Seja bem Vindo! Curso Educação Alimentar CursosOnlineSP.com.br Carga horária: 55 hs Conteúdo Introdução Pág. 07 Importância da Alimentação na Sociedade .......................................................... Pág. 10 A Água ................................................................................................................. Pág. 12 Conceitos Básicos ................................................................................................ Pág. 14 Alimentos Funcionais ........................................................................................... Pág. 16 Biodisponibilidade ................................................................................................ Pág. 18 Benefícios de outros Alimentos ............................................................................ Pág. 19 Pirâmide Alimentar ............................................................................................... Pág. 22 Recomendações como Reforço ........................................................................... Pág. 24 O Cardápio ........................................................................................................... Pág. 25 Plano Alimentar - Fundamentos ........................................................................... Pág. 27 Regras para Elaboração do Plano Alimentar ....................................................... Pág. 33 Leis da Alimentação ............................................................................................. Pág. 34 Introdução à Dietoterapia ..................................................................................... Pág. 35 Cuidade com a Escolha dos Alimentos ................................................................ Pág. 38 Diet X Light........................................................................................................... Pág. 39 Educação Alimentar ............................................................................................. Pág. 41 Programa de Comunicação e Reeducação Alimentar - PCRA ............................ Pág. 43 Attividades Extras para o Profissional de Nutrição ............................................... Pág. 45 Alimentos Orgânicos ............................................................................................ Pág. 46 Educação Nutricional ........................................................................................... Pág. 48 Aleitamento Materno ............................................................................................ Pág. 52 Sistema Alimentar ................................................................................................ Pág. 54 Bebidas Alcoólicas ............................................................................................... Pág. 56 Nutrição para Terceira Idade................................................................................ Pág. 57 Cuidados ao Elaborar um Plano Alimentar .......................................................... Pág. 59 Cuidados com a Alimentação no Diabetes........................................................... Pág. 62 Exemplos de um Regime Alimentar Saudável ..................................................... Pág. 63 Entrevista – Alimentação Balanceada (Adaptado da Revista Boa Forma) .......... Pág. 64 EDUCAÇÃO ALIMENTAR – INTRODUÇÃO As ações de Educação Alimentar e Nutricional buscam promover a segurança alimentar e nutricional, por meio de ações educativas que levem à práticas alimentares mais adequadas, permitindo às pessoas selecionar e consumir alimentos saudáveis e nutritivos, valorizando a diversidade dos produtos regionais e as vantagens de se aproveitar os alimentos integralmente, reduzindo o desperdício. Com isso, procura-se também, resgatar tradições alimentares e sensibilizar a população para o direito a uma alimentação adequada e saudável, em todas as fases do ciclo da vida. Neste sentido, as estratégias educativas incentivadas visam à autonomia do indivíduo e a mobilização social, o respeito e a valorização das especificidades culturais. A educação alimentar abrange muito mais do que o simples controle do que será ingerido. A compulsão por comida, muitas vezes, pode estar atrelada a problemas emocionais, que deverão ser diagnosticados e tratados. A educação alimentar não é regime, é, na verdade, um resgate do verdadeiro sentido da alimentação que é nutrir. É um processo de aprendizagem, exercido através de orientações nutricionais específicas, onde se conhece e incorporam-se hábitos alimentares saudáveis. Por se tratar de um processo de aprendizagem, o indivíduo no final do tratamento, torna-se apto a escolher corretamente os alimentos de sua dieta. Ela é aplicada às pessoas que possuem hábitos alimentares inadequados, não tendo, assim, caráter preventivo,mas educativo. A importância deste método é formar indivíduos capazes de entender o que é uma alimentação saudável, tornando-se, assim, independentes de fórmulas de emagrecimento e dietas rigorosas. NOÇÕES BÁSICAS Os alimentos necessários à nossa sobrevivência são de origem: animal, vegetal e mineral. ORIGEM ANIMAL Leite, ovos e carnes (boi, porco, aves e peixes). 7 ORIGEM VEGETAL As mais diversas plantas, desde a semente até os frutos: arroz, feijão, milho, mandioca, batata, cenoura, alface, tomate, laranja, banana, mamão, abacate, etc. ORIGEM MINERAL Água, sal, cálcio e ferro. CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS CONSTRUTORES Pertencem a este grupo os alimentos ricos em proteínas, como leite, queijo, ovos, carne, frango e peixe (origem animal), além da soja, ervilha, lentilha e feijão (origem vegetal). As proteínas são compostos que constituem o principal componente dos organismos vivos. Elas são fundamentais para o crescimento e, se o nosso corpo fosse uma casa, poderíamos comparar as proteínas aos tijolos que usamos na construção. ENERGÉTICOS Estão nesta categoria: arroz, milho, macarrão, pão, batata, mandioca, farinhas, açúcares, bolos e mel, ou seja, alimentos que contém carboidratos, compostos orgânicos que nos dão energia . Existem, também, os alimentos superenergéticos, que possuem grande quantidade de gordura e açúcar e, por isso, devem ser consumidos com moderação. São eles: manteiga, margarina, creme de leite, óleos, bolos confeitados, sorvetes cremosos, chocolates, refrigerantes, balas, chicletes, e salgadinhos. Os alimentos energéticos podem ser comparados com a energia elétrica de uma casa, que faz funcionar lâmpadas e aparelhos eletrônicos. REGULADORES Formados por vitaminas, fibras, minerais e água, os alimentos desta categoria hidratam o corpo, deixando os cabelos brilhantes, unhas fortes e pele macia. São encontrados em legumes, verduras e frutas. 8 As fibras ajudam na digestão, facilitando o movimento dos alimentos no aparelho digestivo e no bom funcionamento do intestino. Os alimentos reguladores podem ser comparados ao cimento, que une os tijolos da casa, porque contribuem para que haja uma relação de equilíbrio entre os alimentos e o nosso organismo. ATENÇÃOO consumo de guloseimas, como doces e salgadinhos, não é proibido, desde que sem exagero e, portanto, muita atenção às seguintes recomendações: As pessoas nunca devem substituir as refeições por guloseimas; É preciso escovar muito bem os dentes após comer alimentos com muito açúcar; As guloseimas não fornecem todos os nutrientes que o organismo necessita. Ao contrário, são ricas em energia e pobres em nutrientes muito importantes, como vitaminas e minerais. A ALIMENTAÇÃO IDEAL Uma alimentação equilibrada é composta de alimentos que fazem parte de cada um desses grupos: construtores, energéticos e reguladores. A pirâmide alimentar representa todos esses grupos e serve como guia para nos auxiliar na escolha do que vamos consumir. Devemos comer em maior quantidade os alimentos que estão na base da pirâmide e em menor quantidade os que ficam no topo. PIRÂMIDE ALIMENTAR 9 IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO NA SOCIEDADE INFLUÊNCIAS NA ALIMENTAÇÃO Cultural; Comunicacional; Religiosa; Econômico-social; Climática; Geográfica(regionais); Psicológica. O HÁBITO ALIMENTAR ESTÁ RELACIONADO A DOIS FATORES Capacidade de aquisição para a alimentação; Educação alimentar. 10 A ÁGUA Uma pesquisa feita por cientistas dos Estados Unidos, afirma que beber água antes das refeições ajuda as pessoas a perderem peso. Cientistas do Estado americano da Virgínia, afirmam que pessoas que estão em dieta podem perder cerca de 2kg a mais se elas beberem pelo menos dois ou três copos por dia, antes das refeições. A pesquisa foi apresentada em um congresso nacional da Sociedade Americana de Química, em Boston. Todos os adultos que participaram da pesquisa tinham entre 55 e 75 anos de idade. A teoria dos cientistas foi testada em 48 adultos, divididos em dois grupos, ao longo de 12 semanas. Ambos os grupos seguiram dietas de baixa caloria, mas um deles bebeu água antes das refeições. Ao longo de 12 semanas, as pessoas que beberam água perderam cerca de 7kg, enquanto os demais perderam em média 5kg. Um estudo anterior já havia mostrado que pessoas que bebem até dois copos de água antes de cada refeição ingerem de 75 a 90 calorias a menos. ATENÇÃO Todos conhecemos a mensagem: “A ÁGUA É ESSENCIAL À VIDA.” 11 Na verdade, além de ser o componente maioritário do corpo humano, a água é, ainda, o meio por onde se processam todas as reações do nosso organismo: Transporta nutrientes; Regula a pressão sanguínea; Participa no controlo da temperatura; Mantém o equilíbrio dos ácidos; Ajuda, também, a eliminar as impurezas; Auxilia no processo da digestão. O fato de estarmos sempre a perder água quer através da urina, do suor ou da respiração, explica porque é importante repor o equilíbrio hídrico e beber cerca de dois litros de água por dia, conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). SEMPRE TENHA ÁGUA POR PERTO... 