Tratamento - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

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PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO
DA ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
URGÊNCIA SUS-PBH
Secretário Municipal de Saúde
Marcelo Gouvêa Teixeira
Secretário Municipal Adjunto de Saúde
Fabiano Pimenta Júnior
Elaboração
André Batista Moreira
Bruno Fluvio Alves da Silva
Bruno de Souza Teixeira
Celso Furtado de Azevedo Filho
Daniel Soares Baumfeld
Daniel Gonzalez Pinto Coelho
Guilherme Zanini Rocha
Henrique Gontijo Chamon
Heraldo Barbosa Carlos
Paulo Randal Pires Junior
Roberto Zambelli de Almeida Pinto
Rodrigo Simões Castilho
Belo Horizonte
2012
1 Atendimento ao paciente com osteomielite ................................................................................6
2 Atendimento ao paciente com suspeita de artrite séptica .........................................................10
A busca constante de melhorias do cuidado ao paciente em situação de
urgência e emergência tem sido a tônica da Gerência de Urgência e Emergência
da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. Nesse sentido, várias ações
voltadas à qualificação da assistência estão sendo realizadas.
Na Ortopedia, essa construção, de 2009 a 2012, foi longa e marcada de
diferentes necessidades, que resultaram em um bem coletivo. Entre várias ações
que foram realizadas, pode-se destacar: a criação do serviço de Ortopedia da UPA
Barreiro/Hospital Júlia Kubitschek, a extensão do funcionamento da Ortopedia na
UPA Norte durante 24 horas, a qualificação dos leitos de retaguarda ortopédica, a
introdução da consulta W-U ortopédica, a implantação do tratamento ortopédico
eletivo envolvendo as UPA Leste, Oeste e o Hospital Odilon Behrens, a contratação
de médicos feristas de Ortopedia e, finalmente, a edição de protocolos clínicos.
O importante legado deixado pela equipe da Gerência de Urgência e Emergência
deverá, com o tempo, ser absorvido na rotina, mas o legado deixado pelos
ortopedistas de urgência será a todo momento percebido nas páginas seguintes
deste protocolo, motivo de orgulho da nossa cidade.
Paula Martins
Gerência de Urgência e Emergência
Traumatologia - Classificação Muller-AO de Fraturas
1
2
3
4
Úmero .......................................................................................................................................12
Rádio / Ulna ..............................................................................................................................13
Fêmur ........................................................................................................................................14
Tíbia / Fíbula .............................................................................................................................15
Traumatologia
1 Atendimento ao paciente com suspeita de fratura exposta ......................................................16
Traumatologia - Membro superior - Mão
1 Atendimento ao paciente com fratura da falange distal da mão ...............................................18
2 Atendimento ao paciente com luxação e lesões ligamentares na articulação
3
4
5
6
7
8
interfalangeana proximal dos dedos..........................................................................................20
Atendimento ao paciente com fratura de falange e metacarpo.................................................22
Luxações das articulações metacarpofalangeanas ..................................................................24
Atendimento ao paciente com fratura do escafoide ..................................................................25
Fraturas dos ossos do carpo.....................................................................................................27
6.1 Fraturas do semilunar ........................................................................................................27
6.2 Fraturas do piramidal..........................................................................................................27
6.3 Fraturas do pisiforme..........................................................................................................28
6.4 Fraturas do trapézio ...........................................................................................................29
6.5 Fraturas do trapezoide .......................................................................................................29
6.6 Fraturas do capitato............................................................................................................30
Atendimento ao paciente com dissociação escafosemilunar ....................................................31
Atendimento ao paciente com luxação e fratura luxação perisemilunar ...................................33
Traumatologia - Membro superior - Punho
1 Atendimento ao paciente com fratura do radio distal e ulna distal ............................................35
Traumatologia - Membro superior - Cotovelo
1
2
3
4
5
Atendimento ao paciente com fratura da cabeça do rádio ........................................................38
Atendimento ao paciente com luxação simples do cotovelo .....................................................40
Atendimento ao paciente com fratura do processo coronoide ..................................................42
Atendimento do paciente com fratura do olécrano....................................................................43
Atendimento ao paciente com fratura do úmero distal ..............................................................44
Sumário
Ortopedia - Infecção
Sumário
Traumatologia - Membro superior - Ombro
Traumatologia - Membro inferior - Pé
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
Atendimento ao paciente com fratura diafisária do úmero ........................................................45
Atendimento ao paciente com fratura do úmero proximal.........................................................47
Atendimento ao paciente com fratura da clavícula ..................................................................49
Atendimento ao paciente com luxação glenoumeral.................................................................52
Atendimento ao paciente com fratura da escápula ...................................................................55
5.1 Fraturas do corpo da escápula ..........................................................................................55
5.2 Fraturas do acrômio ...........................................................................................................56
5.3 Fraturas do coracoide ........................................................................................................57
5.4 Fraturas do colo da glenoide ..............................................................................................58
5.5 Fraturas da cavidade da glenoide ......................................................................................59
Traumatologia - Membro superior - Pediátrico
1 Atendimento ao paciente pediátrico com fraturas do membro superior ...................................60
1.1
1.2
1.3
1.4
Fraturas proximais do úmero em crianças .........................................................................60
Fraturas da clavícula em crianças ......................................................................................61
Lesões acromioclaviculares em crianças ...........................................................................62
Luxações glenoumerais em crianças .................................................................................63
Traumatologia - Coluna
1 1.º atendimento ao paciente com suspeita de TRM..................................................................65
Traumatologia - Membro inferior - Joelho
1
2
3
4
5
6
7
Atendimento ao paciente com lesões ligamentares do joelho ..................................................69
Atendimento ao paciente com fratura da patela .......................................................................72
Atendimento ao paciente com lesão meniscal ..........................................................................74
Atendimento ao paciente com lesão do tendão quadríceps .....................................................76
Atendimento ao paciente com lesão do tendão patelar ............................................................77
Atendimento ao paciente com luxação da patela......................................................................78
Atendimento ao paciente com fratura do plato tibial .................................................................80
Traumatologia - Membro inferior - Perna
1 Atendimento ao paciente com fratura da diáfise da tíbia ..........................................................83
Traumatologia - Membro inferior - Tornozelo
1 Atendimento ao paciente com fraturas do pilão tibial ...............................................................86
2 Atendimento ao paciente com entorse de tornozelo .................................................................88
3 Atendimento ao paciente com fratura do tornozelo...................................................................91
Atendimento ao paciente com fratura do talus ..........................................................................93
Atendimento ao paciente com fratura do calcâneo ...................................................................94
Atendimento ao paciente com fratura do cuboide .....................................................................96
Atendimento ao paciente com lesão da articulação tarso metatarso - Lisfranc ........................99
Atendimento ao paciente com fraturas de falanges dos pés ..................................................101
ANEXOS
1
2
3
4
5
Grade ortopédica de urgência e emergência da Prefeitura de Belo Horizonte.......................104
Guia de contrarreferência do paciente ortopédico para a UBS ..............................................105
Modelo de pesquisa para avaliação do atendimento ortopédico ............................................106
Fluxograma reabilitação ortopédica ........................................................................................106
Órteses e próteses ortopédicas, cadeiras de rodas e meios auxiliares de locomoção .......... 108
5.1 Moradores de Belo Horizonte ...........................................................................................108
5.2 Moradores de municípios pactuados com Belo Horizonte ...............................................109
6 Guia de encaminhamento para reabilitação ortopédica......................................................... 110
7 Fluxo dos pacientes ortopédicos para Central de Internação e
Programa de Atenção Domiciliar ( PAD) ................................................................................. 111
8 Relação de procedimentos ortopédicos da urgência - CINT .................................................. 113
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Ortopedia - Infecção
1
Atendimento ao paciente com osteomielite
Guilherme Zanini Rocha
1
Introdução
A osteomielite é uma infecção óssea que pode ser classificada pelo tempo de evolução em
aguda, subaguda ou crônica, ou pela sua localização e estado imunológico do paciente conforme
quadro abaixo.
Para atendimento ambulatorial, utilizaremos a classificação por tempo de início dos sintomas:
• Osteomielite Aguda (OMA) – Em geral é vista em crianças, comportamento bimodal; menores de 2 anos e aquelas entre 8 e 12 anos. A localização mais comum é a metáfise dos
ossos longos. Em adultos, ocorre em um hospedeiro comprometido e se localiza mais
nos corpos vertebrais. O Staphylococcus aureus é o organismo infectante mais comum,
enquanto a Pseudomonas é encontrada em usuários de drogas e a Salmonella deve ser
lembrada nas hemoglobinopatias SS ou SC;
• Osteomielite Subaguda (OMS) – diagnóstico geralmente é feito com duas semanas.
Possui um início mais insidioso e não apresenta a gravidade dos sintomas da OMA. Seu
curso lento é considerado o resultado do aumento da resistência do hospedeiro, da virulência bacteriana diminuída e uso de antibióticos antes do inicio dos sintomas;
• Osteomielite crônica (OMC) – é difícil de ser erradicada completamente. Caracteriza-se
pela presença de necrose óssea. Exacerbações agudas intermitentes podem ocorrer
durante anos, e, muitas vezes, respondem bem a repouso e antibioticoterapia. Na OMC,
as infecções secundárias são comuns e as culturas dos tratos fistulosos usualmente não
se correlacionam com as culturas obtidas na biópsia óssea.
radiográfico mais frequentemente encontrado é uma lesão metafisária radioluzente, com
margens escleróticas que esmaecem perifericamente. Cintilografia e RM são positivas;
• OMC – Leucócitos elevados em 35% dos pacientes, há elevação do PCR e VHS. A queda desses marcadores após o tratamento é sinal de bom prognóstico. Radiografias simples podem mostrar áreas de sequestro ósseo. Tomografia computadorizada é utilizada
para auxiliar no planejamento cirúrgico.
Fluxograma
Osteomielite aguda
• Menos de 15 dias
• Mecanismo de infecção
• Dor e sensibilidade no local
• Rx normal
• VHS e PCR elevados
Choque séptico
Exames complementares
• OMA – VHS e PCR elevados, leucocitose inicial pode estar presente ou não, Radiografias são negativas até 10 a 12 dias de evolução do quadro. Cintilografia óssea e RM
apresentam boa sensibilidade, sendo positivas em até 24 horas da instalação da infecção. Hemocultura positiva em 50% dos pacientes. Aspiração óssea é o padrão ouro para
identificação do patógeno;
• OMS – Sem leucocitose, VHS elevada em apenas 50% dos pacientes, hemoculturas são
negativas. Aspiração óssea positiva em 60% das vezes. Radiografias simples; aspecto
1
6
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Coluna - SBC
• ABCDE
• Acionar transferência
Não
Diagnóstico
• OMA – Dor e sensibilidade no local, podendo estar ou não associado a febre e mal estar
nas fases iniciais. Nos quadros mais graves, evolui com sinais sistêmicos, que colocam
a vida em risco;
• OMS – Dor moderada no local é um dos únicos sinais constantes, geralmente com mais
de duas semanas de duração, pouca ou nenhuma manifestação sistêmica;
• OMC – Diagnóstico baseia-se em avaliar a história prévia do paciente, e o exame físico
cuidadoso do membro afetado. Avalia-se a integridade da pele e do tecido mole, presença de fistulas e o estado neurovascular, palpa-se em busca de áreas de dor e se faz a
avaliação da estabilidade óssea.
Sim
Aceitou
Exógena
Hematogênica
Insuficiência vascular
Contato direto com o
hospital onde foi tratado
Contato com o
hospital referência
Contato com o
hospital referência
Não aceitou
Transferência
do usuário
Sepse?
Sim
Contato com o
hospital referência
Não
Transferência
do usuário
Transferência
do usuário
• Observação
• ATB empírico
• Hemocultura
Cadastro Central de Leito
(bloqueia o hospital)
7
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Ortopedia - Infecção
Osteomielite Crônica
História clínica
• Fístula secretante?
• Rx alterado - necrose óssea
• Avaliar estabilidade óssea
Insuficiência vascular
Exógena
Osteomielite Subaguda
Sim
• Mais de 15 dias
• Mecanismo de infecção
• Dor e sensibilidade no local
• Rx alterado
• VHS e PCR elevados
Existe possibilidade
de contato direto com
o hospital onde foi
tratado?
Transferência
do usuário
Cadastro
Central de Leito
Exógena
Aceitou
Contato direto com o
hospital onde foi tratado
Hematogênica
Contato com o
hospital referência
Insuficiência vascular
Contato com o
hospital referência
Não aceitou
Transferência
do usuário
Sepse?
Sim
Contato com o
hospital referência
Não
• Observação
• ATB empírico
• Hemocultura
Cadastro Central de Leito
(bloqueia o hospital)
Transferência
do usuário
Transferência
do usuário
Observação (PAD)
• ATB empírico 6 semanas
• 15 dias venoso
• 30 dias oral
• PCR e VHS semanal
• Repouso
• Função renal e hepática
semanal
Avaliação da
Cirurgia Vascular
Não
Transferência
do usuário
• Fístula secretante
• PCR aumentado
• VHS aumentado
Sim
Radiografia:
• Presença de material de síntese
ou
• Presença de sequestro ósseo
ou
• Presença de instabilidade óssea
Não
Observação (PAD)
• ATB empírico 6 semanas
• 15 dias venoso
• 30 dias oral
• PCR e VHS semanal
• Repouso
• Função renal e hepática
semanal
Tratamento
• OMA – O tratamento consiste em identificar o agente infeccioso, seja por hemocultura ou
por biópsia óssea. Cierny defende o inicio do tratamento com antibioticoterapia empírica e reavaliação da resposta do paciente com 48h, se houve piora do quadro é indicado
tratamento cirúrgico e antibioticoterapia oral por 4 semanas, e, se houve melhora do quadro, são indicadas duas semanas de antibiótico venoso, seguidas por quatro semanas
por via oral. O tratamento acima descrito deve ser realizado em regime hospitalar, onde
é possível o tratamento cirúrgico, quando necessário.
• OMS – O tratamento consiste em identificar o agente infeccioso, seja por hemocultura ou
por biópsia óssea, desbridamento cirúrgico e antibioticoterapia por tempo adequado.. O
tratamento acima descrito deve ser realizado em regime hospitalar.
• OMC - De difícil tratamento e cada caso deve ser individualizado.
Bibliografia
1. LazzariniL. et al.Osteomyelitis in Long Bones: Current Concepts Review: The Journal of Bone and Joint Surg. Volume 86-A; 10: 2305-2318
2. Gross T, Kaim A.H, Regazzoni, P, e Widmer AF, Current Concepts in Posttraumatic Osteomyelitis:A Diagnostic Challenge with
New Imaging Options J Trauma. 2002; 52:1210 –1219.
3. Cierny G 3rd, Mader JT, Penninck JJ. A clinical staging system for adult osteomyelitis. Contemp Orthop. 1985;10:17-37.
8
9
Ortopedia - Infecção
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com suspeita de artrite séptica
2 Atendimento
Celso Furtado de Azevedo Filho - Guilherme Zanini Rocha
1
Fluxograma
2
Artrite Séptica
Introdução
A artrite séptica (AS) consiste na invasão bacteriana do espaço articular. Isso pode ocorrer por
disseminação hematogênica, inoculação direta ou disseminação a partir de um local adjacente de
celulite ou osteomielite. Crianças e idosos são mais suscetíveis. As articulações dos MMII são as
mais afetadas, porém qualquer articulação pode ser envolvida, além do que pode haver comprometimento poliarticular.
O Staphylococcus aureus é o principal agente etiológico em todas as idades, porém outros agentes estão relacionados à idades e condições clínicas específicas, como Haempophilus influenzae (6
meses a 2 anos de idade), Neisseria gonorrhoeae (adultos sexualmente ativos), Salmonella (LES,
anemia falciforme).
Anamnese + Exame Físico
Hemograma, VHS, PCR
Rx
PUNÇÃO ARTICULAR
Líquido suspeito ou purulento
Contato com o
hospital referência
Líquido inconclusivo
Positivo
Gram, cultura, citometria
Negativo
Diagnóstico
• Anamnese e exame físico detalhados;
• O atraso no diagnóstico e a demora em se iniciar o tratamento são os principais fatores
relacionados a complicações tardias da doença;
• Dor, limitação funcional;
• Mobilização articular muito dolorosa ou impossível;
• Calor local e hiperemia articulares;
• Recém-nascidos podem apresentar-se com sintomatologia frusta ou inespecífica;
• AS por Neisseria gonorrhoeae: adultos ativos sexualmente, histórico de poliartralgia migratória, principalmente nos MMSS (punhos e dedos).
Diagnóstico diferencial
Osteomielite, artrite por cristais, trauma, hemartrose, síndromes periarticulares (bursite, tendinites), doenças reumáticas.
Exames complementares
• Radiografias – afastar alterações degenerativas, traumas. Alterações radiográficas da
AS aparecem apenas tardiamente;
• Hemograma;
• VHS, PCR;
• Punção articular – gram, cultura, citologia, bioquímica;
• Outros exames: US, TC, RNM, CO.
Transferência do usuário
Rever Diagnóstico
Tratamento
• Diagnóstico clínico e rápido – Alto índice de suspeição;
• Drenagem articular adequada;
• Antibioticoterapia venosa, variando de 2 a 6 semanas ou mais, dependendo do agente
etiológico, da condição do paciente e da resposta à terapia;
• Imobilização da articulação envolvida inicialmente;
• Reabilitação articular após resolução da fase aguda.
Siglas
AS – artrite séptica
MMII – membros inferiores
MMSS – membros superiores
VHS – velocidade de hemossedimentação
PCR – proteína C reativa
US – ultrassonografia
TC – tomografia computadorizada
RNM – ressonância nuclear magnética
LES – Lúpus eritematoso sistêmico
ATB – antibioticoterapia
Bibliografia
1
2
10
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho – SBCJ
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Coluna - SBC
1. Park AL, Dlabach JA. Artrite Séptica. In: Canale ST. Cirurgia Ortopédica de Campbell. Manole, 2006.
2. Green NE. Infecções Ósseas e Articulares em Crianças. In: Weinstein SL, Buckwalter JA. Ortopedia de Turek – Princípios e
Sua Aplicação. Manole, 2000.
3. Morrissy RT. Infecções Óssea e Articular. In: Morrissy RT, Weinstein SL. Ortopedia Pediátrica de Lovell e Winter. Manole, 2005.
4. Matos MA, Guarniero R, Godoy Junior RM. Artrite Séptica de Quadril. Rev Bras Ortop. 2006;41(6):187-94.
11
Traumatologia - Classificação Muller-AO de Fraturas
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
12
Classificação Muller-AO de Fraturas - Ossos Longos
1
Úmero
2 Rádio / Ulna
13
Traumatologia - Classificação Muller-AO de Fraturas
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
14
3 Fêmur
4 Tíbia / Fíbula
15
Traumatologia
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
1
Atendimento ao paciente com suspeita de fratura exposta
Guilherme Zanini Rocha
Tratamento
1
Introdução
As fraturas expostas (FE) são aquelas nas quais uma ruptura da pele e dos tecidos moles subjacentes cria uma comunicação entre o ambiente externo e o osso fraturado ou, o hematoma resultante. O prognóstico relativo às fraturas expostas será determinado principalmente pelo volume
de tecidos moles desvitalizados, pelo nível e tipo de contaminação bacteriana, e pelo tempo até a
instituição do tratamento cirúrgico.
O agente etiológico de contaminação mais comum é o Staphylococcus aureus.
