APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED CAPSION Iodeto de sódio [131I], Cápsula dura FOLHETO INFORMATIVO PARA O UTILIZADOR IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO Denominação do medicamento CAPSION Iodeto de sódio [131I], cápsula dura Composição qualitativa e quantitativa A cápsula contém como substância activa iodeto de sódio [131I], com actividades que variam entre 50 e 3700 MBq por cápsula à data e hora de calibração. Outros ingredientes: Pirofosfato de sódio anidro: Tiosulfato de sódio: 200 mg 200 mg Para 1 cápsula (gelatina), parte superior: verde (dióxido de titânio, óxido de ferro amarelo, indigotina), parte inferior: laranja (dióxido de titânio, ferro de óxido vermelho, óxido de ferro amarelo). Características físicas: O iodo-131 é produzido por extracção a partir dos produtos de fissão do urânio-235 e por bombardeamento com neutrões do telúrio estável (130Te) num reactor nuclear. O iodo-131 tem um período de semi-desintegração de 8,04 dias. Decai por emissão de radiação gama de 365 keV (81,2%), 637 keV (7,3%) e 284 keV (6,1%) e radiação beta de energia máxima de 606 keV, para o xenon-131 estável. Natureza e conteúdo do recipiente Frasco tipo penicilina, de vidro, de 15 ml, incolor (tipo I da Farmacopeia Europeia), fechado com dispositivo em polipropileno (elemento centralizador e perfurador) e selado com cápsula flip-off de alumínio. Forma farmacêutica Cápsula dura. APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED Grupo fármacoterapêutico 20.9 Outros produtos Nome e endereço do titular da autorização de introdução no mercado CIS bio international B.P. 32 F-91192 GIF-SUR-YVETTE CEDEX - FRANCE Tel.: + 33-(0)1.69.85.70.70 Fax. : + 33-(0)1.69.85.70.71 Nome e endereço do fabricante CIS bio international B.P. 32 F-91192 GIF-SUR-YVETTE CEDEX - FRANCE PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS Não é conhecido nenhum efeito farmacológico do iodeto de sódio, na quantidade usada para indicações terapêuticas. Mais de 90% dos efeitos da radiação resultam da radiação beta, que tem um alcance médio de 0,5 mm. PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS Após administração oral, o iodeto de sódio [131I] é rapidamente absorvido a partir do tracto gastrointestinal superior (90% em 60 minutos). A farmacocinética segue a do iodeto não marcado. Depois de entrar na corrente sanguínea, distribui-se no compartimento extra-tiroideu. A partir daqui é captado predominantemente pela tiróide ou excretado por via renal. Pequenas quantidades de iodeto [131I] são captadas pelas glândulas salivares, mucosa gástrica e podem também ser localizadas no leite materno, na placenta e no plexo coróide. O tempo de semi-vida efectivo do iodo radioactivo no plasma situa-se na ordem das 12 horas, enquanto que para o iodo radioactivo captado pela glândula tiroideia é de cerca de 6 dias. Assim, após administração do iodeto de sódio [131I], aproximadamente 40% da actividade tem um tempo de semi-vida efectivo de 0,4 dias e os restantes 60% de 8 dias. A excreção urinária é de 37-75%, a excreção fecal ronda os 10% e a excreção pelo suor é praticamente insignificante. Dados de segurança pré-clínica Tendo em conta as pequenas quantidades de substância administrada, em comparação com o consumo normal de iodo pelos alimentos (40-500 µg/dia), não é esperada ou observada toxicidade aguda. APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED Não existem dados disponíveis sobre a toxicidade de doses repetidas do iodeto de sódio, nem sobre os seus efeitos na reprodução em animais ou sobre o seu potencial mutagénico ou carcinogénico. Dosimetria