Edição 91 - Julho/Agosto 2012

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E D I T O R A
WWW.REVISTAWIDE.COM.BR
ANO 8 . N 91 . JULHO/AGOSTO 2012
R$ 11,90
Fonte de inspiração para os seus negócios
Música digital: entrevista
exclusiva com o VP
Scott Bagby, da Oi Rdio
O Brasil acordou para
o design como
diferencial competitivo?
Saiba como a produção
de imagens pode
influenciar as vendas
Dicas para alcançar
o sucesso no
e-commerce de moda
ESPECIAL
Design Rio + 20
com Felipe Taborda
Neuro
Marketing
Entenda os desejos, impulsos e motivações dos
consumidores e faça a sua marca vender mais
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EDITORIAL
Qual o seu trunfo?
É fato que o design se popularizou. Lendo o debate sobre
o tema, na página 26, recordei-me de uma frase de Robert
Hayes, professor de Harvard, que ouvi quando ainda era estudante de Desenho Industrial, na Esdi, e nunca esqueci. Dizia
ele: “Quinze anos atrás, as empresas competiam em preço. Hoje em qualidade. Amanhã será no design.”
Finalmente podemos dizer que chegamos nesse “amanhã”. O
que mais temos lido atualmente é que o Brasil não é mais o
país do futuro, é o país do presente. Então, pegando carona no
conceito, o design não é mais uma ferramenta do futuro, é a
ferramenta do presente. Temos que ser gratos a Steve Jobs,
por revelar o quanto o design pode ser o maior trunfo de
uma empresa.
Enfim, cabe a nós agora catequizar o mercado, mostrar ao
empresariado como o design pode contribuir para a geração
de valor de uma empresa. Por isso, inclusive, essa revista não
é mais de exclusividade dos “profissionais de internet”, ela
atende hoje um público maior, de designers, profissionais de
marketing, de tecnologia e, principalmente, de empreendedores, que devem sugar da economia criativa os insumos
para os seus negócios.
Um problema rotineiro hoje no E-commerce, para exemplificar, é o quanto as vendas podem cair se uma imagem não for
bem trabalhada, não transmitir um conceito, uma atitude, que
espelhe exatamente a marca. Esta edição traz uma reportagem que apresenta justamente a responsabilidade que
as imagens têm sobre as vendas. A comunicação via internet requer novos cuidados, e a boa notícia é que eles podem
ser medidos e seus resultados comprovados.
Por fim, para aprofundarmos no assunto e compreendermos
a atual lógica de consumo, espero por vocês aqui no Rio de Janeiro para o WOB 2012 – Wide Open Business Conference.
Serão três inesquecíveis dias de inovação, design thinking, neuromarketing, aplicativos, novas mídias, gameficação, tendências
e muito networking. Espero que esse congresso inspire-os ainda
mais. Ah, vale lembrar que um dos palestrantes, Jürgen Klaric,
já nos brindou com uma excelente entrevista para a matéria de
capa desta edição. Confira na página 44.
FALE CONOSCO
Atendimento:
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Redação:
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Publicidade:
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91
Direção Geral
Adriana Melo
Direção de Redação
Thiago Almeida
Projeto Gráfico
Tabaruba Design
Direção de Criação e Ilustração
Camila Oliveira
Ilustração (colaboração)
Carolina Vigna-Marú
Publicidade
Luanna Chacon
Marketing
David Costa Lima
Atendimento
Isadora Duarte
Tecnologia
Neilton Silva
Financeiro
Geraldo Magela
Eventos
Karina Maury
Revista Wide
www.revistawide.com.br
Versão para eReaders
www.revistawide.com.br/ereader
Arteccom
www.arteccom.com.br
CTP, Impressão e Acabamento
IBEP Grafica
www.ibepgrafica.com.br
Produção digital
www.kahek.com.br
FC Comercial e Distribuidora S.A
www.chinaglia.com.br
Boa leitura e bons negócios!
Adriana Melo
[email protected]
IMAGEM DA CAPA
FOTOLIA
br.fotolia.com
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A Arteccom, consciente de sua
responsabilidade ambiental e social,
utiliza papéis com Certificação CERFLOR
para impressão desta revista.
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CAPA
Neuromarketing
Entenda os desejos, impulsos
e motivações dos consumidores
e faça a sua marca vender mais
44
E-MAILS E TWEETS > 06
Inovação & Negócios > 07
FIQUE POR DENTRO > 08
Notícias, Blogs, Métricas,
Agenda, Livros, Direito na web,
Internacional, Wide Thinking
Design
> p. 14
PORTFÓLIOS > 14
Agência: Sirius Interativa,
Ilustração: Elisa Carareto
REPORTAGEM > 16
A influência da produção
das imagens no resultado
de suas vendas
ENTREVISTA > 22
Luli Radfahrer e sua
‘Enciclopédia da Nuvem’
OPINIÃO > 26
O Brasil acordou para a
importância do design como
diferencial competitivo?
ENTREVISTA
INTERNACIONAL > 30
VP do Oi Rdio:
Scott Bagby
ESPECIAL > 34
Design Rio + 20
com Felipe Taborda
COLUNAS > 38
Aqui, ali, em qualquer lugar:
Michel Lent, Internacional:
Julius Wiedemann,
Ilustração: Carolina VignaMarú, Design de interação:
Amyris Fernandez,
E-Commerce
> p. 92
Tecnologia
> p. 56
Marketing
> p.78
REPORTAGEM > 56
Inteligência Empresarial:
uma estratégia
indispensável para
a sua empresa
REPORTAGEM > 78
Pinterest: rede social
para criativos
REPORTAGEM > 94
Marcas de moda descobrem
o potencial do e-commerce
ENTREVISTA> 84
O Marketing da FGV
e seu líder: Marcos Facó
OPINIÃO > 100
Como está e para
onde vai o mercado
de compras coletivas?
ENTREVISTA > 62
AddTech investe
em tecnologia, inovação
e design thinking
OPINIÃO > 66
Front-end: o que mudou
de dois anos para cá
ESTUDO DE CASO > 70
KidsIn no iPad para as
mamães antenadas e
conectadas
COLUNAS > 74
Segurança: Ivo Machado,
Mercado de TI: Paulino
Michelazzo, Tableless:
Diego Eis
CAMPANHA > 88
Universal Channel aposta em
redes sociais e colhe ótimos
resultados
COLUNAS > 104
Web & Business: Roberto
Wajnsztok, E-commerce:
Mariano Faria
COLUNAS > 91
Marketing de conteúdo: Bruno
Rodrigues, Web fora da caixa:
René de Paula
Os links citados nesta edição estão reunidos na página principal do site da
revista. Acesse www.revistawide.com.br.
A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos
artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários.
Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.
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E-mails e
Tweets
E-MAILS [[email protected]]
FACEBOOK
Revista recebida e sorriso no rosto. Assim
como vocês me ouvem quando é preciso, é
sempre válido reconhecer um belo trabalho.
A revista está de cara nova. A embalagem
é um show. E acredito que a revista tenha
ganhado mais conteúdo. Muito bom! Parabéns
para todos que fazem parte da equipe!
Assim eu vou finalizando meu dia, por sinal
muito relax para o corpo, mas a mente
continua fervilhando de ideias alimentadas
também por minha revista favorita ...
A Wide, claro!
[facebook.com/arteccom]
ERICK DE ALBUQUERQUE
WWW.FACEBOOK.COM/ERICKDEALBUQUERQUE
RODRIGO MARRONI
[email protected]
Oi, Rodrigo! A equipe Wide agradece seu feedback e ficamos muito contentes por agradar o
nosso leitor. Você acertou, estamos de roupagem
nova e queremos levar conteúdos ainda mais
interessantes a vocês.
W I D E I N D I C A I PORTFÓLIO FREELANCER
Erick, que bom que somos fonte de inspiração
para novas ideias e futuros trabalhos. Esperamos
continuar levando conteúdos inspiradores para
você! Ah, e não deixe de nos enviar sugestões pelo
email [email protected].
T W E E T S [@arteccom, #revistawide]
@luccianomarques
#revistawide edição março/abril já percebi que
tem muita coisa boa.
@crevilaro
Fiquei impressionado com a#revistawide da @
arteccom o conteúdo é só fera!
@diegooliveira
@RevistaWide Gostei muito do novo formato
da revista. Parabéns!!!
@fredecs
Fiquei espantado com a @revistawide nº90,
pra mim foi a capa mais bonita até
hoje!
NOME: LUÍS KONRAD
EMAIL: [email protected]
SITE: HTTP://WWW.LUISKONRAD.COM
@trfraga
Sou leitor assíduo da #revistawide Devoro todo
o conteúdo para 02 meses em 02 dias. ;)
@imagocom
Quer ter seu portfólio publicado e indicado pela Wide?
Faça como Luís Konrad, que cadastrou seu trabalho
no site da revista: Menu/Cadastre seu portfólio.
Aguardamos seus bons materiais!
Com tanta informação é preciso filtrar o que
ler/ver/ouvir para otimizar o tempo! Estou
lendo a revista wide da @arteccom.
Sugestões dadas por meio dos e-mails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.
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I N OVAÇ ÃO & N EG Ó C I O S
Alexandre Cezário
Diretor Executivo da TV1.Com
Formado em Administração de Empresas com ênfase em Análise de Sistemas, Pós-Graduado em Marketing na ESPM e especializado em Tecnologia
da Informação na Fundação Getulio Vargas, Alexandre Cezário é Diretor Executivo da TV1.Com desde julho de 2011. Vindo da Propeg, onde ficou por
dois anos ocupando o cargo de Diretor Digital, Cezário já havia trabalhado no Grupo TV1 de 2007 a 2009, como Gerente de Novos Negócios.
OS SETE VERBOS PARA A CRIATIVIDADE
Um dos maiores desafios para nós, gestores de comunicação, marketing e tecnologia, é lidar com o vício de nossos
públicos e clientes por inovação e criatividade nas ações que entregamos. Isso
mesmo: estou falando para estes três
perfis que eram distintos e agora estão cada vez mais conversando sobre
os mesmos temas – tudo isso graças à
convergência digital.
E é o que tem acontecido na prática, porque o nível de dificuldade do game realmente está aumentando a cada partida que
vencemos. Além de nos cobrarem inovação, também buscam retorno, resultados, ROI e muitas outras variáveis sobre
cada centavo gasto. Algum tempo atrás era mais simples: criávamos para a grande rede ou elaborávamos algo diferente
e inovador para um evento e os patrocinadores já ficavam
satisfeitos com o impacto na imprensa, ou até mesmo pelo
simples fato de poderem falar “nós fizemos primeiro”.
Hoje, para que nossas ações tenham sucesso, é fundamental
que a abordagem parta de uma visão de planejamento, analisando tendências, mercados e públicos apoiados pelo viabilizador de tecnologia. Dessa forma, o criativo tem a “bola na
marca do pênalti” e pode conceber uma ação inovadora com
custo-benefício e retorno apropriados para quem a financiou.
Parece difícil, mas não precisa ser. Está cada vez mais claro
que precisamos trabalhar com equipes interdisciplinares e,
para que isso aconteça, temos que combater o ego exacerbado nos corredores da cultura organizacional. Havendo
essa sinergia, é hora de trabalhar!
Algum tempo atrás, tive contato com uma excelente ferramenta chamada SCAMPER, um conjunto de sete verbos que
possibilitam a exploração de diferentes maneiras de transformar algo. O nome dessa ferramenta vem das iniciais dos
sete operadores: Substituir, Combinar, Adaptar, Modificar,
Procurar outros usos, Eliminar e Rearrumar. Anote em seu
post-it, coloque-o em seu caderno de anotação ou até mesmo
cole dessa coluna: vale tudo para você não se esquecer destes verbos divinos.
Todos nós acompanhamos a diversidade de dispositivos
móveis ou até mesmo os fixos digitais que existem e estão
por chegar, como a TV digital, os tablets, os smartphones e os
brinquedos wi-fi conectados. Anote todas as possibilidades
de plataformas viáveis para o tema de seu projeto e comece
o brainstorm provocando seu time com estas palavras. Que
tal, por exemplo, combinar o iPhone para controlar o site da
sua empresa ou produto no iPad? E por que não propor outro
uso para eles em algo que resolva um problema de comunicação do cliente?
Se você pautar suas próximas reuniões por esta simples técnica, tenho certeza de que a equipe te ajudará a construir algo
inovador e com um ótimo retorno.
“Hoje, para que nossas
ações tenham sucesso,
é fundamental que a
abordagem parta de uma
visão de planejamento,
analisando tendências,
mercados e públicos
apoiados pelo viabilizador
de tecnologia”
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N OT Í C I A S
Fique
por dentro
Brasileiros entram
para a lista dos mais
criativos do mundo
dos negócios
Já imaginou como seria o
Facebook Phone?
Você sabia que o Facebook está com intenção de lançar
seu próprio smartphone? Pois alguns designers do mundo
já apostam como seria o tal aparelho. E nas redes sociais
esse modelo já circula com muito “borburinho”, sobretudo
por seu belo design. O projeto seria especialmente
desenvolvido para trabalhar em conjunto com a rede
social e otimizar suas funções. De acordo com o site
"Digitimes", o aparelho deve ser lançado ainda em 2012.
De acordo com uma lista publicada pela
revista Fast Company, quatro brasileiros
— Renato Steinberg e Flávio Pripas, do site
Fashion.me; Carla Schmitzberger, da divisão
Havaianas da Alpargatas; e Lourenço Bustani, CEO da empresa de marketing Mandalah
— estão entre as 100 pessoas mais criativas
do mundo dos negócios de 2012.
O primeiro lugar geral ficou para Ma Jun,
diretor do instituto de políticas públicas e
ambientais da China, e você pode conferir
a lista com todos os homenageados no site
da Fast Company (www.fastcompany.com/
most-creative-people/2012 ).
Nintendo Land
traz minigames para jogar com amigos
Um dos games que acompanhará o Wii U no
lançamento do videogame no final de 2012 será
o “Nintendo Land”. O título traz 12 minigames que
usam o controle-tablet do aparelho, reunindo
amigos que usarão o Wii Remote tradicional em
desafios divertidos e rápidos.
Todos os jogos usam a tela sensível ao toque do
controle para apresentar mais informações ou
interagir com os elementos da tela. O controle
também pode ser girado e sacudido para interagir
com os minigames.
50%
6,5 milhões
Percentual da população mundial que deverá ter 4G até 2017. A previsão é de um relatório sobre tráfego de dados e mercado móvel realizado pela Ericsson.
Mais de 6 milhões de senhas da rede social LinkedIn, voltada para contatos profissionais, foram vazadas por crackers. Em um post no Twitter,
a rede social disse que investigaria a informação. Porém, em um post
publicado no blog.linkedin.com, o brasileiro e diretor de produto, Vicente
Silveira, confirmou que as 6,5 milhões de senhas expostas não foram publicadas com logins de e-mail válidos, o que tranquilizou membros que temiam que suas contas fossem acessadas indevidamente, o que não ocorreu, segundo ele. A rede tem mais de 150 milhões de usuários ao todo.
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B LO G S D O M Ê S
AveMarketing
O blog (www.elciofernando.com.br/blog/)
tem o objetivo de propagar informações
corretas sobre a área de marketing e também
difundir boas práticas de gestão empresarial
com uma linguagem atual e pragmática, a
partir da visão do autor, Elcio Fernandes,
professor universitário e sócio-proprietário do
Itam - Instituto de Treinamento e Assessoria
em Marketing Ltda. A expressão “Ave” é uma
saudação e significa “salve!”. Representa o
desejo de vida longa a alguém ou perpetuação
de alguma coisa. Um salve e vida longa ao
marketing. Ave! Marketing.
Mídia8!
O blog @midia8 (www.blogmidia8.com) acredita
que o compartilhamento é a nova força da
economia mundial. Na web 2.0 você é o que você
compartilha. Por isso a filosofia do jornalista e
blogueiro Cleyton Carlos Torres, editor do Blog
Mídia8! crê que desde que divulgada a fonte
original, tudo na web deve ser compartilhado,
principalmente o conteúdo que é produzido. No
mais, qualquer tipo de interação sempre é bemvinda, não importando em qual canal do blog
nossos leitores o façam.
Conhece algum blog interessante focado em
criação, tecnologia, marketing ou e-commerce?
Envie sua dica para [email protected]
3.419
2
É o número de peças inscritas pelo Brasil no Festival Internacional de
Criatividade de Cannes de 2012, que aconteceu entre os dias 17 e 23
de junho, estabelecendo, com folga, um novo recorde histórico para a
participação do país no evento. Com este volume, o Brasil foi o segundo
maior concorrente, atrás apenas dos Estados Unidos, com 5.058 inscrições. O recorde brasileiro anterior era de 2001, quando o País foi a Cannes com 2.686 inscrições.
Esse o número de horas diárias que o brasileiro passa em frente a um
videogame. Conforme o estudo realizado pela empresa de mídia e marketing InsideComm, os jogadores no Brasil, juntos, passam 40 bilhões de
horas jogando por ano, em média. A pesquisa realizada entre 30 de março
e 31 de maio entrevistou 19.460 pessoas via internet, em todo o país. A
pesquisa revelou ainda que 51,59% do universo de brasileiros que jogam
videogames têm 19 anos ou mais e são solteiros. Além disso, mais da metade desses jogadores não estão trabalhando, e 30% são estudantes.
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L I V RO S
Gerenciamento de
Projetos Sem Crise
BART GERARDI
Novatec Editora
www.novatec.com.br
AG E N DA
14 e 28/07
18 e 25/08
EDTED E-COMMERCE
Locais: Brasília (14), Porto Alegre
(28), Curitiba (18) e Salvador (25)
www.edted.com.br
A Arteccom, atenta às ultimas
mudanças do mercado, traz
para o EDTED todo o conteúdo do evento FNEC – Fórum
Nacional de E-commerce -,
que foi um sucesso em suas
quatro edições. Para acompanhar a velocidade desse
mercado e esclarecer os
constantes questionamentos
desse público (agências e lojistas), o EDTED E-commerce
contará com grandes cases
inovadores. Ingressos de R$
56 a R$ 110.
02/08
LCS FÓRUM 2012
Local: Ribeirão Preto/SP
www.lcs.com.br/forum/
A LCS Fórum é uma conferência
anual que reúne os principais
fabricantes do mundo para
expor suas soluções inovadoras, que possam contribuir para
o crescimento dos negócios em
empresas de médio e grande
porte. Em um único dia, os
participantes podem conferir
as tendências de mercado para
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os próximos anos, as prioridades do mercado de TI, soluções
corporativas, estratégias de gerenciamento, aprendem como
utilizar melhor as soluções já
implementadas na empresa,
dentre outros assuntos. O
evento é voltado para Especialistas Técnicos, Gerentes de TI,
Diretores de TI, CIOs.
No livro, o autor ensina os métodos e as
técnicas utilizadas em seus projetos. Bart
Gerardi aponta que os diversos erros cometidos em diferentes projetos podem ser
previamente evitados, impedindo uma crise desnecessária. O leitor aprenderá a criar
planos de projetos, estabelecer métricas e
testar suposições, além de identificar requisitos de clientes e alinhá-los aos seus.
O desafio da inovação
A revolução do conhecimento
nas empresas brasileiras
RENATO CRUZ
Editora Senac
www.editorasenacsp.com.br
04 e 05/08
QCON
Local: São Paulo
www.qconsp.com
A Caelum e o InfoQ organizam
pela terceira vez o principal evento de arquitetos e
desenvolvedores do mundo.
O QCON SP traz, nos dias 4 e
5 de agosto, ícones nacionais
e internacionais de diversas
áreas, com apresentações de
alto nível técnico.
Vale lembrar que o QCon
aborda não apenas uma única
tecnologia ou aspecto: passa
por Arquitetura, Linguagens
Funcionais, Mobile, Agile,
Práticas de Engenharia Ágil e
outros. Entre os keynotes deste
ano presenças confirmadas de
Martin Fowler, chief scientist da
ThoughWorks e Zach Holman,
arquiteto do GitHub.
A tecnologia fascina a sociedade contemporânea, particularmente no que se convencionou chamar de sociedade do conhecimento.
Há um apelo forte para se reduzir custos, aumentar receitas e diminuir o impacto ambiental em qualquer setor da atividade humana.
Marketing com valor
agregado
BOB GILBREATH
Editora M. Books
www.mbooks.com.br
Como agregar valor ao marketing praticado
pelas empresas, proporcionando aos seus
clientes benefícios e satisfações já na recepção
e absorção das mensagens. O novo conceito
do estrategista de marketing Bob Gilbreath,
representa o próximo passo evolutivo após o
marketing direto e o marketing de permissão.
Smashing WordPress
THOR DANIEL HEDENGREN
Bookman
www.bookman.com.br
O livro mostra como utilizar todo o potencial
do WordPress, uma das plataformas de publicação na web mais populares do mundo. Atualizada para o WordPress 3.1+, esta edição inclui
estruturação e desenvolvimento de temas,
anatomia de plug-ins, truques de desenvolvimento e inúmeros outros recursos novos.
Com ele você aprenderá os principais conceitos usados para construir tudo o que quiser no
WordPress, conseguindo distribuição mais rápida e maior flexibilidade de design.
D I R E I TO N A W E B
I N T E R N AC I O N A L
Gilberto Martins de Almeida
é advogado formado na PUC/RJ, com Mestrado na USP e
cursos em Harvard e no M.I.T. Ex-Gerente Jurídico da IBM, onde
trabalhou por 11 anos, no Brasil e nos EUA. Sócio de Martins de
Almeida – Advogados, escritório especializado.
SUPEREXPOSIÇÃO NA WEB
Oi Gilberto. Em meio a tantas polêmicas de fotos e superexposição na
web, o que devo fazer em caso de ter um celular furtado com diversas
imagens ou ainda um notebook com fotos pessoais? Como agir em uma
situação dessa e como me proteger? MARINA LEMOS
Olá Marina,
Uma primeira opção de reação – certamente, a menos indicada do ponto de
vista de defesa jurídica, porém talvez a
mais recomendável sob o ângulo da eficácia social – é, quando as circunstâncias o permitam, deixar que a situação
se resolva por si mesma, sem levantar o
assunto e despertar ruído. Quando não
tenha havido chantagem, ou quando
as imagens ainda não tenham proliferado na Internet, talvez seja uma forma
de reação difícil de digerir pela vítima,
mas que pode frustrar os objetivos do
autor. Relembre-se que no affaire da
festinha dos estudantes da FGV de São
Paulo a única aluna que ficou famosa
na Internet foi justamente aquela que
reagiu levando o caso à Justiça, e que
no caso Cicarelli a procura pelo vídeo
se intensificou à medida em que a
imprensa noticiava novos lances do
processo judicial.
Mas, e quando uma reação enérgica é
necessária? Nesse caso, a primeira providência é acautelar a prova, isto é, salvar
os arquivos correspondentes de uma
forma que possa ser utilizada legalmente
a qualquer tempo depois. Isto significa,
sobretudo, pedir a um cartório que faça
uma ata notarial, que é uma escritura
que certifica o ato ou fato, com fé pública.
Assim, se os autores da conduta ilícita
tirarem as imagens do ar, a prova já terá
sido antes assegurada.
Falando em autoridades, a quem o
caso deve ser direcionado? Na esfera
policial, para a delegacia especializada
em repressão a crimes de informática,
que costuma existir nas grandes capitais. Quando inexista, deve ser levado
à delegacia cuja missão mais se aproxime da natureza do caso: delegacia de
roubos e furtos, delegacia de defraudações, ou outra. O registro da ocorrência
é, normalmente, o maior inibidor à continuação da prática delitiva pelo infrator, por isso é sempre uma boa medida
quando se está diante de criminosos
com maior periculosidade ou potencial
ofensivo. A Polícia pode realizar medidas de busca e apreensão, fazer perícias
(por meio do Instituto de Criminalística)
e tomar depoimentos.
Ineditismo entre
agências digitais
brasileiras e
chinesas
CHINA
Enviado por Janaína Camara, via Twitter,
pelo @chinainblog
Em Beijing, uma brasileira abriu uma agência
de comunicação digital voltada a atender o
público brasileiro, garantindo a eles desde
assessoria de imprensa tradicional à inserção nas redes sociais chinesas. Em 2011, eles
atenderam a um cliente com presença web em um trabalho trilingue - e neste ano fecharam parceria com outra iniciativa, a fim de divulgar o Brasil entre os chineses. O trabalho
pode ser conferido em www.radarchina.com
Pedestre e viciado
em Tecnologia? Nos
EUA é sinônimo de
multa
ESTADOS UNIDOS
Enviado por bluebusbr
É isso mesmo, nos Estados Unidos pedestres são multados por mexer no celular
enquanto caminham pelas ruas. Por acreditar que nem sempre os carros são os principais vilões dos atropelamentos e como
forma de conscientizar os pedestres que
vivem caminhando com os olhos fixados
na telinha do celular enquanto atravessam um cruzamento, por exemplo, é que
os policiais da cidade de Fort Lee, em New
Jersey, já multam aqueles que são flagrados usando dispositivos móveis enquanto
caminham pelas ruas. A taxa é de U$ 85.
Somente entre abril e maio último, foram
registradas 117 multas. Ou seja, se for caminhar pelas ruas de Fort Lee, é melhor parar
quando for enviar aquele SMS.
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WIDE THINKING
João Batista
Engenheiro Industrial, é titular da J2B Innovation, consultoria Business Branding. É fundador e diretor de Comunicação do RDI – Retail Design Institute – Chapter Brasil, entidade mundial de designers de varejo. Trabalhou na ONU como responsável pela Direção Geral do Fórum Global na Eco 92,
no Rio de Janeiro. Com escritórios em São Paulo, a partir de 2001, atuou como Regional Manager para A. Latina da Divine Inc. e da FastComm. A J2B
realizou vários eventos no Brasil e no exterior, dentre eles o Brasilshop de 2007 e 2008 para a Alshop, NRF2008 & Luxo em NY, NRF2010 & Design
Estratégico para o Varejo e NRF2011 & Varejo 3.0, ambos em NY.
A HORA E A VEZ DO QUILOMBO DO BRASIL
A pirâmide de orientação está invertida. Basta ver a diferença
entre um adulto e um adolescente ao receber um smartphone.
A curva de aprendizado mostra rapidamente quem é o mais
veloz, e não é por conta de conteúdo histórico, é operacional
dos meios de interação, criados por empresas nunca antes
imaginadas. Como exemplo, nas escolas de Medicina a curva
de aprendizado da habilidade cirúgica com os instrumentos é
mais rápida do que antes devido ao controle motor adquirido
na prática dos games.
E o que isto tem a ver com nosso tema Inovação? No início
de minhas reflexões a ficha não caía direito mas, por outro lado,
esta lâmpada inquietava sem parar, causando uma sensação
de que, como uma atividade de branding consagrada, era a
música que fica tocando, tipo aquela que você vai considerar
nas top ten de seu Billboard privado.
Eureka! Clareou tanto que pareceu um olhar para o céu de
brigadeiro na direção do sol.
Acontece que, durante toda a minha vida de inquieto, no
limite do DDA, venho observando o comportamento em relação aos rituais de passagem que temos vivenciado nas várias
reviravoltas que a sociedade humana tem dado nos últimos
50 anos. Na Lua em 1969, na lama de Woodstock no mesmo
ano, na Guerra do Golfo, no lançamento do Google, na invasão admirável do Facebook em nossas preservadas vidas até
então, e na camisa de sete varas que o sistema capitalista se
meteu a partir de 2008.
A garotada, até bem recentemente, falsificava a carteira de
identidade para entrar nos cinemas e compartilhar o mundo
adulto. Acabou tudo isso, em um tempo mais rápido do que
trocar de número da camisa ou da cintura da calça. O jovem
tem estima lá no alto. É como se tivéssemos uma gigantesca
potência interior que estava representada pela interatividade
limitada, pela carência de notícias que relatam a vida no cotidiano. Era o desejo delirante de grandes líderes nacionais do
século XX ao mobilizar as massas, para o bem ou para o mal.
Nos dias de hoje uma cachoeira de situações nos influencia
e afetam, e mudam nossa sociedade de guardanapos em um
clique em uma imagem. Esta é a Inovação, o fenômeno que
amplificou o óbvio, a nossa necessidade de percebermo-nos
habitantes de um único planeta, uma macacada só. Em pleno
tempo de Rio +20 experimentamos uma sensação de que nossos problemas não são mais atrelados apenas à casa, ao bairro,
cidade e nacionalidade. Eles são parecidos com os dos americanos, chineses, irlandeses, espanhóis, somalis e dos guerreiros da Aliança.
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Tanto nos serviços quanto nos produtos, sacar a inovação
passa pelo olhar atento e na observação de como é percebido
o valor atual, e depois prototipar até encontrar uma nova versão de utilidade que alavanca satisfação dos desejos e de mais
utilidade. Vendas? Se a tribo gostar, compra.
Hoje em dia a gestão da marca, o tal de Branding dos grandes atores empresariais do mercado é científico, muitas das
vezes mais eficazes em diagnóstico que grandes complexos
hospitalares. Eles estudam comportamentos inconscientes
e, ancorados no conhecimento de arquétipos que se manifestam no dia a dia, sejam nas novelas televisivas, na praia
ou nos bailes funk, agem certeiros, e encantam. O fato é que
tem gente observando tudo o que acontece na vida real e
nas interações virtuais. No universo virtual, a Blizzard - maior
empresa de games do mundo - explode de vender WOW e
Starcraft. As corporações aprendem com os gamers assessorados por um exército de robôs, que monitoram as redes
sociais e revelam quais palavras e expressões têm o significado mais relevante e que manifestações de sentimentos,
de amor ou ódio às marcas estão prevalecendo. Espiões passeiam pelas noites observando comportamentos e manifestações de grupos e formadores de opinião.
Nós, meros mortais das tribos guerrilheiras do Quilombo do
Brasil, temos muito o que aprender com eles. Mas uma coisa é
certa, a guerra está declarada e as empresas brasileiras, com
seus jovens empreendedores geeks, vão encontrar um jeito de
infiltrar-se, e um Brasil de Inovação vai se afirmar neste cenário
grego que o mundo se meteu.
A nossa querida Wide, guerreira, garimpa e divulga conhecimento e tendências do que acontece neste mundão à respeito
das tecnologias que estão à serviço deste cirurgiões dos negócios, com seus eventos, workshops, publicações e ... WOB2012!
Inovação Já!
“Mas uma coisa é certa, a guerra está
declarada e as empresas brasileiras,
com seus jovens empreendedores
geeks, vão encontrar um jeito de
infiltrar-se, e um Brasil de Inovação
vai se afirmar neste cenário grego que
o mundo se meteu”
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PORTFÓLIO
Agência
Sirius
Interativa
PORTAL GLOBAL DA ODEBRECHT
“Ajudamos nossos clientes a construir experiências interativas efetivas e diferenciadas”
A Sirius Interativa é uma agência de Comunicação Digital com 17 anos
de mercado e tem como sócios Adriana Menescal e Sergio Carvalho.
Sua história teve início no estúdio do músico Roberto Menescal, fato
que certamente ajudou a imprimir em seu DNA uma tão necessária
sinergia entre tecnologia, criatividade e interatividade.
O primeiro projeto foi um piloto de e-book para um livro do Paulo
Coelho. Hoje, a Sirius atua no Planejamento, Desenvolvimento,
Comunicação e Gestão Estratégica de soluções digitais para algumas
das mais importantes empresas e instituições públicas do Brasil como
Petrobras, Odebrecht, Johnson&johnson, Souza Cruz, Raízen, Previ,
Grupo Caixa Seguros, Hospital Albert Einstein, FGV, PayPal e GSK.
“Aprendemos que é preciso, em todo o tempo, temperar o uso
de tecnologias maduras que trazem resultados efetivos com
pitadas de inovação.” Sergio Carvalho, Diretor Sirius Interativa
QUAL A VISÃO DE VOCÊS SOBRE O MERCADO DIGITAL?
Este mercado no Brasil ganha cada vez mais relevância e abrangência. Neste sentido, associações como a ABRADi, que congrega
as principais agências de comunicação digital do país, têm uma
grande importância na disseminação de conhecimento, no estabelecimento de melhores práticas em concorrências e gestão de projetos e finalmente no desenho de legislações que estimulem o crescimento do mercado digital brasileiro.
É importante que possamos ajudar a induzir um modelo de crescimento orgânico, consistente e centrado em resultados objetivos.
INTRANET DA ODEBRECHT ÓLEO E GÁS
QUAIS SÃO OS PLANOS FUTUROS DA AGÊNCIA?
Do ponto de vista de presença, queremos fortalecer a nossa atuação
nos mercados do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Já do ponto
de vista de posicionamento, queremos trabalhar cada vez mais
com nossos clientes em uma visão integrada do “Digital footprint”
da marca. Com o aumento do número de plataformas e pontos de
contato digitais com usuários, acreditamos que o escopo do planejamento da presença digital deve ser suficientemente amplo para
não termos perda de consistência na comunicação. Uma das tecnologias que suportam esta estratégia é a de “responsive design”, que
já aplicamos em alguns projetos. Se planejada de forma adequada,
essa tecnologia possibilita uma experiência unificada e otimizada
nas plataformas desktop, tablet, smartphones e TVs HD.
SIRIUS INTERATIVA
SITE: www.sirius.com.br
ANO DE FUNDAÇÃO: 1994
E-MAIL: [email protected]
CIDADES SEDE: Rio de Janeiro (RJ)
TWITTER: @falasirius
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| WIDE | 91 > DESIGN
PORTFÓLIO
Ilustração
Elisa
Carareto
DRAGÃO (2011)
Ilustradora profissional, vivendo e trabalhando em São Paulo, Elisa Carareto, sempre
que pode, sustenta seus vícios por estampas,
aquarela, gifs animados e comida árabe.
WIDE Como define seu estilo?
