Avaliação como Mediação no Processo de

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE EDUCAÇÃO
SEMANA DE PEDAGOGIA 2013
“GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM ALAGOAS: AMEAÇAS E DESAFIOS”
AVALIAÇÃO COMO MEDIAÇÃO NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM DA ALFABETIZAÇÃO
Daniela Cristina Santos Daniel
[email protected]
RESUMO
Este artigo tem como objetivo analisar o tipo de abordagem avaliativa que se realiza no período da alfabetização,
cuja etapa escolar parece ser determinante para os demais níveis de ensino da avaliação na alfabetização, cujo
período é o mais importante para a criança, e quando esta apresenta dificuldades a avaliação tem o papel de
analisar a situação e detectar os problemas ali ocorridos para que o processo de alfabetização não seja
prejudicado, pois uma vez deixando o problema passar, pode vir a prejudicar toda a sua educação, que é o que
vem ocorrendo no nosso sistema educacional: crianças de séries avançadas apresentam deficiência no sistema da
leitura e escrita, agravando mais ainda o fracasso escolar. Com isso, a avaliação é um recurso indispensável e
deve ser utilizado em prol de uma aprendizagem significativa na vida do aluno e não utilizar dela como forma de
classificar e excluir como acontece desde o início da educação em nosso país, cabendo o próprio sistema
educacional do Brasil formular propostas que venham quebrar essa avaliação redentora e modeladora que são
aplicadas nas escolas.
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação, Processo de alfabetização e Fracasso escolar.
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, o sistema educacional apresenta muitos problemas, desde a falta de
estrutura nas instituições, a qualificação profissional do professor, até as condições de vida
das famílias, em que, podemos observar, a partir desse momento, que a educação começa a
ser privilégio de uns e não de todos, colaborando dessa forma para o alto índice de
analfabetismo que o país possui, onde a maior parte dele se encontra entre as famílias menos
favorecidas.
A deficiência no sistema educacional é encontrada desde o seu surgimento, pode ser
identificada nas séries iniciais e principalmente na alfabetização, em que é necessário que haja
uma intervenção da avaliação através do educador para o próprio educando.
A avaliação é importante e indispensável no processo de alfabetização, pois uma vez
detectado problemas na aprendizagem da criança ela verifica e intervém, utilizando-se de seus
próprios instrumentos que cada tipo de situação exige, proporcionando às crianças um bom
desempenho nas suas atividades dentro da sala de aula.
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Um dos problemas mais recorrente que se tem encontrado nas escolas, mesmo nos
níveis mais adiantados de ensino, diz respeito às dificuldades dos alunos com a leitura e a
escrita. É muito comum, na maioria das instituições de ensino, identificar se o aluno já possui
o domínio da leitura e escrita por professores de séries seguintes à alfabetização. O professor
que leciona em uma série mais avançada e se depara com esse problema em sua classe, fica
difícil continuar com o que havia planejado para trabalhar com aquela turma, sendo obrigado
a modificar o seu planejamento para corresponder ao nível de aprendizado que cada aluno
possuía.
A escolha desse tema de avaliação na alfabetização decorreu do contingente
preocupante de alunos que, embora em séries mais avançadas, ainda apresentam dificuldades
tanto na leitura como na escrita. Ou seja, ainda não se constituíram, de fato, leitores e autores
de seus escritos. Tal fracasso, neste processo de alfabetização, torna-se um desafio para
muitos professores, levando-os a aplicar métodos avaliativos para que venham gerar melhores
resultados.
É de suma importância que antes de falar sobre a alfabetização seja explicada a sua
definição, pois, diante de várias concepções, muitas pessoas acabam por se confundir e
consideram uma pessoa alfabetizada como letrada, em que essa questão será tratada logo de
inicial, para que se possa identificar a diferença desses dois termos e esclarecer suas próprias
definições.
2
CONCEITO DA ALFABETIZAÇÃO
Atualmente, são vários os conceitos encontrados para a alfabetização, pois, ao longo
do tempo, sua definição foi sendo ampliada de acordo com as necessidades sociais, políticas e
econômicas de cada época. No entanto, seu significado sempre esteve relacionado àquela
pessoa que já domina o sistema alfabético, isto é, que já é capaz de codificá-lo e decodificá-lo,
em que só era necessário ler e através dos sons fala conseguisse reconhecer os signos trazendo
para a escrita.
