Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio

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A coocorrência entre Transtorno de Déficit
de Atenção e Hiperatividade e Transtorno
de Aprendizagem em escolares
Luciana Mendonça Alves
Rafael Pereira Estarlino
Rosângela da Silva Soares Miranda
Resumo
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDA/H) é um transtorno
neuropsiquiátrico de etiologia multifatorial manifestado na infância com maior
prevalência entre meninos na idade escolar. Este estudo tem por objetivo revisar a
produção científica da última década sobre a coocorrência entre TDA/H e Transtornos
de aprendizagem em escolares. Buscaram-se artigos nacionais indexados na base de
dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), publicados no período de 2003 a 2013.
Entre o período de 2003 a 2007 foram encontrados 8 artigos (47,06%) e entre 2008
a 2013, 9 artigos (52,94%). A temática mais abordada foi “Outras comorbidades
associadas ao TDA/H”. O perfil metodológico do estudo mais prevalente foi o de
revisão. O professor foi o profissional mais citado. O profissional mais interessado
pelo assunto foi o psiquiatra, seguindo-se neurologista, fonoaudiólogo e psicólogo. É
necessária a realização de novos estudos sobre avaliação e estratégias terapêuticas e
educacionais para os escolares com TDH/A em coocorrência com Transtorno de
Aprendizagem.
Palavras-chave: transtorno do déficit de atenção com hiperatividade; transtornos de
aprendizagem; comorbidade; escolas.
Introdução
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDA/H) é a atual terminologia
estabelecida pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais, quinta
edição (DSM-5), da Associação Psiquiátrica Americana (APA), para descrever uma
Pós-Doutora em Linguística pelo Laboratoire Parole et Langage – França. Doutora em Estudos Linguísticos
pela Universidade Federal de Minas Gerais. Fonoaudióloga pelo Centro Universitário Metodista Izabela
Hendrix. [email protected].

Acadêmico do curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.
[email protected].

Fonoaudióloga pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. [email protected].

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desordem caracterizada por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade
(HAROLD, 2013). É considerado o transtorno neuropsiquiátrico mais comum no gênero
masculino, manifestado na infância e na adolescência, podendo ou não persistir até a
idade adulta (CAPELLINI et al., 2007; ROHDE et al., 2004).
A prevalência do TDA/H encontra-se entre 3% e 5% nas crianças em idade escolar.
No que se refere à etiologia, há fortes indícios da ampla aceitação na literatura de
que as causas do TDA/H são de origem multifatorial, incidindo, neste contexto,
questões genéticas familiares, substrato neurobiológico e adversidades psicossociais
(BARKLEY, 2002; ROHDE et al., 2004; SANTOS et al., 2010;).
Evidências científicas confirmam que as bases neurobiológicas do TDA/H estão
associadas a uma disfunção dopaminérgica e noradrenérgica nas áreas pré-frontais,
frontoestriatais e cerebelares (ALVES et al., 2011; BARKLEY, 2002; GARCIA et al., 2008;
HUTZ et al., 2008). Como consequência, estará prejudicada a performance das funções
cognitivas e executivas, como atenção, percepção, planejamento e organização.
Também, ocorrerão de falhas na inibição comportamental (ANDRADE et al., 2011;
FUENTES et al., 2008; HUTZ et al., 2008).
O diagnóstico do TDA/H é obtido a partir de uma criteriosa pesquisa do quadro
clínico comportamental, de informações de diferentes fontes, e em situações variadas,
devendo ser realizado por uma equipe interdisciplinar experiente, composta por médico
psiquiatra, neurologista ou pediatra, psicólogo, entre outros (JOU et al., 2010, p.29;
SANTOS et al., 2010, p.717). Segundo critérios do DSM-5 (Quadro 1), para o
estabelecimento do diagnóstico é necessário que o indivíduo apresente seis ou mais
dos nove sintomas de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade, pelo período,
pelo menos, de seis meses antes dos sete anos de idade (doze no caso de
investigação diagnóstica em adultos), de forma nitidamente inconsistente com a idade
do indivíduo. Além disso, é necessário que tais sintomas indiquem prejuízo em, pelo
menos, dois contextos sociais, que acarretem prejuízos ao padrão acadêmico e que
não seja mais bem evidenciado por outro transtorno mental (DSM-5; HAROLD, 2013;
MATTOS, 2013).
