TCC - CÁTIA DANIELS 2014

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,
ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CÁTIA REINER DANIELS
ANÁLISE DO CUSTO DE PRODUÇÃO, VOLUME E RESULTADO DE
UMA INDÚSTRIA DE DOCES
IJUÍ (RS)
2014
2
CÁTIA REINER DANIELS
ANÁLISE DO CUSTO DE PRODUÇÃO, VOLUME E RESULTADO DE
UMA INDÚSTRIA DE DOCES
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado no Curso de Ciências
Contábeis da UNIJUI, como requisito
parcial para obtenção do titulo de
Bacharel em Ciências Contábeis.
Profª. Orientadora: EUSÉLIA PAVEGLIO VIEIRA
IJUÍ (RS), Julho/2014
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RESUMO
A contabilidade e gestão de custos está relacionada de acordo com os processos
gerenciais da empresa, onde o maior problema encontrado é a falta de informações e
administração dos custos na hora da formação do preço de venda, sendo que o objetivo geral é
estruturar um sistema de custos para a empresária, onde ela possa fazer um levantamento dos
custos de produção, da margem de lucro e da quantidade mínima de doces que deve ser
produzida para cobrir os custos e as despesas. Diante do presente trabalho, aborda-se a uma
pesquisa qualitativa, classificada pela natureza como aplicada, onde a coleta dos dados
obteve-se diretamente com a empresária em uma entrevista e a parte teórica pesquisam-se em
revisões bibliográficas, documentos e levantamento de dados. O presente trabalho demonstra
que em alguns tipos de doces a empresária atinge uma margem positiva e em outros uma
margem negativa, ou seja, uma falha no processo de produção e venda no momento de fazer o
levantamento dos custo, e diante do resultado final, percebe-se a importância de se tomar
decisões baseadas em informações precisas e confiáveis para que não ocorram falhas de
informações que possam comprometer a estabilidade e o crescimento da empresa. O que se
adquire de conhecimento com a pesquisa realizada é que, não importa o tamanho da empresa
e a atividade realizada, o que vai fazer a empresa continuar com suas atividades é um bom
gerenciamento na análise do custo, volume e resultado para então formar o preço de venda.
4
LISTA DAS SIGLAS E ABREVIATURAS
CIF – Custo Indireto Fixo
FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
INSS – Instituto Nacional do Seguro Nacional
MOD – Mão de Obra Direta
MOI – Mão de Obra Indireta
PCP – Programação de Controle de Produção
OP
– Ordem de Produção
PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil
PEE – Ponto de Equilíbrio Econômico
PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro
MC – Margem de Contribuição
MSO – Margem de Segurança Operacional
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LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Base para cálculo do custo com pessoal...............................................................24
Quadro 02 - Número de horas que o trabalhador oferece à empresa........................................26
Quadro 03 - Custeamento por absorção x custeamento variável..............................................31
Quadro 04 - Ponto de Equilíbrio...............................................................................................36
Quadro 05 - Fluxograma do processo de produção dos doces simples....................................47
Quadro 06 - Fluxograma do processo de produção dos doces trufados...................................48
Quadro 07 - Fluxograma do processo de produção dos doces de fruta....................................49
Quadro 08 - Parâmetro das receitas..........................................................................................50
Quadro 09 - Doces simples – Material direto...........................................................................51
Quadro 10 - Doces trufados – Materiais diretos ......................................................................52
Quadro 11 - Doces trufados com frutas naturais – Materiais diretos........................................53
Quadro 12 - Tempo Disponível Produção ...............................................................................54
Quadro 13 - Tempo total em horas trabalhadas no mês ...........................................................55
Quadro 14 – Ociosidade............................................................................................................55
Quadro 15 - MO Auxiliar..........................................................................................................55
Quadro 16 - Custos indiretos fixos...........................................................................................56
Quadro 17 - Custo fixo total em minutos no mês.....................................................................57
Quadro 18 - Custos indiretos variáveis.....................................................................................57
Quadro 19 - Rendimento por receitas.......................................................................................58
Quadro 20 - Custos com depreciação.......................................................................................59
Quadro 21 - Doces Simples (Custo Fixo e Custos Variáveis)..................................................59
Quadro 22 - Doces trufados (custo indireto fixo e variável).....................................................60
Quadro 23 - Doces de fruta (custo indireto fixos e variável)....................................................61
Quadro 24 - Custeio por absorção ............................................................................................62
Quadro 25 - Custeio variável....................................................................................................62
Quadro 26 - Mark-up................................................................................................................64
Quadro 27 – Formação do preço de venda orientativo com margem de 20%, 30% e 35% .....65
Quadro 28 – Apuração do resultado preço de venda orientativo (20%) e preço de venda
atual...........................................................................................................................................66
Quadro 29 - Apuração do resultado preço de venda orientativo (30%) e preço de venda
atual...........................................................................................................................................68
6
Quadro 30 - Apuração do resultado preço de venda orientativo (35%) e preço de venda
atual...........................................................................................................................................70
Quadro 31 - Margem de contribuição unitária..........................................................................73
Quadro 32 – Margem de contribuição total .............................................................................76
Quadro 33 - Ponto de equilíbrio................................................................................................78
Quadro 34 - Margem de segurança operacional.......................................................................81
Quadro 35 – Rentabilidade.......................................................................................................83
7
LISTA DE FIGURAS/GRÁFICOS
Gráfico 01 - Custeio absorção x custeio variável.....................................................................63
Gráfico 02 - Comparação entre preço de venda orientativo de 20%, 30%, 35% e preço de
venda atual................................................................................................................................72
Gráfico 03 - Margem de contribuição unitária..........................................................................75
Gráfico 04 - Margem de contribuição total...............................................................................77
Gráfico 05 - Ponto de equilíbrio...............................................................................................80
Gráfico 06 - Margem de segurança operacional.......................................................................82
Gráfico 07 – Rentabilidade.......................................................................................................85
8
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................................. 3
LISTA DAS SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................................... 4
LISTA DE QUADROS ............................................................................................................................ 5
LISTA DE FIGURAS/GRÁFICOS ......................................................................................................... 7
SUMÁRIO ............................................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 11
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................................... 13
1.1 ÁREA DO CONHECIMENTO CONTEMPLADA ........................................................................ 13
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................................................ 13
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ............................................................................................... 14
1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................................... 15
1.4.1 Objetivo geral................................................................................................................................ 15
1.4.2 Objetivos específicos .................................................................................................................... 15
1.5 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 15
2 REVISÃO TEÓRICA ......................................................................................................................... 17
2.1 CONTABILIDADE ......................................................................................................................... 17
2.1.1 Objetivo, objeto, finalidade e aplicação da contabilidade ............................................................. 18
2.2 CONTABILIDADE DE CUSTO..................................................................................................... 18
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ................................................................................................. 20
2.3.1 Quanto ao grau de identificação.................................................................................................... 20
2.3.2 Quanto ao grau de variabilidade ................................................................................................... 21
2.4 CUSTOS COM MÃO DE OBRA ................................................................................................... 22
2.4.1 Custos com mão de obra direta ..................................................................................................... 23
2.4.2 Custos com mão de obra indireta .................................................................................................. 23
2.4.3 Encargos sociais, trabalhistas e custos com pessoal ..................................................................... 24
2.4.4 Tempo disponível de produção ..................................................................................................... 25
2.4.5 Tempo não disponível de produção .............................................................................................. 26
2.6 CUSTOS COM MATERIAIS DIRETOS – PMPM ........................................................................ 27
2.7 CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO ....................................................................................... 28
2.7.1 Custos com depreciação ................................................................................................................ 28
2.8 SISTEMA DE CUSTEAMENTO POR ORDEM DE PRODUÇÃO .............................................. 29
9
2.9 MÉTODOS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E VARIÁVEL ...................................................... 30
2.9 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO .................................................................... 32
2.9.1 Formação do preço de venda ........................................................................................................ 32
2.9.2 Formação do mark-up ................................................................................................................... 33
2.9.3 Margem de contribuição ............................................................................................................... 34
2.9.4 Ponto de equilíbrio ........................................................................................................................ 35
2.9.5 Margem de segurança operacional ................................................................................................ 37
2.10 GESTÃO DE CUSTOS – INFORMAÇÕES DE CUSTOS .......................................................... 38
3 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................................... 40
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................................... 40
3.1.1 Quanto a natureza.......................................................................................................................... 40
3.1.2 Do ponto de vista dos seus objetivos ............................................................................................ 41
3.1.3 Quanto a abordagem do problema ................................................................................................ 41
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos .............................................................................................. 42
3.2 COLETA DE DADOS ..................................................................................................................... 43
3.2.1 Instrumentos da coleta de dados ................................................................................................... 43
3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................................................................ 44
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................................................ 46
4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO ..................................................................... 46
4.1.1 Processo de produção dos doces simples ...................................................................................... 46
4.1.2 Processo de produção dos doces trufados ..................................................................................... 47
4.1.3 Processo de produção dos doces de fruta ...................................................................................... 48
4.2 LEVANTAMENTOS DE CUSTOS ................................................................................................ 49
4.2.1 Parâmetro das receitas ................................................................................................................... 49
4.2.2 Custo com material direto por receita ........................................................................................... 50
4.2.3 Custos com mão de obra ............................................................................................................... 54
4.2.4 Custos indiretos fixos e variáveis.................................................................................................. 56
4.2.5 Rendimento por receita ................................................................................................................. 58
4.2.6 Custos com depreciação ................................................................................................................ 58
4.2.7 Custos indiretos fixos e variáveis por unidade .............................................................................. 59
4.3 APURAÇÃO DO CUSTO TOTAL ................................................................................................. 61
4.3.1 Apuração do custo total dos produtos ........................................................................................... 61
4.4 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO .................................................................... 64
4.4.1 Formação do preço de venda ........................................................................................................ 64
10
4.4.2 Apuração do resultado dos produtos em estudo ............................................................................ 66
4.4.2 Margem de Contribuição .............................................................................................................. 73
4.2.3 Ponto de equilíbrio ........................................................................................................................ 77
4.2.4 Margem de segurança operacional ................................................................................................ 80
4.2.5 Rentabilidade ................................................................................................................................ 83
4.5 INFORMAÇÕES DE CUSTOS ...................................................................................................... 85
CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 87
REFERENCIAS ..................................................................................................................................... 89
11
INTRODUÇÃO
A contabilidade de custos vem sendo uma área de grande atuação no mercado e
indispensável, principalmente para os empreendedores que pretendem abrir um negócio que
envolve a produção. Tem por finalidade, fornecer dados, transmitir aos seus usuários
informações gerenciais como, formação de preços, apuração de margens, ponto de equilíbrio e
outros. A importância da área de custos em uma empresa, é que, com um bom gerenciamento
e um sistema implantado que seja alimentado com informações corretas, pode contribuir na
geração de um bom resultado. Sendo que, para a determinação do preço de venda de um
determinado produto, é necessário um rateio dos custos fixos, saber quais são os custos
variáveis de cada produto, quais as despesas, e no final, aplicar a margem de lucro desejada.
O objetivo desse estudo é realizar uma análise dos custos de produção, volume e
resultado em uma indústria de doces, para saber qual é o total de gasto utilizado para a
produção de cada unidade de docinho e no final, qual a margem de lucro que a empresária
está obtendo.
O presente trabalho apresenta-se em quatro capítulos, onde fica dividido da seguinte
forma: no primeiro capítulo é apresentado as características da pesquisa quanto a
contextualização do estudo, a área de conhecimento contemplada, caracterização da
organização, problematização do tema, os objetivos e a justificativa.
No segundo capítulo aborda-se a revisão teórica, onde cada assunto contextualiza-se
com base em autores, envolvendo os principais conceitos de contabilidade, os tipos de custos,
métodos de custeio, formação de preços e análise dos resultados.
Já no terceiro capítulo, apresenta-se a parte da metodologia da pesquisa, onde abordase os assuntos direcionados aos dados obtidos da pesquisa, sua classificação quanto à
natureza, o ponto de vista dos seus objetivos, a abordagem do problema, os procedimentos
técnicos, plano de coleta de dados e assim por diante, ou seja, são relacionados os assuntos
diretamente ligados à formação da pesquisa.
No quarto capítulo apresenta-se o estudo aplicado, todas as informações que foram
levantadas durante a pesquisa, agora estão demonstradas em quadros, cálculos, gráficos, ou
seja, toda a preparação da produção desde o inicio das receitas e em seguida os cálculos do
custo com matéria prima, com pessoal, com mão de obra, os custos fixos e variáveis, a
depreciação, custo total pelo método de custeio por absorção e variável, formação do preço de
venda, margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional.
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Para finalizar a apresentação deste relatório de pesquisa, apresenta-se as considerações
finais e as referências, que foram utilizadas para a realização desse trabalho e algumas
recomendações para que a empresária possa se aperfeiçoar e se desenvolver mais, crescendo e
competindo no mercado, utilizando as informações geradas pelo sistema de custos proposto.
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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
A contabilidade de custos é a base para qualquer empreendimento no setor industrial e
comercial, auxiliando no desempenho, planejamento, controle e na tomada de decisões. Neste
estudo visa contribuir para que a empresária tenha a possibilidade de analisar os custos de
produção dos diferentes produtos elaborados na sua empresa e saber determinar qual é a
melhor combinação de produção e vendas que potencializa o resultado. Neste primeiro
capítulo, apresenta-se a área de conhecimento contemplada, a caracterização do
empreendimento, a problemática do estudo, os objetivos e a justificativa.
1.1 ÁREA DO CONHECIMENTO CONTEMPLADA
A contabilidade é uma Ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades em
geral, sendo uma área que se desdobra em várias ramificações e possibilidades de atuação,
entre elas, a contabilidade de custos, contabilidade gerencial, auditoria contábil, análise de
balanços, contabilidade financeira, entre outras.
Neste sentido, o estudo aborda a Contabilidade e a gestão de Custos, a fim de avaliar a
relação do custo, volume e do resultado de uma indústria de doces, auxiliando a tomada de
decisões em relação à análise dos custos e da rentabilidade do negócio.
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
Os estudos realizam-se em uma produção industrial de pequeno porte, localizado na
cidade de Ijuí/RS, voltado para o setor de produção de doces caseiros para a comercialização,
enquadrada na tributação do Simples Nacional.
A sócia e proprietária Alice, iniciou com a produção no ano de 2008, quando assistiu
ao programa “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”, motivando-a a investir na
fabricação de doces.
A produção é feita por Alice que é a empresária e possui ainda a funcionária Laura,
que faz serviços gerais e a Marcia que auxilia na produção dos doces, sendo que se trata de
um pequeno negócio de produção caseira, doces feitos por encomenda com data de entrega
marcada.
Atualmente a empresa esta localizada em um espaço adaptado na casa da sócia, onde
contém todos os materiais e equipamentos necessários para a realização e produção dos doces.
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Seus fornecedores são estabelecimentos bem localizados assim como, padarias, lojas
de conveniências e restaurantes e trabalham-se também com encomendas para datas
comemorativas, assim como festas de formaturas, casamentos, aniversários e eventos como
finais de ano, páscoa, dia dos namorados e dia das mães. Seu faturamento fica em torno de R$
45.000,00 anual, se encaixando como empreendedora individual.
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA
A Contabilidade de custos voltada a produção, assim como a contabilidade financeira,
a cada dia que passa esta exigindo maior controle, porque o mercado está cada vez mais
competitivo e dinâmico. Sendo assim, o gerenciamento se torna indispensável. No entanto, os
empreendedores antes de determinar o preço de venda de qualquer que seja o seu produto,
necessitam realizar um estudo e fazer um levantamento geral de todos os gastos e despesas
que geram até o produto ficar acabado, pronto para a comercialização.
Assim sendo, a Contabilidade e a gestão de custos proporcionam influencias referente
à análise dos processos e tomada de decisões. Por outro lado o gestor que não fizer um
levantamento dos custos de seus produtos tem dificuldade em manter um controle e de se
basear em um resultado confiável de seu investimento no final do período. Neste contexto,
Martins (2010, p.22) relata que “O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o
preço, o produto é rentável; ou, se não rentável, se é possível reduzi-los (os custos)”.
Assim, a contabilidade de custos tem o objetivo de apurar, controlar e analisar o custo
dos produtos, a gestão de custos esta mais focada na analise da composição desse custo, do
volume de produção e dos resultados obtidos por meio das diferentes estratégias utilizadas.
Baseado na importância que a contabilidade e gestão de custos proporcionam a uma
empresa, verifica-se que atualmente, um dos principais problemas que a empresária vem
enfrentando consiste em saber quais são os custos de produção dos seus diferentes produtos,
em função do tempo dispensado na produção de cada um e do constante reajustes dos
materiais diretos, e isso interfere na formação do custo e conseqüentemente do preço de
venda, tendo impactos diretos na composição e na análise dos resultados.
A empresa objeto do estudo não possui nenhum tipo de sistema que apure os custos de
produção e, devido ao crescimento da demanda dos produtos elaborados, a contabilidade e a
gestão de custos passaram a ser uma necessidade para auxiliar na análise do desempenho
gerencial e instrumentalizar a empresária na gestão de seu negócio.
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Baseado no que foi relatado, a questão principal do estudo é: Qual a contribuição que a
aplicação de um sistema de custos e analise dos resultados pode proporcionar na geração de
informações que instrumentalize a gestão da empresa?
1.4 OBJETIVOS
A partir do tema e do problema de estudo proposto, apresentam-se a seguir o objetivo
geral e os objetivos específicos.
1.4.1 Objetivo geral
Estruturar um sistema de custos na produção de doces, que proporcione informações
referentes à relação custo, volume e resultado, subsidiando a gestão diante da tomada de
decisão.
1.4.2 Objetivos específicos
 Fundamentar teoricamente a Contabilidade de Custos, métodos e sistema de custeio,
análise do custo, volume e resultado;
 Fazer um levantamento dos custos de produção dos doces;
 Estruturar um sistema de custos para esta atividade;
 Calcular preços de venda e comparar com o preço atual;
 Analisar a relação do custo, volume e resultado;
 Levantar as informações que suporte a gestão da indústria dos doces.
1.5 JUSTIFICATIVA
A contabilidade de custo, tema escolhido para a realização desse estudo, nos fornece
um amplo conhecimento e controle sobre a produção, desperdício, tomada de decisão,
formação de preço e demais fatores que impactam na lucratividade.
A importância dessa empresa em ter um controle dos custos é gerar informações úteis
para a administração da produção, planejamento e auxílio nas funções gerenciais e conforme
Bruni, Famá (2004, p.24) “o nascimento da contabilidade de custos decorreu da necessidade
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de maiores e mais precisas informações, que permitissem uma tomada de decisão correta após
o advento da Revolução Industrial”.
Além disso, para a Ciência Contábil, o desenvolvimento desse estudo é uma
ferramenta necessária para auxiliar a empreendedora da organização, tendo como objetivo, a
formação e fixação do preço de venda de cada produto. E para a administração, pode ajudar
na tomada de decisão, buscando um resultado satisfatório para a empreendedora.
Busca-se com esse trabalho, ter uma visão mais segura e mais apurada para a
empreendedora e é importante destacar que em todo o processo de produção, é necessário um
bom gerenciamento na área contábil, para que no final de cada mês, não venha a ocorrer
perdas e prejuízos.
