Informe da Atenção n°13 - BVS MS

Propaganda
“VACINE-SE HOJE PARA PROTEGER O FILHO QUE VOCÊ VAI TER UM DIA”
A importância da rubéola como problema de
saúde pública
A rubéola, na época pré-vacinal, era uma
das principais doenças exantemáticas na infância, causada pelo vírus pertencente ao gênero
Rubivirus, da família Togaviridae. Reconhecida
desde meados do século XVIII, era considerada
doença benigna da infância, juntamente com o
sarampo, varicela e escarlatina. Em 1941 o oftalmologista Norman McAlister Gregg descobriu
sua teratogenicidade após examinar crianças
com catarata congênita de mães que relatavam
história de rubéola no início da gravidez. Apenas na década de 60, após a pandemia de rubéola que ocorreu na Europa e Estados Unidos
(de 1963 a 1965), confirmou-se efetivamente
que a rubéola, contraída durante o primeiro trimestre de gestação, representa alto risco de
dano ao feto. Sabe-se que 90% das crianças
nascidas de mães infectadas durante as primeiras 11 semanas de gestação desenvolverão a
Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). Esta
taxa sofre redução de até 20% nos casos em
que a infecção ocorre nas primeiras 20 semanas gestacionais. O comportamento da rubéola
é endêmico nas regiões temperadas com um
pico de incidência maior durante a primavera,
variando de um local para outro. Nos países em
desenvolvimento e densamente povoados, a infecção é comum na infância e a taxa de
soronegatividade nos adultos jovens é baixa.
A SRC é uma doença grave, com elevado
custo psicossocial e um custo financeiro estimado de assistência médica de aproximadamen-
te 50.000 até 200.000 dólares. As malformações
congênitas mais freqüentes são surdez, cegueira (catarata e glaucoma), cardiopatias e retardo
mental. A detecção da SRC é complexa e deve
ser realizada no momento do nascimento, através de exames clínicos e laboratoriais. O diagnóstico torna-se mais difícil em crianças maiores em especial, acima de um ano de idade.
Considerando-se a gravidade desta doença foi desenvolvida uma vacina contra a rubéola,
cujo objetivo maior é a prevenção da SRC.
Epidemiologia da rubéola e da SRC no
Brasil
Em 1992, a implantação do Plano de Eliminação do Sarampo em âmbito nacional permitiu o conhecimento da magnitude da rubéola
como problema de saúde pública. Em 1996, a
rubéola pós-natal e a Síndrome da Rubéola Congênita foram incluídas, pelo Ministério da Saúde, na lista de doenças de notificação compulsória. Em 1993, registraram-se 2.286 casos da
doença, com um coeficiente de incidência de 1,5/
100.000 habitantes. Em 1997, essa incidência
aumentou para 20,6/100.000 habitantes, acompanhando a tendência da epidemia do sarampo. Em 1999/2000, a circulação do vírus da rubéola ocorreu em todo o país, com incidência
de 9,0/100.000 habitantes.
O gráfico 1 mostra que no período 19992000 foi observada uma mudança da incidência
de rubéola por faixa etária no Brasil. Até 1999,
com exceção dos menores de um ano, a maior
taxa registrada correspondeu às crianças de um
Gráfico 1 – Incidência da rubéola por faixa etária - Brasil, 1997-2000
Fonte: CGPNI/Cenepi/Funasa
a nove anos (15/100.000), seguida pelas crianças de dez a quatorze anos. De 1999 a 2000, a
incidência na faixa etária de 15 a 29 anos aumentou de 7,0/100.000 habitantes para 13/
100.000 habitantes, representando índice maior
que o observado nas crianças de 5 a 14 anos.
Essa modificação do padrão epidemiológico da
rubéola relaciona-se com a implantação gradual da vacina tríplice viral no Brasil, entre 1992 e
2000 na maioria dos estados. A cobertura vacinal
de 95% alcançada na faixa etária de 1 a 11 anos
com a implantação da vacina tríplice/dupla viral
deslocou a transmissão do vírus para a faixa
etária de adultos jovens.
O aumento na incidência de casos da
Síndrome da Rubéola Congênita (gráfico 2)
deve-se, em parte, à melhor atuação da vigilância no período. Entre 1997 e 2001, foram notificados 876 casos suspeitos de SRC. Destes, 132
foram confirmados no mesmo período. O número
de casos confirmados da Síndrome da Rubéola
Congênita aumentou de 38, em 1999, para 78,
em 2000. Pela subnotificação da doença em nosso país, esses números provavelmente representam uma pequena parcela da realidade.
num país com as dimensões continentais e
populacionais como o nosso, haja vista as experiências adquiridas com campanhas, inclusive para adultos (como a do idoso), , estratégia
essa recomendada para o plano em pauta.
Com o objetivo de prevenir a Síndrome da
Rubéola Congênita, a Coordenação Geral do
Programa Nacional de Imunização - CGPNI, com
a adesão de todos os parceiros, tem a pretensão de alcançar coberturas superiores a 95%,
de forma homogênea, em todas as localidades,
vacinando mulheres de 12 a 39 anos, segundo
as faixas etárias indicadas para os 13 estados
(SP, ES, PB, PE, SE, RJ, MG, GO, AM, AL, MA,
RO, AC) no período de 5 a 17 de novembro
próximo. Os outros estados da federação estarão realizando a campanha no ano de 2002.
Para a tranqüilidade e segurança das mulheres nesta faixa etária, até o presente momento
não foi documentado nenhum caso de rubéola
congênita em filhos de mulheres grávidas susceptíveis que receberam a vacina com a cepa
RA/27/3; no entanto, caso a mulher venha a
engravidar, este fato deve ser notificado no serviço de saúde onde ela vai fazer o pré-natal
para que a mesma seja acompanhada de acorJustificativa
do com as instruções contidas no protocolo de
acompanhamento das mulheres grávidas vaciA análise destes dados, que identificou nadas inadvertidamente, disponível nos postos
uma modificação do padrão epidemiológico, con- de saúde.
firma o aumento da ocorrência da Síndrome da
Profissional de saúde, sua participação é
Rubéola Congênita (SRC). Ante tal constatação, de fundamental importância para o êxito dessa
fez-se necessária uma tomada de decisão que estratégia que constitui mais um marco na hisresultou no plano que definiu a estratégia de va- tória da saúde pública brasileira.
cinar a população
Para inforGráfico 2 – Número de casos suspeitos e confirmados de
feminina acima de
mações comSíndrome de Rubéola Congênita Brasil, 1997-2001*
12 anos, no períoplementares,
do de 2001 a 2003.
contacte os
Prevenir e
coordenadocontrolar a Sínres estaduais
drome da Rubéola
e/ou municiCongênita (SRC)
pais do setor
no Brasil é uma
de imunizadecisão técnicoções onde
política, possível
você atua.
* refere Jan-Mar/2001
de ser realizada
Fonte: CGPNI/Cenepi/Funasa
com êxito, mesmo
Informação adicional
Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações
Telefone: (061) 226-7738 - 314-6414 - Fax: (061) 322-1548 - e-mail: [email protected]
Informe da Atenção Básica
É uma publicação da Coordenação
de Investigação do Departamento
de Atenção Básica da Secretaria de
Políticas de Saúde do Ministério da Saúde
Coordenação
(61) 315-2185 / 315-2391
Fax: (61) 226-4340
E-mail:
[email protected]
Download