Teoria da Produção e Custos 1 MATERIAL DE APOIO À TURMA TP3 Produção – período curto 1 - Uma função de produção mostra a relação técnica entre os factores de produção utilizados e o montante de produção obtido. Ambos os factores de produção e produto são avaliados em termos físicos. É uma relação eficiente na medida em que, para uma dada combinação de factores o volume de produção obtido é máximo. 2 - No período curto a oferta de alguns factores de produção é fixa. 3 - A duração de período curto e período longo varia de indústria para indústria. 4 – O comportamento da produção, em período curto, depende da produtividade marginal do factor variável. Enquanto a produtividade marginal for crescente, a produção cresce a ritmos crescentes; quando a produtividade marginal for decrescente, mas positiva, a produção total continua a crescer mas a ritmos decrescentes. Quando a produtividade marginal for negativa, então a produção total decresce. 5- Produção em período curto está sujeita a rendimentos decrescentes. À medida que maior quantidade de factor variável é utilizada, cada unidade adicional de factor variável adicionará menos à produção do que prévias unidades adicionais: produtividade marginal de factor variável diminuirá e a produção total crescerá a um ritmo cada vez mais lento. 6 - Enquanto a produtividade marginal for superior à produtividade média, a produtividade média é crescente. Uma vez que a produtividade marginal seja inferior à produtividade média, a produtividade média decresce. 7 - O empresário estará em equilíbrio (em princípio) em período curto (isto é, maximizará o seu lucro) se produzir no segundo estágio da produção. Corresponde ao intervalo de produção onde a produtividade média do trabalho é máxima e a produtividade média do factor capital é máxima (produtividade marginal do factor capital é igual a zero e a produção total é máxima). Neste estágio da produção, a produtividade média do factor variável é decrescente enquanto que a produtividade média do factor fixo é crescente. A decisão de produzir um determinado montante de produção depende dos preços relativos doa factores de produção. 8- Não confundir produtividade marginal do factor variável decrescente com produtividade marginal negativa. O empresário produz já quando a produtividade marginal do factor trabalho é decrescente porque a produção total cresce (se bem que a ritmo decrescentes) à medida que unidades de factores trabalho são adicionadas ao processo produtivo. Quando a produtividade marginal de factor trabalho é negativa a produção total é decrescente, significando que é possível produzir mais com um menor número de trabalhadores. 9- Cada função produção é definida para uma dada tecnologia. Teoria da Produção e Custos 2 Teoria da Produção e Custos 3 Teoria da Produção e Custos 4 Teoria da Produção e Custos 5 TRABALHO DE CASA PRODUÇÃO – Período curto Suponha as seguintes funções de produção em período curto Qx = 20L Q y= 20 L - L2 a) Deduza as expressões analíticas das funções produção total, média e marginal do factor variável b) Represente as funções graficamente, justificando o seu andamento. Teoria da Produção e Custos Exercício n. 1 – Produção: “Recicla” 6 Teoria da Produção e Custos 7 Teoria da Produção e Custos 8 Produção – período longo ISOQUANTA: • As isoquantas são negativamente inclinadas: Significado: quando aumenta a quantidade de um factor diminui a quantidade de outro factor Pressuposto: montantes adicionais de L e K aumenta Q (PmgL>0, PmgK>0) Substitutibilidade de factores • As isoquantas não se cruzam: – uma determinada combinação de factores produtivos não pode proporcionar dois níveis distintos de produção • Quanto mais