Vo l ume 1 EPIDEMIOLOGIA PRINCIPAIS TEMAS PARA PROVAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA AUTORIA E COLABORAÇÃO Alex Jones Flores Cassenote Graduado em biomedicina pelas Faculdades Integradas de Fernandópolis da Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF). Mestre e doutorando em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Epidemiologista responsável por diversos projetos de pesquisa na FMUSP e na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Epidemiologista do Centro de Dados e Assessor da Diretoria de Comunicação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Colaborador do Laboratório de Epidemiologia e Estatística do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (LEE). Marília Louvison Graduada em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Medicina Preventiva e Social pela UNIFESP. Mestre e doutora em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Médica da SES/SP - Coordenadora Estadual da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa 2008. Aline Gil Alves Guilloux Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Ciências pelo Programa de Epidemiologia Experimental e colaboradora de projetos do Laboratório de Epidemiologia e Bioestatística da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP). Augusto César Ferreira de Moraes Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário de Maringá (CESUMAR). Especialista em Fisiologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Ciências pelo Programa de Pediatria e doutorando em Ciências pelo Programa de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Professor de Epidemiologia das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Nathalia Carvalho de Andrada Graduada em medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Especialista em Cardiologia Clínica pela Real e Benemérita Sociedade Portuguesa Beneficente de São Paulo. Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Thaís Minett Graduada em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Clínica Médica e em Neurologia e doutora em Neurologia/Neurociências pela UNIFESP, onde é professora adjunta ao Departamento de Medicina Preventiva. Valéria Troncoso Baltar Graduada em Estatística pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Universidade de Campinas (UNICAMP). Especialista em Demografia pelo Centro Latino-Americano e Caribenho de Demografia (CELADE). Mestre em Ciências pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP). Doutora em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). APRESENTAÇÃO Após anos de dedicação intensa, numa árdua rotina de aulas teóricas e plantões nos mais diversos blocos, o estudante de Medicina depara com mais um desafio, o qual determinará toda a sua carreira: a busca por uma especialização bem fundamentada e que lhe traga a garantia de uma preparação a mais abrangente possível. Talvez a maior dificuldade enfrentada pelo futuro médico nessa etapa seja o ingresso nos principais centros e programas de Residência Médica, devido ao número expressivo de formandos, a cada ano, superior ao de vagas disponíveis. Contudo, essa barreira pode ser vencida quando se conta com o apoio de um material didático direcionado e que transmita total confiança ao candidato. Considerando essa realidade, foi desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para Provas de Residência Médica 2013, com capítulos baseados nos temas cobrados nas provas dos principais concursos do Brasil, casos clínicos e questões, dessas mesmas instituições, selecionadas e comentadas de maneira a oferecer uma compreensão mais completa das respostas. São 31 volumes preparados para que o candidato obtenha êxito no processo seletivo e, consequentemente, em sua carreira. Bons estudos! Direção Medcel A medicina evoluiu, sua preparação para residência médica também. ÍNDICE Capítulo 1 - Epidemiologia: conceitos básicos e definições .......................................19 1. Introdução ................................................................... 49 1. História ........................................................................ 19 3. Principais indicadores de saúde utilizados pela OMS .................................................... 52 2. Definições, conceitos básicos e usos ........................... 20 3. Relação entre a Medicina Preventiva e a Epidemiologia ............................................................. 22 2. Construção de indicadores .......................................... 50 4. Resumo ........................................................................ 61 4. Relação entre a Clínica Médica e a Epidemiologia ...... 23 Capítulo 5 - Dinâmica de transmissão e distribuição temporal das doenças ...............65 5. Do raciocínio ao método epidemiológico ........................................................... 24 1. Dinâmica de transmissão............................................. 