ELISA É difícil encontrar um denominador comum nas coisas que
faço. Eu sei que gosto de misturar técnicas e também fico muito feliz
quando um trabalho que foi planejado parece espontâneo. Como
só recentemente comecei a me dedicar mais à ilustração, acho que
essa é a melhor época para ter um estilo heterogêneo, por isso tento
não me cobrar muito nesse sentido e aproveitar o que vou produzindo no caminho.
PAPOULAS (2011)
WIDE Onde você busca referências para o seu trabalho?
ELISA Tem os clássicos: livros e filmes; e tem os anos 50 e 60, que são
demais. Vejo muita coisa na internet, tenho alguns sites de estimação que são ótimos para conhecer o trabalho incrível de um monte
de gente. O que procuro mesmo é não automatizar muito a forma
como vejo as coisas. Sempre que sinto muita dificuldade para ter
ideias procuro cursos. Quando eles são bons, são os melhores pontos de partida.
WIDE Cite alguns ilustradores que admira e diga por quais motivos.
ELISA Saul Steinberg, que é um dos mestres de fazer o que foi planejado parecer espontâneo e classudo. O J. Carlos, que fazia as ilustrações mais integradas do Brasil. A Mary Blair, ilustradora da Disney
responsável por desenhos conceituais de alguns filmes clássicos. E
mais recentes o Apak Studio e a Sandra Juto, pelo universo fantástico dos cenários que criam.
GALÁXIA (2011
“Gosto de misturar técnicas
e também fico muito feliz
quando um trabalho
que foi planejado parece
espontâneo”
ELISA CARARETO
E-MAIL: [email protected]
SITE: www.elisacarareto.com
91 > DESIGN | WIDE |
15
design
Ilustração - Carolina Vigna-Marú
A influência da
produção das
imagens no resultado
de suas vendas
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| WIDE | 91 > DESIGN
DESIGN
“As palavras não têm energia alguma, a
não ser que criem ou façam surgir uma
imagem. A palavra em si mesma nada
possui. Uma das coisas das quais sempre
me lembro é: “Quais as palavras que fazem surgir imagens nas pessoas?”Então,
as pessoas seguem o sentimento criado
pela imagem.“ Dra. Virginia Satir
E você, sabe até onde a influência da produção das imagens pode ser crucial para
o resultado de suas vendas? Confira nesta
reportagem as dicas dadas por especialistas sobre como obter melhores resultados
usando e abusando das imagens.
N
ão é novidade para você, leitor
da Wide, a informação de que
cores e imagens provocam uma
troca de sensações muitas vezes
imperceptível, porém de grande
influência sobre as decisões de compra e desejos de consumo.
Uma imagem bem trabalhada, por exemplo, pode fazer toda a
diferença. E faz. Mas até quando a polêmica existente em relação
à fotografia gerada em torno dos conceitos de tratamento de imagem é válida e ética?
A gerente de design da FARM Rio (@adorofarm) , Tatiana
Viana, considera que tudo é válido, desde que com pertinência. “Tratamento ou manipulação, não importa, cada um tem
que escolher, caso a caso, o resultado de imagem que transmite
melhor aquilo que se quer comunicar. No nosso caso, as imagens
com modelos são todas tratadas para uniformizar a cor, tirar
pequenas imperfeições, a exemplo de uma sujeira no chão ou
uma mancha na pele. Interferimos o mínimo possível. É fundamental que elas continuem reais e naturais. Mas isso, para nossa
proposta, para o conceito da FARM”, afirma.
Viana explica que quando a loja virtual e-FARM foi criada, a
grande aposta foi justamente na produção das fotos, estratégia
que, segundo ela, deu muito certo e hoje é impossível dizer como
seriam as vendas sem essa produção. “E esse é o grande diferencial da e-FARM. As roupas não são fotografadas em still ou em
manequim, são todas fotografadas em modelos, com o perfil da
menina da marca. No comércio virtual, a cliente não tem a possibilidade de experimentar a roupa e de contar com uma vendedora para sugerir produções. Ao ver as meninas vestindo os
produtos, ela consegue ver o caimento e assimilar a proposta de
produção. É a forma de garantir o contato “humano”, explica.
Todo o processo de direção de arte da FARM Rio é feito
internamente. A empresa conta com um estúdio fotográfico e
um departamento de design. No estúdio, uma equipe de produtoras de moda cria todas as produções seguindo a proposta de
estilo da coleção e, depois de fotografadas, as imagens vão para
o design para serem tratadas. Além disso, o design é responsável
por criar todas as “vitrines” editoriais e material de divulgação do
e-FARM, que são feitos em cima do conceito definido pelo marketing. Há ainda sessões de fotos duas vezes por semana, além de
emails de divulgação. Diariamente há o trabalho de tratamento e
deslocamento de fotos de produtos.
Para pensar estrategicamente e fazer com que um produto ou
modelo se diferencie dos demais e seja alvo de compra pelo que
apresenta em termos de design e layout, Tatiana Viana alerta que
“o que importa é estar conectado com o mundo da nossa cliente,
saber o que ela está com vontade de ver agora. Entendendo isso,
podemos usar desde as últimas tendências até o clima para servirem de gancho para pautas de estilo, que são retratadas por meio
de imagens conceituais, que não mostram apenas os produtos,
mas as colocam em um contexto. Criam uma atmosfera. Pode ser
romântico, retrô, praiano etc.”
Lojas com tons muito brandos, por exemplo, aparentemente
são menos comerciais que outras com tons mais fortes. Na maioria das vezes, o cliente para em frente a vitrines de estabelecimentos coloridos (lembrando, no entanto, que toda regra pode
e tem sua exceção). Segundo diversos estudos de especialistas, o
vermelho é forte e tem uma mistura de paixão e fixação, ou seja,
atrai o público. É uma cor que exerce uma influência na hora da
compra. O azul é uma cor de paz e de organização. O laranja é
uma cor de alegria, o azul uma cor com poder imenso de cura,
traz calma, auxilia o intelecto e a meditação. Já o branco, por
exemplo, representa pureza em sua forma extrema e é considerada a cor da paz absoluta.
Ao avaliar essa influência da produção das imagens no resultado das vendas, o diretor de arte da Agência Kindle (@agenciakindle), Inácio Luis, explica que o que mais se escuta hoje em
dia é que as pessoas não têm muito tempo. Ou seja, o consumidor
tem que ser impactado, atraído rapidamente para que não se disperse no concorrido e vasto mundo de informação ao seu redor.
“A imagem acaba sendo a primeira forma de atração do consumidor para o produto. Imagens produzidas, criativas ou não, bonitas
ou feias e as que causam estranheza chamam a atenção e tentam
cumprir o seu papel, que é despertar o interesse. A partir daí, se
bem feito e se atingir o público-alvo, leva a compra do produto
ou até mesmo de uma ideia. Por isso, temos que ser responsáveis e cuidadosos com o que usamos para atrair o consumidor.
Temos que nos colocar no papel de quem vai comprar o produto.
Ninguém gosta de ser enganado. Além disso, as informações hoje
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17
DESIGN
No site da Farm, o lookbook
conta com duas imagens
com atitudes diferentes do
mesmo look
reverberam muito mais e o que era interesse pode se transformar
em algo negativo”, alerta.
Atualmente, a Kindle possui clientes com demandas praticamente em escala diária, conforme explica o diretor. “São clientes
com serviços mensais e sazonais. “O importante é sempre estar
focado em criar novidades. Nunca deixe de pensar e de sugerir
algo novo. O profissional não pode ficar esperando o briefing cair
em seu colo”, chama atenção.
Para pensar estrategicamente e fazer com que um produto
se diferencie dos demais, Inácio acredita que a primeira coisa
a ser feita é pensar para quem você que falar. “Como chamar a
sua atenção? Comparando com o que existe no mercado, o que
o leva a comprar certo produto e não outro? Como funciona
no ponto de venda? Quem são os concorrentes? É para um
consumidor que procura mais qualidade ou preço? Vamos
trabalhando com respostas que nos dão o direcionamento e
o caminho de como deve ser este design/layout. Se é simples,
complexo ou elegante, não importa a forma, ele tem que despertar o interesse.”
Na história, a manipulação de imagens, termo considerado
forte pelo fato de significar falta de ética e conduta, temos vários
casos conhecidos. O livro “Les commissariat aux archives Les
photos qui falsifient l´histoire” (O Comissário para Arquivos Imagens que falsificaram a história), do jornalista e escritor Alain
Jaubert, retrata que muitos políticos utilizaram a manipulação
fotográfica para omitir dados sobre a realidade social e política
do país que governavam e assumirem posição de dominação
perante a população.
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| WIDE | 91 > DESIGN
Johnny Santana, responsável pelo webmarketing que atende a
Polishop (@polishop), lembra que a expressão “nós comemos com
os olhos” merecia ganhar uma adaptação, pois nós também compramos com os olhos. “Vamos ser práticos. Uma simples imagem de um pote de vidro passa a ter muito mais força de venda
quando adicionamos uma massa de macarrão dentro porque
ativa o aspiracional do consumidor. Nesse momento ele se lembra de todos aqueles alimentos que têm guardado no armário na
própria embalagem com a ajuda de um pregador de varal. Você
dá função, cria necessidade e um gatilho para a venda. Um pote
sem macarrão é só um pote”, compara.
Felipe Brasil, diretor de e-commerce na Polishop, lembra
que a imagem é uma importante parte do processo de compra.
Segundo uma pesquisa da F/Nazca (@fnazca), 70% dos usuários
confiam naquilo que veem na rede. “Hoje em dia, só casamento
indiano é realizado às cegas. O consumidor quer ver o produto
antes de comprar e mais do que isso, ele quer confiar naquela
imagem. Uma foto desfocada e sem contraste pode ser decisiva
para ditar o fracasso de um produto, e certamente não teríamos
o mesmo resultado em vendas se não utilizássemos a produção.
Ela nos ajuda a provar ao consumidor que aquele determinado
produto é bonito, resistente e confiável. Sempre de maneira
transparente e verdadeira”, garante.
A PubliK possui uma célula de design, que é responsável
pela produção e tratamento de todas as fotos dos produtos
vendidos na Polishop. As demandas são enviadas conforme
a necessidade, com o surgimento de novos SKUs (quantidade
de itens) e ofertas. A vantagem, segundo Johnny, é que eles
www.roupasdegestantes.com.br
“Tratamento ou
manipulação, não
importa, cada um tem que
escolher, caso a caso, o
resultado de imagem que
transmite melhor aquilo
que se quer comunicar”
possuem em casa uma agência que só pensa em Polishop, o
que acaba colaborando na unidade da comunicação e na velocidade que alcançam na produção dos jobs.
Johnny Santana lembra que na internet o consumidor não
pode tocar, tampouco testar o produto. “Então é nossa função
aproximá-lo ao máximo da experiência de compra física. Tanto
que, para suprimir essa lacuna, inovamos entre os grandes varejistas do Brasil na produção de imagens em 360º dos produtos,
para que o consumidor possa realmente ver o produto por todos
os ângulos possíveis.”
Outro ponto que o profissional destaca é a importância da
contextualização do produto, que por si só não se vende bem.
“Precisamos inseri-lo dentro de uma situação que o aproxime do
consumidor. Temos o desafio de mostrar esse produto em uso
para eliminar as dúvidas e, consequentemente, gerar necessidade. Além disso, evitamos muita informação visual no ‘colo’ do
consumidor, tirando a atenção do que realmente é importante.
Optamos por um site com layout clean, sem elementos gráficos
desnecessários, revelando o verdadeiro astro do nosso site, que
é o produto”, explica.
Em relação à polêmica tratamento versus manipulação da
imagem, Felipe Brasil e Johnny Santana compartilham o mesmo
ponto de vista. “O tratamento consiste em buscar aquela informação que se perdeu no clique: o brilho, contraste, exatidão das
cores, nitidez etc. É praticamente obrigatório, independente do
tipo de fotografia. Apesar da maquiavelização da manipulação,
ela já faz parte do nosso cotidiano. Está por aí, desde a iluminação
do setor de verduras do mercado - que deixa as verduras muito
mais verdinhas na prateleira - até a recente febre do Instagram que transforma até a foto mais banal na nova maravilha da oitava
arte. O problema real é o uso que fazemos dela. Apoiamos a manipulação saudável, aquela que ajuda o consumidor a entender o
produto: o que ele faz e por que devo comprá-lo. Alguns produtos não conseguem se explicar por si só. Quem cozinha sabe que
existem facas para os mais diversos tipos de corte: peixes, carnes,
legumes etc. Inserir uma tábua de frios do lado da foto de uma
faca elimina a dúvida e acelera a compra. Uma garota com cabelo
liso ao lado de uma chapinha ajuda a vender a ideia do que o produto faz. A manipulação pode ser uma aliada. Só não pode fugir
da realidade e apresentar algo que o produto não entrega.”
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19
DESIGN
A loja americana Threadless
possui uma galeria onde os
próprios clientes enviam suas
fotos usando o produto.
O grande “x” da questão, segundo Johnny, é evitar os erros ao
lançar uma loja virtual. Ele explica que muito se investe para
levar o consumidor à loja, porém, quando finalmente ele chega,
é inconcebível que ainda encontre fotos de produtos pequenas
ou em baixa resolução. E com a banda larga cada vez mais acessível no Brasil, não há argumento que justifique. “A manipulação
é uma opção para ser usada com cautela. Já vi, por exemplo,
fotos em que decidiu ocultar o fio elétrico de um determinado
produto por pura estética, o que poderia induzir o consumidor
a achar que aquele produto é wireless, gerando problemas de
SAC pós-venda”, alerta.
A PubliK entende que se a loja só usa fotos dos fornecedores,
ela vai ser igual a tantas outras que fazem o mesmo. O bom uso
de imagens exclusivas garante um diferencial frente à concorrência e, dependendo da qualidade das fotos, pode ser decisivo
no seu sucesso. “Tratando-se de roupas, aconselho o investimento em modelos. O produto se torna muito mais tangível,
principalmente para as mulheres, que são mais detalhistas nessa
categoria. Roupas esticadas sobre a mesa e sem volume não respondem dúvidas de caimento. Lojas menores e de nicho têm
conseguido se destacar usando desse recurso, como é o caso da
Be Mammy (www.roupasdegestantes.com.br). É óbvio que nisso
entra a questão do maior custo de produção, mas as limitações
sempre nos forçam a explorar novas possibilidades. Se o custo é
um problema, tome o caso da loja americana Threadless (www.
threadless.com) como exemplo. Cada camiseta possui uma galeria
onde os próprios clientes enviam suas fotos usando o produto.
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| WIDE | 91 > DESIGN
Ao criar uma simples estratégia de recompensa, você consegue
estimular os clientes a preencherem essa galeria com fotos reais
a custo quase zero”, finaliza Felipe Brasil.
“Temos que nos colocar
no papel de quem vai
comprar o produto.
Ninguém gosta de ser
enganado. Além disso,
as informações hoje
reverberam muito mais e
o que era interesse pode
se transformar em algo
negativo”
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Luli
Radfahrer
e sua ‘Enciclopédia da Nuvem’
Resultado de uma grandiosa pesquisa, o PhD em comunicação
digital, Luli Radfahrer, lançou recentemente, no Rio de Janeiro, o
livro ‘Enciclopédia da Nuvem‘ (Editora Campus-Elsevier) — um importante guia de consulta rápida de produtos e serviços. São 550
ferramentas e serviços online, divididas em 100 áreas de atuação, para empresas de diversos tipos e tamanhos.
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| WIDE | 91 > DESIGN
Uma solução digital é apresentada para
cada área, acompanhada de cases, recomendações, cuidados e ferramentas
para implementação. O resultado desse
trabalho é um cardápio de opções tecnológicas para ajudá-lo a expandir e potencializar seus negócios. E a dica é boa:
parte delas é gratuita ou está a um custo
bastante acessível.
Confira a entrevista com Luli Radfahrer
e aproveite as dicas do especialista.
WIDE: Uma Enciclopédia da Nuvem, com 550 ferramentas indispensáveis para soluções online. Como e de onde surgiu essa ideia?
LULI: Surgiu de um desafio. A Wired tinha acabado de lançar
a capa polêmica “The web is dead”, dizendo que a web como a
conhecíamos estava morta, mas sem grandes explicações. Para
mim foi uma surpresa ver como a antiga web, território livre
em que se “surfava” de um site para outro tinha mudado para
uma rede mais complexa e abrangente, cheia de propriedades
privadas – como Google, LinkedIn e Facebook – em que, uma
vez dentro de seus terrenos murados, não havia muita saída.
Quando percebi que as ferramentas eram muitas, e que se aplicavam a praticamente todas as áreas estratégicas de empresas,
resolvi dividir as ferramentas que encontrava em 10 categorias
(Blogs, Micromídia, Redes sociais, Fóruns e Wikis, Mobilidade,
Compartilhamento, Jogos, Design e acessibilidade, Narrativas
transmídia e Privacidade). Cada uma dessas tecnologias pode
ser aplicada em 10 áreas empresariais (RH, Empreendedorismo,
Educação continuada, Formação de equipes e gestão de projetos,
Fluxo de trabalho e administração de tempo, Inteligência competitiva, Proposta de valor, Criatividade e inovação, Marketing,
CRM e Publicidade). O resultado foi uma tabela com 100 propostas, que aborda áreas tão diversas quanto SEO e e-books. Foi um
desafio e tanto.
WIDE: Qual o tipo de público você pretendeu alcançar com a publicação quando começou a criá-la? E porque?
LULI: Quando terminei a tabela, vi que as áreas eram tantas que
não daria para fazer um guia completo a respeito de todas. Foi daí
que veio a ideia de fazer uma enciclopédia, apresentando cada
tópico para quem é novo na área ou nunca desenvolveu uma
atividade profissional de porte nela. Cada um dos 100 verbetes
apresenta o tema (ex: links patrocinados), dá cinco recomendações e alerta para cinco cuidados que se deve tomar para não
perder tempo e dinheiro (ex: ter um tema claro para um blog ou
podcast) e lista quatro ferramentas ou serviços adequados para
a tarefa, com uma breve descrição de cada um e seu link. No final
de cada verbete há ainda três cases, sugestões de uso ou ferramentas adicionais. O resultado é um livro de estratégia de negócios, feito para um público bem amplo. Empreendedores podem
usá-lo para transformar seus planos de negócios em pequenos
protótipos, baratos e interativos e expor melhor suas ideias a
potenciais interessados. CEOs têm nele um potencial de brainstorm e desenvolvimento de novas áreas da empresa, da mesma
forma que gestores de departamentos, equipes e forças-tarefa
podem usar algumas de suas ferramentas para aumentar a eficiência e o registro de seus projetos. Do lado de fora das empresas, profissionais autônomos e freelancers podem utilizá-lo para
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reforçar sua presença de marca e amplificar a gama de serviços
que oferecem. Como toda enciclopédia, há um pouco de tudo
para todos. Uma única restrição, típica da Internet, é ter algum
conhecimento da língua inglesa, já que a maioria dos sites (ainda)
não tem versão em português. Mas é preciso critério para usar e
administrar essas informações, caso contrário as tecnologias se
acumularão e se misturarão, gerando uma paralisia por excesso
de opções e falta de estratégia. A melhor forma de estabelecer
critério é gerir adequadamente as ferramentas à medida que surgem as necessidades, desenvolvendo-as conforme o feedback
de seus usuários, em uma relação construtiva.
WIDE: Você costuma dizer que a publicidade deixará de ser para criativos e será algo para engenheiros. Esse livro tem alguma correlação
com esse pensamento?
LULI: Sem dúvida. O negócio da comunicação, como bem prova
o e-commerce e segmentos específicos como o de métricas,
está deixando de ser uma indústria subjetiva para ter uma abordagem bem mais objetiva, e a web tem tudo a ver com isso. Na
TV, rádio e mídia impressa a publicidade interrompia um programa assistido e, como qualquer pessoa que interrompe uma
conversa, ela precisava ser “criativa” com o sentido de simpática,
charmosa e divertida. A web e seus derivados tornaram a comunicação muito mais objetiva. Quando se busca uma informação
no Google ou em um site específico, a relação estabelecida é
parecida com a de um atendimento em uma loja. A abordagem
“criativa” é agora a de um bom vendedor ou gerente, que entende
suas necessidades e busca algo relevante para supri-las. Um vendedor simpático e divertido não é mais tão essencial, e ele perde
terreno para o especialista. Essa especialidade hoje está na escolha da mídia e interpretação de métricas, e demanda muito mais
Excel do que Photoshop.
WIDE: Como a computação em nuvem pode ajudar as pessoas em
seus mais diversos âmbitos?
LULI: Das mais variadas formas. Skype, Wordpress, Slideshare
e YouTube são algumas das mais conhecidas. Mas há serviços
para escolha de fornecedores e freelancers, seleção de currículos,
gerência de projetos, otimização de tempo, tomada de notas, fluxo
de caixa, administração de cenários, listas de tarefas, apresentações gerenciais, criação de material didático, gestão de conhecimento, debates, administração de viagens, pagamentos, criação
de aplicativos sob medida, salas virtuais de reunião, geolocalização social, criação de pesquisas customizadas, grupos de trabalho,
monitoramento de mídias sociais, wireframes, streaming, seleção
de informação, direção da criação, bancos de imagens, linhas do
tempo, e-mail marketing, CRM e vendas, redes de nicho, crowdsourcing e landing Pages, entre outras. Cada uma pode ser usada
isoladamente ou em combinação com várias outras para criar
novas estratégias ou expandir ações já existentes.
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| WIDE | 91 > DESIGN
WIDE: Você acredita que o excesso de opções pode tornar-se um
problema para quem precisa tomar decisões sobre qual a melhor ferramenta para seus estudos, o planejamento de sua empresa ou para
armazenar seus dados pessoais online?
LULI: Sem dúvida. Por isso o planejamento estratégico é mais
importante do que nunca. O livro é um grande cardápio de ferramentas, mas ele pode ser inútil ou dispersivo se não há uma clara
ideia do que fazer com elas.
WIDE: O livro aborda áreas como “empreendedorismo”, “marketing”
e “educação continuada”. Nunca se discutiu tanto “negócios” como
atualmente. Qual o segredo para conseguir sucesso em temáticas
que se conectam como as citadas acima?
LULI: Os negócios digitais fragmentaram a visão que se tinha de
empresas. Hoje há grande estímulo para o empreendedorismo,
dentro e fora delas. Mas o necessário é pensar em uma solução
“de dentro para fora”. Pense em como expandir algo que você já
sabe, conhece bem e usa, não entre em uma área desconhecida
só porque leu em algum lugar que há dinheiro e oportunidades
nela, porque as chances de dar certo sem um preparo anterior
são bem pequenas. Uma chave de fenda pode parafusar uma
mesa ou dar bolhas na mão, tudo depende da prática.
WIDE: Qual a grande lição tirada da ‘Enciclopédia da Nuvem’?
LULI: A que eu tirei é que a rede é cada vez mais ampla e profissional, e que o limite está nas intenções e estratégias de cada
um. As máquinas e bases de dados não fazem sentido nenhum
sem alguém para pilotá-las. É um cenário bem estimulante e
encorajador.
“Os negócios digitais
fragmentaram a visão que
se tinha de empresas. Hoje
há grande estímulo para
o empreendedorismo,
dentro e fora delas. Mas
o necessário é pensar em
uma solução de dentro
para fora”
91 > DESIGN | WIDE |
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O Brasil acordou
para a importância do design como
diferencial competitivo?
O design brasileiro, após algumas décadas de mimetismo, sobretudo de modelos provenientes do exterior, já é considerado, sem dúvida, um modelo de
referência. Mas, afinal de contas, o design já é considerado a chave para novos e futuros negócios?
Ilustração - Carolina Vigna-Marú
26
| WIDE | 91 > DESIGN
DESIGN
OPINIÃO
Gian Franco Rocchiccioli
CEO Sart Dreamaker Brand & Design
Não é preciso ser um nacionalista para afirmar que hoje,
definitivamente,vivemos em um momento econômico
favorável. Deixamos para trás a eterna condição de “mercado
do futuro” e passamos ao atraente status de “oportunidade
presente”, uma situação peculiar, que seduz e inspira o capital
estrangeiro a aparecer por aqui.
Como empresário do ramo do design há quase 20 anos,
tenho motivos de sobra para crer que o Brasil é o Vale do Silício
da criatividade. Somos uma nação de gente acostumada a fazer
mais com menos. A transformar o “ordinário” em “extraordinário”.
Nossa cultura, multifacetada e forjada em ambiente instável,
acabou por nos moldar como uma sociedade naturalmente
criativa. Criamos nossas próprias lentes para enxergar os
problemas e as oportunidades do mundo e, com isso temos, sim,
um olhar brasileiro e criativo.E isso ninguém pode negar.
Segundo Mariana Barbosa, da Folha de São Paulo, “a terceira
maior indústria do mundo, atrás de petróleo e de armamentos,
tem como principal insumo a criatividade.” De acordo com
estimativa da Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro, incluindo atividades relacionadas e de apoio, a
Economia Criativa movimenta mais de R$ 380 bilhões no Brasil
(16,4% do PIB) e gera 7,6 milhões de empregos formais. Recente
estudo da Prefeitura de São Paulo mostra que a maior cidade
do país já movimenta algo em torno de R$ 40 bi por ano com
criatividade, cerca de 10% do PIB do município, despontando
como uma das principais economias criativas do mundo. Mas o
que temos feito para estimular o crescimento deste mercado no
Brasil? Definitivamente nada.
O design, como legítimo representante dessa nova Economia
Criativa, está no âmago dos sistemas de inovação que promovem
a competitividade e, gradativamente tem passado a integrar
o planejamento estratégico de empresas e organizações,
promovendo uma nova geração de valor ao redor do mundo.
Entretanto, programas, ações e iniciativas destinados a estimulá-lo
pressupõem uma grande mudança nas instituições e estruturas,
bem como em suas atitudes e convicções, em uma velocidade e
ritmo que parecem não corresponder à realidade brasileira.
E quem é culpado? Julgo que não exista uma causa única.
Em minha opinião, a inércia brasileira é fruto de uma conjunção
de fatores, formados principalmente pela falta de iniciativa
do governo que resiste bravamente. Talvez por não enxergar
a oportunidade em tomar medidas mais diretas de incentivo
e apoio ao design, dos empresários e executivos de diversos
setores da economia, que resistem em se livrar de seus modelos
tradicionais de pensamento estratégico e também, da paralisia
dos empresários do setor de design (escritórios de design) que
resistem em mudar tanto seus modelos de negócio quanto seus
discursos, adaptando-os à essa nova realidade.
Quando esta situação irá mudar? Espero que logo!
“Tenho motivos de sobra para
crer que o Brasil é o Vale do
Silício da criatividade. Somos
uma nação de gente acostumada
a fazer mais com menos. A
transformar o ordinário em
extraordinário”
91 > DESIGN | WIDE |
27
DESIGN
Lincoln Seragini
Presidente do Grupo Seragini Branding
Não há como negar que o Brasil acordou para o design “made
aqui”. Estamos vencendo a cultura da cópia e usando cada vez
mais o design como diferencial competitivo. Desde 1995 quando
foi lançado o PBD (Programa Brasileiro de Design), pela ministra
Dorothea Werneck na gestão FHC, iniciou-se um movimento
de transformação e conscientização da importância do design
como valor estratégico. Só o Sebrae implementou na sequência
90 núcleos de Design e o Senai e Senac começaram a oferecer
cursos e programas na área. Nos últimos 15 anos, o Brasil evoluiu e
mudou o seu status, tanto no mercado interno como sua imagem
no exterior. Desde a primeira escola de design, a legendária
ESDI/RJ fundada em 1960, temos hoje cerca de 400 cursos nas
diversas áreas com mais de 40.000 alunos matriculados. Apesar
de a maioria associar design à criação de produtos industriais,
o espectro é muito maior: design de produto, design de moda,
design gráfico, web design, design interativo, design de interiores,
design de embalagem, design de serviços, design de móveis,
design de jóias, design de cerâmica, ecodesign, design urbano,
design de games...
Em áreas sofisticadas como a moda, automóveis, joias,
móveis e design gráfico de marcas, estamos criando a nossa
cara e atingindo o padrão de excelência mundial. O design
das marcas da Olimpíada e Paraolimpíada são exemplos para
o mundo. As semanas de moda de São Paulo e Rio de Janeiro
entraram definitivamente no calendário mundial. Muitos
designers brasileiros fazem parte da elite de criação do design de
automóveis das grandes marcas mundiais, e as multinacionais
instaladas aqui estão criando modelos totalmente brasileiros. O
Brasil é hoje o maior vencedor dos principais prêmios de criação
de joias do mundo. O design brasileiro por meio da ABEDESIGN
(Associação Brasileira das Empresas de Design) marca presença
desde 2010 no Festival de Cannes, projetando a força do nosso
design para o mundo. Desde a última década vencemos diversos
prêmios internacionais, notadamente o IF da Alemanha e o IDEA
do IDSA (Industrial Design Society of América), que desde 2008,
de forma inédita, implementou um capítulo no Brasil. Este ano,
em sua quinta edição, teve quase 500 candidatos.
O próprio design tem evoluído do projeto para a gestão
estratégica e agora como gestão de inovação. Essa evolução
começou com o conceito do Design Innovation, onde mais do
que dar respostas estéticas e funcionais definidas por quem
demandava os projetos, os designers passaram a tomar a
iniciativa para propor novas soluções. No degrau seguinte surgiu
28
| WIDE | 91 > DESIGN
o Design Thinking, onde o design, ou melhor o “Pensamento
do Design”, está liderando o processo de inovação em vários
campos, não só o empresarial ou de produtos, mas na educação,
na saúde, nos serviços públicos, no abastecimento de água e nos
projetos sociais.
Com a chegada da Economia Criativa, que vai potencializar
o nosso capital criativo, o design, além de ser integrante,
desempenhará um papel relevante, uma vez que está presente
na maioria de suas áreas. Isso significa que o design não só
chegou lá como será cada vez mais um importante protagonista
dessa nossa evolução.
“Estamos vencendo a cultura
da cópia e usando cada vez
mais o design como diferencial
competitivo. O próprio design
tem evoluído do projeto para a
gestão estratégica e agora como
gestão de inovação”
Levi Girardi
Sócio Diretor – Questto|Nó
www.questtono.com.br
Sim, o Brasil respira design. Temos exemplos de sucesso que já
são globais, resultado da aplicação profissional do design, como
em cosméticos, moda e eletrodomésticos. No entanto, ao falar
sobre o Brasil é sempre saudável não generalizar. Em um país
continental como o nosso, com diferenças culturais, sociais e
econômicas tão grandes, qualquer afirmação que leva em conta o
todo precisa ser devidamente analisada, principalmente quando
associada ao design, que é algo tão novo por aqui.
Desta forma, muitos setores da nossa economia já percebem
o design como ferramenta, se não estratégica, pelo menos prática
para aumento da competitividade. Sabe-se contratar design,
sabe-se fazer design e o mercado já sabe consumir design. Mas
a aplicação da lógica é muito mais ampla do que apenas nos
setores produtivos e de serviços. Ela é fundamental nas cidades,
e é aí por exemplo que o Brasil ainda caminha devagar.
Design nada mais é do que fazer algo que tenha significado
para alguém (de um automóvel, passando por uma loja
até o modo como se vive em uma metrópole), que seja
tecnicamente factível dentro das tecnologias disponíveis
e economicamente viável, isto é, alguém precisa pagar
por aquilo. E o Brasil percebeu que para fazer isso em seus
produtos, revistas, serviços entre tantos outros é preciso
conhecer profundamente os elementos desta equação. E isso
requer planejamento e inteligência, seguidos de um trabalho
de síntese, que é justamente o que o design faz.
Não adianta ser simplesmente bonito, que é a
simplificação comumente atrelada à palavra.
Prova disso são os inúmeros exemplos clássicos do bom
design, da Braun à Apple, que criam toda uma atmosfera
adequada a um produto ou serviço, onde aquilo que elas de fato
vendem é uma parte de uma teia de informações organizadas de
forma tal que o consumidor se sinta totalmente seduzido.
No Brasil há setores da economia que pensam seus produtos
com o design totalmente inserido no processo. Áreas maduras
não sobrevivem sem um pensamento integrado para criar e
lançar seus produtos ou serviços. Mas há áreas onde o design
ainda está na sua fase apenas “estética”, muitas vezes sendo
empregado sem levar em conta os fatores que influenciam o
sucesso de um lançamento e que, por conta de uma competição
mais acirrada e competente, tendem a sofrer para permanecer
atraentes. E são nesses setores e na própria gestão pública,
incluindo aí as cidades, que estão as maiores carências e portanto,
as grandes oportunidades.
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“mudamos
a forma de
descobrir
novas
músicas”
ENTREVISTA INTERNACIONAL
VP do Oi Rdio,
Scott Bagby
Conseguir juntar 15 milhões de músicas que agradem
culturas tão diferentes e, ao mesmo tempo, respeitar os
direitos autorais não é fácil. Lançado no Brasil no fim de
2011, em parceria com a operadora Oi, o Rdio é um serviço de streaming que disponibiliza músicas para serem
ouvidas por meio do computador, de smartphones ou
tablets, de forma on ou offline.
E fomos atrás de um dos criadores do Rdio, o VP International, Scott Bagby, que nos revelou o sucesso do
serviço que, segundo ele, está revolucionando a forma
pela qual conhecemos novas bandas e novos estilos
musicais. Confira a entrevista exclusiva.
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| WIDE | 91 > DESIGN
DESIGN
WIDE: Como está o desempenho do Rdio nesses primeiros meses de
operação e qual tem sido a taxa de conversão?
SCOTT BAGBY: Desde o lançamento no Brasil, em novembro de
2011, estamos muito satisfeitos com a aceitação até o momento.
Ainda é cedo para liberarmos todos os números, mas temos
acompanhado grandes aumentos de tráfego por meio de nossa
contínua expansão internacional, além da nossa integração com
o Facebook e Twitter, bem como parcerias com as operadoras Oi
(Brasil) e Telus (Canadá).
