Delimitação de Área de Denominação de Origem da Região Pedra

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Governo do Estado do Rio de Janeiro - SEDEIS
Departamento de Recursos Minerais – DRM-RJ
Delimitação de Área de Denominação de Origem da
Região Pedra Madeira Rio de Janeiro – 06/08/2010
Nota Técnica
Ref.:
Caracteriza
geográfica
da
a
delimitação
Denominação
de
Origem “Região Pedra Madeira Rio de
Janeiro”, para o produto “Pedra de
Revestimento”
1. Apresentação
A presente Nota Técnica caracteriza o meio físico e cultural onde se desenvolve a
Denominação de Origem “Região Pedra Madeira Rio de Janeiro” para o produto “Pedra de
Revestimento”.
O Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ) do Governo do Estado do Rio de
Janeiro, em parceria com o CETEM (Centro de Tecnologia Mineral da Universidade Federal
do Rio de Janeiro) e o SEBRAE, vem aproximadamente uma década acompanhando a
produção da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” na Região Noroeste do Estado do Rio de
Janeiro, procurando desenvolver o setor de mineração voltado para rochas de revestimento
na região através de ações de reconhecimento de novas áreas de exploração, a segurança
do trabalho, a tecnologia de exploração, o aproveitamento dos resíduos e o retorno sócioambiental da exploração mineral na região. Na Região Noroeste do Estado do Rio de
Janeiro a produção da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” é tradicional, iniciando-se na década
de 1960 e continuando até os dias de hoje sem interrupção e com aumento da produção e
de novos usos para este material, conforme apresentado no documento Histórico da
Região (Anexo 1).
2. Introdução
A “Pedra Madeira Rio de Janeiro” extraída na Região Noroeste do Estado do Rio de
Janeiro para uso como Pedra de Revestimento trata-se de rocha e para poder-se delimitar a
sua área geográfica de abrangência é necessário primeiro entender a sua gênese e definir
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os limites geológicos de sua ocorrência. Assim, além dos estudos desenvolvidos no projeto
para delimitação da Denominação de Origem da Região Pedra Madeira Rio de Janeiro,
também são utilizadas informações de trabalhos anteriores com reconhecimento através de
publicações científicas em revistas especializadas de reconhecimento nacional e
internacional, devidamente referidos e listados no documento Laudo Técnico (Anexo 2) da
“Pedra Madeira Rio de Janeiro”.
O produto denominado “Pedra Madeira Rio de Janeiro” apresenta 4 (quatro)
variedades: “Branca”, “Rosa”, ‘Verde” e “Amarela”. Estes produtos são utilizados
para revestimento de pisos e paredes, tanto em ambientes externos quanto internos.
A área de maior extração e beneficiamento da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” ocorre
no município de Santo Antônio de Pádua, entretanto esta rocha ocorre, com as mesmas
características na área delimitada para a Denominação de Origem “Região Pedra
Madeira Rio de Janeiro”, que engloba partes dos municípios de Santo Antônio de Pádua,
Itaperuna, São José de Ubá e Aperibé. Está região está limitada pelas coordenadas
extremas
Para a delimitação geográfica da área da Denominação de Origem “Região Pedra
Madeira Rio de Janeiro” utilizou-se elementos como rios e córregos, serras, cumeadas de
morros, estradas estaduais e federais e parte do limite estadual entre os estados do Rio de
Janeiro e Minas Gerais e Espírito Santo, descritos no documento Memorial Descritivo
(anexo 3) que definiu a “Região Pedra Madeira Rio de Janeiro”. A região possui
coordenadas extremas Norte 21° 07’ 06”S, Leste 41° 47’ 28”W, Sul 21° 42’ 48”S e Oeste 42°
18’ 02”W. Assim a Denominação de Origem “Região Pedra Madeira Rio de Janeiro”
apresenta uma área aproximada de 750 quilômetros quadrados. O beneficiamento da
“Pedra Madeira Rio de Janeiro” está tradicionalmente vinculado à região Noroeste do
Estado do Rio de Janeiro, sendo desenvolvido em serrarias que estão localizadas no
entorno da área de ocorrência geológica da referida rocha. Desta forma, foi delimitada uma
Área de Beneficiamento da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” ao redor da área da
Denominação de Origem “Região Pedra Madeira Rio de Janeiro”, conforme Memorial
Descritivo (Anexo 3), possuindo coordenadas extremas Norte 20° 45’ 44”S, Leste 41° 44’
25”W, Sul 21° 42’ 48”S e Oeste 42° 21’ 57”W.
Segue em anexo os documentos abaixo listados:
Anexo 1: Histórico da Região
Anexo 2: Laudo Técnico
Anexo 3: Memorial Descritivo
Anexo 4: Mapa de Delimitação
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ANEXO 1
HISTÓRICO DA REGIÃO PEDRA MADEIRA RIO DE JANEIRO
1. INTRODUÇÃO
Até 1975, a Região denominada e reconhecida como Norte Fluminense, por todos os
agentes públicos, pela sociedade civil, e pelos técnicos, abrangia toda a parte setentrional
do Estado do Rio de Janeiro, sem considerar a divisão atual em Norte e Noroeste.
De acordo com Cruz,(2003), a representação social da Região Norte Fluminense ampliada,
correspondia, até 1970, ao território abrangido por três microrregiões: Microrregião
Açucareira de Campos, Microrregião de Itaperuna e Microrregião de Miracema. No Censo
de 1970, esta Região era composta por 14 municípios: Campos do Goytacazes, Conceição
de Macabu, Macaé, São Fidelis, São João da Barra, Bom Jesus de Itabapoana, Itaperuna,
Laje do Muriaé, Natividade do Carangola, Porciúncula, Cambuci, Miracema, Itaocara e
Santo Antonio de Pádua. O Norte Fluminense, como denominação oficial, só veio a
aparecer a partir do Censo Agropecuário de 1975, englobando as três microrregiões
citadas, mais o município de Itaocara.
Seguindo ainda a cronologia do texto de Cruz, a partir de 1980 a denominação passa a ser
MesoRegião Norte Fluminense, ainda formada pelas três microrregiões já mencionadas.
Somente no Censo de 1991, surge a Mesorregião Noroeste Fluminense, que foi
desmembrada do Norte, em 1987.
2. O CENÁRIO
De uma das regiões mais desenvolvidas e inovadoras do Rio de Janeiro, a Região Norte
Fluminense foi sofrendo um processo histórico de esvaziamento econômico e de perda de
influência política que a coloca hoje no outro extremo da escala estadual.
Sua posição geográfica é periférica em relação à Região Metropolitana e limítrofe com
regiões vizinhas pouco desenvolvidas ou que sofreram processo de recessão econômica,
como o sul do Espírito Santo e a Zona da Mata Mineira.
A base econômica regional foi fundada durante séculos no cultivo e na industrialização da
cana-de-açúcar, complementada por algumas outras atividades agrícolas como a
economia cafeeira e a pecuária extensiva.
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A grande lucratividade do setor canavieiro acabou por desestimular a produção agrícola de
subsistência e reduziu a tal ponto a criação de gado, que a Região passou a importar
cereais e bois a partir da segunda metade do século XIX.
Todavia, a partir dos fins do século XIX, fatores de ordem econômica e política
desestruturam este sistema, e a Região começa a perder competitividade frente a outros
estados, notadamente São Paulo. Quatro fatores explicativos podem ser citados para o
longo período de estagnação que permeou a Região por quase todo o século XX:
i) a abolição da escravidão;
ii) os desmembramentos territoriais do município de Campos;
iii) o fim do ciclo do café e a crise da economia do Rio de Janeiro; e
iv) a perda de competitividade da agroindústria açucareira do Norte Fluminense.
Além disto, alguns outros fatores de ordem econômica contribuíram para obstaculizar o
desenvolvimento regional, como a deficiência de energia elétrica; a elevada concentração
de renda (restrição do consumo); baixos índices de poupança agregada; baixa qualificação
da mão-de-obra e capacidade empresarial limitada.
3. COMO TUDO COMEÇOU
A história do Norte Fluminense é muito rica de acontecimentos e, de certa forma, se
confunde com a própria história da formação do Brasil Colônia.
Como se sabe, para estimular a vinda e a permanência de colonos para o Brasil, a Coroa
portuguesa concedia vantagens e poderes soberanos, aos súditos que se dispusessem a
arriscar sua integridade física na aventura da colonização da nova terra.
Para isto o Governo Português instituiu então, o sistema de capitanias hereditárias, que
consistia em dividir o litoral em 15 setores lineares, a serem doados a titulares, dotados de
muito poder e regalias.
A ocupação da Região Norte Fluminense começa com a doação da Capitania de São
Tomé, feita por Martim Afonso de Souza a Pero Góis da Silveira, em 1534, e confirmada
por D. João III, em 28 de janeiro de1536.
As terras partiam das margens do rio Macaé e avançavam 30 léguas para o Norte,
incluindo as terras planas e de campos habitadas pelos índios Goitacás, de onde surge a
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denominação de “Campos dos Goitacás”. Pero Góis iniciou a ocupação, criando uma
localidade denominada “Vila da Rainha”, pelos idos de 1538, próxima à foz do Rio
Itabapoana, antes conhecido como Rio Managé.
Aí, segundo conta a história, foram plantadas as primeiras mudas de cana-de- açúcar no
Norte Fluminense, aproveitando o rio, as matas para fornecimento de lenha para o
engenho, e trazendo os primeiros escravos africanos para o trabalho, uma vez que os
índios nunca se submeteram a este tipo de tarefa.
Depois de anos de árduo trabalho e atacados valentemente pelos índios Goytacazes, que
defendiam as suas terras, Pero de Góis e os colonos desistiram da empreitada e
abandonaram o povoamento.
Os documentos históricos registram que esta primeira tentativa não deu resultado, devido
à resistência dos indígenas e à falta de apoio para a colonização.
Passados alguns anos, seu filho, Gil de Góis tentou prosseguir com a obra do pai, mas,
igualmente, foi derrotado pelos índios e, pobre e desolado, resolveu devolver a capitania à
Coroa, o que se deu em 1619.
Alguns anos mais tarde, em 1627, sete militares solicitaram ao governador do Rio de
Janeiro, Martim Correia de Sá, que estas terras devolutas lhes fossem dadas como
recompensa pelos serviços prestados nas lutas contra os invasores holandeses e contra
os piratas ingleses e franceses que infestavam o litoral Norte Fluminense. Em 19 de agosto
de 1627, Martim Correia de Sá concedeu-lhes, em sesmaria, as terras reclamadas que iam
desde o rio Macaé, correndo a costa, até o rio Iguaçu, ao Norte do Cabo de São Tomé, e
para o sertão até o cume das serras". Assim, pelo litoral, as terras iam de Macaé até quase
a foz do rio Paraíba do Sul e para o interior até as serras que formavam o vale do rio
Paraíba do Sul, na divisa com Minas Gerais. A intenção do governador Martim Correia de
Sá era povoar a Região, abandonada, pois o comércio do pau-brasil havia se.esgotado.
Os famosos “Sete Capitães”, como ficaram conhecidos eram: Miguel Aires Maldonado;
Miguel da Silva Riscado, Antônio Pinto Pereira; João de Castilho Pinto; Gonçalo Correia de
Sá; Manuel Correia e Duarte Correia.
No final do ano de 1632, os Sete Capitães reuniram-se em Cabo Frio e no dia 2 de
dezembro de 1632 partiram até a aldeia de índios pacificados, localizada na foz do rio
Macaé.
Iniciaram então a exploração das terras que tinham recebido em sesmaria, procurando por
pastagens naturais para criação de gado bovino, o que encontraram nas proximidades da
Lagoa Feia e às margens do Rio Paraíba do Sul.
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Os sete desbravadores ainda realizaram outras viagens de exploração, entre 1633 e 1634,
durante as quais implantaram currais e fazendas de criação de gado. Fica claro, portanto
que a pecuária foi o fator pioneiro de ocupação das terras, precedendo qualquer atividade
agrícola.
Em 1647, os “Campos dos Goitacás ou Goitacazes” já floresciam, quando Salvador
Correia de Sá e Benevides assumiu o cargo de Governador do Rio de Janeiro, iniciando
um longo período de violências, revoltas e crimes na história da Região.
Os “capitães” Miguel Aires Maldonado e João de Castilho Pinto se tornaram inimigos do
governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e Benevides, que em vingança
promoveu uma verdadeira espoliação nas terras que tinham sido doadas aos Sete
Capitães.
Alegando confusão na delimitação das propriedades, Salvador Correia de Sá e Benevides
elaborou uma "escritura diabólica" - como afirmam os cronistas - dividindo as terras
exploradas em 12 quinhões, dos quais quatro e meio foram destinados aos Sete Capitães
e seus herdeiros, três ao próprio governador, três à Companhia de Jesus , um para o
provedor da fazenda Pedro de Sousa Pereira (casado com Ana Correia, portanto genro de
Manuel Correia, primo do governador) e meio quinhão aos monges da Ordem de São
Bento.
Alberto Ribeiro Lamego, o grande e ilustre estudioso da vida campista, no seu famoso livro
“O Homem e o Brejo” relata assim: “Em 1648, Salvador Correia de Sá e Benevides,
governador do Rio de Janeiro, toma conhecimento dos Campos dos Goitacás. Abusando
de seu poder e posição, e de parceria com Jesuítas e Beneditinos, compele os capitães
ainda vivos a assinarem uma escritura de composição, na qual governador e religiosos são
bem aquinhoados na partilha da planície.”
Os Sete Capitães, que eram os legítimos possuidores, foram assim despojados de quase
2/3 das terras que tinham recebido e explorado. A divisão só se manteve porque, de todos
os sete, somente Miguel Aires Maldonado e João de Castilho Pinto demonstraram forte
interesse nas terras e mantiveram forte oposição ao governador e aos religiosos.
Começa assim um longo período de disputas e lutas entre os Assecas (descendentes de
Correia de Sá), religiosos e colonizadores. Estes últimos, começam a se organizar para
uma revolta armada, sob a liderança de uma mulher que se tornaria famosa - Benta
Pereira de Souza.
O rebanho criado a solta em terras mal demarcadas cresceu muito e a cana-de açúcar e
os engenhos já faziam parte da paisagem da Região, por volta de 1700. Sobre todo o
comércio de gado e açúcar incidiam tributos cada vez mais extorsivos, aumentando o
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descontentamento dos primitivos colonizadores. A desorganização social e a fervilhante
inquietação que agita os Campos não se limitam à revolta do povo contra os donatários,
mas cria também desavenças entre os próprios fazendeiros.
Para tentar colocar ordem na situação, chega a Região, em 1740, o famigerado
desembarga dor Manuel da Costa Mimoso, recebido com gala pelos Assecas e jesuítas.
Começa uma violenta repressão, com prisões, confiscos de terras e denúncias, causando
o pânico e aumentando a insatisfação dos colonizadores, sempre sob a liderança de Benta
Pereira de Souza, em cuja casa ocorriam as reuniões secretas dos revoltados.
Em 1748, a situação de opressão e de revolta chega ao seu clímax e começa uma
verdadeira batalha campal. De um lado a força do Governo institucional, mercenários e
escravos dos senhores de engenho; e do outro a brava gente da própria terra, cansada de
anos de exploração, comandada por Benta Pereira de Souza.
O Governo da Colônia reage imediata e severamente e manda para Campos o General
João de Almeida e Souza, com duzentos soldados armados com pesada artilharia. Benta
Pereira, sua filha Mariana Barreto e seus heróicos companheiros são derrotados e presos,
em 1751.
