do PDF - Sociedade Brasileira de Reumatologia

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JAN / MAR / 2009 • No 1 • ANO XXXIII
Conosur
Os destaques
do XII Congresso
Internacional de
Reumatologia
do Cone Sul,
em Curitiba
Dia a dia
Conduta prática
para olho e boca seca
Ação Sinérgica que
vai além da dor1
• Diminuição da dor 1
Em 2 anos de terapia
combinada adalimumabe + MTX:
• Ajuda na recuperação
da mobilidade articular 1
• 49% dos pacientes alcançaram a remissão clínica1
• Maior tolerabilidade, com o menor
consumo de AINES / analgésicos 2,3,4
Durante 5 anos de terapia
com adalimumabe:
• Inibição sustentada da progressão radiológica2
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Na AR, cuidar hoje preserva o amanhã
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HUMIRATM (adalimumabe). Indicações: Artrite Reumatóide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn e Psoríase em placas. Contra-Indicações: hipersensibilidade conhecida ao adalimumabe ou
quaisquer componentes da fórmula do produto. Precauções: Alergia: Se uma reação alérgica grave ocorrer, a administração deve ser interrompida imediatamente e iniciado tratamento apropriado. Tuberculose: Antes
de iniciar o tratamento, todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente), com anamnese detalhada, radiografia de tórax e teste tuberculínico (PPD). O uso concomitante
de adalimumab com anakinra ou abatacepte não é recomendado. Imunizações: Não se recomenda a administração concomitante de vacinas com agentes vivos. Insuficiência cardíaca congestiva: Deve-se ter cautela ao
usar adalimumabe em pacientes com insuficiência cardíaca. Processos auto-imunes: Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram Síndrome Lúpica durante o tratamento com Adalimumabe, o tratamento deve ser
descontinuado. Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Alterações na Fertilidade: Não foram realizados estudos experimentais de longo prazo para avaliar o potencial carcinogênico ou os efeitos do adalimumabe sobre a
fertilidade. Gravidez: Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante o tratamento com Adalimumabe. Lactação: Recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com Adalimumabe
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ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. Uso pediátrico: adalimumabe não foi estudado na faixa etária pediátrica. Advertências: Infecções: o tratamento não deve ser
iniciado em pacientes com infecções ativas. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV).
Eventos
neurológicos:
Deve-se
ter
cautela
em
pacientes
com
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doenças desmielinizantes de início recente ou preexistente. Malignidades: Deve-se ter cautela ao se considerar o tratamento com Adalimumabe em pacientes com história de malignidade. Interações Medicamentosas:
Metotrexato: Não há necessidade de ajuste das doses de nenhum dos dois medicamentos. Outras: Não foram realizados estudos formais de farmacocinética entre Adalimumabe e outras substâncias. Interação com
testes laboratoriais: não são conhecidas interferências entre Adalimumabe e testes laboratoriais. Reações Adversas: anormalidade nos exames laboratoriais, astenia, exacerbação de reação clínica, síndrome gripal,
dor abdominal, infecção, febre, distúrbio de membrana mucosa, dor nas extremidades, edema facial, dor lombar, celulite, calafrios, sepsis, reação alérgica, reação no local de injeção (dor, eritema, prurido, edema.
reação local, hemorragia local, erupção local), exantema, prurido, herpes simples, distúrbios cutâneos, herpes zoster, exantema maculopapular, distúrbios nas unhas, pele seca, sudorese, alopecia, dermatite fúngica,
urticária, nódulo cutâneo, úlcera de pele, eczema, hematoma subcutâneo, hiperlipidemia, hipercolesterolemia, aumento de fosfatase alcalina, uréia, creatina-fosfoquinase, desidrogenase lática e ácido úrico, edema
periférico, ganho de peso, cicatrização anormal, hipopotassemia, náuseas, diarréia, dor de garganta, anormalidade das provas de função hepática, esofagite, vômitos, dispepsia, constipação, dor gastrintestinal, distúrbios
dentários, gastroenterite, distúrbios da língua, monilíase oral, estomatite aftosa, disfagia, estomatite ulcerativa, anemia, granulocitopenia, aumento do tempo de coagulação, presença de anticorpo antinuclear, leucopenia,
linfadenopatia, linfocitose, plaquetopenia, púrpura, equimoses, aparecimento de auto-anticorpos, infecções das vias respiratórias superiores, rinite, sinusite, bronquite, aumento da tosse, pneumonia, faringite, dispnéia,
distúrbio pulmonar, asma, infecção urinária, monilíase vaginal, hematúria, cistite, menorragia, proteinúria, polaciúria, cefaléia, tontura, parestesia, vertigem, hipoestesia, nevralgia, tremor, depressão, sonolência, insônia,
agitação, conjuntivite, distúrbios oculares, otite média, alteração do paladar, anormalidades visuais, borramento da visão, olho seco, distúrbios auditivos, dor ocular, hipertensão, vasodilatação, dor torácica, artralgia,
cãibras musculares, mialgia, distúrbios articulares, sinovite, distúrbios tendinosos. Neoplasia: Os dados são insuficientes para determinar se o Adalimumabe contribuiu para o desenvolvimento de neoplasias. Posologia e
Administração: Artrite Reumatóide : a dose recomendada é de 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias. Artrite Psoriásica: a dose recomendada é de 40 mg, administrados em dose
única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias. Espondilite Anquilosante: a dose recomendada é de 40 mg, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14 dias. Doença de Crohn: a dose recomendada é de
160 mg na semana 0, 80 mg na semana 2 e 40 mg em semanas alternadas, a partir da semana 4, por via subcutânea. Psoríase em Placas: a dose recomendada é de 80 mg na semana 0 e 40 mg em semanas alternadas
a partir da semana 1, por via subcutânea. Superdosagem: A dose máxima tolerada de adalimumabe não foi determinada em humanos. Armazenamento: Deve ser armazenado em geladeira na temperatura entre 2 oC e
8 oC. Não deve ser congelado. Registro no MS: no 1.0553.0294. Por se tratar de um medicamento novo, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer. Informações Adicionais: Estão disponíveis aos profissionais
de saúde: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – Diretoria Médica: Rua Michigan, 735 – Brooklin, São Paulo / SP 04566-905 ou fone 0800 703 1050. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA.
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Referências: 1. Breedveld FC, Weisman MH, Kavanaugh AF, Cohen SB, Pavelka K, van Vollenhoven R, Perez JL, Spencer-Green GT, para os investigadores do PREMIER. Arthritis & Rheumatism. 2006;
54:26-37. 2. Keystone EC, Kavanaugh AF, Sharp JT, Patra K, Perez JL. Inhibition of radiographic progression in patients with long-standing rheumatoid arthritis treated with adalimumab plus methotrexate
for 5 years. Pôster apresentado no EULAR 2007, Barcelona, Espanha, (THU 0168).
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e-mail: [email protected]
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Referências Bibliográficas: 1) Reginster, J. et al. Naturocetic (glucosamine and chondroitin sulfate) compounds as structure-modifying drugs in the treatment of osteoarthritis. Curr. Op. Rheumatol, 15: 651-55, 2003. 2) Dodge GR, et al. Glucosamine sulfate modulates
the levels of aggrecan and matrix metalloproteinase-3 synthesized by culture human osteoarthritis articular chondrocytes. Osteoarthritis and Cartilage 2003; 11:424-432. 3) Seda, H. Seda, AC. Osteoartrite: Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento / Carvalho MAP, ed
Medsi: 289-307, 2001. 4) De los Reyes, GC. et al. Glucosamine and chondroitin sulfates in treatment of osteoarthritis: a survey. Prog in Drugs Res: 55: 81-103, 2000. 5) Bula do produto. ARTROLIVE. sulfato de glicosamina. sulfato de condroitina. MS - 1.0573.028.
6) IMS/PMB – MAT SET/08.
INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: ARTROLIVE. sulfato de glicosamina + sulfato de condroitina. MS – 1.0573.0286. INDICAÇÕES: ARTROLIVE é indicado para osteoartrite, osteoartrose ou artrose em todas as suas manifestações. CONTRA-INDICAÇÕES:
ARTROLIVE É CONTRA-INDICADO EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA; GRAVIDEZ E LACTAÇÃO. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: SÃO NECESSÁRIOS O DIAGNÓSTICO PRECISO E O ACOMPANHAMENTO CUIDADOSO DE PACIENTES COM SINTOMAS INDICATIVOS DE AFECÇÃO GASTRINTESTINAL, HISTÓRIA PREGRESSA DE ÚLCERA GÁSTRICA OU INTESTINAL, DIABETES MELLITUS, OU A CONSTATAÇÃO DE
DISTÚRBIOS DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO OU DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA ASSIM COMO PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA DAS FUNÇÕES RENAL, HEPÁTICA OU CARDÍACA. SE OCORRER EVENTUALMENTE ULCERAÇÃO PÉPTICA OU SANGRAMENTO GASTRINTESTINAL EM PACIENTES SOB TRATAMENTO, A MEDICAÇÃO DEVERÁ SER SUSPENSA IMEDIATAMENTE. DEVIDO À INEXISTÊNCIA DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL, ARTROLIVE NÃO
ESTÁ INDICADO PARA SER UTILIZADO DURANTE A GRAVIDEZ. NÃO EXISTEM INFORMAÇÕES SOBRE A PASSAGEM DO MEDICAMENTO PARA O LEITE MATERNO SENDO DESACONSELHADO SEU USO NESSAS CONDIÇÕES E AS LACTANTES SOB
TRATAMENTO NÃO DEVEM AMAMENTAR. PODE OCORRER FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM PACIENTES SUSCETÍVEIS, PORTANTO PACIENTES COM HISTÓRICO DE FOTOSSENSIBILIDADE A OUTROS MEDICAMENTOS DEVEM EVITAR SE EXPOR À LUZ
SOLAR. FORAM DESCRITOS NA LITERATURA, ALGUNS CASOS DE HIPERTENSÃO SISTÓLICA REVERSÍVEL, EM PACIENTES NÃO PREVIAMENTE HIPERTENSOS, NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PORTANTO, A
PRESSÃO ARTERIAL DEVE SER VERIFICADA PERIODICAMENTE DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. FORAM RELATADOS POUCOS CASOS DE PROTEINÚRIA LEVE E AUMENTO DA CREATINO-FOSFOQUINASE (CPK) DURANTE TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA, QUE VOLTARAM AOS NÍVEIS NORMAIS APÓS INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: O tratamento concomitante com antiinflamatórios não-esteroidais pode incorrer no agravamento
de reações adversas do sistema gastrintestinal, sendo recomendado um acompanhamento médico mais rigoroso nesses casos. Alguns autores da literatura médica descrevem que o uso de glicosamina e condroitina pode incorrer em um aumento da resistência à
insulina, porém, esses estudos foram realizados com doses muito superiores às indicadas na terapêutica clínica normal e sua validade ainda é discutida por vários outros autores. Estudos recentes demonstraram que a associação condroitina e glicosamina, quando
empregada em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II, não levou a alterações no metabolismo da glicose. Os resultados destes estudos não podem ser extrapolados para pacientes com diabetes mellitus descompensado ou não-controlado. É recomendável
que pacientes diabéticos monitorem seus níveis sanguíneos de glicose mais frequentemente durante o tratamento com ARTROLIVE. O uso concomitante de ARTROLIVE com os inibidores da topoisomerase II (etoposídeo, teniposídeo e doxorrubicina) deve ser evitado, uma vez que a glicosamina induziu resistência in vitro a estes medicamentos em células humanas cancerosas de cólon e de ovário. Há relato de um caso na literatura de potencialização do efeito da varfarina, com consequente aumento dos valores sanguíneos
de INR (International Normalized Ratio). Portanto, o uso concomitante de ARTROLIVE com anticoagulantes orais deve levar em conta avaliações rigorosas do INR. Reações adversas: SISTEMA CARDIOVASCULAR: EDEMA PERIFÉRICO E TAQUICARDIA JÁ
FORAM RELATADOS COM O USO DA GLICOSAMINA, PORÉM NÃO FOI ESTABELECIDA UMA RELAÇÃO CAUSAL. FORAM DESCRITOS NA LITERATURA, ALGUNS CASOS DE HIPERTENSÃO SISTÓLICA REVERSÍVEL, EM PACIENTES NÃO PREVIAMENTE
HIPERTENSOS, NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PORTANTO, A PRESSÃO ARTERIAL DEVE SER VERIFICADA PERIODICAMENTE DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
MENOS DE 1% DOS PACIENTES EM ESTUDOS CLÍNICOS APRESENTARAM CEFALÉIA, INSÔNIA E SONOLÊNCIA NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM A GLICOSAMINA. ENDÓCRINO-METABÓLICO: ESTUDOS RECENTES DEMONSTRARAM QUE A
ASSOCIAÇÃO CONDROITINA E GLICOSAMINA, QUANDO EMPREGADA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II, NÃO LEVOU A ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DA GLICOSE. OS RESULTADOS DESTES ESTUDOS NÃO PODEM
SER EXTRAPOLADOS PARA PACIENTES COM DIABETES MELLITUS DESCOMPENSADO OU NÃO-CONTROLADO. É RECOMENDÁVEL QUE PACIENTES DIABÉTICOS MONITOREM SEUS NÍVEIS SANGUÍNEOS DE GLICOSE MAIS FREQUENTEMENTE
DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. GASTRINTESTINAL: NÁUSEA, DISPEPSIA, VÔMITO, DOR ABDOMINAL OU EPIGÁSTRICA, CONSTIPAÇÃO, DIARRÉIA, QUEIMAÇÃO E ANOREXIA TÊM SIDO RARAMENTE DESCRITOS NA LITERATURA NA
VIGÊNCIA DE TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PELE: ERITEMA, PRURIDO, ERUPÇÕES CUTÂNEAS E OUTRAS MANIFESTAÇÕES ALÉRGICAS DE PELE FORAM REPORTADAS EM ENSAIOS CLÍNICOS COM GLICOSAMINA. PODE
OCORRER FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM PACIENTES SUSCETÍVEIS, PORTANTO PACIENTES COM HISTÓRICO DE FOTOSSENSIBILIDADE A OUTROS MEDICAMENTOS DEVEM EVITAR SE EXPOR À LUZ SOLAR. POSOLOGIA: Adultos: Recomenda-se
iniciar a terapêutica com a prescrição de 1 cápsula via oral 3 vezes ao dia. Como os efeitos do medicamento se iniciam em média após a terceira semana de tratamento deve-se ter em mente que a continuidade e a não-interrupção do tratamento são fundamentais
para se alcançar os benefícios analgésicos e de mobilidade articular. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2029102 05/07 BU 05
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95
Editorial
E
75
sta edição do Boletim Informativo
da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) reflete com fidelidade o papel da publicação: divulgar as atividades da SBR e das regionais, mostrar trabalhos de colegas que defenderam teses ou se
destacaram em eventos internacionais e fornecer atualização prática para o dia a dia do
consultório, com uma pitada de cultura e
descontração para temperar sua leitura. Assim, você vai encontrar, nas próximas páginas, abordagens úteis sobre a conduta clínica
no tratamento de olho e boca seca nos portadores da síndrome de Sjögren, o impacto da
fibromialgia na avaliação dos pacientes com
artrite reumatoide e o estudo das células NK
em gestantes lúpicas. A gota também participa deste número, mas sob um curioso pris-
25
5
0
ma histórico. E a esclerodermia, por sua vez,
aparece na carta de uma paciente que tem
muito a nos ensinar.
O boletim ainda destaca diversas atividades educacionais que ocorreram do fim do
ano passado para cá, com destaque para o recente Congresso Internacional de Reumatologia do Cone Sul, o XII Conosur, que foi
um grande sucesso de público e crítica em
Curitiba (PR), com mais de 600 participantes. Não por acaso, escolhemos uma obra de
um artista local, Erbo Stenzel, para ilustrar
nossa capa e, claro, presentear seus olhos entre a leitura de um e outro artigo. Aproveite!
Marcelo Pinheiro, Fábio Jennings e
Kaline Medeiros
OS
EDITORES
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA
Diretoria Executiva SBR – Biênio 2008-2010
Presidente
Ieda Maria Magalhães Laurindo – SP
Tesoureiro
Manoel Barros Bertolo – SP
Secretária-geral
Claudia Goldenstein Schainberg – SP
Vice-tesoureiro
Célio Roberto Gonçalves – SP
Primeiro-secretário
Gilberto Santos Novaes – SP
Diretor científico
Eduardo Ferreira Borba Neto – SP
Segundo-secretário
Francisco José Fernandes Vieira – CE
Presidente eleito
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro – RJ
Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia
Av. Brig. Luís Antônio, 2.466, conjuntos 93 e 94
01402-000 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3289-7165 / 3266-3986
100
www.reumatologia.com.br
95
@ [email protected]
Coordenação editorial
Diretoria Executiva
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Conselho editorial
Marcelo de Medeiros Pinheiro – SP
Martin Fábio Jennings Simões – SP
25Kaline Medeiros Costa Pereira – SP
Colaborador: Plínio José do Amaral – SP
Jornalista responsável
Solange Arruda (Mtb 45.848)
Layout
Sergio Brito
Impressão
Sistema Gráfico SJS
Tiragem: 2.000 exemplares
Índice
4
5
6
8
11
12
14
16
19
20
21
SBR.doc
Matéria de capa
Primeira fila
O melhor do Brasil
Cartas
Coluna Seda
Notas
Dia a dia
Questão de foco
Regionais
Agenda
5
o
0 BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • N 1 • jan/mar/2009
3
Agenda 2009
SBR.doc
Conheça as propostas da nova comissão de AR
A
4 - Apoio aos pacientes
pós a formação da Comissão de Artrite Reumatoide (CAR) da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), gestão 2008-2010, os membros desse time de especialistas sugeriram uma agenda de propostas durante
a primeira reunião de planejamento e discussão de metas da SBR, que ocorreu nos dias 17 e 18 de outubro de 2008, em São Roque, interior de São
Paulo. De acordo com o presidente da CAR, Ivânio Alves Pereira, as principais propostas apresentadas têm, como alvo, os reumatologistas e os pacientes reumatoides e envolvem diversas ações em educação médica continuada,
eventos, pesquisa e orientações aos portadores de artrite reumatoide (AR),
conforme você confere a seguir.
1 - Educação médica continuada
Na parte educacional, a proposta é
divulgar, para os reumatologistas sócios
da SBR, recomendações baseadas em
evidências científicas com o objetivo de
uniformizar as condutas para o diagnóstico e o tratamento da doença. Será feita ainda uma avaliação do grau de concordância e da dificuldade de implementação das recomendações internacionais.
Para tanto, o grupo se valerá de vários
meios de divulgação dessas informações,
entre os quais:
• textos impressos e conteúdo virtual no
site da SBR;
• folhetos para preenchimento uniforme e sistemático de dados clínicos dos
pacientes (articulações edemaciadas e
dolorosas, escores compostos, como
DAS28 e SDAI, e resultados de VHS,
PCR, hemograma, função renal e
enzimas hepáticas);
• aulas on-line pelo site da SBR, enriquecidas com discussões de casos clínicos e participação interativa dos interessados, que serão realizadas aos sábados,
às 9 horas, com modelo semelhante ao
das espondiloartrites, sob a coordenação
do Dr. Percival Degrava Sampaio-Barros;
• publicação de revisões sobre temas relevantes, como diagnóstico precoce,
comorbidades, monitoração e novos alvos terapêuticos.