Diagnóstico
O diagnóstico das fraturas expostas costuma ser imediato na maioria dos casos. O paciente apresenta uma laceração hemorrágica profunda acima ou próxima da fratura do osso subjacente. O atendimento inicial é feito segundo os preceitos do ATLS, por, geralmente, se tratar de trauma de alta energia.
Na inspeção, avaliar grau de contaminação da ferida, status dos tecidos moles, status vascular
e neurológico da extremidade afetada. Neste momento, deve-se classificar a contaminação da
fratura, quadro abaixo.
O tratamento das FE é baseado em antibioticoterapia precoce, debridamento mecânico, estabilização da fratura e reconstituição da cobertura de partes moles.
O primeiro tratamento consiste em minimizar a contaminação da fratura, realizando irrigação
com dois litros de soro fisiológico, cobertura da ferida com material estéril, antibioticoterapia (tabela anexa) e estabilização provisória da fratura. Com exceção de alguns tipos de fraturas de falange
distais (F1), o tratamento subsequente deve ser realizado em ambiente hospitalar.
Siglas
FE – fratura exposta
ATLS – Advanced trauma life suport
Bibliografia
Rockwood e Grenn: fraturas em adultos – volume 1 – 5.ª ed., 2006, cap. 10.
Observações
TERAPIA ANTIBIÓTICA DAS FRATURAS EXPOSTAS
Antibiótico
Exames complementares
Tipo I
Tipo II
Tipo IIIA
Tipo IIIB
Tipo IIIC
X
X
X
X
X
Aminoglicosídeo
(proteção gram negativa)
X
X
X
Penicilina (proteção anaeróbica)
X
X
X
Cefazolina (proteção gram-positiva 1g)
Radiografia da área da lesão em duas incidências, incluindo as articulações adjacentes (ex:
fratura de tíbia; é mandatório ver joelho e tornozelo).
Fonte: Rockwood e Grenn; fraturas em adultos – volume 1 – 5.ª ed.,2006 , cap. 10
Fluxograma
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS EXPOSTAS
Fratura exposta?
Tipo
Inspeção inicial
Irrigação com 2 litros de SF 0,9% + Curativo estéril sobre a área da lesão
Imobilização provisória do membro fraturado
Radiografia
Confirmação da fratura
Antibioticoterapia
Contato com o hospital referência
Transferência do usuário
1
16
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Coluna – SBC
Não
Tratamento da ferida corto contusa
Nível de
contaminação
Lesões dos
tecidos moles
Lesões ósseas
I
< 1 cm de
comprimento
Desprezível
Mínimas
Simples, cominuição simples
II
> 1 cm de
comprimento
Moderado
Moderadas, com certo
prejuízo para os músculos
Cominuição moderada
III A
Normalmente
> 10 cm
Elevado
Grave, com
esmagamento
Cominuidas, com cobertura
cutânea adequada
III B
Normalmente
> 10 cm
Elevado
Grave, exigirá cirurgia
reconstrutiva para os
tecidos moles
Cobertura insatisfatória do
osso; cominuição variável entre
moderada e grave
III C
Normalmente
> 10 cm
Elevado
Grave, complicada por
lesão vascular, exigirá
cirurgia reconstrutiva
para os tecidos moles
Cobertura insatisfatória do
osso; cominuição variável entre
moderada e grave
Inspeção secundária
Sim
Ferimento
As fraturas segmentares e aquelas que ocorrem em ambiente rural ou altamente contaminado, bem como as lesões
causadas por tiro de espingarda ou projéteis de alta velocidade são automaticamente classificadas como fraturas
expostas tipo III.
FATORES QUE MODIFICAM A CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS EXPOSTAS, INDEPENDENTE DAS LESÕES
CUTÂNEAS INICIAIS: exposição ao Sol; água de piscina, lagos e rios, material fecal (ambiente rural), flora bucal
(mordedura), demora no tratamento > 12 horas., segmentação da fratura, perda óssea, síndrome compartimental,
mecanismo de esmagamento, extenso desenluvamento da pele e subcutâneo, necessidade de cobertura por meio
de retalhos (falhas de qualquer tamanho).
Fonte: Reproduzido a partir de Chapman, M.W. the role of intramedullary fixation in open fractures. Clin orthop 1986;212-27
17
Traumatologia - Membro superior - Mão
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
1
Atendimento ao paciente com fratura da falange distal da mão
Henrique Gontijo Chamon
Introdução
As lesões de extremidade dos dedos da mão são muito comuns, e, na maioria das vezes, determinadas por trauma direto, determinando esmagamento e lesões complexas.
Diagnóstico
• Verificar deformidades, impotência funcional (flexo-extensão da IFD) e hematomas subungueais;
• Avaliar clinicamente desvios angulares e rotacionais;
• Verificar perfusão e sensibilidade nas extremidades dos dedos;
• Avaliar acometimento de partes moles, presença da unha e condições do leito ungueal.
Radiografias em AP e Perfil de cada dedo acometido.
IFD – articulação Interfalangeana Distal
Bibliografia
Fratura de falange distal da mão?
Rx
TOFO ou Diáfise sem desvio < 2mm,
ou articular IFD sem desvio < 2mm
Fratura exposta?
• sem contaminação grosseira
e/ou com menos de 6 horas
de evolução > Anestesia local
e limpeza com degermante,
soro fisiológico 0,9% e tópico;
fechamento primário, se possível ou fechamento por segunda intenção. Tala de dedo
metálica, curativos diários;
• com contaminação grosseira e/
ou mais de 6 horas de evolução e/ou comorbidades associadas (ex.: imonossupressão,
diabetes). Mesma abordagem
anterior, associada a antibioticoprofilaxia oral com Cefalosporina de 1.ª geração.
1
18
• Fraturas fechadas sem desvio e sem lesão do leito ungueal, tratamento conservador >
tala de dedo metálica;
• Fraturas fechadas do Tofo: tratamento conservador com tala metálica.
• Fraturas expostas, sem contaminação grosseira e/ou com menos de 6 horas de evolução
> Anestesia local e limpeza com degermante, soro fisiológico 0,9% e tópico; fechamento
primário, se possível ou fechamento por segunda intenção.
Tala de dedo metálica, curativos diários;
Vacinação antitetânica (caso quadro vacinal não confiável).
• Fraturas expostas, com contaminação grosseira e/ou mais de 6 horas de evolução e/ou
comorbidades associadas (ex.: imonossupressão, diabetes). Mesma abordagem anterior, associada a antibioticoprofilaxia oral com Cefalosporina de 1.ª geração;
• Fraturas da diáfise da Falange Distal com desvio associadas a lesão do leito ungueal:
Redução e fixação da Falange, reparo do leito ungueal;
• Proceder esvaziamento de hematoma subungueal, de preferência quando muito sintomático e na ausência de fratura associada.
Siglas
Exames complementares
Sim
Tratamento
1
Não
Tala metálica
3 semanas
Green´s Operative Hand Surgery 6.ª ed, 2010.
Diáfise com desvio > 2mm, ou
articular IFD com desvio > 2mm
Não
Fratura exposta?
Sim
Tala metálica
Contato com o
hospital referência
Cadastro na
Central de Leito
Transferência
do usuário
Avaliar PAD
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
19
Traumatologia - Membro superior - Mão
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
2 Atendimento ao paciente com luxação e lesões ligamentares
na articulação interfalangeana proximal dos dedos
Henrique Gontijo Chamon
Tratamento
Realizar manobras de redução após bloqueio digital.
1
Introdução
As lesões ligamentares da mão ocorrem mais comumente na articulação Interfalangeana proximal dos dedos. O espectro das lesões varia de uma entorse simples até um quadro mais grave,
como o de uma fratura-luxação.
Diagnóstico
Sinais de deformidade e impotência funcional da articulação IFP dos dedos. A luxação pode ser
Lateral, Dorsal ou Volar. Devemos sempre verificar associação com fraturas, principalmente nas luxações dorsais.
Exames complementares
Radiografias em AP e Perfil dos dedos acometidos, evitar solicitar radiografias das mãos para
avaliar lesões de dedos.
Fluxograma
• Luxação Lateral: proceder redução, corrigindo o desvio;
• Luxação Dorsal: NÃO realizar tração, proceder manobra de flexão da junta;
• Luxação Volar (com e sem componente rotacional): realizar manobra de redução, através da extensão da junta, mantendo as articulações metacarpo-falangeanas fletidas e o
punho estendido (para relaxar o aparelho extensor);
• Fratura-Luxação Dorsal: se houver fratura da base da falange média, medindo menos
do que 40% da superfície articular, realiza-se tratamento conservador. Caso observe-se
acometimento maior do que 40%, proceder tratamento cirúrgico.
Sempre solicitar radiografia de controle pós-redução para verificação de congruência articular.
Caso não se obtenha redução congruente, proceder tratamento cirúrgico.
O determinante final de tratamento é saber se a articulação permanece concentricamente reduzida com o movimento ativo. Essa avaliação exige um controle adequado da dor através de um
bloqueio digital. A estabilidade funcional pode ser determinada pelo teste de duas fases:
1- Estabilidade Ativa: o paciente realiza movimento ativo de flexão e extensão do dedo
acometido, para verificação da estabilidade.
2- Estabilidade Passiva: a avaliação clínica final é feita com estresse lateral da IFP, com
esta articulação em extensão e em 30º de flexão, e com movimento de estresse antero-posterior, como um teste de gaveta.
Bibliografia
Green´s Operative Hand Surgery, 6.ª ed., 2010.
Luxação da interfalangeana distal da mão?
Rx
Lateral
Volar
Dorsal
Fratura luxação dorsal
Bloqueio Digital
Redução,
corrigindo
o desvio
Rx de controle
Redução, através da extensão
da junta, mantendo as articulações metacarpo-falangeanas
refletidas e o punho estendido
(para relaxar o aparelho extensor).
NÃO realizar
tração, proceder manobra
de flexão da
junta.
Rx de controle
Rx de controle
< 40% da superf.
articular, realiza-se
redução.
Rx de controle
Redução Congruente
Tala metálica
3 semanas
1
20
Sim
> 40% da superf.
articular, tratamento
cirúrgico.
Tala metálica
Cadastro na
Central de Leito
Não
Avaliar PAD
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
21
Traumatologia - Membro superior - Mão
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com fratura de falange e metacarpo
3 Atendimento
Henrique Gontijo Chamon - Paulo Randal Pires Junior
1
Fluxograma
2
Critérios de tratamento cirúrgico para as fraturas de falange e metacarpos
Introdução
Fraturas de Metacarpos e Falanges são as mais comuns do membro superior, correspondem a
aproximadamente 10% de todas as fraturas e acometem pacientes jovens, predominantemente.
Diagnóstico
Verificar deformidades, impotência funcional, equimoses, hematomas e pontos dolorosos.
Avaliar clinicamente desvios angulares, rotacionais e encurtamentos dos dedos.
Verificar acometimento de partes moles, perfusão e sensibilidade nas extremidades dos dedos.
Falanges:
• Angulação > 20°;
• Desvio rotacional;
• Encurtamentos > 3mm, em fraturas de traço simples;
• Fraturas irredutíveis;
• Fraturas intrarticulares desviadas;
• Politrauma;
• Envolvimento de partes moles;
• Fraturas-avulsões com desvio;
• Fraturas cominutivas, com encurtamento maior que 5mm.
• > 25% da superfície articular;
• desvio > 1mm.
Exames complementares
• Radiografia dos dedos em AP e Perfil;
• Radiografia da mão em AP, perfil e oblíqua;
• Através das radiografias, verificar:
- Desvios rotacionais;
- Desvios angulares;
- Fraturas intrarticulares;
- Fraturas-avulsões (ligamentares e tendíneas);
- Geometria da fratura (transversa, oblíqua e espiral);
- Encurtamentos.
Tratamento
As fraturas passíveis de tratamento conservador devem ser imobilizadas com talas de dedo,
talas de gesso ou imobilização por solidarização com dedo adjacente, em média por 3-4 semanas.
Não ultrapassar 4 semanas de imobilização para reduzir risco de rigidez articular.
A posição de imobilização do metacarpo deve ser a posição de intrínseco plus (extensão punho
30º, flexão metacarpofalageana de 90º e extensão das interfalangeanas).
Cabeça do metacarpo:
Colo do metacarpo:
Diáfise do metacarpo
• desvio rotacional;
• 5.º mtc > 30°;
• 4.º mtc > 20°;
• 2.º e 3.º mtc > 10°;
• Traço Simples com Encurtamentos > 3mm;
• Fraturas irredutíveis;
• Envolvimento de partes moles;
• Cominutivas, com encurtamento
> 5mm.
1.º metacarpo > 30º
2.º metacarpo > 10º
3.º metacarpo > 20º
4.º metacarpo > 30º
5.º metacarpo > 40º
Base do metacarpo:
• Fraturas intrarticulares das
bases do 1.º e 5.º (Bennett,
rolando e Bennett inversa)
Bibliografia
Green’s Operative Hand Surgery, 6th Edition; Scott W. Wolfe, MD, Robert N. Hotchkiss, MD, William C. Pederson, MD and Scott H. Kozin, MD
Green’s Operative Hand Surgery, 5th Edition; Scott W. Wolfe, MD, Robert N. Hotchkiss, MD, William C. Pederson, MD and Scott H. Kozin, MD
22
1
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
2
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista do Hospital Madre Teresa, UPA Barreiro e Hospital Vila da Serra
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
23
Traumatologia - Membro superior - Mão
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
das articulações metacarpofalangeanas
4 Luxações
Henrique Chamon
1
ao paciente com fratura do escafoide
5 Atendimento
Paulo Randal Pires Junior
1
Introdução
A luxação das articulações metacarpofalangeanas é relativamente rara, devido à estrutura ligamentar, tendões adjacentes e localização na base dos dedos dessas articulações.
Geralmente, o mecanismo de lesão é a hiperextensão forçada da articulação, o que determina
uma luxação ou subluxação dorsal. Os dedos mais acometidos são o indicador e o mínimo.
Diagnóstico
Articulação MF em extensão, palpação palmar da cabeça do metacarpo e flexão das articulações
interfalangeanas.
Sempre executar exame neuro-vascular do dígito, antes e depois da redução.
Introdução
Correspondem a 60-70% de todas as fraturas do carpo, e a 2.ª fratura mais comum do membro
superior, perdendo apenas para o rádio distal.
Diagnóstico
O mecanismo de lesão geralmente ocorre por queda em hiperextensão do punho. Os sintomas são
dor à palpação da tabaqueira anatômica e à pistonagem do polegar.
Exames complementares
• Solicitar radiografia do punho em AP, perfil, AP com desvio ulnar;
• Se suspeita de instabilidade cárpica ou pseudoartrose, solicitar Rx AP com preensão dos
dedos;
• O raio x inicial pode não mostrar a fratura em cerca de 25% dos pacientes.
Exames complementares
• Devemos solicitar radiografias em AP, perfil e oblíquas, para confirmação diagnóstica e
observarmos se há fratura associada;
• Verificar se é uma subluxação ou luxação completa;
• Verificar se há interposição de sesamóides.
CRITÉRIOS DE INSTABILIDADE DE COONEY
• Fraturas Instáveis;
• Desvio maior que 1 mm;
• Ângulo intraescafoide lateral maior que 35º;
• Perda óssea ou cominuição, fratura;
• Luxação perissemilunar;
• DISI;
• Fratura do polo proximal.
Tratamento
As luxações completas comumente são irredutíveis.
Executar manobra de redução conforme os seguintes passos:
1- Anestesia local do dedo acometido
2- Fletir o punho, para relaxar os tendões flexores
3- Aplicar pressão em sentido distal e volar na base da falange proximal
4- Realizar flexão da articulação MF
5- Não realizar tração ou hiperextensão, durante a redução.
Sempre solicitar radiografias após a redução.
Uma redução incongruente indica interposição intrarticular, que deve ser tratada cirurgicamente, assim como as luxações irredutíveis.
Após a redução fechada ou cirúrgica, realiza-se imobilização com tala metálica em 30° de flexão por um período de 2 a 4 semanas, seguida de uma solidarização com dedo adjacente (usando
Micropore) por mais 2 semanas.
Bibliografia
Green’s Operative Hand Surgery, 6th Edition; Scott W. Wolfe, MD, Robert N. Hotchkiss, MD, William C. Pederson, MD and Scott H. Kozin, MD
1
24
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Classificação (Hebert)
• Fraturas agudas e estáveis
A1. Fratura da tuberosidade
A2. Fratura incompleta através do colo
• Fraturas agudas e instáveis
B1. Fratura oblíqua distal
B2. Fratura completa pelo colo
B3. Fratura do polo proximal
B4. Fratura transescafo perisemilunar/ fratura luxação do carpo
B5. Fraturas cominutivas
• Retardo de consolidação
• Pseudoartrose
D1. União fibrosa
D2. Pseudoartrose
1
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista do Hospital Madre Teresa, UPA barreiro e Hospital Vila da Serra
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
25
Traumatologia - Membro superior - Mão
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
dos ossos do carpo
6 Fraturas
Paulo Randal Pires Junior
Fluxograma
1
Fratura do escafoide?
Positivo
Pseudoartrose
Sim
A UBS
+
Guia de
contrareferencia
Rx
Negativo
Suspeita
Tala gessada longa
por 2 semanas
Critérios de
Instabilidade ou
polo proximal
Sim
Gesso
axilo palmar
Controle na UPA
Introdução
São incomuns, correspondem a 1% das fraturas dos ossos do carpo.
Rx
Não
Sim
Tala gessada
Cadastro na CINT
Avaliar Fluxo PAD
6.1 Fraturas do semilunar
Diagnóstico
Fratura confirmada?
Não
Alta
Mecanismo de lesão: trauma axial com compressão do capitato sobre o semilunar levando a fratura
do carpo do semilunar.
Exames complementares
Tratamento
Situação 1 Suspeita de fratura, sem o diagnóstico radiológico, deve-se fazer uma tala gessada
longa englobando o polegar e nova avaliação radiológica com 2 semanas, sem a
tala, para a confirmação ou não da fratura.
• Solicitar radiografia em AP e perfil do punho;
• Para definição de tratamento, deve-se fazer tomografia computadorizada;
• Se o capitato se apresentar subluxado volarmente no raio X em perfil, suspeitar de fratura da borda volar do semilunar.
Situação 2 Fratura com presença de um ou mais critérios de instabilidade ou fratura do polo
proximal o tratamento é cirúrgico, cadastro na CINT.
Classificação
Situação 3 Fraturas sem critérios de instabilidade ou do polo distal são de 6 a 8 semanas de imobilização.
O gesso deve ser axilopalmar para escafoide, porém na fratura do polo distal pode-se usar gesso antebraço braquial devido à inserção do pronador quadrado ser
mais proximal, não havendo risco de desvio do escafoide, mas via de regra deve-se usar gesso axilopalmar englobando a interfalangeana do polegar e deixando as
articulações metacarpofalangeanas dos dedos livres.
Reavaliação radiográfica com 2, 4 e 6 semanas, se for realizada imobilização da
fratura com gesso axilopalmar, para observar possível desvio da fratura.
Reavaliação radiográfica em 4 semanas para reduzir o gesso para antebraquial.
Reavaliação com 6 semanas para confirmação radiológica da consolidação da fratura. Se ela não estiver consolidada, reavaliar com 8 semanas.
