Etapa de Lobo Marinho - Corpo Nacional de Escutas

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CORPO NACIONAL DE ESCUTAS
ESCUTISMO CATÓLICO PORTUGUÊS
SERVIÇOS CENTRAIS
DEPARTAMENTO NACIONAL
DE
ESCUTISMO MARÍTIMO
ALCATEIA
ETAPA DE PROGRESSO
LOBO MARÍNHO
CADERNO DE APOIO
CORPO NACIONAL DE ESCUTAS
ESCUTISMO CATÓLICO PORTUGUÊS
ALCATEIA
ETAPA DE PROGRESSO
LOBO MARÍNHO
Insígnia - Distintivo com a silhueta de um lobo marinho de cor preto, olhos
brancos, sobre uma bóia de formato redondo
Colocado na manga direita.
1.
Saber nadar;
2. Saber pagaiar para vante e ciar;
3. Saber usar corretamente o colete de salvação;
4. Conhecer a Palamenta de um Optimist e de uma Canoa;
5. Conhecer a Nomenclatura do Optimist;
6. Identificar Bombordo e Estibordo;
7. Fazer e aplicar corretamente os nós necessários para aparelhar um
optimist:
-
nó direito
nó de oito
lais de guia simples
8. Saber aparelhar um optimist e fazer a manutenção da embarcação;
9. Conhecer as mareações;
10. Descrever e executar o procedimento a ter no caso da embarcação se
voltar.
Olá Lobito!
Este é o teu Caderno de Pesca, para te tornares num Lobo Marinho. Vamos
dar-te muitas “coisas” para aprenderes a nadar; a pagaiar; a usar o colete de
salvação; a conheceres um optimist e uma canoa; bombordo e estibordo; nós;
“montar” um optimist; de que lado vem o vento; vais saber voltar a tua
embarcação e manteres a tua embarcação limpa e arrumada.
Quando souberes as respostas, serás um verdadeiro Lobo Marinho e, então
usarás no teu uniforme, no braço direito esta insígnia.
1ª PROVA
Nadar
Esta é uma das provas mais importantes que tens de fazer, nadar.
Saber nadar é importante, porque quando navegas irás com certeza
diversas vezes ao “banho”, e terás de nadar até à tua embarcação, recolher a
palamenta.
Se não sabes nadar, certamente os teus chefes irão ensinar-te, é muito
fácil. Ora vê, nadar de “bruços” é o mais fácil, é como se estivesses a imitar
uma rã e com o colete de salvação é o melhor “estilo”, terás menor esforço.
Sabes como nadam as rãs? São muito engraçadas, têm o corpo direitinho,
as mãos estão juntas perto da cara e os pés juntos perto do rabo, quando
começam a nadar, as mãos vão com força para a frente e depois começam a
fazer um arco para trás, a empurrar a água com as palmas da mão, quando as
mãos chegam á barriga voltas a juntá-las e leva-as para perto da cara, para
começares tudo de novo.
Os pés, são jogados também com força para trás, voltas a recolhe-los e
voltas a jogá-los para trás, isto tudo ao mesmo tempo que as mãos, para que o
corpo seja impulsionado para a frente.
Experimenta na tua próxima actividade, verás que é fácil e divertido,
aproveita e organiza uma corrida com os Lobitos do teu Bando.
2ª PROVA
Pagaiar
Que nome tão esquisito para um remo, como deves pensar. Mas é assim
que se chama estes remos pequenos - PAGAIAS.
Existem as pagaias simples e as duplas.
A pagaia simples é formada por um punho, um corpo e uma pá; a pagaia
dupla tem mais uma pá, ou seja duas pás e não tem punhos.
Podes ver melhor com os desenhos que estão a seguir.
“Pagaiar para Vante”, mais uns nomes esquisitos. Pagaiar significa remar,
colocas a pá dentro de água e depois com a força dos teus braços fazes mover
a pagaia da tua frente para trás, deste modo, vais obrigar a que a tua
embarcação se mova para a frente ou seja para vante, vante quer dizer frente.
Pagaiar para Vante quer dizer que a tua embarcação se vai deslocar para
a tua frente.
“Ciar”, outro nome esquisito. Significa pagaiar para trás, ou seja, colocas
a pagaia dentro de água e com a força dos teus braços moves a pagaia de trás
para a frente, ou seja de ré para vante, ré quer dizer atrás ou traseira.
Deste modo, a tua embarcação desloca-se para ré.
3ª PROVA
Colete de Salvação
O Colete de Salvação, é uma das peças mais importantes para um Lobito,
porque ajuda-te a flutuar quando cais à água.
Existem diversos coletes e vestem-se de maneira diferente, é preciso
seguir as indicações que os teus chefes te dão.
Há aquele colete que se veste como os coletes normais para andar na rua,
que se enfiam nos braços e abotoam-se à frente.
Há outros que são de enfiar pela cabeça e depois têm umas cintas para
atares á frente.
E há ainda outros que também se enfiam pela cabeça, mas estes têm um
cinto que prendes e depois enche-os como se fosse um balão, são os
insufláveis.
Ao caíres à água, vais ter dificuldades em nadar, não te preocupes,
porque o colete já está a fazer a sua função, ou seja, estás a flutuar.
Procura chegar à tua embarcação e, senão a conseguires virar não te
preocupes o teu chefe deve estar a chegar com o bote de apoio para te ajudar.
Entretanto vai descansando, podes esticar-te e colocares a cabeça no
flutuador que o teu colete tem atrás.
Mas atenção, não adormeças.
4ª PROVA
Palamenta de Optimist e Canoa
São duas embarcações diferentes, como sabes. Uma move-se à vela e a
outra a pagaias.
Palamenta significa que são todas as peças soltas da embarcação, como
por exemplo na canoa: as pagaias, o bartedouro (peça de plástico para tirar
água, tipo colher ou balde), os flutuadores (câmaras de ar), quando a canoa não
tem caixas de ar (compartimentos estanques) e os coletes de salvação.
A Palamenta do Optimist é a seguinte: o mastro, a retranca, o pau de
espicha (estas três peças tem o nome de mastreação), a vela, a escota, os
moitões, os flutuadores, o patilhão, o leme, o bartedouro, o colete de salvação.
Observa bem os desenhos e depois identifica as peças na Base, junto ao
vosso material.
5ª PROVA
Nomenclatura do Optimist
Nomenclatura são os nomes das peças fixas da embarcação.
Observa o desenho, é melhor para identificares a nomenclatura da
embarcação.
Comprimento
Comprimento à linha de água
Boca
Calado sem patilhão
Calado com patilhão
Área vélica
Peso
2.34m
1.75m
1.13m
0.09m
0.78m
3.25m
35kg
1. Proa – parte da frente ou
vante
2. Popa – parte de trás ou ré
3. Costado – parte de fora da
embarcação
4. Borda – parte de cima do
costado
5. Verdugo – peça de madeira
ou fibra, na borda, para
protecção do costado
6. Poço – onde o tripulante
manobra
7. Painel de popa – onde se
coloca o leme
8. Caixa de patilhão – onde se
mete o patilhão
9. Caixa de flutuador – onde se
mete o flutuador para a
embarcação não virar
Nó direito
nó de oito
10. Caixa de flutuador – onde se
mete os flutuador para a
embarcação não afundar
11. Bancada – onde se coloca o
mastro
12. Enora – buraco na bancada
por onde entra o mastro
13. Carlinga – peça onde assenta
o mastro
lais de guia
6ª PROVA
Bombordo e Estibordo
O Bombordo e o Estibordo são os lados da embarcação, como o lado
direito e o esquerdo de qualquer coisa.
