Os lagos Bacias hidrográficas Hidrografia brasileira

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Geografia
local em que o rio deságua. Os rios e lagos representam 0,3% de toda água doce do planeta.
•• Lago vulcânico: ocupa a cratera de um vulcão inativo. Ex.: Lago Pavin, na França;
A foz de um rio pode ser em delta (várias ilhas e
canais, intensos processos de deposição) ou estuário
(sem ilhas e geralmente profundas).
•• Lago de erosão: ocupa uma cavidade feita
pela erosão do vento, das águas das chuvas
ou por geleiras. São pouco profundos. Ex.:
lagos do NE do Brasil e Finlândia;
Clima, vazão e regime dos rios
A vazão dos rios de uma bacia relaciona-se ao clima
da região. A variação na quantidade de água no leito do
rio ao longo do ano recebe o nome de regime.
Vazão
Características
Perenes
Nunca secam.
Caudalosos
Possuem um grande volume
de água.
Temporários ou
Intermitentes
Secam no período em que
não chove.
Regimes
Características
Pluvial
Dependem exclusivamente
da chuva.
Nival
Dependem do derretimento
de neve.
Glacial
Dependem de geleiras.
Misto
Dependem de mais de um
fator.
No Brasil, com exceção do Sertão Nordestino, todos os rios são perenes. No Sertão Nordestino, devido ao clima semiárido, a maioria dos rios são intermitentes.
Os lagos
Os lagos são depressões do terreno preenchidas
por água. Os lagos se dividem em:
•• Lagos de barragem: resultantes do fechamento de um vale pela queda de uma barreira, retendo nele as águas de um rio ou das chuvas.
•• Lagos de depressão: são de vários tipos: tectônicos, vulcânicos, de erosão e mistos.
•• Lagos tectônicos: ocupam fendas existentes na
crosta terrestre, produzidas por abalos sísmicos. Apresentam, geralmente, grande profundidade e alongamento no sentido da fratura.
Ex.: Lago Tanganica, na África;
•• Lagos mistos: os maiores lagos de água doce
existentes no planeta. São originários de depressões tectônicas e do trabalho das geleiras. Ex.: Grandes Lagos, nos EUA.
•• Lagos residuais: são o que restou de antigos
mares em processo de desaparecimento. São excessivamente salgados, muito profundos e geralmente extensos. Ex.: Cáspio, Aral e o Balcash.
Bacias hidrográficas
Bacias hidrográficas são áreas caracterizadas pela
existência de uma rede hidrográfica ou fluvial. É
composta por um rio principal e seus afluentes.
As bacias hidrográficas podem ser:
•• exorreica: quando deságuam no oceano.
•• endorreica: quando deságuam no interior de
um continente, em um lago ou mar interior.
•• arreicas: não possuem um padrão de drenagem
definido. Estão associadas a regiões desérticas.
•• criptorreicas: quando as bacias são subterrâneas.
Hidrografia brasileira
A rede hidrográfica brasileira é uma das maiores
do globo, devido à grande extensão territorial do
país e ao clima úmido que predomina na maior parte
do território brasileiro. Todos os rios brasileiros deságuam no oceano atlântico, sendo exorreicos.
Algumas características específicas da rede hidrográfica brasileira:
•• é a mais extensa bacia fluvial do mundo.
•• existe o predomínio de rios planálticos, que lhe
conferem grande potencial hidrelétrico.
•• predomínio do regime fluvial, isto é, a maior
parte dos rios brasileiros são abastecidos por
águas provenientes de chuvas.
•• predominância de rios perenes, com exceção
do Sertão Nordestino.
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Geografia
•• a maioria dos rios brasileiros desembocam em
forma de estuário.
•• o Brasil apresenta pequeno número de lagos.
As principais Bacias Hidrográficas brasileiras são:
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Bacias hidrográficas do Brasil
Compreende 7,5% do território brasileiro, possuindo
várias hidrelétricas: Paulo Afonso, Três Marias, Sobradinho e Xingó.
Bacia Platina: é formada pelo conjunto das bacias
dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai, cujas nascentes
estão no território brasileiro e deságuam em território argentino, no estuário do Prata.
•• Bacia do Paraguai: o rio Paraguai nasce na serra de Araporé, no MT e percorre a planície do
Pantanal. Rio típico de planície, destacando-se
pelo seu aproveitamento como hidrovia.
•• Bacia do Paraná: o Paraná, o mais importante
rio da bacia platina, é formado pela confluência
dos rios Paranaíba e Grande, está localizado na
parte central do planalto meridional, o que o
torna um rio de planalto e, consequentemente,
com significativo potencial hidrelétrico. Apresenta o maior potencial hidrelétrico instalado
do país, com as hidrelétricas de Furnas, Xavantes, Complexo Urubupungá (Jupiá e Ilha Solteira) e Itaipu.
Bacia Amazônica: localiza-se no Norte do país.
O principal rio é o Amazonas, maior rio do mundo.
Possui o maior potencial hidráulico, navegável, regime misto (pluvio-nival) e foz mista. Compreende
46% do território brasileiro, apresentando o maior
potencial hidrelétrico do país. É a maior bacia hidrográfica do globo.
Bacia do Araguaia-Tocantins: ocupa 9,5% do
território nacional. Por apresentar longos trechos navegáveis, é utilizada para escoar parte da produção
agrícola do Centro-Oeste. A usina hidrelétrica de Tucuruí, maior hidrelérica totalmente brasileira, atende
às necessidades de consumo de energia do Projeto
Carajás, no Pará.
Bacia do São Francisco: é constituída pelo rio
São Francisco (maior rio totalmente brasileiro) e um
grande número de afluentes, a maioria temporários.
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•• Bacia do Uruguai: apresenta um trecho de planalto e outro de planície. Nasce da junção dos
rios Canoas (SC) e Pelotas (RS). Apresenta poucos trechos navegáveis e pequeno potencial hidrelétrico, com destaque para as hidrelétricas
de Itá e Machadinho.
Bacias Secundárias: o Brasil apresenta três conjuntos de bacias secundárias: Bacia do Atlântico Nordeste, Atlântico Leste e Atlântico Sul-Sudeste.
Problemas e
questões ambientais
Efeito estufa: O efeito estufa é um fenômeno natural que consiste na retenção de calor irradiado pela
superfície terrestre. Assim, o problema não é a sua
existência, mas sim sua intensificação, principalmente após o processo de industrialização, com o aumento da concentração de gases diversos, como metano,
clorofluorcarbonos (CFCs) e dióxido de carbono.
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PRINCIPAIS PAÍSES EMISSORES DE DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)
SUÉCIA
NORUEGA
REINO
UNIDO DINAMARCA
FINLÂNDIA
ESTADOS UNIDOS
POLÔNIA
ALEMANHA
BÉLGICA
REP. TCHECA
FRANÇA
ÁUSTRIA
ITÁLIA
RÚSSIA
JAPÃO
CHINA
BULGÁRIA
HUNGRIA
ESPANHA
MÉXICO
COREIA DO SUL
BELARUS
PAÍSES
BAIXOS
UCRÂNIA
CANADÁ
CASAQUISTÃO
TURQUIA
TAILÂNDIA
IRÃ
PAQUISTÃO
ARGÉLIA
ÍNDIA
CINGAPURA
MALAÍSIA
ARÁBIA
SAUDITA
ISRAEL
VENEZUELA
COLÔMBIA
FILIPINAS
USBEQUISTÃO
ROMÊNIA
GRÉCIA
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Geografia
INDONÉSIA
EGITO
BRASIL
AUSTRÁLIA
NIGÉRIA
ARGENTINA
ÁFRICA
DO SUL
Emissões de dióxido de carbono em 1996
(em milhões de toneladas)
1000
Toneladas de dióxido de carbono emitidas
por habitante, em 1996
15 ou mais
De 7 a 14,9
De 3 a 6,9
De 1 a 2,9
Menos de 1
500
100
1
Principais emissores de dióxido de carbono.
Chuva ácida: é o resultado de poluentes gerados pela queima de carvão e combustíveis fósseis, e de poluentes industriais como dióxido de enxofre e nitrogênio. É um fenômeno atmosférico de escala local e regional.
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Distribuição das chuvas ácidas
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Geografia
1992
Porém, com a emissão de poluentes, os clorofluorcarbonos (CFCs), usados em aparelhos de refrigeração e ar condicionados, embalagens plásticas e solventes, tem destruído a camada de ozônio através de
reações químicas, permitindo que a intensidade dos
raios ultravioletas seja maior.
Diminuição do buraco da camada de ozônio
2010
América do Sul
América do Sul
buraco na
camada
de ozônio
buraco na
camada
de ozônio
Antártida
Antártida
2030
América do Sul
buraco na
camada
de ozônio
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Buraco da camada de ozônio: o ozônio é um
gás que se concentra na estratosfera (segunda camada da atmosfera), numa região situada entre
20km a 40km. A camada de ozônio possui a função de proteger o planeta da radiação ultravioleta
emitida pelo Sol.
2050
América do Sul
Antártida
Antártida
O buraco na camada de ozônio.
Fluxo Normal
camada de ar mais frio se sobrepõe a uma camada
de ar quente, impedindo o movimento ascendente
do ar atmosférico. Principalmente em locais industrializados, a inversão térmica leva à retenção dos
poluentes nas camadas mais baixas, podendo ocasionar problemas de saúde. Nas madrugadas muito
frias, as temperaturas próximas ao solo tendem a se
resfriar mais que as camadas mais altas, ocorrendo a
inversão térmica.
Inversão
Térmica
Ar mais frio
Ar frio
Ar frio
Ar quente
Ar quente
Ar frio
Ilustração da inversão térmica.
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Inversão térmica: fenômeno que ocorre principalmente em metrópoles e centros urbanos. As camadas mais baixas da atmosfera, junto à superfície,
estão mais aquecidas pelo processo de irradiação
solar. O ar mais quente e menos denso tende a subir,
formando células de convecção. Dessa forma, massas de ar movimentam-se verticalmente. Esse movimento constante do ar ajuda a dispersar poluentes
das camadas mais baixas. Com a inversão térmica, a
Geografia
Ilhas de Calor: Ocorre em grandes centros urbanos. A temperatura nas áreas urbanas são mais altas que
nas regiões periféricas ou circunvizinhas, devido à alta concentração de prédios e poluentes.
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Temperatura ao meio-dia (ºC)
Esquema de ilha de calor
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zona rural
subúrbio
subúrbio zona rural
zona urbana
zona urbana
(centro comercial) (centro residencial)
Ilustração das Ilhas de calor.
El Niño: caracterizado pelo aquecimento das águas
do oceano Pacífico, junto ao litoral do Peru.
Efeitos do La Niña no Brasil
Amazônia:
chuvas
abundantes.
La Niña: caracterizado pelo resfriamento das águas
do oceano Pacífico, junto ao litoral do Peru.
A maior ou menor intensidade dos ventos alísios é
responsável por esse fenômeno.
Efeitos do El Niño e La Niña no Brasil
Sul: secas
muito fortes.
Centro-Oeste: tendência de chuva acima da
média e aumento de
temperatura em Mato
Grosso do Sul
Sul: chuvas intensas de
maio a junho e na primavera. Enchentes. Temperaturas mais altas.
N
L
S
Nordeste:
secas severas.
Sudeste: moderado
aumento das temperaturas médias.
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O
N
Amazônia: diminuição das precipitações e seca.
Nordeste:
muitas
chuvas e
enchentes.
Baixas
temperaturas
Efeitos do El Niño no Brasil
O
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El Niño e La Niña: aquecimento e resfriamento
anormal das águas do oceano Pacífico.
L
S
Aquecimento Global: refere-se ao aumento da
temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra que se tem verificado nas últimas
décadas e a possibilidade da sua continuação durante o corrente século. Entre os motivos responsáveis
para o aumento da temperatura está o aumento na
emissão de poluentes na atmosfera, principalmente
após a revolução industrial.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em seu relatório mais recente diz que
grande parte do aquecimento observado nas últimas
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Geografia
décadas se deve muito provavelmente a um aumento
do efeito estufa, causado pelo aumento nas concentrações de gases estufa de origem antrópica.
Organização do
espaço mundial
A velha ordem
A Segunda Guerra Mundial
Dizer que em algum momento determinado fato
na história da humanidade deixa de ser decisivo para
o estudo de Geografia é bastante difícil, mas, podemos dizer que de certa forma a atual situação políticoeconômica se configurou a partir da Segunda Guerra
Mundial. Já naquela época, início do século XX, o imperialismo mantinha-se e era mantido pela indústria
bélica.
Configurava o cenário a multipolaridade, ou seja,
a supremacia de um conjunto de nações. Entre os
aliados vencedores da guerra, surgem os EUA como a
nova potência mundial, rapidamente a URSS se recupera configurando assim a situação geopolítica que
tomaria conta do cenário mundial na segunda metade do século XX, a bipolaridade e a Guerra Fria.
