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A UTILIZAÇÃO DA IMPRESSORA 3D COMO SOLUÇÃO AOS ALTOS CUSTOS
DAS PRÓTESES DE MEMBROS*
André Luis Adenes Deusdará (UEMG – Unidade Carangola)
Patricia Silva Rocha (UEMG – Unidade Carangola)
Adnael Belford Martins (UEMG – Unidade Carangola)
Marco Antônio Coelho (UEMG – Unidade Carangola)
RESUMO
Este artigo tem como objetivo demonstrar como a impressora 3D apresentouse como uma ótima alternativa para elaboração de próteses de membros, com base
em uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo foi possível concluir que a
impressora 3D reduz custos na confecção destas próteses, além de possibilitar
maior grau de personalização e de melhorar a experiência do paciente com as
mesmas. É importante salientar a obrigatoriedade do Sistema Único de Saúde
(SUS) em custear estas próteses para seus pacientes, o que faz com que essa
redução de custos signifique atender muito mais pessoas com menos recursos
financeiros, além disso, a confecção destas próteses na impressora 3D é realizada
em um tempo muito menor.
PALAVRAS-CHAVE: Impressora 3D, Custos, Próteses.
1 INTRODUÇÃO
Próteses são peças criadas com o objetivo de ajudar o usuário à adaptar-se,
da melhor forma possível, a ausência de partes do corpo perdidas ou inexistentes,
atualmente muitas pesquisas são realizadas na área, buscando o aperfeiçoamento e
a melhor adaptação as mesmas.
Porém, apesar de todos os esforços e da tecnologia disponível, o grau de
rejeição destas próteses é alto por parte dos pacientes, alguns dos fatores
determinantes de tal rejeição são os altos custos, a falta de sensibilidade e a pouca
semelhança destas próteses com os membros substituídos tanto funcional quanto
esteticamente.
Neste contexto, a possibilidade de produção de próteses com a tecnologia de
impressão 3d, oferece inúmeras vantagens, como por exemplo a possibilidade de
personalização das próteses, a redução dos custos de produção e manutenção,
sendo assim uma alternativa barata e viável que poderia ajudar a reduzir as filas de
espera por próteses do Sistema Único de Saúde.
A tecnologia de impressão 3d baseia-se na sobreposição de finas camadas.
Normalmente horizontalmente, obtendo assim o objeto desejado. A possibilidade de
utilização de material é ampla, podendo ser por exemplo plástico, metal, chocolate,
entre outros. A nova geração de máquinas de impressão 3D de baixo custo
(equipamentos de até R$ 5 mil) permite a disseminação da produção de pequenos
lotes de forma economicamente viável (BARIFOUSE, 2012; BERGER, 2012).
Segundo (SILVA, J. R. C., 2014) a impressão 3D, pela facilidade de
construção a baixo custo e com uma maior possibilidade de personalização do
produto, poderá atender mais prontamente a demanda das próteses.
Este artigo irá demonstrar como a impressora 3D veio para revolucionar a
indústria de próteses de membros, a possibilidade de produzir em pequena escala
membros completamente personalizáveis é uma atração, principalmente ao se levar
em conta o baixo custo destas próteses. Além disso, o Sistema Único de Saúde
(SUS) é obrigado a custear a confecção destas próteses, esta nova tecnologia é
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capaz de gerar economia e proporcionar até mesmo uma agilidade no atendimento a
pacientes que esperam na fila do Sistema Único de Saúde por uma prótese, pois o
número de pacientes atendidos será muito maior com o mesmo montante aplicado
nesse item.
2 PROTESES
Segundo (LOPES; ALMEIDA, 2013) próteses são substitutos artificiais
utilizados para suprir a ausência de membros e suas funções, ausências, essas, em
sua maioria, causadas por lesões, tumores, diabetes, fornecimento insuficiente de
sangue ou, em caso de pessoas que já nascem sem o membro, amputações
congênitas.
As próteses começaram a ser utilizadas a partir do momento em que
pacientes poderiam continuar a viver sem o membro perdido, anteriormente os
pacientes sangravam até a morte, os médicos então desenvolveram a técnica de
cauterização para estancar o sangue, que possibilitou aos pacientes sobreviver sem
o membro perdido. Para suprir a falta de membros foram desenvolvidas então as
próteses.
