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Update, Porto Alegre, v. 1, n. 2, p. 117-131, jul./dez. 2014.
O ASSESSOR EXECUTIVO COMO MEDIADOR DAS MÍDIAS DIGITAIS
NAS ORGANIZAÇÕES
Rosângela Gusso 1
Andrea Melissa Grigowski2
Cibele Beirith Figueiredo Freitas 3
RESUMO
A era da globalização e da tecnologia da informação deram origem à mídia digital, que é considerada hoje o meio de
divulgação mais importante, rápido e eficaz para as organizações alcançarem metas de marketing e vendas e
sobreviverem no mercado sócio-político-econômico e institucional. Esse novo ambiente faz com que o assessor
executivo assuma novo perfil no assessoramento às organizações, entendendo as estratégias de marketing,
conhecendo os objetivos da mídia digital e suas principais ferramentas, tornando-se um cogestor de informações para
mediar o relacionamento entre diretorias e profissionais de marketing e auxiliando nas decisões de grandes projetos e
estratégias empresariais. Este artigo visa esclarecer qual a atual função do profissional assessor executivo diante do
mundo digital, que possui qualificação, conhecimento e competência não somente para atividades operacionais,
administrativas e de relacionamento interno, mas também para ser apoio e mediador da comunicação digital nas
organizações. Além disso, esta pesquisa contribuirá também para o marketing digital, ampliando suas possibilidades
de assessoria no mundo empresarial.
Palavras-chave: Assessor Executivo. Mídia Digital. Redes Sociais. Comunicação. Marketing.
ABSTRACT
The times of globalization and information technology have resulted in digital media, which is now considered the
most important, fast and effective means of dissemination for organizations achieve marketing goals and sales and
survive in the social, political, economical and institutional market of today. This new environment makes the
Executive Advisor to assume a new profile in advising organizations, understanding the marketing strategies,
knowing the goals of digital media and its main tools, becoming a supervisor of information to mediate the
relationship between directors and professionals of marketing and assisting in the decisions of large projects and
business strategies. This article aims to clarify the current role of Executive Advisor professional on the digital
world, which has qualification, knowledge and skills not only for operational, administrative and internal relations
activities, but also to support and be a mediator of digital communication in organizations. Furthermore, this research
will contribute to digital marketing, increasing the chances of assistance in the business world.
Keywords: Executive Advisor. Digital Media. Social Networks. Communication. Marketing.
INTRODUÇÃO
Com a era digital presente nas organizações, o profissional Assessor Executivo, além de
suas diversas atribuições e funções, tem o desafio de conhecer e assessorar suas diretorias para o
1
Rosângela Gusso é Graduada em Comunicação Social, com Habilitação em Relações Públicas, pela Universidade de
Caxias do Sul; e possui MBA – Assessoria Executiva, pela Uninter. E-mail: [email protected]
2
Andrea Melissa Grigowski é Secretária Executiva Trilíngue, pela Facinter; Especialista em Marketing e Negócios,
pelo IBPEX; Especialista em Magistério Superior, pelo IBPEX; e orientadora de TCC do Grupo Uninter. E-mail:
[email protected]
3
Cibele Beirith Figueiredo Freitas é Graduada em Letras - Licenciatura Plena em Língua Portuguesa (PUC/RS);
Mestre em Letras (PUC /S); Doutoranda em Letras (PUC/RS). Realizou estágio Doutorado-Sanduíche na
Universidade de Lisboa, em Portugal. Co-orientadora de TCC do Grupo Uninter. E-mail:
[email protected]
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mundo do marketing digital. As atividades de pesquisar, controlar e monitorar postagens e
propagandas das empresas nas diversas mídias (sites, blogs, redes sociais e de relacionamento)
proporcionam informações importantes aos profissionais de marketing e Chief Executive Officer
(CEO) nas grandes decisões estratégicas empresariais. A sigla inglesa de CEO4 significa Diretor
Executivo. CEO é a pessoa com maior autoridade na hierarquia operacional de uma organização
e é o responsável pelas estratégias e pela visão da empresa.
Levy (2011) comenta, em seu artigo, que a mídia digital se caracteriza por uma união de
fatores que foram inseridos na sociedade pela globalização: concorrência acirrada, necessidade
extrema de visibilidade (tornar-se público), relacionamento externo ágil e amplo, marketing de
baixo custo, busca por resultados comerciais rápidos e significativos. Tudo isso aliado à
tecnologia da informação cada vez mais veloz e obrigatória para a sobrevivência das
organizações no mercado sócio-político-econômico e institucional.