afastada da origem, maior é a produção associada à isoquanta: – PmgL>o, PmgK>0, produz-se mais com maior quantidade de ambos os factores • As isoquantas são convexas TMST de K por L diminui à medida que L substitui K, ao longo da mesma isoquanta Teoria da Produção e Custos 9 Generalizando: TMST x2 , x1 = TMST xx12 Taxa marginal de substituição técnica de x2 por x1: mede a redução na quantidade do factor produtivo x2 por acréscimo unitário na do factor x1, de modo a ser obtido o mesmo nível de produção (em termos discretos). Num caso bi-dimensional, e em termos geométricos, a taxa marginal de substituição técnica é o declive da isoquanta num arco (caso discreto) ou num ponto (caso contínuo) TMST = PmgL ⇒ PmgK decrescente à medida que o processo de substituição de K por L tem lugar MAPA DE PRODUÇÃO - diferentes volumes de produção, correspondendo a montantes físicos de produto. Pressuposto: uma dada tecnologia - economicamente relevantes enquanto são negativamente inclinadas Teoria da Produção e Custos 10 Isocusto: o lugar geométrico das combinações dos factores produtivos que acarretam o mesmo custo total. CT = p L ⋅ L + p K ⋅ K ⇔ K = CT p L − ⋅L pK pK Mapa de isocustos: diferentes isocustos, correspondendo a diferentes níveis de despesa em factores de produção. Pressuposto: os preços dos factores são constantes Condição de equilíbrio 1- Maximizar o produto, dada uma restrição orçamental Teoria da Produção e Custos 11 K CT pK Q3 K* Q2 Q1 O TMS = Pmg L p = L . Pmg K pK L* CT pL L Teoria da Produção e Custos 12 Condição de equilíbrio 2- Minimizar o orçamento a aplicar na produção, dada a intenção de produzir um determinado nível de produção. K CT 3 pK CT 2 pK CT1 pK K* Q O TMS = L* CT1 pL CT 2 pL CT 3 pL L Pmg L p = L . Pmg K pK Conclusão: a condição de optimização é a mesma para os dois casos. Pmg L Pmg K Pmg L p = L ⇔ = Pmg K pK pL pK A empresa deve adquirir os seus inputs por forma a obter um igual acréscimo de produto por unidade monetária gasta na última unidade adicional de cada um dos factores. Teoria da Produção e Custos 3. Planeamento do produtor 13 Teoria da Produção e Custos 14 RENDIMENTOS À ESCALA - produção aumenta quando aumentam ambos os factores: PmgL>0 e PmgK>0 ⇒ Q aumenta Quanto? Quando variam todos os factores produtivos na mesma proporção, varia a escala de produção, temos então rendimentos à escala Rendimentos à escala: %∆(quantidade produto) %∆(quantidade todos factores) Teoria da Produção e Custos 15 Rendimentos crescentes à escala: Indivisibilidades técnicas: para escalas de produção reduzidas, a empresa pode ser forçada a utilizar factores produtivos de forma menos eficiente: não é possível adquirir meio computador ou meia máquina. Divisão do trabalho/especialização: à medida que a escala de produção aumenta, pode ser possível especializar o factor trabalho, com ganhos de eficiência e redução nos desperdícios de alternar entre tarefas. Relações geométricas: por exemplo, duplicar as paredes de um armazém, quadruplica a área disponível. Rendimentos decrescentes à escala: Limitação de recursos ou do output: (exemplo: indústrias extractivas ou pesca). Excesso de divisão do trabalho Dificuldades de supervisão/gestão: à medida que a escala de produção aumenta, a hierarquia de supervisores tende a aumentar e a respectiva eficiência a diminuir. Teoria da Produção e Custos 16 Uma função f(x,y) diz-se homogénea de grau n se f (λx, λy) = λn f(x,y), para todo o λ (≠λ0). As funções Cobb-Douglas têm esta propriedade que é particularmente apelativa para o estudo do tipo de rendimentos à escala. Assim, se a escala de produção variar na proporção λ e a quantidade produzida na proporção φ: Q = LαKβ Q1 = λ (L) α(K) β = (λL) α (λK) β⇔Q1= λα+β Q α+β >1 ⇒ Rendimentos crescentes à escala α+β =1 ⇒ Rendimentos constantes à escala α+β <1 ⇒ Rendimentos decrescentes à escala Capital Capital Capital C C C 30 B A O B 20 A 10 Trabalho O 30 B 30 20 10 Trabalho A A O 20 10 Trabalho OA=AB=BC OA>AB>BC OA<AB<BC Rendimentos constantes à escala Rendimentos crescentes à escala Rendimentos decrescentes à escala Teoria da Produção e Custos 17 TRABALHO DE CASA: Exercício para discussão (adaptado de Lichtenberg, 1993, “THE OUTPUT CONTRIBUTIONS OF COMPUTER EQUIPMENT AND PERSONNEL: A FIRM LEVEL ANALYSIS”, NBER WP 4540, pp. 28-29) Uma companhia operadora de telefones Americana decidiu automatizar o serviço de apoio a clientes, utilizando para o efeito computadores existentes na empresa e contratando 9 trabalhadores altamente qualificados com conhecidos em informática (que custam por ano 30000USD cada) e despedindo 75 trabalhadores não qualificados (que custavam por ano 15000 USD cada), verificando-se que o número de clientes que recorreu a este serviço não sofreu alterações. a) Determine a TMST de trabalhadores não qualificados por trabalhadores qualificados, explicando o seu significado. b) Como explica que tantos trabalhadores (75) tenham sido substituídos por tão poucos (9), mantendo-se inalterada a quantidade de serviços prestados? c) Um estudo indicou se fosse adquirido um novo programa de gestão de clientes, seriam necessários não 9, mas 7 trabalhadores qualificados para substituir os 75 e manter o nível de prestação de serviços. Qual o impacto previsível da aquisição desse programa sobre a eficiência desse factor? Resolução: Aspectos genéricos: 2 factores variáveis: trabalhadores qualificados e não qualificados e 1 factor fixo: computadores.Entre os factores variáveis, é possível recorrer ao conceito de TMST. a)75/9,ouseja,8,3(3). b) A pmgL dos que são contratados é superior à dos que são despedidos. Neste caso, o trabalho não é um factor homogéneo. c) Estamos perante um caso típico em que aumentos num factor tido como constante provoca alterações na Pmd (sinónimo de eficiência) e Pmg de um factor variável. Tal como um cozinheiro quando passa a ter mais um fogão consegue cozinhar mais almoços, estes trabalhadores, com este novo programa (segundo o estudo, é benéfico), passam a ter uma maior Pmds e Pmg, pelo que, nestas novas condições, precisos ainda menos trabalhadores para substituir os 75. Notas: Salientar que estamos a falar de novas funções da Pmd e Pmg, de deslocações para cima dessas funções para os trabalhadores qualificados. Salientar que esses conceitos assumem que as quantidades de todos os outros factores estão constantes. Teoria da Produção e Custos 18 TRABALHO PARA CASA 1- Defina elasticidade de substituição de um factor por outro e diga qual o seu significado. 2- Indique que valores deverá assumir a elasticidade de substituição de um factor por outro a) no caso em que os factores produtivos são usados em proporções fixas; b) no caso em que os factores produtivos são substitutos perfeitos. Tópicos de resolução: 1- À medida que nos movemos de forma descendente ao longo da isoquanta o rácio K/L ↓; a TMST também diminui pois quanto menos factor K dispõe o produtor, menos está disposto a dispensar por mais uma unidade do factor L. A elasticidade de substituição indica qual a variação relativa do rácio K/L quando a TMST varia numa dada percentagem. ⎛K⎞ ∆%⎜ ⎟ ⎝L⎠ σ= ∆%TMST Em termos técnicos, a TMST é igual ao declive da isoquanta (em módulo), e o rácioK/L é dado pelo raio vector que liga a origem a cada ponto da isoquanta. Trata-se de um indicador de substituibilidade dos factores, ligado à rapidez com que a TMST se altera na isoquanta. Se as isoquantas forem mais “flats” é de esperar que σ>1 e se forem mais inclinadas é de esperar que 0<σ<1. Este comportamento percebe-se sobretudo pelo comportamento da TMST. Com isoquantas “flat” a TMST pouco varia, pelo que o denominador na fórmula de σ é pequeno. Pelo contrário, com isoquantas muito inclinadas a substituibilidade é difícil, a TMST varia muito ao longo da isoquanta e σ torna-se pequeno. 