Os revoltosos conseguem que as notícias desta revolta cheguem aos ouvidos do Rei em
Lisboa, que contrariado com os acontecimentos, decide comprar a capitania, incorporandoa aos bens da Coroa e terminando assim com um século de tirania dos Correia de Sá.
Nesta época, a cana-de açúcar já começava a se transformar na grande riqueza da
Região, marcando definitivamente a história regional. O “Ciclo do Açúcar” havia começado,
absorvendo tudo e relegando a um plano secundário qualquer outra atividade e se
transformando no grande e definitivo capítulo da história do Norte Fluminense.
4. A CANA-DE-AÇUCAR NO NORTE FLUMINENSE
Como se sabe, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no século XVI, em São Vicente,
migrando para o Nordeste, onde encontrou seu habitat adequado e apogeu de produção,
caracterizada por três aspectos básicos, que Caio Prado Júnior cita em sua obra
referencial Formação do Brasil Contemporâneo (1945): o latifúndio, a monocultura, e a
utilização de trabalho escravo.
Com relação à introdução da cultura canavieira na Região Norte Fluminense, existem
dúvidas quanto a época exata. Porém, se aceita correntemente que foi por volta de 1538,
que Pero de Góis plantou a primeiras mudas de cana no povoado de Vila da Rainha, atual
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município de São João da Barra, como dito anteriormente. Porém, devido aos
permanentes conflitos com os índios, Pero de Góis abandona a empreitada e retorna ao
Reino por volta de 1548.
O ilustre e famoso engenheiro e historiador campista Alberto Ribeiro Lamego registra em
seus estudos que após esta frustada tentativa de implementação de engenhos de açúcar
em São João da Barra, o plantio voltaria a ser feito e o primeiro engenho de açúcar na
Região somente surgiria no século XVII, com a fundação do engenho de São Salvador, em
1652.
Com a retomada da Capitania por parte da Coroa portuguesa, em parte causada pela
Revolta de Benta Pereira de Souza, o cultivo da cana se alastra, substituindo a criação de
gado na planície goitacá, o que coincide com a queda de produção no Nordeste brasileiro,
e aumento da demanda internacional.
Campos dos Goytacazes se transforma no centro produtor, comercial e político de todo o
Norte Fluminense, prosperando rapidamente, tanto do ponto de vista econômico como do
ponto de vista político e cultural, ocupando um lugar de destaque na estrutura social e
política do Estado do Rio de Janeiro.
Campos dos Goytacazes supria os estados do Rio de Janeiro e da Bahia com gado
bovino, cavalos, farinha e milhares de caixas de açúcar. No final do século XVIII, a cidade,
que já contava com cerca de 300 engenhos, comercializava mais de 50.000 caixas de
açúcar de 50 arrobas cada. No primeiro quarto do século XIX, o número de engenhos já se
aproximava dos 700.
Como desdobramento desse processo, outro marco, que se destaca, foi a introdução do
engenho a vapor e a criação de usinas no final do século XIX, sendo o Engenho Central de
Quissamã, construído pelo Governo Imperial Brasileiro, o primeiro a entrar em
funcionamento na América Latina, em 1877 (BARBOSA, 2003, p.113).
Um dos maiores entraves ao desenvolvimento da agroindústria açucareira da Região, era
o transporte da produção, principalmente para a metrópole. O transporte terrestre era
dificultado pelos terrenos alagadiços e pelos constantes ataques de índios e aventureiros.
Recorde-se que o principal mercado para os produtos agrícolas de Campos era o Rio de
Janeiro, que se consolidara como o centro econômico e político do país, com a vinda da
família Real em 1808.
Com avanço do processo de industrialização da produção açucareira, a expansão do
mercado de bens de consumo não duráveis - sobretudo do principal mercado consumidor
de Campos, o Rio de Janeiro, a estruturação de redes eficientes de transporte colocara-se
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então como condição sine qua non para a expansão das atividades econômicas do Norte
Fluminense.
Houve, portanto, importantes avanços no que tange a transportes, tendo em vista
principalmente, a necessidade de um fluxo regular da produção regional para os centros
consumidores de outras regiões.
A fase ascendente do ciclo da produção açucareira no Norte Fluminense atraiu inúmeros
investimentos em atividades meio, inclusive com a participação ativa dos “barões do
açúcar”.
No ano de 1854, foi constituída a Companhia Macaé-Campos, a qual detinha uma
pequena frota de barcos a vapor que faziam o transporte fluvial facilitando o comércio e a
conexão intra-regional.
O comércio inter-regional que se fazia entre Campos e o Rio de Janeiro, entre 1850 e
1870, era realizado, em grande parte, pelos barcos a vapor que, seguindo o Rio Paraíba
em direção a sua foz, transportavam os produtos até o porto do município de São João da
Barra.
Estes produtos, por sua vez, eram transferidos para os “vapores” - embarcações de médio
e grande porte que seguiam para o Rio de Janeiro por via marítima, com apoio em Macaé.
O município de Macaé, com o seu porto, foi durante décadas, rota natural para o
escoamento da produção do Norte Fluminense, em especial a produção de carne bovina.
A necessidade de desenvolvimento de transportes mais eficientes ligando Campos a
Macaé era premente.
Em 1863, começou o serviço de escavação de um canal cujo objetivo era a ligação, pela
via fluvial, de Campos a Macaé. Em 19 de fevereiro de 1872, começou a navegação do
canal, partindo para Macaé, o vapor chamado Visconde. O objetivo era facilitar o
escoamento da produção, inclusive do café produzido na Região, já considerado o
principal produto de exportação do país.
O século XIX marca o período de maior prosperidade da indústria canavieira campista,
com a paulatina substituição dos engenhos pelas usinas, cujos donos formavam uma
oligarquia com grande poder econômico e político: os “barões e baronesas do açúcar,
senhores das terras e dos escravos”. Consta que a primeira usina açucareira instalada no
Brasil foi a Usina do Limão, em Campos, no ano de 1879.
No final do século XVIII, a Região Norte Fluminense chegou a ter mais engenhos que a
Região Nordeste do Brasil. Em 1785, eram 236 engenhos de açúcar, como mostram os
dados da Tabela seguinte.
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Tabela 1 - Região Norte Fluminense, Número de Engenhos e Produção
Sucroalcooleira em Campos dos Goytacazes – 1785
DESCRIÇÃO
TOTAL
Engenhos
236
Engenhocas
09
Arrobas de Açúcar
128.580
Medidas de Aguardente
55.905
Fonte: Couto Reys, 1997
Na metade do século XX, a partir da década de 1950, começa o declínio da produção
sucroalcooleira campista, com uma significativa perda de expressividade da Região no
âmbito macrorregional e nacional, vis-a-vis ao crescimento da produção paulista,
caracterizada pelo aumento da produtividade e modernização de instalações.
Na década de 1970, a produção de açúcar e álcool tem um novo alento devido aos
estímulos à indústria sucroalcooleira oferecidos pelo Governo Federal por intermédio do
programa Proalcool. No entanto esta recuperação durou pouco tempo e a partir de 1980 o
setor entra em definitivo colapso. Para exemplificar, o número de usinas de açúcar e álcool
diminuiu de 32 para 12, entre 1930 e 2000.
5. AS PRIMEIRAS VILAS
Para tornar efetivo o processo de ocupação e controle territorial, os agraciados com as
terras da coroa tinham a obrigação de criar as vilas e cidades, de preferência junto ao
litoral ou dos rios, para servirem de pontos de escoamento dos produtos agrícolas.
As localidades, surgidas espontaneamente, eram minoria, ou seja, regra geral eram
criadas por decisão dos donatários ou dos senhores de terras. Eram, portanto e ao mesmo
tempo, centros comerciais e centros administrativos. Algumas localidades eram criadas
para servirem de postos de vigilância, outras, surgiam em torno de alguma capela em
associação com a igreja católica. Neste sentido a principal área de interesse da Região foi
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o local da antiga vila de São Salvador dos Campos, atual cidade de Campos dos
Goytacazes, a primeira vila a ser criada em toda a Região (1673).
Posteriormente foram fundadas as vilas de São João da Barra, em 1676, e mais tarde a de
Macaé, em 1814. São João da Barra foi instalada para ser o principal porto da região e
seus estaleiros chegaram a fabricar e exportar navios para outras regiões. Já Macaé,
antiga aldeia indígena, cresceu com a atividade portuária, servindo de conexão entre a
Região Campista e a cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com Reis, 1997, (apud Faria 2006), os primórdios da colonização do Norte
Fluminense estão ligados, historicamente, ao processo de urbanização de Campos dos
Goytacazes “, a metrópole mais rica e populosa das submetidas ao Rio de Janeiro”.
Ela exerce o papel de ponto estratégico para a ocupação e organização do espaço
regional, tanto para o Norte da Província do Rio como para as aglomerações de Minas
Gerais que utilizavam o seu porto, na foz do rio Paraíba do Sul, ou a estrada de Campos a
Niterói, para transportar as mercadorias até a cidade do Rio de Janeiro.
Os quatro municípios mais antigos - Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Macaé
e São Fidelis foram sendo desmembrados, dando origem aos outros municípios que
formam o Norte e Noroeste Fluminense, conforme Tabela seguinte.
Tabela 2 - Criação dos Municípios por Desmembramento
Município
Campos dos Goytacazes
São João da Barra
Macaé
São Fidelis
Itaperuna
Santo Antonio de Pádua
Itaocara
Cambuci
Miracema
Bom Jesus de Itabapoana
Natividade de Carangola
Porciúncula
Conceição de Macabu
Laje do Muriaé
Italva
Cardoso Moreira
Quissamã
Aperibé
Varre Sai
São José de Ubá
Carapebus
São Francisco do Itabapoana
Fonte: Faria (2006)
Ano de Implantação
1673
1676
1814
1850
1885
1889
1890
1891
1935
1938
1947
1947
1953
1963
1986
1989
1989
1993
1993
1995
1997
1997
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Região
Norte
Norte
Norte
Norte
Noroeste
Noroeste
Noroeste
Noroeste
Noroeste
Noroeste
Noroeste
Noroeste
Norte
Noroeste
Noroeste
Norte
Norte
Noroeste
Noroeste
Noroeste
Norte
Norte
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Neste resumo histórico desta tradicional Região Norte do Rio de Janeiro, cujo capítulo
mais significativo é, sem dúvida alguma, a era do açúcar, uma vez que desde o início de
sua ocupação, por volta de 1538, até os dias atuais, vem moldando a economia e a cultura
local, determinando a sua estrutura social e a sua vida política.
Muito recentemente, dois novos fatores foram acrescentados a esta história regional: a
criação do pólo universitário, pontificando a criação da Universidade Estadual do Norte
Fluminense, Darcy Ribeiro, em 1993; e a descoberta e exploração do petróleo na Bacia de
Campos, pela Petrobras, em 1974. O tempo histórico, que exige uma prudente espera para
oferecer informações consistentes, ainda é muito pequeno em ambos os casos, o que não
permite tirar conclusões fundamentadas.
De qualquer maneira é possível registrar que a grandeza dos impactos destes grandes
eventos - um de natureza cultural, e outro de natureza econômica - começa a provocar
uma transformação pontual na economia e na sociedade da Região, estabelecendo um
interessante contraponto com a rigidez do tradicionalismo agroaçucareiro, que ainda não
conseguiu compreender e aproveitar as oportunidades oferecidas por estes dois setores
com dinâmicas inovadoras.
BREVE HISTÓRICO DOS MUNICÍPIOS
Região Noroeste Fluminense
Aperibé
O topônimo Aperibé nasceu vem de Ape Ribe, que em tupi-guarani significa Cachimbo
Aceso.
Para ser contada, a história de Aperibé deve ser iniciada ainda ao século XIX, quando era
apenas uma região de propriedades rurais, longe das cidades e denominada Santo
Antônio do Retiro. Os primeiros habitantes, índios Puris, foram substituídos por
agricultores, que se estabeleceram na localidade de "Pito Aceso". Sentindo que a
produção das lavouras crescia paralelamente com a densidade de sua população e não
podendo mais suportar o pesado ônus que lhes acarretava os arcaicos processos de
transportes, o carro de bois e a tropa de burros, únicos que se lhes colocavam à
disposição, os fazendeiros desta região, para levar o produto ao maior e mais próximo
empório comercial, que era, naquela época, a cidade de São Fidélis, associaram-se e
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deram início à realização do grande sonho, que era aproximá-los por meio de um ramal
férreo.
Em 1876, iniciaram-se os estudos do traçado da ferrovia, sob a responsabilidade do
engenheiro Dr. Vieira Braga. A extensão da linha férrea era 15 léguas e 469 metros, ou
seja, 92 quilômetros e 469 metros, com a bitola de um metro, tendo no seu início na
estação de "Luca" à margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, em São Fidélis.
Oficialmente inaugurada em 10 de agosto de 1883, a estação denominada Chave do Faria,
onde havia uma comutação para desvio dos trens, se transformou em um local de
comércio, impulsionado pelas facilidades trazidas pela ferrovia. A iniciativa política de
prestar justa homenagem aos verdadeiros donos das terras fez com que, em 2 de julho de
1890, o então governador Francisco Portela acolhesse, a pedido, a elevação a distrito
policial do povoado de Santo Antônio do Retiro, que, mais tarde, passou a ser denominado
Aperibé. Tendo como ponto de referência a Serra da Bolívia, um maciço de cerca de 400
m. de altitude, às margens da mais importante bacia hidrográfica do Estado do Rio de
Janeiro, tombada como Área de Preservação Ambiental (APA).
Bom Jesus do Itabapoana
Itabapoana possui vários são os significados. Na língua indígena: Ita- significa pedra.
Taba- significa aldeia. Poan – barulho das águas sobre as pedras. Itabapoana-pedra
empinada da aldeia do barulho das águas.
Por volta de 1842, chegou às terras onde hoje se acha localizada a cidade de Bom Jesus
de Itabapoana, em busca de terrenos virgens adaptáveis aos tratos agrícolas, o mineiro
Antônio José da Silva Nenem. Ele procedia de Bom Jesus da Vista Alegre, lugarejo de
Minas Gerais, de onde trouxe, em sua companhia, a esposa, dois filhos e alguns
empregados, desde logo se dedicando ao desbravamento do local, construindo moradia e
fazendo plantações. Campo Alegre foi o primeiro nome dado à povoação nascente, em
homenagem a Vista Alegre que, para trás, o pioneiro deixara. Mais tarde, como pelas
proximidades passasse o Rio Itabapoana, foi mudada novamente, agora para Bom Jesus
do Itabapoana, em recordação ao lugarejo de Minas, Bom Jesus da Vista Alegre, terra
natal de Antônio José da Silva Nenem.
Com o decorrer dos anos, forte corrente imigratória para lá se dirigiu, constituída quase
toda de conterrâneos dos primitivos povoadores. É ainda a tradição que nos dá notícia da
existência de tribos indígenas em terras do atual território do Município, não propriamente
no local onde hoje se encontra sua sede, mas a 15 quilômetros de distância, mais ou
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menos nas vertentes da Serra do Tardin. Essas tribos, segundo informes locais,
subsistiram ali até meados de 1850.
O elemento negro foi introduzido pelos que imigravam, atraídos pela perspectiva de
explorar a terra fértil. O escravo, com o trabalho persistente e barato, representou papel
primordial na evolução da agricultura e na economia local. Em 1853, com a Lei Imperial de
nº 636, foi criada a Freguesia de Novas Senhoras da Natividade do Carangola, no dia 19
de março de 1856, ante a necessidade de um policiamento mais acentuado, o Conselheiro
Luiz Antônio, Presidente da Província, resolveu criar uma sub-delegacia de polícia no novo
Arraial do Bom Jesus.
