Diretrizes SBD 2014-2015 Diabetes e drogas antipsicóticas Doenças psiquiátricas Os distúrbios emocionais e orgânicos nos pacientes com doenças psiquiátricas, tanto individualmente quanto no seu núcleo social, são enormes, podendo ser incapacitantes, além de estarem ligados a custos psicológicos, sociais e econômicos. As doenças psiquiátricas apresentam uma frequência importante e devem ser tratadas, geralmente, por toda a vida. Na população dos Estados Unidos, encontra-se incidência pronunciada de várias doenças psiquiátricas, como esquizofrenia (1%), transtornos bipolares (2%) e depressão maior (8%) (B).1 Quando analisadas as causas de morte desses pacientes, nota-se que, embora suicídio e acidentes representem 28% e 12%, respectivamente, cerca de 60% delas decorrem de causas orgânicas, em que os distúrbios cardiovasculares são os fatores mais importantes (B).2 Há mais de uma década, trabalhos já chamavam a atenção para uma associação entre esquizofrenia e diabetes mellitus tipo 2 (DM2), independentemente de fármacos, com relato inclusive da pouca probabilidade da interferência do tratamento medicamentoso (B).3 Os trabalhos mais consistentes relatam que os pacientes com esquizofrenia e distúrbios afetivos apresentam 1,5 a 2 vezes maior prevalência de diabetes e obesidade do que a população 290 geral (B).4 Estudos menores associam essas condições também a outros distúrbios psiquiátricos. Enger et al. (B)4 recentemente publicaram dados mostrando incidência de 34% de síndrome metabólica em pacientes esquizofrênicos, portanto, superior ao encontrado na população geral. Chamaram a atenção também para o alto índice de tabagismo nesses pacientes, fator que, mesmo isoladamente, é muito importante na gênese dos problemas cardiovasculares. Além disso, encontraram aumento na fre­ quência de arritmias (cerca de 60%), de infarto agudo do miocárdio (IAM) (100%) e de morte (50%), demonstrando alta morbimortalidade quando ocorre a associação desses eventos patológicos. Interação etiológica Desde 1960 já se dava atenção à interação gene-ambiente e sua relação com diabetes (B)5 quanto à hipótese do thriftygenotype, ou seja, genes responsáveis por criar uma economia energética em situações de privação alimentar crônica, muito frequente na Pré-história, com a finalidade da sobrevivência. Certas populações com genes poderiam ativar este mecanismo, diminuindo com isso o metabolismo basal, com consequente aumento das gorduras visceral e total. Devido ao aumento atual da oferta alimentar, cria-se, portanto, um ambiente propício para o desenvolvimento da síndrome metabólica (B).6,8 De maneira concomitante, há descrição de dezenas de genes criando alterações em diversos níveis do metabolismo, com ações específicas ou por meio de interação entre eles, ocupando, desse modo, papel fundamental na etiologia e progressão da síndrome metabólica (B).7 Recentemente, foi sugerido que a manifestação de sintomas psicóticos seria em razão de uma interação de fatores genéticos e ambientais, havendo grande número de genes de suscetibilidade que, de modo individual, causaria apenas efeitos menores, mas, quando combinados, as suas ações levariam à interação com fatores ambientais, induzindo à psicose. Entretanto, esses genes ainda não foram identificados (B).9,10 Ainda não se pode afastar a hipótese de que os genes dos componentes da síndrome metabólica e das doenças psiquiátricas tenham uma identidade comum ou mesmo interferência nas suas ações (B).8 Quanto à participação de fatores ambientais, inúmeras publicações vêm demonstrando que o estresse causa influência direta no eixo hi­potálamo -hipófise-adrenal, levando à produção aumentada de cortisol e hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), além de ativação do sistema simpatoadrenal, com aumento de catecolaminas e ati- 2014-2015 vação do sistema renina-angiotensina (B).11,13 Thakore et al. (C)14 encontraram que, em uma população de pacientes portadores de esquizofrenia, os níveis de cortisol plasmático estavam aumentados em cerca de 90% e de gordura visceral, 250%. A hipótese do desenvolvimento da esquizofrenia pelo binômio estresse-vulnerabilidade (indivíduo geneticamente propenso, ao ultrapassar o seu limiar de tolerância ao estresse, poderá desenvolver esquizofrenia), além do conhecimento de que o estresse, com fre­ quência, precede a doen­ça e exacerba os sintomas da esquizofrenia, mostra, mais uma vez, a inter-relação da síndrome metabólica com a esquizofrenia. Além disso, dados da literatura direcionam para o fato de que o paciente com distúrbios psiquiá­ tricos, em especial a esquizofrenia, apresenta, já ao diagnóstico, maior incidência de DM2 e sobrepeso/obesidade (B).23 