da radiação Os dados tabelados da dosimetria da radiação, conforme referido na publicação nº 53 da ICRP (1987), são aqui descritos. O modelo ICRP é referente à administração intravenosa. Dado que a absorção do iodo radioactivo é rápida e completa, este modelo é aplicável no caso da administração oral, embora exista uma dose de radiação adicional para a parede do estômago, para além da devida à excreção gástrica e salivar. Pressupondo que o tempo de residência médio no estômago é de 0,5 horas, a dose absorvida para a parede do estômago aumenta cerca de 30% para o iodo [131I]. A dose de radiação para órgãos específicos, que podem não corresponder ao órgão alvo da terapêutica, pode ser significativamente influenciada por alterações fisiopatológicas induzidas pelo processo da doença. Aconselha-se o cálculo da EDE e das doses de radiação prováveis para o(s) órgão(s) alvo individual(is) antes da administração, como parte da avaliação risco-benefício. A actividade pode então ser ajustada de acordo com a massa tiroideia, tempo de semi-vida biológico e o factor de "reciclagem", que tem em conta o estado fisiológico do doente (incluindo a depleção em iodo) e a patologia subjacente. Exposição à radiação (Tiróide bloqueada, captação 0%) Órgão Dose absorvida por unidade de actividade administrada (mGy/MBq) Adulto 15 anos 10 anos 5 anos 1 ano 0,037 0,042 0,067 0,11 0,20 0,61 0,75 1,1 1,8 3,4 0,032 0,038 0,061 0,097 0,19 0,033 0,033 0,052 0,085 0,17 Glândulas supra-renais Parede da bexiga Superfícies ósseas Mama Tracto GI Parede do estômago 0,034 Intestino delgado 0,038 Parede do intestino grosso 0,037 superior Parede do intestino grosso 0,043 inferior Rins 0,065 Fígado 0,033 Pulmões 0,031 Ovários 0,042 Pâncreas 0,035 0,040 0,047 0,045 0,064 0,075 0,070 0,10 0,12 0,12 0,19 0,22 0,21 0,052 0,082 0,13 0,23 0,080 0,040 0,038 0,054 0,043 0,12 0,065 0,060 0,084 0,069 0,17 0,10 0,096 0,13 0,11 0,31 0,20 0,19 0,24 0,21 APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED Medula óssea Baço Testículos Tiróide Útero Outros tecidos Dose equivalente (mSv/MBq) 0,035 0,034 0,037 0,029 0,054 0,032 efectiva 0,072 0,042 0,040 0,045 0,038 0,067 0,039 0,088 0,065 0,065 0,075 0,063 0,11 0,062 0,14 0,10 0,10 0,12 0,10 0,17 0,10 0,21 0,19 0,20 0,23 0,20 0,30 0,19 0,40 1,5 2,7 5,3 2,8 5,3 10 A parede da bexiga contribui em 50,8% para a dose equivalente efectiva. Bloqueamento incompleto Dose equivalente efectiva (mSv/MBq) com pequena captação na tiróide Captação: 0,5% Captação: 1,0% Captação: 2,0% 0,30 0,52 0,97 0,45 0,81 1,5 0,69 1,2 2,4 Exposição à radiação (Captação pela tiróide: 15%) Órgão Dose absorvida por unidade de actividade administrada (mGy/MBq) Adulto 15 anos 10 anos 5 anos 1 ano 0,036 0,043 0,071 0,11 0,22 0,52 0,64 0,98 1,5 2,9 0,047 0,067 0,094 0,14 0,24 0,043 0,043 0,081 0,13 0,25 Glândulas supra-renais Parede da bexiga Superfícies ósseas Mama Tracto GI Parede do estômago 0,46 Intestino delgado 0,28 Parede do intestino grosso 0,059 superior Parede do intestino grosso 0,042 inferior Rins 0,060 Fígado 0,032 Pulmões 0,053 Ovários 0,043 Pâncreas 0,052 Medula óssea 0,054 Baço 0,042 Testículos 0,028 Tiróide 210 Útero 0,054 Outros tecidos 0,065 0,58 0,35 0,065 0,84 0,62 0,10 1,5 1,0 0,16 2,9 2,0 0,28 0,053 0,082 0,13 0,23 0,075 0,041 0,071 0,059 0,062 0,074 0,051 0,035 340 0,068 0,089 0,11 0,068 0,12 0,092 0,10 0,099 0,081 0,058 510 0,11 0,14 0,17 0,11 0,19 0,14 0,15 0,14 0,12 0,094 1100 0,17 0,22 0,29 0,22 0,33 0,26 0,27 0,24 0,23 0,18 2000 0,31 0,40 APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED Dose equivalente (mSv/MBq) efectiva 6,6 10 15 34 62 Exposição