AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR DE ALIMENTOS REGIONAIS HIPERCALÓRICOS POR PACIENTES DIABÉTICOS EM BELEM DO PARÁ Aline da Silva Cota1; Adrielle Aguiar de Carvalho2; Elenilce Pereira de Carvalho3; Fernanda Oliveira Serrão1 1Graduação, 2Especialização, 3Mestrado Universidade Federal do Pará (UFPA) [email protected] Introdução: Em Belém do Pará o açaí e a farinha de mandioca representam muito mais que alimentos regionais, estão enraizados na cultura do povo, são gostos e valares indissociáveis. Estes alimentos caracterizam-se por serem hipercalóricos, e por isso para os diabéticos o consumo deve ter moderação, mas não proibição. Dietas muito restritivas são comuns aos diabéticos, necessitando desconstruir esta estratégia, a qual contribui para frustrações, perda de controle e baixa adesão a dieta à longo prazo. Retirar o alimento de sua preferência, é também retirar o prazer em comer, a identidade cultural e a socialização, uma vez que se cria um laço afetivo com o alimento. Objetivos: Conhecer o consumo de açaí e farinha de mandioca dos pacientes diabéticos, afim de esclarecer a possibilidade do consumo adequado considerando sempre o controle glicêmico. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e prospectivo, realizado com pacientes portadores de DM2, atendidos no ambulatório no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) em Belém-PA, no período de abril/2016 a julho/2016. Para avaliar o consumo de açaí e farinha, foi aplicado um questionário de frequência alimentar (QFA). Resultados e Discussão: Dos 47 pacientes entrevistados, houve predominância do sexo feminino (68,08%). A idade variou de 46 a 82 anos, com média de 66 (DP=7,6) anos. Em relação ao açaí, 6,37% relataram consumir todos os dias; 4,35% 5-6 vezes por semana; 19,14% 2-4 vezes por semana; 12,7% 1 vez por semana; 40,42% 1-3 vezes por mês e 17,02% não consomem, demonstrando a partir dos dados, a importância do açaí na mesa, como parte da identidade dos paraenses. Com a farinha de mandioca não foi diferente, 34,06% relataram consumir todos os dias; 2,12% 5-6 vezes por semana, 25,53% 2-4 vezes por semana; 6,38% 1 vez por semana; 17,02% 1-3 vezes por mês e 14,89% relatou não consumir mais. Durante as entrevistas, pode-se perceber a dúvida que os pacientes ainda possuem sobre o consumo destes alimentos. Alguns relataram episódios de consumo exagerado por vivenciar semanas sem o consumo, o que além de afetar a glicemia pode gerar comportamentos compulsivos. Além disso, ao serem indagados sobre a frequência de consumo, muitas vezes, o cuidador intervia na resposta do paciente ao dizer outra frequência, o que reflete a insegurança por parte do entrevistado em relatar o real consumo, uma vez que muitos se sentem julgados pelo consumo destes alimentos. Conclusão: Portanto, é necessário educar os pacientes diabéticos a respeito de quando e de que maneira deve-se consumir o açaí e a farinha de mandioca, ressaltando que o consumo de fibras como aveia e linhaça, diminui o índice glicêmico destes alimentos, podendo ser inseridas em seu plano alimentar, contribuindo assim, no controle da glicemia. Anais do V Congresso de Educação em Saúde da Amazônia (COESA), Universidade Federal do Pará – 8 a 11 de novembro de 2016. ISSN 2359-084X.