65 6. O método na prática da Epidemiologia ............................................................. 25 7. As bases do conhecimento em Epidemiologia ............................................................. 27 8. Conquistas e perspectivas da Epidemiologia ........................................................ 28 2. Distribuição temporal .................................................. 68 3. Tendência histórica ou secular .................................... 69 4. Variações cíclicas ......................................................... 69 5. Variações sazonais ....................................................... 70 9. Apresentação do material ........................................... 28 6. Variações irregulares e comportamentos epidemiológicos na ocorrência de doenças ................ 70 10. Resumo ...................................................................... 29 7. Resumo ........................................................................ 75 Capítulo 2 - Saúde e doença .......................... 31 Capítulo 6 - Vigilância em saúde com ênfase em vigilância epidemiológica ......................... 77 1. Conceituações acerca de saúde e de doença .............. 31 2. Os modelos explicativos do processo saúde–doença ........................................ 33 1. Vigilância em saúde ..................................................... 77 2. Vigilância epidemiológica ............................................ 80 3. Outros modelos explicativos do processo saúde–doença.............................................. 40 3. Doenças de notificação compulsória ........................... 84 4. Resumo ........................................................................ 41 4. Vigilância epidemiológica de agravos não transmissíveis..................................... 90 Capítulo 3 - Medidas de frequência de doença I: morbidade ....................................................43 5. Resumo ........................................................................ 91 1. Introdução ................................................................... 43 2. Incidência .................................................................... 43 3. Prevalência .................................................................. 46 4. Relação entre prevalência e incidência ....................... 47 5. Resumo ........................................................................ 48 Capítulo 4 - Medidas de frequência II: mortalidade e outros indicadores ..................49 Capítulo 7 - Transição epidemiológica e demográfica .....................................................93 1. Introdução ................................................................... 93 2. Transição demográfica ................................................. 93 3. Transição epidemiológica ............................................ 97 4. Resumo ........................................................................ 99 Glossário .......................................................101 Casos clínicos ...............................................107 QUESTÕES Capítulo 1 - Epidemiologia: conceitos básicos e definições ................................................... 123 Capítulo 2 - Saúde e doença .......................................... 124 Capítulo 3 - Medidas de frequência de doença I: morbidade .................................................. 132 Capítulo 4 - Medidas de frequência II: mortalidade e outros indicadores...................................... 140 Capítulo 5 - Dinâmica de transmissão e distribuição temporal das doenças.......... 159 Capítulo 6 - Vigilância em saúde com ênfase em vigilância epidemiológica ........................... 164 Capítulo 7 - Transição epidemiológica e demográfica ... 179 COMENTÁRIOS Capítulo 1 - Epidemiologia: conceitos básicos e definições ................................................... 185 Capítulo 2 - Saúde e doença .......................................... 186 Capítulo 3 - Medidas de frequência de doença I: morbidade .................................. 193 Capítulo 4 - Medidas de frequência II: mortalidade e outros indicadores .............. 199 Capítulo 5 - Dinâmica de transmissão e distribuição temporal das doenças.......... 214 Capítulo 6 - Vigilância em saúde com ênfase em vigilância epidemiológica .......... 219 Capítulo 7 - Transição epidemiológica e demográfica ... 235 Referências bibliográficas ........................... 