De acordo com o predomínio dos sintomas, o TDA/H é classificado sob três formas
de
apresentação:
com
predomínio
de
desatenção;
com
predomínio
de
hiperatividade/impulsividade; e com apresentação combinada.
A presença de coocorrência é muito comum em indivíduos com TDA/H. Também, é de
extrema importância que seja detectada durante a fase diagnóstica (SEGENREICH et al.,
2007, p.184). A coocorrência do TDA/H com outras condições clínicas está associada
entre 30% e 50% dos casos, embora em algumas situações tal incidência possa ser
ainda maior (PEREIRA et al., 2013, p.391). Apesar dos vários estudos, ainda não foi
possível determinar se os distúrbios associados são uma variante do TDA/H ou
coocorrem etimologicamente independente (MARTÍNEZ et al., 2013). Dentre as
coocorrências psiquiátricas mais prevalentes no TDA/H, destacam-se: distúrbios de
aprendizagem e linguagem, transtorno opositor desafiante, transtorno de conduta,
distúrbios de humor, ansiedade e depressão, transtornos de adaptação e distúrbios de
sono, entre outros (ANDRADE et al., 2011; SILVA et al., 2013).
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Quadro 1 – Critérios diagnósticos do TDA/H segundo o DSM-5
1.Critérios de Desatenção:
a. frequentemente não presta atenção em detalhes e comete erros por puro descuido (não percebe
detalhes, o trabalho não éexato).
b. frequentemente mostra dificuldade para manter a atenção, como por exemplo em palestras, leituras mais
longas ou conversas.
c. com freqüência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra (a cabeça parece estar em outro lugar).
d. freqüentemente não segue instruções e não completa deveres escolares, tarefas domésticas ou
profissionais (inicia uma tarefa mas facilmente perde o foco e se desvia).
e. freqüentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (dificuldade em seguir tarefas em
seqüência, em manter os pertences em ordem, dificuldade em administrar o tempo, em cumprir prazos).
f. freqüentemente evita, antipatiza ou reluta se envolver em tarefas que vão exigir um esforço mental
prolongado (como trabalhos de casa. Adultos mostram dificuldades em fazer relatórios, ou rever documentos
mais longos).
g. freqüentemente perde objetos necessários para suas tarefas e atividades (material escolar, chaves, óculos,
documentos, celular).
h. facilmente se distrai por estímulos alheios àsua tarefa (em adultos, pensamentos não diretamente
relacionados ao tema).
i. com freqüência mostra esquecimento nas atividades do dia a dia (cumprir tarefas, e em adultos, retornar
telefonemas, pagar contas).
2. Critérios de Hiperatividade e Impulsividade:
a. freqüentemente estámexendo com as mãos e os pés e se remexendo na cadeira.
b. freqüentemente se levanta da cadeira em situações em que deveria permanecer sentado, como sala de
aula ou local de trabalho.
c. freqüentemente estácorrendo ou subindo, em situações em que isso não éadequado (em adolescentes e
adultos, pode se limitar a sensações subjetivas de inquietação).
d. com freqüência tem dificuldade de brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer.
e. estáfreqüentemente acelerado, ou como se estivesse “a todo vapor” (incapaz de ficar àvontade em
reuniões, restaurantes).
f. freqüentemente fala em demasia.
g. freqüentemente dárespostas precipitadas antes de ouvir a pergunta por completo (completa as frases dos
outros, não espera sua vez numa conversa).
i. com freqüência tem dificuldade de aguardar sua vez (por exemplo, numa fila).
j. frequentemente interrompe ou se intromete em assuntos das outras pessoas (se intromete em jogos ou
conversas dos outros, pega coisas dos outros sem consentimento, se intromete no que outros estão
fazendo).
Critérios Gerais:
a. Presença de seis (ou mais) sintomas de desatenção e/ou seis (ou mais) sintomas de hiperatividadeimpulsividade, que persistiram por pelo menos seis meses, em grau inadequado para o seu nível de
desenvolvimento e que influencia negativamente nas atividades sociais e acadêmico-ocupacionais. Para
adolescentes com mais de 17 anos e para adultos no mínimo cinco sintomas são necessários.
b. Alguns dos sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estavam presentes antes dos doze
anos de idade.
c. O prejuízo causado pelos sintomas deve estar presente em dois ou mais contextos escola, trabalho, casa,
vida social.
d. Deve haver clara evidencia de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou
ocupacional.
e. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o transcurso de outros transtornos (esquizofrenia ou
outras psicoses, transtorno do humor, transtornos de ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno de
personalidade, intoxicação ou abstinência de drogas) nem são mais bem explicados por esses outros
transtornos mentais.