WIDE: Em relação à questão de direitos autorais e a toda a discussão
que envolve o assunto no tocante ao fim da pirataria, você acredita
que o Rdio surgiu em um momento estratégico para reerguer esse
mercado? Esse modelo de negócios veio para ficar?
SCOTT: Não há dúvida de que streaming e acesso são os caminhos para onde o digital e a música no futuro estão seguindo.
Hoje alguém pode imediatamente encontrar um artista que
procura. Basta ativar a função e, se ele gosta de um álbum,
por exemplo, ele também pode ir a um show, comprar o CD.
Coletivamente, as receitas com serviços de streaming de
música estão inovando de várias fontes. Quanto mais serviços
são lançados em todo o mundo e a medida em que os usuários
passam a se conectar, a receita tende a crescer, enquanto a pirataria tende a diminuir ainda mais.
WIDE: O suporte do Oi Rdio é outro destaque entre suas funcionalidades. O atendimento rápido e eficaz faz com que os clientes sintam-se satisfeitos e indiquem o serviço a seus amigos. Essa qualidade
oferecida pelo suporte faz parte da estratégia da Oi Rdio?
SCOTT: O atendimento ao cliente é muito importante para nós.
Nós valorizamos nossos usuários, que querem ter a plena certeza de que vão ter fácil e ágil assistência, quando necessário.
Além disso, nossos canais de suporte por meio do site e das
redes sociais também complementam nosso objetivo. É importante encorajá-los a sempre compartilhar comentários para que
possamos continuar melhorando o serviço da Oi Rdio. Ou seja,
continuar trabalhando para alcançarmos a melhor maneira de
descobrir, reproduzir e compartilhar músicas.
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DESIGN
WIDE: Por conta de sua abrangência mundial, a Rdio pode ser considerada um novo modelo de negócios. Como foi detectada essa
inovação?
SCOTT: Pela primeira vez na história vi que era realmente possível lançar um serviço como o Rdio. Detectamos que as licenças,
as redes sem fio, a ascensão de dispositivos móveis e as aplicações nesses aparelhos, juntamente com a conectividade, estavam disponíveis. Além disso, inúmeros consumidores estão se
movendo em busca de serviços em nuvem para outras formas
de conteúdo, tais como filmes, televisão e livros. Tínhamos em
mente que o grande desafio com o digital era ainda descobrir
novas músicas de forma mais fácil. Ora, milhões de músicas e
acesso a tanto conteúdo digital de todos os lugares do mundo
certamente é um imponente desafio. Concluímos, então, que
a forma mais natural de descobrir a música seria por meio
das pessoas que você confia (seja um cara da loja de discos,
um escritor de música popular ou ainda o seu artista favorito).
Assim, quisemos reintroduzir esses tipos de conversa sobre
música e levar entretenimento de forma fácil, porém online.
Na verdade, alguns dos feedbacks mais frequentes que recebemos são coisas do tipo “eu descobri mais música nova nos
últimos dois dias na Rdio do que nas últimas décadas”. Outros
depoimentos confessam que “o mundo ainda não tinha visto
um serviço de música verdadeiramente global”. A ideia de construir um serviço onde você pode realmente ouvir um catálogo
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| WIDE | 91 > DESIGN
global de música e acompanhar a qualquer momento o que as
pessoas estão ouvindo ao redor do mundo é extremamente
empolgante para nós.
WIDE: O crescimento dos smartphones, acompanhado do sucesso
de plataformas como Android, contribuiu para que a ideia se
expandisse. Como é o desafio da Rdio em termos de usabilidade e
funcionalidade?
SCOTT: Liderar em design e experiência do usuário é um grande
foco para nós e estamos empenhados em sempre melhorar
nosso produto final. Temos realmente um produto para construir, trazendo mais formas de descobrir, ouvir e compartilhar
músicas com o mundo. Além de inovações do produto, a nossa
contínua expansão no mundo é outro foco que buscamos, ou
seja, que todos continuem com a Rdio disponível em outros países da Europa, América Latina e Ásia ao longo de 2012. A interatividade é outro ponto a ser discutido. Quando o usuário conecta
a sua conta do Facebook usando Rdio, seus amigos podem ver
o que está tocando naquele momento, e também ouvir músicas
juntos. Outro exemplo é seguir um DJ e a possibilidade de falar
com ele durante o set.
WIDE: Na opinião da Rdio, o mercado de música online é realmente
um nicho promissor universal ou depende da força da cultura local
em torno da música para alcançar bons resultados?
“2011 foi o primeiro
ano em que as vendas
de música digital
superaram as vendas
de música física nos
Estados Unidos”
SCOTT: Um relatório recente mostrou que 2011 foi o primeiro
ano em que as vendas de música digital superaram as vendas
de música física nos Estados Unidos. Há muitos anos temos visto
tendências distantes para a acessibilidade em tudo, desde vídeos
a automóveis. Acreditamos que os consumidores de música em
todo o mundo estão seguindo um caminho semelhante ao de
vídeo no mercado dos EUA: o acesso à compra para o conteúdo de streaming ao invés de objetos físicos. Ainda é cedo para
garantias plenas, mas as pessoas estão começando a reconhecer
os benefícios de acesso às suas coleções de música em qualquer
lugar. Embora o futuro da tecnologia digital nos permita criar um
serviço de música verdadeiramente global, o conteúdo local é
um elemento muito importante. Para isso, estamos focados em
cada país apresentando o mais rico catálogo de música local para
que os nossos usuários possam desfrutar.
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Rio
20
O Glob-All Mix foi uma reedição
do projeto realizado pelo famoso
designer Felipe Taborda, há 20
anos. Durante a Rio 92, ele reuniu
30 grandes designers gráficos do
mundo para criar um cartaz que
representasse a visão de cada um
deles sobre o meio ambiente e o
desenvolvimento.
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ESPECIAL
AS OBRAS FORAM EXPOSTAS NO
GALPÃO DAS ARTES (RJ)
DESIGN
Em 2012, o Glob-All Mix abordou o desenvolvimento sustentável, principal tema da Rio+20.
Assim como em 1992, a coleção das imagens
dos 30 designers foi o presente oficial do Itamaraty aos chefes de Estado e representantes de
delegações que participaram da conferência.
Além de cinco brasileiros, a mostra apresentou
cartazes de designers de países europeus e das
Américas, da China, da Índia, do Irã e do Japão.
Conversamos com Felipe Taborda, que nos contou os
desafios e novidades da exposição, além de falar sobre
as diferenças culturais dos designers envolvidos.
WIDE Qual a sensação de 20 anos depois - a exemplo do ocorrido
durante a conferência Rio 92 das Nações Unidas, e agora com o foco
da Rio+20 no tema: “A Economia Verde e a Erradicação da Pobreza” -,
coordenar a re-edição do projeto e abordar o tema Desenvolvimento
Sustentável, com exposição de 30 novos cartazes feitos por 30 designers gráficos consagrados?
FELIPE TABORDA Parece incrível, mas curiosamente as coisas
eram mais fáceis há 20 anos. Não tínhamos e-mail, internet, entre
outras diversas ferramentas, e tínhamos que tratar tudo com
todos por meio de fax, telefonemas ou correio. E funcionava!
Tanto que funcionou, e tudo aconteceu como previsto. O que
ocorre hoje é que o mundo mudou bastante, e as questões culturais - assim como as questões ambientais e de sustentabilidade
- têm uma nova visão e perspectiva atualmente. Todos estão “na
moda”, ou seja, são temas conhecidos da maioria dos habitantes
do mundo. Portanto tratar disso, e além do mais precisar de financiamento para lidar com esses temas é outra realidade - difícil e
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AS OBRAS FORAM EXPOSTAS NO
GALPÃO DAS ARTES (RJ)
DESIGN
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| WIDE | 91 > DESIGN
complicada. Porém, como tudo na vida, temos que nos dispor a
fazer aquilo que pretendemos, pois se não somos nós mesmos a
tratar de nossos interesses, nada acontece.
WIDE Em um planeta tão universal como o nosso, revelar as interpretações de sustentabilidade de tantos artistas gráficos de todo o
mundo, utilizando seus dons criativos e ao mesmo tempo buscando
deixar um legado, o que pode ser tirado de lição sobre as diferenças culturais, uma vez que as imagens dos 30 designers serão vistas
ainda nas 227 representações (Embaixadas, Consulados etc) brasileiras ao redor do mundo?
FELIPE TABORDA Aí está o “mistério do design”, pois acredito
que uma boa ideia tem apelo a qualquer observador, não importando de que país seja. Evidentemente toda interpretação
depende do conhecimento e cultura – seja ela qual for - de cada
um. Claro que gostaria de saber como será o resultado desses
cartazes ao redor do mundo, e saber de suas diferentes interpretações locais. Mas isso é quase impossível. De toda forma, não
há nada como a música para transpor barreiras, mais ainda do
que arte ou design.
PROGRAME-SE
A EXPOSIÇÃO NO
RIO DE JANEIRO
ACONTECE NO
GALPÃO DAS ARTES,
NO JARDIM BOTÂNICO,
DE 24 DE JUNHO A 15
DE JULHO.
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DESIGN
Aqui, ali, em qualquer lugar Michel Lent
Ligue os pontos, de volta para o Desenho Industrial
Quando eu tinha 17 anos e estava prestes a entrar na faculdade,
gostava de fotografia (fiz mil cursos), vídeo (produzi alguns), era
músico semi-profissional (fita demo gravada e prestes a cair na
estrada), queria ser cineasta (uma das opções de faculdade), filósofo (outra), físico (mais uma) e dava aulas de informática para
me sustentar. Tinha uma certa fixação por comunicação gráfica
(desenho de letras e fazer cartazes). Ou seja, era um completo perdido na vida.
Produto e Comunicação Visual.
Apesar da insistência de meu pai para fazer economia (só fui
entender depois de velho), eu resolvi acabar fazendo vestibular
para Desenho Industrial (Design Gráfico) porque o currículo reunia aulas de fotografia, vídeo e ‘mexia’ com computador. Passei
na prova de habilidade específica (apesar do meu desenho péssimo) e entrei para a PUC-Rio.
A Comunicação Visual tratava de projetos gráficos. Posters, cartazes, embalagens, sinalização. Tudo aquilo que cobre as superfícies desenhadas por arquitetos ou designers de produto.
Levei quase seis anos para terminar o curso, fazendo alguns projetos gráficos (cartazes, capas de CD, livros) que me deixavam
bastante frustrados, pois aquilo que eu fazia na tela (era o começo
do Desktop Publishing) não era o que saia no papel.
E assim seguia a minha vida profissional e acadêmica, até que
um dia tomei conhecimento de uma nova área profissional
que estava em formação chamada ‘multimídia’ e para ser bom
no assunto, era importante entender de informática, design gráfico, fotografia, vídeo, música e mais um monte de coisa que eu
gostava. Me dei conta ao tomar contato com essa área que tudo
aquilo que eu havia gostado até então, e que parecia completamente desconexo, era importante para me tornar um bom profissional de multimídia.
O Projeto de Produto projetava objetos: cadeiras, ferramentas,
carros, tudo o que você consiga imaginar que o homem pode
fazer uso e é feito de átomos, tirando casas e prédios, que são
responsabilidade de engenheiros e arquitetos. Costumo dizer
que designers, engenheiros e arquitetos são primos, pois fazem o
mesmo tipo de coisa em escalas diferentes.
E na escola de Desenho Industrial, fosse você fazer habilitação
em Projeto de Produto ou Comunicação Visual, uma cadeira era
obrigatória e se repetia praticamente todo semestre. A cadeira de
Projeto, Planejamento e Desenvolvimento (PPD). A metodologia
do PPD era bastante direta: encontrar uma situação problemática para o homem e projetar uma solução, fosse ela um objeto ou
uma solução gráfica.
Apesar de conceitualmente integrado, o que eu fui fazer a partir
a partir da minha migração para a ‘multimídia’, pouco tinha a ver
com o Desenho Industrial. A vida se resumia a projetar sites. Ou
seja, a solução do problema já estava resolvida antecipadamente:
era um site. E o que nos restava era desenhar interfaces, tentando
solucionar problemas tecnológicos. A imagem pesada demais,
obrigar o HTML a fazer o que a gente queria. Dar um jeito no Flash.
Torcer o CSS para chegar lá.
Agora aceleremos. Vamos adiantar quase 18 anos.
Conhecer a multimídia e trabalhar ‘com internet’ mudou a minha
vida profissional radicalmente e, graças a ela, consegui seguir
uma carreira profissional onde me divirto trabalhando. Acredito
fielmente que misturar trabalho e diversão é a chave para a felicidade e o sucesso profissional.
A internet mudou. Agora o computador é apenas mais uma
tela interativa, junto dos tablets, smartphones, TVs, geladeiras…
Quase não navegamos mais em sites. O mundo transborda de
aplicativos. As impressoras 3D se tornam cada dia mais baratas e
o Arduíno em breve vai ser brincadeira de criança.
“OK” você vai dizer. “Que legal. E?”.
Calma. Ainda na faculdade de Desenho Industrial.
Basicamente o curso se dividia em duas habilitações: Projeto de
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Como encontrar soluções para estes novos projetos digitais?
Como abordar estes problemas? Agora é necessário entender
o problema e projetar uma solução. Solução que vai usar sim
tecnologia informática, mas está agora completamente livre de
Como encontrar soluções para
estes novos projetos digitais?
Como abordar estes problemas?
Agora é necessário entender
o problema e projetar uma
solução. Solução que vai usar
sim tecnologia informática, mas
está agora completamente livre
de amarras, formatos de tela ou
restrição de código.
amarras, formatos de tela ou restrição de código.
E a metodologia que me veio à cabeça não foi outra senão a boa
e velha metodologia aprendida na escola de Desenho Industrial.
De volta aos tempos de PPD, pensando nas pessoas e nos problemas, sem ter que me preocupar com a solução tecnológica, porque
evoluímos o suficiente nestes 18 anos para não precisarmos mais
gastar tanto tempo no problema e dedicar mais tempo na solução.
E da mesma forma como lá atrás encontrei na multimídia e na
internet algo que fazia ótimo uso dos meus conhecimentos e interesses nos vários meios e ferramentas, agora encontro na internet
algo onde meus conhecimentos da escola de Desenho Industrial
são igualmente úteis e relevantes, e novamente o ciclo se fecha.
Ou como dizia o finado Steve Jobs. Ligue os pontos.
Michel Lent Schwartzman
Designer gráfico pela PUC-Rio e mestre em Telecomunicações Interativas pela
New York University. Em 2002, fundou a 10’Minutos, agência que juntou suas
operações com o grupo Ogilvy, em 2009, passando a funcionar sob a bandeira
OgilvyInteractive Brazil, empresa da qual Michel foi gerente geral e vice-presidente de criação. Em 2011, assumiu a vice-presidência estratégica do Grupo
Pontomobi/RBS, empresa líder em mobile marketing no país. Ao longo de mais
de quinze anos de carreira, foi premiado nos principais festivais internacionais,
com trabalhos vencedores em Cannes, Clio, Art Directors, One Show, London
Festivals, FIAP, El Ojo de Iberoamérica, entre outros.
Twitter: @lent
E-mail: [email protected]
91 > DESIGN | WIDE |
39
DESIGN
Internacional Julius Wiedemann
Quando o HTML5 reinar...
Já que tanta gente está tentando prever o
futuro dos Apps e do HTML5, eu também
vou fazer o exercício aqui, mas vou me
colocar tanto como usuário como desenvolvedor, ou melhor, provedor de conteúdo. A Wired e o MIT se posicionaram
recentemente de maneiras muito diferentes sobre o futuro. O primeiro com um parecer mais positivo para os Apps, e o segundo
desenhando um cenário que estaria favorecendo mais o uso de HTML5 como um
substituidor dos Apps.
Já estou há algum tempo envolvido
com a produção de livros digitais, e o que
vemos mais uma vez é uma guerra de formatos. Amazon com o seu, iOS da Apple
com sua adaptação do EPub, e mais recentemente com a noticia dos investimentos
da Microsoft no Nook, deveremos ter mais
um formato. Todos na tentativa de condicionar a distribuição com a adoção de
uma plataforma. O investimento de converter livros ou produzir Apps para várias
plataformas é enorme, e muitas empresas
acabam por escolher apenas uma ou duas
como foco, se baseando em poder de mercado. Nesse quesito, iOS e Android levam
vantagem nos Apps, sendo o iOS praticamente o único sistema onde se pode esperar uma monetização.
O sonho de ter todos esses aparelhos
conectados em 4G com velocidades de
até 1GB de download por segundo é tudo
que eu mais queria. Mas essa infraestrutura me parece que ainda vai demorar um
pouco a chegar. São poucos os paises que
conseguem prover alta velocidade móvel
com estabilidade necessária. Mas algumas
empresas já estão mirando no futuro e
começaram a lançar serviços puramente
baseados em HTML5, que funcionam independentemente dos aparelhos. Inkling e
OverDrive são duas dessas empresas. Eles
com certeza já fizeram o cálculo de investimento e do tempo de adoção, e chegaram a
conclusão de que esse é mesmo o futuro, e
já começaram a arquitetar novos modelos.
Se as empresas estiverem oferecendo seus
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| WIDE | 91 > DESIGN
produtos em uma plataforma de HTML5,
elas também vão possivelmente monetizar
melhor seus anúncios, já que terão volume
multi-plataforma e um conhecimento
melhor do que está sendo consumido.
Serviços e produtos com venda direta
pelos browsers de celular e tablets vão flexibilizar muito como empresas de conteúdo
trabalham. Elas vão ficar mais independentes, e os produtores de sistemas vão ter que
oferecer mais do que um sistema fechado
e um ecossistema de compra. O desafio
para os produtores de aparelhos tais como
Apple e Samsung será bem maior. O hardware vai se tornar para eles ainda mais
importante. Eles vão ter que convencer
de que a performance do que produzem
suporta o que existe fora do ecossistema. Nesse quesito, a Samsung leva uma
pequena vantagem, já que ela não tem o
iTunes e poderia se mostrar mais flexível. O
preço dos aparelhos também vai começar
a ser um grande diferenciador. Até agora, o
ecossistema é o que mais contava.
Enquanto esperamos, passamos a viver
em um mundo de Apps, que nos deixa confortáveis de ter à nossa mão uma série de
ferramentas de todos os tipos, de entretenimento à utilidades da vida prática. A pergunta se elas vão sumir pode ser um pouco
radical. Talvez tenhamos sempre motivos
pra usar Apps, já que eles podem oferecer
uma experiência mais bem construída, e
com menos volume de dados para serem
baixados (a exclusão da interface, que fica
no sistema, por exemplo). Mas além disso,
Apps são um universo hoje muito grande,
que abrange diversos setores. O iOS já é a
maior plataforma móvel de games, para
citar um exemplo. Enquanto os tablets
estão criando uma nova categoria de produto, os celulares são a mina de ouro do
momento, com uma penetração de mais
de 5 bilhões de aparelhos no mundo. Nos
Estados Unidos, mais de 50% dos celulares
já são smartphones. O Angry Birds é o primeiro exemplo de um App que vai se transformar em filme. Não faltam bons exemplos
de histórias de sucesso e inovação.
Mas assim como muitas tendências digitais logo se mostraram fenômenos de curto
prazo, isso também pode acontecer com
os Apps. O fato de existirem no momento o
iOS e o Android como líderes de sistemas,
cria uma concentração que no momento
facilita as decisão de investimento. Se tivéssemos no momento cinco grandes sistemas, isso tornaria os custos de desenvolvimento insanos para quem paga.
Em minha opinião, o HTML5 vai engolir
entre 50 e 70% do mercado de Apps, deixando ainda um volume razoável de negócios. A lógica que hoje impera de baixos
preços dos Apps deve se manter. Assim
como o fato de muitos deles serem produzidos com os budgets de marketing, para
promover produtos.
O HTML5 pode ser o salvador das
editoras, de livros, revistas e jornais.
Mas isso ainda está por ser provado.
A infraestrutura não é tão fácil de ser
montada, existem problemas gigantes de direitos autorais e, finalmente,
a monetização ainda parece estar
muito distante.
Tendo tudo isso diante de nós, o principal
no momento é manter um foco no curto e
médio prazo, com um olho meio aberto no
futuro, e estar preparado para transições.
Mais fácil falado do que feito. Por isso eu
acordo todos os dias e penso em todas as
minhas tarefas, e continuo planejando para
o futuro.
Julius Wiedemann
Diretor de publicações digitais da editora
alemã Taschen (www.taschen.com), além de
editor-chefe das áreas de design e pop culture.
Julius viaja 70% do seu tempo, dividindo
residências entre o Rio de Janeiro, Cambridge,
no Reino Unido, e Colônia, na Alemanha.
E-mail: [email protected]
Ilustração Carolina Vigna-Marú
Recursos humanos pouco profissionalizados
“O objetivo da imagem não é tornar mais
próxima de nossa compreensão a significação que ela traz, mas criar uma percepção particular do objeto, criar uma visão
e não o seu reconhecimento.”
(CHKLÓVSKI, 1973 )
Mais vezes do que seria natural me flagro pensando sobre a construção de imagens e da relação destas imagens com texto. Quando
o mundo todo está jogando Angry Birds no metrô eu estou lá
com cara de “screensaver” pensando na ilustração estampada na
mochila do desgraçado que acabou de pisar no meu pé. Já cheguei
a perder a estação por pura distração, após ter ficado hipnotizada
com uma camiseta beatlemaníaca à minha frente.
O que faz com que uma ilustração “funcione” é matéria para
uma especialização inteira em semiótica e obviamente não caberá
nesta coluna. Não vou nem tentar, mas posso sugerir alguns pontos iniciais de pesquisa:
• CASA - Cadernos de Semiótica Aplicada: seer.fclar.unesp.br/casa
• Estudos semióticos (USP): fflch.usp.br/dl/semiotica/es/
• Usabilidoido: usabilidoido.com.br/cat_semiotica.html
Algumas questões são tão visíveis que se tornaram senso
comum. Uma delas é o equilíbrio. Não necessariamente precisamos
de uma composição simétrica para termos equilíbrio. Algo que os
designers conhecem bem é o valor do espaço em branco, do vazio.
É o uso do espaço que vai determinar o equilíbrio, o ritmo, a tensão
e a relação figura-fundo. Vou evitar aqui a análise formal, ou seja,
linhas, cores, formas, perspectiva etc. O equilíbrio não precisa ser,
tampouco, estável. Podemos criar algo propositalmente instável.
Podemos, ainda, pela lei do agrupamento da Gestalt, conseguir interações entre os elementos de forma que a composição seja percebida de uma forma diferente dos elementos individualmente. Aliás,
é nesta ideia de que o todo é maior do que a soma das partes que
se baseiam as principais teorias visuais. A bíblia neste assunto é a
“Sintaxe da Linguagem Visual”, da professora Donis A. Dondis.
A questão do que consideramos atraente em termos de imagem permanece. Entra aí uma noção de “belo” que, obviamente,
varia de acordo com a cultura, a época, a geografia, a faixa etária
etc. Para complicar, temos ainda a análise iconográfica e temática,
assunto recorrente desta coluna. E, claro, a técnica. Esta aquarela
está bem feita? As sombras estão todas do lado oposto da fonte
de luz? E por aí vai. Existe, ainda, a leitura contextualizada. Ou seja,
tanto o objetivo quanto a interpretação de uma imagem variam
conforme o período, a biografia do artista e a geografia. A cor de luto
no Japão é branca. O nosso gesto de “legal”, com o dedão para cima,
é interpretado como algo extremamente rude na Grécia. As cores
tiveram significados bem diferentes no decorrer da história: o vermelho, por exemplo, já foi sinônimo de riqueza, de amor, de assassinato e já nos protegeu contra doenças (fonte: Pigments through
the Ages - webexhibits.org/pigments/intro/colors.html).
A construção de uma imagem envolve tantas questões que,
mesmo sentindo que volto sempre ao mesmo tema, cada vez que
um cliente me diz “é rapidinho, só um desenhinho simples”, me
sinto na obrigação de dizer novamente que a ferramenta não faz o
artista. Todo mundo parece compreender que ter um martelo em
casa não me torna apta a construir um armário. Por que o designer
e o ilustrador são vistos de forma diferente? Assim como acontece
em qualquer área, o domínio da técnica não faz o ilustrador. Saber
usar o Word não faz de ninguém escritor. Usar equações do Excel
não transforma ninguém em contador. Ter o Illustrator no computador também não faz brotar ilustradores. Até porque, com todos
os recursos que temos disponíveis gratuitamente, seríamos todos
Leonardos Da Vinci.
A ilustração de livros e revistas tem ainda a questão da sua
relação com o texto. Este assunto é bem complicado, mas, a grosso
modo, é importante que a relação exista mas sem um competir
com o outro. Evitar a redundância é bom e não fornecer uma única
leitura possível é importantíssimo. O Brasil tem grandes ilustradores, felizmente. E aí chego, finalmente, à citação inicial. Qual a finalidade da imagem? É necessário ter um objetivo? Em artes visuais talvez não, mas em ilustração é fundamental. A diferença,
justamente, é a relação com o texto. Na maioria das vezes (mas
nem sempre), o texto vem primeiro. Ou seja, a ilustração “ilustra”
o texto, e precisa respeitá-lo. O mesmo serve para o design gráfico,
interface, animação... Se existe (novamente, nem sempre existe)
um texto inicial, o artista visual/gráfico não pode ignorá-lo. Então,
da próxima vez em que percebermos que estamos reclamando
(também sofro deste mal) do pouco respeito à nossa profissão, proponho que coloquemos um pouco a mão na consciência: será que
não “atropelamos” uns tantos outros por aí também?
Carolina Vigna-Marú é designer e ilustradora das antigas, do tipo que
raspou fotolito com gilette e fez separação de cores no papel vegetal, mas
que não é saudosista e acha tecnologia o máximo. Trabalhou com multimídia
e foi SysOp de BBS. Desenvolve sites desde 1996, especializando-se em CMS
e em SEO com tableless e CSS. Começou em uma editora pequena em 1982
e nunca mais parou. Gosta muito de ilustração vetorial, mas não dispensa um
bom papel e lápis. Fotógrafa amadora e apaixonada por tudo o que é gráfico.
Estuda Artes Visuais no Centro Universitário Belas Artes SP
E-mail: [email protected]
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DESIGN
Design de interação Amyris Fernandez
Interação Humano-Computador (IHC) e Comunicação:
discutindo o que há em comum
A área de conhecimento de Interação
Humano-Computador tem se dedicado a entender como seres humanos, as
máquinas e os softwares interagem uns
com os outros, considerando as limitações de todos eles. Dentro dessa área
de conhecimento, uma metodologia de
observação cd usuários tem sido utilizada: a usabilidade tem sido utilizada
para olhar a interação pelo seu aspecto
de execução de tarefas.
O que fica evidente é que muito mais que uma interação mecânica entre as partes, o que há é uma troca de mensagens. Há
comunicação entre as partes envolvidas no processo: entre as
empresas que criam e oferecem meios digitais onde pessoas
podem ler e ver conteúdos, comprar e sentir o espírito de uma
marca, entre as pessoas que conversam umas com as outras
usando os softwares disponíveis, emails ou chats, sendo que
tudo acontece em cima de plataformas como PCs ou celulares e
softwares que exibem esse diálogo.
Pensando nessa complexidade, fomos procurar modelos
que explicassem essa troca processamento e apreciação das
mensagens.
OS MODELOS
Um dos mais conhecidos modelos de comunicação foi desenvolvido por Shannon e Weaver (1963), cuja representação
incluiu um elemento conhecido como ruído - um estímulo
adicional e indesejado dentro do processo. No modelo, o ruído
sempre acompanha a mensagem. O ruído pode ser de origem
física, como excesso de barulho no ambiente, interferindo na
viabilidade de ouvir o que outra pessoa diz, ou de ordem psicológica, quando o diálogo interno interfere na atenção prestada ao
interlocutor ou na compreensão da mensagem. Este modelo é
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fundamentalmente linear e tem como principais limitações para
o entendimento das trocas entre praticantes de jogos digitais em
meios eletrônicos: 1) o fato de considerar o processo em apenas
uma direção, ou seja, da fonte ao receptor, 2) não considera o
ambiente onde estas trocas ocorrem e 3) não especifica os atributos da fonte, mensagem, receptor, canal e receptor.
O modelo proposto por David Berlo (2003) resolve o problema do modelo anterior, por dar ênfase aos quatro elementos:
fonte, mensagem, canal e receptor, e existe um processo de codificação e decodificação da mensagem. Neste modelo a fonte é
o criador da mensagem, podendo ser uma pessoa ou um grupo.
Por que a fonte tem uma intenção ao criar a mensagem são realizadas escolhas de elementos para compor a mesma. Estas escolhas codificam a mensagem. O interessante é que, neste modelo,
é possível separar o codificador da fonte, demonstrando, assim,
que existe um processo de produção da mensagem que está
além da fonte.
O mecanismo de decodificação opera da mesma maneira.
Sendo assim, os elementos que interferem na mensagem, tanto
do lado do emissor como do receptor, podem ser: habilidades,
atitudes, conhecimento, sistemas sociais e ambiente cultural.
Entretanto, as críticas ao modelo recaem sobre os mesmos pontos que sobre o modelo de Weaver e Shannon apresentado anteriormente, em que os efeitos da resposta são pouco observados.
A análise do processo de diálogo entre homens e interfaces digitais indica que há um desdobramento desses papéis no
espaço digital, pois este é composto por um hardware e um software, e ambos oferecem ao usuário uma interface de interação,
sendo uma delas teclado e mouse e outra composta pelos elementos apresentados na tela. Por essas razões, o diálogo entre
seres humanos e máquinas desdobra-se em passos que exigem
mais em termos cognitivos e operacionais do que é exigido para
ouvir rádio ou assistir televisão, por exemplo.
O usuário terá que conversar com o hardware para conseguir
agir sobre o software, o que significa dois diálogos, um com o PC,
TV interativa, ou aparelhos celulares e outro com a interface dos
mesmos. É possível pensar que o hardware ocupa o lugar de
codificador da mensagem, uma vez que ele traduz a mensagem
para o sistema, a fim de obter uma resposta - a execução de um
comando. Porém, como tanto a mensagem de erro na tela, como
a execução de comando tem o poder de manter o usuário agindo
no sistema, podemos considerar que existe um diálogo que
ocorre em paralelo entre usuário, hardware e software. Afinal, o
usuário usa o hardware para falar com o software.
O que esta discussão demonstra é que, para
entendermos a apreciação da interação dentro de
ambientes digitais, é preciso descobrir quais são os
elementos envolvidos e como se relacionam, uma
vez que o processo envolve maior complexidade do
que um processo de comunicação usual.
O software, por sua vez, traduz os comandos do usuário no hardware e responde com mudanças de estado que são visíveis na
interface. Logo, o usuário, ao perceber a mudança de estado na
tela, responde com novas ações sobre ela, através dos comandos
de software que irão agir sobre o hardware. Isto significa que tanto
o modelo de Berlo como o de Shannon e Weaver são capazes de
explicar o diálogo entre homens e máquinas, porém, dada a complexidade do mesmo, é preciso indicar qual o papel do hardware,
qual o do software, e como isso ocorre em paralelo durante um
evento sob o comando do usuário. Portanto, no momento em que
ocorre a interação com um hardware, existe uma intenção, a de
agir sobre o software, que, por sua vez, responde para o usuário,
que reinicia o ciclo de comunicação, a partir daí.
O que esta discussão demonstra é que, para entendermos a
apreciação da interação dentro de ambientes digitais, é preciso
descobrir quais são os elementos envolvidos e como se relacionam, uma vez que o processo envolve maior complexidade do
que um processo de comunicação usual. No caso de mensagens
publicitárias em meios digitais, o usuário/consumidor e o meio
realizam trocas contínuas de ordem mecânica e simbólica, onde
a emissão de mensagens e respostas ora está a cargo do usuário,
ora da interface da peça publicitária. Assumindo como verdadeira a premissa de trocas mecânicas e simbólicas contínuas,
pode-se considerar que as mensagens emitidas pelo consumidor
durante uma interação com a peça publicitária sejam a execução
de comandos sobre o teclado e que as mensagens da peça publicitária sejam mudanças de estado da própria peça.
O sucesso da interação depende fundamentalmente da qualidade da interface. Com o surgimento da Internet, o termo usabilidade tornou-se sinônimo de interfaces simples ou de fácil uso
por usuários comuns. Ao longo dos anos seguintes, o significado
de usabilidade transformou-se mais uma vez, pois a ciência passou a entender mais as experiências das pessoas com os computadores. Por isso a discussão passou para o entendimento do
papel do prazer em usar produtos (LOGAN, 1994) e da diversão
através de interfaces (BLYTHE; HASSENZAHL, 2004a)
Mark Hassenzahl propôs um modelo em 2004 que define
os elementos-chave da experiência do usuário e a relação funcional entre os elementos do modelo, distingue os atributos em
duas categorias: (1) pragmáticos, referindo-se à manipulação e
capacidade de atingir os objetivos comportamentais de cada
indivíduo, e (2) hedônicos, referindo-se aos atributos que estimulam e têm alguma forma de identificação com os indivíduos,
provocando memórias nos mesmos e enfatizam o bem estar
psicológico dos indivíduos.
