financeira atual da empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda? Para isso, usou-se da metodologia de uma pesquisa exploratória, com métodos de pesquisa bibliográfica, documental e de campo, buscaram-se resultados, também, através do levantamento de informações e dados de bibliografias e de registros da empresa para que pudesse obter uma descrição mais precisa e aproximada do problema. Palavras-chave: análise financeira, demonstrações financeiras, análise através de índices. LISTA DE QUADROS Quadro 1: Balancetes............................................................................................... 52 Quadro 2: DRE......................................................................................................... 54 Quadro 3: Índices Financeiros.................................................................................. 57 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 1.2 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS ............................................................... 11 1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 11 1.2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 11 1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 12 2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO .............................................................................. 14 3 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 16 3.1 ADMINISTRAÇÃO .............................................................................................. 16 3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ........................................................................ 17 3.2.1 Objetivos da administração financeira .............................................................. 18 3.2.2 Função da administração Financeira. .............................................................. 18 3. 3 RELAÇÃO DE FINANÇAS COM A CONTABILIDADE. ...................................... 19 3.4 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .................................................................. 20 3.4.1 Balanço Patrimonial ......................................................................................... 20 3.4.2 Demonstrações de resultado dos exercícios (DRE). ........................................ 21 3.5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................. 22 2.5.1 Análise Vertical e Horizontal............................................................................. 23 3.5.2 Análise através de Índices Financeiros ............................................................ 24 3.6 ANÁLISE DE LIQUIDEZ ...................................................................................... 25 3.6.1 Índice de liquidez corrente................................................................................ 26 3.6.2 Índice de liquidez seco ..................................................................................... 27 3.7 ANÁLISE DE ATIVIDADE ................................................................................... 28 3.7.1 Giro de Estoques .............................................................................................. 28 2.7.2 Período Médio de Cobrança............................................................................. 29 3.7.3 Período Médio de Pagamento .......................................................................... 30 3.7.4 Giro do Ativo Permanente ................................................................................ 30 3.7.5 Giro do ativo total ............................................................................................. 31 3.8 ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO ....................................................................... 32 3.8.1 Índice de endividamento geral.......................................................................... 33 3.8.2 Índice Exigível a longo Prazo-Patrimônio Líquido ............................................ 33 3.9 ANÁLISE DE LUCRATIVIDADE.......................................................................... 34 3.9.1 Margem Bruta................................................................................................... 34 3.9.2 Margem Operacional ........................................................................................ 35 3.9.3 Margem Líquida ............................................................................................... 36 3.9.4 Taxa de Retorno sobre o Ativo Total (ROA) ..................................................... 36 3.9.5 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) ........................................ 37 4 METODOLOGIA .................................................................................................... 38 4.1 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................................ 38 4.1.1 Pesquisa exploratória ....................................................................................... 38 4.2 MÉTODOS DE PESQUISA ................................................................................. 39 4.2.1 Pesquisa Bibliográfica ...................................................................................... 39 4.2.2 Pesquisa Documental....................................................................................... 40 4.2.3 Pesquisa de Campo ......................................................................................... 41 4.3 ABORDAGEM DE PESQUISA ............................................................................ 41 4.3.1 Pesquisas quantitativas .................................................................................... 42 4.3.2 Pesquisa qualitativa ......................................................................................... 42 4.4 DADOS DA PESQUISA ...................................................................................... 43 4.4.1 Dados primários ............................................................................................... 43 4.4.2 Dados secundários ........................................................................................... 44 4.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ....................................................... 44 4.5.1 Entrevista ......................................................................................................... 45 4.5.2 Observação ...................................................................................................... 46 4.6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ........................................................ 46 4.7.1 Quanto à área da empresa/setor/filial .............................................................. 47 4.7.2 Quanto à(s) disciplina(s) de Administração pesquisada(s)............................... 47 4.7.3 Quanto ao tempo da pesquisa ......................................................................... 47 4.8 LIMITAÇÃO DE ESTUDO ................................................................................... 48 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS....................................................... 49 5.1 ENTREVISTA ...................................................................................................... 49 5.2 ANÁLISE FINANCEIRA....................................................................................... 52 5.2.1 Análise vertical e horizontal .............................................................................. 52 4.2.2 Análise Através de Índices Financeiros ............................................................ 57 6 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................... 63 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 64 BOMREFERÊNCIAS ................................................................................................ 64 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65 APÊNDICE A ENTREVISTA COM GERENTE ......................................................... 67 10 1 INTRODUÇÃO Nos dias de hoje, com uma sociedade empresarial tão globalizada e altamente competitiva, com mudanças rápidas e constantes, vem aumentando, assim, o nível de exigência dos gestores que buscam sempre por mais conhecimento para uma melhor eficiência e eficácia e assim podendo se manter no mercado. Os avanços tecnológicos, da mesma forma , são os grandes desafios a serem enfrentados, principalmente quando se abordam questões das micros e pequenas empresas, a maioria delas de administração familiar e com poucos recursos disponíveis para acompanharem essas evoluções . Assim, visando garantir sua participação num cenário tão concorrido, as micros empresas procuram formas de vencer estas barreiras, focando suas atuações no atendimento diferenciado e na redução de seus custos, para desta forma obterem resultados. O problema que se identifica é que, muitas vezes, estas empresas não possuem ferramentas que permita acompanhar, analisar e avaliar resultados. Desta forma, a gestão financeira visa auxiliar as empresas com processos que proporcionem uma eficácia em formação de preços sobre o menor custo, além de auxiliar as organizações nas tomadas de decisões sobre investimentos e melhorias futuras. O principal objetivo deste trabalho é obter um conhecimento aprofundado sobre a situação financeira da empresa Di Bernardo e Marangoni Ltda, baseando-se nos resultados práticos do cotidiano da organização, com base, também, em informações teóricas, podendo assim, resultar em uma análise que auxiliará na 11 melhoria da gestão financeira e que possibilite um melhor posicionamento da empresa em seu mercado atual. 