Fonte: American Psychiatric Association (2013)
Em relação aos transtornos de aprendizagem (TA), estudos apontam taxas de
comorbidade com o TDA/H entre 25% a 40% em crianças em idade escolar (ALVES
et al., 2011; LIMA et al., 2006). Esta associação pode ser explicada pelo fato de que
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ambos os transtornos, TDA/H e TA, podem compartilhar disfunções executivas e
atencionais, sendo que o TDA/H pode contribuir para as dificuldades de aprendizagem
(MARTÍNEZ et al., 2013; SIQUEIRA et al., 2011). Sob este aspecto, ressalta-se que é
imprescindível investigar a queixa de baixo desempenho escolar em crianças com
TDA/H. Ademais, é preciso identificar a existência de transtornos específicos de
aprendizagem (dislexia, discalculia e expressão escrita), capazes de coocorrer para o
diagnóstico de TDA/H, visto que, além das dificuldades causadas pelos sintomas do
transtorno isolado, haverá a soma dos prejuízos decorrentes de mais um transtorno, o
que pode modificar o prognóstico exigindo uma abordagem diferencial no tratamento
destes sintomas (HOLGUÍN, 2008, p.51).
Sendo assim, este estudo tem por objetivo revisar a produção científica da última
década sobre a coocorrência entre TDA/H e TA em escolares.
Metodologia
Os dados da pesquisa foram levantados a partir da análise das publicações nacionais
sobre a coocorrência entre TDA/H e TA em escolares. Para a seleção dos artigos,
utilizou-se a base de busca da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com apoio nos
seguintes descritores: transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, transtornos
de aprendizagem, comorbidade e escolas.
Foram incluídos na amostra os artigos que cumprissem os seguintes critérios:
publicação no período de 2003 a 2013 (período escolhido por conveniência); temática
envolvendo os problemas de aprendizagem ou comorbidades associadas ao TDA/H; e
publicação no idioma português.
Os artigos selecionados foram lidos na íntegra, a fim de assegurar que realmente se
adequavam aos critérios de inclusão preestabelecidos. Caso contrário, seriam excluídos
da amostra.
Para melhor direcionamento da revisão da literatura a respeito do tema, foram
levantadas as seguintes questões: quais são temáticas mais abordadas sobre o tema
“coocorrência entre TDA/H e TA?”; os estudos a respeito deste tema tiveram aumento
significativo ao longo da última década?; como é o perfil metodológico desses
estudos?; quais são os principais profissionais envolvidos?
Para a análise das publicações, foram consideradas cinco variáveis:
1.
Período de publicação refere-se à quantidade de artigos publicados entre 2003 e
2013, os quais foram subdivididos em dois grupos: grupo 1, de 2003 a 2007; e
grupo 2, de 2008 a 2013. A divisão apresentada foi realizada por conveniência.
2.
Temática abordada analisada de acordo as principais abordagens das publicações.
3.
Perfil metodológico do estudo subdividido nos seguintes itens, de acordo com o
tipo de estudo: experimental, estudo de caso ou revisão de literatura.
4.
Profissionais mencionados nos artigos considerando todos os profissionais citados
em qualquer parte do artigo.
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5.
Formação/área de atuação dos autores dos artigos pesquisados foi considerada a
formação dos autores citados na legenda dos artigos. Quando não disponíveis,
pesquisou-se o currículo Lattes.
Para a visualização destas variáveis, os dados foram organizados em tabelas, que
mostram as frequências de distribuição das variáveis analisados, com base na
porcentagem simples, apresentados com auxílio de gráficos.
Resultados
Foram analisados 30 artigos, após refinamento, com base nos descritores escolhidos e
especificados na metodologia. Destes, 17 atenderam aos critérios e foram incluídos na
pesquisa (Tabela 1).