O modelo deste pesquisador tem como méritos abordar: a) a
natureza subjetiva da experiência em si, b) a percepção do produto, c) as respostas emocionais aos produtos em d) diversas
situações. O trabalho deste autor também contribui ao reconhecer que existe uma intenção por parte do designer e uma expectativa por parte do usuário, mas que não existe nenhuma garantia
de que o usuário irá: compreender, perceber e apreciar o produto
da forma como o designer desejaria. O modelo também tem
como mérito o fato de estruturar os elementos que compõem
a experiência do usuário, pois a proposta de Hassenzahl indica
que a interação com produtos e a experiência que esta gera é
uma estrutura cognitiva complexa, capaz de evocar memórias e
valores simbólicos, pois somente quando os usuários começam
a usar um produto, diz o autor, inicia-se um processo de construção de opinião sobre o produto, baseado na combinação da
apreciação das características dos produtos, critérios pessoais e
expectativas, algumas vezes baseada em experiências anteriores, e numa determinada situação de uso. Dependendo dessa
situação, as consequências emocionais e comportamentais são
completamente diferentes.
Ao longo da pesquisa foi possível constatar que essa área
de conhecimento desenvolveu modelos e formas de observar
os consumidores diante das mensagens de comunicação integrando conhecimentos vindos da psicologia, com ênfase em
emoções e motivação, pois buscava entender como os consumidores processavam as mensagens publicitárias e formavam sua
apreciação sobre elas e seus conteúdos. Essa abordagem é um
contraponto à abordagem vinda da Usabilidade, mais voltada
para aspectos mecânicos da interação.
Amyris Fernandez é consultora em Design de Interação, membro do
IxDA (Interaction Design Association) e ministra aulas de Usabilidade
e Design de Interação. É doutora em comunicação pela Universidade
Metodista, com “bolsa sanduíche” na Universidade de Koenhagen,
Dinamarca, e mestre em Comércio Eletrônico, pelo Rochester Institute of
Technology, EUA.
E-mail: [email protected]
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Neuro
Marketing
Com técnicas variadas, especialistas tentam decifrar a mente de seus consumidores e buscam alcançar a tão sonhada satisfação do cliente. O tema, que já ganhou adeptos de peso, como Coca-Cola, Harley-Davidson, Yahoo!, entre outras, é
a Capa desta edição da Wide, que você confere a partir de agora
Para falar sobre o assunto e dar valiosas dicas de como utilizar o neuromarketing em sua empresa, convidamos a diretora de Marketing da Coca-Cola,
Luciana Féres, e o gerente de Marketing, Produto e Relações Públicas da
Harley-Davidson do Brasil, Júlio Vitti. Eles falaram sobre a importância de
adaptação às necessidades dos clientes, boa convivência, estilo de vida, contato direto com os consumidores, qualidade nos serviços prestados, entre
outros assuntos.
Entender os desejos, impulsos e motivações do seu consumidor e
fazer sua marca vender mais. A tarefa pode não parecer das mais
fáceis, porém com a ajuda do neuromarketing, especialistas em
todo o mundo vêm apostando nessa técnica que estuda o comportamento do consumidor por meio da neurociência. No Brasil, algumas multinacionais já utilizam a aplicação do conceito. Porém a
força se comprova mesmo é no mercado estrangeiro. Jürgen Klaric,
CEO da Mindcode International Inc. EUA, é conhecido por ajudar
CEOs de multinacionais de todo o mundo a inovar e a reavaliar a
forma como apresentam seus produtos ao mercado. Em sua carteira de clientes atendidos constam grandes contas como Nestlé,
Danone, Bacardi, Pepsico, entre outros. Para ele, ao longo do tempo,
essas grandes marcas vêm conquistando acertos, mas também
erros que precisam ser pensados. Ele acredita que é necessário ir
além do simples objetivo de realizar o desejo do consumidor.
“O curioso é que sempre se fala mais dos êxitos do que dos
fracassos. Já eu gosto de falar dos fracassos, sem deixar de reconhecer os acertos, obviamente. Muitas empresas fazem todos
os esforços para lançar seus produtos e mantê-los no mercado
da melhor maneira possível, porém, em muitos casos, não con-
seguem realmente entender o que seus consumidores querem.
Precisamos ter em mente que por trás desse consumidor está
um ser humano, e que para entendê-lo não basta apenas fazer o que ele quer ou o que você gosta, é preciso ir além disso,
é necessário analisá-lo a partir de perspectivas diferentes, com
o auxílio de diversas ferramentas e baseado em ciências como
Antropologia, Sociologia, Semiótica, Biologia e a Neurociência.”
O especialista em Neuromarketing, Alex Born, concorda com
Jürgen quando cita que as empresas pensam apresentar seus
produtos da melhor maneira, porém não o fazem como deveriam. Born acredita que elas tentam “adivinhar” o que se passa
na cabeça de seus clientes criando suposições e, com isso, procuram se antecipar com ações pensadas a partir de seus próprios pontos de vista, em pesquisas de mercado que muitas vezes não configuram a verdade e com base em uma necessidade
apenas aparente. Com isso, as campanhas são bem feitas, mas
atingem apenas uma parte desses consumidores, com uma força pífia e com falhas que podem prejudicar suas imagens e fazer
com que os objetivos não sejam plenamente atingidos. Mas para
ele, muito pode ser melhorado.
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“Precisamos ter em
mente que por trás
desse consumidor está
um ser humano, e que
para entendê-lo não
basta apenas fazer o
que ele quer ou o que
você gosta, é preciso ir
além disso”
“O primeiro passo é pensarmos em nossos clientes a partir de
necessidades que eles ainda não perceberam. É preciso um algo
mais e não dar “mais do mesmo”. Inovação é uma palavra que
está sendo intensamente repetida, mas inovar significa mostrar
resultados para satisfazer os anseios dos contratantes ou gerar
soluções que, além de atender às bases das necessidades, ainda
tragam novas possibilidades de mercado? É preciso uma análise completa, caso contrário inovação passa a ser mais uma nomenclatura do que um conceito prático. É preciso um “chá de
realidade e eficiência” em tudo o que se faz e, principalmente,
respeito aos clientes e empresas, que esperam resultados reais
e sempre lucrativos.”
Jürgen Klaric revela que estudar o consumidor desde sua
base, de onde vem e para onde vai são as respostas para seus
produtos e serviços. Ele lembra que nos últimos anos o neuromarketing tornou-se a ferramenta mais poderosa para conseguir isso, pois quando você conhece o que acontece na mente
do seu consumidor diante de um estímulo, obviamente você
vai atrai-lo com estratégias mais direcionadas. Ou seja, quando
você sabe que as respostas fisiológicas são geradas no consumidor, há a possibilidade de analisar e obter medidas de forma a
instigá-lo a consumir.
Nos Estados Unidos, o especialista tem uma infraestrutura que
dispensa comentários, exclusivamente voltada para a aplicação
do conceito. A Mindcode International, maior empresa envolvida no desenvolvimento de processos de inovação, possui vários
laboratórios de neuromarketing espalhados por toda a América
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Latina. “Temos uma equipe formada por psicólogos, neurocientistas, antropólogos, semiólogos e profissionais de marketing, que
estão sempre em pesquisa e trabalham em conjunto para encontrar informações e conhecimentos profundos sobre determinantes inovações de consumo. Temos laboratórios de EEG (eletroencefalograma), resposta galvânica da pele, rastreadores oculares e
softwares-arte que permitem uma leitura clara e precisa das respostas das mais diversas sensações”, diz.
Alex Born conta que no início pensou como poderia aplicar
o conceito nas campanhas, à comunicação das empresas e aos
resultados que as ações de marketing proporcionariam. “Hoje sei
que esse desafio aumentou ainda mais, pois devido à força que
o tema vem ganhando, muitos profissionais se auto-intitulam
especialistas, sem ao menos buscarem informações científicas,
estudos aprofundados e parcerias com grupos sérios. O neuromarketing pode e deve ser utilizado por empresas de pequeno a
grande porte, mas é preciso saber que as pesquisas e os recursos
que ele disponibiliza não são tão acessíveis, pois têm um custo
elevado e com tempo de maturação para acontecer. Atualmente, as empresas já podem contar e utilizar alguns recursos e dados disponíveis para consolidar suas campanhas publicitárias e
suas ações de comunicação junto aos clientes, porém, é preciso
ressaltar que não existe “consultoria de neuromarketing”, o que
há são ações que transmitem mais segurança aos investimentos
das empresas”, garante o especialista.
Born defende a ideia de que empresas oferecem soluções por
um determinado preço, enquanto clientes compram segurança.
Ou seja, cliente busca por segurança em qualquer procura, seja
por produtos ou serviços. Ele pode ser movido pela inovação,
novas perspectivas, consumismo desenfreado, mas no fundo,
todos querem ter segurança que conseguirão se satisfazer com
o objeto final de sua aquisição. Para ele, independentemente do
que uma empresa vende, é preciso buscar a fidelização e criar
uma carteira de clientes defensores de sua marca e isso só acontece de duas maneiras: a primeira e menos provável é quando
uma marca ou um produto cai nas graças da coletividade e se
torna ícone; e a segunda e mais trabalhosa, porém, natural, é trabalhar as fases dos impulsos que levam os clientes a consumir.
“Um processo de fidelização acontece após uma empresa repetidamente cumprir com o que promete e atender às reais necessidades de seus clientes, feito isso ela conquista a confiança
desse consumidor e, se souber criar elementos que consolidem
essa vantagem, em pouco tempo construirá a credibilidade necessária para que os clientes, além de a colocarem em primeiro
lugar em seus pensamentos quando precisarem daquele determinado produto, ainda a indicarão e a defenderão como fiéis
escudeiros. A comunicação é o eixo central de tudo, mas o que é
comunicação senão a reação a um ou vários estímulos? Existem
áreas no cérebro que reagem em relação a determinadas ações
da comunicação e o neuromarketing auxilia as empresas a entenderem mais sobre isso e a trabalharem melhor suas campanhas. Então, se uma empresa quer consolidar suas marcas, precisa aprender a estimular para gerar reações que denotarão linhas
de comunicação, ora negativa, ora neutra e ora positiva.”
À WIDE, O CEO DA MINDCODE INTERNATIONAL, JÜRGEN KLARIC,
REVELOU O QUE CHAMA DE 10 NEURO-INSIGHTS,
DESCOBERTOS AO LONGO DO TEMPO POR MEIO DE TODOS OS
ESTUDOS REALIZADOS ATÉ HOJE:
1 – O cerébro gosta de sentidos simples e é conduzido
por formas básicas. A complexidade cria confusão e
muitas vezes rejeição. Os elementos em excesso levam
à frustração.
2- Danos reversíveis. Conexões neurais emocionais são
ativadas quando o produto é algo que te incomoda, mas
reversível.
3 - Mostre momentos antes de a ação ser concluída, ou
seja, conecte a mente de seu consumidor com antecedência. A construção de tempo ou emoção é fundamental. Em publicidade, por exemplo, mostrar o
momento anterior dos alimentos, no qual a pessoa vai
experimentar o produto, é tiro e queda.
4 - Formas orgânicas são sempre bem-vindas. Nosso cérebro recebe mais formas em curvas e arredondadas.
publicidade. Para os homens o ideal são composições
simples, com poucos elementos e arrumado. No caso
das mulheres pode se usar muitos elementos e ‘brincar’
mais com a ordem e a distribuição de forma diferente
no espaço.
7 – O cérebro guarda tudo e te leva a um simbolismo metafórico. Ele aprende, captura e armazena a informação
quando ela é entregue por meio de um símbolo. Por isso
é importante considerar como transmitir a mensagem
que você deseja enviar ao cérebro.
8 – O cérebro aprecia o bom humor, que faz com que as
pessoas se lembrem e memorizem mais eficazmente as
mensagens expostas na publicidade.
5- O cérebro procura e aprecia o tangível. O homem possui instinto biológico de tocar.
9 – Os olhos são tudo. Por meio da análise que o público
assiste, você pode descobrir quais os elementos ou objetos gerados por estímulos em relação aos processos de
consumo cognitivos, tais como atenção e memória. Isso é
possível graças à tecnologia de rastreamento ocular.
6 – Homens elementos. Os homens têm visão de túnel,
enquanto as mulheres têm visão periférica. E isso vem
desde os tempos da pré-história, quando os homens
deviam ter esse tipo de visão para a caça e as mulheres
para encontrar as frutas. É importante considerar este
princípio na distribuição e ordem dos elementos em
10 – Ler um papel é muito mais conectivo devido à experiência sensorial de olhar e ter a possibilidade de
tocar, a exemplo de páginas de um livro ou de uma revista. Estas sensações não acontecem no mundo virtual, onde não se pode tocar tampouco sentir, razão pela
qual a experiência não seja tão conectiva.
Para entender a lógica do neuromarketing, ele surgiu a partir de
estudos das reações cerebrais em relação às reações aos estímulos proporcionados pela comunicação e como elas influenciam o consumidor nas tomadas de decisões. Atualmente, uma
parafernália de pesquisas que utilizam recursos das neurociências são feitas para mostrar as vantagens do neuromarketing
e muitas dessas análises são excelentes e feitas por empresas
sérias, porém, mais uma vez é preciso salientar que o futuro do
neuromarketing depende de como as pessoas e empresas receberão as informações e atuarão em cima delas. Preocupado
com a seriedade do tema, Alex Born reeditou o primeiro livro
“Neuromarketing - O Genoma do Marketing”, em conjunto com
diversos profissionais e o apoio do Grupo Brasileiro de Estudos
do Comportamento Humano.
Born comenta ainda que vê uma certa “brincadeira séria e
inteligente” por parte das empresas que estudam profunda-
mente o mercado consumidor, seu público e região de atuação, gerando provocações salutares e levando o público a repensar inconscientemente o que está se passando e, com isso,
a marca penetra ainda mais a mente dos consumidores e com
ótimos resultados.
“Se analisarmos a história do marketing veremos que gênios
da publicidade já faziam campanhas que penetravam a mente
dos consumidores sem nunca pensar que um dia haveria algo
chamado neuromarketing. Ora, basta lembrarmos de campanhas como Bombril, Valisere, Balas Kids, Cotonetes, Parmalat,
Faber Castell, entre outras. Como na música dos Titãs, desde
os primórdios até hoje em dia o homem ainda faz o que “outros
homens” faziam, o que mudou foi que atualmente temos mais
recursos e a tecnologia trabalha a nosso favor. Soma-se a isso a
força das requisições dos clientes e suas reais necessidades, a
moeda passa a ser mais valorizada.”
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“Se analisarmos a história
do marketing veremos
que gênios da publicidade
já faziam campanhas
que penetravam a mente
dos consumidores sem
nunca pensar que um dia
haveria algo chamado
neuromarketing”
DICAS DE ALEX BORN
1. Informe-se sobre autênticos profissionais;
2. Não acredite em tudo que ouve;
3. Pesquise e aí sim...
4. Melhore suas pesquisas...
5. Para então saber quais as REAIS NECESSIDADES de seus clientes;
6. Com isso, suas campanhas serão muito melhor direcionadas;
7. Faça investimentos inteligentes, pensando muito mais nos resultados verdadeiros do que no show de suas mensagens;
8. Trabalhe o emocional de seus clientes, emocione-os, estimule-os, faça-os reagir e a se comunicarem a seu favor;
9. Não saia da ZONA DE CONFORTO, pois ela lhe dá segurança,
porém evolua dentro dela, crie meios para o crescimento e desenvolvimento de suas potencialidades e aí sim, busque novos
portos seguros para continuar evoluindo e isso se tornará uma
constante em sua vida e na vida de suas empresas;
10. E mais uma vez, procure profissionais sérios.
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| WIDE | 90 > CAPA
GRANDES EMPRESAS APOSTAM NO
NEUROMARKETING
A diretora de Marketing da Coca-Cola, Luciana Féres, acredita
que a apresentação dos produtos ou marcas ao consumidor
sempre pode ser melhorada, porém alerta que é necessário
acompanhar as mudanças do consumidor em sua maneira de
pensar, de se conectar e de se comportar. E, segundo ela, isso
acontece muito rápido. “No caso da Coca-Cola, procuramos a
cada dia nos adaptar aos novos tempos, mas sem perder de vista nossa essência de levar felicidade em tudo o que fazemos. Por
exemplo: se antes, bastavam três ou quatro tamanhos diferentes de embalagem de Coca-Cola para atender as necessidades
de todas as famílias, hoje precisamos de mais de 20 tamanhos
e formatos distintos para atender as novas estruturas familiares
e ocasiões de consumo. A embalagem 250 ml pet, por exemplo,
nasceu recentemente para atender ao crescente consumo das
pessoas em deslocamento”, revela.
Um conceito bastante conhecido no marketing é o Trademarks, que se refere à identidade de marcas. A Coca-Cola realiza
desde sua fundação um trabalho cauteloso de marca, tornando-a protegida e seguida por seus clientes. Porém a diretora da
multinacional conta que não há um segredo ou uma estratégia
desenhada para conquistar tantos ‘apaixonados’ em todo o mundo. Luciana Féres acredita que quando se trabalha com paixão,
o sucesso vem logo. “Somos apaixonados trabalhando para apaixonados e por isso investimos há 125 anos de maneira contínua
no relacionamento com nossos consumidores. Não existe uma
única fórmula secreta para o sucesso deste casamento. São inúmeros fatores que vão desde a parceria que temos com nossos
clientes e com os engarrafadores de nosso sistema até a maneira
que sempre reinventamos a forma de entregar nossa promessa
de felicidade na comunicação e ações de marketing.”
Quando questionada como entender os desejos, impulsos
e motivações dos consumidores e fazer a marca vender mais,
ela aposta no diálogo e na boa convivência sempre. “Ora, vender mais é uma das consequências de um relacionamento bem
construído. Nos dedicamos muito para ser parte da vida das pessoas promovendo momentos de felicidade que sempre estarão
na memória de nossos consumidores. E garanto que a melhor
maneira de entendê-los é conversando com eles. É mais ouvir
do que falar. Por isso na Coca-Cola temos ferramentas de contato contínuo com nossos consumidores e usamos e abusamos de
pesquisas para poder ouvi-los e nos adaptarmos”, garante.
A história de sucesso da Coca pode ser contada por meio dos
grandes acontecimentos culturais do mundo. Na década de 40,
por exemplo, a marca destacou o novo papel da mulher na sociedade; nos anos 50, evocou o otimismo no pós-guerra; nas décadas de 60 e 80, contra o racismo; nos anos 70, celebrando a união
das pessoas, no auge da guerra fria; já nos anos 90, sobre a importância da família, simbolizada pelos ursos polares e, nos anos
2000, contra a violência. Ao mesmo tempo, valores positivos
como a esperança, a união e a família são muito fortes, a exemplo
das campanhas anuais de Natal.
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“Um conceito bastante conhecido no marketing é o
Trademarks, que se refere à identidade de marcas. A Coca-Cola
realiza desde sua fundação um trabalho cauteloso de marca,
tornando-a protegida e seguida por seus clientes”
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COCA-COLA:
PRINCIPAIS E RECENTES MUDANÇAS
SIGNIFICATIVAS DA COMPANHIA EM 125 ANOS
DE HISTÓRIA
• As expressões visuais da empresa se renovam constantemente, por isso a marca é considerada um ícone de relevância cultural mundial;
• A presença consistente do repertório visual - como a cor
vermelha, a garrafa Contour – além do logotipo propriamente dito, é fundamental para garantir a associação dos fãs
com as mensagens.
• A empresa acredita que mais importante do que a escolha
da cor, das formas ou da tipografia, são os padrões da identidade visual da marca que há tantos anos contribuem para o
sucesso da identidade da Coca-Cola;
• Todo o processo de mudanças não é tarefa fácil. É muito comum, inclusive que uma marca buscando se renovar, acabe
confundindo o seu consumidor. Para que isto não aconteça,
a Coca-Cola realiza, periodicamente, uma auditoria mundial
para avaliar a consistência desses padrões na prática;
• Em 2009, como consequência de uma dessas auditorias, a
empresa atualizou sua identidade em busca de mais clareza
e simplicidade.
Você sabia?
Um estudo feito para descobrir quais são as marcas
que os brasileiros mais amam apontou a Coca-Cola
em primeiro lugar. Em segundo e terceiro, Nestlé e
Nike, respectivamente. A pesquisa foi feita pela Shopper Experience entre março e abril deste ano. Foram
entrevistadas 1,5 mil pessoas em diversas capitais. Os
consumidores tinham de responder quais marcas conheciam e quanto as amavam. Nas demais posições,
ficaram Brastemp, Sadia e Natura.
A Brains@work, empresa especializada em posicionar Negócios
na Internet, aplica entre seus clientes os conceitos do neuromarketing. Segundo Miguel Gouveia, sócio da empresa, atualmente
está em execução um projeto de Personal Wellness, capitaneado por um grupo renomado de profissionais de saúde, que será
lançado em breve. Gouveia conta que foi com base em concei-
tos de neuromarketing que a empresa definiu os programas a
serem ofertados no portal de nutrição e bem-estar pessoal. “As
comunidades, sobretudo no Facebook, em torno dos nomes
do pessoal de saúde envolvidos estão sendo energizadas para
darem feedback sobre os programas. Ou seja, incorporamos
as pessoas que fazem parte dessas comunidades no design
dos programas. Quando lançarmos o portal, os serviços serão
aqueles que essas comunidades definiram como importantes”, explica.
Miguel Gouveia chama atenção para o modelo de gestão
das organizações. Ele acredita que as empresas utilizam técnicas de marketing ultrapassadas, que se baseiam em comunicação unilateral aos potenciais consumidores, seguida de um
feedback demorado com base em vendas realizadas. “Hoje em
dia, os consumidores estão estabelecendo relacionamentos
entre si e falando, criticando ou elogiando, produtos, serviços
e marcas nas redes sociais em tempo real e como uma intensidade jamais observada. As organizações precisam aprender
a lidar com isso para aperfeiçoarem seus produtos e serviços
e posicionarem suas marcas no mercado. Os produtos e serviços são tão bons quanto os clientes afirmam que são – e vice-versa. As empresas precisam escutar, comunicar, energizar,
dar suporte e incorporar seus clientes em seus processos internos de pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços.
Isso é novo e tem a ver com a perda de controle da disseminação da marca.”
Para quem deseja se aprofundar no assunto, o empresário
indica a leitura de “Groundswell”, de Charlene Li e Josh Bernoff, da editora Harvard Business Review Press. Em relação às
mudanças no marketing, Gouveia destacou um trecho da obra
que revela justamente como a superexposição da marca pode
ser decisiva (positiva ou negativa) na vida de uma empresa:
“As teorias de marketing (incluindo o digital) não estão mudando – elas morreram há uns cinco anos. Não existe mais comunicação apenas de cima para baixo, em meios de disseminação off-line (anúncios em jornais e TV, por exemplo; grupos
de foco; pesquisas de satisfação etc.). Hoje em dia, neste exato
momento, existem pessoas interagindo – negativa ou positivamente – sobre o que a sua empresa faz e como faz. A incorporação em tempo real de clientes nos processos internos das empresas, assim como o incentivo de seus funcionários ao uso de
tecnologias sociais, é fundamental à competitividade moderna. Nenhuma empresa conseguirá sobreviver sem estar imersa nesta nova maneira de pensar que tem por base a perda do
controle da disseminação da informação. O problema reside no
seguinte: quanto tempo a sua empresa levará para entender isso?
Quando entender? O que vai fazer? Como?”
EMPRESA OU RELIGIÃO?
O dinamarquês Martin Lindstrom, uma das maiores autoridades mundiais em branding e neuromarketing, revelou, em
sua última visita ao Brasil, um dado que explica bem a força
do neuromarketing. Lindstrom expôs que na realidade, algumas empresas exercem sobre o consumidor o mesmo poder
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“Para se diferenciar da concorrência, a Harley foca na qualidade
dos serviços oferecidos aos clientes. Além de um produto
com tecnologia de ponta e alta qualidade de acabamento e
produção, eles exigem um atendimento rápido e atencioso
quando precisam retornar à concessionária”
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de uma religião. Essa conclusão foi feita a partir de estudos realizados
com técnicas de neuromarketing, onde se aplica a ressonância magnética funcional para mapear o cérebro dos indivíduos e compreender
melhor o comportamento dos consumidores. Por meio desses exames,
Lindstrom constatou que a zona cerebral ativada nas pessoas quando
pensam em suas marcas preferidas são as mesmas quando se trata da
religião. Com marcas comuns, a área do cérebro acionada é diferente.
Para detalhar as características dessa conexão entre religião e marcas, o especialista em neuromarketing entrevistou líderes de diversas
crenças, como a católica, islâmica, budista e protestante. A ideia dele
era entender os pilares sobre os quais se baseiam a religião, e a descoberta é que são os mesmos em todas: apelo aos sentidos, histórias envolventes, visão forte e poderosa, rituais e inimigo definido. Com isso,
o consultor concluiu que esses elementos que compõem uma religião
são os mesmos presentes na composição de grandes marcas.
Outro ponto observado é que tanto a religião quanto as grandes
marcas conservam em sua natureza a questão da fidelidade, ou seja, as
pessoas escolhem o que irão seguir, tomam uma decisão, começam a
fazer parte de um grupo e essa inserção faz com que se sintam bem.
OS CLIENTES EVANGELIZADORES
Muitas marcas não utilizam apenas estímulos visuais, mas também auditivos, olfativos e táteis. Por meio disso e por estarem constantemente
presentes no nosso dia a dia, essas marcas conseguem afetar mais rapidamente o lado emocional. Especialistas acreditam ainda que uma boa
experiência com uma marca gera respostas emocionais positivas, que
podem ser registradas no cérebro por meio de algo motivacionalmente
apetitivo. Por outro lado, uma experiência ruim nos predispõe a comportamentos aversivos. Esses estímulos acabam por gerar motivações
defensivas que nos fazem afastar dos produtos. Aí está a importância
de uma construção de marca positiva, estimulante e satisfatória.
Com estratégias de relacionamento e programas de marketing direcionados para atrair e envolver pessoas, algumas empresas conseguiram até mais do que a construção de uma marca positiva. A Coca-Cola,
Disney, McDonald´s, Nike e Harley-Davidson, por exemplo, não apenas
fidelizaram seus clientes, mas os transformaram em porta-vozes de sua
marca. Esses programas produziram legiões de fãs e “vendedores não-oficiais”, os quais, por meio de depoimentos interpessoais espontâneos, transformaram-se em uma força de marketing tão poderosa quanto
os próprios produtos.
A americana Harley-Davidson, que vai completar 110 anos em 2013,
exemplifica muito bem este cenário de clientes ‘evangelizados’. O gerente de Marketing, Produto e Relações Públicas da Harley-Davidson do
Brasil, Júlio Vitti, explica que as motos Harley são cultuadas há várias
gerações e existe toda uma fama por trás do nome. No Brasil, esse valores são reforçados de diversas maneiras. “Costumamos dizer que Harley-Davidson é mais do que uma moto, do que um meio de locomoção;
Harley-Davidson é um estilo de vida, uma paixão que povoa os corações de muitos motociclistas no Brasil e mundo afora. Por isso, promovemos muitas ações de relacionamento, principalmente por meio de
eventos do H.O.G., o Harley Owners Group, nosso clube exclusivo, que
tem como principal objetivo proporcionar aos nossos clientes e às suas
famílias a oportunidade de desfrutar do espírito Harley-Davidson. Aos
finais de semana, todas as concessionárias Harley-Davidson do Brasil
organizam cafés da manhã seguidos de passeios com seus clientes, o
90 > CAPA | WIDE |
53
que ajuda a promover a integração entre eles. Além disso, realizamos em 2011, pela primeira vez no Brasil, o Rio Harley Days,
evento internacional da marca que já acontece em algumas partes do mundo. Durante três dias, quase 30.000 pessoas se reuniram na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, para um evento ao
melhor estilo Harley-Davidson. A segunda edição deste evento
está confirmada para setembro deste ano e, em novembro, realizaremos o National HOG, evento exclusivo para os membros
do HOG, em Florianópolis. Além disso, a Harley-Davidson possui
uma linha extensa de roupas, acessórios e outros diferentes objetos que oferecemos aos clientes e fãs da marca que curtem se
vestir e utilizar os objetos da Harley”, explica.
Júlio Vitti acredita que para entender os desejos, impulsos e
motivações dos consumidores é necessário estar em contato
direto com eles. “Nós trabalhamos o marketing de experiência e
vivenciamos o dia a dia dos nossos clientes para entender seus
desejos e impulsos. Um dos exemplos é a ação de cafés da manhã que oferecemos aos clientes em todas as nossas concessionárias todos os sábados. Ali eles (e nós também) nos reunimos
para confraternizar, conversar e depois sair para os passeios
organizados pelas concessionárias. Esses momentos são importantes para colher informações importantes que levamos para
todas as áreas da empresa.”
Em relação às redes sociais, o gerente da Harley-Davidson
do Brasil acredita que a internet reproduz as condições da vida
real, porém, em uma escala muito maior. “Se uma empresa respeita seu consumidor, é socialmente responsável, possui boas
práticas de negócios, seus produtos e serviços são confiáveis,
dificilmente uma superexposição na internet será negativa para
a empresa. Apesar disso, acredito que hoje não é mais possível
ignorar as mídias sociais, por isso, a Harley-Davidson possui um
perfil oficial no Facebook, o mais famoso e relevante dentre todos os sites de relacionamento existentes atualmente, para interagir e oferecer mais informações aos nossos clientes.”
Para se diferenciar da concorrência, a Harley foca na qualidade dos serviços oferecidos aos clientes. Além de um produto
com tecnologia de ponta e alta qualidade de acabamento e produção, eles exigem um atendimento rápido e atencioso quando
precisam retornar à concessionária.
A famosa concessionária possui um extenso portfólio no
Brasil composto por 19 modelos que são divididos por famílias,
o que comprova sua preocupação em apresentar seus produtos
da melhor maneira possível a seus clientes. A divisão é técnica,
baseada nas características das motocicletas. “Temos desde a família Sportster, composta por motocicletas ágeis e menores, até
a linha Touring, com motos grandes e confortáveis, ideais para a
estrada. Com isso, o cliente tem mais condições na hora de escolher sua motocicleta, levando em consideração atributos como
ergonomia, prazer ao pilotar e segurança. Dentro disso, nós ainda classificamos algumas motocicletas dentro da linha Dark
Custom, que são motos que transmitem as sensações de simplicidade, minimalismo e rebeldia, e a linha Performance, composta por motos com apelo mais esportivo, que atraem muitos
54
| WIDE | 90 > CAPA
“Nós trabalhamos o marketing
de experiência e vivenciamos
o dia a dia dos nossos clientes
para entender seus desejos e
impulsos.”
jovens para nossa marca. Além disso, as concessionárias Harley-Davidson são cuidadosamente ambientadas para que os clientes, ao entrarem, ‘sintam-se em casa’ e inspirem-se pelo espírito
de liberdade característico da marca. Todas seguem os padrões
mundiais da Harley-Davidson. E como é necessário buscar novas formas de interação com os clientes, nós lançamos no começo deste ano o primeiro aplicativo para iPad da Harley-Davidson
em todo o mundo contendo o catálogo 2012 interativo. Com ele,
consumidores, concessionárias e fãs da marca têm a possibilidade de conhecer melhor as motocicletas e toda a linha de produtos Harley-Davidson disponíveis no Brasil.”
No livro “Buzz Marketing: Criando Clientes Evangelistas”, os
autores Ben McConnell e Jackie Huba explicam que as regras
tradicionais de marketing estão mudando, perdendo sua eficácia, e as recomendações feitas por clientes se tornaram a nova
moeda de valor no sucesso de uma empresa. Quando os clientes ficam realmente impressionados com seu produto ou serviço, tornam-se “evangelistas” sinceros da empresa.
“Podemos dizer que a Harley-Davidson faz isso há mais de
100 anos. A empresa leva muito a sério sua relação com os
clientes e sempre teve uma proximidade muito grande com
eles. Os clientes Harley-Davidson buscam diferenciação e compartilham os principais atributos da marca, que são a liberdade,
independência, atitude e irmandade. Todos eles são traduzidos
na customização das motocicletas, onde cada cliente faz de sua
motocicleta a personificação de seu estilo, e da já comentada
extensa linha de roupas e acessórios que os motociclistas fazem
questão de utilizar”, finaliza.
Por fim, é válido ressaltar que o neuromarketing não surgiu
para substituir o marketing, e sim para complementá-lo e dotá-lo
de ferramentas capazes de efetuar estudos e pesquisas de mercado realmente fidedignas e válidas e, posteriormente, utilizar
esses dados para orientar as estratégias e campanhas de marketing para a eficácia, sucesso e assim, atingir os objetivos propostos. As empresas citadas nesta reportagem e que já utilizam as
técnicas comprovam com resultados satisfatórios o que o neuromarketing se propõe a realizar: permitir às organizações uma
visão muito mais real e detalhada dos seus consumidores, reduzindo o risco da incerteza e do fracasso a zero e, consequentemente, aumentar a probabilidade de sucesso das suas decisões,
ações e estratégias de comunicação e marketing.
90 > CAPA | WIDE |
55
tecnologia
INTELIGÊNCIA
EMPRESARIAL
UMA ESTRATÉGIA INDISPENSÁVEL
PARA A SUA EMPRESA:
TRANSFORME INFORMAÇÃO EM
OPORTUNIDADES
O conceito de Inteligência Empresarial ou Business Intelligence (BI) surgiu na década de 1980 e descreve as
habilidades das empresas para revelar dados e explorar informações valiosas, analisando-as e desenvolvendo percepções e entendimentos a seu respeito, o que
lhes permite incrementar e a tornar mais pautada em
subsídios para a tomada de decisão.
V
ocê sabe o que é Inteligência
Empresarial? É quando as empresas, ao recolherem informações
de seus colaboradores com a finalidade de avaliar o ambiente organizacional, completam esses dados com pesquisas de marketing
e de mercado, além de análises competitivas e gerenciamento de
crises. Grandes organizações já utilizam a inteligência, tais como
Bradesco, Carrefour, CVC Viagens, TV Globo, Unilever, Petrobras,
P&G, entre muitas outras. Porém muitas organizações falham e
não conseguem transformar informação em oportunidades.
