MAURO DA SILVA TOSTA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PRODUÇÃO E NA QUALIDADE DE FRUTOS DE MARACUJAZEIRO ‘AMARELO’ MOSSORÓ – RN 2009 MAURO DA SILVA TOSTA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA PRODUÇÃO E NA QUALIDADE DE FRUTOS DE MARACUJAZEIRO ‘AMARELO’ Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do SemiÁrido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Agronomia: Fitotecnia. ORIENTADOR: Prof. Dr. VANDER MENDONÇA MOSSORÓ - RN 2009 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA T716a Tosta, Mauro da Silva. Adubação nitrogenada na produção e na qualidade de frutos de maracujazeiro ‘amarelo’. / Mauro da Silva Tosta. -Mossoró: 2009. 58f.: il. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia: Área de concentração: Agricultura tropical) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Pós-Graduação. Orientador: Prof.º Dr. Sc. Vander Mendonça 1.Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener. 2.Nitrogênio. 3.Uréia. 4. Produtividade. Título. CDD:634.425 Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo CRB-5/1033 Aos meus pais pelo estímulo, amor e bondade Aos meus irmãos e sogros, pelo incentivo Ao meu tio Mousar (in memorian), pelos ensinamentos Aos meus tios, primos e cunhado, com carinho ... que permanecerão esternos em minha vida. Ao meio filho (a) que ainda esta no ventre materno... Dedico A minha esposa, companheirismo, pela apoio força, e amizade, momentos de felicidade; e ao meu orientador, amigo e padrinho pela amizade sincera, incentivo e conselhos valiosos. Ofereço AGRADECIMENTOS A Deus, por guiar e iluminar meus caminhos para superar dificuldades; e por me dar a oportunidade de ser pai. A minha amada esposa, Priscilla, pela amizade, companheirismo, ajuda e compreensão em todas as dificuldades surgidas. Aos meus pais (Maria e Laurêncio), irmãos (Fábio e Joel), sogros (Edílson e Socorro), tios (Mousar “in memorian”, Raulino, Fátima, Olindia, Juracy, Lucélia, Valdir, Varto, Corina, Arnobis, Abadia, José Nunes, Ellen, Antonico Alcântara, Regina, João Rosendo e Carlos Estevan), cunhados (Edílson e Paz Helena), primos (Taciana, Thales, Cristina, Fabiano, Oneida, Lays, Cássio, Juracy, Marli, Marquinhos, Ademir, Izabel, Renato, Alexandre e Henrique) pelo amor e apoio que me da força para vencer todos os obstáculos da vida. Ao meu amigo, padrinho e orientador Vander Mendonça, pela dedicação, amizade, companheirismo e pela paciência em me ensinar. Aos meus amigos Luis Lessi, Diógenes Martins, Ronny Smarsi, Elisangêla Aparecida e Alex pela amizade e ajuda no desenvolvimento da pesquisa. A meus amigos, “Branca”, Django, Reinaldo, Renato, Gleidson, Silvinha, Priscilla, Ylana, Aparecida, Bráulio, Ronialison, Karenina, Jailma, Halen, Tâmara e Daniel, que me apoiaram e ajudaram desde que cheguei em Mossoró. A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) pela oportunidade de adquirir conhecimentos científicos e vivencia acadêmica. Ao CNPq pela bolsa e financiamento para desenvolvimento da pesquisa. A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade Universitária de Cassilândia, pelo apoio para desenvolvimento da pesquisa; principalmente, Silvão, Sérgio, Everton, Prof. Edemir Feliciano e Prof. Gustavo. Aos meus amigos da 1ª turma de Agronomia da UEMS de Cassilândia (“Os Pioneiros”), João , Cleiton, Osmar, Ronaldo, Gustavo, ..., Alanderson e ao Prof. Guilherme Biscaro (UFMS) pelo incentivo para fazer uma pós-graduação. Muito Obrigado! “Quando o amor se torna a nossa principal energia, somos capazes de coisas extraordinárias. Ele é a força que nos faz superar com alegria os mais difíceis obstáculos; é a luz que põe o brilho em nossos olhos.“ (Pe. José Bortolini) BIOGRAFIA MAURO DA SILVA TOSTA, filho de Maria Nunes da Silva e Laurêncio Garcia Tosta, nasceu em 20 de agosto de 1980, em Cassilândia (Região Nordeste de MS). Torcedor do São Paulo. Conclui o Ensino Fundamental e o Médio no “Colégio Estadual de Primeiro e Segundo Grau Marechal Rondon” em 1997, na mesma cidade. No ano seguinte começou a trabalhar em uma grande fazenda na profissão de “vaqueiro”. Mas em 2001, o destino mudou drasticamente, retornou a sua cidade natal, pois havia conseguido ingressar na primeira turma (“Os Pioneiros”) do Curso de Agronomia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul; foram temos dificeis e os alunos fizeram greve, reinvindicando melhorias. Em 2004 chegou nesta Universidade um Professor recém Doutorado da UFLA, Vander Mendonça, que se tornou em pouco tempo o “Pai Acadêmico” e grande amigo; incentivando-o a seguir a carreira acadêmica. Em 2007 ingressou no Programa de Pós-Graduação em Agronomia: Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Rural do Semiárido (UFERSA), na cidade de Mossoró (RN); por ironia do destino tornou-se orientado do mesmo Professor. Após 5 meses, no 47º Congresso Brasileiro de Olericultura (Porto Seguro – BA), conheceu a Estudante de Agronomia da UFERSA, Priscilla de Aquino Freire; após 13 meses uniram-se nos laços do Matrimônio e hoje estão esperando a chegada de um filho(a). Atualmente é aluno de Doutorado da UFERSA, Bolsita da Capes, Vice-Presidente da Associção dos Pós-Graduandos da UFERSA e Revisor das Revistas PAT e AGRARIAN. RESUMO TOSTA, Mauro da Silva. Adubação nitrogenada na produção e na qualidade de frutos de maracujazeiro ‘amarelo’. 2009. 58f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2009. A cultura do maracujazeiro ‘amarelo’ é explorada comercialmente de norte a sul do Brasil, envolvendo regiões tropicais e subtropicais. Seu cultivo encontra-se em fase de expansão em razão das ótimas perspectivas de comercialização. Neste contexto o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da adubação nitrogenada na produção do maracujazeiro amarelo irrigado nas condições de Cassilândia (MS). Foi utilizado um experimento com delineamento em blocos casualizados ao acaso, sendo testadas 5 doses de nitrogênio (0, 80, 160, 240 e 320 kg ha-1), com 4 repetições, espaçadas em 3 m entre linhas e 4 metros entre plantas; cada unidade experimental foi constituída por 6 plantas, sendo 4 plantas a área útil. A condução da cutura foi realizada em forma de espaldeira, conduzido por um fio de arame a 1,8m de altura. A aplicação dos tratamentos foram parcelada em 6 vezes (11/2006 a 05/2007), iniciando 5 meses após o transplantio. A colheita foi realizada de 29/11/2006 a 17/08/2007. O aumento da adubação nitrogenada promoveu uma resposta de comportamento polinomial quadrática para o total de frutos; produção comercial e total; produtividade comercial; espessura da casca; o SST e pH do solo. O aumento das doses de N promoveu uma resposta decrescente para peso médio de frutos comerciáveis; rendimento de polpa e o número de sementes. Não sendo verificado efeito dos tratamentos para total de frutos comerciáveis, peso médio, diâmetro equatorial e comprimento de frutos; pH da polpa. A adubação nitrogenada influencia na produção e a qualidade do maracujazeiro ‘amarelo’, nas condições de Cassilândia (MS), pode ser aplicado de 116 a 173 kg ha-1 de nitrogênio em cobertura. Palavras-chaves: Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener, nitrogênio, uréia, produtividade. ABSTRACT TOSTA, Mauro da Silva. Manuring with nitrogen in the production and in the quality of fruits of yellow passion fruit plant. 2009. 58f. Dissertation (Master's degree in Agronomy: Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró - RN, 2003. The culture of the passion fruit plant-yellow it is explored commercially of north to south of Brazil, involving tropical and subtropical areas. Your cultivation is in expansion phase in reason of the great commercialization perspectives. In this context the objective of the work was to evaluate the effect of the manuring nitrogenada in the production of the yellow passion fruit plant irrigated in the conditions of Cassilandia (MS). The experimental design used was of randomized complete blocks whit 5 doses of nitrogen (0, 80, 160, 240 and 320 kg ha-1), with 4 repetitions, spaced in 3m between lines and 4m among plants; each experimental unit was constituted by 6 plants and 4 plants in the useful area. The conduction in the culture was accomplished in a wire thread to 1,8m of height of the soil. The application of the treatments was parceled out in 6 times (from 11/2006 to 05/2007), beginning 5 months after transplant of the seedlings. The crop was it accomplishes from 29/11/2006 to 17/08/2007. The increase of the manuring with nitrogen promoted an answer of behavior quadratic polinomial for the total of fruits you didn't trade; total of fruits; production commercial, no-commercial and total; commercial and no-commercial productivity; thickness of the peel; and SST. The increase of the doses of N promoted a decreasing answer for medium weight of marketable fruits; pulp revenue; number of seeds; and pH of the soil. Not being verified effect of the treatments for total of marketable fruits, weigh medium, diameter and fruit length; and pH of the pulp. The manuring with nitrogen influences in the production and the quality of the passion fruit plant-yellow, in the conditions of Cassilandia (State of Mato Grosso do Sul - Brazil), it can be applied from 116 to 173 kg ha-1 of nitrogen in covering. Key- words: Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener, nitrogen, urea, productivity. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................19 2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................21 2.1. A CULTURA DO MARACUJAZEIRO......................................................21 2.2. ADUBAÇÃO...............................................................................................23 2.3. ADUBAÇÃO NITROGENADA .................................................................25 2.4. ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MARACUJAZEIRO........................28 3. MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................32 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................36 5. CONCLUSÃO ...................................................................................................46 6. REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................47 1. INTRODUÇÃO A produção mundial de maracujá está concentrada, principalmente, América do Sul, África, Ásia e Oceania. Treze países (Brasil, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, África do Sul, Sri Lanka, Austrália, Nova Guiné, Ilhas Fiji, Havaí, Formosa e Quênia) produzem mais de 85% da produção mundial. Brasil, Equador, Peru e Colômbia produzem o maracujá amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener), principalmente para a agroindústria de suco, nos últimos anos, a concorrência nestes países tem proporcionado redução nos preços (PONCIANO et al., 2006). O Brasil é o principal produtor mundial de maracujá. A evolução desta cultura, no País, foi bastante rápida, uma vez que era plantada inicialmente para uso medicinal, e somente na década de 70, iniciou o cultivo em escala industrial (SOUZA et. al., 2002). De acordo com Souza e Meletti (1997) em 95% da área cultivada com maracujá no Brasil é utilizado o maracujazeiro azedo ou amarelo, enquanto no mundo este percentual é de 90% da área. O crescente consumo “in natura” de maracujazeiro e a agroindústria de sucos impulsionam uma contínua expansão e a técnica dos cultivos elegem sua exploração como atividade rentável (GONDIM, 2000). De acordo com Pociano et al. (2006) em praticamente todas as regiões do País o maracujá apresenta-se em franca expansão, tanto em termos de consumo da fruta fresca quanto de suco; cresceu substancialmente nas últimas duas décadas. Sendo que o suco de maracujá destaca-se como um dos mais importantes, ocupando o segundo lugar na produção nacional, atrás somente do suco de laranja. Assim, o cultivo de maracujá mostra-se bastante atraente, seja para consumo natural ou para processamento em sucos e em ingrediente de outros produtos. Seu cultivo encontra-se em fase de expansão em razão das ótimas perspectivas de comercialização, principalmente por