• Fratura frontal do polo volar;
• Fratura osteocondral;
• Fratura frontal do polo dorsal;
• Fratura transversa do carpo;
• Fratura frontal do carpo – mais comum.
Tratamento
• Fraturas com desvio < 2mm: são de tratamento conservador com uso de tala gessada
curta por 4-6 semanas;
• Fraturas com desvio > 2mm: são de tratamento cirúrgico, sendo necessária colocação de
tala e encaminhamento para a CINT, avaliar fluxo do PAD.
Situação 4 A pseudoartrose no raio x apresenta esclerose do escafoide. Nesses casos, o paciente deve ser encaminhado ao Posto de Saúde com guia de contrarreferência
para realizar tratamento cirúrgico eletivo.
Bibliografia
(Teisen and Hjarbaek / de acordo com a localização da fratura):
6.2 Fraturas do piramidal
Introdução
Green’s Operative Hand Surgery, 6th Edition; Scott W. Wolfe, MD, Robert N. Hotchkiss, MD, William C. Pederson, MD and Scott H. Kozin, MD
Green’s Operative Hand Surgery, 5th Edition; Scott W. Wolfe, MD, Robert N. Hotchkiss, MD, William C. Pederson, MD and Scott H. Kozin, MD
É o 2.º ou 3.º osso mais fraturado do carpo no adulto, e 2.º osso mais fraturado das crianças.
Comumente associado a outras lesões no punho, como fratura luxação do punho com padrão axial
ou perilunar.
1
26
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista do Hospital Madre Teresa, UPA Barreiro e Hospital Vila da Serra
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
27
Traumatologia - Membro superior - Mão
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Diagnóstico
O mecanismo de lesão é queda com punho em extensão com desvio ulnar com impacto direto
sobre o estioide ulnar ou trauma direto sobre o dorso carpo.
Exames complementares
• Solicitar radiografia em AP e perfil do punho;
• Rx para avaliar estabilidade – Rx com desvio ulnar;
• Para definição de tratamento, deve-se fazer tomografia computadorizada.
Classificação (3 tipos de fraturas)
• Impacção;
• Avulsão;
• Corpo.
Tratamento
• Impacçao: Geralmente são assintomáticos. Ocasionalmente pode necessitar tratamento
cirúrgico para excisão do fragmento;
• Avulsão: Tratamento conservador com gesso curto ou splint por 6 semanas, se fragmento
volar avaliar se estável ou não. se desvio no rx com desvio ulnar, apresentar > 2mm de
desvio entre os fragmentos indicar tratamento cirúrgico;
• Corpo: geralmente é estável e grande parte delas não são desviadas. O tratamento é conservador com gesso curto por 4-6 semanas.
6.3 Fraturas do pisiforme
Introdução
1% das fraturas dos ossos do carpo.
Diagnóstico
Mecanismo do trauma mais comum é trauma direto na eminência hipotênar, mas também pode
ocorrer fratura por traumas repetitivos.
Exames complementares
Radiografias convencionais não mostram a fratura, devem-se fazer incidências especiais como
oblíqua com supinação ou túnel do carpo view.
28
Tratamento
Deve ser feito com gesso curto por 4 semanas, mas ele não muda a história natural da doença;
podendo levar a pseudoartrose ou artrite pós-traumática.
6.4 Fraturas do trapézio
Introdução
3% das fraturas dos ossos do carpo geralmente estão associados a fratura do 1.º metacarpo e
rádio distal.
Diagnóstico
Mecanismo de lesão ocorre por trauma direto ou indireto.
Exames complementares
• Solicitar radiografia em AP e perfil do punho
Classificação (3 tipos de fraturas)
• Corpo;
• Borda do trapézio;
• Lesões da margem trapeziometacarapal.
Tratamento
As fraturas não desviadas devem ser tratadas com tala curta para polegar por 4 semanas. Fraturas desviadas (> 2mm) são de tratamento cirúrgico.
6.5 Fraturas do trapezoide
Introdução
São fraturas raras.
Diagnóstico
Ocorrem por trauma indireto sobre o 1.º metacarpo. Pode ocorrer luxação palmar ou dorsal.
29
Traumatologia - Membro superior - Mão
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com dissociação escafosemilunar
7 Atendimento
Paulo Randal Pires Junior
Exames complementares
1
• Solicitar radiografia em AP e perfil do punho.
Introdução
Tratamento
Se a fratura for sem desvio, o tratamento é conservador com tala gessada curta para polegar
por 4 semanas.
É uma lesão comum do carpo que ocorre geralmente em adultos, mas pode ocorrer no esqueleto imaturo.O trauma inicial ocorre por mecanismo indireto com punho em hiperextensão, desvio
ulnar e supinação da médio carpal.
6.6 Fraturas do capitato
Diagnóstico
Introdução
Diagnóstico é clínico e radiológico, com palpação dolorosa do dorso do punho distal ao tubérculo
de lister.
São 1% de todas as fraturas do carpo.
Testes especiais
Diagnóstico
1- Teste de Watson
Dor e edema em região central do punho na base do 3.º metacarpo.
2- Teste de Ballottement Translação volar e dorsal do escafoide e semilunar.
(cisalhamento)
Exames complementares
• Radiografia de punho AP e perfil, se lesão isolada;
• Tomografia computadorizada, se suspeita de associação com outras lesões.
Classificação (formas clínicas)
• Pré-dinâmica: estiramento ou ruptura parcial do LIES (ligamento intrínseco escafossemilunar). Não apresenta instabilidade radiológica, mas pode ter aumento do espaço ES.
Essa lesão leva a sinovite local, dor e desconforto;
• Dissociação dinâmica: ruptura total do ligamento ES, que é reparável, com estabilizador
secundário presente e sem alteração degenerativa. Aumento do gap a manobras específicas;
• Dissociação redutível estática: lesão do ligamento que não pode ser reparada. Lesão dos
estabilizadores secundários permanente, mas redutível. Pode apresentar ressalto pela
autorredução da subluxação;
• Dissociação fixa estática: ruptura ligamentar crônica ou insuficiência de estabilizadores
primários e secundários que resulta em fibrose da cápsula, escafoide e outros ossos. A
redução é difícil e não apresenta degeneração cartilaginosa substancial;
• SLAC: osteoartrite do punho que deve ser tratada com alivio da dor, com provável perda
funcional. Rádio estiloescafoide (grau 1), osteoartrite completa RE (radioescafoide) (grau 2),
artrite mediocarpal (grau 3).
Tratamento
Se isoladas, são geralmente sem desvio e de tratamento conservador, tala curta 4 semanas
Só que 50% das fraturas do capitato possuem lesões associadas, como fraturas e lesões ligamentares. Essas lesões são geralmente de tratamento cirúrgico.
Gancho do Hamato
Trapezoide
Hamato
Trapézio
Pisiforme
Piramidal
Pressão volar sobre escafoide e movimento do punho passivo de
ulnar para radial. Durante a posição de ulnar para radial se evita que
ocorra a flexão do escafoide, que ocorre pela lesão do ligamento.
Tubérculo do Trapézio
Capitato
Semilunar
1
Escafoide
30
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista do Hospital Madre Teresa, UPA Barreiro e Hospital Vila da Serra
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
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Traumatologia - Membro superior - Mão
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Exames complementares
8 Atendimento ao paciente com luxação e fratura luxação
perisemilunar
Radiografia de punho em AP, perfil e AP com desvio ulnar, AP com preensão dos dedos. Os
outros métodos diagnósticos da dissociação ES são a cineradiografia, artrografia e artroscopia
diagnóstica, mas que não necessitam ser realizadas na unidade de urgência.
Paulo Randal Pires Junior1
Introdução
Tratamento
O tratamento das formas clínicas da dissociação ES são cirúrgicas.
Deve-se emitir AIH para tratamento cirúrgico eletivo ou referenciar o paciente para a Unidade
de Saúde para emissão da AIH e cadastramento para tratamento eletivo.
As luxações perissemilunares ou fratura luxação do carpo são lesões graves, geralmente por
trauma de alta energia. As lesões podem ser divididas em pequeno arco ou grande arco.As lesões
do grande arco englobam as fraturas do escafoide, síndrome naviculocapitato e fraturas transescafoperissemilunar. As lesões do pequeno arco são as luxações perissemilunares.
Siglas
ES – escafossemilunar
SLAC – colapso avançado escafossemilunar
RE – rádio escafoide
Bibliografia
Diagnóstico
O exame clínico deve ser minucioso, pois pode apresentar apenas dor e edema, preferencialmente dorsal, sem grande deformidade. Deve sempre avaliar a lesão em politraumatizado como
por exemplo: acidente motociclístico. O mecanismo de trauma pode ser de duas formas: dorsiflexão do punho, desvio ulnar e supinação intercarpal ou força axial em punho hiperextendido, antebraço hiperpronado e cotovelo fixo.
Green´s Operative Hand Surgery, 6.º ed, 2010.
Classificação (Mayfield)
I - Ruptura da articulação ES, os ligamentos ES e radioescafosemilunar são rompidos;
II - Ruptura da articulação mediocarpal (capitato-semilunar). Apresenta ruptura do ligamento
radioescafocapitato;
III- Ruptura da articulação SP. O ligamento radiosemilunopiramidal é lesado;
IV- Ruptura da articulação radiosemilunar. Ocorre lesão do ligamento radiosemilunopiramidal e
causa luxação volar do semilunar ou perissemilunar dorsal.
Exames complementares
Radiografia do punho em PA e perfil. Na radiografia em perfil geralmente, o diagnóstico é mais fácil.
O semilunar apresenta-se luxado para anterior, com os demais ossos do carpo para dorsal.
Tratamento
Na urgência, realizar a redução pela manobra de Tavernier – tração longitudinal, pressão volar
no semilunar, hiperextensão do punho e flexão palmar que reduz o capitato na concavidade do
semilunar.
Avaliar sinais de compressão de nervo mediano, como parestesia e alteração de função da
mão, previamente à redução e reavaliar após redução.
1
32
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista do Hospital Madre Teresa, UPA Barreiro e Hospital Vila da Serra
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
33
Após a redução, imobilizar com tala gessada antebraquiopalmar com extensão do 30.º do punho, deixando as articulações metacarpofalangeanas livres.
Fazer nova radiografia para certificar a redução.
Fazer a AIH, cadastrar na CINT, pois o tratamento definitivo é sempre cirúrgico, avaliar fluxo do PAD.
Na ausência de redução da luxação do semilunar, encaminhar à porta de entrada da urgência,
referência da UPA do atendimento.
Bibliografia
Green’s Operative Hand Surgery, 6th Edition; Scott W. Wolfe, MD, Robert N. Hotchkiss, MD, William C. Pederson, MD and Scott
1
Atendimento ao paciente com fratura do rádio distal
e ulna distal
Traumatologia - Membro superior - Punho
Traumatologia - Membro superior - Mão
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Paulo Randal Pires Junior1
Introdução
As fraturas do rádio distal são fraturas muito comuns. Correspondem a 16% das fraturas do esqueleto. O mecanismo de trauma é geralmente queda ao solo com punho em hiperextensão ou extensão.
H. Kozin, MD
Green’s Operative Hand Surgery, 5th Edition; Scott W. Wolfe, MD, Robert N. Hotchkiss, MD, William C. Pederson, MD and Scott
Diagnóstico
H. Kozin, MD
Verificar deformidades, impotência funcional, equimoses, hematomas e pontos dolorosos no punho.
Exames complementares
Solicitar Radiografia em AP e Perfil do punho e verificar:
Critérios de Instabilidade
• Perda do comprimento radial maior que 9mm;
• Ângulo de inclinação dorsal maior que 25º;
• Cominução da fratura;
• Fratura intra-articular radio-carpal e radio-ulnar distal;
• Afastamento entre os fragmentos intra-articulares maior que 2mm;
• Osteopenia;
• Lesões de partes moles (CFCT – complexo da fibrocartilagem triangular)
Classificação (AO)
Veja anexo
Classificação (Cooney)
Tipo I - Extra-articular sem desvio
Tipo II - Extra-articular com desvio
a-Redutível estável
b-Redutível instável
c-Irredutível
Tipo III - Articular sem desvio
Tipo IV - Articular com desvio
a-redutível estável
b-redutível instável
c-irredutível
d-complexa
1
34
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista do Hospital Madre Teresa, UPA Barreiro e Hospital Vila da Serra
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
35
Classificação ulna distal
CLASSIFICAÇÃO DE FERNANDEZ PARA AS LESÕES DA ARTICULAÇÃO RÁDIO-ULNAR DISTAL
I
Tipo
Traumatologia - Membro superior - Punho
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
II
Lesões estáveis. Articulação
rádio-ulnar distal é clinicamente
estável e estudo radiográfico
mostra congruência articular,
estabilizadores primários do
complexo da fibrocartilagem
triangular estão intactos.
A. Avulsão da ponta
do estiloide ulnar
B. Fratura estável do
colo da ulna
A. Lesão maciça do
complexo da fibrocartilagem triangular
B. Avulsão da base
do processo
estiloide ulnar
Lesões instáveis. Evidência
clínica e radiológica de luxação
da cabeça da ulna.
As demais fraturas, II b, IIc, IV b, IV c e IV d devem ser imobilizadas com tala gessada axilopalmar e somente no caso de grande encurtamento realizar leve tração antes da imobilização.
As fraturas II b e IV, devido à instabilidade, geralmente evoluem para perda da redução após 1 a
3 semanas de acompanhamento. Sendo assim, deve se internar o paciente, fazendo a AIH para
aguardar tratamento cirúrgico.
A manobra de redução das fraturas do rádio distal são tração do punho, com um auxiliar fazendo a contra tração no braço com o cotovelo a 90º. Após a tração, deve-se fazer a redução com o
polegar de proximal para distal, fletir o punho até 30º acompanhado de desvio ulnar.
Deve-se avaliar, ainda, os critérios de instabilidade e irredutibilidade para que o tratamento seja
correto, não submetendo o paciente a redução, quando ela não for indicada.
CRITÉRIOS DE INSTABILIDADE
• Perda do comprimento radial maior que 9mm;
• Ângulo de inclinação dorsal maior que 25º;
• Cominução da fratura;
• Fratura intra-articular radio-carpal e radio-ulnar distal;
• Afastamento entre os fragmentos intra-articulares
maior que 2mm;
• Osteopenia;
• Lesões de partes moles (CFCT – complexo da fibro
cartilagem triangular).
CRITÉRIOS DE IRREDUTIBILIDADE
• Desvio dos fragmentos intra-articulares com afastamento maior que 2 mm após as tentativas de redução incruenta;
• Fratura com fragmento volar no compartimento flexor (tipo III de Melone);
• Fratura articular com desvio rotacional do fragmento ósseo (tipo IV de Melone);
• Fragmento Die-Punch, impacção articular (Tipo II
de Melone).
Já as fraturas da ulna distal são geralmente de tratamento conservador, as mais prevalentes
são a do tipo 1 da classificação de Diego Fernandez
Tal como a classificação as fraturas do tipo I, são de tratamento conservador, que são as fraturas mais comuns
III
Lesões potencialmente
instáveis. Devido à lesão óssea
na superfície articular.
Bibliografia
Green’s Operative Hand Surgery, 6th Edition; Scott W. Wolfe, MD, Robert N. Hotchkiss, MD, William C. Pederson, MD and Scott
A. Fossa sigmóidea
do rádio (fratura em
quatro partes do
rádio distal)
B. Fratura da cabeça
da ulna
H. Kozin, MD
Tratamento
Fraturas com mais de 2 critérios de instabilidade, deve ser indicado tratamento cirúrgico.
As fraturas do rádio distal do tipo I e III de Cooney devem ser tratadas com gesso axilopalmar
deixando as articulações metacarpo falangeanas livres.
As fraturas do tipo II a e IV a devem ser submetidas a redução incruenta e gesso axilopalmar.
Deve sempre realizar o raio X de controle. O controle deve ser semanal, sendo realizado com 1,2,
4 e 6 semanas. Na primeira e segunda semanas, realizar apenas o controle radiológico. Com 4
semanas, deve ser encurtado o gesso para antebraquio palmar e com 6 semanas o gesso deve
ser retirado.
36
37
Traumatologia - Membro superior - Cotovelo
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
1
Atendimento ao paciente com fratura da cabeça do
rádio
Bruno de Souza Teixeira1
Introdução
A cabeça do rádio faz parte da estabilização do cotovelo, sendo um segmento intraarticular que
participa dos movimentos de rotação e flexo-extensão.
A maioria das lesões da cabeça do rádio é decorrente de quedas, com mecanismo em compressão axial ou rotatório.
• A opção pelo tratamento não cirúrgico também pode ser feita em fraturas deslocadas que
possibilitem a manutenção da amplitude de movimento. Há descrições de que a ADM
aceitável deve ser de 20 a 140° de flexo-extensão e 70° de rotação nos dois sentidos.
Nesses casos, deve ser feita imobilização com o cotovelo em 90° de flexão, em posição
neutra de prono-supinação, por 2 a 3 semanas e posterior início de movimentação;
• As fraturas com desvio e bloqueio articular e aquelas com cominuição são candidatas ao
tratamento cirúrgico.
Fluxograma
Trauma no cotovelo
Suspeita de fratura da
cabeça do rádio
Diagnóstico
Crepitações, derrame articular, equimose, edema, dor, bloqueio da ADM.
O diagnóstico da fratura da cabeça do rádio deve ser acompanhado de meticulosa investigação
de possíveis lesões associadas (fraturas do coronoide, do olécrano, do capitelo e instabilidades),
que interferem na correta escolha terapêutica.
Rx - Fratura da cabeça
do rádio
Exames complementares
Avaliação da mobilidade do
cotovelo, se necessário, com
anestesia intrarticular
• Rx em AP, perfil e oblíquas do cotovelo;
• Incidência radiocapitular: antebraço em rotação neutra e os raios apontados à cabeça do rádio;
• Incidência radiocapitular modificada: antebraço supinado e com face posterior apoiada
no filme, raios apontados a 45° médio-lateralmente.
Fratura cominutiva, ou
bloqueio articular
Classificação (Mason)
Tratamento cirúrgico
Tipo I - Fratura não deslocada ou minimamente deslocada.
Tipo II - Fratura deslocada da cabeça ou do colo do rádio, com envolvimento de 30% da
superfície articular.
Tipo III - fratura cominutiva da cabeça e do colo do rádio.
Tipo IV - fratura associada à luxação do cotovelo.
Tratamento
Fratura Mason 1 e 2,
sem bloqueio
Uso de tipoia por tempo de
melhora da dor (tipo 1) ou
tala por 3 semanas (tipo 2)
Analgesia
Acompanhamento
Bibliografia
Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta P. Rockwood And Green’s: Fractures In Adults, 7th ed, Lippincott Williams
& Wilkins, 2009.
• A grande maioria das fraturas da cabeça do rádio é tratada de maneira não cirúrgica;
• A aspiração do derrame articular e infiltração de anestésico possibilitam a avaliação da
mobilidade local no primeiro exame ou após alguns dias da fratura;
• São de bom prognóstico as lesões que preservam a amplitude de movimento, sem bloqueio evidente;
• O tratamento deve ser feito com analgesia, imobilização de conforto e incentivo ao início
precoce de molibilização;
1
38
Médico ortopedista da Fundação Hospitalar de Minas Gerais - Hospital João XXIII
Cirurgião de ombro e cotovelo dos hospitais Evangélico e SEMPER - Belo Horizonte
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT
Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
Canale ST, Beaty JH: Campbell’s Operative Orthopaedics, 11th ed. Elsevier, 2008.
