o estigma da depressão no fenômeno social da

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ISSN 1646-6977
Documento produzido em 14.12.2014
O ESTIGMA DA DEPRESSÃO
NO FENÔMENO SOCIAL DA DOENÇA MENTAL
2014
Darlan de Almeida Lima
Lizieh Florêncio Vale
Emanuelle Eudilene P. S. Silva
Estudantes de Psicologia - Estácio do Ceará Campus Corpvs (Brasil)
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RESUMO
Este artigo sugere uma reflexão teórica acerca do estigma da depressão no fenômeno social
da doença mental; conforme os teóricos Solomon (2002), Cuche e Gerard (1994), Foucault
(2004), Marinoff (2001), Cordás (2002), Ribeiro (1999) e Amarante (1996), a melancolia
entendida como tristeza, delírio, inércia e torpor, foi contextualizada historicamente como
depressão no estudo das doenças mentais, envolvendo a genética, como alteração da função
nervosa, perturbação mental, tratada pela medicina mental, baseada no entendimento anatômicocerebral, sob o prisma da medicalização, sendo inserida num plano de controle social com a
consolidação da psiquiatria e desejo de modificar o atendimento assistencial aos pacientes
doentes mentais. Moreira (1992), Amen (2000) e Bauer et al (1993), Valentini et al. (2004)
afirmaram a falta de consenso e a diversidade de definições de termos envolvendo o assunto, por
causa das excessivas diferenças entre as manifestações patológicas, a despeito do surgimento de
antidepressivos no tratamento da depressão, bem como pesquisas baseadas na ação dos
neurotransmissores e na tecnologia especializada na regulação das emoções, apesar dos pacientes
atendidos na rede básica de saúde apresentando sintomas de depressão não recebem diagnóstico e
tratamento correto. Simon (1992), Goffman (1963), Link et al (1999), Lauber et al (2004),
Corrigan e Gelb (2006), Roudinesco (1998, 2000), Birman (2001) e Fuks (1999), Rosenhan
(1973), Benedict (1934) apud Rosenhan (1973), Evelyn (2009) e Teixeira (2005) tratam do
agravamento do quadro pelas atitudes negativas sobre pessoas com deficiência comumente
conceituadas como estigmatização, rotulando os doentes mentais com atributos indesejáveis
expressos de diversas maneiras, desejando evitar a interação social cuja distância social está
relacionada a percepções das pessoas de que os indivíduos com doença mental podem ser
perigosos, variando de acordo com o diagnóstico psiquiátrico e que é necessário a redução de
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estereótipos negativos da mídia de massa negar a existência da angústia pessoal, pois
normalidade e anormalidade não são conceitos universais, aonde a depressão ganhou status de
efeito colateral da pós-modernidade, sendo predominante na vida mental de certas pessoas como
os narcísicos ou melancólicos, produzindo formas de sofrimentos psíquicos específicos devendo
haver inicialmente um diagnóstico diferencial para a depressão, cujo tratamento pode incluir
medicamentos, psicoterapias ou a combinação dos dois. Zahavi (2005), Ricoeur (1990), Lemos &
Cavalcante (2009), Moreira (2004), Lipovetsky (2007), Giddens (2002), Benasayag (2005; 2009;
2010), Moreira (2004), Kristeva (2002), . Homem (2003) e Birman (2003) falam da vivência
experiencial e dos vínculos que constroem a identidade autobiográfica do sujeito, aonde as novas
demandas clínicas envolvem a necessidade de entendimento dos aspectos culturais e sociais do
paciente inserido numa realidade de ´cultura do risco´, cujo modelo biomédico não dá conta dos
aspectos existenciais e psicológicos gerando uma descartabilidade medicamentosa ilusória e
vazio simbólico. Júnior (1983), Albuquerque (1978), Cooper (1973), Dantas (1981), Kuhn
(1962), Birman (1980, 1992), Santos (2001), Rolnik (1989), Baptista (1999, 2001), Guattari
(1990) e Pelbart (1997) apud Deleuze (1992) pressupõem que a depressão deva também ser
compreendida a partir das relações interpessoais, vendo na família, a promotora de uma
mediação educativa de estabelecimento de papéis, criando condições (inclusive aos depressivos)
para assumirem uma identidade e liberdade.