causa dos preços alcançados no mercado de fruta fresca (BRAGA e JUNQUEIRA, 2000). A cultura do maracujazeiro-amarelo é explorada comercialmente de norte a sul do território brasileiro, envolvendo regiões tropicais e subtropicais com condições que favorecem seu bom desenvolvimento. Com esta expansão comercial e os relatos sobre a adubação da cultura ficam pouco caracterizados em função dos estudos que quase não existem, tendo em vista que, esta prática seja de grande importância para pomares de elevada extração e exportação de nutrientes (CARVALHO et al., 2000). O maracujazeiro possui um longo período de safra, de oito a nove meses no Sudeste, de dez a onze no Nordeste e de doze meses no Norte do país, permite um fluxo 19 equilibrado de renda mensal, aumentando o interesse dos agricultores pela cultura, gerando uma expansão do cultivo e, conseqüentemente, uma intensa demanda por informações técnicas, desde a produção de mudas a produção de frutos (MELETTI et al., 2002). Além de ser uma cultura com rápido retorno do capital investido, podendo iniciar a produção em até seis meses após o plantio, desde que sejam empregadas técnicas de condução, onde engloba desde a seleção das sementes para formação de mudas até a colheita, envolvendo adubações, tipo de condução da planta, controle de pragas, doenças, irrigação, polinização, critérios de colheita e pós-colheita (MELETTI, 1994; SANTOS, 1999; SOUSA et al., 2003; ARAÚJO NETO et al., 2005; RODRIGUES, 2007). A obtenção de mudas de boa qualidade genética, fisiológica e sanitária (SILVA, et al., 2001), a escolha de bons genótipos, o manejo cultural, o manejo fitossanitário e a adubação equilibrada, podem superar alguns fatores responsáveis pelo insucesso no cultivo do maracujazeiro, como o pequeno rendimento e baixa qualidade de frutos. Sobre a adubação do maracujazeiro existe pouca informação, embora essa prática seja importante para os pomares de elevada extração e exportação de nutrientes, principalmente os instalados em solos arenosos e pouco férteis. Silva (1994), analisando trabalhos de vários autores, observou grande variação das recomendações de nitrogênio, existindo indicação de 30 a 320 g planta-1 ano-1 de N. O nitrogênio é um elemento fundamental para o desenvolvimento de ramos e folhas e é constituinte de aminoácidos, nucleotídeos clorofila e outros. O bom aproveitamento do nitrogênio pela cultura depende muito do potencial hídrico da região e da disponibilidade dos nutrientes no solo. Alguns estudos examinaram a nutrição com nitrogênio (N) em maracujazeiros (AGUIRRE, 1977; BAUMGARTNER et al., 1978; MENZEL et al., 1991). Pesquisas devem ser realizadas para que se encontre a dose adequada de nitrogênio a ser recomendada para a produção do maracujazeiro nas condições de cerrado, principalmente na região sul-matogrossense. Neste sentido o presente trabalho teve por objetivo avaliar a produção e a qualidade de frutos do maracujazeiro “amarelo” sob diferentes doses de nitrogênio no município de Cassilândia – MS. 20 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. A CULTURA DO MARACUJAZEIRO O maracujazeiro pertence à classe Dicotiledônea, a Passiflorales e a família Passifloraceae. Esta família apresenta distribuição tropical e subtropical, sendo que a maioria das espécies do gênero Passiflora ocorre nas áreas mais quentes da América, com algumas espécies na Ásia e Austrália e uma espécie em Madagascar (SILVA e SÃO JOSÉ, 1994). O maracujazeiro adapta-se melhor em regiões com temperaturas médias mensais entre 21°C e 32°C, precipitação pluviométrica anual entre 800 a 1750 mm, baixa umidade relativa, período de brilho solar em torno de 11 horas e ventos moderados (RUGGIERO et al., 1996, MELETTI, 1996). Encontrando no Centro-Norte do Brasil o maior centro de distribuição geográfica, sendo o gênero Passiflora possui cerca de 530 espécies tropicais e subtropicais, das quais 150 são originárias do Brasil (FONTES, 2005). Dessas, apenas 60 produzem frutos com valor comercial (Schultz, 1968). Segundo Souza e Meletti (1997), as espécies mais conhecidas e de maior interesse econômico no Brasil são três: Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener – o maracujá ‘amarelo’ (ou azedo); Passiflora edulis Sims f. edulis – o maracujá roxo e Passiflora alata Dryand – o maracujá doce; destacando-se o maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) por ser mais vigoroso e por adaptar-se bem a diferentes tipos de solo (MELETTI, 1996; SOUZA e MELETTI, 1997); além do fato de sua alta aceitabilidade pelo consumidor. A planta do maracujazeiro apresenta-se como trepadeira herbácea ou lenhosa de grande porte, podendo atingir mais de 10 m de comprimento. O caule, na base, é lenhoso e bastante lignificado, diminuindo o teor de lignina à medida que se aproxima do ápice da planta, podendo apresentar-se com hastes cilíndricas ou quadrangulares, angulosas, suberificadas, glabras ou pilosas dependendo da espécie botânica, no geral apresenta-se como sendo semi-flexível. A partir do caule surgem as gavinhas, folhas, gemas e brácteas (TEIXEIRA, 1994; SILVA e SÃO JOSÉ, 1994). As folhas são simples, alternadas e trilobadas, apresentando os bordos serreados e um aspecto lustroso na face superior. As folhas jovens apresentam-se, geralmente, ovadas (ou ovuladas), sem lobos. Nas axilas de cada folha, além de uma gavinha, existem uma gema florífera e uma vegetativa, a primeira originando uma flor e a segunda, um ramo (PIZZA, 1991). O sistema radicular apresenta uma raiz central pivotante ou axial mais grossa que as demais. O volume da maioria das raízes finas concentra-se num raio de 0,50 m do tronco e na 21 profundidade de 0,30 m a 0,45 m de profundidade no solo (MANICA, 1981; SILVA E SÃO JOSÉ, 1994; SOUZA e MELETTI, 1997). A planta do maracujá tem crescimento vegetativo continuo mediante fluxo de vegetação e ocorrem por um período de floração intensa e indeterminada; sendo que, o inicio da frutificação fica evidenciado pela redução no crescimento vegetativo da planta havendo uma grande drenagem de energia dos órgãos vegetativos para os frutos (QUAGGIO e PIZA JÚNIOR, 1998). No florescimento e na frutificação há necessidade de calor, dias longos e umidade no solo. Baixas temperaturas e dias curtos interrompem a produção, definindo uma safra de sete a dez meses por ano (SOUZA e MELETTI, 1997; RIZZI et al., 1998). Em condições de baixa precipitação são necessárias irrigações suplementares (MANICA, 1981). O fotoperíodo é um dos fatores mais importantes, pois em épocas onde a duração do dia é menor que 11 horas não será possível obter florescimento. Entretanto, não é o único fator limitante ao florescimento. Por exemplo, em regiões de altitudes elevadas, mesmo tendo fotoperíodo acima de 11 horas de luz e água, a diferenciação floral ocorre, entretanto, a fecundação é prejudicada pelos ventos frios e pelas temperaturas baixas (SÃO JOSÉ, 1994). O maracujazeiro é reportado como planta que necessita de grandes quantidades de água para um pleno sucesso na produção de frutos. Um período de seca bastante severa ocasiona queda nas folhas e frutos. A falta de umidade no solo pode não somente interferir na produção daquele ciclo, mas também no desenvolvimento e no florescimento dos ramos do próximo ciclo de produção (MENZEL e SIMPSON, 1994). Segundo Ruggiero et al. (1996) a alta de umidade pode determina a queda das folhas e dos frutos na fase inicial de desenvolvimento, e pode causar, na fase final de desenvolvimento, enrugamento em frutos verdes e grandes. Assim uma irrigação regular permite a floração e a frutificação quase continuamente, desde que os outros fatores não sejam limitantes, sendo o requerimento de água elevado quando o fruto se encontra próximo da maturação; o estresse hídrico durante o desenvolvimento do fruto ainda pode levar a decréscimos no peso e no volume de polpa, murcha e, por fim, à queda dos frutos (TEIXEIRA, 1989). O vento é um dos fatores ambientais que pode limitar a produção. Segundo Pizza (1991), o vento influencia as taxas de evapotranspiração e exerce pressão diretamente sobre os cultivos no transcurso de seu desenvolvimento, podendo acarretar sérios riscos para o maracujazeiro, tais como: 1) a velocidade elevada dificulta o crescimento da planta até o fio de arame do sistema de sustentação; 2) quando quente estimula altas taxas de evapotranspiração; 3) carrega partículas do solo, que agem abrasivamente nos tecidos da planta, facilitando a entrada de patógenos; 4) promove danos e até a morte dos ramos que estão em contato com o fio de arame pelos constantes movimentos de fricção. 22 O maracujazeiro amarelo é dependente da polinização cruzada realizada por agentes polinizadores para produzir frutos, suas flores devem ser polinizadas por flores de outras plantas da mesma espécie. Assim, há necessidade de polinização artificial na ausência de insetos polinizadores, cujo benefício à frutificação é inquestionável (SOUZA E MELETTI; 1997, MANICA, 1981). Cobert e Willmer (1980) observaram que a abertura das flores do maracujazeiro amarelo é rápida e sincronizada, iniciando-se por volta das 12 horas com a abertura ocorrendo no máximo por volta das 13 horas, permanecendo aberta até à noite. Neste período de abertura, ocorre a polinização e fecundação dos óvulos e se não forem fecundadas, as flores murcham e caem. Porém, já se observaram flores abertas até as 20 h (RUGGIERO et al., 1996). Para a produção comercial, práticas como a polinização artificial do maracujazeiro devem ser realizadas; pois, a ausência ou pouca presença de agentes responsáveis pela polinização natural, nesse caso as “mamangavas” (Xylocopa sp.), leva a reduções na produtividade do maracujazeiro. Uma polinização bem sucedida deve ser feita entre 13:30 h e 17:30 h, na ausência de chuva ou qualquer umidade nas flores (MELETTI e MAIA, 1999; RUGGIERO et al., 1996). Chuvas intensas e freqüentes reduzem a polinização e as secas prolongadas provocam a queda dos frutos (SOUZA e MELETTI, 1997; RIZZI et al., 1998). A polinização artificial, além de proporcionar um ótimo pegamento das flores, promove o aumento do peso de frutos e ganhos reais na produtividade (RIZZI et al., 1998). Os frutos do maracujazeiro são produzidos em ramos do ano, são do tipo baga com tamanho e forma variados, geralmente ovais ou subglobosos com 6-12 cm de comprimento e 47 cm de diâmetro. A casca do fruto é dura e tem de 3 a 10 mm de espessura (LUCAS, 2002). 2.2. ADUBAÇÃO A adubação é uma prática extremamente importante para qualquer frutífera explorada comercialmente. Com uma adubação adequada e bem equilibrada, o produtor se beneficiará da qualidade dos frutos obtidos, do estado fitossanitário e do vigor das plantas, bem como da produtividade de seu pomar (ABREU et al., 2005). A prática de adubação, além de constituir um fator indispensável para o desenvolvimento das mudas, acelera considerável o crescimento das mesmas, reduzindo os custos de produção. A eficiência das adubações, principalmente daquelas realizadas em cobertura, depende basicamente das doses e fontes dos adubos utilizados, da capacidade de troca catiônica e das características físicas do solo (SGARBI et al., 1999). O aproveitamento dos fertilizantes depende muito do fornecimento e da disponibilidade de água para a planta. 