Tabela 1 – Artigos pesquisados em ordem cronológica
Ano
Título do artigo
2004
TDAH na infância e na adolescência: considerações clínicas e terapêuticas
2005
Desempenho escolar e TDAH
2005
Comorbidades do TDAH em crianças escolares
2006
Transtorno de aprendizagem e presença de respiração oral em indivíduos com diagnostico
de TDAH
2007
Dificuldades no diagnostico de TDAH em crianças
2007
Atualização sobre as alterações da linguagem relacionadas ao TDAH
2007
Prevalência do TDAH e suas comorbidades em uma amostra de escolares
2007
Questões atuais acerca do TDAH
2008
Caracterização dos erros ortográficos em crianças com transtornos de aprendizagem
2009
Alterações ortográficas:
aprendizagem?
2009
Análise de erros ortográficos em diferentes problemas de aprendizagem
2011
Desempenho cognitivo-linguístico e em leitura de escolares com TDAH
2011
Mau desempenho escolar: uma visão atual
2011
Influência do déficit de atenção e hiperatividade na aprendizagem em escolares
2011
Transtorno de Défcit de atenção e hiperatividade (TDAH)
2013
Desempenho de escolares com TDAH em tarefas metalinguísticas e de leitura
2013
TDAH, comorbidades e situações de risco
existem
erros
específicos
para
diferentes
transtornos
de
Considerando o período de publicação, foram encontrados: 1 artigo em 2004 (6%), 2
em 2005 (12%), 1 em 2006 (6%), 4 em 2007 (24%), 1 em 2008 (6%), 2 em 2009
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(12%), 4 em 2011 (24%) e 2 em 2013 (12%). A porcentagem dos artigos por período
de publicação encontra-se na Tabela 2.
Tabela 2 – Número total e porcentagem de artigos por período
Período
2003-2007
2008-2013
Total
N
%
8
47,06
9
52,94
17
100%
Apesar da escassez de publicações e de não terem sido encontrados artigos
referentes ao tema em alguns anos do período analisado, observou-se que houve
semelhança no número de produções científicas quando se divide a última década em
dois períodos.
Em relação às temáticas, as principais abordagens foram subdividas nos seguintes
temas: “alterações de linguagem oral em TDA/H”, “alterações ortográficas em TDA/H”,
“desempenho escolar em TDA/H”, “ocorrência de TA em escolares com TDA/H” e
“coocorrências associadas ao TDA/H”. A distribuição da temática e porcentagem do
total de artigos pode ser verificada na Figura 1.
Figura 1 – Porcentagem de artigos encontrados separados por temática
Os resultados quanto ao perfil metodológico do estudo, apresentados na Tabela 3,
revelam que o número de artigos de revisão/atualização foi superior aos demais. Já
em relação aos profissionais mencionados nos artigos, aquele que teve maior
destaque foi o professor, citado em 13 artigos (Figura 2). Os demais profissionais
mencionados foram: pedagogo, pediatra, psicólogo, otorrinolaringologista, neurologista,
psiquiatra, médico clínico e equipe multiprofissional de saúde mental.
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Tabela 3 – Número do perfil metodológico dos artigos
Tipo de Estudo
Experimental
Estudo de caso
Revisão/atualização
N total
2003-2007
3
0
5
8
2008-2013
Total
3
2
4
9
6
2
9
17
Figura 2 – Número total de profissionais mencionados nos artigos
A última variável analisada apresenta as ocorrências acerca da formação/área de
atuação dos autores dos artigos pesquisados (Figura 3). Houve a participação de 29
autores no total, sendo 6 fonoaudiólogos, 6 neurologistas, 7 psiquiatras, 3 médicos, 5
psicólogos, 1 pediatra e 1 neuropediatra.
Figura 3 – Porcentagem da formação dos autores dos artigos por área
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Discussão
Considerando o objetivo principal do artigo a revisão da literatura a respeito da
coocorrência entre TDA/H e TA em escolares, constatou-se a escassez de publicações
no idioma português, tendo em vista que somente 17 artigos nacionais atenderam aos
critérios de inclusão na pesquisa. Apesar de não terem sido encontrados artigos
referentes ao tema nos anos de 2003, 2010 e 2012, isso não comprometeu a
distribuição dos estudos no decorrer do período analisado, pois quando se dividiu o
período estudado em dois grupos, observou-se que entre 2003 a 2007 foram
encontrados 8 artigos e entre 2008 a 2013, 9 artigos. Ou seja, o tema foi abordado
durante o período quase que na mesma proporção, o que sugere que o assunto tem
despertado interesse dos pesquisadores e que, apesar de escasso, constantemente
tem sido publicado.