4
2 - Apoio a eventos, simpósios e
encontros
A comissão vai continuar estimulando a atualização de novos conceitos em
diagnóstico, monitoração e tratamento
da AR no que diz respeito a eventos. Isso
já ocorreu em 2009, por exemplo, no
curso pré-congresso da 12ª edição do
Conosur, realizada em março, em
Curitiba (PR), o qual foi dedicado ao
tema de métricas em doenças reumáticas e idealizado pelo presidente do evento e membro da CAR, o Dr. Sebastião
Radominski, com a participação de diversos convidados internacionais.
3 - Pesquisa
No que toca à pesquisa, a CAR pretende levantar o perfil do reumatologista
brasileiro, mostrando como o especialista aborda os pacientes, desde o diagnóstico da AR, passando pelos exames
mais solicitados, pela estratégia de tratamento utilizada e pelas medicações
mais prescritas, até o manuseio das
comorbidades mais prevalentes, como a
hipertensão arterial, o diabetes mellitus,
as dislipidemias, a aterosclerose e a
osteoporose. Além disso, o grupo tenciona atualizar, no ano que vem, o Consenso de Tratamento da Artrite Reumatoide em conjunto com a diretoria e a
presidência da SBR.
As ações dirigidas aos pacientes deverão se traduzir no fornecimento de
informações e apoio aos portadores de
AR por meio do site da SBR e também
na distribuição de folhetos informativos
sobre a doença em consultórios, sempre
com o esclarecimento e o aconselhamento de familiares e cuidadores, com
o intuito de obter mais apoio e incentivo aos doentes. Com o advento das novas terapias, é fundamental que o paciente conheça os detalhes da doença, a
importância da adesão ao tratamento, a
necessidade da monitoração regular dos
exames e da atividade da doença, as formas de reabilitação e readaptação às atividades profissionais e à vida diária e a
necessidade de manter hábitos de vida
saudáveis a fim de minimizar os riscos
de doenças cárdio e cerebrovasculares,
bem como de hepatotoxicidade.
É mesmo uma agenda lotada de prioridades, mas isso nem de longe preocupa os membros da CAR. “A comissão se
encontra bastante motivada com as metas e tarefas que têm pela frente e conta
desde já com o apoio de todos os colegas da SBR para o preenchimento de
questionários e pesquisas”, avisa o Dr.
Ivânio Pereira.
X Veme Journée de Rhumatologie Avancée –
Echanges France-Brésil
XV Encontro de Reumatologia Avançada
Data: de 21 a 23 de maio
Local: Maksoud Plaza Hotel, São Paulo (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
XVII Jornada Centro-Oeste
IV Jornada Mineira de Reumatologia
Data: de 5 a 8 de agosto
Local: Ouro Preto (MG)
Contato: www.reumatologia2009.com.br
[email protected]
XXXVI European Symposium on Calcified Tissues (ECTS)
Data: de 23 a 27 de maio
Local: Viena, Áustria
Contato: www.ectsoc.org
IV Curso de Revisão para Clínicos
Data: 7 e 8 de agosto
Local: APM, São Paulo (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
Eular
Data: de 10 e 13 de junho
Local: Copenhague, Dinamarca
Contato: www.eular.org
XII Congresso Colombiano de Reumatologia
Data: de 13 a 16 de agosto
Local: Bogotá, Colômbia
Contato: www.asoreuma.org
Fórum de Discussão sobre Políticas
de Medicamentos no Brasil
Data: 30 de junho
Local: APM, São Paulo (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
XVII Jornada do Cone Sul de Reumatologia
Data: de 3 a 5 de setembro
Local: Maringá (PR)
Contato: www.reumato2009.com.br
[email protected]
Jornada Anual de Reumatologia do Rio de Janeiro –
ReumaRio 2009
Data: 17 e 18 de julho
Local: Praia de Copacabana, Rio de Janeiro (RJ)
Contato: [email protected]
Congresso Mundial da Osteoarthritis
Research Society International (Orsi)
Data: de 10 a 13 de setembro
Local: Quebec, Canadá
Contato: www.oarsi.org
American Society for Bone and Mineral Research
(ASBMR)
Data: de 11 a 15 de setembro
Local: Denver, EUA
Contato: www.asbmr.org
A charge do Valderílio
XX Jornada Paulista de Reumatologia
Data: 25 e 26 de setembro
Local: Ribeirão Preto (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
73 ACR
Data: de 16 a 21 de outubro
Local: Filadélfia, EUA
Contato: www.rheumatology.org
Comissão de Artrite Reumatoide da SBR
Presidente:
Jornada de Reumatologia do ABC e Litoral
Data: 20 e 21 de novembro
Local: Guarujá (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
Ivânio Alves Pereira (SC)
[email protected]
Membros:
Claiton Viegas Brenol (RS)
Oswaldo Melo da Rocha (SP)
Dawton Torigoe (SP)
Francisco Aires C. de Lima (DF)
Sebastião C. Radominski (PR)
Marco Antonio Rocha Loures (PR)
Carlos Geraldo (BA)
Gláucio R. W. de Castro (SC)
Sônia Maria Alvarenga Anti (SP)
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
www.reumatologia.com.br
XVIII Encontro Rio-São Paulo de Reumatologia
Data: de 3 a 6 de dezembro
Local: Angra dos Reis (RJ)
Contato: www.reumatorj.com.br/jornada
[email protected]
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
21
Regionais
www.reumatologia.com.br
Bem perto de você
Anote o endereço eletrônico de sua regional e não deixe de mandar,
sempre que preciso, suas dúvidas, sugestões e críticas.
Sociedade Alagoana de Reumatologia
Dra. Maria Aparecida Celestino Madeiro
Contato: [email protected]
Sociedade Mineira de Reumatologia
Dra. Cristina Costa Duarte Lanna
Contato: [email protected]
Sociedade Amazonense de Reumatologia
Dr. Domingos Sávio N. de Lima
Contato: [email protected]
Sociedade Paraense de Reumatologia
Dr. José Ronaldo M Carneiro
Contato: [email protected]
Sociedade Baiana de Reumatologia
Dra. Carla Souza Macedo
Contato: [email protected]
Sociedade Paraibana de Reumatologia
Dra. Eutília Andrade Medeiros Freire
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia de Brasília
Dr. Rodrigo Aires Corrêa Lima
Contato: www.reumatodf.com.br
[email protected]
Sociedade Paranaense de Reumatologia
Dra. Marilia Barreto Gameiro Silva
Contato: [email protected]
Sociedade Catarinense de Reumatologia
Dr. Antonio Carlos Althoff
Contato: [email protected]
Sociedade Cearense de Reumatologia
Dr. Max Victor Carioca de Freitas
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Espírito Santo
Dr. Jose Roberto Pereira Santos
Contato: [email protected]
Sociedade Goiana de Reumatologia
Dra. Eleusa Fleury Taveira
Contato: [email protected]
Sociedade Maranhense de Reumatologia
Dr. Jose Mauro Carneiro Fernandes
Contato: [email protected]
Associação Mato-Grossense de Reumatologia
Dr. Jose Carlos Amaral Filho
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Mato Grosso do Sul
Dr. Izaias Pereira da Costa
Contatos: [email protected] / [email protected]
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Matéria de capa
XII Conosur reúne mais de 600
especialistas em Curitiba
O
primeiro evento oficial da gestão 2008-2010 da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) foi o XII
Congresso Internacional de Reumatologia do Cone Sul (Conosur), que ocorreu de 5 a 7 de março, em Curitiba (PR).
Sob o comando do Dr. Sebastião Radominski, o congresso contou com 560 inscritos, provenientes de todo o Brasil e
de outros países da América Latina, além
de 65 palestrantes, dos quais dez internacionais, integrantes de entidades como
Eular, Panlar e ACR, a exemplo de
Joseph Smolen (Áustria), Daniel Aletaha
(Áustria), Eduardo Collantes-Estevez
(Espanha), Daniel Furst (EUA), Luis
Espinoza (EUA), John Reveille (EUA),
Pedro Miranda (Chile), Alfredo Arturi
(Argentina), Julio Mazzoleni (Paraguai)
e Emilia Spangenberg (Uruguai). O ponto alto do evento foi o curso de métricas,
que reuniu uma plateia de 400 especialistas e discutiu os principais instrumentos para a avaliação da atividade da
doença no lúpus eritematoso sistêmico
(Sledai), na artrite reumatoide (DAS28,
SDAI e CDAI) e na espondilite anquilosante (Basdai, Basmi e Basfi), entre outras. Algumas aulas tiveram complementação prática, como o escore cutâneo na
esclerose sistêmica. Além disso, John
Reveille apresentou o panorama genético das doenças reumáticas, após traçar
um paralelo da prevalência dessas
afecções ao longo do tempo e de acordo
com a própria história da humanidade.
Sociedade Paulista de Reumatologia
Dr. José Carlos Mansur Szajubok
Contato: [email protected]
Sociedade Pernambucana de Reumatologia
Dra. Lílian David de Azevedo Valadares
Contato: [email protected]
Abertura do XII Conosur
Sociedade Piauiense de Reumatologia
Dra. Ângela Maria Freitas Paiva
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Norte
Dra. Maria de Fátima Fernandes Dantas
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Sul
Dr. Charles Lubianca Kohem
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro
Dr. Reno Martins Coelho
Contato: [email protected]
Sociedade Sergipana de Reumatologia
Dra. Mônica Valeria S. Santana de Vecchi
Contato: [email protected]
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Ieda Laurindo, presidente da SBR, e Ricardo Xavier entre os
palestrantes internacionais.
Da esquerda para a direita, Caio Moreira,
Geraldo Castelar e João Francisco Neto.
Adil Samara recebe homenagem.
+Curitiba
Os valores da cidade e do homem na visão do artista plástico Erbo Stenzel
Por falar em Curitiba, a SBR aproveita para homenagear um grande
artista plástico, litógrafo e escultor paranaense: ninguém menos que
Erbo Stenzel (1911-1980), responsável por inúmeros monumentos
daquele Estado. Descendente de alemães e austríacos, místico, poliglota
e exímio jogador de xadrez, Stenzel nasceu em Paranaguá e estudou na
Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, tendo retornado a
Curitiba em 1949, quando passou a lecionar Anatomia e Fisiologia
Artística na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Suas principais
obras estão instaladas na capital paranaense, como a escultura “Água
para o Morro”, erroneamente chamada de “Maria Lata D’Água”, que
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
ilustra a capa desta edição do Boletim Informativo da SBR. O monumento
mostra uma afrodescendente com um balde de água acima de seu rosto
calejado e machucado, associado a um olhar triste e vazio. Há ainda o
“Homem Nu”, que simboliza a emancipação do Paraná do Estado de
São Paulo, em 1853, embora não tenha sido muito bem-aceita
pelos curitibanos, uma vez que apresenta traços negroides e
cabeça desproporcional. A cidade também exibe a “Mulher Nua”,
que Stenzel esculpiu para representar a Justiça, só que de olhos
abertos e sem a balança do equilíbrio. A “Mulher”, porém, ficou
anos escondida até que pudesse fazer companhia ao “Homem”.
5
Primeira fila
Questão de foco
Análise das células NK nas
gestantes com LES*
Alessandra Cardoso Pereira1
Roger Abramino Levy2
Mônica Cristina Brandão dos Santos Lima3
Os dois lados da Bahia
O contraste da natureza num mesmo Estado foi registrado pela câmera atenta da reumatologista Kaline
Medeiros Costa Pereira, vinda de Alagoas e radicada em
São Paulo, em uma viagem de 5 mil quilômetros pelo interior do Brasil, durante a 1ª Expedição Brasil Melhor,
em 2006. De um lado, a beleza paradisíaca da Praia de
Itacaré, pronta para ser cartão-postal de qualquer turista,
com um mar a perder de vista. De outro, a imensidão do
céu azul que cobre o sertão baiano, num híbrido de seca e
beleza, tão bem caracterizado pelas expressões do homem,
do garoto, dos animais e da própria vegetação. Dois mundos diferentes, que não se misturam nem hão de se cruzar, contrariando as profecias de Antônio Conselheiro – o
sertão não vai virar mar nem o mar vai virar sertão.
Introdução
O sistema imune inato tem papel central na reprodução, especialmente as células
NK, que podem esclarecer pontos cruciais na patogênese das complicações observadas durante a gestação de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Objetivo
Quantificar as células NK circulantes e sua viabilidade em gestantes com LES.
Material e métodos
O estudo analisou amostras de sangue de quatro grupos, com dez pacientes cada:
gestantes com LES (GLES); pacientes com LES não gestantes (PLES); gestantes
controles (Gcontroles) e não gestantes saudáveis (Controles). Em todas as mulheres, a quantidade e a viabilidade das células NK foram medidas por citometria de
fluxo e a apoptose total, avaliada por coloração para anexina V e iodeto de propidium.
Resultados
Devido à variabilidade dos resultados, a mediana de cada grupo foi utilizada para
avaliar a porcentagem de CD56+ [GLES (0,10), PLES (0,12), Gcontroles (0,15) e
Controles (0,08)] e de apoptose total [GLES (0,06), PLES (0,04), Gcontroles (0,11)
e Controles (0,11)]. Os resultados da contagem de células vivas, por sua vez, evidenciaram baixa variabilidade e, por isso, a média e o desvio-padrão foram usados para
comparação: [GLES (0,91±0,06), PLES (0,95±0,03), Gcontroles (0,86±0,11) e Controles (0,88±0,08)].
Conclusão
Apesar de não ter alcançado valor de significância estatística, o percentual da apoptose
total nos grupos com LES mostrou-se menor do que nos controles e a porcentagem
de células vivas, maior. Isso demonstra que, em pacientes com LES, grávidas ou
não, as células NK apresentam vida útil prolongada – ou um turnover menor/diferente –, sugerindo um maior estímulo imune, o que faz com que as células NK
demorem mais para ativar o processo de apoptose.
6
*Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas
1
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro para a obtenção
2
do grau de mestre em Ciências Médicas.
3
Aluna do mestrado
Orientador da dissertação
Coorientadora da dissertação
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Caso você também tenha imagens que mereçam ser compartilhadas, envie suas fotos para o e-mail: [email protected]
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
19
Primeira fila
tolerados, como o polyquad (Oftane®,
Alcon), o perborato de sódio (Genteal®,
Novartis) e o cloreto de sódio ou purite
(Fresh Tears® e Optive®, Alergan). O
purite e o perborato evaporam ao entrar
em contato com a superfície da córnea,
sendo, assim, preferíveis aos demais.
Lubrificantes sem conservantes estão
disponíveis em dose única, porém são
mais caros e inconvenientes do que as
opções que possuem conservantes menos tóxicos. Os eletrólitos mais importantes são o potássio, por manter a espessura da córnea, e o bicarbonato, por
recuperar o epitélio. A osmolaridade
cristaloide deve ser baixa, uma vez que
a hiperosmolaridade é pró-inflamatória,
e a osmolaridade coloidal precisa ser alta
para aumentar a retenção de água e favorecer a recuperação epitelial (Hypotears®, Novartis).
Em casos mais graves, pode ser feita a
oclusão do ponto lacrimal, a fim de aumentar o tempo de permanência da lágrima. Em geral, inicia-se o tratamento
pela oclusão temporária com implantes
dissolvíveis de colágeno ou tampões de
silicone. É uma opção de baixo risco,
mas em cerca de 50% dos casos há
extrusão espontânea. “Plugues” modernos se adaptam à anatomia do canal logo
após o implante, diminuindo o risco de
migração e extrusão (Smartplug®, Medennium Inc. CA).
Por fim, os agonistas muscarínicos de
ação direta apresentam algumas
contraindicações, tais como hipertiroidismo, úlcera péptica, asma, bradicardia, hipotensão, coronariopatia,
epilepsia, Parkinson, peritonite, vagotomia, obstrução intestinal ou urinária
e glaucoma. Além disso, podem causar
vários eventos adversos, a exemplo de
cólica abdominal, náuseas, diarreia, urgência miccional, cefaleia, hipotensão,
eritema, broncoespasmo, sudorese, tosse e miose.
18
Quadro 3
Tratamento medicamentoso da xeroftalmia
1
Colírios lubrificantes sem benzalcônio e EDTA, com macromoléculas de longa
permanência (polietilenoglicol, propilenoglicol, hidroximetilcelulose e
carboximetilcelulose): uso frequente, no mínimo 6 vezes por dia (N 3)*.
2
Oclusão de ponto lacrimal: pode ser feita por meio de cauterização, implante
de conjuntiva, ponto cirúrgico ou “plugues” (N 2).
3
Agonistas muscarínicos:
• pilocarpina (Salagen®, Apsen), de 5 a 10 mg, 3-4 vezes por dia (N 1);
• cevimelina (Evoxac®, Daiichi Sankyo), de 15 a 30 mg, 2-3 vezes por dia (N 1);
• colírio de pilocarpina 2%, de 2 a 5 gotas, 3-4 vezes por dia (N 3).
4
Colírio de ciclosporina: 0,05% (Restasis®, Alergan) ou 0,1% na fórmula
aviada, que é a mais eficaz, mas também a mais irritativa, na dose de
1 gota a cada 12 horas, durante 3-6 meses (N 1). É o único imunomodulador
aprovado pelo FDA e pela Anvisa.
5
Óleo de linhaça: cápsulas de 1 g, 2 vezes por dia (N 2).
6
Hidroxicloroquina: 6 mg/kg por dia (N 3).
7
Imunossupressores sistêmicos: se houver evidência de atividade inflamatória
e gravidade da síndrome seca, podem ser usados glicocorticosteroides (N 3),
micofenolato (N 2), leflunomida (N 2), azatioprina (N 3) e rituximabe (N 2).
8
Lentes de contato de silicone hidrogel com lubrificantes, que possuem alta
permeabilidade ao oxigênio, em pacientes com lesão de córnea (N 3).
9
Colírios de glicocorticosteroides: se houver esclerite associada (N 3).
10 Soro autólogo para lubrificação: rico em fatores de crescimento, é indicado
para casos graves e refratários às demais opções terapêuticas (N 3).
11 Transplante de glândula salivar e transplante de membrana amniótica:
para casos graves selecionados (N 3).
Níveis (N) de evidência:
1 Pelo menos um ensaio clínico
2 Estudos de coorte, caso-controle ou controlados, mas sem randomização
3 Estudos descritivos, relatos de caso e opinião de especialistas
A autora declara não haver conflito de interesse.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Estudo da associação da fibromialgia com os
resultados dos escores DAS28, HAQ e SF-36
em pacientes com artrite reumatoide*
Aline Ranzolin1
João Carlos Tavares Brenol2
Ricardo Machado Xavier3
Objetivo
Estudar a associação da fibromialgia (FM) com os valores dos escores Disease Activity
Score (DAS28), Health Assessment Questionnaire (HAQ) e Medical Outcomes
Study 36 – Item Short Form Health Survey (SF-36) em pacientes com artrite
reumatoide (AR).