No portal da Editora Abril, no Guia do Estudante, o conceito para o profissional
Secretário Executivo está ligado diretamente com a Assessoria Executiva:
é o assessor imediato de diretores e gerentes de uma organização. Ele controla os
arquivos, as informações que chegam via correio, internet, fax ou telefone e cuida da
agenda do chefe, tomando as providências necessárias para que as decisões de seu
superior sejam executadas com rapidez. Gerencia processos administrativos e
financeiros, informações, equipes e comunicações internas e externas, além de dominar
softwares específicos de planejamento de operações, edição de textos e planilhas de
contabilidade. Tem poder de decisão sobre a rotina do departamento ou setor em que
trabalha, fazendo a ponte com as demais áreas da empresa. Como redige documentos, é
importante o domínio da língua portuguesa e de um idioma estrangeiro (2014) 5.
O site do Centro Universitário Internacional (UNINTER) cita o perfil do Assessor
Executivo como:
as novas exigências do mercado globalizado fazem com que o assessor executivo
assuma novo perfil no assessoramento das organizações atuais, tornando-se o cogestor
de informações, de mudanças, do relacionamento interpessoal, de projetos, de
conhecimento e de planejamento (inclusive de sua própria carreira) (2014)6.
4
SIGNIFICADOS. Disponível em: <http://www.significados.com.br/ceo/>. Acesso em: 14 abr. 2014.
E GUIA DO ESTUDANTE. Secretariado Executivo/Secretariado. Disponível em:
<http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/comunicacao-informacao/secretariado-executivo-secretariado687422.shtml>. Acesso em: 23 out. 2014.
6
UNINTER. Curso MBA em Assessoria Executiva. Disponível em: <http://www.uninter.com/posead/curso/mba-emsecretariado-e-assessoria-executiva>. Acesso em: 3 jan. 2014.
5
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Com isso, entende-se que este profissional deverá atender às novas exigências
empresariais, sendo uma delas muito importante: entender as estratégias de marketing e fazer
uma mediação entre sua diretoria e profissionais de comunicação que desenvolvem o marketing
digital. Nesse contexto, este trabalho busca esclarecer a atual função do assessor executivo diante
do mundo digital, e destacar a relevância de este profissional conhecer os objetivos da mídia
digital, sua estrutura e funcionamento, fazendo-se obrigatório um saber mais aprofundado e
técnico da área para oferecer apoio adequado às organizações, com visão crítica e qualificada.
Este artigo aborda, portanto, as informações básicas necessárias ao novo perfil do assessor
executivo em três capítulos: o primeiro apresenta o papel do assessor aliado às novas exigências
de perfil; o segundo demonstra a importância do assessor executivo estar inserido na área da
comunicação digital; e o terceiro contém informações da nova era do marketing, a mídia digital e
social. A conclusão busca atender o objetivo principal deste artigo: comprovar que o profissional
de assessoria executiva possui qualificação, conhecimento e competência para trabalhar como
apoio e mediador na comunicação digital das organizações.
1 ASSESSORIA EXECUTIVA - O NOVO PERFIL DO ASSESSOR EXECUTIVO
As atividades de um secretário estiveram, por muitos anos, ligadas tão somente as
necessidades operacionais das organizações, como esclarece Vieira (2014). Segundo o autor, em
meados de 1960, os chefes deliberavam tarefas à secretária de acordo com o que desejavam e
com o seu jeito e conhecimento restrito. A secretária era uma espécie de escrava e era ordenada a
cumprir tarefas a serem realizadas mecanicamente.
Através do exposto por Levy (2011) na introdução e por Vieira (2014), entende-se que a
globalização trouxe uma evolução das estruturas administrativas organizacionais, e para muitas
empresas, uma evolução radical e quase que obrigatória, pois com a concorrência acirrada e as
fronteiras se tornando cada vez mais próximas, exigiram-se adequações, aperfeiçoamentos e
melhorias da produção (ISO‘s), além de investimentos na qualificação dos profissionais não só
operacionais, mas principalmente dos gestores e administradores das empresas. Uma grande
mudança cultural no mundo dos negócios surgiu e para acompanhá-la, as empresas de médio e
grande porte iniciaram incentivos aos seus empregados na busca de conhecimento técnico e
intelectual. E não somente a alta administração iniciou a atualização do conhecimento científico,
mas também, seus gerentes setoriais, assistentes e secretários. Grandes líderes são reconhecidos
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pelo seu sucesso profissional, mas, com certeza, só chegaram aos excelentes resultados porque
tiverem ótimos assessores e secretários.