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2 REVISÃO TEÓRICA
Neste capítulo, realizam-se um estudo baseado em pesquisas, em livros, sites, artigos,
com o objetivo de destacar vários conceitos de diferentes autores, para fundamentar e
aperfeiçoar os conhecimentos referentes ao tema escolhido, sendo muito importante este
embasamento para o desenvolvimento do estudo aplicado.
2.1 CONTABILIDADE
A contabilidade surgiu devido à necessidade de registrar e controlar o patrimônio das
organizações. Se tratando de uma Ciência Social, ela busca classificar, demonstrar, analisar e
interpretar todos os fenômenos que afetam as situações patrimoniais da entidade,
apresentando as demonstrações contábeis aos usuários internos e externos.
Segundo Marion (1998, p.24) “a contabilidade é o instrumento que fornece o máximo
de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa” e conforme
Crepaldi (2002), o principal objetivo da contabilidade é avaliar estoques, apurar o resultado
das indústrias, planejar e colocar em prática um sistema de informação para uma organização.
A contabilidade é usada para registrar os custos de operação de um negócio. Ela se
preocupa com o processo decisório, tomada de decisão, estuda e controla o patrimônio das
entidades, apura resultados, fornece informações concretas aos seus usuários de acordo com
suas necessidades e segundo Basso (2011, p.30) “a contabilidade só tem sentido quando gera
informação relevante ao usuário”.
Basso (2011, p.26) descreve que contabilidade:
É a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus
aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico), e que, como conjunto de
normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar,
catalogar e registrar informações de suas variações e situações, especialmente de
natureza econômica e financeira.
Diante dos conceitos relatados, pode se dizer que, a contabilidade é uma Ciência
Social que estuda, analisa e controla o patrimônio de uma organização, com o objetivo de
manter a sua continuidade e também fornecer informações para a tomada de decisões.
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2.1.1 Objetivo, objeto, finalidade e aplicação da contabilidade
Na sequência, apresenta-se o relato de alguns autores referentes ao objetivo, objeto,
finalidade e aplicação da contabilidade.
Ao se referir aos objetivos da contabilidade, pode se dizer que é o controle do
patrimônio de uma entidade, com a finalidade de proporcionar registros, sistematização e
informações para os diferentes usuários internos e externos. De acordo com Perez Jr, Oliveira,
Costa (2001, p.29) o objetivo da contabilidade é “[...] gerar informações úteis à administração
das empresas”.
Conforme Basso (2011) a Contabilidade tem como objeto de estudo o patrimônio das
entidades e seus fenômenos, emitindo relatórios qualitativos e quantitativos, registrando os
atos e fatos de natureza econômico-financeira e produzindo informações sobre o patrimônio e
suas variações.
Barros (2005, p.17) relata que:
Na prática, a aplicação da Contabilidade na empresa tem por finalidade fornecer aos
usuários informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do
patrimônio e suas mutações. Isso compreende registros, demonstrações, análises,
diagnósticos e prognósticos expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas,
planilhas e outros meios.
Assim sendo, os campos de atuação do profissional da contabilidade abrange a
contabilidade gerencial, auditoria contábil, análise de balanços, contabilidade financeira,
contabilidade industrial e de custos, que é o assunto deste estudo tratado a seguir.
2.2 CONTABILIDADE DE CUSTO
Pode-se dizer que, custo antes de tudo é um investimento que é consumido no
processo de produção. Segundo Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.16) “[...] custo significa o
valor monetário de recursos utilizados no processo de obtenção ou de elaboração de
determinado bem ou serviço”.
Hoog (2013, p.39) relata que a contabilidade de custo:
[...] é o tipo de contabilidade que estuda e interpreta os atos e fatos ligados aos
custos, ou seja, de serviços, produtos industrializados ou comercializados
envolvendo também estudos sobre os investimentos feitos para que se consiga
produzir ou adquirir um bem ou serviço com destino de venda.
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A área de custos está envolvida em muitas decisões gerenciais. Segundo Perez Jr,
Oliveira, Costa (2001, p.32) “Com o atual dinamismo da economia, os administradores
necessitam de informações confiáveis e rápidas, que lhes possibilitem a tomada de decisão
para o alcance e a superação de metas de resultados”.
O que se espera da contabilidade, é que juntamente com o setor administrativo, possa
ser realizadas pesquisas de aperfeiçoamentos em busca de melhores resultados e redução dos
custos.
Conforme Ferreira (2007, p.56):
Na determinação dos custos, pretende-se atingir, basicamente, três objetivos: 1)
definir preços de venda; 2) fornecer elementos para a apuração dos estoques; e 3)
disponibilizar informação para a gestão. Outro aspecto importante associado ao
cálculo dos custos corresponde à identificação e concretização de medidas que
permitam reduzi-los.
Para conceituar a contabilidade de custos, buscou-se alguns conceitos na literatura,
conforme Nascimento (2001, p.25) “custo é o somatório dos bens e serviços consumidos ou
utilizados na produção de novos bens ou serviços, traduzidos em unidades monetárias”.
Crepaldi (2002, p.14) conceitua custos da seguinte forma:
A Contabilidade de Custo auxilia na determinação dos custos dos fatores, dos custos
dos fatores de produção, dos custos de determinado setor da empresa; no controle e
observação dos desperdícios, horas ociosas de trabalho, equipamentos mal
utilizados; na quantificação exata da matéria-prima utilizada, entre outros.
Segundo Bruni, Famá (2004, p.24) relata que:
[...] com informações coletadas das operações e das vendas, a administração pode
empregar os dados contábeis e financeiros para estabelecer os custos de produção e
distribuição, unitários ou totais, para um ou para todos os produtos fabricados ou
serviços prestados, além dos custos das outras diversas funções, objetivando
alcançar uma operação racional, eficiente e lucrativa.
Com base em Martins (2010) e Wernke (2001), pode-se considerar que os custos são
gastos dentro do processo de produção de um determinado produto. Podendo ser um custo
direto ou um custo indireto, dependendo dos fatores de produção, se for um bem ou uma
prestação de serviço.
Segundo Fistarol, Bussmann, Vieira (2009, p.28) descrevem que:
Para que uma Contabilidade de Custos seja bem estruturada é preciso que o contador
de custos realize um processo de acompanhamento do processo produtivo, analise os
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pontos críticos, medindo tempos de produção, visualizando possíveis gargalos,
apontando soluções, pois as decisões tomadas hoje poderão comprometer resultados
futuros.
Na sequência, apresenta-se a classificação dos custos quanto ao grau de variabilidade
ou de identificação.
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Quanto à classificação dos custos, eles podem ser classificados como diretos,
indiretos, fixos ou variáveis. Essa classificação varia conforme as informações dos pontos de
referencias.
2.3.1 Quanto ao grau de identificação
No que se refere ao grau de identificação, os custos podem ser classificados como
diretos ou indiretos. Os custos diretos são aqueles que podem ser apropriados diretamente ao
produto e variam conforme a quantidade produzida. Segundo Nascimento (2001, p.28) relata
que “custo direto é o que incide diretamente sobre a produção ou a venda de um bem ou
serviço”.
Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.26) dizem que “[...] estes custos podem ser apropriados
de maneira objetiva aos produtos elaborados, porque há uma forma de medição clara de seu
consumo durante a fabricação”.
Segundo Perez Jr, Oliveira, Costa (2001, p.23) acrescentam ainda dizendo que “[...] os
custos podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço e valorizados com
relativa facilidade. Dessa forma, não necessitam de critérios de rateios para serem alocados
aos produtos fabricados ou serviços prestados, já que são facilmente identificados”.
Os custos indiretos são aqueles que não podem ser identificados com facilidade ao
produto, dependem de cálculos de rateio. Segundo Ferreira, (2007, p.51) “[...] são gastos que
contribuem para a produção cuja imputação aos produtos não é feita diretamente” e para
Bomfim, Passarelli (2006, p.54) esses custos “[...] são aqueles incorridos dentro do processo
de produção, mas que, para serem apropriados aos produtos, obrigam ao uso de rateios”.
Todos os Custos Indiretos só podem ser apropriados, por sua própria definição, de
forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão
de comportamento de custos etc. todas essas formas de distribuição contêm, em
21
menor ou maior grau, certo subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai
existir nessas alocações, sendo que às vezes ela existirá em nível bastante aceitável,
e em outras oportunidades só a aceitamos por não haver alternativas melhores,
(MARTINS, 2010, p.79).
Para Leone (2008, p.183):
Os custos indiretos constituem o consumo dos fatores de produção que não são
identificados aos produtos porque não são relevantes, porque o processo de
identificação é dispendioso e porque a relação custo-benefício não é favorável ao
trabalho de identificação.
Nascimento (2001, p.28) completa dizendo que o custo indireto “[...] embora não
incida diretamente sobre a produção ou a venda, é parte integrante como resultante da
participação das atividades de apoio ou auxiliar ao processo de transformação, produção e
comercialização de um bem ou serviço”.
Sendo assim, para identificar os custos indiretos, é necessário fazer rateio sobre os
produtos elaborados e esses custos ocorrem dentro de um determinado período de produção.
2.3.2 Quanto ao grau de variabilidade
No que se refere à classificação dos custos quanto ao grau de variabilidade, estes
podem ser classificados como custos fixos ou variáveis.
Os custos fixos são aqueles que não variam conforme a quantidade produzida em um
determinado período. Para Wernke (2001, p.14):
Custos fixos são aqueles que tendem a se manter constantes nas alterações de
atividades operacionais, independentemente do volume de produção. São os custos
que tem seu montante fixado não em função de oscilações na atividade, ou seja, sem
vinculo com o aumento ou diminuição da produção. Assim, esses custos
permanecem no mesmo valor independentemente da quantidade produzida.
Padoveze (2010, p.336) completa dizendo que:
Apesar de serem conceitualmente fixos, tais custos podem aumentar ou diminuir em
função da capacidade ou do intervalo de produção. Assim, os custos são fixos dentro
de um intervalo relevante de produção ou venda, e podem variar se os aumentos ou
diminuições de volume forem significativos.
22
Segundo, Silva, Lins (2010, p.13) “[...] é possível depreender que o custo unitário
depende diretamente do valor do custo fixo e principalmente do volume produzido. Quanto
maior for a produção, menor será o peso dos custos fixos em cada unidade produzida”.
Diante disso, esses custos fixos são aqueles que ocorrem dentro da empresa,
independentemente se houver produção ou não e mesmo se tratando de custos fixos, pode
ocorrer uma variação em relação ao preço ou alguma mudança de tecnologia da empresa.
Conforme Crepaldi (2002, p.218) “custo variável é aquele que varia em função da
quantidade produzida. Assim, quanto maior a quantidade produzida, maior o custo variável
total”.
Para Perez Jr, Oliveira, Costa (2001, p.22) “são os custos que mantêm relação direta
com o volume de produção ou serviço. Dessa maneira, o valor absoluto dos custos variáveis
cresce à medida que o volume de atividades da empresa aumenta”.
Segundo Padoveze (2010, p.337) “um custo é variável se ele realmente acompanha a
proporção da atividade com que ele é relacionado”.
Conforme os autores Martins (2010) e Wernke (2001), o custo variável tem um grau
de variação em relação à quantidade produzida, ou seja, não varia em função do seu volume,
sendo que esse custo acompanha a proporção da atividade com que ele é relacionado.
Sendo assim, qualquer variação que ocorra em relação à quantidade produzida, irá
alterar os custos variáveis na mesma proporção.
2.4 CUSTOS COM MÃO DE OBRA
Os Custos com Mão de Obra são aqueles que correspondem aos salários e encargos
com funcionários que trabalham no setor produtivo em uma determinada empresa,
relacionados à produção ou prestação de serviços. Para diferenciar o custo com mão de obra
direta e indireta, segundo Crepaldi (2002, p.18) relata que “[...] sempre que for possível medir
a quantidade de mão-de-obra aplicada a determinado produto, é mão-de-obra direta; caso
contrário, havendo necessidade de rateio, é mão-de-obra indireta”.
Segundo Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.63) relata que:
Os custos de mão de obra, tanto direta como indireta, são aqueles incorridos com os
serviços prestados por pessoas com vinculo empregatício. O conceito prende-se ao
pessoal empregado, com o qual a empresa assume diversos gastos. Alguns são
decorrentes da legislação trabalhista e outros surgem de um potencial de benefícios.
O custo com mão de obra, em termos genéricos, compreende a remuneração dos
empregados, os encargos legais e benefícios.
23
A mão de obra pode ser classificada como sendo Mão de Obra Direta ou Mão de Obra
Indireta, tratados na sequência.
2.4.1 Custos com mão de obra direta
Custos com mão de obra direta são todos os custos que a empresa possui, constituída
pelo conjunto de funcionários que nela trabalham.
Segundo Vieira (2012, p.18) relata que “Mão de obra direta é aquela relativa ao
pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a
mensuração de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta
ou rateio”.
De acordo com Martins (2010, p.133):
Mão de Obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o
produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despedido e
a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer
apropriação indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por meio de
estimativas ou divisões proporcionais, desaparece a característica de “direta”.
Conforme Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.66) “a MOD será aplicada ao produto de
acordo com o tempo que cada unidade ou lote exigir. Portanto, é necessário que seja
determinado quanto custa uma hora de MOD. O procedimento é calcular o custo-hora/ano e
dividir o valor obtido pelo número de horas disponíveis”.
2.4.2 Custos com mão de obra indireta
A mão de obra indireta é aquela que não está diretamente relacionada aos produtos
fabricados ou com os serviços prestados, sendo assim, necessitam de critérios de rateio para a
sua classificação.
Segundo Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.66) “a mão de obra indireta (MOI)
corresponde ao gasto com o pessoal que não participa ativamente do manuseio dos materiais.
Representa os gastos com o pessoal de apoio e caracteriza-se pela participação auxiliar na
produção”.
24
2.4.3 Encargos sociais, trabalhistas e custos com pessoal
Os encargos sociais são gastos adicionais para a empresa, ou seja, além dos salários,
são os incidentes sobre a folha de pagamento de salários e devem ser considerados como
custos fixos. Para se calcular o custo de mão de obra de um empregado, Vieira (2012, p.19)
relata que:
Para calcular o custo da mão- de- obra direta é preciso calcular qual o valor a ser
atribuído por hora de trabalho, baseado na legislação e no contrato de trabalho. São
direitos do trabalhador: repouso semanal remunerado, férias, 13º salário,
contribuições para o INSS, remuneração dos feriados, faltas abonadas, FGTS, e
outros garantidos por acordos ou convenções coletivas de trabalho das diversas
categorias profissionais.
Segundo Martins (2001), citado por Vieira (2012, p.19), indica o quadro a seguir, para
demonstrar como deve ser calculado o total do custo com mão de obra dos funcionários,
sendo incluso todos os direitos e as obrigações dos mesmos.
Quadro 1 - Base para cálculo do custo com pessoal
DESCRIÇÃO
Salário Base
(+) Adicionais
(+) Insalubridade ou Periculosidade
SUB TOTAL
(+) 13º salário
(+) Férias
(+) 1/3 s/ Férias
SUB TOTAL
(+) FGTS
(+) INSS
(+) Outros
(+) Previsões
TOTAL DE CUSTO COM MOD
Fonte - Vieira (2012, p.19)
VALORES
De acordo com Martins (2010, p.135):
[...] se optar então pela inclusão dos encargos sociais no próprio montante da Mão
de Obra Direta, precisa-se calcular para cada empresa (ou para cada departamento,
se houver variações significativas entre eles) qual o valor a ser atribuído por hora de
trabalho. Sabemos que decorrem da legislação e do contrato de trabalho os repousos
semanais remunerados, as férias, o 13º salário, a contribuição ao INSS, a
remuneração dos feriados, as faltas abonadas por fala, nojo, etc., além de vários
outros direitos garantidos por acordos ou convenções coletivas de trabalho das
diversas categorias profissionais.
25
Em relação aos custos com pessoal, pode-se dividir eles em três grupos de elementos,
segundo Bertó, Beulke (2005, p.74) descreve eles como:
Remunerações brutas. Consistem no total de remunerações a que um funcionário
tem direito num período de tempo, incluindo as remunerações normais, as horas
extras, o adicional noturno, o adicional de insalubridade etc. deve ser considerado o
total bruto, pois, na parte de retenção do INSS do empregado – que lhe é descontado
da remuneração -, a empresa exerce papel de mero repassador de recursos.
Encargos legais trabalhistas. Além da remuneração ao funcionário, a empresa é
responsável por uma série de encargos legais trabalhistas sobre essas remunerações.
Entre esses encargos, destacam-se férias, 13º salário, auxílio-doença, contribuição
previdenciária e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, entre outros de menor
expressão.
Dependendo do tipo de empresa e da forma de cálculo do encargo trabalhista
(tratando dado, por exemplo, ao repouso remunerado), esses encargos podem
representar de 60% a 90% das remunerações.
Benefícios sociais. Constituem uma série de benefícios adicionais que as empresas
foram concedendo gradativamente: vale-transporte, vale-refeição, creches,
assistência médico-hospitalar etc.
Sendo assim, custos com pessoal e com encargos sociais são altos dentro de uma
empresa, o governo fica praticamente com a mesma quantia do salário do empregado,
somando todos os impostos e taxas, sendo algumas dessas despesas, descontadas do
empregado e as demais são despesas para a empresa.
2.4.4 Tempo disponível de produção
O tempo disponível de produção dos funcionários é calculado de acordo com as horas
trabalhadas e acordadas no contrato de trabalho, ou seja, se o funcionário é contratado para
trabalhar 220 horas mensais, sendo então 44 horas semanal, durante esse período o
funcionário estará contando horas disponíveis de produção, sendo que, todo o colaborador
tem direito dentro dessas horas de trabalho de tirar no mínimo 15 minutos de descanso, seja
para um lanche rápido, para fazer as necessidades particulares.
Segundo Martins (2010, p.135) “a maneira mais fácil de calcular esse valor é verificar
o gasto que cabe à empresa por ano e dividi-lo pelo número de horas em que o empregado
efetivamente se encontra à sua disposição”. O autor ainda demonstra no quadro a seguir, a
maneira como se calcula o tempo total disponível das horas dos funcionários a disposição da
empresa.
26
Quadro 2 - Número de horas que o trabalhador oferece à empresa
Nº total de dias por ano
(-) Repousos semanais remunerados (*)
(-) Férias
(-) Feriados
(=) Nº máximo de dias à disposição do empregador
(x) Jornada máxima diária (em horas)
(=) Nº máximo de horas à disposição por ano ou mês
Fonte - Martins (2010, p.135)
Sendo assim, as horas trabalhadas são determinadas com base no que foi acordado no
contrato de trabalho, baseado na legislação trabalhista e assinado pelo empregado e pelo
empregador, devendo ser comprida rigidamente pelas duas partes.
2.4.5 Tempo não disponível de produção
Em qualquer que seja o horário de expediente de cada funcionário, sempre terá um
tempo onde não ocorre produção e esse tempo se chama de tempo ocioso para a empresa, ou
seja, o funcionário está em seu intervalo e mesmo assim, continua recebendo.
