Ética → conjunto de regras e princípios que

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SOCIEDADE UNIFICADA DE ENSINO SUPERIOR E CULTURA
GESTÃO E ÉTICA EMPRESARIAL
LAURINETE TAVARES MARINHO
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GESTÃO E ÉTICA EMPRESARIAL
Gestão Empresarial
Gestão → são atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização.
Gestão organizacional → são atividades coordenadas para dirigir e coordenar um grupo de
pessoas e instalações com responsabilidade, autoridade e relações definidas.
Gestão por Processos → é o enfoque administrativo aplicado por uma organização que visa a
otimização e melhoria da cadeia de processos, desenvolvida para atender necessidades e
expectativas das partes interessadas, assegurando o melhor desempenho possível do sistema
integrado a partir da mínima utilização de recursos e do máximo índice de acertos.
Para gerir a organização, com base na Gestão por Processos, deve-se estar atento às seguintes
variáveis:
a) para que a Organização exista, qual é a sua missão ou negócio;
b) quais são os processos críticos de negócio? Aqueles que mais impactam os negócios e
afetam os clientes;
c) quais os recursos necessários para gerar os produtos que os clientes desejam adquirir;
d) o que de essencial a Organização oferece para os clientes;
e) como gerenciar o fluxo de informação, trabalho ou atividades e produtos, visando
satisfazer os clientes.
Organização → a palavra organização pode ser entendida de duas formas:
a) como uma das macrofunções administrativas, por exemplo: planejamento, organização,
direção e controle;
b) como uma instituição, entidade ou empresa. Neste caso, a organização pode ser definida
como um “grupo de pessoas e instalações com responsabilidade, autoridade e relações
definidas”.
Uma empresa não se define pelo seu nome, estatuto ou produto que faz; ela se define pela sua
missão. A empresa existe quando tem uma definição clara de sua missão, o que torna possíveis,
claros e realistas os objetivos da mesma.
Missão → é a razão da existência da organização e delimita as atividades dentro do espaço que
ela deseja ocupar e fora dele. É a proposta para a qual, ou a razão pela qual, a organização
existe.
Missão implica definir bem negócio, cliente, mercado, tecnologia, tipo de diferenciação, postura
social etc.
Exemplo:
Missão da Ford Brasileira:
Atender às necessidades de transporte de nossos clientes, aprimorando nossos produtos e
serviços, prosperando nossa empresa e proporcionando retorno aos nossos acionistas.
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Características da declaração da Missão:
- é um caminho para se chegar à Visão;
- é uma declaração de identidade e dos fundamentos da empresa;
- deve ser mais prática e operacional do que filosófica;
- define o negócio onde a empresa está;
- estabelece as bases para a definição das metas e objetivos;
- deve ser escrita de forma clara para ser uma efetiva ferramenta de comunicação.
Visão → refere-se ao cenário de futuro que queremos construir para a organização. Posição
que queremos que a empresa ocupe, seja em negócios existentes, seja na nova composição de
negócios.
Ter visão é se preparar para mudança. Isto que dizer:
- ter postura pessoal, profissional e organizacional de se antecipar, prever, inovar e de se
preparar para novas oportunidades e desafios vindouros;
- ter posicionamento positivo para enfrentar dificuldades, riscos, incertezas e ameaças, de forma
proativa;
- antever novos mercados, produtos, parcerias, concorrência.
Por que a Visão é importante?
Pelas seguintes razões:
- reúne as pessoas em torno de um sonho e realizações comuns;
- coordena os esforços e recursos de indivíduos e equipes de forma sinergética (sinergia
significa a contribuição e colaboração de todos para que a organização atinja os seus objetivos
planejados);
- contribui na tomada de decisão, visando a não perder o foco e a direção dos negócios e forma
ética e socialmente responsável;
- constrói a base para o planejamento organizacional;
- torna o comportamento mais perceptível.
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Objetivos e Metas
Os objetivos e metas devem ser:
- claros, explícitos e concisos (precisos);
- mensuráveis e quantificáveis, visando imprimir responsabilidade na busca de resultados;
- coerentes e viáveis;
- em número reduzido para que a empresa tenha foco e não haja desperdício de recursos e
esforços, evitando-se, assim, a dispersão;
- conhecidos e acreditados por todos os envolvidos em sua busca.