Para o consultor e pesquisador do mundo 2.0, Carlos
Nepomuceno, ao falar sobre inteligência empresarial, a primeira
coisa que lhe vem à mente é a capacidade que uma organização
tem de geração de valor. Só que hoje, segundo ele, em função de
um longo período de decadência das empresas, temos o entendimento de “geração de valor exclusivamente como geração de
lucro”. Além disso, hoje existe uma tendência muito forte para
gerar lucros tangíveis e intangíveis.
Nepomuceno explica que resultados tangíveis são as vendas, os lucros originados, e os intangíveis dizem respeito ao
meio ambiente, aos stakeholders, princípios que deveriam nortear as organizações. O pesquisador acredita que todos esses
fatores são bastante influenciados por conta dessa revolução
cultural que atravessamos.
“Ora, com a chegada da mídia mais aberta a uma oxigenação da sociedade, essa nova forma de fazer controle nos
obriga a revisar o conceito de geração de valor e de inteligência empresarial, que é focada no resultado. Quem dá lucro é
inteligência empresarial.”
Ao ilustrar que a sociedade possui uma espécie de asfixia de
novas ideias, Carlos Nepomuceno revela que nos últimos dois
séculos vivemos consolidando o controle da informação, fato
que gerou uma taxa cada vez menor de compartilhamento e
colaboração. “Entramos em uma etapa virtuosa de inteligência
empresarial de geração de valor, onde é necessário manter-se
competitivo no mercado que você escolhe. Além disso, passamos também por uma nova etapa da civilização, em que a inteligência empresarial 2.0 é a cultura da colaboração para melhorar
seu desempenho”, explica.
CENÁRIO MUTANTE
Algumas empresas estão se destacando nesse sentido e já implementam a inteligência empresarial de forma excelente, como é
o caso da IBM Brasil - Indústria, Máquinas e Serviços. O consultor afirma que a empresa percebeu em sua estratégia de futuro
a necessidade de abrir redes internas com os próprios parentes
dos funcionários para gerar novas ideias, encontros para discussão e implementação de novos mecanismos, a exemplo de ferramentas virtuais (Facebook, Twitter etc).
Outra empresa que caminha no mesmo sentido é o Google,
que com frequência tenta introduzir novos modelos de gestão,
onde o funcionário tem 30% do seu tempo para inovar, pensar e
discutir. Ele acredita que essas organizações estão se preparando
para trabalhar em um mundo cada vez mais rápido de inovação.
Ele aconselha que devemos deixar de lado o modelo empresarial
piramidal e passar para modelos mais parecidos com dinâmicas
de colmeias.
PIRÂMIDE – Tempo de decisão vai passando pelas
hierarquias e você perde tempo na hora de tomar
as decisões;
COLMEIAS – Novas tecnologias de interação e compartilhamento, redes internas e externas conseguem
trabalhar de forma mais dinâmica. Pense no enxame,
as abelhas individualmente não tomam muitas decisões sozinhas, mas coletivamente elas conseguem.
Esse tipo de dinâmica, de modelo enxame, é a inteligência coletiva empresarial, onde um cidadão não mais determina, e sim
uma rede, algoritmos, robôs informacionais que vão conhecendo
e se adaptando. “A maior parte de ações na Bolsa de Valores são
robôs que vão comprando e vendendo rápido e fazem essas
operações em escala. Estamos caminhando para a substituição
da inteligência humana pela era da robótica dos negócios.”
Para a especialista em Inteligência Empresarial, Daniela Ramos
Teixeira, a capacidade de uma empresa capturar, selecionar, analisar e gerenciar as informações relevantes para a gestão do negócio é a aplicação da Inteligência Empresarial. “Está na hora das
empresas repensarem a ‘inteligência’ e enxergarem o processo
e a implementação com uma visão mais macro. Nesse sentido,
há diversas células inseridas dentro das companhias, tais como:
Produtos, Canais e Parcerias, Clientes,
Compras e Recursos Humanos. Por exemplo, há profissionais
que trabalham com Inteligência de Produtos e são responsáveis
por criar oportunidades de negócios e desenvolver uma linha de
produtos. Há outros cujo principal foco é identificar, selecionar
e manter clientes para a empresa. Para cada uma dessas áreas,
podemos desenvolver um trabalho de Inteligência Empresarial
periódico e com resultados mensurados utilizando indicadores
de performance (KPIs, em inglês Key Performance Indicator).
Nesse caso, o software de Business Intelligence ajuda, mas não
é peça fundamental na construção da Inteligência Empresarial.”
PARA A IMPLANTAÇÃO DA INTELIGÊNCIA
EMPRESARIAL, A ESPECIALISTA DÁ TRÊS
IMPORTANTES DICAS:
1. Um sponsor (patrocinador) é essencial para a área de
Inteligência deslanchar e receber o apoio necessário na
91> TECNOLOGIA | WIDE |
57
TECNOLOGIA
UM DOS GRANDES DESAFIOS
NAS ORGANIZAÇÕES É
ENCONTRAR KPIS QUE
AJUDEM OS PROFISSIONAIS
A DIRECIONAR AS AÇÕES
TÁTICAS E ESTRATÉGICAS
E A PREVER O FUTURO DA
ORGANIZAÇÃO COM BASE NAS
OPERAÇÕES DA EMPRESA,
NOS DADOS E INFORMAÇÕES
DISPONÍVEIS NA PRÓPRIA
EMPRESA E NO MERCADO
implantação e gestão da área. Pode ser uma diretoria que enxergou a necessidade de criação da área ou até mesmo um gerente
sênior com poder de decisão na empresa.
2. A formação da equipe também é tarefa árdua. Prefiro trabalhar
com equipes multidisciplinares, mesclando conhecimento de
profissionais do mercado com colaboradores da empresa; profissionais técnicos com expertise em softwares de BI com outros
que tenham visão macro estratégica do negócio.
3. O planejamento é importante, nem que seja apenas uma visão
geral das ações, das ferramentas de BI e Inteligência Competitiva
e das técnicas que serão implementadas em curto, médio e longo
prazos; quais os objetivos com a implantação e os resultados
esperados.
Daniela Ramos costuma afirmar que Inteligência Empresarial
não é mais tendência. É realidade no ambiente corporativo,
porém ela adianta que temos um longo caminho de melhorias
pela frente. “Com a evolução da Inteligência Empresarial no
Brasil, há uma necessidade latente por processos, padrões, metodologias e indicadores para mensurar e informar os resultados.
Um dos grandes desafios nas organizações é encontrar KPIs que
ajudem os profissionais a direcionar as ações táticas e estratégicas e a prever o futuro da organização com base nas operações
da empresa, nos dados e informações disponíveis na própria
empresa e no mercado”, afirma.
INTELIGÊNCIA INTEGRADA
Você deve estar se perguntando se o BI se adapta às pequenas
e médias empresas (PMEs). A resposta é sim. Daniela assegura
que existem soluções de inteligência para as PMEs no mercado
brasileiro com custos mais acessíveis. “Toda empresa pode
construir sua base de inteligência, independente do porte. Um
dos principais desafios para alcançar resultados em Inteligência
Empresarial é a integração dos dados/informações operacionais,
gerenciais e estratégicas. Nesse sentido, um software de BI pode
contribuir com as empresas de todos os portes, mas principalmente com as grandes e médias empresas. Como há várias soluções no mercado, é importante fazer um estudo criterioso analisando a relação custo x benefício e, posteriormente, avaliar qual
é a solução dos fornecedores para os desafios de integração dos
dados de cada empresa. Cada setor tem as suas particularidades,
sendo essencial o envolvimento da área de negócios; não apenas
dos profissionais de tecnologia da empresa.”
Profissionais de Design, Tecnologia, Marketing e E-commerce
podem trabalhar integrados de modo a produzir Inteligência
para seus clientes. A especialista Daniela Ramos compara trabalhar o conceito como montar um quebra-cabeça, ou seja, as partes têm que encaixar. Nesse sentido, é essencial construir redes
de inteligência com a contribuição de profissionais de diversas
áreas ‘alimentando’ essa rede. Dependendo do tipo de entrega
solicitada e do setor de atuação da empresa, podem-se acionar esses profissionais perguntando formal ou informalmente,
58
| WIDE | 91 > TECNOLOGIA
estabelecendo processos de entrega para um grupo selecionado
de modo que sua rede de inteligência possa contribuir periodicamente. Hoje em dia com a proliferação da web 2.0, das redes
sociais e do e-business, é importante também integrar as redes
sociais ao trabalho de Inteligência Empresarial e, se possível,
mensurar os resultados.
COMO SABER AS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS QUE UM
PROFISSIONAL DE INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL PRECISA
TER PARA ATUAR NA ÁREA?
1. Visão macro do negócio;
2. Poder de negociação;
3. Capacidade de cruzar conhecimento do setor de atuação da
empresa com as técnicas, métodos e ferramentas aplicáveis à
Inteligência Empresarial.
ATRIBUTOS PESSOAIS DE UM BOM COLABORADOR:
1. Bom relacionamento interpessoal para
interagir com as áreas demandantes e profissionais do mercado;
2. Capacidade de memória e organização para lidar com um
grande volume de dados e informações e entregas diversas com
prazos estipulados.
O CEO da Plugar – Consultoria e Tecnologia para Inteligência,
Eduardo Lapa, ao citar o livro “Executivo do Século”, diz que
existe uma passagem onde Jack Welch define a inteligência
como a capacidade que uma organização tem de aniquilar seus
concorrentes e torná-los irrelevantes. “Ou seja, há várias maneiras de implantar inteligência. Depois de anos à frente de projetos desta natureza creio que não há o melhor, mas o que mais
se adequa à maneira como uma companhia opera. Uma das
formas de implantar inteligência é construindo um processo
de inteligência. Isso nasce na identificação, junto aos gestores e
executivos, das necessidades de Inteligência de uma empresa,
geram-se tópicos de inteligência e questões a serem respondidas, trata-se a coleta, definem-se modelos analíticos e geram-se
análises. A partir daí acontece a disseminação dos produtos de
inteligência e análises, seguidas por uma avaliação por parte
dos usuários do produto de inteligência.”
Eduardo Lapa acredita que como toda prática de gestão e
administração empresarial, a Inteligência Competitiva também necessita de evolução. Há ainda baixa percepção das
empresas e de alguns setores sobre como a inteligência pode
apoiar uma companhia, por exemplo. Revela ainda que em
setores menos competidos, empresas do governo, setores
mais regulados, ainda há questionamento sobre a importância
de inteligência. “Este é um ponto a melhorar: a percepção mais
apurada sobre onde a inteligência pode ajudar. Associado
a estes fator vem a necessidade de educação nesta área.
Inteligência é uma área, um campo, multidisciplinar por natureza. Desta maneira, deve haver um esforço colegiado entre
empresas e instituições educacionais no sentido de aprimorar
e disseminar o estudo sobre inteligência.”
A SEGUIR, 11 DICAS PARA OS LEITORES DA WIDE DE
COMO TRABALHAR COM INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL:
1. Capacite-se em métodos de inteligência e em suas práticas;
2. Entenda profundamente do mercado no qual você quer
atuar;
3. Compreenda métodos analíticos. Eles vão ajudar no momento de traçar algum panorama ou fazer algumas análises
mais robustas;
4. Compreenda as tecnologias de informação e comunicação
existentes para gerir um processo de inteligência;
5. Mantenha interlocução com as lideranças e executivos das
empresas, uma vez que precisará entender suas necessidades;
6. Tenha uma formação multidisciplinar, estude marketing,
um pouco de finanças, um pouco de estratégia, um pouco de
comercialização;
7. Estruture logo no início as métricas de apuração de resultados de um trabalho de inteligência. O que não se mede não se
gerencia, logo, defina indicadores;
8. Monte uma rede de colaboração. Uma área de inteligência
não conseguirá nunca ter maior capacidade do que uma rede
de inteligência formada por especialistas nos temas, tanto
colaboradores, quanto membros externos;
9. Busque insumo informacional para montar seu radar de
inteligência;
10. Busque gerar impactos mais robustos na organização,
através da geração de produtos de inteligência realmente úteis;
11. Não gere relatórios desnecessários. Não monte uma área
geradora de relatórios.
Fonte: Eduardo Lapa
ALGUNS CURSOS DE INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL
ALGUNS CURSOS DE INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL
NO PAÍS:
- FGV - www.mebbrasil.com.br/fgv
-FAMETRO - Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza –
(www.fametro.com.br)
-WPos – Pós-graduação a Distância / Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Inteligência Estratégica – (www.wpos.com.br)
-Universidade Metodista de São Paulo – Inovação e Inteligência Empresarial - (www.metodista.br)
- FESP – Faculdade de Educação Superior do Paraná - PósMBA Inteligência Empresarial – (www.fesppr.br)
91> TECNOLOGIA | WIDE |
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Prepare-se para a primeira
edição do WOB 2012, congresso
internacional sobre inovação
com foco em Design, Tecnologia
e Novas Mídias
WOB CONFERENCE 2012
Rio de Janeiro 20, 21 e 22/09
Confira alguns temas:
Criando Serviços Inovadores por meio do
Design Thinking
Blind to consumers: neuromarketing
Aproveitando a melhor década da história
Inovação e crowdsourcing
Consumer Experience Design
O poder da inovação aberta
O Design na era da economia criativa
Design Thinking para Startups
E-commerce, Gameficação e tendências
ADDTECH:
TECNOLOGIA
+ INOVAÇÃO
+ DESIGN THINKING
Há 15 anos no mercado de TI, A AddTech
proporciona aos seus clientes soluções
inovadoras com o diferencial de ter em
sua Fábrica de Softwares uma das maiores
produtoras web do Rio de Janeiro.
Para falar sobre o novo momento da
empresa, bem como as mudanças e
tendências de mercado, convidamos o CEO
e diretor de Tecnologia da AddTech, Aldo
Pires. O empresário contou as novidades da
organização, falou sobre infraestrutura em
TI para os grandes eventos esportivos no
Brasil, estratégias de políticas online, entre
outros assuntos. Confira.
62
| WIDE | 91 > TECNOLOGIA
TECNOLOGIA
WIDE: Em 2012, a AddTech entrou em uma nova fase, se preparando
para comemorar 15 anos de experiência no mercado de TI e Web.
Algumas das novidades foram a mudança da marca, novas estratégias para a presença na rede, além da reformulação total do site.
Como você avalia este momento para a AddTech?
ALDO: A grande novidade em 2012, nos preparando para os
próximos 15 anos, é a aquisição do Service Design & Innovation.
Os núcleos de competência em Service Design e em Service
Innovation constituem o principal ativo da ISG (Innovation
Service Group), pois são desenvolvidas ferramentas segundo
a metodologia e fundamentação teórica aplicada, testada em
vários anos de experiência. Por meio de “quick wins” (conquistas
rápidas ou coisas rápidas de se implementar, que vão ajudar a
empresa de certa forma), percebe-se resultados esperados, como
os seguintes exemplos:
- Prioridade de esforços e recursos aplicados;
- Melhoria no serviço de atendimento ao cliente;
- Combinação de atividades e/ou aumento do poder dos
executores;
- Análise as atividades-chave para a geração de valor;
- Considerar sourcing em escala;
- Uso intensivo de tecnologia para se comunicar.
WIDE: Na edição 87 da revista Wide, você foi um dos especialistas de
tecnologia a contribuir com previsões sobre o mercado para 2012.
Entre as tendências, você citou: aumento de usuários de internet
vindos da Classe C; desenvolvedores “camaleões”; convergência de
mídias; localização geográfica por aplicativos e integração entre os
ENTREVISTA
diferentes tipos de sistemas. Em quais questões você considera que
obteve mais êxito?
ALDO: Entendo que o aumento de usuários da Classe C, e até D e E
foi o grande destaque, em que tivemos o ingresso de milhões de
novos consumidores e usuários, gerando uma nova massa ávida
pelo consumo de bens e serviços. As outras questões técnicas
também têm se mostrado gradativamente presentes, a exemplo
da convergência de mídia e a integração, que posso considerar
como as duas seguintes no ranking de sucesso.
WIDE: O ano de 2014 será de muitos desafios tecnológicos para o
Brasil. Temos tecnologia da informação suficiente para receber os
grandes eventos esportivos?
ALDO: Esta questão é bastante delicada, pois grande parte desta
necessidade precisa ser suprida por grandes investimentos em
infraestrutura, que por sua vez depende da atenção e de investimentos públicos. Porém, nem todos esses recursos proporcionam visibilidade aos gestores, ocasionando pouca chance
de destaque. Assim, problemas comuns como dificuldade a
acesso a redes wi-fi, serviços de transmissão de dados móveis
lentos e insuficientes, além da falta de maturidade dos nossos
processos de recepção e atendimento à turistas, me preocupam
efetivamente.
WIDE: Em ano eleitoral como o de 2012, a criação de estratégias
políticas online torna-se imprescindível para candidatos que querem
repercutir suas futuras ações. Como a AddTech trabalha com a prestação de serviços online em ano eleitoral?
ALDO: Nós montamos, desde as últimas eleições, um pacote de
soluções voltadas ao apoio às campanhas de candidatos e partidos, integrando mídias sociais às soluções mobile e SEM. Além
91> TECNOLOGIA | WIDE |
63
TECNOLOGIA
disso, destaque para a possibilidade de utilização do georreferenciamento como instrumento de inteligência na gestão de campanhas.
WIDE: É inquestionável a febre do mercado da internet pelo celular.
Qual a importância das empresas planejarem de forma estratégica sua
presença no universo mobile, seja por meio de um site, aplicativos ou
campanhas utilizando essa mídia?
ALDO: Esta questão pode ser colocada sobre a ótica do cliente. Por
que o usuário web deve se preocupar se o seu fornecedor só pode
dar uma informação em um desktop e não a disponibiliza para o
seu celular? Logo, as empresas devem entender que a web é mais
uma plataforma de contato com o cliente, ou seja, acessar uma
aplicação pela web significa ter acesso por meio de um notebook,
de um desktop ou de um dispositivo móvel.
WIDE: Como a AddTech faz para entender o negócio do cliente e oferecer ideias que serão alavancadas para o sucesso e resultados positivos?
ALDO: A chave para o sucesso é pensar nas soluções com o
cliente, e para isto a Add trouxe para a organização a capacidade
de equacionar o problema adotando o Design Thinking para sempre melhorarmos conforme as necessidades dos clientes.
WIDE: Redes sociais, software livre, desenvolvimento ágil e modelos
de qualidade. Quais as novidades em cada uma dessas áreas?
ALDO: Estes quatro tópicos são complementares e cada um teve
um momento de ápice. Podemos dizer que software livre já é uma
realidade na indústria de software com soluções desde infraestrutura como sistemas operacionais, bancos de dados, ambientes
de desenvolvimento e de monitoramento - todas estabilizadas e
com um ótimo TCO. Os modelos de qualidade como CMMI, MPSBr
também têm amadurecido, porém com uma taxa de crescimento
64
| WIDE | 91 > TECNOLOGIA
no mercado não muito alta. Mas além dele, começa a ser mais
comentado o conceito do eSCM, que cuida de como se deve fazer
um modelo de outsourcing adequado. O desenvolvimento ágil
cresceu muito nos últimos anos e continua se desenvolvendo
e ganhando espaço, em especial o SCRUM. Mas sem dúvida, a
grande vedete são as Redes Sociais. Estas passaram a tomar conta
de ações de marketing das organizações, sendo cada vez mais
fatores críticos de sucesso nos projetos de sites e portais.
“As empresas devem
entender que a web é mais
uma plataforma de contato
com o cliente, ou seja,
acessar uma aplicação pela
web significa ter acesso
por meio de um notebook,
de um desktop ou de um
dispositivo móvel”
91> TECNOLOGIA | WIDE |
65
FRONT-END
MADE IN BRASIL
Há dois anos as empresas brasileiras não demonstravam
muito interesse por esse profissional, enquanto já existia uma
forte demanda no exterior. Isso mudou?
66
| WIDE | 91 > TECNOLOGIA
TECNOLOGIA
Davidson Fellipe
@davidsonfellipe
Desenvolvedor Front-end na Globo.com. Graduado
em Engenharia da Computação pela UPE e
Técnico em Eletrônica pelo IFPE. Fundador e
moderador dos grupos riojs e pernambucojs.
“Na Globo.com, por
exemplo, Python é um
grande diferencial,
assim como PHP é para
o Yahoo e Facebook, e
Ruby para o Twitter”
Há um tempo estavam de um lado profissionais de front-end que
se limitavam a escrever HTML e CSS, e do outro lado, gestores de
projetos que desconheciam ou davam pouca importância ao
profissional de front-end em sua equipe. Mas, nos últimos dois
anos, essa profissão se desenvolveu bastante no Brasil, e o grau
de exigência para esse profissional também.
Para se candidatar a vagas em grandes empresas, é fundamental conhecimento em engenharia de software, empregada
ao desenvolvimento front-end. Isso inclui ter boa noção de
organização de código-fonte, modelagem, testes automatizados,
refatoração, versionamento e garantia de qualidade. Além disso,
é importante ter conhecimento de outras áreas, tais como: interação humano-computador, performance client-side, segurança e
acessibilidade.
Quem busca se destacar nessa profissão, tem que ter um
ótimo nível de conhecimento em JavaScript, pois ele é cada vez
mais importante, além de ser item obrigatório na maioria das seleções a vagas, tanto no Brasil, quanto no exterior. Essa linguagem
foi umas das que mais cresceram nos últimos anos, motivado
pela necessidade de desenvolvimento de produtos mais complexos e de interação com as novas APIs do HTML5. Além disso,
procure estudar ao menos uma linguagem server-side, pois é um
diferencial em muitas empresas. Na Globo.com, por exemplo,
Python é um grande diferencial, assim como PHP é para o Yahoo
e Facebook, e Ruby para o Twitter.
Tenha sempre em mente que você terá que dominar algumas peculiaridades que o desenvolvedor server-side, em geral,
não domina, tais como: performance no Javascript ou no CESS,
APIs do browser, problemas cross-browser, layouts responsivos
e redução da quantidade de HTML.
Felizmente, o mercado brasileiro está olhando para os desenvolvedores front-end de uma forma melhor, e diversas organizações já os remuneram com a mesma faixa salarial dos desenvolvedores back-end. Mas a média da remuneração ainda é abaixo
do exterior. Lá esse perfil também é muito valorizado e demandado. Vale salientar que muitos não migram apenas pelo fator
remuneração, mas também pela busca de melhores condições
de vida. E isso não é raro, visto que infelizmente continuamos
perdendo grandes profissionais para o exterior.
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TECNOLOGIA
Érick de Albuquerque
Idealizador da Primeira Pós-Graduação em Front-End Engineering do Brasil e Diretor
Executivo da A&C Holding Group, CEO na CakeRoll Tecnologia e Coordenador do
FEEC Brazil.
www.erickdealbuquerque.com
As empresas brasileiras demonstraram não
somente um interesse maior pelos profissionais de “front-end” como também conseguem definir melhor o papel desses profissionais no processo produtivo de seus projetos.
Embora o mercado ainda tente encontrar
uma definição para classificar esses profissionais, a necessidade é crescente e requer
atenção, principalmente acerca do reconhecimento e valorização dos “front-ends”.
Observei centenas de profissionais “front-end” ao longo de quatro anos trabalhando
com formação nessa área e, considerando as
mudanças ocorridas no processo de desenvolvimento para internet nesse período,
posso sugerir que muitos conceitos foram
sendo aplicados em Html, Css e Javascript.
Esses mesmos mecanismos, que antes eram
usados apenas em “back-end”, tem se intensificado bastante ultimamente e eu apostaria que a tendência futura é a manutenção
dessa intensidade.
Na medida em que a forma de desenvolver foi mudando, os profissionais buscaram
mais qualificação e especializações que
agregaram valor aos produtos desenvolvidos, no entanto, as empresas não acompanharam esse processo na mesma velocidade e se depararam com a necessidade
de ter um front-end muito mais robusto do
que estavam acostumadas. Ora, muitos de
vocês sabem que um profissional front antes
necessitava saber apenas Html e Css, e foi
com esse profissional que as empresas, principalmente as menores, desenvolveram projetos importantes de seus portfólios, mas atualmente percebem que precisam de muito
mais do que isso.
Diria que para ter mais valor aos olhos dos
executivos, contratantes na área, o “Frontend” precisa ir além do Html e Css, ele precisa
dominar muito bem o Javascript, entender
sobre outros aspectos como acessibilidade,
usabilidade e padrões, conhecer um pouco
da linguagem utilizada pelo back-end de
68
| WIDE | 91 > TECNOLOGIA
sua equipe, ter o mínimo de conhecimento
sobre Http Response, utilizar bem os consoles de depuração dos browsers, entre outras
especificações do tipo. As aplicações para
internet ficaram muito mais avançadas e
possuem mais complexidade, muitos recursos são utilizados para criar interfaces mais
interativas e ricas visando projetos mais
leves e rápidos, e isso requer profissionais
mais completos. No Brasil existem inúmeros
profissionais passando por uma verdadeira
transição, buscando atingir altos níveis de
produtividade, ou seja, eles procuram ir além
do código fonte de suas aplicações, contribuindo em todas as fases do projeto, promovendo integração de toda equipe e conhecendo bem o cliente final. Acredito que
características assim aumentam bastante o
interesse das empresas por “front-ends” que
chamo de mais habilidosos e completos.
Vale a refelxão sobre o assunto!
“Diria que para ter mais
valor aos olhos dos
executivos, contratantes na
área, o ‘Front-end’ precisa
ir além do Html e Css, ele
precisa dominar muito bem
o Javascript e entender
sobre outros aspectos como
acessibilidade, usabilidade
e padrões”
Felipe Silva
@felipe_silva
Senior Javascript Engineer The New York Times
Dois anos no calendário “tech” é muita
coisa. O mercado mudou muito de lá para
cá. As empresas nacionais já reconhecem
o quão importante é ter um profissional
com amplo domínio nas especialidades
de front-end. E hoje, enfrentam outro problema: como contratar desenvolvedores
com este perfil?
Para felicidade da nação, a comunidade de desenvolvedores front-end tem
se organizado e feito um excelente trabalho. O número de meetups de Javascript/
HTML5 é crescente. Eventos abordando
o tema ocorrem em diversos estados e
atraem profissionais e palestrantes de
todos os cantos. Ambos contam com o
apoio de grandes empresas de tecnologia. E, sem dúvida, tem sido um excelente
canal para profissionais e empresas se
conhecerem melhor.
Engenheiros de fato. Além de responsabilidades já conhecidas (performance,
SEO, compatibilidade “cross-browser” e
“cross-plataform”), parte ou todas as regras
de negócio de uma aplicação podem ser
implementadas no front-end, o que exige
sólidos conhecimentos em engenharia de
software. Um bom desenvolvedor front-end além de manter sua excelência nos
quesitos que envolvem sua especialidade,
deve ser capaz de criar uma aplicação do
zero. Estar confortável ao se enveredar
por outras especialidades, tais como infraestrutura, banco de dados e back-end.
A procura por esse profissional aumentou. Os novos navegadores estão mais
poderosos, viabilizando criar interfaces
ainda mais complexas. Outros disposi-
tivos como celulares, videogames
e TVs já contam com plataformas
que permitem desenvolver aplicações usando apenas HTML5 e
Javascript. E os salários também estão
mais atrativos.
Javascript é hoje a “menina dos olhos”
dos desenvolvedores, não é à toa que
se tornou a linguagem mais popular no
Github. Como estou nos Estados Unidos,
visualizo que as empresas daqui já contratam desenvolvedores com outro rótulo:
Javascript Engineer. Isso porque com o
advento do Node.JS é possível usar a linguagem também no back-end.
Especialistas ou não na área devem estar
antenados, e ter HTML5 e Javascript como
melhores amigos. Não sei onde estaremos
daqui a dois anos, mas estou certo que
vamos continuar precisando deles.
Bruno Dulcetti
Gerente de Projetos na Videolog.tv
Graduado em Gestão e Criação de Ambientes Internet na Unesa e Pós-Graduado em Interface, Internet e Multimídia pela UFF
Sim, mudou e muito. Mas não diria que
por motivos das empresas terem ou não
interesse por esse profissional, pois há
dois anos eu acredito que esse profissional tinha muito mais valor do que há
cinco anos. Mas ainda assim a caminhada
é longa e lenta para a valorização do profissional Client.
E você deve perguntar: mas então o que
levou as empresas a terem interesse
nesses profissionais? Eu apostaria na tecnologia. A demanda por aplicati-
vos completamente interativos,
adaptáveis e acessíveis fez com
que esse profissional ficasse valorizado. Hoje temos o acesso mobile que
cresce absurdamente junto com a venda
dos próprios celulares e tablets da vida.
E tende a crescer ainda mais, pois ainda
existe uma grande parte da população
que ainda não se conecta por meio mobile.
Mas um fator que abriu os olhos das
empresas foi o surgimento e revolução do
HTML 5. O profissional que trabalha com
client e não tem, pelo menos, noções de
HTML 5, está perdendo oportunidades no
mercado. Hoje podemos fazer coisas que
eram amplamente complexas com client
ligado a uma linguagem de programação.
E hoje podemos ter aplicações offline,
comunicação em tempo real, acesso ao
computador, trabalhar com áudio e vídeo
sem flash, entre outras maravilhas que
antigamente não desfrutávamos.
As aplicações evoluíram, o front-end
evoluiu junto. E como as empresas precisam evoluir também, elas necessitam
de profissionais que dominem as “novas
tecnologias”. Flash teve sua época, hoje
perde cada vez mais força com a ajuda
da Apple, que bloqueou o uso em seus
aparelhos mobiles. Se antes aplicações
mais rápidas, mais dinâmicas, funcionando em qualquer lugar e em qualquer
hora, sem precisar desenvolver diversos
modelos de aplicações para funcionar
em diversos dispositivos era a grande
estratégia, hoje não precisamos mais
disso com o HTML 5 ganhando força.
91> TECNOLOGIA | WIDE |
69
Kids In
no iPad
mamãe, eu quero!
Para as mamães antenadas e conectadas no
mundo virtual, a dica é boa: a revista Kids In
não para de apresentar novidades para toda
a família. Além da publicação impressa, a revista inaugurou a versão para iPad, com todo
o conteúdo disponibilizado de forma gratuita,
e ainda com extras que só o tablet traz para
você em um simples deslizar de dedos.
Moda, Decoração, Beleza, Arte e Cultura, Estilo de Vida, Diário de Bordo e Saúde. Mergulhe
no universo infinito de temas materno-infantis
apresentados sob o ponto de vista de quem
entende do assunto. Conheça agora Bruno
Lemgruber e Luciana Junqueira, da Tabaruba
Design, idealizadores do Kids In no iPad.
WIDE: Fale um pouco sobre a revista de iPad Kids In.
TABARUBA: A revista Kids In em sua versão para iPad é uma evolução natural do processo de re-branding que a Tabaruba está
desenvolvendo há mais de um ano para a marca Kids In, quando
a mesma entrou em um processo de expansão para novos mercados (saiu do foco unicamente na cidade do Rio de Janeiro para
uma atuação nacional) e investiu em novos produtos e serviços.
70
| WIDE | 91 > TECNOLOGIA
O trabalho que desenvolvemos foi fundamental para que a própria marca entendesse melhor o potencial de seus produtos, como
se posicionar e como atender as diferentes e novas demandas do
seu público em expansão.
A meta do projeto de Identidade Total™— que incluiu o projeto da versão para iPad da revista Kids In — foi o de trazer na apresentação de todos os seus produtos as qualidades que os sócios-criadores da marca Kids In procuravam quando iniciaram um site
caseiro para compartilhar com outros pais suas dicas de programas e produtos para crianças.
A ideia, então, era levar informação que iria além da essencial,
sempre atento a apresentar ideias, programas e produtos com um
olhar crítico de qualidade e frescor.
WIDE: Finalmente o mercado editorial brasileiro começou a direcionar as atenções para o iPad. Como foi a ideia de lançar uma publicação exclusivamente para o tablet?
TABARUBA: A Tabaruba viu o potencial revolucionário do iPad
desde seu pré-anúncio e encomendamos nosso tablet no seu lançamento, para que estivéssemos prontos para trabalhar e testar
nossos trabalhos nessa nova plataforma.
A revista Wide foi quem acreditou na ideia e, no início de
2010, nos encomendou um projeto para lançar sua versão para
iPad o mais rápido possível. Nessa época, as possibilidades eram
mais limitadas e uma série de questões paralelas ao projeto gráfico, relacionadas à distribuição e venda de produtos para essa
nova mídia, eram importantíssimas e tinham um grande peso no
processo de decisão sobre qual tecnologia/fornecedor adotar.
Algumas dessas questões na época acabaram tendo uma influência muito grande no projeto da Wide para iPad, que foi um dos
primeiros projetos de revista para iPad no Brasil.
TECNOLOGIA
WIDE: Quanto ao layout, a edição digital da Kids In segue a mesma
diagramação da edição impressa? Quais são as especificidades do
aplicativo?
TABARUBA: A Kids In na sua versão para iPad é uma “evolução” da
versão impressa. De uma maneira geral ambas seguem o mesmo
projeto gráfico e diagramação, mas traz todo o potencial tecnológico
e as novas formas de interagir com o conteúdo trazido pelo iPad.
As diferenças começam por existir de fato duas versões (horizontal e vertical) completas e distintas da Kids In em sua versão
iPad. Com isso, algumas matérias podem ser trabalhadas de forma
diferente mesmo entre as versões para tablet, o que naturalmente
exige que sejam feitas três diagramações completas da revista.
Incluímos na versão digital recursos de informações adicionais, a
possibilidade de zoom e ângulos alternativos para fotos, e a inclusão
de vídeos e hyperlinks que enriquecem as matérias.
WIDE: Para o produto final ter credibilidade, a empresa realizou
brainstorm e reuniões de planejamento estratégico que envolveram, inclusive, muita tecnologia. Que sistemas e plataformas vocês
ESTUDO DE CASO
contrataram ou desenvolveram?