Segundo Martins (2010, p.140) define que:
Caso a ociosidade seja normal e o operário esteja sendo mantido parado, o mais
comum é a acumulação desse tempo como Tempo Improdutivo dentro dos Custos
Indiretos para rateio à produção geral. Quando houver paradas apenas em
determinadas épocas do ano, deverá a empresa utilizar um sistema de
provisionamento para rateio desses Custos Indiretos a todos os produtos feitos no
ano, e não somente aos elaborados no mês ou nos poucos meses em que houve o
tempo não utilizado da Mão de Obra Direta. (“Tempo Não Produtivo” ou
“Improdutivo” não são boas expressões, pois não significam tempo necessariamente
parado, podendo dizer respeito a tempo utilizado em outras funções que não a Mão
de Obra Direta).
A capacidade ociosa representa o tempo em que a empresa esteve parada, sendo que
ela poderia estar produzindo, para atingir sua capacidade de produção.
A ociosidade mesmo sendo considerada normal, ela deve estar sempre relacionada ao
produto que está sendo produzido, ou seja, quando esse tempo for realmente necessário para
dar continuidade à produção, esse custo será apropriado diretamente ao produto e caso esse
tempo fugir da rotina normal da empresa, o custo deve ser lançado no período, diretamente
como uma despesa, alterando o resultado.
27
2.6 CUSTOS COM MATERIAIS DIRETOS – PMPM
Para controlar o estoque, existem três métodos de avaliação: preço-médio, PEPS,
UEPS. Quando utilizado o PEPS (primeiro que entra e primeiro que sai), segundo Martins
(2010, p.120) relata que:
Com o uso desse método, há uma tendência de o produto ficar avaliado por custo
menor do que quando do custo médio, tendo-se em vista a situação normal de preços
crescentes. Ao se utilizar o PEPS, acaba-se por apropriar ao produto, via de regra, o
menor valor existente do material nos estoques. Essa sub-avaliação do custo do
produto elaborado acaba por apropriar um resultado contábil maior para o exercício
em que for vendido. É lógico que o material estocado, avaliado por preços maiores,
será apropriado no futuro à produção, mas é provável que então o preço de venda
também seja maior.
Em relação ao controle pelo UEPS (ultimo que entra, primeiro que sai), Crepaldi
(2002, p.53) conceitua que “esse método indica que as saídas deverão ser custeadas ao valor
das últimas entradas”.
Conforme Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.55), relata que:
É um método no qual serão utilizadas, em primeiro lugar, as unidades mais recentes
presentes no estoque. Nele, as saídas do material do almoxarifado para a produção
serão avaliadas pelo custo das últimas aquisições, e o estoque final será considerado
pelo custo das compras mais antigas.
Martins (2010, p.120) descreve sobre o UEPS que:
Com a adoção do UEPS, há tendência de se apropriar custos mais recentes aos
produtos feitos, o que provoca normalmente redução do lucro contábil.
Provavelmente por essa razão, esse critério não é aceito pelo Pronunciamento
Técnico CPC 16 nem é admitido pela legislação brasileira do Imposto de Renda.
Segundo Martins (2010, p.118) “preço médio ponderado móvel: é assim chamado
aquele mantido por empresa com controle constante de seus estoques e que por isso atualiza
seu preço médio após cada aquisição”.
Martins (2010), Ferreira (2007) relatam que o método mais utilizado e recomendado é
o Preço Médio, pois a cada nova compra para o estoque, é feito uma média dos gastos e
custos, chegando então ao custo da matéria prima consumida.
O cálculo que deve ser feito para encontrar o Preço Médio, conforme Martins (2010)
relata que o cálculo é básico, apenas soma-se a cada aquisição o valor dos estoques e depois é
28
só dividir o valor total dessa soma pela quantidade de unidades existentes (as anteriores com
as novas), obtendo-se assim o novo preço médio.
Sendo assim, nesse presente trabalho é utilizado o Preço Médio Ponderável Móvel,
pois não tem estoque e como tudo é feito por encomendas, a cada nova compra, será
recalculado novamente o custo da matéria prima.
2.7 CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO
Caso houver a apropriação inadequada dos custos indiretos de fabricação, as vendas
podem ser prejudicadas e até mesmo diminuir a participação de seus produtos no mercado.
Segundo Bruni (2008, p.163) relata que:
Os custos indiretos de fabricação ou, simplesmente CIFs, correspondem ao terceiro
grande grupo de componentes dos custos contábeis. Representam os gastos
identificados com a função de produção ou elaboração do serviço a ser
comercializado e que, como o próprio nome já revela, não podem ser associados
diretamente a um produto ou serviço específico.
De acordo com Ferreira (2007, p.63):
A contabilização dos custos indiretos de fabricação é um dos instrumentos
gerenciais fundamentais em uma empresa industrial que fabrique dois ou mais
produtos. Esse instrumento serve para apropriar corretamente os custos aos diversos
produtos, bem como para avaliar a manutenção de sua viabilidade financeira. Com
isso, o custo de produção retrata a apropriação de seus elementos diretos e indiretos,
em que os primeiros ocorrem quando se tem condição de definir quantitativamente o
que for empregado na sua fabricação. Pelo processo indireto tal definição torna-se
difícil.
Sendo assim, pode-se dizer que todos os custos que não podem ser alocados de forma
direta, são classificados como custos indiretos de produção.
2.7.1 Custos com depreciação
A depreciação é a diminuição do seu valor do ativo imobilizado, conforme seu tempo
de vida útil. Sendo um custo fixo para a empresa. Segundo Santos (2003, p.11) a depreciação
“pode ser conceituada como o modo pelo qual se registra, contabilmente, a diminuição do
valor de bens do ativo imobilizado resultante do desgaste pelo uso, pela ação da natureza,
perecimento ou pela obsolência normal”.
29
A forma com que ocorre a depreciação deve ser compatível com a vida útil do ativo.
Conforme a NBC T 16.9 (CFC, 2013, p.4) temos três formas de depreciar os bens, sendo eles:
a) O método linear;
b) O método dos saldos decrescentes;
c) O método das unidades produzidas.
Diante disso, para a Indústria de doces será utilizado a depreciação linear. De acordo
com Stickney, Weil (2001, p.397) “[...] a depreciação anual é dada pela divisão do custo de
aquisição do ativo, menos o valor residual estimado, pela vida útil econômica do ativo,
expressa em anos”.
Portanto, no estudo realizam-se o método de depreciação linear ou cotas constantes,
sendo que é um dos métodos mais utilizados pelas empresas, por sua facilidade de cálculo e
por ser permitido pela legislação fiscal.
2.8 SISTEMA DE CUSTEAMENTO POR ORDEM DE PRODUÇÃO
O Sistema de Custeamento pode ser por ordem de produção por encomenda, ordem de
produção por processo e ordem de produção conjunta.
O Custeamento por produção contínua ou por processo, segundo Martins (2010,
p.153) relata que “[...] os gastos da produção são acumulados por período para apropriação às
unidades feitas”. No processo de custeamento conjunto é quando se utiliza a mesma matéria
prima para produzir vários produtos, conforme Martins (2010, p.162) “[...] é o aparecimento
de diversos produtos a partir, normalmente, da mesma matéria-prima [...]”.
O Foco desse trabalho será voltado para o sistema de custeio por encomenda ou por
ordem de produção, que é quando a indústria se programa para a produção de uma quantidade
x do produto e seus custos ficam distribuídos diante dessa quantidade.
De acordo com Silva, Lins (2010, p.79):
O sistema de ordem de produção (OP) caracteriza-se por apresentar custos
específicos e devidamente identificados para cada unidade produzida e não um custo
médio, como acontece de maneira geral com o sistema de produção contínua.
Conforme mesmo autor, [...] não se pode falar em custo médio, uma vez que todos
os custos são identificados especificamente a cada objetivo de custos.
30
Segundo Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.109) relata que:
Neste sistema, cada produto é elaborado sob as especificações dos clientes, o que
torna cada ordem de produção ou lote diferente dos demais. Na área de serviços isto
é típico, pois cada um deles será realizado de acordo com as necessidades do cliente.
Pense-se, como exemplo, nos serviços médicos, ou nos serviços de reparos em
veículos. Para cada encomenda recebida dos clientes, abrir-se-á uma ordem de
produção (ou de serviço), em que cada elemento do custo é acumulado
separadamente, segundo as necessidades do produto, ou especificações do
encomendante, ou, ainda, sob as instruções específicas de produção ditadas pelo
Departamento de Programação e Controle de Produção (PCP).
Conforme Leone (2008, p.235) relata que “o Sistema de Custeamento por Ordem de
Produção é o sistema de custos que acumula e registra dados de operações das fabricas que
trabalham sob o regime de encomenda”.
Diante disso, o sistema de custeio por ordem de produção, exige interesse não apenas
na determinação do custo e sim no controle da produção.
2.9 MÉTODOS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E VARIÁVEL
Os métodos de custeio são utilizados para identificar o custo unitário dos produtos e
serviços de uma empresa e demonstrar como se chega a determinado resultado.
O Método por Absorção, Segundo Padoveze (2010, p.341) “é o método tradicional de
custeamento, onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os gastos
industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis”.
Conforme Crepaldi (2002, p.220) relata que:
[...] todos os custos de produção são apropriados aos produtos do período. Os custos
de produção podem ser apropriados diretamente, como é o caso do material direto e
mão-de-obra direta, ou indiretamente, como é o caso dos custos indiretos de
fabricação. Os gastos que não pertencem ao processo produtivo, como as despesas,
são excluídos.
O
Custo Variável, Segundo Crepaldi (2002, p.218) “custo variável é aquele que varia
em função da quantidade produzida. Assim, quanto maior a quantidade produzida, maior o
custo variável total”.
Conforme Ferreira (2007, p.167) “no custeio variável, só os custos variáveis são tidos
como custos do produto, sendo custos do período todos os custos fixos. Apenas são custos do
produto aqueles que variam conforme o nível da produção”.
31
Bruni (2008) ainda relata que o custeio variável tem grande importância para a tomada
de decisões em relação aos custos e preços e Ferreira (2007) completa dizendo que esse
método tem sido um dos mais utilizados na tomada de decisões das empresas, justificando por
ele ser mais simples e mais direto do que o sistema de custo por absorção.
Diante disso, da se a entender que, são modelos que demonstram os acontecimentos
que ocorrem dentro de uma empresa, referente ao seu lucro, gastos, despesas e as atividades
desenvolvidas.
De acordo com Leone (2008, p.406) entre o Custeamento por Absorção e Custeamento
Variável, apresentam algumas diferenças fundamentais.
Quadro 3 - Custeamento por absorção x custeamento variável
Custeamento variável
Classifica os custos em fixos e variáveis.
Classifica os custos em diretos e indiretos.
Debita ao segmento, cujo custo está sendo apurado,
apenas os custos que são diretos ao segmento e
variáveis em relação ao parâmetro escolhido como
base.
Os resultados apresentados sofrem influencia direta do
volume de vendas.
É um critério administrativo, gerencial, interno.
Aparentemente sua filosofia básica contraria os
preceitos geralmente aceitos de Contabilidade,
principalmente os fundamentos do “regime de
competência”.
Apresenta a Contribuição Marginal – diferença entre
as receitas e os custos diretos e variáveis do segmento
estudado.
O custeamento variável destina-se a auxiliar,
sobretudo, a gerência no processo de planejamento e
de tomada de decisões.
Como o custeamento variável trata dos custos diretos e
variáveis de determinado segmento, o controle da
absorção dos custos da capacidade ociosa não é bem
explorado.
Custeamento por absorção
Não há a preocupação por essa classificação.
Também classifica os custos em diretos e indiretos.
Debita ao segmento cujo custo está sendo apurado os
seus custos diretos e também os custos indiretos
através de uma taxa de absorção.
Os resultados apresentados sofrem influência direta do
volume de produção.
É um critério legal, fiscal, externo.
Aparentemente, sua filosofia básica alia-se aos
preceitos contábeis geralmente aceitos, principalmente
aos fundamentos do “regime de competência”.
Apresenta a Margem operacional – diferença entre as
receitas e os custos diretos e indiretos do segmento
estudado.
O custeamento por absorção destina-se a auxiliar a
gerencia o processo de determinação da rentabilidade e
de avaliação patrimonial.
Como o custeamento por absorção trata dos custos
diretos e indiretos de determinado segmento, sem
cogitar de perquirir se os custos são variáveis ou fixos,
apresenta melhor visão para o controle da absorção dos
custos da capacidade ociosa,
Fonte - Leone (2008, p. 406).
Com base no quadro de Leone, os métodos de custeamento, tanto por absorção quanto
variável, apresentam diferenças significativas em relação a sua classificação e os métodos de
utilização da contabilidade gerencial e financeira é baseado e desenvolvido para os diferentes
usuários das informações.
32
2.9 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO
A análise de custo, volume e lucro, proporciona realizar uma análise mais apurada dos
resultados da empresa diante das vendas, dos custos, das atividades desenvolvidas e da
margem de lucro desejada, auxiliando ainda na determinação das variações dos custos e
receitas em relação à quantidade vendida. Conforme Crepaldi (2002, p.225) “a relação custo/
volume/lucro é a relação que o volume de vendas tem com os custos e lucros”.
Conforme Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.177) definem que:
A análise de custo-volume-lucro é um instrumento de planejamento que permite
estudar e analisar a relação entre receitas totais, custos e despesas. Os custos e
despesas serão decompostos em suas parcelas fixas e variáveis para que seja viável
projetar o lucro operacional e possibilitar obter respostas às variações nos níveis de
produção, vendas e nos preços.
De acordo com Wernke (2001, p.43) aborda que:
Custo, preço e volume são os fatores considerados no planejamento e na análise da
variação do lucro. O preço de venda geralmente é de controle limitado, mas o custo
e o volume possuem elementos mais controláveis. As decisões gerenciais requerem
uma análise cuidadosa do comportamento de custos e lucros em função das
expectativas do volume de vendas.
Com base nos autores citados o custo/volume e resultado são fatores gerenciais e
necessitam de uma análise aprofundada, pois os mesmos são fatores fundamentais para a
obtenção de lucro de uma determinada empresa.
2.9.1 Formação do preço de venda
Para formar o preço de venda de um determinado produto, antes é necessário conhecer
o custo do produto e conforme Martins (2010) conhecer apenas o custo do produto não é o
suficiente, é preciso fazer um levantamento de informações em relação ao preço da
concorrência, a demanda desse produto no mercado, se tem produto que possa substituir e
qual o preço desse produto substituível, a estratégia de marketing, etc.
Para Vieira, Rossi, Pocai (2003, p.40):
A formação do preço de venda de uma mercadoria deve ser bem estudada, pois
várias questões deverão ser analisadas: o preço no mercado, as políticas de venda da
empresa, os prazos de pagamentos, a existência de produtos similares no mercado, a
qualidade dos produtos, as exigências governamentais e os custos, permitindo ainda,
33
um lucro para a empresa. Dessa forma, o empresário deve dar atenção especial à
formação do preço de venda, pois este deve ser suficiente para cobrir os custos, as
despesas e deixar sobras sob a forma de lucro, não esquecendo de adequar-se ao
mercado.
Segundo Padoveze (2010, p.426) “o pressuposto básico para tal técnica é que o
mercado está disposto a absorver os preços de venda determinados pela empresa, que, por sua
vez, são calculados em cima de seus custos reais ou orçados”.
Para Wernke (2001, p.126):
A correta formação de preços de venda é questão fundamental para sobrevivência e
crescimento das empresas, independente do porte e de área de atuação [...].
Atualmente, a determinação do preço de venda está sendo cada vez mais
influenciada por fatores de mercado e menos por fatores internos. Entretanto toda
empresa deve saber o preço de venda orientativo, ou seja, o preço mínimo pelo qual
deve vender seus produtos/mercadorias.
Segundo Vieira (2012, p.27) “no tocante a relação existente entre o preço fixado e o
volume obtido em termos de vendas efetivadas devemos ter sempre presente um princípio
básico em preços que determina que":
a) Quanto maior o preço de venda de um produto, menor o número de unidades a ser
comprada;
b) Quanto menor preço de venda de um produto, maior o número de unidades a ser
comprada.
De acordo com Martins (2010, p.218) “o importante é que o sistema de custos produza
informações úteis e consistentes com a filosofia da empresa, particularmente com sua política
de preços”.
Finalizando então, para a obtenção da formação do preço de venda, primeiramente
devemos começar analisando o mercado, a concorrência, definir as estratégias e manter
visíveis os objetivos da organização.
2.9.2 Formação do mark-up
Mark-up é um índice que é utilizado para a formação do preço de venda de um
produto qualquer, ou seja, é feito um somatório do percentual dos impostos, despesas
variáveis com vendas e margem de lucro desejada.
34
Segundo Wernke (2001, p.130):
A taxa de marcação ou Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou
serviço para a formação do preço de venda. Tem por finalidade cobrir os fatores,
como tributação sobre as vendas (ICMS, IPI, PIS, Cofins ou Simples), percentuais
incidentes sobre o preço de venda (comissões sobre vendas, franquias, comissão da
administradora do cartão de credito etc.), despesas administrativas fixas, despesas de
vendas fixas, custos indiretos de produção fixos e margem de lucro.
Segundo Padoveze (2010, p.430):
É importante ressaltar que, apesar de o mark-up ser um multiplicador aplicado
sobre o custo dos produtos, sua construção está ligada a determinados percentuais
sobre o preço de venda. Todos os componentes do Mark-up são determinados
através de relações percentuais médias sobre preços de vendas e, a seguir, aplicados
sobre o custo dos produtos.
O Mark-up pode ser considerado como sendo um multiplicador ou divisor sobre os
custos, para calcular o preço de venda de cada produto de forma rápida e independente de
qual modo utilizar, o resultado final do preço de venda será o mesmo.
2.9.3 Margem de contribuição
A margem de contribuição auxilia na tomada de decisões, conforme Wernke (2001,
p.42) “[...] é o valor resultante da venda de uma unidade após deduzidos os custos e despesas
variáveis associados ao produto comercializado. Tal valor contribuirá para pagar os custos
fixos da empresa e gerar lucro”.
Segundo Padoveze (2010, p.376):
Representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto
e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada
unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total
vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa.
Para Leone (2008, p.40) “a margem de contribuição é a diferença entre o preço de
venda unitário e o custo de vendas variável unitário. Denomina-se margem de contribuição
porque é o valor que sobra do preço de venda, que contribui para a cobertura dos custos
indiretos fixos, periódicos”.
Conforme Crepaldi (2002, p.224) “a margem de contribuição representa o valor que
cobrirá os Custos e Despesas fixos da empresa e proporcionará o lucro”.
35
Conforme Wernke (2001, p.46) apresenta as fórmulas a seguir:
Fórmula Margem de Contribuição Unitária
MCu = PV – CV - DV
MCu = Margem de Contribuição Unitária
PVu = Preço de Venda Unitário
CVu = Custo Variável Unitário
DVu = Despesas Variáveis Unitário
Fórmula Margem de Contribuição Total
MCt = MCu x Qtd Vendida
MCt = Margem de Contribuição Total
MCu = Margem de Contribuição Unitária
Qtd Vendida = Quantidade total vendida
Sendo assim, a margem de contribuição pode ser apresentada por três maneiras:
margem de contribuição por unidade, margem de contribuição total e margem de contribuição
por percentual. É um elemento útil para a tomada de decisões de curto prazo.