A Guerra Fria
A bipolaridade formada pela URSS e pelos EUA segue por algum tempo como uma disputa por áreas de
influência entre os capitalistas e os socialistas. Diante
disto o prestígio do socialismo cresce bastante e a hegemonia norte-americana é abalada. Inicia-se então a
corrida armamentista criando uma nova situação geopolítica da Velha Ordem Mundial.
O fim da Guerra Fria inicia com a crise do socialismo soviético, que causou o afrouxamento dos laços
políticos que mantinham o Leste Europeu sob hegemonia soviética, acompanhado de um significativo
corte de gastos, ajuda militar e econômica. A queda
do Muro de Berlim marca o fim da Guerra Fria e o
deslocamento das tensões entre o socialismo e o capitalismo para as desigualdades econômicas entre
os países ricos do Norte e os pobres do Sul.
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A divisão internacional do trabalho
É uma forma de cooperação social que exige especialização e interdependência de funções, além
do aprimoramento de ferramentas para cada seção
de trabalho.
Divisão técnica de trabalho – de 1920 a 1970
verifica-se a predominância do Fordismo, criado nos
EUA baseando-se na linha de montagem para atender à incipiente sociedade de consumo em massa.
Mais tarde surge o Taylorismo com produção especializada em seções interdependentes onde cada
operário faz uma tarefa limitada, rígida e cronometrada num certo tempo. Este último vai influenciar o
modelo japonês Toyotismo, que se caracteriza pela
especialização das tarefas e o just-in-time ou “tempo justo”, método criado pelos japoneses após crises
petrolíferas (década de 1970) para diminuir custos.
Divisão espacial de trabalho – divisão local de
trabalho feita entre o campo (cuja função é a de
fabricar produtos primários) e a cidade (que fabrica produtos secundários e presta serviços). Divisão
regional de trabalho: entre regiões do mercado interno de um país. Divisão internacional de trabalho
(hierarquização de produção entre países) feita pelo
comércio exterior (também chamado de transações
correntes ou balanço de pagamentos). Nesta última,
temos de modo simplificado, de um lado as nações
pobres ou pouco desenvolvidas fornecendo os produtos de menor valor agregado em contrapartida
com os produtos mais sofisticados fornecidos pelas
nações ricas ou desenvolvidas.
A nova ordem
Pode-se dizer que com a mundialização do capitalismo e da economia, com as novas tecnologias de
telecomunicações, com a revolução na agricultura
e indústria (informática, robótica, biogenética) e na
circulação e consumo (novos meios de transportes),
bem como pela ação das transnacionais e bancos internacionais, surge uma nova configuração mundial,
uma Nova Ordem substitui a antiga bipolaridade de
rivalidade entre socialistas e capitalistas.
A Nova Ordem Mundial criada pela multipolaridade
da tríade formada pela Europa Ocidental, os Estados
Unidos e o Japão, vai figurar uma Nova Divisão Internacional de Trabalho, com a industrialização de alguns
países da América Latina e dos “Tigres Asiáticos”.
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Geografia
A nova divisão internacional do trabalho
Com a Nova Ordem Mundial temos uma Nova
Divisão Internacional do Trabalho, os países subdesenvolvidos (ou em vias de desenvolvimento)
além de serem exportadores de matérias-primas,
passam a exportar produtos manufaturados como
calçados, tecidos, alimentos enlatados e, em alguns
casos, eletrodomésticos e carros. Tais produtos começaram a ser produzidos nos países em desenvolvimento, principalmente pela mão-de-obra barata,
diminuindo assim, os custos de produção.
Entretanto, os países desenvolvidos ainda mantêm as indústrias de alta tecnologia em seus respectivos territórios. E nessa balança comercial quem sai
perdendo são os países em desenvolvimento, pois
seus produtos exportados não agregam tanto valor
quanto aqueles que o mundo desenvolvido exporta.
É o caso do México na América do Norte, do Brasil e
Argentina na América do Sul e dos Tigres Asiáticos.
Países que iniciaram sua industrialização tardiamente, hoje pagam pelo atraso tecnológico de suas indústrias.
A mundialização: globalização e
regionalização dos mercados
Paradoxalmente, a Guerra Fria contribuiu para a
mundialização da economia, visto que com ela ger-
minaram as bases das novas tecnologias nas áreas
da informação, transporte, informática, espacial etc.
Mas ela atinge o estágio do que denominamos de
Globalização somente após o surgimento da Nova
Ordem Mundial.
A Globalização é então a terceira etapa de um processo ainda maior chamado de Mundialização. Podemos
considerar as três etapas da seguinte forma:
•• Primeira Etapa: a internacionalização que
está anexada ao desenvolvimento dos fluxos
de exportação.
•• Segunda etapa: a transnacionalização, que
se liga aos fluxos de investimentos e das implantações no estrangeiro.
•• Terceira etapa: a globalização, que corresponde à instalação das sedes mundiais de produção e de informação.
Ao domínio territorial, militar e político-econômico típico do imperialismo da Velha Ordem, sucede,
hoje, o domínio tecnológico, econômico-financeiro
e ideológico (este através da mídia) do neocolonialismo nesta Nova Ordem Mundial. Nesse contexto
atual, assistimos a um processo cada vez maior de
regionalização e globalização.
A globalização reestruturou o espaço em função dos
países centrais e se tornou um flagelo para uma parte
significativa dos povos em desenvolvimento.
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Regionalização do mundo em países do Norte e países do Sul
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Geografia
A concentração de renda atual de 20% dos países
mais ricos é de mais de 60 vezes a dos mais pobres;
surge uma nova divisão internacional de trabalho,
com os países centrais investindo em pesquisa científica e tecnológica; diminui a autonomia dos Estados em suas políticas internas, já que estão cada vez
mais inseridas neste processo de internacionalização
da economia e submetidas à ação do capital especulativo; a revolução tecno-científica protagoniza a
Terceira Revolução Industrial, aumentando a produtividade das empresas e globalizando a economia,
mas criando novos desafios: dificuldades de acesso
ao mercado de trabalho, aumento do desemprego
e pobreza.
Ocorre a padronização de formas de consumo
(ex.: moda, hábitos de consumo e de alimentação,
como do jeans, do fast-food) e de critérios tecnológicos (como o ISO 9000). Tais fatos ampliam o mercado mundial, mas também a dependência em relação
às transnacionais e a identidade cultural (tradições e
costumes) são rapidamente transformadas.
Regionalização dos mercados
A regionalização dos países consiste na eliminação
de tarifas alfandegárias entre os países membros, diminuindo os custos de comercialização dos produtos
e aumentando o poder de competição internacional
das empresas daquele mercado regional.
Já a globalização é um processo posterior, em que
estas empresas, já fortalecidas internamente no bloco regional, aumentam os fluxos mercantis de seus
produtos e capitais com outros blocos. Como exemplo desse processo, citamos os bancos internacionais
e as transnacionais dos Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental (União Europeia) e do Japão.
Os blocos econômicos
Os polos de poder da economia globalizada atual
são os três megablocos regionais: a União Europeia;
a APEC (Cooperação Econômica da Ásia e Pacífico,
sob influência do Japão e EUA, no Oriente) e o NAFTA
(Acordo Norte-Americano de Livre-Comércio, englobando a América Anglo-Saxônica e o México). Há, ainda, pequenos blocos regionais como o MERCOSUL, a
ASEAN (no Sudeste Asiático – integrante da APEC), o
Pacto Andino – desses menores o mais conceituado,
pelo tamanho do mercado, é o MERCOSUL.
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Etapas do processo de integração econômica
Um processo de integração econômica caracteriza-se por um conjunto de medidas de caráter econômico, que têm por objetivo promover a aproximação
e a união entre as economias de dois ou mais países.
A teoria do comércio internacional registra a classificação de cinco tipos de associação entre países
que decidem integrar suas economias:
a) a Zona de Preferência Tarifária é o mais elementar dos processos de integração, apenas assegura
níveis tarifários preferenciais para o grupo de países
que conformam a Zona.
b) uma segunda modalidade, a Zona de Livre Comércio (ZLC), consiste na eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias que incidem sobre o comércio entre os países que constituem
a ZLC. Ex.: NAFTA.
c) a União Aduaneira é uma Zona de Livre Comércio que adota também uma Tarifa Externa
Comum (TEC). Nessa fase do processo de integração, um conjunto de países aplica uma tarifa
para suas importações provenientes de países
não pertencentes ao grupo, qualquer que seja
o produto, e, por fim, prevê a livre circulação de
bens entre si com tarifa zero. Ex.: MERCOSUL.
d) o Mercado Comum, além da livre circulação de
mercadorias, requer a circulação de serviços e
fatores de produção, ou seja, de capitais e pessoas. Porém, deve-se ressaltar que, além da livre
circulação de bens, serviços e fatores de produção, todos os países membros de um Mercado
Comum devem seguir os mesmos parâmetros
para fixar a política monetária (fixação de taxas
de juros), a política cambial (taxa de câmbio da
moeda nacional) e a política fiscal (tributação e
controle de gastos pelo Estado), ou seja, os países membros devem concordar com o avanço
integrado da coordenação das suas políticas
macroeconômicas. Ex.: UE (até 1992).
e) a União Econômica Monetária é a etapa
mais avançada dos processos de integração
econômica, até agora alcançada apenas pela
União Europeia.
A União Econômica e Monetária ocorre quando existe uma moeda comum e uma política
monetária com metas unificadas e reguladas
por um Banco Central comunitário.
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Geografia
União Europeia
A União Europeia (UE) é formada, atualmente, por
27 Estados. É o bloco econômico de maior expressão
e avanço na integração que existe. Ela tem três sedes
principais, a da Comissão Europeia (braço executivo
da UE), que fica em Bruxelas (Bélgica), a do Parlamento, que fica em Estrasburgo (França) e a do Banco
Central, em Frankfurt (Alemanha).
As origens da UE encontram-se no Plano Schuman, de 1950, que conduziu o Tratado da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), em 1953.
Formalmente, a organização surgiu com o Tratado
de Roma, de 1957. A Comunidade Europeia consolidou-se, objetivamente, como espaço estratégico ocidental no contexto bipolar da Guerra Fria.
Temática Cartografia.
União Europeia e seus 27 Estados
O Tratado de Maastricht, de 1992, rebatizou a comunidade como União Europeia. Esse tratado, que
substituiu o de Roma, deflagrou a União Econômica e
Monetária (UEM) e estabeleceu a meta de definição de
políticas externas e de defesas comuns. Atualmente não
só tem livre circulação de mercadorias e pessoas (entre
os países membros da Comunidade Europeia) como há
uma integração política (o Parlamento Europeu), militar
(a OTAN com a participação dos EUA) e monetária com
a adoção de uma moeda única, o euro.
A maioria de seus Estados-Membros adotou uma
moeda única, o euro, a partir de 1999. Suécia e Dinamarca optaram por não aderir ao euro. O Reino Unido
está revendo sua posição, mas por enquanto ainda não
aderiu à moeda.
Foi um longo processo de integração da Europa,
iniciado em 1945, após o término da Segunda Guerra
Mundial, com o Plano Marshall para evitar a propagação do socialismo e criar condições políticas e econômicas para eliminar taxas aduaneiras (para tal era
preciso atenuar a rivalidade franco-germânica).
Em 2007 ingressaram no bloco mais sete nações.
Turquia, Macedônia e Croácia ainda são candidatas,
mas sem previsão de data de adesão.
NAFTA
Países integrantes do NAFTA
Temática Cartografia.
Atualmente a UE busca uma integração político-social. A aceitação de uma constituição comum
entre as nações seria uma etapa importante neste
processo. Na última consulta popular alguns países
foram terminantemente contra, como a França, por
exemplo.
Em 1994 – com os EUA querendo fazer frente à
UE e ao Japão, com os quais têm déficits comerciais,
tentando concretizar o velho sonho expansionista
na América e resolver problemas imigratórios – foi
criado o NAFTA. Vamos assinalar algumas de suas
características.
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Geografia
Em dezembro de 1994 o México entrou em crise
com sua política neoliberal, abalando profundamente
a convicção norte-americana de estender um mercado
comum sob sua influência por toda América (iniciativa
para as Américas, hoje se fala na zona de livre comércio da ALCA, ou Área de Livre Comércio das Américas). Contudo, em virtude da eleição de presidentes
de esquerda em vários países da America Latina, as
negociações da ALCA estão estagnadas.
Mercosul
Bloco econômico criado em 1991 pela Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai, baseado no Mercado Comum Europeu, com o objetivo de reduzir ou eliminar
impostos, proibições e restrições entre seus produtos.
Atualmente está no estágio de União Aduaneira.