Por meio do entendimento dos artigos de Levy (2011) e Vieira (2014), chega-se ao
profissional desta pesquisa, o assessor executivo, que antigamente era um mero secretário
operacional, e que acompanhou o desenvolvimento sócio-econômico mundial, buscou
conhecimento e fortaleceu seu espaço no mercado de trabalho e, hoje, é um propulsor das grandes
conquistas das organizações.
Pelo que expressa Vieira (2014), compreende-se que o assessor executivo é um
profissional polivalente, pois busca aplicar o dinamismo em suas tarefas diárias, e trabalha com
responsabilidade na tomada de decisões junto à alta diretoria. E por acompanhar com
proximidade as decisões dos gestores, seu comportamento deve ser de postura e ética
profissional, usando o bom senso no sigilo das informações estratégicas.
Devido às qualidades e alto conhecimento destes profissionais, muitas organizações já
tratam seus assessores como gestores, preparando-os e incentivando-os a se tornarem gerentes de
diversas áreas como de marketing, recursos humanos, institucionais etc.
Vieira ainda afirma que:
A secretária executiva, como líder, enfrentará grandes desafios. Um deles é nunca
esquecer o que era, pois precisará de todos os seus antigos atributos para acrescentar
esses outros, totalmente direcionado para a administração; para uma desenvoltura
completa de sua nova posição, diante da organização7.
Macedo cita que:
Um secretário executivo, atuando como assessor tem como funções básicas, o
planejamento estratégico, a fim de estabelecer metas e um cronograma adequado,
recepcionar a alta administração, organizar e controlar a agenda, além de redigir textos
empresariais em sua língua de origem e em língua estrangeira, organizar arquivos, dentre
outras funções mais, que permitem ao assessor operar a logística organizacional8.
O assessor executivo deve ter habilidades gerenciais para executar as demandas diárias de
seu CEO e possuir um conhecimento satisfatório do universo no qual sua empresa pertence,
mantendo comunicação e percepção ideal para o alcance das estratégias organizacionais. Vieira
7
LEVY,
Pierre.
A
esfera
pública
do
século
XXI.
2011.
<http://www.moodle.ufba.br/file.php/11/artigo-pierre-levy.pdf>. Acesso em: 3 jan. 2014.
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Disponível
em:
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(2014) descreve que, neste novo cenário gerencial, o assessor executivo passa a ter seu próprio
secretário, e sugere-se não tomar as mesmas atitudes do chefe do passado, ordenando tarefas com
informações e modelos prontos, escolhendo as referências e ditando regras. É preciso produzir
um ambiente de crescimento profissional para ambos, sugerir fontes e caminhos, e deixar o
secretário desenvolver a criatividade e fazer parte do processo do conhecimento empresarial.
Além disso, o assessor executivo deve conhecer todos os passos e conteúdo para desempenhar
seu novo papel de forma independente, e evitar delegar atividades particulares, afinal o secretário
possui muitos afazeres importantes que lhe são incumbidos.
Vieira (2014) ainda comenta vários desafios pessoais e profissionais do novo assessor
executivo líder. Dentre eles, destacam-se os seguintes: “saber conviver com os erros e acertos. Se
a gestora errar, não pensar em desistir e voltar o pensamento de ser uma secretária executiva,
novamente (...). Saber somente administrar estas duas situações - faz parte da qualificação de um
líder.” “Fazer acontecer, não esperar. Que tal implantar um modelo de sistema de informação em
seu departamento? E, se já houver, que tal sugerir alguns implementos para a conservação?”9
Certamente, ser comunicativo e produzir um bom ambiente de relacionamento interno
com seus colegas são fatores relevantes para o sucesso do assessor executivo, profissional que
fará o elo entre diretoria executiva e equipes das diversas áreas. A empresa necessita de toda a
organização trabalhando em sintonia. Assim, a excelência nos resultados será tarefa cumprida e
meta alcançada.
2 ASSESSORIA EXECUTIVA E A COMUNICAÇÃO DIGITAL – UM ELO ESSENCIAL
NAS ORGANIZAÇÕES
Falar sobre comunicação digital na era da tecnologia da informação aos “nativos
digitais”10 é assunto rotineiro e normal, mas quando nos referimos à nova comunicação para uma
geração que viveu durante quase um século com grandes distâncias, metodologias absolutas e
8
MACEDO, Iris Mary Alves. Disponível em: <http://secretariadoceut.blogspot.com.br/2009/07/assessoriaexecutiva.html>. Acesso em: 19 mar. 2014.