A posição da embarcação, é vista sempre da popa para a proa. Então, o
lado direito da embarcação é o Estibordo e o lado esquerdo é o Bombordo.
7ª PROVA
Nós
Os nós, são muito importantes para poderes “andar” à vela, tens de os
fazer para que a vela fique bem amarrada ao mastro e à retranca, com o nó
direito, a escota tem de ficar segura no poço com os lais de guia e para não
fugir dos moitões fazes o nó de oito no chicote da escota.
Mas vamos lá ver como é que eles se fazem, para depois praticarem na
vossa embarcação.
8ª PROVA
Aparelhar o Optimist
Esta, é das provas mais “giras” que vais fazer e a que vais aprender
mais. Aparelhar o teu optimist, verás que não é difícil.
Começas por pedir ajuda ao teu Bando, para transportares o optimist
para perto de água, colocas de imediato a proa virada contra o vento, depois
verás porquê.
O teu Bando, ajuda-te a trazer toda a Palamenta do optimist.
Preparas o mastro e a retranca, para receber a vela, não a metas no
chão, podes colocar tudo em cima do optimist, verifica se falta algum atilho à
vela, depois amarra-os ao mastro e à retranca com o nó direito.
Enfias as réguas na vela e, depois pegas no mastro e retranca com a vela
e colocas o pé de mastro na carlinga, passando pela Enora. È aqui que vais
verificar porque é que metes-te a proa virada contra o vento, é para a vela
não andar dum lado para o outro e não te bater com a retranca.
Preparas o pau de espicha, que vais colocá-lo no seu lugar na vela, não
estiques nem muito nem pouco que é para não aparecer rugas na vela.
A escota, é amarrada no fundo com o lais de guia, depois passa-a pelos
moitões e terminas com o nó de oito no seu chicote.
Apertas o “burro”, para a retranca ficar na posição horizontal e não
levantar com a força do vento.
Está na altura de vestires o colete de salvação, é muito importante, para
quando virares não ires ao fundo, apesar de saberes nadar.
Com a ajuda dos outros lobitos, colocas o optimist na água sempre virado
contra o vento, entras pela popa e preparas o patilhão na caixa, enquanto
outro lobito coloca o leme no seu lugar.
E pronto, vais começar a navegar sozinho e agora só tens de pôr em
prática o que os teus chefes te ensinaram, já estás a navegar!
Manutenção da Embarcação
A água salgada destrói todo o material.
Após cada utilização, deves lavar a embarcação e toda a palamenta com
água doce.
O casco depois de lavado, deve ser arrumado com o poço para baixo, de
modo que toda a água escorra.
A escota, deve ser suspensa ou estendida também para escorrer.
A vela, deve ficar suspensa.
O Mastro, a retranca e a espicha devem ficar completamente direitos.
9ª PROVA
Mareações
Mareação quer dizer, a posição por onde entra o vento na tua embarcação.
Bolina – quando o vento entra pela amura.
Largo – quando o vento entra por través.
Popa – quando o vento entra pela popa.
Resumindo, a embarcação navega a uma bolina, a um largo e a uma popa.
10ª PROVA
Quando a embarcação se volta
Quando navegas, o vento ou uma vaga pode virar a tua embarcação.
Deves manter a calma e não te atrapa-lhes, colocas os teus pés no
patilhão e balanças-te para trás, para a embarcação voltar à posição normal,
sobes pela popa e depois recolhes a palamenta que saiu.
Deves desembaraçar a escota, para que o vento não volte a “pegar” na
vela e voltares a virar, deste modo a embarcação por si só aproará ao vento,
depois de tudo isto, tiras a água que estiver a bordo com o bartedouro.
Quando acabares de tirar a água, verifica todo o aparelho para ver se
podes voltar a velejar, acontece por vezes algum material se danificar e não
podes velejar..
No caso de não conseguires voltar a embarcação à posição normal, ou
subires para dentro dela, respeita estas regras:
1. - Nunca abandonar a embarcação, é mais fácil ver um casco dentro
de água (porque é grande) do que uma cabeça (que é pequena);
2. - Verificar se o colete de salvação está bem colocado e acomoda-o
ao corpo;
3. - Recupera a palamenta, sem te afastares muito da embarcação, se
alguma peça estiver longe não a vás buscar;
4. - Agarra-te bem à embarcação e espera pelo bote de apoio.
Se a tua embarcação é uma canoa, ao virares, deves de imediato tentar
colocar a canoa na posição normal, porque senão enche-se de água e depois é
mais difícil de a voltar.
Tu e o teu companheiro, devem entrar ao mesmo tempo para a canoa, para
não se desequilibrarem, por lados diferentes.
Depois de ambos estarem sentados, há que apanhar a palamenta e retirar
a água de dentro da canoa.
Se não conseguirem virar a canoa, ou entrar nela, respeitem as regras que
leste anteriormente.
CORPO NACIONAL DE ESCUTAS
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESCUTISMO MARÍTIMO
ETAPA DE MARÍTIMO
SISTEMA DE PROGRESSO
FLOTILHA
SISTEMA DE PROGRESSO DA FLOTILHA
Marítimo
Adesão ao Movimento
1.- Saber pagaiar, ciar, remar e respectivas vozes;
2.- Saber utilizar o colete de salvação e conservá-lo, estando à
vontade dentro de água;
3.- Enunciar a nomenclatura de um cabo, saber lançá-lo e colhê-lo
corretamente;
4.- Enunciar corretamente a nomenclatura e palamenta de uma
embarcação de canoagem;
5.- Desenhar a Rosa dos Ventos, indicando os pontos Cardeais,
Colaterais e Sublocatárias;
6.- Frequentar a catequese;
7.- Mostrar que tem hábitos de higiene e asseio;
8.- Integrar-se na vida da sua tripulação e participar num bivaque;
9.- Descrever sumariamente o aparecimento do Movimento Escutista e
do Escutismo Marítimo;
10.- Cantar o Hino Nacional e duas canções escutistas.
Adesão à Secção
1.- Amarrar correctamente uma embarcação ao cais e utilizar um pau
de croque;
2.- Nadar 25m e saltar para a água de 2m de altura envergando o
colete de salvação;
3.- Fazer e aplicar numa embarcação os seguintes nós e voltas:
Direito, Correr, Azelha, Oito, Escota, Lais de Guia e Volta de Fiel;
4.- Enunciar correctamente a nomenclatura e palamenta de uma
embarcação pneumática;
5.- Saber o que é uma bússola e tirar um azimute;
6.- Rezar a Oração de Escuta; descrever o Cerimonial do Promessa e
saudações. Demonstrar vivência da Lei e dos Princípios, sabendo
enunciá-los;
7.- Integrar-se na Flotilha, saber o seu imaginário e a sua
organização, participar numa expedição em regime de acampamento;
8.- Vida de Baden-Powell;
9.- Descrever os distintivos do Uniforme de Moço e dos Dirigentes;
10.- Descrever expressivamente a figura de S.Jorge.
