UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI PRÓ-REITORIA DE ENSINO ENGENHARIA AGRONÔMICA WENDER LOPES CORDEIRO PROPAGAÇÃO POR ESTAQUIA DE CAGAITEIRA COM USO DE POLIAMINAS E AIB Sete Lagoas 2016/1 WENDER LOPES CORDEIRO PROPAGAÇÃO POR ESTAQUIA DE CAGAITEIRA COM USO DE POLIAMINAS E AIB Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João Del Rei com requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. Área de concentração: Fisiologia Vegetal Orientador: Dr. Professor Leonardo Lucas Carnevalli Dias Sete Lagoas 2016/1 WENDER LOPES CORDEIRO PROPAGAÇÃO POR ESTAQUIA DE CAGAITEIRA COM USO DE POLIAMINAS E AIB Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João Del Rei com requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. Sete Lagoas, 22 de junho de 2016 Banca Examinadora: _________________________________________________ José Carlos Moraes Rufini Dr. Professor Associado (UFSJ) _________________________________________________ Nádia Nardely Lacerda Durães Parrela (UFSJ) _________________________________________________ Leonardo Lucas Carnevalli Dias Dr. Professor (UFSJ) Orientador Sete Lagoas 2016/1 RESUMO A propagação vegetativa via estaquia para espécies do Cerrado é ainda um desafio. Esse trabalho teve como objetivo o estabelecimento de um protocolo de propagação por estaquia com uso de poliaminas e AIB para a espécie Eugenia dysenterica. Estudou-se o efeito de diferentes reguladores de crescimento espermina, espermidina (poliaminas), e ácido indo butírico-AIB (auxina) em substrato de vermiculita e utilizando sistema hidropônico. As estacas mantidas em substrato de vermiculita não apresentaram percentuais de enraizamento, porém foi constatado que as estacas tratadas com as poliaminas apresentaram maior retenção foliar. A resposta das estacas no sistema hidropônico foi semelhante ao observado para as estacas inoculadas no substrato contendo vermiculita, ressaltando que no caso do sistema hidropônico a retenção foliar ocorreu em um período maior. O uso de poliaminas e AIB mostra-se uma boa alternativa para a propagação vegetativa via estaquia para essa espécie. Palavras-chave: Hidropônico. Cagaiteira, Myrtaceae, Poliaminas, Estaquia, Sistema ABSTRACT Vegetative propagation of cutting to the Cerrado species is still a challenge. This study aimed to establish a protocol of propagation by cuttings with polyamines and AIB for Eugenia dysenterica species. We studied the effect of different regulators spermine growth, spermidine (polyamine), and butyric acid going AIB (auxin) in vermiculite substrate and using hydroponic system . The stakes held in vermiculite substrate showed no percentage of rooting, but it was found that the cuttings treated with polyamines had greater leaf retention. The response of the stakes in the hydroponic system was similar to that observed for cuttings inoculated in the substrate containing vermiculite, noting that in the case of hydroponically leaf retention occurred over a longer period. The use of polyamines and AIB shown a good alternative to vegetative propagation through cuttings for this species. Key words: Cagaiteira, Myrtaceae, polyamines, Cuttings, Hydroponic System. Sumário 1.Introdução ...................................................................................................... 1 2.Revisão bibliográfica .................................................................................... 3 2.1 Caracterização da família Myrtaceae ........................................................ 3 2.2 Caracterização da cagaitaiteira ................................................................. 4 2.3 Propagação da cagaiteira .......................................................................... 5 2.4 Propagação vegetativa .............................................................................. 7 2.5 Uso de reguladores de crescimento ......................................................... 9 2.6 Uso de sistema hidropônico na propagação vegetativa....................... 11 3. Metodologia ................................................................................................ 13 4.Resultados e discussão.............................................................................. 16 5. Conclusão ................................................................................................... 20 6.Referências .................................................................................................. 