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Países do MERCOSUL
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Datas importantes:
•• 1995 – eliminação das tarifas de importação de
90% das mercadorias. Boa parte das mercadorias
importadas entre os países membros foi taxada
de maneira comum.
•• 1999 – desvalorização do real (a Argentina impõe
barreiras) – intercâmbio trava em 15 bilhões;
•• 2001 – crise Argentina (diminuem as trocas comerciais);
•• 2003 – retomada Argentina, retorno do crescimento;
•• 2004 – os países chamados andinos, como o
Chile, Bolívia, Equador, Colômbia e Peru, se associam ao bloco;
•• 2005 – a Venezuela buscou sua adesão ao acordo,
mas teve que cumprir algumas exigências, como
adotar a TEC – Tarifa Externa Comum. Apenas em
2007 os acordos foram assinados.
O Brasil possui a liderança do bloco econômico e
a Argentina a segunda colocação. O Brasil exporta,
principalmente para os países parceiros, automóveis,
bem como suas peças de manutenção e reposição,
bebidas, cigarros, café, açúcar, aparelhos eletrônicos, óleos e calçados etc.
Tigres ou Dragões Asiáticos
Países que formam os Tigres Asiáticos
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De um lado a América Anglo-Saxônica (EUA e
Canadá), países com alto padrão de vida e alto grau
de industrialização e de outro o México (país em desenvolvimento, como a América Latina, África e sul
da Ásia), que vai fornecer matérias-primas, principalmente o petróleo e mão-de-obra barata. Com isso os
EUA vão fortalecer seu papel junto a América Latina
através de superávits.
Geografia
A expressão “Tigres Asiáticos” é usada para se referir aos quatro países asiáticos: Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan (Formosa). A denominação de “tigre” é dada em referência à agressividade
das economias desses países, que a partir da década
de 1960 tem um crescimento vertiginoso.
Entre suas características econômicas estão o seu
caráter totalmente exportador, oferta de mão-de-obra barata, atração de investimentos externos.
Entre as reformas realizadas podemos citar: a reforma agrária, subsídios agrícolas, investimento na
educação, desestímulo ao consumo interno. É um
modelo extremamente dependente das oscilações
econômicas externas.
Membros antigos: Coreia do Sul, Taiwan, Hong
Kong e Cingapura; novos membros: Tailândia, Indonésia e Malásia.
APEC
A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico
(APEC) foi criada no ano de 1989 na Austrália, como
um fórum de conversação entre os países membros
da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, como EUA e Japão. Em 1994 adquiriu características de um bloco econômico na Conferência de
Seattle.
A criação da APEC surgiu em decorrência de um
intenso desenvolvimento econômico ocorrido na
região da Ásia e do Pacífico. O bloco responde por
46% das exportações mundiais, além da aproximação entre a economia norte-americana e os países
do Pacífico.
Temática Cartografia.
Países membros da APEC
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Geografia
A China
A China ainda é socialista, mas desde 1978 (com
Deng Xiaoping) começou a organizar o “socialismo
de mercado” com reformas econômicas no campo
e na cidade e com a abertura das Zonas Econômicas
Especiais (ZEE) para atrair transnacionais e sua tecnologia; estabeleceu, ainda, a política das Quatro Grandes Modernizações: indústria, agricultura, pesquisas
científicas e tecnológicas e aprimoramento das forças
armadas. Em consequência deu-se um crescimento
econômico de 9% na década de 1990 e a invasão
mundial de produtos chineses. Como ponto intermediário para este comércio eles utilizam especialmente
Hong Kong, incorporado desde julho de 1997.
Embora colocada por muitos autores como pertencente aos países do Sul, devemos destacar que a
China nesse momento histórico, não pertenceria a
nenhum grupo, ela pode ser considerada como em
estágio de transição, pois combina áreas de livre comércio com a maior parte do país que vive sob uma
economia planificada. É importante destacar o papel
da China nesse novo momento econômico-político
mundial, já que a mesma se mantém no discurso
como um país comunista, entretanto criou as zonas
de comércio, onde são feitas as transações com o
mundo capitalista (áreas como, por exemplo, Hong
Kong, Xangai, onde temos grandes empresas e bancos). A grande capacidade produtiva, e o grande
mercado consumidor existente atraem grandes investimentos vindos do exterior. Com a abertura da
China, acredita-se que a mesma possa assumir o papel de superpotência em poucos anos.
Tipos de conflitos
e suas principais razões
Recursos Naturais: são conflitos que ocorrem pela
disputa de territórios contendo recursos minerais importantes, como por exemplo, água, petróleo, ouro, diamantes, cobre, carvão, ferro, entre outros. Exemplos:
•• Israel x Palestina – água;
•• Rússia x Chechênia – petróleo.
48
Separatismo e nacionalismo: são conflitos que
ocorrem quando um grupo étnico nacionalista objetiva constituir seu próprio Estado-Nação. Exemplos:
Chechênia. A questão da Palestina, onde os palestinos lutam com os israelenses para configurar o seu
próprio país.
Conflitos regionais: chamados assim quando
ocorrem em função da definição de fronteiras ou pela
posse de territórios (aos quais se atribui um domínio
histórico). Exemplo:
•• Índia x Paquistão – que disputam a região da
Caxemira, no Noroeste indiano;
•• Israel x Palestina – disputa por territórios.
Lutas em favor da democracia: são lutas resultantes de um ideal anticolonialista, reivindicações
democráticas ou de reconhecimento de identidades
(indígena). Exemplo: Exército Zapatista de Libertação
Nacional (EZLN) em Chiapas, no México.
Guerras revolucionárias ou conflitos fundamentalistas: ocorrem quando grupos tentam impor
sua própria ideologia ou visão de mundo a todos os
cidadãos. Exemplo: os conflitos na Argélia entre fundamentalistas religiosos que pretendem um Estado
Islâmico e o governo pró-ocidente.
Lutas étnicas ou religiosas: ocorrem quando
grupos de diferentes identidades (conflitos identitários ou étnicos) lutam pela posse de territórios.
Nestes casos, etnia e religião ficam bastante “próximas” e a religião, muitas vezes, é o aspecto mais
marcante da diferença. Por vezes caracteriza-se
pela chamada “limpeza étnica”. Exemplo: Ruanda e
Burundi (África) – entre as etnias tútsis e hútus; Os
conflitos entre os croatas (católicos), bósnios (muçulmanos) e os sérvios (cristãos ortodoxos) na ex-Iugoslávia (Bálcãs).
Conflitos irredentistas: quando grupos étnico-nacionalistas pretendem estender as fronteiras de
seu Estado para anexar outro território dentro do
qual vivem comunidades pertencentes ao seu grupo,
ou seja, qualquer movimento que objetive a unificação de povos da mesma origem étnica, ainda que politicamente ou territorialmente separados. Exemplo:
Projetos da Grande Sérvia e Grande Albânia.
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Geografia
IESDE Brasil S. A.
Terrorismo e conflitos pelo mundo
fases que atuam, muitas vezes, concomitantemente.
São elas:
Agricultura tradicional: consiste na forma rudimentar de produção de alimentos, caracteriza-se
pelo emprego de força humana e animal, e técnicas
atrasadas como a queimada, uso da enxada e arado
de tração animal.
Agricultura moderna: a partir da Revolução Industrial no final do século XIX, há uma modernização na
produção de alimentos como o uso de máquinas, adubos, rotação de culturas em associação à pecuária, elevando a produtividade, é a chamada Revolução Verde.
Agricultura
O desenvolvimento da agricultura
Agricultura contemporânea: a agricultura atual,
praticada principalmente nos países desenvolvidos,
com elevada mecanização, seleção de sementes, uso
intenso de defensivos e adubos químicos, alta produtividade, grande investimento de capitais e de pesquisas científicas (transgenia).
O que foi a Revolução Verde?
Foi uma grande mudança do modo de produzir alimentos e de praticar a agricultura: Inicia no século XX (trigo, arroz e milho):
É no período Neolítico, a partir da descoberta
da Agricultura, que o homem torna-se sedentário.
Desde então, a agricultura é o principal meio de sua
subsistência, e cada vez mais importante para a sobrevivência da humanidade.
•• Em áreas experimentais na América Latina e a Ásia (1950);
Principal atividade do setor primário, a agricultura
está fortemente dependente de fatores como clima e
solo; é responsável por graves problemas ambientais
e principalmente aqueles relacionados ao mau uso
da água.
•• Nos países desenvolvidos que possuem
estrutura para implementar a revolução, ocorre um aumento da produção.
Produtos de Climas Tropicais: arroz, milho,
sorgo, mandioca, batata-doce, inhame, feijão,
algodão, cana, fumo, amendoim, papoula, café,
cacau, banana, abacaxi, coco etc.
Produtos de Climas Temperados: trigo, centeio, cevada, aveia, batatinha, cenoura, rabanete,
soja, ervilha, beterraba, azeitona, linho, girassol,
vinha, maçã, uva, pêssego etc.
Do ponto de vista do desenvolvimento técnico
e científico da agricultura, podemos distinguir três
•• Sementes selecionadas, fertilizantes, defensivos (agrotóxicos), irrigação, mecanização etc.
•• Nos países subdesenvolvidos serviu para
manter a estrutura fundiária baseada na
grande propriedade de exportação.
O campo na atualidade
Os países desenvolvidos e industrializados intensificaram a produção agrícola por meio da modernização das técnicas empregadas, utilizando cada
vez menos mão-de-obra. Nos países pouco desenvolvidos, em contrapartida, houve o êxodo rural,
que promoveu o drástico empobrecimento dos trabalhadores agrícolas, concentrados na periferia das
grandes cidades. Estas tecnologias permitiram que
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49
Geografia
Por outro lado, as regiões pobres e tecnicamente
atrasadas estão muito mais sensíveis aos rigores impostos pelas condições naturais (solo, água, clima)
e econômicas (barreiras fiscais), nem sempre favoráveis à produção agrícola. Uma das consequências
dessa situação é a fome.
Atualmente, observa-se a tendência à grande penetração do capital agroindustrial no campo, tanto
nos setores voltados ao mercado externo quanto ao
mercado interno. A produção agrícola tradicional tende a especializar, não para concorrer contra as mais
fortes, mas para produzir a matéria-prima utilizada
pela agroindústria, é a industrialização do campo.
Sistemas agrícolas
Em relação ao grau de capitalização e o índice de
produtividade:
Sistema Intensivo: é caracterizado pela menor
dependência do agricultor às condições naturais,
pois quanto menor a dependência, mais intensivo
será o sistema agrícola.
Características:
•• uso permanente do solo, rotação de culturas e
uso de fertilizantes e defensivos;
•• seleção de espécies, seleção de sementes,
transgênicos;
•• mecanização, produção elevada por hectare e
grande rendimento;
•• alta produtividade da terra e mão-de-obra qualificada.
Sistema Extensivo: caracteriza-se por técnicas
rudimentares de produção, onde a “roça” é exemplo
deste sistema. É utilizado pouco ou nenhum adubo ou qualquer outro tipo de corretivo do solo, o
que acarreta o esgotamento do solo e seu posterior
abandono.
Características:
•• desmatamento, queimada, coivara;
Agricultura no mundo e geopolítica
Maiores Produtores de Cereais – 2002
Produção mundial de cereais:
2 bilhões (em %)
Indonésia 2,8
França 3,4
Brasil
2,5
IESDE Brasil S.A.
nações mais ricas conseguissem produzir mais em
um espaço menor e mesmo em áreas que antes não
serviam para práticas agrícolas. Um exemplo disso é
o cultivo de soja – um grão de origem temperada –,
em áreas tropicais.
Federação
Russsa 4,2
Outros países
41,6
EUA
14,7
Índia
11,0
China
19,8
Cereais – produção mundial.
No ano de 2001 temos uma desaceleração da economia mundial e uma desaceleração nos mercados
agrícolas. Ao mesmo tempo ocorre um aumento da
produção mundial.
Isso fez com que o preço dos alimentos sofresse
uma grande queda nos últimos anos. Mas no primeiro
semestre de 2007 a ONU anuncia a possibilidade de
aumento da pobreza e desnutrição no mundo em virtude do crescente aumento do preço dos alimentos,
podendo causar o retrocesso no combate à pobreza e
aos Objetivos do Milênio.
Sérias críticas são feitas aos países que deixam de
produzir alimentos para produzir outras lavouras comerciais como a de cana-de-açúcar (biodiesel e álcool), por exemplo.
Atualmente, somando agropecuária, extrativismo, pesca, obtém-se apenas 6% da riqueza
produzida no mundo.
Contudo, nos países em desenvolvimento este
setor absorve a maioria da força de trabalho e chega a representar até 20% da riqueza produzida
por estes países.
•• mão-de-obra não qualificada;
•• esgotamento e rotação de solos;
•• baixa produtividade da terra.