23 O uso de fertilizantes em cultivos com alta extração de nutrientes exige cautela. O suprimento inadequado de nutrientes, seja falta ou excesso, pode provocar restrições ao crescimento das plantas e alterar relações entre biomassa aérea e radicular, bem como promover alterações entre estádios vegetativos e reprodutivos (BALIGAR e FAGERIA, 1997; BUWALDA e GOH, 1982; MARSCHNER, 1998; MENGEL, 1983; PENG et al., 1993). Quanto maior a produtividade, maiores serão as quantidades de fertilizante para suprir as necessidades da cultura. Por outro lado, a quantidade de nutrientes removidos pela planta não deve ser utilizada como critério único de reposição, considerando-se que a lixiviação e as reações que ocorrem quando os fertilizantes são aplicados no solo concorrem para diminuir a disponibilidade de nutrientes para as plantas (SOBRAL, 1998). O consumo de nutriente é proporcional à produção de matéria seca da planta. Para um bom desenvolvimento das plantas é necessário que todos os elementos químicos essenciais estejam em quantidades mínimas. O ferro (Fe), Cobre (Cu), o manganês (Mn), o Boro (B) e o Zinco (Zn) são denominados como micronutrientes. Enquanto o fósforo (P), o cálcio (Ca), o enxofre (S), o potássio (K), o magnésio (Mg) e o nitrogênio (N), são classificados com macronutrientes. Estas denominações estão relacionadas a quantidades aplicadas e não a quantidade necessária para um bom desenvolvimento das plantas, pois na falta qualquer um nutriente o seu desenvolvimento é prejudicado. O ferro e o cobre têm papel importante como componentes de enzimas envolvidas na transferência de elétrons. Enquanto o manganês ativa várias enzimas nas células vegetais. Em relação ao boro, evidências sugerem que desempenham funções de alongamento celular, síntese de ácidos nucléicos, respostas hormonais e funcionamento de membranas. O zinco pode ser exigido na síntese de clorofila em algumas plantas (TAIZ e ZEIGER, 2004). De acordo com Malavolta et al. (1974), o fósforo tem participação essencial na fotossíntese, respiração, degradação de açúcares e no armazenamento, transferência e utilização de energia para processos vitais da planta, além de participar na divisão celular. Devido a isso, com o aumento da quantidade de fósforo absorvida pelas plantas, ocorre um aumento na atividade metabólica, favorecendo o crescimento destas como um todo. A quantidade de fósforo requerido para o ótimo crescimento das plantas varia conforme a espécie ou órgão analisado variando de 0,1 a 0,5 % da matéria seca (VICHIATO, 1996). Segundo Taiz e Zeiger (2004), o cálcio é utilizado na síntese de novas paredes celulares, em particular da lamela média, que separa células em divisão. O enxofre é encontrado em dois aminoácidos, sendo constituinte de várias coenzimas, além de vitaminas essenciais ao metabolismo, assim como o nitrogênio são constituintes de proteínas. O potássio desempenha um importante papel na regulação do potencial osmótico das células vegetais, ativando muitas enzimas envolvidas na respiração e fotossíntese. O magnésio tem papel específico na ativação de enzimas envolvidas na respiração, fotossíntese e síntese de 24 DNA e RNA. Fisiologicamente, o nitrogênio é o elemento mineral que as plantas exigem em maiores quantidades, servindo como constituinte de muitos componentes da célula vegetal, sua deficiência rapidamente inibe o crescimento vegetal. (TAIZ e ZEIGER, 2004). Embora a atmosfera contenha vastas quantidades de nitrogênio (N2), cerca de 78%, a maioria dos organismos não pode acessar diretamente esse imenso reservatório devido a ligação covalente estável entre dois átomos de nitrogênio que o torna um gás inerte (EPSTEIN e BLOOM, 2006) havendo necessidade do N ser aplicado ao solo para as plantas por meio de fertilizantes minerais, restos orgânicos diversos ou a fixação biológica. Para aumentar a produção, agricultores de todo o mundo aplicam anualmente mais de 80 milhões de toneladas de fertilizantes nitrogenados (MALHEIROS, 2008). Segundo Epstein e Bloom (2006) sua produção e aplicação somam mais da metade da energia consumida na agricultura. 2.3. ADUBAÇÃO NITROGENADA A nutrição exerce papel fundamental no desenvolvimento das plantas, principalmente a adubação nitrogenada (SIQUEIRA et al., 2002). Pois, levando-se em conta os processos fisiológicos das plantas, o nitrogênio comparado aos outros nutrientes, tem maior efeito sobre as taxas de crescimento e absorção de elementos (HUETT e DETTMANN, 1988). Pois faz parte de moléculas de aminoácidos e proteínas, além de ser constituinte de bases nitrogenadas e ácidos nucléicos. Participa, ainda, de processos como absorção iônica, fotossíntese, respiração, multiplicação e diferenciação celular (MALAVOLTA et al., 1989). A quantidade de nitrogênio presente no solo é muito pequena e sua grande maioria esta pouco disponível a absorção pelas plantas. O processo pelo qual o nitrogênio orgânico é convertido em nitrogênio mineral ou inorgânico é denominado mineralização; esta se deve à ação de microrganismos heterotróficos. Na decomposição de compostos orgânicos nitrogenados ocorre a hidrólise de proteínas com a liberação de aminas e aminoácidos, processo este denominado aminação. As aminas e os aminoácidos são utilizados por vários microrganismos heterotróficos, com a conseqüente liberação de amônio (amonificação) (MARCHNER, 1995). Uma parcela do amônio (NH4+) liberada pelo processo da amonificação é convertida a nitrogênio nítrico. A oxidação biológica do amônio a nitrato é conhecida por nitrificação. Por este processo, o NH4+ produzido na amonificação ou adicionado via fertilizante é transformado em nitrato (NO3-). O processo de nitrificação ocorre mais rápido em solos bem aerados, e por liberar o íon hidrogênio (H+), produz acidez no solo. É, também, muito afetado pelas condições ambientais, já que é uma reação que envolve microrganismos (FAQUIN, 1998). A 25 desnitrificação é o processo pelo qual o íon NO3- ao ser transformado em gás nitrogênio (N2) é perdido para a atmosfera. O teor de água no solo é um fator crítico para o processo, pois este ocorre sob anaerobiose. Assim, a compactação do solo intensifica a desnitrificação. A volatilização da amônia é um processo resultante de reações químicas básicas, a partir do amônio produzido na decomposição da matéria orgânica do solo ou a partir dos fertilizantes amoniacais e amídicos aplicados. Este mecanismo de perda de N do solo tem sido considerado como um dos principais responsáveis pela baixa eficiência da fertilização nitrogenada (URQUIAGA et al., 1993). Segundo Scivittaro et al. (2004), a uréia destaca-se entre as fontes comerciais de nitrogênio pela facilidade de acesso no mercado, menor custo por unidade de N, elevada solubilidade e compatibilidade para uso em mistura com outros fertilizantes. O aproveitamento do N proveniente da aplicação da uréia, pode ser maximizado se a água for usada em níveis adequados, o que sugere também que o próprio manejo pode evitar as perdas do fertilizante (KIEHL, 1996). Quando a uréia é aplicada ao solo, ocorre a sua hidrólise a carbonato de amônio. Esta reação é catalisada pela enzima urease. O composto formado na presença de água desdobra-se em amônia (NH3), gás carbônico (CO2) e água, ocorrendo perdas de N por volatilização da amônia. A utilização de fertilizantes, como a uréia, pode condicionar maiores perdas de N, especialmente se aplicado na superfície do solo (DIAS et al., 1996). A incorporação da uréia a alguns centímetros de profundidade reduz acentuadamente a volatilização (MELLO, 1987). A incorporação da uréia ao solo, contudo, além de aumentar os custos da aplicação, nem sempre é possível, como nas aplicações em cobertura, nas pastagens e nos cultivos sob sistema de plantio direto. Esse sistema de plantio, adotado por um número cada vez maior de produtores, tem contribuído para aumentar a quantidade de uréia aplicada à superfície. Ainda ocorre um agravante, a presença de resíduos vegetais não decompostos estimula não só o processo de volatilização de amônia, face a maior atividade da urease em solos ricos em matéria orgânica, como a imobilização do N pelos microrganismos que decompõem estes resíduos. A adição de resíduos orgânicos ao solo, promovendo a atividade microbiológica e a produção de urease, acelera a hidrólise da uréia (BEYROUTY et al., 1988). Em um ecossistema agrícola, as perdas de nitrato por lixiviação podem ser grandes (WILD e CAMERON, 1980). Estudos em solos cultivados indicam que a lixiviação do N aplicado na forma de fertilizantes pode ser rápida na forma de nitrato, especialmente em solos arenosos sob irrigação intensiva (ENDELMAN et al., 1974). O íon amônio apresenta menor probabilidade de lixiviação, uma vez que este se liga às cargas negativas do solo, podendo, também, ser imobilizado por microrganismos e, sob condições favoráveis, ser rapidamente convertido à forma nítrica. Ao contrário do amônio, há 26 pouca possibilidade do nitrato ligar-se aos colóides do solo. Assim, a utilização de N nesta forma torna-se mais sujeita à lixiviação (HAYNES, 1986). A forma de nitrogênio absorvido pelas plantas é determinada principalmente pela sua abundância e acessibilidade, o que faz do nitrato e do amônio as formas de nitrogênio mais importante para nutrição das plantas sob condições de cultivo (WIRÉN et al., 1997). O N absorvido pelas raízes é transportado para a parte aérea da planta através dos vasos do xilema (MARSCHNER, 1998). O nitrogênio na planta é inicialmente reduzido à forma amoniacal e combinado nas cadeias orgânicas, formando ácido glutâmico, este por sua vez, incluído em mais de uma centena de diferentes aminoácidos, desses cerca de vinte são usados na formação de proteínas. Estas participam como enzimas, nos processos metabólicos das plantas, tendo assim uma função mais funcional do que estrutural; além disso, o nitrogênio participa da composição da molécula de clorofila (RAIJ, 1991). A forma pela qual o N é transportado depende da forma como foi absorvido. Quase todo 4+ N-NH absorvido é assimilado (incorporado a compostos orgânicos) nos tecidos das raízes e transportado como aminoácidos. O N-NO3- pode ser transportado como tal para a parte aérea, mas isto depende do potencial de redução do nitrato nas raízes. Portanto, N-NO3- e aminoácidos são as principais formas de N no xilema de plantas superiores (MARSCHNER, 1998). O íon NO3-, ao contrário do NH4+, estimula a absorção de cátions e inibe a absorção de ânions, sendo a inibição desses últimos, possivelmente, devido à competição das hidroxilas extrusadas pelas plantas durante a absorção do íon nitrato. Assim, a forma de nitrogênio presente no meio de cultivo exerce um pronunciado efeito sobre o crescimento e a composição química das plantas (HAYNES, 1986). O amônio tem um efeito estimulante no crescimento das plantas, porém se todo o N for fornecido na forma amoniacal pode acarretar danos metabólicos, pois o pH alto do citoplasma desprotona o NH4+, formando a amônia (NH3), que é tóxica. Para neutralizar o efeito desta amônia, a planta a utiliza fazendo compostos nitrogenados e começa a faltar carboidratos, ocorrendo uma desorganização metabólica (MARSCHNER, 1998). A concentração interna do N solúvel (NO3-) em plantas é aumentada em função de uma deficiência de S. A síntese protéica é realizada com base num equilíbrio entre aminoácidos nitrogenados e sulfurosos. Alterações nesse equilíbrio conduzem à menor síntese protéica e, conseqüentemente, ao acúmulo das formas solúveis (DIAS et al., 1996). Plantas supridas, predominantemente, com o íon amônio têm seu crescimento reduzido e apresentam menores teores de Ca, Mg e K, embora a concentração de fósforo (P) e cloro (Cl) sejam maiores do que aquelas verificadas nos tecidos de plantas que adquirem o nitrogênio na forma de nitrato (KIRBY, 1968). Em condições de deficiência de nitrogênio a planta apresenta lento crescimento, com redução do porte, ramos finos, em menor número e com tendência ao crescimento vertical, 27 folhas em menor número, com redução da área foliar, clorose generalizada e queda prematura das folhas (MARSCHNER, 1998; MALAVOLTA et al., 1989; KLIEMANN et al., 1986). Segundo Raij (1991) plantas deficientes em nitrogênio apresentam-se amarelas e com crescimento reduzido, a clorose se desenvolve primeiro nas folhas mais velhas, com as mais novas permanecendo verdes; em casos de deficiência severas, as folhas adquirem coloração marrom e morrem. O fato das folhas mais novas das plantas se conservarem-se verdes, em condições de deficiência de nitrogênio, é um indicativo de mobilidade do nutriente nas plantas; as proteínas são translocadas das folhas deficientes e são reutilizados nas folhas mais novas. Um dos fatores que pode afetar as respostas de plantas à adubação nitrogenada é a acidez, pois em solos ácidos as raízes se desenvolvem pouco e a absorção de nutrientes fica prejudicada. Portanto a calagem tem um efeito pronunciado no aproveitamento de nitrogênio (RAIJ, 1991). O solo funciona como fixador para as raízes e reservatório de nutriente e água para as plantas. A água retirada no solo é o veículo que conduz o nitrogênio e outros nutrientes para ser absorvido pelo sistema radicular da planta, que ocorre a maior absorção dos elementos essenciais para a planta. O sistema radicular do maracujazeiro é superficial e, segundo Urashima e Cereda (1989), em estudo realizado com maracujá, observou que 73% das raízes finas são responsáveis pela nutrição da planta e se encontra à profundidade de 20 cm do solo. Embora o teor de nitrogênio total do solo seja relativamente elevado, somente uma porção muito reduzida deste total se acha na forma inorgânica e, portanto, disponível para as plantas (MARSCHNER, 1998; LOPES, 1989). De acordo com Malavolta (1980), a maior parte do nitrogênio orgânico no solo, aparentemente parece estar ligado à lignina (que é um derivado de carboidrato) como um complexo ligno-protéico. Este mesmo autor acrescenta que nos solos brasileiros o nitrogênio, na sua maior parte, encontra-se em forma orgânica e à fração mineral (nitratos e NH4+) corresponde apenas a uma pequena parte. Raij (1981), afirma que o nitrogênio inorgânico do solo existente em cada instante, é resultado da decomposição da matéria orgânica. 