2.9.4 Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio determina a quantidade que a empresa precisa produzir, para não
gerar lucro e nem prejuízo.
Conforme Crepaldi (2002, p.225) “a empresa está no ponto de equilíbrio quando ela
não tem lucro ou prejuízo; nesse ponto, as receitas totais são iguais aos custos totais ou
despesas totais”.
Segundo Padoveze (2010, p.376) relata que o ponto de equilíbrio:
Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir
ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos
e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o
produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes
adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros.
36
De acordo com Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.179) “a partir do momento em que a
empresa conhecer a composiçãode todos os seus gastos e a formação dos preços dos seus
produtos, ela poderá saber qual a quantidade que deverá ser vendida de cada um deles para
começar a obter lucro.
Quadro 4 - Ponto de Equilíbrio
$
Receita Total do Setor
ou do Mercado
$
Volume
Receita Total de uma
Empresa do Setor
Volume
Fonte - Martins (2010, p.257)
De acordo com Silva, Lins (2010), Bruni (2008), Dubois, Kulpa, Souza (2009),
relatam que, o ponto de equilíbrio é alcançado, quando uma determinada quantidade é
vendida e essa receita cobre todos os custos e despesas e a partir do ponto de equilíbrio, o que
for vendido gera lucro.
O ponto de equilíbrio pode ser classificado em três tipos: ponto de equilíbrio contábil,
ponto de equilíbrio econômico e ponto de equilíbrio financeiro. Segundo Crepaldi (2002,
p.229-230) define os três pontos de equilíbrio da seguinte maneira:
O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) é obtido quando há volume (monetário ou
físico) suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas, ou seja, o ponto em
que não há lucro ou prejuízo contábil. É o ponto de igualdade entre a Receita Total e
o Custo Total.
O Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) ocorre quando existe lucro na empresa e
esta busca comparar e demonstrar o lucro da empresa em relação à taxa de
atratividade que o mercado financeiro oferece ao capital investido.
O Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) é representado pelo volume de vendas
necessárias para que a empresa possa cumprir com seus compromissos financeiros.
37
Conforme Crepaldi (2002, p.232) as fórmulas são:
Fórmula do Ponto de Equilíbrio Contábil
PEc =
Custos Fixos + Despesas Fixas
Margem de Contribuição Unitária
Fórmula do Ponto de Equilíbrio Financeiro
PEf =
Custos Fixos + Despesas Fixas – Depreciações
Margem de Contribuição Unitária
Fórmula do Ponto de Equilíbrio Econômico
PEe =
Custos Fixos + Despesas Fixas + Lucro Desejado
Margem de Contribuição Unitária
Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.179) também relatam que “[...] a partir de determinado
momento, haverá certa quantidade vendida que determinara um ponto neutro, isto é, o
prejuízo será igual a zero e, a partir daí, a empresa irá começar a apresentar lucro (receitas
maiores que os gastos)”.
2.9.5 Margem de segurança operacional
A margem de segurança operacional, segundo Padoveze (2010, p.395) “[...] pode ser
definida como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto de equilíbrio. O
volume excedente para analisar a margem de segurança pode ser tanto o valor das vendas
orçadas como o valor real das vendas”.
38
Conforme Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.191) relatam que:
Se determinada empresa calcular sua quantidade de vendas e de receitas e operar no
nível do seu ponto de equilíbrio, ela estará vulnerável. Qualquer problema que surja
no mercado, fazendo com que a receita se reduza, fará a empresa entrar na área de
prejuízo. Então, uma atitude prudente é operar com certa margem de segurança.
Diante do conceito citado por Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.193) “[...] quanto mais
próximas estiverem as vendas do ponto de equilíbrio, maior será o risco operacional, pois uma
retração nas vendas poderá levar a empresa à área de prejuízo”.
Sendo assim, a margem de segurança operacional, segundo Bruni (2008, p.82-83) é
calculada pela seguinte fórmula:
MSO = Quantidade Vendida – Quantidade no Ponto de Equilíbrio
E a fórmula para a margem se segurança operacional em percentual é:
MSO (%) = Vendas – Ponto de Equilíbrio
Vendas
Diante disso, Wernke (2001, p.62) “a margem de segurança é o volume de vendas que
supera as vendas calculadas no ponto de equilíbrio. Ou seja, representa o quanto as vendas
podem cair sem que haja prejuízo para a empresa”.
2.10 GESTÃO DE CUSTOS – INFORMAÇÕES DE CUSTOS
Nos dias atuais, o sistema de custo já está se tornando indispensável para qualquer
empreendedor que pretende planejar e controlar melhor seus custos, despesas e margem de
lucratividade. Segundo Vieira, Rossi, Pocai (2003, p.36) relata que:
Dentre as ferramentas que podem auxiliar o gestor no processo decisório pode-se
citar: os sistemas de custeio e a análise de custo, do volume e do lucro (margem de
contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança), que se constituem em
importantes instrumentos da Contabilidade Gerencial. Está, por sua vez, tem o
objetivo de facilitar e instrumentalizar o processo de planejamento, controle,
avaliação de desempenho e o processo decisório. Além disso, ela está voltada para a
administração da empresa, visando gerar informações que auxiliem os gestores em
suas decisões.
39
Para Leone (2008, p.25):
A Contabilidade de Custos produz informações gerenciais para que os diversos
níveis hierárquicos da administração sejam capazes de planejar, controlar e decidir
com maior eficiência e eficácia. O produto final consiste em relatórios gerenciais.
Todo o trabalho do contador de custos origina-se do contato inicial (por ocasião do
planejamento das informações) com os usuários (os gerentes de produção, de
finanças, de pessoal, de marketing, de engenharia etc.) e do contato final com tais
usuários, através dos relatórios finais emitidos.
A contabilidade gerencial tem o objetivo principal que é suprir com as informações de
controle e decisão em relação ao processo de tomada de decisões. Conforme Bruni (2008,
p.69) “o foco da contabilidade gerencial é a decisão e a análise das suas consequências.
Assim, outras formas e mecanismos são empregados na compreensão e visão dos gastos”.
Uma das diferencias entre a contabilidade financeira e gerencial, segundo Bruni (2008,
p.69) “enquanto para a contabilidade financeira existe a necessidade de distinção entre custos
e despesas, para a gerencial existe a preocupação e separar gastos que sofrem os efeitos de
uma decisão tomada dos gastos que nada sofrem”.
Conforme Martins (2010, p.359) aborda que:
Cada informação provoca um gasto (nenhuma é gratuita) e pode trazer um benefício.
Essa relação entre gasto e benefício precisa ser muito bem avaliada na hora da
implantação do sistema, e mesmo depois, durante todo seu funcionamento.
Diariamente, são encontrados inúmeros relatórios com números e dados que acabam
por nunca virar informação, ou então jamais trazem qualquer benefício, mas
continuam a ser produzidos em séries tão somente porque no modelo inicial estavam
previstos.
Com base nessas informações gerenciais, pode se dizer que, se a empresa implantar
um bom sistema para ter seus controles e coletar as informações necessárias e eficácias, o
resultado será satisfatório e alcançará o lucro desejado, sendo que o objetivo geral é suprir
com as decisões em relação aos processos de tomada de decisões.
40
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia da pesquisa consiste em descrever as etapas a serem seguidas para a
realização de estudo, as quais se apresentam na sequência.
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa se classifica quanto a sua natureza, objetivos, abordagem do problema,
procedimentos técnicos, coleta, análise e interpretação dos dados.
Beuren et al (2004) e Gil (2010) entendem que a classificação de uma pesquisa é
determinada pelo seu delineamento.
Segundo Gil (2010, p.29):
Por delineamento (design, em inglês) entende-se o planejamento da pesquisa em sua
dimensão mais ampla, que envolve os fundamentos metodológicos, a definição dos
objetivos, o ambiente da pesquisa e a determinação das técnicas de coleta e análise
de dados. Assim, o delineamento da pesquisa expressa tanto a idéia de modelo
quanto a de plano.
A seguir, descreve-se as diferentes maneiras que foram classificadas a pesquisa.
3.1.1 Quanto a natureza
Quanto à natureza, classifica-se como aplicada, sendo que suas pesquisas são
direcionadas a conhecimentos em situações específicas, considerando que esse estudo envolve
verdades e interesses locais.
Para Vergara (2004, p.47):
A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver
problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao
contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do
pesquisador e situada sobre tudo no nível da especulação.
Marconi, Lakatos (1996, p.19) completa dizendo que a pesquisa aplicada “[...]
caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados,
imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade”. Segundo Oliveira (1999,
p.123) “requer determinadas teorias ou leis mais amplas como ponto de partida, e tem por
41
objetivo pesquisar, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos e fazer a
sua aplicação às diferentes necessidades humanas”.
Diante disso, o estudo realiza-se em uma produção de doces, onde foi feito uma
pesquisa aplicada, realizando um levantamento sobre o preço de custo unitário de cada
docinho, a formação do preço de venda e a análise dos resultados, aplicando a classificação da
pesquisa na realização de todo o estudo.
3.1.2 Do ponto de vista dos seus objetivos
Este estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, onde descreve as etapas do processo
de produção, utilizando técnicas de coletas de dados.
Segundo Gil (2010, p.27) “As pesquisas descritivas tem como objetivo a descrição das
características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de
identificar possíveis relações entre variáveis”.
Andrade (1995, p.15) complementa dizendo que “[...] nesse tipo de pesquisa, os fatos
são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador
interfira sobre eles”.
Diante dos conceitos citados, pode-se dizer que esta é uma pesquisa descritiva porque
foi realizada com base em fatos que possam ser comprovados e analisados. Sendo ela, uma
pesquisa motivada a resolver problemas concretos, de imediato.
3.1.3 Quanto a abordagem do problema
As pesquisas, quanto à abordagem do problema, pode ser classificada como qualitativa
ou quantitativa. Para esse estudo, utilizou-se a pesquisa qualitativa, por não fazer uso de bases
estatísticas na análise dos dados.
De acordo com Beuren (2004, p.92) esse tipo de pesquisa possibilita “[...] análises
mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado. A abordagem qualitativa
visa destacar características não observadas por meio de um estudo quantitativo [...]”.
Segundo Oliveira (1999, p.117) “[...] está correto afirmarmos que a pesquisa
qualitativa tem como objetivo situações complexas ou estritamente particulares”, Oliveira
(1999, p.116) ainda relata que “[...] o método qualitativo não tem a pretensão de numerar ou
medir unidades ou categorias homogêneas”.
42
Assim sendo, o estudo qualitativo levantou os dados e informações para a apuração
dos custos, preços e resultados.
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos
Quanto aos procedimentos técnicos, pode-se classificar em estudo bibliográfico,
documental, levantamento de dados e estudo de caso.
A revisão bibliográfica, conforme Cervo, Bervian (1983) citado por Beuren et al
(2004, p.86):
Explica um problema a partir de referencias teóricas publicadas em documentos.
Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou
experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais
ou científicas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou
problema.
Segundo Vergara (2004, p.50) “classifica-se como pesquisa bibliográfica, pois se
recorrerá ao uso de material acessível ao publico em geral, como livros, artigos, balanços
sociais já publicados, embora estes sejam apresentados de forma excessivamente agregada”.
Vergara (2004, p. 50) relata que a pesquisa é documental, “[...] porque será feito uso
de documentos de trabalho e relatórios de consultorias privadas, não disponíveis para
consultas públicas”.
Segundo Silva e Grigolo (2002), citado por Beuren et al (2004, p.89):
A pesquisa documental vale-se de materiais que ainda não receberam nenhuma
análise aprofundada. Esse tipo de pesquisa visa, assim, selecionar, tratar e interpretar
a informação bruta, buscando extrair dela algum sentido e introduzir-lhe algum
valor, podendo, desse modo, contribuir com a comunidade cientifica a fim de que
outros possam voltar a desempenhar futuramente o mesmo papel.
Segundo Gil (2010, p.35), as pesquisas de levantamento de dados:
As pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de
informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para,
em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões
correspondentes aos dados coletados.
Conforme Gil (2010) Beuren et al (2004) Vergara (2004), o estudo de caso consiste
em um estudo aprofundado, com um amplo conhecimento que geram informações detalhadas,
43
auxiliando na resolução de problemas, pois permite obter especializações em um determinado
caso.
3.2 COLETA DE DADOS
No plano de coleta de dados para o estudo realizado, descrevem-se os métodos
necessários para a realização da pesquisa. Os dados foram obtidos diretamente com a sócia e
proprietária Alice, por meio de entrevistas, observações e pesquisas bibliográficas.
Vergara (2004, p.54) relata que:
Na coleta de dados, o leitor deve ser informado como você pretende obter os dados
de que precisa para responder ao problema. Não se esqueça, portanto, de
correlacionar os objetivos aos meios para alcançá-los, bem como de justificar a
adequação de um a outro. Se você optar pela formulação de questões, em vez da
definição de objetivos intermediários, a correlação devera ser feita entre questões e
meios para respondê-las. Em se tratando de pesquisa de campo, por exemplo, esses
meios podem ser a observação, o questionário, o formulário e a entrevista.
No desenvolvimento desse estudo, estruturam-se planilhas em excel para que o
levantamento e o procedimento desses dados possibilitassem informações que contribuíssem
na análise dos dados em busca de resultados e indicadores essenciais para a análise do estudo
proposto.
3.2.1 Instrumentos da coleta de dados
Em se tratando de coleta de dados, existem várias técnicas que podem ser utilizadas,
assim como: observações, entrevistas, questionários. A observação é realizada durante todo o
processo da pesquisa, para coletar os dados necessários para a realização do estudo. Segundo
Gil (2010, p.129) “a observação assume a forma de observação participante, que se
caracteriza pelo contato direto do pesquisador com o fenômeno estudado, com a finalidade de
obter informações acerca da realidade vivenciada pelas pessoas em seus próprios contextos”.
Quando a pesquisa for sistemática é quando se tem um planejamento para a realização
das atividades que serão realizadas.
Uma pesquisa não-participante, segundo Marconi, Lakatos (1996, p.82) “presencia o
fato, mas não participa dele; não se deixa envolver pelas situações; faz mais o papel de
espectador.
44
Se tratando de uma pesquisa individual, Marconi, Lakatos (1996, p.82) definem que é
“[...] realizada por um pesquisador. Nesse caso, a personalidade dele se projeta sobre o
observado, fazendo algumas inferências ou distorções, pela limitada possibilidade de
controles. Por outro lado, pode intensificar a objetividade de suas informações, indicando, ao
anotar os dados, quais são os eventos reais e quais são as interpretações”.
Na vida real, conforme Marconi, Lakatos (1996, p.83) “normalmente, as observações
são feitas no ambiente real, registrando-se os dados à medida que forem ocorrendo,
espontaneamente, sem a devida preparação”.
Segundo Marconi, Lakatos (1996, p.84) “a entrevista é um encontro entre duas
pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto,
mediante uma conversação de natureza profissional”.
Para a coleta de dados, utilizam-se a técnica de entrevista despadronizada, ou seja, é
uma entrevista informal, por meio de conversas, troca de informações, com uma sequência de
perguntas para coletar as informações necessárias para a realização do estudo proposto.
3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Depois de realizado a coleta dos dados, é recomendado que seja feito a análise e
interpretação dos dados coletados, para demonstrar como as informações serão analisadas
para chegar ao objetivo de encontrar as respostas aos problemas encontrados.
Segundo Beuren et al (2004, p.136):
Quando se fala em analisar dados, espera-se que o estudante consiga sumariar os
dados coletados para transformá-los em informações que sustentem um raciocínio
conclusivo sobre o problema proposto no trabalho monográfico. Já na fase de
interpretação dos dados, deverá haver uma correlação dos dados coletados com a
base teórica que sustentou a pesquisa.
Para Gil (2010, p.113):
O processo de análise dos dados envolve diversos procedimentos: codificação das
respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos. Após, ou juntamente com a
análise, pode ocorrer também a interpretação dos dados, que consiste,
fundamentalmente, em estabelecer a ligação entre os resultados obtidos com outros
já conhecidos, quer sejam derivados de teorias, quer sejam de estudos realizados
anteriormente.
45
Sendo assim, as informações foram analisadas com embasamento na fundamentação
teórica e nas informações e dados coletados durante as entrevistas, sendo que posteriormente
foram sistematizados em planilhas para apuração do custo e a análise dos resultados, gerando
informações importantes para a empresária gerenciar seus custos, preços e resultados.
46
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Nessa parte do trabalho, é abordada a parte prática sobre o assunto abordado até o
momento, iniciando pela descrição dos processos de produção dos doces, os parâmetros das
receitas que compõe os custos fixos e variáveis, as depreciações, o custo com mão de obra
direta e indireta e a apuração dos custos totais pelos métodos de custeio por absorção e
variável. Após, foi realizado uma análise do custo, do volume de produção, das vendas e do
resultado, levantando indicadores para instrumentalizar a gestora na tomada de decisão.
4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO
Na sequência, apresentam-se os fluxogramas dos processos de produção dos diversos
tipos de doces.
4.1.1 Processo de produção dos doces simples
Para iniciar o processo de produção dos doces, o primeiro passo é iniciar fazendo a
massa de cada qualidade, começando com a mistura de todos os ingredientes, colocando tudo
em uma panela e levando ao fogo para cozinhar, sendo que para cada tipo de massa, tem um
tempo de fervura diferente para chegar ao ponto certo.
Com todas as massas prontas, é preciso deixar elas em repouso para esfriar. Com a
massa descansada, é hora de moldar os doces, onde a empresária passa margarina em suas
mãos, pega uma colherada da massa, faz uma bolinha e coloca dentro de um pote que tem as
coberturas, quem faz o acabamento é a auxiliar, passando granulado, açúcar, amendoim, ou
seja, cada doce com sua cobertura correspondente e são colocados em cima de um papel
manteiga até todos da mesma qualidade estarem prontos.
Após todos os doces enrolados, é hora de embalar, onde a auxiliar abre as forminhas e
a empresária vai colocando os doces dentro das embalagens cuidadosamente, para que todos
os doces ficam certinhos dentro das forminhas, mantendo um padrão de qualidade, não
esquecendo que os clientes também são visuais, e assim vai deixando os doces prontos para
vender. Segue o fluxograma dos doces simples:
47
Quadro 5 - Fluxograma do processo de produção dos doces simples
Massa Base
Moldar os
doces
Fazer os
acabamentos
Emabagens
Fonte – Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária
Conforme o fluxograma segue a produção dos doces simples, onde a produção e
realizada por duas pessoas, a empresaria e a auxiliar, sendo que para cada massa base que e
feito, leva cerca de 25 a 35 minutos fervendo em fogo baixo, sempre mexendo para não
queimar e não grudar a massa no fundo da panela.