TABARUBA: A adaptação do projeto impresso para o projeto iPad
da Kids In, apesar de previsto desde o redesign da versão impressa
(feito pouco antes por nós), exigiu um tempo de planejamento e
estratégia tão longo quanto o projeto gráfico da versão original.
Para garantir que o projeto pudesse tirar o maior proveito da
tecnologia e ao mesmo tempo não alienar os leitores (alguns projetos mais experimentais para iPad, apesar de interessantes como
exploração em design, acabam alienando o público geral) tivemos
um enorme cuidado em testar todos os recursos e estudar a melhor
forma de “traduzir” o conteúdo estático impresso para os recursos
de navegação dinâmicos do iPad.
Por exemplo, como lidamos com uma revista para iPad que
realmente tem versões otimizadas para a posição vertical e para a
horizontal, tivemos a preocupação de garantir que, independente
do tipo de página ou recurso de interatividade em uso, caso o leitor
mude a orientação do iPad, os pontos de leitura fossem mantidos
(algo que ainda é raro nas publicações para iPad).
Apesar da integração crescente da plataforma Adobe CS com a
91> TECNOLOGIA | WIDE |
71
TECNOLOGIA
O maior desafio é sempre
o de atingir um balanço
ideal nas doses de design,
inovação e usabilidade
criação e geração de conteúdo para tablet, contamos desde o início com a parceria da RLVP (programação) para estudarmos os
recursos e “ipadizar” o projeto da Tabaruba.
WIDE: Quantos profissionais da equipe da Tabaruba fizeram parte
desse planejamento e desenvolvimento e em quais funções?
TABARUBA: A Tabaruba tem uma estrutura diferente de muitos escritórios porque somos “pequenos”, mas costumamos
lidar com projetos grandes e complexos. Por isso é comum que
tenhamos poucos projetos simultâneos para nos dedicar por
completo a cada um deles. No projeto da Kids In para o iPad,
a Tabaruba envolveu cinco profissionais, assumindo funções
múltiplas de direção de criação, direção de arte, definição de
recursos de tecnologia, design e interface com a RLVP, direção
de projeto e produção, design e finalização e debugging.
WIDE: Como a KIDS In está conectada às redes sociais (Facebook,
Twitter, Vídeos e Mobile)?
72
| WIDE | 91 > TECNOLOGIA
TABARUBA: A revista Kids In é somente um dos vários produtos
da Kids In (antiga Kids In Rio) e todos eles são não só interligados
como estão conectados à maioria das redes sociais.
O leque de produtos da Kids In — todos desenvolvidos pela
Tabaruba, em diferentes etapas de desenvolvimento e finalização —, além do portal www.kidsin.com.br e dos canais de Facebook,
Twitter e Youtube, incluirá a Kids In Store (e-commerce), a Kids In
TV (canal de vídeos próprios) e o(s) Kids In “Guia de Cidades” com
versões impressa e para iPad. O objetivo é da integração completa de produtos e mídias oferecendo uma experiência única
para o público.
WIDE: Em sua opinião, qual foi o maior desafio no desenvolvimento
da revista para iPad?
TABARUBA: O maior desafio é sempre o de atingir um balanço
ideal nas doses de design, inovação e usabilidade. Apesar de tentadora, a incorporação de recursos gráficos e de tecnologia precisa
ser muito bem dosada, uma vez que o overload de informação
pode facilmente ocorrer, principalmente quando lidamos com
um público não-especializado.
WIDE: Comente as principais diferenças entre a versão impressa e a
versão para iPad.
TABARUBA: A versão vertical para iPad, apesar de mais próxima do
formato original da revista, ainda exige que haja uma rediagramação total do conteúdo para maximizar tanto sua ergonomia visual
(legibilidade e inteligibilidade) como para tirarmos proveito da liberdade de “espaço”, nos permitindo explorar mais uma abertura de
matéria ou foto, e também trazer recursos de navegação e interface
que nos permite integrar melhor diversos produtos que, na revista
impressa, são obrigados a ficar divididos em várias páginas.
Já a versão horizontal traz uma base completamente diferente
que exige uma nova proposta de design e nos dá a chance de muitas
vezes utilizar layouts que exigiriam um grande número de páginas
duplas na revista impressa. Assim como na versão vertical, recursos
de navegação e interatividade nos permitem unificar em páginas
longas um conjunto de produtos ou informações que estão separados na versão impressa.
WIDE: Como está a divulgação da revista?
TABARUBA: O projeto Kids In foi iniciado na Tabaruba com o
rebranding total da antiga Kids in Rio em uma marca mais profissional e des-regionalizada para começar a atingir novos mercados
regionais. Em seguida, fizemos o redesign total do portal, da nova
arquitetura de informação ao novo projeto gráfico, prevendo sua
expansão de um “catálogo” para um guia completo, com informações, matérias, catálogos regionalizados, e uma integração com
todos os produtos da marca Kids In (revista impressa, versões iPad,
canal de TV, newsletters direcionados, loja/e-commerce, guias de
cidades, clubes de assinantes).
O processo de distribuição da revista, que era somente em
lojas e parceiros em um modelo “pegue a sua cópia” gratuita,
passou a contar com um sistema de assinatura tanto impressa
como para versão iPad, e também com a opção de venda em
bancas em nível nacional.
Esse processo de expansão da revista, junto com a entrada da marca
Kids In de uma maneira geral em novos mercados, tem sido divulgada fortemente com o apoio das mídias sociais, do uso de anúncios
institucionais dos diversos produtos e um apoio constante das suas
diversas linhas de newsletters e de mala-direta.
WIDE: Quais são os novos projetos da Tabaruba Design?
TABARUBA: O projeto com a marca Kids In continua no processo
de finalização e de expansão de seus produtos. Além desta linha de
projetos, estamos trabalhando em outros processos de Identidade
Total™ para duas marcas de moda e para um novo veículo de
comunicação que, além do Branding e todas as aplicações naturais
de identidade visual, desde a criação de produtos (físicos), incluirão
o desenvolvimento de sites, loja e-commerce, catálogos impressos
e digitais que devem prever suas versões “app” para iPad/iPhone.
Temos também duas linhas de embalagens em desenvolvimento
e a revitalização e expansão de dois portais e de seus veículos de
comunicação impresso e digital.
Temos alguns novos projetos ainda em processo de negociação, mas esperamos que alguns novos produtos editoriais (livros
e revistas) ainda entrem no mix deste ano e a expectativa natural
é que hoje eles devam prever uma versão digital, provavelmente
com foco no IOS/plataforma iPad e possivelmente prevendo a plataforma Android.
Identidade Total™, termo cunhado pela Tabaruba Design, foi criado para denominar um projeto de Design Gráfico com foco em Identidade Visual, Brand
Image e Brand Experience, no qual existe uma preocupação com a coerência
entre todos os aspectos visuais e não-visuais entre as diversas mídias envolvidas no projeto. Da marca à ambientação, dos impressos aos PDVs,do material
institucional ao site, uma série de componentes, regras e variáveis visuais e não-visuais compõem um sistema de Identidade Total™, prevendo uma experiência
sensorial única, ao mesmo tempo que permite ampla variedade de resultados.
91> TECNOLOGIA | WIDE |
73
TECNOLOGIA
Segurança Ivo Machado
PROTEGENDO SEU CÓDIGO JAVA USANDO BYTECODE
A engenharia-reversa de aplicações proprietárias seja por concorrentes quanto por
hackers pode resultar na exposição de forma
não desejada de seus algoritimos e ideias, formatos de dados proprietários, licenciamento
de software e mecanismos de segurança, e
o mais importante e crítico: dados de seus
clientes e usuários.
O Java é uma linguagem de desenvolvimento onde o codígo
fonte é bastante intuitivo em sua leitura. Em muitos casos, o bytecode compilado pode ser revertido (ou descompilado) trazendo
a tona o código fonte original de sua aplicação. Este artigo irá prover uma introdução a alguns mecanismos básicos que podem
ser utilizados a fim de proteger suas aplicaçãos em Java através
do ByteCode Obfuscation.
How to recover Source Code from Bytecode?
Existe uma infinidade de ferramentas disponibilizadas de forma
gratuita com a funcionalidade de Java Decompilers que permitiram verificar toda a funcionalidade do código incluindo:
• Recuperar o código fonte a partir do Java Bytecode,
• Conseguir o nome de variaveis locais e parametros,
• Conseguir comentários no código e JavaDoc
Como previnir que seu código Java seja revertido ?
Existem diversas ações que podem ser tomadas a fim de aumentar a segurança do seu código, e torna-lo mais seguro previnindo
a engenharia reversa:
• Code Obfuscation. Isto é feito geralmente através da renomeação das variáveis. (No paragrafo abaixo teremos mais
informações)
• Supressão do End Of Line Character. Isto torna o codigo dificil
de ser parseado.
• Uso de classes anonimas para controlar eventos. Aparentemente
este tipo de ação faz com que a grande maioria dos Descompiladores
não consiga mais trabalhar, porém o JAD consegue lidar com esse
tipo de situação muito bem.
• Criptografia do arquivo de Class. Isto implica diretamente na
performance de sua aplicação, pois é necessario efetuar a descripgrafia durante o runtime. Existem várias ferramentas disponiveis
para esta finalidade.
74
| WIDE | 91 > TECNOLOGIA
• Substituição dos nomes dos métodos por certos caracteres
como por exemplo ‘/’ ou ‘.’ no header da classe faz com que alguns
descompiladores como o JAD “cuspam” o código fonte de forma
não-compreensivel (não é possivel determinar o control flow no
código fonte).
A maior vantagem em utilizar o ProGuard em comparação com
outros Java Obfuscator é sua configuração utilizando templates
compactos. Com poucos comandos intuitivos ou utilizando uma
interface gráfica amigável o desenvolvedor consegue navegar
através das opções do aplicativo, selecionando o que for mais
interessante para sua aplicação Java.
Code e Data Flow Obfuscation
A grande maioria dos obfuscators substituem as intruções produzidas pelo compilador Java por gotos e outras instruções
que não serão descompiladas em código fonte valido Java. Um
descompilador convencional esperando por Javac output pode
tanto falhar ou exibir um pseudocodigo com muitos labels e instruções goto. Entretanto, nem todos os descompiladores são tão
faceis de enganar.
Finalmente, algoritmos sofisticados também podem ser protegidos utilizando transformações matematicas. O código transformado irá computar os mesmos resultados usando diferentes
tipos de dados. Entretanto, este tipo de ferramenta para produzir
este resultado é muito mais cara e em muitas vezes vendida apenas como parte de um conjunto para Risk Management Solution.
Outro ponto é que este tipo de transformação pode fazer com
o que o tempo de processamento do seu código seja aumentado muito, fazendo com que a performance seja gravemente
comprometida.
Tela inicial do ProGuard.
Ferramentas para Obfuscation Open Source.
Uma ferramenta muito interessante para obfuscar seu código
java é o PROGuard.
Os principais benefícios do PROGuard são:
• Torna o código do seu Java mais compacto, fazendo com que
seja carregado de forma mais rapida e com menores footprints
de memória
• Torna os programas e as libraries mais dificeis de serem
descompiladas
• Lista pedaços de “código morto” que podem ser removidos
do seu código fonte
Ivo Machado
Diretor de operações da In2Sec – Intelligence to Security, formado em
Análise de Sistemas com MBA em Gestão de Riscos, tendo já atuado
em diversas empresas nacionais e multinacionais, no Brasil e no
exterior. Especialista em Gestão de Riscos e Segurança da Informação, é
responsável pelas operações das Américas da Certificadora TrustSign e das
consultorias de segurança e-Horus e A.
E-mail: [email protected]
91> TECNOLOGIA | WIDE |
75
TECNOLOGIA
Mercado de TI Paulino Michelazzo
SOLUÇÕES CASEIRAS
A área de TI é muitas vezes jocosamente conhecida como a área que mais cria problemas
que não existem, seja por softwares mal feitos, por processos equivocados ou mesmo
por projetos que nunca acabam. Parece que
não conhecemos (ou aplicamos) a regra do
“menos é melhor” e deixamos nos levar por
complexidades que não são necessárias ou
criamos soluções que realmente não são demandadas, valendo isso para o desenvolvimento de um software, para a implantação de
um conjunto de hardware ou ainda para o
conjunto desses dois pontos (e muitos outros
que estão inerentemente conectados).
Por diversas vezes é necessário abrir mão da tecnologia e criar
“soluções caseiras” , métodos simples, práticos, rápidos e porque não pouco custosos, para solucionar um problema, seja
qual for, podendo esses métodos serem usados para a criação
de um simples sistema de agenda ou até a gestão de processos
em um ERP, muitas vezes extrapolando a tecnologia para a
solução do dito problema.
O sistema aeronáutico é de uma delicadeza ímpar e realmente
desconheço algo tão complicado quanto ele. Gerenciar passageiros, malas, comida, rotas, manutenções de aeronaves, segurança,
pousos e decolagens de forma harmoniosa, são tarefas das mais
difíceis e para isso sistemas computacionais entram em ação a
fim de garantir que a pessoa saia da sua origem e chegue ao seu
destino, preferencialmente viva.
No intuito de garantir a segurança de todos e uma viagem
tranquila, o macro-processo de uma viagem traz desafios que
por vezes não estão somente na tecnologia, mas sim em ideias
criativas. Como exemplo, vi no aeroporto de Doha, no Qatar, algo
interessante. Na contramão da maioria dos aeroportos onde o
passageiro que está fazendo uma conexão é jogado em um terminal genérico e lá deve se virar para encontrar onde está seu
próximo voo, muitas vezes utilizando painéis informativos que
não entende ou que não consegue ler, este aeroporto inventou
uma forma simples e prática de resolver este problema: cores,
simplesmente cores.
Quando você compra uma passagem com destino ao Qatar
ou que irá fazer uma conexão nesse país, recebe seus bilhetes
num pequeno envelope colorido, cuja cor identifica e informa de
76
| WIDE | 91 > TECNOLOGIA
forma simples e rápida o que você vai fazer e em qual terminal
deve ser deixado para seguir sua viagem. Então envelopes amarelos são para passageiros em conexão, azuis para passageiros que
tem como destino final o Qatar, marrons para os passageiros com
conexão de curta duração e assim por diante. Nada mais simples
que este universal sistema. Todas as pessoas conseguem identificar cores (até mesmo daltônicas) sem a necessidade de conhecer
qualquer idioma; a cor azul é azul em todo o planeta, não importando se o nome da cor está escrito em árabe, espanhol, grego
ou japonês. Resumindo: um sistema que chuta a tecnologia para
longe e usa formas simples para a solução do problema.
Nós, profissionais de tecnologia, temos a obrigação de criar
sistemas e processos que, da mesma forma que no aeroporto de
Doha, resolvam problemas complexos com soluções simples ou
“caseiras”. Se esmerar na criação de uma função não é o mesmo
de torná-la eficiente. Eric Raymond, um dos grandes expoentes
do mundo Open Source popularizou a filosofia do release early,
release often, que é a melhoria de um software ou solução baseando-se nos feedbacks dos usuários. Ao contrário do que se possa
imaginar, essa filosofia é usada por quase todas as empresas de
software mundiais com as chamadas versões beta e baseia-se no
conceito de que a solução deve atender as necessidades de seus
usuários e não criar mais problemas para eles.
Decerto que em algumas áreas não é possível usá-la constantemente. Os sistemas de aviônica não permitem erros, pois
qualquer pequeno bug pode acarretar um acidente de enormes
proporções. Mas, na maioria daquilo que desenvolvemos diariamente, ela cai como uma luva e realmente devemos usá-la
se queremos ser profissionais mais completos em nossa área,
pois ser profissional de tecnologia não é somente fazer código,
crimpar cabo ou ativar serviços. É também responder à altura as
necessidades de nossos usuários, seja da forma que for, e ter em
mente que muitas vezes não é somente a tecnologia que resolve
um problema, simples cores podem fazê-lo.
Paulino Michelazzo
Possui quinze anos de experiência em internet e atua como consultor
web em todo o mundo. Palestrante costumeiro de eventos de tecnologia,
é coautor de três livros na área de internet e software livre e escreve
regularmente sobre empreendedorismo e desenvolvimento em seu site:
www.michelazzo.com.br
E-mail: [email protected]
Twitter: @pmichelazzo
Tableless Diego Eis
O DESIGNER QUE SE PREOCUPA
Eu estou tentando me aproximar de programadores e designers de uns tempos para cá.
Quero entender mais como o front-end pode
melhorar seus trabalhos e facilitar o caminho
entre o design e a forma com que as funcionalidades são feitas. Eu não tenho afinidade
nenhuma com programação. Sério! Sempre
que tento programar algo, invariavelmente
escolho a solução mais complicada. Programar também precisa de talento. Talvez
seja por isso que eu esteja me aproximando
mais das necessidades dos designers. Sou
um metido à besta. Não faço coisas maravilhosamente bonitas, mas com certeza meus
designs são melhores que meus scripts.
A experiência do usuário pode ser afetada por “N” motivos, não
somente por causa do alinhamento e a foto bonitinha.
Assim como não é possível escrever uma linha de código sem
saber os porquês da importância do código semântico e acessível, não é possível desenhar um website sem ter a plena certeza
de que qualquer usuário terá uma experiência envolvente e
agradável.
Não estou dizendo aqui que o designer precisa ser o cara que vai
resolver isso tudo, pelo contrário. Esse trabalho é do front-end.
O que eu quero dizer é que o designer para web precisa ter mais
apreço por esses detalhes. Além do mais, é a arte dele que fará
contato com o cliente.
Bem como o programador, o designer para web tem uma visão
estranha do front-end. Ele acha que o que escrevemos é programação, e não é. Na verdade não tem nada a ver. O CSS que escrevemos está mais próximo do design dele do que da GEM que o
programador desenvolve. É por isso que eu sou daqueles que
acham que os designers para web, invariavelmente, precisam
aprender a escrever HTML e CSS. Os designers que fazem peças
para impressão se preocupam com detalhes da experiência do
seu leitor. Por isso eles podem passar dias escolhendo o tipo
certo de papel para a capa e para as páginas, além da gramatura
desse papel. Se haverá e qual será o tamanho das orelhas do livro
ou se a capa será dura. Isso faz parte do design do livro.
A web, como o livro, é um meio de comunicação. Ela precisa ser
usada de forma que a informação chegue intacta para o consumidor. O designer comunica enquanto entretém. Eles organizam
a informação de forma, pensam dentidades e criam experiências.
Isso é assim em qualquer lugar, inclusive na web.
O designer para web precisa sim se preocupar em como seu
projeto será entregue ao cliente. Você pode achar que o designer para web precisa se preocupar mais com os alinhamentos, com as fotos e a tipografia. Mas do que adianta se toda essa
beleza demorar para carregar? E quando carregar, precisa ter
a preocupação de degradar bem em cada versão do browser.
Diego Eis
Criador do site Tableless (www.tableless.com.br), palestra sobre padrões
web e jogador compulsivo de XBOX.
E-mail: [email protected]
Twitter: @diegoeis
91> TECNOLOGIA | WIDE |
77
marketing
REDE SOCIAL PARA CRIATIVOS
Criada em março de 2010 nos Estados Unidos pelo
americano Ben Silbermann, a rede social Pinterest
é muito elogiada por brasileiros
MARKETING
REPORTAGEM
O
As imagens são as grandes
estrelas do Pinterest, por
isso elas têm que ser lindas!
O pensamento do Pinterest
é aspiracional, as imagens e
produtos que remetem ao
desejo de ter ou ser daquela
forma. Por isso, explore
a emoção com imagens
encantadoras.
Pinterest (www.pinterest.com)
espécie de mural virtual, onde
seus usuários adicionam e compartilham imagens, referências
e dicas sobre os mais diversos
assuntos, é um sucesso. Lançada em 2010, a rede social vem
ganhando milhões de usuários, a ponto de já ter ultrapassado
em números de acesso os grandes: LinkedIn, Google+ e Tumblr.
Entre suas principais funcionalidades relatadas por seguidores
em todo o mundo, destaque para a facilidade de usar a interação.
Ou seja, tudo que chame a atenção pelo visual está lá.
Ao começar a mexer no Pinterest, certamente o usuário vai
perceber que o site é uma mistura de outras redes sociais já
conhecidas. Com uma audiência formada majoritariamente pelo
público feminino (segundo o New York Times, estima-se em 80%
o número de usuários do sexo feminino), o Pinterest permite o
upload de uma foto a partir da URL e oferece a opção de instalar
o botão “Pin-it” no navegador, que facilita o upload de qualquer
imagem da internet. O nome vem da união de duas palavras: “Pin”
(alfinete), e “interest” (interesse).
Com o perfil no Pinterest, é possível guardar imagens e também seguir pessoas com interesses comuns. Os álbuns são divididos por categoria. Nas imagens publicadas, existe a opção de
comentar, compartilhar e curtir. Como os murais são abertos, as
postagens ficam visíveis a qualquer perfil da rede. Isso significa
que a ferramenta também é útil para lojas virtuais, visto que muitas empresas já possuem murais, onde postam produtos com o
preço e link para a página de venda.
Algumas empresas, inclusive, se adaptaram tão bem ao site,
que o adotaram como um dos principais meios de comunicação
entre seus clientes. É o caso da agência australiana Holler (pinterest.com/weareholler), que inovou ao transformar as páginas de
seu antigo site em boards na rede, ou seja, agora a empresa utiliza
o Pinterest como site oficial.
Hector Souza, Mídias Digitais & Redes Sociais da Elancers
(elancers.net), é um criativo nato. O jovem, que utiliza múltiplos
estímulos para criar, trabalha ouvindo música e está sempre
conectado ao Pinterest, onde segundo ele, tudo traz algo novo.
O jovem considera válida a ideia da agência australiana Holler,
porém arriscada. “É interessante no sentido de a empresa usar a
rede mais comentada do momento para comunicação visual e
se estabelecer por lá. Por outro lado considero arriscado jogar seu
trabalho na rede, em uma plataforma que pode ou não permanecer aí por um bom tempo. A Procter&Gamble e a Philips, por
exemplo, investiram pesado em 2006 e 2007 quando o auge da
internet era o Second Life. A P&G investiu R$ 100 mil para organizar uma balada virtual nesta rede e dizem ter contabilizado R$
400 mil em mídia espontânea, e com muita sabedoria de um de
seus diretores já tinha consciência que ‘O Second Life não era um
canal de compra, mas podia impactar na decisão de compra’. É
muito legal ver uma empresa passeando entre as plataformas,
mas legar a uma delas a missão de ser seu canal oficial, excluindo
91 > MARKETING | WIDE |
79
MARKETING
um domínio.com, considero arriscado. Se o Pinterest morrer,
como todas aquelas pessoas que tinham contato com a ‘marca’
darão continuidade a essa experiência?”, questiona.
Inquieto, Hector é daqueles internautas de redes sociais
que vasculham tudo, cada board, cada pin. Ele conta como o
Pinterest é útil em sua carreira. “Um traço diferente me chama
atenção para uma ideia nova, uma fonte diferente, uma proposta
não muito comum. Aliás, uma das coisas que mais vem me chamando atenção é como novos designers estão recriando grandes
marcas a partir de suas impressões. Sempre vejo novas artes para
cartazes de filmes consagrados, marcas importantes e é tudo produzido por gente que tem paixão por essas marcas e filmes e que
põe mãos à obra de forma gratuita, talvez até com a intenção de
divulgar seus trabalhos e que por consequência inspiram outros.
Já tirei várias ideias lá do Pinterest e o mais bacana é que algumas
coisas eu posto no Facebook e como tenho visto a rede criada
por Mark Zuckerberg como um ‘museu de grandes novidades’,
ou seja, os mesmos memes, as mesmas piadinhas, as mesmas
tiradas, quando trago algo novo do Pinterest para lá, sempre gera
um buzz, um share, um like, e já recebi feedback de outras pessoas que simplesmente me cobram a postagem dessas imagens
‘diferentes’, como eles dizem. Eu os convido para o Pinterest, mas
como sou 100% internet e nem todos são assim, algumas pessoas
preferem a comodidade de verem o que eu publico a irem atrás
das informações. Hoje o Pinterest é uma parte importante do
meu trabalho, na empresa e fora dela. Eu escrevo contos e crônicas e algumas imagens do Pinterest têm me inspirado a escrever
mais – fora que todos sabem que uma imagem vende muito mais.
Até o Facebook sabia disso quando criou a Edge Rank”, avalia.
PINTEREST PARA NEGÓCIOS
Para Fernanda Galindo, sócia da Bistrô de Ideias (bistrodeideias.
com.br), ao Pinterest é uma excelente oportunidade para negócios. “Principalmente por permitir a criação de links em suas
imagens, os ‘repins’ que se espalham pela rede, são uma forma
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| WIDE | 91 > MARKETING
viral de divulgação do site de origem. Um estudo divulgado pelo
Shareaholic, serviço de compartilhamento de links, mostrou que
o Pinterest gerou 3,6% de tráfego para outros sites (em janeiro), e
se mostrou mais eficiente que YouTube, Google+ e LinkedIn juntos para enviar pessoas ao site das empresas”, afirma.
Porém, a diretora alerta que a exemplo das demais redes
sociais, relevância é uma palavra-chave. Segundo ela, a divulgação
das imagens é voluntária, e para que tenha muitos “repins” e “likes”
tem que ser relevante para os usuários, ou seja, a imagem precisa
chamar atenção. “Um produto que realmente interesse as pessoas
pode ser compartilhado entre os usuários, e os interessados conseguem acessar o site de sua marca ao clicar na imagem, gerando
maior tráfego para o site e divulgação para o produto/marca.”
Ela conta que conheceu o Pinterest por meio de indicação
de amigos e acabou se cadastrando para conhecer mais. Por ser
designer, as imagens já fazem parte do seu dia a dia. Ela conta,
inclusive, que já tinha o hábito de salvar imagens como inspiração para o trabalho de produtos interessantes ou boas referências para decoração de casa, uma área de interesse pessoal.
“E é exatamente isto que me encantou no Pinterest. Ele permite
que este processo de manter ideias visuais organizadas seja
mais prático e divertido, e ainda conecta pessoas por meio de
seus interesses, sejam ideias, eventos (como o planejamento
de um casamento), estilo etc. O pensamento é bem aspiracional. Como as imagens são as grandes estrelas desta rede social
elas precisam ser lindas, bem fotografadas e com boa resolução.
Além disso, os ‘pins’ podem manter o link com sua origem, permitindo, por exemplo, encontrar o fabricante de um produto ao
clicar sobre sua imagem.”
Ao comentar sobre a decisão da agência australiana, Fernanda
Galindo considera uma decisão interessante, “pois a Holler aproveitou o sucesso do Pinterest para ganhar visibilidade. Porém, ao
migrar para esta rede social, a agência teve que se adaptar às suas
limitações de estrutura, navegação e seguir o princípio da rede de
se comunicar por meio de imagens bem impactantes. Com isso a
agência perdeu a flexibilidade de um site externo.”
“Nada pior do que
entrar no Pinterest
de uma empresa
ou revista que você
admira e ver que ele
não é atualizado ou
que as imagens que
utiliza não são legais”
NA OPORTUNIDADE, A DIRETORA DA BISTRÔ DE IDEIAS
DEU 5 DICAS DE COMO USAR O PINTEREST DE MANEIRA
MAIS ESTRATÉGICA, CONFIRA:
1. Seja Visual! As imagens são as grandes estrelas do Pinterest,
por isso elas têm que ser lindas! O pensamento do Pinterest é
aspiracional, as imagens e produtos que remetem ao desejo de
ter ou ser daquela forma. Por isso, explore a emoção com imagens encantadoras.
2. Tenha bons modos. Respeite a opinião e imagens de outros
usuários e sempre mantenha os créditos de seus pins. Um dos
pontos positivos do Pinterest é conseguir saber mais sobre uma
imagem que te interessou, seja por meio do site de seu fabricante, empresa de viagens, organizador de eventos etc.
3. Organize seus boards. O Pinterest funciona como um grande
organizador visual, ou seja, ordenar seus boards por temas o ajudará a acessar suas referências e também a ter seguidores em
áreas específicas.
4. Planeje seus objetivos. Como hoje existem muitas redes
sociais, as empresas que quiserem entrar neste mundo devem
ter atenção e planejamento. Nada pior do que entrar no Pinterest
de uma empresa ou revista que você admira e ver que ele não é
atualizado ou que as imagens que utiliza não são legais.
5. Entre no estilo Pinterest. Evite a autopromoção excessiva, busque promover ideias relevantes que envolvam emoção e não
apenas produtos. O Pinterest ainda não tem um modelo de negócio definido, então é interessante estar atento e testar o modelo
mais adequado à sua empresa.
A redatora de Mídias Sociais da Wunderman (wunderman.com),
Núbia Tavares, comenta tirar proveito profissional com o crescimento da rede. É que ela, inspirada na própria Holler, está
querendo criar um board em seu pinterest com seu portfólio de
trabalho. “Acho super bacana porque se você quer vender que é
uma agência criativa, nada como ser criativo em sua apresentação. E o Pinterest permite isso, a união de texto e imagem de uma
forma divertida e lúdica. Mas, claro, a execução é tudo. Se você
não executa essa transformação do site em um board com imagens, pode ser um tiro no pé – o que não foi o caso da Holler, que
fez isso de uma maneira muito bacana”, acredita.
Na Wunderman, Núbia conta que atende um cliente de
social media global que utiliza o Pinterest para postar imagens
que podem ser usadas pelos analistas da marca ao redor do
mundo. “Uso muito para buscar referências e material para produzir o conteúdo do cliente. Como trabalho diretamente com
mídias sociais, fiquei sabendo ao mexer. Li pela primeira vez no
Mashable (maior blog americano sobre Tecnologia, Social Media
e afins). Ingressei porque achei que poderia ser interessante ter
um local para guardar imagens bacanas e diferentes. Gosto de
fotografia e imagens bonitas e vi que era uma maneira diferenciada de armazenar minhas próprias imagens na nuvem. Como
tenho que pensar muito em como transformar conteúdo em algo
chamativo para usar nas redes sociais dos meus clientes, também é uma maneira de me inspirar, de buscar referências legais
para o meu trabalho.”
DIREITOS AUTORAIS DE IMAGENS TÊM GERADO
DISCUSSÃO
Um ponto do Pinterest que tem sido muito discutido nos Estados
Unidos refere-se ao direito de imagens de fotos que tem sido
divulgadas e compartilhadas na rede. Ao contrário do Facebook,
o foco do Pinterest é postar coisas que você encontra em outros
sites, ou seja, de outras pessoas. Por isso, a probabilidade de se
compartilhar conteúdo sem direitos autorais, ou permissão para
isso, torna-se significativamente maior.
Para evitar esse problema, o site tem uma ferramenta automática que garante que seja citada a fonte original de uma imagem
capturada pelo botão “pin it” (“pendure esta imagem”). Porém, o
mecanismo não foi o suficiente para evitar que fotógrafos e blogueiros passassem a evitar a rede social, pois seus trabalhos protegidos por direitos autorais (copyright) estavam sendo compartilhados sem autorização.
Fique atento: se uma empresa tem uma imagem que pertence a outra pessoa em seu mural do Pinterest, ela pode
receber uma carta do proprietário dos direitos autorais,
acusando a empresa de violar seus direitos. E essas cartas
podem levar a processos judiciais.
Assim como em toda nova rede social, surgem diariamente
diversos usos para a rede. Você certamente pode (e deve!) se
apropriar de alguns deles para uso pessoal ou profissional.
Separamos cinco formas de como você pode usar o Pinterest:
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81
MARKETING
1 – PINTEREST COMO SITE OFICIAL
Foi o que fez agência australiana Holler, que transformou as páginas de seu site em boards na rede.
2 – PINTEREST COMO CANAL DE VENDAS
Empresas podem utilizar seus boards no Pinterest para anunciar
produtos e serviços, transformando o site em uma verdadeira vitrine
social. O mais legal é que provavelmente alguns usuários irão dar
repin em seus posts, o que fará seu produto se espalhar pela rede.
3 – PINTEREST COMO PORTFÓLIO
É um dos usos mais claros da rede, especialmente para profissionais como fotógrafos, designers, ilustradores e infografistas. Os
boards servem muito bem como catálogos virtuais para profissionais que trabalham com imagens.
4 – PINTEREST PARA TENTAR ARRUMAR NAMORADA
Esse é mais para dar uma relaxada no “post”. Nos Estados Unidos,
um jovem solteiro resolveu pedir a uma amiga para dar Pin em
uma foto sua com telefone e email, tentando assim arrumar uma
companheira pela rede, já que a maioria dos usuários é do sexo
feminino. Porém, pelo visto, ele não conseguiu. Mas quem sabe
você não consiga?
5 – PINTEREST COMO PLATAFORMA DE APRENDIZADO
Você pode até se perguntar: “Como aprender algo em uma rede
social de imagens?” Mas a verdade é que tem muito conteúdo de
primeira sendo publicado no Pinterest. Principalmente para profissionais que trabalham com internet e em forma de infográficos.
Basta fazer uma busca por “infographic”, por exemplo, para ter
centenas de infográficos cheios de informação mastigada em sua
tela. Claro que quase sempre você vai encontrar material duplicado, triplicado e replicados a mil na sua tela, mas é assim mesmo, conteúdo bom a galera dá repin. Afinal de contas, o repin é o
“compartilhar” da rede.
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| WIDE | 91 > MARKETING
“Se você quer vender que é uma
agência criativa, nada como ser
criativo em sua apresentação. E
o Pinterest permite isso, a união
de texto e imagem de uma forma
divertida e lúdica”
NOVIDADES PARA O PINTEREST
Após anunciar uma nova função que compartilha conteúdo
também no Flickr, o Pinterest anunciou que em breve o site será
traduzido para o português e outros idiomas. Para começar, a
rede social vai se concentrar em cinco línguas: francês, alemão,
japonês, espanhol (já disponível) e português. A companhia,
que não divulgou datas para o lançamento das traduções, disse
também que pretende criar versões em holandês, grego, italiano, coreano, malaio, russo, chinês simplificado, sueco e turco.