21 1.Introdução O Cerrado brasileiro é considerado uma região de grande diversidade, e riquezas de espécies endêmicas associado a um alto grau de perda de biodiversidade (Myers et al., 2000). Sendo o segundo maior bioma brasileiro ocupando 21% do território nacional e considerado a última fronteira agrícola (Borlaug, 2002). A cagaiteira (Eugenia dysenterica) é uma planta lenhosa pertencente à família Myrtaceae, medindo em média 10 metros de altura, com ocorrência em vários estados brasileiros. A cagaiteira, muito utilizada pela população regional é umas das frutíferas nativas do Cerrado que tem importância na alimentação. Toda a produção da cagaiteira ocorre de forma extrativista, podendo ser utilizado no consumo in natura, ou na forma de sucos, sorvetes, licores e geleias (Vieira et al. 2010). Dessa forma, a cagaiteira tem um grande potencial para a utilização em sistemas produtivos apresentando-se em alta densidade e com boa produção (Camilo et al. 2014). Um grande problema é que seus frutos amadurecem todos de uma vez e ficam em condições de consumo na planta em torno de um mês. Em geral a produção de mudas de cagaiteira é feita por semente, o que resulta na produção heterogêneas de plantas, resultando em pomares desuniformes. Para obter plantas homogêneas deve-se utilizar a propagação vegetativa que irá: transmitir as características genéticas das matrizes e resultar em pomares homogêneos (Dias at al. 2012). A melhoria do sistema de produção de mudas de cagaiteiras é de extrema importância, devido a crescente procura por mudas para a produção comercial, bem como para reflorestar e recuperar áreas de cerrados degradados (NIETSCHE et al. 2004). A produção de mudas de cagaiteira ainda é quase que exclusivo via semente. Segundo Scalon et al. (2009), a germinação das sementes de cagaiteira é elevado até os três dias após a retirada dos frutos da planta, e não varia em função da temperatura 1 de incubação, mas quando mantidas nos frutos perdem vigor e viabilidade. O crescimento das plantas é lento sendo de baixa eficiência na produção de mudas. A estaquia é um dos principais métodos de propagação vegetativa para se propagar espécies de frutíferas de interesse comercial sendo uma alternativa viável para a produção dessas mudas. O uso dessa técnica vai ser ditado pela facilidade de enraizamento das espécies ou cultivar (Fachinello et al. 2005). Em espécies que não podem ser propagadas via semente, genótipos de alta produtividade, plantas que não produzem quantidades suficientes de sementes, para manter programas de melhoramento ou plantios comerciais, sementes de difícil armazenamento, com baixo poder germinativo, ou híbridos estéreis (Ferrari et al. 2004). A combinação de técnicas para auxiliar o enraizamento da estaca é de extrema importância, sendo que pode ser utilizado para espécies de difícil enraizamento a aplicação de fitorreguladores, anelamento e arqueamento de ramos. Esses processos podem maximizar o enraizamento de algumas espécies (Fachinello et al. 2005). Segundo Fachinello et al (1995), para que as estacas emitam raízes são necessários fatores endógenos. Dentre esses fatores os reguladores de crescimento são os mais importantes sendo auxinas as principais contribuintes para a formação de raízes adventícias. Trabalhos de Danner et al. (2006), Dias et al. (1999), Colombo et al. (2008), Delgado et al. (2010), Silva et al. (2010), mostraram que o uso de AIB, em plantas da família Mirtaceae foi eficiente no estimulo de enraizamento adventício. As poliaminas apresentam alguns efeitos fisiológicos tais como influência no crescimento e divisão celular, calogênese e embriogênese (Sena & Castro, 1996). As poliaminas podem estar diretamente envolvidas na divisão e alongamento celular no enraizamento e formação de tubérculos. Isso faz com que essa substancia possa ser substituta das auxinas, atuando como mensageiro secundário dessa classe hormonal (Kerbauy 2013). Dentre as poliaminas biológicas as de maior ocorrência em tecidos vegetais são as esperminas e espermidinas (Leite et al. 2012). 2 Uma vez que existem poucos estudos sobre a propagação vegetatativa por estaquia da espécie Eugenia dysenterica, esse trabalho teve como objetivo desenvolver um protocolo para propagação vegetativa via estaquia utilizando fitohormônios (AIB e Poliaminas) e testar a eficiência do sistema hidropônico em relação ao substrato de vermiculita. 2.Revisão bibliográfica 2.1 Caracterização da família Myrtaceae A família Myrtaceae possui cerca de 133 gêneros e mais de 3800 espécies, sendo seu cento de diversidade a Austrália, Ásia e América do Sul (Wilson et al. 2001). No Brasil a família apresenta cerca de 1000 espécies distribuídas em 24 gêneros (Landrum e Kawasaki, 1997). Segundo Morais et al. (2014), a cada dia são registradas novas espécies dessa família, mostrando o pouco conhecimento e estudo desse grupo de plantas, tendo- se a necessidade de maiores estudos e pesquisas em diversas regiões de Cerrado do Brasil. As frutíferas pertencentes à família Myrtaceae são amplamente distribuídas em todo o território nacional e constitui um patrimônio genético de grande valor, além de apresentar potencial para produção agrícola (Lattuada et al. 2010). Entre todos os gêneros da família Myrtaceae