239 EPIDEMIOLOGIA CAPÍTULO 5 Dinâmica de transmissão e distribuição temporal das doenças Alex Jones F. Cassenote 1. Dinâmica de transmissão A - Introdução As doenças humanas de interação entre hospedeiro (pessoa), agente (bactéria ou vírus) e o meio ambiente (por exemplo, alimentos ou água contaminados) resultam de uma interação entre fatores genéticos e ambientais, com o equilíbrio exato variando conforme as diferentes doenças (embora algumas doenças sejam de origens amplamente genéticas). Muitos dos princípios subjacentes que fundamentam a transmissão das doenças são mais claramente demonstrados utilizando doenças transmissíveis como modelo. Contudo, os conceitos discutidos podem ser extrapolados para doenças não infecciosas ou mesmo outros agravos à saúde (GORDIS, 2010). Gordis (2010) explica ainda que as doenças, de maneira geral, têm sido descritas como resultado de uma tríade epidemiológica (Figura 1). De acordo com esse conceito, doença é um produto de interação de um hospedeiro humano, um agente infeccioso (ou de outro tipo) e um ambiente que promova a exposição. Vetores, como mosquitos e carrapatos, são frequentemente envolvidos. Para tal interação ocorrer, o hospedeiro deve estar suscetível. A suscetibilidade humana é determinada por uma infinidade de fatores, incluindo antecedentes genéticos, fatores nutricionais e imunológicos. O estado imunológico de um indivíduo é determinado por muitos fatores, incluindo contato prévio com o agente, seja por infecção natural, seja por imunização. Figura 1 - Tríade epidemiológica das doenças Fonte: Gordis, 2010; com modificações. Os fatores que podem levar ao desenvolvimento de doenças são biológicos, físicos e químicos, bem como outros tipos, tais como estresse, que pode ser mais difícil de classificar (Tabela 1). Poderia se pensar na agregação desses fatores em, pelo menos, 3 grandes grupos de doenças/agravos à saúde: as doenças infecciosas e parasitárias, as doenças crônicas não transmissíveis e as causas externas de morbidade e mortalidade. Todas essas poderiam ser consideradas, de algum modo, dentro do modelo clássico da tríade epidemiológica. Uma doença transmissível (ou infecciosa) é aquela causada pela transmissão de um agente patogênico específico para um hospedeiro suscetível. Agentes infecciosos podem ser transmitidos para humanos: diretamente, de outros humanos ou animais infectados, ou indiretamente, através de vetores biológicos ou físicos, partículas aéreas ou outros veículos (BEAGLEHOLE; BONITA; KJELLSTRÖM, 2010). 65 DINÂMICA DE TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DAS DOENÇAS Tabela 1 - Fatores associados ao aumento de risco de doença nos seres humanos Características do hospedeiro - Idade; - Sexo; - Raça; - Religião; - Costumes; - Ocupação; - Perfil genético; - Estado civil; - Antecedentes familiares; - Doenças anteriores; - Estado imunológico. Tipos de agentes e exemplos - Biológico: · Bactérias; · Vírus; · Protozoários. - Químico: · Veneno; · Álcool; · Fumo. - Físico: · Trauma; · Radiação; · Fogo. - Nutricionais: · Deficiência; · Excesso. Fatores ambientais - Temperatura; - Umidade; - Altitude; - Aglomeração; - Moradia; - Vizinhança; - Água; - Leite; - Alimentação; - Radiação; - Poluição atmosférica; - Ruído. As doenças crônicas não transmissíveis (doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas, diabetes e doenças musculoesqueléticas, entre outras) são doenças multifatoriais e têm em comum fatores comportamentais de risco modificáveis e não modificáveis. Dentre os fatores comportamentais de risco modificáveis, destacam-se o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a obesidade, hábito alimentar inadequado (consumo 66 excessivo de gorduras saturadas de origem animal e açúcares simples), a ingestão insuficiente de frutas e hortaliças e a inatividade física (BRASIL, 2011). Nas causas externas, estão envolvidos 2 tipos de eventos: a natureza das lesões que o paciente apresenta (codificadas de acordo com o capítulo XIX da 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças – CID-10) e as circunstâncias que produziram essas lesões. A CID-10 tem um sistema de classificação suplementar para a codificação dessas circunstâncias, que fornece a informação básica necessária para a organização de programas preventivos contra a causa da lesão (MATTOS, 2001). B - Modo de transmissão de doenças As doenças podem ser transmitidas direta ou indiretamente. Quando é transmitida de indivíduo para indivíduo, fala-se em contato direto. A transmissão indireta pode ocorrer por meio de um veículo comum, como contaminação atmosférica ou fonte de abastecimento de água, ou por um vetor como um mosquito. Assim, diferentes organismos se disseminam de maneiras variadas e o potencial de determinados organismos em espalhar-se e produzir surtos depende de suas características, tais como taxa de crescimento e via pela qual é transmitido de uma pessoa a outra (GORDIS, 2010). É muito comum, mesmo na área médica, ocorrer uma confusão entre o conceito de doença infecciosa e contagiosa. Doenças contagiosas são aquelas que podem ser transmitidas pelo toque, contato direto entre os seres humanos, sem a necessidade de um vetor ou veículo interveniente. A malária é, portanto, uma doença transmissível, mas não contagiosa, enquanto o sarampo e a sífilis são tanto transmissíveis