fundamentos éticos do professor de ensino fundamental - Ces-JF

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FUNDAMENTOS ÉTICOS DO PROFESSOR
DE ENSINO FUNDAMENTAL
Maria Cristina Gomes Barbosa de Lima
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RESUMO
A ética visa a examinar a conduta moral acerca dos problemas e juízos de valor,
estabelecendo parâmetros que justifiquem ou condenem as ações humanas e
sua participação no convívio social. Os valores éticos proporcionam uma
reflexão sobre o desempenho profissional do professor, modificando sua
postura político-filosófica diante do mundo. Este trabalho procurou
aprofundar os estudos já existentes sobre a ética do professor de ensino
fundamental diante das mudanças ocorridas na sociedade nas últimas
décadas.
Palavras-chave: Ética. Professor. Educação.
ABSTRACT
The ethics seeks to examine the moral conduct concerning the problems and
judgements of value establishing parameters that justify or they condemn the
human actions and your participation in the social conviviality. The ethical
valvues provide a reflection on the teacher's professional acting, modifying
your politics-philosophical posture of the world. This work tried to already
deepen the studies existent it goes up the teacher's of fundamental teaching
ethics before the changes happened in the society in the last decades.
Keywords: Ethics. Teacher. Education.
Nas últimas décadas, de acordo com o estudo teórico apresentado
por Teixeira e Oliveira em Neoliberalismo e reestruturtação (1996), o
sistema capitalista sofreu profundas transformações, provocando um enorme
impacto nas estratégias de organização e no trabalho. A ciência transformou o
ser humano em um ente intelectual, excluindo os indivíduos, grupos ou
parcelas da população, fazendo nascer um novo grupo, o dos excluídos sociais.
Todo esse conjunto de mudanças tem provocado uma reestruturação
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Mestranda no Curso de Letras – CES/JF
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do mercado de trabalho e, conseqüentemente, do sistema educacional;
procurou-se integrar a educação ao desenvolvimento sócio-políticotecnológico ocorrido no Brasil. Em contrapartida, houve um desligamento do
sistema hierárquico existente no setor educacional, dando a impressão de
existir uma maior liberdade de ação na organização de todo o processo, porém
o professorado continua desorganizado enquanto classe, não havendo uma
participação efetiva dos professores na gestão e na implantação de novos
métodos e técnicas de ensino.
Ultimamente, as escolas vêm produzindo o aluno necessário na
quantidade, esquecendo-se da qualidade. A concepção do sistema neoliberal
vigente acarreta a formação ética de cidadãos desprovidos de senso crítico e
destituídos de um ambiente homogêneo. Os grupos profissionais passaram a
não possuir uma utilidade imediata, perdendo o seu poder de persuasão.
A reflexão sobre os fundamentos éticos do professor de ensino
fundamental e seu sentido na vida humana poderão se perder no vazio. A
práxis está deixando de ser uma tomada de posição e de caracterização do
homem, enquanto homem, para dar lugar ao descrédito de todo valor
existente na humanidade.
É necessário retomar a efetivação da transcendência do homem,
fazendo-se homem na história da humanidade. A autoconstrução implica na
construção do mundo que deve - o homem é um ser responsável por si mesmo
e pelo seu mundo, mas ele pode errar - fracassar e se autoconstruir para,
posteriormente, conquistar seu próprio ser, seu valor ético.
Sempre que o ser humano se propõe a educar, faz-se uma seleção do
que é considerado bom a ser transmitido. Esse referencial torna-se o formador
de caracteres dos conteúdos a serem passados e ensinados, ou seja, o ser
humano sempre procurará transmitir seus conhecimentos adquiridos ao longo
de sua existência, julgados como corretos, da melhor maneira possível. Essa
educação é considerada intencional, pois envolve uma análise criteriosa dos
valores contidos no currículo proposto.
A ética é a determinante da prática social e profissional da
humanidade, pois pressupõe sempre a confiança mútua para a obtenção de
uma boa conduta profissional. O educador é o fio condutor capaz de levar o
educando ao crescimento, não devendo hesitar em aprimorar ainda mais seus
conhecimentos teóricos e práticos acerca dos processos educativos.
O educador deverá ter uma presença real e marcante na vida do
educando, procurando relacionar-se com ele na busca da construção de seu
ato pedagógico, dentro do respeito mútuo, segundo relato de Dussel em seu
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livro Ética comunitária, todo “ato humano que se dirige a outra pessoa
humana; ato em direção a outra pessoa e a própria relação de pessoa a
pessoa”, por isso a eticidade implica em uma “ordem futura de libertação às
exigências de justiça com respeito ao pobre, ao oprimido, e seu projeto de
salvação” (1986, p.18-40).