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Porém, esse conceito que até então predominava, foi sendo modificado e se tornou
mais complexo, como afirma Oliveira (2008, p. 1):
A aprendizagem do sistema de escrita – alfabetização – não é mais
definida como um simples ato de correspondência e memorização
entre grafemas e fonemas (codificação e decodificação), mas como
um processo ativo em que a criança (re) constrói hipóteses sobre a sua
natureza.
Dessa forma, entende-se por alfabetizado aquela pessoa que além de saber ler e
escrever seja capaz de compreender o que está sendo lido e escrever assuntos relacionados
com a realidade social, questões que levam a buscar uma escola bem preparada para suprir
com as novas demandas e uma melhor qualidade na formação do professor. O mesmo deverá
estar bem preparado, pois é ele quem alfabetizará o aluno, e com isso, terá maior contato com
ele em todo o seu processo de alfabetização.
Segundo Galdino (2010), um indivíduo letrado é superior a um alfabetizado, no
entanto, não quer dizer que o letramento ocorra após a alfabetização. Ao contrário, ocorre
antes mesmo da própria alfabetização iniciar, em que a criança pode não saber escrever ou ler,
mas sabe compreender as coisas que lhe são faladas, e segue em todo o seu percurso
permanecendo consigo em toda a sua vida, em que a escrita e leitura do aluno passa a estar
dentro do contexto das realidades sociais colocando-o em contato com o mundo.
Portanto, verificamos que alfabetização e letramento são conceitos distintos, porém,
um deve estar unido ao outro para dar continuidade ao processo de formação do aluno, e, com
isso, ambos devem andar lado a lado para que o indivíduo possa ter uma formação necessária
no seu período escolar. A avaliação fará parte desse processo, uma vez que ela auxilia nos
problemas encontrados utilizando de recursos específicos para cada situação que o aluno
venha a se encontrar.
3 O FRACASSO DA ALFABETIZAÇÃO
No Brasil, o fracasso escolar é questão de grande debate entre pesquisadores, políticos,
instituições de ensino, educadores, pais e toda a sociedade. No entanto, muitas são as
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discussões sobre esse problema, porém, poucas são as soluções encontradas, uma vez que não
parece haver nenhuma forma interventiva específica no país para ser aplicada nas escolas.
Sabendo das distorções ocorrentes na alfabetização, Portela (2010) fala que “a
alfabetização é o período mais importante da formação escolar de uma pessoa”. Com isso,
verificamos que uma má alfabetização pode comprometer toda a educação de uma pessoa,
que, por sua vez, é o momento em que o educando entra em contato direto com a escrita e a
leitura, que ambas são indispensáveis para dar continuidade ao seu desenvolvimento escolar.
Comprometendo o processo de alfabetização, a aprendizagem do aluno também será
prejudicada, encontrará dificuldades nos períodos seguintes que irá exigir deste aluno
conhecimentos necessários para desenvolver atividades que requerem um domínio para
leitura, escrita e compreensão.
Bossa citado por Porto (2009), ressalta essa questão do aluno que apresenta
dificuldades na sua aprendizagem e que ainda busca se adaptar às exigências que o sistema
lhe impõe quando afirma que:
A sociedade busca cada vez mais o êxito profissional, a competência a
qualquer custo e a escola também segue esta concepção. Aqueles que
não conseguem responder às exigências da instituição podem sofrer
com um problema de aprendizagem. A busca incansável e imediata
pela perfeição leva à rotulação daqueles que não se encaixam nos
parâmetros impostos. (BOSSA, apud PORTO, 2009, p. 16).
Com base nisso, percebemos que no nosso próprio sistema educacional o que vem a
preocupar mais é o conteúdo a ser ensinado do que a própria aprendizagem do aluno, e
quando se trata de alguns alunos que não conseguem seguir o ritmo do ensino acabam ficando
para trás, onde passam a se sentir frustrados, desmotivados, sem nenhuma vontade de
aprender, o que vem a resultar no aumento do fracasso escolar e agravar mais ainda a sua
situação, pois, em muitos casos, pode levar ao abandono da escola.
