post_journal_10-8-11

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...mais um -AMP (-associated molecular patterns)!!!
No..No..no... I´m
symbiontic!!!
A relação simbiótica entre bactérias intestinais e o homem é um fato
co-evolutivo bastante antigo. Nós, representando um ecossistema rico em
nutrientes para elas e elas, aumentando nossa eficácia digestiva. Entretanto,
os padrões moleculares (LPS, peptideoglicano, DNA não metilado, flagelina,
etc) presentes em bactérias patogênicas e que desencadeiam resposta
inflamatória, também estão presentes nestas bactérias simbiontes. Aí vem
aquela velha pergunta: então, como as toleramos? (pergunta velha, né?).
Diferente dos artigos que mostram o sistema imunológico como “todo
poderoso” na distinção de simbiontes ou patógenos, o recente trabalho de
June L. Round e colaboradores mostra que quem tem o “poder” de induzir ou
não a tolerância, são as próprias bactérias! O polissacarídeo A (PSA),
presente na capsula da bactéria Bacteroides fragilis (integrante convencional
da nossa microbiota intestinal), seria o fator microbiano responsável pela
indução da tolerância a sua presença. Em 2010 o grupo de Round mostrou
que este polissacarídeo é capaz de induzir células T reguladoras Foxp3+
produtoras de IL-10 com elevada capacidade supressora, de modo
dependente da sinalização via TLR2. Este efeito imunoregulador do PSA foi
avaliado em modelo experimental de colite induzida por TNBS, onde foi
observado que o tratamento dos animais com o PSA preveniu e curou a
doença, mesmo em altas concentrações do TNBS, o que não ocorreu nos
animais nocautes para TLR2. O mecanismo pelo qual o PSA induzia esta
resposta foi elucidado no último trabalho publicado por Round e
colaboradores, onde foi demonstrado que o PSA se liga a receptores do tipo
Toll 2 presentes nas células T, levando a um aumento do desenvolvimento de
células T reguladoras induzíveis, observado pela elevada expressão de
Foxp3, IL-10 e TGF-β2, de maneira dose-dependente. Quando adicionado
outros ligantes de TLR2 o mesmo não ocorreu, mostrando que a indução
destas células foi específica para sinalização via TLR2 pelo PSA.
Concomitante com o aumento da IL-10 houve uma significante redução dos
níveis de células produtoras de IL-17, o que permite esta bactéria se associar
intimamente ao epitélio intestinal. Dessa forma, o artigo vem refutar o
conceito
de
ignorância
imunológica
que
se
baseia
na
teoria
da
compartimentalização das bactérias nas camadas mucosas mais externas do
epitélio intestinal, uma vez que foi, então, demonstrado que a bactéria
comensal B. fragilis esta associada ao epitélio. Além disso, o artigo traz uma
nova classe de ligantes de Toll denominada SAMPs (symbiont-associated
molecular patterns), que orquestram a resposta imune para ativamente
promover a tolerância imunológica às bactérias simbiônticas.
Referências:
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