1 – A saúde da sua pele é influenciada pelo consumo de água. Além de torná-la mais brilhante e flexível, impede o seu envelhecimento precoce; 2 – Beba sempre que possível! A sede é sinônimo de que o nosso organismo já está ligeiramente desidratado; 3 – Nos dias muito quentes beba mais água. A água fornece os elementos químicos essenciais ao equilibrado desenvolvimento e manutenção do organismo humano; 4- Atenção aos idosos e crianças: Estes dois grupos têm necessidades elevadas de água e esquecem-se com frequência de beber, ou porque não têm sede ou porque não gostam de água. Infusões de vários tipos e águas aromatizadas com teores reduzidos de calorias também podem ser uma opção para incentivar o consumo de água. 5 – Sabia que a desidratação potencializa problemas renais? Beber água regularmente, ao longo do dia, torna a sua urina menos concentrada, forçando menos os rins. A urina abundante permite diluir e liberar melhor as substâncias tóxicas que o organismo produz; 6 – A hidratação nas grávidas é essencial, já que a água fica retida no saco amniótico, essencial para a proteção do bebê. Um consumo insuficiente de água pode contribuir, entre outros fatores, para o parto prematuro. 7 – Pode-se e deve-se beber água com gás após as refeições. 12 As propriedades do bicarbonato facilitam e garantem uma digestão mais eficaz dos alimentos. 8 – No trabalho, tenha sempre uma garrafa de água por perto. Todos os momentos são bons para repor os líquidos, em especial se o trabalho possui ar-condicionado, que ajuda a secar o ambiente e contribui para a desidratação do seu organismo. 9 – Se tem fome… beba um copo de água. Muitas vezes essa impressão não passa de uma sensação de sede. Por outro lado, quando decidir comer, coma menos alimentos, já que o estômago já ingeriu líquidos. 10 – Beba água antes, durante ao final da atividade física. Ao final, prefira águas mais mineralizadas e com gás natural. Por serem mais ricas em sais minerais, podem ajudar na absorção mais rápida e o seu bicarbonato ajuda na recuperação do esforço físico. VANTAGENS Melhora a função renal; Diminui a tendência para a formação de cálculos renais; Melhora o funcionamento intestinal. FALTA DE ÁGUA Má irrigação, e o oxigênio não chegam às células em quantidades suficientes; O funcionamento do cérebro, músculos e diversos órgãos ficam comprometidos; Fadiga e dificuldades circulatórias; Desidratação (lábios, boca e garganta secos, diminuição da produção de saliva e pele sem elasticidade). 13 CONCEITOS BÁSICOS 1. NUTRIENTES Substâncias químicas presentes nos alimentos, indispensáveis à saúde. Há nutrientes que incorporam ao organismo e outros que não incorporam Os nutrientes contidos nas substâncias alimentares são: Carboidratos; Lipídios; Proteínas; Minerais; Vitaminas; Água. Alguns autores consideram o oxigênio como nutriente Classificação dos nutrientes: a)Nutrientes que regulam os processos orgânicos: Água; Minerais; Fibras; Vitaminas; Proteínas. b) Nutrientes que constroem e reparam tecidos orgânicos: Proteínas; Minerais; Água. c) Nutrientes que fornecem calor e energia: Carboidratos; Lipídios; Proteínas. 14 2. DIETÉTICA É a ciência de alimentar corretamente pessoas e coletividades sadias. 3. CALORIAS São nutrientes energéticos , quando queimados (oxidados) nas células, fornecem a energia e o calor que necessitamos. È medido em quilocaloria (Kcal) Quilocaloria é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 quilo de água em 1º c Popularmente Caloria (cal) 4. NUTRIÇÃO É a combinação de processos alimentares. A nutrição compreende 3 fases: Fase da alimentação; Fase da digestão, da absorção e do metabolismo. Fase da excreção. FASE DA ALIMENTAÇÃO Compreende a escolha, a preparação e o consumo de alimentos. FASE DA DIGESTÃO Começa a partir da ingestão de alimentos, até o momento que o organismo utiliza seus componentes para manutenção e/ ou recuperação da saúde. FASE DA EXCREÇÃO Compreende a eliminação de parte dos componentes alimentares utilizados e não utilizados. 15 ALIMENTOS FUNCIONAIS Definição Alimento funcional é qualquer alimento, natural ou preparado, que contenha uma ou mais substâncias classificadas como nutrientes ou não nutrientes, capazes de atuar no metabolismo e na fisiologia humana, promovendo efeitos benéficos para a saúde, podendo retardar o estabelecimento de doenças crônico – degenerativas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os alimentos funcionais ou nutracêuticos são aqueles que colaboram para melhorar o metabolismo e prevenir problemas de saúde, ou, pelo menos, deveriam ser assim - os cientistas já reconhecem as propriedades funcionais de muitos desses alimentos, porém os estudos ainda não são conclusivos. “A ciência ainda não consegue determinar uma dieta diária de alimentos funcionais que atenda a todas as necessidades do organismo”, explica Valdemiro Sgarbieri, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Essas substâncias não são novidade, como às vezes prega a indústria de alimentos. As isoflavonas, por exemplo, compostos que ajudam na redução do colesterol ruim, fazem parte da alimentação humana desde que a soja foi descoberta pelos chineses, há mais de 5.000 anos. O que vem acontecendo, é um aprofundamento nos conhecimentos da natureza química das substâncias funcionais e das suas funções no organismo. Com isso, os laboratórios e a indústria alimentícia passaram a produzir, em larga escala, alimentos funcionais formulados ou “artificiais”, como leites fermentados, biscoitos vitaminados e cereais matinais ricos em fibras. Para chegarem ao mercado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária exige que o fabricante apresente provas científicas das propriedades funcionais alegadas na embalagem. OS ALIMENTOS FUNCIONAIS PODEM SER CLASSIFICADOS EM 3 GRUPOS Alimentos com propriedades imunológicas: podem melhorar o sistema imunológico, fazendo com que nosso organismo se defenda de microorganismos. Podemos encontrá-los nos vegetais, hortaliças, frutas, chás, trigo e peixes; 16 Alimentos com atividade antioxidante: protegem o nosso organismo da oxidação provocada pelos radicais livres. Auxiliam no combate a várias doenças como câncer, cardiopatias, catarata e diabetes. São ricos em Vitamina C, Zinco, Vitamina E, Betacaroteno. Podemos encontrá-los na cenoura, abóbora, brócolis, espinafre, tomate, entre outros; Alimentos ricos em ácidos graxos poli-insaturados Ômega-3, Ômega-6: podem prevenir doenças do coração, aumento das taxas de triglicerídeos e hipertensão arterial. Podemos encontrá-los nos peixes de água salgada e fria e, também, na semente de linhaça. EXEMPLOS DE COMPOSTOS PRESENTES NOS ALIMENTOS FUNCIONAIS COMPOSTOS AÇÕES NO ORGANISMO FONTES ALIMENTARES Antioxidante que diminui o risco Abóbora, cenoura, mamão, Betacaroteno de câncer e de doenças manga, damasco, cardiovasculares espinafre, couve Antioxidante relacionado à Licopeno diminuição do risco de câncer Tomate, melancia de próstata Redução do risco ao câncer de Frutas, legumes e verduras Fibras intestino e dos níveis de em geral e cereais colesterol sanguíneo integrais Redução dos níveis de Isoflavonas colesterol sanguíneo e do risco Soja, inhame de doenças cardiovasculares Redução dos níveis de Peixes de água fria, frutos Ácido graxo colesterol sanguíneo e do risco do mar e óleo de peixes Ômega 3 de doenças cardiovasculares Óleos vegetais como azeite, óleo de canola, Ácido graxo Efeito protetor para as doenças milho e girassol, nozes, Ômega-6 cardiovasculares soja e Gergelim. Ácido graxo Efeito protetor sobre cânceres monoAzeite de oliva de mama e próstata insaturado Próbióticos Ajudam no equilíbrio da flora intestinal e inibem o crescimento de microrganismos Iogurtes, leite fermentado patogênicos 17 BIODISPONIBILIDADE Biodisponibilidade é a quantidade em função da velocidade que um princípio ativo (nutriente) é absorvido e se torna disponível no organismo. E a fração de qualquer nutriente ingerido, que tem o potencial para suprir demandas fisiológicas em tecido alvo. Para efeito didático, utiliza-se o termo SLAMANGHI , constituído pelas iniciais, em inglês, de cada fator inferente na Biodisponibilidade de nutrientes. S= Species (especiação do nutriente); L= Linkage (ligações moleculares); A= Amount consumed in a meal (quantidade ingerida na ingestão); M= Matrix in wich nutrient is incorporated (matriz no qual o nutriente está incorporado); A= Attenuators of absorption and bioconversion (atenuantes da absorção e bioconversão); N= Nutrient status of the host (estado nutricional do indivíduo); G= Genetic factors (fatores genéticos); H= Host related factors (fatores relacionados ao hospedeiro); I= Interaction (interações). No Congresso de Biodisponibilidade em Interlaken (2001), foi acordado que os estudos devem considerar: (1) BIOCONVERSÃO; (2) BIOEFICÁCIA; (3) BIOEFICIÊNCIA. Sendo que: BIOCONVERSÃO: é a proporção do nutriente ingerido, que estará biodisponível, para conversão em sua forma biologicamente ativa; BIOEFICÁCIA: é a eficiência com a qual o nutriente ingerido é absorvido e convertido à forma ativa do nutriente; BIOEFICIÊNCIA: é a proporção da forma ativa convertida do nutriente, que atingirá o tecido alvo. 18 BENEFÍCIOS DE OUTROS ALIMENTOS 1. BETACAROTENO O que faz: ajuda a diminuir o risco de câncer; Como age: quando ingerimos gorduras e proteínas, o betacaroteno se converte em Vitamina A, protegendo as células do envelhecimento; Onde encontrar: abóbora, cenoura, mamão, manga, damasco, espinafre e couve. 2. ISOFLAVONAS O que fazem: atenuam os sintomas da menopausa; Como agem: por ter uma estrutura química semelhante ao estrógeno (hormônio feminino), alivia os efeitos de calor e cansaço da menopausa e da tensão pré-menstrual. 19 Onde encontrar: soja e seus derivados. 3. LICOPENO O que faz: está relacionado à diminuição do risco de câncer de próstata; Como age: evita e repara os danos dos radicais livres que alteram o DNA das células e desencadeiam o câncer; Onde encontrar: tomate e seus derivados, além de beterraba e pimentão. 4. ÔMEGA 3 O que faz: diminui o risco de doenças cardiovasculares; Como age: reduz os níveis de triglicerídeos e do colesterol total do sangue, sem acumulá-lo nos vaso sanguíneos do coração; 20 Onde encontrar: peixes de água fria, como salmão e truta, e óleo de peixes. 5. FLAVONÓIDES O que fazem: diminuem o risco de câncer e atuam como antiinflamatórios; Como agem: anulam a dioxina, substância altamente tóxica usada em agrotóxicos; Onde encontrar: suco natural de uva e vinho tinto, além de alimentos como café, chá verde, chocolate e própolis. 