Diferença entre Objetivos e Metas
Objetivos podem ser de natureza estratégica ou funcional.
Objetivos estratégicos → são geralmente de longo prazo, estabelecidos pela alta
administração e aplicam-se à empresa como um todo, podendo contribuir ou afetar o
desempenho organizacional.
Objetivos funcionais → também conhecidos como departamentais, são geralmente de médio
ou curto prazos, estabelecidos pela média gerência e podem contribuir ou afetar o desempenho
de setores ou departamentos da empresa.
Longo prazo = a partir de dois anos até cinco anos.
Médio prazo = entre um ano e menos de dois anos.
Curto prazo = entre um mês e um ano.
As Metas são de curto prazo, geralmente de responsabilidade de equipes, ou indivíduos. As
metas também podem ser consideradas como os desdobramentos dos objetivos. Neste caso,
elas auxiliam a busca contínua do alcance dos objetivos.
Ética → conjunto de regras e princípios que definem conduta certa ou errada.
Código de ética → é um documento formal que contém os valores básicos de uma
organização e as regras que seus empregados devem seguir.
Cada organização estabelece um sistema de valores, na forma de conduzir questões específicas
e relativas que envolvam todos os membros que contribuem para o bom desempenho da
empresa: acionistas ou proprietários, empregados, clientes, fornecedores e distribuidores,
concorrentes, governantes e membros da comunidade em que está inserida.
Os códigos de ética contemplam as relações dos empregados entre si e com os demais públicos
da empresa.
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Os códigos de ética não têm a pretensão de solucionar os dilemas éticos da organização, mas
fornecer critérios ou diretrizes para que as pessoas encontrem formas éticas de se conduzir.
Os principais tópicos abordados na maioria dos códigos são: conflitos de interesse, conduta
ilegal, segurança dos ativos da empresa, honestidade nas comunicações dos negócios da
empresa, denúncias, suborno, entretenimento e viagem, propriedade de informação, contratos
governamentais, responsabilidades de cada um, assédio profissional, assédio sexual, uso de
drogas e álcool.
O código de ética, além de possibilitar um trabalho harmonioso, deve também servir como
proteção dos interesses públicos e dos profissionais que contribuem de alguma forma para a
organização.
Algumas organizações enfatizam em seus códigos questões já constantes na legislação do país
em que operam, sendo certo que seu descumprimento implicaria punições já previstas pelas
leis.
Não existe coletividade sem regulação social, sem que algum tipo de poder seja exercido, sem
que normas vigorem e ordenem as condutas sociais, sem que crenças morais sejam cultivadas
de forma coletiva e sem um mínimo de adesão e elas por parte dos agentes esteja assegurado.
Os homens não conseguem viver juntos sem que façam concessões mútuas, sem que adotem
uma forma de doação mútua ou reciprocidade, de modo que o altruísmo sempre se destaca
como condição indispensável.
Ser altruísta significa levar em conta os interesses dos outros, tomar decisões que beneficiem ou
não prejudiquem os outros, agir em prol do bem-estar dos outros.
Os adeptos da ética da responsabilidade defendem que o altruísmo é a preocupação em
produzir efeitos positivos sobre os outros: significa assumir os riscos inerentes a qualquer ação
que afete os outros, como também assumir o compromisso de responder pelas conseqüências
dos atos praticados.
A ética da responsabilidade prega que não basta fazer o bem: a utilidade dos benefícios deve
alcançar o maior número possível de agentes ou, em dadas circunstâncias, o número
objetivamente possível.
Altruísmo extremado → somente o bem comum conta e quando se vive apenas para os
outros - pretende que as ações beneficiem a todos, de forma indiscriminada, e que o agente
individual se dissolva na comunidade. Tal altruísmo é excepcional, praticado por verdadeiros
santos, agentes que se anulam para beneficiar a coletividade, os mais necessitados. O agente
sacrifica os próprios interesses em prol da coletividade.
Altruísmo parcial → - tão bem representado pela moral empresarial da parcialidade -, faz com
que alguns sejam mais iguais do que os outros, coloca o “capital de relações sociais” acima de
tudo e assume uma postura de “exclusivismo corporativo”.
