título do resumo

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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE DIFERENTES TAXAS DE APLICAÇÃO DE
INSETICIDAS NO COMBATE AOS DANOS OCASIONADOS POR
LEPIDÓPTEROS EM SOJA
Beatriz Lorena Comin da Costa (PIBIC/UEL); Lenio Cesar Moraes de
Camargo; Otávio Jorge Grigoli Abi Saab, email: [email protected]
Universidade Estadual de Londrina / Centro de Ciências Agrárias /
Departamento de Agronomia.
Área e subárea do conhecimento: Ciências Agrárias. Agronomia.
Palavras-chave: Pragas da soja, defesa fitossanitária, tecnologia de aplicação.
Resumo
O ataque de pragas as culturas pode limitar o rendimento de produção de
grãos, devido a redução da área fotossintética ativa das plantas. A proposta
deste estudo foi avaliar a porcentagem de danos causados por lepidópteros em
folhas de soja submetidas a diferentes taxas de aplicação de inseticidas,
visando conhecer o método mais eficaz no controle destas pragas. Foi utilizado
o inseticida de choque Clorantraniliprole (20% SC) em quatro taxas de
aplicação (100, 200, 400 e 600 L. ha-1). Para avaliação dos danos foram
coletadas quatro repetições de quatro folíolos de soja e posteriormente
realizou-se a infestação artificial com três importantes espécies de lagartas que
atacam a cultura da soja: Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Eribidae),
Helicoverpa armígera e Pseudoplusia includens (Lepidoptera: Noctuidae). A
avaliação dos danos das lagartas foi realizada ao 3º e 7º dia após a infestação.
Verificou-se maior consumo foliar das folhas do terço inferior das plantas,
independente da espécie de lagarta, que pode ser explicado pela menor
deposição do produto fitossanitário nesta altura. Em relação aos estádios
fenológicos, observou-se que, no estádio vegetativo, a taxa de aplicação não
necessita ser tão elevada, visto que ocorre uma maior penetração do inseticida
no dossel da planta. No entanto, para as aplicações realizadas no estádio
reprodutivo essa menor taxa de aplicação refletiu em maiores injúrias.
Introdução
A soja é a principal commodity do agronegócio brasileiro devido à suas
características industriais e nutritivas, além da produção em larga escala.
Sendo assim, fatores bióticos e abióticos que limitam o rendimento da
produção e que acarretam em prejuízos devem ser prevenidos e evitados. Um
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destes fatores é o ataque de insetos desfolhadores, como por exemplo, o
complexo de lagartas (BUENO et al., 2013).
Dentre o complexo de lagartas, destacam-se a lagarta da soja,
Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Eribidae); a falsa-medideira, Pseudoplusia
includens (Lepidoptera: Noctuidae) e a Helicoverpa armigera (Lepidoptera:
Noctuidae).
Em tese, o controle desses insetos-praga tem sido basicamente com
aplicação de inseticidas (PANIZZI et al., 2013), porém, o comportamento das
pragas pode dificultar o contato do produto com o alvo. Para se obter maiores
chances de sucesso em uma determinada aplicação de produtos
fitossanitários, é necessário saber onde se localiza o alvo biológico a ser
atingido. No caso de insetos, é de fundamental importância, conhecer as partes
e posições da planta nas quais eles mais se distribuem (PRADO et al., 2010).
Devido ao hábito de alguns insetos de permanecer no terço inferior das plantas
é necessário melhorar a penetração do inseticida no dossel da soja e uma
alternativa seria a adoção de altas taxas de aplicação de inseticidas. Embora o
aumento das taxas de aplicação de inseticidas permita uma maior cobertura
foliar, a mesma pode resultar na redução da concentração de ingrediente ativo
na calda de pulverização (CUNHA et al., 2005; FERGUSON et al., 2016).
Portanto, o aumento no volume de calda nem sempre resulta em maior
penetração e deposição do agrotóxico na área foliar (BUENO et al., 2013).
Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a porcentagem de
danos causados por lepidópteros em folhas de soja submetidas a diferentes
taxas de inseticidas.
Procedimentos metodológicos
O experimento foi conduzido no Sítio Célia, no município de Capão Bonito, São
Paulo, utilizando a variedade de soja Nidera, com espaçamento entre linhas de
0,5 m e densidade de plantas de 14 pl. m -1. Foi utilizado o inseticida de choque
Clorantraniliprole (20% SC) na dose de 50 mL.ha-1 e sua aplicação foi realizada
com um pulverizador autopropelido.
Para avaliação dos danos foliares foram coletadas quatro repetições de
quatro folíolos de soja, um dia após a aplicação dos inseticidas, e os mesmos
foram acondicionados em bandejas plásticas. Posteriormente, foi realizada a
infestação artificial com três importantes espécies de lagartas que atacam a
cultura da soja: Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Eribidae), Helicoverpa
armígera e Pseudoplusia includens (Lepidoptera: Noctuidae). A avaliação dos
danos das lagartas foi realizada ao 3º e 7º dia após a infestação.