que engloba as frutíferas, os gêneros mais importantes são Eugenia, Acca, Myrciaria, e Psidium, apresentando grande importância econômica (Manica, 2002). Sendo que o gênero Eugenia, é o maior da família com cerca de mil espécies e está distribuída principalmente na américa do Sul e Central (Merwe et al. 2005). Existem muitas frutíferas da família Myrtaceae com grande potencial agronômico (goiaba), florestal (eucalipto), paisagístico (escova de garrafa). Os frutos da cagaiteira são utilizados para a exploração econômica tanto no consumo in natura quanto na indústria, além de apresentarem 3 características farmacêuticas, destacando-se no setor de cosméticos e como alimento funcional (Lorenzi, 2002). A cagaiteira apresenta grande importância ecológica, sendo que seus frutos são suculentos e apreciados pelos animais silvestres, sendo assim uma forma de dispersão das sementes dessas espécies, favorecendo assim a sobrevivência de seus indivíduos (Pizzo, 2003). 2.2 Caracterização da cagaitaiteira A cagaiteira (Eugenia desenterica DC.) pertence à família Myrtaceae é uma espécie nativa do Cerrado utilizada como ornamental, fornecendo madeira, na indústria de cortume, alimentícia e medicinal (Almeida et al. 1998). A cagaiteira como é conhecida popularmente é uma árvore frutífera nativa dos Cerrados, de até 10 metros de altura, de troncos e ramos tortuosos, com casca grossa e fissuradas. Seus frutos possuem formato globoso de coloração amarelada, tendo sabor levemente ácido, pesando cerca de 20 gramas, com comprimento e diâmetro de 3-4 centímetros (Rizzini et al. 1971). A cagaita apresenta tanto fecundação cruzada quanto autofecundação, sendo que sua polinização é realizada pelas mamangavas no período da manhã (Proença et al. 1994). Sua ocorrência é no Cerrado e Cerradão, sendo adaptadas a solos pouco férteis, portanto pode-se inferir que é uma planta pouco exigente em fertilidade (Naves, 1999). Apesar de ocorrer em toda e extensão do Cerrado a cagaiteira apresenta um comportamento peculiar quanto a sua ocorrência, pois aparece com alta frequência em algumas regiões, formando aglomerações (Sousa et al. 2013). Suas folhas são aromáticas, verdes, brilhantes e quando jovens verde-claras, oposta, simples e a planta é caducifólia na floração. No Cerrado seu florescimento acontece geralmente de agosto a setembro, sincronizado com início das primeiras chuvas ou até mesmo antes dela, sendo que seu florescimento não ultrapassa mais que uma semana. Suas flores são brancas e aromáticas, solitárias e axilares, ou reunidas em fascículos axilares (Nietsche et al. 2004). 4 Juntamente com o florescimento ocorre o surgimento de novas brotações ricas em folhas com pigmentação vermelha, sendo que no espeço de um mês ocorre a formação de frutos (Proença e Gibbs, 1994). Segundo Sano e Fonseca (2003), há evidencias que sua dispersão seja zoocórica, já que a cagaiteira tem alta produção de frutos carnosos, atraindo animais dispersores. Os autores ainda afirmam que a espécie possui grande potencial produtivo e pouca alternância de produção, podendo encontrar arvores com até 1500 frutos em uma mesma safra. A cagaita assim como a maioria das frutas é considerada um alimento perecível, tendo alta atividade metabólica, após a colheita levando a deterioração em poucos dias (Chitarra, 2005). Os frutos dessa planta podem ser consumidos tanto in natura ou na forma de processados (sorvete, sucos, geleias e licor). Suas folhas e casca podem ser utilizadas na medicina popular contra diarreia e diabete, tendo ainda potencial de ser usada como planta ornamental, e sua madeira pode ser usada na construção civil, lenha e carvão (Ribeiro et al. 1992). Segundo a conhecimento popular os frutos da cagaiteira tem potencial laxativo, o que dá nome à espécie. Segundo estudos de Lima et al. (2010), realizados com camundongos a espécie apresenta um peptídeo capaz de aumentar a motilidade no intestino o que é provavelmente responsável pela atividade laxante. Além disso este composto não apresenta atividade toxica para animais, sendo que este composto pode ser utilizado pela indústria farmacêutica no futuro para tratamento de prisão de ventre crônica. 