Palavras-chave: depressão, diagnóstico, família.
1. INTRODUÇÃO
1.1 As origens do pensamento sobre o sofrimento mental na história humana
Seria a depressão, uma doença mental pós-moderna? Como deveria ser tratada? Como
entender o que acontece na realidade atual? E que perspectivas despontam na modernidade?
Como entender o estigma da depressão no fenômeno da doença mental? Para entendermos estas
nuances precisaremos conhecer sobre a história do sofrimento humano associado atualmente ao
termo depressão. Perturbações outrora chamadas de melancolia são definidas atualmente, como
depressão. Conforme Solomon (2002), o termo descrevia, no século XVII, um estado de
desânimo. Afirmam Cuche e Gerard (1994), que Hipócrates,(Séc. V, a.C.) conhecia e definia a
depressão como uma tristeza relacionada a uma ideia constante sem razão e sem febre que
deixava a pessoa abatida, com perda de sono, falta de apetite, desejo de morte, aonde a pessoa se
sentia invadida pela tristeza e cansaço, cujo tratamento envolvia mudar a dieta, fazer ginástica,
hidroterapia e medicamentos orais, com ervas e purgantes.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A dinâmica da evolução do pensamento psicopatológico - acerca da possibilidade
do sofrimento mental ser uma doença
Segundo Foucault (2004), no século XVI, o termo relacionado ao sofrimento mental,
melancolia, envolvia a ideia de haver delírios de relatos de pessoas envolvendo crenças,
pensamentos e imaginações absurdas. Segundo Marinoff (2001), a noção da dicotomia entre
corpo e mente, oriunda do dualismo de Renê Descartes mudou a forma de “olhar” o problema da
depressão, pelo fato da mente ser distinta do cérebro, apresentando inconsistências interpretativas
não vistas como uma patologia física.
Foucault (2004), comenta que no final do século XVIII a melancolia e as loucuras não
delirantes são observadas quando à inércia do paciente desesperado numa forma de torpor diante
da realidade. Solomon (2002), cita que Friedrich Hoffman, médico, químico alemão, foi o
primeiro a sugerir que a conceituar a loucura como uma doença Hereditária. Cordás (2002),
cita William Cullen, médico escocês, defensor da ideia de que, na melancolia, a alteração da
função nervosa gerava incapacidade de associar idéias e executar julgamentos de decisões.
Conforme Ribeiro (1999), no século XIX, o pensamento naturalista nas ciências, repensou
a questão da saúde mental dos indivíduos em casas de internamento ou asilos aonde ele falava
sobre o tratamento moral de Pinel e de sua obra de 1801, intitulada Tratado médico-filosófico da
alienação mental ou mania, aonde classificava a loucura em mania, melancolia, demência e
idiotismo. Segundo Amarante (1996), a medicina buscava, sem encontrar, as causas físicas da
loucura; com Pinel, partindo de outras bases epistemológicas, as “causas morais”, o estudo das
perturbações mentais passou a ser tratado pela medicina mental, pois segundo Pinel, a alienação
era um distúrbio ocasionado pela paixão, no interior da própria razão. Cordás (2002), afirma que
Esquirol, discípulo de Pinel, defendeu uma clínica psiquiátrica como uma medicina mental
baseada no entendimento anatômico-cerebral, rejeitando a metafísica ou teologia moralista,
classificando a melancolia como monomania (transtornos de juízo) e lipemania (transtornos de
humor). Conforme Solomon (2002), o pensamento do médico alemão Wilhelm Griesinger sobre
o fato de que doenças mentais serem doenças do cérebro, a depressão passou a ser vista
notoriamente sob o prisma da medicalização, aonde Michel Foucault combateu essa nova
realidade, dizendo que havia um plano de controle social aonde o monopólio do capitalismo
estaria gerando um império medicamentoso. Ribeiro (1999) trata que, no século XX, ao mesmo
tempo em que houve a consolidação da psiquiatria, (pelos avanços, descobertas e
fundamentações científicas no campo da psicopatologia, farmacologia, anatomia patológica,
neurologia e genética) surgiram, concomitantemente, os movimentos sociais e comunitários
desejosos de modificar o atendimento assistencial aos pacientes doentes mentais.