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Quando dada organização, ao procurar defender os próprios interesses, prejudica coletividades
maiores do que ela, o altruísmo parcial demonstra um caráter antiético.
Ex. poluir águas e ares com resíduos não tratados, vender produtos adulterados, sonegar
impostos, adulterar pesos e medidas, piratear comercialmente bens simbólicos (vídeos, fitas,
CDs), falsificar produtos de marca etc.
Altruísmo imparcial → todos os interesses – individuais, corporativos e gerais – são levados
em consideração e se conjugam. Esse tipo de altruísmo descarta tanto a doação irrestrita como
o sacrifício dos interesses particulares.
Exemplos:
● entende que o bem público traz em si o bem de cada um dos membros da sociedade;
● reconhece que, em última análise, os agentes individuais nada são sem sociabilidade;
● adota como ponto de partida a idéia de que, para poder funcionar, as relações sociais supõem
um mínimo de confiança mútua entre os agentes coletivos;
● associa-se às práticas da colaboração, parceria, partilha e reciprocidade.
O contraponto entre ética e moral também passa pela antinomia que se estabelece entre
altruísmo e egoísmo.
Egoísta → sujeito que faz aquilo que lhe convém sem importar-se com os efeitos produzidos
sobre os outros. Opta por alcançar o máximo de proveito para si próprio, ainda que seja em
detrimento dos outros.
A ética e as morais
Morais → conjuntos de regras de comportamentos, códigos de conduta que coletividades
adotam, quer sejam uma nação, uma categoria social, uma comunidade religiosa ou uma
organização qualquer.
As morais são múltiplas e nenhum sistema de normas morais pode pretender obter o selo da
eternidade ou da universalidade.
Nenhuma moral se sustenta pura e exclusivamente pelas virtudes de seu discurso. Há sempre
um embate entre morais diversas, que expressam ideologias variadas e representam interesses
diferenciados, no mais das vezes contraditórios.
Não podemos confundir amoralidade e imoralidade. Amoral é a falta de senso moral.
Vejamos algumas comparações:
É imoral tirar cópias de um livro sem pagamento de direitos autorais.
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É imoral submeter-se a uma prova escolar e colar. Moral é se preparar para fazer uma boa
prova, não desperdiçando dinheiro e tempo seu e de seu professor.
É imoral piratear bens ou adulterar marca, composição, peso ou medida para vender. Moral
seria produzir, respeitando especificações técnicas, utilizando energias e matérias-primas que
não degradem o meio ambiente e satisfaçam as necessidades dos clientes.
É imoral escutar ligações de outras pessoas. Moral seria utilizar o telefone de forma produtiva e
respeitosa.
A questão-chave dos problemas da moralidade repousa no conflito de interesses.
A eficácia de qualquer moral depende dos apoios políticos ou dos agentes que a suportam, bem
como do arsenal de sansões de que as coletividades dispõem para fazer valer seus ditames –
sejam estes dogmas, sejam estes propósitos.
O que quer dizer normas sociais? Pautas de ação que expressam valores; balizas definidas por
uma coletividade qualquer para guiar o comportamento; exigências que tornam obrigatórias as
condutas e operam como fatores de coesão social ou como regras de convivência visando a
coexistência entre interesses contraditórios.
As normas sociais são acatadas por três razões:
- a convicção de que a vida em sociedade requer o respeito às regras de interesse comum (é o
caso das normas morais); essa convicção decorre da socialização ou da reflexão;
- a submissão dos agentes diante da ameaça representada por sanções que a coletividade pode
exercer (é o caso das normas jurídicas);
- a adesão motivada pela necessidade de identificar-se e pertencer à dada coletividade (é o
caso das normas de etiqueta)
Enquanto ética diz respeito à disciplina teórica, ao estudo sistemático, as morais correspondem
às representações imaginárias que dizem aos agentes sociais o que se espera deles, quais
comportamentos são bem-vindos e quais não.
A ética estuda os fenômenos morais e, mais especificamente, as morais históricas, os códigos
de normas que regula as relações e as condutas dos agentes sociais, os discursos normativos
que identificam, em cada coletividade, o que é certo ou errado fazer.
A ética sempre foi uma disciplina filosófica, mas a filosofia já perdeu a exclusividade de seu
exercício.