Ennis O, Miller D,Kelly CP. Fractures of the adult elbow. Current Orthopaedics (2008) 22, 111-131.
Ring D, Displaced, unstable fractures of the radial head: Fixation vs. replacement- What is the evidence?, Injury (2008)
39
Traumatologia - Membro superior - Cotovelo
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com luxação simples do cotovelo
2 Atendimento
Bruno de Souza Teixeira
Tratamento
1
• A maioria das luxações simples do cotovelo é estável após a redução incruenta;
• A redução tem como base a manipulação do cotovelo em 90° de flexão, tentando direcionar o olécrano ao úmero distal;
Introdução
Podem ser classificadas como simples, quando só há lesão de partes moles e complexas,
quando há fraturas envolvidas.
A direção da luxação também pode ser utilizada como classificação, sendo a posterior a mais comum.
Existe uma sequência básica de lesões na luxação do cotovelo, iniciando-se lateralmente, com
progressão às cápsulas anterior e posterior até o acometimento medial. As estruturas mais importantes nos complexos ligamentares são a banda anterior medialmente e o ligamento ulnar lateralmente.
Diagnóstico
Na maioria dos casos é evidente a luxação do cotovelo, com dor, deformidade e limitação funcional. É importante a avaliação da função neurológica (ulnar e mediano) e vascular do membro.
Exames complementares
A avaliação radiológica é feita com radiografias em AP e perfil.
Fluxograma
Manobra de Parvin
Luxação do cotovelo
Avaliação clínica e radiográfica
Luxação simples
Redução incruenta
e avaliação
da estabilidade
Associada a fraturas
Cotovelo instável
Cotovelo estável
Tratamento
cirúrgico
Manobra de Meyn e Quigley
• Após a redução a estabilidade deve ser checada através de radiografias e do restabelecimento da amplitude de movimento, com AMD passiva entre 130 e 20° de flexo-extensão;
• A imobilização é feita com o cotovelo em 90° de flexão por duas semanas. O posicionamento do antebraço em pronação pode aumentar a estabilidade;
• Deve ser feito acompanhamento para avaliação de persistência de instabilidade e rigidez do cotovelo;
• Casos de instabilidades persistentes e fraturas luxações têm indicação de tratamento cirúrgico.
Bibliografia
Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta P. Rockwood And Green’s: Fractures In Adults, 7th ed, Lippincott Williams
& Wilkins, 2009.
Uso de imobilização gessada
em 90° de flexão do cotovelo
(pronação) por 2 semanas +
Analgesia Posterior ganho
de ADM e força
1
40
Médico ortopedista da Fundação Hospitalar de Minas Gerais - Hospital João XXIII
Cirurgião de ombro e cotovelo dos hospitais Evangélico e SEMPER - Belo Horizonte
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT
Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
Canale ST, Beaty JH: Campbell’s Operative Orthopaedics, 11th ed. Elsevier, 2008.
Ennis O, Miller D,Kelly CP. Fractures of the adult elbow. Current Orthopaedics (2008) 22, 111-131.
Safran MR, Baillargeon D. Soft-tissue stabilizers of the elbow. J Shoulder Elbow Surg 2005;14: 179S-185S.
41
Traumatologia - Membro superior - Cotovelo
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com fratura do processo coronoide
3 Atendimento
Bruno de Souza Teixeira
1
do paciente com fratura do olécrano
4 Atendimento
Bruno de Souza Teixeira
1
Introdução
São lesões raras de serem encontradas isoladamente e são mais prováveis na presença de uma
luxação do cotovelo, sendo que 10% das luxações do cotovelo têm fratura do coronoide associada.
Introdução
As fraturas do olécrano podem ser decorrentes de mecanismo direto sobre o local ou indireto.
Diagnóstico
Exames complementares
• Incidências em AP e perfil do cotovelo;
• Tomografia pode ser realizada para entendimento de lesões complexas.
O diagnóstico é evidente na maioria dos casos, com dor, equimose, limitação de movimento e crepitações.
Atenção especial deve ser dada ao exame do nervo ulnar, pela proximidade anatômica.
Exames complementares
Classificação (Regan e Morrey)
• Incidências em AP e perfil do cotovelo.
• Tomografia pode ser realizada para entendimento de lesões complexas.
Baseado em quanto da altura do coronoide foi envolvida, avaliada pela radiografia lateral:
Tipo 1 - Envolve apenas a ponta;
Tipo 2 - 50% da altura total;
Tipo 3 - 50% da altura total.
Classificação (clínica Mayo)
Tipo 1 - Fraturas não deslocadas, com os subtipos IA (sem cominuição) e IB (com cominuição);
Tipo 2 - Fraturas com deslocamento maior que 3 mm, sem instabilidade do cotovelo, também
com os subtipos IIA e IIB, de acordo com a cominuição;
Tipo 3 - Fraturas associadas à instabilidade do cotovelo.
Pode ser acrescentada a subclassificação em A e B, com ou sem luxação do cotovelo respectivamente.
Tratamento
Tratamento
• Apesar da falta de concordância na literatura quanto às indicações, as fraturas do coronoide podem ser tratadas de forma conservadora, se o cotovelo permanecer estável.
Para isso, é fundamental a identificação de possíveis lesões associadas;
• As lesões do tipo 1 têm grande associação com luxação do cotovelo, de forma que o
tratamento deve ser baseado na estabilidade da articulação;
• As lesões do tipo 2 são as mais indicadas ao tratamento não cirúrgico, devido a maior
chance de estabilidade do cotovelo;
• As lesões do tipo 3 são quase que invariavelmente associadas com instabilidade do cotovelo, havendo, portanto, indicação de tratamento cirúrgico;
• É feita imobilização com o cotovelo em 90° de flexão e posição neutra de prono-supinação por duas a três semanas e posterior ganho de ADM.
• As fraturas do olécrano só devem ser tratadas de forma não cirúrgica quando se apresentarem sem desvio e assim se mantiverem com a avaliação radiográfica feita com
flexão de 90° do cotovelo;
• O paciente deve ficar imobilizado com gesso axilo-palmar por 3 a 4 semanas em flexão
do cotovelo de 90° e posterior reabilitação para ganho de ADM e força;
• Todas as fraturas desviadas devem ser tratadas cirurgicamente.
Fratura do olécrano diagósticada por Rx em AP e perfil do cotovelo
Fraturas sem desvio, mantidas ao
Rx em 90º de flexão do cotovelo
Fraturas desviadas
Bibliografia
Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta P. Rockwood And Green’s: Fractures In Adults, 7th ed, Lippincott Williams
Tratamento cirúrgico
& Wilkins, 2009.
Canale ST, Beaty JH: Campbell’s Operative Orthopaedics, 11th ed. Elsevier, 2008.
Uso de imobilização gessada em 90º de flexão
do cotovelo por 3-4 semanas + Analgesia
Posterior ganho de ADM e força
Bibliografia
Ennis O, Miller D,Kelly CP. Fractures of the adult elbow. Current Orthopaedics (2008) 22, 111-131
Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta P. Rockwood And Green’s: Fractures In Adults, 7th ed, Lippincott Williams & Wilkins, 2009.
Canale ST, Beaty JH: Campbell’s Operative Orthopaedics, 11th ed. Elsevier, 2008.
Ennis O, Miller D,Kelly CP. Fractures of the adult elbow. Current Orthopaedics (2008) 22, 111-131
1
42
Médico ortopedista da Fundação Hospitalar de Minas Gerais - Hospital João XXIII
Cirurgião de ombro e cotovelo dos hospitais Evangélico e SEMPER - Belo Horizonte
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT
Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
1
Médico ortopedista da Fundação Hospitalar de Minas Gerais - Hospital João XXIII
Cirurgião de ombro e cotovelo dos hospitais Evangélico e SEMPER - Belo Horizonte
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
43
ao paciente com fratura do úmero distal
5 Atendimento
Bruno de Souza Teixeira
1
1
Introdução
As fraturas úmero distal compreendem um terço das fraturas do cotovelo. São fraturas comuns
em idosos, em especial do sexo feminino, tendo relação com a osteoporose, em adolescentes e
adultos jovens, está relacionado com trauma de alta energia.
As fraturas diafisárias do úmero correspondem a até 7% das fraturas no adulto.
A distribuição epidemiológica das fraturas diafisárias do úmero tem aspecto bimodal, com maior
número entre adultos jovens, consequentes a trauma de maior energia, e idosos, relacionadas a
quedas e osteoporose.
Diagnóstico
Os achados são característicos das fraturas: dor, deformidade, crepitação, aumento de volume,
limitação funcional.É importante a avaliação da função no nervo radial, sendo que documentação
deve sempre ser feita, inclusive nos casos de limitações para o exame físico.
Exames complementares
• Incidências em AP e perfil do cotovelo. Radiografias feitas com tração no membro acometido podem melhorar o entendimento das fraturas mais complexas, entretanto, levam
a desconforto considerável para o paciente;
• Tomografia computadorizada fica reservada para planejamento cirúrgico e avaliação articular.
Exames complementares
As radiografias iniciais devem ser feitas em AP e perfil do úmero, sendo que podem ser necessárias avaliações do úmero proximal e distal.
Classificação (AO)
Classificação (AO)
Úmero distal = 13, o acometimento extra-articular como 13A, articular parcial 13B e articular
13C, com as demais subclassificações.
A diáfise do úmero é designada por 12. As fraturas de traço único são classificadas como 12A,
as que apresentam fragmento tipo “cunha” como 12B e as cominutivas como 12C, todas com subclassificações detalhadas.
Tratamento
Tratamento
• O tratamento de até 95% das fraturas diafisárias do úmero é conservador. O princípio
de imobilização funcional, que permite a mobilização de ombro e cotovelo, é a base do
tratamento. Inicialmente pode ser utilizada imobilização gessada (tala axilopalmar ou tipo
“pinça de confeiteiro”) nos primeiros 7 a 14 dias, sendo então substituída pela imobilização funcional (“brace” tipo Sarmiento). Deve ser desencorajado o uso de tipoia e iniciados
exercícios pendulares para o ombro e mobilização do cotovelo de acordo com a melhora
da dor do paciente. O tempo de imobilização funcional é determinado pela consolidação
radiológica e ausência de dor no local da fratura, podendo chegar a 12 semanas.
• Os limites aceitáveis para o tratamento não cirúrgico são: angulação de 30°, rotação de
20° e encurtamento de 3 cm.
• Fraturas transversas ou oblíquas curtas têm maior probabilidade de não consolidação,
merecendo atenção especial no acompanhamento.
• São indicações de tratamento cirúrgico: deformidades acima dos limites citados, falta de
tolerância ao tratamento conservador, fraturas segmentares ou com acometimento intraarticular proximal ou distal, fraturas associadas do antebraço ipsilateral, fraturas bilaterais
• O tratamento não cirúrgico das fraturas do úmero distal tem indicações muito restritas,
sendo o tratamento cirúrgico a indicação da grande maioria dos casos;
• Pacientes jovens raramente têm indicação de tratamento não cirúrgico;
• Fraturas extra-articulares sem desvio e casos de pacientes sem condições cirúrgicas
podem ser tratadas com imobilização gessada longa com cotovelo entre 90° e 120° de
flexão, com acompanhamento rigoroso por 3 a 4 semanas.
Bibliografia
Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta P. Rockwood And Green’s: Fractures In Adults, 7th ed, Lippincott Williams
& Wilkins, 2009.
Canale ST, Beaty JH: Campbell’s Operative Orthopaedics, 11th ed. Elsevier, 2008.
Ennis O, Miller D,Kelly CP. Fractures of the adult elbow. Current Orthopaedics (2008) 22, 111-131
1
44
Médico ortopedista da Fundação Hospitalar de Minas Gerais - Hospital João XXIII
Cirurgião de ombro e cotovelo dos hospitais Evangélico e SEMPER - Belo Horizonte
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT
Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
Bruno de Souza Teixeira1
Introdução
Diagnóstico
Deve ter como referência o tipo de trauma, com especial atenção aos de alta energia, pela possibilidade de lesões associadas.
É necessária avaliação neurovascular cuidadosa do membro.
Atendimento ao paciente com fratura diafisária do úmero
Traumatologia - Membro superior - Ombro
Traumatologia - Membro superior - Cotovelo
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
1
Médico ortopedista da Fundação Hospitalar de Minas Gerais - Hospital João XXIII
Cirurgião de ombro e cotovelo dos hospitais Evangélico e SEMPER - Belo Horizonte
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT
Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
45
Traumatologia - Membro superior - Ombro
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ou associadas a fraturas nos membros inferiores que impliquem uso de muletas para
deambular, lesões vasculares associadas, lesões do plexo braquial, politraumatizados,
fraturas expostas, fraturas patológicas.
ao paciente com fratura do úmero proximal
2 Atendimento
Bruno de Souza Teixeira
1
Introdução
Déficits do nervo radial
• Os casos de déficit do nervo radial não têm indicação inicial de cirurgia, a não ser que
tenham surgido após manipulação do membro ou imobilização gessada em pacientes
sem sinais de acometimento neurológico prévio. A maioria das lesões é neuropraxia e
espera-se a recuperação da função neurológica;
• O estudo eletroneuromiográfico pode ser realizado após a terceira semana;
• Avaliações seriadas da função neurológica devem ser feitas e a indicação de exploração
cirúrgica do nervo radial dever ser dada após o 3.º ou 4.º mês sem que ocorra melhora;
• Instruir o paciente sobre a necessidade da manipulação contínua do punho e dos dedos
ou mesmo o uso de talas preventivas, a fim de se evitar contraturas em flexão.
Fluxograma
As fraturas do úmero proximal podem corresponder de 2 a 3% das fraturas da extremidade
superior, 70% delas ocorrem em pacientes acima de 60 anos, especialmente em mulheres com
ossos osteoporóticos. Já os traumas de alta energia estão relacionados com as fraturas em pacientes jovens, enquanto as quedas são a principal causa em pacientes idosos.
Diagnóstico
Clinicamente, os pacientes terão sinais clássicos de fraturas, com dor, limitação funcional e
crepitações. O aumento de volume local pode ser difícil de avaliar em virtude da musculatura e a
equimose pode ser vista na região distal do braço, mesmo dias após a lesão. Apesar de serem
incomuns, as lesões vasculares devem ser pesquisadas.
Exames complementares
Rx - fratura da diáfise do úmero
As incidências iniciais em AP verdadeiro, perfil da escápula e perfil axilar (incidecia de Velpeau)
são as indicadas.
Deformidades acima dos limites citados, falta
de tolerância ao tratamento conservador, fraturas segmentares ou acometimento intra-articular, fraturas associadas do antebraço ipsilateral, fraturas bilaterais ou associadas a fraturas
nos membros inferiores que impliquem uso de
muletas, lesões vasculares associadas, lesões
do plexo braquial, politraumatizados, fraturas
expostas, fraturas patológicas, déficit do radial
após manipulação
Tratamento cirúrgico
Desvio menor que 30° de varo/
valgo, rotação menor que 20°
Encurtamento menor que 3 cm.
Tala ou “pinça de confeiteiro
por 2 semanas + imobilização
funcional até consolidação
clínica e radiológica
Uso de tipoia por tempo
de melhora da dor
Analgesia
Acompanhamento
Bibliografia
Walker M, Brian Palumbo B, et al. Humeral shaft fractures: a review. J Shoulder Elbow Surg (2011); 10: 1-12.
Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta P. Rockwood And Green’s: Fractures In Adults, 7th ed, Lippincott Williams
& Wilkins, 2009.
Canale ST, Beaty JH: Campbell’s Operative Orthopaedics, 11th ed. Elsevier, 2008.
Sarmiento A, Kinman PB, Calvin EG, et al. Functional bracing of fractures of the shaft of the humerus. J Bone Joint Surg Am
1977; 59: 596-601.
Ekholm R, Ponzer S,The Holstein-Lewis Humeral Shaft Fracture: Aspects of Radial Nerve Injury, Primary treatment, and Outco-
Classificação
A classificação mais utilizada é a de Neer, que considera o número de fragmentos desviados.
Os fragmentos avaliados são: cabeça umeral (colo anatômico), tubérculo maior, tubérculo menor
e diáfise (colo cirúrgico).
As fraturas em duas partes são aquelas em que apenas um dos fragmentos está desviado. As
fraturas em três partes têm desvio de dois fragmentos em relação aos demais e as fraturas em
quatro têm os quatro fragmentos desviados.
São considerados desviados os fragmentos com 45° de angulação ou 1 cm de deslocamento.
As fraturas do tubérculo maior são consideradas desviadas com deslocamento de 0.5cm.
Tratamento
O tratamento não cirúrgico está indicado em todas as fraturas em que o desvio for mínimo,
estáveis ou impactadas, não importando o número de fragmentos observados na radiografia. São
candidatos ao tratamento conservador pacientes acima de 85 anos, pacientes com comorbidades
que impossibilitem cirurgia, casos de demência.
O tratamento se inicia com adequada analgesia, principalmente nos primeiros dias. Está indicado o uso de tipoia por 3 semanas ou até o fim das crepitações ao exame físico.
É importante o acompanhamento radiológico nas duas primeiras semanas devido ao maior risco de mudança no deslocamento dos fragmentos.
Exercícios passivos leves podem ser indicados após a primeira semana e os exercícios ativos
me. J Orthop Trauma 2008;22:693–697
1
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Médico ortopedista da Fundação Hospitalar de Minas Gerais - Hospital João XXIII
Cirurgião de ombro e cotovelo dos hospitais Evangélico e SEMPER - Belo Horizonte
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT
Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
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Traumatologia - Membro superior - Ombro
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
isométricos após 3 semanas. Fortalecimento é iniciado entre 6 e 12 semanas. O programa de
reabilitação dever ser mantido durante o primeiro ano após a fratura, com fisioterapia, seguida de
exercícios domiciliares.
Todas as fraturas desviadas devem ser tratadas cirurgicamente, desde que o paciente tenha
condições para o procedimento.
ao paciente com fratura da clavícula
3 Atendimento
Bruno Fluvio Alves da Silva
1
Introdução
Fraturas da clavícula são comuns sendo responsáveis por 2,6 – 4,0% das fraturas do adulto e
35% das lesões do ombro. Podemos dividir essas fraturas em relação a sua localização em três
regiões anatômicas:
Trauma no ombro,
suspeita de fratura
Avaliação clínica / Rx - série trauma
• Medial;
• Diafisária;
• Lateral.
Fratura do úmero proximal
Desvio entre os fragmentos
Desvio aceitável
Tratamento cirúrgico
Uso de tipoia por 3 semans
Analgesia
Início de exercícios passivos
precocemente
Acompanhamento prolongado
Lateral
Diáfise
Medial
Diagnóstico
Bibliografia
Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta P. Rockwood And Green’s: Fractures In Adults, 7th ed, Lippincott Williams
& Wilkins, 2009.
Canale ST, Beaty JH: Campbell’s Operative Orthopaedics, 11th ed. Elsevier, 2008.
Lanting B, MacDermid J, et al. Proximal humeral fractures: A systematic review of treatment modalities. J Shoulder Elbow Surg
(2008);17:42-54.
Rockwood CAJ, Matsen FA, Wirth MA, Lippitt SB. Rockwood: The Shoulder, 4th ed. Elsevier Inc. 2008.