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2.2 A controvérsia científica acerca da apropriação da visão sobre a doença – em
relação às classificações diagnósticas contemporâneas
Moreira (1992) afirmou que a bibliografia sobre o tema depressão-melancolia era fértil em
afirmar a falta de consenso e a diversidade de definições, mesmo em trabalhos psicanalíticos. No
aspecto de “trazer para fora o que está dentro do sujeito em excesso”, Solomon (2002) entendeu
que existe um número excessivo de diferentes manifestações depressivas e melancólicas que
seria necessário criar uma classificação diferente para cada caso estudado mais a fundo; ademais,
citou a importância da psicanálise cujo autor, Sigmund Freud, se desligou da medicina criando
um campo de conhecimento paralelo (aonde em 1917, escreveu Luto e melancolia, aonde Freud
citou que a melancolia (chamada de depressão na atualidade – grifo nosso) era uma forma de luto
e que surgia de uma sensação de perda da libido envolvendo um ego pobre e vazio. Já, no
aspecto de “adentrar aquilo que é externo como falta ao homem”, no século XX, surgiram os
antidepressivos no tratamento da depressão, aonde se pesquisa a ação dos neurotransmissores e a
regulação das emoções. Conforme Amen (2000) e Bauer et al (1993), após estudos com
eletroencefalograma, tomografia computadorizada e tomografia especializada, verificou-se que
certos padrões cerebrais se relacionavam com o comportamento violento, bem como poderiam
envolver a ansiedade, a distração, a obsessão e a depressão (como alterações cerebrais na
amígdala no hipocampo), bem como poderiam estar relacionadas a alterações neuro-endócrinas e
imunológicas, o que atualmente gera um grande problema social. Conforme Valentini W, et al.
(2004) , devido ao fato de que quase a metade dos pacientes atendidos na rede básica de saúde
apresentando sintomas de depressão não recebem diagnóstico e tratamento correto, surge, neste
início de século XXI, a grande questão se a depressão, pode considerada uma doença mental,
catalogada seja por Classificação Estatística ou Manual de Diagnóstico e qual seria a melhor
forma de tratamento, se seria a medicamentosa, se seria a psicanalítica e ou se seria a
cognitivista.
2.3 O estigma por trás do mito acerca do paciente depressivo na ideologia de
psicopatologia psiquiátrica envolvendo exclusão e violência
Segundo Simon (1992), as atitudes negativas sobre pessoas com deficiência são comumente
conceituadas como estigmatização , termo oriundo da partir da palavra grega estigma ,
significando “marcar algo''. Para Goffman (1963), a teoria da estigmatização é um atributo, ou
marca que desacredita a identidade social, procurando definir uma “normalidade” em indivíduos,
rotulando os doentes mentais com atributos indesejáveis expressos de diversas maneiras,
desejando evitar a interação social (que também afeta os pacientes depressivos, pelo fato de seu
distanciamento social – grifo nosso).
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Link et al (1999) revela que a distância social está relacionada a percepções das pessoas de
que os indivíduos com doença mental podem ser perigosos. Lauber et al (2004) afirma que a
distância social varia de acordo com o diagnóstico psiquiátrico; Corrigan e Gelb (2006) afirmam
que várias abordagens têm tentado reduzir a estigmatização de indivíduos com doença mental,
incluindo a remoção de estereótipos negativos da mídia de massa e através de apresentações
baseadas na comunidade por indivíduos que têm uma doença mental (fato este que pode ocorrer
com pacientes depressivos tidos como possuidores de outro sintomas psico-patológicos – grifo
nosso).
Solomon (2002) aborda que tanto o “louco” como o melancólico (atual depressivo – grifo
nosso) eram privados do convívio com sua família, sendo internados para serem tratados sem
interrupção, visando não gerar incômodos no processo de interação social, pois a alienação não
era vista como perda de liberdade e sim uma busca de uma liberdade ao homem através da
alienação. Roudinesco (1998, 2000) afirma que a depressão é uma manifestação do sofrimento
psíquico presente na contemporaneidade, comparada aquilo que foi a histeria no passado.
(Birman, 2001; Fuks, 1999) pensam que a depressão envolve a fragilidade e superficialidade das
relações interpessoais exacerbada pela imagem (aparência) de uma cultura aonde predomina o
narcisismo.