9
VIEIRA, Maria Aparecida. A função gerencial da secretária executiva. Disponível em:
<http://www.ucg.br/ucg/prograd/graduacao/home/secao.asp?id_secao=1723&id_unidade=18>. Acesso em: 19 mar.
2014.
10
Expressão retirada da obra Gestão de marketing e comunicação – avanços e apliações, de Mitsuru Higuchi
Yanaze. Para o autor , nativos digitais são os que nasceram na era digital e que perguntam “como era possível viver
sem Google?” (YANAZE, 2011, p. 477).
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técnicas, regras científicas, os “imigrantes digitais”11, torna-se um assunto a ser analisado com
mais seriedade.
Para se relacionar atualmente, as organizações passam a interagir de forma instantânea
com qualquer parte do mundo em apenas alguns segundos, não havendo mais fronteiras e
distâncias para a comunicação.
Yanaze (2011) afirma que:
há também as implantações de plataformas digitais com estruturação de redes e novas
tecnologias de sistemas de informação que promovem uma integração de dados para a
tomada de decisões e elaboração de cenários para a gestão das empresas, consolidando
uma inteligência competitiva no ambiente de negócios. Exemplo o sistema CRM
(gerenciamento de relacionamento com o cliente) (2011, p. 477).
De acordo com Da Costa (2007, p. 167) o CRM (Customer Relationship Management –
gerenciamento do relacionamento com o cliente) é um sistema que se apoia “na tecnologia da
informação para subsidiar as empresas nos processos necessários para implementar o marketing
de relacionamento”, também conhecido como marketing 1-to-1 (um-a-um). Segundo o autor
(2007), o CRM surgiu da necessidade das empresas conseguirem competir no mercado
globalizado e obter a fidelidade dos clientes, forçando as organizações a mudarem suas
estratégias de marketing, para criar diferenciais de acordo com os perfis dos clientes, agregando
valor para atraí-los e retê-los.
O relacionamento com o cliente passa então a ser uma das principais estratégias para as
organizações alcançarem suas metas e obterem sucesso no mercado, e nesse contexto insere-se a
gestão da comunicação e construção de imagem das empresas, com a necessidade de um
profissional que possua o entendimento pleno das estratégias e objetivos de sua diretoria e se
posicione junto ao público externo e digital. Para isso, deve ter facilidade no relacionamento
interpessoal, ampla capacidade de organização e planejamento, e ser comunicativo com os
diversos stakeholders: o assessor executivo e assistente de relacionamento e comunicação digital
em um único profissional.
Conforme Yanaze (2011), a internet é o terceiro veículo de comunicação de maior
alcance, ficando atrás somente da televisão e rádio, sendo fortemente consultada para decisões de
11
Expressão retirada da obra Gestão de marketing e comunicação – avanços e apliações, de Mitsuru Higuchi
Yanaze. Segundo autor, imigrantes digitais eram os que dependiam apenas dos livros e das enciclopédias (como a
Barsa) para elaborar trabalhos acadêmicos no passado e que agora tem que se adaptar aos sites de busca e às
enciclopédias digitais abertas (YANAZE, 2011, p. 477).
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compra e venda. Essa mudança exige dos assessores executivos um entendimento mais
aprofundado das plataformas de comunicação digital, onde o autor cita os modelos web 1.0, 2.0 e
3.0.
Sobre o modelo 1.0, Yanaze (2011) esclarece que são as plataformas clássicas, “um para
muitos”, essenciais à identidade da organização, de onde dissemina fatos através do
desenvolvimento de ações de marketing focados aos públicos de interesse. Como exemplos, estão
os sites, banners, links patrocinados e correio eletrônico. Nesses canais, o objetivo principal deve
ser o de estabelecer relacionamento com seus consumidores, escutando e sendo útil, de modo a
fortalecer o relacionamento empresa e consumidor no meio digital.
Nesse universo, a sugestão para o assessor executivo é acompanhar as análises do gestor
de marketing e buscar informações para repassá-las no desenvolvimento de campanhas de
marketing eletrônico nos diversos canais já citados. Além de interpretar esses canais pelos
relatórios, dados e informação que serão entregues à diretoria, é necessário gerar conhecimento e
definir as estratégias de marketing digital a serem desenvolvidas: quantidade de e-mails
transmitidos, recebidos, exclusões solicitadas pelos consumidores e os retornados com interesse
nas informações e produtos. Analisar, por exemplo, a partir dos retornos, o perfil de consumidor
(renda, escolaridade, região de residência, produto de interesse etc.).
