Brain storm sobre o projeto e o ambiente Síntese da reunião 18.09 Qual o objetivo do projeto? A idéia partiu da visualização de um site inglês que foi organizado em módulos por doeças e apresentava várias entrevistas de pacientes (algumas eram filmadas e outras só gravadas). A partir dessa experiência, surgiu a idéia de criar um site brasileiro que além de explorar as vivências de adoecimento e tratamento dos pacientes também oferecer um espaço para que o professor possa usar em sala de aula (podendo apresentar um caso, um depoimento, etc.), construindo outras oportunidades de aprendizagem e interação. O eixo central da questão está na valorização da fala do paciente, na experiência do adoecimento e do tratamento. Nesse sentido, é preciso pensar não só na base de dados, mas também em formas alternativas de comunicação que podessem oferecer potencial para a experiência de aprendizagem dos alunos a partir desses relatos. Contribuição educacional do projeto Do ponto da inovação educacional, a maior contribuição do projeto é conseguir avançar em relação ao problem-based (aprendizagem baseada em problema) para a questão do experiential-based. As vivências do paciente trazem uma dimensão afetiva da questão. O aluno vai vivenciar o sofrimento, o que é muito diferente do problembased (estruturado e organizado), trazendo outras questões para o profissional médico, não só a dimensão cognitiva, mas afetiva também. Utilidade prática da plataforma “Agora, tem um uso bacana para isso. Por exemplo, a gente na saúde mental que volta e meia tem que ir para uns grotões para fazer formação, PSF, serviço da reforma psiquiátrica... Ter esse dispositivo é uma mão na roda. A gente tem que levar todo o circo para lá e de repente com isso não precisa. (Otávio) “Esse tipo de instrumento, pode ser uma maneira de transmitir valor.” (Otávio) Idéias para a construção do site: 1) Seria um site fechado, que os professores poderão usar nas disciplinas. A idéia é que com o uso, o site vá sendo divulgado e tendo a adesão de outros professores. 2) O site teria como eixo central uma base de informações, formada pelos depoimentos (com vídeos de entrevistas com os pacientes) cujo princípio seria a investigação da experiência do adoencimento e tratamento. A princípio, há três temáticas que devem funcionar no site: câncer de mama, ouvidores de vozes e, provavelmente, o terceiro seria de pacientes transplantados de câncer de rins. Além disso, haveria várias outras atividades didáticas, construídas para o ensino, relacionadas com a questão, e também atividades que o próprio paciente possa construir. Seriam experiências onde o aluno não só olharia, mas ele vivenciaria isso de diferentes maneiras, como por exemplo: Ferramentas (como blog, fotolog, audiolog) para que o paciente possa de forma ativa dividir suas experiências com o grupo de alunos. “Alguma coisa em que nessa vivência do aluno, o sofrimento do paciente seja uma coisa mais realista, que ele tivesse esse tipo de relação, em que ele pudesse perguntar” (Miriam) Fórum para que os pacientes conversem entre si: “um fórum em que pacientes conversem entre si é algo muito interessante para o aluno assistir” “Eu estava pensando o seguinte: se essas pessoas, que são pessoas que estão mais aquietadas, já tiveram diagnóstico, já tiveram a etapa difícil do tratamento e frequantam o ambulatório e vão admitir participar de uma atividade de ensino e pesquisa e ceder uma entrvista. E se esse banco de pessoas, esse conjunto de pessoas, interagisse através de um forum. Estou pensando, não sei se vai dar em algum lugar, com quem está internado na enfermaria de mastologia, como um banco de pessoas dispostas a responder questões das pessoas que estão vivendo o aqui e agora do problema.” (Alicia) Em relação a isso surgiram algumas questões para refletirmos: Qual o papel do aluno nesse fórum? Só para eles olharem? ou para eles interagirem com os pacientes estáveis? Os alunos poderiam registrar essas interações, de modo que isso possa ficar gravado e o aluno acessar de alguma forma? O aluno também “poderia, com a devida autorização desses pacientes agudos, constituir, digamos assim, um pool de depoimentos e de experiências narradas, que os alunos pudessem acessar off-line, não diretamente... Também seria interessante para o aluno saber o que que é isso: essa vivencia do início, ele receber o diagnóstico, as dúvidas deles que eles vivem” “Ele não estaria entrando em contato direto com o paciente agudo, como poderia entrar com aquele que já está estável, com quem ele poderia estabelecer um diálogo de perguntas e respostas. Ele teria acesso a um depoimento que um de nós poderia ter obtido através de entrevista, e isso estaria disponível no site para que o aluno.” (Otávio) Blogs (ou outras ferramentas) que os professores pudessem criar com os alunos, aonde fossem trazendo questões pedagógicas (Miriam) Oficina de informática com os pacientes – “na questão particular da Psiquiatria, isso ainda pode ser interessante porque frequentemente a assistência está se organizando em torno de oficinas e atividades. Seria uma oficina, digamos de informática, que as pessoas participariam com esse propósito de poder escrever, fazerem seus blogs...” (Otávio). Teria uma função terapeutica e também um ganho social de inclusão desses pacientes. Para a oficina, poderiam ser usadas as ilhas de computadores das enfermarias e, no ambulatórios, os médicos poderiam ceder um computador. O blog não precisaria ser criado por cada paciente, mas por todos os pacientes que forem ao ambulatório. Pacientes dialogando com os aluno também (Luiz) Entrevistas do especialista com o doente - “eu acho que também é uma coisa interessante de as pessoas acompanharem. Como vc faz uma anamnese? Como vc conduz isso na prática? São coisas que as vezes vc faz em um consultório ou em uma sala privada é os alunos não acompanham, não é verdade?” (Miriam) Blogs para os alunos colocarem suas experiências – “para eles terem espaço de voz tb... Ele trazer os casos, ele trazer as vivências.” (Miriam) Sugestões de síntese: - “De repente pode configurar várias etapas. Em dois meses de uma disciplina: o primeiro momento é um momento de vivência, o segundo momento é o momento de ele refletir sobre a vivência. O que é isso para ele, como ele entende isso. O aluno, que ele não é dado esse espaço para ele.” - “a gente tem que construir essa parte que eu chamei vivências... Vivência é uma coisa mais viva ainda do que o próprio depoimento, que é o que está acontecendo naquele momento, que é um pouco tentando reproduzir aquilo que vcs usam, mas no contexto da Internet. Mas aí, por exemplo, uma coisa que me parece genial é que ao mesmo tempo que a gente poderia ter algum depoimento do doente, como é que ele está sentindo entrar ali naquele hospital, passar por um tratamento, iniciar um tratamento receber o diagnóstico. Que eu não sei como seria colocado, se seria ele que entraria, a gente tem que pensar tb. Poder ter uma parte onde os alunos coloquem a sua vivência em relação aos pacientes.” (Miriam) - “os pacientes mais estáveis vão ajudar os mais agudos. Pq eu acho isso de uma solodariedade, transmite valor, os pacientes se sentem mais cidadãos, ajudam uns aos outros, os alunos vão ver solidariedade.” (Alicia)