Rosenhan (1973), no seu artigo “On Being Sane in Insane Places”, defende que não se pode
negar a existência da angústia pessoal que é freqüentemente associada com "doença mental".
Entende que ansiedade e depressão existem, bem como o sofrimento psicológico e que os
diagnósticos fluem a partir da noção do que é normalidade, anormalidade, sanidade e insanidade,
chegando a questionar a classificação psicológica de doença mental como inútil, prejudicial,
enganosa pelo fato de que os diagnósticos psiquiátricos se baseiam nos pontos de vista dos
observadores os quais podem levar pessoas normais (inclusive depressivos – grifo nosso), que
nunca sofreram sintomas psiquiátricos graves a serem internadas como doentes mentais graves.
Dessa forma, a pessoa com depressão poderia ser confundida com um doente mental e ser tratada
de forma preconceituosa ou ter esse estado mental confundido com algo sem valor, como se fosse
“besteira” ou “preguiça”, fato que conceitua o mito de que o depressivo. Evelyn (2009),
neuropsiquiatra e psicoterapeuta, escreveu em seu site uma nota intitulada “Desvende 10 mitos
sobre a depressão”, aonde aborda os mitos e fatos envolvendo a depressão e a
contemporaneidade: Ela trata dos mitos relacionados à depressão como algo, condição de doença
médica, se há algum tratamento, se é algo parte da vida, se é um emoção como tristeza, se pode
ser “mandada embora” pelo paciente, se envolve sorte quanto ao tempo de atuação dela no
indivíduo, se é parte normal do envelhecimento, se atinge apenas mulheres, com exceção de
crianças e adolescentes e se é possível ser herdada geneticamente. Para responder estas
perguntas, é notório lembrar o que afirma Benedict (1934) apud Rosenhan (1973) que sugeriu
que a normalidade e anormalidade não são universais e que o que é visto como normal em uma
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cultura pode ser visto como aberrante noutra, aonde as noções de normalidade e anormalidade
podem não ser tão precisas dependendo das crenças das pessoas. Teixeira (2005), afirma que a
depressão ganhou status de efeito colateral da pós-modernidade; que embora seja doença antiga,
conhecida há mais de 2.000 anos, passou a ser predominante na vida mental de certas pessoas
como os narcísicos ou melancólicos, produzindo formas de sofrimentos psíquicos específicos, o
que não deve ser considerado como uma nova patologia. Teixeira (2005), afirma, ainda, que na
relação entre sofrimento psíquico e contexto histórico existe uma problemática que abarca os
estados depressivos que é justamente a dificuldade de consenso e de definição dos termos
depressão e melancolia, os quais geralmente se confundem aonde a melancolia assume um
caráter romântico histórico, sendo depressão o termo mais comumente aceito e usado na
literatura científica.
2.4 Um exemplo da dinâmica ideológica diagnóstica contemporânea
A médica Evelyn afirma que a depressão é uma tristeza invasiva e limitante, afetando 20
milhões de pessoas anualmente, só nos EUA, e que a depressão não pode ser banida, sendo
conceituada como um transtorno neuroquímico no organismo, aonde um indivíduo que tenha um
episódio de depressão, terá predisposição para ter outros episódios depressivos, sendo uma
doença potencialmente fatal, podendo levar ao suicídio, caso não haja tratamento. Ela afirma no
site que a depressão não é parte esperada de um envelhecimento normal, apesar de que as perdas
e constrangidos de falar dos idosos levam a maiores taxas de suicídio, ocorrendo em maiores de
sessenta e cinco anos, sendo os homens mais vulneráveis do que as mulheres, apesar das
mulheres serem duas vezes mais acometidas que o homem pela depressão, aonde há mais
suicídios masculinos, principalmente em culturas desencorajadoras e que relacionam pedido de
ajuda à fraqueza. Ademais, a neuropsiquiatra afirma que em cada 33 crianças e que um em cada
oito adolescentes são deprimidos ao longo dessa etapa de vida, que as crianças não estão
preparadas para falarem sobre seus sentimentos como os adultos, e que, por isso os adultos
devem tomar a iniciativa de procurar e observar sintomas de depressão nessa faixa etária.