As fraturas do terço medial são de baixa incidência e frequentemente encontradas na forma de
epifisiolise até o inicio da idade adulta, quanto ocorre fusão do núcleo de ossificação medial (Fusão pode ocorrer até os 25 anos). Em geral, são fraturas associadas com acidentes envolvendo
veículos automotores, em especial colisões, com uso de cinto de segurança, nos quais o cinto
pode ser o agente causador da fratura.
As fraturas do terço médio são as fraturas mais comuns da clavícula. O mecanismo de trauma direto perfaz 85-94% dessas fraturas e o mecanismo indireto por 2-5% delas. A avaliação de
lesões associadas não deve ser esquecida, incluindo fratura-luxação das articulações esterno-clavicular e acrômio-clavicular e epifisiolise em pacientes mais jovens. Outras lesões incluem o
trauma torácico com hemo/pneumotórax, fraturas de costela, fraturas do corpo e colo da escápula.
As fraturas do terço lateral constituem o segundo padrão de fratura mais comum da clavícula.
Essas fraturas, quando desviadas, têm maior potencial para evoluir com pseudoartrose (11,63 –
42%), mas por serem mais incidentes em pessoas idosas, os índices de pessoas com pseudoartrose assintomática é alto. Maior proporção dessas fraturas é do tipo I de Craig (sem desvio) em
uma proporção de 4:1.
Exames complementares
A avaliação radiológica padrão é feita com uma radiografia em AP e AP com inclinação cefálica de 40º. Já na suspeita de fratura do terço lateral, a avaliação radiográfica deve constar de
radiografias obliquas a 45º anterior e posterior, radiografia de Zanca. E, nos casos de alta suspeição com exame radiológico normal, deve-se solicitar tomografia.
1
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Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
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Traumatologia - Membro superior - Ombro
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Classificação
Fraturas do terço lateral (Grupo II Craig)
Utilizamos a classificação de Craig para as fraturas da clavícula.
CLASSIFICAÇÃO DE CRAIG – FRATURAS DA CLAVÍCULA
GRUPO I – FRATURAS DO TERÇO MÉDIO
GRUPO II – FRATURAS DO TERÇO LATERAL
TIPO I
TIPO II
TIPO III
TIPO IV
TIPO V
Mínimo/sem desvio (interligamentar)
Deslocada (fratura medial aos ligamentos coracoclaviculares)
A - conoide e trapezoide no fragmento distal. (padrão de fratura oblíquo)
B - conoide lesado e trapezoide integro. (padrão de fratura transverso)
Fraturas da superfície articular
Deslocamento ósseo e ligamentos firmes ao periósteo (criança)
Fragmento inferior cominuído (latarjet) onde se inserem os ligamentos
GRUPO III – FRATURAS DO TERÇO MEDIAL
TIPO I
TIPO II
TIPO III
TIPO IV
TIPO V
Mínimo/sem desvio
Deslocada (ligamentos rompidos)
Intra-articular
Epifisiólise (crianças e adulto jovem – até 25 anos podem ocorrer)
Cominuída
Em fraturas sem desvio tipo I e tipo III, o tratamento é conservador por meio da imobilização
com tipoia americana antálgica que é mantida até que haja mobilização sem dor e ausência de
crepitação no foco de fratura, o que usualmente ocorre de 3-6 semanas e é seguido pelo início da
mobilização.
Já o tratamento para fraturas desviadas (Tipo II e V Grupo II Craig) é controverso. Baseado no
trabalho do Robinson et al (2004 e 2009) podemos fazer as seguintes recomendações quanto ao
tratamento das fraturas desviadas (Tipo II e V):
TRATAMENTO CONSERVADOR
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Pacientes de meia-idade e idosos (>35 anos)
Exceção: Fratura exposta / Grave comprometimento de partes moles. / Dupla ruptura do
complexo suspensório superior do ombro / Osteoartrose acromioclavicular / Pseudoartrose
sintomática após 6 meses.
Pacientes adultoa jovens (< 35 anos)
Fraturas do tipo IV que envolvem um desenluvamento periosteal são, invariavelmente, tratadas
conservadoramente tendo em vista o potencial de remodelação, a não ser na presença de um
desvio muito grande.
Tratamento
Fraturas do terço medial (Grupo III)
O tratamento não cirúrgico destas fraturas utilizando tipoia americana e mobilização precoce do
membro, conforme tolerado, tem sido o tratamento de escolha, com exceção das fraturas expostas e das fraturas que promovem compressão das estruturas mediastinais.
No último caso, tentativa de redução urgente deve ser realizada, inicialmente, por meios fechados e, se mal sucedida, de forma cruenta.
Bibliografia
1. Rockwood jr. et al. The shoulder. Saunders Elsevier. 4° ed., 2009: cap. 11.
2. Bucholz, R. et al. Rockwood and Green’s fractures in adults. Lippincott Willians & Wilkins. 7o e. , 2010: cap. 36.
3. Robinson, M. et al. Fractures of the clavicle. Journal of bone and joint surgery (Am). Vol. 91A(2), 2009: 447-60.
4. Bahk, M. et al. Acromioclavicular and sternoclavicular injuries and clavicular, glenoid, and scapular fractures. Journal of bone
and joint surgery(Am). Vol. 91A(10), 2009: 2492-510.
Fraturas do terço médio / diáfise (Grupo I)
5. Mackee, M. et al. Does delay matter? The restoration of objectively measured shoulder strength and patient-oriented outcome
after immediate fixation versus delayed reconstruction of discplaced midshaft fractures of the clavicle. Journal of shoulder and
Em fraturas do terço médio sem desvio, o tratamento é conservador e envolve o uso de tipoia
americana para conforto álgico durante duas até no máximo 6 semanas, com retirada progressiva
à medida que a dor permitir e retorno às atividades.
Seguindo o trabalho de Robinson et al (2009), o tratamento cirúrgico em fraturas completamente desviadas deve ser oferecido a pacientes adultos jovens ativos após adequado aconselhamento
sobre os riscos envolvidos e os prováveis resultados a serem alcançados.
De forma geral, a cirurgia está indicada:
elbow surgery. Vol. 16(5), 2007: 514-18.
6. Jeray, K. Acute midshaft clavicular fracture. Journal of amercian academy orthopedics. Vol. 15, 2007: 239-248.
7. Throckmorton, T. et al. Fractures of the medial end of the clavicle. Journal of shoulder and elbow surgery. Vol. 16(1), 2007: 49-54.
8. Mackee, M. et al. Nonoperative treatment compared with plate fixation of displaced midshaft clavicular fractures. Journal of bone
and joint surgery(Am). Vol. 89A(1), 2007: 2-10.
9. Potter, J. et al. Deficits following nonoperative treatment of discplaced midshaft clavicular fractures. Journal of bone and joint
surgery(Am). Vol. 88A(1), 2006: 35-40.
10. Robinson, M. et al. Primary nonoperative treatment of discplaced lateral fractures of the clavicle. Journal of bone and joint
INDICAÇÃO ABSOLUTA
• Fraturas expostas
• Fratura com tensão excessiva na pele
• Lesão neurológica / vascular associada
50
INDICAÇÕES RELATIVAS
• Encurtamento ou desvio > 2 cm
• Fratura cominuída com deslocamento transverso
do fragmento/ segmentada
• Fratura clavícula bilateral
• Fratura ipsilateral
• Ombro flutuante
• Politrauma com exigência de carga precoce MMSS
surgery(Am). Vol. 86A(4), 2004: 778-782.
11. Robinson, m. et al. Estimating the risk of nonunion following nonoperative treatment of a clavicular fracture. Journal of bone and
joint surgery(Am). Vol. 86A(7), 2004: 1359-65.
12. Larsson, S. et al. Can We predict long-term sequelae after fractures of the clavicle based on initial findings? A prospective study
in nine to ten years of follow-up. Journal of shoulder and elbow surgery. Vol. 13, 2004: 479-86.
13. Robinson et al. Fractures of the clavicle in the adult – Epidemiology and classification. Journal of bone and joint surgery(Br). Vol.
80B(3), 1998: 476-84.
14. Hill, J. et al. Closed treatment of discplaced middle-third fractures of the clavicle gives poor results. Journal of bone and joint
surgery(Br). Vol. 79B(4), 1997: 537-9.
51
Traumatologia - Membro superior - Ombro
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com luxação gleno umeral
4 Atendimento
Bruno de Souza Teixeira
1
Introdução
• Tração e contratração: faixa de lençol em torno do Tórax para a contratração. inicia-se
tração no braço comprometido, com rotações interna e externa suaves.
• Método de Milch: paciente em supinação, abdução e rotação externa do braço , com o
polegar empurrando a cabeça do úmero para a glenoide..
Alta incidência: em torno de 1,5 a 2% da população. Comum a recorrência da instabilidade. Elas
podem sem classificadas de diversas formas, entre elas:
• Quanto ao mecanismo: traumática ou atraumática;
• Quanto à direção: anterior (mais comum), posterior, superior ou inferior (raras) ou multidirecional.
Diagnóstico
Tração e Contratração
A luxação aguda é muito dolorosa, a musculatura se torna espástica. A cabeça do úmero pode
ser palpável fora da articulação, deixando um espaço vazio abaixo do acrômio.
Braço em abdução e rotação externa nos casos de luxação anterior e adução e rotação
interna nas posteriores. Nas luxações inferiores o paciente tende a manter o membro em abdução
acima do nível do ombro. Importante avaliar a função neurológica, principalmente do nervo axilar
(região do deltoide).
Método de Milch
• Método de Kocher modificado: Tração contínua do braço com o cotovelo em 90°, de abdução e rotação externa do braço, seguidos de adução e rotação interna.
Exames complementares
A avaliação radiográfica inicial deve ter as incidências da “série trauma” do ombro: AP verdadeiro, perfil escapular ou perfil axilar, que pode ser substituído por incidência de Velpeau .
Fluxograma
Avaliação clínica: tipo de lesão,
n.º de episódios, direção da luxação, lesões associadas
Fratura de tratamento cirúrgico
Redução sem sucesso
Ombro instável
Tratamento cirúrgico
Redução incruenta
Ombro estável
Uso de tipoia por 3 semanas
Analgesia
Acompanhamento
Tratamento
A medida inicial após o adequado estudo da luxação (direção, mecanismo, história clínica, etc.)
é a redução. Existem diversas manobras que podem ser utilizadas:
1
52
Médico ortopedista da Fundação Hospitalar de Minas Gerais - Hospital João XXIII
Cirurgião de ombro e cotovelo dos hospitais Evangélico e SEMPER - Belo Horizonte
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT
Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
Método de Kocher
53
Traumatologia - Membro superior - Ombro
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
• Método de Spaso: paciente em posição supina, é feita tração vertical no membro superior, associada a rotação externa.
Métodos que envolvam aplicação de força excessiva e mecanismo de alavanca são perigosos
por serem causas de fraturas.
A necessidade de analgesia para a redução varia de acordo com o tempo de evolução da luxação,
com o número de episódios, com o trauma associado etc. Pode ser utilizada injeção intraarticular
de lidocaína, no máximo 20mL a 1%, injetados lateralmente, em direção à glenóide, 2 cm abaixo do
acrômio, 15 minutos antes da manobra de redução. Podem ser utilizados esquemas de sedação,
com a ressalva dos maiores efeitos colaterais e necessidade de ambiente hospitalar de segurança.
A redução da luxação deve ser confirmada com as mesmas radiografias iniciais.
Após a confirmação da redução, é prescrito esquema de analgesia doméstico e uso de tipoia
por 3 semanas. Nas luxações posteriores, pode ser necessária imobilização com rotação externa
do ombro, na posição que conferir estabilidade.
Deve haver orientação quanto a necessidade de acompanhamento e sobre possibilidade de
recorrência da luxação.
Os casos em que não é conseguida a redução têm indicação de tratamento cirúrgico.
ao paciente com fratura da escápula
5 Atendimento
Bruno Fluvio Alves da Silva
1
Introdução
Fraturas da escápula perfazem cerca de 1% de todas as fraturas e 5% das fraturas do ombro,
e são secundárias a trauma de alta energia. Em virtude do envelope de partes moles e da caixa
torácica, anteriormente, a maioria destas fraturas é não desviada (> 90%) permitindo tratamento
conservador na maioria destas.
Diagnóstico
80-95% de incidência de lesões de partes moles e ósseas associadas, sendo mais comumente envolvidos o ombro ipsilateral, extremidade superior, pulmão e parede torácica.
Classificação (anatômica)
Fraturas luxações
É comum a associação de fraturas do úmero proximal e luxação glenoumeral. As luxações
anteriores têm maior associação com fraturas da grande tuberosidade do úmero e as luxações
posteriores com fraturas da pequena tuberosidade.
A redução da luxação pode ser progressivamente mais difícil de acordo com a gravidade da
fratura.
Após a redução, a manutenção do tratamento não cirúrgico deve obedecer aos critérios de tratamento da fratura.
Corpo e espinha da escápula
Processo da glenoide
Cavidade da glenoide
Colo da glenoide
Processo acromial
Processo coracode
processo coracoide
(≈ 7%)
acrômio
(≈ 8%)
espinha da escápula
(≈ 5%)
cavidade da clenoide
(≈ 10%)
Bibliografia
Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta P. Rockwood And Green’s: Fractures In Adults, 7th ed, Lippincott Williams
& Wilkins, 2009.
colo da clenoide
(≈ 25%)
Canale ST, Beaty JH: Campbell’s Operative Orthopaedics, 11th ed. Elsevier, 2008.
Lanting B, MacDermid J, et al. Proximal humeral fractures: A systematic review of treatment modalities. J Shoulder Elbow Surg
(2008);17:42-54
Exames complementares
Rockwood CAJ, Matsen FA, Wirth MA, Lippitt SB. Rockwood: The Shoulder, 4th ed. Elsevier Inc. 2008.
corpo da escápula
(≈ 45%)
Robinson CM, Dobson RJ. Anterior instability of the shoulder after trauma. J Bone Joint Surg [Br] 2004; 86-B:469-79.
Série trauma da escápula (AP da escápula e Perfil escapular)
e também de uma incidência axilar da articulação glenoumeral.
Nas lesões complexas à radiografia ou nas quais a imagem
radiográfica é dúbia, está indicado solicitação de tomografia.
5.1 Fraturas do corpo da escápula
Nesta localização, Cominuição e deslocamento são comuns, mas há pouco entusiasmo na
literatura para tratamento cirúrgico em virtude dos bons resultados com tratamento conservador.
Em raras ocasiões, podem haver deformidades residuais, necessitando cirurgia para remoção de
proeminências ósseas ventrais responsáveis por sintomas como crepitação e dor.
1
54
Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro titular da da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo.
55
Traumatologia - Membro superior - Ombro
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
O tratamento inicial consiste do uso de tipoia americana que deve ser descontinuado conforme
a tolerabilidade do paciente (em média 14 dias, não devendo perdurar o uso por mais de 6 semanas), seguido de inicio de fisioterapia visando à manutenção ou recuperação da ADM do ombro.
Em 6 semanas, a consolidação é suficiente para retirar imobilização em definitivo e iniciar uso
funcional do membro. Seis meses a um ano podem sem necessários para completa recuperação,
mas os resultados são invariavelmente bons.
5.2 Fraturas do acrômio
PA
A maioria são não desviadas ou minimamente
desviadas não necessitando tratamento cirúrgico. Estas fraturas devem ser distinguidas do os
acromiale que decorre de um defeito de fusão
dos núcleos de ossificação do acrômio e tem
uma incidência variável de 3-8% sendo o mais
comum o mesoacrômio e apresentando-se bilateralmente em 60% dos casos. (figura 2)
Tratamento
Tipo I e II O tratamento conservador consiste no uso de tipoia por 3 a 6 semanas, com monitoramento quanto à presença ou aumento do desvio. O início de ADM passiva nas primeiras semanas,
seguido de ganho de ADM e isométricos a partir da 3.ª semana e fortalecimento muscular a partir
da 6.ª à 8.ª semanas. Nos raros casos de não consolidação sintomática, tratamento cirúrgico pode
ser indicado tardiamente.
Tipo III – tratamento cirúrgico, colocar tipoia e cadastrar na CINT.
Clavicle
5.3 Fraturas do coracoide
Podem ser causadas por trauma direto ou pelo contato da cabeça umeral durante luxação, ou
ainda pela avulsão secundária de estruturas musculotendinosas e/ou ligamentares que se inserem
no coracoide.
Classificação (Ogawa et al)
MS
MT
Classificação (Kuhn et al)
BA
Tipo 1 - Proximal à inserção dos ligamentos coracolaviculares;
Tipo 2 - Distal à inserção desses ligamentos.
I minimamente desviada, não;
II Desviadas, mas não comprometendo o espaço sub-acromial;
III Desviadas e comprometendo o espaço sub-acromial.
C-C.L.
II
I
Tratamento
Tipo IB
Tipo IA
Indicações relativas ao tratamento cirúrgico das fraturas do coracoide:
• Luxação acromioclavicular grau III associada;
• Obstrução da redução da luxação anterior do ombro;
• Fratura deslocada do coracoide envolvendo a fossa da glenoide;
• Fraturas desviadas causando irritação em partes moles;
• Pseudoartroses sintomáticas.
O tratamento conservador para fraturas do tipo I de Ogawa consiste da tipoia americana por 3-6
semanas, com avaliação radiográfica inicial semanal para averiguação de desvio. A partir da 3.º semana, inicia-se mobilização passiva e movimentos pendulares da articulação glenoumeral. A partir
da 6.ª semana podem ser iniciados exercícios de alongamento e fortalecimento muscular isométrico. A partir 10-12º semanas podem ser retomadas atividades habituais e fortalecimento muscular
com carga. Fraturas do tipo II de Ogawa podem ser gerenciadas com tipoia americana antálgica
(em média por 2 semanas) seguido de mobilização precoce, a fim de evitar rigidez articular.
Tipo II
Tipo III
56
Tipo III
57
Traumatologia - Membro superior - Ombro
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
5.4 Fraturas do colo da glenoide
5.5 Fraturas da cavidade da glenoide
As fraturas do colo da glenoide podem ocorrem por trauma direto na região anterior ou posterior
do ombro; impacto da cabeça umeral após queda com mão espalmada (raro); ou por impacto na parte superior do ombro. Para serem caracterizadas, devem ter uma linha saindo na margem escapular
lateral e outra na margem superior da escápula tanto medial quanto lateral ao processo coracoide,
não devendo ser confundidos com fraturas do colo da glenoide inferior que cursam medialmente no
corpo da escápula e são tratadas como as fraturas do corpo e espinha da escápula. (Figura5).
Padrões de fratura da glenoide
A
C
A - colo anatômico
B - colo cirúrgico
C - fratura do colo inferior da glenoide
consistindo de fraturas do corpo
da escápula.
B
Classificação colo da glenoide
I Sem desvio;
II Desviadas, sendo o desvio considerado se houver translação maior que 1 cm e/ou
angulação maior que 40 graus. (Figura 6)
Tratamento
• Tipo I - No caso de tratamento conservador, utiliza-se tipoia americana por até 6 semanas
(conforme o grau de tolerância do paciente) com mobilização passiva do cotovelo iniciada de imediato e a mobilização da articulação glenoumeral iniciando precocemente com
exercícios pendulares, acrescentando ADM passiva a partir da 3.ª semanas. A partir da
6.ª semana, pode-se pode-se iniciar ganho de ADM ativa e reforço muscular. A completa
reabilitação pode demorar de 6 meses a um ano.
• Tipo II - Fraturas desviadas. Colocar tipoia para imobilização, cadastrar na CINT e avaliar
fluxo do PAD.