à radiação (Captação pela tiróide: 35%) Órgão Glândulas supra-renais Parede da bexiga Superfícies ósseas Mama Tracto GI Parede do estômago Intestino delgado Parede do intestino grosso superior Parede do intestino grosso inferior Rins Fígado Pulmões Ovários Pâncreas Medula óssea Baço Testículos Tiróide Útero Outros tecidos Dose equivalente efectiva (mSv/MBq) Dose absorvida por unidade de actividade administrada (mGy/MBq) Adulto 15 anos 10 anos 5 anos 1 ano 0,042 0,050 0,087 0,14 0,28 0,40 0,50 0,76 1,2 2,3 0,076 0,12 0,16 0,23 0,35 0,067 0,066 0,13 0,22 0,40 0,46 0,28 0,058 0,59 0,35 0,065 0,85 0,62 0,10 1,5 1,0 0,17 3,0 2,0 0,30 0,040 0,051 0,080 0,13 0,24 0,056 0,037 0,090 0,042 0,054 0,086 0,046 0,026 500 0,050 0,11 15 0,072 0,049 0,12 0,057 0,069 0,12 0,059 0,032 790 0,063 0,16 24 0,11 0,082 0,21 0,090 0,11 0,16 0,096 0,054 1200 0,10 0,26 36 0,17 0,14 0,33 0,14 0,18 0,22 0,15 0,089 2600 0,16 0,41 78 0,29 0,27 0,56 0,27 0,32 0,35 0,28 0,18 4700 0,30 0,71 140 APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED Exposição à radiação (Captação pela tiróide: 55%) Órgão Glândulas supra-renais Parede da bexiga Superfícies ósseas Mama Tracto GI Parede do estômago Intestino delgado Parede do intestino grosso superior Parede do intestino grosso inferior Rins Fígado Pulmões Ovários Pâncreas Medula óssea Baço Testículos Tiróide Útero Outros tecidos Dose equivalente efectiva (mSv/MBq) Dose absorvida por unidade de actividade administrada (mGy/MBq) Adulto 15 anos 10 anos 5 anos 1 ano 0,049 0,058 0,11 0,17 0,34 0,29 0,36 0,54 0,85 1,6 0,11 0,17 0,22 0,32 0,48 0,091 0,089 0,19 0,31 0,56 0,46 0,28 0,058 0,59 0,35 0,067 0,86 0,62 0,11 1,5 1,0 0,18 3,0 2,0 0,32 0,039 0,049 0,078 0,13 0,24 0,051 0,043 0,13 0,041 0,058 0,12 0,051 0,026 790 0,046 0,16 24 0,068 0,058 0,18 0,056 0,076 0,18 0,068 0,031 1200 0,060 0,24 37 0,10 0,097 0,30 0,090 0,13 0,22 0,11 0,052 1900 0,099 0,37 56 0,17 0,17 0,48 0,15 0,21 0,29 0,17 0,087 4100 0,16 0,59 120 0,29 0,33 0,80 0,27 0,38 0,46 0,33 0,17 7400 0,30 1,0 220 INDICAÇÕES A terapêutica da tiróide com iodo radioactivo está indicada para: - tratamento da doença de Graves, bócio tóxico multinodular ou nódulos autonómos, - tratamento do carcinoma papilar e folicular da tiróide, incluindo doença metastásica. A terapêutica com iodeto de sódio [131I] é frequentemente associada a intervenção cirúrgica e a medicação anti-tiroideia. INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS ANTES DA UTILIZAÇÃO DO MEDICAMENTO Contra-indicações APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED Gravidez Para fins de diagnóstico em crianças com menos de 10 anos de idade ▪ Para visualização da tiróide, excepto no seguimento da doença maligna ou quando não estão disponíveis [123I] ou [99mTc] ▪ Doentes com disfagia, estenose esofágica, gastrite activa, erosões gástricas e úlcera gastroduodenal ▪ Doentes com suspeita de mobilidade gastrointestinal reduzida ▪ ▪ Advertências e precauções especiais de utilização Este radiofármaco só pode ser recepcionado, usado e administrado por pessoas autorizadas em ambientes clínicos designados para o efeito. A sua recepção, conservação, utilização, transporte e eliminação estão sujeitas às normas e/ou licenças apropriadas das organizações locais e oficiais competentes. Os radiofármacos destinados a administração a doentes devem ser preparados de uma forma que satisfaça simultaneamente os princípios de segurança contra radiações e as exigências de qualidade farmacêutica. É provável que esta preparação resulte numa dose de radiação relativamente elevada na maioria dos doentes (ver secção “Efeitos indesejáveis” e ”Dosimetria da radiação”). A administração de iodo radioactivo em doses elevadas pode resultar em prejuízo ambiental significativo. Tal deve ser do conhecimento da família imediata dos indivíduos em tratamento ou do público em geral, consoante o nível de actividade administrada. Devem ser tomadas precauções adequadas quanto à actividade eliminada pelos doentes, de modo a evitar quaisquer contaminações. Existe pouca evidência de aumento da incidência de neoplasias, leucemia ou mutações no homem em relação aos doentes tratados com iodo radioactivo para a doença benigna da tiróide, apesar do seu uso intensivo. No tratamento das crianças e dos jovens, contudo, deve ser considerada a maior sensibilidade do tecido infantil e a maior esperança de vida de tais doentes. Os riscos devem ser também ponderados face aos dos outros tratamentos possíveis. No tratamento da doença maligna da tiróide, foi referida uma incidência mais elevada de cancro da bexiga num estudo com doentes a receber mais de 3700 MBq de [131I]. Noutro estudo relatou-se uma leucemia em pequeno excesso em doentes a fazer doses muito elevadas. Assim, não é recomendada uma actividade total acumulada superior a 26000 MBq. A administração terapêutica de cápsulas de [131I] em doentes com insuficiência renal significativa, em que é necessário um ajuste da actividade, requer especial atenção. Para evitar a sialadenite, que pode complicar a administração de iodo radioactivo em doses elevadas, o doente pode ser aconselhado a tomar doces ou bebidas contendo ácido cítrico, que irá estimular a excreção de saliva. Para compensar o risco potencial de deficiência transitória da função gonadal masculina devido a uma dose terapêutica elevada de iodo radioactivo, deve ser considerado um banco de esperma no caso de jovens adultos com doença extensiva. APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED Uma dieta pobre em iodo antes da terapêutica irá potenciar a captação pelo tecido funcional da tiróide. A terapia de substituição da tiróide deve ser interrompida antes da administração de iodo radioactivo para o carcinoma da tiróide, de forma a garantir uma captação adequada. É recomendado um período de dez dias para a triodotironina e de seis semanas para a tiroxina. Devem ser reiniciadas duas semanas após tratamento. Do mesmo modo, o carbimazole e o propiltiouracil devem ser interrompidos cinco dias antes do tratamento do hipertiroidismo e retomados vários dias depois. Em pacientes com hipersensibilidade conhecida à gelatina ou aos seus metabolitos dever-se-á optar pelo tratamento com solução de iodeto [131I] de sódio, na terapia com iodo radioactivo. Interacções medicamentosas e outras São conhecidos muitos fármacos que interagem com o iodo radioactivo. Podem fazê-lo através de uma série de mecanismos, afectando a ligação a proteínas, a farmacocinética ou influenciando os efeitos dinâmicos do iodo marcado. É portanto necessário considerar todos os fármacos tomados pelo doente e analisar que medicamentos é necessário interromper antes da administração do iodeto de sódio [131I]. Por exemplo, os anti-tiroideus, carbimazole (ou outros derivados do imidazole, como o propiltiouracilo), salicilatos, esteróides, nitroprussiato de sódio, sulfobromoftaleína, perclorato, ou outros medicamentos (anticoagulantes, anti-histamínicos, antiparasitários, penicilinas, sulfonamidas, tolbutamida, tiopentona) são retirados durante 1 semana; a fenilbutazona por 1-2 semanas, expectorantes, vitaminas por 2 semanas; preparações naturais ou sintéticas da tiróide (tiroxina de sódio, liotironina de sódio, extracto de tiróide) por 