Em 1862, o arraial já apresentava grandes progressos. Muito importante foi, sem dúvida, o
Decreto nº 1.261, de 14 de novembro de 1862, que estabeleceu: "Art.1º - O Arraial do
Senhor Bom Jesus, na Freguesia de Nossa Senhora da Natividade, no município de
Campos, fica com predicado de Freguesia com a inovação do "Senhor Bom Jesus do
Itabapoana".
Por força do Decreto nº 2.810, de 24 de novembro de 1885, Bom Jesus do Itabapoana
passou à jurisdição do município de Itaperuna, criado nesta data e por este Decreto. Em 24
de novembro de 1890, já no período republicano, a freguesia foi elevada à categoria de
Município, em virtude do progresso que em suas terras se observava, nessa época. O
Decreto nº 150, desta data, rezava: "Fica criado o município de Bom Jesus do Itabapoana,
com os atuais limites tendo por sede a povoação de Bom Jesus de Itabapoana, com a
denominação de Vila de Itabapoana".
Apenas dois anos vigoraram os termos deste Decreto, pois, em 8 de maio de 1892, um
outro Decreto, de nº 1 foi lavrado, suprimindo os municípios de Itabapoana, Monte Verde e
Natividade do Carangola. Data desse tempo a campanha de reivindicação encabeçada
pelos elementos de maior influência na região. Entre os que mais se bateram por essa
causa, são dignos de menção os nomes de Francisco Teixeira de Oliveira, João Catarino,
Jerônimo Batista Tavares e Pedro Gonçalves da Silva. Finalmente, depois de uma luta
política cheia de vigor, foi reconquistada a autonomia de Bom Jesus do Itabapoana, em
virtude do Decreto nº 633, de 14 de novembro de 1938, tendo a instalação do município
verificada a 1º de janeiro de 1939.
Até hoje, o município de Bom Jesus de Itabapoana conserva quase todos os costumes e
tradições dos seus antepassados, oriundos de Minas Gerais. Com a chegada da família
Teixeira de Siqueira, procedente de Portugal, por volta do ano de 1780, marcava-se o
início das festas do Divino Espírito Santo, em maio de 1863.
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A eles, deve-se a tradição da festa. Eles receberam das mãos da senhora Dona
Felicíssima, em 1860, quando para cá vieram, as "Relíquias da Coroa e do Cetro do Divino
Espírito Santo", chegadas de Portugal e conservadas, até aquela data, na casa da família,
com autorização do Senhor Bispo de Mariana. Com as relíquias, receberam da Dona
Felicíssima a recomendação de trazê-las para a Fazenda da Barra (Barra do Pirapetinga)
e, logo que possível, entregá-las à Igreja do Arraial, para aqui continuarem as devoções
tradicionais: "sejam propagadores da devoção ao Divino Espírito Santo, continuem com as
orações, novenários, visitas às casas de famílias e a Oratórios". Obedecendo, os filhos
trouxeram as relíquias para a fazenda do Comendador Antônio Teixeira Siqueira e
continuaram religiosamente a cumprir a devoção, com procissões entre as fazendas. Em
cada fazenda, era mantido pela família um oratório onde se realizavam devoções e
quaisquer cerimônias religiosas.
Um destes se conserva até hoje, com a família do Sr. Ernesto Lumbreiras. Anualmente,
eram escolhidos os Provedores da Festa. Em 1863, estando o menino Pedro Teixeira Reis
gravemente enfermo, seus pais, Joaquim Teixeira de Siqueira Reis e Dona Jovita
Umbelina Teixeira (descendentes do casal Francisco e dona Felicíssima), prometeram ao
Divino Espírito que, se o curasse, vesti-lo-iam a caráter como Imperador do Guarda da
Coroa e do Cetro. Conseguindo a cura do menino, a promessa foi cumprida, tendo o pai do
menino, Joaquim Teixeira de Siqueira Reis, ido comprar a roupa na corte. Lá, adquiriu a
febre amarela, que então grassava. Voltou para casa e ainda assistiu à Festa do Divino,
mas foi a primeira vítima desta moléstia, na região.
Iniciou-se, desde então, a tradição de um Imperador da Guarda da Coroa e do Cedro, que
se perpetuou enquanto durou a tradição da Festa do Divino Espírito Santo, isto é, até
1955, quando Jamil Figueiral Ribeiro foi o Imperador. Sobre esta festa, disse o vigário de
Bom Jesus:
"A coroa e o cetro do Divino Espírito Santo constituem as relíquias mais antigas da história
e da fé da nossa terra e da nossa gente. Ignorá-las significaria o desconhecimento da força
da fé, representaria não ser fiel às origens e às verdadeiras tradições da nossa terra e,
sobretudo, não respeitar e não amar a nossa gente". Padre Paulo Pedro Seródio Garcia
(descendente do casal Teixeira de Siqueira).
Parte integrante da história de Bom Jesus é o Padre Antônio Francisco de Mello, que
chegou em Bom Jesus do Itabapoana, procedente da Ilha de São Miguel, em Portugal, no
ano de 1899. Aqui permaneceu por quase meio século, vindo a falecer no dia 13 de agosto
de 1947, em plena festa. Grande conhecedor da língua pátria, dono de rara sensibilidade,
deixou vários poemas que são sempre lembrados, especialmente o que de mais perto fala
o coração do bonjesuense: "Morrer Sonhando". Entendendo de matemática e engenharia,
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foi também o remodelador da Igreja Matriz, erguendo uma de suas torres em 1931,
conservada até nossos dias e tida como arrojado feito de engenharia.
Cambuci
O município de Cambuci teve as suas terras desbravadas no princípio do século XIX,
aproximadamente no ano de 1810.
Seu território municipal originou-se à partir da concessão de uma sesmaria doada à família
Almeida Pereira, que abrangia toda a zona conhecida ainda hoje por seu nome primitivo de
São Lourenço, situada no atual distrito de São João do Paraíso, antes conhecido como
"Paraisinho".
Outras duas localidades foram devassadas logo após a concessão da citada sesmaria, as
quais receberam as denominações de São José de Ubá e Bom Jesus do Monte Verde.
A comuna foi habitada pelos índios "Puris", originários da tribo dos Coroados, procedentes
dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais.
A
presença
do
elemento
negro,
escravizado,
contribuiu
sobremaneira
para
o
desenvolvimento econômico do local, principalmente no setor agrícola.
No dia 4 de novembro de 1861, em virtude do progresso verificado no Curato (povoação
pastoreada por um vigário) do Senhor Bom Jesus do Monte Verde, o governo lançou o
Decreto Estadual nº 1203, cujo texto assim diz: "O Curato do Bom Jesus do Monte Verde
fica elevado a categoria de freguesia - com os limites eclesiásticos que ora tem, excluída a
vertente do Rio Paraíba, compreendida entre as fazendas do Francisco Cruz e Prudêncio
José da Silva, seguindo pelo Valão do Padre Antônio até a fazenda Joaquim Alves, a qual
vertente passará a incorporar-se ao território da freguesia de São José de Leonissa, e a
nossa freqüência pertencerá ao município de São Fidelis".
Passado um ano, por deliberação de 21 de março de 1862, foi criado neste mesmo local o
distrito de paz, cujos limites eram os mesmos da freguesia. No período compreendido
entre os anos de 1880 e 1890, tiveram início os primeiros movimentos pela criação do
futuro município, com intensa campanha, tendo logrado êxito em virtude da edição do
Decreto nº 222, de 6 de maio de 1891, que o denominou de município de "Monte Verde",
com sua sede localizada no Distrito, também chamado Monte Verde. Este mesmo decreto
desmembra o distrito de Cambuci, que pertence à comarca de São Fidelis, integrando-o ao
recém criado município de "Monte Verde". Por força da Lei 231, de 13 de dezembro de
1895, transferiu-se a sede do então município de Monte Verde para a atual localidade de
Cambuci.
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Italva
Primitivamente, a região era habitada por tupis-guaranis, puris e goitacases. No século XIX
passou a ser ocupada por latifundiários, que habitavam grandes extensões. Por volta de
1850, não haviam vilas nem povoados e o acesso à região era feita pelo Rio Muriaé.
Entretanto, na altura de Cardoso Moreira, o rio era cheio de corredeiras e cachoeiras.
Em 1873, foi criado o distrito de de Santo Antônio das Cachoeiras de Muriaé, em alusão às
cachoeiras, pela lei provincial nº 1937, de 6 de novembro de 1873 e deliberação estaduais
de 25 de outubro de 1890 e de 10 de agosto de 1891, bem como pelos decretos estaduais
nºs 1 de 8 de maio de 1892 e 1-A, de 3 de junho de 1892, subordinado ao município de
Campos dos Goytacazes. O nome do distrito, em 1911, passa a Cachoeiras.
Posteriormente, assume a denominação de Monção, seguida de Purus e, até 9 de outubro
de 1944, quando passa a chamar-se Italva. O distrito foi elevado a categoria de município
com a denominação de Italva, pela lei estadual nº 681, de 11 de novembro de 1983,
desmembrado de Campos.
Itaocara
O topônimo deriva do tupi: "ita" (pedra) e "ocara" (pedra), onde oca é a casa, ara - lugar,
ou casa de pedra.
Devido à luta entre os índios Coroados e Puris, os religiosos Capuchinhos que
colonizavam São Fidélis, sentiram necessidade de criar no local das divergências uma
nova Aldeia, que acolhendo uma das tribos, separasse os litigantes.
Em 1809, Frei Tomás, da cidade de Castelo, chegou às terras escolhidas para a fundação
da nova Aldeia, que denominou São José de Dão Marcos, em homenagem ao referido
Vice- Rei. O nome escolhido não criou raízes no pensamento dos habitantes, que
preferiram designar o local de aldeia da pedra, em referência ao penhasco que lhe ficava
fronteiro, na margem oposta do Rio Paraíba do Sul.
Itaperuana
A origem do nome "Itaperuna" vem das tribos indígenas tupi-guarani, que habitavam a
região e significa "caminho da pedra preta" (ita = pedra + per = caminho + una = preta).
A região de Itaperuna foi desbravada por José de Lannes Dantas Brandão, a partir de
1829, após a sua deserção da milícia do Exército. Ao chegar nessa região, em 1834, se
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estabeleceu num lugar que foi denominado Porto Alegre. Pelos serviços de colonização
prestados à Coroa, com o advento da economia cafeeira foi perdoado, tendo sido morto
por seus escravos, em 1852.
Em 24 de novembro de 1885, por decreto de nº 2.810, eleva a freguesia de Nossa
Senhora da Natividade de Carangola (um dos primeiros nomes da cidade) à categoria de
Vila de Itaperuna, levando esse nome por ser passagem para se chegar a Pedra do
Elefante, localizada em Carangola, Estado de Minas Gerais. Em 1887, foi criada a
freguesia de São José do Avaí, nome em homenagem às Armas Brasileiras na Guerra do
Paraguai. Foram doados 15 alqueires de terra para patrimônio dessa Vila pelo sr. Jayme
Porto e Senhora.
Em 10 de maio de 1889, foi feita a primeira eleição para a Câmara dos Vereadores, sendo
a vitória dos Republicanos, que tomaram posse no dia 4 de julho do mesmo ano, sendo
portanto a primeira Câmara republicana do país, em pleno regime monárquico, regime
esse que viria a ser desbancado pelo Marechal Deodoro.
Em 6 de dezembro de 1889 foi a vila de São José do Avaí transformada em município de
Itaperuna, sendo criada a sua respectiva Comarca.
A cultura cafeeira foi um grande destaque na economia da cidade por mais de quatro
décadas, tornando-a em 1927 a maior produtora nacional.
Do território original do município de Itaperuna foram desmembrados: Bom Jesus do
Itabapoana, em 1938, Natividade e Porciúncula, em 1947, e Laje do Muriaé, em 1962,
ficando Itaperuna com seu atual contorno.
Laje do Muriaé
Sobre a origem do nome, Laje do Muriaé, existem duas versões:
"Era no tempo ainda dos bandeirantes. A povoação vinha recebendo aos poucos os
seus novos habitantes, no rio Muriaé, na altura onde se acha hoje o casario da vila, existe
uma laje de pedra no rio, da qual se avizinhavam os primeiros povoadores do lugar,
servindo de ponto de referência aos encontros. Dai era freqüente eles dizeram: "Vamos
encontrar na laje"; "Vamos até a laje"; "Fulano está na laje". O lugar ia crescendo e as
referências a "laje" iam sendo repetidas. Por isso, o nome da atual vila de Laje do Muriaé
teve origem na laje de pedra do rio.
Afirma-se que índios puris (primitivos habitantes) pertenciam à raça Lagide (Laje), e
que eram oriundos dos GÊS, cujo grupo pertencia aos Goitacases e aos Coroados. Assim
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sendo, o nome de Laje veio da classificação dos puris (Lágides) e não, de uma pedra
(laje), existente no rio.
Fundada em 1832 pelos três Josés: José Ferreira Cezar, José Bastos Pinto e José Garcia
Pereira – parentes de Constantino Pinto, protetor dos índios Puris, de São Paulo do
Muriaé.
Partiram de Muriaé, rio abaixo, em busca de ouro e pesca, e encontraram uma laje que
quase estrangulava o rio. Pararam nessa laje, a fim de prepararem a primeira refeição do
dia. Seguiram, depois abaixo, para o local em que José Ferreira Cezar pretendia fundar a
primeira fazenda, “o Angola”.
Em chegando ao sítio indicado e ao disporem os trens da cozinha, em condição de
efetuarem a refeição segunda do dia, deram falta de um determinado utensílio...
Procuraram que procuraram, até que alguém se lembrou que determinada peça tinha
ficado na laje... E esse acidente topográfico passou a dar o nome a toda região.
Algum tempo depois, José Ferreira Cezar abriu mão das terras do Angola, partindo para as
nascentes do Ribeirão do Campo, quando achou as barras de cinco córregos, local esse
ideal para a fundação da sua fazenda, que passou a se chamar “Fazenda das 5 Barras”.
Por seu turno, José Garcia Pereira, fundava a “Fazenda do Tanque”, a qual recebia tal
nome por ter ele feito barrar o Ribeirão da Serra, dando origem ao açude que recebeu
aquele nome: “Tanque”.
Em 1840, teve origem o estabelecimento do ciclo do café. Isto é, o café invadiu o NorteFluminense, descendo de Minas e entrando pelo Poço Fundo.
São estas as palavras do Visconde de Taunay: “Por 1840, já o café se havia até mesmo
em municípios da Zona da Mata, que ficam mais para o interior”. A Laje permanecia, então,
nesta Zona, isto é, a Zona da Mata descia o Rio Muriaé até a Serra de São Domingos, a
qual servia de limite “entre as terras altas de Minas e as terras baixas da Baixada
Campista”.
Pertencendo a Baixada Campista, Laje foi politicamente anexada a São Fidelis de
Sigmaringa, à qual pertenceu até 1872, quando passou a Santo Antonio de Pádua.
Desligou-se de Pádua em 1887, para filiar-se a São José de Avaí, que passou a ser, então,
Itaperuna.
Desmembrada de Itaperuna em 7 de março de 1962, pela Lei 5045, para constituir-se no
atual Município.
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Miracema
A colonização do território do município de Miracema é atribuída aos esforços de D.
Ermelinda Rodrigues Pereira, primitiva proprietária das terras que constituem o distrito
sede.