58
> 90% de indicação de tratamento conservador. Essas fraturas foram classificadas inicialmente
por Ideberg com expansão da classificação.
Classificação (Goss)
• Tipo I - Fraturas da borda da glenoide e são subdivididas em IA (fraturas da borda anterior
da glenoide) e Ib (Fraturas do rebordo posterior da glenoide);
• Tipo II - Fragmento inferior que pode ser transverso ou oblíquo;
• Tipo III - Fratura saindo na margem escápular superior;
• Tipo IV - Fratura cursa transversalmente ao longo da corpo da escápula, saindo na borda
medial da escápula;
• Tipo V - São causadas por forças mais complexas e violentas e classificação se subdivide
por combinação das fraturas dos tipos II, III e IV (Va=II+IV ; Vb= III+ IV ; Vc=II+III+IV).
• Tipo VI - Caracterizado por 2 ou mais fragmentos articulares.
Tratamento
• Tipo I - O tratamento cirúrgico está indicado se há subluxação inferior persistente da
cabeça umeral ou se a fratura é instável após redução. De Palma afirma que desvio >
que 10 mm ou comprometimento de mais que ¼ anteriormente ou 1/3 posteriormente da
glenoide são indicativos de fratura instável e são parâmetros para indicação cirúrgica.
• Tipo II - Há indicação cirúrgica se houver desvio articular maior que 5 mm ou subluxação
inferior persistente da cabeça umeral.
• Tipo III - Há indicação cirúrgica em fraturas com GAP articular > que 5 mm, desvio anterior significativo do fragmento superior ou se há uma ruptura adicional do complexo
suspensório superior do ombro, o que aumenta o risco de lesão neurovascular.
• Tipo IV - Indicação cirúrgica está presente quando há desvio articular > que 5 mm com
migração lateral do fragmento superior ou quando há importante separação dos fragmentos superior e inferior. Em ambos os casos, a fim de prevenir ocorrência de artrose
e pseudoartrose.
• Tipo V - As indicações de tratamento cirúrgico seguem aquelas para tratamento dos tipos
II ao IV.
• Tipo VI - Tratamento cirúrgico está contraindicado nesta situação devido a cominuição e
impossibilidade de melhor posicionar e fixar os fragmentos.
O tratamento conservador das fraturas do tipo II ao V deve incluir imobilização com tipoia
americana até melhora clinica (máximo 6 semanas) fazendo monitoramento periódico do desvio e
iniciando mobilização precoce sem carga e passiva até 6 semanas. A partir da 6.ª semana, iniciam-se atividades de alongamento e ganho de ADM ativa, prosseguindo com atividades de fortalecimento muscular.
Bibliografia
Rockwood jr. et al. The shoulder. Saunders Elsevier. 4th ed., 2009: ch. 10.
Bucholz, R. et al. Rockwood and Green’s fractures in adults. Lippincott Willians & Wilkins. 7th ed. , 2010: ch. 37.
59
Traumatologia - Membro superior - Pediátrico
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
1
Atendimento ao paciente pediátrico com fraturas do
membro superior
Heraldo Barbosa Carlos
Idade de 1- 4 anos
Redução fechada e tipoia por 10 dias.
1
Idade de 5-12 anos
1.1 Fraturas proximais do úmero em crianças
Introdução
Responsáveis em menos de 5% das fraturas em crianças. Os neonatos podem sofrer na fise
umeral proximal durante trabalho de parto.
Diagnóstico
Dor, edema, hematoma, disfunção do membro e palpação anterior do fragmento da diáfise proximal associada a crepitações.
O braço é mantido em rotação interna para evitar a tração do peitoral maior sobre o fragmento distal.
Exames complementares
A avaliação radiográfica inicial deve ter as incidências da “série trauma” do ombro: AP verdadeiro,
perfil escápular, e perfil axilar. Com incidências comparativas com o lado oposto, se necessárias.
Tomografia pode ser útil para ajudar no diagnóstico e planejamento terapêutico nas luxações
posteriores e fraturas complexas.
Classificação (NEER_HOROWITZ ) - das fraturas da placa umeral proximal
• Grau I - desvio < 5 mm
• Grau II - desvio < 1\3 da largura da diáfise
• Grau III - desvio de 1\3 a 2\3 da largura da diáfise
• Grau IV - > 2\3 da largura da diáfise, inclusive desvio total
Tratamento
Depende da idade do paciente e do padrão da fratura.
Conservador
Recém-natos
Prognóstico bom, US pode ser usado para orientar a redução
Redução incruenta é o tratamento de escolha
Fratura estável: o braço é imobilizado ao tórax 5-10 dias.
Fratura instável: o braço é abduzido e rodado externo durante 3-4 dias para permitir formação de um calo.
Redução fechada se:
Estável : Tipoia e atadura
Instável: O braço e colocado em pinça-de-confeiteiro por 2-3 semanas, após as
quais pode ser colocado em tipoia com atividade progressiva.
Idade 12 anos até maturidade
Redução fechada, lembrar do menor potencial de remodelação
Fratura estável: Tipoia e atadura 3 semanas, seguidas por exercícios de amplitude de movimento.
Fratura instável e Salter-Harris tipo IV gesso do tipo spica com o braço na posição de
saudação 3 semanas.
Deve-se considerar uma estabilização cirúrgica para as fraturas com desvios em adolescentes.
Parâmetros aceitáveis de deformidade
• Idade 1-4 - 70 graus com qualquer grau de desvio.
• Idade 5-12 - 40-45 graus de angulação e desvio de metade da largura da diáfise.
• Idade 12 até a maturidade - 15-20 graus de angulação e desvio < 30% da largura da diáfise.
Indicações de tratamento cirúrgico
• Fratura exposta;
• Comprometimento neurovascular associado às fraturas;
• Salter Harris tipo III-IV com desvio;
• Fraturas Irredutíveis com interposição de partes moles.
1.2 Fraturas da clavícula em crianças
Introdução
São as fraturas mais frequentes em crianças (8-15% de todas as fraturas pediátricas).
Diagnóstico
Massa dolorosa palpável na clavícula, crepitações e equimoses. As condições neurovasculares
devem ser avaliadas pois podem ocorrer lesões do plexo braquial associadas.
1
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
60
61
Traumatologia - Membro superior - Pediátrico
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Exames complementares
Solicitar a incidência em AP da clavícula e esta é suficiente, podendo solicitar ZANKA para
esclarecimento da fratura.Tomografia pode ser solicitada nos casos de esclarecimento da fraturas
mediais e suspeita de luxação.
Classificação (Dameron e Rockwood)
• Tipo I - Terço médio (mais comum)
• Tipo II - Terço lateral (distal aos ligamentos coracoclaviculares)
• Tipo III - Terço proximal (medial)
Tratamento
Conservador
Recém-nato – 2 anos de idade;
Bandagem em forma de 8 ou tipoia 2-4 semanas.
Idade 2-12 anos
Bandagem em forma de 8 ou tipoia 3-4 semanas.
Cirúrgico
Fraturas expostas ou com comprometimento neurovascular.
1.3 Lesões acromioclaviculares em crianças
Introdução
Rara em crianças com menos de 16 anos de idade. Lesões atléticas e quedas compõem a
maioria das lesões acromioclaviculares com trauma direto do acrômio.
Diagnóstico
O paciente deve ser examinado com o membro pendente, (ortostatismo ou assetado). DOR e
limitação de amplitude de movimento. Diferente da lesão do adulto nas crianças os ligamentos
coracoclaviculares permanecem íntegros.
Exames complementares
Pede-se a série de trauma para ombro (AP,PERFIL,AXILAR), pode ser avaliada a lesão ligamentar com radiografia de stress em que pesos de 2 a 5 kg são presos aos punhos obtendo-se
uma radiografia AP de ambos os ombros para comparação.
62
Classificação (Dameron e Rockwood)
• Tipo I - Entorse leve
• Tipo II - Ruptura parcial do tubo periósteo com leve instabilidade da clavicula, ligeiro aumento espaço acrômio-clavicular nas radiografias
• Tipo III - Divisão longitudinal do tubo periósteo, desvio 25-100%
• Tipo IV - Desvio posterior da clavícula distal
• Tipo V - Lesão tipo III com desvio > 100%
• Tipo VI - Luxação infracoracoide da clavícula distal
Tratamento
Conservador
Tipos I, II,III com imobilização, crioterapia.
Cirúrgico
Tipos IV, V, VI, associadas as complicações neurovasculares.
1.4 Luxações glenoumerais em crianças
Introdução
Rara em crianças, 90% são anteriores.
Diagnóstico
Luxação anterior
Dor, manutenção do membro em rotação externa e abdução
Sinal da DRAGONA
Avaliar a sensibilidade do deltoide, testando, assim, o nervo axilar.
Avaliar também a região antero-lateral do antebraço, testando, assim, o nervo musculocutâneo.
Luxação posterior
Membro é mantido na posição rotação interna e abdução, na maioria das vezes o ombro não apresenta deformidade, lembrar do choque elétrico como principal mecanismo.
Avaliar a sensibilidade do deltoide, testando, assim, o nervo axilar.
Apresenta rotação externa limitada < 0 grau e elevação anterior < 90 graus.
Luxações atraumáticas
Os pacientes apresentam histórias de luxações recorrentes e redução espontânea.
Sinal do sulco, lassidão ligamentar múltipla das articulações
Luxações Superior e Inferior
Extremamente raras em crianças
Podem estar associadas a patologias hereditárias como síndrome de Ehlens-Danlos.
63
Exames complementares
1
Série de trauma do ombro (AP, PERFIL, AXILAR), incidências adicionais de West-point, Hill-Sachs, Stryker.
Tomografia computadorizada pode ser útil nas definições da cabeça umeral ou fraturas da glenoide, corpos livres, e lesões ósseas labrais anteriores (Bankart).
• 15 a 50 novos casos por ano, por 1.000.000 de habitantes;
• Paciente geralmente é do sexo masculino, jovem em plena capacidade laborativa;
• Mecanismo de trauma: acidentes automobilísticos estão em primeiro lugar, seguido por
quedas e os atos de violência, estão em ascensão, seguido, por último, pelas lesões
desportivas;
• Localização anatômica: coluna cervical, 55% dos casos, seguido pela região torácica ,
toracolombar e sacral com 15% cada;
• Associação com TCE em 5% dos casos;
• Presença de fraturas em mais de um local da coluna em 10% dos pacientes;
• Após o trauma inicial 5% dos pacientes irão piorar neurologicamente, devido ao transporte
inadequado ou ao atendimento hospitalar inicial.
Manobras de redução: Ver capitulo luxação gleno umeral adulto.
Após as reduções, são mantidos os membro na tipoia por 4 semanas. Com posteriores exercícios de fortalecimento fisioterápico.
Fluxograma
Avaliação neurológica
Fratura do membro superior
na cabeça (0 a 12 anos)
Sim
Ver protocolo de
Fratura Exposta
A avaliação neurológica é realizada segundo o protocolo ASIA (American Spine Injury Association);
• ASIA A = déficit completo
Sem função motora ou sensitiva abaixo da lesão (ausência também de sensibilidade de
dermatomo S4 e S5);
Não
Tratamento
não cirúrgico
Controle na UPA
de referência
Guilherme Zanini Rocha1
Introdução
Tratamento
Fratura Exposta?
1.º atendimento ao paciente com suspeita de TRM
Traumatologia - Coluna
Traumatologia - Membro superior - Pediátrico
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
• ASIA B = déficit parcial
Sem função motora e preservação de sensibilidade;
Tratamento
cirúrgico
• ASIA C = déficit parcial
Função motora presente parcialmente (mais da metade dos músculos abaixo de M3) e
preservação de sensibilidade;
Cadastro na CINT, avaliar
fluxo para ambulatório de
Hospital da Baleia
• ASIA D = déficit parcial
Função motora presente parcialmente (mais da metade dos músculos acima de M3) e
preservação da sensibilidade;
• ASIA E = normal
Função motora e sensitiva normal.
1
64
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Coluna – SBC
65
Traumatologia - Coluna
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Avaliação radiológica / apresentação clínica inicial
1. Paraplegia ou tetraplegia- evidência presuntiva = RX coluna total
2. Alerta, sóbrio, sem déficit, sem dor no pescoço na linha média
A. Retire o colar, palpe a coluna, movimento voluntário e sem dor = Não é necessário
radiografia.
3. Alerta, sóbrio, sem déficit, cooperativos e com dor na coluna = Radiografia da área suspeita
A. Coluna cervical = Normal – retira o colar
radiografia em flexão e extensão – normal = alta sem colar
B. Coluna torácica e lombar = Normal – libera movimentação.
C. Radiografias normais e forte suspeita clínica = encaminhar para estudo tomográfico.
4. Alteração do nível de consciência, não informa bem (crianças), suspeita forte com Rx
normal = Tomografia
5. Lesão importante de partes moles e espasmos dolorosos musculatura para vertebral =
colar semi-rigido duas semanas
6. QUANDO EM DUVIDA, MANTENHA O COLAR
Tratamento inicial
Prevenir a Piora Neurológica
1. Garantir oxigenação
• 100% de saturação de O2
2. Manutenção da pressão arterial sistólica acima de 90 mmHg
• Suporte cardiopulmonar agressivo
• Uso de aminas vasoativas e expansores plasmáticos
• Diagnóstico e tratamento de hemorragias
• Monitorização de pressão arterial para todos os pacientes com TRM
3. Reconhecimento e tratamento do choque neurogênico (diferenciando do choque hipovolêmico)
• Infusão de líquidos endovenosos
• Hipotenso após 2 l SF 0,9% e sem hemorragia ativa = Choque Neurogênico
4. Medicamentos
• Metilpredinisolona; Opção Terapêutica, avaliar caso a caso
• Contra indicado em crianças, gestantes e lesão penetrante.
i. Até 8 horas pós-trauma
1. 30 mg/kg nos primeiros 15’
2. 5,4 mg/kg por hora
a. Até 3 horas = 24 horas
b. De 3 a 8 horas = 48 horas
66
67
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
1
Anamnese + Exame Físico
Movimentação em bloco
e colar cervical
Radiografia da área suspeita
FRATURA ou TRM
Sem fratura ou sem TRM
Atendimento ao paciente com lesões ligamentares do joelho
Traumatologia - Membro inferior - Joelho
Traumatologia - Coluna
TRM?
Celso Furtado de Azevedo Filho1, Daniel Gonzalez Pinto Coelho2
Introdução
As lesões multiligamentares são lesões associadas a trauma de alta energia. A lesão ligamentar
do joelho com 3 ou mais ligamentos acometidos é considerada como uma luxação de joelho em
que houve redução espontânea no momento do trauma, 30% a 40% dos casos, e deve ser tratado
com protocolo adequado.
Tratamento Inicial
Contato com o
hospital referência
Avaliação por TC
Transferência do usuário
Bibliografia
1 - Advanced trauma life support, ATLS®
2 - Rockwood C.A. et al. Fractures in Adults. Philadelphia: Lippincott. 6th ed.
3 - SBOT - Tratado de Ortopedia - SBOT. Roca. 2007,
Suspeita
Forte
Diagnóstico
Suspeita
Fraca
Observação e Avaliação
Ambulatorial
O diagnóstico da lesão é proporcionado, na maioria das vezes, pela história e exame físico
realizados de forma adequada. Geralmente, se tem uma história de trauma bem estabelecida,
seguido de derrame articular imediato ou nas 24 horas iniciais. Nas lesões mais complexas pode-se encontrar a ausência de derrame articular com edema e equimose ao nível de joelho e perna.
A sensação de “estalo” e derrame articular com aspecto de hermartrose é mais frequente nas lesões do LCA. As lesões do LCP isoladas não determinam derrames volumosos e muitas vezes o
paciente consegue deambular.
Sempre realizar avaliação neurovascular principalmente nas lesões mais complexas. A lesão
do nervo fibular pode ocorrer em 30% nas lesões do complexo postero-lateral. Nas lesões multiligamentares a avaliação vascular deve ser criteriosa com indicação de observação deste paciente
por 72h do momento do trauma.
4 - Vaccaro. AR Principles and practice of Spine Surgery. Philadelphia, Mosby, 2003.
Testes específicos
Testes para LCA
Instabilidade aguda: Teste de Lachman e teste da gaveta anterior.
Instabilidade crônica: Teste de pivot switch e o jerk test.
Testes para LCP
Gaveta posterior, teste de Godfrey, quadríceps test, sinal da sela
Testes para lesões laterais
Testes recurvatum, rotação externa do joelho a 30º maior que 15°, stress em valgo a 0 e 30º
Testes para lesões mediais
Stress em valgo a 0 e 30º
Classificação (Schenck)
KD-I - Um ligamento cruzado e mais um colateral lesados
KD-II - Lesão de ambos os ligamentos cruzados
1
2
68
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira e Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho – SBCJ
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
69
Traumatologia - Membro inferior - Joelho
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
KD-III - Lesão completa do pivô mais lesão de um grupo periférico
KD-IIIL - Lesão do pivô completo mais lesão do colateral lateral (LCL)
KD-IIIM - Lesão do pivô completo mais lesão do ligamento colateral medial (LCM)
KD-IV - Lesão dos quatro grupos ligamentares.
KD-V - Fratura-luxação
KD- C - Lesão vascular
KD- N - Lesão neurológica
Exames complementares
Radiográfica série trauma com antero-posterior e perfil. A tomografia computadorizada a ressonância magnética têm papel complementar no tratamento destas lesões.
A avaliação vascular, pelo exame clínico no momento do trauma é o mais importante. O índice
tornozelo-braço e o uso de Doppler são medidas úteis na avaliação mais apurada de uma possível
lesão vascular e exigem profissionais habilitados para tal avaliação.
Tratamento
Protocolo PRICE:
P - proteção
R - repouso
I - gelo. Geralmente por 2 a 3 semanas de tratamento
C - compressão após punção
E - exercícios isométricos
Nas lesões de Grau III sem evidência de instabilidade rotatória, ou seja, lesão de cápsula postero-medial ou lesões de pivot, pode ser feito o tratamento conservador com imobilização por no
mínimo 4 semanas em extensão e protocolo PRICE associado.
Lesão do LCL e Canto póstero-lateral
As lesões do complexo lateral isoladas são raras, assim como lesão isolada apenas do LCL.
Sua estrutura anatômica complexa e sua frequente associação à ruptura de LCP e LCA, determinam, na maioria das vezes, o tratamento cirúrgico. A fratura-avulsão da cabeça da fíbula é uma
indicação de cirurgia para reinserção do LCL.
Lesões multiligamentares
O tratamento das lesões ligamentares do joelho é assunto complexo e que gera discussões
com relação ao tratamento ideal. O tratamento deve ser individualizado, considerando-se: idade,
padrão da lesão ligamentar, lesões associadas, comorbidades e tempo da lesão.
Há consenso de que nestes tipos de injúria do joelho, nas quais as estruturas periféricas posteromediais e posterolaterais estão acometidas, devem ser tratadas de forma urgente num prazo
de até 3 semanas.
Lesão isolada de LCA
O tratamento conservador pode ser adotado em pacientes com idades mais avançadas, com
pouca atividade física ou que não pretendem retornar a ela e em lesões parciais. O tratamento
cirúrgico é mais aceito na instabilidade anterior do joelho, principalmente em pacientes jovens e
com alta demanda funcional do joelho.
Complexo posterolateral e LCP acometidos
A conduta mais aceita é o reparo cirúrgico periférico das estruturas laterais em até 3 semanas
e reconstrução do LCP.