De acordo com os dados do Censo de 2011 divulgados no site do IBGE, o Brasil
possui quase 14 milhões de analfabetos. A maior parte desse resultado corresponde às
famílias que vivem em condições precárias, não possuem um poder econômico e têm que
trabalhar para se manter, porém quando na maioria das vezes buscam uma escola não é
possível freqüentá-la devido ao difícil acesso para chegar até ela, e também a sua ausência,
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pois em regiões muito pobres é quase impossível encontrar uma escola, em que várias vezes o
aluno tem que se deslocar de sua região para estudar em outra que possua uma escola.
No entanto, diante das condições de vida dessas famílias, o professor não deve privar o
aluno de uma educação de qualidade, pois existem professores que na hora de ensinar leva em
conta as condições de vida dos alunos, em que se sentem no direito de não ensinar muita coisa
a eles devido à situação precária que se encontram, alegando que não vai ajudar ou fazer
alguma diferença na vida do aluno, como afirma Silva (1991), ao destacar que:
O universo cultural das crianças de classe popular não tem espaço no
cotidiano dessa prática pedagógica, levando à interpretação
equivocada de que os comportamentos desses alunos são de
desinteresse - sem motivação -, porque esse saber sistematizado não
tem significado para esse tipo de aluno. (SILVA, 1991, p. 196)
Dessa maneira, o ensino não deve ser medido pelas condições que cada aluno se
encontra, pois, nesse caso, acaba ocorrendo exclusão por parte do próprio professor para esses
alunos, o que vem a causar desistências e aumentar mais ainda o número de analfabetos.
Com os resultados do IBGE de 2011, podemos considerar que pouco se tem feito para
diminuir o índice de analfabetismo, porque segundo o Censo em dez anos só houve uma
queda de 4% de analfabetismo em nosso país, o que esse é um número que deveria ser
superado no mínimo a cada ano e não a cada década.
Diante dos diversos fatores que desencadeiam esse resultado, sejam de questões
econômicas das famílias, estrutura precária das escolas, má qualificação do professor, falta de
escolas e muitos outros, é preciso saber como as instituições de ensino trabalham com esses
alunos que já chegam na escola apresentando problemas na sua aprendizagem.
Para isso, tanto o professor como a escola devem ter uma preparação para utilizar de
métodos avaliativos para verificar qual é o nível de desenvolvimento que o aluno possui, pois
a avaliação é capaz de detectar as dificuldades presentes no mesmo, e assim, quando
identificadas, intervir com instrumentos avaliativos de acordo com o nível de
desenvolvimento do aluno.
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4 A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃO
A avaliação é de extrema importância no sistema educacional. Seu papel consiste em
detectar se o aluno está aprendendo ou não tudo aquilo que foi ensinado, podendo, dessa
forma, identificar se o resultado irá ser positivo ou negativo. Sendo um resultado negativo,
veremos que a aprendizagem do aluno apresenta problemas, em que é necessário que haja
uma ação interventiva nessa causa, cuja avaliação dispõe de recursos viáveis para cada
situação encontrada.
Quando se fala em avaliação pensamos logo em provas escritas, notas, aprovações ou
reprovações, porque foi exatamente isso que a maioria de nós teve como o principal
instrumento de avaliação em toda a nossa vida escolar, em que ainda é mais importante e
utilizado pela maioria das escolas, como afirma Nascimento e Silva (2008) que “a alternativa
mais freqüente que temos nas provas tradicionais, avaliações formativas etc. se dão entre
esses dois sistemas: provas abertas e provas objetivas”. Sendo assim, os instrumentos
avaliativos estão muito restritos às provas que se utilizam delas para identificar se está
havendo aprendizagem por parte do estudante.
Neste caso, com várias coisas ocorrendo em torno da avaliação, é necessário que se
saiba primeiro qual o seu conceito e o que ela pode fazer para ajudar nos problemas de
aprendizagem no período mais importante da vida do educando, a alfabetização.
Segundo Ferreira (1990), a avaliação é o “ato ou efeito de avaliação, apreciação,
análise; valor determinado pelos avaliadores” (p.164). Dessa forma, podemos entender que a
avaliação tem o papel de identificar, averiguar o que está ocorrendo, mas é o próprio avaliador
que vai determinar de como será feita essa avaliação e o que será feito com os resultados
obtidos por ela, cabendo a ele utilizar da maneira que convém.