2.4. ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MARACUJAZEIRO A cultura do maracujazeiro necessita de uma alta quantidade de nitrogênio na formação da planta e nos períodos que antecedem a frutificação, faz-se necessário a complementação de outros nutrientes (SANTOS et al., 2006). O nitrogênio é o nutriente mais consumido até o período de frutificação do maracujazeiro, pois o maracujazeiro amarelo possui fluxos alternados de vegetação e de produção. Esse comportamento requer que o pomar esteja em ótimo estado nutricional em todas 28 as fases do processo produtivo, pois desde o início da frutificação há grande demanda por energia na planta e forte drenagem de nutrientes das folhas para os frutos em desenvolvimento, reduzindo, assim, o crescimento vegetativo da planta (MENZEL et al., 1993); requerendo um esquema de adubação que permita a manutenção da cultura em estado nutricional adequado. Entretanto o nitrogênio pode estimular o crescimento vegetativo e inibir o florescimento (MENZEL et al., 1991). As recomendações nutricionais de cultura do maracujazeiro variam de acordo com o solo da região em que se implantou a cultura e de acordo com a produtividade esperada, os fertilizantes devem ser aplicados em um circulo de 0,60 m ao redor do tronco da planta. Sobre a adubação do maracujazeiro existe pouca informação, embora essa prática seja importante para os pomares de elevada extração e exportação de nutrientes, principalmente os instalados em solos arenosos e pouco férteis. De acordo com Baumgartner (1987), Primavesi e Malavolta (1980) os nutrientes mais exigidos pelo maracujazeiro até os 262 dias após plantio, são nessa ordem: N>K>Ca>S>Mg>P>B>Mn>Zn>Cu>Mo, sendo que somente as deficiências de N, S, Ca e Cu mostraram um efeito acentuado no desenvolvimento das plantas do maracujazeiro. Contudo, é importante salientar que o maior aumento na absorção de N, P e Ca ocorre no período da préfrutificação, sendo que o acúmulo de N e de K é mais intenso nos frutos, estabilizando-se no amadurecimento (KLIEMANN et al., 1986). Menzel et al. (1991) também considera o N como o mais importante nutriente no crescimento e desenvolvimento do maracujazeiro. Trabalhando com um híbrido de maracujazeiro amarelo x maracujazeiro roxo em vasos com areia, Menzel et al. (1991) observaram que o suprimento de N teve significativa influência sobre o crescimento vegetativo e reprodutivo da cultura e que o melhor crescimento das plantas foi associado a uma concentração foliar de 45 a 55 g kg-1 de N na matéria seca. Verificaram, ainda, que os teores foliares de N relacionados com o maior número de flores por ramo eram mais elevados que aqueles relacionados com o maior número de nós. Uma redução na concentração de N na solução causou efeitos negativos, em escala crescente, no peso da matéria seca dos ramos, das raízes, das folhas e dos frutos de maracujazeiro ‘amarelo’ em trabalho realizado por Blondeau e Bertin (1980). Confirmando estes resultados, Menzel et al. (1991) verificaram que, tanto o crescimento vegetativo como o reprodutivo, foram drasticamente reduzidos quando do não suprimento ou com suprimentos de N em pequenas doses. Baumgartner et al. (1978) obtiveram resposta positiva ao nitrogênio, fósforo e potássio no primeiro ano de produção; mas no segundo ano de cultivo somente o nitrogênio e fósforo foi observado resposta. Enquanto nos trabalhos de Müller et al. (1977), Colauto et al. (1986), Faria et al. (1987) e Borges et al. (1998), o maracujazeiro não respondeu, em produtividade, à aplicação de NPK no solo. A adubação nitrogenada não influenciou os teores de nitrogênio na folha, diminuiu o de 29 boro e reduziu o pH do solo no segundo ano de cultivo, observado por Borges et al. (2002); em experimento no Município de Cruz das Almas (BA), região do Recôncavo Baiano , cujo clima é subúmido, com temperatura média anual de 24oC, onde a pluviosidade media anual foi de 1197 mm, o solo de cultivo foi um Latossolo Amarelo, Franco Argilo Arenoso. Estes autores não observaram significação estatística (Teste F) para as estimativas dos parâmetros das superfícies de respostas relacionadas às doses crescentes de NPK em maracujazeiro amarelo, verificaram que os maiores produtividades nos tratamentos com 300 kg de N, 80 kg de P2O5 e 300 kg de K2O ha- 1 e 200 kg de N, 80 kg de P2O5 e 100 kg de K2O ha-1. Para Fontes (2005), avaliando a resposta da adubação nitrogenada de forma manual e por fertirrigação no município de Travessão (Campos dos Goytacazes - RJ), quando foi aplicada a adubação nitrogenada manualmente a resposta para a produtividade foi linear crescente, tendo uma produtividade máxima estimada de 15,02 ton ha-1 com a aplicação de 643,9 kg ha-1 de N. Em experimento conduzido em Campos dos Goytacazes, RJ, num solo do tipo Podzólico, desenvolvido a partir de sedimentos terciários, com camada superficial arenosa, horizonte B textural e relevo suave ondulado, que representa bem as condições edafoclimáticas das áreas onde se cultiva o maracujazeiro-amarelo na região Norte Fluminense; avaliou o efeito da adubação nitrogenada, sob diferentes lâminas de irrigação, na produtividade e na qualidade dos frutos do maracujazeiro-amarelo; onde a adubação nitrogenada influencia o número de frutos ha-1 e não influencia o peso médio e outras características qualitativas dos frutos (CARVALHO et al. 2000) Borges et al. (2003) em experimento realizado no município de Jaíba (Região Norte do Estado de Minas Gerais), com o objetivo de avaliar doses de N e K2O para produção máxima física e econômica, visando a obter altas produtividades e qualidade superior dos frutos de maracujá-amarelo, em um Neossolo Quartzarênico, sob irrigação, foi verificado que o nitrogênio influenciou negativamente no número de frutos para consumo in natura, não interferindo na qualidade dos frutos; recomenda-se, para as condições do estudo, com base na produtividade obtida, 100 kg de N e 200 kg de K2O ha-1 ano-1. A utilização de 78 kg ha-1 de nitrogênio na forma de adubação orgânica (5 kg ha-1 de esterco bovino planta-1, com 1,25% de N da massa seca) do maracujazeiro-doce (Passiflora alata Dryand) promoveu um maior número de frutos e maior produtividade, além de os frutos apresentarem bom rendimento de polpa, baixa acidez e moderados valores de SST no experimento realizado por Damatto Júnior et al. (2005). Este teve por objetivo avaliar os efeitos da adubação orgânica no desenvolvimento, na produção e na qualidade de frutos do maracujazeiro-doce, realizado em Botucatu (SP), em um solo classificado com Nitossolo Vermelho, adotando-se sistema de condução em latada, com espaçamento de 2m entre linhas e 4m entre plantas (8m2 planta-1), proporcionando um estande de 1.250 plantas ha-1. 30 A adubação nitrogenada e as fontes utilizadas (uréia e nitrato de cálcio) não influenciam nas características do fruto e na qualidade do suco de maracujazeiro ‘amarelo’ no experimento realizado por Borges et al. (2006), em Latossolo Amarelo de Tabuleiro Costeiro do Estado da Bahia (Cruz das Almas), em uma população de 2666 plantas ha-1, onde foi testado doses e fontes de nitrogênio em fertirrigação, na produção e qualidade dos frutos. Estes mesmos autores concluiram que a produtividade máxima de frutos, 34,3 ton ha-1, foi obtida com aplicação de 457 kg ha-1 de N, na forma de uréia; em trabalho realizado 31 3. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido em condições de campo em área experimental da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade de Cassilândia, entre abril de 2006 a agosto de 2007. O local possui latitude 19º 05’ S, longitude 51º 56’ W e altitude de 471 m, de acordo com a classificação climática de Köppen, apresenta Clima Tropical Chuvoso (Aw) com verão chuvoso e inverno seco (precipitação de inverno menor que 60 mm), temperatura média de 32º C (SILVA et al., 2008). O solo da área experimental é um Neossolo Quartzarênico (EMBRAPA, 1999). Os resultados da análise química de solo (0-20 cm), realizado pelo laboratório do Instituto Brasileiro de Análises (IBRA AgriSciences) em Campinas (SP), antes da montagem do experimento mostraram os seguintes valores: pH (em CaCl2) 4,7; 9 mmolc dm-3 de Ca (em resina); 3 mmolc dm-3 de Mg (em resina); 5 mmolc dm-3 de Al (em KCl); 22 mmolc dm-3 de H+Al (em tampão SMP); 0,5 mmolc dm-3 de K (em resina); 5 mg kg-1 de P (em resina); 4 mg dm-3 de S (em ác. amônio); 12,6 mmolc dm-3 a soma de bases; 34,8 mmolc dm-3 a C.T.C.; 36% a saturação de bases; 21 mg dm-3 de Fe (em Mehlich); 0,8 mg dm-3 de Zn (em Mehlich); 0,4 mg dm-3 de Cu (em Mehlich); 46 mg dm-3 de Mn (em Mehlich); 0,19 mg dm-3 de B (em água quente); 877 g kg-1 de areia, 20 g kg-1 de silte e 103 g kg-1 de argila. As sementes utilizadas, maracujá amarelo (Lote n° 20196A, da empresa Agristar do Brasil Ltda.), foram adquiridas de uma casa de venda de produtos agropecuários da localidade; as mudas foram produzidas em sacos de polietileno de 0,7 litros de substrato (75% terra de barranco e 25% de esterco bovino curtido), sendo a semeadura realizada em 15 de abril de 2006, foi utilizada duas sementes por recipiente, a profundidade de 1 cm; após a germinação, foi realizado o debaste, deixando a planta mais vigorosa por recipiente, nesta ocasião as plantas estavam com a primeira folha verdadeira totalmente expandida. O transplantio para as covas foi realizado em 24 de junho de 2006, ocasião em que as plantas estavam emitindo as primeiras gavinhas. Antes do preparo das covas foi feita a calagem a lanço, com a finalidade de elevar a saturação por bases a 80%, e incorporado com grade de arrasto 5 meses antes do transplantio. Nesta ocasião foi feito o preparo das covas (0,3 x 0,3 x 0,3 m) com a aplicação de 12 litros de esterco bovino curtido, 380 g cova-1 de superfosfato simples, 50 g cova-1 de cloreto de potássio e 60g cova-1 de calcário (dolomítico). Duas semanas antes do transplantio foi instalado o sistema de irrigação, do tipo localizado por gotejamento, cujas mangueiras gotejadoras possuíam espessura de 200µ e espaçamento de 30 cm entre emissores, foi instalada uma mangueira gotejadora por linha da cultura, aplicando a água de forma suplementar nos períodos de estiagem, mantendo um lâmina semanal de 20 mm. 32 O transplantio foi feito no espaçamento de 4 m entre plantas e 3 m entre linhas (833 plantas ha-1), sendo conduzidas no sistema de espaldeira vertical com um fio de arame esticado horizontalmente, a 1,8 m de altura em relação ao nível do solo. A planta foi conduzida em haste única (ramo primário) e barbante de algodão como guia, até atingir aproximadamente 2m, recebendo poda na altura do arame (1,8 m). Das últimas brotações da haste foram selecionadas duas e conduzidas horizontalmente formando os ramos secundários. Desde surgiram os ramos terciários que cresceram no sentido pendente (vertical) em direção ao solo, formando a conhecida ‘cortina’ de ramos produtivos (Figuras 1 e 2), foram podados com 1,6 de comprimento (0,2 m do solo). Esta formação só foi possível com o direcionamento de forma manual e com uma freqüência semanal dos ramos terciários. Foram realizados os tratos culturais sempre antes das adubações, tais como controle de plantas daninhas químico nas entrelinhas (10 ml de glifosate por litro de água), capina manual na linha de plantio e catação manual de lagartas das folhas (esta foi necessária ser realizada só uma única vez em todo o ciclo, no meio da fase vegetativa, mas com uma pequena incidência da praga). Foi realizadas adubações de formação da copa, aos 30 dias após o transplantio foi aplicado 10g planta-1 de N; aos 60 dias após o transplantio foi aplicado 140g planta-1 P2O5, 15g planta-1 de N e 55g planta-1 de Fritted Trace Elements BR-12 (FTE BR-12), este sendo a fonte de micronutrientes; aos 90 dias foi aplicado 50g planta-1 de N e de K2O. As adubações de produção foram aplicadas a lanço sem incorporação no solo, numa área de 2m de comprimento por 1 metro de largura, nos dois lados da planta, 0,2m a partir do tronco, ficando este no centro do retângulo da adubação. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados completos, com quatro repetições, sendo testadas cinco doses de nitrogênio na produção (0, 80, 160, 240 e 320 kg ha-1), tendo como fonte nitrogenada a uréia (45% de N). Cada unidade experimental foi constituída por seis plantas (24 m lineares) seqüenciais numa linha; tendo como área útil as quatro plantas centrais (16m lineares). A adubação de produção foi iniciada em 22 de novembro de 2006 e a última realizada em 20 de abril de 2007; para o potássio e os tratamentos com nitrogênio foi parcelada em seis vezes; foi aplicado 480 kg ha-1 de K2O (sendo da fonte cloreto de potássio). Em dezembro de 2006 foi aplicado 2,4g planta-1 de boro, tendo como fonte o FTE BR-12. A adubação fosfatada total foi de 140 Kg ha-1 de P2O5 (superfosfato simples como fonte de P), dividida em duas aplicações (dezembro de 2006 e fevereiro de 2007). A colheita foi realiza de 29 de dezembro de 2006 a 17 de agosto de 2007, com intervalo de 3 a 4 dias, sendo coletados os frutos caídos no solo, procedendo se a contagem e pesagem dos mesmos. Foram avaliadas as seguintes variáveis: total de fruto comercial, total de frutos coletados, produção comercial, produção total, produtividade total, produtividade comercial, peso médio de fruto comercial, peso médio de frutos, espessura da casca, rendimento de polpa, 33 número de sementes, peso corrigido de 50 sementes, potencial hidrogeniônico (pH) da polpa, sólidos solúveis totais (SST) e pH do solo. O total de frutos comerciáveis foi feito mediante a contagem de todos os frutos passiveis de comercialização; o total de frutos coletados foi feito mediante a somatória de frutos passiveis e não passiveis de comercialização. A produção comercial foi considerada como peso de todos os frutos comerciáveis planta-1. A soma deste com o peso dos frutos não passíveis de comercialização foram considerados como a produção total. As estimativas de produtividade foram obtidas pela multiplicação da produção por planta pelo número de plantas por hectare (833). A medição do diâmetro longitudinal e transversal dos frutos, bem como a espessura da casca, foram feitas com paquímetro de precisão 1/50. Em seguida foi quantificada a massa total dos frutos e das polpas (suco + semente) em balança digital; o rendimento de polpa (%) foi obtido pela relação entre a massa da polpa e a massa total do fruto. O pH da polpa, espessura da casca, rendimento de polpa e número de sementes foram obtidos com leituras do suco retirado de cinco frutos aleatórios de cada unidade experimental. O pH foi determinado pela leitura direta de amostra do suco em pH-metro digital. As análises e medições descritas anteriormente foram realizadas em todas as colheitas. A leitura de SST foi realizada com o uso de um refratômetro de campo, sendo a primeira leitura realizada as análises após 45 dias da primeira coleta e as conseqüentes com intervalo de 45 dias, o suco foi retirado de 5 frutos aleatórios de cada unidade experimental. O peso das sementes foi realizado com a retirada de uma amostra de sementes de todas as coletas realizadas por unidade experimental, sendo retirada 50 sementes e colocadas para secagem em estufa a 104°C por 24 horas, posteriormente o peso foi corrigido a 13% de umidade, de acordo com a fórmula: PC = Pu*(100 - U1)/(100 - U2) Onde: PC = Peso corrigido; Pu = Peso úmido; U1 = Umidade obtida (%); e U2 = Umidade desejada (%) No inicio de fevereiro de 2007 foi verificado a morte de algumas plantas em reboleira, que progrediu para toda a área experimental (Figuras 3 e 4). Inicialmente as plantas murchavam de forma repentina, posteriormente as plantas morreram, sendo que as folhas e frutos ficam retidos; estes sintomas são relatados por São José et al. (1997) e são característicos da morte prematura. No Laboratório de Fitossanidade da UEMS foi identificado como o agente causal o fungo Fusarium sp. Após serem verificadas os primeiros sintomas, as tesouras de poda utilizadas foram desinfetadas com álcool 70, antes de iniciar as podas na unidade experimental subseqüente. E importante ressaltar que algumas plantas (cerca de 3%), no final do primeiro ano de produção, apresentavam sintomas visuais de plantas sadias, conforme pode ser observado na figura 4. Foram retiradas amostras de solo (0 – 0,2 m) no final da produção. 34 Os dados foram submetidos à análise de variância, sendo aplicada a análise de regressão (GOMES, 2000). As análises foram realizadas pelo programa computacional Sistema para Análise de Variância – SISVAR (FERREIRA, 2000); a dose que proporcionou maior eficiência agronômica, para cada variável analisada, foi calculada com base na derivada da equação de regressão da própria Figura. Figura 1: Início da formação da cortinas. Figura 2: Plantas com cortinas formadas e iniciando a produção. Figura 3: Inicio do ataque na área experimental com Fusarium sp. Figura 4: Plantas mortas (final do experimento). 35 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A adubação nitrogenada aplicada em cobertura promoveu efeito significativo (p<0,05) para a produção comercial, produtividade comercial, peso médio de frutos comerciáveis e pH do solo; enquanto para o total de frutos comerciáveis, peso médio de frutos, diâmetro equatorial do fruto, comprimento do fruto, número de sementes fruto-1 e pH da polpa não foi verificado efeito da adubação nitrogenada, tendo seus valores médios de 106,79 frutos planta-1, 195,15g fruto-1, 8,09cm, 8,81cm, 375,94 sementes fruto-1 e 2,98, respectivamente; para as demais variáveis analisadas foi verificado um efeito altamente significativo (p<0,01), de acordo as tabelas 1 e 2. Tabela 1 - Resumo da análise de variância das variáveis do maracujazeiro ‘amarelo’ em função de diferentes doses de nitrogênio. Cassilândia (MS), 2008 FV GL Tratamento Resíduo CV(%) 4 12 - TFC ¹ 148,18ns 228,85 14,17 TF 897,60** 216,65 9,50 PC 20,23* 4,66 9,44 Quadrado médio PT PdeT 43,99** 30,54** 6,53 4,53 8,47 8,47 PdeC 14,05* 3,24 9,45 PMFC 1853,18* 395,37 9,21 PMF 698,38ns 291,57 8,75 ¹ TFC - total de frutos comerciáveis; TF - total de frutos; PC - produção comercial; PT - produção total; PdeT - produtividade total; PdeCprodutividade comercial; PMFC - peso médio de frutos comerciáveis; PMF - peso médio de frutos. ** - Efeito altamente significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade; * - efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; ns - Efeito não significativo pelo teste F. Tabela 2 - Resumo da análise de variância das variáveis do maracujazeiro ‘amarelo’ em função de diferentes doses de nitrogênio. Cassilândia (MS) 2008. Quadrado médio FV GL Tratamento DEF ¹ CF EC RP NS PCS pH polpa SST 4 0,017ns 0,093ns 0,02** 12,77** 431,12ns 0,016** 0,004ns 19,14** Resíduo 12 0,075 0,089 0,002 2,19 808,26 0,003 0,004 0,224 CV(%) - 3,38 3,38 6,92 3,32 7,56 3,59 2,17 3,67 ¹ DEF - diâmetro equatorial do fruto; CF - comprimento do fruto; EC - espessura da casca; RP - rendimento de polpa; NS - número de sementes; PCS - peso de sementes corrigido; pH polpa – potencial hidrogeniônico da polpa; SST – sólidos solúveis totais. ** - Efeito altamente significativo pelo teste F ao nível de 1% de probabilidade; * - Efeito significativo pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade; ns - Efeito não significativo pelo teste F. Carvalho et al. (2000) também não verificaram um efeito da adubação nitrogenada para o diâmetro equatorial e comprimento do fruto, em seu trabalho estudando o efeito do N e lâminas em irrigação na produção de maracujá ‘amarelo’, tendo como valores médios 6,95 e 7,37 cm, respectivamente. Também observaram um pH de polpa (2,6) inferior ao presente trabalho. Borges et al. (2006) também observaram menores valores para o diâmetro e 36 comprimento do fruto, 6,98 cm e 7,85 cm, respectivamente. Outros autores encontraram um diâmetro médio do fruto menor que o encontrado no presente trabalho, tais como Borges et al. (2003), estes observaram um valor médio de 5,87 cm, não tendo dado uma diferença estatística entre os tratamentos. Embora no presente trabalho não se tenha verificado efeito dos tratamentos para o número de frutos, Borges et al. (2003) verificou que o número de frutos comerciáveis foi influenciado negativamente pelo nitrogênio, ou seja, com o aumento da dose de N aplicada no solo, houve uma diminuição do número de frutos; mesmo o solo apresentando baixo teor de matéria orgânica, fonte de N no solo, e o maracujazeiro absorvendo grande quantidade desse nutriente, não houve resposta ao nitrogênio. O pH observado da polpa (2,98) foi inferior ao encontrado por Damatto Júnior et al. (2005) em maracujazeiro doce e ao observado por Borges et al. (2006), de 3,08, em maracujazeiro ‘amarelo’ em função da adubação nitrogenada; mas, semelhante ao encontrado por Oliveira et al. (1982), que determinaram pH de 3,0 para frutos maduros de maracujá-doce. A resposta do total de frutos com o aumento das doses de N de cobertura foi polinomial quadrática, com ponto máximo estimado de 168,75 frutos planta-1, com a dose máxima estimada 163,54 kg ha-1 de N (Figura 5). Média superior ao encontrado por Damatto Júnior et al. (2005) em experimento, com maracujá doce, avaliando os efeitos da adubação orgânica, onde a dose de 100 kg ha-1 de N promoveu 74,17 frutos planta-1, afirmando que o excesso de nitrogênio estimulou a planta a vegetar do que a produzir, podendo assim ser explicado o comportamento encontrado no presente trabalho. E inferior ao encontrado por Borges et al. (2006), em maracujazeiro ‘amarelo’ sob doses e fontes de nitrogênio em Tabuleiro Costeiro. De acordo com a Figura 6 é verificada uma resposta polinomial quadrática na produção comercial, onde seu máximo valor estimado foi de 24,84 kg planta-1 com a adubação nitrogenada de produção estimada de 125,98 kg ha-1 de N. Este comportamento da curva com o aumento da adubação nitrogenada encontrado pode ser explicado por Gilmore (1983) e Sale (1988), citados por Menzel et al. (1991), onde o excesso de N pode estimular o crescimento vegetativo e inibir o florescimento, assim pode ser explicada a resposta para o total de frutos colhidos por planta; mas, isto não foi demonstrado em nenhum destes autores, possivelmente em virtude das estreitas faixas de suprimento de N. 37 26 169 25 164 24 PC (kg planta-1) TF (unidade planta-1) 174 159 154 23 22 149 21 144 20 139 Y=141,191643**+0,337471**x-0,001033**x² Y=22,793071**+0,032504x-0,000129*x² r²=0,78* 19 r²=0,68* 0 80 160 240 320 Doses de nitrogênio (kg ha-1) 134 0 80 160 240 320 Doses de nitrogênio (kg ha-1) Figura 5 – Efeito da adubação nitrogenada sob o total de frutos (TF) em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008. Figura 6 – Efeito da adubação nitrogenada sob a produção comercial (PC) em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008. Carvalho et al. 2000, em experimento realizado em solo do tipo Podzólico, também observaram uma resposta semelhante ao presente trabalho, polinomial quadrática, para número de frutos, tendo o