50
Quanto mais desenvolvido o país, menor é a importância da agricultura na sua economia e na ab-
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Geografia
sorção de mão-de-obra. Em países subdesenvolvidos
a agropecuária chega a significar até 20% do PIB e
absorve a maior parcela do mercado de trabalho.
Os produtos agrícolas mais cultivados e negociados são a cana-de-açúcar, o milho, o arroz e a carne
bovina.
Se bem distribuídos, o total de alimentos produzidos no mundo, hoje, seria suficiente para
não existir nenhum faminto.
Entenda:
G-20
O G-20 é um grupo de países em desenvolvimento
criado em 20 de agosto de 2003, na fase final da preparação para a V Conferência Ministerial da Organização
Mundial do Comércio (OMC), realizada em Cancun.
O Grupo concentra sua atuação na agricultura e
tem uma vasta e equilibrada representação geográfica, são cerca de 22 nações, sendo que possuem alguns “membros flutuantes”.
IESDE Brasil S.A.
Localização dos países do G-20 (países em desenvolvimento)
Destacam-se a importância dos seus membros na
produção e comércio agrícolas, representando quase
60% da população mundial, 70% da população rural
em todo o mundo e 26% das exportações agrícolas
mundiais.
Há também o G-20 dos países industriais, este é um
fórum econômico criado em 1999, que reúne as maiores potências econômicas mundiais.
Protecionismo: são impostos ou sobretaxações
cobrados sobre produtos importados, geralmente
bens alimentícios e maquinário.
Subsídios: uma série de medidas econômicas
(financiamento ou mesmo doação) praticado pelos
governos para produzir determinados produtos ou
mesmo para manter os trabalhadores no campo, em
última análise para manter aquecida a economia.
Transgênicos: plantas que têm suas estruturas
geneticamente modificadas para resistirem a pragas
e a intempéries, além de potencializar seus poderes
nutritivos.
Polêmicas: os alimentos transgênicos não são tolerados pela União Europeia por ainda não existirem
pesquisas que comprovem que esses alimentos não
provocam males ao ambiente e ao consumidor em
longo prazo. Outro ponto, talvez o que realmente
esteja em jogo, é o direito de propriedade de quem
fabricar a semente, ou seja, não pode trocar com o
vizinho e se trocar tem que pagar.
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51
Geografia
Domínio público.
Barreiras Sanitárias: é o controle de fluxo numa
determinada área afetada por alguma moléstia animal ou vegetal, no intuito de controlar sua disseminação. Ex.: surto de Aftosa no Brasil, a Vaca Louca na
Europa e a Doença de Aujesszky (suínos).
Agricultura em países desenvolvidos
Os EUA estão entre os maiores produtores e exportadores de alimentos no mundo, de forma que
qualquer mudança na política agrícola americana
tem reflexos mundiais. Boa parte da força de sua
agricultura está baseada em subsídios aos seus produtores e de medidas protecionistas. Ex.: Dairy Belt
– leite e hortigranjeiros; Green Belt – frutas, legumes
e verduras; Corn Belt – milho, soja, aveia, alfafa e porcos; Wheat Belt – trigo; Cotton Belt – algodão.
Atividades econômicas
A economia mundial está baseada em três atividades
distintas, que estão relacionadas entre si e, dependendo do grau de desenvolvimento destes setores, pode-se dizer qual o grau de desenvolvimento de um país.
Setor primário: é a base da economia de uma
nação. Constituída por toda a atividade extrativista
(vegetal, animal e mineral), pela produção agrícola
e pecuária. É o setor responsável pela produção de
alimentos e de produção de matérias-primas para o
abastecimento do setor secundário.
52
Setor secundário: faz parte desse setor toda a atividade industrial que processa ou transforma a matéria-prima em bens de consumo, máquinas e equipamentos, construção civil e geração de energia.
Creative Suíte.
Agricultura dos EUA: também sofreu intensa
mecanização. O uso de fertilizantes, agrotóxicos e
de mecanização, promovem na agricultura americana uma concentração de terras aliada à formação de
grandes cinturões agrícolas, os belts (grandes áreas
monocultoras). A agricultura americana é altamente
capitalizada, gerenciada de maneira empresarial.
Coleta de látex.
Exemplo de indústria.
Setor terciário: é formado pela atividade comercial e prestação de serviços. (Fazem parte deste setor
professores, médicos, dentistas, e profissionais liberais em geral).
Comstock Complete.
Agricultura na Europa: este continente também
passou pelo processo de concentração de terras devido à mecanização. Aumentou-se assim a produtividade, entretanto, a agricultura europeia não consegue se manter sem os subsídios dados pelos governos
desse continente, além da taxação imposta aos produtos agrícolas oriundos dos mercados estrangeiros.
Essas medidas constituem aquilo que chamamos de
medidas protecionistas. Embora haja um alto nível de
mecanização da agricultura (com exceção de áreas do
Mar Mediterrâneo), há rotação de culturas e a associação agricultura-pecuária.
Exemplo de ramo do setor terciário.
Como veremos nos capítulos seguintes, a população urbana é cada vez maior, com isso a tendência
mundial é a concentração da população economicamente ativa (PEA), ou seja, aquela em idade de trabalhar, nos setores primário, secundário e terciário.
Assim, a concentração da população economicamente ativa inserida em um determinado setor da
economia releva o desenvolvimento econômico e o
índice de urbanização de um país. Da mesma forma,
quanto mais desenvolvida a economia, maior é a participação da mulher no mercado de trabalho.
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Geografia
A atual possibilidade oferecida pelas telecomunicações, a revolução técnico-científico-informacional, maximizam as relações comercias. Essa interligação global promove o crescimento de setores sofisticados e
especializados como o turismo, telecomunicação etc.
cisamos saber em que estágio ele se encontra. Nesse
sentido, o carvão apresenta quatro fases de formação:
turfa (fase com menor teor de carbono), o linhito, a
hulha (mais consumido e mais abundante no mundo),
e o antracito (muito raro, apenas 5% das reservas).
Mas, em alguns países de economias mais frágeis
e países emergentes, está ocorrendo um crescimento
desordenado do setor terciário, principalmente em virtude do capital de aposentadoria e de funcionalismo
público. São, portanto, municípios ou áreas que consomem mais do que produzem, que estão em déficit.
Os recursos energéticos
Para o desenvolvimento de um país são necessários fortes investimentos visando a sua industrialização. No entanto, para que esta indústria se
desenvolva, os investimentos em fontes de energia
também são fundamentais, pois sem uma matriz
energética eficiente o país não conseguirá alcançar
o desenvolvimento.
Recursos naturais
A natureza é a origem de todos os recursos necessários à sobrevivência da humanidade. Mas a partir
da revolução industrial, a natureza começou a ser explorada de maneirara intensa e predatória, causando
sérios problemas ambientais e, consequentemente,
podendo colocar em risco a própria vida na terra. Os
recursos naturais podem ser divididos em:
Os combustíveis fósseis
Os combustíveis fósseis são as fontes energéticas
geradas pela fossilização de material orgânico. Entre
os mais importantes estão o carvão, o petróleo e o
gás natural.
Carvão mineral: hidrocarboneto formado pela
decomposição de restos vegetais que sofreram lento
processo de solidificação. É importante lembrar que
a matéria orgânica que formou o carvão e o petróleo
difere. O carvão é formado a partir do acúmulo de
grandes formações florestais do passado geológico
da Terra. Já o petróleo e o gás natural, têm formação
marinha, com base no plâncton.
Renováveis: são os recursos que podem se recompor em um período de tempo condizente com a
escala de tempo humana.
Não-renováveis: são os recursos que após serem utilizados pelo homem, não se recompõem em uma escala
de tempo condizente com a escala de tempo humana.
Também podemos dividir os recursos naturais em
dois grandes grupos conforme a sua finalidade e origem,
teremos, assim, os recursos energéticos (podem ser renováveis) e os recursos minerais (são não-renováveis).
Um exemplo de recurso mineral não-renovável é o
carvão. Para classificarmos a qualidade do carvão, pre-
Petróleo (%)
Carvão (%)
Nuclear (%)
América do Norte
Área analisada
40
23
7
Hidro (%) Gás (%)
4
Europa Ocidental
46
22
12
2
18
CEI e Europa Oriental
30
25
4
2
39
Ásia
38
49
5
2
6
Oceania
36
41
–
3
20
África e Oriente Médio
49
33
1
2
15
América Latina
38
26
2
10
24
Total Global
40
28
7
3
22
26
MCT/Brasil.
Atualmente as melhores jazidas do mundo estão
localizadas nos Montes Urais na Rússia, no Vale do
Ruhr na Alemanha, nas Montanhas Rochosas e nos
Apalaches nos Estados Unidos, no norte da França, no
oeste da China e na região de Yorkshire na Inglaterra.
Cenário mundial dos mercados das fontes de energia.
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53
Geografia
País
% mundial
China
32,1
Estados Unidos
19,1
Rússia
6,9
Índia
6,7
África do Sul
5,9
Austrália
5,7
Polônia
4,1
culos marinhos), ao morrer, no fundo das águas marinhas. Mas o processo de acumulação do petróleo em
jazidas deu-se através dos movimentos tectônicos.
Almanaque Abril, 2004.
Produtores mundiais de carvão
As maiores jazidas mundiais de petróleo localizam-se entre os escudos cristalinos Pré-Cambrianos
e os dobramentos modernos do final do Mesozoico.
Nessa sequência, podemos observar:
Oriente Médio: localizado entre os terrenos antigos da África e os recentes do Cáucaso.
Venezuela: as jazidas da Bacia do Orinoco, entre o
Escudo Guiano e os Andes.
Produção de carvão no mundo.
Canadá: entre o Escudo Canadense e as Montanhas Rochosas.
O carvão mineral no Brasil
O carvão brasileiro é considerado de baixa qualidade, principalmente em função do seu baixo teor
calorífico. Isso ocorre em função do pouco tempo
geológico em que as florestas foram decompostas
no Brasil, quando comparado com as principais regiões carboníferas do mundo. No Brasil, as principais jazidas de carvão estão na Região Sul, no Vale
do Rio Tubarão, em Santa Catarina (maior produção) e no Vale do Rio Jacuí no Rio Grande do Sul
(maiores reservas). No entanto, a nossa produção
é insuficiente para o consumo, levando à importação do produto.
Localização das principais jazidas
Temática Cartografia.
Principais jazidas de carvão no Brasil
54
Brasil: as principais jazidas estão situadas na bacia
de Campos (Rio de Janeiro), na plataforma continental.
Também é encontrado nos anticlinais (áreas mais
baixas e côncavas) dos dobramentos modernos,
como no Alasca e no Equador.
No ano de 2006 o Brasil anuncia o marco histórico
da autossuficiência em produção de petróleo, pondo
em operação a plataforma P-50. As novas descobertas de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de Santos, anunciadas em 2007, colocam o Brasil em um
novo patamar na indústria do petróleo, possibilitando listar entre as 10 maiores reservas mundiais.
A OPEP: A Organização dos Países Exportadores de
Petróleo foi criada em 1960, por meio do Acordo de
Bagdá, por cinco dos principais países exportadores
de petróleo (Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Venezuela), em represália à redução dos preços imposta
pelo cartel das sete irmãs (cartel formado em 1928 por
cinco empresas norte-americanas, uma holandesa e
uma inglesa).
A OPEP criou uma nova base de relacionamento
entre os países produtores e o cartel formado pelas
grandes empresas de petróleo. A partir dela, os governos assumiram muitas das funções que anteriormente estavam sob o controle das empresas, pelo
menos no que diz respeito à produção do petróleo.
Países membros: Arábia Saudita, Argélia, Catar, Emirados Árabes Unidos, Indonésia (sob revisão), Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Venezuela e o Equador
(retomou em 2007).
O Petróleo
Energia nuclear
Seu surgimento está associado à Era Paleozoica,
na deposição de plâncton (animais e vegetais minús-
Podemos dizer que entre as principais finalidades
do desenvolvimento desta tecnologia energética, uma
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Geografia
delas diz respeito às questões geopolíticas, pois toda
nação que detém equipamentos nucleares, pode vir a
desenvolver armamentos, como bombas atômicas. Entre os grandes problemas da energia nuclear, inserem-se os altos custos para a construção da usina e também a possibilidade de vazamentos.
Hidroeletricidade
Gás natural
O Brasil possui hoje o terceiro maior potencial hidroelétrico do mundo, tem na hidroeletricidade sua
maior riqueza energética (85% da eletricidade produzida). No entanto, as construções de usinas hidroelétricas acabam acarretando uma série de problemas ambientais, tais como a destruição de espécies
vegetais e animais.
Divulgação Itaipu.
Apresenta muito mais vantagens que o carvão e
o petróleo, pois, seu custo é mais barato, seu transporte por dutos é mais facilitado, além de ser menos poluente. É utilizado amplamente pela indústria
e cresce no uso veicular. Assinado com a Bolívia, o
acordo do gasoduto Bolívia-Brasil já opera no seu limite desde 2006.