No início do século passado, a carreira do magistério era vista pela
sociedade como um sacerdócio que, com humildade e obediência, envolvia a
valorização das relações humanas e a valoração profissional. Existia, então,
uma relação de “não devem saber de mais, nem de menos; não se devem
misturar com o povo, nem com a burguesia; não devem ser pobres, nem
ricos;[...]” (NÓVOA, 1992, p.16). O magistério era considerado uma profissão
privilegiada na configuração profissional, gerando o saber social e delimitando
um poder regulador sobre as demais profissões.
A formação docente refletia sobre as práticas produtoras do saber e
do saber-fazer uma socialização profissional muito além da pura e simples
aquisição dos conhecimentos. Foi a partir daí que, em meados do século XX, o
Estado passou a desvalorizar o professor, dignificando sua imagem social. Esse
paradoxo veio demonstrar o controle autoritário do professor, conjuntamente
com a ideologia criada pelo Estado para salvaguardar o prestígio profissional
do mesmo.
Paralelo a esse fato, conjeturava-se uma redução na situação sócioeconômica dos docentes. Com isso, houve uma reformulação na formação
dos professores e um posterior rebaixamento nas condições de admissão, de
conteúdos e de tempo de formação intelectual e científica; desqualificando,
assim, o professor enquanto profissional autônomo e reflexivo; por isso, Nóvoa
apresenta a seguinte afirmativa em seus estudos sobre Os professores e a sua
formação, que
a formação não se constrói por acumulação (de cursos, de
conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de
reflexidade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente
de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a
pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência (1992, p. 25).
O desenvolvimento de uma nova cultura profissional dos professores
passa pela produção de saberes e de valores que dêem corpo a um exercício
autônomo da profissão docente. É preciso investir nos saberes de que o
professor é portador, já que ele é o possuidor das capacidades de
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autodesenvolvimento reflexivo. A mudança se fará durante o esforço da
inovação e da procura de melhores percursos para a transformação social.
Para o homem situar-se no mundo, deverá envolver-se no processo
de valoração e de avaliação das suas ações consideradas significativas. A
manifestação dos valores é expressa através de toda ação humana e essa é fruto
das experiências vivenciadas e percebidas como verdadeiras por aqueles que
a realizam. Isso ocorrerá dentro de um ambiente onde há a interação do
homem com o seu meio.
O homem é um ser moral e está constantemente tomando decisões
sobre os rumos a serem tomados em sua vida. Sua capacidade de percepção
sobre si mesmo e seu semelhante está fundamentada nos atos apresentados
em suas dificuldades de ação e nas suas incertezas.
O enfoque da moralidade não tem sido mais o cultivo das qualidades
de caráter e a formação de regras ou princípios morais básicos. As questões
filosóficas se atêm somente à investigação filosófica em cada época, à luz dos
conhecimentos científicos mais vastos e da profunda experiência ética. Com
isso, as melhores soluções para os problemas morais apresentados pela
humanidade estão sendo descobertas através de métodos e técnicas rigorosas
e refinadas.
Qualquer reflexão sobre educação estará sempre relacionada com a
determinação dos valores presentes no comportamento humano. A relação
entre escola e sociedade deve passar por uma análise criteriosa, evidenciando
os mecanismos determinantes da prática educativa. Rios ressalta esse dizer em
seu livro Ética e competência, com o seguinte questionamento:
é preciso, portanto, refletir sobre os objetivos específicos da
educação, não só para a distinguirmos da prática política
propriamente dita, mas para podermos ver claramente a presença
da dimensão política na prática educativa (1999, p. 40).
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O objetivo central da educação reside na socialização do
conhecimento, ou seja, na transmissão do saber historicamente acumulado
pela sociedade, levando à criação de novos saberes. É, nesse sentido, que a
ética aparece como mediadora da atuação do educador em seus aspectos
técnicos e políticos, delineando a direção a ser tomada para este saber do
homem. A moralidade somente é descoberta a partir do éthos na dimensão
técnica da atuação do educador. O profissional da área educacional é,
portanto, o portador da valoração da sua prática.
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1 OBJETIVO ÉTICO
A palavra ética possui diversos significados, tais como: modo de ser ou
caráter do homem; aquilo que o homem traz dentro de si; entre outras tantas
definições. Na realidade, a ética compreende as disposições do homem na
vida, seu caráter, seus costumes e também sua moralidade, significando um
modo ou forma de agir na vida do homem.