Métodos
O estudo, de caráter transversal prospectivo, envolveu 270 pacientes com AR, que
foram submetidos à avaliação clínica e à aplicação dos questionários HAQ e SF-36.
A atividade de doença foi medida por meio do DAS28 e o diagnóstico de FM, feito
de acordo com os critérios do American College of Rheumatology (ACR).
Resultados
A prevalência de fibromialgia na amostra chegou a 13,4%. Comparado aos pacientes
que apresentavam somente AR, o grupo que tinha associação de AR e FM reunia
mais pessoas do sexo feminino, idade mais avançada, pior classe funcional e maior
duração da rigidez matinal. O DAS28 foi mais elevado em pacientes com AR e FM
(5,36±0,99) do que naqueles com AR isolada (4,03±1,39; p<0,001). Na análise de
regressão linear multivariável, a FM mostrou-se como um importante preditor do
DAS28, mesmo após ajuste para VHS, número de articulações edemaciadas, classe
funcional, número de drogas modificadoras de doença, uso de glicocorticoides e
presença de erosões. Da mesma forma, os índices HAQ e SF-36 foram piores em
pacientes com AR e FM do que nos indivíduos que tinham apenas artrite reumatoide.
Conclusão
A FM está associada à piora dos escores DAS28, HAQ e SF-36 em pacientes com
AR, podendo ter importantes implicações na interpretação do DAS28, uma vez que
existe relação entre sua presença e índices mais altos nesses instrumentos de avaliação, de modo independente das evidências objetivas de atividade da AR.
*Trabalho realizado com o apoio da Fipe/Hospital de Clínicas de Porto
1
Alegre (RS) e apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2
para a obtenção do título de mestre em Ciências Médicas.
3
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Aluna do mestrado
Orientador do trabalho
Coorientador do trabalho
7
O melhor do Brasil
Brasília
Quadro 1
União de esforços resulta na criação de programa
de assistência básica para queixas reumáticas
A
percepção da necessidade de
atender os portadores de condições muito prevalentes na Reumatologia, a fila de espera de cerca de dois
anos para marcar uma consulta com um
reumatologista, os encaminhamentos
incorretos e a dificuldade de acesso ao
especialista por parte de pacientes com
doenças reumáticas mais complexas levaram à criação do Plano Diretor da
Reumatologia – Da Atenção Primária à
Terciária. De acordo com o presidente
da Sociedade de Reumatologia de
Brasília (SRB), Rodrigo Aires Corrêa
Lima, o programa tem o objetivo de organizar o fluxo de atendimento das pessoas com queixas reumáticas no Distrito Federal e, para tanto, será realizado em conjunto com a SRB, com a Secretaria Estadual de Saúde do Governo
do Distrito Federal e com a Unidade de
Reumatologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB). “Pretendemos
criar um sistema no qual as doenças reumáticas de alta complexidade, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso
sistêmico, cheguem mais rapidamente
ao reumatologista de uma unidade
terciária de atendimento e as condições
mais prevalentes, como fibromialgia e
osteoartrose, desde que não complicadas, sejam atendidas nas unidades básicas de saúde por clínicos treinados nos
locais onde funcionará o sistema de referência e contrarreferência”, explica
Lima.
Essa iniciativa foi apresentada pela
reumatologista Ana Patrícia de Paula, do
HUB, no I Encontro da Atenção Primária à Saúde com Especialidades Médicas – Capítulo Reumatologia, que ocorreu em dezembro do ano passado, no
auditório da Unip, na capital federal,
com a participação de clínicos, médicos
8
do programa da saúde da família, ginecologistas, psiquiatras, enfermeiros, fisioterapeutas e pediatras, assim como de
diretores de regionais de saúde e hospitais locais e de representantes do secretário de saúde do Distrito Federal. Na
oportunidade, o reumatologista Mario
Orientações gerais para
xeroftalmia e xerostomia em pacientes
com síndrome de Sjögren
Soares também falou sobre a situação
do atendimento reumatológico em
Brasília e Rodrigo Lima aproveitou a
ocasião para alertar os profissionais presentes a respeito dos mitos e verdades
sobre a fibromialgia – que, afinal, é uma
das condições-alvo do programa.
Grupo envolvido
no Plano Diretor
de Reumatologia
– Da Atenção
Primária à
Terciária.
1
Suspensão ou substituição de medicações relacionadas com maior chance
de secura, como diuréticos, betabloqueadores, antidepressivos e ansiolíticos
2
Ingestão frequente de líquidos, especialmente de água, em pequenas
quantidades para não estimular a diurese
3
Uso de umidificadores de ambientes
4
Redução da permanência em ambientes com ar condicionado e ventiladores
ou em regiões de clima seco
5
Correção de hábitos dietéticos, como evitar alimentos ácidos e picantes
6
Suspensão do consumo de bebidas cafeinadas, álcool e tabaco
7
Adoção de intervalos em atividades que diminuam o ato de piscar, como
passar longos períodos no computador ou fazer leituras prolongadas
8
Uso de óculos com proteção lateral durante exposição ao vento ou prática
de esportes ao ar livre
9
Remoção adequada da maquiagem
Quadro 2
Tratamento medicamentoso da xerostomia
Festa de confraternização
e vernissage
marcam troca de gestão
Para encerrar o intenso trabalho da gestão 2006-2008 da Sociedade de Reumatologia de Brasília (SRB), presidida pela Dra.
Lícia Mota, a entidade realizou, no dia 27 de novembro de 2008,
uma festa de confraternização no Clube do Médico, sua nova
sede na capital federal. A iniciativa não apenas comemorou os
dois anos de significativas realizações e de reestruturação física,
contábil e científica da SRB, como também deu as boas-vindas
para a gestão 2008-2010, que tem à frente o Dr. Rodrigo Lima.
Além disso, o evento abriu espaço para expor os talentos artísticos dos sócios que se dispuseram a compartilhar suas criações
com os convidados, entre pinturas, fotografias e artes em cerâmica, culinária, literatura e música.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
tem de levar em consideração o tipo de
solução e seu tempo de permanência. O
ideal é um produto hipo ou isotônico,
levemente alcalino, contendo eletrólitos
e macromoléculas que confiram boa viscosidade à córnea e aí permaneçam por
um período prolongado. Agentes viscosos dão estabilidade ao filme lacrimal e
funcionam como “surfactantes”.
A carboximetilcelulose 0,5% e 1%
(Fresh Tears® e Optive®, Alergan) apresenta longa permanência e é a substância mais usada para essa finalidade, em
forma de gel ou de pomadas lubrificantes. Apesar de sua eficiência, esses produtos podem borrar a visão, devendo ser
utilizados à noite. Há, no entanto,
conservantes menos tóxicos e mais bem
1
Saliva artificial: Salivan®, Apsen, ou Saliva Artificial®, Biotène, uso frequente,
especialmente antes das refeições (N 3)*.
2
Estimulantes ou sialogogos mecânicos de saliva, tais como gomas de mascar
e balas duras sem açúcar. Existe apresentação comercial de silicone (N 3).
3
Agonistas muscarínicos:
• pilocarpina (Salagen®, Apsen), de 5 a 10 mg, 3-4 vezes por dia (N 1);
• cevimelina (Evoxac®, Daiichi Sankyo), de 15 a 30 mg, 2-3 vezes por dia (N 1);
• colírio de pilocarpina 2%, de 2 a 5 gotas por via oral, 3-4 vezes por dia (N 3).
4
Hidroxicloroquina: 6 mg/kg por dia (N 3).
5
Imunossupressores sistêmicos: se houver evidência de atividade inflamatória
e gravidade da síndrome seca, podem ser usados glicocorticosteroides (N 3),
micofenolato (N 2), leflunomida (N 2), azatioprina (N 3) e rituximabe (N 2).
*Níveis (N) de evidência:
1 Pelo menos um ensaio clínico
2 Estudos de coorte, caso-controle ou controlados, mas sem randomização
3 Estudos descritivos, relatos de caso e opinião de especialistas
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
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17
Dia a Dia
O melhor do Brasil
Boca seca e olho seco:
a conduta no tratamento
dos sintomas da
síndrome de Sjögren
Valéria Valim*
A boca seca e o olho seco são sintomas-guia para o
diagnóstico da síndrome de Sjögren (SS) e o tratamento
dessas manifestações visa não apenas a aliviá-las, como
também a prevenir complicações e a estimular a função e
o reparo do tecido glandular.
Clínica Médica da Universidade Federal
do Espírito Santo (Ufes) e médica do
Serviço de Reumatologia do Hospital
Universitário Cassiano Antônio de
redução da produção de saliva
está associada à diminuição do
paladar, assim como à alteração e à elevação da microbiota oral, favorecendo o
surgimento de cáries, halitose e
candidíase. A lágrima na SS é hiperosmolar e proporciona aumento do processo inflamatório ocular, com consequente prurido, hiperemia, irritação,
sensação de corpo estranho, embaçamento visual e redução da acuidade visual.
O tratamento das queixas secas inclui
orientações gerais ao paciente (quadro
1), com o propósito de auxiliá-lo na
hidratação e na melhor higienização da
mucosa, além de diversas opções terapêuticas, que devem ser indicadas caso
a caso.
Na boca seca, embora alivie apenas
temporariamente os sintomas, o uso de
substitutos (saliva artificial) e secretagogos (pilocarpina e cevimelina) é importante para o manuseio da xerostomia
(quadro 2). Algumas formulações são
rinses orais à base de carboximetilcelulose (carmelose sódica 10mg/mL,
Salivan®, Alergan). O gel lubrificante
fornece alívio mais prolongado, sendo
indicado para uso noturno e em casos
de fissuras. Se a saliva artificial for aviada, pode receber o acréscimo de sabor
de pêssego, morango ou coco para tornála mais agradável, porém menta e hortelã devem ser evitados.
Na ausência de lágrimas
Por sua vez, a abordagem da xeroftalmia engloba colírios lubrificantes, oclusão do ponto lacrimal e uso de drogas
imunomoduladoras, tais como ciclosporina tópica e suplementação oral com
ômega-3, a exemplo do óleo de linhaça
(quadro 3).
A escolha dos colírios lubrificantes
Moraes (Hucam), da Ufes.
16
O Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia
dá as boas-vindas para os grupos de
colegas que assumiram a diretoria nas sociedades
regionais para o biênio 2008-2010.
SOCIEDADE PARAIBANA DE REUMATOLOGIA
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
SOCIEDADE DE REUMATOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO
Presidente:
Valéria Valim
Tesoureiro:
José Miguel Eduardo Assad
Secretária:
Ana Karina Nascif
Diretora científica:
Andreza Magid Tironi
Presidente:
Eutília Medeiros Freire
Vice-presidente:
Marcus Ivanovith
SOCIEDADE DE REUMATOLOGIA DO RIO DE JANEIRO
Secretário-geral:
Carlos Fernando T. de Melo
Presidente:
Reno Martins Coelho
Primeira-secretária:
Evânia Claudino Figueiredo
Vice-presidente:
Francinne Machado Ribeiro
Tesoureira:
Danielle Egypto de Brito
Diretora científica:
Blanca Helena Bica
Diretora científica:
Alessandra Braz de Andrade
Secretário-geral:
Leonardo Romeiro
Diretor de relações públicas: Aécio Póla Fernandes
Segunda-secretária:
Mariana Rodriguez
Conselho:
Tesoureiro-geral:
Washington Bianchi
Segundo-tesoureiro:
Dante Bianchi
Boletim:
Sueli Carneiro, Ingrid Moss
e Laura Mendonça
Comissão de Ensino:
Elisa Albuquerque, Mauro Goldfarb,
Roger Levy e Ronaldo Baptista
Conselho Fiscal:
Evandro Klumb, Geraldo Castelar,
Mário Newton, José Verztman
e Maria Cecília Salgado
Clube do Reumatismo:
Adriana Danowiski, Evandro Klumb,
Angelo Papi e Nocy Leite
Reumatologia Pediátrica:
Flavio Sztajnbok
e Cynthia Torres França da Silva
Aderson Diniz,
Evandro Pinheiro do Egypto
e Silvino Chaves Neto
SOCIEDADE MINEIRA DE REUMATOLOGIA
A
*Professora do Departamento de
Regionais têm nova diretoria
Presidente:
Cristina Costa Duarte Lanna
Vice-presidente:
Rejane Pinheiro Damasceno
Secretária-geral:
Nelma Marchetti Mesquita
Tesoureira:
Rosa Weiss Telles
Diretora científica:
Maria Vitória Quintero
Presidente eleito para
o biênio 2011-2012:
Rafael Fraga
Comissão de
Reumatologia Pediátrica:
Flávia Patrícia Teixeira de Sena
e Rejane Pinheiro Damasceno
Educação continuada:
Achiles Cruz Filho
Responsável pelo site:
Eduardo José do Rosário e Souza
Representantes das
regionais de Minas Gerais:
Paulo Ivan Guimarães
(Norte/Nordeste),
Rafael Fraga (Zona da Mata),
Carlos Eugênio Parolini
(Alto Paranaíba / Triângulo
Mineiro) e Enio Ribeiro (Sul)
Reumatologia do Esporte: Paulo Handan
Conselho de Ética:
Swami Guimarães, Joaquim Nava,
Jaime Barros e Hilton Seda
Encontros de Leigos:
Wanda Heloisa e Stella de Carli
Biblioteca e website:
João Luiz Vaz e João Ignácio Hora
Interior:
Luis Octavio Dias D’Almeida
e Flavio Fernando N. de Melo
Assuntos institucionais:
Reno Coelho, Francinne Ribeiro,
Blanca Bica e Geraldo Castelar
Minas Gerais e Centro-Oeste
Jornada compartilhada vai girar em torno do paciente reumático
A escuta, as evidências e os avanços no cuidado do paciente
reumático vão conduzir as aulas e discussões da XVII Jornada
Centro-Oeste e da IV Jornada Mineira de Reumatologia, evento
que será promovido pela Sociedade Brasileira de Reumatologia
no período de 6 a 8 de agosto de 2009, no Centro de Artes e
Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (MG). A
programação promete grande abrangência, com temas que vão
dos fundamentos do atendimento ao portador de doenças reumáticas, passando por infecções virais e autoimunidade, até a
aplicação da farmacoeconomia no uso de medicamentos biológicos. Para mais informações sobre a iniciativa, acesse o site
www.reumatologia2009.com.br.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
9
O melhor do Brasil
Notas
Trabalho brasileiro fica entre os três
melhores do Fórum Internacional de Esclerose Sistêmica
Rio de Janeiro
Vem aí a ReumaRio 2009
Durante o III Fórum Internacional de Esclerose Sistêmica,
que ocorreu no período de 28 de fevereiro a 1º de março de
2009 na cidade de Basileia, na Suíça, o trabalho sobre acometimento visceral na esclerose sistêmica, de autoria do Grupo
de Esclerose Sistêmica do Projeto Pronuclear (Gepro) da Sociedade Brasileira de Reumatologia, capitaneado pelo Dr.
Percival Degrava Sampaio-Barros, foi escolhido como um dos
três melhores do encontro. Resultante de um grande esforço
multicêntrico, o estudo do Gepro, um dos quatro levados pelo
grupo ao fórum, aborda o acometimento visceral na esclerose
sistêmica por meio da análise de 1.149 pacientes brasileiros,
assunto que, aliás, mereceu grande destaque na oportunidade. Esse reconhecimento demonstra quanto os pesquisadores
brasileiros estão alinhados com o que se faz ao redor do mundo para o entendimento da esclerose sistêmica, além de dar
visibilidade à dedicação dos nossos especialistas. O evento,
afinal, reuniu 600 reumatologistas de 46 países – 14 do Brasil
– e teve a coordenação da professora Dame Carol Black, da
Inglaterra, e o patrocínio do laboratório Actelion.
Reserve os dias 17 e 18 de julho para
um verdadeiro mergulho nas novidades
diagnósticas e terapêuticas em doenças
reumáticas. Nessa ocasião, a Sociedade
de Reumatologia do Rio de Janeiro vai
promover sua primeira jornada anual de
atualização em 2009, a ReumaRio. Além
de contar com a participação indispensável de diversos colegas que atuam no
Brasil, o evento vai trazer especialistas
internacionais, como Burgo Vargas, do
México, que falará sobre as espondiloartrites, e Michelle Petri, dos Estados
Unidos, que traçará um panorama sobre o lúpus eritematoso sistêmico. O
evento será realizado no Hotel Pestana,
na Praia de Copabacana, no Rio de Janeiro. Mais informações pelo e-mail
[email protected].
Rio Grande do Sul
Homenagem póstuma a Aécio Britto
transforma reunião científica em sessão solene
Por ocasião de sua reunião científica, realizada no último
dia 14 de março, a Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Sul (SRRS) homenageou postumamente o professor
Aécio Soares Britto, que morreu em 15 de novembro de
2008. Durante sessão solene, diversos colegas discursaram
para enaltecer a figura do Dr. Aécio, entre os quais os
doutores Roberto Calil, Fernando Neubarth, Maria Lúcia
Lopes, Alberto Torrico, Edgar Vares, Jorge Dib e Mauro
Keiserman. Além disso, o Dr. João Carlos Brenol levou à
sessão mensagens de reumatologistas de todo o Brasil. Na
oportunidade, a filha do professor Aécio, Alice Britto, também reumatologista, recebeu uma placa de prata com os
seguintes dizeres: “Homenagem da SRRS ao Prof. Dr.
Aécio Soares Britto por tudo que representou para a
Reumatologia gaúcha e brasileira”.
Da esquerda para a direita, Roberto Calil,
João Carlos Brenol, Alice Britto e
o presidente da SRRS, Charles Lubianca Kohem.
10
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Reumatologia é reeleita
para o Conselho
Deliberativo da AMB
A Sociedade Brasileira de Reumatologia
(SBR) conseguiu ser reeleita para o Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB), continuando entre as cinco especialidades clínicas que compõem esse grupo de conselheiros, aliás, o mais importante
da associação. Essa conquista advém da participação ativa do representante da SBR na
AMB, Maurício Levy Neto, assim como da
presidente da entidade, Ieda Laurindo. A
eleição ocorreu no dia 19 de março e teve,
entre as mais votadas, 14 das 27 especialidades médicas que compõem o Conselho
Científico da AMB, a saber: Anestesiologia,
Cirurgia Geral, Coloproctologia, Ginecologia e Obstetrícia, Ortopedia e Traumatologia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia,
Cardiologia, Clínica Médica, Infectologia,
Pediatria, Reumatologia, Patologia Clínica e
Patologia.
Delegação brasileira em visita à cidade de Colmar,
na Alsácia francesa, situada a 50 km de Basileia.
Como vai a função renal
de seus pacientes?