De acordo com o Pinterest, assim como fez o Twitter, o projeto
de tradução irá contar com a ajuda dos usuários. Um post no
blog diz: “Se você falar uma (ou mais) dessas línguas e estiver
interessado em nos ajudar a traduzir o Pinterest, entre em contato e avisaremos quando estivermos prontos.”
Outra informação relevante para o mundo do Pinterest e que
interessa donos de lojas virtuais, é que a rede social tem recebido
novos investidores e pode ganhar um toque de social commerce.
Segundo o The Next Web, por chamar atenção de quem trabalha com lojas online por conta, principalmente, do alto tráfego
gerado pelo site, um dos investidores estratégicos em negociação
é uma empresa da área de social commerce. Espera-se com isso
que o site ganhe aquele “empurrãozinho” para trabalhar melhor
com e-commerce, uma vez que diversas marcas já demonstram
interesse em utilizá-lo como forma de alavancar as vendas.
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O MARKETING DA FGV E SEU LÍDER:
MARCOS FACÓ
As estratégias de marketing sempre foram imprescindíveis para o sucesso de uma campanha, ação e para alcançar resultados efetivos dentro de uma empresa. Marcos Henrique
Facó, Superintendente de Comunicação e Marketing da FGV (Fundação Getúlio Vargas), é
um conhecedor do assunto. À frente de uma das maiores instituições do país, reconhecida
internacionalmente, Facó comenta com detalhe suas estratégias de marketing voltadas
para a web, os resultados e o que está sendo planejado para os próximos meses.
E os números são de impressionar: somente na Campanha Vestibular 2012 foram mais
de 1 milhão de cliques, 2 milhões de pageviews e 265 milhões de impressões. As visitas
ao site aumentaram 130% e contribuíram efetivamente para elevar em 19% o número de
candidatos ao vestibular.
Confira como as redes sociais alinhadas a um forte marketing acadêmico podem proporcionar excelentes resultados à sua trajetória.
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| WIDE | 91 > MARKETING
MARKETING
WIDE: Como Superintendente de Marketing da FGV há nove anos e
em contato direto com um público ávido por novidades, como aproveitar as oportunidades geradas pela velocidade das mudanças que
o atual mercado atravessa?
FACÓ: Temos diversos desafios por conta dessa velocidade
tecnológica que atravessamos. E a nossa tarefa deve ser sistemática, pois precisamos usar a plataforma que o público da FGV
utiliza, sobretudo o de graduação, que hoje transita nas redes
sociais por muito tempo, seja via mobile ou via desktop. Entre
todos os desafios, destaco quatro, que são fundamentais para
alcançar esse público que busca novidades.
1) A DIVULGAÇÃO DO NOSSO VESTIBULAR E NOSSOS CURSOS.
Estamos trabalhando para criar ações efetivas de comunicação,
em nível nacional e internacional (cursos à distância).
2) RELACIONAMENTO. Uma vez aluno, a plataforma está ali para
manter contato, para criarmos esse vínculo, que antigamente
era por carta e telefone. Hoje o Facebook é o carro-chefe para
gerarmos essa relação de troca entre nós e os alunos. Antes o
FGVmail era divulgado por comunicados, notas, financeiro,
secretaria, mas agora tudo será pelo Facebook. Inclusive, ao
fazer a matrícula, já solicitamos a conta da rede social do aluno,
pois o relacionamento será todo via Facebook.
3) COMO UTILIZAR ESSAS PLATAFORMAS ACADEMICAMENTE? A
questão é como aproveitar esse “boom” e utilizar as redes sociais
dentro dos cursos. Algumas escolas já usam o Ning (plataforma
online que permite a criação de redes sociais individualizadas)
como meio de comunicação entre os alunos, bem como para
troca de informações e trabalhos. Porém há paradigmas a serem
quebrados, uma vez que nem todos os professores estão inseridos nesse meio. É uma nova maneira de se readaptar, e por isso
um grande desafio fazê-los entender e aproveitar os benefícios
dessas redes. Ora, temos no mercado diversas tecnologias disponíveis (Apple, plataformas da iTunes, Google Docs, Microsoft)
e a pergunta é: qual adotar?
4) EX-ALUNO. O LinkedIn é a nossa cartada. Por se tratar de
uma plataforma voltada exclusivamente para o profissional, já
temos grupos formados por ex-alunos da graduação, do MBA,
e além disso a ferramenta te informa onde seu ex-aluno trabalha, seu atual cargo etc. E os números são interessantes: FGV
Oficial 2.092 membros e MBA FGV 23.812 membros. Ou seja, no
Linkedin os cadastros são atualizados, há credibilidade, e além
disso posso ver quantos ex-alunos estão morando fora e seus
respectivos cargos. Para se ter ideia, 127.946 perfis mencionam
FGV à sua formação. São 1.937 ex-alunos que hoje moram nos
Estados Unidos e, desses, a maior parte trabalha na Microsoft e
em área financeira de grandes empresas.
“MUITAS EMPRESAS
FALHAM EM NÃO
CONTINUAR SE
RELACIONANDO COM O
CLIENTE MESMO SEM O
OBJETIVO DE RECOMPRA”
WIDE: Há peculiaridades no marketing voltado para o setor de educação? Baseado nesse cenário, quais são os principais desafios do
marketing no ambiente acadêmico?
FACÓ: Sim, há peculiaridades na forma de pensar e fazer marketing
no ambiente acadêmico. A nossa grande preocupação é manter a
presença constante da instituição para um público que ao mesmo
tempo que é diverso, é altamente qualificado (classe A/B). E isso
de certa forma dificulta o nosso desafio, pois temos um público
heavy user, considerado consumidores potenciais, que estão por
dentro de tudo que envolve tecnologia. O desafio, então, é como
continuar falando com o aluno durante quatro, cinco anos? Ora,
diferentemente de outras empresas, que você só liga ou se manifesta quando há problemas no produto, na FGV os alunos se relacionam todos os dias, mas é óbvio ressaltar que surgirão ruídos.
Para isso, temos uma equipe especializada e preparada somente
para realizar monitoramento constante, identificando tendências.
Temos um profissional full time responsável por esta demanda.
Nosso objetivo é fazer com que o ex-aluno FGV carregue a marca
com ele, que tenha orgulho de ter sido nosso aluno. E essa nossa
estratégia dá certo, pois muitos retornam. Muitas empresas falham
nesse sentido, em não continuar se relacionando com o cliente
mesmo sem o objetivo de recompra.
WIDE: A primeira edição da newsletter FGV News, direcionada ao
público internacional, é uma novidade. Como foi a ideia de lançar
esta publicação e em diversas plataformas?
FACÓ: A partir do momento que visualizamos que as redes sociais
gratuitas no Brasil começavam a dar sinais de sucesso, pensamos além, em ir mais longe ao estabelecer parcerias com empresas, agências e até com o governo no exterior. Identificamos essa
necessidade de estarmos presentes em outro idioma. E por isso
pensamos no Facebook e no LinkedIn em inglês. Para atender
exclusivamente a esta demanda, a FGV contratou uma jornalista
que nasceu na Inglaterra, filha de pais brasileiros e que agora está
de volta ao Brasil para trabalhar. Ela vai assumir o conteúdo em
inglês nas redes sociais da FGV.
E recentemente, lançamos a primeira edição da newsletter, onde
a pessoa se cadastra e passa a receber o conteúdo todo em inglês.
91 > MARKETING | WIDE |
85
MARKETING
Vamos, inclusive, aderir a um formato de blog, onde o usuário
poderá interagir, curtir e compartilhar. A sistemática já é semanal,
porém até o fim do ano será diária. Queremos essa interação e
aproximação total com nosso público.
WIDE: A presença nas mídias sociais (Facebook, Twitter, Youtube,
LinkedIn) é um dos carros-chefe da FGV. A prova disso é que hoje
a Fundação já destina 70% de sua verba publicitária para as mídias
online. Quais são as principais ações dentro das redes?
FACÓ: Hoje destinamos 50% para verba online e 50% para verba
offline. Já na Campanha do Vestibular FGV o índice sobe para
70% no online. No geral, temos um dos percentuais mais elevados do Brasil. E temos mesmo que continuar investindo e acreditando nesse investimento, pois nosso público está na internet,
e ainda contamos com um plano de marketing bem elaborado e
alinhado. Mas fica uma dúvida: porque as empresas não investem mais no online? Talvez por comodismo. As grandes agências
de comunicação preferem e é muito mais fácil trabalhar dentro
de uma verba com anúncios em revistas e televisão, do que trabalhar no universo online, que demanda mais trabalho, mais
acompanhamento, visto que são inúmeras plataformas e ferramentas de mensuração.
Penso que o profissional de mídia precisa aprender a utilizar
mais essas ferramentas como um todo, ou seja, ele tem que encarar este desafio da constante atualização como parte da vida profissional dele.
WIDE: Para monitorar os resultados das iniciativas de comunicação
e marketing de forma mais eficaz e ter mais agilidade nas decisões,
foi montada uma área de inteligência dentro do marketing da FGV.
Como é estruturado esse departamento?
FACÓ: A Superintendência de Comunicação e Marketing da FGV
conta atualmente com 22 profissionais divididos entre Rio de
Janeiro e São Paulo. Temos áreas de inteligência de mercado,
análise de mercado, retorno das campanhas, pesquisa, monitoramento da concorrência e análise das ações. Além disso, temos
uma equipe de marketing digital (coordenador, redes sociais,
SEO, suporte, elaboração de relatórios).
WIDE: O “Desafio FGV” tem parceria com 13 grandes empresas atuantes no país. Como a Fundação avalia a importância de manter parceiros estratégicos e ao mesmo tempo integrar os alunos, futuros
profissionais que levarão o nome da Fundação para as mais diversas
empresas e indústrias do país?
FACÓ: A nossa ideia não era simplesmente divulgar o vestibular
da FGV, e sim possibilitar e aprimorar o relacionamento entre
os alunos e empresas. Pensamos em não somente oferecer essa
plataforma para realização desse contato, bem como tomamos a responsabilidade de preparar esse jovem para ser um
empresário ou executivo nessas grandes empresas. A verdade
é que temos dois clientes: o jovem, que quer ser preparado; e a
empresa, que tem interesse em contratar o aluno FGV. Nesse
sentido, as organizações colocam-se dispostas a participar, oferecer estímulos para que o aluno também crie, pois acreditamos
86
| WIDE | 91 > MARKETING
que esse jovem é um potencial gerador de conteúdo. A empresa
escolhe a melhor ideia e premia o aluno com brindes, cursos, viagens e estágios.
WIDE: Quais são os principais resultados já alcançados pela
Superintendência de Comunicação e Marketing da Instituição este
ano e o que está sendo planejado?
FACÓ: Temos um resultado excelente. O número de candidatos
é 20% maior, se comparado ao ano passado, e conquistamos
aumento de 130% de visitação no hotsite do vestibular. Este ano
ainda queremos aprimorar este tipo de ação e levar o sucesso
dela para outras áreas, tais como MBA, Educação à Distância, cursos de extensão etc.
WIDE: A FGV vem inovando em suas diversas ações de marketing
voltadas para a web. Nesse sentido, a inteligência coletiva e as ideias
de todos aqueles que integram o departamento são fundamentais
para alcançar o êxito nas inúmeras ações que a FGV vem realizando?
Como funciona o processo de fomento à inovação na Instituição?
FACÓ: Temos uma preocupação constante com a inovação, no
sentido de buscá-la e realizá-la. Essa busca por uma matricialidade
no sentido de inovar tem a ver com o “olhar para fora”. Queremos
nos posicionar como um gateway (porta de entrada) entre Brasil e
exterior e vice-versa. Toda sexta-feira realizamos encontros com
pessoas de diversas áreas, o nosso brainstorn. Na oportunidade,
esses colaboradores trazem opiniões de fora, e muitas ideias são
geradas nesses momentos. A nossa meta é também fazer este
encontro online. Acreditamos muito no potencial desses colaboradores, baseado em culturas e gerações distintas.
“MAS FICA UMA
DÚVIDA: PORQUE
AS EMPRESAS NÃO
INVESTEM MAIS NO
ONLINE? TALVEZ POR
COMODISMO”
91 > MARKETING | WIDE |
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SUAS EMOÇÕES
EM SÉRIES
UNIVERSAL CHANNEL
APOSTA EM REDES SOCIAIS E COLHE ÓTIMOS RESULTADOS
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| WIDE | 91 > MARKETING
MARKETING
Uma ação totalmente voltada para a interação
e que ao mesmo tempo fizesse o receptor refletir sobre assuntos de forte impacto. Esse é o
case desenvolvido pela Publicidade Interativa
(publicidadeinterativa.com) para o lançamento
da nova marca do Universal Channel (www.
facebook.com/universalchannelbrasil). O canal
precisava de uma campanha para aumentar o
conhecimento de suas principais séries: House,
The Good Wife e Brothers & Sisters. Para isso,
a campanha fez uso de uma das redes sociais
mais populares do mundo, o Facebook. Perguntas instigantes e vídeos compuseram esta ação
de grande resultado
CAMPANHA
“As pessoas foram impactadas por questionamentos e assuntos
relacionados a cada série, com o objetivo de facilitar a associação da série com o seu tema. Perguntas com bastante impacto,
como por exemplo, ‘Você abriria mão da sua carreira por
alguém? ’ criavam a interação do canal com a audiência. Tanto
em formatos de publicidade diferenciados como em posts na
fanpage, o retorno do internauta foi bem alto, atingindo números de comentários até então não experimentados pelo canal
e muito acima da média dos concorrentes”, afirma o sócio da
Publicidade Interativa, Bruno Dreux.
A Fanpage da Universal Channel Brasil é comprovadamente
um sucesso. Nela, o dinamismo e a participação dos fãs é marcada por seus números. Quase 274.000 pessoas curtem e mais
de 13.000 estão falando sobre o assunto. Ao comentar esse feedback, Bruno Dreux lembra que a marca Universal Channel é
muito forte. “Ela é um repositório de fortes emoções despertadas
pelos grandes personagens de suas séries. O público brasileiro
tem se mostrado cada vez mais ‘série-maníaco’. Esse sucesso
que atingimos nada mais é que o reflexo de uma grande marca
e ações relevantes criadas pela agência para suporte, como os
posts de oportunidade. “Feliz Dia do Mau Humor” é um grande
exemplo que atingiu a marca de mais de 1600 compartilhamentos quando ainda possuía um volume menor de fãs.”
91 > MARKETING | WIDE |
89
MARKETING
Ao todo, foram mais de 10 pessoas envolvidas, entre planejamento, criação, mídia e atendimento. Desde o planejamento
estratégico até a criação da campanha, houve desenvolvimento
das ações online, que por sua vez se desdobraram em campanhas de mídia e ações específicas dentro do Facebook. “Fomos
chamados para demonstrar como o novo conceito do canal
‘Emoções em Séries’ poderia ser desdobrado no meio digital.
Depois disso, o acompanhamento e métricas de como estava
tudo caminhando para garantir e superar o resultado esperado
foi o nosso cheque-mate.”
“ESSE SUCESSO QUE
ATINGIMOS NADA MAIS
É QUE O REFLEXO DE
UMA GRANDE MARCA
E AÇÕES RELEVANTES
CRIADAS PELA AGÊNCIA
PARA SUPORTE,
COMO OS POSTS DE
OPORTUNIDADE”
SOBRE O UNIVERSAL CHANNEL
O Universal Channel no Brasil é a associação entre a NBC
Universal e a Globosat, maior programadora de TV por
assinatura da América Latina.
O canal está presente em 24 países na América Latina,
com um total de 24 milhões de assinantes. No Brasil, o
Universal Channel está em cerca de 7,3 milhões de domicílios assinantes, representando um potencial de cerca de
24,9 milhões de telespectadores
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| WIDE | 91 > MARKETING
Marketing de conteúdo Bruno Rodrigues
A utilidade do conteúdo
Para fazer um conteúdo valer, ele precisa ser útil – e utilidade não é um conceito tão simples de construir. Utilidade
está ligada à necessidade. Para entender os anseios de informação de um
público, não basta imaginá-lo indo às
compras em um mercado, por exemplo. É uma visão simplista que na maioria das vezes nos faz dar com os burros n’água. ‘Eu preciso, procuro, acho e
pronto’ – não é assim.
Necessidade de informação é o encaixe perfeito entre quem
a anseia, por que a informação é procurada e o que com ela se
deseja fazer. Entender esta combinação nos permite dar um
passo adiante na gestão de conteúdo: produzo com conhecimento de causa e acerto no alvo com pouca margem de erro.
VAMOS ESTUDAR, ENTÃO, CADA PEÇA DO QUEBRA-CABEÇA:
. Quem quer a informação
Vá além de recortes habituais como idade, sexo e formação acadêmica. Na necessidade da informação, o foco essencial deve ser a profundidade com que o visitante de um site deseja uma informação.
Há o superficial, o que deseja a informação básica e o que quer
o ‘pacote’ completo, com todo o detalhamento possível. O pulo
do gato não é conseguir atender todos estes, mas suar para conseguir entender qual entre os três é o mais constante.
Se você descobrir que o perfil ‘pesquisador’ é o mais usual,
então o conceito de utilidade de conteúdo em seu site deve se
sofisticar. Neste caso, informação útil é informação com todos os
‘opcionais’ possíveis.
A necessidade de informação é superficial? Então entenda
que seu visitante deseja mais ‘pílulas’ de informação que conteúdo aprofundado. Mais assuntos, temas variados, uso de outros
formatos que não texto são ferramentas que devem ser utilizadas para tornar seu conteúdo mais útil.
. Porque a informação é desejada
Prazer ou obrigação? Urgência ou todo o tempo do mundo?
Conhecer o porquê de seu visitante querer uma informação
muda a estratégia que você irá desenvolver para trabalhá-la.
Se boa parte do público vai ao seu portal em busca de conteúdo que irá apoiá-lo no trabalho, objetividade deve ser o conceito
‘âncora’ a guiar o trabalho de utilidade da informação. Como não
há tempo para o consumo, então o sucesso está em dar exatamente o que se quer.
Se não há tensão envolvida no acesso ao seu conteúdo, então a
persuasão é seu instrumento. Aproveite que o visitante está aberto
a receber mais informações do que ele mesmo se propôs a consumir quando entrou no portal e envolva-o com outras informações.
. Para que é a informação
Seu visitante pode precisar de apenas uma informação e nada
mais – e, neste caso, não adianta apresentar detalhamento ou
informações semelhantes. Ele começará e terminará a visita pelo
que está procurando.
Por isso, pense em cada informação como se em seu site só houvesse ela. Você iria elaborá-la com um capricho que, naturalmente,
não iria despender em um site com milhares de páginas, não é?
Pois cada vez mais teremos este desafio: visitantes que acessam, via buscadores, um conteúdo específico. Seu site, para ele,
é aquela informação. Sua marca cada vez mais será cada página
separadamente. Um desafio e tanto.
Contudo, um usuário pode ter o objetivo de juntar a informação que procura a outras para construir conhecimento. Neste
caso, você deve servir de ‘agulha’, ajudando o visitante a criar
uma ‘tapeçaria’ com informações que ele deseja costurar para
criar algo mais consistente. Neste caso, informação é alimento
para criar conhecimento. Quanto mais, melhor.
Criar e gerir conteúdo depende muito de conhecer quem está
do outro lado. Trabalhar por intuição é gasto de tempo e dinheiro.
Será que seguimos esta lógica à risca?
Bruno Rodrigues
Consultor de Informação e Comunicação Digital, autor do primeiro
livro brasileiro e terceiro no mundo sobre conteúdo online, Webwriting
– Pensando o texto para a mídia digital (2000), de sua continuação,
Webwriting – Redação & informação para a web (2006), e de Padrões Brasil
e-Gov: Cartilha de Redação Web (2010), padrão brasileiro de redação web.
Já ministrou treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação para
mais de trinta empresas do Brasil e do exterior.
Site: www.bruno-rodrigues.blog.br
E-mail: [email protected]
Twitter: @brunorodrigues
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91
MARKETING
Web fora da caixa
René de Paula Jr.
Que tal um bom botox?
Eu falo demais. É mais forte do que eu. Quando dou
por mim, já era. A questão nem é tanto tagarelar o
tempo todo, nesse sentido até que sou comportadinho. Na coreografia cotidiana de conversas casuais até que eu danço conforme a música e não piso
tanto no pé do parceiro. O problema parece ser restrito a uma situação específica: debates. Well, acho
que palestras também. E reuniões. E eventos. Se tiver
um microfone, então, céus, é um massacre! Eu sugo
todo o ar da sala.
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É bem feio isso, não é assim que se faz,
mas volta e meia eu me empolgo e pronto,
quando vou ver estou roubando a cena.
Por sorte a plateia até que aparentemente
se diverte (ou entra em choque, talvez), o
que só piora a história pra quem queria
falar e eu não deixei.
A todos que enlouqueci, interrompi,
interpelei, questionei ou atrapalhei, peço
desculpas. É um vício horroroso e estou
tentando melhorar :)
Estou me sentindo especialmente
culpado porque acabei de #occupy um
evento bacana, o Varejo 2.0. Céus, como
falei! Até gravei minha palestra para
publicá-la online mais tarde, mas o vídeo
era impublicável. Eu me empolguei demais
e falei mais do que devia. Como diria um
amigo engraçado, eu não cabia “em si”.
No dia seguinte, mais calminho, porém
ainda inspirado pelo tema, gravei um
videocast insano (dirigindo, pasme... eu
falo até no trânsito) e o publiquei com um
título mais ou menos assim: o digital ficou
coxinha, e os clientes hoje é que pensam
fora da caixa.
Well, não é para menos que meus videocasts sejam até hoje um fiasco de audiência :) Como se não bastasse obrigar o
ouvinte a me acompanhar pelas ruas de
Sampa, eu ainda cismo de pisar em todos
os calos imagináveis. Que bom que não
vivo de ibope, senão estaria frito.
Para minha surpresa até que o vídeo
fez sucesso. Vou fazer um resuminho aqui
para te poupar de me assistir viajando na
maionese em plena Marginal Pinheiros.
A questão é simples e meio dolorosa:
agências e profissionais de digital viraram
“O problema - ou a salvação - é que alguns
clientes acordaram para a importância da
inovação e começaram a querer fazer coisas
realmente fora da caixa, coisas que levassem
seus negócios para um outro patamar”
burocratas, business-as-usual, viraram coxinhas. O digital, que era
tão revolucionário e disruptivo, ficou prisioneiro das especialidades: ou você faz social, ou você faz sites, ou SEO, ou link patrocinado, ou banners, ou... Um monte de gente se bitolando em caixinhas pequeninas e isoladas.
O QUE HOUVE? As pessoas foram se acomodando e broxando?
Ou... cada especialista desses na verdade se especializou em um
jeito de fazer dinheiro?
A minha tese é essa: como sempre foi um drama fazer dinheiro
com digital, cada um foi se ajeitando num jeito X de pagar as contas. Quem conseguiu entrar no esquemão de campanhas de
mídia e BV, não quer outra vida. Quem conseguiu ser pago para
blogar, idem, e cada um foi se pendurando como pode nos bolsos
dos clientes e veículos. Resultado: cada um ficou dependente de
apenas um modelo de receita e vai sair por aí vendendo o que
consegue faturar em cima.
Por algum tempo esse arranjo serviu bem aos clientes, e garantiu que o arroz com feijão do digital fosse resolvido a preços módicos. O problema - ou a salvação - é que alguns clientes acordaram
para a importância da inovação e começaram a querer fazer coisas realmente fora da caixa, coisas que levassem seus negócios
para um outro patamar.
(Espero ter contribuído de alguma forma, aliás, para esse
despertar das grandes empresas. A hora que eu vi que agências só queriam fazer mais do mesmo eu fui cantar em outras
freguesias: grandes marcas, startups... Esses caras sim queriam
mudança)
QUANDO UMA EMPRESONA QUER INOVAR PARA VALER ela procura quem? Gurus digitais? Sorry, mas esses caras estão com o
mesmo papo há três anos, e se achar moderninho por falar em
Digital é tão velho quanto falar em “TV a cores”. Agências disso ou
daquilo? Vão puxar a brasa para sua sardinha.
(Quer uma comparação? Digamos que eu entre numa crise de
meia-idade e saia por aí pedindo conselhos. Se eu for a um cirurgião plástico, o cara vai me indicar uma lipo e botox. Se eu for a
uma loja da Harley, vão me empurrar uma máquina reluzente e
inexplicavelmente barulhenta. Se eu for a um astrólogo, personal
trainer, pai de santo, cafetão... cada um vai me vender - e bem caro
- o seu peixe. Ninguém vai me recomendar o óbvio, que é amar
e viver, pois isso eles não vendem. Em digital é igual: pergunte a
uma agência de social qual a melhor coisa a fazer. Duvido que te
recomendem fazer um comercial de TV).
Se as empresas não acham quem as ajude no mercado, como
elas fazem? Criam um time interno com gente boa e pronto, o filé
mignon da inovação não vai para agência alguma e elas que se
contentem com o papai-e-mamãe.
No Varejo 2.0 as melhores histórias eram de... clientes. Magazine
Luiza, Netshoes, Bradesco... tudo feito in house. As melhores
histórias de UX eu vi de perto na Locaweb, Bovespa... tudo feito
por profissionais envolvidos no negócio, sem o rabo-preso que
teriam 99% dos fornecedores bitolados por aí.
Well, acho que já falei demais. O recado é simples: a inovação
de verdade não é mais privilégio dos digeratti, esse papo já era.
Esses caras sim já falaram demais.
René de Paula Jr.
É profissional de internet desde 1996 e passou pelas maiores agências e
empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, AgênciaClick, Banco Real ABN
AMRO, Microsoft Brasil. É criador da “Usina.com”, portal focado no mundo
online, e do “Radinho de pilha” (www.radinhodepilha.com), comunidade
de profissionais da área. Atualmente, trabalha na CUBOCC como diretor de
new business.
E-mail: [email protected]
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e-commerce
VESTIDOS DE VICTORIA
BECKHAM NO NET-A-PORTER.
FONTE: NET-A-PORTER.COM
Marcas
de moda
DESCOBREM O POTENCIAL
DO E-COMMERCE
Você sabia que no Brasil a categoria moda
já é a quarta em número de vendas, a
segunda em número de visitas e a primeira
em browsing? A venda on-line de vestuário
tornou-se uma verdadeira “febre” depois que
as marcas de moda descobriram o potencial
do e-commerce. A prova disso é a aparição
de serviços especializados e investimentos
no setor. Mas a grande questão é: Como
aumentar ainda mais as vendas e alcançar o
sucesso no e-commerce de moda no Brasil?
É isso que você confere a partir de agora.
E-COMMERCE
D
ados de uma pesquisa da
WebShoppers, realizada pela
consultoria e-Bit, mostram que
o comércio de moda brasileira
pela internet subiu do 26º lugar
em 2007 para a quarta posição entre os segmentos que mais
vendem em todo varejo eletrônico brasileiro no último ano. A
pesquisa, que traz informações atualizadas sobre o perfil dos
compradores online, mostra a mudança do comportamento dos
internautas brasileiros.
Já os especialistas apostam que a presença das grandes marcas varejistas na área de vestuário na internet incentivou outras
marcas a entrarem na rede e o consumidor começou a comprar
com mais segurança, ou seja, quebrando barreiras. Mas o perfil
do consumidor brasileiro também colabora para atrair investidores – e multinacionais. No Brasil, o público se identifica com
uma marca e é fiel ao canal de vendas. De acordo com uma pesquisa do Instituto de Estudos e Marketing Industrial, 96,4% dos
consumidores que usam a rede para adquirir roupas dizem estar
satisfeitos com as compras. Percentual quase igual diz que recomendaria o site para um amigo.
Natan Sztamfater, CEO da Cookie Web, agência de marketing digital especializada em atendimento para lojas virtuais de
pequeno e médio porte, lembra que muitas das empresas que
estão crescendo no segmento moda online são têxteis, além de
especialistas em internet, e que acabam concentrando suas marcas dentro dos shoppings. O resultado é esse “boom”, a exemplo
das já consolidadas lojas virtuais da FARM (farmrio.com.br) e
Shoulder (shoulder.com.br). “É fundamental ter um bom catálogo
de produtos online, pois até mesmo o cliente que vai à loja física
busca o online. Mas também temos aquela cliente que realiza a
busca diretamente no site da Sholders, por exemplo, que possui
um catálogo online de produtos totalmente voltado à conversão,
e propicia uma experiência de compra positiva e satisfatória.”
E a febre não é só no Brasil. Estilistas brasileiros de luxo como
Amir Slama, Alexandre Herchcovitch e Emanuelle Junqueira,
já apostam fortemente na venda on-line. Outras marcas nacionais, a exemplos de Hering, Rosa Chá, UMA, Folic, Ferracini e
Piccadily integram o time de grandes marcas apostando no
e-commerce de moda.
A atriz Victoria Beckham é outra empresária que lançou sua
coleção via e-commerce. Os vestidos mais vendidos das coleções de verão e inverno 2011 da estilista estão disponíveis no
Net-a-Porter. Todos foram renovados para a venda especial. O
e-commerce também oferece acessórios, óculos e outros modelos assinados por Victoria.
Outra dica do fundador da Cookie Web, é fazer com que
a experiência do cliente virtual seja parecida com a da loja.
“Ou seja, ele tem que se sentir comprando naquela esfera que
conhece, deve ter produtos similares, com os mesmos nomes,
tamanhos, enfim, a grade de oferta de produtos deve ser a mais
próxima possível (plataformas, ambientação etc.) Já para a loja
online, gerar fluxo no site é um dos principais desafios, que pode
ser realizado pelos buscadores mais específicos e pelos sites verticais, banners que teoricamente falam com seu público.”
Uma estratégia que muitos esquecem de utilizar e que
vem sido bastante aprimorada ultimamente, segundo Natan
Sztamfater, é o Behavioral Retargeting, tendência de mídia atual,
que consiste em trazer potenciais compradores de volta ao seu
site. O Retargeting vem do inglês ‘target’ (alvo) e significa “mirar”
novamente em um alvo que já foi anteriormente apontado. Pelo
fato de o cliente interessado em comprar já ter navegado em sua
loja, ficará mais fácil ele ser impactado com ferramentas (ex. banners) relacionadas com o assunto de interesse.
NA PRÁTICA
O usuário entra em uma loja virtual de roupas, entra na página de
uma marca conhecida e por alguma razão sai do website. Ao continuar sua navegação este mesmo possível comprador poderá
ser impactado por um banner da mesma loja, com aquela mesma
blusa ou vestido. Isso representa um aumento de 500% em suas
chances de conversão (se comparado à exibição do banner para
um usuário não ‘tageado’).
Manter-se líder e reconhecido diante de tanta concorrência é
tarefa árdua. Segundo o CEO da Cookieweb, o cenário atual certamente é positivo para o cliente, mas para o lojista há inúmeros
desafios. “A tendência é que as empresas mais fortes consigam
sobreviver bem por conta do volume, investimento e tecnologia.
O que nunca vai deixar de ter valor é o diferencial, independentemente do e-commerce. Você sempre terá resultados positivos se
focar no co-bussiness. A Shoulder entrega moda, qualidade, tendência, mas não se esquece do seu valor de shopping, a exemplo
da Rakuten e Dafiti.”
Papel e caneta na mão e muita atenção às
dicas que o especialista Natan Sztamfater
deu aos leitores da Wide sobre como fazer o
e-commerce de moda com sucesso:
1º PASSO: Fale sempre a verdade. Informação está muito fácil
hoje em dia. Portanto nada de falar mentiras. Se precisar mentir
para vender, melhor nem começar;
2º PASSO: Utilize as redes sociais. Não tenha medo delas, pois são
elas que ajudam a potencializar sua marca. A indicação de um
amigo, por exemplo, é uma grande conquista;
3º PASSO: Não economize tecnologia. Ao contrário do que muitos
pensam, tecnologia é investimento e não custo;
4º PASSO: Terceirize serviços. Para garantir uma entrega espe-
cial, se a empresa não está bem preparada – ou não tem um porte
razoável –, uma saída é terceirizar os serviços, desde a plataforma
utilizada até a distribuição;
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E-COMMERCE
5º PASSO: Mídia. Acreditar que um site vai funcionar sem inves-
LOJAS RENNER INVESTE EM DIFERENCIAIS
timento em mídia é o fim. Ora, é preciso ter alto fluxo de pessoas
para que o faturamento justifique. Nesse sentido, são imprescindíveis uma boa descrição de produtos, organização das sessões,
definição de custos etc.
Desde outubro de 2010, a Lojas Renner apresenta uma plataforma de negócios que permite ampliar a comunicação e o relacionamento com os clientes. Com investimento divulgado de
R$ 5 milhões, o site www.lojasrenner.com.br integra itens de vestuário, acessórios e calçados no atual mix composto por moda
íntima, relógios e perfumaria.
A partir de um estudo capitaneado pela Lumens Consultoria,
a Lojas Renner detectou o que os clientes buscavam quando
compram pela internet: segurança, navegabilidade e facilidade
de uso. Com foco nessas premissas, a empresa desenvolveu seu
e-commerce, com sinergia com as lojas físicas para construir uma
relação ainda mais estreita com os clientes.
Grandes marcas apostam no
e-commerce de moda
O gerente de e-commerce da C&A, Elio França e Silva, garante
que a moda tem crescido muito no Brasil. Segundo ele, hoje
ocupamos uma posição de destaque, inclusive mundialmente.
“Sempre fomos conhecidos por nossa criatividade, aliada à qualidade e competitividade. Os eventos de moda se propagam por
todo o país, os cursos e faculdades de moda ganharam força, e a
moda hoje é respeitada e importante dentro do mercado”, afirma.