Na web 2.0, Yanaze (2011) define que a comunicação passa a ser de “muitos para
muitos”, com uma velocidade muito além no modelo 1.0. Aqui a quantidade de usuários é maior
e a troca de informações é simultânea nas plataformas digitais de relacionamento e redes sociais.
Nos sites de relacionamento, a disseminação de ideias e informações são eficientes e ágeis, mas
há de se ter cautela, pois o boca a boca digital de mensagens negativas pode derrubar a imagem
de uma organização que levou anos, décadas a ser conquistada.
Para auxiliar e gerir essa nova era de comunicação, tão rápida e eficiente, há empresas de
consultoria de marketing digital que oferecem softwares de leitura, interpretação e gerenciamento
de marcas e imagem das organizações. Esse monitoramento pode vir a ser uma nova atribuição
do assessor executivo. Essas informações unidas à percepção e à visão da diretoria, oferecerão
suporte aos profissionais de marketing na execução de campanhas e produtos. A blogosfera
aparece em evidência nesse ciclo web 2.0, e o assessor executivo, detentor da visão, missão e
valores de sua organização, tem o conhecimento para assessorar sua diretoria na avaliação das
informações úteis que serão enviadas a área de marketing para divulgação no blog corporativo,
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meio de comunicação digital com foco nos stakeholders e formadores de opinião.
Se na web 2.0 a velocidade de transmissão e propagação de informações vai muito além
da web 1.0, na web 3.0 “as velocidades de conexão chegarão ao processamento praticamente
instantâneo (sem delay (demora) em transmissão de vídeo em tempo real e em alta definição, por
exemplo)”, afirma Yanaze (2011, p. 487). O autor cita que essa onda digital já está acontecendo
através do processamento “em nuvem” (cloud computing), onde hardwares e softwares eficientes
estão sendo substituídos pela conexão permanente em alta velocidade.
Um momento de revisão do conceito da política de restrição ao uso da internet surge nas
organizações. Estar conectado à rede torna-se essencial para o desenvolvimento dos trabalhos e
busca por resultados e lucros no ambiente globalizado e competitivo. Yanaze (2011, p. 488)
enfatiza que: “As organizações devem aceitar esse perfil multissegmentado do colaborador
conectado e tirar proveito ao firmar parcerias com outras organizações especializadas em serviço
e comunicação digitais”.
Identifica-se aqui uma característica do novo perfil do assessor executivo que conectado
ao mundo pelas diversas redes (smartphones, tablets, netbooks), possui visão macro da
divulgação de sua empresa nas mídias digitais, analisando, controlando e dando suporte à
diretoria e à equipe do marketing com informações coletadas sobre o que está sendo veiculado e
sobre sua abrangência e repercussão no mercado.
3 MIDIA DIGITAL – CONHECIMENTO NECESSÁRIO AO ASSESSOR EXECUTIVO
Inicia-se esta última seção abordando as diferenças entre mídia e rede social. Segundo
Jacob (2013), mídias sociais são ferramentas criadas com o objetivo de compartilhamento de
conteúdo com os internautas, onde “as pessoas podem interagir disponibilizando seus perfis,
compartilhando opiniões e perspectivas, expondo visões sobre assuntos variados. Essas mídias
englobam fóruns, redes sociais, blogs, podcasts, bookmarks, entre outros”.
E para redes sociais, Jacob (2013) afirma que:
são sites de relacionamento que abrangem o profissional, o pessoal, o comercial, por
exemplo, sendo estruturas sociais formadas tanto por pessoas físicas quanto jurídicas. O
grande objetivo das redes sociais é reunir pessoas com interesses comuns, como é o caso
do Facebook, Orkut e LinkedIn12.
12
JACOB, Cristina. Marketing Eletrônico. Aula 6. MBA em Assessoria Executiva. Uninter. 2013. Disponível em:
<http://ava.grupouninter.com.br/claroline176/claroline/learnPath/navigation/viewer.php>. Acesso em: 18 mar. 2014.
Update, Porto Alegre, v. 1, n. 2, p. 117-131, jul./dez. 2014.
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Resumidamente, Hernandez (2014) complementa ao explicar que Rede Social é o
relacionamento de pessoas através de um grupo de amigos e Mídias Sociais. Para ele, são as
plataformas que utilizamos para nos comunicarmos.
