MONITORAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS

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Programa
4ª Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul – 11 a 13 de agosto de 2004 – São Leopoldo, RS, Brasil
MONITORAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ENCOSTAS DO
MORRO DA POLÍCIA: UMA PROPOSTA DE ENSINO DE GEOGRAFIA
Sensoriamento Remoto no Ensino Fundamental e Médio
Heloisa Gaudie Ley Lindau*
Aline Rosa**
FAPERGS
Universidade Luterana do Brasil
Curso de Geografia
Professora do Curso de Geografia da ULBRA e orientadora do Projeto.
**
Acadêmica do Curso de Geografia da ULBRA e bolsista da FAPERGS.
Rua Miguel Tostes, 101. Bairro São Luís, Canoas, RS.
[email protected] [email protected]
*
ABSTRACT
This work, developed with the support of the Foundation of Assistance to Research of Rio Grande
do Sul and ULBRA, has the objective to show a proposal of Geography teaching applied to the
communities that live in hillside areas with geologic-geomorphologic risk and riverain areas.
Through an environmental education, that utilize, like methodological proceeding, the remote
sensoriament technique, of the monitorament of the experimental stations installed in the hillsides,
is evaluated, together with the local community, the masse movements and the erosive process of
the “Morro da Polícia”, place that has the biggest percentages of occupations in risk areas of Porto
Alegre, Rio Grande do Sul/Brazil. The organization and participation of the community is an
opportunity for the identification and solution of the local problems.
1. INTRODUÇÃO
A pressão urbana verificada na cidade de Porto Alegre
teve início na década de 70 em decorrência do processo
de industrialização. O favorecimento de investimentos na
capital, bem como, a mecanização do campo,
fez
aumentar o ritmo da urbanização. Grande parte da
população que veio habitar Porto Alegre, proveniente de
áreas rurais, enfrenta sérios problemas de sobrevivência
e, sem condições de supera-los, passa a viver em extrema
pobreza, habitando áreas de condições topográficas
impróprias à ocupação.Esse espaço urbano deixa visíveis
as diferenciações espaciais resultantes do poder do
capital.
Nesse contexto, o Morro da Polícia, localizado na
referida cidade, começou a concentrar uma grande
parcela da população. Constatou-se nesse morro, que
80% das famílias entrevistadas são procedentes do
interior do Estado.
A ocupação das encostas do Morro da Polícia é
excedente e desordenada, verificando-se a remoção das
matas das nascentes para a construção de moradias,
alterando sua morfodinâmica e trazendo implicações para
a própria ocupação.
Os problemas de cunho ambiental, vivenciados no Morro
da Polícia, estão diretamente relacionados aos sociais.
Compreende-se que as questões sócias estão inseridas
num processo histórico de escala global, porém medidas a
curto e longo prazo devem ser tomadas a fim de evitar
novas ocupações, pois se estas não o forem, será cada vez
mais difícil levar infra-estrutura para essa área,
colocando-se assim, novas ocupações em situações de
risco, além de terminar com as matas remanescentes.
As questões da morfodinâmica do Morro da Polícia em
face da apropriação de suas encostas, para que sejam
solucionadas, é imprescindível o exercício da cidadania,
acompanhado de uma educação ambiental. Assim,
necessário se faz promover, nas comunidades que
habitam áreas de risco, uma educação ambiental que
permita ressignificar a percepção do seu lugar,
proporcionando o acompanhamento e o entendimento das
transformações ocorridas, numa escala temporal
perceptível, para assim, poder avaliar as conseqüências.
Portanto, este trabalho tem como objetivo apresentar uma
proposta de ensino de geografia, a partir de uma educação
ambiental
que
utiliza
como
procedimentos
metodológicos, o monitoramento de fotografias aéreas e
de estações experimentais, voltada às camadas mais
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pobres da população que habitam as áreas de risco
geológico-geomorfológico em encosta e áreas ribeirinhas,
a fim promover a compreensão do espaço vivido como
uma realidade modificável, buscando assim, a melhoria
da qualidade de vida.