ADESÃO AO MOVIMENTO
1ª Prova
Pagaiar, Ciar, Remar e Vozes
Com as actividades náuticas que vais realizar com atua Tripulação, aprendes
facilmente a pagaiar, mas antes disso terás de saber o que é uma pagaia.
Uma pagaia é um pequeno remo, constituído por uma pequena vara em que
numa extremidade tem um “ punho “, para colocares a tua mão, a vara é o “corpo“,
onde colocas a outra mão, na outra extremidade do corpo (vara) está uma pá.
Para pagaiares basta pegares na pagaia como deve ser ( o teu Chefe ensina )
e colocar a pá dentro de água, depois puxar para ré ( trás ), o deslocamento da pá
para ré, leva a que atua embarcação se desloque para vante ( frente ).
Ciar é pagaiar no sentido contrário, ou seja para vante e a embarcação
desloca-se para ré ( trás ).
Para remares é diferente de pagaiares, ao remares sentas-te ao contrário
de quando pagaias. Ao pagaiares sentas-te para vante, ao remares sentas-te para
ré.
Pegas de maneira diferente nos remos, como são dois remos, colocas as tuas
mãos, uma em cada remo.
Para remares, inclinas o teu corpo para ré, esticas os teus braços e
logicamente os remos vão para vante ( para que consigas este movimento, os
remos têm de estar fora de água ), depois as pás entram dentro de água e
inclinas o teu corpo para vante, puxando os remos até levares os punhos ao teu
peito.
Ao repetires toda a sequência, para remares de novo, tiras os remos da água
e colocas as pás na horizontal e estás a deslocar-te para vante.
VOZES USADAS PARA PAGAIAR
Pagaias na água - As pás da pagaia ficam metidas na água até a linha oblíqua
marcada.
Manso - Pagaiada leve.
Forte - Pagaiada com força.
Paira - Pagaia assente horizontalmente na água.
Cia - Pagaiar no sentido inverso ao rumo.
Recolhe - As pagaias são colocadas no centro da embarcação.
As ordens podem ser dadas para os dois bordos ou só para um. Exp: Manso a
BB; Cia a EB.
VOZES USADAS PARA REMO
Rema - Guiando-se pelos movimentos do voga, os remadores remam, podendo
cada remada considerar-se dividida em três tempos, a saber:
1º Tempo - O remador inclina o corpo para ré, estende os braços e as
costas das mãos horizontalmente, põe as pás de cutelo a cerca de 30cm
da água;
2º Tempo - O remador mete a pá do remo na água e cai com o corpo para
trás, encolhendo os braços na fase final.
3º Tempo - O remador tira a pá da água e, pondo-a horizontalmente por
meio de uma pequena rotação das mãos para trás, traz os punhos até ao
peito.
Cia - Os remadores remam ao contrário, de modo a impulsionar a
embarcação para ré.
2ª Prova
Colete de Salvação
O Colete de Salvação é uma das peças mais importantes para um Moço, pois
ajuda-te a flutuares quando cais à água.
Existem diversos coletes e vestem-se de maneira diferente, é preciso
seguir as indicações que os teus Chefes te dão.
Há aquele colete que se veste como coletes normais para andares na rua,
que se enfiam nos braços e abotoam-se à frente.
Há outros que são de enfiar pela cabeça e depois têm umas cintas para
atares à frente.
E há ainda outros que também se enfiam pela cabeça, mas estes têm um
cinto que prendes e depois enche-os como se fosse uma balão, são os insufláveis.
Ao caíres à água, vais Ter dificuldades em nadar, não te preocupes, porque o
colete já está a fazer a sua função, ou seja estás a flutuar.
Procura chegar à tua embarcação e, se a não conseguires virar não te
preocupes, o teu chefe deve estar a chegar com o bote de apoio para te ajudar.
Entretanto vai descansando, podes esticar-te e colocar a cabeça no
flutuador que o teu colete tem atrás.
Mas atenção não adormeças.
Após cada utilização deves obrigatoriamente lavar o teu colete com água
doce. Porque a água salgada vai estragar o teu colete: o fecho deixa de correr; o
tecido começa a apodrecer; as costuras começam a desfazer-se, etc.
3ª Prova
Cabos
A Arte de Marinheiro tem muita utilidade a bordo de um navio ou
embarcação. Por isso, querendo tu seres um verdadeiro Escuteiro Marítimo, tens
de te dedicar a ela com muita atenção.
Chama-se massame ao conjunto de todos os cabos existentes a bordo, sendo
estes utilizados para vários fins. Sendo por isso necessário saber efectuar uma
série de nós e voltas.
Quando se compra um cabo e este vem sem qualquer nó ou costura dá-se o
nome de cabo solteiro. As extremidades de qualquer cabo formam o nome de
chicotes. A parte do meio chama-se seio e a espessura do cabo tem o nome de
bitola.
± LANÇAR UM CABO
Pega-se em várias voltas de um cabo com uma das mãos, com outra pegase numa ou duas voltas junto ao chicote, dá-se balanço e lança-se o cabo,
geralmente na ponta do chicote faz-se uma retenida para dar mais peso.
± COLHER UM CABO
Os cabos de fibra podem ser colhidos da seguinte maneira:
∗ À manobra, quando colhidos em voltas sobrepostas, formando um
pandeiro;
∗ À inglesa, quando são colhidos em voltas concêntricas numa só
camada ou formando enfeites sobre o convés.
Os cabos de massa são colhidos da esquerda para a direita, sucedendo o
contrário com os cabos calabroteados.
4ª Prova
Embarcações de Canoagem
Palamenta e Nomenclatura
Palamenta, significa que são todas as peças soltas da embarcação: Pagaias;
Bartedouro; Flutuadores; Coletes de Salvação e Saiote.
Nomenclatura, significa que são todas as peças fixas da embarcação:
Bancos; Casco; Caixas de Flutuação quando fixas.
5ª Prova
Rosa dos Ventos
Quem um dia tiver de desempenhar qualquer missão, onde seja necessário
pôr à prova as suas faculdades de orientação, perder-se-à se não tiver aprendido
convenientemente a orientar-se.
Que
se
e todos os dias, aparentemente, um arco cujas extremidades cortam a linha do
horizonte visual em dois pontos. Esses pontos são o seu “nascimento” e o seu
“acaso”. Se os unirmos obtem-se uma linha que passa pelo lugar onde nos
encontramos. Se perpendicular a esta definirmos nova linha com as mesmas
características, isto é, cortando a linha do horizonte e passando pelo lugar onde
estamos, acham-se as quatros direcções e os pontos que definem estas quatro
direcções, chamam-se “PONTOS CARDEAIS”.
