Endomarketing como ferramenta estratégica: a adequada utilização

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Endomarketing como ferramenta estratégica: a adequada utilização
dos canais de comunicação aos níveis organizacionais no século
XXI.*
Vanessa Inácio Araújo**
Vinícius Nunes Carvalho***
Resumo
Este artigo discute, com base na revisão bibliográfica, a importância do endomarketing
como ferramenta estratégica nas corporações. Verifica-se que essa área administrativa,
embora em desenvolvimento, tem se tornado imprescindível para empresas que queiram obter
excelência em um mercado globalizado e competitivo que entende que as pessoas são o seu
maior trunfo. O estudo inclui algumas ferramentas adequadas para difusão dos valores
organizacionais, propondo caminhos para estruturar um sistema mínimo de comunicação
interna.
Palavras-chave:
Endomarketing,
Competitividade,
Valorização,
Marketing
Interno,
Resultados.
Abstract
This work discusses the importance of endomarketing as a current strategic tool for
companies. The study shows the conviction that this administrative area has become more
important for companies that seek high quality in the globalized and competitive business
world, and for those who understand that people are their best asset. The study also shows
some proper tools for the dissemination of company values, and suggests different ways to
develop a minimal internal communication system.
Palavras-chave: Endomarketing, Competitivity, Value, Results.
___________________________________________________________________________
*Este artigo constitui-se o Trabalho de Conclusão do curso de Gestão Design e Marketing do Instituto
Federal Fluminense – Campus Centro
**Graduada em Direito – E-mail: [email protected]
*** Tecnólogo em Sistemas de Telecomunicações – E-mail: [email protected]
Introdução
O mundo corporativo é extremamente dinâmico, está sempre em busca de mudanças,
evoluindo. A competição por novos mercados, a manutenção do já existente, a necessidade de
consolidação da empresa, fazem com que a procura por diferenciais, por métodos ou
mecanismos que tragam os resultados esperados seja constante.
Como consequências desse estado permanente de mudanças, as empresas mais
avançadas do mundo, têm percebido que para conseguir sobreviver no mercado globalizado,
altamente competitivo não devem apostar apenas em equipamentos de última geração; para
isso, elas devem apostar em seu bem de maior valor: as pessoas.
Com base nessa percepção, o funcionário agora visto como cliente interno, torna-se
fator de investimento, adquire maiores benefícios (salários maiores, planos de saúde,
previdência etc..). Porém, para que esse novo personagem torne-se um real parceiro do
negócio é necessário um esforço maior.
Há necessidade de integrá-lo aos valores da empresa para fazê-lo sentir-se participante
desse universo. A forma encontrada para o alcance dessas metas já existia, consistia em uma
ferramenta utilizada em qualquer empresa: a comunicação interna.
Assim, a comunicação interna adquire novos contornos, com maior importância dentro
das companhias. Torna-se uma nova área administrativa que agrega valores de outras
(recursos humanos, finanças, etc.) e principalmente do marketing de onde retira as bases de
suas novas estratégias, e passa a se chamar endomarketing.
Conforme (Bekin,1995) endomarketing é um conjunto de “ações gerenciadas de
marketing eticamente dirigidas ao público interno (funcionários) das organizações e empresas
focadas no lucro, das organizações não lucrativas e governamentais e das dos terceiro setor
observando condutas e responsabilidade comunitária e ambiental”.
A função do endomarketing vai além da simples transmissão de informações internas.
Hoje é visto como ferramenta estratégica para o alcance de resultados, pois sua atuação afeta
a qualidade do ambiente de trabalho, na valorização, na motivação dos funcionários.
Atingir essas metas diante de empresas que são compostas por personagens e setores
heterogêneos é uma tarefa complexa. Acrescenta-se ao fato, a existência de inúmeros canais
de comunicação que podem ou não atingir o propósito almejado se não forem utilizados para
o público adequado.
2
Diante da problemática exposta, este estudo discute a importância do endomarketing
como ferramenta estratégica motivacional nas empresas, com base em entendimentos de
diversos autores e apresenta, sem esgotar as possibilidades, canais adequados de comunicação
para os diversos níveis que compõem o complexo ambiente de uma instituição.
As questões discutidas neste artigo encontram-se estruturadas em cinco seções. A