Segundo a filosofia aristotélica, a ética pressupõe a eupraxia (boa
conduta), a eudaimonia (felicidade) e a makariotês (beatitude). Trata-se de
uma filosofia de vida e de costumes, implicando uma contínua evolução e
aprendizagem na medida em que o ser humano passa a adquirir novas noções
morais. Mediante estas considerações, Viana expôs em sua obra Ética geral e
profissional o relato de que a ética é a
parte da filosofia, que se ocupa em conhecer o homem, com
respeito à moral e costumes; que trata da sua natureza como ente
livre, espiritual [...] os antigos compreendiam nela a parte que trata
dos ofícios ou deveres (1974, p. 9).
Os principais objetivos das atividades humanas podem ser encontrados
através da ética. Nenhum ser humano vive por acaso, sempre haverá uma
regra de conduta, uma ordem à qual todos devem estar subordinados. Essa
regra está relacionada com o éthos do saber humano que, por sua vez, está
relacionado com os caracteres, os usos e os costumes da humanidade,
considerada no plano da moral (etologia). Em qualquer tipo de comunidade
existente, sempre haverá um mínimo ético em razão de nenhuma sociedade
viver sem ter, em seu seio, uma regra ou lei moral.
Infelizmente, nem todos os profissionais se integram à lei moral. Isso
ocorre devido a uma incapacidade, ou ignorância, ou malícia do próprio ser
humano em praticar o ato moral visto que todo ato praticado pelo homem
deve seguir dois princípios básicos: a inclinação natural e a consciência do
dever.
Todo ser humano deveria ter conhecimento da moral, porque ela é a
base conscientizadora do homem na formulação dos juízos e dos valores
morais de todo comportamento ético considerado válido. Somente a ética é
capaz de marcar a diretriz e fixar um tipo de vida válido em cada indivíduo; ela
é, antes de mais nada, um problema filosófico-social-psicológico-pedagógico.
Toda consciência moral manifesta-se perante um ato a ser realizado
para que ocorra a distinção entre o certo e o errado, durante a realização do
próprio ato em si, avaliando a satisfação ou não do dever cumprido e
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verificando as ações apresentadas para aprová-las ou condená-las
posteriormente.
Os filósofos morais não propõem um conselho moral prático quanto à
maneira de agir numa determinada situação. O objetivo ético sempre será
enfocado como uma ciência prática, ou seja, implicará conhecimento prático
do bem, do verdadeiro, do correto. Os estudos éticos são realizados há mais de
dois mil anos, porém não foram alcançados grandes progressos na solução dos
problemas morais existentes, devido ao fato de que, quando alguma resposta é
encontrada na solução dos conflitos morais, o ato deixa de ser puramente
filosófico e se transforma em um ato científico. Como nenhuma ciência é
capaz de ajudar a fixar os rumos para a solução dos problemas éticos, perde-se
a sua visão filosófica.
A grande maioria das regras foi desenvolvida ao longo das décadas e
séculos, em diferentes sociedades. Algumas ficaram perdidas no tempo e no
espaço, por não se enquadrarem na natureza humana como tal. Nowell-Smith
descreve esse parecer sobre a Ética, relatando que
há algumas regras fundamentais de conduta que jamais se alteram e
que, provavelmente, não de alterarão, é difícil imaginar como seria
a vida em sociedade, caso elas fossem abandonadas (1966, p.10).
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Essas dificuldades práticas existem devido à incapacidade humana de
manipular os conceitos ou palavras usadas na solução dos problemas práticos.
A ética limita-se a fixar os princípios gerais de conduta, que deverão
ser assimilados e interpretados pela consciência moral em cada tempo e
espaço do conhecimento apreendido pela humanidade, ela indaga ao homem
o seu dever, procurando ajustá-lo à sua época e às circunstâncias existentes em
seu meio.
O sistema ético está baseado num sistema filosófico, sendo, portanto,
dependente da filosofia. A partir do momento em que o ser humano souber
escolher com sabedoria a solução dos seus problemas, estará obedecendo a
um ou a mais princípios éticos, assumindo assim as responsabilidades de seus
atos. Dessa forma, o ser humano poderá aceitar, equivocar, desfrutar ou
inutilizar sua tarefa ética empregada.
A ética, enquanto teoria, possui uma categoria de ciência pelo fato de
procurar, sempre que possível, buscar as leis morais ditas como verdades
absolutas, estudar os problemas fundamentais e gerais no plano filosófico. A
praticidade da ética abrange regras mais válidas e adaptáveis aos princípios
reais e necessários à vida do ser humano.