O Dia Mundial do Rim, comemorado no último dia 12 de março, trouxe
um bom ensejo para abordar a necessidade de detectar precocemente a
doença renal, considerada por muitos como a nova epidemia do século
XXI – apenas no Brasil, estima-se que haja 2 milhões de pessoas com insuficiência renal crônica. Ocorre que a identificação de alterações nos rins
em fase inicial é, por enquanto, a única forma de interromper ou diminuir
a velocidade da perda da função renal. Não por acaso a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) mantém, desde 2003, a campanha Previna-se, uma
ação permanente de prevenção para alertar médicos e pacientes sobre esse
risco. Mesmo porque em quase metade dos casos os indivíduos não têm
sintomas e, portanto, não sabem que são portadores da doença.
Consequentemente, acabam recebendo um diagnóstico tardio, quando o
comprometimento já é grande o bastante para requerer a instituição de
alguma terapia de substituição renal. Dando merecida vazão à campanha
da SBN, é importante que também os reumatologistas estejam atentos à
saúde dos rins de seus pacientes. A preocupação tem de se acentuar nos
grupos de risco, ou seja, em hipertensos, diabéticos, idosos, cardiopatas e
indivíduos com história familiar de insuficiência renal, que devem ser periodicamente submetidos a testes de triagem, como exames de urina e de
avaliação da função renal. Para mais detalhes sobre a campanha e informações científicas sobre o tema, acesse o site www.sbn.org.br/previna.htm.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
15
Notas
Cartas
Para deixar na mesa consultório:
o essencial da Reumatologia reunido num só livro
A Editora Guanabara Koogan acaba
de lançar o livro Reumatologia Essencial,
de autoria dos reumatologistas Caio
Moreira, coordenador voluntário do
Ambulatório de Doenças Osteometabólicas e Osteoarticulares do Serviço
de Geriatria da Faculdade de Medicina
da Universidade Federal de Minas Gerais, Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro, professor adjunto da disciplina de
Reumatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual
do Rio de Janeiro, e João Francisco Marques Neto, professor titular de Reumatologia do Departamento de Clínica
Médica da Faculdade de Ciências Mé-
dicas da Universidade Estadual de Campinas. Com 600 páginas, a obra contempla os principais desafios diagnósticos e
terapêuticos da especialidade e as condições mais prevalentes do dia a dia,
como a fibromialgia, as síndromes dolorosas regionais, as lesões por esforços
repetitivos e a osteoartrite. Sem contar
que ainda dedica capítulos especiais às
doenças autoimunes e às enfermidades
osteometabólicas, com destaque para a
osteoporose.
O livro está disponível nas principais
livrarias do País ou pode ser adquirido
pela internet:
www.editoraguanabara.com.br.
Ex-senadores recebem título de benemérito
da Academia Nacional de Medicina
Na última sessão de encerramento
da Academia Nacional de Medicina
(ANM), realizada em 27 de novembro
de 2008, o presidente da entidade, Marcos Fernando de Oliveira Moraes, homenageou os ex-senadores Bernardo
Cabral e Lúcio Alcântara, outorgandolhes o título de benemérito pelo inestimável apoio de ambos à memória da
Da esquerda para a direita,
Raymundo Leitão, Mário Newton Leitão,
Omar R. Santos, Joaquim Nava,
Roberto Carneiro, Ieda Laurindo,
Geraldo Castelar e Jaime Danowski.
14
medicina brasileira. O ministro da
Saúde, José Gomes Temporão, apareceu de surpresa no evento e fez questão de entregar pessoalmente as homenagens. Em seu breve discurso, assinalou a importância de reconhecer os
ex-senadores, que tanto contribuíram
para a saúde, no ano em que o SUS
completa 20 anos. Cabral aproveitou a
ocasião para ressaltar as conquistas do
ministro Temporão e, ao fim de seu
discurso, recomendou ao titular da
pasta da Saúde: “Enfrente os vendavais que estão por aí, ministro”, disse
ele. “A posteridade lhe fará justiça”. Na
oportunidade, o Dr. Roberto Antonio
Carneiro ainda tomou posse como honorário nacional da ANM. Saudado
pelo acadêmico Pietro Novelino, Carneiro fez um agradecimento especial
ao presidente da academia e destacou
seu sentimento de felicidade em poder participar das atividades da entidade.
Carta a um reumatologista
Um pouco do que aprendi com a esclerodermia
C
Eular apoia e
divulga curso de
ultrassonografia
da SBR
Graças aos esforços do presidente
do Comitê de Imagem da Sociedade
Brasileira de Reumatologia (SBR),
Ari Radu Helpern, o curso de ultrassonografia que a entidade promoveu
em Natal (RN), de 15 a 17 de abril,
recebeu o aval da The European League Against Rheumatism (Eular). O
evento não apenas contou com o patrocínio científico da instituição,
como também foi divulgado em seu
website.
Chegadas e partidas
• O reumatologista Willer Bittencourt
morreu no último dia 27 de fevereiro.
Bittencourt era sócio da Sociedade de
Reumatologia do Rio de Janeiro e
clinicava na cidade fluminense de Duque de Caxias. Deixou saudades entre
familiares, pacientes e colegas.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
om o diagnóstico de esclerodermia há 30 anos, eu teria
muitos relatos tristes e trágicos a proferir, mas preferi
dizer que tudo por que passei e passo me tornou uma pessoa
melhor do que era antes da descoberta da doença.
Comecei a ter sintomas aos 19 anos, que pioraram após o nascimento do meu primeiro filho, aos 21 anos. Fiz pulsoterapia,
usei bengala e duas luvas em cada mão por muitos anos. Tomava medicação de madrugada, mas não deixava de trabalhar e de
levar uma rotina normal durante o dia, mesmo com muitas dificuldades. A opção por não me entregar, tenho certeza, foi minha
maior aliada.
Esse crescimento humano, com a possibilidade de poder conviver com a doença sem que ela me destruísse por completo, só
ocorreu pela capacidade do médico que me acompanha há 27
anos. Tive a sorte de encontrar um profissional competente, com
uma conduta humana e sensível, de ética irretocável, o que, somado ao seu profundo conhecimento e ao seu envolvente gosto
pela profissão, exerceu um papel fundamental no êxito de todos
os tratamentos, fazendo de mim, uma paciente muito jovem e
insegura à época, em vista da situação grave por que passava e
das complicações que experimentava, a mulher segura e confiante que sou hoje.
Médico precisa gostar de gente! Precisa compreender os sinais emocionais do paciente. Sem o potencial de compreender e
perceber o outro, ninguém conseguirá ajudar uma pessoa com
esclerodermia, uma doença que oscila e se manifesta principalmente conforme o estado emocional do indivíduo.
A esclerodermia nos deixa inseguros, pois não sabemos quando e quanto suas manifestações poderão nos destruir. Esse é fator determinante, a meu ver, no desenrolar e na progressão da
doença. Não podemos sucumbir a ela e muito menos nos aceitar
“doentes”. É necessário que nos empenhemos, com todas as forças e de todas as formas, para que não nos entreguemos quando
das fortes dores, da isquemia alucinante, das vasculites que nos
tiram os movimentos de pés e mãos, da tosse que nos impede de
dormir por meses a fio, da azia, da falta de ar ao caminharmos e
subirmos escadas, dos batimentos cardíacos acelerados e “estranhos”, da boca e dos olhos secos, da diminuição da audição e da
visão, da tontura e do esquecimento momentâneo. Precisamos
ser guerreiros e aprender a combater cada um desses “inimigos”. Na minha vivência, o segredo para enfrentar a esclerodermia se resume a lutar e vencer cada etapa com serenidade,
disciplina, vontade e fé.
A vontade de viver e o verdadeiro amor pela vida, pelo próximo, pela família, pelos filhos, pelo trabalho, pela natureza, pela
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Carmem Pio*
poesia, pela música e pelas expressões humanas nos ajudam a
enfrentar com dignidade essa situação. Não sabemos por que a
esclerodermia surge, mas precisamos encará-la e tirar dela lições positivas. A maneira como o paciente esclerodérmico se
comporta perante o problema indica a evolução da doença, que
será tanto mais rápida e cruel quanto mais deprimidos, inseguros e amedrontados estivermos. Diante de uma postura de esperança, a esclerodermia fica mais amena, uma vez que, dessa forma, conseguimos ser mais fortes do que ela.
Saber pedir e aceitar ajuda
Evidentemente, não é fácil conviver com a doença. As conquistas têm de ser diárias, sem que percamos a esperança e a
vontade de viver. Precisamos continuar percebendo e ouvindo
os outros e não imaginar que somos os únicos seres com problemas no mundo. Não estamos no centro do universo só porque
temos esclerodermia. Devemos continuar inseridos na família,
no trabalho e em grupos de amigos sem nos tornar um peso
para aqueles com quem convivemos.
Se necessitarmos da ajuda de outras pessoas para realizar atividades habituais, como vestir-se ou pentear-se, devemos pedila e aceitá-la com carinho. Temos de aprender a receber o apoio
e a atenção de quem quer nos auxiliar. Essa assistência, se recebida com dignidade e respeito ao outro, fará de nós pessoas melhores, mais humanas, solidárias e justas. A felicidade e a serenidade são sentimentos sutis, nobres e profundos, com os quais só
tive contato verdadeiro após meu encontro com a esclerodermia.
Para melhorar a postura dos pacientes perante a doença, a
aproximação entre esclerodérmicos é de fundamental importância, visto que permite a troca de experiências e a formação de
grupos e de associações. Esse contato nos fortalece e nos dá esperança redobrada, funcionando como injeções de ânimo e de
estímulo.
Por tudo isso, fico à disposição de todos os pacientes com
esclerodermia para que nos comuniquemos, seja pelos sites da
Associação Brasileira de Pacientes com Esclerodermia (Asclero)
e da Grupal, seja por e-mail ou telefone, seja pessoalmente. Desejo que todos tenham a sorte de encontrar um médico como o
que encontrei e, da mesma maneira, que possam compreender
essa doença como uma forma de nos tornarmos seres humanos
melhores, independentemente da beleza de nosso físico ou de
nosso tempo de vida. Sou a prova viva de que isso é possível.
*Carmen Pio é advogada e mora em Porto Alegre (RS).
Contato: [email protected]
11
Coluna Seda
GOTA EM MULHERES
CÉLEBRES
de tudo, cuidou sempre do marido, até morrer. Já em idade
avançada, apresentava boas condições gerais e era uma das
figuras mais importantes da corte, a ponto de participar de
refeições, concertos e recepções a convite de seu filho, o rei
Frederico II, que reinou de 1740 a 1786 e era grande amante
das artes, da música e da literatura francesa. Sophie Dorothea
von Preussen morreu no dia 28 de julho de 1757, aos 70 anos.
“Agora tudo acabou”, foram suas últimas palavras2,6.
Em comum, elas tiveram nas mãos o destino de poderosas nações e, nas articulações,
inconvenientes e dolorosos depósitos de cristais de urato monossódico.
Hilton Seda
A
gota já foi conhecida como a doença dos reis e da prosperidade – the disease of kings and the king of diseases.
Petrarca escreveu, em carta a Giovanni Collona di San Vito,
no século XIV, que os pobres devem tolerar alguns incômodos, como as aranhas, pois seu modo simples de viver os protege da gota1. Apesar de sua predominância masculina, a
doença também ocorre em mulheres, aí incluindo, evidentemente, as rainhas.
Filha de Jaime II e Lady Anne Hyde, a rainha Ana, ou Queen
Anne, nasceu em Londres, no dia 6 de fevereiro de 1665. Foi a
última Stuart, por não haver quem a substituísse quando ela
faleceu, aos 49 anos. Quando criança, teve uma infecção ocular e foi levada à França para tratamento, retornando a seu
país em 1670. Casou-se com o príncipe protestante Jorge da
Dinamarca, em 28 de julho de 1683, formando uma união impopular, mas feliz. Em 8 de março de 1702, tornou-se rainha
da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, sucedendo a Guilherme III, e reinou até 1714. Pelo Acts of Union, de 1707, unificou
Inglaterra, Escócia e Irlanda sob o nome de Reino da GrãBretanha. Queen Anne sofria de gota e, na sua coroação, teve
um grave ataque, o que a obrigou a ser levada para a cerimônia em uma cadeira. Morreu por complicações da doença e de
erisipela no dia 1º de agosto de 1714. No sepultamento da
rainha, na abadia de Westminster, seu corpo encontrava-se tão
inchado e volumoso que precisou ser colocado em um enorme caixão, quase quadrado2,3,4.
A família Médici, ou Médicis, foi uma poderosa linhagem
de Florença que começou em 1331, com Salvestro de Médici,
e ficou marcada por figuras importantes, como Lourenço de
Médici, o Magnício (1449-1492), Cosmo de Médici, o Grande
(1519-1574), Catarina de Médici (1519-1589), rainha da França, e Maria de Médici (1573-1642), além de quatro papas (Leão
X, Clemente VII, Pio IV e Leão XI). Era uma família de
gotosos. Piero di Cosimo ficou conhecido como Piero, il
Gottoso. Lourenço de Médici, pelos 40 anos, já experimentava grande incapacidade produzida pela doença. Maria de
Médici, filha de Francisco I de Médici, grão-duque de Toscana
(1541-1587), e de Joana de Áustria (1546-1578), sofria de litíase
renal provavelmente gotosa. Em 1600, casou-se com o rei
12
Dedicado à memória de Geraldo Castelar Pinheiro.
Henrique IV, o primeiro dos Bourbon no trono da França, e
teve seis filhos. Foi coroada rainha em 13 de maio de 1610.
Com o assassinato do marido, passou a regente, pois o filho
Luís XIII ainda não completara 9 anos de idade, assim permanecendo até 1617. Mesmo depois da coroação de Luís XIII,
continuou a governar em seu nome. Envolvida em várias tramas palacianas, foi exilada em 1617, vindo a morrer no dia 3
de julho de 1642, em Colônia2,5.
Nem a infanta Isabel escapou
Mau humor de origem reumática
Outra que entra na galeria das mulheres célebres com gota
é Sophie Dorothea von Preussen. Nascida em Hanover, no
dia 26 de março de 1687, era filha de Georg Ludwig de
Hanover e de Sophie Dorothea de Celle, que se haviam casado em 1682. Muito à base de interesses financeiros, esse casamento foi bastante infeliz. Georg teve uma amante, Melusina
von Schulenburg, e se desinteressou da esposa, passando a
tratá-la de forma agressiva. Consta que Sophie Dorothea, quando sua filha já havia nascido, apaixonou-se por um conde, o
que causou grande escândalo. Como punição, foi confinada
no Castelo de Ahlden até sua morte, em 1726. O aprisionamento de sua mãe fez com que Sophie Dorothea von Preussen
fosse entregue aos cuidados de sua avó, também de nome
Sophie, na corte do Eleitor de Hanover6. Quando tinha 19
anos, casou-se com Frederico Guilherme I, da Casa dos
Hohenzollern, no dia 28 de novembro de 1706. Em virtude de
sua inclinação para o militarismo, Frederico Guilherme I, que
reinou de 1713 a 1740, era conhecido popularmente como o
Rei Soldado ou o Rei Sargento. Apesar de viver um casamento com dificuldades, o casal teve nada menos que 14 filhos2,5,6.
Sophie Dorothea von Preussen era afetuosa e, constantemente, declarava sua paixão pelo marido. Na realidade, usava
de um estratagema para acalmar os rompantes do seu par, extremamente ciumento. Ela cultivava um sonho de moradia.
Talvez não tenha sido exatamente o que a esposa desejava,
mas Frederico Guilherme I, logo depois de ter assumido o
trono, em 1713, presenteou-a com o Palácio Monbijou, situado ao norte de Berlim, e Sophie o transformou em uma espécie de caixa de joias, criando galerias de porcelana e espelhando
os quartos da residência. Ali recebia seus hóspedes com grande delicadeza, oferecendo-lhes comidas saborosas e divertindo-se com jogos de azar. O rei tinha uma política de restrição
de despesas, mas ela pôde se libertar dessas limitações quando
recebeu uma herança de sua mãe, não mais necessitando de
permissão do marido para gastar. No entanto, Sophie Dorothea
von Preussen teve alguns problemas com a educação dos filhos porque não concordava muito com os métodos severos
usados pelo monarca. Uma decisão de Frederico Guilherme I,
logo em seguida à sua coroação, foi indicar a esposa como regente do reino quando ele estivesse em campanha militar, salientando que, se acontecesse algo de grande importância, o
assunto deveria ser comunicado a ela, mas não quando ele estivesse presente5.
A idade trouxe para Sophie Dorothea um empecilho que a
fez sofrer intensamente – a gota. Não há muitas referências a
essa fase, mas hoje se sabe que ela passou a ter um humor
bastante desagradável após a manifestação da doença. Apesar
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
A infanta Isabel Maria de Bragança – na verdade, Isabel
Maria da Conceição Joana Gualberta Ana Francisca de Assis
Xavier de Paula de Alcântara Antônia Rafaela Micaela Gabriela
Joaquina Gonzaga de Bragança e Bourbon – era a quarta filha
mulher de D. João VI e D. Carlota Joaquina de Bourbon, tendo nascido em Lisboa, em 4 de julho de 1801. Estava com 7
anos quando viajou para o Brasil, em 1808, com a Família Real
Portuguesa em virtude da invasão de Portugal pelas tropas de
Napoleão. A corte permaneceu no Brasil até 1821. Em 6 de
março de 1826, D. João VI, que padecia de uma doença que o
levaria à morte quatro dias depois, fez um decreto criando
uma regência presidida pela infanta D. Isabel Maria, então
com 25 anos, que duraria até 26 de fevereiro de 1828, quando
assumiu o “legítimo herdeiro e sucessor da coroa”, D. Pedro
IV, o D. Pedro I do Brasil. No livro 50 anos de Reumatologia em
Portugal, Roberto Martins se refere à gota de D. Isabel Maria,
sem, contudo, oferecer pormenores sobre o início e a evolução da doença. A infanta não se casou e viveu bastante para os
padrões da época. A despeito da tormenta do ácido úrico, D.
Isabel Maria morreu no dia 22 de abril de 1876, pouco antes
de completar 75 anos, em Benfica, nos arredores de Lisboa,
tendo sido sepultada em São Vicente de Fora2,7,8.
Referências bibliográficas
1
Benedek TG, Rodnan GP, Petrach on Medicine and the Gout,
Bull Hist Med 1963; 37: 397-416.
2
Dicionário Enciclopédico Ilustrado Larousse, Editora Abril,
São Paulo, 2006.
3
http://en.wikipedia.org/wiki/Anne-of-Great-Britain
4
http://www.historic-uK.com/HistoryUK/England-History/Queen Anne.htm.
5
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_de_Medici.
6
http://www.fembio.org/english/biography.php/woman/features/sophiadorothea.von-preussen
7
htpp://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_Maria_de_Bragança
8
Martins R. 50 anos de Reumatologia em Portugal,
Instituto Português de Reumatologia, Lisboa, 1998.