Seção 1 faz um retrospecto da evolução da comunicação interna em empresas. Os diferentes
aspectos envolvidos no diálogo organizacional na contemporaneidade são tratados na Seção 2.
A Seção 3, por sua vez, apresenta a caracterização, os fundamentos, objetivos e instrumentos
comumente usados no endomarkerting. Os diferentes níveis e canais de comunicação interna
e dois casos ilustrativos de endomarketing são apresentados nas Seções 4 e 5,
respectivamente.
1 Comunicação Interna
Nesta seção, apresenta-se um breve panorama do início da comunicação entre
empregados e empregadores, e as transformações pelas quais o instituto vem passando.
1.1 Breve Histórico
Inglaterra, Revolução Industrial, século XIX, não havia jornada de trabalho - as
condições eram precárias e insalubres, os funcionários trabalhavam num regime de
semiescravidão. Em meio a esse ambiente, começaram a circular nas empresas, muitas vezes
financiados e apoiados por grupos de empregados influentes, panfletos de protesto. Como
reação a essas ações, as empresas buscaram formas de comunicação com seus colaboradores
visando neutralizar tais atitudes. Assim surgiu a Comunicação Interna.
No Brasil, o desenvolvimento da comunicação organizacional coincidiu com a
Industrialização e o próprio crescimento econômico do país (Torquato. 2002). Primeiramente
as empresas tinham o produto como seu foco principal; em seguida, as organizações voltaram
suas atenções para sua própria imagem e, atualmente, concentraram seus esforços na
comunicação como fator estratégico.
Diante do exposto, identificam-se dois momentos no desenvolvimento do diálogo
organizacional. No primeiro, o foco estava no público externo, havia pouca competitividade
3
entre as empresas, a comunicação era fragmentada, isolada; vista como algo que gerava custo,
que não demandava muito investimento. No segundo, adotou-se uma visão mais ampla e
estratégica da área que passou a contar com maiores investimentos, pois o mercado tornou-se
altamente competitivo e a comunicação com todos os públicos estratégicos (stakeholders) se
transformou em uma arma na busca de resultados.
Nesse contexto, a comunicação interna foi se aperfeiçoando, agregando conhecimentos,
adquirindo maior importância a ponto de, em algumas empresas, constituir um setor
administrativo autônomo.
2
O Diálogo Organizacional Contemporâneo
Desde que nasce, o homem aprende que, para alcançar aquilo que deseja, precisa fazer
quem está a sua volta compreender aquilo que quer. Seja para as ações mais básicas, como
comer, por exemplo, como para as mais complexas - ele precisa fazer com que as pessoas o
entendam e, à medida que cresce, seus desafios aumentam. Suas ideias além de
compreendidas devem ter o condão de convencer, de motivar, de agregar. Ele deve fazer com
que outros indivíduos tenham o interesse de se empenhar em prol daquilo que deseja. Eis o
poder da comunicação, agregar esforços para atingir resultados.
A comunicação organizacional proporciona o entendimento necessário, tanto no âmbito
interno quanto no externo, de forma que possam atuar de modo organizado e assim alcançar
as metas estabelecidas.
A Comunicação Organizacional, como visto anteriormente, é composta de uma parte
externa, voltada para os clientes, consumidores, e por uma parte interna, focada nos
colaboradores de uma instituição. Por muito tempo, os esforços e investimentos na área
objetivavam apenas àquela parte, porém, principalmente em função da globalização, esse
ponto de vista foi alterado e as instituições passaram a olhar mais para seus colaboradores
internos.
A partir da globalização, os avanços tecnológicos, por sua rápida superação, passaram a
não ser mais um fator de diferenciação entre os concorrentes. Estes, por sua vez, se
multiplicaram, pois o mercado passou a ser global e não regional ou nacional, as informações
passaram a ser transmitidas em uma velocidade muito superior às formas mais tradicionais e
as empresas foram pressionadas a aprimorar seus processos constantemente para adquirir
vantagem competitiva.
4
Nesse cenário, as empresas descobrem que o único agente capaz de proporcionar
diferenciação competitiva são as pessoas. Não há como alcançar qualidade, eficiência, atingir
resultados satisfatórios sem elas. Porém, segundo Chiavenato (2014, p.288): “Não basta
remunerar as pessoas pelo seu tempo dedicado à organização. Isso é necessário, mas
insuficiente. É preciso incentivá-las continuamente a fazer o melhor possível, a ultrapassar o
desempenho atual e alcançar metas e resultados desafiantes”. Cabe assim a Comunicação