A ética filosófica tentava estabelecer princípios constantes universalmente válidos para uma boa
conduta da vida em quaisquer sociedades e épocas. Definia o bem moral como o ideal do
melhor agir ou do melhor ser, e procurava fontes da moral nas divindades, na natureza ou no
pensamento racional.
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Em contra-partida, a ética científica constata o relativismo cultural como pedra angular para
tornar inteligíveis os fenômenos morais. Ou seja, qualifica o bem e o mal, assim como a virtude
e o vício a partir de seus fundamentos sociais e históricos; aborda as normas que as
coletividades consideram válidas em julgá-las; investiga e explica a razão de ser da pluralidade,
da dinâmica e da coexistência das morais históricas. Diferente da filosófica que consiste em
“pensar sem provar”.
Não devemos confundir ética com moral, como induzem expressões consagradas como “ética
protestante”, “ética católica”, “ética liberal”, “ética socialista” ou “ética nazista”. Vale mais falar
de moral protestante, moral católica, moral liberal, moral socialista ou moral nazista à medida
que a ética, como teoria, estuda as morais na plenitude de sua natureza histórica. Somente
quando especialistas produzem um estudo sobre as morais, pode-se falar de ética do
protestantismo, ou de ética do socialismo.
Resumindo, ser “ético” significa refletir sobre as escolhas a serem feitas, importar-se com os
outros, procurar fazer o bem aos semelhantes e responder por aquilo que se faz.
Ser “moral” significa agir de acordo com os costumes e observar as normas coletivas.
A ética empresarial ou ética dos negócios significa estudar e tornar inteligível a moral vigente
nas empresas capitalistas contemporâneas e, em particular, a moral predominante em empresas
de uma nacionalidade específica.
Isso porque, o que é válido para a coletividade “A” não o é necessariamente para a coletividade
“B”. Os padrões culturais são extremamente diversificados, relativos e mutáveis.
As organizações organizam seminários, workshops e programas de treinamento em ética para
tentar melhorar o comportamento ético. Observa-se que tal esforço não tem trazido grandes
resultados, uma vez que as pessoas estabelecem o seu conjunto de valores individuais quando
ainda são crianças.
Cada vez mais, a imagem que as empresas gostariam de passar a seus clientes é a de
“empresas éticas”. Na verdade, na maioria das vezes, querem dizer empresas moralmente
inatacáveis, sintonizadas com a mais respeitável moral de seu tempo e afinadas com os
costumes vigentes mais consensuais. Porque empresas éticas seriam aquelas que subordinam
suas atividades e estratégias a uma prévia reflexão ética e que agem de forma socialmente
responsável.
Responsabilidade Social → representa a obrigação da administração de estabelecer
diretrizes, tomar decisões e seguir rumos de ação que são importantes em termos de valores e
objetivos da sociedade.
O grande desafio consiste em saber como coibir atos que só beneficiam interesses restritos,
para não dizer egoísta.
No Brasil, os praticantes de algumas ações sentem-se justificados pela moral do oportunismo,
de caráter egoísta e parasitário, de maneira oficiosa e que desfrutam do respaldo social de um
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pequeno comitê. Têm a consciência da natureza clandestina e ainda operam com discurso de
justificação.
Em determinadas situações há um conluio contra os interesses públicos e há quase sempre um
círculo íntimo que fornece apoio moral oficioso.
Exemplos:
● pagar o médico ou dentista “sem recibo” para usufruir um desconto que a sonegação
do imposto viabiliza;
● subornar um guarda rodoviário para não ter que desembolsar uma multa;
● remunerar um fiscal pela “assessoria” que presta, em troca da regularização de livros
contábeis.
Outra ilustração curiosa desse apoio oficioso é o caso do mercado paralelo do dólar, que recebe
respaldo por parte da moral oficiosa do oportunismo; as cotações do black, ao lado das
cotações oficiais, são divulgadas pela imprensa escrita, pelo rádio e pela televisão, apesar de o
mercado ser clandestino (ilegal) e apesar de este ser imoral (segundo a moral da integridade).
Pessoas também divulgam anúncios de prestação de serviço de preparação de trabalhos
acadêmicos e monografias, muitas vezes, afixados nas instituições de ensino.