Antipsicóticos Embora a esquizofrenia não seja uma doença curável, em muitos casos os sintomas e a evolução da doença podem ser bem controlados. Entretanto, o sucesso do tratamento com medicamentos antipsicóticos está intimamente relacionado com o percentual da resposta ao medicamento e à adesão. Os efeitos colaterais, bem como a falta de entendimento da doença e da necessidade do uso da medicação, poderão comprometer a devida utilização desses fármacos (B).15 Os sintomas das psicoses são divididos em dois grandes grupos: • Positivos: alucinações, delírios etc. • Negativos: isolamento, apatia, afetividade, diminuição de fatores cognitivos, entre outros. Antipsicóticos de primeira geração Nos anos 1950, surgiu o primeiro anti­ psicótico (clorpromazina). A partir de então surgiram vários outros, sem importantes variações no mecanismo de ação ou eficiência terapêutica (B).16 São chamados de antipsicóticos de primeira geração, convencionais ou típicos. Hoje ainda são encontrados vários componentes desse grupo, como: perfenazina, flufenazina, trifluoperidol, trifluoperazina, haloperidol, pimozida, tiotixeno, loxapina e penfluridol, entre outros. O mecanismo de ação desses fármacos dá-se pelo antagonismo dos receptores (D2) dopaminérgicos, apresentando alta afinidade e levando, com esta ação, à importante melhora nos sintomas positivos (B).18 Esse fato corrobora a hipótese dopaminérgica (mudanças na transmissão dopaminérgica no cérebro seriam responsáveis pela esquizofrenia) (B).17 Infelizmente, os antipsicóticos típicos não têm ação em cerca de 30% dos pacientes, a sua ação nos sintomas negativos é mínima e podem causar efeitos colaterais extrapiramidais importantes, como discinesia, acatisia, distonia e parkinsonismo, bem como hiperprolactinemia, quando utilizados em dose efetiva. Estes efeitos colaterais levam ao desenvolvimento de estigmas, angústia e intolerância, ocorrendo, como consequência, uma diminuição na adesão ao tratamento (B).19 É importante, porém, salientar que são drogas de baixo custo econômico. Antipsicóticos de segunda geração O novo avanço importante no arsenal terapêutico das doenças psicóticas ocorreu com o aparecimento dos Diretrizes SBD antipsicóticos de segunda geração ou atípicos. A primeira substância foi a clozapina, nos anos 1980 na Europa e nos anos 1990 nos Estados Unidos. A partir dos anos 1990 surgiram outras, como olanzapina, amisulpirida, risperidona, quetiapina, ziprasidona e zotepina. Diferentes dos antipsicóticos convencionais, estes variam quanto à eficácia, formulação, bioquímica e ao perfil de efeitos colaterais. A clozapina, mesmo sendo a mais efetiva, é indicada somente quando outras medicações falham ou em pacientes com alto risco para suicídio, uma vez que apresenta risco importante para o desenvolvimento de agranulocitose. Essas drogas apresentam em comum, como novidade, uma forte ação de antagonismo nos receptores serotoninérgicos 5-HT2a, sendo esta ação responsável pelo aparecimento de efeitos benéficos nos sintomas negativos, como importante diminuição nos efeitos colaterais extrapiramidais (B),20 mantendo, embora com menor intensidade, o antagonismo aos receptores D2 dopaminérgicos (B).17 Por serem mais bem tolerados e mais efetivos, passaram a ser, portanto, drogas de primeira linha para os que necessitam deste tipo de medicação. Em geral, os candidatos ao uso de antipsicóticos são pacientes com transtorno do espectro de esquizofrenia, transtorno bipolar, demência, depressão psicótica, autismo e distúrbios relacionados com o desenvolvimento (B).1 Embora tenham causado avanço considerável na qualidade de vida dos pacientes, surgiram várias publicações mostrando a associação dos antipsicóticos atípicos a uma série de eventos indesejados, como aumento de incidência de DM2 e de doença cardiovascular (DCV), sonolência, ganho de peso e dislipidemia (B).22,23 Esses fatores causam, por conseguinte, diminuição da 291 Diretrizes SBD 2014-2015 adesão ao tratamento (B).24 Estes efeitos colaterais são bem mais frequentes nos pacientes em uso de clozapina e olanzapina, menores naqueles utilizando risperidona e quetiapina e praticamente ausentes quando do uso de ziprasidona e aripiprazol.25 Quanto ao diabetes e sua correlação com o uso de antipsicóticos, a literatura apresenta várias evidências (B).1,23 O uso desse grupo de drogas, além da possibilidade de causar o aparecimento do diabetes, pode agravar o controle glicêmico naqueles já previamente diagnosticados. Estas ações podem surgir com poucas semanas de uso da medicação, entretanto podem ceder com a retirada da droga. Quanto ao mecanismo fisiopatológico para essa complicação, que não é totalmente conhecido, existem suposições