Interna o papel de conscientizar os seres participantes desse processo a atuarem de acordo
com essa realidade no ambiente empresarial.
Direcionada a todos os indivíduos que pertencem ao quadro de colaboradores de uma
companhia (diretores, empregados, etc.) a Comunicação Interna vem se tornando verdadeira
aliada na conquista de objetivos, uma vez que, por meio desta, a empresa tenta suprir as
necessidades de seus funcionários e, como consequência, obtém aumento dos lucros. Ela
proporciona um clima organizacional de qualidade à medida que equaliza interesses, integra
equipes, produz comprometimento, melhora a imagem interna e externa, entre outros
objetivos que são fundamentais para crescimento e desenvolvimento empresarial.
È estratégica quando proporciona troca de conhecimento na divulgação de informações,
de objetivos estratégicos e aspectos da cultura organizacional, criando uma linguagem única.
É integradora quando incentiva o diálogo e relações estáveis e doradouras,
fundamentais para a criação de um ambiente favorável à troca de experiências e de
conhecimento, integrando os clientes internos aos objetivos e metas da organização.
Motiva e promove a satisfação à medida que concede ao público interno acesso à
informação e proporciona a oportunidade destes emitirem suas opiniões. Como não é uma via
de mão única, favorece a participação do colaborador nos processos da instituição
proporcionando a sensação de pertencimento.
Uma comunicação mal feita pode trazer sérios problemas como desequilíbrio no
trabalho em grupo, baixa produtividade aumento do stress, conflitos pessoais, ruídos de
comunicação (boatos inadequados, mensagens distorcidas) falta de motivação e de
comprometimento.
Assim essa nova área adminstrativa, ainda em desenvolvimento, se transformou em
uma das ferramentas mais adequadas para as empresas sobreviverem em tempos de
concorrência mundial.
5
3 Endomarketing
Bekin (1995) define o tema desta seção como ações gerenciadas de marketing
eticamente dirigidas ao público interno (funcionários) de organizações e empresas. O quadro a
seguir apresenta as definições dos fundamentos essenciais para a melhor compreensão dos
objetivos do endomarketing.
Quadro 1 – Fundamentos do Endomarketing conforme Bekin (2002, p.24)
“Definição: “Ações gerenciadas de marketing dirigidas ao público interno
(funcionários) das organizações e empresas focadas no lucro, organizações
não lucrativas e governamentais e as do terceiro setor”.
“Conceito: Um processo cujo foco é alinhar, sintonizar e sincronizar, para
implementar e operacionalizar, a estrutura organizacional de marketing da
empresa ou organização, que visa e depende da ação do mercado”.
“Objetivo: Facilitar e realizar as trocas, construindo lealdade nos
relacionamentos com o público interno, compartilhando os objetivos da
empresa ou organização, harmonizando e fortalecendo estas relações
melhorando assim seu valor de mercado”.
“Função: Integrar a noção de “cliente” aos processos internos da estrutura
organizacional propiciando melhoria na qualidade de produtos e serviços
com produtividade pessoal e de processos”.
Fonte: Bekin (2002, pág.24)
Brum (2000, p.34) considera que endomarketing “é dar ao funcionário educação,
carinho e atenção, tornando-o bem preparado e bem informado para que possa tornar-se
também uma pessoa criativa e feliz, capaz de surpreender, encantar e entusiasmar o cliente”.
A autora alerta ainda que “é um esforço feito por uma empresa para melhorar o nível de
informação e, com isso, estabelecer uma maior aproximação com o seu funcionário”.
6
Segundo Brum (ibid), o marketing interno está mais voltado para um processo de
comunicação interna, do que para um processo de marketing .
Apesar
da
divergência
apontada
nas
definições
supramencionadas
acerca
endomarketing pertencer à comunicação ou ao marketing, todos os autores possuem o mesmo
entendimento. Trata – se de uma ferramenta para a melhoria de resultados de uma corporação
através do fortalecimento das relações entre empresa e colaboradores.
Este estudo segue o entendimento adotado por Brum, sem, contudo, desconsiderar os
importantes estudos de Bekin, por abordar um olhar mais humanístico nas relações
empresariais.
Assim, como ramo da comunicação, o endomarketing é uma parte mais específica
daquele, detendo seu foco na integração e motivação dos colaboradores através da utilização
das ferramentas de marketing.
Os profissionais de marketing utilizam instrumentos, ferramentas específicas,
denominadas “Composto de Marketing”, para analisar seu público alvo com o objetivo de
satisfazer e reter os clientes. São eles: Produto, Preço, Praça e Promoção.