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PRÁTICAS EMPRESARIAIS QUESTIONÁVEIS
Os subornos para dirigir licitações públicas
ou os pedágios para obter o pagamento das
respectivas faturas.
Os furtos de matérias-primas, equipamentos
e mercadorias por funcionários.
A sonegação fiscal.
A pirataria de bens simbólicos.
Os danos ao meio ambiente.
O uso de informações privilegiadas.
A espionagem industrial ou econômica.
As propinas para obter contratos
internacionais.
A manufatura de produtos clones.
A contratação de gestores por empresas
concorrentes sequiosas por informações
confidenciais.
Os ataques de hackers.
A falsificação de medicamentos, de
alimentos ou de roupas de grife.
As "gratificações" pagas a juízes, fiscais e
policiais.
A manipulação do valor das ações por
diretores para assumir o controle acionário
das empresas que comandam.
As "doações" para financiar campanhas
eleitorais com suas respectivas
contrapartidas em favorecimentos.
A lavagem de dinheiro proveniente de
operações ilegais.
As fraudes em balanços contábeis.
A exploração do trabalho infantil.
As extorsões sofridas por empresas
em troca das boas graças de autoridades.
A adulteração dos pesos e das medidas dos
bens.
As evasões de divisas.
O tráfico de influência.
O contrabando de armas, softwares e
produtos.
O desfalque em empresas e em fundos de
pensão.
A falsificação de documentos.
As fraudes em aplicações financeiras.
O superfaturamento ou o subfaturamento
O calote em dívidas.
Observa-se um crescimento da preocupação com as questões morais. Alguns tradicionalistas
acreditam que os costumes degeneraram, a permissividade se espraiou e as pessoas deixaram
de ter caráter. Curiosamente, tais afirmativas vêem se repetindo há séculos. Nas economias
monetárias, desvios de conduta sempre ocorreram, motivados por interesses egoístas; mesmo
assim, devemos observar os seguintes aspectos:
● o enfraquecimento do controle social exercido pelas agências ideológicas tradicionais - a
família, a comunidade local, a escola, a igreja;
● vivemos uma transição sociológica que falta projetar e implementar uma nova engenharia
social.
Um conjunto de fatores põe em xeque valores compartilhados e normas morais até então
consensuais:
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● o crescente aumento dos índices da criminalidade;
● o forte declínio da credibilidade pública de aparelhos consagrados como o Parlamento, a
Polícia, o Governo, o Judiciário, as Forças Armadas, a Igreja, a Escola;
● a corrosão da autoridade dos mais velhos, dos políticos, das autoridades públicas, dos
religiosos, dos professores;
● os novos formatos de relacionamento familiar que transcendem a família extensa e a família
nuclear;
● o abalo drástico representado pelo desemprego;
● a sensível falta de oportunidades para os jovens, os idosos, os portadores de deficiência, os
analfabetos e os discriminados de toda sorte;
● o desenfreado obsoletismo das competências técnicas que a Revolução Digital vem
provocando;
● a grande rotatividade que vem ocorrendo nas empresas, reformulando ou esfacelando os
laços de lealdade entre estas e seus funcionários.
Ética da Virtude e Liderança
A empresa é constituída de seres humanos que buscam o bem como ideal, como fim, emanando
daí a dignidade de cada pessoa. O meio para alcançar esse fim são as virtudes. Pela ética
realista, que é uma ética de fins e meios, a empresa só poderá ser ética se as pessoas que a
constituem forem pessoas virtuosas.
As organizações têm a responsabilidade de promover, incentivar e encorajar o comportamento
ético.
A excelência, termo de mais fácil aceitação no mercado, não pode ser conquistada pelas
organizações sem o fundamento da ética empresarial. Esta, por sua vez, apóia-se no esforço de
comportamento de cada integrante, no sentido de manter e elevar os padrões morais de
comportamento da instituição e de toda a sociedade que sabe valorizar a excelência.
Ética da virtude
As virtudes e os vícios caracterizam as pessoas. As virtudes pressupõem valores que auxiliam a
pessoa a alcançar a sua plenitude. Virtudes são valores transformados em ações. Como o modo
de agir é uma conseqüência do modo de ser, a pessoa que se exercita nas virtudes e tem uma
unidade de vida, deixa transparecer em sua atuação profissional os valores que cultiva em sua
vida pessoal.