máximo valor estimado foi de 163,7 frutos planta-1 com a aplicação de 408,33 kg ha-1 de N, com uma lâmina de irrigação anual de 1293 mm. No entanto, para Fontes (2005) o aumento da adubação nitrogenada em maracujazeiro ‘amarelo’ promoveu uma resposta linear crescente no número de frutos quando irrigado manualmente e negativa decrescente quando utilizada a fertirrigação, onde promoveu 68 e 72 frutos planta-1 ano-1, respectivamente. Enquanto, Borges et al. (2003) encontraram influência negativa para o aumento das dosagens de nitrogênio no número de frutos para consumo “in natura”. O aumento da adubação nitrogenada promoveu uma resposta polinomial quadrática com o aumento das dosagens de N para a produção total das plantas, tendo o máximo valor estimado de 32,88 kg planta-1 com a dose 116,19 kg ha-1 de N (Figura 7). Produção muito superior ao encontrado por Damatto Júnior et al. (2005) em maracujazeiro-doce, onde a dose de 100 kg ha-1 de N promoveu 16 kg planta-1. Conforme a Figura 8, o aumento da adubação nitrogenada promoveu uma resposta de uma curva polinomial quadrática para a produtividade total, com um máximo valor estimado de 27,40 ton ha-1, na dose máxima estimada de 116,13 kg ha-1 de N. Produção superior foi observada por Borges et al. (2003), recomendando-se, para as condições de seu estudo e com base na produtividade obtida, 100 kg ha-1 de N. 38 34 28 32 -1 PdeT (ton ha ) PT (kg planta-1) 26 30 28 24 26 22 Y=30,366**+0,043222*x-0,000186**x² r²=0,83** Y=25,305643**+0,036**x-0,000155**x² 24 0 80 160 240 r²=0,83* 320 -1 Doses de nitrogênio (kg ha ) 20 0 80 160 240 320 Doses de nitrogênio (kg ha-1) Figura 7 – Efeito da adubação nitrogenada sob a produção total (PT) em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008. Figura 9 – Efeito da adubação nitrogenada sob a produtividade total (PdeT) em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008. O aumento da adubação nitrogenada promoveu uma resposta polinomial quadrática para a produtividade comercial (Figura 10), tendo seu máximo valor estimado de 20,59 ton ha-1 com a dose máxima de 121,62 kg ha-1 de N. Valor inferior ao encontrada por Borges et al. (2006), onde a aplicação de 457 kg ha-1 foi observado uma produtividade máxima de 34,3 ton ha-1, possivelmente atribuído à utilização de um número maior de plantas ha-1, além de ser a soma da produtividadede dois ciclos de produção consecutivos, o que não ocorreu no presente trabalho. O aumento da população de maracujazeiro ‘amarelo’ aumenta a sua produção, entre uma população de 830 e outra de 1340 plantas ha-1, com maior população (até 3330) ocorre um ligeiro decréscimo de sua produção (ANDRADE JÚNIOR et al., 2003). Borges et al. (2002) encontrou uma produção superior ao presente trabalho, de 22,1 ton ha-1 com 244 kg de N, 72 kg de P2O5 e 285 kg ha-1 de K2O, mas a produtividade deste é a soma de dois ciclos consecutivos. Haag et al. (1973) utilizaram 113 g planta-1 ano-1 de N e obtiveram uma produtividade, muito inferior ao presente trabalho, aproximada de 10 ton ha-1. Em relação ao peso médio de frutos comerciáveis houve uma resposta linear decrescente, onde a ausência da adubação nitrogenada promoveu um valor máximo estimado de 239,48 g fruto-1 (Figura 11). Peso médio esperado, conforme o trabalho realizado por Damatto Júnior et al. (2005), verificando o peso de frutos de maracujá-doce 205,67 ± 48,51g; e superior ao encontrado por Borges et al. (2003), no qual os frutos tiveram peso médio de 90,8g. Nestes, o aumento de N na proporcionou nenhuma resposta no peso médio dos frutos. A mesma resposta foi observada por Carvalho et al. (2000), não verificando nenhuma resposta com a adubação nitrogenada para o peso de frutos, observou um menor peso médio de fruto (161 g fruto-1) inferior; Borges et al. (2006), também não verificou um efeito para o aumento um efeito do aumento da adubação nitrogenada no peso dos frutos, observando um valor médio de 138,7 g fruto-1, possivelmente devido ao fato deste ter utilizado uma população 3,2 vezes maior, em 39 relação ao presente trabalho. Mas, os resultados observados corroboram com Ogliari (2003), cujo peso médio do fruto variou de 139,3 a 182,8. 22 238 21 228 -1 PMFC (g fruto ) -1 PdeC (ton ha ) 20 19 218 208 18 198 17 Y=18,992071**+0,026279**x-0,000108**x² Y=239,4885**-0,147113**x r²=0,79* r²=0,75* 188 16 0 80 160 240 320 0 80 160 240 320 Doses de nitrogênio (kg ha-1) Doses de nitrogênio (kg ha-1) Figura 10 – Efeito da adubação nitrogenada sob a produtividade comercial (PdeC) em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008 Figura 11 – Efeito da adubação nitrogenada sob o peso médio de frutos comerciáveis (PMFC) em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008. De acordo com a Figura 12 é verificado que o aumento da adubação nitrogenada promoveu uma resposta polinomial para a espessura da casca dos frutos, onde o máximo valor estimado foi de 0,75 cm, com a dose máxima estimada de 200,37 kg ha-1 de N. Valor esperado para Lucas (2002) e Melleti et al. (2003), estes últimos encontraram espessura de casca de frutos do maracujazeiro doce que variaram de 7,1 a 11,3 mm. Borges et al. (2003) encontraram valores para espessura da casca semelhante ao presente trabalho; mas, não houve incremente em espessura com o aumento da adubação nitrogenada no maracujazeiro amarelo nas condições de Jaíba (MG). Carvalho et al. (2000) também não verificou resposta para a espessura da casca nas condições de Campos dos Goytacazes (RJ), tendo como valor médio da casca de 6,4 mm. Os valores encontrados, no presente trabalho, se asemelham ao encontrado por Fontes (2005), estudando diferentes doses de N em maracujazeiro. Segundo Oliveira et al. (1988), quanto mais espessa for a casca menor o rendimento em suco; em decorrência deste comportamento tanto a indústria como o mercado de frutas considera a espessura da casca um fator determinante para a classificação do fruto. Como o aumento da adubação nitrogenada promoveu um aumento da espessura da casca o rendimento de polpa decresceu, tendo seu máximo valor estimado de 46,48 % sem a utilização de N (Figura 13). 40 0,8 47 Y=46,4755**-0,012166**x 46 r²=0,74** 0,75 RP (%) EC (cm) 45 0,7 44 43 0,65 Y=0,64374795+0,0074331567x-0,00028138429x^1,5-0,041292328x^0,5 42 r²=0,53** 0 80 160 240 320 Doses de nitrogênio (kg ha-1) 0,6 0 80 160 240 320 Doses de nitrogênio (kg ha-1) Figura 12 - Efeito da adubação nitrogenada de produção em maracujazeiro ‘amarelo’ na espessura da casca em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008. Figura 13 – Efeito da adubação nitrogenada sob o rendimento da polpa em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008. No entanto, Carvalho et al. (2000) não encontraram influência da adubação nitrogenada no rendimento da polpa, verificou-se uma concentração média de 35,6% de suco, 58,9% de casca. Enquanto para Fontes (2005) a porcentagem de suco não foi influenciada pelo sistema de aplicação e pelas doses de nitrogênio. Neste contexto, uma alternativa para aumentar a concentração de suco é a polinização; segundo Carvalho (1998), frutos obtidos de flores polinizadas manualmente contêm um número significativamente maior de sementes, conseqüentemente uma maior quantidade de polpa. Apesar do mercado consumidor de frutos “in natura” dar preferência à aquisição de frutos maiores, é importante salientar a importância da conscientização destes consumidores para as vantagens da aquisição de frutos que apresentem uma melhor relação suco/casca, ou seja, maior teor de suco e menor de casca (FONTES, 2005). Segundo Carvalho et al. (2000), deve-se ressaltar, ainda, que as indústrias classificam os frutos de acordo com suas características físicas, como o peso e o tamanho, deveriam ainda tomar o rendimento em suco como parâmetro para a aquisição destes. O aumento da adubação nitrogenada promoveu um incremento de comportamento polinomial, onde o peso corrigido das sementes aumentou até a dose máxima estimada de 222,40 kg ha-1, tendo o máximo valor máximo estimado foi de 1,36 g, em 50 sementes com peso corrigido a 13% de umidade (Figura 14). Biscaro et al. (2008) observou uma reposta semelhante na produção de girassol irrigado sob doses de nitrogênio em cobertura nas condições de Cassilândia (MS), onde o peso das sementes de girassol aumentaram até certa dose de nitrogênio, após esta ocorreu um decréscimo do peso das sementes. O peso das sementes é o resultado da capacidade da planta de suprir nutrientes até o limite potencial estabelecido para cultura. Geralmente sementes maiores são mais vigorosas, resultando produzem mudas mais 41 vigorosas, conseqüentemente, terão plantas com maior vigor. De acordo com a Figura 15, o aumento da adubação nitrogenada promoveu uma resposta polinomial quadrática, onde a dose máxima estimada de 172,97 kg ha-1 de N promoveu o SST máximo estimado de 15,08% (°Brix); valor semelhante ao encontrado por Sjostrom e Rosa (1978), no Nordeste do Estado da Bahia, estudando variações sazonais na composição química e física do fruto maduro. O SST máximo estimado também se assemelha ao encontrado por Borges et al. (2003), no entanto, para estes autores, não foi verificada uma significância pelo teste F (p<0,10), tendo resposta indiferente para doses de nitrogênio utilizadas. Carvalho et al. (2000) e Borges et al. (2006) também não verificou variação do SST do maracujazeiro ‘amarelo’ com o aumento da adubação nitrogenada, observaram valor médio inferior ao encontrado no presente trabalho, de 13,1% e 14,2%, respectivamente. Contrariando o presente trabalho Haag (1992) alerta que a elevação dos teores foliares de N, com o incremento da adubação nitrogenada, tem pouca influência sobre o ºBrix em frutos de citros. Outros autores também encontraram valores menores para o SST para o maracujá, Ogliari (2003) encontrou em média 13,4%; enquanto Carvalho et al. (1999) obteve o SST variando de 13,3 a 14,4, em trabalho com diferentes doses de potássio e lâminas de irrigação; já Fontes (2005), verificou uma redução nos teores de sólidos solúveis totais à medida que ocorreu incremento na dose de N, tendo sido encontrado o maior valor de SST (13,63) na dose de 50 g planta-1 ano-1 de N. 1,4 15 14 13 ºBRIX (%) -1 -1 PCS (g 50 sementes ) 1,35 1,3 12 11 1,25 Y=1,2334293**+0,000005*x^2-0,0000000000505*x^4 Y=10,055214**+0,058117**x-0,000168**x² 10 r²=0,92** r²=0,91** 1,2 0 80 160 240 320 9 0 Doses de nitrogênio (kg ha-1) 80 160 240 320 Doses de nitrogênio (kg ha-1) Figura 14 – Efeito da adubação nitrogenada sob o peso corrigido de sementes em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008. Figura 15 – Efeito da adubação nitrogenada sob o °BRIX em maracujazeiro ‘amarelo’. Cassilândia (MS), 2008. O valor do SST encontrado neste experimento foi inferior ao encontrado por Damatto Júnior et al. (2005), onde a aplicação de 200 kg ha-1 de N promoveu um 24,8% de ºBrix, no 42 entanto este autor trabalhou com maracujá doce, tendo esta espécie uma característica de ter maior quantidade de sólidos solúveis totais. Neste trabalho doses maiores que o máximo na produtividade promoveu algumas melhorias na qualidade dos frutos, tais como SST e espessura da casca, comportamento não esperado para Malavolta et al. (1989), enquanto ao tamanho do fruto teve o comportamento esperado por este autor. Com o aumento da adubação nitrogenada de produção do maracujazeiro amarelo ocorreu variações químicas no solo. O pH do solo foi decrescendo com o aumento do nitrogênio tendo seu menor valor com a dose máxima utilizada no presente trabalho (Figura 16). Corroborando com Carvalho (1998), este afirma que o excesso de nitrogênio pode provocar variações em características químicas da rizosfera tais como o pH, a condutividade elétrica, a disponibilidade de Al; alterando o metabolismo da planta, reduziu a produção de frutos. Os efeitos depressivos observados quando foram utilizadas doses elevadas de N, podem ter ocorrido em função de algum desequilíbrio nutricional causado pelo excesso do N nas plantas; ou conforme relatam Decarlos Neto et al. (2002), a diminuição do pH do solo pode ter causado este efeito depressivo, através da liberação de H+ produzidos durante o processo de nitrificação da uréia aplicada no solo em cobertura. 