2- a) No caso de uma tecnologia de proporções fixas. A TMSTde K por L assume o valor 0, se for de L por K será infinito ou um valor indeterminado no vértice da isoquanta. O valor da elasticidade será infinito, zero ou indeterminado, respectivamente Como a combinação de factores de equilíbrio será necessáriamente a correspondente ao vértice, pode concluir-se que o valor da elasticidade é indeterminada. b) no caso de factores substitutos perfeitos a TMST não se altera, logo o denominador é 0. O numerador não é nulo pois Teoria da Produção e Custos 19 Q = αK + β L Q β K= − L α α K Q1 β = − L α L α e por isso existe alteração no numerador da elasticidade. (uma outra forma era dizer que o raio vector é diferente em cada ponto). Assim sendo σ é infinita. Teoria da Produção e Custos 20 Teoria da Produção e Custos 21 Teoria da Produção e Custos 22 Teoria da Produção e Custos 23 Linha de expansão de período longo Linha de Expansão: conjunto das combinações de longo prazo dos factores produtivos que, dados os preços dos factores produtivos, minimizam o custo total, para os vários volumes de produção. K CT2/pk CT1/pk CT0/pk • • • Linha de expansão de período longo Q2 Inclinação = -pL/pk Q1 Q0 CT0/pL CT1/pL CT2/pL L Microeconomia II Linha de expansão de período curto K CT2/pk CT1/pk Suponha que a empresa quer produzir Q0, com o menor custo possível. Se não houvesse restrições, utilizaria uma combinação de L e K dada pela tangência entre a isoquanta e a linha de isocusto marcada (ponto pertencente à linha de expansão de longo prazo). O custo seria CT1. Se estiver condicionada a uma determinada quantidade de factor fixo, essa restrição aumentaria o custo para CT2 pelo aumento da utilização de L (e apesar da redução de K). • K • Linha de expansão de período curto Q0 CT1/pL CT2/pL Microeconomia II L Teoria da Produção e Custos 24 Linha de expansão de período curto Se a empresa pretender produzir Q0, Q1, Q2, utilizaria combinações K CT’2 pertencentes à linha de expansão de longo prazo. Se a empresa estiver limitada à quantidade de capital que minimiza o custo de produzir Q1 , então … CT2 … os custos de produzir Q0 e Q2 aumentariam. CT1 Linha de expansão de período longo • K2 K1 • • • K0 • Linha de expansão de período curto Q2 Q1 CT’0 Q0 CT0 L’0 L0 L1 L2 L L’2 Microeconomia II Linha de expansão de período curto K Enquanto que as linhas de expansão de longo prazo indicam todas as CT’2 CT2 CT1 combinações de L e K de mínimo custo para produzir diferentes volumes de produção, a linha de expansão de curto prazo apenas indica um ponto de mínimo custo (onde CTpl = CTpc). Os CTpc são sempre maiores que os CTpl com excepção para um volume de produção, em que são iguais, porque em período curto o empresário está na dimensão mais adequada para produzir esse volume de produção. Linha de expansão de período longo • K2 K1 K0 • • • • Linha de expansão de período curto Q2 Q1 CT’0 Q0 CT0 L’0 L0 L1 L2 L’2 Microeconomia II L Teoria da Produção e Custos 25 Linha de expansão de período curto Se a empresa pretender produzir Q0, Q1, Q2, utilizaria combinações K CT’2 pertencentes à linha de expansão de longo prazo. Se a empresa estiver limitada à quantidade de capital que minimiza o custo de produzir Q1 , então … CT2 … os custos de produzir Q0 e Q2 aumentariam. CT1 Linha