2-3 semanas; amiodarona, benzodiazepinas, lítio por 4 semanas, iodetos tópicos por 1-9 meses; e para meios de contraste intravenosos, colecistográficos orais, meios de contraste contendo iodo por períodos até 1 ano. Gravidez e aleitamento O iodeto de sódio [131I] é contra-indicado durante a gravidez estabelecida ou suspeitada ou quando a gravidez não foi excluída (a dose absorvida pelo útero para este fármaco provavelmente situa-se no intervalo dos 11-511 mGy, e a glândula tiroideia fetal concentra avidamente o iodo durante o segundo e terceiro trimestres). Quando é necessário administrar medicamentos radioactivos a mulheres em idade fértil, deverá ser sempre verificada informação sobre um eventual estado de gravidez. Qualquer mulher que apresente um atraso no período deve ser considerada grávida até prova em contrário. Devem ser consideradas técnicas alternativas que não envolvam radiações ionizantes. Em caso de carcinoma diferenciado da tiróide diagnosticado durante a gravidez, o tratamento com iodo radioactivo deve ser adiado até ao término da mesma. As mulheres a receber iodeto de sódio [131I] devem ser avisadas para NÃO engravidar nos quatro meses após a administração. Antes de administrar um medicamento radioactivo a uma mulher a amamentar, deve ser considerada a possibilidade de atrasar razoavelmente o exame até a mãe cessar o aleitamento, e também se foi feita a escolha mais adequada do radiofármaco, tendo em conta a secreção de APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED actividade no leite materno. Deve interromper-se a amamentação indefinidamente após a administração de iodeto de sódio [131I]. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e conduzir máquinas Não são esperados efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas após utilização do fármaco. Lista dos excipientes Pirofosfato de sódio anidro Tiosulfato de sódio Cápsula de gelatina Incompatibilidades Não aplicável. INSTRUÇÕES NECESSÁRIAS E HABITUAIS PARA UMA UTILIZAÇÃO ADEQUADA Posologia e modo de administração A actividade administrada depende da decisão clínica. O efeito terapêutico só é atingido após vários meses. ▪ Para o tratamento do hipertiroidismo A actividade administrada situa-se geralmente no intervalo dos 200-800 MBq, mas pode ser necessário repetir o tratamento. A dose requerida depende do diagnóstico, do tamanho da glândula, da captação pela tiróide e da depuração do iodo. Os doentes devem ser considerados eutiroideus em termos médicos, sempre que possível, antes da administração de tratamento com iodo radioactivo para o hipertiroidismo. ▪ Para a ablação da tiróide e tratamento de metástases As actvidades administradas após tiroidectomia total ou parcial, para remover tecido restante da tiróide, situam-se no âmbito dos 1850-3700 MBq. Dependem do tamanho do remanescente e da captação do iodo radioactivo. Em tratamento subsequente para as metástases, a actividade administrada situa-se entre os 3700 e 11100 MBq. A actividade a administrar em crianças e adolescentes deve ser uma fracção da dose para adultos, calculada com base nos métodos do peso/área corporal, de acordo com as seguintes equações: Dose pediátrica (MBq) = Dose adulto (MBq) x peso criança (kg) 70 kg Dose pediátrica (MBq) = Dose adulto (MBq) x superfície criança (m2), 1,73 m2 São propostos factores de correcção para orientação, a seguir indicados: APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED Fracção da dose para adultos 3 kg = 0,1 4 kg = 0,14 6 kg = 0,19 8 kg = 0,23 10 kg = 0,27 12 kg = 0,32 14 kg = 0,36 16 kg = 0,40 18 kg = 0,44 20 kg = 0,46 22 kg = 0,50 24 kg = 0,53 