Em países com grandes e volumosos rios, como o
Brasil, a energia hidráulica representa grande parte
da energia gerada, e os investimentos na construção
de novas usinas continuam, principalmente em função da expansão de algumas áreas econômicas.
IESDE Brasil S.A.
Gasoduto Bolívia-Brasil
Vista parcial da Hidroelétrica de Itaipu.
A energia solar
Uma das energias mais limpas e menos perigosas,
a energia solar é gerada a partir do calor provindo
do Sol, que é captado por baterias solares. No Brasil,
ainda não existe um aproveitamento racional dessa
fonte. Contrariando sua característica natural de estar localizado na região tropical, com bastante incidência de energia solar ao longo do ano.
Fontes renováveis
Termoeletricidade
Tecnicamente falando, é uma tecnologia para conversão de energia térmica em eletricidade por meio
da queima de combustíveis, geralmente sólidos: lenha, carvão mineral, gás natural, urânio etc. A energia termelétrica ainda possui grande importância no
cenário mundial, principalmente se considerarmos
dentro dela a energia nuclear. No Brasil é cada vez
mais atrativa pela iniciativa privada, visto que os potenciais hidrelétricos das Regiões Sul e Sudeste já estão esgotados.
Energia eólica
O principal entrave brasileiro era a carência de estudos confiáveis do potencial desta fonte de energia.
Hoje o Brasil já consegue produzir energia eólica a
preços competitivos com as formas tradicionais de
energia termoelétrica e hidroelétrica. Boa parte dos
investimentos vem da iniciativa privada, e o maior
potencial instalado está no Nordeste, em especial
nos projetos do estado do Ceará.
Biomassa
É a energia obtida do gás produzido pela matéria
orgânica em decomposição. No Brasil, apenas recen-
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55
Geografia
Brasil – recursos minerais
IESDE Brasil S.A.
temente os biodigestores começaram a ser instalados, e vêm obtendo resultados satisfatórios onde são
utilizados.
São mais comuns o uso do carvão vegetal, da lenha e produção do etanol. Colocando o nosso país
em uma posição de destaque neste setor, comportando não apenas as condições naturais necessárias para
isso, mas também, um dos maiores programas de produção de energia renovável do planeta.
Outra frente importante deste setor é a produção
do biodiesel. Sua importância está alicerçada em alguns fundamentos: substitui total ou parcialmente o
óleo diesel de petróleo em motores, é um óleo biodegradável e menos poluente, e pode ser extraído de
vários vegetais ou óleos já utilizados.
Recursos minerais
Minério de ferro
Explorado, principalmente, no Quadrilátero Central ou Ferrífero, em Minas Gerais, e na Serra dos
Carajás, no Pará. A maior parte do minério de ferro
explorado no Quadrilátero Central (MG) e na Serra dos Carajás (PA) é exportada especialmente para
a União Europeia, Estados Unidos, Japão e China.
Dentre as empresas atuantes no processo exploratório desse minério destaca-se a Cia. Vale do Rio
Doce, e dentre os portos exportadores, o de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo, e o de Ponta
da Madeira, em São Luiz do Maranhão.
Bauxita
Minério utilizado na produção do alumínio, as
principais jazidas estão no estado do Pará (Paragominas e Vale do Rio Trombetas). Grandes projetos
de mineração foram planejados nessa área, como
o Projeto Carajás. O Brasil detém 1/6 das reservas
mundiais.
Minérios de manganês
De grande importância para as indústrias siderúrgicas, química, cerâmica entre outras.
O Brasil possui a terceira maior reserva do mundo,
superado apenas pela Rússia e pelo Gabão.
As principais áreas de ocorrência são Minas Gerais,
Mato Grosso do Sul e Pará.
56
Industrialização
A localização da indústria
O processo industrial surge de forma dispersa e
pontualmente aglomerada. Inicialmente são os fatores de produção que irão ditar onde nascerão as
indústrias. Foram estes fatores que tornaram a distribuição desigual no planeta, pois, a tendência foi a
concentração nos lugares onde há fatores favoráveis
à sua instalação. São considerados fatores de localização desta primeira fase: as matérias-primas, as
fontes de energia, a mão-de-obra e a proximidade
do mercado consumidor.
Com o desenvolvimento científico e industrial
outros fatores começaram a ser valorizados, como
a infraestrutura de transporte (permitindo alcançar
novos mercados), a rede de comunicações (promoveram o contato fácil e a comunicação). Este momento
histórico é responsável pela instalação de grandes
empresas multinacionais em países em desenvolvimento como o Brasil e o México, logo após a Segunda Guerra Mundial. Quer dizer, em ambos os países
já existia uma indústria de base forte, uma malha de
transportes e telecomunicações mais ampla, capazes
de garantir esse empreendimento.
No período atual, o que atrai mais as indústrias e
investimentos é justamente a circulação de capital,
ou seja, o velho paradigma da localização perde aos
poucos a sua influência. Certamente muitas indús-
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Geografia
Incentivos fiscais, robotização, desregulamentação trabalhista, desemprego, capitais voláteis etc.,
são a face da Terceira Revolução Industrial, ou revolução técnico-científica.
A classificação das indústrias
As indústrias podem ser classificadas com bases em
vários critérios, o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo e destino do bem produzido:
Indústrias de bens de produção: destinam suas
mercadorias para a produção ou o transporte de outras
mercadorias e não para o consumo final. Ex.: produtos
químicos, celulose, aço, máquinas e implementos.
Conhecidas como indústrias de base, requerem a
utilização de quantidades expressivas de matérias-primas e combustíveis apresentando consumo intensivo de energia. Por isso, são também denominadas indústrias pesadas.
estágio, inicia-se a divisão do trabalho e o trabalho assalariado. Os meios de produção concentram-se nas mãos do dono da manufatura.
•• A indústria maquinofatureira: nesse modelo,
dá-se uma intensa divisão do trabalho, resultado da revolução industrial com a utilização de
máquinas.
•• A indústria tecnológica ou de ponta: é a indústria moderna, onde há uma redução drástica
do número de trabalhadores em decorrência da
grande automação nas linhas de montagem.
Quanto a sua natureza as indústrias podem ser:
•• Horizontal: quando a mesma corporação expande suas atividades a outros setores.
•• Vertical: quando uma mesma companhia atua
em todas as etapas do processo de produção.
As principais áreas
industrializadas do planeta
Como relatado, as indústrias se instalam, preferencialmente, próximas aos centros consumidores, das
fontes de matéria-prima, oferta de energia, de água, de
mão-de-obra, incentivos fiscais etc.
Concentração das indústrias
Concentração das indústrias
IESDE Brasil S.A.
trias ainda dependem de fatores locacionais, como
abundância em matéria-prima, para sua instalação.
Mas, com a intensificação do processo de globalização, através do desenvolvimento dos meios de
transporte e telecomunicações, o mundo inteiro é,
atualmente, um mercado em potencial. Um exemplo
desse processo seria a fabricação de um veículo automotor no Brasil, em uma empresa com donos norte-americanos, por um empregado de descendência
asiática, utilizando tinta de petróleo árabe, para ser
exportado para países europeus.
Indústrias de bens de capital ou intermediárias:
produzem equipamentos necessários para o funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas.
Indústrias de bens de consumo: produzem bens
para o consumidor final, a população comum, elas
subdividem-se em:
•• Indústrias de bens duráveis: as que produzem
bens para consumo a longo prazo, como automóveis, refrigeradores.
•• Indústrias de bens não duráveis: as que produzem bens para consumo em geral imediato,
como as de alimentos.
Porém, outros critérios podem ser levados em
consideração, como o modo de produzir:
Complexo Industrial: é o conjunto de fábricas
diversificadas de grande dimensão e com extensão
regional. Os mais importantes são:
•• A indústria artesanal: é o estágio mais primitivo de indústria, onde o artesão executa todo o
processo produtivo de forma manual.
•• região dos Grandes Lagos dos EUA;
•• A indústria manufatureira: surge com o desenvolvimento mercantil e capitalista. Nesse
•• a região do ABCD paulista no Brasil.
•• Vale do Rio Ruhr, na Alemanha;
•• nos Montes Urais e arredores de Moscou, na Rússia;
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57
Geografia
Distrito industrial: ou centro industrial é um parque
industrial localizado em uma área ou zona reservada
para as indústrias, afastado dos centros urbanos.
A industrialização no Brasil
O processo de expansão industrial no Brasil se
iniciou com as mudanças sociais, políticas e econômicas que caracterizaram as últimas três décadas do
século XIX.
A distribuição espacial da indústria brasileira, com
acentuada concentração em São Paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento
do início da efetiva industrialização, o estado tinha,
devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias, a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes. Além disso, a
atuação estatal através de diversos planos governamentais acentuou essa concentração no Sudeste.
A evolução histórica da indústria no Brasil pode ser
dividida em quatro fases:
1. fase: 1922 a 1930
a
Período de reduzida atividade industrial, dado a
característica agrário-exportadora do país.
2.a fase: 1930 a 1956
O ano de 1930 é considerado por alguns autores
como o da “Revolução Industrial” no Brasil. Efetivamente é o ano que marca o início da industrialização
(processo através do qual a atividade industrial vai se
tornar a mais importante do país).
A Crise de 1929 determinou a decadência da cafeicultura e a transferência do capital para a indústria, o
que, associado à presença de mão-de-obra e mercado
consumidor, vai justificar a concentração industrial no
Sudeste, especificamente em São Paulo. No entanto, a
ação do Estado começa a alterar o quadro, com o Governo de Getúlio Vargas criando as empresas estatais
do setor de base, como a CSN (siderurgia), PETROBRÁS e a CVRD (mineração).
3.a fase: 1956 a 1989
Compõe-se do período de maior crescimento industrial do país em todos os tipos de indústria, tendo
como base a aliança entre o capital estatal e o capital
estrangeiro. O governo Juscelino Kubitschek dá início
à chamada “Internacionalização da Economia”, com a
entrada de empresas transnacionais, notadamente do
setor automotivo.
58
4.a fase: 1989 até os dias atuais
Essa fase marca o avanço do neoliberalismo no
país, com sérias repercussões no setor secundário da
economia.
O modelo neoliberal adotado determinou a privatização de quase todas as empresas estatais, tanto
no setor produtivo, como as siderúrgicas e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), hoje apenas Vale,
quanto no setor da infraestrutura e serviços, como o
caso do sistema Telebrás.
Houve brutal aumento do desemprego, devido
à falência de empresas e às inovações tecnológicas
adotadas, como a utilização de máquinas e equipamentos industriais de última geração, necessários
para aumentar a competitividade e resistir à concorrência internacional.
A realidade regional
Região Sudeste
A mais industrializada das regiões brasileiras, com
as maiores concentrações industriais no estado de
São Paulo, no qual a atividade se expandiu a partir
do polo industrial da Grande São Paulo.
No Sudeste ainda se destacam os polos industriais
do Rio de Janeiro, principalmente os localizados na Baixada Fluminense, no Grande Rio, no Vale do Paraíba, na
Região Serrana (Petrópolis e Nova Friburgo), os polos
industriais de Minas Gerais, como o da Grande Belo Horizonte, onde identificamos a presença de dois importantes distritos industriais, os de Betim e Contagem.
Dentre as inúmeras produções das áreas industriais paulistas, pode-se destacar a automobilística
(no ABCD), a siderurgia (na Baixada Santista) e a produção têxtil (em Sorocaba).
E dentre as inúmeras produções industriais presentes nos polos industriais do Rio de Janeiro e Belo Horizonte pode-se destacar a têxtil e a siderúrgica.
Região Sul
A segunda mais industrializada do país apresenta sua atividade industrial ainda bastante vinculada
ao setor agropecuário. Isso quer dizer que no Sul as
produções agroindustriais, como a frigorífica e a de
óleos vegetais, apresentam, ainda hoje, elevada participação relativa no total do valor industrial produzido nessa região.
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Geografia
No estado do Rio Grande do Sul, destaca-se, como
a mais importante de suas áreas industriais, a Grande Porto Alegre seguida pela região de Caxias do Sul,
localizada na região planáltica do estado. Dentre as
produções desenvolvidas nesses domínios pode-se
citar: no caso da Grande Porto Alegre, a indústria petroquímica (Canoas) e de calçados (São Leopoldo e
Novo Hamburgo). Quanto à região de Caixas do Sul,
destacam-se as indústrias de metalurgia.
No estado de Santa Catarina, destacam-se como
importantes áreas industriais o Vale do Itajaí, com forte
presença do setor têxtil e a zona carbonífera do estado.
No estado do Paraná, ocorre a concentração industrial na região metropolitana de Curitiba, com destaque para os setores de mecânica, siderurgia e automotores. No interior do estado o destaque fica para a
região de Ponta Grossa, que concentra indústrias beneficiadoras de grãos. No norte do estado, como em
Londrina e Maringá, destaca-se a produção industrial
baseada nas indústrias alimentares e químicas.