4.1.2 Processo de produção dos doces trufados
Para a produção dos trufados, tem dois tipos de massa que são utilizados, a massa
normal que é a mesma forma de preparação utilizada para os doces simples e a massa que vai
para a geladeira, que é os doces de café e de sensação, que sua forma de preparação é
diferente, não precisa ser cozinhada a massa, apenas misturar todos os ingredientes, derreter
chocolate que é o que vai deixar a massa cremosa, e levar para a geladeira pelo tempo de duas
horas, para ela ficar firme e poder ser trabalhada no doce.
Enquanto as massas ficam descansando, começa-se a fazer as forminhas de chocolate,
derretendo o chocolate em banho maria e preenchendo as forminhas, depois deixa escorrendo
o excesso e quando estiverem secas, é hora de rechear os doces.
Como para os doces trufados, é feito dois tipos de massa, tem se dois processos de
rechear os doces. Para rechear os doces de café e sensação, apenas é utilizada a massa que
ficou descansando na geladeira, e para fazer os doces de cereja, primeiro se coloca uma fina
camada de massa de branquinho bem embaixo, após coloca uma frutinha de cereja e depois
fecha o doce com mais um pouco de massa de branquinho e assim, o mesmo processo é para a
produção dos doces de uva passa, primeiro uma pequena camada de massa de branquinho,
após colocar três unidades de uva passa molhadas no uísque e depois fechar com mais massa.
48
Quando todos os doces estiverem recheados, iniciam-se os acabamentos, que é fechar
todos os docinhos que ficou a massa de branquinho aparecendo com o mesmo chocolate
derretido, e colocar na geladeira até secar o chocolate para desinformar.
E para finalizar, quando todos os doces estiverem desinformados, eles vão para as
embalagens e estão prontos para vender, como mostra o fluxograma a seguir.
Quadro 6 - Fluxograma do processo de produção dos doces trufados.
Massa Base
Fazer as
forminhas de
chocolate
Rechear os
doces
Fazer os
acabamentos
Embalagens
Fonte – Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária
Na produção dos doces trufados, como mostra o fluxograma anterior, ele se torna um
pouco mais trabalhoso na hora de fazer, mas não necessariamente necessita de duas pessoas
para a produção. A empresaria faz quase todo o processo sozinha e a auxiliar ajuda na parte
dos acabamentos e embalagens. As massas utilizadas levam em torno de 12 a 20 minutos,
observa-se que, para esses doces, como são recheados e em volta vai uma leve camada de
chocolate, a massa não precisa estar muito consistente e por isso, leva menos tempo no fogo.
4.1.3 Processo de produção dos doces de fruta
E por ultimo é produzido os doces de fruta, onde se utiliza a massa de branquinho, que
é a mesma utilizada para os dois tipos de doces, sendo eles os simples e os trufados.
Após a massa pronta, deixar descansando até esfriar, e depois se inicia a parte de
moldar, onde a empresária enrola a massa de branquinho em volta do morango, e vai
colocando em cima do papel manteiga, e o mesmo processo é para as uvas, e quando todos
estiverem enrolados, é hora de derreter o chocolate em banho maria, banhar os doces e deixar
secar em cima do papel manteiga, após todos secos, fazer os acabamentos que é passar
chocolate embaixo dos doces, onde estava em cima do papel manteiga e por ultimo, cortar o
excesso em volta para então poder embalar e deixar prontos para vender. Segue o fluxograma
do processo de produção dos doces de fruta.
49
Quadro 7 - Fluxograma do processo de produção dos doces de fruta
Massa Base
Moldar os
doces
Banho de
chocolate
Acabamentos
Embalagens
Fonte – Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária
A produção dos doces de fruta, e realizado apenas por uma pessoa, sendo ela a própria
empresaria, pois se trata de um tipo de doce mais delicado e necessita de mais cuidados na
hora de escolher as frutas e moldar elas na massa base. A massa base para esses doces leva 20
minutos para cozinhar em fogo baixo, o ponto e quando a massa estiver consistente,
homogênea e fácil de moldar.
4.2 LEVANTAMENTOS DE CUSTOS
A seguir, é demonstrado em diversas planilhas, o levantamento de todos os custos que
a empresária tem na produção dos diferentes tipos de doces, desde o início da produção até o
produto pronto para ser vendido.
4.2.1 Parâmetro das receitas
Os parâmetros das receitas são constituídos pelos diferentes ingredientes que são
utilizados para a elaboração de cada tipo de doce, onde são definidas as unidades de medidas
e os custos de compras.
A empresária faz pesquisa de preços durante a semana, para conseguir os melhores
preços dos ingredientes e aproveitar as promoções de alguns produtos e consequentemente
diminuir os seus gastos e poder aumentar o seu resultado final.
Na sequencia consta a relação dos ingredientes utilizados nas receitas dos doces que
foram estruturados durante a pesquisa, tendo em vista que houve um acompanhamento
minucioso do processo de produção e venda dos doces para conseguir analisar os mínimos
detalhes de todo o processo, desde a compra da matéria prima até a venda final.
50
Quadro 8 - Parâmetro das receitas
Parâmetro das receitas
Planilha com os ingredientes das receitas
Ingredientes
Unidade medida
Leite
Leite Condensado
Margarina
Nescau
Amendoim
Nozes
Fruta Morango
Fruta Uva
Uísque
Uva Passa
Chocolate ao leite
Chocolate branco
Cereja
Granulado
Coco
Açúcar
Creme de leite
Pasta de morango
Chocolate para Cobertura das forminhas
Café
Fonte – Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária (2014)
L
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Um
Um
L
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Kg
Valor em R$
02,49
09,24
08,58
11,85
13,50
57,60
00,50
00,40
25,00
21,00
23,50
24,20
31,90
09,60
20,40
01,65
09,00
18,80
15,75
10,29
Conforme são demonstrados no quadro anterior, todos os produtos descritos foram
objeto de estudo para a produção dos doces, juntamente com seus devidos preços conforme a
unidade de medida apresentada. Observa-se que, os preços variam com frequência,
dependendo do local onde é comprado.
Diante da importância desse quadro em estar sempre atualizado, bastará à empresária
manter esse cuidado, sempre que houver alterações nos preços da matéria prima, pois o
quadro está interligado aos demais, onde a cada alteração de preço, mudará automaticamente
o preço de custo e consequentemente o preço de venda de cada doce.
4.2.2 Custo com material direto por receita
Na sequência, segue o quadro que demonstra o levantamento dos custos com material
direto para cada receita produzida, onde consta a receita dos doces, o rendimento e o custo por
unidade, iniciando pelos doces simples.
51
Quadro 9 - Doces simples – Material direto
Ingredientes
Leite
Leite Condensado
Margarina
Nescau
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
Ingredientes
Leite
Leite Condensado
Margarina
Coco ralado
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
Ingredientes
Leite
Leite Condensado
Margarina
Amendoim torrado
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
Ingredientes
Leite
Leite Condensado
Margarina
Nozes picada
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
Ingredientes
BRIGADEIRO
Unid.medida
Quantidade
ml
200
lata
790
gr
20
gr
80
COCO
Unid.medida
ml
lata
gr
gr
Quantidade
200
790
20
100
Custo
0,00249
0,00924
0,00858
0,01185
Custo
0,00249
0,00924
0,00858
0,0204
Total
0,498
7,2996
0,1716
0,948
8,9172
45
0,20
Total
0,498
7,2996
0,1716
2,04
10,0092
50
0,20
AMENDOIM
Unid.medida
Quantidade
ml
200
lata
790
gr
20
gr
120
Custo
0,00249
0,00924
0,00858
0,0135
Total
0,498
7,2996
0,1716
1,62
9,5892
50
0,19
NOZES
Unid.medida
ml
lata
gr
gr
200
790
20
120
Custo
0,00249
0,00924
0,00858
0,0576
Total
0,498
7,2996
0,1716
6,912
14,8812
40
0,37
BRANQUINHO
Unid.medida
Quantidade
ml
200
lata
790
gr
20
Custo
0,00249
0,00924
0,00858
Total
0,498
7,2996
0,1716
7,9692
35
0,23
Quantidade
Leite
Leite Condensado
Margarina
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
Fonte – Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária (2014)
No quadro anterior, pode-se identificar que o custo por unidade varia, pois se trata de
tipos de doces diferentes, onde para cada qualidade altera-se os ingredientes, assim como o
rendimento.
52
Nota-se que, para todas as massas base, utiliza-se leite, leite condensado e margarina,
e independente de qual for a qualidade do doce, é utilizado a mesma quantidade para a receita
e a partir desses ingredientes, é acrescentado o que vai fazer o diferencial. Observando-se que,
o custo dos docinhos vai variar a partir desse ultimo ingrediente. Para cada tipo de doce,
apresenta-se um rendimento por receita diferente, essa variação de quantidade produzida
ocorre devido ao volume que é colocado do ultimo ingrediente, que vai definir o doce.
Nota-se que para o brigadeiro, o coco e o branquinho, o ingrediente adicional não
aumenta muito o volume, e com isso, rende um pouco menos, comparando com o doce de
nozes e de amendoim, que apresenta um volume maior. Ao se comparar o doce de nozes e o
de amendoim, sendo que os dois tem grande volume, o que leva o doce de amendoim render
mais que o de nozes, é porque o de nozes e triturado e o amendoim e moído, sendo essa
diferença apresentada no rendimento. Na sequência, apresentam-se os custos com materiais
diretos dos doces trufados, que são doces mais elaborados, demoram mais tempo para
produção.
Quadro 10 - Doces trufados – Materiais diretos
Ingredientes
Leite
Leite Condensado
Margarina
Cereja
Cobertura chocolate ao leite
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
Ingredientes
Chocolate branco
Creme de leite
Pasta de morango
Cobertura chocolate ao leite
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
Ingredientes
Chocolate ao leite
Creme de leite
Uísque
Café
Cobertura chocolate ao leite
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
CEREJA
Unid.medida
Quantidade
200
790
20
270
400
Custo
0,00249
0,00924
0,00858
0,0319
0,01575
Total
0,498
7,2996
0,1716
8,613
6,30
22,8822
70
0,33
gr
gr
gr
gr
Quantidade
200
100
20
340
Custo
0,0242
0,009
0,0188
0,01575
Total
4,84
0,9
0,376
5,355
11,471
50
0,23
Quantidade
400
200
20
40
340
Custo
0,0235
0,009
0,025
0,01029
0,01575
Total
gr
gr
ml
gr
gr
ml
lata
gr
gr
gr
SENSAÇÃO
Unid.medida
CAFÉ
Unid.medida
9,4
1,8
0,5
0,4116
5,355
17,4666
50
0,35
53
Ingredientes
UVA PASSAS
Unid.medida
ml
lata
gr
gr
gr
ml
Leite
Leite Condensado
Margarina
Uva passa
Cobertura chocolate ao leite
Uísque
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
Fonte – Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária (2014)
Quantidade
200
790
20
55
400
60
Custo
0,00249
0,00924
0,00858
0,021
0,01575
0,025
Total
0,498
7,2996
0,1716
1,155
6,30
1,50
16,9242
70
0,24
Para o custo das receitas dos doces trufados, são acrescentados dois ingredientes a
mais que é a cobertura de chocolate, que é utilizado na cobertura dos doces e o chocolate ao
leite branco e preto, que é misturado nas massas do doce de café e sensação. Analisando o
levantamento dos preços dos ingredientes para esses doces trufados, o que tem um custo mais
elevado é o trufado de café, pois em sua receita constam produtos mais caros, além do
chocolate, utiliza-se também uísque.
E por último, os trufados de fruta, que são os mais vendidos e os que mais acumulam
custos, em função de que envolvem as frutas, que são caras e tem um alto índice de perda,
pois quando a empresária compra o kg da fruta, ela compra os bons e os ruins, todos
misturados, e antes de fazer a trufa, ela precisa selecionar apenas as frutas que estiverem em
perfeitas condições e é nesse momento que são identificados as perdas e em consequência
disso, aumenta o custo dos doces.
Quadro 11 - Doces trufados com frutas naturais – Materiais diretos
Ingredientes
Leite
Leite Condensado
Margarina
Fruta Morango
Cobertura chocolate ao leite
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
Ingredientes
Leite
Leite Condensado
Margarina
Fruta Uva
Cobertura chocolate ao leite
Total da Receita
Rendimento Unidade
Custo por Unidade
MORANGO
Unid.medida
ml
lata
gr
unidade
gr
UVA
Unid.medida
ml
lata
gr
unidade
gr
Fonte - Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária (2014)
Quantidade
200
790
20
25
470
Quantidade
200
790
20
35
450
Custo
0,00249
0,00924
0,00858
0,50
0,01575
Total
0,498
7,2996
0,1716
12,5
7,4025
27,8717
25
1,11
Custo
0,00249
0,00924
0,00858
0,40
0,01575
Total
0,498
7,2996
0,1716
14
7,0875
29,0567
35
0,83
54
Diante do custo elevado para a produção das trufas de fruta, comparando com os
demais tipos de doces, a empresária vende o doce de uva e de morango apenas por unidade,
pois se ela aceitasse encomendas em bandejas junto com os demais, o preço ficaria muito alto.
4.2.3 Custos com mão de obra
O custo com mão de obra direta não foi calculado, porque a produção é executada pela
sócia. A auxiliar está relacionada nos custos indiretos os quais são apresentados no próximo
item.
No quadro a seguir, segue descrito o tempo disponível de produção dentro do mês, da
empresaria e da funcionaria auxiliar.
Quadro 12 - Tempo Disponível Produção
TEMPO DISPONÍVEL
Dias uteis
20
Horas dias
8
Horas totais
160
Tempo Produtivo (Horas totais - 10% de ociosidade)
144
1/2 turno
Tempo total em horas
Fonte - Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária (2014)
72
232
Diante do quadro apresentado anteriormente, o tempo de produção dentro do mês da
empresária e da auxiliar, trabalhando de segunda a sexta-feira, soma um total de 232 horas
disponíveis para a produção.
Baseado no conceito de Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.64) “é importante frisar que,
para apurar o custo de cada unidade fabricada de um produto, torna-se necessário dispor de
um mecanismo que apure quanto tempo se gastou na produção. Em outras palavras, quanto
tempo os empregados estiveram à disposição da empresa”.
Neste sentido, do tempo total de produção que resulta nas 232 horas, e o tempo
improdutivo é de 10%, que representa o tempo de produção que é usado para atividades
extras, como anotar pedidos ao celular, fazer a compra da matéria prima para a produção, os
intervalos, etc, conforme mostra o quadro na sequencia.
55
Quadro 13 - Tempo total em horas trabalhadas no mês
Tempo total de produção por
Tipo de doce
receita em minutos
Nº receita no mês
Brigadeiro
79
Coco
92
Amendoim
87
Nozes
78
Branquinho
91
Morango
107
Uva
137
Cereja
105
Sensação
105
Café
80
Uva Passa
79
Tempo total em minutos trabalhados/mês
Tempo total em horas trabalhados mês
Fonte - Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária (2014)
24
16
8
8
22
24
16
8
4
4
8
Tempo total em
minutos no mês
1896
1472
696
624
2002
2568
2192
840
420
320
632
13.662
228
No quadro anterior, percebe-se que o total de horas trabalhadas dentro do mês pela
empresária e sua auxiliar, apresenta um total de 228 horas, ou seja, 4 horas no mês é
considerada como horas ociosas, conforme demostrado a seguir:
Quadro 14 - Ociosidade
OCIOSIDADE
Tempo disponível
Tempo Ocupado
Ociosidade
Ociosidade em %
Fonte – Dados conforme pesquisa
232
228
4
2.073,66
2.035,23
38,43
10%
No quadro anterior, tem-se um total de 4 horas ociosas, que é considerado como
normal para a empresária. No próximo quadro, segue descritos os custos com mão de obra da
funcionaria auxiliar.
Quadro 15 - MO Auxiliar
FOLHA DE PAGAMENTO 1/2 AUXILIAR
Salário 1/2 turno
Férias
13 salário
1/3 férias
Subtotal
Previdência
FGTS
Previsões
Total
Fonte - dados conforme pesquisa.
450,00
37,49
37,49
12,50
537,47
0,00
43,00
37,62
618,08
56
Diante do quadro anterior, a mão de obra auxiliar é tradicionalmente, o salário somado
com todos os direitos, que são de obrigação ao empregado na produção, que coloca seu
trabalho manual, transformando matéria prima em produtos acabados. A funcionária auxiliar
é contratada para trabalhar meio turno, servindo apenas de auxílio para a empresária na
produção.
Nos cálculos apresentados no quadro anterior, nota-se que, para calcular os custos com
mão de obra da funcionaria auxiliar, foi somado férias, provisão do décimo terceiro salário,
1/3 das férias, 8% de FGTS (fundo de garantia por tempo de serviço) e 7% das previsões, não
incluído previdência, pois se trata de uma empresa enquadrada no simples nacional, obtendose o valor total do salário, e esse gasto com mão de obra é alocado dentro dos custos indiretos
para a produção dos doces.
4.2.4 Custos indiretos fixos e variáveis
Os custos indiretos fixos são aqueles que não variam conforme a quantidade produzida
e que a empresária têm todos os meses em seu estabelecimento.
Foi feito um levantamento geral de todos os gastos que a empresaria tem dentro do
mês, desde o aluguel, água, luz, o salário da diarista, que é a responsável pela limpeza do
estabelecimento, pró-labore da empresária, o salário da funcionária auxiliar, etc. conforme
mostra o quadro a seguir, sendo que, estes gastos são fixos e independem da produção.
Quadro 16 - Custos indiretos fixos
Custos Fixos
Aluguel
Água (taxa)
Luz (taxa)
Gás
Pró-labore
MEI
Depreciação
Diarista- limpeza média mês
Material limpeza e higiene
Salários e encargos da Auxiliar
Total
Tempo disponível de produção dos colaboradores
Custo da hora
Custo do minuto
Fonte - Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária (2014)
R$
200,00
10,00
40,00
11,25
800,00
41,00
21,33
320,00
12,00
618,08
2.073,66
232
8,94
0,15
57
De acordo com o quadro anterior, apurou-se um custo fixo total de R$ 2.073,66 o qual
foi dividido pelo tempo disponível do mês, nota-se que o custo fixo total tem uma ociosidade,
conforme mostra o quadro na sequencia.
Quadro 17 - Custo fixo total em minutos no mês
Custo fixo total em reais/mês
Tipo de doce
Tempo Total em min. mês
Custo fixo do min.
1896
Brigadeiro
1472
Coco
696
Amendoim
624
Nozes
2002
Branquinho
2568
Morango
2192
Uva
840
Cereja
420
Sensação
320
Café
632
Uva Passa
TOTAL DOS CF
Fonte – Dados conforme pesquisa
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
Custo Fixo Total
282,45
219,28
103,68
92,96
298,24
382,56
326,54
125,13
62,57
47,67
94,15
2.035,23
De acordo com o tempo total de produção de cada tipo de doce, nota-se que
calculando o tempo total de produção em minutos para cada tipo de doce, multiplicado pelo
custo fixo do minuto, que vai resultar no custo fixo total de R$ 2.035,23.
Essa diferença de R$ 38,43 refere-se às quatro horas ociosas do processo de produção.