26 kg = 0,56 28 kg = 0,58 30 kg = 0,62 32 kg = 0,65 34 kg = 0,68 36 kg = 0,71 38 kg = 0,73 40 kg = 0,76 42 kg = 0,78 44 kg = 0,80 46 kg = 0,82 48 kg = 0,85 50 kg = 0,88 52-54 kg = 0,90 56-58 kg = 0,92 60-62 kg = 0,96 64-66 kg = 0,98 68 kg = 0,99 (Grupo de Trabalho de Pediatria - EANM) A cápsula é administrada por via oral, com uma bebida. Deve ser engolida inteira. Nos doentes com suspeita de doença gastrointestinal, deve ter-se especial cuidado quando se administra cápsulas de [131I]. As cápsulas devem ser engolidas inteiras com fluido suficiente, de modo a assegurar a passagem directa para o estômago e intestino delgado superior. Aconselha-se o uso concomitante de antagonistas H2 ou de inibidores da bomba de protões. Após utilização de doses elevadas, por exemplo, para o tratamento do carcinoma da tiróide, os doentes devem ser orientados no sentido de aumentar a ingestão oral de fluidos, para o esvaziamento frequente da bexiga, reduzindo assim a radiação a nível da bexiga. Instruções de utilização e manipulação Cápsulas prontas a usar. Aconselha-se a abertura da embalagem numa hote ventilada. A actividade da cápsula deve ser verificada antes da administração ao doente. A administração de radiofármacos gera riscos para outras pessoas devido a radiação externa ou contaminação por derrame de urina, vómitos, etc. Deverão, portanto, ser tomadas precauções de protecção de acordo com os regulamentos nacionais. Sobredosagem Este radiofármaco destina-se a utilização por pessoal qualificado em ambiente hospitalar. Assim, o risco de sobredosagem é teórico. Os riscos relacionam-se com a administração inadvertida de radioactividade em excesso. Uma exposição a radiação elevada por sobredosagem pode ser reduzida pela administração de um bloqueador da tiróide, como o perclorato de potássio, uso de eméticos e promoção da diurese com frequentes micções. Efeitos indesejáveis APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED A exposição a radiações ionizantes para cada doente terá que ser justificável, com base num provável benefício clínico. A actividade administrada deverá ser tal que a dose de radiação resultante seja tão reduzida quanto possível, tendo em conta a necessidade de obter o resultado diagnóstico ou terapêutico pretendido. A exposição a radiações ionizantes está associada à indução de neoplasias e a um potencial desenvolvimento de deficiências hereditárias. A dose de radiação resultante da exposição terapêutica pode resultar numa incidência superior de neoplasias e mutações. Em todos as situações é necessário assegurar que os riscos da radiação são menores que os da doença em si. A dose de radiação administrada (EDE) após doses terapêuticas de iodeto de sódio [131I] é superior a 20 mSv. Foram referidos alguns casos de reacções adversas a seguir à administração de iodeto de sódio [131I], incluindo náuseas, vómitos e fenómenos possivelmente alérgicos não especificados. As náuseas e vómitos são mais frequentes após administração por via oral, especialmente com doses terapêuticas, tendo que ser considerados os riscos de contaminação depois da ocorrência de vómitos. Têm sido relatados alguns casos de reacções adversas de tipo alérgico no seguimento da administração de iodeto [131I] de sódio (sistema Europeu para o Registo de Reacções Adversas e Defeitos em Fármacos). É altamente provável que estas reacções ocorram devido a uma hipersensibilidade em relação à gelatina das cápsulas ou respectivos metabolitos. Consequências precoces O mau funcionamento das glândulas lacrimais, tal como secura ocular e obstrução do ducto nasolacrimal, pode ocorrer após