13
Coluna Seda
GOTA EM MULHERES
CÉLEBRES
de tudo, cuidou sempre do marido, até morrer. Já em idade
avançada, apresentava boas condições gerais e era uma das
figuras mais importantes da corte, a ponto de participar de
refeições, concertos e recepções a convite de seu filho, o rei
Frederico II, que reinou de 1740 a 1786 e era grande amante
das artes, da música e da literatura francesa. Sophie Dorothea
von Preussen morreu no dia 28 de julho de 1757, aos 70 anos.
“Agora tudo acabou”, foram suas últimas palavras2,6.
Em comum, elas tiveram nas mãos o destino de poderosas nações e, nas articulações,
inconvenientes e dolorosos depósitos de cristais de urato monossódico.
Hilton Seda
A
gota já foi conhecida como a doença dos reis e da prosperidade – the disease of kings and the king of diseases.
Petrarca escreveu, em carta a Giovanni Collona di San Vito,
no século XIV, que os pobres devem tolerar alguns incômodos, como as aranhas, pois seu modo simples de viver os protege da gota1. Apesar de sua predominância masculina, a
doença também ocorre em mulheres, aí incluindo, evidentemente, as rainhas.
Filha de Jaime II e Lady Anne Hyde, a rainha Ana, ou Queen
Anne, nasceu em Londres, no dia 6 de fevereiro de 1665. Foi a
última Stuart, por não haver quem a substituísse quando ela
faleceu, aos 49 anos. Quando criança, teve uma infecção ocular e foi levada à França para tratamento, retornando a seu
país em 1670. Casou-se com o príncipe protestante Jorge da
Dinamarca, em 28 de julho de 1683, formando uma união impopular, mas feliz. Em 8 de março de 1702, tornou-se rainha
da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, sucedendo a Guilherme III, e reinou até 1714. Pelo Acts of Union, de 1707, unificou
Inglaterra, Escócia e Irlanda sob o nome de Reino da GrãBretanha. Queen Anne sofria de gota e, na sua coroação, teve
um grave ataque, o que a obrigou a ser levada para a cerimônia em uma cadeira. Morreu por complicações da doença e de
erisipela no dia 1º de agosto de 1714. No sepultamento da
rainha, na abadia de Westminster, seu corpo encontrava-se tão
inchado e volumoso que precisou ser colocado em um enorme caixão, quase quadrado2,3,4.
A família Médici, ou Médicis, foi uma poderosa linhagem
de Florença que começou em 1331, com Salvestro de Médici,
e ficou marcada por figuras importantes, como Lourenço de
Médici, o Magnício (1449-1492), Cosmo de Médici, o Grande
(1519-1574), Catarina de Médici (1519-1589), rainha da França, e Maria de Médici (1573-1642), além de quatro papas (Leão
X, Clemente VII, Pio IV e Leão XI). Era uma família de
gotosos. Piero di Cosimo ficou conhecido como Piero, il
Gottoso. Lourenço de Médici, pelos 40 anos, já experimentava grande incapacidade produzida pela doença. Maria de
Médici, filha de Francisco I de Médici, grão-duque de Toscana
(1541-1587), e de Joana de Áustria (1546-1578), sofria de litíase
renal provavelmente gotosa. Em 1600, casou-se com o rei
12
Dedicado à memória de Geraldo Castelar Pinheiro.
Henrique IV, o primeiro dos Bourbon no trono da França, e
teve seis filhos. Foi coroada rainha em 13 de maio de 1610.
Com o assassinato do marido, passou a regente, pois o filho
Luís XIII ainda não completara 9 anos de idade, assim permanecendo até 1617. Mesmo depois da coroação de Luís XIII,
continuou a governar em seu nome. Envolvida em várias tramas palacianas, foi exilada em 1617, vindo a morrer no dia 3
de julho de 1642, em Colônia2,5.
Nem a infanta Isabel escapou
Mau humor de origem reumática
Outra que entra na galeria das mulheres célebres com gota
é Sophie Dorothea von Preussen. Nascida em Hanover, no
dia 26 de março de 1687, era filha de Georg Ludwig de
Hanover e de Sophie Dorothea de Celle, que se haviam casado em 1682. Muito à base de interesses financeiros, esse casamento foi bastante infeliz. Georg teve uma amante, Melusina
von Schulenburg, e se desinteressou da esposa, passando a
tratá-la de forma agressiva. Consta que Sophie Dorothea, quando sua filha já havia nascido, apaixonou-se por um conde, o
que causou grande escândalo. Como punição, foi confinada
no Castelo de Ahlden até sua morte, em 1726. O aprisionamento de sua mãe fez com que Sophie Dorothea von Preussen
fosse entregue aos cuidados de sua avó, também de nome
Sophie, na corte do Eleitor de Hanover6. Quando tinha 19
anos, casou-se com Frederico Guilherme I, da Casa dos
Hohenzollern, no dia 28 de novembro de 1706. Em virtude de
sua inclinação para o militarismo, Frederico Guilherme I, que
reinou de 1713 a 1740, era conhecido popularmente como o
Rei Soldado ou o Rei Sargento. Apesar de viver um casamento com dificuldades, o casal teve nada menos que 14 filhos2,5,6.
Sophie Dorothea von Preussen era afetuosa e, constantemente, declarava sua paixão pelo marido. Na realidade, usava
de um estratagema para acalmar os rompantes do seu par, extremamente ciumento. Ela cultivava um sonho de moradia.
Talvez não tenha sido exatamente o que a esposa desejava,
mas Frederico Guilherme I, logo depois de ter assumido o
trono, em 1713, presenteou-a com o Palácio Monbijou, situado ao norte de Berlim, e Sophie o transformou em uma espécie de caixa de joias, criando galerias de porcelana e espelhando
os quartos da residência. Ali recebia seus hóspedes com grande delicadeza, oferecendo-lhes comidas saborosas e divertindo-se com jogos de azar. O rei tinha uma política de restrição
de despesas, mas ela pôde se libertar dessas limitações quando
recebeu uma herança de sua mãe, não mais necessitando de
permissão do marido para gastar. No entanto, Sophie Dorothea
von Preussen teve alguns problemas com a educação dos filhos porque não concordava muito com os métodos severos
usados pelo monarca. Uma decisão de Frederico Guilherme I,
logo em seguida à sua coroação, foi indicar a esposa como regente do reino quando ele estivesse em campanha militar, salientando que, se acontecesse algo de grande importância, o
assunto deveria ser comunicado a ela, mas não quando ele estivesse presente5.
A idade trouxe para Sophie Dorothea um empecilho que a
fez sofrer intensamente – a gota. Não há muitas referências a
essa fase, mas hoje se sabe que ela passou a ter um humor
bastante desagradável após a manifestação da doença. Apesar
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
A infanta Isabel Maria de Bragança – na verdade, Isabel
Maria da Conceição Joana Gualberta Ana Francisca de Assis
Xavier de Paula de Alcântara Antônia Rafaela Micaela Gabriela
Joaquina Gonzaga de Bragança e Bourbon – era a quarta filha
mulher de D. João VI e D. Carlota Joaquina de Bourbon, tendo nascido em Lisboa, em 4 de julho de 1801. Estava com 7
anos quando viajou para o Brasil, em 1808, com a Família Real
Portuguesa em virtude da invasão de Portugal pelas tropas de
Napoleão. A corte permaneceu no Brasil até 1821. Em 6 de
março de 1826, D. João VI, que padecia de uma doença que o
levaria à morte quatro dias depois, fez um decreto criando
uma regência presidida pela infanta D. Isabel Maria, então
com 25 anos, que duraria até 26 de fevereiro de 1828, quando
assumiu o “legítimo herdeiro e sucessor da coroa”, D. Pedro
IV, o D. Pedro I do Brasil. No livro 50 anos de Reumatologia em
Portugal, Roberto Martins se refere à gota de D. Isabel Maria,
sem, contudo, oferecer pormenores sobre o início e a evolução da doença. A infanta não se casou e viveu bastante para os
padrões da época. A despeito da tormenta do ácido úrico, D.
Isabel Maria morreu no dia 22 de abril de 1876, pouco antes
de completar 75 anos, em Benfica, nos arredores de Lisboa,
tendo sido sepultada em São Vicente de Fora2,7,8.
Referências bibliográficas
1
Benedek TG, Rodnan GP, Petrach on Medicine and the Gout,
Bull Hist Med 1963; 37: 397-416.
2
Dicionário Enciclopédico Ilustrado Larousse, Editora Abril,
São Paulo, 2006.
3
http://en.wikipedia.org/wiki/Anne-of-Great-Britain
4
http://www.historic-uK.com/HistoryUK/England-History/Queen Anne.htm.
5
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_de_Medici.
6
http://www.fembio.org/english/biography.php/woman/features/sophiadorothea.von-preussen
7
htpp://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_Maria_de_Bragança
8
Martins R. 50 anos de Reumatologia em Portugal,
Instituto Português de Reumatologia, Lisboa, 1998.
13
Notas
Cartas
Para deixar na mesa consultório:
o essencial da Reumatologia reunido num só livro
A Editora Guanabara Koogan acaba
de lançar o livro Reumatologia Essencial,
de autoria dos reumatologistas Caio
Moreira, coordenador voluntário do
Ambulatório de Doenças Osteometabólicas e Osteoarticulares do Serviço
de Geriatria da Faculdade de Medicina
da Universidade Federal de Minas Gerais, Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro, professor adjunto da disciplina de
Reumatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual
do Rio de Janeiro, e João Francisco Marques Neto, professor titular de Reumatologia do Departamento de Clínica
Médica da Faculdade de Ciências Mé-
dicas da Universidade Estadual de Campinas. Com 600 páginas, a obra contempla os principais desafios diagnósticos e
terapêuticos da especialidade e as condições mais prevalentes do dia a dia,
como a fibromialgia, as síndromes dolorosas regionais, as lesões por esforços
repetitivos e a osteoartrite. Sem contar
que ainda dedica capítulos especiais às
doenças autoimunes e às enfermidades
osteometabólicas, com destaque para a
osteoporose.
O livro está disponível nas principais
livrarias do País ou pode ser adquirido
pela internet:
www.editoraguanabara.com.br.
Ex-senadores recebem título de benemérito
da Academia Nacional de Medicina
Na última sessão de encerramento
da Academia Nacional de Medicina
(ANM), realizada em 27 de novembro
de 2008, o presidente da entidade, Marcos Fernando de Oliveira Moraes, homenageou os ex-senadores Bernardo
Cabral e Lúcio Alcântara, outorgandolhes o título de benemérito pelo inestimável apoio de ambos à memória da
Da esquerda para a direita,
Raymundo Leitão, Mário Newton Leitão,
Omar R. Santos, Joaquim Nava,
Roberto Carneiro, Ieda Laurindo,
Geraldo Castelar e Jaime Danowski.
14
medicina brasileira. O ministro da
Saúde, José Gomes Temporão, apareceu de surpresa no evento e fez questão de entregar pessoalmente as homenagens. Em seu breve discurso, assinalou a importância de reconhecer os
ex-senadores, que tanto contribuíram
para a saúde, no ano em que o SUS
completa 20 anos. Cabral aproveitou a
ocasião para ressaltar as conquistas do
ministro Temporão e, ao fim de seu
discurso, recomendou ao titular da
pasta da Saúde: “Enfrente os vendavais que estão por aí, ministro”, disse
ele. “A posteridade lhe fará justiça”. Na
oportunidade, o Dr. Roberto Antonio
Carneiro ainda tomou posse como honorário nacional da ANM. Saudado
pelo acadêmico Pietro Novelino, Carneiro fez um agradecimento especial
ao presidente da academia e destacou
seu sentimento de felicidade em poder participar das atividades da entidade.
Carta a um reumatologista
Um pouco do que aprendi com a esclerodermia
C
Eular apoia e
divulga curso de
ultrassonografia
da SBR
Graças aos esforços do presidente
do Comitê de Imagem da Sociedade
Brasileira de Reumatologia (SBR),
Ari Radu Helpern, o curso de ultrassonografia que a entidade promoveu
em Natal (RN), de 15 a 17 de abril,
recebeu o aval da The European League Against Rheumatism (Eular). O
evento não apenas contou com o patrocínio científico da instituição,
como também foi divulgado em seu
website.
Chegadas e partidas
• O reumatologista Willer Bittencourt
morreu no último dia 27 de fevereiro.
Bittencourt era sócio da Sociedade de
Reumatologia do Rio de Janeiro e
clinicava na cidade fluminense de Duque de Caxias. Deixou saudades entre
familiares, pacientes e colegas.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
om o diagnóstico de esclerodermia há 30 anos, eu teria
muitos relatos tristes e trágicos a proferir, mas preferi
dizer que tudo por que passei e passo me tornou uma pessoa
melhor do que era antes da descoberta da doença.
Comecei a ter sintomas aos 19 anos, que pioraram após o nascimento do meu primeiro filho, aos 21 anos. Fiz pulsoterapia,
usei bengala e duas luvas em cada mão por muitos anos. Tomava medicação de madrugada, mas não deixava de trabalhar e de
levar uma rotina normal durante o dia, mesmo com muitas dificuldades. A opção por não me entregar, tenho certeza, foi minha
maior aliada.
Esse crescimento humano, com a possibilidade de poder conviver com a doença sem que ela me destruísse por completo, só
ocorreu pela capacidade do médico que me acompanha há 27
anos. Tive a sorte de encontrar um profissional competente, com
uma conduta humana e sensível, de ética irretocável, o que, somado ao seu profundo conhecimento e ao seu envolvente gosto
pela profissão, exerceu um papel fundamental no êxito de todos
os tratamentos, fazendo de mim, uma paciente muito jovem e
insegura à época, em vista da situação grave por que passava e
das complicações que experimentava, a mulher segura e confiante que sou hoje.
Médico precisa gostar de gente! Precisa compreender os sinais emocionais do paciente. Sem o potencial de compreender e
perceber o outro, ninguém conseguirá ajudar uma pessoa com
esclerodermia, uma doença que oscila e se manifesta principalmente conforme o estado emocional do indivíduo.
A esclerodermia nos deixa inseguros, pois não sabemos quando e quanto suas manifestações poderão nos destruir. Esse é fator determinante, a meu ver, no desenrolar e na progressão da
doença. Não podemos sucumbir a ela e muito menos nos aceitar
“doentes”. É necessário que nos empenhemos, com todas as forças e de todas as formas, para que não nos entreguemos quando
das fortes dores, da isquemia alucinante, das vasculites que nos
tiram os movimentos de pés e mãos, da tosse que nos impede de
dormir por meses a fio, da azia, da falta de ar ao caminharmos e
subirmos escadas, dos batimentos cardíacos acelerados e “estranhos”, da boca e dos olhos secos, da diminuição da audição e da
visão, da tontura e do esquecimento momentâneo. Precisamos
ser guerreiros e aprender a combater cada um desses “inimigos”. Na minha vivência, o segredo para enfrentar a esclerodermia se resume a lutar e vencer cada etapa com serenidade,
disciplina, vontade e fé.
A vontade de viver e o verdadeiro amor pela vida, pelo próximo, pela família, pelos filhos, pelo trabalho, pela natureza, pela
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Carmem Pio*
poesia, pela música e pelas expressões humanas nos ajudam a
enfrentar com dignidade essa situação. Não sabemos por que a
esclerodermia surge, mas precisamos encará-la e tirar dela lições positivas. A maneira como o paciente esclerodérmico se
comporta perante o problema indica a evolução da doença, que
será tanto mais rápida e cruel quanto mais deprimidos, inseguros e amedrontados estivermos. Diante de uma postura de esperança, a esclerodermia fica mais amena, uma vez que, dessa forma, conseguimos ser mais fortes do que ela.
Saber pedir e aceitar ajuda
Evidentemente, não é fácil conviver com a doença. As conquistas têm de ser diárias, sem que percamos a esperança e a
vontade de viver. Precisamos continuar percebendo e ouvindo
os outros e não imaginar que somos os únicos seres com problemas no mundo. Não estamos no centro do universo só porque
temos esclerodermia. Devemos continuar inseridos na família,
no trabalho e em grupos de amigos sem nos tornar um peso
para aqueles com quem convivemos.
Se necessitarmos da ajuda de outras pessoas para realizar atividades habituais, como vestir-se ou pentear-se, devemos pedila e aceitá-la com carinho. Temos de aprender a receber o apoio
e a atenção de quem quer nos auxiliar. Essa assistência, se recebida com dignidade e respeito ao outro, fará de nós pessoas melhores, mais humanas, solidárias e justas. A felicidade e a serenidade são sentimentos sutis, nobres e profundos, com os quais só
tive contato verdadeiro após meu encontro com a esclerodermia.
Para melhorar a postura dos pacientes perante a doença, a
aproximação entre esclerodérmicos é de fundamental importância, visto que permite a troca de experiências e a formação de
grupos e de associações. Esse contato nos fortalece e nos dá esperança redobrada, funcionando como injeções de ânimo e de
estímulo.
Por tudo isso, fico à disposição de todos os pacientes com
esclerodermia para que nos comuniquemos, seja pelos sites da
Associação Brasileira de Pacientes com Esclerodermia (Asclero)
e da Grupal, seja por e-mail ou telefone, seja pessoalmente. Desejo que todos tenham a sorte de encontrar um médico como o
que encontrei e, da mesma maneira, que possam compreender
essa doença como uma forma de nos tornarmos seres humanos
melhores, independentemente da beleza de nosso físico ou de
nosso tempo de vida. Sou a prova viva de que isso é possível.
*Carmen Pio é advogada e mora em Porto Alegre (RS).
Contato: [email protected]
11
O melhor do Brasil
Notas
Trabalho brasileiro fica entre os três
melhores do Fórum Internacional de Esclerose Sistêmica
Rio de Janeiro
Vem aí a ReumaRio 2009
Durante o III Fórum Internacional de Esclerose Sistêmica,
que ocorreu no período de 28 de fevereiro a 1º de março de
2009 na cidade de Basileia, na Suíça, o trabalho sobre acometimento visceral na esclerose sistêmica, de autoria do Grupo
de Esclerose Sistêmica do Projeto Pronuclear (Gepro) da Sociedade Brasileira de Reumatologia, capitaneado pelo Dr.
Percival Degrava Sampaio-Barros, foi escolhido como um dos
três melhores do encontro. Resultante de um grande esforço
multicêntrico, o estudo do Gepro, um dos quatro levados pelo
grupo ao fórum, aborda o acometimento visceral na esclerose
sistêmica por meio da análise de 1.149 pacientes brasileiros,
assunto que, aliás, mereceu grande destaque na oportunidade. Esse reconhecimento demonstra quanto os pesquisadores
brasileiros estão alinhados com o que se faz ao redor do mundo para o entendimento da esclerose sistêmica, além de dar
visibilidade à dedicação dos nossos especialistas. O evento,
afinal, reuniu 600 reumatologistas de 46 países – 14 do Brasil
– e teve a coordenação da professora Dame Carol Black, da
Inglaterra, e o patrocínio do laboratório Actelion.