Diante de várias mudanças que ocorrem em nosso país, possuímos uma herança no
sistema educacional que não se modificou com o decorrer dos anos: a avaliação. A avaliação
continua sendo a mesma desde o surgimento da escola com a chegada dos Jesuítas aqui no
Brasil, em que o método de se aprender era através de memorizações e punições por
atividades não alcançadas, o que não está diferente dos dias de hoje. Godoy e Portásio
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ressaltam essa avaliação como herança de uma época que a instrução estava apenas
começando, quando afirmam que:
Todas as expressões e experiências pedagógicas desse período vêm de
práticas da pedagogia jesuíta. A sociedade burguesa daquela época era
marcada pela exclusão e marginalização. Na escola, isso era expresso
nos exames e provas que excluíam parte significativa dos alunos pela
reprovação. As ações avaliativas eram feitas através de julgamentos,
delimitando não apenas o acesso, mas, a permanência do aluno na
escola. (GODOY e PORTÁSIO, 2007, p. 31)
Com base nisso, cabe ao sistema educacional do Brasil formular projetos que venham
quebrar essa avaliação redentora e modeladora que são aplicadas nas escolas, porque a
avaliação, dentre outros fatores, pode ser uma resposta para a solução do fracasso escolar e
não ser a própria causa para esse fracasso.
A alfabetização é o momento mais importante de todo o nosso processo escolar,
porque é nela que vamos entrar no mundo da escrita e da leitura, que são os principais
quesitos para dar continuidade ao que vem pela frente, que não são coisas que somente irão
influenciar na escola, mas sim, na nossa própria vida. Por isso, que a avaliação na
alfabetização é fundamental, para que o aluno que venha apresentar erros não possa
permanecer com eles, por exemplo, seus níveis de escrita.
Uma vez apresentando problemas, a avaliação possui recursos necessários que irão
ajudar na resolução de cada um deles, como acentua Nascimento e Silva (2008) que “para
cada aluno, pode-se existir um tipo de avaliação, em que não apenas julgue ou quantifique o
que acreditamos ser do “conhecimento” do aluno. Ou seja, se o aluno apresenta dificuldades
diferentes das dos seus colegas o tipo de avaliação que foi utilizada nos seus colegas não é a
mesma que será aplicada nele, pois como cada criança apresenta um nível de aprendizagem
diferente das outras os métodos avaliativos correspondem a capacidade de aprendizagem de
cada criança, respeitando, assim, o seu ritmo de desenvolvimento.
A partir disso, cabe ao professor e o sistema educacional adotar uma avaliação com o
objetivo de obter uma aprendizagem satisfatória, onde venha formar sujeitos críticos e
autônomos dos seus próprios pensamentos e não modelos de um sistema.
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5 O PROFESSOR E OS MÉTODOS AVALIATIVOS
Os primeiros dias de aula são um momento muito importante para alunos e
principalmente para os professores, em que deve ser aproveitado esse primeiro contato com a
turma em procurar saber o que eles já aprenderam e o que não aprenderam nas séries
anteriores a esta. Tendo aí uma atitude correta do professor, em que não inicia de imediato os
conteúdos a serem trabalhados, e sim, busca nos alunos o nível de aprendizagem adquirido
por eles, em que esse espaço dará informações necessárias ao professor para saber quais serão
os conteúdos que realmente deverão ser trabalhados.
A qualificação profissional do educador é imprescindível e nesse fator principalmente,
pois o professor deve ter uma preparação para usufruir dos tipos de avaliação existentes, e a
escola, junto com ele, deverá acompanhar e participar de todo esse processo.
O professor deve possuir uma imensa responsabilidade, pois como mediador de
conhecimento deve estar capacitado para realizar a sua função com o objetivo de ir em busca
a uma qualidade educacional.
Como alfabetizadores precisamos ter clareza das capacidades
lingüísticas que pretendemos desenvolver em nossos alunos, no
período inicial de alfabetização, para que tenhamos condições de
conquistar melhorias na qualidade de ensino nos processos de
alfabetização e letramento. (OLIVEIRA, 2008, p. 1).
Tendo em vista a preparação do professor para exercer sua tarefa dentro da sala de
aula, o educador deve estar em constante processo de dedicação aos seus estudos, para que
tenha competência em solucionar os problemas encontrados no dia-a-dia com os alunos, uma
vez que os problemas podem surgir de vários os lados, cabendo ao professor ser apto em
desenvolver sua função.