2.3 Propagação da cagaiteira Sua propagação é feita quase que exclusivamente via semente, podendo apresentar taxa de germinação de até 95% (Almeida et al. 2008) gerando grande variabilidade de plantas. A cagaiteira apresenta uma desvantagem para ser propagada por semente, pois essas são recalcitrante, comprometendo sua conservação, longevidade e viabilidade, dificultando ser propagada em qualquer época do 5 ano (Andrade et al. 2003). As sementes recalcitrantes apresentam teor de agua entre 30-70% de na maturidade, sendo muito sensível a dessecação e baixas temperaturas durante o armazenamento, quando submetidas a secagem abaixo de 30% suas sementes perdem a viabilidade rapidamente (Ribeiro et al. 1996). Pelo fato das sementes da E. dysenterica, serem recalcitrantes, torna-se necessário o aprimoramento de protocolos de propagação vegetativa da espécie, como forma de propagar a planta em qualquer época do ano. A utilização da propagação vegetativa por estaquia é justificada em espécies florestais quando se trabalha com genótipos de alta produtividade e qualidade, os quais produzem sementes em quantidade insuficiente para manter um programa de melhoramento genético, sementes que apresentam recalcitrância dificultando o armazenamento, espécies com baixo poder germinativo ou híbridos estéreis (Ferreira e Santos, 1997). A propagação vegetativa apresenta vários benefícios em relação a propagação seminífera, tais como plantas-filhas iguais à planta-mãe elevado poder produtivo por melhor controle de pragas e doenças (Ferreira, 2000). As plantas propagadas por estaquia apresentam melhor uniformidade, tamanho reduzido facilitando na colheita e otimizando melhor o espaço além disso pode-se produzir mudas o ano todo por não depender das sementes para sua propagação. Uma metodologia já foi descrita para a cagaiteira por Pereira et al. (2002), entretanto o sucesso do protocolo foi extremamente limitado. Outro fato que torna a propagação vegetativa via estaquia importante para a cagaiteira é que a maturação dos frutos é relativamente rápida e coincide com o período chuvoso. Esse fenômeno pode estar relacionado com estratégia de sobrevivência da espécie, pois as sementes possuem um período de viabilidade em torno de 50 dias (Fariasneto, et al. 1991). A propagação vegetativa pode contribuir na domesticação da cagaiteira. Segundo Dias et al. (2012) Plantas matrizes devem apresentar boas características agronômicas, como adaptabilidade edáfica e climática, alta produtividade, resistência a pragas e doenças e apresentar frutos de boas qualidades para fins industriais e consumo in natura. Com a seleção 6 de plantas matrizes com essas características agronômicas há a possibilidade de ser passada para seus descendentes pelo processo de propagação vegetativa, uma vez que as plantas geradas nesse processo serão idênticas a planta matriz, fato que é de pouca ocorrência na propagação seminífera. De acordo com Pereira et al. (2002), é possível propagar a cagaiteira por estaquia com aplicação de reguladores de crescimento em casa de vegetação, após 180 dias, possibilitando selecionar genótipos superiores. A cagaiteira propagada por semente inicia a frutificação a partir do quarto ou quinto ano de idade (Silva et al. 1992). A propagação vegetativa induz as plantas à precocidade de produção, devido à ausência do período juvenil em relação a propagação por semente (Danner, 2016). Um fato que comprova que a propagação vegetativa pode ser uma boa alternativa de domesticação é que segundo kerr et al. (2007), foi encontrada plantas de pequi no norte do Tocantins que produzia frutos sem a presença de espinhos, com isso iniciou-se o processo de propagação dessas plantas vegetativamente, afim de obter plantas com estas mesmas características. Das 6 plantas que foram propagadas 4 sobreviveram, sendo que o método de propagação foi a enxertia, essas plantas são esperança de produção de mudas de pequi sem espinho dentro de 4-8 anos. De acordo com Junior et al. (2008) só há uma técnica de propagação para manutenção dessa característica do pequi sem espinho eficiente, sendo essa técnica a propagação vegetativa. 2.4 Propagação vegetativa A propagação vegetativa consiste na multiplicação de indivíduos a partir de porções vegetativas das plantas, em razão da capacidade de regeneração e diferenciação das células dos órgãos vegetativos (Hartmann et al. 2002). A estaquia é uma técnica que consiste no enraizamento de partes da planta, podendo ser, ramos, folhas ou raízes, sendo uma técnica de grande 7 viabilidade econômica para o estabelecimento de algumas espécies florestais (Paiva e Gomes, 1995). A estaquia é uma técnica na qual se tem maior domínio e conhecimento científico, representando um dos maiores avanços tecnológicos do setor florestal (Assis, 1997). A propagação vegetativa apresenta diversas vantagens, dentre elas: permitir que se obtenha muitas plantas de uma única planta-matriz, em curto espaço de tempo; técnica de baixo custo; as plantas propagadas por esse método apresentam uniformidade. As plantas propagadas vegetativamente não possuem interferência do processo de recombinação gênica, não apresentando variabilidade genética, mostrando grande uniformidade quando em condições de clima e solo adequados. Isso possibilita boas produtividades e uniformidade de crescimento, resistência a pragas e doenças, melhor aproveitamento dos recursos hídricos e nutricionais do solo (Eldrige, 1994). . A propagação por estacas, quase não apresenta inconvenientes, entretanto, nem sempre é viável, especialmente