6. PROBIÓTICOS O que fazem: são microorganismos vivos que ajudam no equilíbrio da flora intestinal. Como agem: impedem que bactérias e outros microrganismos patogênicos se proliferem no intestino. 21 PIRÂMIDE ALIMENTAR PIRAMIDE ALIMENTAR É A... Representação gráfica dos alimentos, com o objetivo de promover a saúde e hábitos alimentares corretos. ANÁLISE DA PIRÂMIDE 1º. Nível - alimentos que formam a base da nossa alimentação: Cereais e feculentos e seus subprodutos; Ricos em carboidratos – vão compor de 50% a 60% do valor calórico da dieta; Recomenda-se a ingestão de 5 a 9 porções diárias. 2º. Nível - Alimentos que regulam as funções do nosso organismo e aumentam a resistência às doenças, por serem ricos em vitaminas, minerais, fibras e água: Hortaliças (verduras e legumes) e cogumelos – recomenda-se a ingestão de 4 a 5 porções diárias, preferência por alimentos crus; Frutas (cítricas e outras) – recomenda-se a ingestão de 3 a 5 porções diárias; Fornecem um teor reduzido em calorias. 22 3º. Nível: alimentos construtores, ricos em proteínas- ajudam na formação de células e tecidos orgânicos: Leite, coalhada, iogurtes e queijos- recomenda-se 3 porções diárias; Carne e ovos – recomenda-se de 1 a 3 porções diárias; Leguminosas secas (feijões) - recomenda-se 1 porção diária; Fornecem de 10 % a 15 % das calorias totais da dieta; Fornecem gorduras, que representam de 20 % a 30 % do total calórico da dieta, juntamente com os alimentos do 4º. Nível. 4º nível - devem ter consumo moderado: Óleos e gorduras – 1 a 2 porções diárias; Açúcares e doces – de 1 a 2 porções diárias; Grupo energético extra (pode trazer riscos à saúde, se usados em excesso – frituras, etc. 23 RECOMENDAÇÕES COMO REFORÇO Tornar agradável o momento das refeições; Consumir diariamente 1 porção de fruta cítrica; Mastigar bem os alimentos; Introduzir, diariamente, 1 porção de vegetal ou fruta de cor alaranjada ou verde escura; Moderar o uso de açúcar e de sal; Consumir 6 a 8 copos de água por dia; Fracionar o número de refeições (de 4 a 6 por dia). 24 O CARDÁPIO CARDÁPIO compõe uma refeição. lista de preparações culinárias, que Ao planejar os cardápios, devemos ter cuidados: Garantir variedades de cores e texturas; Combinar bem os diferentes sabores; Adequar aos hábitos alimentares, de preferências pessoais, disponibilidade financeira, estilo de vida e possibilidade de execução do cardápio. EXEMPLO: CINCO REFEIÇÕES – ESQUEMA BÁSICO Refeição 1 – proteínas/carboidratos; Refeição 2 – proteínas/frutas; Refeição 3 – proteínas/carboidratos/vegetais; Refeição 4 – proteínas/carboidratos/vegetais; Refeição 5 – proteínas/frutas. Intervalo entre cada refeição: 2:30 a 3 horas; 25 Ótimo consumo de água durante o dia. SEIS REFEIÇÕES – ESQUEMA BÁSICO Refeição 1 – proteínas/carboidratos; Refeição 2 – proteínas/frutas; Refeição 3 – proteínas/carboidratos/vegetais; Refeição 4 – proteínas/frutas; Refeição 5 – proteínas/carboidratos/vegetais; Refeição 6 – proteínas/frutas. Intervalo entre cada refeição: 2:30 a 3 horas; Ótimo consumo de água durante o dia. 26 PLANO ALIMENTAR - FUNDAMENTOS Plano alimentar é a quantidade e a qualidade de alimentos que o indivíduo deve receber nas 24 horas do dia, para manter equilibrado o seu organismo. Devemos observar: Sexo; Idade; Peso; Estatura; Atividade física; Crescimento; Gravidez; Lactação; Clima. ATENÇÃO 27 O plano alimentar deverá ser sempre individualizado e adaptado às comorbilidades (hipertensão, dislipidemias, diabetes, etc.) que o indivíduo apresenta; Atualmente, recomendam-se dietas não muito restritivas, com uma restrição calórica diária de cerca de 500- 600 Kcal, que forneçam, no mínimo, 1200 ou 1500 quilocalorias por dia, para mulheres e homens, respectivamente; Nutriente Proteínas % da energia total diária 15% 20 a 30% (ácidos gordos saturados e Gorduras poli-insaturados hidrogenados <10%) Hidratos de carbono >= 50% Mantenha o equilíbrio nutricional, respeitando as proporções energéticas propostas para os vários nutrientes; A dieta deve permitir um aporte calórico adequado, o fornecimento das doses diárias recomendadas de todos os nutrientes, bem como a ingestão de alimentos de todos os grupos (lacticínios, carnes, peixes, ovos, farináceos, leguminosas, etc.), sempre com moderação e variedade; Os açúcares e o álcool fornecem calorias extras, mas poucos nutrientes essenciais, pelo que é conveniente restringir o seu consumo; Promover o aumento do consumo de frutas, verduras, farináceos e leguminosas; É importante diminuir a ingestão de alimentos ricos em gorduras, frituras, folhados, molhos, produtos de pastelaria, laticínios gordos, bolachas e biscoitos. O QUE É UM PLANO ALIMENTAR? É um plano adequado e balanceado, que tem em conta variações individuais (idade, sexo, estádio de desenvolvimento, preferências, hábitos e gostos alimentares), a disponibilidade de alimentos e as condições sócioeconômicas, e cobre todas as necessidades nutricionais e energéticas, contribuindo para diminuir o risco de desenvolver doenças crônicas. Deve constar : Nome, sexo, idade, profissão, estado civil; 28 Motivo da consulta/diagnóstico; História Clínica; Avaliação Antropométrica; Avaliação Ingestão Alimentar; Atividade Física Habitual. È importante analisar: HISTÓRIA CLÍNICA Peso: atual, máximo, mínimo, desejado; Dados bioquímicos: sangue, urina e outros; Antecedentes pessoais: patologias, alergias e/ou intolerâncias alimentares, gravidez, depressão e cirurgias; Antecedentes familiares: patologias relevantes e grau de parentesco; Distúrbios gastrointestinais: trânsito intestinal (obstipação, flatulência, diarréia), dispepsia, vômitos e azia; Medicação habitual. HISTÓRIA ALIMENTAR Alimentos preteridos; Alimentos preferidos; Horários (levantar, deitar, refeições); Composição, local e companhia das refeições; Métodos culinários mais comuns; Frequência da ingestão de doces, molhos, bebidas alcoólicas, café; Quantidade de água ingerida por dia. 29 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Peso; Altura; IMC; Perímetro da cintura e quadril; Composição corporal: Gordura subcutânea; Impedância Bioelétrica (BIA). DESVIO PONDERAL EM RELAÇÃO DO PESO IDEAL (%) Desvio ponderal = peso atual / peso ideal x 100 CÁLCULO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) Já citado anteriormente DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL 30 Quando o tecido adiposo se acumula na metade superior do corpo, sobretudo no abdómen, diz-se que a obesidade é andróide, abdominal ou visceral; Quando a gordura se distribui, sobretudo na metade inferior do corpo, particularmente na região glútea e coxas, diz-se que é do tipo ginóide. CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE ABDOMINAL (INDEPENDENTE DA ALTURA) Faz-se pela medição do perímetro da cintura, utilizando uma fita métrica no ponto médio entre o contorno da cintura Circunferência da cintura (cm) Risco de complicações metabólicas Homem Mulher Classe 1 Pouco risco < 94 < 80 Classe 2 Risco aumentado ≥ 94 ≥ 80 Classe 3 Risco muito aumentado ≥ 102 ≥ 88 NECESSIDADES ENERGÉTICAS Metabolismo Basal: Peso referência x Fator atividade 31 NECESSIDADES DIÁRIAS ENERGÉTICAS Kcal/ Kg/dia Homem Mulher 31 38 41 50 58 30 35 37 44 51 Muito Leve Leve Moderada Pesada Violenta METABOLISMO BASAL (MB) Formula de Harris and Benedict: MBhomens = 66 + [13,7 x P (kg)] + [5 x Alt (cm)] – [6,8 x idade (anos)] MBmulheres = 655 + [9,6 x P (kg)] + [1,8 x Alt (cm)] – [4,7 x idade (anos)] CÁLCULO DE NUTRIENTES ENERGÉTICOS A distribuição está dependente do quadro clínico do doente e do objetivo da terapêutica alimentar. Proteínas Lípidos 12 a 20% (0,8-1g/kg/dia) VET; 20 a 35% VET; Hidratos de carbono 50 a 70% VET; Observação - VET = Valor Energético Total. RESUMO 1º. Cálculo de necessidades energéticas; 2º. Distribuição do VET pelos macronutrientes; 3º. Distribuição das doses por grupos de alimentos; 4º. Distribuição dos alimentos por refeições; 5º. Descrição pormenorizada da quantidade e tipo de alimentos; 6º. Conselhos úteis; 7º. Lista de “Proibidos/Alimentos a evitar”. 32 REGRAS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO ALIMENTAR 1. Variedade; 2. Moderação; 3. Proporcionalidade. O conceito “SOMOS O QUE COMEMOS”, depende: Da alimentação; Da forma pela qual são utilizados os nutrientes; Dos fatores que podem modificar os hábitos. 33 LEIS DA ALIMENTAÇÃO 1ª. LEI - QUANTIDADE A quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas do organismo e manter em equilíbrio o seu balanço. O bom senso é fundamental para não haver excessos, nem restrições na alimentação, pois podem prejudicar o seu organismo. Cada indivíduo necessita de quantidades específicas para manter suas funções orgânicas e atividades diárias. 2ª. LEI - QUALIDADE O regime alimentar deve ser completo em sua composição, para oferecer ao organismo, que é uma unidade indivisível, todas as substâncias que o integram. A variedade de alimentos fornece todos os nutrientes necessários ao bom funcionamento do seu corpo. Quanto mais coloridas forem as suas refeições, mais diversidade de nutrientes você estará ingerindo. 3ª. LEI - HARMONIA A quantidade dos diversos nutrientes que integram a alimentação deve guardar uma relação de proporção entre si. O nosso organismo aproveita corretamente os nutrientes, quando estes se encontram em proporções adequadas. É importante haver um equilíbrio entre eles, pois as substâncias não agem isoladamente, mas em conjunto. Por exemplo: A relação entre a ingestão de carboidratos, proteínas e gorduras. 4ª. LEI - ADEQUAÇÃO A finalidade da alimentação está subordinada à sua adequação ao organismo. O estado fisiológico (gestação, lactação), hábitos alimentares (deficiência de nutrientes), condições sócioeconômicas (acesso aos alimentos), alterações patológicas (presença de doenças) e os ciclos da vida (crianças, adolescentes, adultos e idosos) fazem com que o organismo tenha necessidades nutricionais diferenciadas, dependendo da situação em que ele se encontra. 