Podemos encontrar três funções de avaliação que são utilizadas dentro da sala de aula,
são elas: Avaliação diagnóstica, formativa e somativa.
Avaliação diagnóstica: é aplicada nos primeiros dias de aula do aluno, e segundo
Brito (2011) é independente do grau de ensino, ou seja, vai da educação infantil até o EJA. A
partir dos resultados obtidos, possibilita ao professor conhecer qual é o nível de aprendizado
que o indivíduo possui, fazendo-o planejar quais serão seus objetivos e as metas a serem
alcançadas para aquela turma que ele irá trabalhar.
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Segundo Júnior (2010) a aplicação dessa avaliação só se faz necessária no início
escolar, porque possui outro tipo de avaliação que vai acompanhar todo o processo da
aprendizagem do aluno, “uma outra modalidade de avaliação consecutiva que pode bem
sucedê-la”. Dessa forma, encontra-se uma nova modalidade específica que acompanhará a
formação do aluno, ela é chamada de avaliação formativa.
Avaliação formativa: é aquela que deve ser utilizada ao longo do processo escolar do
aluno, acompanha toda a sua formação o seu desenvolvimento, diante das atividades
colocadas em sua frente, e a aprendizagem que vai adquirindo do decorrer de sua
escolaridade. Como afirma Júnior (2010) sobre a importância de utilizar essa forma de
avaliação:
Nessa modalidade, o educador acompanha o estudante metodicamente
ao longo do processo educativo, podendo saber, em determinados
períodos, o que o aluno já aprendeu em face dos escopos indicados, ou
numa analise crítica à educação tradicional, em face dos conteúdos
trabalhados.
Diante disso, consideramos que é uma modalidade de avaliação que deve estar
empregada em todas escolas, em que proporcionará um melhor rendimento escolar dos
alunos, sendo o professor o mediador dessa aprendizagem.
Avaliação somativa: é o tipo de avaliação mais conhecida de todas, ela busca os
resultados dos alunos com aplicações de provas, onde medem o aprendizado através das notas
obtidas por essas provas, onde pode levar a uma classificação de bom ou mau aluno, sendo
também chamada de avaliação classificatória. Esse método é utilizado no final do processo de
ensino, porque é depois dele que o professor tende a aplicá-lo para ver se o que foi passado o
aluno realmente aprendeu.
Sobre essa modalidade de avaliação, Brito (2011) nos fala que seu “único objetivo é
meramente alcançar determinada nota para “passar” de ano, os alunos são rotulados pelas
notas que alcançam e não são auxiliados onde de fato precisam de ajuda”. Assim, percebemos
que tudo gira em torno de uma nota que é o resultado de acertos e erros feito em uma
atividade que valia pontos. No entanto, esse pensamento de estudar só para conseguir uma
nota, e, assim, passar para a série seguinte, é um pensamento que não está somente dentro da
maioria das escolas, mas também dentro da própria família desses alunos e da própria
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sociedade, porque eles ainda tem em mente que essa é a única forma para saber se de fato está
ocorrendo “aprendizado”.
Como pudemos observar, são várias os métodos de se avaliar o aluno, porém cabe ao
professor ficar atento de como deve ser utilizado cada um deles, pois uma má aplicação pode
comprometer o resultado esperado de todo o processo, e também, que os problemas
encontrados nessas crianças não venham a permanecer agravando mais ainda sua situação, por
isso é indispensável saber de como devemos utilizar essas formas avaliativas dentro de
atividades correspondentes a cada uma delas.
5 ATIVIDADES AVALIATIVAS NA ALFABETIZAÇÃO
Dentro dos métodos avaliativos, existem alguns tipos de atividades aplicadas na
alfabetização, que servem para avaliar o andamento da aprendizagem do aluno para identificar
se o mesmo está sendo alfabetizado. Essas atividades são chamadas de atividades avaliativas e
podem ser aplicadas no dia-a-dia da sala de aula. Darei alguns exemplos:
 Identificação de letras e números: em um quadro o professor irá colocar números e letras
misturadas entre si. Adiante, é pedido ao aluno para que se possa identificar quais são as
letras, envolvendo-as com um círculo, e os números, marcando-os com um “x”. Feito isso,
o professor analisa as respostas do aluno e avalia se ele é já possui a capacidade de
identificação, e ao mesmo tempo de diferenciar um signo de outro.