A ética da virtude ensina que o exercício contínuo de bons hábitos conduz à aquisição da
virtude, mesmo que seja árduo o caminho para conquistá-la. Assim, o atleta que almeja atingir
recordes necessita treinar inúmeras vezes, e por longo tempo, antes de alcançar seu intento.
Na empresa, as pessoas conscientes desse esforço ético têm maior probabilidade de tomar
decisões corretas, sendo certo que, ao tomá-las, estarão crescendo na virtude almejada.
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A virtude ética diz respeito ao caráter. Assim, à medida que cresce o hábito de praticar boas
ações, o caráter da pessoa torna-se mais enriquecido, e ela, mais virtuosa.
Inúmeras virtudes são importantes para o administrador: prudência, justiça, moderação,
liberalidade, ambição, sabedoria, amizade.
As empresas que possuem culturas fortes costumam valorizar virtudes como a fidelidade, justiça
e o sentido do pertencer a algo, o que chamamos vestir a camisa, que promove a lealdade.
Construir uma cultura empresarial demanda tempo, pois é um processo de repetição e
renovação.
Uma cultura empresarial é ética por seus valores, pelas pessoas virtuosas que a integram e
pelos produtos e serviços que oferece à sociedade. Os valores incorporados por seus
colaboradores devem ser exercidos dentro das atribuições de cada um e que acabam sendo
inseridos aos próprios interesses de cada um.
As virtudes dos integrantes de uma organização definem seu clima ético, componente
fundamental da cultura empresarial. A confiança na empresa é depositada pela percepção de:
muita dedicação aos clientes, cooperação com a comunidade, respeito às pessoas, trabalho em
equipe, espírito empreendedor e integridade nos profissionais de todos os níveis hierárquicos.
Liderança ética
Ao dirigir pessoas em uma organização, a liderança revela-se importante e necessária, para
instilar vontades e conseguir o atingimento das metas comuns.
Para que a liderança seja exercida com ética, é necessário conhecer as pessoas a serem
lideradas, saber como e aonde se quer chegar, com que fins e objetivos.
O líder ético faz com que seus colaboradores o sigam com liberdade e bom senso, e não façam
nada por medo.
Ética dos diretores
A ética do comportamento dos diretores é fundamental, pois eles são exemplos para os demais
empregados da organização. Sua conduta e estilo tendem a ser copiados, servem de referência
e solidificam a cultura da organização.
Os objetivos da empresa normalmente implicam desafios, de modo que o estilo dos diretores
pode orientar os empregados no sentido do compromisso assumido e o emprenho para cumprilo.
imagem ética dos diretores molda-se na mente dos empregados por aquilo que é visível: forma
de falar, de ponderar com objetividade, profissionalismo e respeito às pessoas, de decidir, de
relacionar-se sempre com boas maneiras e transparência.
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Na liderança como serviço, é fundamental respeitar e querer bem aos demais, servindo-os,
ajudando-os, e procurando que melhorem em seu trabalho.
O líder que trabalha pelo bem de todos, que faz com que os outros se desenvolvam
humanamente e que procura fazer as coisas bem, conquista a confiança de seus seguidores.
Quando os liderados compreenderem a capacidade de serviços do líder, este terá iniciado a
tarefa de formar novos líderes.
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‘Referências Bibliográfica
1. ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de. Fundamentos de ética empresarial e econômica. São Paulo;
Atlas, 2001.
2. DUPAS, Ética e poder na sociedade de informação: de como a autonomia das tecnologias obriga a
rever o mito do progresso. São Paulo: Editora Unesp, 2000.
3. DAFT, Richard L. Teoria e projeto das organizações. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
4 . MOTTA, Fernando C. Prestes, CALDAS, Miguel P. Cultura organizacioal e cultura
brasileira, São Paulo: Atlas, 1997.
5. ROBBINS, Stephen, P. Comportamento organizacional. 8. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 1999.
6. - - - - - - . Administração mudanças e perspectivas. Rio de Janeiro: Saraiva, 2000.
CÓDIGO DE ÉTICA DO ADMINISTRADOR
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