O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso e em
esquema fatorial 4 x 3 – quatro taxas de aplicação (100, 200, 400 e 600 L. ha -1)
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e três alturas no dossel (terço superior, terço médio e terço inferior) - com
quatro repetições.
Resultados e Discussão
No presente trabalho, foi avaliado o consumo foliar de acordo com as três
alturas do dossel (terço superior, terço médio e terço inferior), as taxas de
aplicação (100, 200, 400 e 600 L. ha-1) e dois estádios fenológicos (V8 e R5.).
Assim, verificou-se maior consumo foliar das folhas do terço inferior das
plantas, independente da espécie de lagarta, fato que pode ser explicado pela
menor deposição do produto fitossanitário nesta altura. Em relação aos
estádios fenológicos, observou-se que, no estádio V8, a taxa de aplicação de
100 L.ha-1 apresentou injúrias foliares semelhantes aos demais tratamentos
para as três espécies. No entanto, para as aplicações realizadas no estádio
reprodutivo (R5.1), essa menor taxa de aplicação refletiu em maiores injúrias, e
observou-se que o volume de 200 L.ha-1 não diferiu dos demais tratamentos,
apresentando-se como o mais adequado para redução de injúrias.
Os resultados semelhantes entre as taxas de aplicação durante o
estádio vegetativo, indicam que ocorreu uma maior penetração do inseticida no
dossel da planta, pois nesse estádio ainda não havia ocorrido o “fechamento”
das entrelinhas. O fato de ter sido observado maior eficiência na taxa de
aplicação a 200L.ha-1 do que a 100L.ha-1 durante o período reprodutivo, pode
ser justificado pelo fechamento do dossel, que dificultou que o inseticida
aplicado na menor taxa de aplicação pudesse ter maior penetração no dossel
da soja. Este dado concorda com HOLTZ et al. (2014), o qual afirma que o
maior fechamento espacial da entrelinha reduz a penetração de fungicidas,
dificultando o manejo fitossanitário da lavoura. Assim, é importante considerar
que a redução do espaçamento entrelinhas favorece a formação de um
microclima devido ao maior fechamento do dossel, o que favorece a maior
ocorrência de lagartas que se alimentam da soja (GUEDES et al., 2006;
STURMER et al., 2014). Quanto as altas taxas de aplicação (400 e 600 L.ha -1),
estas não foram superiores à taxa de aplicação de 200L.ha -1, evidenciando que
a adoção de altas taxas de aplicação não é justificada para o controle desses
insetos-praga.
Contudo, podemos concluir que elevadas taxas de aplicação de
inseticidas não é sinônimo de maior controle de injúrias causados por
lepidópteros. Entretanto, doses muito baixas podem não penetrar no dossel
devido a fatores como o fechamento espacial da entrelinha.
Conclusões
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O controle de lepidópteros em soja não é maximizado com o uso de altas taxas
de aplicação de inseticidas. Porém, com o avanço dos estádios fenológicos da
planta deve-se aumentar a taxa de aplicação para maior penetração no dossel.
Agradecimentos
Agradeço ao PIBIC/UEL, ao orientador e ao colaborador pelo aprendizado e
oportunidade.
Referências
BUENO, R.C.O.F.; BUENO, A.F.; MOSCARDI, F.; PARRA, J.R.P.; HOFFMANCAMPO, C.B. Lepidopteran larvae consumption of soybean foliage: basis for
developing multiple-species economic thresholds for pest management
decisions. Pest Management Science, v.67, s/n, p.170–174, 2011.
CUNHA, J. P. A. R.; TEIXEIRA, M.M.; VIEIRA, R.F.; FERNANDES, H.C.
Deposição e deriva de calda a de calda fungicida aplicada em feijoeiro, em
função fungicida aplicada em feijoeiro, em função de bico de pulverização e de
volume de calda. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental,
Campina Grande v.9, n.1, p.133-138, 2005.
FERGUSON, J.C.; CHECHETTO, R.G.; HEWITT, A.J.; CHAUHAN, B.S.;
ADKINS, S.W.; KRUGER, G.R.; O’DONNELL, C.C. Assessing the deposition
and canopy penetration of nozzles with different spray qualities in an oat (Avena
sativa L.) canopy. Crop Protection, s/n, v.81, p.14-19, 2016.
PANIZZI, A.R. History and contemporary perspectives of the integrated pest
management of soybean in Brazil. Netropical Entomology, Londrina, v.42,
n.2, p. 119-127, 2013.
PRADO, E.P.; RAETANO, C.G; AGUIAR-JÚNIOR, H.O.; CHRISTOVAM, R.S.;
POGETTO, M.H.F.A.D.; GIMENES, M.J. Velocidade do fluxo de ar em barra de
pulverização no controle químico de Anticarsia gemmatalis, Hübner e
percevejos na cultura da soja. Bragantia, Campinas, v.69, n.4, p.9951004, dez. 2010.
Disponível
em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000687052010000400027&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt >. Acesso em 19 ago. 2016.
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