de expansão de período longo • K2 K1 • • • K0 Linha de expansão de período curto Q2 • Q1 CT’0 Q0 CT0 L’0 L0 L1 L2 L L’2 Microeconomia II A Função Custo Total de Período Longo K Q1 Q0 K1 K0 0 • • CT0 CT1 L0 L1 CT CTPL CT1=pLL1+pKK1 CT0 =pLL0+pKK0 0 Q0 Cada ponto da função custo de período longo estabelece uma relação entre o custo total e o nível de produção: é um ponto em que o custo total é L mínimo, no sentido em que a combinação de factores é a mais eficiente para produzir um dado volume de produção (porque podemos fazer variar a quantidade de ambos os factores), com preços de factores constantes. Q1 Q Microeconomia II Teoria da Produção e Custos 26 Teoria da Produção e Custos 27 Custos de período curto Custo variável total (CVT) • O formato da curva de CVT é determinada pela curva de Produtividade Total (PT). Figura 1 apresenta a função de produtividade total ou produto total (PT) de periodo curto. Para derivar a curva de CVT é necessário redesenhar a curva de PT indicando o produto no eixo horizontal e o trabalho (L) no eixo vertical (figura 2). Ambas as figuras representam a mesma relação entre factores de produção e produto. Supõe-se em seguida que a empresa paga por cada unidade de factor variável um dado preço (pl). A curva de produtividade total é transformada numa curva de custo multiplicando L no eixo vertical pela taxa salarial (pl). A curva de custo na Figura 3 é chamada de custo variável total (CVT) porque establece uma relação entre o nível de produção e o custom com o montante de factores variáveis necessários para produzir tal nível de produção. Dado que a curva de CVT é deduzida a partir da curva de PT o seu formato revela a lei dos rendimentos decrescentes. O seu formato está sistemáticamente relacionado com o formato da função de produção de período curto. A função de produção em período curto indica o montante de factor variável (trabalho) necessário para produzir um dado nível de produto. Esse montante de factor variável multiplicado pela taxa salarial dá o custo variável de produção. Portanto, o CVT primeiro cresce a ritmos decrescentes à medida que unidades adicionais de factores são uilizadas. A partir do momento em que o produto cresce para além do ponto de inflexão, (início dos rendimentos decrescentes), os acréscimos de produto em termos de factor variável são cada vez menores, e os custos variáveis totais começam a crescer a um ritmo cada vez mais rápido. O ritmo de crescimento da curva de CVT é o resultado das características de produtividade marginal crescente e decrescente. Outras características: • Tem início desde a origem. Em período curto os custos variáveis são iguais a zero para montantes nulos de produto e de factor variável utilizado. • Existe uma curva dos CVT para cada curva de PT. Se a curva de PT variar a curva de CVT também varia. • Uma curva de CVT é válida para cada taxa salarial. Figura 3 mostra duas outras curvas de CVT na hipótese de um aumento da taxa salarial (CVT2) ou de uma diminuição na taxa salarial (CVT3). Teoria da Produção e Custos 28 Teoria da Produção e Custos 29 Teoria da Produção e Custos 30 Custo Fixo Total (CFT) Custo fixo total tem duas características essenciais: (i) não podem ser evitados em período curto (ii) não se alteram devido a variações de produto. Como os custos fixos são independentes do volume de produção, o CFT é representado por ums linha horizontal paralela ao eixo dos xxs . Custo Total (CT) Custo total (CT) é a soma das componentes dos custos variável e fixo: Custo To tal (CT) = CVT + CFT A curva de CT é simplesmente a CVT deslocada verticalmente para cima no montante de CFT INTRODUCTION Assim, é a função custo variável total que comanda o