Lesão isolada do LCP
O tratamento conservador da lesão do LCP isolada é, na maioria das vezes, resolutiva. A indicação de cirurgia na forma isolada é na fratura-avulsão do LCP, principalmente quando há grande
instabilidade e ou fragmento grande e desviado. Fratura sem desvio e em lesões isoladas com
pouca instabilidade posterior pode ser tratado com imobilização em extensão por 6 semanas e reabilitação precoce fisioterápica com ganho de amplitude de movimento (adm) com anteriorização
da tíbia. Fortalecimento quadríceps após adequado ganho de adm.
Lesão do LCM
As lesões do LCM podem ser isoladas ou frequentemente associadas a lesão do LCA. São
divididas em 3 graus.
Grau I - Estiramento de suas fibras, com ruptura em geral de ate um terço de suas fibras,
abertura medial até 5mm
Grau II - Ruptura parcial com até metade de suas fibras rompidas, abertura medial de até 10mm
Grau III - Ruptura completa - mais de 50% de suas fibras rompidas, abertura medial
maior que 10 mm
Canto postero-lateral, LCP e LCA acometidos
A conduta mais aceita é o reparo cirúrgico periférico das estruturas laterais em até 3 semanas
e reconstrução do LCP.
Canto postero-medial, LCA e LCP acometidos
A conduta mais aceita é o reparo cirúrgico periférico das estruturas mediais em até 3 semanas
e reconstrução do LCP.
Luxação de joelho
A redução incruenta geralmente é possível. Após uma redução de luxação do joelho em que se
mantenha ausência de pulsos, a exploração cirúrgica é sempre indicada.
Os pacientes com pulsos presentes e boa perfusão periférica, devem ser sempre observados
por 72h, pois o traumatismo de artéria poplitea em sua camada intima pode evoluir com obstrução
tardia. Neste caso a arteriografia tem o seu papel mais importante, para se determinar o nível de
obstrução, sua localização e assim, programar um tratamento adequado para a lesão.
Bibliografia
Canale S.T. Campbell’s operative orthopaedics. St. Louis: Mosby/Manole. 11th ed.,
Insall & Scott.Surgery of the knee. Philadelphia : Churchill Livingstone. 4th ed.,
Nos Graus I e II, as medidas analgésicas (Protocolo PRICE) são as mais aceitas.
Rockwood C.A. et al. Fractures in Adults. Philadelphia: Lippincott. 6th ed.,
Tratado de Ortopedia - SBOT. Roca. 2007.
70
71
Traumatologia - Membro inferior - Joelho
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com fratura da patela
2 Atendimento
Celso Furtado de Azevedo Filho , Daniel Gonzalez Pinto Coelho
1
Fluxograma
2
Fratura de Patela
Introdução
Exposta?
Não
A patela é o maior osso sesamoide do corpo humano e tem a função de aumentar a eficiência do
mecanismo extensor. 8% da população apresenta patela bipartida que, em geral é bilateral, com fragmento no aspecto súpero-lateral da patela. Pode ser diagnóstico diferencial com fraturas patelares.
Aspiração articular +
injeção de 50ml SF 0,9%;
extravasamento pela lesão?
Sim
Desvio articular maior que 2mm ou
Desvio entre os fragmentos maior que 3mm ou,
Ruptura do mecanismo extensor ou,
Fraturas cominuídas da superfície articular ou,
Fraturas osteocondrais com corpos livres.
Diagnóstico
Ver protocolo de
Fratura Exposta
Não
Dor, edema, diminuição de força, gap local. Associado a derrame articular (hemartrose), a não
ser que ocorra grande lesão retinacular, com Impossibilidade ou não para elevar a perna estendida.
Se a dor impede extensão ativa: aspiração articular + injeção de lidocaína. Em caso de suspeita
de fratura exposta, realiza-se a aspiração articular + injeção de 50 ml solução salina através da
punção; caso a solução extravase pela lesão, confirma-se a fratura exposta.
• Tala em extensão por 4 a 6 semanas, com apoio com
muletas. Exercícios isométricos para o quadríceps.
• Fraturas verticais ou marginais sem desvio apenas
mudanças de atividade por 3 a 6 semanas.
Sim
Imobilização com
Tala em extensão
Cadastro na CINT
Avaliar fluxo do PAD
Tratamento
Exames complementares
Solicitar radiografia de joelho na incidência AP, perfil e axial de patela. A TC é indicada para as
fraturas ocultas, fraturas osteocondrais, pseudoartrose, fraturas por estresse.
Classificação
• Classificação AO - Patela - 34
Tipo A - extra-articular, mecanismo extensor rompido.
Tipo B - parcial articular, mecanismo extensor intacto.
Tipo C - articular completa, mecanismo extensor rompido.
• Descritiva - com ou sem desvio; transversa, longitudinal, estrelada, marginal, polar, osteocondral.
• Fraturas sem desvio e com mecanismo extensor intacto são de tratamento conservador,
com tala em extensão por 4 a 6 semanas, com apoio com muletas. Exercícios isométricos para o quadríceps após alguns dias;
• Fraturas verticais ou marginais sem desvio podem ser tratadas sem imobilização, apenas com mudanças de atividades por 3 a 6 semanas;
• Fraturas desviadas (desvio articular maior que 2mm ou desvio entre os fragmentos maior
que 3mm), fraturas com ruptura do mecanismo extensor, fraturas cominuídas com fragmentação da superfície articular, fraturas expostas e fraturas osteocondrais com corpos
livres devem ser tratadas cirurgicamente.
Siglas
RX – exame radiográfico
AP – antero posterior
TC – tomografia computadorizada
RNM – ressonância nuclear magnética
Sem desvio
Transversal
Ápice
Cominuta sem desvio
Bibliografia
Harris RM. Fraturas da Patela. In: Bucholz RW, Heckman JD. Rockwood e Green – Fraturas em Adultos. Vol. 2. Manole. 2006.
Melton NM, Liporace F, DiPasquale T. Fractures of the Patella. In: Scott WN. Insall & Scott – Surgery of the Knee. Vol. Two. Churchill Livingstone: 2006.
Cominuta com desvio
Vertical
Osteocondral
Whittle AP, Wood II GW. Fraturas da Extremidade Inferior. In: Canale ST. Cirurgia Ortopédica de Campbell. Vol. Três. Manole: 2007.
Finkemeier CG, Nerlich M. Patela. In: Princípios AO do Tratamento de Fraturas. Vol. 2. Artmed. 2009.
1
2
72
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira e Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho – SBCJ
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
73
Traumatologia - Membro inferior - Joelho
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com lesão meniscal
3 Atendimento
Celso Furtado de Azevedo Filho , Daniel Gonzalez Pinto Coelho
1
2
Introdução
Os meniscos têm as funções de estabilização articular, reduzir o estresse sobre a tíbia e o fêmur, e
nutrir a articulação. O mecanismo de lesão é torção sob compressão, com o joelho fletido.
Diagnóstico
Dor localizada na interlinha articular, associada a derrame articular leve a moderado, mais tardio
em relação ao trauma. Pode ocasionar bloqueio articular (lesão em alça de balde). E o paciente
queixa de sensação de falseios, que o joelho que sai do lugar.
Testes específicos
• O tratamento conservador está indicado em pacientes com sintomas infrequentes e mínimos, através de reabilitação e limitação de atividades.
• Após a melhora da dor e do derrame, o ponto fundamental do tratamento conservador é
a restauração do tônus muscular.
• Tratamento não cirúrgico: imobilização por 4 a 6 semanas com apoio parcial, com exercícios isométricos para quadríceps assim que tolerado. Após a imobilização, intensificam-se os exercícios de fortalecimento muscular para o joelho e quadril.
• Pacientes idosos, com lesões meniscais associadas a alterações artríticas ao RX pré-operatório apresentam resultados menos satisfatórios com o tratamento cirúrgico.
• Lesão aguda com histórico sintomático importante (bloqueios articulares, falseios) não
tem boa resposta com o tratamento conservador.
• Lesões em alça de balde com bloqueio articular devem ser tratadas cirurgicamente.
• Evitar tentativas repetidas de redução da lesão, evitando-se o agravamento do quadro e
o surgimento de lesões condrais associadas pela manipulação excessiva.
• O tratamento cirúrgico pode envolver diversas técnicas, como a meniscectomia parcial,
sutura da lesão ou apenas debridamento da mesma, de acordo com o tipo de lesão.
Siglas
RX – exame radiográfico
RNM – ressonância nuclear magnética
Bibliografia
Schenck Jr RC. Lesões do Joelho. In: Bucholz RW, Heckman JD. Rockwood e Green – Fraturas em Adultos. Vol. 2. Manole. 2006.
Miller III RH. Lesoes do Joelho. In: Canale ST. Cirurgia Ortopédica de Campbell. Vol. Três. Manole: 2007.
Phillips BB. Artroscopia da Extremidade Inferior. In: Canale ST. Cirurgia Ortopédica de Campbell. Vol. Três. Manole: 2007.
Apley
McMurray
Exames complementares
Solicitar radiografia de joelho AP, perfil e axial de patela.
RNM: muito útil para avaliar lesões ligamentares e condrais associadas, definir o tipo de lesão
meniscal. Exame caro, ainda não disponível amplamente.
Tratamento
• Na decisão terapêutica, devemos considerar a idade do paciente, o tempo de lesão, tipo
e localização vascular da lesão, a presença ou não de artrose ou de lesões ligamentares
associadas.
1
2
74
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho – SBCJ
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira e Ortopedia e Traumatologia – SBOT
75
Traumatologia - Membro inferior - Joelho
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com lesão do tendão quadríceps
4 Atendimento
Celso Furtado de Azevedo Filho , Daniel Gonzalez Pinto Coelho
1
2
ao paciente com lesão do tendão patelar
5 Atendimento
Celso Furtado de Azevedo Filho , Daniel Gonzalez Pinto Coelho
1
Introdução
Introdução
Geralmente relacionadas a patologias prévias do tendão (tendinites, na maioria) ou doenças sistêmicas relacionadas. 88% dos casos em pacientes com mais de 40 anos.
• Pode ocorrer desde a sua origem, no ápice da patela, até em sua inserção na Tuberosidade anterior da tíbia, o principal sítio é na origem (avulsão do polo inferior da patela),
mais comum em pacientes abaixo de 40 anos, esportistas. Lesões bilaterais ou em pacientes acima dos 40 anos são indícios da presença de doenças sistêmicas, como DM
ou LES, além de alertar para a possibilidade de ruptura no terço médio do tendão.
Diagnóstico
Dor aguda, podendo estar relacionada a história de “estalo” audível associada a incapacidade
para andar e para extensão ativa do joelho, se lesão for total. Ao exame físico: gap palpável e doloroso, edema, equimose, incapacidade ou dificuldade para estender a perna. Teste da extensão
ativa do joelho; coloca-se uma almofada sob o joelho e pede-se ao paciente que execute a extensão da perna contra resistência.
Diagnóstico
•
•
•
•
Exames complementares
Violenta contração excêntrica do mecanismo extensor;
Dor intensa, edema local, impossibilidade para caminhar;
Gap doloroso e incapacidade para elevar a perna estendida indicam lesão total;
Em caso de lesão parcial, a elevação da perna estendida pode ser possível.
Exames complementares
Radiografias do joelho: AP, perfil (sinal da patela baixa e sinal do dente) e axial de patela
US pode demonstrar área hipoecogênica na área da lesão (examinador-dependente).
• RX: AP, perfil e axial de patela.
• Teste da extensão ativa do joelho – essencial na decisão de tratamento cirúrgico ou não.
Classificação
Tempo de evolução: aguda X crônica (> 6 semanas de evolução)
Quanto ao grau: completa X parcial.
2
Classificação
Tempo de evolução: aguda X crônica (> 6 semanas de evolução)
Quanto ao grau: completa X parcial.
Tratamento
Tratamento
Tratamento conservador = indicado apenas para lesões parciais com retináculos íntegros. Imobilização do joelho em extensão por 4 a 6 semanas, com apoio conforme tolerado. Término da
imobilização definido pela elevação da perna estendida sem que haja dor.Proteger a cicatrização
parcial com ortese após retirada da imobilização e instituir reforço excêntrico para fortalecimento.
Tratamento cirúrgico = lesão total, com defeito palpável e incapacidade para elevar a perna
estendida é indicação para o tratamento cirúrgico. Colocar tala em extensão e cadastrar na CINT.
1. Lesões parciais – conservador, com imobilização do joelho em extensão por 4 a 6 semanas.
2. Lesões completas (maior parte) são de tratamento cirúrgico.
3. Lesões crônicas devem ser tratadas cirurgicamente, mas apresentam resultados menos
satisfatórios.
Bibliografia
Bibliografia
Farrell CM, Scuderi GR, Easley ME. Quadriceps and Patellar Tendon Disruption. In: Scott WN. Insall & Scott – Surgery of the
Farrell CM, Scuderi GR, Easley ME. Quadriceps and Patellar Tendon Disruption. In: Scott WN. Insall & Scott – Surgery of the
Knee. Vol. One. Churchill Livingstone: 2006.
Knee. Vol. One. Churchill Livingstone: 2006.
Azar FM. Distúrbios Traumáticos. In: Canale ST. Cirurgia Ortopédica de Campbell, Vol. Três. Manole: 2007.
Azar FM. Distúrbios Traumáticos. In: Canale ST. Cirurgia Ortopédica de Campbell, Vol. Três. Manole: 2007.
Schenck Jr RC. Lesões do Joelho. In: Bucholz RW, Heckman JD. Rockwood e Green – Fraturas em Adultos. Vol. 2. Manole. 2006.
Schenck Jr RC. Lesões do Joelho. In: Bucholz RW, Heckman JD. Rockwood e Green – Fraturas em Adultos. Vol. 2. Manole. 2006.
1
1
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2
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira e Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho – SBCJ
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
2
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
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Membro Titular da Sociedade Brasileira e Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho – SBCJ
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Traumatologia - Membro inferior - Joelho
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ao paciente com luxação da patela
6 Atendimento
Celso Furtado de Azevedo Filho , Daniel Gonzalez Pinto Coelho
1
Tratamento
2
Introdução
• A patela corresponde ao maior osso sesamoide do organismo e ela importante papel na
biomecânica do mecanismo extensor do joelho.
• Diversas forças incidem sobre a patela e um complexo sistema de estabilizadores estáticos e dinâmicos estão envolvidos em seu funcionamento.
• Estabilizadores estáticos: conformação óssea da troclea e da patela e ligamentos, sendo
o mais importante retentor da lateralização da patela o ligamento patelofemural medial.
• Algumas anomalias podem estar associadas, como o aumento do ângulo Q, rotação externa excessiva da tíbia, genuvalgo, patela alta, displasia da troclea, atrofia muscular do
Músculo Vasto Medial.
Diagnóstico
• Indireto: Lesão rotacional associada com contração do Músculo Quadríceps. Joelho valgo e perna em rotação externa podem aumentar a suscetibilidade.
• Direto: golpes tangenciais diretos sobre a patela (mais raramente).
• Dor, incapacidade funcional e derrame articular imediato.
• Histórico de trauma com torsão do joelho, sensação de que o joelho “saiu do lugar”.
• Dor e edema na face medial da patela
• Redução geralmente espontânea ou após extensão passiva do joelho.
• Bloqueio articular em caso de fragmentos osteocondrais.
• Luxação recorrente: quadro clínico menos sintomático.
• Luxação aguda (primoluxação): a redução geralmente é espontânea, mas deve-se avaliar a intergridade do mecanismo extensor. Imobilização em extensão por 4 a 6 semanas,
com instituição precoce de exercícios para reforço muscular e ADM.
• Punção articular, em caso de derrame importante. Útil para o alívio da dor e também
como auxílio no diagnóstico. No caso de hemoartrose com presença de gotículas de
gordura, suspeitar de presença de fratura osteocondral intra-articular.
• O tratamento conservador deve ser aplicado inicialmente, com os objetivos de preservação da força do quadríceps, reabilitação da função do joelho e controle da dor e do
edema/derrame.
• O tratamento cirúrgico da luxação aguda está indicado em caso de presença de fragmento osteocondral intra-articular.
• Pacientes com luxação recidivante da patela devem ser abordados na urgência com as
medidas acima, porém orientados e encaminhados a adequado tratamento subsequente
ambulatorial (avaliação ortopédica e reabilitação fisioterápica). Em caso de falha do tratamento conservador, indica-se tratamento cirúrgico eletivo.
Siglas
RX – exame radiográfico
TC – tomografia computadorizada
RNM – Ressonância nuclear magnética
Bibliografia
Schenck Jr RC. Lesões do Joelho. In: Bucholz RW, Heckman JD. Rockwood e Green – Fraturas em Adultos. Vol. 2. Manole. 2006.
Exames complementares
Aglietti P, Giron F, Cuomo P. Disorders of the Patellofemoral Joint. In: Scott WN. Insall & Scott – Surgery of the Knee. Vol. One.
Churchill Livingstone: 2006.
A - RX: AP, perfil, axial de patela.
B - TC: útil para avaliar presença de fragmentos osteocondrais. Não é necessária a rotina na urgência. Muito útil, nos casos recorrentes na programação eletiva do tratamento (ambulatorial).
RNM: avaliação de lesões associadas, lesões condrais. Caro e de difícil acesso, indicaC - ção na urgência limitada.
Classificação
• Mecanismo de trauma: direto ou indireto;
• Situação clínica: luxação aguda (primoluxação), luxação recorrente e luxação crônica.
1
2
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Traumatologia - Membro inferior - Joelho
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ao paciente com fratura do plato tibial
7 Atendimento
Celso Furtado de Azevedo Filho , Daniel Gonzalez Pinto Coelho
1
2
Introdução
As fraturas do planalto tibial correspondem a 1% de todas as fraturas, correspondendo, nos
pacientes com idade acima de 70 anos, a cerca de 8%. As fraturas expostas estão presentes em
cerca de 3%. As lesões ligamentares podem chegar a 70% e meniscais, a 25%.
Diagnóstico
Este organograma abaixo, demonstra bem os padrões típicos de mecanismo de lesão.
Separação
Trauma em valgo
com LCM intacto
"Estágio final do
trauma em valgo"
Associado
Trauma
em valgo
Local
depression
Carga axial
associada a extensão
Carga axial
Trauma em
valgo com
trauma axial
Trauma em
valgo
Carga axial
Classificação
Misto
Tipo 1
Tipo 2
Tipo 3
Tipo 4
Tipo 5
Tipo 6
Associado
Carga axial
Carga axial
Depressão total
80
O raio-x deve ser feito nas incidências antero-lateral (AP), lateral e obliquas. O raio-x com AP
com 10-15º de inclinação caudal era muito realzado para melhor visualização do grau de afundamento articular, mas com o advento da tomografia, tem sido cada vez menos usado.
A radiografia, muitas vezes, subestima a gravidade da lesão. A Tomografia Computadorizada
é um exame que auxilia bem na avaliação do tipo de fratura e do grau de afundamento articular
A ressonância magnética tem seu papel na investigação de lesões ligamentares associadas.
Carga axial
Asociado
2
Complicações e lesões associadas
Lesão Neurológica e vascular
TVP
Acometimento de partes moles
Exames complementares
Trauma direto: alta energia, grandes lesões de partes moles.
Traumas de menor energia em idosos com osteopenia.