Reserve os dias 17 e 18 de julho para
um verdadeiro mergulho nas novidades
diagnósticas e terapêuticas em doenças
reumáticas. Nessa ocasião, a Sociedade
de Reumatologia do Rio de Janeiro vai
promover sua primeira jornada anual de
atualização em 2009, a ReumaRio. Além
de contar com a participação indispensável de diversos colegas que atuam no
Brasil, o evento vai trazer especialistas
internacionais, como Burgo Vargas, do
México, que falará sobre as espondiloartrites, e Michelle Petri, dos Estados
Unidos, que traçará um panorama sobre o lúpus eritematoso sistêmico. O
evento será realizado no Hotel Pestana,
na Praia de Copabacana, no Rio de Janeiro. Mais informações pelo e-mail
[email protected].
Rio Grande do Sul
Homenagem póstuma a Aécio Britto
transforma reunião científica em sessão solene
Por ocasião de sua reunião científica, realizada no último
dia 14 de março, a Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Sul (SRRS) homenageou postumamente o professor
Aécio Soares Britto, que morreu em 15 de novembro de
2008. Durante sessão solene, diversos colegas discursaram
para enaltecer a figura do Dr. Aécio, entre os quais os
doutores Roberto Calil, Fernando Neubarth, Maria Lúcia
Lopes, Alberto Torrico, Edgar Vares, Jorge Dib e Mauro
Keiserman. Além disso, o Dr. João Carlos Brenol levou à
sessão mensagens de reumatologistas de todo o Brasil. Na
oportunidade, a filha do professor Aécio, Alice Britto, também reumatologista, recebeu uma placa de prata com os
seguintes dizeres: “Homenagem da SRRS ao Prof. Dr.
Aécio Soares Britto por tudo que representou para a
Reumatologia gaúcha e brasileira”.
Da esquerda para a direita, Roberto Calil,
João Carlos Brenol, Alice Britto e
o presidente da SRRS, Charles Lubianca Kohem.
10
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Reumatologia é reeleita
para o Conselho
Deliberativo da AMB
A Sociedade Brasileira de Reumatologia
(SBR) conseguiu ser reeleita para o Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira (AMB), continuando entre as cinco especialidades clínicas que compõem esse grupo de conselheiros, aliás, o mais importante
da associação. Essa conquista advém da participação ativa do representante da SBR na
AMB, Maurício Levy Neto, assim como da
presidente da entidade, Ieda Laurindo. A
eleição ocorreu no dia 19 de março e teve,
entre as mais votadas, 14 das 27 especialidades médicas que compõem o Conselho
Científico da AMB, a saber: Anestesiologia,
Cirurgia Geral, Coloproctologia, Ginecologia e Obstetrícia, Ortopedia e Traumatologia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia,
Cardiologia, Clínica Médica, Infectologia,
Pediatria, Reumatologia, Patologia Clínica e
Patologia.
Delegação brasileira em visita à cidade de Colmar,
na Alsácia francesa, situada a 50 km de Basileia.
Como vai a função renal
de seus pacientes?
O Dia Mundial do Rim, comemorado no último dia 12 de março, trouxe
um bom ensejo para abordar a necessidade de detectar precocemente a
doença renal, considerada por muitos como a nova epidemia do século
XXI – apenas no Brasil, estima-se que haja 2 milhões de pessoas com insuficiência renal crônica. Ocorre que a identificação de alterações nos rins
em fase inicial é, por enquanto, a única forma de interromper ou diminuir
a velocidade da perda da função renal. Não por acaso a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) mantém, desde 2003, a campanha Previna-se, uma
ação permanente de prevenção para alertar médicos e pacientes sobre esse
risco. Mesmo porque em quase metade dos casos os indivíduos não têm
sintomas e, portanto, não sabem que são portadores da doença.
Consequentemente, acabam recebendo um diagnóstico tardio, quando o
comprometimento já é grande o bastante para requerer a instituição de
alguma terapia de substituição renal. Dando merecida vazão à campanha
da SBN, é importante que também os reumatologistas estejam atentos à
saúde dos rins de seus pacientes. A preocupação tem de se acentuar nos
grupos de risco, ou seja, em hipertensos, diabéticos, idosos, cardiopatas e
indivíduos com história familiar de insuficiência renal, que devem ser periodicamente submetidos a testes de triagem, como exames de urina e de
avaliação da função renal. Para mais detalhes sobre a campanha e informações científicas sobre o tema, acesse o site www.sbn.org.br/previna.htm.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
15
Dia a Dia
O melhor do Brasil
Boca seca e olho seco:
a conduta no tratamento
dos sintomas da
síndrome de Sjögren
Valéria Valim*
A boca seca e o olho seco são sintomas-guia para o
diagnóstico da síndrome de Sjögren (SS) e o tratamento
dessas manifestações visa não apenas a aliviá-las, como
também a prevenir complicações e a estimular a função e
o reparo do tecido glandular.
Clínica Médica da Universidade Federal
do Espírito Santo (Ufes) e médica do
Serviço de Reumatologia do Hospital
Universitário Cassiano Antônio de
redução da produção de saliva
está associada à diminuição do
paladar, assim como à alteração e à elevação da microbiota oral, favorecendo o
surgimento de cáries, halitose e
candidíase. A lágrima na SS é hiperosmolar e proporciona aumento do processo inflamatório ocular, com consequente prurido, hiperemia, irritação,
sensação de corpo estranho, embaçamento visual e redução da acuidade visual.
O tratamento das queixas secas inclui
orientações gerais ao paciente (quadro
1), com o propósito de auxiliá-lo na
hidratação e na melhor higienização da
mucosa, além de diversas opções terapêuticas, que devem ser indicadas caso
a caso.
Na boca seca, embora alivie apenas
temporariamente os sintomas, o uso de
substitutos (saliva artificial) e secretagogos (pilocarpina e cevimelina) é importante para o manuseio da xerostomia
(quadro 2). Algumas formulações são
rinses orais à base de carboximetilcelulose (carmelose sódica 10mg/mL,
Salivan®, Alergan). O gel lubrificante
fornece alívio mais prolongado, sendo
indicado para uso noturno e em casos
de fissuras. Se a saliva artificial for aviada, pode receber o acréscimo de sabor
de pêssego, morango ou coco para tornála mais agradável, porém menta e hortelã devem ser evitados.
Na ausência de lágrimas
Por sua vez, a abordagem da xeroftalmia engloba colírios lubrificantes, oclusão do ponto lacrimal e uso de drogas
imunomoduladoras, tais como ciclosporina tópica e suplementação oral com
ômega-3, a exemplo do óleo de linhaça
(quadro 3).
A escolha dos colírios lubrificantes
Moraes (Hucam), da Ufes.
16
O Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia
dá as boas-vindas para os grupos de
colegas que assumiram a diretoria nas sociedades
regionais para o biênio 2008-2010.
SOCIEDADE PARAIBANA DE REUMATOLOGIA
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
SOCIEDADE DE REUMATOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO
Presidente:
Valéria Valim
Tesoureiro:
José Miguel Eduardo Assad
Secretária:
Ana Karina Nascif
Diretora científica:
Andreza Magid Tironi
Presidente:
Eutília Medeiros Freire
Vice-presidente:
Marcus Ivanovith
SOCIEDADE DE REUMATOLOGIA DO RIO DE JANEIRO
Secretário-geral:
Carlos Fernando T. de Melo
Presidente:
Reno Martins Coelho
Primeira-secretária:
Evânia Claudino Figueiredo
Vice-presidente:
Francinne Machado Ribeiro
Tesoureira:
Danielle Egypto de Brito
Diretora científica:
Blanca Helena Bica
Diretora científica:
Alessandra Braz de Andrade
Secretário-geral:
Leonardo Romeiro
Diretor de relações públicas: Aécio Póla Fernandes
Segunda-secretária:
Mariana Rodriguez
Conselho:
Tesoureiro-geral:
Washington Bianchi
Segundo-tesoureiro:
Dante Bianchi
Boletim:
Sueli Carneiro, Ingrid Moss
e Laura Mendonça
Comissão de Ensino:
Elisa Albuquerque, Mauro Goldfarb,
Roger Levy e Ronaldo Baptista
Conselho Fiscal:
Evandro Klumb, Geraldo Castelar,
Mário Newton, José Verztman
e Maria Cecília Salgado
Clube do Reumatismo:
Adriana Danowiski, Evandro Klumb,
Angelo Papi e Nocy Leite
Reumatologia Pediátrica:
Flavio Sztajnbok
e Cynthia Torres França da Silva
Aderson Diniz,
Evandro Pinheiro do Egypto
e Silvino Chaves Neto
SOCIEDADE MINEIRA DE REUMATOLOGIA
A
*Professora do Departamento de
Regionais têm nova diretoria
Presidente:
Cristina Costa Duarte Lanna
Vice-presidente:
Rejane Pinheiro Damasceno
Secretária-geral:
Nelma Marchetti Mesquita
Tesoureira:
Rosa Weiss Telles
Diretora científica:
Maria Vitória Quintero
Presidente eleito para
o biênio 2011-2012:
Rafael Fraga
Comissão de
Reumatologia Pediátrica:
Flávia Patrícia Teixeira de Sena
e Rejane Pinheiro Damasceno
Educação continuada:
Achiles Cruz Filho
Responsável pelo site:
Eduardo José do Rosário e Souza
Representantes das
regionais de Minas Gerais:
Paulo Ivan Guimarães
(Norte/Nordeste),
Rafael Fraga (Zona da Mata),
Carlos Eugênio Parolini
(Alto Paranaíba / Triângulo
Mineiro) e Enio Ribeiro (Sul)
Reumatologia do Esporte: Paulo Handan
Conselho de Ética:
Swami Guimarães, Joaquim Nava,
Jaime Barros e Hilton Seda
Encontros de Leigos:
Wanda Heloisa e Stella de Carli
Biblioteca e website:
João Luiz Vaz e João Ignácio Hora
Interior:
Luis Octavio Dias D’Almeida
e Flavio Fernando N. de Melo
Assuntos institucionais:
Reno Coelho, Francinne Ribeiro,
Blanca Bica e Geraldo Castelar
Minas Gerais e Centro-Oeste
Jornada compartilhada vai girar em torno do paciente reumático
A escuta, as evidências e os avanços no cuidado do paciente
reumático vão conduzir as aulas e discussões da XVII Jornada
Centro-Oeste e da IV Jornada Mineira de Reumatologia, evento
que será promovido pela Sociedade Brasileira de Reumatologia
no período de 6 a 8 de agosto de 2009, no Centro de Artes e
Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (MG). A
programação promete grande abrangência, com temas que vão
dos fundamentos do atendimento ao portador de doenças reumáticas, passando por infecções virais e autoimunidade, até a
aplicação da farmacoeconomia no uso de medicamentos biológicos. Para mais informações sobre a iniciativa, acesse o site
www.reumatologia2009.com.br.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
9
O melhor do Brasil
Brasília
Quadro 1
União de esforços resulta na criação de programa
de assistência básica para queixas reumáticas
A
percepção da necessidade de
atender os portadores de condições muito prevalentes na Reumatologia, a fila de espera de cerca de dois
anos para marcar uma consulta com um
reumatologista, os encaminhamentos
incorretos e a dificuldade de acesso ao
especialista por parte de pacientes com
doenças reumáticas mais complexas levaram à criação do Plano Diretor da
Reumatologia – Da Atenção Primária à
Terciária. De acordo com o presidente
da Sociedade de Reumatologia de
Brasília (SRB), Rodrigo Aires Corrêa
Lima, o programa tem o objetivo de organizar o fluxo de atendimento das pessoas com queixas reumáticas no Distrito Federal e, para tanto, será realizado em conjunto com a SRB, com a Secretaria Estadual de Saúde do Governo
do Distrito Federal e com a Unidade de
Reumatologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB). “Pretendemos
criar um sistema no qual as doenças reumáticas de alta complexidade, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso
sistêmico, cheguem mais rapidamente
ao reumatologista de uma unidade
terciária de atendimento e as condições
mais prevalentes, como fibromialgia e
osteoartrose, desde que não complicadas, sejam atendidas nas unidades básicas de saúde por clínicos treinados nos
locais onde funcionará o sistema de referência e contrarreferência”, explica
Lima.
Essa iniciativa foi apresentada pela
reumatologista Ana Patrícia de Paula, do
HUB, no I Encontro da Atenção Primária à Saúde com Especialidades Médicas – Capítulo Reumatologia, que ocorreu em dezembro do ano passado, no
auditório da Unip, na capital federal,
com a participação de clínicos, médicos
8
do programa da saúde da família, ginecologistas, psiquiatras, enfermeiros, fisioterapeutas e pediatras, assim como de
diretores de regionais de saúde e hospitais locais e de representantes do secretário de saúde do Distrito Federal. Na
oportunidade, o reumatologista Mario
Orientações gerais para
xeroftalmia e xerostomia em pacientes
com síndrome de Sjögren
Soares também falou sobre a situação
do atendimento reumatológico em
Brasília e Rodrigo Lima aproveitou a
ocasião para alertar os profissionais presentes a respeito dos mitos e verdades
sobre a fibromialgia – que, afinal, é uma
das condições-alvo do programa.
Grupo envolvido
no Plano Diretor
de Reumatologia
– Da Atenção
Primária à
Terciária.
1
Suspensão ou substituição de medicações relacionadas com maior chance
de secura, como diuréticos, betabloqueadores, antidepressivos e ansiolíticos
2
Ingestão frequente de líquidos, especialmente de água, em pequenas
quantidades para não estimular a diurese
3
Uso de umidificadores de ambientes
4
Redução da permanência em ambientes com ar condicionado e ventiladores
ou em regiões de clima seco
5
Correção de hábitos dietéticos, como evitar alimentos ácidos e picantes
6
Suspensão do consumo de bebidas cafeinadas, álcool e tabaco
7
Adoção de intervalos em atividades que diminuam o ato de piscar, como
passar longos períodos no computador ou fazer leituras prolongadas
8
Uso de óculos com proteção lateral durante exposição ao vento ou prática
de esportes ao ar livre
9
Remoção adequada da maquiagem
Quadro 2
Tratamento medicamentoso da xerostomia
Festa de confraternização
e vernissage
marcam troca de gestão
Para encerrar o intenso trabalho da gestão 2006-2008 da Sociedade de Reumatologia de Brasília (SRB), presidida pela Dra.
Lícia Mota, a entidade realizou, no dia 27 de novembro de 2008,
uma festa de confraternização no Clube do Médico, sua nova
sede na capital federal. A iniciativa não apenas comemorou os
dois anos de significativas realizações e de reestruturação física,
contábil e científica da SRB, como também deu as boas-vindas
para a gestão 2008-2010, que tem à frente o Dr. Rodrigo Lima.
Além disso, o evento abriu espaço para expor os talentos artísticos dos sócios que se dispuseram a compartilhar suas criações
com os convidados, entre pinturas, fotografias e artes em cerâmica, culinária, literatura e música.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
tem de levar em consideração o tipo de
solução e seu tempo de permanência. O
ideal é um produto hipo ou isotônico,
levemente alcalino, contendo eletrólitos
e macromoléculas que confiram boa viscosidade à córnea e aí permaneçam por
um período prolongado. Agentes viscosos dão estabilidade ao filme lacrimal e
funcionam como “surfactantes”.
A carboximetilcelulose 0,5% e 1%
(Fresh Tears® e Optive®, Alergan) apresenta longa permanência e é a substância mais usada para essa finalidade, em
forma de gel ou de pomadas lubrificantes. Apesar de sua eficiência, esses produtos podem borrar a visão, devendo ser
utilizados à noite. Há, no entanto,
conservantes menos tóxicos e mais bem
1
Saliva artificial: Salivan®, Apsen, ou Saliva Artificial®, Biotène, uso frequente,
especialmente antes das refeições (N 3)*.
2
Estimulantes ou sialogogos mecânicos de saliva, tais como gomas de mascar
e balas duras sem açúcar. Existe apresentação comercial de silicone (N 3).
3
Agonistas muscarínicos:
• pilocarpina (Salagen®, Apsen), de 5 a 10 mg, 3-4 vezes por dia (N 1);
• cevimelina (Evoxac®, Daiichi Sankyo), de 15 a 30 mg, 2-3 vezes por dia (N 1);
• colírio de pilocarpina 2%, de 2 a 5 gotas por via oral, 3-4 vezes por dia (N 3).
4
Hidroxicloroquina: 6 mg/kg por dia (N 3).
5
Imunossupressores sistêmicos: se houver evidência de atividade inflamatória
e gravidade da síndrome seca, podem ser usados glicocorticosteroides (N 3),
micofenolato (N 2), leflunomida (N 2), azatioprina (N 3) e rituximabe (N 2).
*Níveis (N) de evidência:
1 Pelo menos um ensaio clínico
2 Estudos de coorte, caso-controle ou controlados, mas sem randomização
3 Estudos descritivos, relatos de caso e opinião de especialistas
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
>
17
Primeira fila
tolerados, como o polyquad (Oftane®,
Alcon), o perborato de sódio (Genteal®,
Novartis) e o cloreto de sódio ou purite
(Fresh Tears® e Optive®, Alergan). O
purite e o perborato evaporam ao entrar
em contato com a superfície da córnea,
sendo, assim, preferíveis aos demais.
Lubrificantes sem conservantes estão
disponíveis em dose única, porém são
mais caros e inconvenientes do que as
opções que possuem conservantes menos tóxicos. Os eletrólitos mais importantes são o potássio, por manter a espessura da córnea, e o bicarbonato, por
recuperar o epitélio. A osmolaridade
cristaloide deve ser baixa, uma vez que
a hiperosmolaridade é pró-inflamatória,
e a osmolaridade coloidal precisa ser alta
para aumentar a retenção de água e favorecer a recuperação epitelial (Hypotears®, Novartis).
Em casos mais graves, pode ser feita a
oclusão do ponto lacrimal, a fim de aumentar o tempo de permanência da lágrima. Em geral, inicia-se o tratamento
pela oclusão temporária com implantes
dissolvíveis de colágeno ou tampões de
silicone. É uma opção de baixo risco,
mas em cerca de 50% dos casos há
extrusão espontânea. “Plugues” modernos se adaptam à anatomia do canal logo
após o implante, diminuindo o risco de
migração e extrusão (Smartplug®, Medennium Inc. CA).
Por fim, os agonistas muscarínicos de
ação direta apresentam algumas
contraindicações, tais como hipertiroidismo, úlcera péptica, asma, bradicardia, hipotensão, coronariopatia,
epilepsia, Parkinson, peritonite, vagotomia, obstrução intestinal ou urinária
e glaucoma. Além disso, podem causar
vários eventos adversos, a exemplo de
cólica abdominal, náuseas, diarreia, urgência miccional, cefaleia, hipotensão,
eritema, broncoespasmo, sudorese, tosse e miose.
18
Quadro 3
Tratamento medicamentoso da xeroftalmia
1
Colírios lubrificantes sem benzalcônio e EDTA, com macromoléculas de longa
permanência (polietilenoglicol, propilenoglicol, hidroximetilcelulose e
carboximetilcelulose): uso frequente, no mínimo 6 vezes por dia (N 3)*.
2
Oclusão de ponto lacrimal: pode ser feita por meio de cauterização, implante
de conjuntiva, ponto cirúrgico ou “plugues” (N 2).