andamento da função custo total, pois acréscimos de produção só são possíveis com acréscimos do factor variável: CT(Q)=CVT(Q)+CFT u.m. CT(Q, K0) pKK0 CVT(Q, K0) CFT pKK0 Q Microeconomia II Custos médio e marginal Custo médio (CTM) é o custo por unidade de produto: CTM = CT/Q Se o custo total de produzir unidades de produto então o CTM é . Teoria da Produção e Custos 31 Dado que o CT tem duas componentes de custo CVT e CFT, é possível definir custo varável médio (CVM) e custo fixo médio (CFM). Assim CTM = CVM + CFM Sendo CFM = CFT/Q = pk*K/Q Custo fixo médio é o custo de obtenção dos factores fixos necessários à produção por unidade de produto. e CVM = CVT/Q = pL*L/Q Custo variável médio (CVM) é o custo de obtenção dos factores variável necessários à produção por unidade de produto. Custo marginal é o custo adicional de produzir uma unidade extra de produto. Cmg = ∆CT/ ∆Q Verifica-se que o custo marginal (Cmg) é dado pelo acréscimo do custo variável total (CVT) porque por definição não se pode verificar um acréscimo de custos fixos à medida que o produto cresce. Assim Cmg = ∆CVT/ ∆Q . Formato das curvas de CTM, Cmg , CVM, CFM Custo variável médio (CVM) Geométricamente CVM é o declive do raio vector desenhado a partir da origem até a um ponto considerado na curva de CVM. Imaginando sucessivos raios vectores desenhados, conclue-se que CVM decresce à medida que o produto cresce, assume um valor mínimo no ponto de tangência do raio vector com a curva de CVT, e cresce a partir deste ponto. A curva de CVM tem o formato em U. Teoria da Produção e Custos 32 Custo fixo médio (CFM) Geométricamente CFM é definido como o declive do raio vector desenhado a partir da origem até a um ponto considerado na curva de CFT. Desenhando sucessivos raios vectores para montantes mais elevados de produção, verifica-se que os declives dos raios vectores decrescem continuamente. Portanto a curva de CFM continua a decrescer a aproxima-se assintóticamente do eixo horizontal. 1 Custo Total Médio (CTM) Custo total médio obtém-se por simples soma vertical das curvas de CVM e CFM para cada nível de produto. O CTM decresce para níveis mais baixos de produção porque as curvas de CVM e CFM também estão a decrescer. O CTM continua a decrescer para além do nível de produção correspondente ao valor mínimo de CVM. Porque o CFM continua a decrescer para além do ponto em que o CVM atinge o mínimo o CTM tem que continuar a decrescer. Entre os volumes de produção Q=6 e Q=8 o CFM decresce a um ritmo mais rápido do que ao que CVM está a crescer. O decrescimento de CFM mais do que compensa o crescimento de CVM. No volume de produção Q=7 o CVM está a crescer à mesma taxa que CFM está a decrescer. Quando isso acontece o CTM atinge o seu mínimo. Para além de Q=8 , o crescimento de CVM excede o decrescimento de CFM e portanto CTM cresce. 1 A curva de CFM é uma hiperbole rectangular Teoria da Produção e Custos 33 INTRODUCTION Ao contrário da função Custo Fixo Total (CFT), o Custo Fixo Médio (CFM) depende do volume de produção: é o custo fixo por unidade de produto, necessariamente decrescente à medida que o volume de produção aumenta, tendendo para 0 à medida que a quantidade aumenta. Em termos geométricos, cada ponto da função CFM é dado pela inclinação da recta que une a origem ao ponto em questão na função CFT. u.m. u.m. CFT CFM Q1 Q2 Q3 Q Q1 Q2 Q3 Q Microeconomia II Exemplo (caso discreto) - Custos no Curto Prazo Q CFT CVT CT Cmg CFM Microeconomia II CVM CTM Teoria da Produção e Custos 34 Exemplo (caso discreto) - Custos no Curto Prazo CT u.m. CVT 27 A 216 1 20 1 B 120 48 0 CFT 2 6 4 8 Qtd 10 u.m. 60 Cmg CTM a 28 27 CVM b 20 8 CFM 0 2 4 6 8 10 Como a diferença entre as