1.1 PROBLEMA Uma análise financeira é imprescindível para que o gestor possa fazer um planejamento mais próximo do ideal a ser executado, para se alcançar resultados mais expressivos, além de poder identificar falhas e corrigi-las. Atualmente, é uma necessidade básica para as empresas efetuarem periodicamente essas análises para que possam sobreviver em um mercado altamente competitivo. A Di Bernardo & Marangoni Ltda não possui sistema de gerenciamento de resultados, e com isso, não consegue avaliar sua real situação financeira. Assim pergunta-se: Qual a situação financeira atual da empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda? 1.2 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS 1.2.1 Objetivo geral Efetuar a análise financeira da empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda. 1.2.2 Objetivos específicos a) Levantar os dados financeiros da empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda. 12 b) Calcular os indicadores financeiros para avaliação de resultados. c) Analisar a situação financeira atual da Di Bernardo & Marangoni Ltda. 1.3 JUSTIFICATIVA Dentre as funções de qualquer gestor estão o planejamento, organização, direção e controle . Assim, para que uma empresa obtenha sucesso, é necessário que se faça um planejamento de suas ações futuras, bem como uma posterior análise de seus resultados. Estas funções tornam-se ainda mais relevantes, quando se trata da área de finanças. Por isso é de fundamental importância que os proprietários de uma organização conheçam os seus resultados reais e, com base numa análise criteriosa, possam tornar de decisões e corrigir os desvios . Desta forma, um estudo de análise financeira é de primordial importância para uma empresa, já que todos os setores da organização dependem do setor financeiro. Tanto para seu crescimento como, também, para atender operações corriqueiras. Conseqüentemente, é de extrema importância essa análise para uma empresa, pois se deve assegurar que o capital esteja disponível para a organização num montante correto e com custos adequados. A análise financeira tem como principais objetivos o planejamento e análise financeira, sempre focado na obtenção de melhores resultados e no aumento do valor da empresa. Para a empresa, esta análise é de suma importância, para que os gestores possam definir melhor suas estratégias de negócios, tomadas de decisões e ter uma análise real da situação financeira da empresa ano a ano . 13 Assim, mesmo as empresas familiares e de pequeno porte, necessitam desenvolver essas atividades, pois, desta forma, conseguem manter um padrão. Para isso é necessário que se faça uma análise financeira. Para a empresa em estudo, é fundamental o conhecimento das teorias e práticas financeiras, para que possa tomar decisões mais eficazes e que possam auxiliá-la a se posicionar de forma mais competitiva no mercado. Com a tecnologia cada vez mais avançada, vai se tornando mais fácil obter dados para uma análise mais aprofundada através de sistemas, e, com isso, fazer planejamentos estratégicos para alcançar uma maior lucratividade. É de suma importância este estudo não só para a empresa em questão, mas, também, para os pesquisadores, que conviverão com a experiência e o dia a dia de como ocorre uma gestão financeira, podendo comprovar o que já foi estudado em sala. Portanto, será avaliado tanto o conteúdo, habilidades e competências para uma boa formação acadêmica. 14 2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO Para uma melhor compreensão sobre a empresa deste estudo é apresentado um breve histórico da mesma. A empresa estudada é a Di Bernardo e Marangoni Ltda, com o nome fantasia de Calcibem Calçados, localizada no centro da cidade de Corbélia, onde atua no mercado de calçados desde o ano de 1969, quando foi fundada por Flamino Moreira da Silva, falecido em meados de 2002. Corbélia é uma cidade do Oeste do Paraná e, segundo o Ipardes – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, a cidade tem uma população censitária, em 2010, de 16.312 pessoas e tem como a principal fonte de produção e renda a produção primária, com valor de R$ 148.639.430,00, responsável por 60,28% do valor adicional fiscal – VAF. A cidade de Corbélia tem em seu comércio, uma grande participação de empresas familiares e de pequeno porte, porém empresas que estão voltando suas preocupações para diferenciais que possam torná-las mais competitivas, bem com a empresa abordada neste estudo. Atualmente a Di Bernardo & Marangoni Ltda, conta com um gerente e dois funcionários, um na linha de venda de calçados, outro na linha de prestação de serviços, além dos sócios Otacir Luiz Di Bernardo e Clari Maria Marangoni, que dividem as cotas da empresa. No início, contava com prestação de serviços na área de conserto, juntamente com uma produção de linha rústica de calçados. Já na década de 90, foi necessário ampliar a linha de calçados, passando a revender produtos de outras empresas, contando com uma linha mais ampla. O carro chefe da linha de produtos à venda 15 são os calçados para produtores rurais, e em segundo lugar, são demais calçados masculinos, restando uma pequena participação da linha feminina e infantil, além de acessórios como cintos, carteiras de couro, bonés e bolas. A empresa Di Bernardo Marangoni tem três fortes concorrentes do segmento calçadista na cidade que além de um forte mix de produtos que estes apresentam ao consumidor final, contam com o diferencial do crediário próprio e venda de artigos de vestuário. Para seus registros de clientela e fornecedores a empresa Di Bernardo Marangoni utiliza simples cadernos, onde encontra-se uma relação de 57 clientes e 12 fornecedores. Sobre estes últimos, os principais são: Flex Boot, Beira Lago, Dalponte e Duport Cintos. De acordo com a classificação do Sebrae, a Di Bernardo e Marangoni Ltda enquadra-se como micro empresa, pois tem faturamento anual inferior a R$ 240.000,00, e um número de funcionários inferior a nove. A organização citada, também, é uma empresa familiar. A atual sociedade percebe a necessidade de uma melhor gestão de suas finanças ao perceber as mudanças ocorridas no mercado local pelos seus concorrentes e atitudes de seus consumidores. 16 3 REFERENCIAL TEÓRICO Para o desenvolvimento deste estudo, é necessário buscar o embasamento dos autores de administração, focando em temas como administração financeira, análise através de índices, entre outros conceitos. 3.1 ADMINISTRAÇÃO Para Brigham e Houston (1999), a administração é de grande importância nos dias de hoje em todos os tipos de negócios, onde se inclui bancos, instituições financeiras e, também, empresas industriais e comerciais. Como, também, em operações governamentais, escolas e hospitais. De acordo com Faria (2002), com a explosão da revolução industrial, a administração surgiu com força no mercado para solucionar os problemas que se encontravam nas organizações, pois a maioria dos gestores estavam somente preocupados com a produção, deixando a desejar em fatores importantes que viessem a contribuir com a organização. Chiavenato (1999) explica que a organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação é essencial para a organização. Uma organização somente existe quando: há pessoas capazes de se comunicarem entre si (interação); elas estão dispostas a contribuir com ação (cooperação); elas cumprem um propósito comum (objetivos). Segundo Andrade e Amboni (2007), o conceito de administração é bastante amplo, pois envolve toda a organização, o planejamento, a coordenação e o 17 controle, todos os itens relacionados. E a organização significa organizar, estruturar e integrar. Já Maximiano (2000) afirma que administração é um processo de tomada de decisões sobre objetivos e utilização de recursos, sendo que, para ele, as palavraschave para definição da mesma seriam objetivos, decisões e recursos. 3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Para Brigham e Houston (1999), a administração financeira subsidia decisões bastante decisivas para a empresa, sobre as condições de crédito sob as quais os clientes devem comprar, quanto de estoque a empresa deve ter, quanto de caixa deve manter e decidir se os lucros da empresa devem ser reinvestidos no negócio. Segundo Gropelli e Nikbakht (2002), finanças auxilia a maximizar a riqueza ou o valor total de um negócio. Fornece, também, formas de investimentos flexíveis, podendo assim ser mais vantajoso para a organização. Gitman (2002) ressalta que administração financeira é de muita abrangência e por este fato acaba afetando diretamente a vida de todas as pessoas e empresas, E define, também, como arte e a ciência que administra fundos e é responsável por toda finança de empresas financeiras ou não, de órgãos públicos ou privados. Acrescentam Lemes Junior; Rigo e Cherobim (2001), que o objetivo de a administração financeira é aumentar significativamente as riquezas dos acionistas da empresa, O administrador financeiro é o maior responsável pelo aumento de valor dentro da empresa, é ele quem vai decidir quais investimentos serão feitos na organização e se estes investimentos serão a longo ou a curto prazo. 18 Groppeli e Nikbakht (2002) ressaltam que administradores financeiros necessitam tomar decisões mais eficazes, pois estão em áreas estratégicas onde existem riscos sobre seus investimentos. 3.2.1 Objetivos da administração financeira Sanvicente (1997) ressalta que o maior objetivo da administração financeira é a rentabilidade sobre todo e qualquer tipo de investimento que a empresa faz, sendo, então, por muitos anos, o principal conceito desta administração, maximizar lucros. De acordo com Lemes Junior; Rigo e Cherobim (2001), o administrador financeiro deve sempre se questionar sobre quais investimentos devem ser efetuados, pois existem diversos enfoques nesta área pelo fato de a maior parte dos recursos se originarem de atividades operacionais, ou seja, venda de produtos, prestação de serviços. Para Gropelli e Nikbakht (2002), administração financeira tem como objetivo aumentar as riquezas dos sócios ou acionistas, e os administradores realizam isso através de decisões eficazes, agindo estrategicamente e analisando todos os investimentos. 3.2.2 Função da administração Financeira Lemes Junior; Rigo e Cherobim (2001) afirmam que as funções administração financeira da empresa estão divididas em duas grandes áreas: tesouraria e controladoria. Essas funções podem ou não haver dentro das organizações, isso depende da necessidade de cada uma. Estas funções podem ser de curto ou longo 19 prazo, onde a de curto prazo é administração de caixa, créditos, contas a receber, a pagar, estoque, e financiamentos a curto prazo. Acrescentam Lemes Junior; Rigo e Cherobim (2001), no que diz respeito à administração financeira em longo prazo, destacam-se as decisões financeiras estratégicas como orçamento de capital, estrutura de capital, custo de capital e relacionamento com investidores. Nas decisões em longo prazo se retém recursos para investimento e projetos futuros. Sanvicente (1997) acredita que a função da administração financeira está associada à importância de destacar as áreas da organização que exigem uma melhoria, auxiliando assim na tomada de decisão de seus gestores. Segundo Gitman (2002), as principais funções do gestor são o planejamento e a análise financeira, que são essenciais na busca de melhores resultados da organização como um todo. Um gestor de administração financeira tem como função planejar e analisar as tomadas de decisões de longo e curto prazo, buscando melhorias, com isto ele faz uma relação entre a contabilidade e a finança. 