3
Agonistas muscarínicos:
• pilocarpina (Salagen®, Apsen), de 5 a 10 mg, 3-4 vezes por dia (N 1);
• cevimelina (Evoxac®, Daiichi Sankyo), de 15 a 30 mg, 2-3 vezes por dia (N 1);
• colírio de pilocarpina 2%, de 2 a 5 gotas, 3-4 vezes por dia (N 3).
4
Colírio de ciclosporina: 0,05% (Restasis®, Alergan) ou 0,1% na fórmula
aviada, que é a mais eficaz, mas também a mais irritativa, na dose de
1 gota a cada 12 horas, durante 3-6 meses (N 1). É o único imunomodulador
aprovado pelo FDA e pela Anvisa.
5
Óleo de linhaça: cápsulas de 1 g, 2 vezes por dia (N 2).
6
Hidroxicloroquina: 6 mg/kg por dia (N 3).
7
Imunossupressores sistêmicos: se houver evidência de atividade inflamatória
e gravidade da síndrome seca, podem ser usados glicocorticosteroides (N 3),
micofenolato (N 2), leflunomida (N 2), azatioprina (N 3) e rituximabe (N 2).
8
Lentes de contato de silicone hidrogel com lubrificantes, que possuem alta
permeabilidade ao oxigênio, em pacientes com lesão de córnea (N 3).
9
Colírios de glicocorticosteroides: se houver esclerite associada (N 3).
10 Soro autólogo para lubrificação: rico em fatores de crescimento, é indicado
para casos graves e refratários às demais opções terapêuticas (N 3).
11 Transplante de glândula salivar e transplante de membrana amniótica:
para casos graves selecionados (N 3).
Níveis (N) de evidência:
1 Pelo menos um ensaio clínico
2 Estudos de coorte, caso-controle ou controlados, mas sem randomização
3 Estudos descritivos, relatos de caso e opinião de especialistas
A autora declara não haver conflito de interesse.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Estudo da associação da fibromialgia com os
resultados dos escores DAS28, HAQ e SF-36
em pacientes com artrite reumatoide*
Aline Ranzolin1
João Carlos Tavares Brenol2
Ricardo Machado Xavier3
Objetivo
Estudar a associação da fibromialgia (FM) com os valores dos escores Disease Activity
Score (DAS28), Health Assessment Questionnaire (HAQ) e Medical Outcomes
Study 36 – Item Short Form Health Survey (SF-36) em pacientes com artrite
reumatoide (AR).
Métodos
O estudo, de caráter transversal prospectivo, envolveu 270 pacientes com AR, que
foram submetidos à avaliação clínica e à aplicação dos questionários HAQ e SF-36.
A atividade de doença foi medida por meio do DAS28 e o diagnóstico de FM, feito
de acordo com os critérios do American College of Rheumatology (ACR).
Resultados
A prevalência de fibromialgia na amostra chegou a 13,4%. Comparado aos pacientes
que apresentavam somente AR, o grupo que tinha associação de AR e FM reunia
mais pessoas do sexo feminino, idade mais avançada, pior classe funcional e maior
duração da rigidez matinal. O DAS28 foi mais elevado em pacientes com AR e FM
(5,36±0,99) do que naqueles com AR isolada (4,03±1,39; p<0,001). Na análise de
regressão linear multivariável, a FM mostrou-se como um importante preditor do
DAS28, mesmo após ajuste para VHS, número de articulações edemaciadas, classe
funcional, número de drogas modificadoras de doença, uso de glicocorticoides e
presença de erosões. Da mesma forma, os índices HAQ e SF-36 foram piores em
pacientes com AR e FM do que nos indivíduos que tinham apenas artrite reumatoide.
Conclusão
A FM está associada à piora dos escores DAS28, HAQ e SF-36 em pacientes com
AR, podendo ter importantes implicações na interpretação do DAS28, uma vez que
existe relação entre sua presença e índices mais altos nesses instrumentos de avaliação, de modo independente das evidências objetivas de atividade da AR.
*Trabalho realizado com o apoio da Fipe/Hospital de Clínicas de Porto
1
Alegre (RS) e apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2
para a obtenção do título de mestre em Ciências Médicas.
3
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Aluna do mestrado
Orientador do trabalho
Coorientador do trabalho
7
Primeira fila
Questão de foco
Análise das células NK nas
gestantes com LES*
Alessandra Cardoso Pereira1
Roger Abramino Levy2
Mônica Cristina Brandão dos Santos Lima3
Os dois lados da Bahia
O contraste da natureza num mesmo Estado foi registrado pela câmera atenta da reumatologista Kaline
Medeiros Costa Pereira, vinda de Alagoas e radicada em
São Paulo, em uma viagem de 5 mil quilômetros pelo interior do Brasil, durante a 1ª Expedição Brasil Melhor,
em 2006. De um lado, a beleza paradisíaca da Praia de
Itacaré, pronta para ser cartão-postal de qualquer turista,
com um mar a perder de vista. De outro, a imensidão do
céu azul que cobre o sertão baiano, num híbrido de seca e
beleza, tão bem caracterizado pelas expressões do homem,
do garoto, dos animais e da própria vegetação. Dois mundos diferentes, que não se misturam nem hão de se cruzar, contrariando as profecias de Antônio Conselheiro – o
sertão não vai virar mar nem o mar vai virar sertão.
Introdução
O sistema imune inato tem papel central na reprodução, especialmente as células
NK, que podem esclarecer pontos cruciais na patogênese das complicações observadas durante a gestação de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Objetivo
Quantificar as células NK circulantes e sua viabilidade em gestantes com LES.
Material e métodos
O estudo analisou amostras de sangue de quatro grupos, com dez pacientes cada:
gestantes com LES (GLES); pacientes com LES não gestantes (PLES); gestantes
controles (Gcontroles) e não gestantes saudáveis (Controles). Em todas as mulheres, a quantidade e a viabilidade das células NK foram medidas por citometria de
fluxo e a apoptose total, avaliada por coloração para anexina V e iodeto de propidium.
Resultados
Devido à variabilidade dos resultados, a mediana de cada grupo foi utilizada para
avaliar a porcentagem de CD56+ [GLES (0,10), PLES (0,12), Gcontroles (0,15) e
Controles (0,08)] e de apoptose total [GLES (0,06), PLES (0,04), Gcontroles (0,11)
e Controles (0,11)]. Os resultados da contagem de células vivas, por sua vez, evidenciaram baixa variabilidade e, por isso, a média e o desvio-padrão foram usados para
comparação: [GLES (0,91±0,06), PLES (0,95±0,03), Gcontroles (0,86±0,11) e Controles (0,88±0,08)].
Conclusão
Apesar de não ter alcançado valor de significância estatística, o percentual da apoptose
total nos grupos com LES mostrou-se menor do que nos controles e a porcentagem
de células vivas, maior. Isso demonstra que, em pacientes com LES, grávidas ou
não, as células NK apresentam vida útil prolongada – ou um turnover menor/diferente –, sugerindo um maior estímulo imune, o que faz com que as células NK
demorem mais para ativar o processo de apoptose.
6
*Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas
1
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro para a obtenção
2
do grau de mestre em Ciências Médicas.
3
Aluna do mestrado
Orientador da dissertação
Coorientadora da dissertação
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Caso você também tenha imagens que mereçam ser compartilhadas, envie suas fotos para o e-mail: [email protected]
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
19
Regionais
www.reumatologia.com.br
Bem perto de você
Anote o endereço eletrônico de sua regional e não deixe de mandar,
sempre que preciso, suas dúvidas, sugestões e críticas.
Sociedade Alagoana de Reumatologia
Dra. Maria Aparecida Celestino Madeiro
Contato: [email protected]
Sociedade Mineira de Reumatologia
Dra. Cristina Costa Duarte Lanna
Contato: [email protected]
Sociedade Amazonense de Reumatologia
Dr. Domingos Sávio N. de Lima
Contato: [email protected]
Sociedade Paraense de Reumatologia
Dr. José Ronaldo M Carneiro
Contato: [email protected]
Sociedade Baiana de Reumatologia
Dra. Carla Souza Macedo
Contato: [email protected]
Sociedade Paraibana de Reumatologia
Dra. Eutília Andrade Medeiros Freire
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia de Brasília
Dr. Rodrigo Aires Corrêa Lima
Contato: www.reumatodf.com.br
[email protected]
Sociedade Paranaense de Reumatologia
Dra. Marilia Barreto Gameiro Silva
Contato: [email protected]
Sociedade Catarinense de Reumatologia
Dr. Antonio Carlos Althoff
Contato: [email protected]
Sociedade Cearense de Reumatologia
Dr. Max Victor Carioca de Freitas
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Espírito Santo
Dr. Jose Roberto Pereira Santos
Contato: [email protected]
Sociedade Goiana de Reumatologia
Dra. Eleusa Fleury Taveira
Contato: [email protected]
Sociedade Maranhense de Reumatologia
Dr. Jose Mauro Carneiro Fernandes
Contato: [email protected]
Associação Mato-Grossense de Reumatologia
Dr. Jose Carlos Amaral Filho
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Mato Grosso do Sul
Dr. Izaias Pereira da Costa
Contatos: [email protected] / [email protected]
20
Matéria de capa
XII Conosur reúne mais de 600
especialistas em Curitiba
O
primeiro evento oficial da gestão 2008-2010 da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) foi o XII
Congresso Internacional de Reumatologia do Cone Sul (Conosur), que ocorreu de 5 a 7 de março, em Curitiba (PR).
Sob o comando do Dr. Sebastião Radominski, o congresso contou com 560 inscritos, provenientes de todo o Brasil e
de outros países da América Latina, além
de 65 palestrantes, dos quais dez internacionais, integrantes de entidades como
Eular, Panlar e ACR, a exemplo de
Joseph Smolen (Áustria), Daniel Aletaha
(Áustria), Eduardo Collantes-Estevez
(Espanha), Daniel Furst (EUA), Luis
Espinoza (EUA), John Reveille (EUA),
Pedro Miranda (Chile), Alfredo Arturi
(Argentina), Julio Mazzoleni (Paraguai)
e Emilia Spangenberg (Uruguai). O ponto alto do evento foi o curso de métricas,
que reuniu uma plateia de 400 especialistas e discutiu os principais instrumentos para a avaliação da atividade da
doença no lúpus eritematoso sistêmico
(Sledai), na artrite reumatoide (DAS28,
SDAI e CDAI) e na espondilite anquilosante (Basdai, Basmi e Basfi), entre outras. Algumas aulas tiveram complementação prática, como o escore cutâneo na
esclerose sistêmica. Além disso, John
Reveille apresentou o panorama genético das doenças reumáticas, após traçar
um paralelo da prevalência dessas
afecções ao longo do tempo e de acordo
com a própria história da humanidade.
Sociedade Paulista de Reumatologia
Dr. José Carlos Mansur Szajubok
Contato: [email protected]
Sociedade Pernambucana de Reumatologia
Dra. Lílian David de Azevedo Valadares
Contato: [email protected]
Abertura do XII Conosur
Sociedade Piauiense de Reumatologia
Dra. Ângela Maria Freitas Paiva
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Norte
Dra. Maria de Fátima Fernandes Dantas
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Sul
Dr. Charles Lubianca Kohem
Contato: [email protected]
Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro
Dr. Reno Martins Coelho
Contato: [email protected]
Sociedade Sergipana de Reumatologia
Dra. Mônica Valeria S. Santana de Vecchi
Contato: [email protected]
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
Ieda Laurindo, presidente da SBR, e Ricardo Xavier entre os
palestrantes internacionais.
Da esquerda para a direita, Caio Moreira,
Geraldo Castelar e João Francisco Neto.
Adil Samara recebe homenagem.
+Curitiba
Os valores da cidade e do homem na visão do artista plástico Erbo Stenzel
Por falar em Curitiba, a SBR aproveita para homenagear um grande
artista plástico, litógrafo e escultor paranaense: ninguém menos que
Erbo Stenzel (1911-1980), responsável por inúmeros monumentos
daquele Estado. Descendente de alemães e austríacos, místico, poliglota
e exímio jogador de xadrez, Stenzel nasceu em Paranaguá e estudou na
Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, tendo retornado a
Curitiba em 1949, quando passou a lecionar Anatomia e Fisiologia
Artística na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Suas principais
obras estão instaladas na capital paranaense, como a escultura “Água
para o Morro”, erroneamente chamada de “Maria Lata D’Água”, que
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
ilustra a capa desta edição do Boletim Informativo da SBR. O monumento
mostra uma afrodescendente com um balde de água acima de seu rosto
calejado e machucado, associado a um olhar triste e vazio. Há ainda o
“Homem Nu”, que simboliza a emancipação do Paraná do Estado de
São Paulo, em 1853, embora não tenha sido muito bem-aceita
pelos curitibanos, uma vez que apresenta traços negroides e
cabeça desproporcional. A cidade também exibe a “Mulher Nua”,
que Stenzel esculpiu para representar a Justiça, só que de olhos
abertos e sem a balança do equilíbrio. A “Mulher”, porém, ficou
anos escondida até que pudesse fazer companhia ao “Homem”.
5
Agenda 2009
SBR.doc
Conheça as propostas da nova comissão de AR
A
4 - Apoio aos pacientes
pós a formação da Comissão de Artrite Reumatoide (CAR) da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), gestão 2008-2010, os membros desse time de especialistas sugeriram uma agenda de propostas durante
a primeira reunião de planejamento e discussão de metas da SBR, que ocorreu nos dias 17 e 18 de outubro de 2008, em São Roque, interior de São
Paulo. De acordo com o presidente da CAR, Ivânio Alves Pereira, as principais propostas apresentadas têm, como alvo, os reumatologistas e os pacientes reumatoides e envolvem diversas ações em educação médica continuada,
eventos, pesquisa e orientações aos portadores de artrite reumatoide (AR),
conforme você confere a seguir.
1 - Educação médica continuada
Na parte educacional, a proposta é
divulgar, para os reumatologistas sócios
da SBR, recomendações baseadas em
evidências científicas com o objetivo de
uniformizar as condutas para o diagnóstico e o tratamento da doença. Será feita ainda uma avaliação do grau de concordância e da dificuldade de implementação das recomendações internacionais.
Para tanto, o grupo se valerá de vários
meios de divulgação dessas informações,
entre os quais:
• textos impressos e conteúdo virtual no
site da SBR;
• folhetos para preenchimento uniforme e sistemático de dados clínicos dos
pacientes (articulações edemaciadas e
dolorosas, escores compostos, como
DAS28 e SDAI, e resultados de VHS,
PCR, hemograma, função renal e
enzimas hepáticas);
• aulas on-line pelo site da SBR, enriquecidas com discussões de casos clínicos e participação interativa dos interessados, que serão realizadas aos sábados,
às 9 horas, com modelo semelhante ao
das espondiloartrites, sob a coordenação
do Dr. Percival Degrava Sampaio-Barros;
• publicação de revisões sobre temas relevantes, como diagnóstico precoce,
comorbidades, monitoração e novos alvos terapêuticos.
4
2 - Apoio a eventos, simpósios e
encontros
A comissão vai continuar estimulando a atualização de novos conceitos em
diagnóstico, monitoração e tratamento
da AR no que diz respeito a eventos. Isso
já ocorreu em 2009, por exemplo, no
curso pré-congresso da 12ª edição do
Conosur, realizada em março, em
Curitiba (PR), o qual foi dedicado ao
tema de métricas em doenças reumáticas e idealizado pelo presidente do evento e membro da CAR, o Dr. Sebastião
Radominski, com a participação de diversos convidados internacionais.
3 - Pesquisa
No que toca à pesquisa, a CAR pretende levantar o perfil do reumatologista
brasileiro, mostrando como o especialista aborda os pacientes, desde o diagnóstico da AR, passando pelos exames
mais solicitados, pela estratégia de tratamento utilizada e pelas medicações
mais prescritas, até o manuseio das
comorbidades mais prevalentes, como a
hipertensão arterial, o diabetes mellitus,
as dislipidemias, a aterosclerose e a
osteoporose. Além disso, o grupo tenciona atualizar, no ano que vem, o Consenso de Tratamento da Artrite Reumatoide em conjunto com a diretoria e a
presidência da SBR.
As ações dirigidas aos pacientes deverão se traduzir no fornecimento de
informações e apoio aos portadores de
AR por meio do site da SBR e também
na distribuição de folhetos informativos
sobre a doença em consultórios, sempre
com o esclarecimento e o aconselhamento de familiares e cuidadores, com
o intuito de obter mais apoio e incentivo aos doentes. Com o advento das novas terapias, é fundamental que o paciente conheça os detalhes da doença, a
importância da adesão ao tratamento, a
necessidade da monitoração regular dos
exames e da atividade da doença, as formas de reabilitação e readaptação às atividades profissionais e à vida diária e a
necessidade de manter hábitos de vida
saudáveis a fim de minimizar os riscos
de doenças cárdio e cerebrovasculares,
bem como de hepatotoxicidade.
É mesmo uma agenda lotada de prioridades, mas isso nem de longe preocupa os membros da CAR. “A comissão se
encontra bastante motivada com as metas e tarefas que têm pela frente e conta
desde já com o apoio de todos os colegas da SBR para o preenchimento de
questionários e pesquisas”, avisa o Dr.
Ivânio Pereira.