Produto: desenvolvimento de um produto, um bem ou serviço que suprisse as
necessidades dos clientes.

Preço: consiste em colocar um preço no produto ou bem, desenvolver formas e prazos
de pagamento, política de descontos;

Praça: consiste em colocar o produto disponível em canais de venda adequados ou por
meio de entrega, garantir estoque adequado e oferta variada de produtos, transporte.

Promoção: consiste em desenvolver atividades de comunicação que incentivem o uso
do bem ou produto.
O profissional de comunicação interna, atuando nessa nova área organizacional, utiliza
as ferramentas em comento aplicando-as ao público interno de uma organização, orientando
suas ações em torno destes, criando assim um “composto de endomarketing” (Inkotte, 2000).
Os 4Cs dessa nova vertente do diálogo organizacional compreendem Companhia,
Custos, Coordenadores e Comunicação:

Companhia- consiste em fazer com que as organizações sejam capazes de atrair e reter
os colaboradores, ou seja, que a mesma seja capaz de suprir as necessidades dos
mesmos como profissionais,

Custos - se referem ao gerenciamento dos custos da estrutura organizacional
necessária para a aplicação dessa nova estratégia,
7

Coordenadores - comportam as tarefas dos coordenadores dessa nova área cujas
atividades compreendem a elaboração e implantação de instrumentos necessários para
gerar tal engajamento,

Comunicação - é a atividade de informar aos colaboradores sobre a organização suas
estratégias e oportunidades, e receber dos funcionários informações para
aprimoramento das atividades executadas.
Estruturando a comunicação interna com base nesses compostos as organizações
poderão obter um profundo envolvimento de seus colaboradores que contribuirão para a
construção de uma empresa mais produtiva e competitiva. Os reflexos podem ser
demonstrados conforme figura abaixo.
Aumento
da
Satisfação
interna
Maior
integração
do publico
interno
Melhora
do fluxo de
informação
Endomarketing
Melhora do
clima
organizacional
Melhoria da
Produtividade
Figura 1. Reflexos do Endomarketing (CASTRO, 2014)
8
4 Canais de Comunicação
Diante de toda a inovação apresentada, é fácil compreender a complexidade de uma
comunicação interna. Fazê-la funcionar de forma eficiente é um desafio que toda empresa
precisa enfrentar para evoluir. Para que as estratégias adotadas nessas ações funcionem é
preciso que os meios de veiculação da mensagem utilizados sejam adequados aos níveis
hierárquicos de uma companhia.
Para isso é necessário uma pesquisa organizacional para identificar o público alvo, com
o intuito de escolher os veículos mais adequados para difundir a mensagem, a linguagem mais
eficiente, o formato mais adequado, a quantidade ideal de meios de comunicação. De nada
adiantaria adotar a intranet como único meio de informação, por exemplo, se o nível
operacional, que compõe a maior parte dos trabalhadores da empresa, não tem acesso a
computadores.
Para projetar as ferramentas de comunicação interna pode-se pensar em canais
impressos ou digitais e aplicá-los em conformidade com cada nível organizacional que
compõe a estrutura da unidade empresarial.
Via de regra, uma organização é composta dos seguintes níveis: estratégico, tático e
operacional, detalhados a seguir.

Nível Estratégico: é o nível mais alto da hierarquia, onde os gestores da alta cúpula
(presidentes, diretores, etc.) decidem os temas que afetam a organização de modo
global. As tendências mais importantes na regulação governamental, o comportamento
dos concorrentes, a mudança nos costumes dos consumidores, o clima e a cultura
organizacional, bem como as estratégias e políticas da organização são alguns dos
temas que são trabalhados por estes administradores.

Nível tático: nível onde estão presentes os gerentes ou chefes de divisão, ou seja, os
responsáveis por uma área da organização (Gerência de Recursos Humanos,
financeira, etc.). Eles possuem a função de implementar em sua área as estratégias e
políticas decididas no nível estratégico. Devem saber se relacionar com outros
gerentes e com seus subordinados, resolver conflitos e motivar seus funcionários.