34 INTRODUÇÃO À DIETOTERAPIA A dietoterapia é um tipo de tratamento que tem por base a modificação dos alimentos pela adição de substâncias alimentares com propriedades de cura, ao tempo de suprimir outras, cujo organismo doente se encontra incapacitado de metabolizar, o que por si só, neste último caso, induz ou agrava a doença. Visando promover a saúde e hábitos saudáveis, as principais orientações sobre alimentação foram reunidas em guias alimentares, que são instrumentos de orientação e informação à população. Em 1916, o USDA (U.S. Departament of Agriculture) iniciou a ideia de agrupar os alimentos em um folheto chamado Food for Young Children (KRAUSE, 2005). Esse sistema de agrupamento de alimentos tinha como ideia principal apresentar um guia simples para a alimentação saudável. Entre estes, existe o Sistema de Equivalentes, no qual o nutricionista elabora um cardápio adequado de acordo com as necessidades nutricionais do paciente. Juntamente com o cardápio, o paciente recebe uma lista com grupos de alimentos, com suas respectivas calorias e medidas caseiras, sendo denominada lista de equivalentes, a fim de fazer as devidas substituições no planejamento alimentar prescrito pelo profissional, evitando uma possível monotonia em suas refeições. DIETA Dieta ou regime alimentar é um conjunto sistematizado de normas de alimentação de um individuo, seja ele sadio ou doente. DIETOTERAPIA È o tratamento dos indivíduos portadores de determinadas patologias, através da alimentação. FOCO DA DIOTERAPIA INDIVÍDUO FINALIDADES Prevenir alterações nutricionais; Restabelecer o estado nutricional; Auxiliar na cura de doenças. 35 DICAS BÁSICAS Fornecer os nutrientes essenciais; Considerar preferências; Considerar condição econômica; Considerar religião; Adaptar a dieta aos hábitos; Adaptar a dieta ao trabalho; Adaptar a dieta aos exercícios físicos Eleger a via oral como preferencial. TIPOS DE DIETAS Dieta Normal – é a dieta balanceada. 36 Dieta terapêutica: Dieta branda - Indicada para pacientes com problema de mastigação e deglutição, doença do trato digestório e como transição para a dieta geral; Dieta pastosa - Indicada para pacientes com problemas de mastigação e deglutição, doenças neurológicas e alguns pósoperatórios; Dieta líquida: indicada para pacientes com problema de mastigação e deglutição, pré e pós-operatório, preparo de exames, estados febris; Dieta hipercalórica: Indicada para pacientes com peso deficiente; Dieta hipocalórica: Destinada a indivíduos com sobrepeso ou diabéticos; Dieta hiperprotéica: Indicada para pacientes com doenças infecciosas ou desnutrição; Dieta hipocalêmica: Indicada para pacientes com doenças renais; Dieta hipossódica e Assódica: Utilizada nas nefropatias; Dieta hipogordurosa: Indicada para pacientes com hepatopatias. 37 CUIDADO COM A ESCOLHA DOS ALIMENTOS COMO ESCOLHER OS ALIMENTOS O valor nutritivo dos alimentos depende de muitos fatores. Um deles é a época da estação ou da safra (para frutas e vegetais). O cheiro, a cor e a textura dos alimentos também vão influenciar seu valor nutritivo. Tudo isso deve ser observado na hora da escolha e da compra. Para evitar qualquer problema e garantir a compra de um produto saudável, siga essas orientações: 1) PRODUTOS EMBALADOS Verifique o prazo de validade e outras informações que são importantes, como ingredientes utilizados, composição nutricional, modo de conservação e de preparo. A embalagem precisa estar perfeita. Não pode estar estufada, enferrujada, amassada ou rasgada. O produto não deve estar com a cor, cheiro ou consistência alterados. Observe se o local de armazenamento está em boas condições, se as prateleiras estão limpas, os refrigeradores e freezers ligados e em temperatura adequada. Só compre produtos de origem animal com o selo de garantia do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura. Se houver qualquer dúvida sobre o uso e conservação do produto, consulte o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). 38 DIET X LIGHT DIET - O termo só pode ser aplicado a alimentos destinados à dietas com restrição de nutrientes, como carboidrato, gordura, proteína ou sódio. Um chocolate diet, por exemplo, não contém açúcar. Já uma bebida diet, deve possuir um teor de açúcar menor que 0,5g/100ml esse limite pode ser maior nos refrigerantes dietéticos, em que é adicionado suco de fruta. LIGHT - O termo light pode ser utilizado em produtos que tenham baixo ou reduzido valor energético ou valor nutricional. Os alimentos light devem ter no máximo 40kcal/100g em produtos sólidos. No caso de bebidas, a proporção é de até 20kcal/100ml ou a redução mínima de 25% em termos de calorias, em comparação com produtos similares convencionais. O produto ao qual o alimento é comparado deve ser indicado no rótulo. A legislação brasileira define rotulagem como “toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada ou colada sobre a embalagem do alimento”. Tais informações destinam-se a identificar a origem, a composição e as características nutricionais dos produtos, permitindo o rastreamento dos mesmos, e constituindo-se, portanto, em elemento fundamental para a saúde pública. Cabe ressaltar, ainda, que as informações fornecidas através da rotulagem contemplam um direito assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor brasileiro que, em seu artigo 6º. determina que a informação sobre os diferentes produtos e serviços, deve ser clara e adequada e “com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”. A rotulagem dos alimentos, ao orientar o consumidor sobre a qualidade e a quantidade dos constituintes nutricionais dos produtos, auxilia escolhas alimentares apropriadas, sendo indispensável, no entanto, a fidedignidade das informações. Falhas na legislação vigente no Brasil, propiciam informações incorretas, podendo confundir o consumidor, principalmente no que se refere à 39 Informação Nutricional Complementar (INC) e às normas sobre alimentos para fins especiais. O acesso à informação correta sobre o conteúdo dos alimentos integra o direito à alimentação, por constituir-se em elemento que contribui para a adoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis, configurando-se, em seu conjunto, uma questão de segurança alimentar e nutricional. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), principal instituição do Ministério da Saúde (MS), entre outras atribuições, é responsável pela fiscalização da produção e comercialização dos alimentos, incluindo a normatização para a rotulagem dos mesmos. Embora a elaboração de legislações para controle e vigilância de alimentos tenha tido início na década de 50, somente com a criação da ANVISA, em 1999, a rotulagem nutricional tornou-se obrigatória. Os produtos diet são classificados como alimentos para fins especiais e definidos como sendo “alimentos especialmente formulados ou processados, nos quais se introduzem modificações no conteúdo de nutrientes adequados a utilização de dieta, diferenciadas e/ou opcionais, atendendo às necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas” O termo light indica um alimento que apresenta uma redução mínima de 25% do valor calórico ou do conteúdo de algum nutriente, quando comparado a um similar tradicional. Tal exigência é classificada como uma Informação Nutricional Complementar (INC), caracterizando os denominados “produtos light”. Segundo a Portaria nº. 27, de 1998, do Ministério da Saúde, este termo pode ainda ser utilizado em alimentos que cumpram os atributos “reduzido” e/ou “baixo” em algum de seus constituintes, definindo quantidades específicas para cada um desses atributos. O consumo dos alimentos diet e light vem se popularizando junto a consumidores que necessitam de produtos sem determinados ingredientes ou que buscam manter a forma física, independente, inclusive, de possuírem preços mais altos, quando comparados aos similares tradicionais. Esse crescimento teve início particularmente a partir de 1988, quando os dietéticos, que eram classificados como “medicamentos”, passaram a ser denominados “alimentos”, tendo seu consumo liberado sem exigência de receituário específico. 40 EDUCAÇÃO ALIMENTAR Muito se tem falado sobre reeducação alimentar, mas será que não caberia melhor educação alimentar ou educação nutricional? Reeducar significa tornar a educar e educação significa o ato de educar, processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano. A educação alimentar compreende algo mais complexo, é um processo, ou seja, além da mudança de hábitos alimentares, existe o aprendizado do que é saudável, mantendo aspectos do indivíduo; é a construção do conhecimento, a vivência. Para que cada um entenda e adquira bons hábitos alimentares e os transmita, é necessário que a pessoa participe realmente do processo. Ela deve querer conhecer os alimentos, suas funções no corpo, sua importância, para entender o porquê desses alimentos serem recomendados. A alimentação não deve ser imposta como algo fixo, restrito, que gere sacrifícios. Deve ser algo planejado, conforme as preferências da pessoa e, principalmente, levando em conta hábitos e costumes, respeitando aspectos culturais, tudo com muito bom senso e, claro, com o equilíbrio nutricional necessário. É muito importante que o educador respeite a individualidade da pessoa e conheça seus hábitos atuais, para que, aos poucos, introduza o que é necessário melhorar e incentive para que continue mantendo o que é bom, garantido assim uma boa nutrição. MUDAR HÁBITOS NÃO É TAREFA FÁCIL, MAS É POSSÍVEL. 41 O problema alimentar é educacional; Educação alimentar consiste em incentivar mudanças no comportamento de pessoas, grupos e população; O poder aquisitivo é um fator extremamente determinante do consumo alimentar; Alimentos inadequados estão mais disponíveis e são, na maioria das vezes, mais atraentes; O comportamento alimentar do individuo é o fator que mais influencia no seu estado nutricional. 42 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E REEDUCAÇÃO ALIMENTAR – PCRA Deve ser específico para cada pessoa e para cada problema. Como planejar? Devemos analisar a seguintes perguntas: Qual é o diagnostico? Qual é o problema? Quais os objetivos? O que deve ser mudado? Quais as estratégias para motivar a mudança? Quais os métodos? Quais os recursos? Como avaliar? Como monitorar? 