sobre a elevação da resistência à insulina causada por aumento de peso e alteração na distribuição da gordura corporal ou mesmo por ação direta nos tecidos sensíveis à insulina (B).1,21 Antipsicóticos mais recentes (B)26,27 Existem antipsicóticos mais novos, como o aripiprazol, liberado pela Food and Drug Administration (FDA) em novembro de 2003. Ele apresenta mecanismos de ação diferentes dos antipsicóticos de segunda geração anteriores devido a: a) Diferente ação nos receptores D2 dopaminérgicos: enquanto os outros antipsicóticos (primeira e segunda gerações) apresentam antagonismo, o aripiprazol é um agonista parcial dos receptores D2 dopaminérgicos (B).27 Um agonista parcial age como estabilizador de sistema neurotransmissor, deslocando a dopamina dos seus receptores quando os níveis desta estão altos 292 (hiperatividade), passando a estimular com menor intensidade. Além disso, quando os níveis de dopamina estão baixos (hipoatividade), eles estimulam os receptores que estão pouco estimulados ou mesmo sem estimulação. Existe a hipótese de que, nos pacientes com esquizofrenia, os níveis de dopamina estejam elevados em determinados sistemas (mesolímbico), normais em alguns (nigroestriatal) e baixos em outros (mesocortical). Quando administrada uma droga que é antagonista, ela terá, devido à diminuição do estímulo em todos os sistemas, uma ação desejada apenas nos sistemas com alto nível dopaminérgico. Entretanto, nos outros sistemas, poderá causar efeitos indesejáveis, como distúrbios de movimento, hiperprolactinemia e até piora dos sintomas negativos. Portanto, espera-se que um agonista parcial dos receptores D2 estabilize o sistema dopaminérgico. Em modelos animais de esquizofrenia, simulando hiperatividade dopaminérgica, o aripiprazol atuou como antagonista e, nos mesmos modelos, quando simulando hipo­atividade, atuou como agonista (B).28 Demonstrou-se que o sistema dopaminérgico tem ação de agonista parcial. b) Ações nos receptores serotoninérgicos: • Receptores 5-HT2a: o aripiprazol apresenta a mesma ação dos antipsicóticos de segunda geração, ou seja, antagonismo levando à diminuição dos sintomas negativos e dos efeitos colaterais extrapiramidais (B).29 • Receptores 5-HT1a: o aripiprazol apresenta atividade agonista parcial e pode, com esta ação, diminuir atividade ansiolítica e promover melhora na depressão, cognição, sintomas negativos e extrapiramidais nos esquizofrênicos (B).30 Quando se observam os eventos adversos relacionados com cada grupo de drogas, os resultados são diferentes. Por exemplo: quando se correlaciona o uso de antipsicóticos atípicos com o aparecimento dos componentes da síndrome metabólica, a frequência é significativamente diferente do que é visto com o uso do aripiprazol. Isso pode ser observado quanto ao comportamento do peso e ao surgimento da dislipidemia, bem como aparecimento e comprometimento do DM2, conforme Quadro 1 (B). 1,26 Quadro 1 Antipsicóticos atípicos e anormalidades metabólicas (B)1 Droga Ano Peso Risco DM Dislipidemia Clozapina 1989 +++ + + Olanzapina 1996 +++ + + Risperidona 1993 ++ 0 0 Quetiapina 1997 ++ 0 0 Ziprasidona 2001 + – – Aripiprazol 2002 + – – (+) Efeito de aumento (–) Sem efeito (0) Resultados discrepantes 2014-2015 Inter-relação do diabetes com os antipsicóticos Estudos têm identificado uma associação entre o uso de alguns antipsicóticos, sobretudo a olanzapina e a clozapina, com o aparecimento de eventos metabólicos adversos, como hiperglicemia, dislipidemia, resistência à insulina e DM2. Entretanto, estes eventos adversos não foram encontrados quando do uso de aripiprazol, ziprasidona e amilsulprida (B).21 Estudo comparando o uso do aripiprazol versus placebo encontrou discreto aumento da glicemia de jejum em ambos os grupos, sendo esse incremento menor naqueles em uso de aripiprazol. Neste mesmo estudo, quando o alvo foi a hemoglobina glicada (HbA1c), houve redução em ambos os grupos (B).31 Devido à importante associação dos antipsicóticos atípicos com os componentes da síndrome metabólica, foi desenvolvido um consenso acerca da relação entre drogas antipsicóticas e diabetes (B).1 Da discussão saíram recomendações e comentários como: Avaliação do risco-benefício: apesar dos efeitos adversos citados, vários fatores devem ser valorizados, como natureza da condição psiquiátrica do paciente, metas, histórico da droga, adesão, efetividade da medicação, comorbidades, custo etc. Porém os riscos das implicações clínicas dos componentes da síndrome metabólica devem também influenciar a escolha da droga. Monitoramento, se possível antes da prescrição dos antipsicóticos atípicos, determinando altura e peso, calculando o índice de massa corporal (IMC), medindo