terapia com iodo radioactivo. Embora estes sintomas sejam na sua maioria transitórios, podem persistir por um período de tempo mais longo ou aparecer tardiamente em alguns doentes. As quantidades terapêuticas de iodeto de sódio [131I] podem temporariamente agravar hipertiroidismo existente. Níveis elevados de radioactividade podem levar a perturbação gastrointestinal, geralmente nas primeiras horas ou dias após a administração. A incidência de distúrbio gastrointestinal pode atingir os 67%. Tal pode ser facilmente evitado ou controlado por meio de tratamento sintomático. Com o tratamento com iodo radioactivo em doses elevadas, o doente pode apresentar tiroidite e traqueíte inflamatória transitória, 1-3 dias depois da administração, com possibilidade de constrição grave da traqueia, especialmente se existe estenose traqueal. Pode ocorrer sialadenite, com tumefacção e dor nas glândulas salivares, perda parcial do sentido do paladar e secura de boca. A incidência varia entre 10% (com precauções) e 60% (sem precauções). A sialadenite é de um modo geral reversível espontaneamente ou com tratamento anti-inflamatório, mas foram ocasionalmente descritos casos dependentes da dose de perda persistente do paladar e secura de boca, seguidas de perda da dentição. A exposição das glândulas salivares à radiação pode ser reduzida estimulando a excreção de saliva com substâncias acídicas. Pode ocorrer uma deficiência transitória da função gonadal masculina após uma dose elevada de iodo radioactivo, ou na presença de metástases pélvicas. APROVADO EM 03-11-2006 INFARMED Níveis elevados de captação de iodo radioactivo administrado a doentes podem ser associados a dor local, desconforto e edema no tecido a captar o radionúclido. No tratamento de carcinomas metastizantes da tiróide com envolvimento do S.N.C., deve ser tida em conta a possibilidade de edema cerebral local e/ou de um edema cerebral existente em crescimento. Consequências tardias Pode ocorrer hipotiroidismo dependente da dose como uma consequência tardia do tratamento com iodo radioactivo do hipertiroidismo. Tal pode manifestar-se semanas ou anos após o tratamento, requerendo medição adequada e atempada da função da tiróide e devida substituição da mesma. A incidência de hipotiroidismo, geralmente não observável antes das 6-12 semanas, após iodo radioactivo, tem sido várias vezes referida como situada entre 2 e 70%. Ocasionalmente, foram observados casos de hipoparatiroidismo transitório após iodo radioactivo; devem ser devidamente monitorizados e tratados com terapêutica de substituição. Como consequência tardia, uma administração única de mais de 5000 MBq ou num intervalo inferior a 6 meses pode mais provavelmente ser associada ao desenvolvimento de depressão da medula óssea reversível ou, em casos muitos raros, irreversível, com trombocitopenia ou eitrocitopenia isolada, que pode ser fatal. É frequentemente observada leucocitose transitória. Estudos epidemiológicos referem uma incidência mais elevada de cancro do estômago em doentes a receber [131I]. Tem sido observada uma incidência aumentada de leucemia após actividades elevadas, tipicamente as usadas no tratamento de doenças malignas da tiróide. Pode também verificar-se um ligeiro aumento das neoplasias da bexiga e mama. PRAZO DE VALIDADE A validade desta cápsula é de 21 dias após a data de fabrico. O prazo de validade é indicado em cada frasco e na embalagem exterior. Precauções especiais de conservação Conservar entre 15 e 25ºC. O armazenamento deve estar em conformidade com a legislação nacional sobre material radioactivo. DATA DA ÚLTIMA REVISÃO DO TEXTO