55º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009 Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 212 Estudos de mapeamento em família com uma nova síndrome de agenesia/hipoplasia fibular associada à ectrodactilia Thiele-Aguiar, RS; Santos, SC; Lezirovitz. K; Kok, F; Otto, PA; Mingroni-Netto, RC Centro de Estudos do Genoma Humano, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo [email protected] Palavras-chave: ectrodactilia, agenesia/hipoplasia fibular, estudos de ligação. A ectrodactilia ou SHFM (split-hand/split-foot malformation) é uma malformação congênita de membros caracterizada por uma fenda mediana profunda das mãos e/ou pés devido à ausência dos raios centrais das extremidades. Já foram descritos quatro locos autossômicos associados à ectrodactilia de herança dominante e em apenas um deles o gene foi identificado numa variante associada a outros defeitos (TP63). A agenesia ou hipoplasia fibular é um defeito que ocorre ao longo do desenvolvimento da fíbula, podendo estar associada a outros sinais clínicos como malformações em membros superiores (ectrodactilia, defeitos na ulna e fêmur, etc.). Alguns genes foram indicados como possíveis responsáveis pela condição, tais como o GDF5 e o TBX3, nos quais foram encontradas mutações em indivíduos afetados por hipoplasia fibular associada a outros sinais. Recentemente foi descrita uma família em que segrega uma nova síndrome, uma forma de agenesia/hipoplasia fibular associada à ectrodactilia de possível herança autossômica dominante, como a família na qual ocorreram esses casos é altamente endocruzada, o padrão de herança autossômico recessivo não pode ser descartado (Santos e col., Am J Med Genet A;146A:3126-31, 2008). A família, de origem caucasóide e residente em Riacho de Santana, no estado do Rio Grande do Norte é constituída de 91 indivíduos, dos quais seis são afetados por quadro com grande variabilidade clinica. O objetivo do presente estudo é mapear o gene responsável por essa nova síndrome. Nossa estratégia inicial foi a realização de estudos preliminares de ligação com microssatélites próximos às quatro regiões cromossômicas já associadas a malformações de membros, como a ectrodactilia (SHFM1, SHFM3,SHFM4 e SHFM5) e uma região previamente mapeada pelo nosso grupo candidata a conter o gene da ectrodactilia associada a hemimelia tibial (SHFLD3 - OMIM #612576). Os resultados dos estudos de ligação foram analisados por meio do cálculo de lod scores de dois e de múltiplos pontos. Os resultados das análises de lod scores para os cinco locos autossômicos não mostraram evidências de ligação, considerando-se o padrão de segregação dos haplótipos e os valores negativos dos lod scores que foram obtidos nas análises paramétricas. Tanto no modelo de herança autossômica dominante (taxa de penetrância 0.32) como no modelo de herança autossômica recessiva os valores de lod score calculados foram muito baixos e não revelaram resultados estatisticamente significativos. Esses resultados indicam que o gene responsável por essa nova síndrome não se encontra nas regiões já mapeadas contendo genes relacionados à ectrodactilia. Desse modo as cinco regiões analisadas são improváveis como candidatas a conter o gene responsável pela doença em questão, reforçando a idéia de que se trata, realmente de uma nova síndrome causada por uma mutação em um gene ainda não mapeado. Apoio: FAPESP e CNPq.