Região Nordeste
A terceira região mais industrializada do país (9% da
produção industrial brasileira), destacam-se as produções vinculadas ao processo de transformação industrial das matérias-primas regionais.
Entre os mais importantes centros industriais do
Nordeste podemos mencionar as três grandes áreas
metropolitanas – Recife, Salvador e Fortaleza – com
destaque para as produções têxteis e alimentícias,
seguidas pela metalúrgica, química e de eletrodoméstico.
IESDE Brasil S.A.
Indústrias no Brasil
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59
Geografia
Sistemas de transporte
O transporte corresponde à atividade que permite
a circulação de pessoas e mercadorias. É vinculado
ao setor terciário da economia, como atividade prestadora de serviços.
A evolução humana foi acompanhada pela evolução do sistema de transporte. Primeiramente, o homem só podia contar com o próprio corpo, ao longo
do tempo começou a usar a tração animal, para puxar carroças, arado ou mover roda de moinho.
Com a Revolução Industrial, o sistema de transporte também foi modificado. A invenção de locomotivas e barcos a vapor acelerou o desenvolvimento dos transportes, estando estreitamente associado
com a evolução tecnológica.
Os tipos de transportes mais utilizados em grande
escala são os terrestres, compostos por ferrovias e
rodovias; os aquáticos, representados pela navegação fluvial e marítima e o aéreo. As características, a
importância e o desenvolvimento de cada um deles
estão diretamente associados à escala de desenvolvimento econômico que se encontra o país. Sendo o
ferroviário e rodoviário os mais utilizados.
O uso de rodovias data de muito tempo, pois se originaram com as trilhas abertas por povos primitivos e
que posteriormente, transformaram-se em estradas.
O início do século XX é marcado pela implantação
da indústria automobilística e consequentemente,
pela valorização do transporte rodoviário.
A respeito do transporte ferroviário, sua expansão pelo mundo foi muito rápida. A partir da Segunda Guerra Mundial o sistema começou a ser negligenciado em prol do rodoviário, que era reflexo
do boom do automóvel. Atualmente, as vantagens
do transporte ferroviário estão sendo colocadas em
pauta novamente – como a capacidade de carga, o
baixo consumo de energia e a segurança no tráfego. Está sendo visto como opção para o transporte
de grandes centros urbanos, através dos metrôs e
dos trens metropolitanos.
A navegação marítima e a fluvial são bastante utilizadas em áreas onde, por diversos motivos, a malha
ferroviária e rodoviária não se desenvolveu.
O transporte aéreo, se comparado com os outros tipos, tem uma história bastante recente. Mas, desde que
começou a ser empregado para transportes de passa60
geiros, seu uso aumentou consideravelmente. Isso principalmente pela velocidade e segurança dos voos.
O transporte no Brasil
O Brasil é um país de grandes dimensões, ou seja,
grandes distâncias necessitam ser percorridas para
que seu abastecimento seja realizado.
Devido a essas características e, também pelo
fato de ainda perseguir a autossuficiência em relação ao petróleo – de onde derivam a gasolina e o
diesel – o sistema de transporte mais adequado à
realidade do país seria o ferroviário. Foi o binômio
porto-ferrovia que desempenhou papel importante
para o surgimento e a expansão dos principais centros regionais.
Transporte ferroviário
Historicamente o Brasil construiu uma grande malha ferroviária tanto por motivo de ocupação do território como também de mobilidade pelo mesmo.
Ferrovias
Parecia que o país estaria seguindo o caminho que
a maioria dos países europeus traçou. Mas, com a
aceleração da industrialização, começa a denominada
“cultura do automóvel”, que foi, e ainda é, intensa.
Fortemente influenciada pelos EUA, essa “cultura”
acelerou a indústria automobilística – quase inexistente – e consequentemente, a construção de grande
malha rodoviária.
O transporte ferroviário foi gradativamente sendo abandonado, ficando apenas em funcionamento alguns trens (principalmente para transporte de
cargas) e metrôs – estes, por sua tecnologia, foram
implantados para suprir a demanda dos grandes centros urbanos do mundo.
O país possui cerca de 30 000km de ferrovias para
tráfego, uma densidade ferroviária de aproximadamente 3 metros por km2; bem inferior a dos EUA
(150m/km2) e Argentina (15m/km2). A sua distribuição, como mostra a figura, é bastante desigual, com
cerca de 52% situada no Sudeste.
Na Região Sul brasileira a malha foi privatizada, funcionando como uma binacional, onde se verifica um excelente desempenho das ferrovias, com concentração
no transporte de: grãos, produtos siderúrgicos, vinho,
pedra e cimento.
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Geografia
Transporte rodoviário
Com o processo de industrialização (posterior a
1950) inserira-se no país a era dos transportes rodoviários, desenhando assim, um novo perfil para a
expansão e o plano físico das cidades. Este é o principal sistema de transporte no Brasil. Representa 56%
das cargas movimentadas, contra 21% por ferrovia
e 18% por hidrovia. A predominância desse tipo de
transporte deve-se ao modelo de desenvolvimento
implantado desde o período do governo JK. A falta
de investimentos em infraestrutura, como um todo,
e a ausência de uma política de intermodalidade são
algumas das dificuldades do setor.
As rodovias sob o controle direto do Governo Federal dividem-se em:
•• Rodovias radiais – partem de Brasília e têm
numeração de 001 a 100;
•• Rodovias longitudinais – seguem sentido
norte-sul, a numeração aumenta de leste para
oeste e varia de 101 a 200;
•• Rodovias transversais – seguem no sentido
leste-oeste e a numeração vai de 201 a 300;
•• Rodovias diagonais – cortam as anteriores em
diagonal e variam de 301 a 400, aumentando
para sul.
Divulgação ANTT.
Rodovias, ferrovias e hidrovias
Outras formas de transporte
A navegação fluvial e a marítima são pouco expressivas no contexto nacional – devido à adoção de
políticas de transporte que privilegiaram primeira-
mente o ferroviário, e em um segundo momento, o
rodoviário – ficando responsável por pequena participação no transporte de cargas e um pouco mais de
destaque no transporte de passageiros.
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61
Geografia
Quanto ao transporte aéreo, é quase que exclusivamente para transbordo de pessoas. As construções
de estruturas aeroportuárias necessitam de enormes
espaços e complicadas instalações. Também a manutenção das aeronaves, que é bastante cara. Apesar
de os acidentes serem, geralmente, letais, é de longe
o transporte mais seguro existente.
Taxa de Mortalidade Infantil (TMI):
TMI = razão entre o número de óbitos anuais de
menores de um ano de idade e o número de nascidos
vivos no ano, expresso em 1 000 nascidos vivos.
Crescimento Vegetativo (CV):
CV ou Natural = TN – TM
Crescimento Demográfico ou Absoluto:
É através dos estudos populacionais que se pode
conhecer o grau de desenvolvimento de estados, regiões ou países.
Os dados sobre a população mundial são sempre
aproximados, pois, muitas nações não fazem contagem populacional.
São considerados fatores do povoamento aqueles
de caráter: físico, histórico-culturais e econômicos.
Em relação à possibilidade de povoamento podemos dividir a superfície do planeta em ecúmenos
(áreas que favorecem a ocupação humana) e anecúmenos. Esses, são áreas menos povoadas, são áreas
frias, desérticas, florestais ou economicamente pouco desenvolvidas.
Demografia
CV + saldo migratório.
População absoluta
É o número total de habitantes de um lugar. Atualmente a população absoluta do planeta é de 6,7
bilhões de pessoas.
Os mais populosos do mundo
China
1 331
Índia
1 136
EUA
303,9
Indonésia
228,1
Brasil
Almanaque Abril, 2007.
Estudos de população
190
Paquistão
164,6
Bangladesh
147,1
Rússia
141,9
É a ciência que estuda a dinâmica populacional
humana por meio de estatísticas de natalidade, fecundidade e migrações etc.
População relativa ou
densidade demográfica
Taxa de Natalidade (TN): é o número de nascimentos para um grupo de mil habitantes ao longo
de um ano.
É a relação entre o número de habitantes e a extensão territorial de determinada área. É expressa,
geralmente, em hab./km2. Os pequenos países da
Europa (Vaticano, Mônaco, Luxemburgo etc.), estão
entre as nações com maior densidade demográfica.
TN = n.º de nasc. 1 ano
Taxa de Mortalidade (TM): é o número de óbitos
para um grupo de 1 000 habitantes no período de
um ano.
TM= n.º de óbitos 1 ano
1 000 hab.
62
País
TN 0/0
TM 0/0
CV0/0
África
36,9
15,6
21,3
Am. do Sul
20,4
6,5
13,9
Ásia
18,7
7,0
11,7
Oceania
16,9
7,5
9,4
Am. do Norte
14,7
7,2
7,5
Europa
10,3
11,3
-1
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Almanaque Abril, 2007.
1 000 hab.
Geografia
Crescimento populacional mundial
10
8
6
4
2
0
1650 1750 1850 1950 2000 2007 2050
Almanaque Abril, 2008.
O crescimento populacional mundial foi lento até
primeira metade do século XIX e aumentou gradativamente à medida que nos aproximamos do século
XX, mas, foi a partir de 1950, que o mundo passou
por uma verdadeira revolução populacional.
Crescimento populacional em bilhões.
Assim, podemos considerar três diferentes fases:
Primeira Fase (até 1750): é a chamada fase do
equilíbrio primitivo. Onde a natalidade era alta e a
mortalidade também, resultando num baixo crescimento vegetativo. Principalmente em virtude de
guerras e epidemias.
Segunda Fase (1950): é a fase da explosão demográfica. Isso já ocorria na Europa desde o final do
século XIX, mas, no restante do mundo, apenas no
século XX. Ocorre um controle de mortalidade em
virtude da Revolução Sanitária, contudo, a natalidade continua elevada.
Revolução Sanitária?
Foi um grande salto de melhoria na saúde
mundial a partir de 1950. Foi baseada em:
•• vacinação;
•• saneamento básico;
•• ampliação de ambulatórios;
•• ação médica;
•• distribuição de alimentos.
Terceira Fase (2000): com as políticas de melhoria
das condições sanitárias, das políticas de controle de
natalidade, das condições econômicas e educacionais mais elevadas, a natalidade tende a diminuir. É
conhecida também como a fase da estabilização ou
estagnação. Ou seja, baixa natalidade e baixa mortalidade, igual a baixo crescimento.
Teorias demográficas
Com a explosão demográfica surgiram muitas
ideias de controle populacional, cada uma com uma
filosofia e um método próprios, veja:
Malthusiana: entende que o crescimento populacional gera fome e miséria das grandes massas, por
isso, a alternativa é o controle artificial da natalidade.
Neomalthusiana: entende que o crescimento populacional gera atraso ao desenvolvimento econômico. Defende o controle artificial da natalidade, sem
reformas sociais.
Reformistas: com princípios nos ideais socialistas,
defendem a melhoria do padrão de vida e reformas
sociais, que naturalmente iriam promover o controle
natural do crescimento da população.
Transição democrática: considerada “mais científica”, esta teoria entende que a população evolui em
direção ao equilíbrio populacional, passando pelas
três fases que já vimos anteriormente.
Superpopulação ou explosão demográfica
Essa situação dependerá da situação econômica
do lugar. Só ocorre quando a economia não consegue
suprir as necessidades da população, ou seja, quando
a população cresce mais rápido que a economia pode
sustentar.
Subpovoamento
Ocorre quando uma área apresenta um pequeno
número de habitantes. São, portanto, áreas de baixa
densidade demográfica.
Lembre-se:
•• Um país populoso é aquele com grande número de habitantes.
•• Um país povoado é aquele que tem uma alta
densidade demográfica.
Áreas de maior concentração populacional:
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63
América do Sul
América do Norte
Ásia
África
Brasil: RJ, SP.
EUA: Chicago,
Nova Iorque, Oeste.
Tóquio, Xangai, Seul, África do Sul:
Bancoc.
Joanesburgo.
Argentina: Buenos Aires.
México: Cidade do
México.
Índia: Bombaim,
Nova Delhi, Calcutá.
Nigéria: Lagos.
Indonésia:Jacarta.
Egito: Cairo.
Chile: Santiago.
Atlas Escolar do IBGE.
Geografia
IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida e natalidade.
IESDE Brasil S.A.
Índice de Desenvolvimento Humano 2007
Rússia
Belarus
Macedônia
Albânia
Trópico de Câncer
Oceano
Pacífico
Líbia
Haiti
Gâmbia
Brasil
Equador
Oceano
Pacífico
Trópico de Capricórnio
Oceano
Atlântico
Arábia
Saudita
Iêmen
Quênia
Oceano
Índico
Zimbabwe
Países com IDH Alto
Países com IDH Médio
Países com IDH Baixo
Países que Ingressaram no Nível Médio de IDH
Países que Ingressaram no Nível Alto de IDH
Em 2007 o Brasil ingressa no grupo dos países
com IDH alto, mas cai uma posição no ranking.