quando a cultivar apresenta baixo potencial genético de enraizamento, resultando em pequena percentagem de mudas obtidas (Fachinello et al. 2005). A propagação vegetativa apresenta vantagens na manutenção de material com boas características agronômicas, favorecendo a multiplicação de plantas produtivas e tolerantes a pragas e a doenças (Lima et al., 1999). É uma alternativa relativamente rápida e barata, para o aumento da produtividade e qualidade das espécies florestais produzidas, aumentando a competitividade do material selecionado, nesse sentido é importante aprimorar os métodos e protocolos já existentes, permitindo um melhor aproveitamento do material genético selecionado pelos programas de melhoramento florestal (Ferrari et al. 2004). Há uma enorme carência de protocolos referentes à propagação vegetativa (Santos et al. 2011), sendo a quase totalidade das espécies arbóreas são propagadas pela via seminífera, incorrendo em perdas com relação ao potencial agronômico de um indivíduo e alta heterogeneidade do plantio. A adoção de técnicas silviculturais mais intensivas (preparo do solo, fertilização adequada, combate a pragas e doenças, etc..) aliada à 8 reintrodução de novos materiais genéticos resultaram em ganhos consideráveis de produção. Outra estratégia que alcançou ganhos consideráveis foi através da propagação clonal, maximizando os ganhos em uma única geração, mantendo as características favoráveis, evitando a variabilidade encontrada em árvores obtidas a partir de sementes (Higashi et al. 2000; Embrapa 2010). Os principais fatores envolvidos no enraizamento de estacas são o balanço hormonal, constituição genética da planta matriz, nível endógeno de inibidores, as condições nutricionais e hídricas das plantas matrizes (Alfenas et al, 2009; Xavier et al, 2009) Na estaquia o uso de estacas com cerca de 20 cm de comprimento proveniente de ramos do último ciclo vegetativo de algumas espécies de arvores adultas como Tapirira guianensis, Dedropanax cuneatus, Sebastiania commersoniana, Erythrina falcata, Inga marginata, Inga vera, Magnolia ovata, Guazuma ulmifolia, Maclura tinctoria, Myrsine umbellata e Casearia sylvestris não apresentaram potencial para enraizamento, mesmo tratadas com AIB (Santos et al, 2011). Além da percentagem de enraizamento, o número de raízes e o tamanho das raízes, formadas nas estacas é de extrema importância para a produção de mudas (Antunes et al, 1996). Caso a planta apresente uma boa resposta a estas variáveis, indica que as futuras mudas formadas possuíram melhor desenvolvimento e qualidade de sistema radicular, tendo maiores chances de sobrevivência após o plantio à campo (Reis et al, 2000). A presença de folhas nas estacas é um fator importante no sucesso da propagação por estaquia, pois os efeitos benéficos são vários, dentre eles a fonte de promotores de enraizamento (auxinas e cofatores) e de fotoassimilados (Hartmann et al, 2011). 2.5 Uso de reguladores de crescimento Segundo Pasqual et al. (2001), é de extrema necessidade que haja um balanço hormonal entre promotores e inibidores no processo de 9 iniciação radicular. A maneira mais comum de promover esse equilíbrio é pela aplicação exógena de reguladores de crescimento, como o ácido indolbutírico (AIB), que podem elevar a concentração de auxina no tecido (Hinojsa, 2000). O uso de reguladores de crescimento tem sido bastante usado, com finalidade de aumentar os índices de enraizamento de espécies de difícil enraizamento. A auxina é bastante utilizada para esse propósito, por ter finalidade de divisão e alongamento celular e formação de raízes adventícias (Salisbury e Ross, 1992). Para espécies de difícil enraizamento a aplicação exógena de fitorreguladores pode compensar a falta endógena desses hormônios (Hartmann et al. 2002). De forma geral a maioria dos trabalhos de propagação vegetativa utilizam os reguladores de crescimento AIA, AIB e ANA mostrando bons índices de enraizamento, podendo variar com uma série de fatores. Segundo Alcantara et al. (20010) e Hartmann et al. (2002), o uso de reguladores de crescimento pode acelerar o metabolismo normal da planta e aumentar o número de primórdios radiculares, mesmo que não aumente a porcentagem de enraizamento. Trabalhos como de Fachinello et al. (1995), e Danner et al. (2006) demonstraram o efeito positivo da aplicação exógena de auxina enraizamento de estacas lenhosas. Valmorbida et al, (2008) em seu trabalho no enraizamento de estacas lenhosas de catuaba (Trichilia catigua), utilizado o AIB (ácido indol-3-butírico), AIA (ácido 3-indolacético) e ANA (ácido naftalenoacético) em diferentes concentrações observou-se que independentemente do tipo de estaca o AIB resultou em maiores percentuais de estacas enraizadas, sendo que os outros tratamentos obtiveram percentuais de estacas enraizadas, porem em menor número. Uma outra classe de