Segundo a tradição, por volta de 1846, a referida senhora mandou erigir, no local onde
atualmente existe a praça que tem o seu nome, uma capela dedicada ao culto de Santo
Antônio.
Era intenção de D. Ermelinda transformar suas propriedades em bens de uma paróquia,
que pretendia entregar, mais tarde, a um de seus filhos, de nome Manoel, que concluíra
seus estudos no seminário de Mariana, Minas Gerais. Prosseguindo com seu intento, a
referida senhora doou 25 alqueires de terra, dos 2.000 que possuía, para a formação da
futura freguesia de Santo Antônio, posteriormente, Santo Antônio dos Brotos.
Deve-se a mudança de nome ao fato de um dos sólidos esteios da capela construída por
D. Ermelinda ter brotado, fato que a crendice popular atribuiu a um milagre, acrescentando
ao nome do padroeiro Santo Antônio, a designação de “dos Brotos”.
O crescimento da povoação motivou em 26 de Janeiro de 1880, a criação do Distrito
Policial de Santo Antônio dos Brotos.
Em 9 de setembro de 1881, foi criado o Distrito de Paz e, em 13 de abril de 1883,
atendendo à solicitação da comunidade, através da Câmara de Pádua, o governo
provincial resolveu mudar a denominação de Santo Antônio dos Brotos para o de
Miracema, que, no idioma tupi guarani significa ybira – pau, madeira e cema – brotar e, em
se tratando de eufonia da palavra, sugeriu o Dr. Francisco Antunes Ferreira da Luz que se
trocasse o Y por M.
Natividade
Sua história acha-se vinculada à de Itaperuna, com origem na penetração do desbravador
José Lanes Brandão na área, por volta de 1831, que desencadeou o fluxo migratório para
a região. Em decorrência, em 1853, foi criada a freguesia de Nossa Senhora de Natividade
do Carangola e, a partir do final do século XIX, com o advento da ferrovia, sua colonização
se processou de forma rápida e contínua. A freguesia chegou a tornar-se vila e sede do
município de Itaperuna, em 1885. Logo depois, contudo, perde sua hegemonia, passando
por período de modificações administrativas. Em 1947, foi promulgado o desmembramento
de Itaperuna, dos distritos de Natividade do Carangola, Varre-Sai e Ourânia, a fim de
constituírem o novo município de Natividade do Carangola. Enquanto essas modificações
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se processavam, as lavouras existentes na região floresciam, permitindo aos seus
proprietários usufruírem lucros fabulosos em grande parte devidos ao trabalho escravo.
Com o advento da lei abolicionista, em 1888, esta situação de prosperidade sofreu um
sério abalo de que, durante longo tempo, se ressentiu a economia da localidade.
Mais recentemente, registra-se a alteração do nome para Natividade e o desmembramento
do distrito de Varre-Sai.
A cidade desenvolveu-se isoladamente, junto às margens do Rio Carangola e em vasta
zona montanhosa e fragmentada, tornando-se importante centro ferroviário para embarque
da produção cafeeira da Região. O café aproveitou antigos solos da mata e as condições
climáticas favoráveis. A partir da década de cinqüenta, a decadência da lavoura do café
teve como conseqüência a estagnação da dinâmica urbana. Desta maneira, Natividade
dedicou-se, no decorrer do século XX, cada vez mais à pecuária, deixando o café de ser a
cultura mais importante na cidade. A agricultura passou a ser dirigida para o arroz, milho e
feijão.
Porciúncula
O topônimo deriva de homenagem feita ao então presidente da pronúncia fluminense - Dr.
José Thomas de Porciúncula.
O Vale do Carangola foi habitado inicialmente pelos índios Puris. Depois de grandes
enfrentamentos durante os séculos XVI e XVII com os tamoios e portugueses, membros da
tribo começaram a migrar em levas que penetraram o Noroeste Fluminense a procura de
novas áreas de habitação nas suas densas florestas. Bandeirantes, entretanto, já
percorriam os rios Carangola e Muriaé no início do século XIX, rios cujas nascentes são
localizadas em Minas Gerais e que atravessam a região Noroeste do estado do Rio de
Janeiro, banhando suas principais cidades. Tem-se como certo que o seu desbravamento
verificou-se entre os anos de 1821 e 1831, cabendo o mérito de tal realização a José
Lannes (ou de Lana) Dantas Brandão, que alguns historiadores dizem ter sido um sargento
da Milícia de D. João I e outros consideram como um desertor das fileiras de uma tropa
policial de Ponte Nova, Minas Gerais. Segundo a primeira das versões, procedente de
Minas Gerais, seu torrão natal, José Lannes, por volta de 1820, teria chegado à cidade do
Rio de Janeiro acompanhado de uma tropa carregada de mercadorias originárias da
fazenda que seu progenitor possuía naquela Província.
Rezam as crônicas que, desde menino, José Lannes manifestava vivo interesse pela
carreira das armas e que chegando à Metrópole, pode concretizar seus ideais alistando-se
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na Milícia de D. João VI, por atos de bravura, ascendeu, rapidamente, ao posto de
sargento.
Apesar de tão rápido êxito, as ambições militares do jovem sargento estavam fadadas ao
insucesso. Proveniente de Portugal, chegara, logo após a promoção na Milícia, um alferes
que atendia pelo nome de Manoel de Souza, designado, também, para servir na tropa a
que José Lannes pertencia. Certo dia, estando essa tropa aquartelada em Niterói,
verificou-se entre o alferes português e o sargento brasileiro um incidente cujas
conseqüências vieram ligar o nome de Lannes Brandão à história de três dos atuais
municípios fluminenses. Incumbido pelo oficial lusitano de levar cartas e presentes para
sua namorada, José Lannes recusou, revoltado, essa incumbência, o que provocou no
oficial um arrebatamento colérico.
Erguendo o rebenque que trazia nas mãos tentou o oficial fustigar com ele a face do
sargento só não conseguindo realizar seu intento, devido à destreza com que o inferior se
esquivou. Perdendo o controle, ferido profundamente em seu brio, José Lannes arrebatou
o chicote do superior e vibrou-o em plena face do oficial, que acovardado, se refugiou, no
quartel da corporação. Voltando a si, compreendeu José Lannes a gravidade da situação
melindrosa em que se vira envolvido e, temeroso das conseqüências, sem dúvida alguma
funestas que forçosamente adviriam de seu gesto, resolveu desertar imediatamente.
Contornando o litoral fluminense chegou ele às margens do rio Paraíba, cujo curso subiu
até o local onde as águas desse rio se juntam com as do rio Muriaé. Abandonando então,
o Paraíba, subiu pelo Muriaé até a primeira até a primeira morada dos índios puris, na hoje
Fazenda da Conceição.
Depois de um breve descanso nesse local, José Lannes prosseguiu viagem, já agora
servido por uma escolta dos índios puris, por ter caído nas boas graças dos chefes
aborígenes.
Chegando ao rio Carangola, enveredou-se por ele atingindo a cachoeira de Tombos, de
onde retornou pelo caminho percorrido na ida assinalando, então na sua passagem, os
locais de Porciúncula e Natividade.
Santo Antônio de Pádua
A cidade foi fundada pelo frade Florido di Città di Castello no dia 26 de janeiro de 1833.
Quem consolidou sua fundação foi frei Bento Giovanni Benedetta Libilla, conhecido como
"Bento de Gênova". Frei Florido desejava aldear e catequizar os índios Puris, habitantes
dessa região. Os fazendeiros João Francisco Pinheiro, sua mulher, Maria Luísa, e João
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Luís Marinho doaram terras para o frei realizar seu intento. Eles deram liberdade a frei
Florido de escolher o local que desejasse, e ele escolheu as terras ao lado da Cachoeira, à
margem esquerda do rio da Pomba, como era então chamado o rio Pomba, e que essas
terras mediam cerca de cento e sessenta braças, ou 352 metros lineares.
Frei Florido construiu a capela, com mão de obra indígena, sobre uma pequena elevação
que havia onde hoje é a praça Visconde Figueira. A pedido do doador, o frade consagrou a
capela a São Félix e o arraial que ali se formou, denominou-se Arraial da Cachoeira,
passando depois a Arraial de São Félix.
No final da década de 1830 ou princípio da década de 1840, "Bento de Gênova", como
assinava, construiu uma igreja fora das terras de frei Florido, na atual praça Pereira Lima,
consagrando-a a Santo Antônio de Pádua, o nome do Curato. Aos poucos, por causa da
igreja, os moradores passaram a chamar a localidade de Santo Antônio de Pádua, que
ficou sendo o nome definitivo do arraial, passando à vila e, depois, à cidade de Santo
Antônio de Pádua.
Em 1º de junho de 1843, a lei nº 296 elevou o curato à categoria de freguesia (paróquia),
com o nome de Santo Antônio de Pádua: frei Bento de Gênova foi o seu primeiro vigário.
O documento mais antigo de que se tem notícia na história de Santo Antônio de Pádua é a
escritura, passada em cartório, da doação das terras a frei Florido citada no começo desta
seção, para fazer a divisa "de valão a valão", entre o valão que corre da rua Nilo Peçanha,
antiga rua da Chácara e outro, o valão do Botelho, que havia na saída para Miracema.
Quando estava prestes a ser lavrada a escritura, outro fazendeiro, João Luis Marinho, que
tinha suas terras limítrofes a essas, deu, a pedido de frei Florido, outra igual porção de
terra, isto é, mais 160 braças, portanto, totalizando 704 metros lineares de terra
margeando o rio. As terras eram para frei Florido fazer, ali, sua moradia e assim a divisa
ficar "de valão a valão", no local onde, em 1850, 17 anos depois, foi construído o sobrado
no qual moravam os párocos, os padres da paróquia de Santo Antônio de Pádua,
denominado, mais tarde, "Sobrado do Padre Domingos", por ter esse sacerdote morado
nele durante 26 anos, denominação essa que perdurou durante longo tempo. O prédio
ainda existe, situado à rua Dr. Ferreira da Luz, antiga rua de Cima, ex-residência da família
de José Ferreira.
Diante do progresso, principalmente no setor agrícola, não foi possível conter a sua
emancipação do então município de São Fidélis, que finalmente aconteceu a 2 de janeiro
de 1882, pelo decreto número 2.597. As exigências finais para a instalação da vila foram
cumpridas em 6 de setembro do mesmo ano, quando o Visconde de Silva Figueira
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depositou, na tesouraria provincial, a quantia necessária para a construção da Casa da
Câmara e da Cadeia Pública.
Então, finalmente foi instalada a vila a 26 de fevereiro de 1883. Sua história é marcada
pela mistura de raças: portugueses, italianos, sírio-libaneses, espanhóis e africanos.
São José de Ubá
No final do século XIX, São José de Ubá era conhecida como Rancho dos Ubás, pois
abrigava os tropeiros, vindos, na maioria, de Minas Gerais. Um dos antigos proprietários
desta terra foi o sr. José Bastos Neto (Juca Neto), que posteriormente, doou partes destas
terras a São José (padroeiro de pequena capela nesta localidade). Daí, originar-se o nome
de São José de Ubá.
O distrito de São José de Ubá foi criado pelos Decretos Estaduais n.º 01 de 08 de maio e I
- A de 03 de junho de 1892. Pelo Decreto n.º 641, de 15 de dezembro de 1938 passou a
denominar-se Juca Neto. Posteriormente, por efeito do decreto-lei estadual n.º 1056, de 31
de novembro de 1943, retorna a primitiva denominação de São José de Ubá.
Em 1º de novembro de 1993, o projeto de criação do município de São José de Ubá foi
aprovado unanimidade na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em 2 de
novembro de 1995, através de uma votação bastante expressiva (99,43%) a população de
São José de Ubá diz seu sim á emancipação.
O seu desenvolvimento, até 1960, se fez graças ao cultivo do café, cana-de-açúcar, feijão,
algodão e milho. Em 1960, iniciou-se o plantio de tomate, produto este, que mudou a
história econômica da cidade sendo hoje, o segundo maior produtor de tomate do Rio de
Janeiro.
Varre-Sai
O surgimento, propriamente dito, do local aconteceu em 1848, quando um fazendeiro
chamado Felicíssimo Faria Salgado comprou terras na região. Dessas terras, uma área foi
doada à igreja católica. Em 1920, foi construída a atual igreja de São Sebastião, hoje um
dos pontos turísticos mais belos do município.
Durante muito tempo, Varre-Sai foi distrito de Natividade. Graças a um movimento que
mobilizou toda a população, foi conquistada, em 1991, sua independência política e
administrativa.
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Começava um novo ciclo na história da centenária localidade, que dava os primeiros
passos por si só.
A história conta que o local era visitado por muitos tropeiros, que costumavam pernoitar em
um velho rancho. Na porta, escrito a carvão, um aviso: Varre e Sai.
Todos que por ali passavam deveriam varrer o local antes de seguir seu caminho. Eles não
pagavam nada pela estadia, em troca conservavam o lugar limpo. Assim começou a
história de Varre-Sai.
DOS ARROZAIS ÀS PEDREIRAS
A trilha percorrida pela mineração deixa raízes no declínio dos arrozais e da pecuária
leiteira, que fizeram os últimos ciclos econômicos de uma região farta em café até os anos
1950. A extração de rochas tornou-se uma opção em função das dificuldades de
sobrevivência na agricultura e na pecuária. A febre da pedra abriu pedreiras em fazendas e
converteu currais em serrarias. Os plantadores aprenderam a mexer com a pedra sem
ensinamento técnico. Uns foram ensinando aos outros, assinala. O autodidatismo, porém,
já não é suficiente para os novos desafios.
O início da atividade de extração de rochas na Região teve início no Município de Santo
Antônio de Pádua, no final da década de 50 e início da década de 60, coma lavra dos
milonito-gnaisses, que receberam a denominação comercial de “pedra Miracema” ou mais
recentemente de “Pedra Paduana”.
Esta rocha que apresenta coloração cinza e textura rugosa, sendo comercializada no
formato de placas brutas e sem polimento, sob a denominação de “pacas de curral”.
No início da década de 90 teve início a exploração de outra rocha similar, denominada
localmente de “pedra madeira”, devido a sua coloração branca e amarelada,
comercializada também na forma de fragmentos trabalhados à mão, sob a denominação
de “almofadada”.
Nesta mesma época surgem as primeiras serrarias, que começaram a produzir pequenas
placas denominadas “lajinhas” e que conquistaram o mercado nacional, dado a sua
singularidade, rusticidade e baixo custo para revestimento de muros, fachadas (exteriores),
calçamento e meio-fio. Estes produtos alavancaram a atividade mineral, numa região hoje
considerada Arranjo Produtivo Local de base Mineral pelas instituições oficiais.
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Documentação IG – Publicações e artigos de jornais e revistas
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REVISTA ROCHAS
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BIBLIOGRAFIA
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ANEXO 2
LAUDO TÉCNICO
1. Caracterização Geológica da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”
A pedra para revestimento comercializado com o nome “Pedra Madeira Rio de
Janeiro” é extraido de um ou mais corpos rochosos de forma tabular, com espessura
máxima de 70 metros e extensão da ordem de dezenas de quilômetros, encaixados em
rochas do Complexo Juiz de Fora (Heilbron et al., 1998) que ocorrem em partes dos
municípios de Santo Antônio de Pádua, Aperibe, São José de Ubá e Itaperuna.
A linha de morros a noroeste da serra do Catete, no município de Santo Antônio de
Pádua, é a área tradicional de exploração da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, formando
uma faixa com aproximadamente 40km, entretanto esta rocha também ocorre em outras
faixas mais a sudeste.