Nível operacional: nível onde são encontrados os supervisores e chefes de equipes
focadas em tarefas específicas, como a produção de bens e serviços. Eles devem
seguir as regras e diretrizes estabelecidas no nível tático, motivando seus funcionários
da linha de frente para que façam seu trabalho de maneira eficiente.
9
Baseado no público que compõe cada um desses níveis podemos concluir que a
comunicação interna impressa (jornal, revista, mural, boletins internos) pode ser adotada para
um público sem acesso a computador, com idade variada, e para uma instituição de menor
porte, com poucas unidades. Nesse caso a informação veiculada deve possuir uma velocidade
de atualização menor possibilitando assim maior intervalo entre as publicações. Tal estratégia
possibilita a formação de uma memória documental e pode ser transmitida para além dos
portões da empresa. Seria a mais indicada para os níveis operacionais, dependendo do ramo
de atividade da instituição.
A comunicação interna eletrônica (intranet, revista eletrônica, TV interna, Newsletter,
e-mail, redes sociais, blogs etc.) é recomendada a um público com amplo acesso aos meios
informatizados, maior quantidade e velocidade de atualização de informações, que tenham
maior necessidade de trocar informações em uma instituição de maior porte, sendo mais
indicada para os níveis mais elevados da hierarquia.
Outras inúmeras características podem ser observadas na escolha dos veículos mais
adequados, porém o mais importante é identificar e aplicar aquela que realmente seja capaz de
transmitir corretamente aquilo que se pretende.
A seguir é apresentado um exemplo, criado pelos autores, de canal de comunicação
adequado ao público tático e estratégico e dependendo da atividade da empresa, também ao
nível operacional.
Na figura temos uma tela de intranet de uma empresa de festas fictícia, onde são
apresentados tópicos importantes para a corporação.
Na parte superior apresentamos a missão, visão e valores da instituição e os certificados
conquistados, para manter os colaboradores alinhados com os princípios da corporação.
No corpo da página são apresentados eventos da empresa, informações úteis, e canais
para consultas externas (bancos, previsão do tempo) que auxiliam também o funcionário na
organização de sua vida pessoal.
Para que seja um local que incentive e motive ainda mais a consulta do colaborador à
ferramenta, há no lado esquerdo botões que dão acesso a documentos do setor de recursos
humanos, como o contracheque, currículo; acesso a planos de carreira, e atendimento pelo
setor de recursos humanos, entre outros. Complementando, do lado direito, há espaço para
que o funcionário se expresse, fazendo sugestões ou reclamações por e-mail ao setor
administrativo.
Essa ferramenta pode ser adaptada à estrutura e necessidade de cada empresa e
constitui, na medida em que favorece a troca de informações, a comunicação estratégica da
10
empresa e promove sinergia entre os integrantes da corporação, um diferencial de alta
competitividade importante para instituições que querem se consolidar no mercado
globalizado.
Figura 2. Tela ilustrativa de uma intranet
Fonte: Os autores.
5 Casos
Nesta seção são apresentados dois casos de ações de endomarketing bem sucedidas no
mundo corporativo. São explicitados casos de empresas como a Google e o Citibank, que
perceberam em seus números as vantagens de ter incorporado essa nova ferramenta a suas
estratégias empresariais.
Eleita em 2012 a melhor empresa para se trabalhar pelo ranking da Revista Forbes e, em
2013 pela revista Exame, a Google, vem aumentando seu faturamento anualmente apostando
no bem-estar de seus funcionários. Ações como oferta de boas refeições, café, guloseimas
gratuitos para os empregados, três centros dedicados a qualidade de vida dos colaboradores
11
que oferecem massagens grátis, e um complexo esportivo que inclui quadra de basquete, pista
de hóquei, entre outros esportes, mantêm o bom resultado da empresa e ajudam a reter e
conquistar os melhores talentos do mercado.
O Citibank do Rio grande do Sul realizou uma campanha que visava expressar o
orgulho, confiança e o otimismo de seus funcionários. Quatrocentos funcionários foram
fotografados com a mão sobre o peito, local onde foi colocado a logo e o slogan do grupo. Em