3. 3 RELAÇÃO DE FINANÇAS COM A CONTABILIDADE. Segundo Gitman (2002), a administração financeira e a contabilidade estão diretamente ligadas, e há uma grande complexidade para diferenciá-las, mas pode se ressaltar uma diferença básica entre elas, que são: ênfase no regime de competência e fornecimento de dados para tomada de decisão, que são as principais funções do contador; ênfase no fluxo de caixa e tomada de decisão, que são as principais funções do administrador financeiro. 20 Machado (2002) ressalta que, apesar de finanças e contabilidade ter relação, elas buscam resultados diferentes, onde a contábil busca todos os dados da organização e situações patrimoniais, enquanto a de finanças tem como objetivos a análise de fluxo de caixa, onde acontecem a real entrada e saída de seus recursos.A contabilidade fornece os dados, através de demonstrativos financeiros, para que o gestor possa tomar decisões. 3.4 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Marion (1998) afirma que a demonstração financeira são dados coletados pela contabilidade ao final de cada período, agrupados de forma a constituir o balanço patrimonial, demonstração de resultados do exercício, demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, demonstração de origens e aplicações de recursos. Para Machado (2002), demonstração financeira procura sempre apresentar os dados contábeis para que, assim, possa ter um diagnóstico específico da situação econômica da empresa. De acordo com Gitman (2002), existem quatro principais tipos de demonstrações financeiras: demonstração de resultado do exercício (DRE); balanço patrimonial; demonstração de lucro retido; e demonstração de fluxo de caixa. 3.4.1 Balanço Patrimonial Padoveze (2010) define balanço patrimonial como um equilíbrio entre o ativo e o passivo, onde seus relatórios colocam em evidência todo patrimônio da empresa. 21 Segundo Machado (2002), o balanço patrimonial é uma ferramenta que visa mostrar em que situação a empresa se encontra, tanto sobre suas finanças quanto seu patrimônio. Acrescenta Padoveze (2010), balanço se define na representação de valores da organização, estes valores são de caráter heterogêneo e por este fato são agrupados com elementos homogêneos. Segundo Jaffe (2002), o balanço patrimonial de uma empresa demonstra o que ela tem e como são financiados estes balanços que são divididos em ativo e passivo. Acrescentam Groppelli e Nikbakht (2002), que balanço patrimonial é a união de elementos, onde no ativo localiza-se todo ativo circulante e não circulante, enquanto no passivo encontra-se as obrigações e patrimônio liquido , e a partir desses dados o gestor financeiro poderá analisar a situação sobre a união desses componentes, e poderá tomar uma decisão mais viável para a organização. Para Matarazzo (1998), o objetivo da análise de balanço é a verificação de dados, além da descrição de seus objetivos. Estas informações auxiliarão a organização em seu processo decisório. 3.4.2 Demonstrações de resultado dos exercícios (DRE). Para Perez Junior e Begalli (2009), toda e qualquer empresa deve informar aos interessados os resultados do exercício -lucros e prejuízos-, o qual são apresentados no DRE, que são todas as contas de receitas e despesas. 22 De acordo com Matarazzo (1998), o DRE demonstra o aumento e a redução causada no patrimônio líquido da empresa, essas receitas, geralmente, apresentam o aumento dos ativos da organização. Segundo Groppelli e Nikbakht (2002), a DRE confronta as despesas que a organização tem na produção de operações com os fluxos de recebimento da empresa. Para Machado (2002), DRE baseia-se em todas as receitas e despesas da empresa durante o período em exercício. Tem objetivo de medir o desempenho dos resultados no decorrer deste período utilizando a fórmula a seguir: Receitas – despesas = resultado. 3.5 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Matarazzo (2003) afirma que as demonstrações contábeis contêm muitos dados que, quando analisados, tornam-se informações extremamente importantes para a tomada de decisões. Segundo Assaf Neto (2002), a análise de balanços visa demonstrar informações contábeis fornecidas pelas empresas, para ter clareza na posição econômico-financeira onde a mesma se encontra, podendo ser avaliada no presente, passado e o futuro para uma análise completa. Para Marion (2002), para ser feita uma análise, deve-se verificar se tem todas as demonstrações contábeis em mãos, sendo importante ter as demostrações contábeis de três períodos, pelo menos, para poder obter uma análise mais eficaz. 23 Com as demonstrações em mãos consegue-se proceder então com as análise vertical e horizontal. 2.5.1 Análise Vertical e Horizontal Segundo Matarazzo (2003, p. 243), “a análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras”. A análise vertical é baseada em valores das demonstrações financeiras, é onde são feitas comparações com diversos dados e com base em outro valor. Sob o ponto de vista de Matarazzo (2003, p.245), a análise horizontal “baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação á demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série”. De acordo com Machado (2002), a análise horizontal é bastante utilizada para verificação adequada da real evolução de itens financeiros no decorrer dos anos, este tipo de análise, também, tem como função verificar a variação de cálculos em relação aos anos de comparação. Assaf Neto (2003) afirma que os itens financeiros sendo, por exemplo, as evoluções dos lucros brutos e vendas de uma empresa, quando analisadas nos últimos três anos, são ligeiramente avaliadas e interpretadas dentro da análise horizontal. Segundo Machado (2002), utiliza-se da análise vertical para demonstração de participação relativa dos itens financeiros na sua totalidade de seus valores. Assaf Neto (2003) afirma que, na análise vertical, observa-se, com bastante clareza, a relação do ativo e passivo da empresa. E pode ser complementada com a análise horizontal já efetuada. 24 Para Assaf Neto (2003), para se obter uma verdadeira riqueza de informações, uma das técnicas de fácil aplicação é a análise vertical e horizontal. Ela é um ótimo aliado para busca de informações para a avaliação do desempenho empresarial. 3.5.2 Análise através de Índices Financeiros Gitman (2002) afirma que a análise através de índices é usada para fazer comparações entre empresas ou, até mesmo, com dados do resultado do balanço patrimonial e do DRE da empresa. Essas análises são feitas para atender acionistas e credores, pois esses são os maiores interessados nos níveis atuais e futuro de riscos e retorno. Uma das principais preocupações dos credores é a liquidez de curto prazo e a lucratividade da empresa, para que se tenha a certeza de que os negócios vão bem. Groppelli e Nikbakht (2002) ressaltam, também, que a análise de índices facilita a compressão dos balanços patrimoniais e demonstrativos dos resultados. Ela apresenta, de forma integral, a real situação da empresa e se está sujeita a riscos. A maioria dos bancos usa desses índices para a liberação de crédito a determinada empresa. Segundo Machado (2002), para medir a liquidez de uma empresa, bem como o seu ciclo operacional, grau de endividamento e sua rentabilidade, são utilizados os índices financeiros, onde se utiliza de cálculos baseados em informações do balanço patrimonial e do demonstrativo de resultado da empresa. De acordo com Gitman (2002), os índices podem ser analisados de duas formas: análise cross-sectional e análise de série-temporal. Na análise crosssectional, deve ser feita uma comparação com várias empresas no mesmo instante 25 e a análise de série temporal é feita a partir da análise da empresa, ao longo do tempo, verificando seu desempenho atual e o passado, este tipo de análise permite verificar se a empresa está progredindo. Segundo Matarazzo (2003), os índices têm uma característica de grande importância, que é fornecer uma melhor visão da situação econômica ou financeira da empresa. Os principais grupos de índices, segundo Gitman (2002), são: índices de liquidez, de atividade, de endividamento e de lucratividade. 3.6 ANÁLISE DE LIQUIDEZ Para Gitman (2002), a liquidez de uma empresa pode ser medida pela capacidade de satisfazer suas obrigações de curto prazo e na data de seu vencimento. Segundo Treuherz (1999), os índices de liquidez ajudam na avaliação da capacidade da organização em saldar as suas dívidas. Já para Machado (2002), os índices de liquidez auxiliam a empresa na sua capacidade de mediar o cumprimento de suas obrigações. Segundo Groppelli e Nikbakht (2002), verifica-se qual a rapidez que a empresa consegue transformar as demais contas do ativo em caixa, sem que nesse processo ocorra alguma perda importante. Seu maior objetivo é igualar os prazos de dívidas com os prazos de ativos. Para Matarazzo (2003), os índices de liquidez apresentam uma base sobre a situação financeira. Se uma empresa possui bons índices ela consegue ter mais capacidade em pagar suas dívidas em dia. 26 Segundo Gitman (2002), os principais índices de liquidez são: índices de liquidez corrente e índice de liquidez seco. 3.6.1 Índice de liquidez corrente Gitman (2002) afirma que a liquidez corrente mede a capacidade da empresa cumprir com as obrigações de curto prazo. Segundo Groppelli e Nikbakht (2002), o índice de liquidez corrente demonstra a margem de segurança que a empresa tem para liquidar dividas de curto prazo, já para, Machado (2002) complementa, afirmando que este índice é utilizado para verificar como a empresa se comporta quando utiliza de seu ativo circulante no pagamento dos passivos circulantes. De acordo com Matarazzo (2003), quanto maior o índice de liquidez corrente maior a independência da empresa em relação aos credores e uma vantagem em poder enfrentar crises e dificuldades de uma maneira mais capacitada. Para Gitman(2002), o índice de liquidez corrente pode ser calculada através da fórmula: Índice de liquidez corrente = ativo circulante Passivo circulante Se o índice for maior do que 1, significa que a empresa, embora considerando ativos menos líquidos como o estoque, dispõe de recursos com sobra para pagamento de suas contas. Porém, não se usa esse resultado isoladamente para avaliação. É importante comparar com resultados anteriores para ver se este índice 27 vem evoluindo ou regredindo, bem como comparar com outras empresas do setor (GITMAN, 2002). 