43 1ª. FASE - DIAGNÓSTICO Identificar o problema, suas causas e analisar os recursos disponíveis. Antes de aplicar o programa de reeducação alimentar, é preciso definir o que se espera alcançar com ele, o para que do programa, qual o comportamento que deve ser mudado. 2ª. FASE - O OBJETIVO Deve indicar o propósito da atividade instrucional da forma mais precisa. É um longo programa educativo. 3ª. FASE - CONTEÚDO São temas que devem ser tratados em programa de reeducação alimentar para a consecução dos objetivos previamente definidos. 4ª. FASE - ESTRATÉGIA São procedimentos e técnicas que visam a engajar a população alvo em situações capazes de estimular a aprendizagem Compreende: Motivação; Métodos e técnicas de ensino; Recursos materiais e humanos. 44 ATIVIDADES EXTRAS PARA O PROFISSIONAL DE NUTRIÇÃO Divulgar soluções alternativas para a alimentação; Combater o desperdício; Orientar procedimentos culinários; Incentivar levar comida de casa para o trabalho; Orientar como comer fora de casa; Orientar as cantinas escolares; Esclarecer o consumidor sobre seus direitos. 45 ALIMENTOS ORGÂNICOS O produto orgânico é cultivado sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos. As técnicas de produção orgânica são destinadas a incentivar a conservação do solo e da água e reduzir a poluição. Segundo o Instituto Biodinâmico (IBC), um certificador brasileiro reconhecido internacionalmente, a produção orgânica no Brasil cresce 30% ao ano e ocupa atualmente uma área de 6,5 milhões de hectares de terras, colocando o país na segunda posição dentre os maiores produtores mundiais de orgânicos, devido ao extrativismo sustentável de castanha, açaí, pupunha, látex, frutas e outras espécies das matas tropicais, principalmente da Amazônia. Cerca de 75% da produção nacional de orgânicos é exportada, principalmente para a Europa, Estados Unidos e Japão. A soja, o café e o açúcar lideram as exportações. No mercado interno, os produtos mais comuns são: Hortaliças; Café; Açúcar; Sucos; Mel; Geléias; Feijão; Cereais; Laticínios; 46 Doces; Chás; Ervas medicinais. Pelo menos 80% dos projetos certificados no Brasil, são de pequenos agricultores familiares (cerca de 20 mil agricultores). As associações e cooperativas de pequenos produtores vêm crescendo e viabilizam a agricultura orgânica em muitas regiões, fixando o homem no campo. Muitas famílias consomem e vendem o que plantam. O produto orgânico evita problemas de saúde, causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas. Protege a qualidade da água, a fertilidade do solo, a vida silvestre e são mais nutritivos. Incluir produtos orgânicos nas compras, incentiva a produção e no longo prazo, torna os orgânicos mais baratos. Para esclarecer, o alimento hidropônico (produzido na água) não é orgânico, pois utiliza adubos químicos solúveis. O selo de certificação é a garantia do consumidor de estar adquirindo produtos orgânicos isentos de qualquer resíduo tóxico. O sistema de cultivo orgânico observa as leis da natureza, respeita as diferentes épocas de safra e todo o manejo agrícola está baseado na preservação dos recursos naturais. 47 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL Nos últimos tempos, expressões como qualidade de vida e alimentação saudável vêm atraindo a atenção de pessoas de diferentes idades, classes sociais e graus de instrução. De igual modo, desperta interesse a possibilidade de se desenvolver estilos de vida saudáveis, o que privilegia a alimentação e a educação nutricional. MAS AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO NUTRICIONAL? O ser humano aprende e se desenvolve ao longo de sua existência, no esforço em responder aos desafios cotidianos. A educação acontece nesse cotidiano social e, também, por intermédio de ações de instrução e ensino planejadas, por pessoas capacitadas para tal. Assim, como não se faz educação musical, artística ou moral em cursinhos de cinco dias, não há nenhuma fórmula mágica para conseguir que as pessoas passem a comer melhor de um dia para outro. Isto não justifica, porém, desconsiderar essa importante ação em prol da promoção da saúde. A educação nutricional, enquanto especialidade de interesse acadêmico, remonta à década de 1940, quando, no período pós-guerra, aventava-se a possibilidade de, perante a súbita escassez de recursos, melhorar a qualidade da alimentação de populações pauperizadas, por intermédio de modificações na alimentação, que permitiriam obter a melhor relação custo/benefício, mediante o emprego de alimentos mais baratos e nutritivos. No Brasil, foi criada no início da década de 40, a função da “Visitadora de Alimentação”, uma profissional de saúde que deveria ir à casa das pessoas, para fazer educação alimentar no local onde a alimentação era preparada, ou seja, na cozinha. A iniciativa foi considerada invasiva pela população, que reprovava a intromissão de profissionais de saúde no âmbito doméstico. Nas décadas de 50 e 60, vemos a Educação Nutricional ligada, sobretudo às campanhas que visavam à introdução da soja na alimentação. Por ser a soja produto exportável, privilegiava-se o interesse econômico, em detrimento da preferência nacional pelo feijão. Neste período, a educação voltava-se, também, para a utilização dos produtos obtidos através do convênio MEC-USAID, por meio do qual eram doados a países pobres do terceiro mundo os excedentes agrícolas dos 48 Estados Unidos, com o objetivo primeiro de garantir estabilidade dos preços no mercado internacional e fomentar o desenvolvimento de mercados externos, compostos por potenciais compradores, que se habituariam a certos produtos recebidos inicialmente por intermédio destas doações. Evidentemente, não faltaram críticas a tais iniciativas, o que levou ao descrédito a Educação Nutricional, por razões de ordem ética e política. Nas décadas de 60 e 70, no âmbito internacional, a Educação Nutricional distanciou-se de suas raízes sociais e antropológicas. A sociologia cedeu lugar à medicina, como mentora dos programas de Educação Nutricional e o critério de êxito, inspirado nas concepções behavioristas de educação, passou a ser exclusivamente a mudança de comportamento observável. No Brasil, nas décadas de 70 e 80, ela passou a ser vista como prática domesticadora, repressora e até aviltante, reprovada por todos os que prezassem a liberdade de expressão. Comer o que se quer, na hora que se quer e como se quer era uma forma de exercer o direito à liberdade e ensinar o que é melhor para a saúde era entendido como cerceamento desse direito. No início da década de 90, fatos novos fizeram ressurgir o interesse pelo assunto: a divulgação dos resultados da Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição realizada pelo Ministério da Saúde, que apontavam para o expressivo aumento na prevalência de obesidade, principalmente entre mulheres de baixa renda; a comparação dos resultados da Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com estudos de décadas anteriores, evidenciou incremento importante no consumo de alimentos, especialmente daqueles mais calóricos e menos nutritivos. No mesmo período, observou-se decréscimo no consumo de frutas, cereais e leguminosas. O tradicional arroz e feijão perdiam seu prestígio, enquanto biscoitos doces, refrigerantes e embutidos ocupavam terreno nas gôndolas dos supermercados. Por outro lado, a constatação científica do fato de que a alimentação de má qualidade é um fator de risco para várias doenças, fez com que a Educação Nutricional fosse lembrada como medida a ser considerada para reverter a tendência ao crescente consumo de gorduras, açúcar e produtos industrializados, que não trariam benefícios à saúde. ENTÃO, ENSINAR A COMER É NECESSÁRIO? Quem se vê às voltas com níveis elevados de colesterol, quem está com a pressão alta e tem excesso de peso, quem experimenta uma crise de gota, busca uma orientação sobre como mudar a alimentação. Escolas começam a contratar nutricionistas para oferecer merendas de melhor qualidade e serviços de alimentação de empresas a preocupar-se em atender às expectativas dos usuários, no sentido de oferecer alternativas alimentares mais saudáveis. Há uma notória demanda por orientação profissional na área de alimentação. Serviços de saúde que contam com nutricionistas são muito procurados atualmente, porque há uma percepção de que é preciso 49 reeducar-se para tornar a alimentação mais saudável e isso não é mais visto como imposição, mas como uma chance de ganhar mais vida com qualidade, pondo em prática alguns conhecimentos gerados pela ciência da nutrição, devidamente trabalhados por quem sabe que o fenômeno da alimentação não é apenas biológico. Não comemos nutrientes, mas alimentos, e o significado deles na esfera afetiva, psicológica e nas relações sociais não podem jamais ser desconsiderados pela Educação Nutricional. Educar no campo da nutrição implica em criar novos sentidos e significados para o ato de comer. Foi-se o tempo em que se puxava da gaveta dietas prontas de 1200kcal, que proibiam o consumo de tudo que não fosse arroz, bife grelhado e salada. Educar, no âmbito da alimentação, implica em conhecer profundamente o que é alimentação. Nossas atividades biológicas mais elementares – comer, beber, defecar – estão estreitamente ligadas às normas, proibições, símbolos, mitos, ritos, ou seja, ao que há de mais especificamente cultural; nossas atividades mais culturais – falar, cantar, dançar, amar, meditar – põem em movimento nossos corpos, nossos órgãos; portanto, o cérebro. Educar, em nutrição, é tarefa complexa que pode ser pensada pelo paradigma da complexidade. Além da busca por certo conhecimento necessário à tomada de decisões que afetam saúde, cabe analisar as atitudes e condutas relativas ao universo da alimentação. Atitudes são formadas por conhecimentos, crenças, valores e predisposições pessoais e sua modificação demanda reflexão, tempo e orientação competente. E, por fim, mas com o devido destaque, cabe mencionar que a sinalização da segurança alimentar, como meta de governo, trouxe a esta temática, novos desafios. À Educação Nutricional compete desenvolver estratégias sistematizadas para impulsionar a cultura e a valorização da alimentação, concebidas no reconhecimento da necessidade de respeitar, mas, também, modificar