± N - NORTE OU SETENTRIÃO
± S- SUL OU MEIO-DIA
± E- ESTE, LESTE OU NASCENTE, LEVANTE, ORIENTE
± W- OESTE, POENTE OU OCIDENTE
Como para orientação não eram suficientes estas direcções foram definidos
“PONTOS COLATERAIS” E “PONTOS SUB-COLATERAIS”
PONTOS COLATERAIS
PONTOS SUB-COLATERAIS
± NE- NORDESTE
± NNE- NOR- NORDESTE
± NW- NOROESTE
± ENE- LES-NORDESTE
± SE- SUESTE
± ESE- LES- SUDESTE
± SW- SUDOESTE
± SSE- SUL-SUDESTE
CORPO NACIONAL DE ESCUTAS
ESCUTISMO CATÓLICO PORTUGUÊS
SERVIÇOS CENTRAIS
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESCUTISMO MARÍTIMO
ETAPAS DE PROGRESSO
MARÍTIMO
CADERNO DE APOIO
CORPO NACIONAL DE ESCUTAS - ESCUTISMO CATÓLICO PORTUGUÊS
ESCUTEIROS MARÍTIMOS
ETAPAS DE PROGRESSO
MARÍTIMO
Insígnia - Distintivo próprio dos marítimos na manga direita
1 - NOMENCLATURA
- Enumerar as classes em que se subdividem as embarcações miúdas e, dada uma
embarcação deste tipo idêntificar a que tipo é que pertence;
- Enumerar correctamente a palamenta de uma embarcação em uso na sua unidade;
Idêntificar três tipos de embarcações utilizadas localmente;
- Enunciar correctamente a nomenclatura e a palamenta de um bote pneumático;
- Idêntificar a topografia de um navio;
- Desenhar, construir ou montar um modelo de embarcação miúda.
2 - ARTE DE MARINHEIRO
- Enunciar a nomenclatura de um cabo;
- Fazer correctamente e aplicar os seguintes nós e voltas: direito, azelha, oito, correr,
lais de guia e volta de fiel;
- Colaborar na manutenção da embarcação da sua unidade.
3 - SEGURANÇA
- Saber utilizar o colete salva-vidas;
- Arremessar uma bóia para a água e entrar dentro dela;
- Nadar 25 metros;
- Descrever os procedimentos a tomar, em caso de a embarcação se voltar;
- Saltar da altura de 2 metros para a água, com colete.
4 - NAVEGAÇÃO
- Descrever a Rosa dos Ventos, enunciando e localizando os pontos cardeais e
colaterais;
- Saber o que é uma bússola e determinar um azimute;
- Descrever um método de localização da Estrela Polar e localizá-la aplicando esse
método;
- Explicar a importância da Estrela Polar para a navegação.
5 - MANOBRA
- Usar correctamente o pau de croque
- Saber reagir às seguintes vozes: rema e cia;
„ Amarrar correctamente uma embarcação ao cais.
„
NOMENCLATURA
DE
EMBARCAÇÕES
1
EMBARCAÇÕES MIÚDAS
- Dá-se o nome de embarcações miúdas às embarcações que um navio transporta
para
o seu serviço. São empregues principalmente no transporte de pessoal, podendo
servir para salvamento em caso de sinistro. Podem ser movidas a remos, à vela ou a
motor.
TIPOS DE EMBARCAÇÕES MIÚDAS QUE DEVEMOS CONHECER
BALEEIRA
ESCALER
CANOA
LANCHA
BOTE
CHATA
BALEEIRA - Embarcação de formas finas e construção ligeira, caracterizada por ter a roda
de prôa curva, a curva da borda muito pronunciada, elevando-se muito nas extremidades de
vante e de ré e por não terem painel de pôpa, o que lhes permite correr com o tempo e abicar
fácilmente a uma praia. O seu nome deriva de ser este tipo de embarcação usado na pesca da
baleia. As baleeiras Salva-Vidas possuem caixas de ar, e um cabo em volta da borda para os
náufragos.
CANOAS - Embarcações de construção análoga à das baleeiras, mas de formas mais finas,
caracterizadas por terem um pequeno painel de pôpa e pelo seu maior ou menor luxo. São
destinadas ao uso exclusivo dos comandantes dos navios. Na sua falta, desempenha as
funções de canoa a melhor baleeira do navio.
BOTE - Escaler de formas cheias, isto é de muita boca em relação ao seu comprimento. É
destinado ao serviço ordinário, como: transporte de compras, cargas ligeiras e algumas vezes
também se emprega no serviço de limpeza e pintura do costado.
ESCALERES - Embarcações de posse, com painel de pôpa e roda de prôa direita. São
destinados a transporte de carga, reconhecimentos, etç... Há alguns com disposição para
receber motor, chamados por isso, gasolinas.
LANCHA - Embarcação maior do navio com as características do escaler. Modernamente há
grandes lanchas a motor, por vezes bastante sofisticadas.
CHATA - Pequena embarcação de fundo chato, empregue no serviço de limpeza e pintura do
costado.
As embarcações miúdas podem ser construídas em madeira, contraplacado de madeira,
ferro, aço, alumínio, borracha ou em fibra de vidro.
As que são construídas em madeira classificam-se conforme a colocação da madeira
que compõe o costado e podem ser de costado liso, trincado ou em diagonal.
PALAMENTA - Conjunto das peças soltas ou desmontáveis que não fazem parte da
estrutura da embarcação.
Bartedouro - Instrumento tipo pá, que nas pequenas embarcações substitui a bomba,
que serve para escoar a embarcação
os
Boça
- Cabo fixado à prôa da embarcação para a amarrar;
Sarretas
- Tábuas colocadas no fundo para o proteger. Podem ser substituídas por
estrados de madeira, denominados paneiros:
Ancorote
- Pequena âncora para fundear a embarcação;
Guarda Patrão- Tábua que se coloca de cutelo no assento da pôpa, de BB e EB, para
passageiros não estorvarem o patrão;
Croque
- Vara de madeira com cerca de 3m de comprimento, tendo numa das
extremidades uma ferragem em forma de gancho;
Remos
- Varas de madeira resistentes, em geral de tojo ou freixo, terminando de
um lado pela pá e do outro pelo punho. A parte do remo que assenta na
forqueta ou toleteira é revestida por um forro de sola ou de tiras de lona
entrelaçadas.
Leme
- Aparelho destinado ao governo da embarcação, ligando-se ao
cadaste
por
meio de machos e fêmeas ou outro sistema que lhe permita girar para
um e outro bordo. É constituído por porta e madre ou eixo do leme. A
extremidade superior da madre chama-se cachola, havendo nela
uma
clara (abertura) ou uma mecha (espiga) para receber a cana do leme.
Em
vez da cana do leme usa-se às vezes uma meia-lua.
Forquetas
- Peças metálicas em forma de forquilhas para apoio dos remos, enfiando
o pé num furo vertical da embarcação. Este furo é reforçado por uma
peça metálica que se chama bronze. Cada forqueta é munida de um Fiel
de linha para prender à embarcação.
Toletes
- Algumas embarcações usam toletes, que são curtos varões de ferro ou
latão que enfiam verticalmente nos bronzes. Os remos têm nestes
de
casos,
estropos de cabo ou furos para enfiarem nos toletes.
Defensas
- As defensas são colocadas no costados dos barcos ou junto das
forquetas, a fim de proteger o barco ou as embarcações de bancada
ou roçaduras.
ALMOFADA
CHOURIÇO
NOMENCLATURA DE UMA EMBARCAÇÃO À VELA
MASTREAÇÃO
Mastro
Retranca
- É uma peça comprida, de madeira ou metal, que serve para envergar as
velas da embarcação;
- Verga que encaixa no mastro, em baixo, acima do convés e enverga a
Brandais
Estais
Enora
Carlinga
esteira da vela;
- São os cabos que aguentam o mastro no sentido BB, EB;
- São os cabos que aguentam o mastro no sentido prôa / pôpa;
- Abertura feita no convés para dar passagem ao mastro;
- Cavidade na sobrequilha onde assenta o mastro
CASCO
Prôa
Pôpa ou Ré
Costado
Borda
Convés
Poço
Painel de Pôpa
- É a extremidade anterior da embarcação e destina-se a cortar a água
oferecendo-lhe a menor resistência;
- A extremidade posterior e destina-se a facilitar a saída de água cortada
pela prôa;
- É a parte lateral externa do casco;
- É a união do convés com o costado;
- Parte superior (pavimento), acima do costado, que vai de uma à outra
borda;
- è uma abertura no convéns, para os tripulantes;
- Painel exterior formado pelo revestimento da ossada da pôpa.