quanto contagiosas. Alguns agentes patogênicos causam doença não apenas através de infecção, mas também através do efeito tóxico de compostos químicos que produzem. Por exemplo, o Staphylococcus aureus é uma bactéria que pode infectar diretamente os seres humanos, mas a intoxicação estafilocócica é causada pela ingestão de alimentos contaminados com uma toxina que a bactéria produz (BEAGLEHOLE; BONITA; KJELLSTRÖM, 2010). Com relação às doenças infecciosas, são importantes alguns conceitos relacionados à cadeia de transmissão: - Reservatórios e fonte de infecção: homem (seja em fase clínica e subclínica da doença ou em estado de portador), o animal e o solo. Entende-se por reservatório o habitat de um agente infeccioso, no qual este vive, cresce e se multiplica. A característica que distingue o reservatório da fonte de infecção diz respeito ao fato de o 1º ser indispensável para a perpetuação do agente, ao passo que a última é a responsável eventual pela transmissão; - Reservatório animal: as doenças infecciosas transmitidas em condições normais de animais para o homem são denominadas zoonoses. Via de regra, essas doenças são transmitidas de animal para animal, atingindo o ho- EPIDEMIOLOGIA CAPÍTULO 6 Vigilância em saúde com ênfase em vigilância epidemiológica 1. Vigilância em saúde A vigilância em saúde tem por objetivos a observação e análise permanentes da situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo-se a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual, como coletiva, dos problemas de saúde (BRASIL, 2010a). Segundo o Ministério da Saúde, o conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde; vigilância ambiental em saúde; vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária. A vigilância em saúde deve estar cotidianamente inserida em todos os níveis de atenção da saúde. A partir de suas específicas ferramentas, as equipes de saúde da atenção primária podem desenvolver habilidades de programação e planejamento, de maneira a organizar os serviços com ações programadas de atenção à saúde das pessoas, aumentando-se o acesso da população a diferentes atividades e ações de saúde (BRASIL, 2010a). Historicamente, antes da criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) e do Sistema Único de Saúde (SUS), na década de 1980, a cisão, do ponto de vista político e organizacional, estava bem estabelecida: de um lado, sob a responsabilidade do extinto INAMPS, estavam as ações de assistência à saúde individual; do outro, sob o comando do Ministério da Saúde, encontravam-se as ações de natureza coletiva, vinculadas, essencialmente, à vigilância, à prevenção e ao controle das doenças transmissíveis. Após a criação do SUS, o planejamento e a execução de um e outro conjunto de ações passaram a ter um comando Marília Louvison / Thaís Minett / Alex Jones F. Cassenote único em cada nível de governo, favorecendo a formulação de políticas de saúde mais efetivas. Além disso, esse processo tomou como princípios e diretrizes a universalização do acesso, a descentralização e a integralidade das ações e o controle social. Não obstante, os avanços obtidos, principalmente na organização dos serviços assistenciais, a dicotomia e a fragmentação das ações persistiram por longo tempo, mesmo sob um único comando. Esse novo modelo de vigilância em saúde trouxe a necessidade de pensar na saúde de forma positiva, não como ausência de doença, mas como algo mais abrangente, como define a Organização Mundial de Saúde (OMS): “completo bem-estar físico, mental e social”, o que remete às questões da qualidade de vida, cuja definição traz um alto grau de complexidade. Dessa forma, observa-se que há, atualmente, uma nova visão em relação ao processo saúde–doença, em que se pode pensar na assistência em saúde não só como tratamento e/ou cura de doenças, mas como um produto de 2 momentos articulados que podem e devem ser distinguidos: ações suscitadas pela presença da doença em razão de condições de “risco” epidemiológico e da vulnerabilidade de certos grupos; e ações referentes à qualidade de vida, sem considerar apenas a eliminação de doenças ou mesmo a prevenção delas, mas uma ideia mais ampla, que engloba a questão da promoção da saúde. É justamente nessa articulação que age a vigilância em saúde. A - Componentes e ações No final do século XIX, com as necessidades de controle das pestes, são implementados serviços de saúde pública em muitos países, inclusive no Brasil. No ano de 1965, a OMS cria uma unidade de vigilância epidemiológica na divisão de doenças transmissíveis, fato que levou vários países 77 VIGILÂNCIA EM SAÚDE COM ÊNFASE EM VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA a tomarem o mesmo rumo. Como os principais problemas de saúde estavam relacionados a doenças infecciosas, muitos sistemas de vigilância se concretizaram com a função primordial de controlar esse tipo de agravo (GAZE; PEREZ, 2009). No Brasil, a partir da década de 1970, a vigilância englobou outras prioridades e passou a ser aplicada também ao acompanhamento de malformações congênitas, abortos, acidentes, doenças profissionais, outros eventos adversos à saúde relacionados a riscos ambientais e emprego de tecnologias médicas, como medicamentos, equipamentos, procedimentos cirúrgicos e hemoterápicos (Figura 1). à população. Em situações de surtos ou epidemias de fonte alimentar, é comum observar a vigilância epidemiológica trabalhar lado a lado com a sanitária, a fim de esclarecer tal processo. Outro aspecto fundamental da vigilância em saúde é o cuidado integral com a saúde das pessoas por meio da promoção da saúde. Essa política objetiva promover a qualidade de vida, dando condições para reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde da população, relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso a bens e serviços essenciais. Tabela 1 - Componentes da vigilância em saúde no Brasil Componentes Descrições Vigilância epidemiológica Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de se recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Tem como funções, dentre outras: coleta e processamento de dados; análise e interpretação dos dados processados; divulgação das informações; investigação epidemiológica de casos e surtos; análise dos resultados obtidos e recomendações e promoção das medidas de controle indicadas. Vigilância da situação de saúde Desenvolve ações de monitoramento contínuo do país, estado, região, município, território, por meio de estudos e análises que revelem o comportamento dos principais indicadores de saúde, priorizando questões relevantes e contribuindo para um planejamento de saúde mais abrangente. Figura 1 - Evolução das formas de vigilância em saúde no Brasil Sob a óptica estrutural, pode-se falar no resultado de um processo histórico, no âmbito federal, iniciado pelo Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), do qual participaram instituições de saúde e de ensino e pesquisa. A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), criada em 2003, congrega tradicionais campos de atuação e agrega novos. Além da vigilância epidemiológica de doenças transmissíveis, a SVS incorporou as vigilâncias em saúde ambiental, saúde do trabalhador, das doenças e agravos não transmissíveis, análise de situação de saúde e a promoção da saúde (Figura 2). Compete à Secretaria a formulação de políticas, o aprimoramento e a elaboração de sistemas de informação dessas áreas (BRASIL, 2010b). Figura 2 - Ações desenvolvidas pela SVS Fonte: BRASIL, 2010b; com modificações. Os componentes concretos da vigilância em saúde são: vigilância epidemiológica, vigilância da situação de saúde, vigilância em saúde ambiental, vigilância em saúde do trabalhador e vigilância sanitária. Existem várias atividades relacionadas a cada um desses componentes principais (Tabela 1). Deve-se ressaltar que esses componentes não devem agir isoladamente. Muitas vezes, a existência da articulação entre eles auxilia na promoção de um trabalho mais integral 78 Visa ao conhecimento e à detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do ambiente que interferiram na saúde humana; recomenda e adota medidas de prevenção e controle dos faVigilância em tores de risco, relacionados às doenças e outros saúde ambiental agravos à saúde, prioritariamente a vigilância da qualidade da água para consumo humano, ar e solo; desastres de origem natural, substâncias químicas, acidentes com produtos perigosos, fatores físicos e ambiente de trabalho. Caracteriza-se por ser um conjunto de atiVigilância em vidades destinadas à promoção e proteção, saúde do traba- recuperação e reabilitação da saúde dos tralhador balhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. Vigilância sanitária É entendida como um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, na produção e circulação de bens e na prestação de serviços de interesse da saúde. Abrange o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, desde a produção. Fonte: BRASIL, 2010a; com modificações. EPIDEMIOLOGIA CASOS CLÍNICOS 2012 - UNICAMP 1. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) é o mais importante para a Vigilância Epidemiológica. Este é operado a partir das unidades de saúde, considerando o objetivo de coletar e processar dados sobre agravos de notificação em todo o território nacional, desde o nível local. a) Cite os 2 instrumentos padronizados utilizados para alimentar o banco de dados do SINAN: CASOS CLÍNICOS b) Cite 3 condutas que você deve tomar como médico: b) Cite 3 medidas de frequência e/ou taxas calculadas a partir dos dados alimentados no SINAN: 2011 - UNICAMP 3. 