transtorno de déficit de atenção (tda)

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FACULDADES INTEGRADAS DE TAQUARA
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO (TDA)
ANDRESSA FOGLIARINI DE MOURA
LUCINÉIA HOFFMANN
REBECA LAUFFER OLIVEIRA
SABRINA HENCKE
SUZANA DAPPER SILVA
TAQUARA, 2016
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é apresentar as características do transtorno
do déficit de atenção (TDAH) e a atuação do enfermeiro em seu tratamento.
DEFINIÇÃO
O transtorno de déficit de atenção (TDA) é uma doença relacionada ao
desenvolvimento do sistema nervoso central, sendo que estudos científicos
mostram que portadores de TDA têm alterações na região frontal e as suas
conexões com o resto do cérebro. O que parece estar alterado nesta região
cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamados
de neurotransmissores (principalmente a dopamina e noradrenalina), que
passam informações entre as células nervosas (neurônios).
Esse transtorno prejudica o desenvolvimento do indivíduo, trazendo
limitações que serão posteriormente difíceis de ser superadas.
O TDA é um dos transtornos psiquiátricos mais prevalentes na infância,
afetando cerca de 5,3% de indivíduos menos de 18 anos de idade.
Inicialmente na primeira metade do século XX se acreditava que o TDAH
iniciava na infância, que regredia na adolescência e desaparecia na idade
adulta, mas a partir de vários estudos foi descoberto que a doença persiste até
a idade adulta em significativo número de casos.
GENES ENVOLVIDOS
Os genes DAT1 (gene transportador da dopamina) e o DRD4 (gene do
receptor D4 da dopamina) são os mais intensamente estudados no TDA, mas
também há o ADRA2A (receptor alfa 2ª de noradrenalina), O 5-HTT (gene do
transportador de serotonina), o DRD5 (genes do receptor D5 de dopamina) que
também são muito estudados, entre outros. Entretanto, a contribuição exata de
cada um desses genes sobre cada aspecto específico da sintomatologia do
TDA ainda não esta bem esclarecida, exigindo novos estudos.
SUBTIPOS
- Tipo Desatento: As suas características mais comuns são a desatenção,
resistência à distração, dificuldade em sustentar o esforço em atividades mais
exigentes e percepção da passagem do tempo.
Exemplo: a dificuldade de concentração em palestras e aulas; às vezes parece
não ouvir quando o chamam; e dificuldade em organizar-se com objetos.
- Tipo Hiperativo-Impulsivo: A agitação, hiperatividade, impulsividade são
mais marcantes neste subtipo. A busca constante por estimulação,
impulsividade e dificuldade em pensar antes de agir pode trazer
consequências, tanto para crianças quanto para adultos.
Exemplo: inquietação; consegue ler, assistir televisão e ouvir música ao mesmo
tempo; possui tendência ao vício como o álcool, drogas, jogos e Internet;
interrompe a fala do(s) outro(s); são impacientes; instabilidade de humor; e a
comunicação costuma ser compulsiva.
- Tipo Misto / Combinado: Apresenta simultaneamente as características dos
tipos de TDA desatento e hiperativo-impulsivo.
COMORBIDADE
No TDA as condições comórbidas são bastante comuns. Estima-se que
cerca de 70% dos pacientes com TDA apresentam ao menos outro diagnostico
comórbido, 32% tem no mínimo dois transtornos psiquiátricos, e 11%, três ou
mais diagnósticos.
CAUSAS
Apesar de ser conhecido há pelo menos um século, o TDA ainda é alvo
de controvérsias. Não há um consenso na literatura em relação a uma
característica cognitiva única que possa explicar as causas do transtorno.
Mas existem estudos que descrevem algumas possíveis causas, como a
hereditariedade onde os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno
em si, mas por uma predisposição ao TDA; substâncias ingeridas na gravidez;
sofrimento fetal; entre outros.
FATORES DE RISCO
Segundo alguns estudos, a exposição materna a fatores de risco como
tabaco, álcool, estresse e cafeína durante a gestação pode ser associada a
problemas comportamentais do desenvolvimento relacionados ao TDA.
Também parecem ser mais prevalentes em pacientes com TDA complicações
pré, peri e neonatais, tais como toxemia, eclampsia, baixo peso ao nascer e
hipóxia.
SINTOMAS
Os sintomas do TDA se originam em disfunções do funcionamento
cerebral, mas os mecanismos exatos envolvidos na neurobiologia desse
transtorno ainda não estão totalmente esclarecidos.