substâncias que vêm sendo usadas para estimular o enraizamento adventício são as poliaminas. Consideradas por alguns autores uma nova classe de reguladores de crescimento, as poliaminas podem ter efeito benéfico neste contesto, por estarem 10 diretamente ligadas pela formação de raízes primarias, laterais e adventícias (Couée et al. 2004). As poliaminas são reguladores de crescimento que estão presente em células vegetais e animais, sendo que nos vegetais estão envolvidas na divisão, alongamento celular, no enraizamento e na formação de tubérculos. Essas substancias podem ser eventualmente usadas como substituto dos tratamentos com auxina, sugerindo como mensageiro secundário dessa classe hormonal (Kerbauy 2013). A ação das poliaminas na formação de raízes podem estar relacionados com a interação com fitohormônios e interações bioquímicas a níveis moleculares, sendo que há relação entre metabolismo de poliaminas, síntese de etileno e metabolismo de aminoácidos, tendo impacto relevante na formação de raízes. As poliaminas são precursores de alguns alcaloides que estão relacionados com a formação de raízes (Sankhla e Upadhyaya, 1988). Durante o desenvolvimento do sistema radicular há uma modificação nos níveis de poliaminas, tendo um decréscimo das mesmas e ocorrendo inibição do crescimento das raízes (Sankhla & Upadhyaya, 1988; Couée et al. 2004). Poliaminas associadas ou não com auxinas podem induzir a formação de raízes adventícias de várias espécies de plantas, porem altas doses podem ter efeitos tóxicos (Neves et al. 2002). 2.6 Uso de sistema hidropônico na propagação vegetativa A hidroponia é um termo derivado do grego onde “hidro”, significa água e “ponos” significa trabalho, proposto por Willian F. Gerick, nos Estados Unidos, por volta dos anos 1930 sendo hoje difundido na área florestal para o estabelecimento de jardim clonal (Xavier, 2002). Dentre os cultivos sem o uso do solo, o cultivo em água, por definição é o autêntico cultivo hidropônico. De acordo com Ikeda e colaboradores (1980), existem várias maneiras de se cultivar plantas em 11 sistema hidropônico, sendo que os mais utilizados deep film technique (DFT) ou cultivo na água ou floating, e técnicas de cultivo com substrato. O DFT é composto por um tanque de solução nutritiva, um sistema de bombeamento, dos canais de cultivo e um sistema de retorno ao tanque. A solução nutritiva é bombeada por gravidade formando uma lâmina que irriga as raízes. A maioria das plantas tem o solo como um meio de desenvolvimento do sistema radicular, encontrando nele suporte, água e nutrientes. As técnicas de cultivo que substitui o solo por outro substrato, natural ou artificial deve proporcionar a ela características similares ao solo (Castellane et al. 1995). A alta umidade na fase de produção de mudas por estaquia é de extrema importância, pois para que haja divisão celular é necessário que as células se mantenham túrgidas, sendo que o potencial de perda de agua por uma estaca é muito grande, seja por meio de folhas ou por meio de brotações, especialmente considerando-se o período em que as raízes são formadas. A perda de agua é uma das principais causas da morte da estaca. Portanto, a prevenção do murchamento é essencial para espécies que exigem longos tempos para formar raízes, com isso são utilizadas estacas com folhas. O uso da nebulização permite a redução da perda de umidade além de diminuir a temperatura e manutenção da atividade fotossintética da estaca (Fachinello et al, 2005). De acordo com Wendling et al. (2008), o sistema hidropônico para propagação vegetativa de corticeira-do-mato (Erythrina falcata), é mais vantajoso do que o sistema de tubetes, mostrando ser um sistema promissor para produzir maiores quantidades de plantas. Ele ainda afirma que o sistema hidropônico é uma opção para produção de mudas de espécies com difícil armazenamento de sementes, baixo índice de germinação e plantas que produzem poucas sementes. O uso do sistema hidropônico proposto nesse trabalho teve como objetivo manter as estacas em uma umidade elevada durante todo o tempo. 12 3. Metodologia O trabalho foi realizado na Universidade Federal de São João Del Rei campus Sete Lagoas no período de 11 de março de 2016 a 14 de junho de 2016, sendo que os experimentos eram mantidos em casa de vegetação e no laboratório de fisiologia vegetal. Foi utilizado uma mesma planta matriz adulta da cagaiteira (Eugenia dysenterica), localizada no campus Sete Lagoas da Universidade Federal de São João Del Rei para a retirada do material propagativo (estacas) em todos os experimentos. Foram coletadas estacas lenhosas no dia 11 de março (1º experimento) e no dia 2 de abril (2º experimento), as 7 horas da manhã, para evitar a desidratação e danos fisiológicos por causa das altas temperaturas. Ao coletar as estacas, as mesmas eram colocadas em um balde com agua (Figura 1) evitando a desidratação e favorecendo a eliminação de compostos fenólicos que podem interferir negativamente no enraizamento das estacas. Foram utilizadas tesouras de poda e escada para realizar a coleta das estacas das plantas matrizes, um balde contendo agua era utilizado para manter as estacas durante a coleta das mesmas. 