BOTE PNEUMÁTICO
DESCRIÇÃO
1 - Flutuador de prôa
2 - Flutuador de estibordo
3 - Flutuador de bombordo
4 - Flutuador de quilha
5 - Bicos de pôpa
6 - Paneiros
7 - Válvula de estibordo
8 - Válvula de bombordo
9 - Válvula de quilha
10 - Tábua de prôa
11 - Longarinas
12 - Painel de pôpa
13 - Suporte do motor
14 - Pega
15 - Olhal para fiel de motor
16 - Olhal para a Boça
17 - Cabo de proteção (verdugo)
18 - Avental de prôa
19 - Suporte da pagaia
20 - Suporte da pá da pagaia
21 - Pega de paneiro
22 - Olhal para cabo de segurança
23 - Cabo de segurança
24 - Fundo
25 - Olhal para fiel
26 - Válvula para escoamento (alguns modelos)
BOTE PNEUMÁTICO
Como deves saber, estas embarcações foram desenhadas e construídas para
combater e como tal tiveram que pensar numa embarcação portátil, rápida e resistênte.
A operação de montar e desmontar, deve ser feita com especial cuidado.
Este tipo de embarcação veio trazer muitas vantagens em deslocações de pessoal
em combate,. pois apesar de atingidos por balas, como são divididos por 4 compartimentos
estanques conseguiam resistir e chegar ao seu destino.
Os modelos por nós utilizados dispõem de apenas três compartimentos estanques:
Bombordo, Estibordo e Prôa, e possuindo para o respectivo enchimento ou esvaziamento duas
válvulas que se podem girar podendo os três compartimentos tornarem-se num só.
ESQUEMA DAS POSIÇÕES DAS VÁLVULAS DE ENCHIMENTO DO BOTE
Pede ao teu chefe que te explique este esquema
As características destas embarcações, são propicias para várias actividades,
sendo a de mergulho aquela para o qual melhor se adapta.
Como têm algumas vantagens sobre outras embarcações, também têm
desvantagens. Geralmente pesam na ordem dos 100kg e como deves calcular o vento "pega"
nelas com muita facilidade e torna-as difíceis de governar, não se devendo ainda deixá-las
aproximar das rochas.
Podem ser movidas com motor fora-de-borda ou com pagaias. O número de
tripulantes depende do modelo de embarcação e o responsável é o patrão tendo este um
proeiro a auxiliar. O lugar do patrão é à pôpa a bombordo e o do proeiro é à prôa a estibordo.
Como qualquer outra embarcação, a parte de trás tem o nome de pôpa e a da
frente de prôa, o lado direito estibordo e o lado esquerdo bombordo, tem também quilha e
painel de pôpa.
Para que o bote possa ter a consistência necessária ao transporte de pessoas e
material é necessária a existência de uma estrutura rígida normalmente de madeira a que
chama paneiros e é composta por três partes que se encaixam juntamente com outras duas
espécies de ripas também de madeira chamadas longarinas, sendo estas duas últimas
colocadas longitudinalmente com o fim de darem a consistência de uma única peça de
paneiros.
PALAMENTA DO BOTE
Antes de embarcar deve ser conferida a palamenta do bote e o material de
segurança individual.
CROQUE
- É indispensável para, repescar um objecto que tenha ido borda fora, ou
utilizado em manobras de acostagem, etç...
ÂNCORA
- É obrigatória mesmo para as mais pequenas e pelo menos uma. Poderão
ser do tipo, poita, sem cêpo, fateixa articulada, ancorote ou âncora
"Danforth", etç...
Deverá ser dotada de uma corrente com pelo menos o comprimento da
embarcação, à qual se ligará então o cabo de massa suficiente para
completar a amarra.
BARTEDOURO
- Instrumento tipo pá, para apanhar água, que nas pequenas embarcações
substitui a bomba, o qual não deve faltar a bordo sob pretexto nenhum,
fazendo parte do armamento de bordo.
BOIA E COLETE - Material indispensável por precaução em todas as circunstâncias, aliás
DE SALVAÇÃO
imposto por lei. Cada embarcação terá a bordo uma bóia redonda
homologada e um colete de salvação por pessoa.
BOMBA / FOLE - Indispensável num bote pneumático, para que se possa proceder ao seu
enchimento, qualquer que seja o local aonde nos encontremos.
MEIOS DE PROPULSÃO DO BOTE
PAGAIA
MOTOR FORA DE BORDA
TROUSSE OU ATADO DE FERRAMENTAS - Deve existir sempre a bordo com as
diferentes peças de ferramenta, que se
julgue
necessárias para se proceder a qualquer
reparação.
TOPOGRAFIA DO NAVIO
A prôa a parte dianteira do navio, no sentido da sua marcha normal, é afilada, para
melhor "cortar" a água. Na linguagem marítima deve-se dizer que a prôa é a parte de vante do
navio. Quando um objecto de bordo se encontra situado na prôa ou próximo dela diz-se que
esse objecto está situado à vante. Quando um navio esta a andar para a frente diz-se que esse
navio segue a vante ou para vante.
A pôpa é a parte de trás do navio; é, portanto, a extremidade oposta à prôa. Na
linguagem marítima deve-se dizer que a pôpa é a parte de ré do navio. Quando um objecto de
bordo se encontra na pôpa ou próximo dela diz-se que esse objecto está situado à ré. Quando
um navio recua diz-se que esse navio está a andar a ré ou para ré.
Dá-se o nome de meio-navio à parte que fica situada a meio comprimento do navio. A
linha recta que passa pela prôa e pela pôpa denomina-se linha de mediana ou meia-nau. Esta
linha divide o navio em duas metades iguais, ou bordos, chamando-se bombordo à metade
do lado esquerdo (de quem estiver à ré voltado para a prôa) e estibordo à metade do lado
direito. È costume usar as abreviaturas BB para significar bombordo e EB para significar
estibordo. Um objecto situado na linha mediana, não está nem a BB nem a EB; diz-se então
que esse objecto se encontra a meia-nau.
As regiões curvas que se formam de cada lado da prôa chamam-se amuras. Os cantos
que existem de cada lado da pôpa, os quais têm geralmente forma arredondada chamam-se
alhetas.
ARTE
DE
MARINHEIRO
2
ARTE DE MARINHEIRO
Esta arte tem muita utilidade a bordo de um navio ou embarcação. Por isso, querendo
tu seres um verdadeiro escuteiro marítimo, tens que te dedicar a ela com muita atenção.
Chama-se massame ao conjunto de todos os cabos existentes a bordo, sendo estes
utilizados para vários fins. Sendo por isso necessário saber efectuar uma série de nós e voltas.
Quando se compra um cabo e este vem sem qualquer nó ou costura dá-se-lhe o nome
de cabo solteiro. As extremidades de qualquer cabo tomam o nome de chicotes. A parte do
meio chama-se seio e a espessura do cabo tem o nome de bitola.