5,5 Y2=28,923369**-0,25963332*x0,5 r²=0,46* pH do solo 5,3 5,1 4,9 4,7 0 80 160 240 320 -1 Doses de nitrogênio (kg ha ) Figura 16 – Efeito da adubação nitrogenada de produção em maracujazeiro ‘amarelo’ no pH do solo. Cassilândia (MS), 2008 Marchal e Bourdeaut (1972) e Partridge (1972), citados por Menzel et al. (1993), também encontraram respostas positivas a fertilização com N, conforme o encontrado no presente trabalho. Baumgartner et al. (1978) também comprovaram uma resposta positiva ao N no primeiro ano de produção e no segundo ano de produção. Por outro lado, trabalhos realizados por Faria et al. (1991) e Müller (1977) não observaram respostas do maracujá à fertilização com nitrogênio em cobertura. 43 Ocorreu redução da quantidade de cálcio, magnésio, zinco e manganês, disponível a absorção do sistema radicular das plantas de maracujazeiro, com o aumento da adubação nitrogenada; no entanto quando foi aplicado 160 kg ha-1 de nitrogênio ocorreu uma maior disponibilidade de ferro (Fe) e cobre (Cu), potássio (K) e fósforo (P). A disponibilidade de Fe e Cu aumentou com aplicação da adubação nitrogenada, até a dose de 160 Kg ha-1, posteriormente ocorreu um decréscimo de suas disponibilidades no solo. O aumento da disponibilidade de Fe e Cu é devido a diminuição do pH do solo (INSTITUTO DA POTASSA e FOSFATO, 1998), em virtude do aumento das dosagens aplicadas de nitrogênio. Deficiência de Fe e Cu podem limitar a produção e qualidade de frutos; pois, estes micronutrientes têm papel importante como componente de enzimas envolvidas na transferência de elétrons (TAIZ e ZEIGER, 2004), conforme esboço na tabela 3. A quantidade de K no solo tornou-se maior com o aumento das doses de nitrogênio aplicada até a dose de 160 Kg ha-1 de N, doses maiores promoveram um decréscimo de sua disponibilidade (Tabela 3). A redução da quantidade de potássio no solo pode limitar a produção e qualidade de frutos, pois é o segundo maior macronutriente extraído em quantidade (QUAGGIO e PIZA JÚNIOR, 1998) e esta envolvido diretamente com a fotossíntese (TAIZ e ZEIGER, 2004). O aumento da adubação nitrogenada promoveu uma maior disponibilidade de alumínio (Al3+) no solo, conforme a tabela 3; segundo Malavolta et al. (1989), com o aumento da quantidade de Al3+ pode ocorrer a formação de complexo com fósforo, adsorvendo o fósforo da solução do solo e tornado-o indisponível a absorção de fósforo pela planta. No entanto, nas condições de solo em que foi desenvolvido o experimento, quando foi observada a maior quantidade de Al3+ a disponibilidade de fósforo (P) no solo também foi maior, tendo o mesmo comportamento do K para o aumento das dosagens de N. TABELA 3 – Resultado da análise química do solo (camada 0 – 0,20 m) no final do experimento. Cassilândia (MS), 2008*. Ca Mg Al H+Al K P Na Fe Zn Cu Mn Kg ha-1 de N * --------------------- mmolc kg -1 --------------------- ----------------------------- mg kg -1 ----------------------------- 0 9,00 2,99 3,90 33,80 3,20 68 4,00 22,53 3,37 0,53 60,20 160 7,70 2,20 5,90 33,80 3,49 77 6,00 26,78 2,82 0,62 56,65 320 8,70 2,20 4,40 32,20 3,44 70 6,00 21,98 1,83 0,50 51,97 Análise realizada pelo Laboratório de análise de solo, água e planta da EMPARN (Natal - RN) 44 Assim é observado que a adubação nitrogenada influenciou na quantidade de P disponível a absorção pelas plantas; pois, o NH4+ tem efeitos significativos na disponibilidade e absorção de P; devido à característica de o NH4+ ajudar a manter a condição ácida da solução do solo e diminuir o processo de fixação do P pelo Al3+ e o Fe (INSTITUTO DA POTASSA e FOSFATO, 1998). O aumento da quantidade de P absorvido pela planta ocorre um aumento da atividade metabólica, favorecendo uma maior produção e qualidade de frutos de maracujazeiro ‘amarelo’ (MALAVOLTA et al., 1974). 45 5. CONCLUSÃO A adubação nitrogenada influenciou na produção e na qualidade de frutos do maracujazeiro ‘amarelo’. Pode ser aplicado doses entre 116 a 173 kg ha-1 de N em cobertura, para a melhoria da produção e qualidade dos frutos de maracujazeiro ‘amarelo’, produzidos no município de Cassilândia - MS. 46 6. REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, N.A.A; MENDONÇA, V; FERREIRA, B.G; TEIXEIRA, G.A; SOUZA, H.A; RAMOS, J. D. Crescimento de mudas de pitangueira (Eugenia uniflora L.) em substratos com utilização de superfosfato simples. Ciência e Agrotecnologia,, v.29, n.6, p.1117-1124, 2005. AGUIRRE, A.C.P. Nutrição mineral do maracujá amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa). 1977. 116f. (Tese de Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Piracicaba, 1977. ANDRADE JÚNIOR, V.A.; ARAÚJO NETO, S.E.; RUFINI, J.C.M.; RAMOS, J.D. Produção de maracujazeiro-amarelo sob diferentes densidades de plantio. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.38, n.12, p.1381-1386, 2003. ARAÚJO NETO, S.E.; RAMOS, J.D.; ANDRADE JUNIOR, V.C.A.; RUFINI, J.C.M.; MENDONÇA, V.; OLIVEIRA, T. K. Adensamento, desbaste e análise econômica na produção do maracujazeiro-amarelo. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.27, n.3, p.394398, 2005. BAUMGARTNER, G.; LOURENÇO, R.S.; MALAVOLTA, E. Estudos sobre a nutrição mineral e adubação do maracujazeiro (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.).V. Adubação mineral. Científica, v.6, n.3, p.361-367, 1978. BAUMGARTNER, J.G. Nutrição e adubação. In: Ruggiero, C. (Ed). Maracujá. Ribeirão Preto: Legis Summa, 1987. p.86-96. BALIGAR, V.C.; FAGERIA, N.K. Nutrient use efficiency in acid soils: nutrient management and plant use efficiency. In: Moniz, A. C. (Ed.) Plant-soil interactions at low pH. Campinas: SBCS, 1997. p.75-95. BEYROUTY, C.A.; SOMMERS, E.; NELSON, D.W. Ammonia volatization from surfaceapplied urea as affected by severral phosphoroamid compounds. Soil Science Society American Journal, v.49, p.376-381, 1998. 47 BISCARO, G.A.; MACHADO, J.R.; TOSTA, M.S.; MENDONÇA, V.; SORATTO, R.P; ARVALHO, L.A. Adubação nitrogenada em cobertura no girassol irrigado nas condições de Cassilândia-MS. Ciência e Agrotecnologia, v.32, n.5, p.1366-1373, 2008. BLONDEAU, J.P., BERTIN, Y. Mineral deficiences of passionfruit (Passiflora edulis Sims var. flavicarpa). 1. Total deficiences in N, P, K, Ca and Mg. Growth and symptoms. Fruits, v.33, p.433-443, 1980. BORGES, A.L.; CALDAS, R.C.; LIMA, A.A. Doses e fontes de nitrogênio em fertirrigação no cultivo do maracujá-amarelo. Revista Brasileira Fruticultura, v.28, n.2, p.301-304, 2006. BORGES, A.L.; CALDAS, R.C.; LIMA, A.A.; ALMEIDA, I.E. Efeito de doses de NPK sobre os teores de nutrientes nas folhas e no solo, e na produtividade do maracujazeiro amarelo. Revista Brasileira de Fruticultura, v.24, n.1, p.208-213, 2002. BORGES, A.L.; LIMA, A.A.; CALDAS, R.C. Nitrogênio, fósforo e potássio na produção e qualidade dos frutos de maracujá amarelo – primeiro ano. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 1998, 4p. BORGES, A.L.; RODRIGUES, M.G.V.; LIMA, A.A.; ALMEIDA, I.E.; CALDAS, R.C. Produtividade e qualidade de maracujá-amarelo irrigado, adubado com nitrogênio e potássio. Revista Brasileira de Fruticultura, v.25, n.2, p.259-262, 2003. BRAGA, M.F.; JUNQUEIRA, N.T.V. Uso potencial de outras espécies do gênero Passiflora. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.1, n.206, p.72-75, 2000. BUWALDA, J.C.; GOH, K.M. Host-fungus competition for carbon as a cause of growth depressions in vesicular-arbuscular mycorrhizal ryegrass. Soil Biology and Biochemistry, v.14, p.103-106, 1982. CARVALHO, A.J.C. Composição mineral e produtividade do maracujazeiro amarelo em resposta a adubação nitrogenada e potássica sob lâminas de irrigação. 1998. 109p. (Tese de Doutorado em Produção Vegetal) Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF. Campos dos Goytacazes, 1998. 48 CARVALHO, A.J.C., MARTINS, D.P., MONNERAT, P.H., BERNARDO, S. Produtividade e qualidade do maracujazeiro amarelo em resposta a adubação potássica sob lâminas de irrigação. Revista Brasileira de Fruticultura, v.21, n.3, p.333-337, 1999. CARVALHO, A.J.C.; MARTINS, D.P.; MONNERAT, P.H.; BERNARDO, S. Adubação nitrogenada e irrigação no maracujazeiro-amarelo: I. Produtividade e qualidade dos frutos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, n.6, p.1101-1108, 2000. CARVALHO, A.J.C.; MARTINS, D.P.; MONNERAT, D.P.; BERNARDO, S.; SILVA, J.A. Teores de nutrientes foliares no maracujazeiro amarelo associados à estação fenológica, adubação potássica e lâminas de irrigação. Revista Brasileira de Fruticultura, v.23, n.2, p.403-408, 2001. COBERT, S.A.; WILMER, P.G. Pollination of the yellow passion fruit: néctar, pollen and carpenter bee. Journal of Agriculture Science, v.95, n.3, p. 655-666. 1980. COLAUTO, N.M., MANICA, I., RIBOLDI, J., MIELNICZUK, J. Efeito do nitrogênio, fósforo e potássio, sobre a produção, qualidade e estado nutricional do maracujazeiro amarelo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.21, n.7, p.691-695, 1986. DAMATTO JÚNIOR, E.R.; LEONEL, S.; PEDROSO, C.J. Adubação orgânica na produção e qualidade de frutos de maracujá-doce. Revista Brasileira de Fruticultura, v.27, n.1, p.188190, 2005. DECARLOS NETO, A.; SIQUEIRA, D.L.; PEREIRA, P..R.G.; ALVAREZ, V.H. Crescimento de porta-enxertos de citrus em tubetes influenciado por doses de N. Revista Brasileira de Fruticultura, v.24, n.1, p.199-203, 2002. DIAS, L.E.; BARROS, N.F.; FRANCO, A.A. Nitrogênio. Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior – ABEAS, 1996. 90p. ENDELMAN, F.J., KEENEY, D. R.,GILMORE, J.T., SAFFIGNA, P. Nitrate and cloride movement in the plainfield loamy sand under intensive irrigation. Journal of Environmental Quality, v.3. p.295-298, 1974. 49 EPSTEIN, M.; BLOOM, A. Nutrição Mineral de Plantas: Princípios e Perspectivas. Editora Planta, 2ª ed., 2006. 403p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília (DF), 1999. 412p. FARIA, J.L.C.; COLAUTO, N.M.; MANICA, I.; STRONSKI, M.S.; APPEL, H.B. Efecto de três dosis de N, P y K en la producción de maracuya·amarillo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) durante tres años de evaluacion en Guaíba-RS, Brazil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.26, n.3, p.311-314, 1991. FARIA, J.L.C.; MANICA, I.; COLAUTO, N.M.; STRONSKI, M.S.; BOEIRA, H. Resposta do maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) à adubação com N, P e K, no segundo, terceiro e quarto anos de produção. Revista Brasileira de Fruticultura, v.9, n.3, p.45-50, 1987. FAQUIN, V. Nutrição mineral de plantas. Lavras: UFLA/FAEPE, 1998. 227p. FERREIRA, D. F. Análise estatística por meio do SISVAR (Sistema para Análise de Variância) para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45, 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar. 2000. p.255-258. FONTES, P.S.F. Eficiência da fertirrigação com nitrogênio e avaliação do estado nutricional do maracujazeiro amarelo utilizando o DRIS. 2005. 100f. (Tese de Doutorado em Produção Vegetal) Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Campos dos Goytacazes , 2005. GOMES, F. P. Curso de estatística experimental. 14 ed. Piracicaba: USP, 2000. 477p. GONDIM, P.J.S. Aplicação de cloreto de cálcio na conservação de maracujazeiro-amarelo sob refrigeração. 2000, 44f. (Trabalho de Conclusão de Curso em Agronomia) Universidade Federal da Paraíba. Areia, 2000. 50 HAAG, H.P. Nutrição mineral e qualidade dos produtos agrícolas. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 20. 1992. Piracicaba. Anais… Campinas: Fundação Cargill. 1992. p.405-425. HAAG, H.P.; OLIVEIRA, G.D.; BORDUCCHI, A.S.; SARRUGE, J.R. Absorção de nutrientes por duas variedades de maracujá. Anais da ESALQ, v.30, p.267-279, 1973. HAYNES, R. J. Uptake and assimilation of mineral nitrogen by plants. In: Haynes, R.J. (ed) Mineral nitrogen in the plant-soil system. Madison: Academic Press. 1986. p.303-378. INSTITUTO DA POTASSA & FOSFATO. Manual internacional de fertilidade do solo. 2. ed. rev. e ampl. Piracicaba: Potafos, 1998. 