13 Figura 1: estacas de Cagaita coletadas pela manhã e mantidas em agua para evitar sua desidratação, e eliminar corpos fenólicos. As estacas coletadas foram padronizadas com um tamanho de 20cm de comprimento e realizado a toalete deixando apenas um par de folhas na extremidade distal. Experimento 1: As estacas foram tratadas com espermina 2 e 4 mM, espermidina 2 e 4mM e o controle (água pura) por 2 minutos sendo utilizado 6 repetições por tratamento, posteriormente inoculadas em tubetes contendo substrato de vermiculita. O experimento foi mantido na casa de vegetação sob irrigação por microaspersão que acionava automaticamente de 15 em 15 minutos, mantendo as estacas irrigada durante o período de casa de vegetação. O delineamento experimental foi delineamento inteiramente casualizado (DIC), sendo avaliado o percentual de estacas enraizadas após 50 dias mantidas em casa de vegetação, pois com esse tempo as estacas já apresentam respostas ao tratamento com os fitohormônios, havendo a formação de primórdios radiculares. 14 Após 50 dias mantidas em casa de vegetação, o experimento foi desmontado e analisado cada estaca e cada tratamento separadamente (Figura 2). Figura 2: Aspecto visual da base das estacas após 50 dias mantidas em casa de vegetação. Experimento 2: As estacas foram tratadas com espemina 4 e 8 mM, espermidina 4 e 8 mM, AIB 4 mM e o controle (água pura), por 2 minutos, sendo utilizados 6 repetições por tratamento e posteriormente inoculadas no sistema hidropônico e ao mesmo tempo foi replicado esse experimento, porem mantido em casa de vegetação com substrato de vermiculita sobre as mesmas condições do experimento 1. O delineamento experimental foi o delineamento blocos casualizados (DBC), sendo avaliado o percentual de estacas enraizadas após 50 dias. O sistema hidropônico foi composto por bombinhas de aquário (Figura 3). As bombinhas utilizadas foram da marca VIVA classe II, com fluxo de ar de 100L/h, foram utilizadas 4 bombinhas. Cada tratamento era 15 aerado por 2 difusores, cada tratamento era composto por um recipiente plástico que possuía 1 litro de água sem adição de solução nutritiva, pois as estacas possuem reservas de carboidratos que são utilizadas no processo de enraizamento adventício. Os tratamentos foram mantidos no laboratório de fisiologia vegetal em condição de sombra. Figura 3: Sistema hidropônico onde as estacas ficaram mantidas por 50 dias. As estacas foram mantidas no sistema hidropônico por 50 dias, assim como o experimento montado em casa de vegetação com os mesmos tratamentos. 4.Resultados e discussão A formação de primórdios radiculares não foi observada em nenhum dos tratamentos porem algumas observações foram importantes, no 16 experimento 1. As estacas tratadas com poliaminas tiveram suas folhas presentes nas estacas por mais tempo que o controle. Em trabalho realizado por Xavier et al. (2003), ficou evidente que a propagação vegetativa de cedro-rosa (Cedrela fissilis) por estaquia com a presença de folha foi mais adequada, aumentando o percentual de estacas enraizadas. Segundo Costa, 2016 a aplicação de baixas concentrações de poliaminas em monocotiledôneas e dicotiledôneas, podem retardar ou prevenir os processos de senescência, como o declínio de clorofila, proteínas e RNA, além disso as poliaminas estão envolvidas nos processos de formação de raízes adventícias, ramos e na diferenciação celular. Tang e colaboradores (2004), observaram em seu trabalho que a aplicação isolada de espermina incrementou a formação de brotações e de raízes em estacas de pinheiro de natal, e que es poliaminas isoladas ou combinada com a putrescina, pode promover a formação de calos. As concentrações de poliaminas utilizadas não propiciaram a formação de raízes adventícias, porem podem ter ajudado na manutenção das folhas nas estacas por mais tempo, pois no experimento 1 todas as estacas que receberam as poliaminas mantiveram suas folhas presentes nas estacas por mais tempo. As estacas mantidas no sistema hidropônico mantiveram suas folhas mais verdes e por mais tempo, mostrando estarem ativas, em relação as estacas mantidas no substrato com vermiculita. Foi observado a formação de um broto na parte superior da uma estaca, fato que pode ter sido beneficiado pela manutenção da umidade. Em trabalho com plantas de oliveira realizado por Pio et al. (2005) foi comprovado que houve interação entre as concentrações de AIB e o número de folhas nas estacas para a porcentagem de estacas enraizadas, número de raízes emitidas por estaca, comprimento médio das raízes e formação de brotos. 