LAÇADA OU NÓ SIMPLES
Nó que faz de falcassa no chicote de um cabo e que, no seio do mesmo, o impede de
desgornir um olhal ou borne. É o mais simples de todos os nós e constitui a primeira fase de
um grande número de trabalhos de Arte de Marinheiro.
NÓ DIREITO
É o nó usado para fazer a ligação de dois cabos que não demandem muita força. Tem
inumeras aplicações na "Arte de Marinheiro" e oferece a vantagem de não recorrer, salvo nos
casos em que os cabos a ligar, são de bitólas diferentes ou materiais também diferentes.
NÓ DE AZELHA
Executa-se como se fosse uma laçada dada no seio do cabo e serve para graduar
provisóriamente um cabo qualquer.
NÓ DE TREMPE OU DE OITO
É um nó que, dado num chicote de um cabo serve para não deixar desgornir um olhal
ou gorne.
NÓ DE CORRER
Utiliza-se este nó para fazer a arreigada de um cabo, quando se deseja que este seja
quanto mais socado quanto maior for o esforço exigido ao cabo. É também empregue para a
construção de uma escada.
LAIS DE GUIA
Tal como o nó de escota, o lais de guia é um dos nós mais aplicado a bordo, Dá-se no
chicote de uma espia para encapelar num cabeço e nas boças das embarcações, quando estas
têm de ser rebocadas. Tem inumeras utilidades.
VOLTA DE FIEL
É um dos trabalhos de "Arte de Marinheiro" que mais se emprega a bordo. Eis
algumas das suas aplicações: começo e remate de vários nós, fazer fixar um cabo num olhal,
cabeço, etç... A volta de fiel, também chamada nó de porco, goza da propriedade de não
recorrer.
CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DO BOTE PNEUMÁTICO
É um assunto que não podia ser esquecido, pois todos sabemos que os materiais
usados na construção de qualquer embarcação, estão sujeitos á acção deteriorante de diversos
agentes exteriores, decorrentes da sua normal utilização. Para que a embarcação, neste caso, o
bote pneumático, possa manter durante o maior tempo possível, o mínimo de condições que o
permitam manter em actividade; passamos a descrever alguns dos principais cuidados a ter.
Sendo o melhor meio de preservação dos materiais o seu revestimento de matéria
aderente e impermeável, a tela de neoprene de que o bote é feito está pintada exteriormente
com uma fina película de tinta. A qual protege a tela de neoprene da acção desses mesmos
agentes.
Para obstar a este inconveniente, sempre que o bote for utilizado deve-se proceder ao
seguinte:
1 - Evitar a exposição do bote ao sol durante períodos prolongados se este se
encontrar fora de água.
2 - Evitar manusear o bote com as mãos sujas e ao entrar verificar se as solas dos
sapatos estão igualmente libertas de produtos que possam danificar o mesmo.
3 - Evitar pousar ou arrastar objectos pesados, pingos de óleo ou gasolina e também
trabalhos a bordo que possam contribuir para a degradação dos materiais de que
o bote é feito.
4 - Depois de utilizar o bote, especialmente se for em água salgada, deve-se
proceder á sua lavagem com água doce e depois de seco, aplicar uma ligeira
camada de pó de talco. Devendo também ficar coberto com um oleado escuro.
As peças metálicas estão igualmente sujeitas á acção dos agentes exteriores assim
como as de madeira. Em seguida veremos qual a maneira de as cuidar.
O metal devido á exposição ao ar húmido e ao contacto com a água quer doce quer
salgada tem tendência a ganhar ferrugem.
Para retirar a ferrugem devem-se mergulhar as peças numa solução de ácido cloridrico
e água na proporção de 1:19, esfregando-as em seguida com uma escova de arame ou mesmo
com uma lixa para que a ferrugem seja removida na totalidade. Findo este trabalho a peça
deve ser convenientemente enxuta.
As peças de madeira envernizada devem limpar-se com álcool ou gasolina sendo em
seguida esfregadas com um pano embebido em óleo de linhaça fervido.
As peças de madeira não envernizadas (paneiros e xadrezes), devem ser esfregadas
com um piaçaba e com água com um pouco de lixívia.
Antes e depois de cada utilização deve-se proceder á verificação individual dos
flutuadores do bote, com o fim de detectar qualquer possível perda de ar. Pois é este o tipo de
acidente mais vulgar num bote pneumático. Iremos em seguida ver quais as principais causas
de tais acidentes assim como o modo de as reparar e ainda como se deve regular a pressão do
ar dos flutuadores tendo em atenção que esta varia com a temperatura; de dia com a exposição
ao sol a pressão aumenta, diminuindo à noite.
As principais causas de perda de ar num bote pneumático são as seguintes:
- Fuga de ar nas válvulas de enchimento, cujas causas prováveis serão a membrana
estragada ou a rosca encavalitada.
- Rasgão ou furo na tela neoprene
- Descolagem de qualquer junção da tela.
No primeiro caso devemos verificar como está enroscada a válvula e se não for esse o
problema devemos retirar a dita válvula e levá-la a uma casa de especialidade para ser testada
e se possível repará-la. No caso de descolagem de alguma junção da tela do bote devemos
igualmente levá-lo a uma casa especializada, ficando apenas a nosso cargo a reparação de
furos ou rasgões se estes não forem demasiados extensos.
SEGURANÇA
3
COLETE SALVA-VIDAS
A função de um colete salva-vidas, adequadamente desenhado
é assegurar que a pessoa que o coloca flutuará de cabeça acima do
nível da água, de maneira a ter as vias respiratórias livres e assim
poder estar à superfície da água sem esforço, esperando os socorros.
O colete salva-vidas pode manter o corpo em duas posições mantendo as vias
respiratórias livres, que são a vertical e a obliqua de costas.
Os principais tipos de coletes quanto à construção dividem-se em: insufláveis, de
volume constante e mistos (ins / v. const.)
COLETES INSUFLÁVEIS
Formas de enchimento:
- AUTOMÁTICO - Em contacto com a água enche-se
rápidamente
- Com dispositivo de alavanca (enche accionando a alavanca)
- Insuflável (enche por via oral)
COLETES DE VOLUME CONSTANTE
Construção em material sólido:
- Cortiça
- Esponja
- Borracha
- Lona
COLETES MISTOS
Compõem-se de uma parte de volume constante e outra Insuflável. Existem ainda,
quanto á construção, dois factores de extrema importância, que são; côr e tecido
Côr - deve ser bem visível a longa distância (amarela ou vermelha)
Tecido - não ser atacado por hidrocarbonetos (por ex: Nafta)
Quanto à funcionalidade deve:
Permitir os movimentos de respirar, nadar e remar (quando em embarcações) Ser
fixados bem junto ao corpo através de fitas, alças e fechos. Conter fitas fluorescentes. Ter
uma bolsinha para um apito agudo. A bordo ser colocado em locais bem referenciados e de
fácil acesso. Quantidade mínima um colete por pessoa.
MANUTENÇÃO
Nas embarcações miúdas quando se vestir o colete virar do avesso. Quando utilizados
em água salgada devem depois ser lavados com água doce e depois pendurados em cabides.