Porém na grande maioria das vezes as próteses feitas pelo processo
convencional não substituem com eficiência os membros perdidos, um exemplo
seria se o paciente tiver qualquer problema na mão, usar uma prótese convencional
pode causar transtornos psicológicos por sua aparência e problemas funcionais.
Devido à grande mobilidade de alguns membros usar as próteses feitas pelo
processo convencional serve apenas como uma assistência para execução de
algumas tarefas e não como um substituto ideal para o membro ausente.
(LOPES; ALMEIDA, 2013) afirma que segundo o Ministério da Saúde, foram
realizadas em 2011 cerca de 50.000 amputações pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), 6 % de membros superiores. Estima-se ainda que 15 % de todas as
amputações realizadas no Brasil sejam de membros superiores.
O Sistema Único de Saúde tem por obrigatoriedade fornecer próteses
permanentes ou temporárias gratuitas para seus pacientes. Porém, nem sempre é
possível, ora por conta de valores, ora por conta de dificuldades de produção das
empresas terceirizadas.
Ainda segundo LOPES; ALMEIDA, 2013 uma prótese de mão ativa, por
exemplo, pode variar entre $ 4.000 a $75.000 dólares.
Diante destes valores elevados é possível compreender a dificuldade do
Sistema Único de saúde em fornecer tais próteses a seus pacientes. A confecção de
próteses mais baratas passou a ser uma necessidade urgente, pois a falta de um
membro pode trazer inúmeros transtornos aos pacientes, não apenas transtornos
relacionados as dificuldade vivenciadas pela falta de membro, mas também
transtornos psicológicos. Estes últimos acarretam ainda mais despesas ao Sistema
Único de Saúde, pois geram a necessidade de acompanhamento psicológico.
Neste contexto, a utilização da impressora 3d na confecção de próteses
surgiu como uma solução altamente viável, devido principalmente ao pequeno custo,
além de outras vantagens. Como, por exemplo, proporcionar um alto grau de
customização/personalização das próteses.
A possibilidade de personalização é tão grande que permite inclusive a
confecção de peças lúdicas. Imagine, por exemplo, uma prótese de mão semelhante
à mão de um super-herói, a confecção desta prótese para uma criança proporciona
uma experiência única e divertida podendo inclusive transformar o que seria algo
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constrangedor em algo divertido, garantindo uma satisfação muito maior que a
satisfação proporcionada pelas próteses convencionais.
3 IMPRESSORAS 3D E SEUS CUSTOS
(TAKAGAKI, 2012) afirma que atualmente, existem diversas tecnologias de
impressão 3D. Todas as tecnologias se baseiam no princípio de executar diversos
fatiamentos da figura, geralmente na horizontal, obtendo uma fina camada da figura
que é impressa através do processo de deposição de materiais das partes sólidas
da figura. Sobrepondo as diversas camadas uma sobre a outra, obtemos o objeto
final desejado.
As impressoras 3D utilizam os mais diversos materiais para concepção dos
objetos, pode ser plástico, metal, chocolate, entre outros. O mais comum é o uso de
plástico de engenharia.
A primeira impressora 3D foi criada por Charles Hull em 1984 e foi chamada
de estereolitografia, que consiste numa plataforma perfurada, por baixo um tipo de
vasilha que contém um polímero líquido que solidifica sob efeito fotoquímico, ou
seja, solidifica sob efeito da luz. O polímero é iluminado nos pontos onde deverá se
solidificar para formação da figura, o objeto é divido em fatias e a plataforma e
rebaixada de acordo com que as faixas da figura são formadas, concluído essa
etapa o polímero restante é drenado e tem se a figura tridimensional sobre a
plataforma.
Segundo Takagaki, diversas técnicas foram desenvolvidas e muitos
fabricantes comercializam uma infinidade de dispositivos de impressão 3D, com
custos e qualidades dos mais diversos.
A nova geração de máquinas de impressão 3D de baixo custo (equipamentos
de até R$ 5 mil) permite a disseminação da produção de pequenos lotes de forma
economicamente viável (BARIFOUSE, 2012; BERGER, 2012).
Os custos baixos da impressora 3D aliados à facilidade de uso ajudam e
muito no desenvolvimento de próteses de membros personalizadas.