2012 - UNICAMP 2. Nas últimas semanas, foi notificada a circulação de um vírus influenza no Sudeste da Ásia apresentando alta letalidade e transmissibilidade inter-humana, a despeito da existência de vacina e droga antiviral eficazes. A Organização Mundial de Saúde pede a colaboração dos países para o controle da doença. Além da vacinação e disponibilização do tratamento para a população: a) Cite 3 providências que o sistema de saúde do Brasil deve adotar: Em relação à situação epidemiológica da influenza pandêmica (H1N1), iniciada em 2009 no Brasil, atualmente com 190 milhões de pessoas, o Ministério da Saúde divulgou dados da 1ª à 35ª semanas epidemiológicas de 2010 que mostram 8.366 casos notificados. Destes, 773 foram confirmados. A mediana de idade foi de 24 anos e 61% eram mulheres, sendo 36% gestantes. Dos 99 pacientes que foram a óbito, a mediana de idade foi de 29 anos e 67,7% eram mulheres. Conforme as definições das estatísticas vitais: a) Defina, calcule e explique a taxa de mortalidade. 109 as somas das saídas (curas, mortes e perdas de acompanhamento). Doença aguda de curta duração, em geral, é avaliada pela incidência. Durante uma epidemia de dengue, por exemplo, os casos novos representam a incidência, mas, após o período epidêmico, a incidência tende a cair. No caso das doenças crônicas de longa duração, diabetes, por exemplo, com baixa incidência, a prevalência tende a ser alta, pois os pacientes tendem a sobreviver por muitos anos, havendo um acúmulo de casos ao longo do tempo. d) Na verdade, a afirmação não pode ser feita com base nesses dados porque as 2 doenças apresentam perfil de duração bem distinto. Um indivíduo com uma doença crônica, como a diabetes, tende a permanecer doente por um longo período de tempo, assim a prevalência é uma medida adequada para mostrar a situação de saúde de um local em relação a ela. No caso da dengue, esta medida de frequência não é adequada, visto que o indivíduo permanece pouco tempo doente, algumas vezes morrendo e, na grande maioria das vezes, atingindo a cura espontânea. Como a frequência da doença oscila muito entre períodos determinados, a melhor medida para sua avaliação é a incidência. Caso 7 Caso 8 a) A prevalência é uma medida de frequência que revela quantos indivíduos estão doentes (ou apresentam o desfecho). Pode ser definida como o número de pessoas afetadas na população em um determinado momento, dividido pelo número de pessoas na população naquele momento. Assim, no início do ano 2000, existem 4 casos da doença em uma população de 100 indivíduos. Prevalência = 4/100 = 0,04x100 = 4%. a) A questão requer uma avaliação inicial da situação que está sendo esboçada na Figura, em que se encontra uma série de casos de certa doença notificados pelo serviço de saúde. Um Gráfico de série histórica, assim, informa logo sobre a frequência da doença em relação ao tempo, o que remete a pensar em incidência (casos novos) e não em prevalência (casos existentes). Nota-se que, até o mês de maio, a frequência parece oscilar pouco quando ocorre um aumento significativo com queda vista no mês de setembro. Nos meses seguintes, a ocorrência não apresenta nenhuma variação irregular. b) A incidência de uma doença é definida como o número de casos novos de uma patologia que ocorreram durante um determinado período de tempo, em uma população sob risco de desenvolvimento dessa doença. Então, no ano 2001, existem 4 casos novos da patologia em uma população de 94 indivíduos (note que se devem excluir os indivíduos que apresentaram doença no ano anterior por 2 motivos: um indivíduo não pode ficar doente da mesma moléstia no mesmo tempo e, como essa doença produz imunidade permanente, quem a desenvolveu não a desenvolverá novamente). Incidência = 4/96 = 0,425x100 = 4,25%. c) A prevalência de uma doença está em função de sua incidência. Quanto maior a incidência, maior será a prevalência, dependendo da sua duração, assim como de curas, óbitos e perdas de acompanhamentos. Desse modo, a prevalência é resultado final, para um período de tempo, da soma das entradas (casos novos), menos b) Epidemia é definida como a ocorrência, em uma região ou comunidade, de um número de casos em excesso, em relação ao que normalmente seria esperado. Como o Gráfico em questão traz o parâmetro do limite superior esperado em situação endêmica (diagrama de controle), pode-se dizer que a variação irregular ocorrida entre junho e agosto de 2009 caracteriza, sim, uma epidemia. c) - Potencial patogênico: capacidade de o agente infeccioso causar doença em um hospedeiro suscetível; - Infectividade: a capacidade do agente etiológico de se alojar e se multiplicar no corpo do hospedeiro, ocasionando infecção; - Virulência: capacidade de um agente produzir casos graves ou fatais (grau de patogenicidade indicado pe- 117 CASOS CLÍNICOS · Prevenção primária (proteção específica): saúde bucal e dietas específicas para indivíduos com sobrepeso ou obesidade. - No período patogênico: · Prevenção secundária (diagnóstico precoce e tratamento imediato): acompanhamento periódico de pacientes