FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA FUROSEMIDA Sinónimos: Frusemida. Fursemida. Fórmula Molecular: C12H11ClN2O5S Peso Molecular: 330,75 Dados Físico-Químicos: Pó cristalino, branco ou quase branco. Praticamente insolúvel em água, solúvel em acetona e em soluções diluídas de hidróxidos alcalinos, bastante solúvel em etanol a 96%, praticamente insolúvel em cloreto de metileno. Ponto de fusão: 206 °C. Absorção UV máx.: 288, 276, 336 nm (etanol 95%). Propriedades e usos: Trata-se de um diurético da hansa derivado das sulfonamidas. É absorvida fácil e rapidamente no aparelho digestivo. Apresenta uma biodisponibilidade aproximada de 60 – 70%, e a sua vida média é de até 2 horas. Une-se em 99 % de proteínas plasmáticas, e excreta-se sobretudo por via renal e, em menor percentagem, por via biliar. Quando existe disfunção renal, ocorre um aumento da excreção por outras vias. Atravessa a barreira placentária, sendo excretada com o leite materno. Actua inibindo a reabsorção de electrólitos sobretudo ao nível do ramo ascendente da hansa de Henle, e nos túbulos renais distais. Ocorre um aumento da excreção de sódio, potássio, cálcio e cloretos, potenciando de igual modo a eliminação de água. Isto provoca uma diminuição da resistência vascular periférica, o que complementa a sua acção hipotensora. Os efeitos da furosemida são evidentes decorridos 30 min a 1 h depois de uma dose por via oral. O valor máximo ocorre decorridas 1 – 2 h e mantém-se durante 4 – 6 h. É usada no tratamento de edemas associados a insuficiência cardíaca congestiva e problemas pulmonares, renais e hepáticos. Também é usada na insuficiência renal e em casos de hipercalcemias graves para facilitar a excreção urinária do cálcio. Para a solubilizar em água é necessário adicionar NaOH até pH = 9. Dosagem: Por via oral, com a dose de 20 – 80 mg/dia nos adultos, em função da patologia e da resposta. Em casos excepcionais, estas doses podem ser aumentadas sob critério médico. Em pediatria, 1 – 3 mg/Kg/dia até um máximo de 40 mg/dia. Efeitos secundários: O efeito adverso mais frequente associado à terapia com furosemida é o desequilíbrio de líquidos e electrólitos, incluindo hiponatremia, hipocaliemia e alcalose hipoclorídrica, particularmente depois de doses elevadas ou administração prolongada. Descreveu-se nefrocalcinose quando a furosemida foi utilizada para tratar crianças prematuras. A furosemida pode provocar hiperglicemia e glicosúria. FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA Os sinais de desequilíbrio electrolítico incluem cefaleia, hipotensão, cãibras musculares, xerostomia, sede, fraqueza, letargia, sonolência, intranquilidade, oligúria, arritmias cardíacas e problemas gastrointestinais. Outros efeitos adversos que não são relativamente frequentes incluem visão nebulosa, xantopsia, vertigens, cefaleias e hipotensão ortostática. As erupções cutâneas e as reacções de fotossensibilidade, embora raras, podem ser graves, e as reacções de hipersensibilidade, incluindo nefrite intersticial, vasculite e febre, ocorrem raras vezes. A pancreatite é mais frequente em doses elevadas e foi descrita icterícia colestática. Raras vezes pode ocorrer depressão da espinal medula. Foram descritas agranulocitose, trombocitopenia e leucopenia. Os acufenos (tinidos) e a surdez podem ocorrer por ototoxicidade. Contra-indicações: Não deve ser administrada em casos de anúria ou de insuficiência renal causada por fármacos nefrotóxicos ou hepatotóxicos nem de insuficiência renal associada a coma hepático. Também não deve ser utilizada em estados pré-comatosos relacionados com cirrose hepática. Cuidados: Vigiar os efeitos sobre o equilíbrio dos líquidos e electrólitos, sobretudo em doentes com choque. Deve ser utilizada com cuidado em doentes com hiperplasia prostática ou deterioração da micção, dado que pode provocar uma retenção urinária aguda. Deve-se efectuar um controlo médico especial em doentes com diabetes, hiperuricemia (gota), e problemas da audição, modificandose a dose em caso de insuficiência hepática. Não se aconselha a condução de veículos ou o manuseamento de maquinarias perigosas durante as primeiras semanas de tratamento. Interacções: A furosemida pode potenciar a nefrotoxicidade de cefalosporinas, e a ototoxicidade de antibióticos aminoglucosídicos, como a gentamicina. Tal como acontece com outros diuréticos, pode aumentar a acção hipotensora de fármacos anti-hipertensivos, como o propranolol. Pode aumentar a toxicidade da amantadina, anticoagulantes orais como warfarina, hidrato de cloral, sais de lítio, bloqueantes neuromusculares como a tubocuranina e cardiotónicos digitálicos como a digoxina. Pode reduzir o efeito de anti-diabéticos orais, tais como a glibenclamida e a teofilina. A eficácia da furosemida pode ser diminuída por anti-inflamatórios não esteróides como o piroxicam e a fenitoína; a sua toxicidade pode ser potenciada por cimetidina, clofiblato, corticosteróides e probenecid. Deve-se usar com especial cuidado em combinação com inibidores da enzima angiotensina-convertase, dado que pode ocasionar uma forte queda da pressão sanguínea. FICHAS DE INFORMAÇÃO TÉCNICA Incompatibilidades: Gluconato de cálcio, ácido ascórbico, tetraciclinas, ureia, e epinefrina. As soluções injectáveis não devem ser misturadas nem diluídas com glicose ou soluções acidificantes. Observações: É fotossensível. Conservação: Em embalagens bem fechadas. PROTEGER DA LUZ. Exemplos de formulação: Xarope de furosemida 0,2 mg/ml Furosemida ………………………………………0,200 g Fosfato dissódico anidro................................2,760 g Ácido cítrico ……………………………………..0,058 g Nipagin ………………………………………..….0,050 g Nipazol ……………………………………………0,022 g Sacarina ………………………………………….0,100 g Essência para uso oral …..…………………0,050 g Água purificada ………..…………….……q.s.p. 100 ml Solução conservada até 30 dias de preferência refrigerada. Furosemida ……………………..………….0,200 g Tampão fosfato pH 8 ………….…..……………70 ml Nipagin ………………………………………..….0,050 g Nipazol ……………………………………………0,022 g Essência para uso oral ………..……………0,050 g Xarope simples q.s.p. …………………...…. 100 ml Solução conservada até 60 dias, de preferência refrigerada. O tampão fosfato pH 8 pode ser preparado misturando 3,7 ml de fosfato monopotássico 1/15 M e 96,3 ml de fosfato dissódico 1/15 M. Cápsulas de furosemida Furosemida.......................................................... 20 mg para uma cápsula, nº 30 Bibliografia: - Martindale, Guía completa de consulta farmacoterapéutica, 1ª ed. (2003). - The Merck Index, 13ª ed. (2001). - Formulación magistral de medicamentos, COF da Biscaia, 5ª ed. (2004). - Monografías Farmacéuticas, C.O.F. de Alicante (1998). - Formulario básico de medicamentos magistrales, Mª. José Llopis Clavijo e Vicent Baixauli Comes (2007).