POSIÇÃO OBLIQUA
DE COSTAS
VOLUME
CONSTANTE
VELA
MISTO / CRUZEIRO
VOLUME
CONSTANTE
VELA
INSUFLÁVEL
AUTOMÁTICO
INSUFLÁVEL
VELA/MOTOR
VOLUME
CONSTANTE
VELA/MOTOR
INSUFLÁVEL
MODº
FUZILEIRO
IMPORTANTE
DEVE-SE REGULARMENTE VERIFICAR O NOSSO COLETE SALVA-VIDAS DE
MODO A QUE ESTE ESTEJA SEMPRE APTO A CUMPRIR O OBJECTIVO PARA O
QUAL FOI CRIADO, SENDO ERRADO PENSAR QUE OS ACIDENTES SÓ
ACONTECEM COM OS OUTROS.
BOIAS CIRCULARES
A bóia circular como o nome indica, é formada por uma coroa circular, e deve
satisfazer as seguintes condições:
- Ser de cortiça maciça ou de qualquer material equivalente,
forrada de lona ou pano resistênte
- Ser capaz de sustentar, na água, um indivíduo em posição
vertical.
- Deve ser guarnecida com pequenos seios de retenida
devidamente abotoados; poderá ter amarrada uma retenida
de 35 metros de comprimento.
- Não estar presa à embarcação, devendo ser atirada á água
para perto do naufrago de maneira a ser agarrada por ele
facilmente.
São proibidas pela Convenção Internacional da Salvaguarda da Vida Humana no Mar,
bóias salva-vidas cujo recheio seja constituído por junco, cortiça em grão ou em aparas, ou
ainda de outro material em idênticas condições, assim como bóias cuja flutuabilidade dependa
de prévia insuflação de ar.
A clara da bóia (diâmetro interior) não deve ser demasiado largo, mas apenas o
suficiente para permitir que o náufrago a passe pela cabeça com facilidade e, depois, poder
colocá-la por debaixo das axilas, de maneira a sentir-se em segurança.
BOIAS ESFÉRICAS
A bóia esférica, conforme o nome indica, é de forma esférica e deve satisfazer as
seguintes condições:
- Ser cheia com cortiça granulada ou outro material equivalente, ou ainda
de material plástico.
- Ser capaz de sustentar, na água um indivíduo em posição vertical.
- Ser guarnecida e alceada com linha tipo "nylon" e com alças nos pólos
pelas quais possa ser amarrada.
- Ser colocada em posição acessível para utilização imediata.
- Nunca estar presa à embarcação para poder ser rápidamente atirada à
água.
QUANDO A EMBARCAÇÃO SE VIRA
A cambalhota de uma embarcação, apanhada por um golpe de vento, é um
aborrecimento e obrigará a um mergulho forçado, mas não deve ser mais do que isto.
De qualquer modo, se as regras prévias de segurança e prevenção de acidentes forem
respeitadas, não haverá razões para preocupações porque começaram a funcionar:
a) Nunca abandonar a embarcação; esta é mais fácil de encontrar do que a pequena
cabeça de algum nadador solitário.
b) Nunca retire o colete salva-vidas para nadar até à costa.
c) A linha de segurança deverá encontrar-se amarrada na cintura com lais de guia e
o chicote com o mosquetão engatado num dos brandais; ela evitará ficarmos separados do
nosso barco e levados pela corrente ou pelo vento.
d) Endireite o barco sem precipitação; coloque-se bem ao centro da meia-nau do
casco, firme os pés sobre o patilhão e, por momentos, deixe actuar o peso do corpo.
Segurando a borda com firmeza, vai lançando o peso do corpo para trás, terás maiores
probabilidades de conseguir o objectivo pretendido, podendo inclusivamente, utilizar a
própria linha de segurança para favorecer um maior lançamento do corpo para fora.
e) No interior da embarcação deve existir sempre um vertedouro.
f) Quando se tenta endireitar um barco voltado, o momento de maior força será para
descolar o mastro e as velas da superfície da água; se à primeira tentativa, não conseguires
levantar o mastro terás de soltar o punho da esteira da vela grande e empurrá-la contra o
mastro a fim de subtraí-la à colagem da água.
g) Quanto mais depressa se realizar esta manobra de endireitar o barco, mais fácil
se tornará fazê-lo; assim que o barco estiver direito deve-se arraiar as velas. A primeira coisa
a evitar é uma segunda viragem.
NAVEGAÇÃO
4
Quem um dia tiver de desempenhar qualquer missão, onde seja necessário pôr à prova
as suas faculdades de orientação, perder-se-à se não tiver aprendido convenientemente a
orientar-se.
O que se pensará de quem no campo, no mar ou na cidade, não saiba que caminho
tomar? Jamais nos devemos perder e se isso acontecer devemos estar preparados para resolver
a situação, sabendo determinar sem hesitações a direcção que devemos tomar.
Aprendamos pois, a orientar-nos:
Para se poderem definir direcções com precisão é necessário que existam pontos de
referência cuja posição seja invariável em qualquer lugar da terra. O movimento aparente do
sol, permitiu aos homens a determinação desses pontos. O sol descreve todos os dias,
aparentemente, um arco cujas extremidades cortam a linha do horizonte visual em dois
pontos. Esses pontos são o seu "nascimento" e o seu "ocaso". Se os unirmos obtem-se uma
linha que passa pelo lugar onde nos encontramos. Se perpendicular a esta, definirmos nova
linha com as mesmas características, isto é, cortando a linha do horizonte e passando pelo
lugar onde estamos, acham-se quatro direcções e os pontos que definem estas quatro
direcções chamam-se "Pontos Cardeais".
N - Norte ou Setentrião
S - Sul ou Meio-dia
E - Este, Leste ou Nascente, Levante, Oriente
W - Oeste, Poente ou Ocidente
Como para orientação não eram suficientes estas direcções, foram definidos "Pontos
Colaterais" e "Pontos Sub-Colaterais":
PONTOS COLATERAIS
PONTOS SUB-COLATERAIS
NE - Nordeste
NW - Noroeste
SE - Sueste
SW - Sudoeste
NNE - Nor-Nordeste
ENE - Les-Nordeste
ESE - Les-Sudeste
SSE - Sul-Sudeste
SSW - Sul-Sudoeste
WSW - Oes-Sudoeste
WNW - Oes-Noroeste
NNW - Nor-Noroeste
Ao conjunto destes pontos chama-se rosa dos ventos e tem normalmente o seguinte
aspecto:
A BÚSSOLA
È um instrumento que é essencialmente constituído por uma agulha de aço
magnetizado, normalmente em forma de losango, apoiada pelo seu centro, num eixo fixo
quase sempre ao fundo de uma caixa, vulgarmente redonda de metal, plástico ou ainda de
outros materiais.
Para se destinguir os dois pólos da agulha, costumam-se azular a parte que indica o
norte.
A agulha é protegida por um vidro que a coloca ao abrigo das agitações do vento! Um
sistema combinado de alavancas permite imobilizá-la. Tem um mostrador cujo limbo é
graduado em graus, grados ou milésimos, conforme a unidade angular em que esteja
dividida.
O grau: resultado da divisão da circunferência em 360 partes iguais.
O Grado: resultado da divisão da circunferência em 400 partes iguais.
O milésimo: é o ângulo pelo qual se vê 1 metro à distância de 1km
Equivalência: 360º = 400 G = 6400 mil
Nas bússolas temos que ter em atenção, que no mostrador não estão representadas
todas as divisões, mas simplesmente as principais.