A temática mais abordada neste estudo foi “coocorrências associadas ao TDA/H”,
abrangendo 38% dos artigos analisados. Este resultado corrobora com o objetivo da
pesquisa, pois estudos referentes às coocorrências do TDA/H têm sido o tema de
maior interesse pelos pesquisadores sobre o transtorno, indicando que a associação
do TDA/H a outras condições clínicas é realmente complexa (HOLGUÍN et al., 2008;
PEREIRA et al., 2005).
Entre os dados relevantes dos artigos analisados, Rohde et al. (2013) afirma que, além
dos sintomas básicos do TDA/H, em mais de 50% dos casos existe alguma
coocorrência associada, como transtornos do aprendizado, transtornos do humor e de
ansiedade, transtornos disruptivos do comportamento e transtornos do abuso de
substância e de álcool. Possa et al. (2005), afirmam que transtornos psiquiátricos
comórbidos são comuns no TDA/H, principalmente transtornos disruptivos, de humor e
de ansiedade. Tais coocorrências contribuem para o desenvolvimento de transtornos
de aprendizagem e linguagem durante a fase escolar (MUZETTI et al., 2011, p.237). Já
nós estudos de Pastura et al. (2007) encontraram-se prevalência do TDAH em 8,6%
em uma amostra de escolares com comorbidades presentes em 58% dos casos,
sendo as mais prevalentes: transtorno opositivo-desafiador, transtorno de tiques,
depressão, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno de conduta. Em outro
estudo, Andrade et al. (2007) afirmam que mais de 70% dos pacientes com TDA/H
que procuram atendimentos especializados apresentam alguma comorbidade.
Andrade et al. (2011) descrevem que dentre as condições clínicas que podem
mimetizar o TDA/H estão as crises de ausência (podem ser muito frequentes), os
distúrbios de sono (causando irritabilidade), a síndrome das pernas inquietas e a
narcolepsia. Já Reinhardt e Reinhard (2013) associaram o TDA/H aos riscos de
acidente, suicídio, violência, abuso sexual, transtornos alimentares e uso abusivo de
álcool e drogas. Este achado é de extrema importância para compreender a gravidade
dos sintomas do TDA/H, principalmente quando associado a outras coocorrências,
pois os prejuízos causados pela soma dos sintomas serão ainda maiores, uma vez
que as consequências podem se tornar risco de emergência.
Em relação à temática “desempenho escolar em TDA/H”, foi possível confirmar que
em torno de 15% a 20% das crianças em fase inicial de escolarização apresentam
dificuldade em aprender, podendo desenvolver um mau desempenho escolar (SIQUEIRA
et al., 2011, p.78). O mau desempenho escolar associado ao TDA/H pode provocar
graves consequências para a vida de uma criança em vários aspectos, tais como:
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adaptação ao ambiente acadêmico, relações interpessoais e desempenho escolar
(PASTURA et al., 2005, p.324). Estudo realizado pelo Laboratório de Estudos de
Transtornos de Aprendizagem (LETRA) – Hospital das Clínicas da Universidade Federal
de Minas Gerais, citado por Alves et al. (2011), pesquisou crianças com baixo
rendimento acadêmico, tendo constatado que o TDA/H foi apontado como a causa
mais frequente, com prevalência de 44% dentre as várias condições encontradas. Vera
et al. (2011) também relataram que o TDA/H é indicado como motivo de piora do
prognóstico escolar para crianças diagnosticadas com TA. Cunha et al. (2011)
descreveram que a falta de atenção, impulsividade e inquietude pode comprometer o
desempenho acadêmico de escolares na fase inicial.
Siqueira et al. (2011) associaram o TDA/H a um pior desempenho escolar (tempo
menor de estudo, estudos incompletos, necessidade de reforço, repetências e
expulsões). Em relação ao prejuízo escolar, contataram que as formas desatenta e
combinada apresentam maiores comprometimentos.
Considerando estes achados, fica evidente que o TDA/H é considerado alto risco para
mau desempenho escolar e coocorrência com o TA (SIQUEIRA et al., 2011) e que
problemas de aprendizagem interferem nos rendimentos acadêmicos e exigem maior
atenção em tarefas como leitura, matemática e escrita (ROHDE et al., 2014, p.124).