Geologicamente a “Pedra Madeira Rio de Janeiro” é classificada como um gnaisse,
rocha metamórfica, apresentando composição granítica, sendo a mineralogia principal
composta por Quartzo, Feldspato Potássico, Plagioclásio, com escassa Biotita, Piroxênios e
Hornblenda, e entre os minerais acessórios ocorrem zircão, allanita, apatita e minerais
opacos. Estruturalmente a “Pedra Madeira Rio de Janeiro” apresenta uma forte foliação
milonítica, com mergulho médio de 65° para sudeste (atitude média 138°/65°). Esta foliação
é definida pela orientação preferencial de fitas de quartzo e bandas de feldspatos
recristalizados, formando uma textura denominada de “gnaisse fitado” (Passchier & Trouw,
1996) característica de rochas miloníticas desenvolvidas em zonas de cisalhamento de alta
temperatura, isto é, superior a 600°C. O Índice de cor, isto é, a proporcão de minerais
máficos (escuros) presentes na rocha, é inferior a 5%, sendo a rocha denominada de
hololeucocrática (Best, 2003).
O protólito da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, isto é, a rocha original antes dos
processos metamórficos e deformacionais que deram origem a mineralogia e textura atual,
era uma rocha ígnea, rocha que cristaliza a partir de magma, com composição granítica,
apresentando um bandamento composicional marcado por bandas brancas, com maior
quantidade de plagioclásio em relação a feldspato potásico, e bandas rosadas, com maior
quantidade de feldspato potásico em relação a plagioclásio.
Durante processo metamórfico, posterior ao alojamento do corpo rochoso e
cristalização da rocha, que atingiu fácies granulito (Yardley, 1994) com enriquecimento dos
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plagioclásios em cálcio e consequentemente modificando a coloração deste mineral de
branco para esverdeado.
A “Pedra Madeira Rio de Janeiro” apresenta como característica geral colorações
claras e lineações marcantes, produto do estiramento de minerais, principalmente o quartzo,
entretanto possui 4 (quatro) variedades de cor: Branca, Rosa, Verde e Amarela,
apresentadas aqui em ordem decrescente de abundância. A variedade Branca ocorre em
porções do(s) corpo(s) rochoso(s) aonde predominam as bandas brancas, mais ricas em
plagioclásio, oriundas do bandamento original do protólito. A variedade Rosa ocorre em
porções do(s) corpo(s) rochoso(s) aonde predominam as bandas rosadas, mais ricas em
feldspato potássico, oriundas do bandamento original do protólito. A variedade Verde ocorre
em porções do(s) corpo(s) rochoso(s) aonde a granulitização foi mais intensa alterando a
coloração original do plagioclásio para verde, geralmente encontradas mais próximo as
bordas do(s) corpo(s) rochoso(s). A variedade Amarela, de ocorrência muito local, é produto
da alteração de minerais ricos em ferro, como biotita e ortopiroxênio, devido a percolação de
água ao longo de microfraturas presentes na rocha.
A principal característica da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, independente da
variedade, para a sua extração e aproveitamento é a presença da forte foliação milonítica.
Foliação são planos presentes nas rochas que podem ter diversas origens. Foliação
milonítica é produto de intensa deformação, com recristalização dos minerais e diminuição
da granulometria original da rocha, em estado sólido, isto é, sem fusão da rocha. É ao longo
da foliação milonítica presente na “Pedra Madeira Rio de Janeiro” que a rocha é desplacada,
produzindo o material que será cortado nas serrarias para a produção das lajes e chapas.
Assim, o sucesso da exploração da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” deve-se a
facilidade de extração ao longo da foliação milonítica presente na rocha e também da
grande homogeneidade e grande extensão do(s) corpo(s) rochoso(s) de onde são extraidas,
possibilitando o aproveitamento de um alto percentual do volume total deste(s) corpo(s)
rochoso(s).
Entre os fatores que influenciaram o desenvolvimento da foliação milonítica mais
regular da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” pode-se destacar: 1) a composição original da
rocha, com pelo menos 95% de quartzo e feldspatos, minerais que recistalizam nas
condições de temperatura presentes durante o processo de milonitização sofrido pela
“Pedra Madeira Rio de Janeiro”, possibilitando a formação de extensas e regulares fitas de
quartzo e bandas de feldspatos recistalizados, que definem afoliação milonítica desta rocha;
2) a escassa ocorrência de xenólitos, pedaços das rochas encaixantes, e intercalações de
rochas de composições diferentes da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” dentro do(s) corpo(s)
rochoso(s) de onde são extraidas, que poderiam causar irregularidades na foliação
milonítica, acarretando em uma menor quantidade de volume aproveitável para exploração.
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2. Caracterização da área de ocorrência da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”
A singularidade da rocha da qual é extraida a “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, bem
como a área aonde ela ocorre está relacionada com eventos geológicos ocorridos a mais de
560 milhões de anos atrás (Machado et al. 1996). O desenvolvimento das principais
características que definem a “Pedra Madeira Rio de Janeiro” ocorreram durante a colisão
de dois paleocontinentes, o paleocontinente São Francisco, no qual existia o protólito da
“Pedra Madeira Rio de Janeiro” e o Arco Magmático Rio Negro, pertencente a microplaca
Serra do Mar (Heilbron & Machado, 2003) ocorrida entre 595 e 565 milhões de anos atrás
(Machado et al. 1996), resultando na formação do paleocontinente Gondwana (Brito Neves,
1999). Durante esta colisão o protólito da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, bem como as
rochas encaixantes do Complexo Juiz de Fora foram transformadas em gnaisses miloníticos
através de processos metamórficos e deformacionais, responsáveis pela geração da
mineralogia atual e pela formação da foliação milonítica presente na “Pedra Madeira Rio de
Janeiro”. Estes processos ocorreram a profundidades superiores a 27 quilômetros no interior
da crosta terrestre e temperaturas superiores a 600°C (Heilbron & Machado, 2003). Após
este período de colisão, lentos processos de soerguimento e erosão das rochas ao longo de
centenas de milhões de anos fizeram com que estas rochas estejam atualmente expostas
na superfície terrestre. Geologicamente a região com a presença dos gnaisses miloníticos
de onde são extraida a “Pedra Madeira Rio de Janeiro” está limitada a sudeste pelo Limite
Tectônico Central (CTB – abreviação do nome em inglês “Central Tectonic Boundary”), que
marca a zona de sutura entre os dois paleocontinentes que colidiram (Heilbron et al., 2000)
e a noroeste pelo limite inferior de uma espessa zona de cisalhamento, dentro da qual
ocorrem rochas miloníticas, entre elas a “Pedra Madeira Rio de Janeiro”. Geograficamente
esta região atualmente encontra-se dentro da região noroeste do Estado do Rio de Janeiro.
A sudeste do CTB a “Pedra Madeira Rio de Janeiro” não é encontrada, pois esta região faz
parte da paleomicroplaca Serra do Mar aonde não existia o protólito da “Pedra Madeira Rio
de Janeiro”. A noroeste da zona de cisalhamento a “Pedra Madeira Rio de Janeiro” não é
encontrada, pois apesar de ser possível a existência do protólito da “Pedra Madeira Rio de
Janeiro” nesta área não ocorreu o mesmo processo de milonitização que gerou a foliação
milonítica da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, essencial para a sua exploração.
Pelos motivos acima expostos a “Pedra Madeira Rio de Janeiro” pode ser associada
exclusivamente a região noroeste do Estado do Rio de Janeiro, mais precisamente a região
delimitada para a Denominação de Origem da “Região Pedra Madeira Rio de Janeiro”.
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3. Caracterização do Método de Lavra da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”
O método de lavra da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” pouco foi alterado desde o
início de sua extração na década de 1960. A lavra, ou extração, da “Pedra Madeira Rio de
Janeiro” ocorre em maciços rochosos sendo constituidos das seguintes etapas (Oliveira,
1998):
a) remoção do capeamento (vegetação, solo e rocha alterada), com a utilização de tratores,
pá carregadeira ou retroescavadeira;
b) abertura dos canais laterais ou trincheiras com furos caregados com explosivos (pólvora
negra, dinamite ou ANFO), sendo estes que liberam as faces laterais dos blocos, após a
detonação. Alguns produtores utilizam “flame jet” para a abertura dos canais laterais ou
trincheiras, que diminui os acidentes com explosivos e reduz as perdas de material na lavra;
c) furação do maciço, realizada manualmente com ponteiras de aço para furos rasos, ou
com marteletes a ar comprimido para furos mais profundos. A seguir é feito o carregamento
de explosivos nas perfurações e após a sua detonação, a rocha é fraturada liberando os
blocos;
d) furação para a realização de “fogo de levante”, feita em planos horizontais na base dos
blocos a serem extraídos;
e) “furos de corrida”, que são furos verticais feitos no mesmo sentido ou paralelos à foliação
da rocha que, depois de carregados e detonados, liberam a parte posterior do bloco.
f) Após a liberação do bloco com 2,5 x 0,5 x 0,5 metros, este é lançado ao solo, e em
seguida são desmembrados em blocos menores de 0,5 x 0,5 x 0,5 metros através de
pontaletes da aço;
g) Na própria pedreira é realizado o desplacamento desses blocos em lajes brutas ou
“naturais” de 50 x 50 x 8 centimetros, através de macetas e talhadeiras tipo faca. Essas lajes
são transportadas por caminhão para as serrarias, onde serão beneficiadas
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4. Caracterização Petrográfica da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”
A análise petrográfica segue a norma NBR 15845 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Foram descritas 7 (sete) lâminas petrográficas de amostras da “Pedra
Madeira Rio de Janeiro” (PM-1, PM-2, PM-3, PMR-1, PMR-2, PMV-1, PMV-2).
4.1. Análise Macroscópica
a) Cor: As amostras PM-1, PM-2 e PM-3 apresentam cor branca; as amostras PMR-1 e
PMR-2 apresentam coloração rosa com lentes brancas; PMV-1 e PMV-2 apresentam cor
verde clara com lentes brancas.
b) Estrutura: foliado e bandado.
c) Granulação: fina, com escassos porfiroclastos de feldspato com até 1 centímetro de
comprimento.
d) Ausência de fraturas observadas em amostra de mão.
e) Alteração: não observadas em amostra de mão.
4.2. Análise Microscópica
a) Textura: gnaisse fitado (stripped gneiss), formado por intercalação de fitas de quartzo e
bandas de feldspatos, com presença de escassos porfiroclastos, menos de 5% do volume
da rocha. As fitas de quartzo tem comprimento de até 7 centímetros e espessura inferior a
1,5
centímetros,
com
cristais
de
quartzo
alongados
apresentando
contatos
aproximadamente retos fazendo ângulo quase perpendicular com a direção das fitas. As
bandas de feldspato apresentam feldspato potássico e plagioclásio recristalizados com
contato poligonizado. O contato entre as fitas de quartzo e as bandas de feldspatos é
aproximamente reto, com pequenas e escassas protuberâncias devido a recristalização
estática dos feldspatos.
b) Fraturas: microfraturas abertas, restritas as fitas de quartzo com espessura maior que 1
centímetro, fazendo ângulo entre 50° e 80° com a direção das fitas
c) Constituintes Minerais: A mineralogia principal das amostras analisadas é quartzo,
microclina, plagioclásio, biotita e localmente hiperstênio e hornblenda; os minerais
acessórios são muscovita, minerais opacos, zircão, apatita e allanita; os minerais
secundários são sericita e calcita. Os escassos porfiroclastos de feldspato são de microclina
pertítica a mesopertítica. A sericita ocorre como alteração do plagioclásio, a clorita
bordejanto biotita, minerais opacos e hornblenda e a calcita bordejando cristais de
plagioclásio.
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O método para obtenção das porcentagens minerais foi a estimativa visual, com
realização de 20 visadas por lâmina, com uso de objetiva de 10x. Devido ao grande
predomínio de quartzo e feldspatos em todas as amostras os valores obtidos com a média
aritmética das vizadas em cada lâmina foram arredondados para números inteiros. Os
minerais que ocorrem em quantidade traço (inferior a 1%) estão indicados pela abreviação
“tr”.
Minerais
PM-1
PM-2
PM-3
PMR-1
PMR-2
PMV-1
PMV-2
Quartzo
40
30
36
39
35
32
37
Microclina
44
25
29
26
35
42
42
Plagioclásio
15
43
33
35
30
23
20
Biotita
1
2
1
tr
tr
tr
tr
Muscovita
tr
tr
tr
tr
tr
-
-
Hyperstênio
-
-
1
-
-
-
tr
Hornblenda
-
-
-
-
-
2
1
Minerais Opacos
tr
tr
tr
tr
tr
1
tr
Zircão
tr
tr
tr
tr
tr
tr
tr
Apatita
tr
tr
tr
tr
tr
tr
tr
Allanita
-
-
-
tr
tr
tr
tr
Sericita
tr
tr
tr
tr
tr
tr
tr
Calcita
tr
tr
tr
tr
tr
tr
tr
Clorita
-
-
-
tr
tr
-
-
d) Tamanho dos minerais: Os feldspatos recristalizados nas bandas de feldspato
apresentam granulometria entre 0,2 e 0,7 milímetros, enquanto os escassos porfiroclastos
de feldspato apresentam comprimento entre 0,5 e 1,5 centímetros. Os cristais de quartzo
nas fitas de quartzo apresentam comprimento até 3 centimetros e largura máxima de 1,5
centímetros. Os demais minerais ocorrem com granulometria inferior a 1 milímetro.
e) Hábito dos minerais: A intensa deformação sofrida pela rocha e recristalização dos
minerais mascarou por completo a trama original do protólito ígneo, não cabendo classificar
seus hábitos
f) Formato dos grãos: os grãos de quartzo, micas e minerais opacos apresentam-se
alongados e os grãos de feldspato recristalizados possuem forma isométrica e os
porfiroclastos forma lenticulares.
g) Distribuição dos grãos: Heterogênea, com segregação de quartzo em fitas e feldspatos
em bandas. O hiperstênio e a hornblneda, quando ocorrem, estão concentrados a escassas
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trilhas com menos e 1 milímetro de espessura. Os demais minerais ocorrem dispersos na
matriz da rocha.
h) Orientação das estruturas: Forte bandamento composicional devido a recristalização dos
minerais durante a deformação da rocha, definindo uma foliação milonítica constante em
toda a rocha.
i) Estado e tipo de alteração da rocha: A rocha apresenta-se em estado sã, com pequena
presença de alteração de plagioclásio para sericita e calcita, além de biotita e hornblenda
para clorita.
Classificação: Trata-se de um ultramilonito com textura de gnaisse fitado e composição
granítica.
5. Caracterização Geoquímica da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”
As análises químicas foram realizadas no laboratório ACMELABS (Vancouver,
Canadá) por (1) ICP (fusão) para os elementos maiores, menores, (2) ICP-MS para os
elementos de terras raras e (3) titulação para FeO. Os resultados obtidos em sete amostras
da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” (Tabela 1) foram utilizados visando possibilitar
interpretações de cunho petrogenético e evolutivo.
As amostras da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” são subalcalnas (fig. 1), posicionamse ao longo de trend de rochas cálcio-alcalinas (fig. 2) e apresentam carater peraluminoso
(fig. 3). A maioria das amostras da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” plota no campo de
monzogranito (fig. 4), com a excessão da amostra “PM-2” que plota no campo de
granodiorito (fig. 4), devido ao maior teor de sódio que nas demais amostras. Esta diferença
se reflete na maior quantidade de albita. Os valores de SiO2 da “Pedra Madeira Rio de
Janeiro” variaram entre 71,16 e 78,32 caracterizando esse corpo como um tipo altamente
diferenciado.