Tem como objetivos específicos: avaliar junto com a
comunidade que habita as encostas do Morro da Polícia,
numa escala temporal de dois anos, os movimentos de
massa
das
encostas,
através
dos
seguintes
acompanhamentos: evolução da ocupação nas encostas
nas décadas de 1970, 1980, 1990 e 2000, a partir de
fotografias aéreas e imagens de satélite; índices
pluviométricos de cada encosta; perda de solo por
escoamento superficial; transporte de material pelas
nascentes dos arroios do Morro da Polícia: Arroio do
Meio; Moinho; Cascata; taxa de infiltração nas áreas de
cobertura vegetal de mata nativa,
de campo e de
modelados tecnogênicos (cortes no terreno, aterros para
assentar a moradia e aterros originados pelo acúmulo de
resíduos orgânicos e inorgânicos - lixo); analisar, nos
períodos de precipitação, a carga sedimentar depositada
no Arroio Dilúvio procedente do Morro da Polícia;
confeccionar uma carta Geo-ecológica e da dinâmica do
Morro da Polícia; realizar jornadas pedagógicas, a partir
dos dados levantados, junto à comunidade e lideranças
comunitárias a fim de desenvolver a percepção ambiental
do lugar e uma educação ambiental ativa que acompanhe
os monitoramentos e os resultados das análises dos
experimentos.
Caracteriza-se por uma formação rochosa granítica, com
solos pouco desenvolvidos e profundos. A formação de
perfis de solo mais profundos está condicionada as
encostas mais úmidas, aos vales sombrios e úmidos e à
estrutura fendilhada, típica desta litologia, especialmente
junto a zonas de falhas, onde é constatado um maior
intemperismo químico.
As características geométricas do Morro da Polícia
mostram faces heterogêneas com perfis mistos, ou seja,
predominantemente côncavo na base e retilíneo ao longo
de sua extensão, apresentando declividades crescentes e
constantes nas baixas e médias encostas.
A vegetação do Morro da Polícia, associada à estrutura
litógica, apresenta o seguinte perfil: presença de campos
(gramíneas) nos níveis superiores da encosta do morro;
matas arbustivas nos canais de drenagem, que descem ao
longo das encostas e constituem as nascentes dos arroios
Moinho, do Meio, das Águas Mortas e Cascata; e, marcas
de remoção de matas densas nos níveis mais baixos das
encostas.
A figura a seguir apresenta a área de estudo:
Área de Estudo
2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA
ÁREA DE ESTUDO
O Morro da Polícia está situado na cidade de Porto
Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Está localizado
entre as latitudes 30°04’22” Sul e 30°05’39” Sul e as
longitudes 51°10’07” W e 51°11’44” W. A área de
estudo, Morro da Polícia, é um dos pontos mais
elevados do município de Porto Alegre, a uma altitude de
286 metros, lugar onde nascem os arroios Moinho, do
Meio, das Águas Mortas e Cascata.
A área de estudo, Morro da Polícia, apresenta duas
características contraditórias: concentra os maiores
percentuais de ocupações em áreas de riscos geológicos e
geomorfológicos1 em encosta e faz parte, conforme o II
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (II
PDDUA), de uma área de proteção ao ambiente natural.
Localizado na crista de Porto Alegre, que se situa na
região central do município, o Morro da Polícia serviu até
meados da década de 70, como limite da expansão urbana
no sentido meridional. Atualmente, deixou de ser uma
barreira orográfica, tornando-se uma opção de moradia.
1
Conforme pesquisas desenvolvidas e conforme
levantamentos da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente (SMAM).
Escala 1:50 000
3.
METODOLOGIA
METODOLÓGICOS
E
PROCEDIMENTOS
A linha metodológica do presente trabalho considera a
visão integrada dos elementos que definem a
morfodinâmica do Morro da Polícia.
A opção metodológica que possibilita uma ação
transformadora da realidade vivenciada pelos moradores
das encostas do Morro da Polícia é a pesquisa-ação. Ao
se propor mudanças, transformações e melhoria da
realidade social dos habitantes são seguidos alguns
pressupostos de Thiollent (2000).