crenças, valores, atitudes, representações, práticas e relações sociais que se estabelecem em torno da alimentação. Visa-se o acesso econômico e social a uma alimentação quantitativa e qualitativamente adequada, que atenda aos objetivos de saúde, prazer, convívio social. Iniciativas relativas ao incremento da qualidade da alimentação e à Educação Nutricional podem estar contempladas dentro de projetos de promoção à saúde, tais como criação de ambientes favoráveis à saúde, ações comunitárias e reorientação dos serviços de saúde, que ponham em relevo ações destinadas a fomentar saúde. Também é fundamental que os cidadãos problematizem a questão da pobreza, da fome e da desnutrição. Doar alimentos quando se vai a shows e outros eventos é muito pouco. Discutir essa questão, especialmente com os jovens de classes mais favorecidas, representa o desafio de romper a disjunção existente entre 50 aqueles que passam fome daqueles que jamais experimentaram a sensação de não saber se amanhã haverá o que por na mesa. Diferente de desastres naturais, a fome atinge exclusivamente um segmento social que permanece à margem da sociedade, justamente porque está excluído. Estudar e discutir a fome é discutir o problema “dos outros”, e o desafio que se apresenta é de superar essa disjunção nós/outros, desenvolvendo uma educação para a solidariedade que permita perceber esses “outros” como fazendo parte da sociedade a qual pertencemos. A alimentação de cada cidadão, de cada ser humano, não pode ser descolada da sociedade que a determina e, por isso, o ensino da nutrição não pode ser visto apenas do ponto de vista biológico, separadamente desse fenômeno rico e instigante que é a alimentação humana, situada no âmbito da ecologia e da cultura. O desafio que se apresenta, hoje, à Educação Nutricional, é o de aproximar esses múltiplos componentes, com a finalidade de promover a saúde e a qualidade de vida, por intermédio da ampliação da compreensão sobre a multidimensionalidade da alimentação humana, cujo estudo encontra espaço nas ciências biológicas, humanas, econômicas, tecnológicas, nas artes e na literatura. E ninguém conseguiu expressar isso melhor do que NERUDA: !Cuán simple y sublime eres!, Hecho de granos y de fuego; Milagro repetido, Acción del hombre, Voluntad de vida... Todo nasció para ser Entregado, compartido, Multiplicado. Todos los seres tendran derecho a la vida... Así será el pan de mañana, Para todas las bocas, sagrado y consagrado, Porque será el producto De la mas larga Y de la mas dura Lucha humana. Pablo Neruda 51 ALEITAMENTO MATERNO A amamentação é vital para a saúde da mãe e da criança durante toda a vida. A recomendação da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde é que as crianças sejam amamentadas exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade e, após essa idade, deverá ser dada alimentação complementar apropriada, continuando, entretanto, a amamentação até pelo menos a idade de 2 anos (BRASIL, 2002e; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2001a, 2001b). A exceção é para as mães portadoras de HIV/Aids e outras doenças transmitidas verticalmente, que devem ser orientadas para as adaptações necessárias para a correta alimentação de seus filhos. O enfoque da alimentação no curso da vida é essencial para compreender como intervenções nutricionais podem contribuir para a prevenção de doenças não transmissíveis, saúde, formação de hábitos alimentares saudáveis e prevenção de muitas doenças. Esse enfoque, desenvolvido nas últimas duas décadas, a partir de estudos de coortes em diversos países, inclusive no Brasil, sugere que exposições nutricionais, ambientais e padrões de crescimento durante a vida intrauterina e nos primeiros anos de vida podem ter efeitos importantes sobre as condições de saúde do adulto (BARKER et al., 2002; MONTEIRO et al., 1995; LUCAS et al., 1999). As evidências indicam que tanto o retardo de crescimento intrauterino como também o ganho de peso excessivo nos primeiros anos de vida, estão associados com obesidade, hipertensão, síndrome metabólica, resistência insulínica e morbimortalidade cardiovascular, entre outros desfechos desfavoráveis (ONG et al., 2000; STETTLER et al., 2002, 2003; HORTA et al., 2003; VANHALA et al., 1999; SINGHAL et al., 2003; FORSEN et al., 1999; ERIKSSON et al., 1999). Assim, a nutrição adequada de gestantes e crianças deve ser entendida e enfatizada como elemento estratégico de ação, com vistas à promoção da saúde também na vida adulta. Pesquisas em diversos países, inclusive no Brasil, confirmam que o aleitamento materno exclusivo é o modo ideal de alimentação do lactente até os seis meses de vida. A continuidade do aleitamento materno até os dois anos ou mais é igualmente importante, pois objetiva ampliar a disponibilidade de energia e 52 de micronutrientes da alimentação, particularmente do ferro (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2001, 2000). Entre outras vantagens, o aleitamento materno confere importante proteção contra a morbimortalidade por doenças infecciosas nos primeiros anos de vida, sendo reconhecido como potencial fator preventivo importante na redução da mortalidade infantil no mundo (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2001, 2000). Outra questão importante diz respeito aos efeitos em longo prazo do aleitamento materno. Estudos recentes mostram que crianças amamentadas tendem a apresentar menor prevalência de obesidade na infância, com possíveis repercussões na adolescência (JONES et al., 2003; OWEN et al., 2005). O Brasil vem, desde a década de 80, desenvolvendo estratégias para apoiar a promoção e proteção do aleitamento materno, por meio de iniciativas de capacitação de recursos humanos, apoio aos Hospitais Amigos da Criança, produção e vigilância das normas nacionais de comercialização de alimentos infantis, campanhas nos meios de comunicação e apoio à criação de bancos de leite humano, entre outras. 53 SISTEMA ALIMENTAR O termo “sistema alimentar” refere-se ao conjunto de processos que incluem agricultura, pecuária, produção, processamento, distribuição, importação e exportação, publicidade, abastecimento, comercialização, preparação e consumo de alimentos e bebidas (SOBAL et al., 1998). Os sistemas alimentares são profundamente influenciados pelas condições naturais do clima e solo, pela história, pela cultura e pelas políticas e práticas econômicas e comerciais. Esses são fatores ambientais fundamentais que afetam a saúde de todos. Se esses sistemas produzem alimentos que são inadequados ou inseguros e que aumentam os riscos de doenças, eles precisam ser mudados. É aqui que se manifesta, com maior propriedade, o papel do Estado, no que se refere à proteção da saúde da população, que deve ser garantida por meio de suas funções regulatórias e mediadoras das políticas públicas setoriais. O Estado, por intermédio de suas políticas públicas, tem a responsabilidade de fomentar mudanças socioambientais, em nível coletivo, para favorecer as escolhas saudáveis em nível individual ou familiar. A responsabilidade compartilhada entre sociedade, setor produtivo privado e setor público é o caminho para a construção de modos de vida que tenham como objetivo central a promoção da saúde e a prevenção das doenças. Assim, é pressuposto da promoção da alimentação saudável ampliar e fomentar a autonomia decisória dos indivíduos e grupos, por meio do acesso à informação, para a escolha e adoção de práticas alimentares (e de vida) saudáveis. Uma alternativa de ação para a alimentação saudável deve favorecer, por exemplo, o deslocamento do consumo de alimentos pouco saudáveis para alimentos mais saudáveis, respeitando a identidade cultural-alimentar das populações ou comunidades. As proibições ou limitações impostas devem ser evitadas, a não ser que façam parte de orientações individualizadas e particularizadas do aconselhamento nutricional de pessoas portadoras de doenças ou distúrbios nutricionais específicos, devidamente fundamentadas e esclarecidas. Alimentos nutricionalmente ricos devem ser valorizados e entrarão naturalmente na dieta adotada, sem que se precise mistificar uma ou mais de suas características, tendência esta muito explorada pela propaganda e publicidade de alimentos funcionais e complementos nutricionais. 54 Atualmente, em função das exigências do padrão de estética em “moda”, muitas vezes inapropriado para a grande maioria das pessoas, são muitas as opções de “dietas milagrosas” que prometem a perda de peso, de forma acentuada e rápida. Não faltam exemplos, como a dieta da lua, dieta das frutas, dietas da sopa, dieta das proteínas, dietas dos shakes, dietas com restrição a carboidrato, entre tantas outras. São dietas que geralmente restringem o tipo de alimento a ser consumido (tipo e qualidade) e a quantidade diária de ingestão. Em sua grande maioria causam efeitos negativos na saúde e não atendem aos requisitos exigidos de uma alimentação saudável para manutenção da saúde. Mesmo as dietas para perda ou manutenção do peso corporal, que exigem redução calórica, devem atender ao padrão alimentar e nutricional considerado adequado. Além disso, deve ser uma oportunidade de aprender e exercitar a reeducação alimentar, atendendo aos quesitos da adequação em quantidade e qualidade, prazer e saciedade. A formação dos hábitos alimentares se processa de modo gradual, principalmente durante a primeira infância; é necessário que as mudanças de hábitos inadequados sejam alcançadas no tempo adequado, sob orientação correta. 