Critérios de Avaliação:
•• Educação: taxa de alfabetização + total de
pessoas que frequentam algum curso;
•• Longevidade: esperança de vida ao nascer;
•• Renda: PIB per capita.
Classificação:
•• entre 0 e 0,499 – baixo.
64
•• entre 0,500 e 0,799 – médio.
•• entre 0,800 e 1 – alto.
População no Brasil
O país possui, aproximadamente, 190 milhões de
habitantes, sendo o quinto em população no mundo, considerado um país populoso, mas com uma
densidade demográfica de 21,97 hab/km2, não sendo considerado um país povoado e não enfrenta o
problema de superpovoamento.
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Geografia
Sua população está concentrada na faixa litorânea,
particularmente nas Regiões Nordeste e Sudeste.
Nosso país tem uma população em fase de envelhecimento, com menos nascimentos e com maior
expectativa de vida da população.
Transição demográfica no Brasil
1.a fase: controle da mortalidade;
2.a fase: aumento do crescimento;
3.a fase: baixa natalidade = baixo crescimento.
IESDE Brasil S.A.
IESDE Brasil S.A.
300
Brasil – densidade demográfica, 2000
250
200
150
100
2090
2070
2030
2050
2010
1991
1970
1950
1920
1890
1865
50
0
Evolução da população brasileira 1865 – 2100 (milhões).
Estrutura da população ativa
PEA: população economicamente ativa (maiores
de 10 anos de idade que exercem atividade remunerada).
População Ocupada ou Propriamente Ativa: é
aquela que está empregada.
Pirâmides Etárias
•• Base: jovens
•• Corpo: adultos
•• Topo: idosos
Distribuição estimada da população - 2007
Norte
14 623
3,8
2,9
Nordeste
51 533
33,2
1,3
Sul
26 733
46,4
1,4
Sudeste
77 873
84,2
1,6
Centro-Oeste
13 223
8,2
2,4
Homens
Milhões
Anos
Mulheres
População total: 30 981 382
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IESDE Brasil S.A.
Almanaque Abril, 2007 e IBGE.
Cresc.
Dem. (%)
(1191-2000)
Dens.
Demog.
Pop.
(milhões)
Região
De população jovem:
Milhões
65
Geografia
De população
em fase de envelhecimento:
Mulheres
1940
1950
1960
28,4 12,9
33,2 18,8
41,0
1980
2000
População total: 141 452 000
Milhões
Anos
Mulheres
População total: 16 531 929
IESDE Brasil S.A.
De população envelhecida:
Homens
38,6
80,4
35,8
111
32,0
0
Milhões
52,1
137,8
50
100
150
Migrações
Mundo – áreas migratórias.
IESDE Brasil S.A.
Milhões
31,3
38,8
1970
1991
Almanaque Abril, 2008.
Anos
IESDE Brasil S.A.
Homens
População Rural e Urbana no Brasil
Em milhões de pessoas
Milhões
Diferentes tipos de pirâmides etárias.
População rural x urbana
Rururbano: assentamentos localizados entre o perímetro urbano e o rural.
Ruralização: a Ruralização consiste no retorno de cidadãos para o meio rural.
4,2
5,0
4,0
2,9
3,0
1,7
2,0
66
2,3
2030
2020
2010
2000
1990
1970
Quanto ao tempo:
Quanto ao espaço:
Intra (internas) x Inter (externas)
Principais causas das migrações: fome, guerra,
miséria, catástrofes naturais, trabalho.
Países de Imigração (entrada): EUA, Áustria, Alemanha, Canadá, Espanha, França.
Países de Emigração (saída): Cuba, Haiti, Turquia,
Rússia.
1,3
1980
1950
0
1,0
0,7
1960
1,0
3,5
Almanaque Abril, 2008.
PREVISÃO
5,0
Imigração: Entrada
Periódicas x Definitivas
Cresce a população urbana no mundo
Em milhões de pessoas
Emigração: Saída
Brasil: as maiores emigrações vão para EUA, Paraguai, Japão e Portugal/Alemanha.
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Geografia
No passado:
IESDE Brasil S.A.
Brasil – fluxo migratório.
Saída: Ásia e Europa
Entrada: América e Oceania.
Atualmente:
Predominam as migrações em direção à Europa e
até mesmo à Ásia. As razões são inúmeras, mas, as
econômicas predominam.
Tipos de migrações
Nomadismo: povos Ciganos.
Transumância: sazonal e em geral ligada a fatores
climáticos:
•• África: Zona do Sahel (desértica) para estepes.
•• Brasil: Sertão Nordestino para a Zona da Mata.
Pendulares: diárias.
Campo – Cidade: êxodo rural.
Cidade – Campo: ruralização (em busca de melhor qualidade de vida).
Campo – Campo: fronteira agrícola.
Cidade – Cidade: primeiro para as capitais, depois para as cidades do interior.
A estruturação
do espaço agrário
Migrações no Brasil – causas
As formas de produção
Norte
Produção de roça: está associada ao sistema extensivo de produção agrícola, também conhecido
como sistema itinerante. É comum o uso de técnicas
atrasadas como a queimada, com predominância de
mão-de-obra familiar. Ocorrem em pequenas e médias propriedades e é destinada ao autoconsumo.
•• extrativismo mineral: RO, AP, PA;
•• madeira: PA, AM;
•• agricultura: RO, AC e de RO RR.
Ronai Rocha.
Sudeste
•• para o interior dos estados.
Sul
•• até fim de 1980: Centro-Oeste e Norte: fronteira agrícola;
•• a partir de 1990 das metrópoles para interior.
Nordeste
Exemplo de produção de roça.
•• ainda apresenta déficit migratório.
Centro-Oeste
•• Fronteira agrícola, madeira, rodovias, posseiros.
Agricultura ecológica ou orgânica: a Agroecologia
surge nos Estados Unidos e na Europa no final de 1970
e chega ao Brasil no início de 1990. É praticada em pequenas propriedades com emprego de sementes não
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67
Geografia
Utiliza alta mecanização e pouca mão-de-obra,
mas altamente especializada (ex.: produção de laranja, soja, trigo).
Jardinagem ou terraceamento: é um sistema de
uso intensivo do solo, tradicional e milenar, característico da Ásia Monçônica. É realizado em pequenas
propriedades com mão-de-obra familiar, utilizando
técnicas como: adubação orgânica, irrigação por
inundação e terraceamento. Utiliza intenso trabalho
braçal e se destina ao autoconsumo.
Divulgação da Câmara Municipal de Tabuaço
Istock Photo.
modificadas no plantio e sem a utilização de adubos e
defensivos químicos. Podendo proporcionar maior retorno financeiro ao produtor e menores danos ao solo e ao
meio ambiente.
Exemplo de agricultura ecológica.
Corte de cana-de-açúcar.
Exemplo de terraceamento.
Cinturões Verdes e Bacias Leiteiras: próximos
aos centros urbanos, onde o valor da terra é alto,
pratica-se esse tipo de agricultura ou pecuária intensivas. Utilizam-se pequenas e médias propriedades e predomina o trabalho familiar. São exemplos
disso o green belt e o dairy belt americanos.
Dwight Sipler.
Felipe Ferreira.
Plantations: herança colonial, esse sistema extensivo até hoje é utilizado, principalmente no cultivo de banana (América Central), de café, cana-de-açúcar e cacau (Brasil e África tropical), borracha e
juta (Ásia). Necessita de mão-de-obra abundante e
barata. A característica marcante é a monocultura de
exportação de produtos tropicais em grandes propriedades.
Divulgação UNILEITE.
Empresa agrícola: está associada ao sistema intensivo por investimento de capital (já que ocorre em
extensas áreas), são resultado do desenvolvimento
tecnológico e capitalista ocorrido nos EUA e na Europa. É utilizada em médias e grandes propriedades.
A produtividade é bastante considerável em virtude
do uso de tecnologias avançadas como as sementes
híbridas e transgênicas.
Exemplo de empresa agrícola.
68
Exemplo de cinturão verde.
Agricultura em áreas áridas: Graças às técnicas
de irrigação altamente desenvolvidas como a de
gotejamento, áreas semiáridas ou áridas do planeta têm alcançado uma boa produtividade. Por outro lado, esse tipo de agricultura tem se mostrado
altamente agressiva ao ambiente, trazendo como
resultado a salinização dos solos e a exaustão dos
recursos hídricos.
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Geografia
Problemas ambientais
decorrentes da agricultura
Os principais problemas ambientais causados pela
agricultura estão relacionados à degradação dos solos
e dos recursos hídricos. Boa parte desses problemas
podem ser evitados com soluções simples e baratas, as
mais conhecidas e disseminadas são o terraceamento,
o plantio em curvas de nível, o plantio direto, a aplicação de corretivos (ureia, calcário etc.), rotação de solos
e culturas, a irrigação e o reflorestamento.
Lixiviação: consiste na “lavagem” dos nutrientes
dos solos das regiões tropicais úmidas ou equatoriais. É, portanto, um processo natural que se agrava
com o solo descoberto pela prática agrícola.
Laterização: pode acontecer de forma natural, ou
resultar de ações antrópicas, em áreas de clima tropical típico (uma estação seca e outra chuvosa), como o
nosso Cerrado. Na época seca, o hidróxido de ferro e
de alumínio afloram para a superfície, formando uma
camada rígida logo abaixo da superfície (laterítica),
impedindo o desenvolvimento normal da planta.
Queimada: é uma técnica agrícola arcaica para limpar áreas para plantio ou renovação do pasto, também
leva ao esgotamento do solo. Ela garante boa produção nas primeiras safras. No entanto, com o solo descoberto ocorre a lixiviação. É uma técnica aplicada para
troca de pasto seco nas áreas de pecuária.
Salinização: consiste no depósito de sais minerais
no solo, devido à evaporação da água utilizada na
irrigação de culturas em regiões de clima árido ou
semiárido.
Desertificação: é decorrente de todos ou de alguns
dos fatores acima citados. Consiste, na prática, na arenização do solo, tornando-o impraticável para a agricultura.
Degradação dos recursos hídricos:
•• é responsável por 70% do consumo da água
potável do mundo;
•• leva ao assoreamento dos rios (problemas de
cheias no Pantanal);
•• os produtos químicos utilizados aumentam a degradação dos rios;
•• leva ao desmatamento;
•• a irrigação pode causar estresse hídrico.
Agricultura no Brasil e RS
Com a produção apresentando recordes desde o
início desta década, movimentando aproximadamente
8,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o país tem hoje
boa parte da sua economia alicerçada na agricultura.
Alguns dos entraves são a matriz de transporte
baseada em rodovias e a necessidade de modernização de portos.
A concentração de terras no Brasil
A estrutura fundiária está relacionada com o
número, tamanho e distribuição das propriedades
agrárias. A concentração de terras é, para a maioria
dos pesquisadores, um dos maiores problemas enfrentados no meio agrário.
Atualmente a agricultura brasileira participa em
menos de 10% do PIB, empregando apenas 24% da
PEA, destes, 65% estão em pequenas e médias propriedades que utilizam mão-de-obra familiar.
Hoje a agricultura brasileira centra-se na produção
para a exportação de produtos como soja, carne bovina, laranja, café e açúcar.
A propriedade da terra no Brasil
A primeira Lei de Terras do Brasil, data do ano
de 1850. Com essa lei, todas as terras devolutas
tornaram-se propriedade do Estado. Na prática um
de seus efeitos foi o impedimento do acesso à terra
pelos imigrantes. No ano de 1964 é lançado o Estatuto da Terra que além de lançar o ideal da reforma
agrária no país traz as seguintes definições:
•• Módulo Rural: a propriedade mínima de terra
capaz de proporcionar condições de sustento
a uma família de 4 pessoas. Varia conforme a
região.
•• Minifúndio: inferior ao módulo rural, portanto
antieconômicas. Varia conforme a região.
•• Latifúndio por dimensão: área superior a 600
vezes o módulo.
•• Latifúndio por exploração: propriedade que
não exceda 600 vezes o módulo rural, mas que
seja inexplorada.
•• Empresa rural: exploração econômica e racional
que tenha área até 600 vezes o módulo rural.
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69
Geografia
•• Assalariados permanentes: recebem salários.
Representam 10% da força de trabalho.
•• Assalariados temporários: são contratados
na época da colheita. São chamados de boias
frias. Representam 25% da força de trabalho
no campo.
•• Corumbás: mão-de-obra temporária típica do
nordeste brasileiro.
•• Peão: mão-de-obra típica da Região Norte.