A temática “alterações ortográficas em TDA/H” foi descrita em três artigos e pelo
mesmo autor: Zorzi (2008, 2009), que avaliou a escrita de escolares com diferentes
problemas de aprendizagem. Os resultados mostraram que o TDA/H pode ser um dos
principais distúrbios apresentados pelas crianças encaminhadas para diagnóstico por
apresentarem algum tipo de problema quanto ao rendimento escolar. O tipo de erro
mais recorrente foi “representações múltiplas”, seguido de “omissões” e “apoio na
oralidade”. Um fato interessante é que estes tipos de trocas ortográficas também são
mais presentes em crianças sem queixas de aprendizagem, confirmando ser uma área
de grande complexidade de conhecimentos, como é o caso da aprendizagem de
regras contextuais e de regras morfossintáticas. A diferença é que para as crianças
com TDA/H, devido à dificuldade de focar a atenção, essas regras passam
despercebidas, e por este motivo o tratamento deverá ser diferencial, levando em
consideração as limitações dessas crianças.
De acordo com os achados literários referente ao tema “ocorrência de TA em
escolares com TDA/H”, Vera et al. (2006) realizaram um estudo sobre a prevalência
de TA e TDA/H, por meio da análise de prontuários de um serviço ambulatorial. Como
resultados, acusaram prevalência de TDA/H no gênero masculino, subtipo combinado,
faixa etária infantil e 1º grau escolar. Observaram-se alta ocorrência de TA (62,3%) e
queixa de dificuldade escolar (87%). Nos estudos de Silva et al. (2005), os achados
apontaram a prevalência de TA em aproximadamente 25% das crianças com TDA/H.
Ainda segundo os autores, a presença de TDA/H aumenta significativamente o
comprometimento do processamento de leitura em pacientes disléxicos. Nestes dois
estudos fica esclarecido que a associação dos dois transtornos representa fatores de
risco importantes para o mau rendimento escolar, maiores problemas comportamentais,
menor autoestima, mais abandono escolar e um pior prognóstico (SIQUEIRA, 2011,
p.78) .
Quanto à temática “alterações de linguagem oral em TDA/H”, no único estudo
encontrado, Lobo e Lima (2007) descrevem que os distúrbios da fala e de linguagem
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ocorrem associados ao TDA/H, podendo se manifestar das seguintes formas:
distúrbios na produção da fala, como omissão e/ou substituição de fonemas e sílabas
e elementos da frase; distúrbios de competência comunicativa, que se referem às
dificuldades na troca de informações e ideias envolvendo as habilidades de
codificação, transmissão e decodificação da mensagem recebida; distúrbios de leitura;
distúrbios da escrita; e distúrbios do processamento auditivo. Para a aquisição da
linguagem oral e escrita e da aprendizagem, a atenção é essencial. No TDA/H, estas
alterações explicam-se pelo fato de que a falha no direcionamento da atenção afeta
tanto a percepção visual como a percepção auditiva, prejudicando a entrada de
informações e comprometendo a integração delas. Já a desatenção afeta as
habilidades comunicativas, evidenciado pela dificuldade de percepção, abstração,
memória, organização e sequencialização (LIMA et al., 2013).
Ao verificar os tipos de estudos metodológicos encontrados, dos 17 artigos
pesquisados 9 eram de revisão/atualização, percebeu-se que quase não há estudos
de casos e nem estudos experimentais nos achados literários. Esta escassez de
estudos de casos e experimentais se dá pelo fato de que existem poucos centros de
pesquisas ou clínicas que dispõem de uma amostra representativa para a realização
de um trabalho mais complexo com a população alvo. De outro lado, a publicação de
estudos de revisão sistemática, bem como de outros que sintetizam resultados de
pesquisa, é um passo para a prática baseada em evidência (SAMPAIO et al., 2007).
Em relação ao TDA/H, os estudos de revisão podem auxiliar os profissionais a nortear
o desenvolvimento de projetos indicando novos rumos para futuras investigações, além
de levar informação para a prática clínica cotidiana.
Os profissionais mais mencionados, considerando todos os que foram citados no
corpo dos artigos, destacam-se os professores e os pedagogos. Por se tratar de um
estudo que correlaciona o TDA/H e o TA em escolares, este resultado é relevante,
pois é na escola que muitas das dificuldades enfrentadas pelos alunos são
identificadas. O professor assume um importante papel no acompanhamento e
encaminhamento da criança que apresenta sinais de TDA/H. Ainda, deve ser capaz de
orientar os pais, indicando o caminho até o psicopedagogo. Torna-se, portanto,
principal entre a família e os especialistas envolvidos no tratamento (KURDT, 2013).