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6. Caracterização Geocronológica da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”
A análise geocronológica foi realizada no Laboratório de Geocronologia da
Universidade de Brasília (UnB), com o intuito de definir a idade de cristalização do protólito
ígneo do gnaisse comercialmente denominado “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, bem como a
idade de formação da foliação milonítica e paragênese metamórfica. Foram analisados 76
grãos de zircão de uma amostra da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, pelo método U-Pb por
Laser Ablation.
Os dados obtidos podem ser agrupados em três grupos de idade, todos do período
Neoproterozóico: a) entre 637 e 630 Milhões de anos; b) entre 618 e 610 Milhões de anos;
c) entre 594 e 576 Milhões de anos. O intervalo entre 618 e 610 Milhões de anos é
interpretado como o período no qual ocorreu a cristalização do protólito ígneo da “Pedra
Madeira Rio de Janeiro”. O Intervalo entre 594 e 576 Milhões de anos é interpretado como o
evento metamórfico no qual ocorreu gnaissificação da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”
concomitantemente a formação da principal foliação milonítica, indispensável para a
extração da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”. O intervalo de idades mais velho, entre 637 e
630 Milhões de anos seria de zircões herdados das rochas encaixantes.
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7. Caracterização Física da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”
7.1 Introdução
Os resultados abaixo apresentados sobre as característícas físicas da “Pedra Madeira
Rio de Janeiro” fazem parte do relatório elaborado pelo prof. Dr. Emílio Velloso Barroso,
coordenador do Laboratório de Experimentos em Mecânica e Tecnologia de Rochas
(LEMETRO) do Departamento de Geologia – IGEO –UFRJ, aonde foram realizados os
ensaios físicos para caracterização das propriedades tecnológicas da “Pedra Madeira Rio de
Janeiro”.
As considerações sobre cada ensaio e a conclusão final foram feitas pela equipe
técnica do DRM-RJ, confrontando os dados obtidos pelo prof. Dr. Emílio Velloso Barroso
com valores de referência da ASTM – American Society for Testing and Materials, e valores
sugeridos por Frazão & Farjallat (1995) e Frazão et al (1996) para rochas graníticas
brasileiras.
7.2 Propriedades Tecnológicas
Os procedimentos utilizados para descrever e avaliar as características físicas,
mecânicas e químicas têm o propósito de prever o comportamento da rocha, indicar sua
adequada utilização para determinado uso e, portanto, servir no controle de qualidade do
material a ser empregado. As rochas do noroeste do Estado do Rio de Janeiro têm sido
tradicionalmente empregadas para revestimentos, tanto internos como externos às
construções. Nesse caso um conjunto de propriedades tecnológicas deve ser investigado
previamente ao emprego na construção, conforme descrito a seguir.
O primeiro grupo de propriedades são os chamados índices físicos, que
compreendem a absorção de água (), a massa específica aparente () e a porosidade
(). A absorção de água representa a capacidade da rocha em absorver e reter água em
seus poros e é calculada pela razão entre a massa de água presente no interior da rocha e
a massa seca da rocha. A massa específica é a relação entre a massa da rocha, mensurada
no estado seco ou saturado, e o volume total da mesma. Já a porosidade é uma relação
entre o volume de poros (vazios no interior da rocha) e o volume total da própria rocha.
Essas três propriedades, em conjunto, servem como um índice de qualidade do material, já
que os processos de alteração tendem a aumentar a absorção de água e a porosidade,
além de reduzir a massa específica.
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A resistência ao choque é avaliada pelo ensaio de impacto de corpo duro, cuja
finalidade é verificar a formação de fissuras, lascas e rupturas das placas de rochas usadas
como revestimentos de edificações.
A dilatação térmica linear é uma propriedade importante em rochas que se
destinam a revestimentos de edificações, pois terá influência na estabilidade de chapas de
rocha assentadas com argamassa. Considerando-se que os coeficientes de dilatação
térmica das argamassas são bastante diferentes dos coeficientes das rochas pode haver
deslocamentos das chapas devido à movimentação decorrente da dilatação e contração
ocasionadas por variações de temperatura.
Outras medidas relevantes são as da resistência à flexão, em realidade uma
medida indireta da resistência à tração da placa de rocha, resistência à compressão
simples, na qual se mede a máxima tensão que uma determinada rocha pode suportar, e a
resistência à compressão conjugada ao congelamento e degelo, para verificar eventuais
efeitos deletérios da expansão volumétrica da água nos poros da rocha ao passar do estado
líquido para o estado sólido. Esta última propriedade torna-se relevante quando as rochas
são exportadas para países de clima temperado.
Para se verificar eventuais efeitos de produtos químicos na superfície das rochas,
sobretudo alterações cromáticas, procede-se aos ensaios de ataque químico com
diferentes compostos que têm a função de simular produtos químicos domésticos, produtos
químicos para tratamento de água de piscina, além de ácidos e álcalis.
7.3 Métodos
Os ensaios foram realizados em conformidade com as prescrições da Associação
Brasileira de Normas Técnicas. Os índices físicos foram determinados de acordo com os
procedimentos da NBR 12.766 (ABNT, 1992). As massas das amostras de todos os tipos
litológicos foram medidas nas condições seca, saturada e submersa.
Para a determinação da resistência ao impacto de corpo duro, segundo a NBR
12.764 (ABNT, 1992), placas de rocha nas dimensões de 20 cm x 20 cm x 3 cm foram
assentadas sobre um colchão de areia e sobre as mesmas deixou-se cair em queda livre, de
sucessivas alturas, uma esfera de aço padrão com massa de 1kg. Após cada choque eram
observadas as condições das superfícies para verificação de eventuais fissuras,
lascamentos ou rupturas das placas.
O ensaio para determinação do coeficiente de dilatação térmica linear é prescrito
pela NBR 12.765 (ABNT, 1992). São preparados corpos de prova cilíndricos ou prismáticos
de base quadrada, com alturas de, no mínimo, duas vezes o diâmetro ou lado da base. Os
corpos de prova são colocados dentro de um tubo de sílica e este em banho
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ultratermostático, o qual tem a função de impor taxas de variação de temperatura de 0,3 ºC
por minuto entre as temperaturas extremas de 50 ºC e 0 ºC. Medidas de variação do
comprimento do corpo de prova são realizadas para o cálculo do coeficiente de dilatação
térmica. Este coeficiente é calculado tanto no aquecimento quanto no resfriamento.
A determinação da resistência à flexão é realizada, segundo a NBR 12.673 (ABNT,
1992), em corpos de prova com formato prismático retangular com dimensões de 20 cm x
10 cm x 5 cm. O corpo de prova é assentado sobre dois cutelos inferiores, os quais
constituem um vão de ensaio de aproximadamente 18 cm. O cutelo superior é posicionado
na posição central da placa prismática e o carregamento é aplicado a uma taxa de 4.500 N
por minuto, até que se observe a ruptura do corpo de prova.
A NBR 12.767 (ABNT, 1992) prescreve o método para determinação da resistência à
compressão uniaxial de rochas que se destinam ao uso como materiais de revestimento.
São utilizados corpos de prova cilíndricos ou prismáticos com relação unitária entre a base e
a altura. Este ensaio é realizado com controle de carga, aplicada a uma taxa de 0,6 MPa por
segundo até a ruptura do corpo de prova.
Para rochas que se destinam a revestimentos externos de edificações em locais
onde há possibilidade de congelamento da água, a NBR 12.769 (ABNT, 1992) prescreve o
método de ensaio de congelamento e degelo conjugado à verificação da resistência à
compressão uniaxial. Neste ensaio são empregados corpos de prova com as mesmas
características geométricas daqueles utilizados no ensaio de compressão uniaxial (NBR
12.767). Antes de serem levados à prensa para o ensaio de compressão, todos os corpos
de prova são submersos em solução aquosa com 5% em volume de álcool etílico. Após 24
horas de submersão, o conjunto dos corpos de prova, ainda imersos na referida solução, é
levado ao congelador por 24 horas. Depois de retirados do congelador são deixados degelar
até que a solução alcance a temperatura ambiente. Este procedimento é repetido por 25
vezes antes que os corpos de prova sejam levados à ruptura. O objetivo do ensaio é
determinar o coeficiente de enfraquecimento (k), definido pelo valor relação entre a
resistência à compressão simples após os vinte cinco ciclos de congelamento e degelo e a
resistência à compressão uniaxial no estado natural.
Na verificação da resistência ao ataque por produtos químicos, empregou-se a NBR
13.818 (ABNT, 1997). Esta norma é aplicada para materiais cerâmicos empregados como
revestimento. Foram observados os procedimentos relativos às cerâmicas com superfícies
não esmaltadas. Justifica-se a utilização desta norma porque não procedimentos
normatizados pela ABNT que sejam específicos para rochas, embora estas estejam sujeitas
a manchamentos provenientes do contato com produtos químicos de diversas origens.
Os compostos químicos testados para as rochas em estudo foram os seguintes:
cloreto de amônio (NH4)Cl em concentração de 100 gramas por litro; hidróxido de
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potássio (KOH) também em concentração de 100 gramas por litro; ácido clorídrico (HCl) a
3% e ácido cítrico (C6H8O7) em concentração de 100 gramas por litro. Neste ensaio os
corpos de prova são constituídos de placas quadradas com dimensões de (50 ± 2) mm, os
quais são mergulhados verticalmente nas soluções indicadas acima, até a profundidade de
(25 ± 2) mm. Os recipientes foram tampados para reduzir a evaporação e deixados durante
12 dias em ambiente com temperatura de (25 ± 5) °C. Depois de retirados dos recipientes,
os corpos de prova foram lavados em água corrente durante 5 dias e, em seguida,
colocados submersos em água fervente durante 30 minutos e secos em estufa.
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7.4 Resultados e Considerações
A) Absorção de Água () – NBR 12.766
AMOST
RA
PMV-1
PMV-2
PMR-1
PMR-2
PM-1
PM-2
A
B
C
0,5
0,4
0,4
0,4
0,6
0,3
0,4
0,6
0,4
0,4
0,8
0,4
0,5
0,6
0,4
0,4
0,7
0,7
ABSORÇÃO DE ÁGUA (%)
CORPOS DE PROVA
D
E
F
G
H
I
0,5
0,5
0,5
0,4
0,7
0,4
0,5
0,5
0,4
0,5
1,1
0,4
0,5
0,5
0,5
0,4
0,6
0,6
0,5
0,4
0,4
0,4
0,6
0,5
0,5
0,5
0,4
0,5
0,7
0,7
0,5
0,6
0,5
0,6
0,6
0,5
J
Média
(%)
CV
(%)
0,6
0,4
0,4
0,5
0,7
0,5
0,5
0,5
0,4
0,4
0,7
0,5
10,5
16,1
13,3
11,7
22,8
23,5
CV: Coeficiente de Variação
Segundo as especificações da ASTM, as rochas designadas como granitos devem
apresentar valores máximos de 0,4 % de absorção de água para serem utilizadas para fins de
revestimento. De um total de 6 (seis) amostras analisadas da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”
2 (duas) amostras apresentaram valores menor ou igual a 0,4%, 3 (três) amostras
apresentaram valor ligeiramente acima do limite (0,5) e outra amostra (PM-1) apresentou
valor consideravelmente elevado (0,7) para absorção de água.
B) Massa Específica Aparente Seca (d) - NBR 12.766
AMOST
RA
PMV-1
PMV-2
PMR-1
PMR-2
PM-1
PM-2
A
B
2602
2603
2609
2612
2565
2629
2617
2596
2611
2610
2544
2614
MASSA ESPECÍFICA APARENTE SECA (Kg/m3)
CORPOS DE PROVA
C
D
E
F
G
H
I
J
Média
Kg/m3
CV
(%)
2610
2602
2607
2608
2552
2614
0,3
0,3
0,3
0,2
0,6
0,4
MASSA ESPECÍFICA APARENTE SATURADA (Kg/m3)
CORPOS DE PROVA
Média
Kg/m3
C
D
E
F
G
H
I
J
CV
(%)
2624
2606
2617
2620
2572
2616
0,3
0,3
0,3
0,1
0,5
0,3
2612
2590
2608
2610
2552
2598
2607
2593
2601
2612
2548
2614
2613
2609
2598
2611
2512
2625
2620
2606
2592
2609
2558
2614
2614
2610
2621
2608
2568
2616
2610
2596
2618
2606
2558
2601
2614
2598
2603
2598
2555
2619
2595
2613
2611
2604
2559
2614
CV: Coeficiente de Variação
Massa Específica Aparente Saturada (sat) - NBR 12.766
AMOST
RA
PMV-1
PMV-2
PMR-1
PMR-2
PM-1
PM-2
A
B
2614
2615
2619
2622
2579
2638
2628
2612
2621
2621
2565
2625
2620
2605
2614
2624
2567
2625
2626
2621
2609
2622
2541
2634
2633
2619
2605
2620
2574
2629
CV: Coeficiente de Variação
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2626
2621
2630
2619
2584
2629
2623
2608
2629
2618
2577
2618
2626
2614
2616
2613
2571
2631
2610
2624
2623
2616
2576
2626
2623
2614
2618
2619
2571
2627
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Segundo as especificações da ASTM, as rochas designadas como granitos devem
apresentar valores superiores à 2.560 kg/m3 para a Massa Específica Aparente (ou
densidade) para serem utilizadas para fins de revestimento. Das 6 (seis) amostras
analisadas da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, 5 (cinco) amostras, tanto secas quanto
saturadas, apresentaram valores compatíveis com a referência da ASTM, variando em
média, para os ensaios em amostras secas, de 2.602 a 2.614 kg/m3, e valor mínimo de
2.590 kg/m3 e máximo de 2.629 kg/m3. Nos ensaios com amostras saturadas as diferenças
foram insignificantes, com variação inferior a 0,50%, exceto a amostra (PMR-2) que
apresenta variação de 0,74%.
C) Porosidade Aparente () - NBR 12.766
AMOST
RA
PMV-1
PMV-2
PMR-1
PMR-2
PM-1
PM-2
A
B
C
1,3
1,1
1,0
1,0
1,4
0,9
1,1
1,6
1,0
1,1
2,1
1,1
1,2
1,5
0,9
1,0
1,9
1,8
POROSIDADE APARENTE (%)
CORPOS DE PROVA
D
E
F
G
H
I
1,2
1,2
1,3
1,1
1,9
1,2
1,2
1,2
1,2
1,2
2,9
0,9
1,3
1,3
1,3
1,1
1,5
1,5
1,2
1,1
1,0
1,0
1,6
1,3
1,3
1,2
1,1
1,2
1,9
1,7
1,2
1,6
1,3
1,5
1,6
1,2
J
Média
(%)
CV
(%)
1,6
1,1
1,2
1,2
1,7
1,2
1,3
1,3
1,1
1,1
1,9
1,3
10,2
15,9
13,1
11,5
22,0
23,1
CV: Coeficiente de Variação
Para o ensaio de Porosidade Aparente a ASTM não indica limites, entretanto Frazão &
Farjallat (1995) sugerem um valor máximo de 1% para as rochas designadas como granitos
serem utilizadas para fins de revestimento. De um total de 6 (seis) amostras analisadas da
“Pedra Madeira Rio de Janeiro” 2 (duas) amostras apresentaram valores ligeiramente superior
(1,1%) ao limite sugerido a 1%, 3 (três) amostras apresentaram valor de 1,3% e apenas 1
(uma) amostra (PM-1) apresentou valor consideravelmente superior (1,9%) ao limite sugerido
por Frazão & Farjallat (1995).