funções CTM e CVM é decrescente com o volume de produção, as duas funções tendem a aproximar-se, embora, como é lógico, o CTM esteja sempre acima do CVM. Numa 1ª fase, tanto o CVM como o CFM são decrescentes, logo também o CTM o será. Numa 2ª fase, o CFM continua a decrescer, mas o CVM já começou a aumentar, só que ainda não compensa o 1º efeito pelo que o CTM continua a decrescer. Só quando o 2º efeito compensa o 1º é que o CTM começa a decrescer. O Cmg é a variação do custo total (ou do custo variável total, pois os custos fixos totais não se alteram com o volume de produção) que resulta da produção de uma unidade adicional de produto. O Cmg é menor do que o CVM (CTM) na fase descendente do CVM (CTM); igual ao CVM (CTM), no mínimo destes; maior do que o CVM (CTM) na sua fase descendente. Qtd Microeconomia II Relações entre os Custos de Período Curto e os de Período Longo Ki é a quantidade de capital minimizadora do custo de longo prazo para Qi ; i = 1,2,3. u.m. CT(Q,K1) Q1 CT(Q,K2) Q2 Microeconomia II CT(Q,K3) Q3 CTpl(Q) Q Teoria da Produção e Custos 35 Relações entre os Custos de Período Curto e os de Período Longo u.m. CMg(Q,K3) CTM(Q,K3) CTM(Q,K1) Cmdpl(Q) CMg(Q,K1) CTM(Q,K2) Cmgpl(Q) • • • • • CMg(Q,K2) 0 Q1 Q3 Q Q2 O mínimo custo unitário de produzir um determinado produto (Volume de Produção Típico) numa dada dimensão não corresponde ao mínimo CTM dessa dimensão, a não ser que estejamos na dimensão óptima. Se no curto prazo, a empresa utilizar uma dimensão que origina um CTM situado na fase de economias (deseconomias) de escala, terá que produzir o VPT para estar a produzir esse volume de produção ao mínimo custo possível, como em Q1 (Q3). Se produzir no mínimo do custo total médio, o empresário não está a produzir esse volume de produção ao mínimo custo possível; basta aumentar (diminuir se a dimensão estiver em deseconomias de escala) um pouco a dimensão para a empresa produzir ao mínimo custo. Microeconomia II Caso especial u.m. Quando o custo total de período longo cresce a ritmos constantes… CT(Q,K2) CT(Q,K3) CT (Q) pl CT(Q,K1) • • • 0 Q1 Q2 Microeconomia II Q3 Q Teoria da Produção e Custos 36 Caso especial u.m. O custo médio (e marginal) de período longo é uma constante. CMg(Q,K1) CMg(Q,K3) CTM(Q,K2) CTM(Q,K1) 0 CMg(Q,K2) CTM(Q,K3) • • • Q1 Q2 Q3 Microeconomia II CMdpl(Q)=CMgpl(Q) Q Teoria da Produção e Custos 37 Teoria da Produção e Custos 38 Teoria da Produção e Custos 39 Teoria da Produção e Custos 40 Teoria da Produção e Custos 41 Teoria da Produção e Custos 42 ESTRUTURA PERFEITAMENTE CONCORRÊNCIAL Estrutura de Exemplos mercado N.º produtores de Tipo de produto Poder da empresa sobre Barreiras à Concorrência entrada extra preço Não Nenhum o preço Concorrência Algumas perfeita indústrias Muitos Homogéneo Nenhum existem agrícolas Concorrência Comércio Monopolísta a retalho Muitos Diferenciado Algum Não Publicidade e existem diferenciação do produto Oligopólio Computad Alguns Homogéneo Algum Elevada Publicidade e ores, ou diferenciação petróleo, diferenciado do produto aço, cerveja Monopólio Empresa de electricida de Poucos Produto único considerável existem Publicidade Teoria da Produção e Custos 43 Teoria da Produção e Custos 44 Teoria da Produção e Custos 45 Decisão de produção no curto prazo Unidades de produto Preço (euros) Receita total (euros) Custo fixo total Custo variável (euros) total Custo total (euros) Lucr total (euro (euros) 0 20 0 24 0 24 -24 1 20 20 24 4 28 -8 2 20 40 24 6 30 10 3 20 60 24 10 34 26 4 20 80 24 16 40 40 5 20 100 24 26 50 50 6 20 120 24 46 70 50 7 20 140 24 76 100 40 8 20 160 24 138 162 -2 Teoria da Produção e Custos 46 Teoria da Produção e Custos 47 Teoria da Produção e Custos 48