É claro que não é atribuição do professor fazer o diagnóstico, mas, sim, esclarecer a
família sobre as inúmeras complicações na vida acadêmica e acompanhar o
desenvolvimento pedagógico, propor estratégias para melhorar a capacidade atencional
e diminuir o comportamento hiperativo, a fim de facilitar o processo de aprendizagem
destas crianças.
Em relação aos demais profissionais mencionados nos estudos, destacaram-se os
pediatras, psicólogos, psiquiatras, neurologistas; enfim, aqueles que fazem parte da
equipe multidisciplinar de saúde mental, constituindo-se nos principais responsáveis
pelo diagnóstico e tratamento.
Não foi encontrado nenhum artigo que citasse diretamente a atuação do
fonoaudiólogo, embora alguns estudos tenham sido escritos por eles. Dentre as áreas
de competência do fonoaudiólogo está o aprimoramento das habilidades da linguagem
oral e escrita, sendo ele o profissional habilitado para tratar dos prejuízos causados
pelos sintomas do TDA/H que afetam tais habilidades. Além disso, a avaliação
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fonoaudiológica é importante para a hipótese diagnóstica, porque considera se as
alterações fonoaudiológicas apresentadas pela criança atuam como causa principal ou
fator que ocorre junto para o transtorno (DIAS et al., 2007, p.9).
A última temática analisada neste estudo “formação dos autores” revelou que o
profissional mais interessado pelo assunto foi o psiquiatra, seguindo-se neurologista,
fonoaudiólogo e psicólogo. Estes profissionais são responsáveis pelo diagnóstico e
tratamento do TDA/H. Portanto, nada mais óbvio que sejam os mais empenhados
nestas pesquisas e os que precisam de atualização constante para lidar com todas as
demandas que giram em torno do transtorno. Entretanto, ainda existe a tendência de
a atuação destes profissionais ser exercida isoladamente. Ou seja, cada um faz sua a
parte ou aquilo que é de sua alçada. Para lidar com toda a complexidade do TDA/H,
é mais que necessário que toda a equipe esteja trabalhando em conjunto, a fim de
esclarecer as diferentes formas clínicas de manifestações dos sintomas e de
estabelecer qual será a melhor abordagem do tratamento, de modo a garantir um
melhor prognóstico e que os prejuízos sejam os mínimos possíveis na vida acadêmica,
social e pessoal.
Considerações finais
Este estudo teve por objetivo revisar a produção científica da última década a respeito
da coocorrência entre TDA/H e TA em escolares. A partir da análise dos artigos
pesquisados, levantou-se a escassez de publicações nacionais sobre a temática, que,
em número pequeno, constantemente tem acontecido. O perfil metodológico do estudo
mais prevalente foi o de revisão/atualização. A temática mais abordada no geral foi
“coocorrências associadas ao TDA/H”, seguindo-se do “desempenho escolar em
TDA/H”, “alterações ortográficas em TDA/H”, “ocorrência de TA em escolares com
TDA/H” e “alterações de linguagem oral em TDA/H”. O profissional mais citado nos
estudos foi o professor, e a formação dos autores dos estudos encontrados foi:
fonoaudiólogos,
neurologistas,
psiquiatras,
médicos,
psicólogos,
pediatra
e
neuropediatra.
The co-occurrence Between Attention-deficit / Hyperactivity Disorder and
Learning Disorder in students
Abstract
Attention-deficit / hyperactivity disorder (ADHD) deficit is a neuropsychiatric disorder of
multifactorial etiology manifested in childhood, with higher prevalence among boys at
school age. This study aims to review the scientific literature of the last decade on the
co-occurrence between ADHD and learning disorders in students. National articles, all
indexed in the database of the Virtual Health Library (VHL), published in the period
2003 to 2013 were searched. Between the period 2003 to 2007, articles 8 (47.06%)
were found, and between 2008 to 2013, nine articles (52.94%). The most discussed
topic was "other comorbidities associated with ADHD". The most prevalent
methodological profile of the study was to review. The teacher was the most cited
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professional. The professional more interested in the subject, was the psychiatrist,
followed by neurologist, speech therapist and psychologist.It is necessary to conduct
further studies on assessment, therapeutic and educational strategies for students with
ADHD in co-occurrence with Learning Disorder.
keywords: attention-deficit / hyperactivity disorder; learning disorders; co-occurrence;
schools.
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