A médica postula que se alguém da família sofrer de depressão, haverá predisposição maior
à doença, cujo tratamento deverá ser iniciado o mais precocemente o quanto possível. No
discurso de Evelyn Vinocur, há uma proposta de tratamento que inclui uma visão mais holística,
uma espécie de evolução do pensamento concernente à doença e ao paciente, envolvendo uma
interação entre os recursos da tecnologia, a farmacologia e a escuta subjetiva como forma de
tentar aliviar o sofrimento humano. A médica afirma que a depressão é tratável e mais que 80%
dos indivíduos com transtornos depressivos melhoram com o tratamento através de
medicamentos modernos e novos tratamentos continuam sendo descobertos, aonde deve haver
inicialmente um diagnóstico diferencial porque a depressão que pode estar ligada a um problema
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na tireoide, sugerindo que, dependendo da decisão médica, o tratamento pode incluir
medicamentos, psicoterapias ou a combinação dos dois.
2.5 Repensando o papel da psiquiatria envolvendo o paciente depressivo diante do
quadro de adoecimento da subjetividade psíquica atual
Assim como a psiquiatria nasceu marcada pela ruptura do aparato de exclusão da
marginalização social e pela pluralidade epistêmica, a depressão herda o mesmo paradoxo de ser
singular e a mesmo tempo ter uma interpretação de valores opostos quanto ao fato de ser ou não
tratada como doença mental e ao mesmo tempo sendo influenciada pelo senso comum ao ser
preconceituada como algo banal, sendo também influenciada pelas várias abordagens da
psicologia e principalmente pela psiquiatria, em relação à formulação de sua origem e ação. As
duas interpretações antagônicas acerca da depressão não são excludentes porque se há extrema
objetivação na prática Clínica Psiquiátrica, que nasce necessariamente do acontecimento
individual do sofrimento físico, há por outro lado, as experiências subjetivas de padecimento
psíquico moral que se fundamentam e se articulam em uma trama de enlaces intersubjetivos
enraizados em um ambiente simultaneamente físico, cultural e histórico.
Conforme Zahavi (2005), O corpo humano meramente orgânico dependente dos outros, se
insere numa vivência experiencial em primeira pessoa que se abre pela palavra para uma
perspectiva do outro, refletindo a linguagem que traduz e compartilha uma narrativa que gera
vínculos que constroem a identidade autobiográfica do sujeito, como identifica Ricoeur (1990) ao
afirmar que “a narrativa faz parte da vida antes de se exilar na escrita”. Segundo Lemos &
Cavalcante (2009), a Psicologia (se subentendendo também à psiquiatria – grifo nosso) carece de
um conhecimento mais aprofundado do psiquismo humano para ser capaz de realizar
intervenções conforme as novas demandas clínicas (incluindo a depressão – grifo nosso), aonde
Moreira (2004) afirma que a experiência de sofrimento considerados disfuncionais ou
psicopatológicos (incluindo a depressão – grifo nosso) envolvem também a necessidade de
entendimento dos aspectos culturais e sociais do paciente inserido numa realidade subjetiva
social.
Lipovetsky (2007) aborda que vivemos numa sociedade do excesso, da velocidade, da
aceleração absoluta, aonde se vivencia o mais e o menos ao mesmo instante, uma liberdade
frustrante, oriunda da busca de uma satisfação perfeita que gera indiferença social porque os
grupos ou categorias sociais emergem prometendo prazer e felicidade, como “qualidade de vida”
em todos os campos da atividade humana (conjugal, sexual, trabalho, etc.) fazendo com que as
expectativas individuais virem metas inalcançáveis, fazendo surgir ansiedade, frustração e
decepção, como novos dilemas de velhos conflitos.