Para De Andrade apud Fiepr (2010, p. 61), rede social:
é uma ‘inteligência social’, que nasce por emergência, uma espécie de swarm
intelligence que começa a brotar espontaneamente quando muitos micromotivos
diferentes são combinados de uma forma que não se pode prever de antemão. Aqui,
também não se pode pretender aplicar uma fórmula, um esquema para produzir esse
‘supercomputador’ que é a rede social.
As mídias digitais passam a ser ferramentas do marketing de rede. De Andrade (2010)
explica que esta modalidade de marketing é inovadora e se contrapõe ao marketing tradicional,
onde através da influência das redes sociais, “o consumidor passa a patrocinador de outro
consumidor que, por sua vez, passará à função de patrocinador dos consumidores que estão na
sequência” (2010, p. 60-61).
Neto apud Kotler (2009) fala que “a mídia digital tem dois papéis nessa história. Ela
exacerbou a disponibilidade e a velocidade de transmissão de notícias tanto para o bem como
para o mal”, cita o exemplo da gripe suína que se alastrou por todo o mundo com rapidez e, nessa
rapidez, também circulou com informações para a cura e precaução da doença. E complementa:
é mais fácil do que nunca circular desinformação e rumores que podem ferir ou iludir
pessoas e empresas. Vivemos em uma era de muita informação e as empresas devem
alocar recursos para detectar e gerenciar os fluxos dela. E, para isso, devem usar a
própria mídia em sua função ‘para o bem’, nesse estado que eu denomino de ‘alerta
vermelho’ permanente (NETO, 2009)13.
Quanto às redes sociais, ainda Neto apud Kotler (2009) afirma que elas desafiam as
práticas de marketing tradicionais, pois as pessoas gastam mais tempo se comunicando por meio
delas do que lendo jornais ou assistindo TV, onde a publicidade era veiculada até pouco tempo
atrás. E dá uma dica aos profissionais de marketing:
então, cabe aos profissionais de Marketing fazer duas coisas. Uma é monitorar as
conversas para descobrir se sua marca é tema de discussão e, se for, quão favorável ou
desfavorável é a conversa. Segundo, as empresas precisam descobrir melhores maneiras
de identificar potenciais clientes com a mídia social (2009).
13
NETO, José Salibi. Philip Kotler fala sobre os novos tempos do Marketing, crise e redes sociais. Revista HSM Management.
Julho e Agosto. 2009. Disponível em: http://www.sobreadministracao.com/philip-kotler-fala-sobre-os-novos-tempos-domarketing-crise-redes-sociais-e-muito-mais/ Acesso em: 14 abr. 2014.
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Nessa dica de Kotler, verifica-se que é importante e necessário o assessor executivo
conhecer a repercussão da publicidade de sua organização veiculada nas redes sociais,
assessorando seu CEO e stakeholders sobre a imagem e oferecendo informações para evitar o
boca a boca venenoso da marca, pois hoje é prciso produzir boa qualidade em troca de dinheiro,
segundo afirma Neto apud Kotler (2009).
A medição do retorno do investimento em mídia social não pode ser realizada através dos
mecanismos tradicionais de avaliação, pois são de “pouca valia”, diz Yanaze (2011, p. 489). O
autor afirma que o gestor de comunicação deve lembrar que as trocas que acontecem em sites são
de natureza social, não econômica, e o objetivo principal é obter “prestígio, sensação de
pertencimento, recompensas emocionais”, contribuindo para que a imagem da marca seja mais
favorável entre os consumidores.
O monitoramento deve acontecer nos diversos ambientes do socialcast14, em “sites de
relacionamento (Facebook, Orkut, MySpace), blogs e microblogs (Twitter), sites de
compartilhamento de conteúdo (Wikis, Fotoblogs, Digg, Delicious), sites de conteúdo audiovisual
(You Tube, Flickr)”, como esclarece Yanaze (2011, p. 490). Instituir métricas (número de
integrantes da comunidade, número de comentários, número de posts, número de menções etc.),
como, por exemplo, avaliar quantas vezes a marca ou produto foi mencionado em determinado
período, em relação ao número total de interações, a partir da seguinte fórmula: número total de
interações mencionando a marca, número total de interações, e número total de menções
(positivas ou negativas) e número nº total de menções (YANAZE, 2011).