 Ditados: esta é uma prática muito comum nas escolas. O professor fala em voz alta
algumas palavras e é pedido aos alunos para escrevem todas elas que ele ditar. Com isso, o
professor avalia se o aluno já é capaz de captar os signos através do som da fala para a
escrita. No entanto, o professor deve possuir uma boa fala para que não possa comprometer
a atividade dos alunos, pois alguns erros podem ser causados pela própria palavra que o
professor ditou e o aluno não conseguiu entender corretamente.
 Interpretação de texto: em um pequeno texto, o aluno deve fazer uma leitura para poder
falar ou escrever o que está sendo dito no texto. Realizada essa atividade, o professor
verifica se o aluno já possui capacidade para interpretar um texto.
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 Leitura ilustrativa: pode ser colocada uma atividade em que é pedido ao aluno para
transmitir a informação que a imagem ou desenho está passando para ele, em que pode ser
feita também através de figuras de uma história, porém a história é o aluno que deve criar,
fazendo, dessa forma, uma leitura ilustrativa. Sendo realizada essa atividade, o professor
identifica que o aluno já possui um nível de desenvolvimento maior, onde ele tem
capacidade de criar e recriar, é uma atividade divertida que mexe com a imaginação da
criança, pois ela vai criar assuntos relacionados com a sua realidade que proporcionará ao
professor identificar em qual contexto social o aluno está inserido, o que isso pode
colaborar para o processo de aprendizagem da criança.
Realizadas essas atividades, dentre as várias existentes, o professor passa a ter um maior
número de informações sobre os alunos, onde já é capaz de medir o conhecimento adquirido
por eles de acordo com cada resultado obtido, tanto positivo como negativo, pois cada um
possui sua importância no processo de ensino-apendizagem.
Paulo Freire (1996) destaca a importância de o professor saber o que ocorre no ambiente
da sala de aula, quando afirma que:
(...) o espaço pedagógico é um texto para ser constantemente “lido”,
interpretado, “escrito” e “reescrito”. Neste sentido, quanto mais
solidariedade exista entre o educador e educandos no “trato” deste
espaço, tanto mais possibilidades de aprendizagem democrática se
abrem na escola” (FREIRE, 1996, p. 97).
Portanto, o professor que possui um comprometimento em avaliar o que ocorre na sua
sala de aula, está possibilitando aos alunos uma oportunidade de trabalhar e tratar os
problemas situados com eles, uma vez que um professor que não possui compromisso deixa o
erro permanecer e segue com os seus conteúdos não se importando com o rumo que essas
dificuldades tomar.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Dessa forma, a necessidade de uma avaliação contínua e processual durante o período
da alfabetização é fundamental, pois proporciona à criança uma educação de qualidade em
que todo o seu desenvolvimento estará sendo observado e intervindo, quando for necessário,
para proceder com a sua aprendizagem.
Para que a avaliação seja eficiente não é necessário apenas ter em mãos os
instrumentos para se avaliar, é preciso que o profissional da educação tenha uma formação de
qualidade para que ele possa usufruir dos métodos avaliativos de uma maneira correta, e que
diante dos resultados obtidos em cada situação ele possa estudar e traçar seus objetivos, e seus
critérios irão possuir grande influência no processo de aprendizagem da criança.
Muitos são os problemas encontrados na educação, pois pouco é o investimento para
que ela venha a melhorar. Um exemplo disso é o nível de analfabetismo que o Brasil ainda
possui, pois revela o pouco que se tem feito durante todos esses anos para que esse número
venha descer, colocando em vista o fracasso escolar.
Portanto, a avaliação é fundamental no processo da alfabetização, uma vez que esse é
o período mais importante na vida de uma pessoa, e, por isso, deve ser levado a sério, por que
uma má ou nenhuma alfabetização das crianças de hoje podem resultar em futuros analfabetos
de amanhã, o que um acompanhamento avaliativo seria fundamental para que viesse amenizar
um pouco a decadência do nosso sistema escolar, pois, como sabemos, são vários os fatores
que influenciam esses resultados.
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http://sare.unianhanguera.edu.br/index.php/reduc/article/viewFile/235/233. Acesso em 30 de
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