Apoplético paradoxo herético em si mesmo estranhamente alheio à divindade a si atribuída por todos os séculos e séculos amém cansou. Do além Ele mesmo Deus enfim se admitiu ateu e esbravejou imprecações estúpidas como as de cadelas velhas que ladram para o nada os seus vãos latidos de despeitadas que são por não terem mais nem cio nem brio. Só frio Silêncio Depois sibilos de cometas sem rabo Foi o que ouviu E nada mais ---------------- Fulo cuspiu malditas imprecações palavras sem sentido parábolas de balas sem juízo traçantes porém perdidas sem rumo como estrelas cadentes dementes caindo em lugar nenhum (Devia mesmo ser fato que o homem foi uma doença execrável um mal inexorável que acometeu o cérebro de um macaco. Fato. Como dizer que não?) ---------------Nada. Nem Big Bang de novo nem fogo nem artifício nem Novo México explodindo em chamas e brumas a sufocar a desfaçatez absoluta e gigantesca dos tolos faunos burros humanos que fomos nós, os Idiotossauros ------------Nem mesmo um lapso de luz no rasgo glorioso de um apocalipse Somente o eclipse insignificante pífio e melancólico Sem ápice Sem glória Sem clímax de haraquiri (honra lavada na cama amarfanhada) Sem auge de masoquismo de nirvana Sem nada ---------Seria a outrora bela Terra aquela bola murcha e cinza bêbada a gravitar ao léu? ---------------Era. Cansou Largou de mão Partiu para ser Deus em outro lugar do Céu. Spírito Santo Dezembro 2007