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Giddens (2002) afirma que o “eu” subjetivo precisa ser construído de forma crítica entre a
disposição pessoal e a influência social globalizada de forma crítica para assegurar a sua
integridade, intimidade e sentido pessoal no sentido de uma reorganização psíquica, aonde a
perturbação, repressão e exclusão podem gerar um modo de ser tido como “doença mental” pelo
afastamento de algumas dessas a estas questões sociais, levando ao preconceito e espereótipo de
doente mental. Conforme Benasayag (2005; 2009; 2010), trata da “cultura do risco” atual aonde
o futuro é visto como uma ameaça e o sofrimento psíquico envolve medo, insegurança, depressão
e ansiedade devido as perdas de autonomia pessoal, aonde as pessoas passam a depender de
fatores sociais, gerando sofrimento e adoecimento psíquico pelo fato de que a identidade pessoal
depende mais de fatores externos não compreendidos ou não aceitados, onde o sofrimento e dor
são reflexos da tentativa de abafar o sintoma do sofrimento existencial, transferindo para o
patológico; Moreira (2004) postula que a dependência diante do inusitado gera impotência e
sofrimento aonde as pessoas buscam razões subjetivas na ciência psicológica e
psiquiátrica. Kristeva (2002), então, caracteriza (inserida na subjetivação-grifo nosso) uma
somatização diante do desejo insistente de alternativas, culminando com a neuroquímica
(psiquiátrica) como busca de alívio para as angústias e desejos frustrados, dificuldades
relacionais e sexuais, expressos como o mal-estar da depressão (aonde a pessoa se sente vazia
pela dificuldade das pessoas em serem capacidades de uma representação psíquica em meio a
múltiplos paradigmas), aonde o modelo biomédico não dá conta dos aspectos existenciais e
psicológicos que geram crises de identidade e nervosismo, aonde o quadro depressivo pode ser
instalado. Homem (2003) afirma que há uma descartabilidade medicamentosa ilusória, aonde o
sujeito consumidor obediente e submisso tem sua experiência subjetiva mercantilizada e
mercadorizada por uma medicalização excessiva oriunda do capitalismo monopolista e financeiro
que Birman (2003) denomina esta realidade como uma cultura somática oriunda do processo de
medicalização, gerando sensações de mal-estar que evidenciam a impotência humana, o vazio
simbólico, aonde o diálogo (sofrimento compartilhado com o outro) fica obstruído pela dor que
enaltece o egoísmo narcisista pessoal.
2.6 “Prognóstico Social” Sobre a Depressão sob o Pressuposto do Adendo AntiPsiquiátrico
No pressuposto de combater a ideia do “capitalismo medicamentoso”, a respeito da doença
mental e consequente em relação à depressão, questionando a condição do paciente depressivo, o
fundamento da ideologia antipsiquiátrica com o desejo de eliminação da própria ideia de doença
mental pode ser apropriado na busca de um prognóstico sobre a depressão. Duarte Júnior (1983)
pensa na loucura como oriunda de razões e mecanismos políticos autoritários contra à ordem
social estabelecida como forma de perseguir indivíduos inoportunos, o que se pressupõe que a
depressão deva também ser compreendida a partir das relações interpessoais e não ter deixar os
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pacientes serem taxados como apenas sintomas de uma possível doença mental, pois ignorar o
mundo desses indivíduos é descartar as possibilidades de propiciar significados e valores que
venham a estruturar a psique. Foucault (1977) alerta contra a rotulação dos doentes mentais que
invalida o sujeito, (o mesmo podendo ocorrer diante do paciente depressivo – grifo nosso),
entendendo que o corpo tem uma representação simbólica limitada aonde a intimidade e os
desejos mantidos pelo princípio do prazer devem fazer parte de um processo que traga o paciente
ao princípio de realidade comportamental. Albuquerque (1978) trata o assunto da
institucionalização da desordem mental diante do que era tido como reconhecidamente real e
legítimo, sendo apenas mero domínio social, aonde a tentativa da ciência explicar as desordens
mentais, meramente como disfunções orgânicas, biológicas ou endocrinológicas, refletem o
interesse reducionista de apropriação da loucura (o que pode acontecer com a questão da
depressão – grifo nosso) como conflitos de discursos retóricos querendo controlar de certa forma
a vida do paciente depressivo entre a medicalização e a terapia, aonde entra a importância da
família do depressivo como defende Cooper (1973), que pensa que a família é promotora de uma
mediação educativa de estabelecimento de papéis, criando condições (inclusive aos depressivos –