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O ético não é regido pelas normas morais, pelo que o sistema
indica como bom, rege-se pelo que o pobre reclama, pelas
necessidades do oprimido, pela luta contra a dominação, as
estruturas, as relações estabelecidas [...] O ético é assim
transcendental ao moral [...] A ética é uma, é absoluta: vale em toda
situação e para todas as épocas. O ato é moralmente bom ao
sistema dominador quando cumpre as normas vigentes. O ato será
eticamente bom em situações de maior dificuldade e,
principalmente, ante a consciência ética do próprio sujeito.
(DUSSEL, 1986, p. 64-69).
O homem é um ser político que procura estar em constante harmonia
com a sociedade da qual faz parte. A forma como o educador conduz seus atos
depende da coesão, da força, da prosperidade, da continuidade e da
dignidade do grupo no qual está inserido, mantendo, por isso, uma relação
inter e intragrupal.
O professor de ensino fundamental deve buscar sua conduta ética
dentro de uma visão filosófica compreensiva e honesta. A evolução ética
surgirá através das diversas concepções morais adotadas pela humanidade,
com o passar dos tempos. Encontram-se doutrinas éticas na época grecoromana segundo as quais o homem, para encontrar sua felicidade, deveria
buscá-la segundo sua natureza. Já na doutrina cristã, a felicidade deveria ser
extensiva a todos os homens sem distinção. Foram surgindo também sistemas
utilitários, sentimentais, científicos, entre muitos outros.
Nas sociedades consideradas atrasadas, que possuíam uma vida
bastante rudimentar, as exigências morais não foram muito significativas,
sendo facilmente superadas pela religião, pela lei geral, pelas ameaças e pelas
punições e sanções públicas e econômicas. Começaram a surgir normas de
conduta na tentativa de coibição aos abusos, aos excessos e às privações. A
ética foi efetivada num plano mais definido, ou seja, era realizada sem se saber
realmente o que se estava fazendo.
O homem foi levado a ignorar ou a esquecer as questões morais
fundamentais da humanidade por causa do materialismo imposto pelo sistema
capitalista. As profissões sofreram intelectualmente com esse desnivelamento.
Com isso, tem-se procurado fortalecê-las e prestigiá-las através da criação de
um Código de Ética Profissional.
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2 A PROBLEMÁTICA ÉTICA
A partir do momento em que o ser humano encontrar seu ideal ético,
criará conjuntamente seu código de conduta moral. Para tanto, o ideal ético
apresentado por ele deve basear-se na essência do próprio homem, o
fundamental está em saber separar corretamente o bem do mal, em fazer
escolhas acertadas na busca do caminho correto, para desenvolver seu código
moral. O ideal ético de todo ser humano deve estar interligado pelos
sentimentos morais básicos da verdade, da beleza e do bem moral.
Não basta conhecer o justo e senti-lo, é preciso praticá-lo. A
caracterização das emoções sentidas pelo homem em busca do justo, do
correto, poderá partir de uma descoberta das idéias verdadeiras e da virtude
em selecionar o ideal moral mais condizente com o ato ético apresentado. Isso
acarreta uma obrigação moral imperativa do que deve ser realizado mediante
as imposições das dificuldades supervenientes, que levem o homem a preferir
o domínio do prazer, do sacrifício, da comodidade, da impopularidade e da
glória.
Para o homem fazer escolhas concernentes com seu ideal ético,
deverá conhecer os preceitos éticos, ou seja, ter conhecimento das
concepções éticas e de suas classificações, para poder relacioná-las uma com
as outras e discerni-las, fixando as leis morais ou regras de conduta e adotando,
posteriormente, seu código de conduta moral.
A probidade de um ideal ético corresponde ao cumprimento
consciente dos deveres, competindo a cada ser humano praticá-lo com rigor,
visto que o ideal é saber conciliar o pensamento, o sentimento e a ação. Como
afirma Viana em seus estudos sobre Ética geral e profissional, que:
O homem é ou deve ser uma consciência contínua acesa e em
contínua luta com as fraquezas e insuficiências [...] Quando não
comanda o seu comportamento, quando este não tem unidade e
consistência, verifica-se, no homem, um processo de desagregador
de desumanização, porque a conduta pressupõe uma filosofia de
vida, em suma: uma ética (1974, p.44-45).
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Somente se atingirá a perfeição através da sinceridade. Caso
contrário, o homem estará negando, a si próprio, aquilo que tanto almeja ser
moralmente. A ética é capaz de transformar o ente humano naquilo que ele
desejar ser realmente. Isso implica um contínuo esforço na busca da perfeição,
do correto, do verdadeiro, do ideal.