17 Segundo Xavier et al. (2009) as oscilações de umidade e temperatura na miniestaquia de Eucalyptus pode limitar o enraizamento dos propágulos. Pelo fato do sistema hidropônico conseguir manter uma melhor umidade na base das estacas pode beneficiar o enraizamento das mesmas. Segundo Fachinello et al. (2005), um bom substrato deve sustentar a estaca durante o enraizamento, manter o equilíbrio entre umidade e aeração de forma que nenhuma dessas condições sejam prejudicadas, principalmente para espécies de difícil enraizamento. Contudo e sistema hidropônico tem potencial de manter estas características equilibradas podendo favorecer o enraizamento dessa espécie. Apesar de nenhum dos sistemas tanto o hidropônico quanto nos tubetes não apresentarem percentual de estacas enraizadas o sistema hidropônico mostrou-se melhor por manter maior umidade nas estacas de cagaiteira, e manter maior retenção foliar (FIGURA 4). O sistema hidropônico na propagação vegetativa mostrou-se uma boa alternativa, para espécies que tem dificuldade no enraizamento, pelo fato dessas plantas não tolerarem a desidratação no processo de propagação vegetativa, deixando as estacas sempre em uma umidade elevada. O fato das estacas não terem enraizado podem estar ligados a época de coleta, pois em trabalho realizado anteriormente foi observado que no período anterior ao florescimento as estacas obtiveram melhor resposta ao enraizamento (Cordeiro e Dias, 2013). Caballero, (1981), evidencia em seu trabalho que para a propagação vegetativa da oliveira (Olea europaea L.) a melhor época de coleta das estacas é aquela que coincidem com o final do fluxo de crescimento anual. 18 FIGURA 4: Panorama geral do sistema hidropônico com estacas de cagaiteira A coleta de estacas para propagação vegetativa pode variar de espécie para espécie, sendo que algumas enraízam melhor no início da primavera e outras desde a primavera até o início do outono (Fachinello et al. 1995). De acordo com Dias et al. (2012) o fator de grande influência para a propagação vegetativa de espécies nativas do Brasil é a época do ano em que se coleta o material propagativo, podendo ocorrer variações ambientais que influenciem na produção de brotações e raízes. Segundo Xavier (2002), além da presença de compostos fenólicos presentes nos tecidos das plantas das Myrtaceas, depois do preparo das estacas e colocadas para enraizar, outros fatores como temperaturas acima de 21ºC e abaixo de 18ºC. A cagaita parece apresentar compostos fenólicos que dificultam seu enraizamento. Segundo Franzon et al. (2009), um dos problemas da propagação vegetativa de espécies da família Myrtaceae, é a presença de compostos fenólicos nos tecidos que em contato com o ar causam oxidação dos tecidos. 19 De acordo com Debiasi et al. (2007), as poliaminas atuam como colaboradores na recuperação da oxidação, crescimento, formação de brotos e enraizamento. A propagação vegetativa de cagaiteira com utilização de regulador de crescimento é essencial para a formação de calos que podem ser convertidos em primórdios radiculares (Cordeiro e Dias, 2013). A cagaiteira mostra-se dependente do uso de hormônios para propagação via estaquia, pois o tratamento que não recebeu nenhuma dose de hormônio não formou primórdios radiculares (calos). Contudo o uso de fitohormonios exógenas para a propagação dessa espécie via estaquia tem que ser melhor estudado (Cordeiro e Dias, 2013). 5. Conclusão A utilização dos fitohormônios são indispensáveis para potencializar a formação de raízes, já que o tratamento controle não houve formação de raízes adventícias não houve percentual de estacas enraizadas em nenhum dos tratamentos. No experimento 1 e 2 todas as estacas que receberam os tratamentos com poliaminas tiveram maior retenção foliar. Há uma grande carência de protocolos de enraizamento adventício com uso de poliaminas, contudo é importante levar adiante trabalhos com o uso de poliaminas para fins de propagação vegetativa via estaquia. Observou a dificuldade de enraizamento em cagaiteiras, portanto estudos mais minuciosos na propagação por estaquia da espécie é muito importante. 20 6.Referências ALCANTARA, G. B. et al. Efeito dos ácidos naftaleno acético e indolilbutírico no enraizamento de estacas de jambolão [Syzygium cumini (L.) Skeels]. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 12, n. 3, p. 317-321, 2010. ANDRADE, A. C. S.; CUNHA, R.; SOUZA, A. F.; REIS, R. B.; ALMEIDA, K. J. Physiological and morphological aspects of seed viability of a neotropical savannah tree, Eugenia dysenterica DC. Seed Science & Technology, Zurick, v. 31, n. 1, p. 125-137, 2003. ALFENAS, A. C.; ZAUZA, E. A. V.; MAFIA, R. G.; ASSIS, T. F. Clonagem e doenças do eucalipto. 2. ed. Viçosa-MG: Editora UFV, 2009. 500 p. 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