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Região Pedra Madeira Rio de Janeiro – 06/08/2010
D) Resistência ao Impacto de Corpo Duro – NBR 12.764
AMOST
RA
PMV-1
PMV-2
PMR-1
PMR-2
PM-1
PM-2
ALTURAS DE QUEDA PARA FISSURAS, LASCAMENTOS OU RUPTURAS (cm)
CORPOS DE PROVA
Média (%)
A
B
C
D
E
70 (R)
50 (R)
50 (R)
50 (F)
75 (F)
55 (F)
70 (R)
50 (F)
80 (F)
70 (R)
60 (F)
50 (F)
60 (R)
55 (F)
75 (F)
55 (R)
75 (F)
50 (F)
35 (R)
40 (F)
50 (F)
55 (R)
55 (F)
55 (F)
60 (R)
45 (F)
65 (F)
70 (R)
65 (F)
55 (F)
59
48
64
60
66
53
O número em cada célula representa a altura de ruptura, expressa em centímetros. (F):
placas com fissuras ou fraturas, sem apresentar clara ruptura ; (L): placa com lascamentos
superficiais; (R): placa com ruptura evidente.
O ensaio de Impacto de Corpo Duro é importante, quando a utilização do material for
em revestimento de interiores, pisos, soleiras, degraus, mesas, balcões e pias. Quanto
menores os valores encontrados, menos resistente ao choque é o material, tornando-se, no
caso, imprescindíveis cuidados extras no transporte e na sua colocação.
Para o ensaio de Impacto de Corpo Duro Frazão et al (1996) sugere como padrão
valor mínimo de 0,4 metros para a altura de ruptura. Para cada amostra foram testados 5
(cinco) corpos de prova, fazendo um total de 30 corpos de prova. Em 2 (duas) amostras
nenhum corpo de prova apresentou lascas superficiais ou fraturas evidentes, apenas
fissuras ou fraturas, sem clara ruptura. Em 2 (duas) amostras apenas um corpo de prova
apresentou rupturas evidentes, com alturas de ruptura de 50cm (amostras PMV-2 e PMR-1),
e nos demais corpos de prova apenas fissuras ou fraturas. Por fim, duas amostras (PMV-1 e
PMR-2) apresentaram 4 a 5 corpos de prova com ruptura evidente, com alturas de ruptura
de 55 a 70cm e apenas um corpo de prova apresentou altura de ruptura de 35cm, inferior ao
limite sugerido.
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E) Coeficiente de Dilatação Térmica Linear – NBR 12.765
Corpo
de
Prova
L0
(mm)
Le T0
(mm)
'LR
(mm)
ßR
10-6 (ºC-1)
PMV-1
PMV-2
PMR-1
PMR-2
PM-1
PM-2
104,99 3,792 3,740
105,58 8,521 8,490
104,71 4,910 4,920
104,69 2,393 2,441
105,64 4,578 4,533
105,59 10,915 10,945
0,052
0,031
0,010
0,048
0,045
0,030
9,9
5,9
1,9
9,2
8,5
5,7
Le T50
(mm)
Le T50 'LA
ßA
(mm) (mm) 10-6 (ºC-1)
3,790
8,453
4,905
2,396
4,561
10,921
0,050
0,037
0,015
0,045
0,028
0,024
9,5
7,0
2,9
8,6
5,3
4,5
ß MÉDIO
10-6(ºC-1)
9,7
6,4
2,4
8,9
6,9
5,1
L0: comprimento inicial do corpo de prova.
Le T50: leitura do extensômetro na temperatura de 50°C.
Le T0: leitura do extensômetro na temperatura de 0°C.
'LR: diferencial de deslocamento no resfriamento;
'LA: diferencial de deslocamento no aquecimento
ßR: coeficiente de dilatação térmica linear no resfriamento;
ßA: coeficiente de dilatação térmica linear no aquecimento
Para este ensaio Frazão et al (1996) sugerem como padrão aceitável para rochas
siliciclasticas brasileiras um valor inferior a 12 (10-6 (ºC-1)). Todas as 6 (seis) amostras
analisadas da “Pedra Madeira Rio de Janeiro” apresentaram valores compatíveis com o
padrão sugerido, sempre inferior a 9,9 (10-6 (ºC-1)).
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F) Resistência à Flexão – NBR 12.763
Corpo de
L
C
E
C. Máx.
Força
Resistência
prova
(cm) (cm) (cm)
(kgf)
Ruptura (N)
à Flexão (MPa)
PMV-1 A 10,13 20,13 4,97
1713,4
16802,7
20,3
PMV-1 B 10,06 19,90 4,91
1389,8
13629,5
16,8
PMV-1 C 10,15 20,02 4,84
1126,1
11042,8
13,9
PMV-2 A 10,22 19,94 4,80
1255,5
12312,1
15,6
PMV-2 B 10,14 20,02 4,73
906,0
8885,1
11,8
PMR-1 A 10,03 19,94 4,92
1093,5
10723,3
13,2
PMR-1 B 9,86 19,96 4,90
1231,8
12080,1
15,3
PMR-1 C 10,24 19,96 4,93
1287,6
12627,2
15,2
PMR-2 A 10,15 19,75 5,10
1350,5
13244,4
14,9
PMR-2 B 10,18 19,89 4,95
1671,4
16391,3
19,6
PMR-2 C 10,05 20,02 5,05
1889,7
18531,5
21,7
PM-1 A 10,20 20,18 5,09
1004,2
9848,0
11,3
PM-1 B 10,39 20,22 4,97
1084,1
10631,4
12,6
PM-1 C 10,24 20,21 4,99
674,4
6613,5
7,9
PM-2 A 10,06 19,86 4,92
946,2
9279,0
11,4
PM-2 B 10,13 19,86 4,71
957,3
9388,4
12,4
PM-2 C 10,07 19,84 4,85
670,4
6574,1
8,3
L: largura; C: comprimento; E: espessura; C.Máx.: Carga Máxima
Média
(MPa)
17,0
13,7
14,6
18,7
10,6
10,7
Segundo as especificações da ASTM as rochas designadas como granitos devem
apresentar valores superiores à 10,34 (MPa) para o ensaio de Resistência a Flexão (3
pontos) para serem utilizadas para fins de revestimento. Todas as 6 (seis) amostras
analisadas da “Pedra Madeira Rio de Janeiro”, apresentaram valores médios compatíveis
com os valores de referência, entre 10,6 e 18,7 (MPa). Apenas duas amostras apresentaram
apenas um corpo de prova com valor inferior ao limite sugerido, 7,9 MPa (amostra PM-1 C)
e 8,3 MPa (amostra PM-2 C).
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G) Resistência à Compressão Uniaxial – NBR 12.767
Corpo de
prova
A
(mm)
D
(mm)
Relação
altura X
diâmetro
Área
(m²)
Carga de
Ruptura
(KN)
Resistência à
Compressão
Uniaxial (MPa)
PMV-1 F
PMV-1 G
PMV-1 H
PMV-2 F
PMV-2 G
PMV-2 H
PMR-1 F
PMR-1 G
PMR-1 H
PMR-2 F
PMR-2 G
PMR-2 H
PM-1 F
PM-1 G
PM-1 H
PM-2 F
PM-2 G
PM-2 H
53,6
52,85
51,37
53,43
53,56
53,42
50,72
52,46
51,9
51,87
53,34
52,6
52,32
53,06
52,78
52,52
53
52,94
52,8
52,74
52,89
53,02
52,94
52,99
52,64
52,17
52,02
52,67
52,63
52,74
52,67
52,67
52,69
53,02
53,11
52,92
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0021
0,0021
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
184,9
195,9
177,5
242,6
168,2
201,3
177,2
294,7
327,8
153,5
173,0
324,3
185,4
190,0
192,6
199,2
241,8
225,0
84,5
89,7
80,8
109,9
76,4
91,3
81,4
137,9
154,2
70,4
79,5
148,5
85,1
87,2
88,3
90,2
109,1
102,3
Média
85,0
92,5
124,5
99,5
86,9
100,6
A: altura; D: diâmetro
O ensaio de Resistência a Compressão Uniaxial é muito importante para rochas que
serão utilizadas como elementos estruturais (lages, vigas, pilares e fundações), pois
determina a carga máxima que o material pode suportar.
Segundo as especificações da ASTM, as rochas designadas como granitos devem
apresentar valores superiores à 131 (MPa) para o ensaio de Resistência a Compressão
Uniaxial para serem utilizadas para fins de revestimento. Frazão & Farjallat (1995) indicam
um valor mínimo de 100 (MPa) para este ensaio. Todas as 9 (nove) amostras analisadas da
“Pedra Madeira Rio de Janeiro”, apresentaram valores inferiores ao limite indicado pela
ASTM. Entretanto em relação ao limite sugerido por Frazão & Farjallat (1995) para granitos
brasileiros, 2 (duas) amostras apresentaram valores compatíveis com os valores de
referência e 4 (quatro) amostras valores inferiores.
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H) Resistência à Compressão Uniaxial - Congelamento e Degelo (NBR 12.769)
Corpo
A
D
Relação Área
Carga de Resistência à Média
de
(mm) (mm) altura X
(m²)
Ruptura
Compressão
prova
diâmetro
(KN)
Uniaxial (MPa)
PMV-1 A
PMV-1 B
PMV-1 C
PMV-1 D
PMV-1 E
PMV-2 A
PMV-2 B
PMV-2 C
PMV-2 D
PMV-2 E
PMR-1 A
PMR-1 B
PMR-1 C
PMR-1 D
PMR-1 E
PMR-2 A
PMR-2 B
PMR-2 C
PMR-2 D
PMR-2 E
PM-1 A
PM-1 B
PM-1 C
PM-1 D
PM-1 E
PM-2 A
PM-2 B
PM-2 C
PM-2 D
PM-2 E
53,98
53,8
52,46
53,86
51,85
53,34
53,52
54,24
52,61
52,42
52,93
52,61
52,13
51,74
52,01
53,87
52,6
52,01
52,97
53,3
51,25
52,89
53,41
52,86
50,11
52,18
52,93
53,15
52,52
53,07
52,83
52,85
52,78
52,64
52,74
53,09
53,05
53,17
53,05
52,97
52,62
52,12
52,04
51,56
52,62
52,67
52,62
52,64
52,85
52,73
52,71
52,65
52,76
52,74
52,65
52,96
52,89
52,9
52,85
52,82
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
1,0
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0021
0,0021
0,0021
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
0,0022
201,1
178,3
205,7
206,4
234,5
195,7
204,3
293,8
166,0
234,1
330,6
302,1
285,4
276,8
330,6
224,0
257,0
178,3
208,4
212,8
141,7
178,3
183,9
172,4
244,6
204,2
210,3
174,7
202,8
208,4
91,8
81,3
94,0
94,8
107,3
88,4
92,4
132,3
75,1
106,2
152,0
141,6
134,2
132,6
152,0
102,8
118,2
81,9
95,0
97,4
64,9
81,9
84,1
78,9
112,3
92,7
95,7
79,5
92,4
95,1
93,8
98,9
142,5
99,1
84,4
91,1
A: altura; D: diâmetro
COEFICIENTE DE ENFRAQUECIMENTO (K)
Resistência Média
Resistência Média
Coeficiente de
Identificação
Congela. / Degelo (MPa) Estado Natural (MPa) Enfraquecimento
PMV-1
PMV-2
PMR-1
PMR-2
PM-1
PM-2
93,8
98,9
142,5
99,1
84,4
91,1
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85,0
92,5
124,5
99,5
86,9
100,6
1,1
1,1
1,1
1,0
1,0
0,9
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Região Pedra Madeira Rio de Janeiro – 06/08/2010
Segundo as Normas da ABNT para o ensaio de Resistência à Compressão Uniaxial
Conjugada ao Congelamento e Degelo, valores de K imediatamente superiores ou inferiores
a 1 podem significar apena dispersão de resultados do ensaio mecânico ou variação nas
características dos corpos-de-prova. Todas as 6 (seis) amostras analisadas da “Pedra
Madeira Rio de Janeiro” apresentaram valores igual a 1 ou imediatamente superior e inferior
(entre 0,9 e 1,1).
I) Ataque Químico (NBR-13.818)
Cloreto de
Amônio
Amostra
Manchamento
Incipiente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
PMV-1
PMV-2
PMR-1
PMR-2
PM-1
PM-2
Sem Manchas
Manchamento
Incipiente
Manchamento
Incipiente
Hidróxido de
Potássio
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Incipiente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Incipiente
Ácido
Clorídrico
Ácido Cítrico
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Manchamento
Evidente
Conclusões
Resuminamente os dados acima apresentados indicam que:
- Quanto aos ensaios “Massa Específica Aparente” (seca e saturada), “Impacto de Corpo
Duro”, Coeficiente de Dilatação Térmica Linear e “Resistência a Flexão” todas as amostras
apresentaram-se dentro dos padrões indicados.
- Quanto aos ensaio “Absorção de Água” e “Porosidade Aparente” apenas a amostra PM-1
apresentou valor significativamente superior ao padrão indicado, e as demais apresentaram
valores no limite indicado ou ligeiramente superior.
- Quanto ao ensaio “Resistência a Compressão Uniaxial” todas as amostras apresentaram
valor abaixo do padrão indicado pela ASTM, entretanto, em relação ao padrão sugerido por
Frazão & Farjallat (1995) para granitos brasileiros 2 (duas) amostras apresentaram valores
compatíveis com os valores de referência e 4 (amostras) amostras valores inferiores.
- Quanto ao ensaio “Resistência a Compressão Uniaxial conjugada ao congelamento e
degelo” todas as 6 (seis) amostras apresentaram valores entre 0,9 e 1,1, aceitavéis como
padrão.
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Com base nos resultados e considerações acima apresentados pode-se concluir que a
rocha denominada comercialmente de “Pedra Madeira Rio de Janeiro” tem características
físicas que permitem seua utilização para fins de revestimento. O único ensaio que as
amostras apresentaram valores menos satisfatórios foi para a “Resistência a Compressão
Uniaxial”, cabendo a ressalva que é um ensaio de grande importância para material que
será empregado como elemento estrutural (lages, vigas, pilares e fundações), não sendo um
ensaio que inviabiliza o uso de material para fins de revestimento.
Referências Bibliográficas
ABNT.1992.NBR 12763 – Rochas para revestimento – Determinação da resistência a
flexão. 3 p
ABNT.1992.NBR 12764 – Rochas para revestimento – Determinação da resistência ao
impacto de corpo duro. 2 p
ABNT.1992.NBR 12764 – Rochas para revestimento – Determinação do coeficiente de
dilatação térmica linear. 4p.
ABNT.1992.NBR 12766 – Rochas para revestimento – Determinação da massa específica
aparente, porosidade aparente e absorção. 2 p.
ABNT.1992.NBR 12767 – Rochas para revestimento – Ensaio de resistência à compressão
simples. 3 p.
ABNT.1992.NBR 12769 – Rochas para revestimento – Ensaio de congelamento e degelo
conjugado à verificação da resistência à compressão. 3 p.
ABNT.1997.NBR 13818 – Placas cerâmicas para revestimento – Especificações e métodos
de ensaio. 81 p.
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BEST, M.G. 2003. Igneous and metamorphic Petrology. 2ª Ed., Blackwell Publishing,
Malden, USA, 729p.