AZIMUTE DIRECTO DE UMA DIRECÇÃO
Se um observador se encontra no ponto 1
designa-se por azimute a um outro ponto 2 ao
ângulo contado no sentido dos ponteiros do relógio
(de 0º a 360º), formado pela linha Norte Sul que
passa pelo ponto 1 e pela linha que une o ponto 1
com o ponto 2 (ver figura). O azimute dum ponto é
pois a direcção em que um determinado ponto se
encontra em relação à posição que ocupamos.
Por vezes, define-se o azimute pela intersecção dessa direcção com o ponto
equivalente da Rosa dos Ventos.
- Azimute marcado com o transferidor
- Une os pontos A e B
- Traças a paralela ao Meridiano pela
linha Norte-Sul
- Com o transferidor lês o ângulo no
sentido dos ponteiros do relógio,
tendo assim o Azimute cartográfico
- Para achar o Azimute Magnético:
Ac+ Dm= AzM
- Ac- Azimute Cartográfico
- Dm - Declinação Magnética
- AzM - Azimute Magnético
308º + 007,3º = 315º
PROCURAR UMA ESTRELA
Para encontrar a Estrela Polar, temos que usar como guia uma constelação
particularmente característica, a Ursa Maior, ou Carroça Celeste, dado que, infelizmente, a
Estrela Polar não se revela com tamanho e luminosidade marcantes.
As sete estrelas principais da Ursa Maior estão de tal forma dispostas que 4 delas
constituem a carroça quase rectangular e as outras 3 o timão. É uma constelação
inconfundível que tem, além de mais, a particularidade de se poder encontrar facilmente em
todas as noites do ano. Mas onde se encontra em cada noite do ano não é assim tão fácil de
dizer, dado que se movimenta continuamente num circulo gigantesco ao longo do céu.
No entanto, qualquer que seja a posição em que se encontre o prolongamento de uma
linha imaginária entre as duas últimas estrelas da carroça conduz directamente à Estrela Polar
a uma distância de cerca de 5 vezes a que separa estas 2 estrelas. Depois de localizarmos a
Estrela Polar, também podemos divisar a Ursa Menor.
- NÃO TE PREOCUPES PÁ!
ELES SEM NÓS NÃO PODEM PARTIR
MANOBRA
O PERIGO TAMBÉM PODE ESTAR EM TERRA
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PAU DE CROQUE
O pau de croque é uma vara de madeira, resistênte e flexível, em geral de freixo, com
o comprimento de três metros aproximadamente, tendo na ponta uma ferragem provida de um
gancho simples ou duplo, servido na manobra de atracar ou afastar a embarcação. Nas
embarcações de serviço costuma haver dois croques, um à prôa e outro à pôpa.
Cabe ao proeiro e ao voga o seu manejo, devendo para atracar usar-se a extremidade
com ferragem e para largar usa-se o cabo. Depois de utilizado o croque do proeiro é arrumado
a meio da embarcação com a ferragem voltada para a proa enquanto o croque do voga é
arrumado ao lado do outro com a ferragem voltada para ré.
VOZES USADAS PARA PAGAIAR
Pagaias na água - As pás da pagaia ficam metidas na água até à linha oblíqua marcada
Manso - Pagaiada leve
Forte - Pagaiada forte
Paira - Pagaiada assente horizontalmente na água
Cia - Pagaiar no sentido inverso ao rumo
Recolhe - As pagaias são colocadas no centro da embarcação.
As ordens podem ser dadas para os dois bordos ou só para um. Exp: Manso a BB
Cia a EB.
VOZES USADAS PARA REMO
Rema - Guiando-se pelos movimentos do voga, os remadores remam, podendo cada remada
considerar-se dividida em 3 tempos, a saber:
1º Tempo - O remador inclina o corpo para ré, estende os braços e as costas das mãos
horizontais, põe as pás de cutelo a cerca de 30 cm da água;
2º Tempo - O remador mete a pá do remo na água e cai com o corpo para trás,
encolhendo os braços na fase final;
3º Tempo - O remador tira a pá da água e, pondo-a horizontal por meio de uma
pequena rotação das mãos para trás, traz os punhos até ao peito.
Cia - Os remadores remam ao contrário, de modo a impulsionar a embarcação para ré.
AMARRAR
Para amarrar e para o efeito de permear as amarras (colocá-las na direcção dos ventos
dominantes ou correntes) procede-se da seguinte forma: depois de prumar, aproa-se ao vento
ou à corrente e larga-se o ferro para fora. Seguidamente, vai-se soltando a amarra e, quando
tiver saído duas vezes o triplo da prumada, larga-se o segundo ferro. Passa-se a soltar então a
amarra deste, enquanto se vai colhendo a do primeiro. Logo que ambos tenham fora igual
comprimento de filame, fecham-se os mordedouros, aboça-se e habita-se.
O navio amarrado sujeita-se ao inconveniente de girar em volta da amarra com o vento
ou com a maré, originando as chamadas voltas ou cruz da amarra. Estas voltas desfazem-se,
aboçando um virador ou uma amarreta à amarra, pela qual o navio não porta. Desmanilha-se a
amarra desfazem-se as voltas e manilha-se de novo. Para evitar este contratempo, usa-se uma
peça denominada anilho. Consta de dois fuzis de forma especial, ligados por um tornel.
Se o navio gira, obriga o anilho a girar também, ficando assim a amarra sempre a
claro.
Reforços de amarrações
Quando há vento rijo, ou quando, por qualquer outra circunstância, não bastem as
amarrações normais do navio, podem estas reforçar-se por diferentes formas.
Assim, diz-se fundear a pé de galo, a manobra que consiste em manter o segundo ferro
a tocar o fundo depois do navio fundeado. O ferro encontra-se, pois, sempre pronto a unhar
(depois de se largar mais filame), ficando o navio seguro por dois ferros, um dos quais tem
mais filame do que o outro.
Diz-se que o navio tem os ferros à galga, quando se lança o ancorete ou o ferro com
uma ou duas quarteladas de amarra, com malha de correr, sobre a amarra que está de fora. O
segundo ferro largado costuma levar uma bóia de arinque.
Amarrações fixas
Alguns portos dispõem de amarrações fixas, evitando assim que os navios empreguem
as suas amarras. A amarração fixa consta, em geral, de uma bóia presa a dois ferros lançados
nas direcções mais convenientes. As suas amarras são ligadas por um anilho, do qual partem
outras duas amarras. Uma delas, a mais forte, denomina-se cabresteira e manilha no arganéu
inferior da bóia. A outra denomina-se brinco e é abotoada na primeira, de espaço a espaço,
por manilhas de botões. Manilha no arganéu superior da bóia.
Existem outras amarrações fixas com duas bóias, para o navio amarrar nelas de proa e
pôpa. Noutros portos de grandes correntes as amarrações têm três e quatro pernadas com
outros tantos ferros.
O tipo de ferro usado nestas amarrações, costuma ser a gata.
Para proceder à amarração à bóia, o navio aproxima-se e, a distância conveniente,
arreia uma embarcação que conduz o chicote de um virador ou espia. Este cabo é rondado de
modo a permitir que o navio encoste à bóia para aí manilhar a amarra. Quando a amarração se
destina a grande demora, costuma-se manilhar a amarra da cabresteira. Neste caso ala-se pelo
brinco, ficando à vista o arganéu inferior da bóia. Em seguida desmanilha-se a cabresteira da
bóia e manilha-se a amarra.
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