O profissional que for atuar na área das mídias sociais deve atentar para algumas dicas
que o portal Marketing Digital 021 apresenta:
1. Gere sempre conteúdo;
2. Mantenha-se sempre antenado às novidades do seu mercado;
3. Crie campanhas que sejam objetivas e que marquem presença na mente
de seus clientes, motivando-os sempre a voltar;
4. Faça promoções;
5. Participe de grupos de discussão sobre produtos e serviços do seu
mercado;
6. Procure sempre linkar o seu site a qualquer conteúdo gerado para as
14
Socialcast é um neologismo que surgiu para descrever as mudanças que as Redes Sociais na Internet introduziram
na maneira como as pessoas se comunicam e interagem (PAGOTTI, 2010).
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127
redes sociais;
7. Evite o plágio;
8. Utilize vídeos para divulgação;
9. Otimize o conteúdo divulgado;
10. Gerencie e monitore de forma constante e permanente (2013).
Para o assessor executivo, os itens 2, 5 e 10 são de supra importância, pois estar atento ao
que é veiculado de sua organização e como o mercado reage, envolver-se com as ideias da
diretoria e stakeholders e monitorar prestando assessoria à equipe de marketing, fará dele um
profissional atualizado e preparado para atuar nas futuras adversidades e exposições de imagem
que sua organização estará envolvida, positiva ou negativamente.
Ainda no portal Marketing Digital 021, há uma pesquisa de Perfil, Comportamento e
Classe Social dos usuários das mídias digitais no Brasil:
28% dos domicílios brasileiros contêm um computador, sendo 95% da classe A, 70% da
classe B e 25% da classe C. Isso mostra que o computador residencial vem invadindo os
lares brasileiros, inclusive na classe C. A previsão de 2012 é que se venda 18 milhões de
computadores. A classe C chegará com força e milhares de jovens e adultos entenderão
em pouco tempo que ter acesso à informação é ter o poder de decidir por si mesmo. Tão
importante quanto conhecer o perfil do consumidor on-line o analista de mídias sociais,
precisa entender como ele se comporta e como ele pensa e age no ambiente virtual 15.
A captação e interpretação das informações da WEB pode ser uma atribuição ao trabalho
dos assessores executivos, principalmente nas pequenas e médias organizações, que não é comum
que exista um número enorme de menções diariamente nas mídias sociais, conforme o e-book do
portal Resultados Digitais, onde “o objetivo mais importante é responder rapidamente às
interações que demandarem resposta e aproveitar as oportunidades de engajamento que a
audiência oferece”. A sugestão é:
condensar as menções e garantir que sejam vistas ao menos uma vez ao dia. Como não
há pessoas exclusivas para esta função e isto não está no dia-a-dia dos gestores, uma
funcionalidade que ajuda bastante é o envio do resumo dessas menções por email 16.
Ou seja, um item muito importante ao perfil deste novo profissional que atua com mídia
digital é: “ter a habilidade de perceber as mudanças pelos quais o mundo está passando e saber
lidar com o comportamento da geração Y” (Marketing Digital 021, 2012), que além do
15
MARKETING DIGITAL 021. Dicas para atuar nas mídias sociais. 2013. Disponível
<http://www.marketingdigital021.com/search/label/M%C3%ADdias%20Sociais>. Acesso em: 14. abr. 2014.
16
Idem.
Update, Porto Alegre, v. 1, n. 2, p. 117-131, jul./dez. 2014.
em:
128
conhecimento técnico e científico gerado por cursos em universidades, é necessário captar
diariamente o que a WEB oferece, pois a internet não é somente um modismo, e sim uma rede de
negócios para a nova geração Y.
4 METODOLOGIA
Conforme a ABNT (2002), o artigo de revisão “parte de uma publicação que resume,
analisa e discute informações já publicadas”. Com isso, buscou-se, entre uma seção e outra deste
artigo, apresentar informações relevantes já publicadas por diversos autores, construindo um
novo pensamento crítico sobre os assuntos abordados e unindo a necessidade de conhecimento de
mídia digital ao novo perfil do assessor executivo.
Este trabalho foi desenvolvido pelo método de revisão bibliográfica através de livros, e de
publicações eletrônicas de mídia digital em diversos blogs e portais de Marketing Digital, além
de sites de autores da área administrativa, uma vez que o tema é novidade e não há muita
bibliografia específica sobre o assunto.
Santos afirma que os artigos:
são geralmente utilizados como publicações em revistas especializadas, seja para
divulgar conhecimentos, seja para comunicar resultados ou novidades a respeito de um
assunto, como ainda, para constatar, refutar ou apresentar outras soluções de uma
situação controvertida (1999, p.41).