55 BEBIDAS ALCOÓLICAS O consumo de álcool não é recomendado por motivos nutricionais e sociais. O álcool, droga cuja ação é responsável pela depressão do sistema nervoso central, causa alterações comportamentais e psicológicas, além de importantes efeitos metabólicos. O seu consumo em excesso pode provocar problemas como violência, suicídio, acidentes de trânsito, causar dependência química e outros problemas de saúde, como desnutrição, doenças hepáticas, gastrointestinais, cardiovasculares, respiratórias, neurológicas e do sistema reprodutivo. Interfere, também, no desenvolvimento fetal e ainda aumenta o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer (INTERNATIONAL AGENCY FOR RESERACH ON CANCER, 1988; PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION, 2005). Os efeitos prejudiciais do álcool são independentes do tipo de bebida e são provocados pelo volume de álcool (etanol) consumido. Além das consequências acima relatadas, o consumo de álcool, em longo prazo, dependendo do número de doses, frequência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Desta forma, o consumo inadequado do álcool, aliado à sua aceitação social, é um importante problema de saúde pública, acarretando altos custos para a sociedade e envolvendo questões médicas, psicológicas, profissionais e familiares (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2005). As bebidas alcoólicas contêm pouco ou nenhum nutriente. Incluem cervejas e vinhos, consideradas bebidas fermentadas, cujo volume de álcool (etanol) varia de 4% a 7% e de 10% a 13%, respectivamente; e as bebidas alcoólicas destiladas – como a aguardente (cachaça), vodka euísque, que contêm 30% a 50% de volume de álcool. Cada grama de etanol contém 7 quilocalorias (kcal) (WORLD CANCER RESEARCH FUND, 1997). O álcool exaure o corpo de vitaminas do complexo B e também de ácido ascórbico (vitamina C), afetando, desta forma, o estado nutricional das pessoas, negativamente. 56 NUTRIÇÃO PARA TERCEIRA IDADE A medida que envelhecemos, tornamo-nos mais vulneráveis do ponto de vista nutricional. Isso é fato. Por isso, devemos encarar com bom humor e otimismo para ultrapassarmos as limitações impostas pelo avançar da idade. A primeira implicação nutricional da terceira idade está relacionada às necessidades calóricas. Elas realmente são menores: em média 100 calorias a menos por década de vida. Essa redução gradativa das necessidades calóricas é um processo lento, que é adequado à gradual redução na ingestão alimentar do idoso. Portanto, para evitar a obesidade ou a desnutrição na terceira idade, o balanceamento da dieta requer um pouco mais de cuidado, a cada ano que passa. ALIMENTAÇÃO DIFERENCIADA Em relação aos macronutrientes, não há grandes diferenças. Os idosos também precisam diariamente de cerca de 55-60% de carboidratos; até 30% de gorduras totais, com menos de 10% de gorduras saturadas e o restante em proteínas. Uma das mais significativas alterações na composição corporal do indivíduo, durante o processo de envelhecimento, é a perda progressiva da massa magra. A massa magra é o peso corporal subtraído o peso da gordura, ou seja, equivale aos nossos ossos, água corporal, vísceras e músculos. A composição corporal pode ser avaliada por meio de um exame prático e barato: a bioimpedância. 57 Os idosos sofrem perda progressiva de massa muscular e, portanto, de massa magra. Essa perda de massa muscular é causada por vários fatores. Dentre eles, destacamos a inatividade física e a progressiva redução da ingestão alimentar. Nesses casos, somente idosos em programas de recuperação muscular, que praticam atividades físicas, conseguem reduzir a perda de massa magra. As necessidades de hidratação dos idosos são semelhantes às dos adultos jovens, ou seja, 30 ml/kg/dia. A hidratação é muito importante para pacientes cronicamente enfermos, com dificuldade de acesso à água, principalmente aos com perdas extras de líquido pelo uso de diuréticos e laxantes. Muitos estudos mostram a alta incidência de hospitalização de idosos, em consequência de desidratação. O idoso, geralmente, tem maior necessidade de micronutrientes e de algumas vitaminas, como é o caso do cálcio e da vitamina D. A falta desses afeta a densidade mineral óssea e aumenta o risco de osteoporose e fraturas. Outra vitamina que deve ser dosada em idosos é a B12, pois não é raro encontrarmos pacientes com baixa concentração dela no organismo. Isso é causado pela ingestão insuficiente da vitamina ou pela má absorção dela pelo organismo. A dosagem de vitamina B12 deve fazer parte da investigação de idosos com dificuldade de memorização, organização de ideias e aquisição de conhecimentos e do diagnóstico diferencial das demências, pois a carência dessa vitamina leva a um quadro de alterações comportamentais sugestivas da doença de Alzheimer. A MELHOR DIETA A complexidade do paciente idoso, geralmente portador de doenças crônicas e usuário de vários medicamentos, exige uma abordagem nutricional individualizada. A melhor estratégia nutricional para a promoção da saúde e redução do risco de doenças crônicas é o consumo de uma grande variedade de alimentos. O uso adicional de vitaminas e sais minerais, vindos de alimentos fortificados ou suplementos, deve apenas auxiliar a atingir as necessidades nutricionais de cada um deles. 58 CUIDADOS AO ELABORAR UM PLANO ALIMENTAR CUIDADOS NECESSÁRIOS 1ª.Etapa 1. Mantenha um diário alimentar; 2. Maximize a percepção da alimentação evitando a alimentação automática; 3. Identifique os desencadeadores ("gatilhos") da alimentação; 4. Não faça nada diferente enquanto come (ver TV ou ler jornal, por exemplo); 5. Alimente-se no local adequado, sentado - não coma em pé ou andando; 6. Pouse os talheres entre as garfadas e mastigue devagar os alimentos; 7. Use uma lista durante as compras e não faça compras em jejum ou com fome; 8. Compre alimentos que requerem preparo; 9. Mantenha alimentos saudáveis à vista e alimentos problemáticos fora da visão; 10. Não coloque as travessas na mesa durante a refeição; 11. Coma uma porção de cada vez e saia da mesa após alimentar-se; 12. Evite dar e trocar receitas de alimentos; 59 13. Prepare-se com antecedência para eventos especiais e situações que podem colocar seu emagrecimento em risco. 2ª. ETAPA 1. Inicie os exercícios sempre de maneira gradual - não dispense a fase de alongamento, aquecimento e resfriamento; 2. Mantenha um diário de exercícios; 3. Aumente as caminhadas e procure sentir prazer em caminhar; 4. Aumente a atividade no seu dia a dia, utilizando escadas e dispensando o carro sempre que possível; 5. Aumente a atividade no seu dia-a-dia, optando por fazer você mesmo algumas atividades domésticas como lavar o carro e jardinagem; 6. Leve seu cachorro para passear. 3ª. ETAPA 1. Procure distinguir entre fome e desejo; 2. Resista aos desejos - não os inclua em sua lista de compras; 3. Não tenha sonhos impossíveis em relação ao peso - estabeleça objetivos realistas; 4. Concentre-se em seu comportamento e não no peso (não se pese com frequência); 5. Viver as emoções, ao invés de descontá-las nos alimentos; 6. Diferenciar entre fome e compulsão ou "gula"; 7. Quando pegar um alimento para comer perguntar se é fome ou não; 4ª. ETAPA 1. Um parceiro, companheiro ou amigo pode auxiliá-lo, incentivando atividades, acompanhando-o durante as compras e exercitando-se junto; 2. Em caso de dificuldade em controlar o impulso, o parceiro pode fazer as compras; 3. Converse com a família para que eles apoiem e auxiliem no seu tratamento, evitando insistir no preparo de alimentos inadequados e não ridicularizando suas atitudes e esforços. 60 5ª. ETAPA 1. Procure conhecer o valor calórico dos alimentos: leia atentamente o rótulo; 2. Procure alimentos com baixo teor de gordura ou sem gordura; 3. Lembre-se que um alimento que não contém açúcar pode conter muita gordura: novamente, preste atenção no rótulo; 4. Procure evitar alimentos gordurosos, limitando-os a um máximo de 30% do valor calórico total diário; 5. Aumente os carboidratos complexos (como arroz, feijão e massas) e evite os carboidratos simples (como doces e açúcar); 6. Torne a dieta pobre em calorias apetitosa (use ervas, temperos diferentes); 7. Procure aumentar a quantidade de fibras na dieta (coma frutas com bagaço e verduras); 8. Procurar realizar uma atividade nos horários de maior vontade de beliscar: caminhar, ir ao shopping, sair com o cachorro; 9. Quando der vontade de comer doces procurar os caseiros, sem creme de leite, leite condensado e chocolate; 10. Ingerir pelo menos 2L de líquidos por dia; 11. Sempre que der vontade de comer algo, tomar líquidos antes. 61 CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO NO DIABETES O plano alimentar de pessoas com diabetes deve ser personalizado pelo nutricionista, de acordo com: Idade; Sexo; Peso; Altura; Atividade física. Além disso, existe a importância de uma alimentação saudável e equilibrada, com cinco a seis refeições diárias, que incluam todos os grupos alimentares: Carboidratos; Proteínas; Gorduras; Minerais; Vitaminas; Fibras. No cardápio não devem existir restrições, mas todos os alimentos precisam ser consumidos de forma moderada. Evitar o consumo de frituras e alimentos ricos em gordura, além de beber, pelo menos, dois litros de água diariamente, também são hábitos saudáveis que devem ser adotados por pessoas com diabetes. Em algumas situações, porém, o médico pode restringir a ingestão de líquidos como, por exemplo, no caso de pacientes com insuficiência renal. Fracionar as refeições (café da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar e ceia) é uma maneira de evitar uma elevação muito grande na glicemia (pico glicêmico) e auxilia no funcionamento da insulina e do próprio organismo. Também é um caminho para quem deseja emagrecer. Outras formas de evitar o aumento da glicemia são: Substituir o açúcar nos líquidos (café, leite, chá, sucos e refrigerantes) por adoçantes; Consumir alimentos ricos em fibras (legumes, verduras e frutas), pois apresentam baixo índice glicêmico (IG), que retarda a absorção da glicose. 62 EXEMPLO DE UM REGIME ALIMENTAR SAUDÁVEL PEQUENO ALMOÇO Copo de leite magro; Fatia de pão de mistura ou integral (50 gr.) com azeite ou queijo fresco pasteurizado ou fiambre de peru. MEIO DA MANHÃ 1 peça de fruta da época (kiwi, laranja, maçã, pêra) crua; 1 carcaça integral ou de mistura com fiambre de peru. ALMOÇO Sopa de legumes: rica em legumes de folha verde (couves, nabiças, espinafres) e temperada com azeite. Pode juntar leguminosas secas ou frescas (feijão/ervilhas). Só cozidos, assados e grelhados. ± 100gr de carne magra ou peixe. Arroz ou massa integral ou feijão, ou grão, ou ervilhas, ou favas, ou batatas médias cozidas com pele (se necessário temperar com azeite e sumo limão + ervas aromáticas). Salada de alface (pode juntar ervas aromáticas). Temperar com azeite virgem extra e sumo de limão ou vinagre. LANCHE 2 peças de fruta da época; 1 iogurte natural ou de aromas sem açúcar + meia fatia de pão simples. JANTAR Sopa de legumes; Prato: semelhante ao almoço em quantidade, tendo o cuidado de variar o mais possível os alimentos escolhidos. CEIA 1 copo de leite sem açúcar; 3‐ 4 bolachas tipo Maria ou Chá de limão + 1 torrada de pão integral ou de mistura. 