com hipertensão, doenças cardíacas conhecidas, dislipidemias. Testes ou screening populacional para diagnóstico precoce e conhecimento dos fatores de risco. Tratamento de hipertensos desconhecidos agora diagnosticados, com anti-hipertensivos; · Prevenção secundária (limitação da incapacidade): hospitalização, tratamento cirúrgico ou clínico quando necessário; se um indivíduo apresenta incapacidade circulatória por aterosclerose à prescrição de um vasodilatador poderá limitar sua incapacidade; uso de aspirina no caso de infarto do miocárdio ou uso de anticoagulante no caso de trombose são outros exemplos; cirurgias de revascularização miocárdica; implante de marca-passo cardíaco entre outros; · Prevenção terciária (reabilitação): fisioterapia para indivíduos com incapacidade circulatória residual, fisioterapia motora para recuperação de movimento de membros em pacientes com sequelas de acidente vascular cerebral. EPIDEMIOLOGIA QUESTÕES 2013 - SANTA CASA DE BH 1. Constituem objetivos da investigação epidemiológica, exceto: a) identificar a fonte de infecção e o modo de transmissão b) confirmar o diagnóstico c) prover tratamento e reabilitação física aos doentes d) identificar os grupos expostos a maior risco e os fatores de risco Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder 2013 - SANTA CASA DE BH 2. Com relação à Epidemiologia, assinale a afirmativa incorreta: a) não se preocupa com a história natural da doença nos grupos populacionais b) está interessada em descrever o estado de saúde da população c) preocupa-se com as causas das doenças, levando à identificação de métodos preventivos d) pode ser utilizada para avaliar intervenções em saúde Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder 2013 - UFSC 3. Sobre a relação entre cuidado médico, sociedade e ambiente, assinale a alternativa correta: a) o desenvolvimento da ciência moderna e da biomedicina afastou as concepções de saúde e doença diferentes da concepção científica dominante nos diferentes países e unificou no mundo a cultura contemporânea sobre o tema b) as discussões recentes sobre os determinantes sociais da saúde enfraqueceram as teses sobre a influência do modo de viver e da organização social do movimento de medicina social europeu do século XIX c) a proeminência de doenças crônicas desestimulou a busca simultânea de tratamentos oriundos de diversos setores de cuidado, como curadores populares, medicinas complementares (homeopatia, acupuntura etc.), terapias espirituais e grupos de autoajuda d) a diminuição das desigualdades sociais, notadamente a distribuição da riqueza social e a promoção de ambientes saudáveis e de condições sanitárias básicas de vida, pode ter um forte impacto na saúde e) os estudos científicos recentes têm apontado uma visão otimista sobre as mudanças climáticas globais abruptas, enfraquecendo a hipótese de que a ação humana derivada do modelo de desenvolvimento industrial tenha relevante papel nessas mudanças Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder 2012 - SES-SC 4. Quanto à gerência de desastres, assinale a alternativa incorreta: a) segundo a OMS, desastre é um fenômeno ecológico súbito de magnitude suficiente para exigir assistência externa b) quando há múltiplas vítimas, busca-se o melhor que possa ser oferecido ao maior número de pacientes traumatizados c) o desastre, por conceito, nunca exige uma triagem de vítimas, ou seja, todos devem ser atendidos de acordo com a demanda d) faz parte da estrutura do comando do incidente o grupo de comando, operações, planejamento, logística e finanças e) a adequada gerência do desastre minimiza perda de vidas Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder 2012 - SES-SC 5. Relacione a 2ª coluna de acordo com a 1ª coluna e assinale a sequência correta: I - Serviços de saúde II - Epidemiologia III - Ciências clínicas IV - Ciências biológicas ( ) Populações ( ) Pacientes individuais ( ) Sistemas de atenção à saúde ( ) Modelos animais a) II, III, I, IV b) III, II, I, IV c) II, III, IV, I d) I, III, II, IV e) IV, I, II, III Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder 2012 - SES-SC 6. A probabilidade de um evento ocorrer em uma população sob estudo é chamada de: a) risco atribuível b) risco absoluto c) risco relativo d) fração atribuível e) fração relativa Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder 2012 - SES-SC 7. O período de tempo entre a exposição a um fator de risco e a expressão de seus efeitos patológicos chama-se: a) frequência b) incidência c) prevalência d) período de latência e) período de controle Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder 123 QUESTÕES Epidemiologia: conceitos básicos e definições EPIDEMIOLOGIA COMENTÁRIOS EPIDEMIOLOGIA - COMENTÁRIOS também de fácil transmissão pelas vias aéreas. Assim, “a”, “c” e “d” estão incorretas, pois são todas transmitidas por gotículas, primárias ou