Já os custos indiretos variáveis, são aqueles que variam conforme a quantidade
produzida, conforme mostra o quadro a seguir.
Quadro 18 - Custos indiretos variáveis
Custos Variáveis
Combustível
Embalagem
Telefone
Uniforme
Total
Tempo disponíveis de produção dos colaboradores
Custo da hora
Custo do minuto
Fonte - Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária (2014)
R$
100,00
120,00
20,00
4,00
244,00
232
1,05
0,02
Os custos indiretos variáveis da empresária são aqueles que nunca vão ser iguais, pois
variam de acordo com a quantidade produzida e utilizada na produção e na venda dos doces,
58
como o combustível que varia conforme as entregas de encomendas, as embalagens que
variam conforme a quantidade produzida, etc.
Após o levantamento de todos os custos indiretos fixos e variáveis e o tempo
disponível de produção, é possível chegarmos ao custo do minuto, que vai ser
respectivamente R$ 0,15 e R$ 0,02.
4.2.5 Rendimento por receita
A empresária tem um método de produção, onde ela só acerta o ponto da massa,
fazendo duas receitas por vez, ou seja, a medida de uma receita, ela utiliza o dobro.
Diante disso, é demonstrado na sequência, os tipos de doces produzidos, o rendimento
que cada receita possui, a quantidade de receitas feitas durante o mês e quantos docinhos é
produzida com essas medidas.
Quadro 19 - Rendimento por receitas
Rendimento por receita
Docinho
Receita
Rendimento
Receitas mês
Brigadeiro
2
45
24
Coco
2
50
16
Amendoim
2
50
8
Nozes
2
40
8
Branquinho
2
35
22
Morango
2
25
24
Uva
2
35
16
Cereja
2
70
8
Sensação
1
50
4
Café
1
50
4
Uva Passa
2
70
8
Fonte - Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária (2014)
Número de doces totais
1080
800
400
320
770
600
560
560
200
200
560
Com o quadro anterior, é possível verificar que a quantidade das receitas é bem
variada, isso é ajustado conforme a demanda dos clientes, e nota-se que os mais vendidos são
os doces tradicionais de brigadeiro e branquinho e os doces de fruta de morango e uva.
4.2.6 Custos com depreciação
Considerando que a produção é mensal e que todos os meses esse volume produzido
se modifica, automaticamente os equipamentos utilizados na fabricação dos doces tendem a
59
ter um desgaste e precisam ser depreciados mensalmente, sendo considerado então como um
custo fixo.
Na sequência segue o quadro constando a depreciação dos equipamentos utilizados na
produção dos doces.
Quadro 20 - Custos com depreciação
Depreciação
Valor do
Bens
Bem
Valor Residual Valor a depreciar
Climatizador
1.500,00
300,00
1.200,00
Fogão a gás
700,00
140,00
560,00
Utensílios
1.000,00
200,00
800,00
Total
3.200,00
640,00
2.560,00
Fonte – Dados conforme pesquisa
Taxa
deprec. Deprec. Ano Deprec. Mês
10
120,00
10,00
10
56,00
4,67
10
80,00
6,67
256,00
21,33
Para calcular o custo da depreciação, foi utilizado o método linear (vida útil) e o valor
a depreciar e o valor do bem diminuindo o valor residual e esse resultado, dividido pela vida
útil do bem e a depreciação anual que dividindo por 12 meses, tem-se o valor da depreciação
mensal.
O custo da depreciação é alocado no custo dos produtos e conforme demonstrado no
quadro anterior, está os equipamentos que são depreciados mensalmente, sendo um somatório
de R$ 21,33 por mês, que é considerado como um custo fixo.
4.2.7 Custos indiretos fixos e variáveis por unidade
Os custos indiretos são aqueles que não são diretamente ligados aos produtos, podendo
eles ser classificados em fixos e variáveis. Os fixos que não se alteram, independente da
quantidade produzida e os variáveis se alteram de acordo com a quantidade produzida.
O custo unitário fixo e variável de cada tipo de doce é calculado diante do tempo total
de mão de obra por unidade, multiplicado pelo valor do custo fixo ou pelo custo variável do
minuto, dividindo então pelo rendimento da receita, conforme mostra o quadro na sequencia.
Quadro 21 - Doces Simples (Custo Fixo e Custos Variáveis)
Tipos de
doces
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Massa
base
28
29
25
31
35
Moldar
Acabament
os
20
25
25
15
26
15
20
18
17
14
Embal.
16
18
19
15
16
Total
MOD
79
92
87
78
91
CF do
Minuto
0,15
0,15
0,15
0,15
0,15
CF Total
p/ receita
Rend.
doce
11,7686
13,7052
12,9604
11,6196
13,5562
45
50
50
40
35
Custo
unitário
0,26152
0,27410
0,25920
0,29049
0,38732
60
Tipos de
Massa
Acabament
Total
CV
CV Total Rend.
doces
base
Moldar
os
Embal. MOD Minuto p/ receita doce
Brigadeiro
28
20
15
16
79
0,02
1,3847
45
Coco
29
25
20
18
92
0,02
1,6126
50
Amendoim
25
25
18
19
87
0,02
1,5250
50
Nozes
31
15
17
15
78
0,02
1,3672
40
Branquinho
35
26
14
16
91
0,02
1,5951
35
Fonte – Dados conforme pesquisa
Custo
unitário
0,030772
0,032252
0,030500
0,034181
0,045574
Comparando o custo indireto fixo com o custo indireto variável, a única diferença é a
classificação dos gastos, onde para os custos indiretos fixos são os gastos que a produção tem
todos os meses, independente de produzir ou não os docinhos, e para os custos indiretos
variáveis são os custos relacionados com as vendas dos docinhos, ou seja, se ela produzir os
doces, ela vai ter que sair vender, vai gastar mais combustível, que é um dos custos indiretos
variáveis mais relevantes.
Na sequência, são calculados os custos indiretos fixos e variáveis por unidade dos
doces trufados.
Quadro 22 - Doces trufados (custo indireto fixo e variável)
Tipos de
doces
Massa
base
Formas Rechear os Acabam Emb
choc.
doces
entos
.
Total
MOD
CF
Minuto
Custo Fixo
Total p/
receita
Rend. em
doces
Custo
unit.
Cereja
Uva
Passa
Café
Sensação
20
10
40
25
10
105
0,15
15,64
70 0,2234
20
12
15
10
14
14
40
19
15
25
25
25
10
10
10
105
80
79
0,15
0,15
0,15
15,64
11,92
11,77
70 0,2234
50 0,2383
50 0,2353
Tipos de
doces
Massa
base
Formas Rechear os Acabam Emb
choc.
doces
entos
.
Cereja
20
10
Uva
Passa
20
10
Café
12
14
Sensação
15
14
Fonte – Dados conforme pesquisa
Total
MOD
CV
Minuto
CV Total p/
receita
Rend. em
doces
Custo
unit
40
25
10
105
0,02
1,84
70 0,0262
40
19
15
25
25
25
10
10
10
105
80
79
0,02
0,02
0,02
1,84
1,40
1,38
70 0,0262
50 0,0280
50 0,0276
Conforme mostra o quadro anterior, o que mudou é os tipos de doces produzidos, ou
seja, para a produção dos doces trufados, a empresária leva mais tempo, pois precisa primeiro
fazer a massa base, depois rechear as forminhas com chocolate e após colocar os recheios e
finalizar com os acabamentos e as embalagens, ou seja, esse vai ser o diferencial resultante na
apuração do custo indireto unitário fixo e variável dos doces trufados, comparando com os
doces simples, que o processo de produção é mais simples.
E por ultimo então, tem-se os custos indiretos fixos e variáveis por unidade dos doces
de fruta, conforme o quadro a seguir.
61
Quadro 23 - Doces de fruta (custo indireto fixos e variável)
Tipos de Massa
Banhar no Acaba
doces
base Moldar chocolate mentos Emb.
Morango
20
20
15
35
17
Uva
20
30
22
42
23
Tipos de Massa
Banhar no Acaba
doces
base Moldar chocolate mentos Emb.
Morango
20
20
15
35
17
Uva
20
30
22
42
23
Fonte – Dados conforme pesquisa
Total
CF
MOD Minuto
107
0,15
137
0,15
Total
CV
MOD Minuto
107
0,02
137
0,02
CF Total Rend.
p/ receita doces
15,94
25
20,41
35
CV Total Rendi.
p/ receita doce
1,88
25
2,40
35
Custo
unit
0,64
0,58
Custo
unit
0,08
0,07
Os doces de fruta são os mais caros e os que mais demoram para serem produzidos, ou
seja, em relação aos doces simples e aos doces trufados, o que a empresária mais gasta para
fazer é o doce de morango e o de uva, que por sinal, são os mais vendidos dentro da época de
colheita da fruta.
Sendo assim, o custo unitário fixo do doce de fruta tem um custo elevado pelo fato de
que o tempo total de mão de obra é alto e tem baixo rendimento na produção, e o custo
unitário variável tem um custo baixíssimo, por serem apenas dois tipos de doces e seu
rendimento serem pouco.
4.3 APURAÇÃO DO CUSTO TOTAL
Para a apuração do custo neste estudo, foram utilizados os dois métodos de custeio, o
custeio por absorção, onde todos os custos são apropriados aos produtos, e custeio variável,
que apuram somente os custos variáveis totais aos produtos, ambos são utilizados para
identificar o custo unitário total dos produtos. Os custos apurados no custeio por absorção
servem como base para calcular o preço de venda, enquanto que o custeio variável serve para
a análise dos resultados e para o gerenciamento das margens geradas.
4.3.1 Apuração do custo total dos produtos
O custo total dos produtos foi calculado com base no método de custeio por absorção e
pelo método de custeio variável.
No método de custeio por absorção, todos os custos são alocados aos produtos, sendo
eles os custos com matéria prima, custos indiretos fixos e custos indiretos variáveis, conforme
segue demonstrado no quadro a seguir.
62
O custeio por absorção é aceito pela legislação e ele serve para integrar os custos com
a contabilidade para formar o preço de venda.
Quadro 24 - Custeio por absorção
Produto
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
Fonte – Dados conforme pesquisa
Custo total - Método de Custeio Absorção
MP
CIF
CIV
Custo total unitário
0,20
0,26
0,03
0,20
0,27
0,03
0,19
0,26
0,03
0,37
0,29
0,03
0,23
0,39
0,05
1,11
0,64
0,08
0,83
0,58
0,07
0,33
0,22
0,03
0,23
0,24
0,03
0,35
0,24
0,03
0,24
0,22
0,03
0,49
0,51
0,48
0,70
0,66
1,83
1,48
0,58
0,49
0,62
0,49
No quadro anterior, foi calculado o custo total unitário pelo método de custeio por
absorção, podendo assim, saber o quanto é necessário dispor para cobrir os custos, sendo que,
a partir desse quadro é tirado as informações para a formação do preço de venda, como o caso
do brigadeiro, que tem R$ 0,20 de matéria prima, R$ 0,26 de custos indiretos fixos e R$ 0,03
de custos indiretos variáveis, onde somando tudo, tem-se um custo total unitário de R$ 0,49,
sendo assim, a maneira de calcular para todos os demais tipos de doce.
No método de custeio variável, são alocados somente os custos variáveis da produção,
sendo que esse método não é aceito pela legislação e serve apenas para fins gerenciais.
Quadro 25 - Custeio variável
Produto
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
Fonte – Dados conforme pesquisa
Custo total - Método de Custeio Variável
MP
CIV
Custo total unitário
0,20
0,03
0,20
0,03
0,19
0,03
0,37
0,03
0,23
0,05
1,11
0,08
0,83
0,07
0,33
0,03
0,23
0,03
0,35
0,03
0,24
0,03
0,23
0,23
0,22
0,41
0,27
1,19
0,90
0,35
0,26
0,38
0,27
63
O custeio variável não é aceito pela legislação, servindo apenas para fins gerenciais da
empresa, a fim de formar o preço mínimo de venda, pois eles deixam de fora todos os custos
fixos, como mostra o quadro anterior.
Comparando o custo total unitário pelo método de custeio por absorção com o método
de custeio variável, percebe-se que se tem uma diferença em relação ao custo total unitário, ou
seja, pelo método de custeio por absorção é considerado todos os custos fixos e variáveis e
pelo custeio variável, é considerado apenas os custos variáveis para formação do preço de
venda, e os custos fixos é considerado como despesas ou gastos do período.
A seguir, apresenta-se um gráfico comparativo em relação ao custo total unitário pelo
método de absorção e pelo método variável.
Gráfico 1 - Custeio absorção x custeio variável
2,00
1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
Absorção
0,60
Variavel
0,40
0,20
0,00
Fonte – Dados conforme pesquisa
Analisando o gráfico anterior e comparando o custo total pelos dois métodos, percebese que pelo método de custeio por absorção o custo é maior em todos os tipos de doces,
devido ao somatório dos custos indiretos fixos com os custos variáveis e diante da
comparação, está bem visível que, os maiores custos estão distribuídos nos doces de fruta, ou
seja, os doces de morango e de uva.
64
4.4 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO
A análise do custo, volume e resultado proporciona realizar uma análise mais apurada
dos resultados da empresa diante das vendas, dos custos, das atividades desenvolvidas e da
margem de lucro desejada e ainda fornece informações relevantes para a empresária, tanto no
planejamento quando na tomada de decisões.
4.4.1 Formação do preço de venda
Para a formação do preço de venda dos produtos, é necessário que o mesmo seja o
suficiente para poder cobrir todos os custos, as despesas, os impostos e ainda no final, obter
um lucro sobre a venda. Sendo assim, primeiramente é preciso calcular o mark-up
multiplicador, pois através dele, é calculado o preço de venda conforme as margens
estimadas.
Conforme solicitado pela empresária, foi feito três análises, para a formação do preço
de venda, sendo elas com margem de 20%, 30% e 35% de lucro.
A formação do mark-up multiplicador, é apresentado no quadro a seguir.
Quadro 26 - Mark-up
Cálculo do Preço de Venda
Despesas com vendas
Margem de Lucro Desejada
Total
Markup divisor
Markup Multiplicador
ML 20%
15
20
35
0,6500
1,5385
ML 30%
15
30
45
0,5500
1,8182
ML 35%
15
35
50
0,5000
2,0000
Fonte – Dados conforme pesquisa
Depois de calculado os três mark-up, é realizado a aplicação do mesmo para formar o
preço de venda orientativo, que seria o valor que a empresária poderia estar vendendo os
doces, para atingir sua margem de lucro desejada.
Na sequencia, foi realizado o calculo do preço de venda de cada produto, para
posteriormente ser comparado com o preço de venda atual, e chegando ao resultado se está ou
não alcançando uma boa margem de lucro.
65
Quadro 27 – Formação do preço de venda orientativo com margem de 20%, 30% e 35%
Produtos
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
Custeio p/Absorção - Preço de venda orientativo 20%
Custo Unit
Markup
P.Venda
PV Atual
0,49
1,5385
0,75
0,51
1,5385
0,78
0,48
1,5385
0,74
0,70
1,5385
1,07
0,66
1,5385
1,02
1,83
1,5385
2,81
1,48
1,5385
2,28
0,58
1,5385
0,89
0,49
1,5385
0,76
0,62
1,5385
0,95
0,49
1,5385
0,76
Custeio p/Absorção - Preço de venda orientativo 30%
Custo Unit
Markup
P.Venda
PV Atual
0,49
1,8182
0,89
0,51
1,8182
0,92
0,48
1,8182
0,88
0,70
1,8182
1,27
0,66
1,8182
1,20
1,83
1,8182
3,32
1,48
1,8182
2,69
0,58
1,8182
1,05
0,49
1,8182
0,90
0,62
1,8182
1,12
0,49
1,8182
0,89
Custeio p/Absorção - Preço de venda orientativo 35%
Produtos
Custo Unit
Markup
P.Venda
PV Atual
Brigadeiro
0,49
2,0000
0,98
Coco
0,51
2,0000
1,01
Amendoim
0,48
2,0000
0,96
Nozes
0,70
2,0000
1,39
Branquinho
0,66
2,0000
1,32
Morango
1,83
2,0000
3,65
Uva
1,48
2,0000
2,96
Cereja
0,58
2,0000
1,15
Sensação
0,49
2,0000
0,98
Café
0,62
2,0000
1,23
Uva Passa
0,49
2,0000
0,98
Fonte – Dados conforme pesquisa
Produtos
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
0,75
0,75
0,75
0,75
0,75
2,50
2,50
0,85
0,85
0,85
0,85
0,75
0,75
0,75
0,75
0,75
2,50
2,50
0,85
0,85
0,85
0,85
0,75
0,75
0,75
0,75
0,75
2,50
2,50
0,85
0,85
0,85
0,85
Conforme o quadro anterior, o preço de venda orientativo é de extrema importância
para a empresária, diante da tomada de decisão da formação do preço de venda, pois é o preço
que a empresaria poderia vender os seus produtos, para obter a margem de lucro desejada, e a
partir dessa informação, pode-se também, variar o preço de venda dos doces, dependendo da
margem que deseja alcançar.
66
Diante da comparação do quadro anterior, em relação ao preço de venda orientativo
com a margem de lucro desejada e o preço de venda praticado, percebe-se que a empresaria
tem vendido quase todos os doces com preço abaixo do preço calculado, sendo que, com
margem de lucro de 20% apenas tem-se cinco tipos de doce que estão com o preço um pouco
mais equilibrado com o preço orientativo, mas com as demais margens de lucro de 30% e
35%, não tem nenhum tipo de doce que esteja com o preço atual superior ao preço de venda
calculado.
4.4.2 Apuração do resultado dos produtos em estudo
Na apuração do resultado com preço de venda orientativo com margem de lucro de
20%, comparando com o preço atualmente praticado, verificou-se que em vários produtos a
empresa não atinge os 20% desejado, assim como em outros produtos tem uma margem de
lucro superior aos 20%, conforme o quadro a seguir.