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Para o registro cartográfico geo-ecológico e da dinâmica
do Morro da Polícia, adota-se a proposta taxonômica de
Jurandyr Luciano Sanches Ross (1992). Na proposta
taxonômica de Ross, o Morro da Polícia corresponde ao
quarto taxon, por caracterizar-se por uma forma de
relevo individualizada, inserida em uma unidade padrão
de formas semelhantes entre si (maciço granítico de
Viamão − Porto Alegre), tanto na morfologia quanto na
morfometria. Dessa forma, são cartografados, nesse
quarto táxon, as áreas susceptíveis as erosões encontradas
no Morro da Polícia. Considerando que a área de estudo
da pesquisa possui 336,34 ha, a cartografação só se
tornará possível em escala grande, tipo 1:10 000.
A pesquisa experimental apoia-se no terceiro nível de
tratamento metodológico de Aziz Nacib Ab’Saber (1969)
- entendimento dos processos morfodinâmicos,
pedogenéticos e compreensão da fisiologia da paisagem que, neste trabalho, avalia os movimentos de massa das
encostas do Morro da Polícia, através dos seguintes
experimentos quantitativos: amostragem dos sólidos em
suspensão transportados pelas nascentes do Morro da
Polícia; a taxa de infiltração nas áreas com cobertura
vegetal de campo, de mata nativa, nos modelados
tecnogênicos; a perda de solo por escoamento superficial
no período de um ano.
Considerando que o Morro da Polícia está localizado
numa área urbana em constante processo de
transformação, e sendo esta uma área pequena, utiliza-se
à adequação das escalas espacial e temporal nos trabalhos
cartográficos e nos trabalhos experimentais de campo,
como sugere Olga Cruz (1985). No caso específico deste
trabalho, foram definidas enquanto escala de análise
espacial, a escala local, representada por estações
experimentais em cada encosta do Morro da Polícia. A
escala temporal definida, para a coleta de informações, é
de dois anos. Os dados são levantados semanalmente,
pela pesquisadora em conjunto com os habitantes locais,
e são correlacionados com o índice pluviométrico medido
para igual período.
O enfoque metodológico da escala espaço-tempo de
Cruz, a proposta taxonômica de Ross e o terceiro nível de
tratamento metodológico de Ab’Saber,
serão
significativos para adequar a escala espacial e temporal
e, conseqüentemente, alcançar um nível de detalhamento
dos processos atuantes nas encostas. Dessa forma,
tornar-se-á possível à tomada de consciência, por parte
dos moradores, das implicações decorrentes do mau uso
do solo de áreas suscetíveis a erosão.
As análises e as confecções das cartas da presente
pesquisa contam com o auxílio da técnica de
sensoriamento remoto e geoprocessamento, bem como
de experimentos quantitativos e qualitativos. Tais
técnicas e experimentos são os meios para atingirem-se
os objetivos.
A pesquisa Monitoramento e Educação Ambiental em
Área de Risco: Uma Proposta de Ensino de Geografia
conta com os seguintes procedimentos metodológicos:
- levantamento de dados bibliográficos da área
de estudo (situação legal das moradias, mapeamentos da
área, informações referentes aos centros e lideranças
comunitárias), junto às seguintes instâncias executivas:
Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM),
Secretaria de Planejamento Municipal (SPM),
Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB),
Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE),
Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV) e
Secretaria Municipal de Educação (SMED);
- visitas periódicas as escolas e aos centros
comunitários do Morro da Polícia para estabelecer
contatos duradouros com as comunidades locais e
interações entre a pesquisadora e pessoas implicadas na
situação investigada. Ainda nessa etapa, foram e
continuam a ser promovidas oficinas de acompanhamento
das transformações ocorridas nas encostas do morro, a
partir da identificação dos elementos contidos em cada
fotografia aérea da década de 70, 80, 90 e na imagem de
satélite de 2000;
São, também, selecionadas as melhores áreas para
instalação de estações experimentais – laboratórios de
ensino - com o intuito de monitorar os movimentos de