a circunferência da cintura e a pressão arterial, além de dosar a glicemia de jejum e o perfil lipídico. Em seguida, devem-se monitorar estes dados periodicamente (Quadro 2). Os profissionais de saúde, os pacientes, os membros da família e os cuidadores devem ter conhecimento da sintomatologia do diabetes. Se quaisquer destes itens vierem a ter alterações, deve-se iniciar tratamento adequado com um especialista. Para pacientes que desenvolvam agravamento na glicemia ou dislipidemia durante a terapia, recomendase trocar o antipsicótico por outro que não esteja associado a ganho de peso ou diabetes. O consenso salienta também que muitos dos trabalhos relacionados com os antipsicóticos ainda apresentam as mais variadas limitações, devendo no futuro surgirem mais estudos enfocando tópicos mais específicos. Em 2007, foi criado o Consenso Brasileiro sobre Antipsicóticos de Segunda Geração e Distúrbios Metabó- Diretrizes SBD licos,32 tendo participado deste trabalho representantes de várias entidades (Programa Escola-Ciência [PROESC], Programa de Esquizofrenia [PRODESQ], Projeto Esquizofrenia [PROJESQ], Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica [ABESO], Sociedade Brasileira de Diabetes [SBD] e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia [SBEM]) e aceito como modo de monitoramento a tabela anterior, com a modificação de que o perfil lipídico seja anual. Neste consenso, os autores relatam que a associação de diabetes e transtornos mentais já é conhecida desde o século XIX, ocorrendo duas a três vezes mais na população com esquizofrenia do que na normal, assim como a associação de antipsicóticos de segunda geração a ganho de peso e alteração no metabolismo da glicose e dos lipídios. Antipsicóticos em gestantes e crianças Estudos recentes vêm chamando atenção quanto aos efeitos dos antipsicóticos em mulheres grávidas, assim como em crianças e adolescentes. Boden R et al. recentemente mostraram, em um estudo de base populacional, maior taxa de risco para o diabe- Quadro 2 Monitoramento Basal Quatro semanas Oito semanas 12 semanas Três meses Anual Histórico pessoal familiar X Peso (IMC) X Circunferência da cintura X Pressão arterial X X X Glicemia de jejum X X X Perfil lipídico X X A cada 5 anos X X X X X X X Observação: avaliações mais frequentes podem ser justificadas com base no estudo clínico. 293 Diretrizes SBD 2014-2015 tes gestacional entre as mulheres usuárias de antipsicóticos associados com o aumento da circunferência do crânio (macrocefalia). É sabido que crianças expostas aos antipsicóticos têm um risco duplicado de ser pequeno para a idade gestacional, independente do grupo de tratamento (B)33. Em 2011, foi publicado o primeiro estudo retrospectivo avaliando os efeitos metabólicos dos antipsicóticos em crianças e adolescentes de 5 a 18 anos de idade. Os resultados revelaram um aumento de quatro vezes na taxa de incidência para o diabetes assim como de testes de glicose alterados no primeiro ano após a iniciação da terapia com antipsicóticos, mostrando, assim, que o risco em crianças pode ser tão alto ou maior do que em adultos (B).34 Conclusão Estudos atuais chamam a atenção para os grandes benefícios que os antipsicóticos atípicos oferecem para de­terminados grupos de pacientes com distúrbios psiquiátricos. Entretanto, even­tos adversos como ganho ponderal, apare- cimento de dislipidemia e DM2 podem estar presentes quando do uso de determinados fármacos desse grupo de drogas. Nesse contexto, a prescrição de um antipsicótico deve valorizar, tanto no início quanto durante o acompanhamento do paciente, esta importante relação. 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Quadro 3 Recomendações e conclusões finais Recomendação ou conclusão Grau de recomendação Frequência importante das doenças psiquiátricas B A associação de diabetes e excesso de peso a distúrbio bipolar e esquizofrenia é quase o dobro da população geral B Interação etiológica com fatores genéticos e eixo hipotálamohipófise-adrenal B Os antipsicóticos apresentam grupos diferentes com ações diversas entre eles e no metabolismo B Consensos recentes sugerem monitoramento no tratamento dessas doenças psiquiátricas A (A) Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência; (B) Estudos experimentais e observacionais de menor consistência; (C) Relatos de casos – estudos não controlados; (D) Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consenso, estudos fisiológicos ou modelos animais. 294 5. Neel J.V. Diabetes mellitus: A thrifty genotype rendered detrimental by progress? Am J Hum Genet. 1963; 14:353-62. 6. Neel JV. The thrifty genotype revi­ sited. 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