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O ser humano está em luta consigo mesmo e com seu semelhante na
busca de sua evolução pessoal e social. Sua consciência moral evolui
constantemente na reconstrução moral de seus atos. É através dos erros que a
humanidade se aperfeiçoa, a problemática ética passa por duas esferas: a
pessoal e a grupal.
A ética individual está associada a uma ética social e grupal que
procura levar em conta o homem-companheiro: o homem que possui deveres
para com seus semelhantes e para com o grupo do qual faz parte. Sua
realização plena acontecerá somente quando ele estiver integrado
plenamente no seu grupo.
O homem sempre será impulsionado por duas forças contrárias: a
força do bem e a força do mal. Conforme a força dominadora, será feita a
escolha ética desejada, podendo salvar ou perder o objetivo básico da
educação. O valor humano básico do profissional da área educacional deverá
ser desenvolvido com a abertura do seu espírito às preocupações relativas à
verdade, ao belo e ao bem; a instrução é indispensável à educação moral.
A prática educativa do bem concretiza-se dentro do conhecimento e
da clarificação dos objetivos a serem atingidos na determinação dos fins
correspondentes aos valores pressupostos. O ser humano possui um caminho
bastante limitado na construção de suas forças e poderes. Normalmente, o
homem tende a subordinar-se às normas pré-estabelecidas para,
posteriormente, respeitá-las e praticá-las na sua diversidade.
O essencial é preparar o homem, metodicamente, para resistir seus
impulsos maus e às suas paixões daninhas; para acatar
conscientemente a ordem e o método, para se colocar de
sobreaviso contra as falsas grandezas: beleza física, força brutal,
poder excessivo, a riqueza inútil [...] cada indivíduo pode, no seu
raio de ação, mesmo limitado vencer as forças adversas que
contrariam a sua humanidade plena. (VIANA, 1974, p. 62)
Os homens têm procurado fazer escolhas mais acertadas sobre as
normas a serem adotadas no seu desempenho profissional. Para tanto,
deverão excluir as que não estiverem satisfazendo seu código profissional
ético. A educação é o caminho para o aperfeiçoamento do homem
profissional e da sociedade na qual está inserido. O ideal moral profissional
deve ajustar-se às necessidades de cada época e estimular a concretização do
código ético.
É necessário que todo profissional ético oriente as gerações imaturas
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de modo progressivo e constante. Sua intervenção deve ser sistemática,
persistente e contínua, não deixando que as aptidões se mostrem indecisas e
contraditórias. Infelizmente, o desconhecimento de toda a sociedade acerca
da função que o sistema educacional deve cumprir tem levado à falência toda
a instituição escolar. Essa, por sua vez, tem exercido apenas a função de
ensinar, despreparando os indivíduos e tornando-os incapazes de apreender
os conhecimentos adquiridos, renegando-os à posição de inaptos,
desajustados e com um nível ético fora de sua realidade.
O profissional da área educacional precisa ter como ponto de partida,
no desenvolvimento e aperfeiçoamento ético, a polivalência, o caráter
individual, o meio social, o temperamento individual, a formação geral e
especial do seu saber. Isso porque um homem sem caráter criará um meio
social confuso e cheio de perturbações. Dessa maneira, o acesso a
determinadas carreiras profissionais será inibido pela ação do seu meio social,
o que forma o ser humano incompetente moralmente, um mal profissional,
devido ao temperamento não condizente com a carreira almejada.
3 O PROFISSIONAL ÉTICO
A moral vem se diluindo e sendo desmoralizada pela sociedade por
falta de uma definição mais hierarquizada e sistematizada. Cada atividade
profissional deve ter seu código de ética profissional, constando os deveres
gerais e específicos em função das respectivas particularidades. A lei existe
dentro de cada setor profissional para atribuir uma personalidade favorável ao
mesmo, personalizando, assim, o dever e relacionando-o com o grupo ou a
profissão em questão.
A ética é a ciência que estuda as leis ideais da verdade moral e fixa
as regras mais adequadas à direção e governo da vida, procura como conseqüência da sua própria essência - definir, na prática, os
deveres aplicáveis às diversas situações da vida e da profissão, de
harmonia com as várias circunstâncias supervenientes. (VIANA,
1974, p. 75)
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O dever implica uma ação que é imposta ao profissional para
executá-la sob uma pressão feita pela lei moral e pelos bons costumes, na
busca de uma convivência social e individual agradavelmente aceitável.