Os principais sintomas são a hiperatividade, inquietação, distraibilidade e
diminuição da capacidade de manter a atenção, impulsividade, dificuldades
para tomar iniciativa, falha no monitoramento do tempo, prazos e finanças, e
baixa tolerância à frustração.
Há evidencias de que mais de 60% das crianças com TDA continuam a
apresentar os sintomas na idade adulta, sendo que persiste o sintoma de
desatenção e ocorre a redução importante dos sintomas de hiperatividade e
impulsividade.
A persistência dos sintomas ao longo da vida podem causar graves
prejuízos, tanto educacionais quanto ocupacionais, além de acidentes de
transito, comportamentos aditivos, prejuízo interpessoal e grande impacto em
vários aspectos da qualidade de vida dos pacientes. Portanto, fica evidente a
necessidade de identificação precoce de pacientes com TDA e do seu
tratamento adequado.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do TDA tende a ser mais difícil em adultos do que em
crianças, pois suas queixas envolvem dificuldades na realização de atividades
pessoais e profissionais no dia a dia. O diagnóstico é clínico baseado nos
sintomas, não havendo, até o momento marcadores biológicos para o
transtorno, sendo que é avaliado a predominância de seis ou mais sintomas de
desatenção ou seis ou mais sintomas de hiperatividade/impulsividade. Também
é necessário que os sintomas tenham estado presentes por um período mínimo
de seis meses, em grau mal adaptativo e inconsistente com o nível de
desenvolvimento, e que tenham começado antes dos sete anos de idade.
TRATAMENTO
A farmacoterapia é essencial no tratamento do TDA, sendo que vários
estudos comprovam a eficiência dos estimulantes na redução dos sintomas do
transtorno, tanto em crianças quanto em adultos. O fármaco metilfenidato é o
estimulante mais utilizado no tratamento, sendo que sua ação principal é o
bloqueio da proteína transportadora de dopamina, mas também há outros
fármacos utilizados. Ao iniciar o tratamento medicamentoso é recomendável
que se inicie com doses baixa, mesmo que sejam ineficazes para a maioria dos
pacientes, porque a farmacocinética varia não só com a idade, mas também
entre indivíduos. As modificações nas dosagens dos medicamentos são
baseadas nas respostas clínicas do paciente. Os fármacos do tipo estimulante
é o tratamento farmacológico de primeira escolha para crianças e adolescentes
com TDA, pois tem grande eficácia comprovada, cerca de 75 a 90% dos
pacientes respondem positivamente ao tratamento.
O tratamento psicoeducacional é uma ferramenta essencial para o
sucesso do tratamento farmacológico, sendo que seu objetivo é orientar os
portadores e familiares sobre o TDA, a necessidade e as possibilidades do uso
de medicamentos e as estratégias gerais no manejo de algumas dificuldades
comportamentais do cotidiano.
PAPEL DO ENFERMEIRO NO TDA
Para os profissionais de área da saúde é fundamental saber reconhecer
os portadores desse transtorno, que atinge uma média de 4 a 5 crianças e 2 a
3 adultos a cada 100 habitantes.
O enfermeiro deve ficar atento ao diagnóstico que requer cuidadosa
anamnese, utilização de escalas específicas e atenção aos seus
comportamentos. A avaliação deve incluir entrevistas com as crianças e pais
relacionados para os sintomas do TDA.
O tratamento do comportamento é muitas vezes mais aceitável do que a
medicação, sendo que a farmacoterapia deve ser combinada com interações
educacionais e comportamentais.
A enfermagem deve incentivar os pais a interagir, realizando reuniões
familiares para gerar metas, sempre priorizando o envolvimento de toda a
família no plano de tratamento, aprimorando a adesão e proporcionando assim
intervenções eficazes para um tratamento efetivo.
CONCLUSÃO
Ao realizarmos este trabalho concluímos que o TDA é uma doença que
ainda não está bem esclarecida em relação à sua etiologia, os seus
mecanismos e os genes que realmente influenciam no desenvolvimento da
doença, exigindo novos estudos. A equipe de enfermagem desempenha um
papel importante, pois deve atuar na observação dos sintomas dos pacientes,
e, após o diagnóstico na orientação da família auxiliando no tratamento.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ROHDE, L. A. et al. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. In:
Revista Brasileira de Psiquiatria, 2004.
NETO, M. R. L. et al. TDAH [transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade] ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010.388 p.
KAPLAN Harold I.,SADOCK Benjamin, GREBB Jack. Ciências do
comportamento e psiquiatria clinica, 7° edição.
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