massa das encostas do Morro da Polícia, junto com a
comunidade local, propiciando um trabalho ativo de
educação ambiental;
- observação direta e através de experimentos
dos indicadores naturais e antrópicos que determinam a
estabilidade e instabilidade das encostas. A partir do
monitoramento pluviométrico do Morro da Polícia, as
águas das nascentes dos Arroios Moinho e do Meio são
analisadas, nos eventos de grandes precipitações (chuvas
frontais ocasionadas pela entrada de uma frente fria no
estado) e de falta de chuvas. Essas amostras quantificam
a carga sedimentar carreada para as nascentes e lançadas
para o Arroio Dilúvio. Com o auxílio de um
infiltrômetro, é medida a taxa de infiltração nas áreas de
cobertura vegetal de campo, de mata nativa e nos
modelados tecnogênicos (depósitos tecnogênicos e áreas
erodidas), a partir do método de Hills (1970), citado por
Cunha e Guerra (1996). A taxa de perda de solo por
escoamento superficial será quantificada através da
utilização de pinos de erosão (método de De Ploey e
Gabriels, exposto por Cunha e Guerra em 1996) e,
também, analisadas, tomando em relação os dados
pluviométricos;
- confecção da carta Geo-Ecológica e dinâmica
do Morro da Polícia, com a utilização das técnicas de
geoprocessamento e sensoriamento remoto para
estabelecer a espacialização e o reconhecimento dos
processos morfodinâmicos. Para a localização dos
compartimentos geo-ecológicos e do conjunto dos
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processos morfodinâmicos, são agrupados três tipos de
informações:
1) as formações litológicas e as morfologias associadas;
2) os dados hidrográficos;
3) a ocupação e o uso do solo;
4) os processos morfodinâmicos relacionados às
degradações de superfície.
- promoção, junto às escolas e centros
comunitários, de aulas práticas de educação ambiental;
- confrontar, analisar, discutir e redigir, todos os
dados da pesquisa a fim de avaliar os movimentos de
massa nas encostas do Morro da Polícia, proporcionando
aos moradores locais, o encontro entre a Geografia do
lugar e uma educação ambiental ativa capaz
de
transformar a realidade vivenciada pelos habitantes do
Morro da Polícia. Os procedimentos metodológicos
adotados para esta pesquisa querem promover às
comunidades do Morro da Polícia a compreensão do
espaço vivido como uma realidade modificável,
objetivando assim, a melhoria da qualidade de vida.
4. RESULTADOS PARCIAIS
Os levantamentos de dados bibliográficos e censitários da
área de estudo, revelaram o agravamento dos processos
erosivos decorrentes da falta de medidas infra-estruturais.
O número de domicílios sem abastecimento de água,
esgotos e coleta de lixo foi quantificado e identificado a
partir da orientação solar de cada encosta do Morro da
Polícia, a fim de melhor avaliar os processos
morfodinâmicos. O quadro abaixo apresenta os
resultados.
Falta de infra-estrutura
Encosta Abastecimento
Esgoto
Destino
Total de
domicílios
de água – rede
sanitário
de lixo -
geral
– rede
coletado
geral
Norte
2011
2965
1924
4118
Sul
164
1012
61
2302
Leste
234
977
54
1236
Oeste
69
1185
90
2618
Dados levantados no IBGE e organizados pelo Bolsista
Dane de Freitas Martins, sob orientação da Profa. Heloisa
Lindau.
A partir do levantamento da falta de medidas infraestruturais, bem como, das observações de campo
constatou-se: o comprometimento da qualidade de vida e
do bem estar da população local; poluição dos cursos
d’água e dos solos por contaminação de coliformes
fecais, expondo em risco a saúde da comunidade;
assoreamento dos canais de drenagem; instabilidade
morfodinâmica com riscos de escorregamentos nas altas
encostas; entupimento das redes pluviais nos níveis mais
baixos do Morro da Polícia, causando inundações nas
áreas do entorno do morro, em dias de chuvas;
proliferação de pragas como roedores e insetos que
encontram abrigo e alimento em depósitos de
resíduos(lixo), colocando em perigo a estabilidade das
encostas, a integridade física da população, expondo-os
ao riscos de doenças; a falta de infra-estrutura na encosta
sul são agravadas pela menor insolação, que confere
maior instabilidade.