Quadro 28 – Apuração do resultado preço de venda orientativo (20%) e preço de venda atual
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - BRIGADEIRO
PV Orientativo 20%
Preço Atual
0,75
0,49
0,26
0,11
0,15
20,00%
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto 0
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Apuração do Resultado do Produto – COCO
PV Orientativo 20%
0,78
0,51
0,27
0,12
0,16
20,00%
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Apuração do Resultado do Produto – AMENDOIM
PV Orientativo 20%
0,74
0,48
0,26
0,11
0,15
20,00%
0,75
0,49
0,26
0,11
0,15
19,61%
Preço Atual
0,75
0,51
0,24
0,11
0,13
17,46%
Preço Atual
0,75
0,48
0,27
0,11
0,16
20,80%
67
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - NOZES
PV Orientativo 20%
Preço Atual
1,07
0,70
0,38
0,16
0,21
20,00%
Apuração do Resultado do Produto – BRANQUINHO
PV Orientativo 20%
Preço Atual
1,02
0,66
0,36
0,15
0,20
20,00%
Apuração do Resultado do Produto – MORANGO
PV Orientativo 20%
Preço Atual
2,81
1,83
0,98
0,42
0,56
20,00%
Apuração do Resultado do Produto – UVA
PV Orientativo 20%
2,28
1,48
0,80
0,34
0,46
20,00%
Apuração do Resultado do Produto - CEREJA
PV Orientativo 20%
0,89
0,58
0,31
0,13
0,18
20,00%
Apuração do Resultado do Produto - SENSAÇÃO
PV Orientativo 20%
0,76
0,49
0,27
0,11
0,15
20,00%
Apuração do Resultado do Produto – CAFÉ
PV Orientativo 20%
0,95
0,62
0,33
0,14
0,19
20,00%
0,75
0,70
0,05
0,11
(0,06)
-7,89%
0,75
0,66
0,09
0,11
(0,02)
-3,08%
2,50
1,83
0,67
0,38
0,30
11,90%
Preço Atual
2,50
1,48
1,02
0,38
0,64
25,72%
Preço Atual
0,85
0,58
0,27
0,13
0,15
17,16%
Preço Atual
0,85
0,49
0,36
0,13
0,23
27,06%
Preço Atual
0,85
0,62
0,23
0,13
0,11
12,56%
68
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - UVA PASSA
PV Orientativo 20%
0,76
0,49
0,26
0,11
0,15
20,00%
Preço Atual
0,85
0,49
0,36
0,13
0,23
27,17%
Fonte – Dados conforme pesquisa
Analisando no quadro anterior, o geral dos doces, percebe-se que, não são todos que
estão atingindo o resultado estudado de 20% de lucro, ou seja, os doces que estão atingindo
esta margem é o doce de amendoim, uva, sensação e uva passa e, os demais estão abaixo da
margem que são: brigadeiro, coco, morango, cereja, café e os que estão com resultado
negativo é o doce de nozes e o branquinho, sendo que, o doce de nozes e de branquinho está
causando prejuízo para a empresa.
Na sequência, apresenta-se o resultado com a margem de lucro de 30%.
Quadro 29 - Apuração do resultado preço de venda orientativo (30%) e preço de venda atual
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - BRIGADEIRO
PV Orientativo
Preço Atual
0,89
0,49
0,40
0,13
0,27
30,00%
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - COCO
PV Orientativo
0,92
0,51
0,41
0,14
0,28
30,00%
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - AMENDOIM
PV Orientativo
0,88
0,48
0,39
0,13
0,26
30,00%
0,75
0,49
0,26
0,11
0,15
19,61%
Preço Atual
0,75
0,51
0,24
0,11
0,13
17,46%
Preço Atual
0,75
0,48
0,27
0,11
0,16
20,80%
69
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - NOZES
PV Orientativo
1,27
0,70
0,57
0,19
0,38
30,00%
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - BRANQUINHO
PV Orientativo
1,20
0,66
0,54
0,18
0,36
30,00%
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - MORANGO
PV Orientativo
3,32
1,83
1,50
0,50
1,00
30,00%
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - UVA
PV Orientativo
2,69
1,48
1,21
0,40
0,81
30,00%
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - CEREJA
PV Orientativo
1,05
0,58
0,47
0,16
0,31
30,00%
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - SENSACAO
PV Orientativo
0,90
0,49
0,40
0,13
0,27
30,00%
Preço Atual
0,75
0,70
0,05
0,11
(0,06)
-7,89%
Preço Atual
0,75
0,66
0,09
0,11
(0,02)
-3,08%
Preço Atual
2,50
1,83
0,67
0,38
0,30
11,90%
Preço Atual
2,50
1,48
1,02
0,38
0,64
25,72%
Preço Atual
0,85
0,58
0,27
0,13
0,15
17,16%
Preço Atual
0,85
0,49
0,36
0,13
0,23
27,06%
70
Apuração do Resultado do Produto - CAFÉ
PV Orientativo
Preço de Venda
1,12
(-) Custo Total
0,62
(=) Lucro Bruto
0,50
(-) Despesas 15%
0,17
(=) Resultado
0,34
Resultado em %
30,00%
Apuração do Resultado do Produto - UVA PASSA
PV Orientativo
Preço de Venda
0,89
(-) Custo Total
0,49
(=) Lucro Bruto
0,40
(-) Despesas 15%
0,13
(=) Resultado
0,27
Resultado em %
30,00%
Fonte – Dados conforme pesquisa
Preço Atual
0,85
0,62
0,23
0,13
0,11
12,56%
Preço Atual
0,85
0,49
0,36
0,13
0,23
27,17%
Comparando agora com a margem de lucro desejada de 30%, em todos os tipos de
doces estudados, nenhum consegue atingir a margem desejada, ou seja, todos estão abaixo do
esperado e o doce de nozes e de branquinho continuam com prejuízo, e os doces que mais
chegam perto de alcançar a margem de lucro de 30% é o doce de uva passa e o sensação, que
são dois doces da qualidade trufados.
E por ultimo, tem-se a análise com a margem de lucro de 35%, o que percebe-se que o
resultado vai ser ainda mais baixo, como demonstra o quadro a seguir.
Quadro 30 - Apuração do resultado preço de venda orientativo (35%) e preço de venda atual
Apuração do Resultado do Produto - BRIGADEIRO
PV Orientativo
Preço Atual
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
0,98
0,49
0,49
0,15
0,34
35,00%
Apuração do Resultado do Produto - COCO
PV Orientativo
1,01
0,51
0,51
0,15
0,35
35,00%
0,75
0,49
0,26
0,11
0,15
19,61%
Preço Atual
0,75
0,51
0,24
0,11
0,13
17,46%
71
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - AMENDOIM
PV Orientativo
0,96
0,48
0,48
0,14
0,34
35,00%
Apuração do Resultado do Produto - NOZES
PV Orientativo
1,39
0,70
0,70
0,21
0,49
35,00%
Apuração do Resultado do Produto - BRANQUINHO
PV Orientativo
1,32
0,66
0,66
0,20
0,46
35,00%
Apuração do Resultado do Produto - MORANGO
PV Orientativo
3,65
1,83
1,83
0,55
1,28
35,00%
Apuração do Resultado do Produto - UVA
PV Orientativo
2,96
1,48
1,48
0,44
1,04
35,00%
Apuração do Resultado do Produto - CEREJA
PV Orientativo
1,15
0,58
0,58
0,17
0,40
35,00%
Apuração do Resultado do Produto - SENSACÃO
PV Orientativo
0,98
0,49
0,49
0,15
0,34
35,00%
Preço Atual
0,75
0,48
0,27
0,11
0,16
20,80%
Preço Atual
0,75
0,70
0,05
0,11
(0,06)
-7,89%
Preço Atual
0,75
0,66
0,09
0,11
(0,02)
-3,08%
Preço Atual
2,50
1,83
0,67
0,38
0,30
11,90%
Preço Atual
2,50
1,48
1,02
0,38
0,64
25,72%
Preço Atual
0,85
0,58
0,27
0,13
0,15
17,16%
Preço Atual
0,85
0,49
0,36
0,13
0,23
27,06%
72
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Preço de Venda
(-) Custo Total
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas 15%
(=) Resultado
Resultado em %
Apuração do Resultado do Produto - CAFÉ
PV Orientativo
1,23
0,62
0,62
0,18
0,43
35,00%
Apuração do Resultado do Produto - UVA PASSA
PV Orientativo
0,98
0,49
0,49
0,15
0,34
35,00%
Preço Atual
0,85
0,62
0,23
0,13
0,11
12,56%
Preço Atual
0,85
0,49
0,36
0,13
0,23
27,17%
Fonte – Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária
Conforme o previsto, com a margem de lucro de 35% nenhum doce consegue atingir
essa margem esperada pela empresa, e os doces de nozes e de branquinho seguem com a
resultado negativo.
Na sequência, apresenta-se um gráfico comparativo entre preço de venda orientativo
de 20%, 30%, 35% e preço de venda atual, praticado pela empresária.
Gráfico 2 - Comparação entre preço de venda orientativo de 20%, 30%, 35% e preço de venda
atual
1,40
1,20
1,00
0,80
20%
0,60
30%
0,40
35%
0,20
(0,20)
Fonte – Dados conforme pesquisa
Atual
73
Conforme mostra o gráfico anterior, tem uma variação relativa entre o preço de venda
praticado na empresa e as margens de lucro que a empresária poderia estar ganhando sobre a
venda dos doces.
Percebe-se que ao analisar sobre o preço de venda atual, a empresa está obtendo um
resultado negativo nos doces de nozes e de branquinho, e em relação aos demais, todos se
posicionam positivamente, mas nem todos estão com uma boa margem de lucro, sendo que
foi comparado com margem de lucro de 20%, 30% e de 35% e que alguns tipos de doces, não
estão atingindo nem o mínimo de lucro de 20%, mas nenhum tipo de doce atinge o lucro de
35%, ou seja, em uma análise geral, todos tem uma grande variação.
4.4.2 Margem de Contribuição
A margem de contribuição serve para auxiliar na tomada de decisões da empresa e ela
é calculada pela diferença entre o preço de venda calculado, menos os custos variáveis e
menos as despesas variáveis.
Conforme Wernke (2001, p.42) “[...] é o valor resultante da venda de uma unidade
após deduzidos os custos e despesas variáveis associados ao produto comercializado. Tal
valor contribuirá para pagar os custos fixos da empresa e gerar o lucro”.
Na sequência, foi analisada a margem de contribuição unitária com as margens de
20%, 30% e 35% de lucro e com o preço de venda atual, para que no final, possa ser feito um
levantamento da situação da empresa para a proprietária diante da sua real situação.
Quadro 31 - Margem de contribuição unitária
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA
Com margem de lucro de 20%
PRODUTO
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
Pvu
0,75
0,78
0,74
1,07
1,02
2,81
2,28
0,89
0,76
0,95
0,76
Cvu
0,23
0,23
0,22
0,41
0,27
1,19
0,90
0,35
0,26
0,38
0,27
Dvu
0,11
0,12
0,11
0,16
0,15
0,42
0,34
0,13
0,11
0,14
0,11
Mcu
0,41
0,43
0,41
0,50
0,59
1,20
1,04
0,40
0,39
0,43
0,37
74
PRODUTO
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
PRODUTO
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
PRODUTO
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
Fonte – Dados conforme pesquisa
Com margem de lucro de 30%
Pvu
Cvu
0,89
0,92
0,88
1,27
1,20
3,32
2,69
1,05
0,90
1,12
0,89
Dvu
0,23
0,23
0,22
0,41
0,27
1,19
0,90
0,35
0,26
0,38
0,27
0,13
0,14
0,13
0,19
0,18
0,50
0,40
0,16
0,13
0,17
0,13
Com margem de lucro de 35%
Pvu
Cvu
0,98
0,23
1,01
0,23
Dvu
0,15
0,15
0,96
0,22
1,39
0,41
1,32
0,27
3,65
1,19
2,96
0,90
1,15
0,35
0,98
0,26
1,23
0,38
0,98
0,27
Com o preço de venda ATUAL
Pvu
Cvu
0,75
0,23
0,75
0,23
0,75
0,22
0,75
0,41
0,75
0,27
2,50
1,19
2,50
0,90
0,85
0,35
0,85
0,26
0,85
0,38
0,85
0,27
Mcu
0,53
0,55
0,52
0,67
0,75
1,63
1,39
0,54
0,50
0,57
0,49
Mcu
0,60
0,63
0,14
0,21
0,20
0,55
0,44
0,17
0,15
0,18
0,15
Dvu
0,11
0,11
0,11
0,11
0,11
0,38
0,38
0,13
0,13
0,13
0,13
0,60
0,78
0,85
1,92
1,62
0,63
0,58
0,67
0,57
Mcu
0,41
0,41
0,42
0,23
0,36
0,94
1,23
0,37
0,47
0,35
0,45
Conforme mostra o quadro anterior, a margem de contribuição é a diferença entre o
preço de venda do doce, diminuído todos os custos variáveis e as despesas variáveis, ou seja,
cobrindo todas as despesas e ainda gerando o lucro desejado. Comparando então o preço de
venda, com margem de lucro de 20%, descontando todos os gastos, percebe-se que a margem
de contribuição unitária para todos os doces é positiva, ou seja, todos os doces estão
conseguindo pagar as despesas e ainda gerando um lucro liquido.
Aumentando a margem de lucro para 30%, aumenta o preço de venda e por
consequência, aumenta a margem de contribuição, ou seja, continua sendo positiva para todos
75
os doces, o que vai diferenciar é que, aumentando a margem, gera um lucro liquido maior,
comparando com a margem de 20%.
Agora com a margem de 35%, aumentou ainda mais o preço de venda dos doces,
aumentando também a margem de contribuição unitária. E por ultimo, tem-se a análise da
margem de contribuição unitária com o preço de venda atual praticado pela empresa, e diante
disso, percebe-se que pelo preço de venda orientativo a margem é maior, em função da
margem de lucro desejada que foi colocado na formação do mark-up.
Sendo assim, a empresária pode escolher qual margem ela vai por no seu preço de
venda, desde que seja no mínimo 20% de lucro, pois ela tem que pelo menos cobrir seus
custos e despesas e gerar lucro para que ela consiga continuar no mercado.
E tem-se também a margem de contribuição com o preço de venda atual, praticado
pela empresa. Na sequência, foi realizada a comparação da margem de contribuição unitária
dos doces, com as três margens de lucro estudadas e o preço atual praticado.
Gráfico 3 - Margem de contribuição unitária
2,50
2,00
1,50
20%
30%
1,00
35%
ATUAL
0,50
-
Fonte – Dados conforme pesquisa
De acordo com o gráfico anterior, percebe-se que a margem de contribuição analisada
pelo preço atual da empresa esta baixa para quase todos os tipos de doces, com exceção do
brigadeiro, coco, amendoim e cereja, que praticamente quase se igualam com a margem de
lucro de 20%.
Após analisado a margem de contribuição unitária, é calculada também a margem de
contribuição total para as margens de lucro de 20%, 30%, 35% e pelo preço atual.
76
Para a margem de contribuição total, calcula-se através da margem unitária
multiplicando pela quantidade produzida no mês, como mostra o quadro a seguir.
Quadro 32 - Margem de contribuição total
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO TOTAL
PRODUTO
PROD MES
20%
30%
Brigadeiro
1.080
445,43
571,37
Coco
800
343,97
440,32
Amendoim
400
162,94
208,74
Nozes
320
161,56
214,56
Branquinho
770
454,75
575,69
Morango
600
719,94
980,64
Uva
560
581,89
779,20
Cereja
560
224,49
301,27
Sensação
200
77,38
100,80
Café
200
85,56
114,84
Uva Passa
560
209,83
275,27
Total
6.050
3.467,74
4.562,70
Fonte – Dados conforme pesquisa
35%
653,23
502,95
238,50
249,02
654,30
1.150,10
907,45
351,18
116,02
133,87
317,81
5.274,43
ATUAL
441,25
324,05
166,09
74,01
280,46
561,07
686,67
206,82
93,08
69,02
254,48
3.157,00
Como mostra o quadro anterior, a margem de contribuição total é o valor que sobra
das vendas, depois de pagar todos os custos e todas as despesas, ou seja, é o lucro que a
empresária tem com a venda de todos os doces produzidos.
Na pesquisa foi feito o levantamento de onze qualidades de doces que a empresária
produz, ao total foram 6.050 unidades de doces produzidos, e pelo preço de venda atual que a
empresária está vendendo, ela tem uma margem de contribuição total de R$ 3.157,00 que é
considerado como lucro líquido.
Mas analisando a mesma quantidade produzida, mas com uma margem de lucro 20%,
30% e 35% ela teria uma margem de contribuição total superior ao preço de venda praticado,
sendo elas respectivamente R$ 3.467,74; R$ 4.562,70 e R$ 5.274,43, ou seja, aumentando o
seu preço de venda, aumenta a margem de contribuição total e sobra mais lucro nas vendas
dos doces.
Segue o gráfico demonstrando a situação da margem de contribuição total da
empresária, de acordo com a quantidade produzida, comparando as margens de lucro de 20%,
30%, 35% e o preço atual praticado.
77
Gráfico 4 - Margem de contribuição total
1.400
1.200
1.000
PROD MES
800
20%
600
30%
400
35%
200
ATUAL
-
Fonte – Dados conforme pesquisa
Analisando o gráfico da margem de contribuição unitária e agora a margem de
contribuição total, percebe-se que a classificação dos doces não ficam na mesma ordem, ou
seja, pela margem de contribuição unitária, o doce que tem a maior margem é o doce de uva e
a menor margem unitária é o doce de nozes, mas comparando a margem de contribuição total,
percebe-se que o doce com maior margem continua sendo o doce de uva, mas para a menor
margem é o doce de café.
Conforme os dois gráficos demonstrados anteriormente, é visível que para a tomada de
decisões da empresa, é preciso que os doces sejam analisados pela margem de contribuição
total, por causa da diferença que existe entre a margem de contribuição unitária e a margem
de contribuição total, pois com a margem total ela pode desde já verificar o quanto cada
produto vai gerar de margem de lucro, após ter pago todos os custos e despesas.
4.2.3 Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio é a quantidade mínima de doces que a empresa vai ter que
produzir, para poder pagar todas as suas despesas, sendo que, tudo que ela produzir ela vai
vender e não vai gerar nada de lucro e nem prejuízo, ou seja, é o momento em que todas as
receitas se encontram com as despesas, onde o resultado será zero.
Dubois, Kulpa, Souza (2009, p.179) relatam que “a partir do momento em que a
empresa conhecer a composição de todos os seus gastos e a formação dos preços dos seus
78
produtos, ela poderá saber qual a quantidade que deverá ser vendida de cada um deles para
começar a obter lucro”.
Na sequência, apresentam-se os quatro pontos de equilíbrio calculados, com margens
de lucro de 20%, 30%, 35% e com o preço de venda atual, onde pode se perceber que a
quantidade mínima de cada tipo de doce que deve ser produzida varia.
Quadro 33 – Ponto de equilíbrio
PRODUTO
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
PONTO DE EQUILÍBRIO
Com margem de lucro de 20%
CF
Mcu
282,45
219,28
103,68
92,96
298,24
382,56
326,54
125,13
62,57
47,67
94,15
0,41
0,43
0,41
0,50
0,59
1,20
1,04
0,40
0,39
0,43
0,37
PRODUTO
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
Com margem de lucro de 30%
CF
Mcu
282,45
219,28
103,68
92,96
298,24
382,56
326,54
125,13
62,57
47,67
94,15
0,53
0,55
0,52
0,67
0,75
1,63
1,39
0,54
0,50
0,57
0,49
PRODUTO
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
Com margem de lucro de 35%
CF
Mcu
282,45
219,28
103,68
92,96
298,24
382,56
326,54
125,13
62,57
47,67
94,15
0,60
0,63
0,60
0,78
0,85
1,92
1,62
0,63
0,58
0,67
0,57
PE
685
510
255
184
505
319
314
312
162
111
251
PE
534
398
199
139
399
234
235
233
124
83
192
PE
467
349
174
119
351
200
202
200
108
71
166
79
PRODUTO
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
Fonte – Dados conforme pesquisa
Com o preço de venda ATUAL
CF
Mcu
282,45
219,28
103,68
92,96
298,24
382,56
326,54
125,13
62,57
47,67
94,15
PE
0,41
0,41
0,42
0,23
0,36
0,94
1,23
0,37
0,47
0,35
0,45
691
541
250
402
819
409
266
339
134
138
207
Para o calculo do ponto de equilíbrio, divide-se o custo fixo pela margem de
contribuição unitária e terá o resultado de quantos doces vai ter que produzir.