177p. HUETT, D.O.; DETTMANN, E.B. Effect of nitrogen on growth, fruit quality and nutrient uptake of tomatoes grown in sand culture. Australian Journal of Experimental Agriculture, v.28, n.3, p.391-399, 1988. KIEHL, J.C. Comentário do artigo "Como evitar a perda do nitrogênio de adubos por volatização". Boletim Informativo, v.21, n.3, p.118-119, 1996. KIRBY, J.C. Influence of ammonium and nitrate nutrition on the cation-anion balance and nitrogen, and carbohidrate metabolism of white mustard plants grown in dilute nutrient solution. Soil Science, v.105, n.3, p.133-141, 1968. KLIEMANN, H.J.; CAMPELO JÚNIOR, J.H. Nutrição mineral e adubação do maracujazeiro. In: Haag, H.P. Nutrição mineral e adubação de fruteiras tropicais. Campinas: Fundação Cargill, 1986. p.247-284. LOPES, A.S. Nitrogênio. In: Manual de fertilidade do solo. São Paulo: Instituto da Potassa & Fosfato, 1989, p.49-62. LUCAS, A.A.T. Resposta do maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sins var. flavicarpa Deg.) a lâminas de irrigação e doses de adubação potássica. 2002. 88p. (Tese de Mestrado) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, USP. Piracicaba, 2002. 51 MALAVOLTA, E. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Cores. 1980. 245p. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas. Piracicaba: POTAFOS, 1989. 201p. MALAVOLTA, E.; HAAG, H. P.; MELLO, F. A. F.; BRASIL SOBRINHO, M. O. C. Nutrição mineral e adubação de plantas cultivadas. São Paulo: Pioneira, 1974. 272p. MALAVOLTA, E., VITTI, G.C., OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas. Piracicaba: Potafos, 1989. 201p. MALHEIROS, M. G. Acúmulo e remobilização de NO3- e eficiência de uso de nitrogênio em variedades tradicional e melhorada de arroz (Oryza sativa L.). 2008. 70f. (Dissertação de Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, 2008. MANICA, I. Fruticultura Tropical: maracujá. São Paulo: Agronômica Ceres, 1981. 151p. MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. London: Academic Press, 1998. 889p MELETTI, L.M.M. Ciclo de palestras técnicas sobre o maracujazeiro. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 1994. MELETTI, L.M.M.. Maracujá: Produção e comercialização em São Paulo. Boletim Técnico. Instituto Agronômico de Campinas, n.158, 1996, 26p. MELETTI, L.M.M.; BERNACCI, L.C.; SOARES-SCOTT, M.D.; AZEVEDO FILHO, J.A.; MARTINS, L.C. Variabilidade genética em caracteres morfológicos, agronômicos e citogenéticos de populações de maracujazeiro-doce (Passiflora alata Curtis). Revista Brasileira de Fruticultura, v.25, n.2, p.275-278, 2003. MELETTI, L.M.M.; FURLANI, P.R.; ÁLVARES, V.; SOARES-SCOTT, M.D.; BERNACCI, L C.; AZEVEDO FILHO, J.A. Novas tecnologias melhoram a produção de mudas de maracujá. Agronômico, v.54. n.1, p.30-33, 2002. 52 MELETTI, L.M.M.; MAIA, M.L. Maracujá: produção e comercialização. Boletim Técnico do Instituto Agronômico de Campinas, Campinas, n. 181, p. 2-26, 1999. MELLO, F.A.F. Uréia Fertilizante. Campinas: Fundação Cargill. 1987. 192p. MENGEL, K. Responses of various crop species and cultivars to fertilizer application. Plant and Soil, v.72, p.305-319, 1983. MENZEL, C.M.; HAYDON, G.E.; DOOGAN, V.J.; SIMPSON, D.R. New standard leaf nutrient concentrations for passionfruit based on seasonal phenology and leaf composition. Journal of Horticultural Science, v.68, p.215-230, 1993. MENZEL, C.M.; HAYDON, G.E.; SIMPSON, D.R. Effect of nitrogen on growth and flowering of passion fruit (Passiflora edulis f. edulis x P. edulis f. flavicarpa) in sand culture. Journal of Horticultural Science, v.66, n.6, p.689-702, 1991. MENZEL, C.M.; HAYDON, G.E.; DOOGAN, V.J.; SIMPSON, D.R. New standard leaf nutrient concentrations for passion fruit based on seasonal phenology and leaf composition. Journal of Horticultural Science, v.68, n.2, p.215-230, 1993. MENZEL, C.M., SIMPSON, D.R. Passion-fruit. In: Schaffer, B; Andersen, P. (Ed) Handbook of environmental physiology of fruit crops. Boca Raton: CRC Press, v.2: Sub-tropical Crops, 1994. p.225-241. MÜLLER, C.H. Efeitos de doses de sulfato de amônio e de cloreto de potássio sobre a produtividade e a qualidade de maracujá colhidos em épocas diferentes. 1977. 90f. (Tese de Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 1977. OGLIARI, J. Manejo de plantas daninhas, adubação química e orgânica no maracujazeiro amarelo irrigado, na região Norte do Estado do Rio de Janeiro. 2003. 78f. (Tese de Mestrado em Fitotecnia) Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro . Campos dos Goytacazes, 2003. 53 OLIVEIRA, J.C.; FERREIRA, F.R.; RUGGIERO, C.; NAKAMURA, L. Caracterização e avaliação de germoplasma de Passiflora edulis. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 9. 1988. Anais... Campinas: SBF, 1988. p.585-590. PIZZA JÚNIOR, C.T. A cultura do maracujá. Campinas: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. 1991, 102p. (Boletim Técnico, 5) PRIMAVESI, A.C.P.A.; MALAVOLTA, E. . Estudos sobre a nutrição mineral do maracujá amarelo. VII – Efeito dos micronutrientes no desenvolvimento e composição mineral das plantas. Anais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, v.37, n.1, p.537-553. 1980. OLIVEIRA, J.C.; RUGGIERO, C.; NAKAMURA, K.; FERREIRA, F.R. Variações observadas em frutos de Passiflora alata Ait. In: CONGRESSO OF THE AMERICAN SOCIETY OF HORTICULTURAL SICIENCE, 29. CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULURA, 21., CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE FLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS, 2. Campinas, 1982. Proceedings... Campinas: Sociedade Brasileira de Olericultura. 1982. p.343-345. PENG, S.; EISSENSTAT, D. M.; GRAHAM, J. H.; WILLIAMS, K.; HODGE, N. C. Growth depression in mycorrhizal citrus at highphosphorus supply. Plant Physiology, v.101, p.10631071, 1993. PONCIANO, P.J.; SOUZA, P.M.; GOLYNSKI, A. Avaliação econômica da produção de maracujá (Passiflora edulis Sims f.) na região norte do estado do rio de janeiro. Revista Economia e Desenvolvimento, n.18, p.16-32, 2006. QUAGGIO, J.A.; PIZA JÚNIOR, C.T. nutrição mineral e adubação do maracujá. In: Maracujá do plantio a colheita. Simpósio brasileiro sobre a cultura do maracujazeiro. 1998. Anais... Jaboticabal: FUNEP, 1998. p.279-287. RAIJ, B.V. Fertilidade do solo e adubação. Piracicaba: Ceres / Potafos, 1991. p.163-179. RIZZI, L.C.; RABELO, L.R.; MOROZINI FILHO, W.; SAVAZAKI, E.T.; KAVATI, R. Cultura do maracujá azedo. Campinas: CATI, 1998. 54p. (Boletim técnico, 235). 54 RODRIGUES, A.C. Biofertilizante enriquecido: efeitos no crescimento, produção, qualidade de frutos de maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) e fertilidade do solo. 2007. 77 f. (Dissertação de Mestrado em Agronomia) Universidade Federal da Paraíba. Areia, 2007. RUGGIERO, C.; SÃO JOSÉ, A.R.; VOLPE, C.A.; OLIVEIRA, J.C.; DURIGAN, J.F.; BAUMGARTNER, J.G.; SILVA, J.R.; NAKARUMA, K.; FERREIRA, M.E., KAVATI, R., PEREIRA, A.V.A.P. Maracujá para exportação: aspectos técnicos da produção Brasília: Embrapa-SPI, 1996. p.84-90. (Série Publicações Técnicas FRUPEX, 19) SÃO JOSÉ, A.R. Maracujá: produção e mercado. Vitória da Conquista: UESB/DFZ, 1994. 225p. SANTOS, C. J. O. Estudo da poda e outras variáveis agronômicas sobre o comportamento produtivo do maracujazeiro-amarelo. 1999, 56f. (Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Agronomia) Universidade Federal da Paraíba. Areia, 1999. SANTOS, F.A; PETILIO, A.A.; BOSQUÊ, G.G.A influência da água e do nitrogênio na cultura do maracujá (Passiflora edulis). Revista Científica Eletrônica de Agronomia, Ano V, n.10, 2006. SÃO JOSÉ, A.R.; BRUCKNER, C.H.; MANICA, I.; HOFFMANN, M. Maracujá: temas selecionados (1) melhoramento, morte prematura, polinização, taxionomia. Porto Alegre: Cinco Continentes, 1997. p.47-57. SCIVITTARO, W.B.; OLIVEIRA, R.P.; MORALES, C.F.G.; RADMANN, E.B. Adubação nitrogenada na formação de porta-enxertos de limoeiro ’cravo’ em tubetes. Revista Brasileira de Fruticultura, v.26, n.1, p.131-135, 2004. SGARBI, F.; SILVEIRA, R.V.A.; HIGASHI, E.N.; PAULA, T.A.; MOREIRA, A.; RIBEIRO, F.A. Influencia da aplicação de fertilizante de liberação controlada na produção de mudas de um clone de Eucalyptus urophylla. In: SIMPÓSIO SOBRE FERTILIZAÇÃO E NUTRIÇÃO FLORESTAL, 2.1999. Anais... Piracicaba: IPEF-ESALQ, 1999. 55 SHULTZ, A. Botânica sistemática. 3 ed. Porto Alegre, 1968. 215p. SILVA, E.A.; MENDONÇA, V.; TOSTA, M.S.; OLIVEIRA, A.C.; REIS, L.L.; BARDIVIESSO, D.M. Germinação da semente e produção de mudas de cultivares de alface em diferentes substratos. Semina: Ciências Agrárias, v.29, n.2, p.245-254, 2008. SILVA, A.C.; SÃO JOSÉ, A.R. Classificação botânica do maracujazeiro. In: Maracujá: produção e mercado. Vitória da Conquista: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 1994, 255p. SILVA, J. R. Nutrição e adubação. In Maracujá: produção e mercado. Vitória da Conquista: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 1994. SILVA, R.P.; PEIXOTO, J.R.; JUNQUEIRA, N.T. Influência de diversos substratos o desenvolvimento de mudas de maracujazeiro azedo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.). Revista Brasileira de Fruticultura, v.23, n.2, p.377-381, 2001. SIQUEIRA, D.L.; ESPOSTI, M.D.D.; NUNES, E.S.; VERGUTZ, L.; BRAZ, V.B.; CAIXETA, S.L. Produção de Mudas de Maracujazeiro Amarelo ( Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) em Recipientes e Adubadas com Doses de Nitrogênio. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17. 2002. Anais... Belém: SBF, 2002. SJOSTROM, G.; ROSA, J.F.L. Estudos sobre as características físicas e composição química do maracujá-amarelo, Passiflora edulis f. flavicarpa Den. cultivado no município de Entre Rios, Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 4. 1978. Anais... Cruz das Almas: SBF, 1978. p.265-273. SOBRAL, L.F. Nutrição e adubação do coqueiro. In: Ferreira, J.M.S., Warwick, D.R.N., Siqueira, L.A., (Eds.) A cultura do coqueiro no Brasil. Aracaju: EMBRAPA-SPI, 1998. p.129157. SOUZA, J.S.; CARDOSO, C.E.L.; FOLEGATTI, M.I.S.; MATSUURA, F.C.A.U. Mercado Mundial. Maracujá Pós-colheita. Embrapa Mandioca Fruticultura (Cruz das Almas, BA). Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 51p. 56 SOUSA, V.F.; FOLEGATTI, M.V.; FRIZZONE, J.A.; CORRÊA, R.L.; ELOI, W.M. Produtividade do maracujazeiro amarelo sob diferentes níveis de irrigação e dose de potássio via fertirrigação. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.38, n.4, p.497-504, 2003. SOUZA, J.S.I; MELETTI, L.M.M. Maracujá: espécies, variedades, cultivo. Piracicaba: FEALQ, 1997. 179p. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.95-104. TEIXEIRA, C.G. Cultura. In: Teixeira, C. G.; Castro, J. V.; Tocchini, R. P.; Nisida, A. L. A. C.; Hashizume, T.; Medina, J. C.; Turatti, J. M.; Leite, R. S. S. F.; Bliska, F. M. M.; Garcia, A. E. B. C. (Ed). Maracujá: cultura, matéria-prima, processamento e aspectos econômicos. Campinas: Instituto Tecnologia de Alimentos, 1994. p.1-142. TEIXEIRA, C.W.; WOLSTENHOLME, B.N. Effects of water stress on growth and flowering of Passiflora edulis (ssims) grafted to P. Caerulea L. Acta Horticulturae, n.275, p251-258, 1994. TEIXEIRA, D.M.M. Efeito de vários níveis de fertirrigação na cultura do maracujazeiroamarelo (P. edulis f. flavicarpa). 1989. 83p. (Dissertação de Mestrado) Universidade Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Piracicaba, 1989. URASHIMA, A.S. CEREDA, A. Estudo da distribuição do sistema radicular do maracujá amarelo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 12. Anais... Fortaleza: SBF. 1989. URQUIAGA, S., BODDEY, R. M., ALVES, B.J. Dinâmica do N no solo. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE NITROGÊNIO EM PLANTAS, 1. 1993. Anais... Itaguaí: SBF/UFRRJ, 1993. p.127-160 VICHIATO, M. Influência da fertilização do porta-enxerto tangerineira (Citrus reshni Hort. Ex Tan. cv. cleópatra) em tubetes, até a repicagem. 1996. 82f. (Dissertação de Mestrado em Agronomia) Universidade Federal de Lavras. Lavras, 1996. 57 WILD, A.; CAMERON, K.C. Soil nitrogen and nitrate leaching. In: Tinteu, P.B. ed. Soils in Agriculture, Blackwell: Oxford, 1980. p.35-70. WIRÉN, N.V.; GAZZARRINI, S.; FROMMER, W.B. Regulation of mineral uptake in plants. Plant and Soil, v.196, p.191-199, 1997. 58