Os referidos levantamentos oportunizaram as seguintes
oficinas, realizadas com a comunidade local:
- Conhecendo a história do meu bairro,
objetivando: analisar a história do lugar – Morro da
Polícia - avaliando as transformações ocorridas a partir
da observação dos elementos contidos nas fotografias
aéreas de 1970, 1980 e 1990;
- Caminhadas de conscientização ambiental,
objetivando: percorrer as encostas do Morro da Polícia a
fim de observar as transformações ocorridas desde a
década de 1990; identificar áreas na encosta, propícias a
construção de estações experimentais de pinos de erosão;
- Aprendendo a montar uma estação
experimental para acompanhar a perda de solo do Morro
da Polícia por escoamento superficial;
- Medindo a taxa de infiltração próximo as
estações experimentais, a partir da construção do
infiltrômetro. Os resultados foram comparados e
analisados junto com a comunidade;
- Caminhadas de conscientização ambiental,
objetivando verificar pontos positivos e negativos da
ocupação nas baixas, médias e altas encostas do Morro da
Polícia;
- Medindo os cortes para aterros realizados para
a construção de moradias junto as baixas, médias e altas
encostas do Morro da Polícia, objetivando identificar as
áreas sujeitas a desmoronamentos;
- Alfabetizando para a leitura de cartas
topográficas do Morro da Polícia, objetivando conhecer
as curvas de nível para gerar maquetes do local e, assim,
visualizar o comportamento das encostas, com suas
respectivas declividades;
- Identificando os resíduos (tipos de lixo)
jogados no bairro, objetivando avaliar o tempo de
decomposição de cada
objeto encontrado, suas
conseqüências, bem como o grau de poluição de cada
encosta.
- Analisando a qualidade das águas dos arroios
que nascem no Morro da Polícia, com o objetivo de
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avaliar a qualidade das águas desde as nascentes até as
baixas encostas.
Os trabalhos continuam junto à comunidade local, porém
orientados para a construção da carta Geo-ecológica e
dinâmica do Morro da Polícia, a partir da identificação e
a compreensão dos processos erosivos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta metodológica de ensino de Geografia, aqui
apresentada, voltada às comunidades que habitam as
áreas de riscos geológico-geomorfológico em encosta e
áreas ribeirinhas, a partir do monitoramento ambiental e
de atividades de campo, quer promover o encontro entre
a geografia do lugar e uma educação ambiental ativa
capaz de transformar a realidade vivenciada pelos
moradores, propiciando a compreensão do espaço vivido
como uma realidade modificável, buscando assim, a
melhoria da qualidade de vida.
O monitoramento de áreas de riscos e o acompanhamento
por parte das comunidades envolvidas, mostraram que os
problemas de cunho ambiental estão diretamente
relacionados aos sociais, evidenciando assim, a dimensão
totalizante de natureza e a importância de se adotar uma
educação
ambiental
dentro
desta
perspectiva.
Compreende-se que as questões sociais estão inseridas
num processo histórico de escala global, porém o
acompanhamento da dinâmica das formas de relevo,
numa escala de tempo perceptível ao ser humano, aponta
os possíveis problemas, evitando assim, perdas e danos
para os habitantes de áreas impróprias a ocupação.
A integração de conhecimentos técnico-científicos à
educação ambiental favorece, de forma concreta, o
entendimento da dinâmica do relevo, despertando uma
visão crítica, que valoriza decisões, priorizando
necessidades, afastando futuros problemas.
Cabe ressaltar que a presente proposta, não foi
completamente concluída, pois está sendo executada e
experimentada nas encostas do Morro da Polícia. No
entanto, vislumbra-se, através desses monitoramentos,
articular as escolas e centros comunitários da área de
estudo, numa educação ambiental voltada à resolução dos
problemas locais.
As atividades constituídas por estações experimentais,
objetivam proporcionar a análise comparativa dos
resultados levantados nas áreas selecionadas para
compreender, de forma concreta, as transformações do
relevo. Pretende-se despertar a curiosidade das
comunidades envolvidas, levando até elas, os
conhecimentos científicos produzidos nas Universidades,
para que surja um novo olhar sobre o lugar, promovendo
indagações, bem como, análises crítica-reflexivas.
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