De acordo com o quadro anterior, está demonstrado as diferentes quantidades dos
pontos de equilíbrio com as diferentes margens de lucro analisadas.
Observa-se que para cada tipo de doce a quantidade é bem variada e o que vai fazendo
a diferença na quantidade é a margem de lucro desejada pela empresa, ou seja, quanto maior a
margem de lucro, menor vai ser o ponto de equilíbrio dos determinados doces.
Analisando o ponto de equilíbrio com margem de 20% de lucro, percebe-se que o doce
que apresentou a menor quantidade de produção foi o café, com 111 docinhos, e o mesmo
doce com margem de 30%, seu ponto de equilíbrio diminui para 83 docinhos e com 35%
diminui para 71 docinhos, e com o preço de venda atual, esse número de produção dos doces
aumentou para 134 doces, e o que explica isso é que, conforme aumenta o lucro, diminui a
quantidade a ser produzida no ponto de equilíbrio e sendo assim, tudo que ela produzir a mais
do que a quantidade do ponto de equilíbrio, vai gerar lucro, pois quando os doces atingem
essa quantidade produzida e vendem toda ela, é porque todos os seus custos foram pagos e a
partir dali, o que entrar vai gerar o resultado.
Na sequencia é demonstrado no gráfico à variação das quantidades do ponto de
equilíbrio dos doces com as três margens de lucro desejado pela empresa e seu preço atual
praticado, observando que, o ponto de equilíbrio é muito utilizado, por ser uma forma
simplificada de analisar e controlar a quantidade mínima que deve ser produzida/vendida e ter
controle do seu resultado final, sendo que se deve ter o cuidado para que o levantamento de
todas as informações seja de forma correta para evitar erro.
80
Gráfico 5 – Ponto de equilíbrio
900
800
700
600
500
20%
400
30%
300
35%
200
atual
100
-
Fonte – Elaborado a partir do quadro 34
Diante do gráfico anterior, percebe-se que há uma grande variação nas quantidades a
serem produzidas e vendidas, com variação das margens de lucro e o preço atual da empresa.
Nota-se que o ponto de equilíbrio com o preço atual em alguns doces é maior do que
os que foram calculados com margens de lucro determinadas, ou seja, analisando o doce de
morango, que apresentou uma grande diferença, percebe-se que a empresaria já vem atingindo
o ponto de equilíbrio com o preço de venda atual, ou seja, está produzindo a mais e gerando
resultado positivo nas vendas.
4.2.4 Margem de segurança operacional
A margem de segurança operacional é uma ferramenta que auxilia no processo de
gestão organizacional da empresa, pois essa margem de segurança representa a diferença entre
a quantidade vendida e a quantidade necessária para atingir o ponto de equilíbrio, ou seja, essa
variação vai proporcionar para a empresária, de forma mais clara, quantas unidades estão
gerando resultado positivo, que no caso são todas as unidades que passam da quantidade do
ponto de equilíbrio.
Na sequência, pode-se perceber essa diferença, sendo que foi calculado com a margem
de lucro de 20%, 30%, 35% e com o preço atual praticado pela empresária na venda dos
doces.
81
Quadro 34 – Margem de segurança operacional
MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL 20%
QT.VEND.
QT.PE
1080
685
800
510
400
255
320
184
770
505
600
319
560
314
560
312
200
162
200
111
560
251
MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL 30%
PRODUTO
QT.VEND.
QT.PE
Brigadeiro
1080
534
Coco
800
398
Amendoim
400
199
Nozes
320
139
Branquinho
770
399
Morango
600
234
Uva
560
235
Cereja
560
233
Sensação
200
124
Café
200
83
Uva Passa
560
192
MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL 35%
PRODUTO
QT.VEND.
QT.PE
Brigadeiro
1080
467
Coco
800
349
Amendoim
400
174
Nozes
320
119
Branquinho
770
351
Morango
600
200
Uva
560
202
Cereja
560
200
Sensação
200
108
Café
200
71
Uva Passa
560
166
MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL - ATUAL
PRODUTO
QT.VEND.
QT.PE
Brigadeiro
1080
691
Coco
800
541
Amendoim
400
250
Nozes
320
402
Branquinho
770
819
Morango
600
409
Uva
560
266
Cereja
560
339
Sensação
200
134
Café
200
138
Uva Passa
560
207
Fonte – Dados conforme pesquisa
PRODUTO
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
MSO
395
290
145
136
265
281
246
248
38
89
309
MSO
546
402
201
181
371
366
325
327
76
117
368
MSO
613
451
226
201
419
400
358
360
92
129
394
MSO
389
259
150
(82)
(49)
191
294
221
66
62
353
82
Analisado a diferença das diversas margens de segurança operacional, percebe-se que
quando calculado com margem de lucro de 20%, 30% e 35%, todos os resultados foram
positivos, o que significa que essa variação positiva representa o espaço em que a empresa
pode verificar e analisar doce por doce, ou seja, ver onde pode aumentar o lucro e onde pode
diminuir.
No gráfico seguinte tem um comparativo com o preço atual praticado pela empresa,
onde percebe-se que apenas em dois tipos de doces que a empresaria está obtendo uma
margem de segurança operacional negativa, sendo nos doces de nozes e de branquinho, ou
seja, nesses dois tipos de doces, representa-se que a empresa não tem flexibilidade de poder
variar o seu preço de venda.
O gráfico demonstra as margens de segurança operacional dos produtos em estudo.
Gráfico 6 - Margem de segurança operacional
700
600
500
400
MSO 20%
300
MSO 30%
200
MSO 35%
100
MSO ATUAL
(100)
(200)
Fonte - Elaborado a partir de dados do quadro 35
Como mostra o gráfico anterior, está bem visível à situação da empresa, ou seja, podese perceber a grande diferença do preço atual de venda praticado, em comparação com os
demais preços de vendas estudados.
Agora falando em quantidades para esses doces que estão com margem de segurança
negativa, a empresa deveria aumentar a quantidade vendida do doce de nozes em 82 unidades
e no doce de branquinho aumentar 49 unidades, para então poder atingir a margem de
segurança operacional, ficando com resultado positivo.
83
Os doces que estão com margem negativa, é devido ao fato de que o custo é mais
elevado, e o preço de venda é baixo e a quantidade produzida não é o suficiente para cobrir
todos os custos para então poder gerar o lucro.
4.2.5 Rentabilidade
A rentabilidade é o retorno do investimento que a empresa tem em relação a venda dos
seus doces, ou seja, é o lucro liquido dividido pela quantidade vendida e multiplicado por 100,
para saber o percentual que a empresária está tendo de rentabilidade nos doces. Essa
rentabilidade serve para comparar o investimento feito na empresa com cada tipo de doce.
Na sequência, tem-se o quadro da rentabilidade com as margens de 20%, 30%, 35% e
pelo preço atual de venda praticado, onde para chegar na rentabilidade por tipo de doce, foi
calculado a quantidade total vendida multiplicada pelo preço de venda e diminuído as
despesas e em seguida, foi dividido o lucro liquido pela quantidade vendida e multiplicado
por 100 para saber o percentual.
Quadro 35 - Rentabilidade
Produto
Quant. Vend.
RENTABILIDADE 20%
PV
Receita Bruto Custos + Desp
Lucro Liq.
Rent.20
1080
0,75
814,91
651,93
162,98
20%
Coco
800
0,78
623,44
498,75
124,69
20%
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
400
320
770
600
560
560
200
200
0,74
1,07
1,02
2,81
2,28
0,89
0,76
0,95
296,30
342,99
782,54
1.686,91
1.276,73
496,79
151,53
189,46
237,04
274,39
626,03
1349,53
1021,38
397,44
121,23
151,56
59,26
68,60
156,51
337,38
255,35
99,36
30,31
37,89
20%
20%
20%
20%
20%
20%
20%
20%
Uva Passa
560
0,76
423,47
338,77
RENTABILIDADE 30%
PV
Receita Bruto Custos + Desp
84,69
20%
Brigadeiro
Produto
Brigadeiro
Coco
Amendoim
Nozes
Branquinho
Morango
Uva
Cereja
Sensação
Café
Uva Passa
Quant. Vend.
1080
800
400
320
770
600
560
560
200
200
560
0,89
0,92
0,88
1,27
1,20
3,32
2,69
1,05
0,90
1,12
0,89
963,08
736,79
350,18
405,35
924,82
1.993,62
1.508,86
587,12
179,09
223,90
500,46
674,16
515,75
245,12
283,75
647,38
1395,53
1056,20
410,98
125,36
156,73
350,32
Lucro Liq.
288,92
221,04
105,05
121,61
277,45
598,09
452,66
176,14
53,73
67,17
150,14
Rent.30
30%
30%
30%
30%
30%
30%
30%
30%
30%
30%
30%
84
RENTABILIDADE 35%
Produto
Quant. Vend.
PV
Receita Bruto
Custos +
Despesas
Lucro Liq.
Rent.35
Brigadeiro
Coco
1080
800
0,98
1,01
1.059,39
810,47
688,60
526,80
370,79
283,66
35%
35%
Amendoim
400
0,96
385,19
250,38
134,82
35%
Nozes
320
1,39
445,89
289,83
156,06
35%
Branquinho
770
1,32
1.017,31
661,25
356,06
35%
Morango
600
3,65
2.192,98
1425,44
767,54
35%
Uva
560
2,96
1.659,75
1078,83
580,91
35%
Cereja
560
1,15
645,83
419,79
226,04
35%
Sensação
200
0,98
197,00
128,05
68,95
35%
Café
200
1,23
246,29
160,09
86,20
35%
Uva Passa
560
0,98
550,51
357,83
192,68
35%
RENTABILIDADE ATUAL
Produto
Quant. Vend.
PV
Receita Bruto
Custos +
Despesas
Lucro Liq.
Atual
Brigadeiro
1080
0,75
810,00
651,19
158,81
14,70%
Coco
800
0,75
600,00
495,23
104,77
13,10%
Amendoim
400
0,75
300,00
237,60
62,40
15,60%
Nozes
320
0,75
240,00
258,94
(18,94)
-5,92%
Branquinho
770
0,75
577,50
595,28
(17,78)
-2,31%
Morango
600
2,50
1.500,00
1321,49
178,51
29,75%
Uva
560
2,50
1.400,00
1039,87
360,13
64,31%
Cereja
560
0,85
476,00
394,32
81,68
14,59%
Sensação
200
0,85
170,00
124,00
46,00
23,00%
Café
200
0,85
170,00
148,65
21,35
10,68%
Uva Passa
560
0,85
476,00
346,65
129,35
23,10%
Fonte – Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária
A rentabilidade é o percentual de lucro que a empresa está obtendo sobre a quantidade
que ela gastou para fazer a produção dos doces. De acordo com o quadro anterior, nota-se que
a rentabilidade é positiva para as margens de lucro de 20%, 30% e 35% e para o preço de
venda atual apenas em dois tipos de doces que a rentabilidade apresentou um percentual
negativo, ou seja, prejuízo nas vendas ao invés de lucro.
Observa-se que apenas no doce de nozes e de branquinho, a empresária está obtendo
uma rentabilidade negativa, mas quando foi realizado a margem de contribuição unitária,
todos os doces apresentaram uma margem positiva, isso porque o que influencia é o cálculo
do ponto de equilíbrio, pois no ponto de equilíbrio que vai ser definido qual a quantidade
mínima que deve ser produzido e vendido de cada tipo de doce e caso não atingir a quantidade
mínima de produção e venda, o resultado vai se encaminhando para o prejuízo.
85
Outro ponto que é bem visível e mostra essa interferência do ponto de equilíbrio é
quando foi calculado a margem de segurança operacional, pois quando se calcula a margem
de segurança operacional, pode-se ver que quando a quantidade produzida é menor que o
ponto de equilíbrio, causa resultado negativo, que é o que está resultando na rentabilidade.
A seguir, tem-se o gráfico comparativo, onde demostra a rentabilidade.
Gráfico 7 - Rentabilidade
900,00
800,00
700,00
600,00
500,00
LB 20%
400,00
LB 30%
300,00
LB 35%
200,00
ATUAL
100,00
(100,00)
Fonte – Elaborado a partir das entrevistas com a proprietária
Conforme demonstrado no gráfico anterior, em relação à quantidade vendida de cada
tipo de doce, nota-se que pelo preço atual, onde no gráfico está pintado de roxo, os dois tipos
de doces que estão com a rentabilidade negativa é apenas o doce de nozes e o de branquinho,
podendo considerar que os demais doces todos atingem o ponto de equilíbrio e apresentam
margem de segurança operacional positiva e estão gerando um ganho para a empresa sobre o
seu capital. Já os doces que foram calculados com margens de lucro de 20%, 30% e de 35%,
esses todos geram uma rentabilidade positiva.
4.5 INFORMAÇÕES DE CUSTOS
Por meio da análise que foi realizada na empresa dos doces, comparando as margens
de lucro de 20%, 30%, 35% e com o preço atual praticado pela empresa, é possível verificar o
custo total dos doces produzidos e o faturamento da mesma.
86
Conforme demostrado nos quadros e nos gráficos percebe-se que, a empresa não está
sabendo gerenciar os seus custos e preços, sendo que em dois tipos de doces o resultados é
negativo, ou seja, os preços de venda não são suficientes para cobrir os custos e gerar o lucro.
O maior problema, que resulta em um resultado negativo para a gestora da empresa, é
o fato de que ela não tem um sistema de contabilidade de custos que auxilia ela nos processos
gerenciais e faltam informações para auxiliar ela na tomada de decisões, ou seja, ela esta
deixando muitos custos fixos de fora no seu preço de venda atual.
Para a empresária reverter essa situação, seria interessante ela se basear nos cálculos e
nas informações trazidas nesse estudo, pois o trabalho apresenta de forma detalhada todas as
despesas e custos fixos e variáveis que foram incluídos na formação do preço de venda e
ainda o percentual de margem de lucro desejada pela empresária. Destaca-se que a mesma
acompanhou todo o processo de levantamento e a análise dos tempos, dos custos, durante
todo o estudo, podendo-se afirmar que as informações são reais.
Recomenda-se que a empresária determine o total de custos fixos e variáveis e faça
novamente a formação do preço de venda e acrescente a margem de lucro que ela deseja
alcançar com as vendas
Com base nas pesquisas realizadas com a empresária para a realização desse trabalho,
pode-se constar que a empresária não estava ciente dos resultados que foram apurados nessa
pesquisa, mas que ao menos ela pode perceber que todos os doces estão gerando um resultado
nas vendas, a não ser os dois tipos de doces que apresentam rentabilidade negativa, que seria
o doce de nozes e de branquinho.
A empresária após o levantamento dos resultados afirma que recebe as vendas por
semana, e que ela não fazia esse controle total, pois na medida em que ela ia recebendo, já
comprava mais estoque e o restante era guardado.
87
CONCLUSÃO
Diante da pesquisa realizada, percebe-se a importância que a contabilidade tem para
gerar o resultado, sendo uma ferramenta indispensável para a área de produção, pois ela
proporciona suporte para verificar a composição dos custos dos produtos, auxilia na formação
do preço de venda, no volume e no resultado.
A partir da relevância da contabilidade para os processos gerenciais, foi aplicado esse
estudo em uma empresa de doces, com o objetivo de verificar a composição total do custo dos
produtos que a empresaria está produzindo em sua empresa e verificar se ela está tendo lucro
ou não sobre o preço de venda atual que ela está praticando e analisar também os mesmos
produtos, aplicando uma margem de lucro que a empresaria poderia estar ganhando, sendo a
margem de lucro de 20%, 30% e de 35%.
A empresária não tinha o conhecimento nem embasamento teórico da maneira de
como se calcula o custo dos doces e qual o seu resultado final após as vendas. Diante da falta
de informação da empresária, foi passado a ela, primeiro a explicação teórica de passo a passo
para calcular todos os custos, utilizando os dois métodos, sendo eles o custeio por absorção e
o custeio variável e foi explicado a diferença de um para o outro e aconselhado o qual ela
deve usar, foi feito um levantamento de todas as despesas e em seguida, foi analisado o custo,
volume e resultado que a empresa está obtendo nas vendas, onde foi possível identificar que
quando se tem um sistema de custo para formar o preço de venda, percebe-se que nem tudo o
que parecia ser lucro, no final gera resultado positivo.
Observa-se que durante a pesquisa realizada, todos os doces apresentaram uma
margem de contribuição positiva, mas que após calculado o ponto de equilíbrio, verificou-se
que nem todos os doces estavam atingindo a quantidade mínima que deveria ser produzido, ou
seja, em dois tipos de doce a empresária está obtendo resultado negativo e nos demais
gerando lucro.
Na sequência foi analisado todos os ingredientes utilizados na produção dos doces, foi
feito uma pesquisa de mercado para ver os preços dos ingredientes, ate formar o custo total de
produção dos doces, ou seja, tudo o que a empresaria gasta para conseguir comprar a matéria
prima e fazer todos os doces para então depois vender, onde nesse levantamento de custos foi
incluído os custos e despesas fixas e variáveis.
A empresária aceitou a ideia de montar um sistema de custo para a atividade dos
doces, onde através de um bom gerenciamento ela vai conseguir analisar mês a mês todos os
tipos de doces que ela está produzindo e assim, consequentemente, vai conseguir acompanhar
88
o ponto de equilíbrio de cada doce, ou seja, qual a quantidade mínima de doces que ela terá
que produzir e vender para cobrir todas as suas despesas e depois então, aumentar cada vez
mais seu resultado.
Após a implantação do sistema de custo na empresa dos doces, foi percebido que
todos os doces estavam gerando um resultado positivo, a não ser o de nozes e de branquinho,
que poderiam sofrer alterações no seu preço de venda, ou seja, deveria ser aumentado o preço
de venda ou aumentado a quantidade produzida para poder atingir o ponto de equilíbrio e
poder então começar a gerar resultado positivo também. Considerando que, os dois doces que
geram resultado negativo para a empresa, não podem ser tirados de produção, pelo fato de que
os custos fixos são rateados entre eles também, e caso a empresária parasse de produzir o doce
de nozes e de branquinho, aumentaria o custo fixo dos demais tipos de doces e
consequentemente diminuiria o resultado.
Com base no levantamento de dados da pesquisa realizada, foi simples chegar aos
custos de todos os produtos calculados no desenvolver do trabalho, esses resultados foram
repassados para a empresária, que a partir dai então ela poderá reformular seus preços de
venda conforme os custos analisados durante a pesquisa, e consequentemente obter maior
crescimento e margem de lucro positiva para sua empresa.
Para mim, o presente trabalho amplia a área dos meus conhecimentos em relação ao
levantamento dos custos fixos e variáveis, a formação do preço de venda e saber analisar o
custo, volume e resultado, onde percebe-se que, todo o processo, desde o início da compra da
matéria prima até a venda, cada cuidado deve ser estudado minuciosamente para evitar falhas
e no final, obter uma boa margem de lucro.
89
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