Poderá ser uma ação ou omissão praticada pelo homem em conformidade
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com certos conhecimentos pré-existentes.
A diferença do dever para a obrigação está no fato de que a segunda
indica preceitos absolutos, ou seja, pressupõe uma obediência a um
compromisso, a um encargo, a uma ordem. Já o dever pressupõe uma dívida.
Em resumo: a lei impõe obrigações e essas, por sua vez, geram um dever que
pressupõe uma obrigação.
O dever cessa quando algo não pode e não deve ser executado. Já a
obrigação deixa de existir quando não há um mandado ou quando quem
manda não possui autoridade para tal ato. O dever não está relacionado a um
sentimento, mas, sim, a um princípio norteador da vida, estando presente nos
atos e nos comportamentos determinados pela consciência e pelo livre arbítrio
dos homens.
Todo ser humano deve buscar a perfeição do seu trabalho
profissional, por isso, deverá, primeiramente, conscientizar-se moralmente
dos seus atos, aprendendo a diferenciar as condutas consideradas corretas das
incorretas. Isso porque saber distinguir o bem do mal leva o homem a se
projetar pedagógica e socialmente como um ser tecnicamente competente. O
profissional ético trabalha em conjunto com os deveres religiosos, cívicos,
familiares, individuais etc.
Cada profissional, individualmente, deve esforçar-se para conseguir,
com rigor, realizar seu trabalho, cumprindo o seu dever com honradez,
executando-o da melhor forma possível visto que não compete apenas aos
grandes e poderosos realizar suas tarefas sem interesse e/ou inveja, mas a todo
ser humano.
De acordo com uma perspectiva da perfeição, o desenvolvimento do
ser humano estará graduado dentro de determinados valores vivenciais e de
acordo com as possibilidades individuais de cada um. O homem ético avalia
sua trajetória na vida através do cumprimento de seu(s) dever(es), que varia(m)
com o tempo e as circunstâncias da vida.
Segundo o pensamento de Viana (1974), para cada direito definido,
sempre existirá um dever correlato, no entanto, caso o sentimento ético se
sinta abalado ou violado poderá ser enfraquecido. A degradação humana
ocorre devido à falta de coragem do ser humano em assumir as
responsabilidades de seus atos praticados, quer sejam atos considerados
válidos e bons, quer sejam atos maus ou incorretos. Quando a
responsabilidade é negada pelo homem, há a eximação do dever. O correto
seria todo indivíduo se tornar responsável pelos seus atos e assumi-los para,
posteriormente, fazer uma (auto)avaliação ética dos mesmos.
A formação moral do homem deve estar coordenada dentro de um
ambiente social e escolar atuante, seguindo um mesmo padrão ético. Não
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pode haver uma diferenciação na apresentação dos valores morais, pois, se
houver, o homem optará pelo valor ético de menor exigência. A complexidade
ética constitui-se de diversos deveres e obrigações morais. A lei moral poderá
ser transgredida se o todo for comprometido. O verdadeiro homem ético
compreende as situações e age criteriosamente e com responsabilidade. A
partir do respeito a si próprio e a seu semelhante, surgem o sentimento de
honradez e o equilíbrio profissional.
Os valores éticos pressupõem uma escala de valores ajustáveis aos
seus respectivos deveres. Essas normas de conduta abarcam os setores
totalitários da vida coletiva e social. Isso ocorre dentro de uma hierarquização,
ou seja, quanto mais valiosos e altos forem graduados os valores, maior será o
grau de importância em cumpri-los.
A dignidade humana jamais será atingida se alguém for obrigado a
cumprir algum dever. O homem ético conjuga a idéia honesta com a ação
honesta e o cumprimento do dever implicará a criação de um hábito associado
à prática. O ser humano poderá desconhecer ou conhecer um dever, mas não
querer cumpri-lo, tornando-se um ser fraco.
Na fase adulta, o indivíduo conduz o cumprimento de um dever,
seguindo uma hierarquização moral dos valores, obediente à sua ética e à sua
consciência familiar, social, religiosa, jurídica entre outras. O trabalho honesto
fundamenta-se num dever, pelo qual aquele profissional menos digno ou antisocial não estará enquadrado eticamente dentro dos padrões vigentes. A
presença do erro ou do mal denuncia uma tomada de posição indefinida e
uma luta contra o bem.