63 ENTREVISTA – ALIMENTAÇÃO BALANCEADA (ADAPTADO DA REVISTA BOA FORMA) O que é considerado um cardápio saudável? A tradução de um cardápio saudável é simples. Quando a quantidade de calorias, carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais estão presentes em quantidades adequadas nas refeições diárias, significa que o indivíduo sabe montar um cardápio saudável. Basta respeitar as suas necessidades e preferências individuais. Como evitar a má digestão? Alguns truques na hora de sentar à mesa são capazes de evitar o mal estar após a comilança. Comer sem pressa é uma boa tática. As refeições principais devem durar, no mínimo, 30 minutos. Controlar a quantidade de líquidos durante as refeições (não ultrapasse os 200 ml) e evitar alimentos ricos em gordura é outra investida contra a má digestão. Vale lembrar que, se o mal estar for crônico, é fundamental consultar um gastroenterologista. Ele vai investigar as possíveis alterações no sistema digestório. É possível controlar o metabolismo? O gasto calórico metabólico de cada pessoa varia de acordo com as próprias características pessoais, como idade, peso e altura. Mas, é possível controlar esse gasto, ficando atento ao número de calorias ingeridas e à prática de atividade física. Para dar uma extrapoladinha no cardápio sem ver o ponteiro da balança subir, basta queimar mais calorias, se exercitando. Já quem quer emagrecer deve ingerir uma quantidade energética adequada, que seja abaixo da sua necessidade. Assim, aliando um cardápio de baixo valor calórico com atividade física, a eliminação de peso será maior. Existem alimentos capazes de acelerar o metabolismo? Alguns estudos indicam uma lista bem grande de alimentos eficientes na aceleração do metabolismo. Entre eles, destacam-se o chá, o café, o salsão, a pimenta e o gengibre. (Recheie seu cardápio com alimentos poderosos contra os quilinhos extras). 64 Quais alimentos são benéficos na luta contra o alto colesterol? Pessoas que apresentam colesterol elevado devem evitar alimentos ricos nesse tipo de gordura. Na lista proibida para quem está sofrendo com as taxas elevadas de colesterol, produtos de origem animal, como leite e derivados integrais, carnes e embutidos. Além disso, vale dar preferência aos alimentos ricos em fibras. Por exemplo, frutas, legumes, verduras e cereais integrais (arroz integral, aveia, pão integral, entre outros). Caso você não consuma todos os nutrientes necessários ao organismo, é aconselhável tomar algum tipo de suplementação? Sim. Porém, antes de apelar para os suplementos, o ideal é aprender a comer corretamente. A eventual suplementação não deve tomar o lugar dos alimentos e, sim, servir como complemento. Cortar os carboidratos da alimentação por um tempo pode ser prejudicial à saúde? A restrição moderada de carboidratos deve ser feita por um período determinado, não devendo ultrapassar um ano. Já uma alimentação com restrição total de carboidratos deve ser seguida somente sob supervisão de um profissional da saúde. Uma dieta com excesso de proteínas na alimentação pode sobrecarregar os rins e, por isso, ela deve ser constantemente avaliada. A carne de soja apresenta o mesmo valor nutricional da carne bovina? Não, existem diferenças na composição nutricional. Enquanto 52% do valor calórico da carne bovina é composto por proteínas (o restante é de gorduras), a carne de soja tem 69% do seu valor calórico representado pelas proteínas e 27% de carboidratos. Quando o assunto é quantidade de calorias, a carne de soja sai na frente, oferecendo 300 kcal a cada 100 g. Já a mesma quantidade da carne de boi fornece 179 kcal. Para substituir, a dica é comer, em soja, metade da quantidade que você comeria de carne bovina. Ou seja, troque um bife bovino de 100 g por 50 g de proteína texturizada de soja. Legumes Crus oferecem mais nutrientes que os cozidos? Alguns nutrientes realmente são perdidos durante o cozimento, principalmente, as vitaminas hidrossolúveis, encontradas em abundância nas vitaminas do complexo B e vitamina C. No entanto, isso não significa que a ingestão dos alimentos cozidos deve ser um hábito eliminado. 65 Por que é recomendável trocar o leite integral pelo desnatado? A quantidade de gordura presente em cada tipo de leite é a responsável pela grande diferença entre os dois. Por ser uma gordura de origem animal, ela é saturada e contém colesterol na composição. Considerando, também, que a gordura é o nutriente mais calórico, o leite desnatado tem menos calorias que a versão integral. Tirar as cascas comestíveis das frutas diminui seu valor nutricional? Sim. As cascas são ricas em nutrientes e, entre eles, as fibras merecem destaque. Como grande parte da população sofre de intestino preso, é sempre recomendado ingerir as cascas comestíveis das frutas para amenizar os desconfortos causados pela constipação intestinal. Quais opções de tempero mais saudáveis para as saladas? Os temperos mais saudáveis são os naturais, como salsinha, cebolinha, alecrim, alho e cebola. Por que é importante fazer várias refeições ao longo do dia? A explicação é que cada refeição apresenta alimentos específicos e de importâncias diferentes. Os alimentos indicados no café da manhã são diferentes dos recomendados no almoço ou no jantar. A variedade de refeições leva a uma diversidade de alimentos ingeridos, garantindo uma quantidade maior de nutrientes obtidos. O que são substâncias antioxidantes? Os antioxidantes neutralizam a ação dos radicais livres, substâncias formadas pelo nosso próprio organismo e altamente reativas. Esses radicais são úteis ao organismo, mas, em excesso, podem prejudicá-lo, através do depósito de colesterol nas paredes dos vasos sanguíneos, do enrijecimento das células e da anulação de algumas. Quais os efeitos da aveia na luta contra o colesterol alto? Em sua composição, a aveia apresenta um tipo de fibra chamado solúvel. O nome é dado porque essas fibras são capazes de se ligar à água e formar uma substância parecida com um gel. No intestino, as fibras solúveis se ligam aos ácidos biliares, responsáveis pela digestão das gorduras. Dessa maneira, o colesterol não é absorvido e, juntamente com o ácido biliar, é excretado através das fezes. 66 Depois de aquecido, o óleo é mais prejudicial à saúde? As consequências da reutilização do óleo para preparar os alimentos são muitas: ele apresenta modificações na cor e no cheiro, aumenta sua viscosidade, forma espuma e substâncias tóxicas ao organismo. Tudo isso por causa das elevadas temperaturas a que foi submetido diversas vezes. Adoçar sucos naturais com adoçante diminui o valor nutricional do suco? Pelo contrário, os adoçantes são úteis para reduzir o valor calórico que seria obtido se o açúcar refinado fosse utilizado. Montar pratos saudáveis, mas não variar o cardápio, traz alguma consequência à saúde? Uma dieta variada tem uma maior oferta de nutrientes. Ao ingerir diversos tipos de frutas, por exemplo, você consegue obter diferentes tipos de vitaminas e minerais. É possível montar uma lista com 10 alimentos imprescindíveis à saúde? Frutas, verduras, legumes, cereais, produtos lácteos, carnes e leguminosas devem fazer parte da rotina alimentar de todo mundo que se preocupa com a saúde. Juntos, eles garantem que o organismo obtenha os nutrientes essenciais para seu funcionamento. Os ovos de galinha favorecem o aumento de colesterol? A gema do ovo realmente é rica em colesterol, contendo, em média, 214 mg. A recomendação diária de consumo de colesterol gira em torno de 300 mg. É aconselhável tirar a carne vermelha do cardápio? A carne vermelha é rica em proteínas, ferro, zinco e vitamina B12. Os queijos amarelos são sempre mais gordos que os brancos? A cor nem sempre é uma boa referência de quantidade de gordura. Os queijos amarelos apresentam, em geral, mais calorias que alguns queijos brancos. Porém, nem todo queijo branco é sinônimo de pouca gordura e baixo valor calórico. Os queijos cottage, ricota e minas estão entre os menos calóricos. Por outro lado, queijos brancos como a mussarela de búfala, queijo brie, coalho e gorgonzola apresentam em elevada quantidade de calorias e gorduras. 67 Sal de potássio é melhor do que o de sódio? O sal de potássio, também conhecido como sal light, é indicado para as pessoas com hipertensão. O sódio faz com que haja uma maior retenção de líquido no organismo aumentando a pressão arterial. E, por isso, a alternativa é substituir o sal comum, com sódio, pelo sal com potássio. Batata frita é mais maléfica ao coração se comparada a outros alimentos fritos? Não. Os alimentos fritos em geral podem levar ao aumento de peso, que está associado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. A batata frita é comumente preparada com óleo vegetal, que não contém colesterol e apresenta uma baixa quantidade de gordura. Por que o vinho tinto é famoso por seus benefícios à saúde? A fama de mocinho do vinho vem das substâncias antioxidantes, chamadas de polifenóis, que ele contém. Tais substâncias são associadas à prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e melhora do sistema imune. Dietas muito restritivas acostumam mal o organismo, fazendo engordar com mais facilidade, após voltar ao cardápio habitual? Para não engordar novamente, o ideal é dar continuidade às atitudes aprendidas durante o período de reeducação alimentar. Quem pratica algum tipo de exercício físico deve ter um cardápio mais calórico, comparando com uma pessoa sedentária? Sim, quem faz exercícios frequentemente (no mínimo, três vezes por semana) pode se dar ao luxo de expandir as calorias do cardápio. Quando os isotônicos são recomendados? Depois de 90 minutos praticando atividade física, eles entram em ação para repor os líquidos e minerais perdidos pelo corpo. Quais alimentos favorecem o aumento da massa muscular? Aqueles ricos em proteínas. 68