BRITO NEVES, B.B., 1999. América do Sul: quatro fusões, quatro fissões e o processo
acrescionário andino. Revista Brasileira de Geociências, v. 29(3): 370-392.
FRAZÃO, E, B.; FARJALLAT, J. E. S. 1995 Características tecnológicas das principais
rochas silicáticas brasileiras usadas como pedras de revestimento. I Congresso
Internacional da Pedra Natural. Lisboa. 47-58p.
FRAZÃO, E.B.; FARJALLAT, J.E.S. 1996. Proposta de especificação para rochas silicáticas
de
revestimento.
In:
CONGRESSO
BRASILEIRO
DE
GEOLOGIA
DE
ENGENHARIA, 8., 1996, Rio de Janeiro. Anais ... Rio de Janeiro: ABGE. v.1, p.
369-380.
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Delimitação de Área de Denominação de Origem da
Região Pedra Madeira Rio de Janeiro – 06/08/2010
HEILBRON M, DUARTE B.P., NOGUEIRA J.R. 1998. The Juiz de Fora complex of the
Central Ribeira belt, SE Brazil: a segment of Palaeoproterozoic granulitic crust
thusted during the Pan-African Orogen. Gondwana Research, 1: 373-382.
HEILBRON M., MOHRIAK W. VALERIANO C.M., MILANI E., ALMEIDA J.C.H., TUPINAMBÁ
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margin of Brazil. In: Talwani & Mohriak (eds) Atlantic Rifts and Continental Margins.
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HEILBRON M. & MACHADO N. 2003. Timing of terrane accretion in the NeoproterozoicEopaleozoic Ribeira orogen (SE Brazil). Precambrian Res., 125: 87-112.
IRVINE, T.N. & BARAGER, W.R.A. 1971. A guide to the chemical classification of the
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Le MAITRE, R.W. (ed.), 1989. A Classification of Igneous Rocks and Glossary of Terms,
Blackwell, Oxford, 193 pp.
MACHADO, N., VALLADARES, C., HEILBRON, M. & VALERIANO, C. 1996. U-Pb
geochronology of the central Ribeira belt (Brazil) and implications for the evolution of
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MANIAR, P.D. & PICCOLI, P.M. 1989. Tectonic discrimination of granitoids, Geological
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OLIVEIRA, T. M. A. 1998. Avaliação Econômica da Extração de Rochas Ornamentais do
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PASSCHIER, C.W. & TROUW, R.A.J. 1996. Microtectonics. Springer-Verlag, Berlim
Heildelberg New York. 282 p.
TUPINAMBÁ, M.; HEILBRON, M.; DUARTE, B.P.; NOGUEIRA, J.R.; VALLADARES, C.;
ALMEIDA, J.; SILVA, L.G.E.; MEDEIROS, S.R.; ALMEIDA, C.G.; MIRANDA, A.;
RAGATKY, C.D.; MENDES, J.; LUDKA, I. 2007. Geologia da Faixa Ribeira
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ANEXO 3
Memorial Descritivo
- Denominação de Origem da Região Pedra Madeira Rio de Janeiro:
A área da Denominação de Origem da “Região Pedra Madeira Rio de Janeiro”, está
integralmente compreendida nos limites da região administrativa Noroeste do Estado do Rio
de Janeiro, englobando parte dos municípios de Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, São
José de Ubá e Aperibé, e possui os limites e confrontações que se descreve. Tomado como
base o sistema de coordenadas UTM e o datum horizontal “SAD69”, consistente com as
cartas topográficas em escala 1:50.000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), a área esta compreendida nos fusos 23 e 24, possuindo o seguinte perímetro:
- partindo do ponto 1 (coordenadas 779403 E / 7602834 S / fuso 23K) na ponte na
Rodovia RJ-186 junto a foz do Córrego da Água Comprida no Rio Pirapetinga, seguindo
pela RJ-186 até o Ribeirão dos Motas;
- ponto 2 (coordenadas 795177 E / 7616154 S / fuso 23K) na ponte na Rodovia RJ-186
sobre o Ribeirão dos Motas, seguindo pelo Ribeirão dos Motas até nascente na fazenda
São Sebastião;
- ponto 3 (coordenadas 801532 E / 7622618 S / fuso 23K) na nascente do Ribeirão dos
Motas na Fazenda São Sebastião, seguindo pela encosta a noroeste até cume de cota
354m,
- ponto 4 (coordenadas 801163 E / 7622928 S / fuso 23K) no cume de cota 354m a
noroeste do ponto 3, seguindo pela cumeada e morros passando pela localidade "serrote",
pela serra da Prosperidade, pelo pontal do Sinal na serra do Colosso e pela serra da
Cascata;
- ponto 5 (coordenadas 809305 E / 7635251 S / fuso 23K) na nascente do Córrego Ubá no
extremo nordeste da serra da Cascata, seguindo pelo córrego Ubá,
- ponto 6 (coordenadas 189848 E / 7638458 S / fuso 24K) no Brejo entre o Córrego Ubá e
nascente do Ribeirão Limoeiro, seguindo pelo Ribeirão Limoeiro até sua foz;
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- ponto 7 (coordenadas 196250 E / 7650857 S / fuso 24K) na foz do Ribeirão Limoeiro no
Rio Muriaé, seguindo pelo Rio Muriaé até foz de primeiro córrego a norte na margem
esquerda do Rio Muriaé,
- ponto 8 (coordenadas 196160 E / 7652837 S / fuso 24K) na foz de córrego no Rio Muriaé,
a sudeste da fazenda Entroncamento, seguindo pelo córrego até a sua nascente;
- ponto 9 (coordenadas 196020 E / 7653985 S / fuso 24K) na nascente de córrego a norte
da fazenda Entroncamento, seguindo reto na direção N45E até o ponto 10;
- ponto 10 (coordenadas 198680 E / 7656883 S / fuso 24K) na junção de três córregos a sul
da serra do Feijão Queimado, seguindo pelo córrego até a capela de São Pedro;
- ponto 11 (coordenadas 200270 E / 7656550 S / fuso 24K) na Capela de São Pedro,
seguindo pelo Valão do Cedro e Ribeirão Boa Esperança;
- ponto 12 (coordenadas 203220 E / 7661350 S / fuso 24K) na Escola da Cachoeira na
fazenda da Cachoeira, seguindo pela cumeada de morro a Leste-Sudeste até Córrego da
Jabuticaba;
- ponto 13 (coordenadas 206900 / 7660000 S / fuso 24K) no Córrego da Jabuticaba,
seguindo pela cumeada de morro a Leste-Sudeste até Fazenda Sacramento;
- ponto 14 (coordenadas 210540 E / 7659050 S / fuso 24K) na Fazenda Sacramento,
seguindo pelo Valão Bambui até a sua foz;
- ponto 15 (coordenadas 210320 E / 7648240 S / fuso 24K) na foz do Valão Bambui no Rio
Muriaé, seguindo pelo rio Muriaé até a foz do Rio São Domingos;
- ponto 16 (coordenadas 210590 E / 7647040 S / fuso 24K) na foz do Rio São Domingos,
seguindo pelo Rio São Domingos até a foz do córrego da Areia;
- ponto 17 (coordenadas 191460 E / 7629910 S / fuso 24K) na foz do córrego da Areia no
Rio São Domingos, seguindo pelo córrego da Areia até sua nascente oeste;
- ponto 18 (coordenadas 193250 E / 7628000 S / fuso 24K) na nascente oeste do Córrego
da Areia, subindo serra Vista Alegre até cume de cota 647 metros;
- ponto 19 (coordenadas 194090 E / 7627140 S / fuso 24K) no cume de cota 647 metros na
serra Vista Alegre, seguindo pela cumeada dos morros passando pela serra São Romão e
serra das Frecheiras até nascente do Valão dos Leites;
- ponto 20 (coordenadas 804560 E / 7615920 S / fuso 23K) na nascente do Valão dos
Leites na serra das Frecheiras, seguindo pelo Valão dos Leites até sua foz;
- ponto 21 (coordenadas 800020 E / 7610303 S / fuso 23K) na foz do Valão dos Leites no
Rio Pomba, seguindo pelo Rio Pomba até ponto 22;
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- ponto 22 (coordenadas 798336 E / 7607289 S / fuso 23K) na foz de córrego na margem
direita do Rio Pomba, a montante da localidade de Frecheiras, seguindo pelo córrego até
morro entre a sua nascente e a nascente do córrego do Pito Aceso;
- ponto 23 (coordenadas 794580 E / 7603100 S / fuso 23K) no cume de cota 128 metros na
cabeceira do Córrego Pito Aceso, seguindo pelo Córrego do Pito Acesso até sua foz;
- ponto 24 (coordenadas 792218 E / 7599218 S / fuso 23K) na foz do Córrego Pito Aceso
no Rio Paraíba do Sul, seguindo pelo Rio Paraíba do Sul até foz do Rio Pirapetinga;
- ponto 25 (coordenadas 782831 E / 7596288 S / fuso 23K) na foz do Rio Pirapetinga no Rio
Paraíba do Sul, seguindo pelo Rio Pirapetinga até retornar ao ponto 1, onde se iniciou a
descrição deste perímetro, encerrando uma área de aproximadamente 750 quilômetros
quadrados.
- Área de Beneficiamento da Denominação de Origem da Região Pedra Madeira Rio de
Janeiro:
A Área de Beneficiamento da Denominação de Origem da “Região Pedra Madeira Rio
de Janeiro”, para o produto “Pedras de Revestimento”, foi criada para abranger toda área
na qual se localizam as serrarias que beneficiam o material bruto oriundo das pedreiras das
rochas acima descritas. A área de beneficiamento está integralmente compreendida nos
limites da região administrativa Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, englobando parte dos
municípios de Santo Antônio de Pádua, Miracema, Laje do Muriaé, Itaperuna, Porciuncula,
Varre-Sai, Natividade, Cambuci, São José de Ubá e Aperibé, e possui os limites e
confrontações que se descreve. Tomado como base o sistema de coordenadas UTM e o
datum horizontal “SAD69”, consistente com as cartas topográficas em escala 1:50.000 do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a área esta compreendida nos fusos 23
e 24, possuindo o seguinte perímetro:
- partindo do ponto 1 (coordenadas 782831 E / 7596288 S / fuso 23K) na foz Rio
Pirapetinga no Rio Paraíba do Sul, seguindo pelo Rio Paraíba do Sul;
- ponto 2 (coordenadas 792217 E / 7599218 S / fuso 23K) na foz do Córrego Pito Aceso no
Rio Paraíba do Sul, seguindo pelo Córrego do Pito Aceso;
- ponto 3 (coordenadas 794580 E / 7603100 S / fuso 23K) no morro na cabeceira da
nascente do Córrego Pito Aceso, seguindo pelo Córrego a leste do ponto 3,
- ponto 4 (coordenadas 798336 E / 7607289 S / fuso 23K) na foz de córrego na margem
direita do Rio Pomba, a montante da localidade de Frecheiras, seguindo pelo Rio Pomba;
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- ponto 5 (coordenadas 800019 E / 7610303 S / fuso 23K) na foz do Valão dos Leites no Rio
Pomba, seguindo pelo Valão dos Leites,
- ponto 6 (coordenadas 804620 E / 7615880 S / fuso 23K) na nascente do Valão dos Leites
na serra das Frecheiras, seguindo pela cumeada das serras das Frecheiras e São Romão;
- ponto 7 (coordenadas 192550 E / 7623710 S / fuso 24K) no cume de cota 618 metros a
nordeste da serra de São Romão, seguindo para nordeste pela cumedada de serra,
- ponto 8 (coordenadas 194090 E / 7627140 S / fuso 24K) no cume de cota 647 metros na
serra Vista Alegre, seguindo pela cumedada da serra Vista Alegre;
- ponto 9 (coordenadas 200560 E / 7632910 S / fuso 24K) no Ribeirão da Onça a nordeste
da serra Vista Alegre, seguindo pelo Ribeirão da Onça;
- ponto 10 (coordenadas 204110 E / 7634090 S / fuso 24K) na foz de afluente na margem
direita do Ribeirão da Onça, seguindo pelo córrego até a sua cabeceira;
- ponto 11 (coordenadas 205570 E / 7631840 S / fuso 24K) no cume de cota 368 metros,
seguindo pela cumedada de morros a leste-nordeste;
- ponto 12 (coordenadas 210000 E / 7636310 S / fuso 24K) no Valão do Angelim, seguindo
pelo Valão do Angelim e Ribeirão da Onça;
- ponto 13 (coordenadas 213920 / 7641890 S / fuso 24K) na foz do Ribeirão da Onça no Rio
Muriaé, seguindo pelo rio Muriaé;
- ponto 14 (coordenadas 210320 E / 7648240 S / fuso 24K) na foz do Valão do Bambuí no
Rio Muriaé, seguindo pelo Valão do Bambuí;
- ponto 15 (coordenadas 210540 E / 7659050 S / fuso 24K) na cabeceira do Valão do
Bambuí na Fazenda Sacramento, seguindo pela cumeda de morros para oeste-noroeste;
- ponto 16 (coordenadas 206900 E / 7660000 S / fuso 24K) no Córrego da Jabuticaba,
seguindo pela cumeda de morros para oeste-noroeste;
- ponto 17 (coordenadas 203230 E / 7661350 S / fuso 24K) na Escola Cachoeira na
Fazenda Cachoeira, seguindo pelo Ribeirão Boa Esperança e Valão do Cedro;
- ponto 18 (coordenadas 200270 E / 7656550 S / fuso 24K) na Capela de São Pedro,
seguindo pelo córrego a oeste-noroeste;
- ponto 19 (coordenadas 198680 E / 7656883 S / fuso 24K) na junção de três córregos a sul
da serra do Feijão Queimado, seguindo por córrego para nordeste;
- ponto 20 (coordenadas 199350 E / 7657700 S / fuso 24K) na cabeceira do Córrego Suiço,
seguindo pelos córregos Suiço e do Facão;
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- ponto 21 (coordenadas 196990 E / 7659900 S / fuso 24K) na foz do Córrego do Facão no
Rio Carangola, seguindo pelo Rio Carangola;
- ponto 22 (coordenadas 197110 E / 7660760 S / fuso 24K) na foz do Ribeirão Conceição
no Rio Carangola, seguindo pelo Ribeirão Conceição;
- ponto 23 (coordenadas 203340 E / 7673250 S / fuso 24K) na junção do Ribeirão
Conceição com Ribeirão Monte Verde, seguindo pelos Ribeirões Monte Verde e Inverno;
- ponto 24 (coordenadas 207430 E / 7680990 S / fuso 24K) no ume de cota 653 metros na
cabeceira do Ribeirão Inverno, seguindo pelo Córrego Cruz da Ana e Ribeirão Varre-Sai;
- ponto 25 (coordenadas 214720 E / 7689540 S / fuso 24K) na foz do Ribeirão Varre-Sai no
Rio Itabapoana, seguindo pelo Rio Itabapoana;
- ponto 26 (coordenadas 200700 E / 7701050 S / fuso 24K) no ponto tríplice de limite
estadual entre Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espirito Santo, seguindo pelo limite
estadual Rio de Janeiro - Minas Gerais até retornar ao ponto 1, onde se iniciou a
descrição deste perímetro, encerrando uma área de aproximadamente 2.700 quilômetros
quadrados.
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Niteroi, 06 de agosto de 2010.
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Dr. Rodrigo Peternel Machado Nunes
Geólogo - Coordenador de Geologia e Recursos Mierais
Departamento de Recursos Minerais
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Débora Toci
Geóloga – Diretora de Mineração
Departamento de Recursos Minerais
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