Relato de Caso – Síndrome Miller Fisher Miller Fisher Syndrome – A Case Report Pedro Henrique Favero Cetolin -­‐ Universidade do Planalto Catarinense, Lages (SC), Brasil; Bianca Lopes Omizzolo – Universidade do Planalto Catarinense, Lages (SC), Brasil; Renata Lahis Cavalcante de Albuquerque e Silva -­‐ Universidade do Planalto Catarinense, Lages (SC), Brasil; Carlos Alan Foderatti Machado – Hospital regional Terezinha Gaio Basso, São Miguel do Oeste (SC), Brasil. A SMF é uma enfermidade aguda paralítica autoimune desmielinizante, com acometimento de nervos periféricos e cranianos. Este fenômeno ocorre por mimetismo celular contra antígenos presentes nas bainhas de mielina (GQ1b, GD3, GT1a) dos respectivos nervos provocando assim, degradação e permitindo a instalação da tríade clássica descrita em 1956 por Fisher, composta por oftalmoplegia, ataxia e arreflexia. Diversas variações já foram descritas, incluindo sintomas de disbasia, atasia e ataxia de tronco. A sintomatologia torna-se mais evidente entre a 1ª e a 2ª semana após um episódio de infecção respiratória ou digestiva, relacionadas com bactérias e vírus. Afeta principalmente pacientes entre 13 e 78 anos, sendo mais comum aos 40 anos e prevalente no sexo masculino. Objetivo: Relatar e discutir sobre a síndrome de Miller Fisher. Método e resultados: Paciente, 64 anos, sexo feminino, oriunda de município ao hospital de referência por quadro de pneumonia associada a fraqueza muscular e vertigens. Os exames iniciais não demostraram alteração neurológica significativa, sendo então internada para elucidação diagnóstica. No 1º dia observou-se paralisia ocular, tendo evoluído no 3º dia de internação para paralisia da musculatura extrínseca ocular bilateral, alteração de marcha e equilíbrio e arreflexia, desenvolvendo, nesse momento, a tríade clássica da SMF. Iniciou o tratamento no 5º dia de internação com Imunoglobulina humana na dose de 6g/dia. A partir do 4º dia de uso da medicação, observamos melhora dos sintomas, com alta hospitalar após 2 dias. Em acompanhamento no ambulatório observou-se remissão dos sintomas. Conclusão: A síndrome de Miller Fisher (SMF) é uma variante da síndrome de Guillain-Barré (SGB), encontrada em aproximadamente 5% dos pacientes com SGB. Apesar do mecanismo patológico não ser totalmente compreendido a SMF é frequentemente precedida de uma infecção respiratória. Os principais diagnósticos diferenciais incluem: encefalite de Bickerstaff, síndrome de Guillain-Barré, hipertensão craniana idiopática e doenças vasculares. O diagnóstico deveria incluir pesquisa de anticorpos séricos, ressonância magnética e ENMG, porém devido ao seu custo nem sempre isto é possível. O tratamento inclui uso de imunoglobulina, plasmaférese e de suporte. Apesar de haver casos de complicações como insuficiência respiratória, a SMF geralmente é autolimitada e os doentes recuperam dentro de meses.