3.6.2 Índice de liquidez seco Para Gitman (2002), liquidez seco tem, praticamente, a mesma demonstração do índice de liquidez corrente, a diferença entre esse dois é de que o seco exclui os estoques do ativo circulante da empresa por conter a menor liquidez. Conforme Groppelli e Nikbakht (2002), o índice de liquidez seco apresenta referências somente para os ativos que são convertidos com maior facilidade, eliminando assim, os menos líquidos como os estoques. Machado (2002) afirma que, o índice de liquidez seco é a relação entre o ativo circulante e o passivo circulante, porém é excluído o estoque, devido a que estes não têm prazo determinado para realização de sua liquidez. Para Matarazzo (2003), liquidez seco é aplicado para medir o grau de satisfação da situação financeira. Para Sanvicente (1997), o objetivo deste índice é diminuir os problemas causados pelo estoque, eliminando-o do ativo circulante e podendo tornar os ativos mais líquido. Para Gitman (2002), o índice de liquidez seco calcula-se da seguinte forma: Índice de liquidez seco = ativo circulante - estoque Passivo circulante Segundo Gitman (2002,p 111), “ocasionalmente, é recomendado um índice de liquidez seco igual ou maior que 1,0,mas, da mesma forma que para o índice de liquidez corrente, um valor aceitável depende muita da indústria”. 28 3.7 ANÁLISE DE ATIVIDADE Gitman (2002) diz que o índice de atividade mede a rapidez em que as contas do circulante-estoques e duplicatas a receber transformam-se em caixa. Este tipo de análise é usado para verificar a real liquidez da empresa, pois ele mostra a rapidez que estoques se convertem em vendas, assim gerando receita. Acrescentam Groppelli e Nikbakht (2002), que a rapidez que a empresa consegue transformar seus estoques em caixa, mostra se a empresa está preparada para qualquer situação que possa torná-la insolvente. Segundo Machado (2002), o objetivo da análise de atividade é calcular a agilidade da organização em transformar venda de circulante em caixa. Gitman (2002) divide os índices de atividade em giro de estoque, período médio de cobrança, período médio de pagamento, giro do ativo permanente e giro do ativo total. 3.7.1 Giro de Estoques Para Machado (2002), giro de estoque é o índice referente ao número de vezes que a empresa renova seu estoque em um determinado período. Segundo Gitman (2002), a análise de giro de estoque mede a liquidez do estoque da empresa. Segundo o autor, o giro de estoque sempre deve ser comparado com de outra empresa do mesmo setor para ele ser mais significativo, ressalta, também, que o giro de estoque pode-se converter em idade média de estoque. 29 Para Gitman (2002), o giro de estoque calcula-se da seguinte forma: Giro dos estoques = custos dos produtos vendidos Estoques De acordo com Gitman (2002, p.113), “o giro resultante é significativo somente quando comparado ao de outras empresas pertencentes á mesma indústria ou ao giro passado dos estoques da empresa”. 2.7.2 Período Médio de Cobrança Assaf Neto (2003) afirma que o prazo médio de cobrança é o número de dias, em média, que a empresa leva para receber de seus clientes. Para Machado (2002), o índice do período médio de cobrança apresenta o número de vezes que a empresa renova o volume de duplicatas a receber. Gitman (2002) diz que o período médio de cobrança verifica a quantidade de duplicadas a receber e a média de vendas da empresa, caso o valor de recebimento seja superior ao prazo que a empresa oferece para o pagamento da duplicata, verifica-se então que há falhas no gerenciamento de cobranças da empresa. Segundo Gitman (2002), o período médio de cobrança, calcula-se a partir da fórmula a seguir: Período médio de cobrança = duplicatas a receber = duplicatas a receber vendas médias por dia Vendas Anuais 360 Para Gitman (2002), o período médio de cobrança somente será significativo se comparando de acordo com as condições de crédito de cada empresa. 30 3.7.3 Período Médio de Pagamento Para Machado (2002), o período médio de pagamento mostra quantos dias a empresa demora para saldar suas obrigações com seus fornecedores no período. Segundo Gitman (2003), período de pagamento médio calcula-se como o período médio de cobrança, ressaltando somente que a maior dificuldade é localizar as compras anuaís, se não foi publicado nas demonstrações financeiras. Para Gitman (2003), o período médio de pagamento calcula-se da seguinte forma: Período médio de cobrança = duplicatas a pagar = duplicatas a pagar média de compras por dia compras anuais 360 De acordo com Gitman (2002, p.114), “esse resultado só é significativo em comparação com as condições médias de crédito concedidas à empresa”. 3.7.4 Giro do Ativo Permanente Gitman (2002) ressalta que o giro do ativo permanente é usado para verificar a eficiência com que a empresa transforma os ativos permanentes em vendas. Weston e Brigham (2004) afirmam que o giro do ativo permanente tem a função de medir quão eficiente a organização utiliza seus equipamentos, há uma relação das vendas com os ativos imobilizados líquido da empresa. Para Braga (1995), o giro do ativo permanente se divide em três subgrupos, investimentos onde se encontram as contas que representam a participação permanente. O ativo imobilizado, que representa a manutenção das atividades da 31 organização, que são: terrenos e edificação, máquina e equipamentos entre outros; e, ativo diferido, que compreende todo e qualquer gasto que contribuirá para o resultado do exercício. Gitman (2002), representa pela seguinte fórmula: Giro do ativo permanente = vendas Ativo permanente liquido Diz Gitman (2002), que para achar o giro do ativo de uma organização deve se dividir suas vendas pelo ativo permanente. Desta forma, avalia-se que quanto maior for este giro no ano, melhor, pois significa que a empresa tem grande eficiência na utilização de ativos. 3.7.5 Giro do ativo total Segundo Weston e Brigham (2004), o giro do ativo total é utilizado para verificar a movimentação de todos os ativos da empresa. De acordo com Gitman (2002), giro do ativo indica o nível de eficiência que a empresa tem em vendas, e quanto mais alto for esse giro, mais eficiente a empresa é em vendas . Machado (2002) afirma que, o giro do ativo total indica o quanto a empresa utiliza do seu ativo para gerar vendas. Para Matarazzo (2003), o giro do ativo está diretamente ligado a um volume adequado de vendas, pois o sucesso da empresa depende disso. Sendo que esse volume de vendas tem relação direta com o montante de investimentos. 32 Para Gitman (2002), o giro do ativo total é representado pela fórmula a seguir: Giro do ativo total = vendas Ativo total Para Gitman (2002), avalia-se giro do ativo total de acordo com a capacidade que a empresa tem em tornar seus ativos em vendas. De acordo com isso, quanto maior for este resultado, melhor. 3.8 ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO Para Gitman (2002), a análise do endividamento da empresa mostra o montante de recursos de terceiros que está sendo aplicado para gerar lucros. Nesta análise, se dá maior importância às dividas de longo prazo pelo fato de se referir a empréstimos, onde a empresa tem um maior comprometimento com o pagamento de juros gerados pelo mesmo. Segundo Assaf Neto (2003), um ponto revelado por indicadores de endividamento demonstra um maior grau de dependência financeira, além de um risco financeiro mais acentuado para a organização. Groppelli e Nikbakht (2002) afirmam que, quanto menor o índice de endividamento, menor será o impulso financeiro da empresa. Gitman (2002) explica que o endividamento pode se classificar em duas medidas, onde se utiliza de índices de endividamento geral e índice exigívelpatrimônio líquido. O grau desse endividamento tem como objetivo identificar e auxiliar a honrar as dívidas, além de verificar a capacidade que a empresa tem para fazer seus pagamentos contratuais através de uma programação. 33 3.8.1 Índice de endividamento geral Gitman (2002) afirma que o índice de endividamento geral mede a proporção de endividamento geral financiada pelos credores. Quanto mais elevado for este índice, maior será o montante de capitais de terceiros que vem sendo utilizado para gerar lucros. Segundo Machado (2002), o índice de endividamento geral demonstra a quantidade de ativos que estão comprometidos a terceiros. Para Gitman(2002), o índice é calculado a partir da fórmula abaixo: Índice de endividamento geral = exigível total Ativo total De acordo com Gitman (2002), análise de endividamento geral mostra que quanto maior for este índice maior é a alavancagem da empresa, mas também será maior o endividamento e comprometimento de recursos de terceiros. 3.8.2 Índice Exigível a longo Prazo-Patrimônio Líquido Segundo Silva (1999), as obrigações de longo prazo são definidas por seus vencimentos num prazo superior a um ano. Para Gitman (2002), este índice apresenta a relação dos recursos a longo prazo de credores e dos recursos disponíveis pelos proprietários das empresas. É usado, também, para verificar o que fomenta o índice financeiro da empresa. Representado pela fórmula abaixo: Índice exigível a longo prazo-patrimonial líquido = exigível a longo prazo Patrimônio liquido 34 Para Gitman (2002,p.118), “esse resultado só é significativo á luz do tipo de negócio da empresa”, ou seja, é os recursos que a empresa vem utilizando oriundos de terceiros relacionados aos recursos fornecidos pelos sócios, assim medindo o grau de força financeira da organização. 