Com isso, um artigo científico pode ser conceituado como:
um estudo realizado de maneira resumida sobre uma questão que se fundamenta em
alguma natureza científica. Define-se então como um relatório escrito e publicado que
descreve resultados originais de uma pesquisa. É a publicação válida por excelência e
todas as revistas científicas têm uma seção ampla dedicada a publicar artigos originais.
Pois de fato, os artigos publicados nos periódicos científicos servem ao menos a três
propósitos: a comunicação entre cientistas, a divulgação de resultados de pesquisa e dos
estudos acadêmicos, e o estabelecimento da prioridade científica (MULLER, 1994, p.
309).
O objetivo metodológico desta pesquisa é desenvolver informações diferenciadas sobre o
conhecimento necessário de Mídia Digital ao Assessor Executivo. O tema é pouco abordado
cientificamente em livros da área de assessoria até o momento, mas é de extrema relevância para
o desenvolvimento funcional deste profissional, aprimorando suas atribuições no mundo digital e
globalizado, para proporcionar novas fontes de pesquisa e de busca de conhecimento aos
assessores.
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Esta pesquisa está baseada em conceitos científicos de autores e fontes de conceituados
especialistas da área. Aos estudantes, profissionais e interessados neste tema que desejarem
comprovar o estudo teórico aqui levantado, sugere-se explorar e aprofundar o assunto. Além
disso, recomenda-se realizar uma pesquisa prática e qualitativa com os assessores executivos em
exercício pleno da profissão. Nada mais fiel que a opinião de quem já vivencia e acompanha a
realidade da mídia digital nas organizações, públicas ou privadas.
CONCLUSÕES
Diante do estudo realizado, conclui-se que o profissional Assessor Executivo, desde o
início de sua carreira junto às organizações, sempre possuiu um perfil dinâmico e ágil. Porém,
com a evolução da comunicação na era digital, a diminuição de fronteiras e a rápida
disseminação da propaganda e marketing online, a busca por crescimento e conhecimento técnico
e teórico sobre a nova comunicação tornaram-se itens essenciais para o desempenho de sua
função.
No Brasil, há inúmeras universidades e faculdades de ensino superior com cursos
especializados na área de assessoria executiva, e isso é a prova da conquista deste profissional
por um espaço qualificado no mercado de trabalho. Por ser um profissional polivalente, trabalha
com responsabilidade na tomada de decisões e expressa postura ética no desempenho de suas
funções junto à alta diretoria, além de bom senso e sigilo, que são qualidades do assessor
executivo cada vez mais indispensáveis para as organizações.
Ser um assessor executivo inovador e atualizado na nova era digital traz benefícios: ao
profissional, agrega valor ao seu perfil, promovendo uma assessoria com qualidade e capacitada
para enfrentar as adversidades que a mídia digital poderá trazer; e às organizações e aos seus
diretores executivos proporciona uma assessoria mais completa e eficiente, capaz de acompanhar
as estratégias empresariais e atender aos stakeholders sobre o panorama digital que a empresa
vive, visando sempre o resguardo da imagem da organização.
O novo assessor executivo está conectado ao mundo pelas diversas redes (smartphones,
tablets, netbooks), e tem uma visão macro da divulgação de sua empresa nas mídias digitais. Por
isso, poderá analisar, controlar e dar suporte à equipe do marketing com informações coletadas
do que está sendo veiculado e da sua abrangência e repercussão no mercado.
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Além disso, os profissionais do marketing digital responsáveis pela construção da imagem
da organização, comunicação e sua divulgação nas mídias e redes sociais, ganham os assessores
executivos como parceiros e mediadores, com visão estratégica e qualificada para intermediar o
relacionamento entre os CEO’s e a área do marketing de relacionamento, auxiliando em controles
e informações nas necessidades e expectativas dos CEO’s em relação às ações de marketing
digital.
Os Assessores Executivos da era digital podem ser considerados os novos “olhos” da
organização, com visão macro e micro das mídias sociais, ao público interno, externo, à diretoria
e aos marqueteiros produtores da imagem digital das organizações. E como já foi enfatizado
anteriormente, ter habilidade de percepção das mudanças globais digitais será indispensável para
que o assessor executivo saiba lidar com o comportamento dos diversos públicos digitais, em
especial a geração Y, público foco da geração de negócios da WEB, rede de negócios do futuro
que já é presente em organizações do mundo todo.
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