Surgiu em 1970 com a expansão das fronteiras agrícolas. O contratante recebe o nome de
“gato”. É um trabalho compulsório, chamado
de escravidão por dívida.
•• Arrendatário: são aqueles que arrendam ou
“alugam” a terra pagando ao proprietário uma
quantia em dinheiro previamente combinada,
ou a sua equivalência em produtos.
•• Parceiros: são aqueles que trabalham numa
parte das terras de um proprietário, a quem
pagam com parte do que é produzido.
Os conflitos pela terra
A partir do processo de mecanização da agricultura surge o êxodo rural, aumentando a população das
cidades e consequentemente uma gama de problemáticas urbanas associadas ao campo. Não só a falta
de trabalho, mas, também, a falta da própria terra,
estimula conflitos nas relações sociais do campo
brasileiro. A desigualdade evidente em nossa estrutura fundiária traz à tona muitos embates políticos
e sociais que têm sido amplamente divulgados pela
mídia, principalmente a partir da atuação dos movimentos sociais. O movimento de maior expressão da
atualidade é o MST.
Principais áreas de conflito
•• Araguaia-Tocantins;
•• Sertão de Pernambuco;
•• oeste da Bahia;
•• fronteiras Mato Grosso do Sul – Paraguai;
•• região de Pernambuco.
70
A pecuária
Rebanho Bovino 2005 (mil cabeças)
Região
Efetivo
%
Norte
82 978
40,06
Nordeste
53 937
26,04
Sudeste
77 889
37,60
Sul
143 970
69,50
Centro-Oeste
71 985
34,75
Brasil
207 157
Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
As relações de trabalho no campo
Geografia urbana
Urbanização mundial
Podemos considerar a urbanização como a ampliação ou formação de áreas urbanas, com predominância de atividades do setor secundário e terciário e a existência de equipamentos públicos.
Quando falamos de urbanização, devemos nos
remeter a sua principal forma no espaço – A CIDADE. As primeiras cidades se estabeleceram onde
havia a abundância de recursos naturais e possibilidade de produção de excedentes, essenciais para os
processos de trocas.
Evolução da formação das cidades
Primórdios – as cidades que cresceram em
vales de rios (como o Nilo, Tigre, Eufrates etc.).
Grandes Navegações – as cidades crescem
em locais portuários.
Pós-Revolução Industrial – evoluíram em locais onde havia entroncamentos ferroviários, e
principalmente onde houvesse matérias-primas.
Atualmente – a formação das cidades está
muito mais associada ao comércio, serviços e
equipamentos públicos.
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Hoje a urbanização já pode ser considerada um
fenômeno global. As estimativas mostram que pela
primeira vez na história, o número de habitantes das
zonas urbanas superou o do campo.
A urbanização deve, sem dúvida, ser maior nos
países mais pobres, pois, estes apresentam os maiores índices de população rural. Mas, é difícil realizar
comparação entre as nações, pois, os critérios utilizados são variados.
A ONU trabalha com critérios de população
e área urbana. Já em países como o Brasil, funciona o critério administrativo. Toda sede de
município é cidade e seus distritos são considerados vilas, independente de população
ou área. Assim, os dados de urbanização de
nosso país podem parecer superiores aos de
outras nações.
Com exceção da China e da Índia, com as maiores
populações do planeta e de industrialização recente, todos os países industrializados são urbanizados.
Podemos encontrar áreas densamente urbanizadas,
mas sem existência de indústrias, esse fato é característico de nações muito pobres.
Problemas urbanos
No início da Revolução Industrial a taxa de urbanização não passava de 2%. A população que vive em
cidades atingiu 34% do total em 1960, 44% em 1992,
em 2000 era de 48% e em 2008 a população urbana
mundial superou os 50%. Podemos notar com isso
que o processo de urbanização é um fenômeno muito recente na história do homem.
AS DEZ MAIORES MEGALÓPOLES DO MUNDO
Em milhões de habitantes na região metropolitana
2005
2015*
1
Tóquio (Japão)
35,2
1
Tóquio (Japão)
35,5
2
Cidade do México
19,4
2
Cidade do México
21,9
3
Nova York
18,7
3
Nova York
21,6
4
São Paulo
18,3
4
São Paulo
20,5
5
Mumbai (Índia)
18,2
5
Mumbai (Índia)
19,9
AS DEZ MAIORES MEGALÓPOLES DO MUNDO
Em milhões de habitantes na região metropolitana
2005
2015*
6
Nova Délhi (Índia)
15,0
6
Nova Délhi (Índia)
18,6
7
Xangai (China)
14,5
7
Xangai (China)
17,2
8
Calcutá (Índia)
14,3
8
Calcutá (Índia)
17,0
9
Jacarta (Indonésia)
13,2
9
Jacarta (Indonésia)
16,8
10
Buenos Aires (Argentina) 12,6
10 Buenos Aires (Argentina)
16,8
Adaptado Almanaque Abril, 2008.
Portanto, a cidade deve, em grande parte, o seu
desenvolvimento à industrialização.
Adaptado Almanaque Abril, 2008.
Geografia
As dez maiores megalópoles do mundo.
Há de se considerar que nos países de industrialização mais antiga, a urbanização produziu cidades
onde foi possível desenvolver também as infraestruturas. Assim, os problemas urbanos não se multiplicaram tanto como nos países em desenvolvimento,
onde o processo foi muito rápido e não foi acompanhado por melhorias ou implantação das infraestruturas necessárias. Ocorrendo uma grande transferência de população para as cidades, notadamente para
as grandes metrópoles (êxodo rural), criando uma
série de problemas.
Assim as grandes cidades de nações recentemente industrializadas, como Brasil, Argentina e México,
possuem um grande cinturão de pobreza em sua periferia. Ampliando e agravando os problemas de submoradias, de desemprego, carência de serviços, de
saneamento, educação e saúde. Isso contribui para
as péssimas previsões da ONU para os próximos 30
anos, as quais indicam que cerca de um quarto da
população estará vivendo em condições de moradias
precárias.
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71
Geografia
Temática Cartografia.
População urbana mundial – 2005
Podemos considerar como rede urbana o sistema
de cidades, no território de cada país, interligadas
umas às outras através dos sistemas de transportes
e de comunicações, num constante fluxo de pessoas, mercadorias, informações etc. Em países desenvolvidos elas serão mais densas e articuladas, pois,
tais países apresentam economias diversificadas e
dinâmicas, grande mercado interno e alta capacidade de consumo.
cado, é que se estruturou uma rede urbana em escala
nacional. Com a modernização da economia, primeiro
as Regiões Sul e Sudeste formaram um mercado único
que, depois, incorporou o Nordeste e, mais recentemente o Norte e o Centro-Oeste.
IESDE Brasil S.A.
Rede urbana
Rede urbana no Brasil
Desde a colonização do Brasil, temos um país que
está voltado para fora, ou seja, um país praticamente
todo concentrado (população e atividades econômicas) nas áreas costeiras. Sendo assim, verificam-se
muitos problemas de ligação (estradas) entre as áreas costeiras e as áreas interiores do Brasil. Em virtude
dessa estrutura o centro e o norte do país ficavam
praticamente isolados.
Apenas a partir da década de 1940, juntamente
com a industrialização e a instalação de rodovias, ferrovias e novos portos integrando o território e o mer72
O avanço da urbanização no Brasil.
A indústria foi a grande responsável pela aceleração do processo de urbanização. Como mostra o
gráfico da urbanização brasileira, hoje o Brasil é um
país predominantemente urbano, com cerca de 81%
população vivendo e trabalhando em cidades, em especial nas metrópoles.
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Geografia
Regiões
1991
2000
50,32
59,05
69,83
Nordeste
50,46
60,65
69,04
Sudeste
82,81
88,02
90,52
Sul
62,41
74,12
80,94
Centro-Oeste
70,84
81,28
86,73
Brasil
67,59
75,59
81,23
Hierarquia urbana
Nova dinâmica da rede urbana brasileira
Estudo divulgado pelo IBGE, em outubro de 2008,
aponta nova hierarquização das cidades no Brasil.
Baseado na presença de órgãos do governo, de grandes empresas e na oferta de ensino superior, serviços
de saúde e domínios de internet, o IBGE estabeleceu
a influência das cidades no espaço brasileiro. Assim,
foram definidos 5 níveis:
Metrópole: compreende cidades com grande influência territorial, dividida em:
•• grande metrópole nacional: São Paulo.
•• metrópole nacional: Brasília e Rio de Janeiro.
•• metrópole: Manaus, Belém, Fortaleza, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e
Porto Alegre.
Capital regional: são 70 centros que, como as
metrópoles, também se relacionam com o estrato
superior da rede urbana. Têm área de influência de
âmbito regional. São os municípios mais importantes de uma microrregião. São divididos em Capital
Regional A, B e C.
Centro sub-regional: 169 centros com atividades
de gestão menos complexas, apresentam área de
atuação mais reduzida, e seus relacionamentos com
centros externos à sua própria rede dão-se, em geral,
apenas com as três metrópoles nacionais. São divididos em centro sub-regional A e B.
Centro de zona: 556 municípios de menor porte
e com atuação restrita à sua área imediata, dividido
em centro de zona A e B.
Centro local: demais 4 473 municípios cuja centralidade e atuação não extrapolam os limites do pró-
prio município, servindo apenas aos seus habitantes,
têm população dominantemente inferior a 10 mil habitantes (mediana de 8 133 habitantes).
Cidades mais
influentes
São Paulo
N.° de
municípios
1 028
População
(2007)
51 020 582
PIB
(2005)
40,5%
Rio de Janeiro
Brasília
Manaus
Belém
Fortaleza
264
298
72
161
786
20 750 595
9 680 621
3 480 028
7 686 082
20 573 035
14,4%
4,3%
1,7%
2%
4,5%
Recife
Salvador
Belo Horizonte
Curitiba
Porto Alegre
Goiânia
666
486
698
666
733
363
18 875 595
16 335 288
16 745 821
16 178 968
15 302 496
6 408 542
4,7%
4,9%
7,5%
9,9%
9,7%
2,8%
IBGE – Nova dinâmica da rede urbana brasileira.
1980
Norte
Censo Demográfico 1980-2000/IBGE.
Urbanização das regiões brasileiras
A lista mostra São Paulo, grande metrópole nacional, seguida das metrópoles nacionais, Rio de Janeiro e Brasília. Na
sequência aparecem as nove metrópoles.
Metropolização
O crescente aporte de infraestrutura e equipamentos urbanos em uma determinada área (redes
de água e esgoto, abertura e pavimentação de ruas,
parques etc.), reflete a importância ou o desenvolvimento atingido pelo centro urbano. Assim é preciso
definir:
Conurbação: é o encontro de duas ou mais cidades próximas devido ao seu crescimento horizontal.
Região Metropolitana: são áreas administrativas
formadas pelos maiores municípios do país, e os municípios a eles conurbados.
As Regiões Metropolitanas foram constituídas por
Lei Complementar n.º 14, de 1973, visando à polarização de indústrias e a serviços em determinadas
regiões. As cidades que fazem parte de uma região
metropolitana ganham valores maiores quando da
distribuição da receita orçamentária.
No país são 31 regiões metropolitanas, sendo que
nas nove maiores vivem aproximadamente 56,3 milhões de habitantes, cerca de 30% da população.
Metrópole: é uma grande cidade, concentradora
de indústrias (setor secundário) e serviços (setor terciário), exercendo uma centralização das atividades
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73
Geografia
Megalópole: é uma vasta área urbanizada, resultante da conurbação de duas ou mais metrópoles.
Temos como exemplo: nos EUA, onde há uma megalópole que abrange cidades como Boston, Nova
Iorque, Filadélfia, Baltimore e Washington. A maior
megalópole do mundo está no Japão que vai de Tóquio a Kitakiushu.
No Brasil está se formando uma megalópole, que
será a junção da Grande São Paulo com o Grande Rio
de Janeiro.
Cidades globais: abrigam sedes de grandes empresas, e organismos internacionais, tornando-se
centros financeiros mundiais com grande influência
no cenário econômico mundial. São cidades que polarizam o país e são, muitas vezes, elos entre o país
e o mundo. Aproximadamente 55 cidades no mundo
podem ser consideradas globais e se situam principalmente nos países desenvolvidos. Rio de Janeiro
e São Paulo são consideradas, também, metrópoles
globais.
Taxa de urbanização brasileira
Na medida em que as infraestruturas de transportes e comunicação foram se expandindo pelo país,
o mercado se unifica e a tendência à concentração
urbano-industrial ultrapassou a escala regional, atingindo o país como um todo.
NASA.
Megalópole brasileira vista do espaço
América do Sul vista do espaço, com destaque para as
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
74
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IESDE Brasil S.A.
econômicas em relação às cidades adjacentes, com
redes de influência, que interligam até mesmo municípios situados em diferentes estados.
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