secundárias. Gabarito = B Questão 230. Segundo o caderno de nutrição infantil do Ministério da Saúde, a anemia, por deficiência de ferro, em termos de magnitude, é, na atualidade, o principal problema em escala de saúde pública do mundo. Estima-se que a prevalência global de anemia em crianças menores de 5 anos é de 47,4%. Assim, a questão se refere ao problema de saúde pública mais prevalente em crianças menores de 5 anos no mundo e à anemia ferropriva (alternativa “c”). As demais opções estão relacionadas a situações comuns entre crianças ligadas também a nutrição, como o excesso de peso e a desnutrição, e a doenças infecciosas, como a parasitose e a infecção respiratória. Gabarito = C Questão 231. Taxa de ataque é uma variação da incidência, muito utilizada em estudos de surtos. O calculo é muito simples: número de indivíduos que se expuseram a um determinado fator e desenvolveram o desfecho dividido por todos os indivíduos expostos ao fator. Teremos, então, 1.140 / 4.320 = 0,264 x 1.000 = 264 por 1.000. Gabarito = B espaço, o que é importante a um surto, mas não responde à questão, estando incorreta a “a”; a capacidade de resposta do hospedeiro pode estar relacionada com o período de incubação, mas como um fator secundário, estando a alternativa “c” incorreta; e a alternativa “d” está incorreta porque o tempo de início do tratamento não está relacionado com o auge ou clímax do surto – geralmente o tratamento se dá depois dos sintomas, o que demarca que o indivíduo já está doente quando procura por ele; por fim, a via de entrada do agente é outro fator importante, contudo está mais relacionada ao tempo de incubação. Alguns patógenos têm períodos de incubação diferentes, dependendo da via de infecção. Gabarito = B Questão 234. A alternativa correta é a “a”, em que o limiar endêmico é definido como os valores das curvas superior e inferior, entre os quais a incidência varia dentro da normalidade (observar que a Figura mostra o diagrama de controle e incidência de doença meningocócica para o ano de 1989, que teve comportamento epidêmico, com incidência que ultrapassou os limites da variação normal). A alternativa “b” está incorreta, pois o limitar endêmico não fica abaixo do limite inferior. A alternativa “c” está incorreta, pois o mesmo limiar não é definido pela incidência e sim pelos valores entre as curvas superior e inferior. E a alternativa “d” também está incorreta, pois o limiar endêmico não é obtido em tempo real; informação em tempo real é indispensável para a epidemia. A seguir, doença meningocócica – diagrama de controle 1977-86 e incidência de 1989. Grande São Paulo: Questão 232. Deve-se lembrar que o exercício pede a “provável causa”; matematicamente podemos buscar a razão entre exposição de desfecho para encontrar essa relação. Notar que, para aqueles que comeram carne e arroz, existe um equilíbrio entre o número de doentes e não doentes – isso torna as alternativas “a” e “b” incorretas; para o caso da salada, existem mais doentes (com desfecho) entre aqueles que comeram quando comparado com o número de doentes que não comeram; esta é a provável causa de surto alimentar (lembrando que causalidade é um campo muito complexo da Epidemiologia). Outra maneira de “medir” o impacto da salada em relação ao número de doentes seria o calculo de odds ratio, que utiliza essa mesma relação de exposição de presença de doença, não exposição e ausência de doença; outro alimento não estudado não faz sentido, pois não existem dados, estando incorreta a alternativa “d”; e a alternativa “e” também está incorreta porque os dados clínicos têm pouca relação com o vínculo epidemiológico de um surto/uma epidemia, estes estabelecidos por meio das medidas de associação e de frequência da doença. Gabarito = C Gabarito = A Questão 233. Os surtos e as epidemias de fonte comum têm uma peculiaridade: todos os indivíduos se expõem em um intervalo de tempo muito curto, assim um dos fatores primordiais é o período de incubação do patógeno; basta imaginar que, se os indivíduos se infectaram ao mesmo tempo, a depender do período de incubação, a manifestação clínica ocorrerá também no mesmo tempo, demarcando o auge da ocorrência irregular da doença em um determinado espaço e tempo, por isso a alternativa “b” está correta; a capacidade de disseminação apenas “espalharia” o patógeno no Questão 235. Fase pós-pandêmica da H1N1 significa que o vírus continua a circular no mundo, porém, agora com outros vírus sazonais da gripe comum e em intensidade diferente entre os países, houve o controle da pandemia sem resistência ao antiviral oseltamivir, com desenvolvimento de vacina eficaz para proteger a população, estando correta a alternativa “a”. A mudança do nível de alerta não mudou a circulação do vírus no mundo, estando incorreta a alternativa “b”, nem alterou a letalidade dos doentes mais vulneráveis, estando também incorreta a alternativa “c”. E 216