4 O USO DA IMPRESSORA 3D PARA REDUÇAO DE CUSTOS DE
DESENVOLVIMENTO DE PRÓTESES DE MEMBROS
As próteses criadas utilizando a impressora 3D possibilitou a criação de
membros com alto grau de personalização e uma funcionalidade muito grande,
porém em muitos casos não se parecem com os membros reais, no entanto isso
pode ser facilmente resolvido com a personalização das próteses, no caso das
crianças é possível deixar as próteses divertidas, como por exemplo, fazendo uma
prótese semelhante a membro de personagens, isso faz com que a criança encare
algo que poderia ser motivo de rejeição na sociedade como algo divertido e
motivador.
A tecnologia de impressoras 3D veio revolucionar o método de criação das
próteses de membros. É possível desenvolver membros com um grau de
funcionalidade muito grande de forma muito barata, rápida e precisa utilizando as
impressoras 3D.
Segundo (KATO, 2015), imprimir uma prótese em 3D é uma mudança de
paradigma no sistema de saúde. O motivo para isso é a redução de custo. Enquanto
uma prótese normal está na casa dos milhares de dólares, uma feita de plástico
custa, em média, $50,00 dólares. Isso é ainda mais relevante no caso de crianças,
que precisam trocar de próteses durante a fase de crescimento.
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As próteses são impressas em impressora 3D e precisam de um código com
comandos a serem dados, esse código é obtido na internet de forma gratuita através
de um site chamado thingiverse.com, isso barateia e muito a criação das próteses,
além de serem feitas próteses completamente personalizáveis.
5 CONCLUSÃO
As próteses de membros são muito importantes para a interação do paciente
e para garantir uma vida o mais normal possível para pessoas que não possuem
seus membros, e por isso necessitam de utilizar próteses. Porém, quando feitas da
forma convencional, estas próteses têm um custo muito elevado excluindo, assim,
quem não tem um grande poder aquisitivo.
O Sistema Único de Saúde tem a obrigação fornecer tais membros porém
nem sempre tem disponibilidade financeira para arcar com tal responsabilidade, o
que faz com que muitos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde não
tenham acesso as próteses de que necessitam.
Diante deste cenário a impressora 3D apresentou-se como uma solução
altamente viável, o principal atrativo é a possibilidade de redução dos custos das
próteses confeccionadas através da impressora 3D, além deste atrativo, que por si
só já seria motivo suficiente para considerar a importância da impressora 3D,
podemos citar também a possibilidade de confecção de próteses mais funcionais e
com grande capacidade de personalização.
Com base nisso pode-se concluir a viabilidade da utilização da impressora 3D
na confecção de próteses de membros e principalmente o impacto financeiro que
esta ação poderia ter para o Sistema Único de Saúde, e consequentemente a
popularização das próteses, pois seria possível o financiamento destas próteses,
pelo Sistema Único de Saúde para um número muito maior de pacientes utilizando o
mesmo valor financeiro, ou quem sabe, menos.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARIFOUSE, R. A. A nova revolução industrial, Revista Época. Outubro de 2012.
Disponível em <http://revistaepoca.globo.com/Cienciaetecnologia/noticia/2012/10/novarevolucao-industrial-muda-forma-como-os-objetossaocriados-produzidos-e-consumidos.htm l > acessado em 19 de fevereiro de 2016
KATO, Rafael. Mão Amiga, Revista Info Exame [São Paulo] julho de 2015.
Disponível
em
<https://revista.info.abril.com.br/edicoes/354/aberto/mao-amiga>
acessado em 29 de fevereiro de 2016
LOPES, Jeferson Andris lima e ALMEIDA, Lucas Coelho de Almeida. Metodologia
para concepção de próteses ativa de mão utilizado a impressora 3D. [Brasília DF], Dezembro de 2013. Disponível em <http://bdm.unb.br/handle/10483/6902>
acessado em 06 de março de 2016
MANCANARES, Caue Goncalves. at al. Proposta de um método de seleção do
processo de prototipagem rápida para fabricar uma peça a partir de
especificações técnicas, XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção,
[Salvador
BA]
2013.
Disponível
em
<http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/45373> Acessado em 01 de março de
2016
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SILVA, J. R. C. Método de concepção de articulações flexíveis em impressoras
3d, [Brasília - DF] 2014. Disponível em
<http://repositorio.unb.br/handle/10482/16468> acessado em 28 de fevereiro de
2016.
TAKAGAKI, Luiz Koiti. Tecnologia de impressão 3d, Revista Inovação Tecnológica
[São Paulo-SP] v.2, n.2, p.2840, jul./dez.2012. Disponível em
<http://rit.faculdadeflamingo.com.br/ojs/index.php/rit/article/view/54> acessado em 15
de março de 2016.
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