3.9 ANÁLISE DE LUCRATIVIDADE De acordo com Gitman (2002), este tipo de análise verifica os retornos de lucro em relação a vendas e os ativos da empresa, bem como suas ações no mercado. Segundo Groppelli e Nikbakht (2002), o índice de lucratividade são os valores futuros de retorno a partir de um investimento. Para Assaf Neto (2003), na análise de lucratividade, ao se utilizar de demonstrativos financeiros, tem-se duas preocupações: a correta mensuração do lucro operacional, que nada mais é que o resultado retirado das operações, ou seja, de decisões de ativos; e a outra seria o ativo total que é relacionado com o resultado operacional. Para chegar ao resultado de lucratividade, segundo Gitman (2002) deve-se fazer uso dos seguintes índices:a margem bruta , a margem operacional e a margem líquida. 3.9.1 Margem Bruta Para Gropelli e Nikbakth (2002), margem bruta refere-se ao grau de rendimento que a organização tem na utilização de seus recursos e serviços de um determinado 35 período, antes das deduções de impostos e despesas fixas. Para Gitman (2003), a margem bruta mede o montante final de lucro bruto da empresa após suas vendas. Margem bruta = Vendas - custos dos produtos vendidos = Lucro bruto Vendas Vendas De acordo com Gitman (2002), avaliação de margem bruta é feita para verificação de porcentual de sobra de cada unidade monetária das vendas após a empresa ter pago todo seus produtos. Assim, entende-se que, Margem Bruta é o valor que restou das receitas após a empresa pago seus produtos, quanto maior esse número, melhor. 3.9.2 Margem Operacional Gropelli e Nikbakth (2002) afirmam que a margem de lucro operacional demonstra o sucesso dos negócios da organização logo após ter diminuído todas as despesas com produção dos produtos vendidos. De acordo com Gitman (2002), a margem operacional é responsável por medir com freqüência a unidade monetária de venda, onde pode classificá-la como lucros puros obtidos por cada venda. Ela se classifica como puro pelo fato de que somente leva em conta os lucros das operações da empresa e desconsiderar despesas e obrigações governamentais, ou seja verifica o lucro obtido pela empresa após deduzida as despesas. Segundo Gitman (2002), a margem operacional calcula-se da seguinte forma: 36 Margem operacional = lucro operacional Vendas Diz Gitman (2002) que a margem de lucro operacional é o valor monetário de lucro que a empresa tem, antes de calcular juros e imposto de renda. 3.9.3 Margem Líquida Gropelli e Nikbakth (2002) afirmam que lucro líquido tem origem desde a primeira etapa de uma negociação da organização, é nele que se define o lucro liquido das vendas em geral e, quanto maior esta margem em seu setor mais vantajoso para empresa. Segundo Gitman (2002), margem líquida serve para apresentar o sucesso da empresa, sobre a lucratividade de vendas, pois ela é feita somente após o desconto de despesas e imposto de renda da organização. Para Gitman (2002), calcula-se a partir da seguinte fórmula: Margem líquida = lucro líquido após o imposto de renda Vendas Para Gitman (2002,p.122), “quanto maior for a margem liquida da empresa, melhor. A margem líquida é uma medida bastante citada para indicar o sucesso da empresa em termos de lucratividade sobre vendas”. 3.9.4 Taxa de Retorno sobre o Ativo Total (ROA) Segundo Weston e Brigham (2004), é o índice da renda líquida sobre os ativos totais. De acordo com Assaf Neto (2003), roa demonstra o total de retorno de 37 aplicações dos ativos da empresa. Para Gitman (2002), ROA serve para medir a eficiência da empresa em gerar lucros com ativos disponíveis. Sendo assim, quanto mais alto for, maior a eficiência da empresa, este é representado pela fórmula a seguir: Taxa de retorno sobre o ativo total = lucro líquido após o imposto de renda ativo total De acordo com Gitman (2002, p. 123), “mede a eficiência da administração na geração de lucros com seus ativos totais; também chamados de retorno sobre o investimento (ROI)”. 3.9.5 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) Segundo Weston e Brigham (2004), é o índice do lucro líquido sobre o patrimônio líquido. Ressalta, Gitman (2002), que o ROE serve para medir o retorno de investimentos dos proprietários na organização, o resultado sendo alto é favorável aos proprietários. De acordo com Assaf Neto (2003), retorno sobre o patrimônio liquido mede o retorno dos recursos que os proprietários aplicam na empresa. Assim, mede quanto será o lucro sobre o investimento individual dos proprietários. Para Gitman (2002), a taxa de retorno sobre o patrimônio líquido calcula-se a partir da seguinte fórmula: Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido = Lucro líquido após imposto de renda Patrimônio liquido 38 4 METODOLOGIA De acordo com Santos (2002), a metodologia tem como função auxiliar no desenvolvimento da pesquisa, mostrando meios a serem utilizados de uma forma mais detalhada, onde o autor possa apresentar os procedimentos de laboratórios e/ou de campo da pesquisa em estudo. 4.1 TIPOS DE PESQUISA Segundo Cervo e Bervian (1996), a pesquisa é um método voltado para a solução de problemas. Já para Gil (1996), a pesquisa está definida em três importantes itens: exploratórias, descritivas e explicativas. Essa pesquisa foi elaborada a partir de um estudo exploratório, através de dados primários e secundários, extraídos da empresa, por meio de relatórios e registros arquivados, além dos livros e artigos sobre o assunto pesquisado. 4.1.1 Pesquisa exploratória Conforme Vergara (2000), a pesquisa exploratória, geralmente, é feita numa área onde há falta de conhecimento acumulado e sistematizado. Segundo Mattar (1999), uma pesquisa exploratória sobre o problema de pesquisa implica em ajudar a estabelecer prioridades, classificação de conceitos, para se obter um maior conhecimento e compreensão do assunto em questão. Para Chaoubah e Barquette (2007), inicialmente, terá que entender realmente o problema que será pesquisado. Logo após, outro passo importante seria formular 39 hipóteses sobre o que está sendo estudado. A pesquisa poderá fornecer respostas objetivas para um problema gerencial, em muitos casos não precisando, necessariamente, desenvolver novos estudos. De acordo com Las Casas (2010), uma pesquisa exploratória poderá ser feita de diversas formas. Poderá utilizar fontes como: banco de dados da empresa, bibliotecas, internet, entre outras. Elas são utilizadas quando é necessário obter informações ou conhecimentos sobre uma situação ou um determinado assunto. Neste trabalho, utilizou-se a pesquisa exploratória, para que através do levantamento de informações e dados de bibliografias e de registros da empresa, pudesse se obter uma descrição mais precisa e aproximada do problema. 4.2 MÉTODOS DE PESQUISA Segundo Oliveira (1999), os métodos de pesquisa devem ser aplicados com cautela e precisão, tendo assim a necessidade de comparar os fatos existentes com as conclusões tomadas. Os métodos de pesquisa empregados no trabalho são: de pesquisa bibliográfica, documental e de campo. 4.2.1 Pesquisa Bibliográfica Descreve Gil (1996), que, ao utilizar um material já elaborado, baseado em livros e artigos científicos, pode-se chamar de um estudo bibliográfico. 40 Vergara (2000) ressalta que, para se fazer uma pesquisa bibliográfica utiliza-se livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, sendo um material bem acessível ao público em geral. Segundo Oliveira (1999), a pesquisa bibliográfica tem a finalidade de conhecer as diferentes formas de contribuição científica. O levantamento pode ser realizado através de bibliotecas públicas, faculdades, universidades. Além disso, pode ser realizada em institutos e centros de pesquisas, museus, entre outros. A partir daí, o pesquisador passa a somar uma série de informações, tendo, assim, a finalidade de elaborar o projeto de pesquisa. Segundo Cervo e Bervian (1996), a pesquisa bibliográfica explica um problema através de referências publicadas em artigos, e também, abrange análise, leitura e interpretação de livros. A pesquisa tem o objetivo em conhecer e analisar as opiniões culturais ou científicas existentes no passado sobre um assunto, tema ou problema. A pesquisa teve meios de estudos através de livros da teoria da administração, finanças e planejamento para a construção do conhecimento, além de revistas, artigos e sites especializados. 4.2.2 Pesquisa Documental Para Cervo e Bervian (1996), em uma pesquisa documental utiliza-se de dados encontrados em documentos para se fazer uma comparação e descrição de tendências, usos e costumes, diferenças e outras características. 41 Segundo Gil (1996), a pesquisa documental é bem próxima da bibliográfica, no entanto há uma diferença entre elas. Sendo que a documental se faz de documentos originais, que ainda tem que ser feito uma análise mais aprofundada do autor. Neste estudo, foi utilizada a pesquisa documental pela necessidade de se buscar registros históricos e financeiros anteriores da empresa para consecução dos objetivos da pesquisa. 4.2.3 Pesquisa de Campo De acordo com Oliveira (1999), a pesquisa de campo é uma análise do real acontecimento dos fatos para que possa elaborar relatórios, sendo feita em forma de observação, coleta de dados e interpretação desses dados para posteriores análises. Segundo Ruiz (1996), a pesquisa de campo nada mais é do que a observação dos fatos como eles ocorrem para uma análise posterior. Neste trabalho, foi utilizada a pesquisa de campo para que se pudesse acompanhar a real seqüência e procedimentos da empresa durante seu cotidiano. 4.3 ABORDAGEM DE PESQUISA Foram utilizados como forma de pesquisa, o estudo quantitativo e qualitativo, para comprovação de dados estatísticos e para poder descrever a complexidade de um problema. 42 4.3.1 Pesquisas quantitativas Conforme Oliveira (1999), o estudo quantitativo procura investigar a relação de causalidade entre os fenômenos: causa e efeito. Significa quantificar opiniões seja com dados, formas de coletas de informações e, também, utilizando técnicas estatísticas como porcentagem, média, moda, mediana e desvio padrão. Para Richardson (1999), pesquisas quantitativas procuram investigar a relação entre as variáveis que são fundamentais para as ciências sociais, diferenciando-se por permitir controlar, simultaneamente, um grande número de variáveis, por meio de técnicas estatísticas de correlação. De acordo com Las Casas (2001), a pesquisa quantitativa é bastante estruturada. Geralmente, são avaliadas com números, porcentagens, médias, entre outros. São feitas com a ajuda de técnicas estatísticas. Neste trabalho foram utilizados métodos quantitativos no processo de levantamento de dados com relação a receita e custos da organização, além da necessidade dos balanços e DRE para cálculo dos índices. Para melhor visualização dos dados estes serão apresentados através de tabelas. 