grifo nosso) para assumirem uma identidade e liberdade como microuniverso social reproduzindo
o macrouniverso do Estado que de certa forma, atribui aos alguns de seus membros, rótulos e
diagnósticos, (inclusive, como “depressivo” – grifo nosso), numa construção social de patologias
a partir do uso do poder, ditando as normas quem sabe mais, só restando aos destituídos do
conhecimento, ao excluídos do sistema, a alternativa de aceitar sua condição de doentes (o
paciente rotulado como depressivo incorporar e interpretar como sintomas a sua doença. Além
disso, segundo Dantas (1981) o sistema de assistência à saúde sendo algo contextual, está
inserido numa cultura social, aonde o paradigma (da depressão, por exemplo, contextualizado
como doença mental – grifo nosso) gera uma crise ocasionada pela crença das próprias regras e
padrões conceituais, aonde Kuhn (1962), aborda a necessidade de geração de buscas de novas
alternativas, visando a busca de uma racionalidade inter-relacional psicológica, que Birman
(1980) considera opositora à realidade do modelo anatomopatológico dominante social, sendo,
portanto, uma realidade que Foucalt (1979) trata como uma crise de poder entre o tratamento
objetivo das ciências naturais na relação médico-paciente ou na relação sujeito-objeto. Refletindo
sobre essa transição paradigmática, Birman (1992) defende o reconhecimento dos direitos sociais
dos enfermos mentais contra uma ilusão constitutiva imaginária, o que nos leva a pensar sobre o
reconhecimento da depressão como uma realidade aonde o paciente deve ser ouvido e
reconhecido em suas necessidades emocionais. Santos (2001) postula que sem uma mudança no
processo social, os direitos serão mera opressão e exclusão social, o que nos leva a repensar na
postura de inteireza de quem convive e espera realmente interagir com o paciente depressivo. No
que trata da relação capital/subjetivação, a luta entre desejo e status, denotando afetos e desafeto,
postula-se que o sem o reconhecimento da subjetividade do paciente depressivo na
contemporaneidade, por parte de quem se relaciona com ele, o qual também ocorre com os
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doentes mentais, haverá deficiência criativa, conforme escreveu Rolnik (1989), o qual Baptista
(1999, 2001) defende a idéia de que essa exclusão social (que de certo modo em um nível pouco
diferenciado, envolve também o paciente depressivo) é algo além da geografia visível,
sendo atreladas a definições pessoais, envolvendo indagações e problematizações subjetivas
acerca dos modos de interação social, das práticas sociais, no dia-a-dia, nos modos de
funcionamento do pensar. Guattari (1990) argumenta uma possível descentralização de focos de
poder das estruturas produtivas que envolvem signos, de sintaxe e de subjetividade, aonde
Pelbart (1997) apud Deleuze (1992) comenta que o sujeito não é mais um ser confinado, mas
endividado pelo consumo e pela falta das fronteiras dos espaços geográficos.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para entendermos o estigma da depressão no fenômeno da doença mental, observamos que
no contexto histórico da depressão, no estudo das doenças mentais, atualmente, a depressão é um
termo novo para uma velha realidade humana do sofrimento subjetivo, cuja falta de consenso e a
diversidade de definições de termos e manifestações patológicas, agravam os próprios sintomas
da depressão aos que não recebem diagnóstico e tratamento correto e que são rotulados como e
tais quais os doentes mentais aonde a evitação da interação social gera uma distância social (até
mesmo do paciente para a sociedade), sendo a depressão um efeito colateral da pós-modernidade,
produzindo formas de sofrimentos psíquicos específicos devendo haver inicialmente um
diagnóstico diferencial para a depressão, cujo tratamento não deve apenas incluir medicamentos
e psicoterapias, mas contato interrelacional, principalmente da família porque sem isso, achar que
apenas o medicamento resolve o problema, fazendo superar o vazio simbólico será apenas ilusão,
uma vez que o modelo biomédico não dá conta dos aspectos existenciais e psicológicos,
agravando o quadro depressivo, cuja família contém uma importante parcela de possibilidade de
geração de saúde mental aos pacientes. Sabemos que o presente artigo não contêm todo o
conhecimento acerca desse assunto importantíssimo, mas esperamos que possa ser uma forma de
despertamento social a todos quantos estiverem envolvidos direta ou indiretamente com essa
realidade patológica cujos pacientes carecem de amor, paciência e cuidado.
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