Os atos considerados bons e honestos devem ser praticados pelo
homem para com seus semelhantes. A bondade sozinha é um ato
insatisfatório, devendo ser completada e valorizada pela justiça na vida social,
ou seja, pela igualdade, pela proporção e pela compensação. Um ambiente
colaborador e perfeito só será possível, a partir do entendimento nas relações
humanas pelo qual os homens se tornem seres mais virtuosos e bondosos. A
totalidade ética impõe uma conduta subordinada a certos princípios imutáveis
e adaptáveis às diversas situações existentes na vida humana.
Antes de ser um profissional, o ser humano é um cidadão estruturado
numa base moral, cumpridor de seus deveres humanos e cívicos, devendo,
portanto, honrar sua ética profissional. O homem deve respeitar algumas
regras essenciais básicas para que não crie hábitos e virtudes errôneas em seu
grupo. Um homem honesto e sincero procede sua oratória com boa-fé.
A delicadeza humana é uma virtude que não custa dinheiro e que traz
respeito e dignidade à vida. As relações humanas são norteadoras da
ponderação e da calma. A vida social deve basear-se na gratidão, levando em
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consideração a apresentação de princípios superiores à obediência e úteis ao
bem comum, para conquistar a confiança mútua entre os seres humanos.
O erro é cometido pelo homem, mas deve ser visto como uma busca
do aperfeiçoamento e crescimento do mesmo que procurará errar cada vez
menos, para se aproximar de seu ideal ético. O verdadeiro homem ético
procura discernir a verdade, tratando seu semelhante com humanidade e
respeito, é um ser corajoso e conhecedor do bem e ainda procura evitar a
ociosidade, o medo, o receio, o comodismo, inibindo-os e melhorando o seu
desempenho profissional.
É preciso trabalhar com honestidade. Cada indivíduo deve fazer
aquilo que realmente tem competência profissional para fazê-lo,
desempenhando sua tarefa da melhor maneira possível, sem pretensões e
acúmulos de atividades visto que a grande maioria dos profissionais tem
procurado cumprir o mínimo imposto pela cidadania.
A sociedade não é constituída por homens isolados; os seres humanos
se agrupam naturalmente. Cada um possui um temperamento diferenciado,
uma concepção de vida, interesses, aspirações e modos de pensar distintos.
Para que haja a interação do grupo na sociedade, os desagregados devem ser
separados dos agregados já que os primeiros são a fonte de desunião e
desentendimento humano.
A força e o poder tendem a desviar o homem, levando-o à pratica dos
excessos e dos abusos, por isso, todo indivíduo deve admitir uma boa ética em
sua vida diária, respeitando, cumprindo e fazendo cumprir a lei, os deveres e
as obrigações morais. A sinceridade e a boa-fé afastam aqueles que procuram
atraiçoar as bases éticas essenciais.
A ética profissional compreende um compromisso de
comportamento decorrente da própria ação do trabalho e suas
conseqüências. É uma expectativa de comportamento profissional,
representando uma necessidade garantida através da confiança mútua nas
relações humanas e sociais. Isso é reforçado em Introdução à didática geral
escrito por Nérici que afirma que
a ética profissional é o compromisso de o homem respeitar os seus
semelhantes, no trato da profissão que exerce [...]. Há, pois, uma
obrigatoriedade moral no comportamento profissional dos
cidadãos, que implica respeito à sociedade e às pessoas envolvidas
no mesmo. (1962, p. 611)
O educador que lida com o elemento humano está compromissado
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eticamente com a sociedade, com as tradições e com o progresso social.
Diante dessa afirmação, não pode se esquecer do seu código ético profissional
referente à formação de novas gerações herdeiras de um presente estruturado
num passado cultural primitivo. Dessa forma, torna-se o propulsor da
estabilidade nas formas sociais existentes.
O profissional da área educacional verifica se as normas estabelecidas
estão revelando a falta de espírito combativo prejudicial ao crescimento social
da humanidade. As mudanças nas atitudes e normas devem ser estimuladas
com o devido cuidado para que não haja traição aos princípios éticos
fundamentais, norteadores da evolução do homem.
O educador é o grande inspirador do surgimento de procedimentos
sociais, morais, familiares, religiosos, cívicos, entre outros. A sociedade
decorre do êxito de sua conduta profissional, o professor é um cidadão
marcado em todo o seu comportamento moral. Seus passos, seus atos, suas
opiniões são, constantemente, observados pelo meio social. Suas ações
públicas e particulares repercutem socialmente em uma reflexão mútua entre
o educador e a sociedade.
O profissional da área educacional sofre observações e críticas
constantes acerca de seus atos. Normalmente, suas opiniões, concepções de
vida e convicções filosófico-sociais são levadas em consideração e discutidas
pela coletividade, tornando-se veículo de conflitos familiares e sociais,
podendo repercutir na alma do aluno.