4.3.2 Pesquisa qualitativa Segundo Oliveira (1999), o método qualitativo não tem pretensão de utilizar números. Nesse método, as pesquisas possuem a facilidade de poder dizer sobre uma determinada hipótese ou um problema, analisando alguns aspectos variáveis, compreendendo para poder classificar processos experimentados por grupos 43 sociais. Então, dessa maneira, possa estabelecer uma série de análises, para, no final, obter um ponto de vista conclusivo. Segundo Richardson (1999), pesquisa qualitativa é uma tentativa de entender de maneira correta, os significados e características demonstradas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos. Observou-se a necessidade de se utilizar métodos qualitativos para interpretação de dados e análise dos documentos dentro da empresa. 4.4 DADOS DA PESQUISA Os dados da pesquisa são constituídos por dados primários e secundários, através de entrevistas e observação e dados já coletados. 4.4.1 Dados primários Segundo Mattar (1999), são chamadas fontes primárias aqueles dados que nunca foram coletados, tabulados e analisados. Entretanto, são coletados para necessidade da pesquisa em andamento. Exemplos de fontes primárias são: consumidores, telespectadores, radiouvintes, entre outros. Malhotra (2001) define que esses dados são gerados pelo pesquisador para a solução de diversos problemas encontrados. Para Aaker, Kumar e Day (2001), os dados primários são coletados para uma pesquisa específica, onde o pesquisador deverá colher as informações necessárias para o tema em estudo. 44 Nesta pesquisa, os dados primários foram obtidos através de entrevista e de observação. 4.4.2 Dados secundários Conforme Mattar (1999), as fontes secundárias são dados que já foram coletados, tabulados e analisados, ou seja, serão utilizados para consulta para se ter uma base de conhecimento, podendo ser: relatórios de pesquisa, livros, jornais, revistas. Para Aaker, Kumar e Day (2001), os dados secundários, geralmente, encontram-se já disponíveis, por já terem sido coletados para algum outro propósito. Nestas fontes de pesquisas estão incluídos: sistemas de informações existentes na empresa; bancos de dados de outras organizações, inclusive do governo e de associações profissionais e comerciais; e agências de dados, como painéis de compra de consumidores, em que uma organização obtém dados razoavelmente padronizados para uso das empresas e clientes. Os dados secundários foram obtidos através de documentos, artigos, livros, sites especializados e relatórios da empresa. 4.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Para a realização da pesquisa, optou-se por trabalhar com a entrevista e a observação como instrumentos de coleta de dados, bem como o estudo dos relatórios internos da organização. 45 4.5.1 Entrevista Para Vergara (2000), a entrevista consiste em realizar perguntas a alguém que lhe responda oralmente. A entrevista tem o objetivo de coletar os dados necessários para o relatório. Segundo Simões (1983), o entrevistador deve ter a capacidade de se relacionar bem com as pessoas e ser um bom observador, não descuidando dos pequenos detalhes. É de vital importância saber transmitir bem as informações coletadas durante a entrevista. Para Cervo e Bervian (1996), a entrevista é uma conversa orientada para um objetivo definido. Pesquisadores recorrem para esse método sempre que se têm a necessidade de obter dados que não podem ser encontrados em registros e em fontes documentais. De acordo com Lakatos e Marconi (2001), a entrevista é um encontro entre duas pessoas, diante de uma conversa profissional. É utilizado para coleta de dados e para ajudar na análise e, também, no tratamento de um problema social. Neste estudo foi utilizada a entrevista semi-estruturada com o gestor da empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda, para que resulte em uma opinião mais aprofundada, relevante e objetiva da situação financeira da empresa. Segundo Mattos Lincon (2005), a entrevista semi-estruturada é uma forma que faz com que o investigador faça uma lista de questões ou tópicos para serem respondidos, como se fosse um guia, e que pode ser feita de uma forma mais flexível. 46 4.5.2 Observação Segundo Malhotra (2001), a observação dentro da empresa é a maneira de registrar comportamentos de pessoas e eventos, onde não se deve entrar em contato com as pessoas dentro do setor onde está sendo desenvolvida a pesquisa. Para Barros e Lehfeld (1986), observação é uma maneira adequada para se obter uma conclusão de um determinado assunto claro e preciso. É de grande importância, pois é a partir dela que se inicia o estudo de um problema. Por este fato, ela deve ser completa, exata e sucessiva. Deve-se agir com paciência durante a observação para que não haja conclusões precipitadas. Durante a pesquisa, foi realizada a observação não participante no setor financeiro e em relatórios para compreender melhor a rotina financeira da empresa em estudo. Para Lakatos (1996), a observação não participante, de campo é utilizada para conseguir informações sob a realidade encontrada dentro da empresa, ajudando o pesquisador na coleta de informações necessárias para o desenvolvimento da pesquisa, não se envolve com os dados dando sugestões somente observand.o 4.6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS Segundo Gil (1996), após a coleta de dados se faz a tabulação, análises estatísticas, o que leva a discussão onde podem ocorrer diversas interpretações de resultados. Participam desta discussão pesquisadores e especialistas convidados. Acrescenta Andrade (2005), o foco de análise é colocar os dados em ordem e retirar respostas para o objetivo da pesquisa. 47 No estudo, os dados foram apresentados em forma de tabelas; e foram avaliados de forma descritiva. 4.7 DELIMITAÇÃO DE ESTUDO De acordo com Andrade (2005), delimitar corresponde a maneira de especificar um tema de modo que haja uma interação maior. Para delimitar um tema é extremamente necessário que se conheça bem o assunto escolhido, para então poder se aprofundar nesta abordagem. 4.7.1 Quanto à área da empresa/setor/filial O estudo foi desenvolvido no setor financeiro dentro da empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda, na cidade de Corbélia - PR. 4.7.2 Quanto à(s) disciplina(s) de Administração pesquisada(s) O estudo ocorreu na área de administração, com foco em análise e gestão financeira. 4.7.3 Quanto ao tempo da pesquisa A pesquisa foi realizada na Di Bernardi & Marangoni Ltda, no mês de Setembro/2011, para o levantamento dos dados na forma de pesquisa exploratória, bibliográfica documental e de campo. A entrevista semi-estruturada ocorreu na 48 segunda quinzena de setembro, na empresa com os gestores, em seguida levantamento dos balanços e DRE da empresa, assim delimitando o corte transversal. 4.8 LIMITAÇÃO DE ESTUDO As limitações ao decorrer do trabalho foram na parte da coleta de dados financeiros da empresa, pois como a empresa não tem um sistema onde tem organizado todos esses dados, foi necessário ter cautela para poder retirar estes dados de relatórios feito pelo sócio-proprietário da mesma. Isso demandou um tempo maior na coleta, prejudicando o cronograma antes estipulado. 49 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 5.1 ENTREVISTA A entrevista ocorreu na empresa DI Bernado & Marangoni Ltda com o gerente da empresa, o qual respondeu um questionário em forma de entrevista, que foi fundamental para um melhor entendimento sobre a realidade da empresa em estudo. Assim, pode-se entender que a Di Bernardo & Marangoni, por encontrar-se sediada na cidade de Corbélia, depende economicamente da agricultura,e quando este setor passa por crise, o comércio da cidade tende a passar por dificuldades também, devido a grande parte da população ter vinculo econômico com a agricultura local. Devido a esse fator, o setor sofre todas as sazonalidades da área agrícola, o que, acrescido das coleções baseadas nas estações do ano, gera a necessidade de um acompanhamento constante das oscilações de mercado e um planejamento por parte da empresa para enfrentar os períodos de entressafra. O gestor da empresa destacou a importância de se fazer uma compra e investimentos baseados nestes fatores, porém a empresa ainda não conta com um planejamento e análise do setor, além dos poucos recursos para investimentos maiores. Os registros da empresa sempre foram feitos pelo próprio gestor da organização, anotados em cadernos, que se encontram arquivados e disponíveis para consulta desde 1981, em um arquivo morto. Segundo o gestor da empresa, mês a mês é feito o levantamento das vendas, das despesas e custos para que se possa identificar os resultado da empresa nestes períodos. Desde o inicio, este era o único controle financeiro feito, porém, nos 50 últimos meses do primeiro semestre de 2011, a partir do momento em que o filho do empresário assumiu a gerência da loja, implantou-se um software para gestão, o que vem proporcionando um maior acompanhamento e controle das vendas e custos, bem como análises sobre o fluxo de caixa e DRE. Os dados fornecidos pelo contador, segundo o gestor, nunca influenciaram nas tomadas de decisão, devido ao fato do gestor não ter conhecimento em balanços, balancetes e DRE, e não entender as nomenclaturas e demais dados presentes nestes registros. Conforme entrevista, pode-se observar que para os períodos futuros, de forma tímida, sempre foram feitos algumas previsões que pudessem auxiliar no volume de compras a serem efetuadas e em outros investimentos como reformas e divulgação da empresa, porém a médio e a longo prazo não se utilizou durante todo o tempo da empresa, possivelmente devido a falta de conhecimento sobre as ferramentas de planejamento estratégico. Devido ao fato da Di Bernardo & Marangoni Ltda tratar-se de uma empresa familiar e com pouco conhecimento em gestão financeira, em muitos períodos encontra-se nos registros de cadernos financeiros, lado a lado, dados de finanças pessoais e da empresa, porém sem afetar os resultados. Segundo o entrevistado, é difícil descrever qual é a real situação da empresa, porém o gestor entende de forma generalizada quando a empresa passa por necessidade ou quando se teve lucro, porém, não tendo certeza sobre o real resultado que a empresa tem em cada período. Pode-se dizer que a empresa tem uma visão míope sobre suas finanças. 