seguida essas fotos foram utilizadas em hotsites, banners offline, painéis, adesivagem de
ambientes e brindes, sem o conhecimento do colaborador.
Na figura que segue observa-se um exemplo do que foi desenvolvido pelo Citibank
como estratégia de endomarketing em sua unidade localizada no sul do Brasil.
Figura 3. Campanha de Endomarketing Citibank/RS
Fonte: site da agência RS Digital Direct
Essas ações renderam ao Citibank não apenas o prêmio Citi Marketing Award 2009, e a
adoção da estratégia em outros países, mas a satisfação de seus funcionários em ver o
reconhecimento de seus esforços valorizado pela empresa.
Esses dois cases ilustram como a
utilização de estratégias bem elaboradas de
endomarketing podem gerar bons resultados para o ambiente corporativo.
Considerações Finais
12
Este trabalho teve o objetivo de apresentar a importância do endomarketing como
estratégia competitiva no mundo globalizado. Ao aplicar as ferramentas de marketing na
comunicação para difundir a políticas, planos e valores, enfocar esforços em atender as
necessidades profissionais dos colaboradores, as empresas conseguem obter o engajamento
necessário para promover o desenvolvimento de suas atividades com excelência.
O profissional, agora visto como o diferencial competitivo, passa a ser estudado,
valorizado, e estimulado a oferecer dedicação como se fosse parceiro do negócio, pois , dessa
forma, cuidaria de suas atividades , de seu ambiente de trabalho com mais esmero
impulsionado pelo sentido de pertencimento, ou seja, como isso me pertence, devo cuidar da
melhor maneira possível.
Para obter tais resultados a equipe de comunicação utiliza o mix de marketing, e preço,
praça, produto e promoção se transformam no composto de endomarketing, Companhia,
Custos, Coordenadores e Comunicação. Por meio do estudo da cultura organizacional de uma
empresa aliada a aplicação do referido composto, são adotadas estratégias adequadas para
obter tal engajamento, tais como a utilização dos veículos de difusão adequados, sejam
escritos ou eletrônicos a cada esfera empresarial.
Tais estratégias têm se mostrado eficientes, a maior prova disso é o aumento da
lucratividade de empresas que valorizam seus colaboradores, como a Google, eleita a melhor
empresa para se trabalhar em 2013 , que obteve no terceiro trimestre de 2013 um lucro 36%
maior do que o mesmo período em 2012.
Diante do exposto, resta comprovada a eficiência da adoção da nova ferramenta pelas
empresas. Com iniciativas de endomarketing ganham os empresários, com o aumento de suas
finanças, e os trabalhadores com a melhora das condições de trabalho, benefícios e interesse
pela obtenção de um clima organizacional adequado, adquirindo a importância que sempre
mereceu.
Referências
BEKIN, Saul Faingaus. Conversando sobre endomarketing. São Paulo. Makron Books,
1995.
BEKIN, Saul Faingaus. Endomarketing: um estudo de caso da comunicação interna de
objetivos empresariais dirigida aos gerentes de agências de uma instituição financeira.
Fundação Escola de Comércio Alvares Penteado, São Paulo, 2002.
13
BEKIN, Saul Faingaus. Endomarketing: como praticá-lo com sucesso. São Paulo: PrenticeHall, 2004.
BRUM, Analisa Medeiros. Um olhar sobre o marketing interno. Lepm, Porto Algre, 2000.
CASTRO, Talita. “Endomarketing”. Disponível em: www.ebah.com.br. Acesso em: 24 dez
2014
CHIAVENATTO, Idalberto. Introdução à teoria Geral da Administração. Ed. Compacta.
São Paulo: Manole, 2004.
EXAME, Revista. “As melhores empresas para você trabalhar – 2013”. Revista Você
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PORTAL G1. “Google registra lucro 36% maior, de US$ 2,97 bilhões no 3º trimestre”. Portal G1.
Disponível em: <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/10/google-registra-lucro-36-maior-de-us-297bilhoes-no-3-trimestre.html>. Acesso em: 06 dez. 2013
INKOTTE, Alexandre Luiz, OLGA; Regina Cardoso; COSTA, Jane Iara Pereira da. “Endomarketing:
elementos para a construção de um marco teórico”. Universidade Federal de Santa. Santa Catarina, 2000.
Disponível em: www.endomarketing.com. Acesso em: 26 dez. 2012.
RS Digital Direct. “Endomarketing – Citibank - Sou mais CITI RS investe na
simplicidade e o Citibank resgata a paixão dos seus funcionários”, Agência RS Digital
Direct. Disponível em: www.rsdirect.com.br. Acesso em: 09 jan. 2014.
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