Na sociedade, o educador é o formador de novas gerações, por isso,
seu comportamento profissional deverá caracterizar-se pela sobriedade, pelo
comedimento e pelo equilíbrio em todos os setores. Sua vida profissional,
pública e particular deve portar-se na inspiração máxima de confiança tanto
da família como da sociedade.
As obrigações morais do profissional da educação fracassarão se não
houver a colaboração de todos os envolvidos, direta ou indiretamente, na
educação do ser humano. Os esforços devem convergir para o mesmo
objetivo: a educação do aluno. O entrosamento e o entendimento entre todos
os envolvidos fazem parte do compromisso ético assumido pela humanidade:
formação do homem.
O sentimento de justiça deve ser cultivado dentro de uma relação
igualitária de atenção e consideração pelo semelhante, respeitando, é claro, as
diferenças individuais e levando em consideração a inteligência, a timidez, o
temperamento, a formação, as aspirações etc. A abstinência de atitudes
discriminatórias leva a um relacionamento profissional mais digno e honesto
com o ser humano e com a sociedade.
Um bom profissional da área educacional aceita os erros dos alunos
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para, posteriormente, fazer uma análise crítica a fim de corrigi-los
convenientemente. A sensibilização de todos deverá ocorrer na tentativa de se
evitar as desventuras e o comportamento inferior que comprometem a
solidariedade.
O abuso de confiança não pode ser tolerado, a relação professoraluno ficará comprometida e os sentimentos a serem manifestados por ambos
poderão trazer sérios transtornos futuros. O educador é o exemplo, o modelo
para a sociedade e, por tal motivo, deve expressar-se corretamente, sem
apresentar modismos lingüísticos vulgares demais, para que não ocorra duplo
sentido, dando margem a juízos maliciosos.
Tanto o professor como o sistema de ensino têm a obrigação de
preparar, ética e politicamente, seus alunos; de formá-los dentro de um regime
democrático sem moldá-los, respeitando-os e procurando fortalecer os ideais
humanos da sociedade. O espelho da veracidade é o educador, seu esforço
está em mostrar o caminho mais digno, honesto e correto para o educando.
A escola é, antes de qualquer coisa, um local onde se encaminha o
indivíduo a fazer uso da razão, por isso, o professor tem obrigação moral de
estabelecer um ambiente em que o debate ocorra, imperando atitudes de
justiça e respeito mútuo. A aprendizagem jamais será eficiente em um
ambiente ameaçador e sem estímulo.
A ação educativa não é um ato isolado. Ela se realiza em um ambiente
onde haja uma relação intra e intergrupal unificada na busca por melhores
soluções para os problemas educacionais e sociais existentes; logo, é
necessário que um entrosamento de todos os envolvidos seja o principal
caminho a ser direcionado pelo sistema, formando um todo de ação coerente
e com objetivos mais claros e definidos da natureza educativa.
Os problemas de conduta na relação do professor consigo mesmo
podem dar resultados negativos ou positivos. As relações humanas, de modo
geral, dependem, fundamentalmente, da maneira como o professor se vê e
trata a si mesmo. Ele deve acreditar na educação, crendo na escola como o
órgão educador e formador de futuros profissionais.
A convicção de seu papel e de sua importância na formação do
educando como elemento ativo torna o professor um profissional selecionador
do planejamento didático. A responsabilidade profissional do professor deve
levá-lo a querer aperfeiçoar-se continuamente. Sua preocupação de
profissional deve girar em torno de uma atualização técnica, profissional e
social. Dessa forma, Nérici considera que o professor deverá
tecnicamente, procurar atualizar os conhecimentos sobre sua
disciplina; profissionalmente, inteirando-se dos progressos da
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didática, e socialmente, procurando, cada vez mais, através de sua
disciplina, formar melhores cidadãos (1962, p. 620).
O desenvolvimento do espírito de autocrítica é uma obrigação
constante na conduta do professor. Melhor seria dizer que o mesmo tem o
dever de criticar, continuamente, a sua própria conduta. É dever do professor
desconfiar da sua própria ação, para ajustá-la às realidades humanas e sociais
de seus alunos e da escola inserida na sociedade.
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REFERÊNCIAS
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TEIXEIRA, Francisco; OLIVEIRA, Manfredo (Orgs.). Neoliberalismo e
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VIANA, Mário G. Ética geral e profissional. Porto: Figueirinhas, 1974.
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