52 5.2 ANÁLISE FINANCEIRA 5.2.1 Análise vertical e horizontal Quadro 1: Balancete ano 2010 e Balancete primeiro semestre 2011 Análise Vertical Balancete Ativo 2010 R$ R$ Caixa Estoques R$ 1.281,75 2.125,00 % 37,62% 62,38% TOTAL ATIVO 3.406,75 100,00% Análise Vertical Balancete Passivo 2010 R$ Fornecedores Obrigações Fiscais FGTS a Recolher INSS a Recolher Outras Obrigações Total do Circulante Patrimônio Liquido TOTAL PASSIVO R$ 2.690,46 216,10 R$ 3.187,19 219,56 % 78,97% 6,34% 2,97% 5,27% 8,24% 93,56% 6,44% 3.406,75 100,00% 101,06 179,57 280,63 Análise Vertical Análise Horizontal R$ 4.036,35 2.465,46 % 61,08% 38,92% % 214,91% 16,02% 6.501,81 100,00% 90,85% Análise Vertical Análise Horizontal 6.282,25 219,56 % 42,77% 2,77% 14,00% 37,10% 51,09% 96,62% 3,38% 3,35% -16,77% 800,46% 1243,15% 1083,73% 97,11% 0,00% 6.501,81 100,00% 90,85% Balancete Ativo 2011 (1º semestre) R$ R$ Balancete Passivo 2011 (1º semestre) R$ R$ 2.780,50 179,85 R$ 910,00 2.411,90 3.321,90 53 Na planilha dos Balancetes acima é possível fazer uma análise sobre as contas do ativo (caixas e estoques), sobre o passivo (fornecedores, obrigações fiscais e Outras obrigações) e sobre o patrimônio líquido (capital da empresa). No ano de 2010, o caixa da empresa representava 38% do ativo da empresa, enquanto os estoques representavam 62%. Já em 2011 houve um novo cenário, o caixa da empresa ocupava uma parcela de 61% e os estoques apenas 39%, ou seja, no ano de 2011, com início de uma nova gestão na empresa, esta passou a ter um faturamento maior, o que fez com que as vendas aumentassem o volume do caixa e, em contra partida, a representatividade dos estoques vieram a cair. No final do primeiro semestre de 2011, foi promovida uma liquidação que colaborou com uma grande diminuição dos estoques e aumento do caixa. O total do ativo, de um período para o outro, tem uma equivalência a 91%, apesar de o período analisado do ano de 2011 ser apenas o primeiro semestre. No ano de 2010, as obrigações aos fornecedores representavam 79% do passivo, no ano seguinte, a parcela deste item no ativo é de 43%. Entretanto de um período ao outro teve um aumento de 3,35% nesta conta, isso devido ao aumento de outras obrigações como FGTS e INSS, provocadas por novos reajustes e a contratação de um novo gerente, chegando a somar um aumento de 1084%. O Total do passivo circulante teve um aumento representativo de 97% em reflexo dos motivos citados acima. No final do primeiro semestre de 2011, com a implantação de um software de gestão, a empresa passou a ser administrada de forma mais eficiente e eficaz, passando a ter um melhor acompanhamento e maior controle sobre os resultados operacionais. 54 DRE ano 2010 e DRE primeiro semestre 2011 Quadro 2: DRE DRE 2010 R$ Receita Oper. Bruta Deduções de Rec. Bruta Receita Líquida Custo das Merc. Vend. Compras de Merc. Prazo Estoque Final Exercício Lucro Bruto Despesas Operacionais Pro-Labore Despesas Adm. Gerais Utilidades e Serviços Lucro Líquido do Execício R$ 58.610,00 -1.661,10 56.948,90 -19.933,14 -22.058,14 2.125,00 37.015,76 -27.545,53 -12.240,00 -12.608,99 -2.696,54 9.470,23 Análise Vertical % 100,00% 2,83% 97,17% 34,01% 37,64% 3,63% 63,16% 4,70% 20,88% 21,51% 4,60% 16,16% DRE 2011 (1º Semestre) R$ R$ 31.816,30 -1.751,55 30.064,75 -9.951,23 -12.416,69 2.465,46 20.113,52 -11.644,61 -5.633,01 -5.510,60 -501,00 8.468,91 Análise Vertical % 100,00% 5,51% 94,49% 31,28% 39,03% 7,75% 63,22% 36,60% 17,70% 17,32% 1,57% 26,62% Análise Horizontal % -45,72% 5,45% -47,21% -50,08% -43,71% 16,02% -45,66% -57,73% -53,98% -56,30% -81,42% 10,57% 55 Sobre a planilha de DRE demonstrada acima é importante frisar que é um comparativo do ano completo de 2010 com o primeiro semestre de 2011, onde se observa que o comparativo de vendas do ano de 2010 é de R$ 58.610,00 para R$ 31.816,30 na primeira metade de 2011. Então para se fazer uma comparação mais justa (sobre a análise horizontal) é interessante fazer uma média/dia. Assim a relação de vendas passou de R$ 162,81/dia no período de 2010, para uma venda R$ 176,76/dia para o ano de 2011, ou seja, houve um aumento de 8,57% nas vendas. A dedução bruta sobre as receitas no período de 2011 é de 2,83%, já para 2011 é de 5,51%. Essa diferença ocorre pelo fato de parte da receita ser sobre as vendas de produtos, e parte oriunda da prestação de serviços, o qual cada um tem um percentual de contribuição gerando essas médias de 2,83% e 5,51% sobre as receitas. O Custo das mercadorias teve uma redução de um período para o outro, que em 2010 representava 34% da receita e em 2011 no primeiro semestre, tem um valor de 31%, isso devido ao fato em que no período de 2011 uma maior parte das compras foram feitas a vista, assim gerando um desconto sobre o custo das mercadorias. Como a quantidade total de mercadorias foi superior em 2011 em relação a 2010, as compras a prazo tem um aumento se comparadas isoladamente com as compras a prazo de 2010, e são apresentadas no primeiro período por 38% das receitas e no último período 39%, ou seja, em uma média/dia houve um aumento de 12,58% nas compras a prazo. Como já citado, houve um aumento de receitas no primeiro semestre de 2011, também houve um aumente de compras, porém ocorreu também um aumento no 56 estoque, que no ano anterior fora de 3,63% do valor da receita anual, em 2011 fora apresentado como 7,75% da receita semestral. A relação Custo das Mercadorias Vendidas, que é Estoque Final do Exercício menos Compras de Mercadorias a Prazo resultam em um Lucro Bruto para o ano de 2010 e primeiro semestre de 2011, com os percentuais de 63% e 66% sucessivamente, ou seja, Lucro Bruto de R$ 37.015,76, para 2010, e R$ 20.113,52, para o primeiro semestre de 2011, gerando um aumento médio por dia de 8,68%. Na prática, observou-se que os investimentos em recursos humanos aumentaram devido a contratação de um novo gerente no ano de 2011, porém, no DRE ainda não é perceptível em uma média/dia, já no ano de 2010 as despesas operacionais são de R$ 76,52/dia, e para a primeira metade de 2011 estas despesas são de R$ 64,69/dia, ou seja, pelo fato do novo gerente ser contratado em meados de março de 2011, muitos de seus encargos como férias e 13º salário ainda não influenciaram nesta média, que no final será representado de forma mais expressiva. Entretanto, a média de Pró-Labore também ficou baixa de um período ao outro, representado por uma queda de 8%, que pode se observado que existe uma maior retirada de Pró-Labore no final de cada ano, onde em 2011 ainda não ocorreu. Outro fator que colaborou com a queda geral das Despesas Operacionais, é a redução com Utilidades e Serviços. Apesar dos investimentos em manutenção do prédio aumentar, no geral estas Utilidades e Serviços estão sendo aplicadas de forma inteligente a fim de não desperdiçar com o não necessário. Por fim, o resultado expressado pelo Lucro Líquido do Exercício é para o primeiro período,ano de 2010, o valor de R$ 9.470,23. Já para o primeiro semestre de 2011 o resultado fora de R$ 8.468,91. Sendo assim, houve um aumento expressivo de 78,83% sobre o Lucro Líquido do Exercício, se interpretado por uma 57 média dia, já em 2010 este lucro é de R$ 26,31/dia, e na primeira metade de 2011 este lucro é de R$ 47,05. 5.2.2 Análise Através de Índices Financeiros Quadro 3: Índices Financeiros Índices 2010 2011 Índice de Liquidez Corrente 1,0688 1,0500 Índice de Liquidez Seco 0,4021 0,6518 Giro de Estoque 9,3803 4,0363 Período Médio de Cobrança 0 0 Período Médio de Pagamento 48,5907 50,2943 Giro do Ativo Permanente 0 0 Giro do Ativo Total 17,2040 4,8935 Índice de Endividamento Geral 0,9355 0,9524 Índice Exigível a Longo Prazo - Patrimônio Líquido 0,6374 1,2384 Margem Bruta 0,6315 0,6636 Margem Operacional 0,1616 0,2977 Margem Líquida 0,1616 0,2977 Taxa de Retorno sobre o Ativo Total - ROA 2,7898 1,4566 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) 1,8940 1,8940 Fonte: Registros financeiros da empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda. Análise Horizontal -1,76% 62,10% -56,97% 0 3,51% 0 -71,56% 1,81% 94,29% 5,08% 84,22% 84,22% -47,79% 0 Liquidez Corrente Conforme apresentados os índices de Liquidez Corrente, entende-se que no ano de 2010 para cada real de dívida a empresa tem R$ 1,0688 para pagá-lo, assim entende-se que está em condição de pagamento de suas obrigações. Já no primeiro semestre de 2011, para cada real a empresa conta com R$ 1,05 para pagar seus débitos, então a sua condição pagamento reduziu 1,76% em relação ao período anterior. Um fator que representa essa baixa na liquidez é o fato da empresa ter feito novos investimentos, e seu ativo é o estoque e suas vendas à vista (caixa), os seus 58 fornecedores são a prazo, ou seja, serão saldados com novas entradas no caixa (novas vendas à vista). Assim, considera-se que, isoladamente, o índice de Liquidez Corrente pode indicar o principal fator financeiro: se a empresa tem ou não condições de saldar seus compromissos em curto prazo. Liquidez Seco Conforme os dados apresentados na tabela de índices, houve um crescimento significativo do ano de 2010 para o primeiro semestre de 2011. Em 2010 ela contava apenas com R$ 0,40 para cada real de dívida, já na primeira metade do ano de 2011 a situação ficou menos preocupante, porém, não deixando de ser, pois conta com apenas R$ 0,65 para cada real de débito. Este aumento de 62% de um período para o outro foi provocado pelo aumento do caixa, assim favorecendo a situação. Análise do Giro de Estoque Durante o ano de 2010, os estoques se renovaram um número de 9 vezes, ou seja, ele se renovou a cada 38 dias. Já no primeiro semestre de 2011 o estoque se renovou 4 vezes ou a cada 45 dias. Este diferencial pode ser explicado pelo fato de ser um ano inteiro (2010) comparado com apenas o primeiro semestre do outro ano (2011), e que algumas sazonalidades como natal, dia das crianças, dias das mães e pais fazem total diferença, bem como Natal e dia das crianças. Mas, é interessante 59 considerar que o custo dos produtos vendidos diminuiu no período de 2011 em comparação ao de 2010. Período Médio de Cobrança Devido ao fato das vendas serem somente a vista, o resultado de ambos períodos é zero. Período Médio de Pagamento Conforme tabela de índices, no período de 2010, a empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda obteve um prazo médio de 49 dias para pagar os seus fornecedores desde