X Veme Journée de Rhumatologie Avancée –
Echanges France-Brésil
XV Encontro de Reumatologia Avançada
Data: de 21 a 23 de maio
Local: Maksoud Plaza Hotel, São Paulo (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
XVII Jornada Centro-Oeste
IV Jornada Mineira de Reumatologia
Data: de 5 a 8 de agosto
Local: Ouro Preto (MG)
Contato: www.reumatologia2009.com.br
[email protected]
XXXVI European Symposium on Calcified Tissues (ECTS)
Data: de 23 a 27 de maio
Local: Viena, Áustria
Contato: www.ectsoc.org
IV Curso de Revisão para Clínicos
Data: 7 e 8 de agosto
Local: APM, São Paulo (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
Eular
Data: de 10 e 13 de junho
Local: Copenhague, Dinamarca
Contato: www.eular.org
XII Congresso Colombiano de Reumatologia
Data: de 13 a 16 de agosto
Local: Bogotá, Colômbia
Contato: www.asoreuma.org
Fórum de Discussão sobre Políticas
de Medicamentos no Brasil
Data: 30 de junho
Local: APM, São Paulo (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
XVII Jornada do Cone Sul de Reumatologia
Data: de 3 a 5 de setembro
Local: Maringá (PR)
Contato: www.reumato2009.com.br
[email protected]
Jornada Anual de Reumatologia do Rio de Janeiro –
ReumaRio 2009
Data: 17 e 18 de julho
Local: Praia de Copacabana, Rio de Janeiro (RJ)
Contato: [email protected]
Congresso Mundial da Osteoarthritis
Research Society International (Orsi)
Data: de 10 a 13 de setembro
Local: Quebec, Canadá
Contato: www.oarsi.org
American Society for Bone and Mineral Research
(ASBMR)
Data: de 11 a 15 de setembro
Local: Denver, EUA
Contato: www.asbmr.org
A charge do Valderílio
XX Jornada Paulista de Reumatologia
Data: 25 e 26 de setembro
Local: Ribeirão Preto (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
73 ACR
Data: de 16 a 21 de outubro
Local: Filadélfia, EUA
Contato: www.rheumatology.org
Comissão de Artrite Reumatoide da SBR
Presidente:
Jornada de Reumatologia do ABC e Litoral
Data: 20 e 21 de novembro
Local: Guarujá (SP)
Contato: www.reumatologiasp.com.br
Ivânio Alves Pereira (SC)
[email protected]
Membros:
Claiton Viegas Brenol (RS)
Oswaldo Melo da Rocha (SP)
Dawton Torigoe (SP)
Francisco Aires C. de Lima (DF)
Sebastião C. Radominski (PR)
Marco Antonio Rocha Loures (PR)
Carlos Geraldo (BA)
Gláucio R. W. de Castro (SC)
Sônia Maria Alvarenga Anti (SP)
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
www.reumatologia.com.br
XVIII Encontro Rio-São Paulo de Reumatologia
Data: de 3 a 6 de dezembro
Local: Angra dos Reis (RJ)
Contato: www.reumatorj.com.br/jornada
[email protected]
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • No 1 • jan/mar/2009
21
100
95
Editorial
E
75
sta edição do Boletim Informativo
da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) reflete com fidelidade o papel da publicação: divulgar as atividades da SBR e das regionais, mostrar trabalhos de colegas que defenderam teses ou se
destacaram em eventos internacionais e fornecer atualização prática para o dia a dia do
consultório, com uma pitada de cultura e
descontração para temperar sua leitura. Assim, você vai encontrar, nas próximas páginas, abordagens úteis sobre a conduta clínica
no tratamento de olho e boca seca nos portadores da síndrome de Sjögren, o impacto da
fibromialgia na avaliação dos pacientes com
artrite reumatoide e o estudo das células NK
em gestantes lúpicas. A gota também participa deste número, mas sob um curioso pris-
25
5
0
ma histórico. E a esclerodermia, por sua vez,
aparece na carta de uma paciente que tem
muito a nos ensinar.
O boletim ainda destaca diversas atividades educacionais que ocorreram do fim do
ano passado para cá, com destaque para o recente Congresso Internacional de Reumatologia do Cone Sul, o XII Conosur, que foi
um grande sucesso de público e crítica em
Curitiba (PR), com mais de 600 participantes. Não por acaso, escolhemos uma obra de
um artista local, Erbo Stenzel, para ilustrar
nossa capa e, claro, presentear seus olhos entre a leitura de um e outro artigo. Aproveite!
Marcelo Pinheiro, Fábio Jennings e
Kaline Medeiros
OS
EDITORES
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA
Diretoria Executiva SBR – Biênio 2008-2010
Presidente
Ieda Maria Magalhães Laurindo – SP
Tesoureiro
Manoel Barros Bertolo – SP
Secretária-geral
Claudia Goldenstein Schainberg – SP
Vice-tesoureiro
Célio Roberto Gonçalves – SP
Primeiro-secretário
Gilberto Santos Novaes – SP
Diretor científico
Eduardo Ferreira Borba Neto – SP
Segundo-secretário
Francisco José Fernandes Vieira – CE
Presidente eleito
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro – RJ
Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia
Av. Brig. Luís Antônio, 2.466, conjuntos 93 e 94
01402-000 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3289-7165 / 3266-3986
100
www.reumatologia.com.br
95
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Coordenação editorial
Diretoria Executiva
75
Conselho editorial
Marcelo de Medeiros Pinheiro – SP
Martin Fábio Jennings Simões – SP
25Kaline Medeiros Costa Pereira – SP
Colaborador: Plínio José do Amaral – SP
Jornalista responsável
Solange Arruda (Mtb 45.848)
Layout
Sergio Brito
Impressão
Sistema Gráfico SJS
Tiragem: 2.000 exemplares
Índice
4
5
6
8
11
12
14
16
19
20
21
SBR.doc
Matéria de capa
Primeira fila
O melhor do Brasil
Cartas
Coluna Seda
Notas
Dia a dia
Questão de foco
Regionais
Agenda
5
o
0 BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • N 1 • jan/mar/2009
3
Ação Sinérgica que
vai além da dor1
• Diminuição da dor 1
Em 2 anos de terapia
combinada adalimumabe + MTX:
• Ajuda na recuperação
da mobilidade articular 1
• 49% dos pacientes alcançaram a remissão clínica1
• Maior tolerabilidade, com o menor
consumo de AINES / analgésicos 2,3,4
Durante 5 anos de terapia
com adalimumabe:
• Inibição sustentada da progressão radiológica2
PANTONE
PANTONE221
2728
CVCV
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100
Y
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K
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Na AR, cuidar hoje preserva o amanhã
CMYK
HUMIRATM (adalimumabe). Indicações: Artrite Reumatóide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn e Psoríase em placas. Contra-Indicações: hipersensibilidade conhecida ao adalimumabe ou
quaisquer componentes da fórmula do produto. Precauções: Alergia: Se uma reação alérgica grave ocorrer, a administração deve ser interrompida imediatamente e iniciado tratamento apropriado. Tuberculose: Antes
de iniciar o tratamento, todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente), com anamnese detalhada, radiografia de tórax e teste tuberculínico (PPD). O uso concomitante
de adalimumab com anakinra ou abatacepte não é recomendado. Imunizações: Não se recomenda a administração concomitante de vacinas com agentes vivos. Insuficiência cardíaca congestiva: Deve-se ter cautela ao
usar adalimumabe em pacientes com insuficiência cardíaca. Processos auto-imunes: Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram Síndrome Lúpica durante o tratamento com Adalimumabe, o tratamento deve ser
descontinuado. Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Alterações na Fertilidade: Não foram realizados estudos experimentais de longo prazo para avaliar o potencial carcinogênico ou os efeitos do adalimumabe sobre a
fertilidade. Gravidez: Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante o tratamento com Adalimumabe. Lactação: Recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com Adalimumabe
TM
ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. Uso pediátrico: adalimumabe não foi estudado na faixa etária pediátrica. Advertências: Infecções: o tratamento não deve ser
iniciado em pacientes com infecções ativas. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV).
Eventos
neurológicos:
Deve-se
ter
cautela
em
pacientes
com
PANTONE
doenças desmielinizantes de início recente ou preexistente. Malignidades: Deve-se ter cautela ao se considerar o tratamento com Adalimumabe em pacientes com história de malignidade. Interações Medicamentosas:
Metotrexato: Não há necessidade de ajuste das doses de nenhum dos dois medicamentos. Outras: Não foram realizados estudos formais de farmacocinética entre Adalimumabe e outras substâncias. Interação com
testes laboratoriais: não são conhecidas interferências entre Adalimumabe e testes laboratoriais. Reações Adversas: anormalidade nos exames laboratoriais, astenia, exacerbação de reação clínica, síndrome gripal,
dor abdominal, infecção, febre, distúrbio de membrana mucosa, dor nas extremidades, edema facial, dor lombar, celulite, calafrios, sepsis, reação alérgica, reação no local de injeção (dor, eritema, prurido, edema.
reação local, hemorragia local, erupção local), exantema, prurido, herpes simples, distúrbios cutâneos, herpes zoster, exantema maculopapular, distúrbios nas unhas, pele seca, sudorese, alopecia, dermatite fúngica,
urticária, nódulo cutâneo, úlcera de pele, eczema, hematoma subcutâneo, hiperlipidemia, hipercolesterolemia, aumento de fosfatase alcalina, uréia, creatina-fosfoquinase, desidrogenase lática e ácido úrico, edema
periférico, ganho de peso, cicatrização anormal, hipopotassemia, náuseas, diarréia, dor de garganta, anormalidade das provas de função hepática, esofagite, vômitos, dispepsia, constipação, dor gastrintestinal, distúrbios
dentários, gastroenterite, distúrbios da língua, monilíase oral, estomatite aftosa, disfagia, estomatite ulcerativa, anemia, granulocitopenia, aumento do tempo de coagulação, presença de anticorpo antinuclear, leucopenia,
linfadenopatia, linfocitose, plaquetopenia, púrpura, equimoses, aparecimento de auto-anticorpos, infecções das vias respiratórias superiores, rinite, sinusite, bronquite, aumento da tosse, pneumonia, faringite, dispnéia,
distúrbio pulmonar, asma, infecção urinária, monilíase vaginal, hematúria, cistite, menorragia, proteinúria, polaciúria, cefaléia, tontura, parestesia, vertigem, hipoestesia, nevralgia, tremor, depressão, sonolência, insônia,
agitação, conjuntivite, distúrbios oculares, otite média, alteração do paladar, anormalidades visuais, borramento da visão, olho seco, distúrbios auditivos, dor ocular, hipertensão, vasodilatação, dor torácica, artralgia,
cãibras musculares, mialgia, distúrbios articulares, sinovite, distúrbios tendinosos. Neoplasia: Os dados são insuficientes para determinar se o Adalimumabe contribuiu para o desenvolvimento de neoplasias. Posologia e
Administração: Artrite Reumatóide : a dose recomendada é de 40 mg, administrados em dose única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias. Artrite Psoriásica: a dose recomendada é de 40 mg, administrados em dose
única injetável por via subcutânea, a cada 14 dias. Espondilite Anquilosante: a dose recomendada é de 40 mg, administrados em dose única por via subcutânea, a cada 14 dias. Doença de Crohn: a dose recomendada é de
160 mg na semana 0, 80 mg na semana 2 e 40 mg em semanas alternadas, a partir da semana 4, por via subcutânea. Psoríase em Placas: a dose recomendada é de 80 mg na semana 0 e 40 mg em semanas alternadas
a partir da semana 1, por via subcutânea. Superdosagem: A dose máxima tolerada de adalimumabe não foi determinada em humanos. Armazenamento: Deve ser armazenado em geladeira na temperatura entre 2 oC e
8 oC. Não deve ser congelado. Registro no MS: no 1.0553.0294. Por se tratar de um medicamento novo, efeitos indesejáveis e não conhecidos podem ocorrer. Informações Adicionais: Estão disponíveis aos profissionais
de saúde: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – Diretoria Médica: Rua Michigan, 735 – Brooklin, São Paulo / SP 04566-905 ou fone 0800 703 1050. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA.
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Referências: 1. Breedveld FC, Weisman MH, Kavanaugh AF, Cohen SB, Pavelka K, van Vollenhoven R, Perez JL, Spencer-Green GT, para os investigadores do PREMIER. Arthritis & Rheumatism. 2006;
54:26-37. 2. Keystone EC, Kavanaugh AF, Sharp JT, Patra K, Perez JL. Inhibition of radiographic progression in patients with long-standing rheumatoid arthritis treated with adalimumab plus methotrexate
for 5 years. Pôster apresentado no EULAR 2007, Barcelona, Espanha, (THU 0168).
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Referências Bibliográficas: 1) Reginster, J. et al. Naturocetic (glucosamine and chondroitin sulfate) compounds as structure-modifying drugs in the treatment of osteoarthritis. Curr. Op. Rheumatol, 15: 651-55, 2003. 2) Dodge GR, et al. Glucosamine sulfate modulates
the levels of aggrecan and matrix metalloproteinase-3 synthesized by culture human osteoarthritis articular chondrocytes. Osteoarthritis and Cartilage 2003; 11:424-432. 3) Seda, H. Seda, AC. Osteoartrite: Reumatologia - Diagnóstico e Tratamento / Carvalho MAP, ed
Medsi: 289-307, 2001. 4) De los Reyes, GC. et al. Glucosamine and chondroitin sulfates in treatment of osteoarthritis: a survey. Prog in Drugs Res: 55: 81-103, 2000. 5) Bula do produto. ARTROLIVE. sulfato de glicosamina. sulfato de condroitina. MS - 1.0573.028.
6) IMS/PMB – MAT SET/08.
INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: ARTROLIVE. sulfato de glicosamina + sulfato de condroitina. MS – 1.0573.0286. INDICAÇÕES: ARTROLIVE é indicado para osteoartrite, osteoartrose ou artrose em todas as suas manifestações. CONTRA-INDICAÇÕES:
ARTROLIVE É CONTRA-INDICADO EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA; GRAVIDEZ E LACTAÇÃO. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: SÃO NECESSÁRIOS O DIAGNÓSTICO PRECISO E O ACOMPANHAMENTO CUIDADOSO DE PACIENTES COM SINTOMAS INDICATIVOS DE AFECÇÃO GASTRINTESTINAL, HISTÓRIA PREGRESSA DE ÚLCERA GÁSTRICA OU INTESTINAL, DIABETES MELLITUS, OU A CONSTATAÇÃO DE
DISTÚRBIOS DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO OU DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA ASSIM COMO PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA DAS FUNÇÕES RENAL, HEPÁTICA OU CARDÍACA. SE OCORRER EVENTUALMENTE ULCERAÇÃO PÉPTICA OU SANGRAMENTO GASTRINTESTINAL EM PACIENTES SOB TRATAMENTO, A MEDICAÇÃO DEVERÁ SER SUSPENSA IMEDIATAMENTE. DEVIDO À INEXISTÊNCIA DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL, ARTROLIVE NÃO
ESTÁ INDICADO PARA SER UTILIZADO DURANTE A GRAVIDEZ. NÃO EXISTEM INFORMAÇÕES SOBRE A PASSAGEM DO MEDICAMENTO PARA O LEITE MATERNO SENDO DESACONSELHADO SEU USO NESSAS CONDIÇÕES E AS LACTANTES SOB
TRATAMENTO NÃO DEVEM AMAMENTAR. PODE OCORRER FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM PACIENTES SUSCETÍVEIS, PORTANTO PACIENTES COM HISTÓRICO DE FOTOSSENSIBILIDADE A OUTROS MEDICAMENTOS DEVEM EVITAR SE EXPOR À LUZ
SOLAR. FORAM DESCRITOS NA LITERATURA, ALGUNS CASOS DE HIPERTENSÃO SISTÓLICA REVERSÍVEL, EM PACIENTES NÃO PREVIAMENTE HIPERTENSOS, NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PORTANTO, A
PRESSÃO ARTERIAL DEVE SER VERIFICADA PERIODICAMENTE DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. FORAM RELATADOS POUCOS CASOS DE PROTEINÚRIA LEVE E AUMENTO DA CREATINO-FOSFOQUINASE (CPK) DURANTE TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA, QUE VOLTARAM AOS NÍVEIS NORMAIS APÓS INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: O tratamento concomitante com antiinflamatórios não-esteroidais pode incorrer no agravamento
de reações adversas do sistema gastrintestinal, sendo recomendado um acompanhamento médico mais rigoroso nesses casos. Alguns autores da literatura médica descrevem que o uso de glicosamina e condroitina pode incorrer em um aumento da resistência à
insulina, porém, esses estudos foram realizados com doses muito superiores às indicadas na terapêutica clínica normal e sua validade ainda é discutida por vários outros autores. Estudos recentes demonstraram que a associação condroitina e glicosamina, quando
empregada em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II, não levou a alterações no metabolismo da glicose. Os resultados destes estudos não podem ser extrapolados para pacientes com diabetes mellitus descompensado ou não-controlado. É recomendável
que pacientes diabéticos monitorem seus níveis sanguíneos de glicose mais frequentemente durante o tratamento com ARTROLIVE. O uso concomitante de ARTROLIVE com os inibidores da topoisomerase II (etoposídeo, teniposídeo e doxorrubicina) deve ser evitado, uma vez que a glicosamina induziu resistência in vitro a estes medicamentos em células humanas cancerosas de cólon e de ovário. Há relato de um caso na literatura de potencialização do efeito da varfarina, com consequente aumento dos valores sanguíneos
de INR (International Normalized Ratio). Portanto, o uso concomitante de ARTROLIVE com anticoagulantes orais deve levar em conta avaliações rigorosas do INR. Reações adversas: SISTEMA CARDIOVASCULAR: EDEMA PERIFÉRICO E TAQUICARDIA JÁ
FORAM RELATADOS COM O USO DA GLICOSAMINA, PORÉM NÃO FOI ESTABELECIDA UMA RELAÇÃO CAUSAL. FORAM DESCRITOS NA LITERATURA, ALGUNS CASOS DE HIPERTENSÃO SISTÓLICA REVERSÍVEL, EM PACIENTES NÃO PREVIAMENTE
HIPERTENSOS, NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PORTANTO, A PRESSÃO ARTERIAL DEVE SER VERIFICADA PERIODICAMENTE DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
MENOS DE 1% DOS PACIENTES EM ESTUDOS CLÍNICOS APRESENTARAM CEFALÉIA, INSÔNIA E SONOLÊNCIA NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM A GLICOSAMINA. ENDÓCRINO-METABÓLICO: ESTUDOS RECENTES DEMONSTRARAM QUE A
ASSOCIAÇÃO CONDROITINA E GLICOSAMINA, QUANDO EMPREGADA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II, NÃO LEVOU A ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DA GLICOSE. OS RESULTADOS DESTES ESTUDOS NÃO PODEM
SER EXTRAPOLADOS PARA PACIENTES COM DIABETES MELLITUS DESCOMPENSADO OU NÃO-CONTROLADO. É RECOMENDÁVEL QUE PACIENTES DIABÉTICOS MONITOREM SEUS NÍVEIS SANGUÍNEOS DE GLICOSE MAIS FREQUENTEMENTE
DURANTE O TRATAMENTO COM ARTROLIVE. GASTRINTESTINAL: NÁUSEA, DISPEPSIA, VÔMITO, DOR ABDOMINAL OU EPIGÁSTRICA, CONSTIPAÇÃO, DIARRÉIA, QUEIMAÇÃO E ANOREXIA TÊM SIDO RARAMENTE DESCRITOS NA LITERATURA NA
VIGÊNCIA DE TRATAMENTO COM GLICOSAMINA E CONDROITINA. PELE: ERITEMA, PRURIDO, ERUPÇÕES CUTÂNEAS E OUTRAS MANIFESTAÇÕES ALÉRGICAS DE PELE FORAM REPORTADAS EM ENSAIOS CLÍNICOS COM GLICOSAMINA. PODE
OCORRER FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM PACIENTES SUSCETÍVEIS, PORTANTO PACIENTES COM HISTÓRICO DE FOTOSSENSIBILIDADE A OUTROS MEDICAMENTOS DEVEM EVITAR SE EXPOR À LUZ SOLAR. POSOLOGIA: Adultos: Recomenda-se
iniciar a terapêutica com a prescrição de 1 cápsula via oral 3 vezes ao dia. Como os efeitos do medicamento se iniciam em média após a terceira semana de tratamento deve-se ter em mente que a continuidade e a não-interrupção do tratamento são fundamentais
para se alcançar os benefícios analgésicos e de mobilidade articular. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2029102 05/07 BU 05
JAN / MAR / 2009 • No 1 • ANO XXXIII
Conosur
Os destaques
do XII Congresso
Internacional de
Reumatologia
do Cone Sul,
em Curitiba
Dia a dia
Conduta prática
para olho e boca seca
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