França e Silva destaca ainda a veia fashionista do brasileiro,
que se manifesta de várias formas, desde as manifestações culturais regionais que tem um código próprio até o lançamento
de um grande número de marcas desenvolvidas por pequenos
empresários. Ele defende que moda pede criatividade e ousadia
e o brasileiro tem estas características.
A C&A, que hoje possui uma série de canais de comunicação com o público (Blog, Twitter e até um brand channel no
YouTube), busca no ambiente digital fazer mais do que apenas
publicidade, há um investimento grande em conteúdo, conforme explica o gerente de e-commerce da empresa. “A diferença
é que ampliamos o leque apostando em um canal inédito e independente no Brasil, que propõe traduzir tendências e novidades
do universo fashion para o público interessado.”
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ESTRATÉGIAS
A navegação com filtros por características específicas de cada
produto - marca, preço, cor e tamanho - permite que o consumidor encontre o item com mais comodidade. O cliente conta ainda
com um álbum com sugestão de looks completos para comprar
as peças em um único clique.
Um estúdio fotográfico foi montado exclusivamente para
atender o novo canal e garantir a troca frequente da composição
de looks sugeridos, além de maior detalhamento dos produtos
por meio da variedade de fotos. O site utiliza tecnologias de web
2.0, como busca inteligente, Search Engine Optimization e Q&A
semântico, permitindo uma melhor experiência e agilidade na
localização de produtos e dúvidas dos clientes.
O portal possui efetiva sinergia com as diversas lojas físicas,
que são pontos de trocas de mercadorias. Para facilitar a compra,
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E-COMMERCE
o e-commerce da Lojas Renner oferece pagamento em até 12
vezes sem juros no Cartão Renner.
A Lojas Renner também possibilita a troca/devolução de mercadorias em até 30 dias após a compra, estendendo o prazo de
sete dias que a legislação regulamenta. Para atender a demanda,
um centro de distribuição terceirizado com capacidade de armazenagem de até 250 mil itens foi contratado, em Embu (SP), especialmente para as vendas online.
CANTÃO APOSTA EM DEMANDAS ESPECÍFICAS
Já para Ana Claudia Freitas, Gerente do Canal E-commerce da
Cantão, o maior desafio do e-commerce de moda e vestuário é
proporcionar uma experiência de compra agradável e surpreendente dentro das especificidades desse canal. “Temos que
comunicar a marca e os produtos com uma grande riqueza de
detalhes e com uma navegabilidade ‘friendly’ que faça a cliente
se encantar mesmo sem experimentar as peças. Para isso, fotos
detalhadas, vídeos, sugestões de looks, informações de medidas são fundamentais. Se estes itens vierem acompanhados de
uma boa política de troca ou devolução as chances de sucesso
aumentam ainda mais”, acredita.
Ao avaliar o cenário do comércio eletrônico na atualidade,
Ana Claudia lembra que hoje é comum a loja virtual figurar entre
as que mais vendem em suas respectivas redes e esse, aposta ela,
é um caminho sem volta. “Atualmente existem diversos softwares abertos de e-commerce com recursos que podem ser adaptados para o universo da moda - independente do DNA de marca.
Nesse sentido, existe um desejo de buscarmos um formato de
e-commerce que, assim como uma loja física (com seu projeto de
arquitetura, visual merchandising, vendedoras etc) traduzam o
universo do Cantão. O acesso via dispositivos móveis também
está cada dia maior e a compra por meio deles já é uma realidade
muito presente.”
As estratégias do e-commerce de moda da Cantão são planejadas de acordo com demandas específicas. Na loja online as clientes têm acesso a um mix de produto muito semelhante ao das
lojas físicas. E como a sua capacidade de exposição de produtos é
infinita, ela tornou-se um ótimo canal de venda de peças de coleções anteriores. “Além disso, este ano passamos a utilizar vídeos
em todos os produtos do site, para melhorar a exibição de atributos que a imagem não é capaz de comunicar tão bem, como
o caimento do tecido, por exemplo. Recursos como estes nos
ajudam a melhorar cada vez mais o nosso resultado. O grande
segredo para ser reconhecido diante de tamanha concorrência
é por meio da inovação constante focada na felicidade dos clientes, da preocupação com a experiência de compra online e do
desenvolvimento de conteúdo, que ao mesmo tempo vende e
promove o engajamento da marca”, diz.
A gerente do Canal E-commerce da Cantão revela que a
empresa divulga promoções e novidades diariamente. As redes
sociais também são um excelente meio de divulgação dos lookbooks e vídeos. “Mas acima de tudo, é por meio das redes sociais
que construímos um relacionamento com as nossas clientes.
Nosso e-commerce entrega para todo Brasil o mesmo sortimento
disponível em nossas lojas físicas e também peças de coleções
anteriores com preços promocionais.”
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| WIDE | 91 > E-COMMERCE
Ana Claudia Freitas, da Cantão, deu 5 dicas
importantes sobre o e-commerce de moda:
1- Foco na experiência do usuário;
2- Atenção constante aos indicadores de
performance, que podem ser retirados do Google
Analytics, por exemplo;
3- Boa política de trocas e devolução;
4- Conteúdo bem elaborado: fotos, vídeos,
descrição dos produtos;
5- Pontualidade nas entregas.
LOOKS VIRTUAIS
O Fashion.me é um rede social que está redefinindo a maneira
como as pessoas interagem, descobrem, compartilham, recomendam e consomem moda na Internet. Inclusive, recentemente, a modelo e apresentadora Ana Hickmann, fechou parceria com a rede para ser a sua modelo virtual oficial. Com isso,
apaixonados pelo mundo da moda podem criar looks e vestir a
top model para conferir o caimento das roupas mais desejadas
do mercado.
A criação de looks em Modelos Virtuais possibilita que marcas
disponibilizem produtos e coleções para que os usuários componham visuais em formato mais interativo, trazendo mais realidade e imagens fiéis aos looks. Dessa forma, a criação em Modelo
Virtual oferece aos amantes do mundo da moda a oportunidade
de conferir o caimento dos lançamentos e marcas mais desejadas pelos consumidores.
“Quando conheci o projeto Fashion.me me apaixonei! Os
empreendedores idealizadores do Fashion.me conseguiram
revolucionar o mundo da moda nas redes sociais. Eu vejo moda
e internet de várias formas: revistas, TV, minha própria marca,
minha loja virtual, Twitter, Facebook e Flickr. E fazer parte desse
mundo é algo maravilhoso e uma grande oportunidade!”, afirma
Ana Hickmann.
Outra inovação que o Fashion.me traz com a opção de criação
em modelos virtuais é o social commerce, onde ao criar o look
e ver o caimento, os produtos tem um link diretamente para a
loja virtual da marca. A loja virtual da Ana Hickmann já está integrada com a rede social. Os internautas também podem montar
os looks do Fashion.me diretamente na loja virtual da modelo.
91 > E-COMMERCE | WIDE |
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Como está e para
onde vai o mercado
de compras coletivas?
Com a ascensão das compras coletivas, o brasileiro está reaprendendo a
comprar e até conseguindo realizar alguns desejos antes considerados
praticamente impossíveis. Tudo isso graças aos descontos oferecidos
quando o coletivo compra um produto ou adquire um serviço. E já são
inúmeras as notícias e novidades a respeito das compras coletivas, porém,
qual o futuro dessa modalidade de compra tão fascinante?
Para falar sobre o assunto, convidamos os porta-vozes dos principais sites
de compras coletivas do Brasil, que proporcionaram um rico debate de
como está e para onde vai esse mercado. Confira.
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| WIDE | 91 > E-COMMERCE
E-COMMERCE
OPINIÃO
Julio Vasconcellos
Presidente e cofundador do Peixe Urbano
No último mês só se falou disso: IPO do Facebook. Para os que
gostam de versões pueris, a história contada no filme “A Rede
Social” é suficiente. Para os que querem entender o fenômeno
com todas as suas matrizes, o livro “O Efeito Facebook” se
aproxima mais à história como ela de fato aconteceu.
Assim como nas redes sociais, que começaram partindo
de um modelo único e depois tomaram caminhos distintos, o
mesmo ocorre no mercado de compras coletivas: no início, “uma
lista de e-mails” e “uma ideia na cabeça”; hoje, além de um claro
processo de consolidação, estratégias diferentes são adotadas
pelas principais empresas do setor.
Muitas experiências estão sendo realizadas neste segmento no
mundo inteiro. Enquanto alguns players investem na expansão
geográfica de um modelo já bastante estruturado, chegando a
dezenas de países quase simultaneamente, outros têm investido
na implementação de modelos complementares com foco em
uma única região. Assim como Facebook e Google não se veem
apenas como uma rede social e uma empresa de busca - o último
sendo conhecido também por projetos como Google Glass (óculos
de realidade aumentada) e DriverlessCar (carro autônomo), o
futuro das compras coletivas não é necessariamente o negócio
principal de hoje: as ofertas diárias com descontos agressivos que
incentivam o usuário a experimentar novos produtos, serviços e
atividades em sua cidade.
No Brasil, em apenas dois anos, vimos este segmento evoluir
com uma velocidade difícil de imaginar antes do lançamento.
Iniciamos a empresa com um modelo extremamente
simples: uma oferta diária por cidade, e acredito que esta
simplicidade tenha sido essencial naquele momento, quando
o conceito ainda não existia no país. Poucas semanas depois, já
observando a alta aceitação por parte dos consumidores e das
empresas, além de expandir o número de cidades e de ofertas,
começamos a explorar novos tipos de promoções. Foi assim
que Viagens & Turismo se transformou em uma de nossas
principais categorias. Passamos a ajudar os nossos usuários
a explorar não apenas a sua própria cidade, mas também o
melhor de outras cidades mundo afora.
Hoje, as ofertas diárias são apenas o começo do que
enxergamos como possibilidades no horizonte do comércio
eletrônico para serviços locais. Reservas online e delivery para
restaurantes são dois exemplos de novas áreas que, como as
compras coletivas, também ajudam as pessoas a conhecerem
novos estabelecimentos em diferentes cidades. Em algumas
regiões do mundo esses serviços já estão bastante estabelecidos,
e na maioria dos casos, evoluíram de forma independente das
compras coletivas. Nos Estados Unidos, por exemplo, cada
um desses segmentos já conta com um forte player e, por
consequência, as inovações nesse âmbito têm ocorrido dentro
dessas grandes vertentes.
Como no Brasil esse mercado ainda é incipiente, existe um
grande espaço para inovação, seja vertical ou horizontal, e
para um crescente descolamento de estratégias de empresas
no exterior. O importante será continuar tendo agilidade e
adaptabilidade para poder aproveitar o enorme potencial que
existe hoje em nosso país e na América Latina. Lembrando que
não existe o “plano perfeito”, e sim o constante aprendizado.
“Mercado de compras coletivas: no
início, ‘uma lista de e-mails’ e ‘uma
ideia na cabeça’; hoje, além de um
claro processo de consolidação,
estratégias diferentes são
adotadas pelas principais
empresas do setor”
91 > E-COMMERCE | WIDE |
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E-COMMERCE
Guilherme Ribenboim
CEO do ClickOn
De R$ 0 a R$ 2 bi em dois anos: que outro mercado
tem esse desempenho? Não há dúvidas de que o
mercado de compras coletivas é um fenômeno na
história da internet. Afinal de contas, em apenas dois
anos, o setor alcançou um faturamento de quase R$
2 bilhões e abocanhou, aproximadamente, 10% do
market share do e-commerce.
Mas e agora? Para onde vamos?
Acredito que, agora, com o mercado em amadurecimento, vamos
continuar a ver os principais players em ação, buscando maior
qualidade nas ofertas e ações diferenciadas. Algo que possa
agregar valor em uma oferta além dos descontos. Queremos
também melhorar a experiência de compra do usuário.
Consequentemente, isto nos traz uma preocupação ainda
maior quanto à qualidade dos parceiros de produtos e serviços.
No começo, enquanto novidade, o mais importante eram os
descontos em serviços como estética e restaurantes, o quanto
o consumidor iria economizar. Agora, a diferenciação está na
qualidade das ofertas de serviços, de produtos e de viagens, ou
seja, esse diferencial tornou-se fator crítico para o sucesso do
negócio.
Além disso, trabalhamos a verticalização do site, com canais
específicos para produtos, viagens, tecnologia etc. Tudo isso
facilita nosso conhecimento sobre os interesses do consumidor,
de forma a criar uma ampla base de informações sobre esse
potencial comprador, com o objetivo final de oferecer sempre
aquilo que realmente o interessa.
Esses são alguns pontos principais, que vão impulsionar os
próximos anos do mercado. Se as empresas conseguirem se
encaixar nessa nova tendência, não tenho dúvidas de que o
mercado continuará crescendo em ritmo acelerado.
Michiel Kerbert
Presidente Imperdível
O mercado de compras coletivas atende clientes que buscam pela
melhor prestação de serviços com economia e oportunidades, e
é nesse caminho que o mercado deverá se direcionar cada vez
mais: proporcionar as melhores parcerias com fornecedores de
qualidade para oferecer aos seus clientes.
Acredito que precisamos nos reinventar
continuamente para que possamos atender as
expectativas e desejos dos consumidores. Como
portal de vendas, precisamos perguntar a nós
mesmos o que podemos fazer de melhor, como
podemos atrair clientes novos e fidelizar ainda
mais os que já possuímos?
O mercado de “Compras Coletivas” faz uma intermediação de
comodidade e oportunidade entre o consumidor e o fornecedor, e a chave do sucesso é criar valor para os dois. Quando as
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| WIDE | 91 > E-COMMERCE
necessidades e desejos mudam, é preciso nos adaptarmos rapidamente com as novas tendências e condições e, claro, se conseguirmos antecipar essas necessidades e desejos será ainda
melhor para todos.
Com o aumento das vendas pela internet, a variedade de produtos e serviços a serem ofertados deve seguir uma tendência de
incremento significativo. Se não vai ao encontro do desejo pessoal dos clientes, não basta ter um parceiro com uma boa oferta.
Os consumidores estão cada vez mais exigentes e a cada dia
há mais formas e locais para que o usuário expresse isso na internet. Logo, o mercado precisa se adaptar e estudar a melhor forma
de lidar com esse público.
Todos nós gostamos de nos sentir bem, valorizados, entendidos e tratados com carinho e respeito. O consumidor é que
vai definir com quem vai interagir, e a escolha será sempre
aquele que oferecer melhores condições para ele realizar seus
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91 > E-COMMERCE | WIDE |
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Web & business Rafael Esberard
É tudo FREE!
Em 1980 Raul Seixas lançava seu álbum de título
“Abra-te Sésamo”, e uma de suas faixas era uma
música chamada “Aluga-se”, o qual provavelmente
você já deve ter ouvido seu refrão em que começa
assim: “Nós não vamos pagar nada, nós não vamos
pagar nada! É tudo free! Tá na hora agora é free!”
e por aí seguia toda uma crítica bastante criativa
para a época sobre a entrada do capital estrangeiro
no Brasil e como poderíamos simplesmente alugar
nosso país para os “gringos”, vivendo de renda a
partir de então. O cenário mudou muito nos últimos 30 anos, e nosso Raul Seixas mesmo no ápice
de sua genialidade não teria imaginado a revolução
digital e todos seus impactos que ela está tendo na
sociedade que, a cada dia que passa, fica mais alternativa, porém nesta música seu tiro raspou o alvo,
que explicarei abaixo.
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| WIDE | 91 > E-COMMERCE
Em 2010 estive na Web 2.0 Expo em Nova York e lá, pela primeira vez,
fiquei impactado com a ideia de que os valores das coisas na verdade
estão mudando para uma nova forma de ser pensada, era a palestra
de Douglas Rushkoff, explicando a inspiração e tema de seu livro que
estava sendo lançado chamado “Life Inc.”. Comprei e li, e em resumo
o tema central de seu livro gira em torno de como gastamos nossa
mais preciosa moeda, a vida, sobre o que fazemos com ela e de como
todas as corporações estão querendo comprar de você exatamente
isso, sua vida, ou melhor, seu tempo. Sei que pode parecer loucura à
primeira vista, mas é isso realmente o que acontece e tem acontecido
nos levando até uma máxima que eu particularmente adoro: Se você
não está pagando por algo, talvez você não seja o consumidor, provavelmente você está sendo o produto.
Bem, com esse primeiro cenário posso voltar um pouco no nosso
amigo Raul Seixas e realmente justificar o motivo pelo qual raspou no
alvo, na verdade não estamos alugando o Brasil, estamos alugando os
Brasileiros, e na verdade pessoas do mundo inteiro, nosso tempo, ou
seja, nossa vida diariamente usando serviços “de graça” de empresas
como Google, Facebook, Twitter, Zynga, e muitas outras, onde gastamos horas e horas de vida na web sem gastar financeiramente nada.
Ok, neste momento sei que meu leitor pode estar se sentindo um
pouco desconfortável, mas não fique, não tem porque virar um radical ou se revoltar contra as empresas que estão há anos coletando e
capitalizando tudo o que você deu a eles sem perceber, afinal está
existindo uma troca aqui, pior se não houvesse, e tenha certeza que
no Brasil existem coisas muito mais caras que nos cobram e não
temos nenhum tipo de retorno, então aceite essa troca que acontece
na internet, é uma das novas regras do mundo que está surgindo no
novo capitalismo da era digital.
Porém, o mais importante neste artigo é entendermos como isso
é um importante fator da inversão econômica desta relação que
tem acontecido, onde uma das principais chaves para entendermos
nossa atualidade em que muito se repete é: “o cliente agora está no
poder” e as empresas estão extremamente preocupadas em entender o que esses clientes querem. Bom, eles esperam que todas as
empresas e/ou marcas estejam oferecendo produtos ou serviços,
sejam bastante gratas pelos clientes estarem ali gastando um minuto
de sua vida com elas, e que por isso sejam rápidas, agradáveis e eficientes. Nos próximos anos, as empresas que não entenderem isso
estarão mortas.
Bem, concluindo este artigo espero ter trazido à tona a ideia de que
em toda relação comercial que está a nossa frente nos dias de hoje,
pode não estar sendo apenas negociado o valor monetário direto,
pois muitas empresas estão aprendendo como monetarizar outros
valores envolvidos em uma relação. Então, se você tem participado
desta revolução digital nos últimos anos, com certeza você percebeu
que muita coisa está cada vez mais simples de serem experimentadas e adquiridas, digo isso em praticamente todos os sentidos, de produtos a serviços. Portanto, pare e pense: nunca foi tão fácil comer pela
metade do preço em um restaurante ou se hospedar em um hotel;
nunca foi visto tantos e-commerces oferecendo fretes grátis na web;
nunca consumimos tanta informação, entretenimento e cultura na
história da humanidade pagando tão pouco ou nada. Nunca.
Afinal, pare e pense: se paro por cinco minutos para ouvir a
música de um cantor e fico maravilhado com sua arte, será que apenas ele está fazendo algo por mim e eu não estou ou estarei fazendo
nada mais por ele?
Nos dias de hoje, com tudo que temos a nossa volta... Vale a reflexão.
MAGÊ-MALIEN
CRIANÇAS
QUE BRILHAM
Este projeto destina-se a buscar, através da prática da capoeira, a realização de sonhos,
ideias e expressões do indivíduo. É destinado aos grupos
menos favorecidos: população
carente, jovens de rua, infratores, abandonados, entre outros.
COORDENAÇÃO
Jorge Marinho (Mestre Bode)
PATROCINADORES
Rafael Esberard
Trabalha há 15 anos com internet, é consultor de novos negócios para
grandes e médias empresas com foco na estratégia de novos empreendimentos no mundo digital, em específico e-commerces. Fundou a AWM
Interactive há 10 anos, empresa especializada em desenvolvimento de e-commerce, e, em 2010, fundou a Hubee, empresa de consultoria com foco
no preparo, ROI e melhoria de empreendimentos de e-commerces. Possui
graduações e pós nas áreas de Gestão da TI, é palestrante e professor de
pós-graduações nas áreas de negócios e estratégias na web.
E-MAIL: [email protected]
TWITTER: @rafaelesberard
PARA AJUDAR ENTRE EM CONTATO:
[email protected]
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Web & business Roberto Wajnsztok
Eu também quero ganhar dinheiro na Web!
Por que estão pipocando startups na web? Por que
muitas existentes estão recebendo injeção de investimento, com grandes investidores por trás, private
equities, conglomerados nacionais e multinacionais?
Os empreendedores brasileiros, e profissionais desse
mercado (como vocês leitores!) nunca tiveram tantos
motivos para comemorar. São Tigers, Carlyles, Amazons, Rockets, Partners, Rakutens, Facebooks, Eikes
etc, investindo de um lado, e do outro, os recentes sites de compras coletivas, as redes sociais de forte engajamento e potencial para social commerce, os shoppings online e os ecommerces. Tem dinheiro para
todos os lados, e o potencial é inegável em um mercado que cresce a dois ou três dígitos, dependendo
do segmento. Estamos prestes a enfrentar uma nova
“bolha”, ou estamos simplesmente redefinindo nosso mercado consumidor, e essas empresas e esses
investimentos são apenas os veículos dessa grande
odisséia da nova sociedade de consumo? Melhor do
que ter as respostas para essas perguntas, é mergulharmos no “por que?”, assim entenderemos os movimentos e tiraremos o melhor proveito disso tudo: eu
também quero ganhar dinheiro na Web!
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O momento Brasil versus o momento fora do país favorece o movimento dos investidores, pois quem tem dinheiro em mãos logicamente optará por investir em mercados que crescem 5-10-15%, do
que em mercados, mesmo locais e conhecidos, que crescem 1-23%, ou negativos. Aliados à recente estabilidade econômica brasileira, e outros assuntos mais técnicos que não cabem em um artigo
como o nosso... chegamos a esse promissor momento Brasil.
Quando alguém decide investir... seja o padeiro em um novo
forno para sua padaria, ou o Facebook comprando o “simples”
Instagram por 1 bilhão de dólares... o pensamento é o mesmo: meu
investimento tem que voltar! Seja em 10 meses (para o impaciente português dono da padaria) ou 10 anos (para uma empresa
que investe bilhão em um negócio). Nesse ponto que começa o
nosso mergulho sobre esse assunto.
Não importa o seu papel nessa dinâmica toda, o fato é que
estamos todos lutando para que nossos negócios alcancem a
lucratividade necessária para compor os investimentos dos
donos ou acionistas e para pagar com bônus abundantes aos
seus funcionários. De forma que cada movimento do seu negócio na web tem que vir acompanhado da pergunta clássica: isso
dará lucro e retorno no prazo que preciso? A resposta, ou a falta
dela, ou pior, a imprecisão dessa resposta, pode dizer muito sobre
o quão claro está o atual cenário de internet que você está enxergando. Lembre-se que dos grandes negócios web que se aventuraram na Nasdaq nos últimos dois anos, somente os papéis do
LinkedIn se valorizaram... Longe de querer desanimar os leitores
da Revista Wide, quero torná-los profissionais mais completos e
com visões mais claras do mercado que participam ou desejam
participar. Poderia ficar páginas e páginas falando de cases de
empresas que estão ganhando muito na internet, e outras que
estão perdendo muito, então não há máxima radical nesse caso,
o mais importante é saber por que e como.
Essa análise começa com ninguém menos do que o PRÓPRIO
CONSUMIDOR dos seus produtos e serviços. No caso de um novo
produto ou serviço, significa um novo mercado, por consequência,
um novo tipo de consumo, o que requer ainda mais precisão, pois
da mesma forma como a onda foi para um lado, ela pode virar para
outro. Mas o mesmo não vale para mercados já existentes, pois o
dinamismo da atual internet é surpreendente. Então a mesma análise que embasou a definição de trabalhar nesse mercado, tem que
ser revista com certa frequência, dependendo das características
de cada negócio. O mais importante é que as tomadas de decisões
de investimento venham após essa análise, do contrário, sua
empresa pode estar tomando decisões erradas, que podem repercutir no curto, médio ou longo prazo, mas repercutirão.
Não que eu queira dificultar ainda mais o processo, mas quando
nos referimos ao consumidor, é no sentido amplo da palavra: o
que, onde, quando e como consome, e como será daqui pra frente.
Essa visão 360º é fundamental para entender se o investimento
que estou fazendo no meu ecommerce de um segmento específico é do tamanho do potencial do mercado desse segmento, no
prazo que me determinei a retornar o investimento. É igualmente
fundamental para entender se o investimento que estou fazendo
em minha agência, por exemplo, para atender esse segmento, é
proporcional ao real tamanho que esse mercado terá nos próximos anos. Nunca calcule pela alta ou pela baixa, mas pela média
do momento atual até onde você quer chegar.
Difícil, não?! Você não é o único, nem está sozinho nesse
desafio... Quer uma dica? Pergunte ao seu cliente real ou potencial! Seja uma grande empresa, um pai de família, ou uma garota
tentando estilizar uma foto tirada na balada ontem, para enviar
a alguns amigos via seu novo smartphone... Pode ter 1 bilhão de
oportunidades nessa resposta! Lembre-se: a diversão só está
começando...
Roberto Wajnsztok
Graduado em Publicidade e Propaganda pelas Faculdades Integradas Hélio
Alonso - RJ, e MBA em Gestão pela ESPM - RJ. Professor de Marketing das
Faculdades Integradas Hélio Alonso, Universidade Gama Filho, ESPM - SP,
Curso Internet Innovation, Faculdade Impacta de Tecnologia. Gerente
de Internet no Shoptime.com, Comprafacil.com, e atualmente Diretor de
Marketing e Business Development do Walmart Brasil. Especialista em
Consumidor, Marketing Estratégico e Ebusiness.
91 > E-COMMERCE | WIDE |
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E-COMMERCE
E-commerce Mariano Faria
O futuro do e-commerce no Brasil
A epidemia do comodismo
O Brasil representa 61% do comércio eletrônico da
América Latina. O Brasil cresceu a taxas médias
de 35% nos últimos oito anos. Um sucesso, né?!
Então, este retrato do passado é razão de muito
orgulho. E o futuro também será?
A conjuntura global da economia (EUA de lado, UE na sua maior
prova e Ásia em desaceleração) atrelada ao incremento orgânico
que a marca Brasil ganhou devido às Olimpíadas e a Copa do
Mundo fez com que o nosso país se tornasse o cavalinho da vez.
Muitos dos que estão lendo viveram a época do nosso famoso
Bozo (para os leitores que nasceram após 1983 procurem no
Google e surpreendam-se como nós idosos de 35 anos nos divertíamos aos 12 anos), onde sempre o cavalo malhadinho ganhava
as corridas. Era aposta certa. O Brasil é o cavalo malhadinho do
Bozo. É uma aposta certa. No entanto, este quadro gera um comodismo perigosíssimo. Os executivos não precisam se esforçar
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| WIDE | 91 > E-COMMERCE
para bater as metas. Com a era do “vamos às compras” dos fundos
de investimento no Brasil, os empreendedores esqueceram-se
de focar suas energias em construir empresas globalmente competitivas. Atualmente 10 entre 10 empresas do setor estão sendo
abordadas por estrangeiros para avaliação de compra. Isso é um
cenário muito perigoso. Executivos acomodados e empreendedores desfocados.
Rogo para que uma nova era Collor atinja o coração dos
empresários brasileiros de e-commerce. A abertura do mercado
brasileiro à competitividade global não é somente necessária
como iminente. Se nós brasileiros quisermos ser competitivos
globalmente (e não há alternativa para a sobrevivência) temos
que nos mexer. O mundo está girando em uma velocidade maior
que o Brasil. E nós estamos nos sentindo o cavalo malhadinho.
Isso é temeroso.
A Espanha, bola da vez da crise econômica que assola o
mundo há quatro anos, possui praticamente 25% de desempregados. Em todas as crises a humanidade se supera. E não é diferente no velho continente. Por incrível que possa parecer, todos
os parâmetros do e-commerce da Espanha são melhores que os
do Brasil. Enquanto o Brasil possui um mercado de e-commerce
de 7,8 bilhões de euros, a Espanha (territorialmente apenas
um Estado do Brasil) possui 9,5 bilhões. Enquanto o Brasil cresceu 18% em 2011, a Espanha cresceu 28%. O que devemos fazer
quando um cavalinho concorrente cresce mais do que nós?
Entrarmos no mercado deles, correto? Não é assim que os executivos e empresários brasileiros do e-commerce pensam. Há uma
“epidemia” de comodismo entre todos os gestores.
Estamos vendo uma quantidade enorme de empresas estrangeiras, com o sentimento de sobrevivência entrar no Brasil. Isso
ou fará com que nossa indústria acabe nas mãos de estrangeiros
ou fará com que os brasileiros acordem para um mundo que gira
mais rápido. Nos dois cenários o futuro será muito movimentado.
Parece propaganda de guerra. Enquanto os gringos nos iludem
dizendo a todos que o Brasil é o “cara” da vez, eles estão fazendo a
lição de casa e se armando para um cenário de competitividade
global. No setor de e-commerce a competitividade global é uma
realidade mais evidente que em demais setores da economia. A
barreira de entrada é praticamente nula.
Um exemplo de que não estamos nem de perto jogando o
mesmo jogo é que a Dafiti (empresa do admirável grupo Rocket)
ao ver o apagão dos recursos humanos no Brasil buscou na
Alemanha mais de 30 profissionais para tocar sua expansão no
Brasil. Enquanto isso os brasileiros de outras empresas ficam
tristes porque não conseguem preencher quadros e contratar.
Ficam reclamando que o mercado está sem gente e que os profissionais estão caros. E aí?? Os outros se movimentam e reagem.
Nós reclamamos.
#DOCTOR WEB - PRÁTICAS COMPROVADAS PARA AUMENTO
DE CONVERSÃO
1) Recuperação de carrinho – algumas empresas possuem mais de
10% de seu faturamento oriundo
de ferramentas de recuperação de
carrinho. Existem algumas empresas brasileira oferecendo ferramentas para recuperação o de carrinho.
Isso é uma aposta certa.
AO NOS SENTIRMOS COMO O CAVALO MALHADINHO DO BOZO
GLOSAMOS A NECESSIDADE DE AGIR. AO SER ILUDIDO COM A CERTEZA DA VITÓRIA, O CAVALO MALHADINHO CERTAMENTE NÃO
“PERFORMA” O QUE PODE.
2) Simplifique seu Checkout. Elimine
a necessidade de senha de sua loja.
Pense: por que os usuários precisam de senhas para comprar? 40%
dos usuários não lembram de suas
senhas. Estamos em um mundo de
autenticação social. Não exija de
seus usuários que lembrem de suas
senhas. Eles podem não ser tão
teimosos a ponto de esperar um
email de lembrar senha para então
seguir com a compra. Resultado
observado pela Loja Online Nokia é
de um aumento de mais de 80% de
conversão.
COM AS ENTRADAS DA AMAZON E DO E-BAY (DOIS GIGANTES DO
E-COMMERCE MUNDIAL QUE AINDA NÃO ESTÃO ENTRE NÓS) O
E-COMMERCE BRASILEIRO VAI SENTIR UM BAQUE. UM CHOQUE DE
GESTÃO SERÁ NECESSÁRIO PARA QUE AS EMPRESAS BRASILEIRAS
SEJAM COMPETITIVAS. TOMARA QUE NÃO SEJA TARDE.
Em 04 de junho de 1940, Churchill discursou: “Nós devemos
lutar nos mares, com a crescente confiança e crescente força
no ar, devemos defender nossa ilha. Lutaremos nas praias, nos
locais de pouso, nas ruas e nos campos...”
Naquele momento Churchill instigava os ingleses a se defenderem e a realizarem um algo a mais. Ao inverter a força do comodismo da rendição em força de ação para a vitória, Churchill fez
história. Minha modesta contribuição é urgir para que nós brasileiros tenhamos a coragem necessária de lutar o jogo globalizado
do controle do comércio eletrônico. Somos capazes. Temos
tecnologia. Estamos capitalizados. Temos apenas que tirar o
ranço do efeito “visto de entrada”. Fomos acostumados a pedir
permissão para entrar nos países alheios. E isso nos tornou submissos ou, no limite da intepretação, cômodos. Que levantemos
a bandeira da coragem de lutar. E tenham certeza. Temos muitas chances de vitória, ainda por cima com os nossos “inimigos”
achando que somos o “Cavalo Malhadinho”. Vamos nos apoiar
nesta propaganda para imediatamente entrar no terreno alheio.
Nunca tivemos tal posição de conforto. Lembremos que um dos
principais princípios da guerra é que a admiração é uma arma.
Hoje (como nunca na história deste país – enfim algo que posso
repetir do nosso ex-presidente) o Brasil possui a ter admiração do
mundo. Em vez de comodismo, vamos gerar motivação.
Ter a força para liderar um avanço global das empresas
brasileiras no e-commerce não é ambição, é um mérito de
sobrevivência.
3) Aumente a foto de seu produto
na página de produto. A foto deve
ocupar metade da tela. Esta é
outra aposta certa. Vejam o site da
Polishop e vejam exemplos excelentes. Aumento esperado de 10%
na conversão.
Mariano Gomide de Faria
Diretor executivo da empresa de tecnologia Vtex, membro do conselho
de administração do E-commerce Summit e presidente do conselho da
Estação do Vinho.
E-mail: [email protected]
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O maior evento
de e-commerce
do Brasil!
10 CIDADES, 5.000 PESSOAS, MAIS DE 120 PALESTRAS
O EDTED E-commerce é um sucesso comprovado. Após 16 edições e agora com uma abordagem voltada para o mercado de comércio virtual, o evento continua rodando 10 capitais ao
redor do Brasil, com cases inovadores e alto nível de especialistas na condução das palestras.
Tudo isso em um ambiente agradável e propício ao networking. Os congressistas ainda têm
acesso aos estandes dos patrocinadores, que oferecem diversas soluções de e-commerce para
o mercado. Arteccom. Inovação para o ambiente corporativo.
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