A quem interessa destruir o movimento social e as esquerdas brasileiras? Certamente não é a classe média que hoje protesta nas ruas, pois esse estrato da população cresceu muito nos últimos 13 anos de governo, beneficiado que foi com o aumento dos investimentos públicos que geraram crescimento econômico e milhões de empregos qualificados. A classe média, seja por desconhecimento, seja por ingenuidade, é só o instrumento de uma elite rancorosa que luta para restaurar uma antiga ordem, àquela onde existe a mucama e o sinhozinho, o morro e o asfalto, o elevador social e o de serviço, onde a maioria das pessoas devem saber seu lugar e estão condenadas a lá permanecer em uma atitude servil e resignada. Que os homens e mulheres de bem sejam alertados: estamos no caminho de uma avalanche conservadora, provocada por setores autoritários e discricionários da sociedade brasileira, e embalada morro abaixo por uma mídia interesseira e manipuladora. A ideia é alimentar o rancor social, o pânico econômico e o clima de salve-se quem puder. E serão poucos aqueles que serão salvos. Os de sempre. Logo depois do Fora Dilma, virá o benvinda reforma trabalhista, muito prazer retirada de direitos, que bom que vocês vieram salário baixo e exploração. E a criminalização dos movimentos sociais se sucederá, afinal trabalhador bom é trabalhador que não pensa, que não reivindica, que não extrapola sua condição subalterna. Nos recusamos a voltar a esse tempo. Sabemos como funciona esse tipo de sociedade injusta cujas bases são a força, a censura e a discriminação. Vivemos isso no Brasil por diversas vezes. Na última vez, em 1964, a obscuridade nos alcançou por 30 anos, quando produzimos favelas, retirantes e serviçais, e exportamos para o exílio democratas, artistas e intelectuais. A agressividade de alguns manifestantes, o oportunismo e a hipocrisia de lideranças políticas e o veneno que se destila diariamente na imprensa contra os movimentos sociais, o governo e as esquerdas como um todo são uma prova cabal de que há ainda muito entulho autoritário a ser removido da sociedade brasileira e que ainda há muito a fazer na construção de um país livre, soberano, justo e solidário. Não nos abatemos, contudo, essa é a lida, essa é a vida de todos que lutam e acreditam que os homens nascem e são livres e iguais em direitos, deveres e oportunidades. TODOS ÀS MANIFESTAÇÕES DO 18 DE MARÇO TODOS PELA DEMOCRACIA. NÃO VAI TER GOLPE