o dia em que a mercadoria chegou na empresa. Porém, no primeiro semestre de 2011, a empresa teve um prazo médio de 50 dias para pagar seus fornecedores. Então no período de 2011 a empresa teve um prazo pouco maior para pagar seus fornecedores em relação ao ano de 2010, ou seja, neste último período os fornecedores disponibilizaram uma condição de prazo mais flexível à empresa pelo fato do volume de produtos comprados serem maiores do que no ano anterior. Giro do Ativo Permanente Devido ao fato da empresa não ter nada constando em seu ativo permanente não pode se obter resultados neste índice para ambos os anos. 60 Giro do Ativo Total No período de 2010, o ativo total teve retorno em vendas de 17%, já no primeiro semestre de 2011 fora de apenas 5%, ou seja, uma queda considerável de 72%. Porém é importante considerar que neste último período o ativo da empresa veio a aumentar devido ao maior fluxo de caixa. Endividamento Geral No ano de 2010, a Di Bernardo & Marangoni utilizava capital de terceiros que representava 93,5% do ativo total da empresa. Já para o período de 2011 a representatividade do capital de terceiros é de 95,2% em relação ao ativo da empresa, isso devido ao investimento feito na estrutura e em novas compras durante a nova gestão, tornando assim a empresa mais dependente de recursos de terceiros. Exigível a Longo Prazo – Patrimônio Líquido No ano de 2010, o valor do exigível a longo prazo é de 64% do valor do patrimônio líquido da empresa, e no primeiro semestre de 2011, o qual foi tomado as decisões da nova gestão sobre investimentos proporcionaram um aumento na representatividade do exigível a longo prazo com o patrimônio líquido totalizando este índice em 124%, ou seja, de um período para o outro houve um aumento deste índice de 94%, sendo assim aumento mais ainda o endividamento através de participação de capital de terceiros. 61 Margem Bruta No primeiro período do estudo, a margem bruta representa 63%, ou seja, após as vendas e o pagamento dos produtos o lucro que fora obtido é de 66% antes de deduções de impostos. Já, para 2011, este índice ficou mais atraente com um aumento de 5% em relação ao ano anterior, com uma participação sobre as receitas de 66% na primeira parte do ano de 2011, isso devido ao aumento de estoque, redução dos custos de mercadorias vendidas, redução das deduções e por fim uma receita bruta maior em relação a 2010. Margem Operacional Em relação ao primeiro semestre de 2011, o ano de 2010 teve maiores despesas administrativas e gerais, resultam em um percentual de 16%, já para 2011 o índice expressou um resultado melhor de 30% sobre as vendas. Margem Líquida Devido a empresa não ter dedução de imposto de renda, os resultados da Margem Líquida são os mesmos da Margem Operacional. Taxa de Retorno sobre o Ativo Total (ROA) Em 2010, o lucro líquido é de 2,8 vezes sobre o ativo total da empresa, enquanto o primeiro semestre de 2011 tem um retorno dos investimentos 48% 62 menor, igual a 1,5 vezes o ativo total, isso devido ao aumento considerável do ativo total, proporcionado, principalmente, pelo aumento do fluxo de caixa através do aumento das vendas Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) É possível notar, conforme tabela de índices, que o retorno que os sócios tiveram é de 1,9 vezes o patrimônio líquido da empresa em ambos os anos devido a coincidência do lucro líquido após o imposto de renda ser de igual valor. Parecer Financeiro da Empresa Conforme análise feita sobre os índices e tabelas de Balancetes e DRE, é possível perceber que a empresa se encontra em um momento de mudanças, investimentos e até uma melhoria em suas receitas, porém alguns pontos são preocupantes pois a empresa passou a ter uma liquidez corrente menor e uma maior dependência de capital de terceiros. O giro de estoque também veio a diminuir, porém, devido ao fato do volume do estoque ter aumentado através de novos investimentos sobre o mesmo. O período médio de pagamento teve um aumento de 3,5% em relação ao primeiro período analisado e o indice de endividamento também aumento devido ao fato do volume de compras terem aumentado. Em uma análise unicamente feita sobre os índices comprovam que a situação financeira da empresa tornou-se mais preocupante no último período. 63 6 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES No contexto observado da situação da empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda., através dos relatos do ano de 2010 e primeiro semestre de 2011, e embasado na entrevista com o gerente, além da observação feita no dia a dia da organização, pode-se enumerar algumas sugestões e recomendações para que a empresa possa ter um melhor controle de suas finanças a fim de tomadas de decisões mais eficazes: a) Utilização correta do software de gestão financeira já instalado na empresa, a fim de que se possa ter conhecimento detalhado da real situação da empresa nos próximos períodos; b) Conscientizar-se da importância do registro de todas as informações pertinentes às finanças de forma clara para pesquisas futuras; c) Treinamentos e reciclagens em finanças para que se possa estimular a sensibilidade em tomadas de decisões; d) Controlar o caixa da empresa afim de realizar novas compras para que possa reduzir o período de pagamento, assim diminuindo o índice de endividamento, além de prever gastos e despesas para proporcionar um melhor índice de liquidez. e) Realizar promoções e liquidações para gerar vendas de produtos de muito tempo no estoque, a fim de aumentar o giro de estoque. f) Programar uma nova análise financeira sobre o segundo semestre de 2011, para que se possa ter mais uma visão imediata sobre a situação financeira da empresa e sobre os resultados obtidos. 64 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O principal intuito desta pesquisa é de obter um conhecimento claro sobre a situação financeira da empresa Di Bernardo & Marangoni Ltda, através de coleta de dados e informações, entrevista com gerente, análise e interpretação de dados que puderam colaborar com os objetivos do trabalho. O estudo disponibilizou aos autores uma oportunidade ímpar de presenciar na prática o setor financeiro de uma empresa, especificamente familiar e com hábitos pouco regulares em gestão financeira, assim estimulando aos acadêmicos um cenário de reforma a fim de que se possa tomar decisões mais assertivas podendo melhorar a situação da empresa. A Pesquisa disponibilizou aos sócios e ao gerente da empresa uma direção mais clara se comparado ao que se percebia sobre a situação da empresa, assim se estes optarem por utilizar este trabalho acadêmico, além das ferramentas de finanças que foram apresentadas pelo mesmo, possivelmente a empresa poderá tomar decisões corretas a fim de obter resultados mais satisfatórios. Mediante a realização do estudo pode-se atingir os objetivos propostos, pois foi possível levantar dados e informações, calcular e analisar índices que demonstraram claramente a situação da empresa. É de extrema importância ressaltar que a administração financeira dentro de BOM 65 REFERÊNCIAS AAKER, D. A. Administração de mercado. 5 ed. Porto alegre: Bookman 2001. ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho cientifico. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2005. ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômicofinanceiro comércio e serviços, industriais, bancos comerciais e múltiplos. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2002 ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Editora Atlas, 2003. BARROS, A. J.S; LEHFELD, N. A.S. Fundamentos de metodologia. 2. ed.São Paulo: Makron Books, 2000. CERVO, A. L. e BERVIAN P. A. Metodologia científica, 4 ed. São Paulo: Makron, 1996. CHAOUBAH, A. e BARQUETE, S. Pesquisa de Marketing. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2007 CHEROBIM, A.P. S; LEMES JUNIOR A. N. ; RIGO, C. M. Administração Financeira: princípios e fundamentos e práticas brasileiras aplicações e casos nacionais. 4 ed. Rio de Janeiro editora campus 2001. CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, 2003. EUGENE, J.F.W; BRIGHAM F. Fundamentos da Administração Financeira. 10 ed. São Paulo: Editora Person Makron Books, 2004. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ED. São Paulo: Atlas,1996. GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 7. ed. São Paulo: Harbra,2002. GROPPELLI, A.A; NIKBAKHT, E. Administração financeira. 2 ed. São Paulo: editora saraiva 2002. IPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em<http://www.ipardes.gov.br/perfil_municipal/MontaPerfil.php?Municipio=85420&bt Ok=ok> acesso em: 15 de outubro de 2011. LAS CASAS, A. L. Administração de Marketing: Conceitos, planejamento e aplicações: A Realidade Brasileira. 1. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2010. LAKATOS, E.M. fundamentos metodologia cientifica. São Paulo: atlas . 2001. MACHADO, J. R. Administração de Finanças Empresariais. 1 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2002. MARION, J. 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Quando este setor encontra-se em crise, qual é o comportamento percebido nas vendas e finanças da empresa Di Bernardo & Marangoni? 2) Em relação as sazonalidades como datas comemorativas, e com a moda, bem como lançamento de coleções , qual relação que é possível ter com o setor financeiro (compras, estoques e vendas) da organização? 3) Na Di Bernardo & Marangoni, como é feito o levantamento de dados financeiros e como estes são registrados para uma consulta futura? 4) Para cada período é feito algum cálculo financeiro, é utilizado algum índice para se chegar a alguma conclusão financeira? Caso afirmativo é feito de período em período? 5) Quais são os tipos de controles financeiros utilizados pela empresa nos últimos tempos? 6) Os dados contábeis influenciam as tomadas de decisão da organização? 7) De que forma os dados contábeis podem colaborar com a futura situação financeira da organização? 8) E feito alguma análise dos períodos anteriores, a fim de buscar melhorias para resultados futuros? 9) Existe algum planejamento financeiro de curto e/ou de longo prazo? 10) Sendo a Di Bernardo & Marangoni uma empresa de pequeno porte, é feito um controle das finanças da empresa separadamente das finanças pessoais e de família? 11) É possível descrever a atual situação financeira da empresa? Caso afirmativo, qual seria?