Faculdade de Engenharia Ambiental Disciplina: Química Sanitária Profa. Ana Cláudia Mendes de Seixas Atividade prática 09 Determinação da Demanda Química de Oxigênio Assunto : Determinação da demanda química de oxigênio Objetivo : Conhecer uma das estratégias químicas mais utilizadas para inferir o teor de matéria orgânica em diferentes tipos de amostras de efluentes, águas residuárias e outros tipos de águas poluídas ou não. Introdução: A determinação da demanda química de oxigênio consiste em medir-se a quantidade de um oxidante forte, o dicromato de potássio em meio de ácido sulfúrico, necessária para promover a oxidação de uma amostra. O processo é bastante drástico, pois além de empregar um oxidante forte em meio ácido, promove a oxidação a alta temperatura. A quantificação do excesso de K2Cr2O7 remanescente após a oxidação permite o cálculo do valor da DQO. As equações abaixo exemplificam o processo: 3C + 2 Cr2O72- + 16 H+ Cr2O72- + 6 Fe2+ + 14 H+ 4 Cr3+ + 2 Cr3+ + 3 CO2 + 8 H2O 6 Fe3+ + 7 H2O Frente ao modo como é operacionalmente conduzida, a DQO não permite nenhuma conclusão quanto à cinética da oxidação em ambiente natural, ou toxicidade da amostra. A vantagem desta determinação é a sua rapidez frente à DBO, permitindo que em cerca de 3 horas seja gerado um resultado. A determinação da DQO permite também o cálculo da diluição que será empregada na determinação da DBO, se esta for também de interesse. Um grave problema ambiental pertinente à execução da determinação da DQO diz respeito aos resíduos gerados, que contém os metais pesados cromo (utilizado como oxidante), mercúrio (utilizado para remover a interferência do íon cloreto) e prata (utilizada como catalisador na oxidação) em meio fortemente ácido. È importante que este resíduo sofra neutralização e tenha os metais pesados precipitados, antes do seu descarte na pia. Um alternativa que pode ser avaliada, é a utilização de kits comerciais que trabalham com baixos volumes de amostra e oxidante, minimizando o volume de resíduo gerado. Coleta e Preservação das Amostras: As amostras devem ser coletadas preferencialmente em frascos de vidro e analisadas o mais rápido possível. Se não for possível a análise imediata, as amostras devem ser preservadas pela adição de H2SO4 conc. até pH 2 e mantidas sob refrigeração a 4 ºC. Materiais: Chapa aquecedora com suporte para condensador; condensador de Friedrich com juntas esmerilhadas, balão de fundo chato, pérolas de ebulição, materiais volumétricos para diluição e bureta de 50 mL. Reagentes: Ácido sulfúrico concentrado Solução padrão de dicromato de potássio 0,0417 mol L-1: Dissolva 12,259 g de K2Cr2O7, previamente seco a 103ºC por 2 horas, em água destilada e dilua a 1 L. Solução indicadora de Ferroin: Dissolva 1,485g de 1,10 fenantrolina monohidratada e 695 mg de FeSO4.7H2O em água destilada e dilua a 100mL.. Solução padrão de sulfato ferroso amoniacal aproximadamente 0,25 mol L-1: Dissolva 98 g de Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O em água destilada. Adicione 20 mL de ácido sulfúrico concentrado, resfrie e dilua a 1000 mL. Esta solução deve ser padronizada diariamente frente à solução padrão de K2Cr2O7. Procedimento: Em um balão de fundo chato, adicione 20,00 mL da amostra tal qual ou adequadamente diluída, 10,00 mL da solução oxidante de K2Cr2O7 e algumas pérolas de ebulição. Lenta e cuidadosamente, adicione ao frasco, 30 mL de ácido sulfúrico concentrado. Conecte o balão ao sistema de refluxo, onde deve ser mantido sob reação por 1 hora. È indispensável a execução de uma prova em branco. Durante o refluxo mantenha um pequeno béquer invertido sobre os condensadores, de modo a impedir contaminações com material particulado externo. Ao final do tempo previsto, desligue a chapa e adicione uma pequena porção de água destilada, com pisseta, pela parte superior do condensador, de modo a lavá-lo. Titule toda a amostra com a solução de íons Fe2+ recém padronizada. Bibliografia: Eaton, A.D. et alii. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, APHA, AWWA, 20 ed, Washington D.C., 2000. Sawyer, C.N. e McCarty, P.L. Chemistry for Environmental Engineering, 3 ed. McGrawHill, Singapura, 1978