EXERCÍCIOS DE REVISÃO_2ºtrimestre

Propaganda
EXERCÍCIOS DE REVISÃO – GRAMÁTICA – 2º TRIMESTRE
INTERTEXTUALIDADE E DISCURSO
1- Compare o tipo de relação que o anúncio e o quadro de Duchamp mantêm com a Mona Lisa de Da Vinci.
a) Que tipo de relação a obra de Duchamp estabelece com a de Da Vinci: intertextual ou interdiscursiva? Por quê?
b) O quadro de Duchamp também pode ser considerado uma paródia? Justifique sua resposta.
c) O anúncio publicitário mantém com a obra de Da Vinci uma relação intertextual ou interdiscursiva? Justifique sua resposta.
d) O que essencialmente diferencia o quadro de Duchamp do quadro de Da Vinci?
e) Para você, que sentido tem a “novidade” introduzida por Duchamp: originalidade, inovação criatividade, agressão, destruição,
provocação?
2- Telegrama ao ministro
Era sábado. O presidente e seus assessores sentaram-se em volta da mesa de reuniões. Precisavam encontrar uma
forma de demitir o ministro sem ferir suscetibilidades. Afinal, já era o quarto ministro que o presidente trocava nessa área em
menos de oito meses. Alguém sugeriu em telegrama:
- É a forma mais impessoal, presidente. Assim ninguém fica tão diretamente envolvido.
- Sim, mas com que texto? Eu gosto muito dele. Sou presidente, mas não estou aqui pra magoar ninguém – disse o
presidente.
- Isso é fácil – falou outro assessor. - Basta colocar: VENHA URGENTE BRASÍLIA. SUA DEMISSÃO IMEDIATA.
Todos leram e alguém em volta da mesa, não se sabe ao certo qual dos assessores, comentou:
- Eu acho que não está bom. Afinal de contas vocês sabem que o ministro já está meio estressado com todas essas
denúncias de favorecimento, de repente pode ter um enfarte e o governo fica mal.
[...]
Foi a vez de outro assessor tentar redigir uma forma mais amena que não assustasse o ministro em passeio de fim de
semana. Sentou-se e escreveu: INTERROMPA FIM DE SEMANA IMEDIATAMENTE E VOLTE CORRENDO.
Novamente o
telegrama não foi aprovado. Um dos assessores observou:
- Não sejamos infantis. Se ele está descansando no fim de semana e recebe essa notícia, vai sacar imediatamente que
se trata de demissão. Se por acaso tiver algum jornalista com ele, amanhã mesmo a notícia já esta nos jornais.
- Também concordo – falou preocupado o presidente. Então um assessor mais intelectual aproximou-se. Pegou no bloco
de papel e rabiscou rapidamente: INTERROMPA FIM DE SEMANA IMEDIATAMENTE E VOLTE BEM DEVAGAR PARA
BRASÍLIA. TUDO MAIS OU MENOS BEM NO MINSITÉRIO. Um assessor que até então não tinha se manifestado, declarou:
- Vocês acham que o ministro é bobo? Se estiver escrito tudo mais ou menos bem e que ele pode voltar devagar, ele já
vai adivinhar que todas essas preocupações são para anunciar sua demissão. Nunca vi uma frase tão idiota como “tudo mais ou
menos bem”. Ele não é bobo. Ninguém trabalha anos junto a uma grande empreiteira sendo bobo.
- Concordo plenamente. Ele pode ser descuidado, mas não é bobo - pensou alto o presidente. Mais um assessor,
formado em Letras e Filosofia, resolveu redigir o telegrama: AQUI TUDO ÓTIMO. BRASÍLIA TRANQÜIILA. CLIMA
MAGNÍFICO. VOLTE ASSIM QUE PUDER. SAUDADES. SEMPRE TEU, PRESIDENTE. De todas as formas apresentadas até
então, essa foi a que causou mais revolta.
[...]
Um assessor de mais idade, conhecido em Juiz de Fora pela habilidade com que arbitrava discussões sobre os mais
variados temas, sentou-se, pensou bem, ponderou, molhou a ponta do lápis na língua e caprichou: SE POSSÍVEL VOLTE.
NENHUM MOTIVO PARA APREENSÃO. PRESIDENTE MORTO DE SAUDADES. PEQUENA SURPRESA AO CHEGAR.
- Realmente, esse bate todos os recordes! – disse um jovem assessor muito invejoso. – Em primeiro lugar, não é “se
possível”, ele tem que voltar mesmo. Em segundo lugar, é uma total falta de respeito dizer que o presidente está morto de
saudades. Além de ser mentira. E, finalmente, todo o ministro ligado á área econômica sabe bem o significado da palavra
“surpresa”. Colocar a palavra “surpresa” no telegrama chega a ser um requinte de crueldade.
Abandonaram a idéia rapidamente. Seguiu-se um longo período do silêncio em que os assessores andavam de lá pra cá.
Serviu-se mais um cafezinho. Finalmente o presidente se sentou á mesa e ele mesmo redigiu o telegrama:
APROVEITE BEM O FIM DE SEMANA. AQUI TUDO NA MESMA. TUDO ÓTIMO. NÃO ESQUENTE E DIVIRTA-SE.
(Jô Soares, Veja, 19/5/93).
a)
b)
c)
d)
e)
Qual é a preocupação do presidente ao pedir que redijam o texto?
Na primeira tentativa, um dos assessores se mostra contrário à redação do telegrama. Qual deve ser a opinião dele
acerca da mensagem redigida?
Esse mesmo assessor revela estar mais preocupado com a clareza e a objetividade do texto ou com o contexto
discursivo, ou seja, com o interlocutor e seu estado de saúde?
Qual é a “surpresa” a que se refere o telegrama?
Compare a primeira redação do telegrama com a última: qual a diferença entre elas? O texto é adequado à intenção
comunicativa do presidente e à situação discursiva?
3- As frases abaixo apresentam problemas de coesão textual. Identifique o problema e depois reescreva-as,
tornando-as coesas.
a)
b)
c)
Mais de cinquenta mil pessoas compareceram ao estádio para apoiar o time onde seria disputada a partida final.
Não concordo em nenhuma hipótese com seus argumentos, pois eles vão ao encontro dos meus.
A casa, que ficava em uma região em que fazia bastante frio durante o inverno.
Download