1
Quadro Clínico
História de trauma com o paciente com dor local que impede deambulação, edema, crepitação e derrame articular
Avaliar sempre o estado circulatório e neurológico do membro.
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira e Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho – SBCJ
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Bicondilar
Tipo 1 – Cisalhamento lateral. Comum em pacientes jovens. Pode ser tratado com fixação percutânea por parafusos paralelos;
Tipo 2 – Cisalhamento e depressão articular. Tende a ocorrer em idosos. Se depressão
maior que 5 a 8mm deve ser tratada com redução aberta, ou indireta com uso de artroscopia, com elevação da depressão articular e enxertia óssea na metáfise;
Tipo 3 – Depressão central isolada. Cortical lateral intacta. Mais comum em osso osteoporótico. Se depressão articular severa ou instabilidade deve ser tratado com elevação
de fragmentos articulares, enxertia óssea e placa de sustentação lateral;
81
Tipo 4 – Fratura côndilo medial. Pode ser arrancamento, traço simples, cominuição ou
depressão. Pode envolver as espinhas tibiais. Tende a angular em VARO e deve ser tratado com redução aberta e fixação com placa de sustentação medial;
Tipo 5 – Fratura bicondilar. Mantém continuidade entre metáfise e diáfise. Os côndilos
podem ser fixados com placa de sustentação ou parafusos. Pode-se realizar apenas a
fixação do côndilo mais cominuído e o outro é reduzido por ligamentotaxia ou por técnicas percutâneas. Placa bilateral pode evoluir com grande chance de infecção.Placa de
suporte medial é sempre realizada;
Tipo 6 – Fratura do plateau com dissociação entre metáfise e diáfise. Fratura transversa
ou oblíqua da tíbia proximal esta presente em associação com fratura de um ou ambos
côndilos e superfície articular. Esta, em geral, se associa com grave acometimento de
partes moles e a fixação híbrida pode ser utilizada.
1
• Degrau articular maior que 10mm - Critério para cirurgia;
• Degrau articular até 5mm - tratamento conservador;
• Degrau ente 5 a 8mm - Depende da idade e da demanda de atividades para o joelho.
André Batista Moreira1
Introdução
Nos dias de hoje, existem defensores do tratamento com gessos ou órteses funcionais, por redução cirúrgica e fixação interna com placas e parafusos ou hastes intramedulares, fechadas ou
não, ou com fixação externa.
O melhor tratamento é definido pela morfologia da fratura, a soma de energia recebida pela extremidade, as características mecânicas do osso, a idade e as condições gerais do paciente e, o mais
importante, a condição de partes moles: pele, músculos e estruturas neurovasculares da perna.
Tratamento
Restaurar congruência articular, alinhamento axial, estabilidade articular e movimentação precoce nos casos em que indicar cirurgia. No tratamento cirúrgico, a fixação deve ser estável o suficiente para permitir movimentação precoce.
Com relação ao grau de afundamento articular, a indicação do tratamento é individualizada
conforme abaixo:
Atendimento ao paciente com fratura da diáfise da tíbia
Traumatologia - Membro inferior - Perna
Traumatologia - Membro inferior - Joelho
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Diagnóstico
Dor e deformidade em perna, associada a descarga de peso.
Exames complementares
A avaliação radiográfica é realizada através das incidências AP e Perfil da perna, com visualização do joelho e tornozelo.
Fluxograma
Os critérios indiscutíveis para cirurgia são as fraturas expostas, lesão vascular, degrau articular
> 10mm e instabilidade varo ou valgo de pelo menos 10º com joelho fletido a 20º.
O tratamento conservador pode ser realizado com gesso inguino-podalico ou inguino-maleolar
por no mínimo 6 semanas e início de apoio com 6 a 8 semanas.
Uma vez indicado o tratamento cirúrgico, deve-se aguardar boas condições de partes moles e
um planejamento do melhor método de osteossíntese.
Deve-se sempre ter como princípios o uso de placas de suporte em platô medial e uso de enxerto, quando necessários.
Fixação hibrida com uso de osteossíntese com fixação interna e fixador externo pode ser usado
em traumas com grave acometimento de partes moles. Fixação percutânea com parafusos é uma
boa opção para as fraturas do platô lateral.
Técnicas de fixação com uso de artroscopia nas fraturas mais simples, principalmente do platô
lateral, tem sido cada vez mais usadas. Essa técnica permite visualização direta da articulação
durante a redução da fratura. Não deve ser usada em fraturas complexas pela possibilidade de
síndrome compartimental.
Hoje também têm-se placas LCP (locking compression plate) e LISS (Less invasive stabilization
system) que possibilitam uma menor agressão de partes moles e melhor fixação do implante.
Metáfise proximal
diáfise
Bibliografia
Metáfise distal
Canale S.T. Campbell’s operative orthopaedics. St. Louis: Mosby/Manole. 11th ed.,
Insall & Scott.Surgery of the knee. Philadelphia : Churchill Livingstone. 4th ed.,
Rockwood C.A. et al. Fractures in Adults. Philadelphia: Lippincott. 6th ed.,
Tratado de Ortopedia - SBOT. Roca. 2007,
82
1
Médico ortopedista da UPA/ PBH
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT
83
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Traumatologia - Membro inferior - Perna
Fratura da Tíbia
84
Sim
Fratura Exposta?
Ver protocolo de
Fratura Exposta
Não
Criança (0 a 12)
Adulto (12 ou +)
Tratamento
não cirúrgico
Tratamento
cirúrgico
Tratamento
não cirúrgico
Tratamento
cirúrgico
Controle
na UPA
Cadasto na CINT,
avaliar fluxo para
ambulatório do
Hospital da Baleia
Controle
na UPA
Cadastro
na CINT
Nas fraturas diafisárias da criança de ambos os ossos da perna não devemos aceitar contatos
ósseos menores de 50 % e angulações acima de 5 graus de valgo ou varo. Caso não apresente
edema importante que justifique o uso de tala inicialmente, o tratamento definitivo deve ser com
gesso inguinopodálico com 15 graus de flexão do joelho por 30 dias, seguido de gesso para apoio
de Sarmiento por mais 30 dias.
As fraturas dos ossos da perna em criança que necessitam tratamento cirúrgico são: fraturas
instáveis, fraturas cominutivas extensas, politraumatizados (traumas cefaloespinhal, torácicos ou
abdominais, fraturas expostas com lesão neurológica ou vascular.
Nas fraturas metafisárias distais, os desvios são geralmente em recurvato ou laterais, o tratamento com imobilização de 30 a 45 dias, dependendo da idade do paciente, com gesso curto ou
longo, dependendo da instabilidade da fratura, quando o recurvato é acentuado, o pé é mantido
em flexão plantar por 3 semanas e depois colocado em posição neutra.
Tratamento
Geralmente, pressupõe se que, independente do tratamento selecionado para as fraturas dos ossos da perna , a fíbula irá se consolidar antes da tíbia, as custas do seu melhor suprimento vascular e
sua boa cobertura de partes moles. Ocasionalmente, esta consolidação da fibula fornece o realinhamento e a restauração de comprimento da tíbia.
Independente do tratamento escolhido, a mais importante consideração é a redução aceitável.
Os critérios para a redução aceitável incluem alinhamento, rotação, comprimento, posição e nível
de atividade preexistente do paciente e suas condições médicas gerais. A redução aceitável, então, implica numa posição dos fragmentos de fratura que minimiza os desvios angulares, rotacionais e perdas de comprimento, do que é considerado normal para o paciente. Uma consolidação
viciosa influenciará sobre a marcha e sobrecarga sobre as articulações do joelho e tornozelo.
Estabelecemos uma consolidação aceitável com 5 graus de angulação em varo ou valgo 10
graus de angulação anterior e posterior, 10 graus ou menos de rotação e um centímetro para discrepância de comprimento, sem nenhuma distração, pois 5mm de distração podem aumentar o
tempo de consolidação até 12 meses.
O guia clínico usado para redução e alinhamento é a espinha ilíaca antero superior com o meio
da patela e segundo artelho no plano antero posterior.
O tratamento fechado é feito com aplicação de gesso inguinopodálico, e descarga de peso, o
gesso inicial será aplicado com 20 a 40 graus de flexão do joelho para se controlar a rotação, ou 0
a 5 graus de flexão caso possa liberar descarga precoce do peso normalmente entre 2 e 4 semanas, com a regressão do edema mudamos para um gesso de apoio no tendão patelar ou órtese
defendida por Sarmiento. O apoio do peso continua até a consolidação clínica e radiológica.
O tratamento de fraturas em metáfise proximais em galho verde ou sem desvio em crianças são
tratadas como regra geral com gesso inguinopodálico por 3 a 5 semanas dependendo da idade do
paciente com flexão do joelho de 15 graus
Em fraturas em galho verde anguladas ou com desvio de metáfise proximal, deve ser realizada
redução incruenta seguida de gesso inguinopodálico por 4 a 6 semanas de preferência com anestesia geral. Caso não conseguida redução, deve ser realizado redução aberta fixada com fios de
kirschener e imobilização gessada por 45 a 60 dias.
85
Traumatologia - Membro inferior - Tornozelo
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
1
Atendimento ao paciente com fraturas do pilão tibial
Roberto Zambelli de Almeida Pinto
Tratamento
1
Introdução
As fraturas do pilão tibial envolvem a superfície articular de carga da tíbia distal, a metáfise adjacente, ou ambas as regiões.
Representam 5-10% das fraturas da tíbia e 1% das fraturas da extremidade inferior.
Distingue-se da fratura trimaleolar do tornozelo pela presença da fragmentação da metáfise,
não tendo a porção articular continuidade com o fragmento proximal da tíbia.
Podem estar associadas a fraturas de vértebras lombares e outras fraturas do membro inferior,
como tálus, calcâneo, platô tibial e colo do fêmur.
• Fraturas sem desvio extra-articulares e pacientes sem condições clínicas para o tratamento cirúrgico - tratamento conservador.
Utiliza-se gesso inguinopodálico por 4 a 6 semanas, e a seguir bota gessada por 4
semanas, ou até consolidação.
• Tratamento cirúrgico
Essencial aguardar melhora das condições de partes moles (7 até 14 dias) para o
procedimento cirúrgico.
As osteossínteses minimamente invasivas devem ser as de escolha, devido à menor
dissecção de partes moles, diminuindo o risco de infecção e/ou retardo de consolidação.
Fluxograma
Diagnóstico
Resultam geralmente de trauma de alta energia com carga axial, ou ainda trauma de baixa
energia com componente rotacional ou de cisalhamento.
O principal componente é o impacto do tálus verticalmente contra a superfície articular distal da tíbia.
A posição do pé no momento do trauma determina o tipo de fratura - se plantígrado, depressão
central; dorsiflexão, depressão anterior; flexão plantar, depressão posterior.
Dor intensa, grande edema e acometimento importante do envelope de partes moles, com flictenas serosas e/ou hemorrágicas (estas últimas remetem a maior energia de trauma).
Flictenas: não há consenso sobre o tratamento. Se hemáticas, preferir rompê-las e realizar
curativos com sulfadiazina de prata. Se serosas, manter curativo alcochoado, permitindo que sequem espontaneamente.
Muita atenção quanto ao risco aumentado de síndrome compartimental na perna após esse tipo de lesão.
Trauma de alta energia
Dor + edema ou equimose + incapacidade de deambular
Rx perna em AP / P / oblíquo
Rx tornozelo em AP / P / oblíquo
Não
Fratura do Pilão Tibial
AINH + repouso + imobilização S/N
Retorno para reavaliação
Cirúrgico
Sim*
AINH + tala gessada acolchoada + elevação do membro
+
TC perna
Tratamento
Conservador
Exames complementares
Radiografias do tornozelo em AP, perfil e AP com 20º de rotação interna, e da perna em AP e perfil, incluindo o joelho. Radiografias oblíquas da perna para avaliação do comprometimento articular.
Na ausência de TC, exames radiográficos sob tração podem auxiliar no melhor conhecimento
da fratura, sendo necessária anestesia/analgesia para conforto do paciente.
TC: padrão-ouro para avaliação da configuração da lesão, cominuição intra-articular, desvio,
impactação dos fragmentos, contribuindo definitivamente na programação cirúrgica.
Aguardar condições de partes moles
RAFI com abordagem minimamente invasiva
Tala gessada acolchoada
Controle ambulatorial + Fisioterapia
Gesso longo 4 a 6 semanas
Rx controle
Bota gessada
+
Controle mensal até consolidação +
Fisioterapia
Classificação (AO)
* Se solução de continuidade abordar como Fratura Exposta - Vide protocolo de Fratura Exposta
Ver Classificação AO na página 12.
Bibliografia
Sanders RW, Walling AK. Pilon Fractures. In Coughlin MJ, Mann RA, Saltzman C. Surgery of the foot and ankle. Mosby: 2007.
Sommer C, Baumgaertner MR. Tíbia, distal intra-articular. In Ruedi TP, Buckley RE, Moran CG. Princípios AO do tratamento de
fraturas. Artmed: 2009.
1
86
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico Assistente do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Mater Dei
Coordenador da Residência de Ortopedia do Hospital Mater Dei
Coordenador do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Evangélico de Belo Horizonte
Calori G, Tagliabue L, Mazza E, Bellis Ud, Pierannunzii L, Marelli B, Colombo M, Albisetti W. Tibial pilon fractures: Which method
of treatment? Injury (2010) vol. 41 (11) pp. 1183-1190.
87
Traumatologia - Membro inferior - Tornozelo
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com entorse de tornozelo
2 Atendimento
Roberto Zambelli de Almeida Pinto
Entorse de tornozelo?
Introdução
A lesão ligamentar lateral do tornozelo é a lesão mais comum do esporte, sendo responsável
por mais de 32% das lesões no futebol. Os dois principais mecanismos de lesão são os traumas
em inversão, flexão plantar ou rotação interna, que causam a lesão do complexo ligamentar lateral
- LTFA, LFC e LTFP. As lesões ligamentares mediais isoladas são raras, mas tipicamente acontecem associadas às lesões laterais, fraturas de fíbula ou de sindesmose, sendo o mecanismo mais
comum os traumas em eversão, que lesam o ligamento deltoide.
Rx sem fratura
• Estalido quando ocorre a torção;
• Edema e dor acontecem imediatamente após o trauma;
• Pacientes com rupturas completas ou de pelo menos 2 ligamentos laterais apresentam
dificuldade de deambular;
• Pacientes com lesão medial geralmente sofrem um trauma de maior energia, acometendo também estruturas laterais;
• Limitação de ADM em dorsiflexão, flexão plantar e inversão;
• Exacerbação da dor com stress em varo e anterior (lesão lateral) e com stress em eversão (lesão medial);
• Diagnóstico diferencial: fratura do tornozelo, lesão da sindesmose, lesão dos fibulares.
• Radiografia do tornozelo: AP, perfil e AP com 20º de rotação interna - padrão-ouro para
se afastar fraturas;
• Radiografias em AP do tornozelo com stress em varo + perfil do tornozelo com gaveta
anterior: úteis após 5-10 dias para confirmar a instabilidade após a regressão dos sinais
flogísticos agudos;
• Radiografia do pé: em caos de suspeita de fratura da base do 5.º metatarso;
• RM: exame capaz de documentar efetivamente a lesão ligamentar, mas não contribui
para definição do tratamento caso não haja outras lesões além da ligamentar.
1
Não
Ver protocolo de fratura
de tornozelo
Sim
Grau 1
Grau 2
Grau 3
Aines + PRICE
Aines + PRICE
Aines + PRICE
Compressão
com bandagem
Bota gessada por
2 a 3 semanas
Diagnóstico
Exames complementares
88
Fluxograma
1
Fisioterapia
Muletas 2 a 3 semanas
Classificação
1. Lesões laterais (Jackson et al. 1974)
a. Grau 1 ou leve - lesão intraligamentar, com dor e edema leves, sem instabilidade, com
mínima limitação funcional;
b. Grau 2 ou moderada - lesão ligamentar incompleta, com leve ou moderada instabilidade, dor considerável, edema, limitação funcional parcial, com claudicação;
c. Grau 3 ou grave - ruptura ligamentar completa associada a instabilidade importante, dor
e limitação funcional, com grande dificuldade para deambular sem apoio.
2. Lesões mediais (Hintermann et al. 2003)
a. Tipo I - lesão proximal ou avulsão;
b. Tipo II - lesão intermediária;
c. Tipo III - lesão distal (mais comum).
Tratamento
• PRICE: proteção + repouso + crioterapia + compressão + elevação, com o objetivo de
minimizar o processo inflamatório
• AINE
• Lesões leves: bandagem elástica para compressão + orientações sobre retorno às atividades diárias
• Lesões moderadas: compressão por 5-7 dias + recuperação funcional com fisioterapia.
Eventualmente, uso de muletas por 7 dias para recuperação da flogose inicial
• Lesões graves: imobilização gessada por um curto período (2-3 semanas) + reabilitação
funcional, que pode se estender por até 6 semanas.
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico Assistente do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Mater Dei
Coordenador da Residência de Ortopedia do Hospital Mater Dei
Coordenador do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Evangélico de Belo Horizonte
89
Traumatologia - Membro inferior - Tornozelo
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Siglas
ao paciente com fratura do tornozelo
3 Atendimento
Daniel Soares Baumfeld
1
LTFA – ligamento talofibular anterior
LFC – ligamento fibulocalcaneano
LTFP – ligamento talofibular posterior
ADM – amplitude de movimento
AP – antero-posterior
RM – ressonância magnética
AINE – antiinflamatório não esteroidal
Bibliografia
Introdução
As fratura de tornozelo estão entre as mais comuns na prática ortopédica e é a fratura mais comum da área de carga do membro inferior. Essas fratura são subestimadas e quando não tratadas
e diagnosticadas corretamente podem evoluir com artrose pós-traumática da articulação do tornozelo. Cerca de 66% dessas fraturas são unimaleolares, 25% bimaleolares e 5-10% trimaleolares.
Fraturas expostas correspondem a 2% de seu total.
Diagnóstico
Kerkhoffs GMMJ, Struijs PAA, Marti RK, Assendelft WJJ, Blankevoort L, van Dijk CN. Different functional treatment strategies for
acute lateral ankle ligament injuries in adults. Cochrane Database of Systematic Reviews 2002, Issue 3. Art. No.: CD002938. DOI:
10.1002/14651858.CD002938
Seah R, Mani-Babu S. Managing ankle sprains in primary care: what is best practice? A systematic review of the last 10 years of
evidence. British Medical Bulletin 2010; 1–31. DOI:10.1093/bmb/ldq028
Clanton TO, McGarvey W. Athletic injuries to the soft tissues of the foot and ankle. In Coughlin MJ, Mann RA, Saltzman C. Surgery
of the foot and ankle. Mosby: 2007.
Ao primeiro exame, o paciente pode apresentar edema, flictenas, escoriações, limitação funcional, dor e incapacidade para marcha. Durante o exame físico deve-se realizar palpação da artéria
dorsal do pé e artéria tibial posterior à procura de lesões vasculares. A avaliação nervosa consiste
em inspecionar os territórios supridos pelos nervos fibular superficial, fibular profundo, sural, safeno, nervo tibial e seus ramos nervos, plantares lateral e medial. É sempre importante avaliar toda
a extensão da fíbula, devido a possível lesão de Maisonneuve (fratura alta da fíbula).
Testes específicos
Teste de Philings – compressão lateral da perna no terço médio (até 5 cm proximais ao eixo
intermaleolar), no qual o paciente pode referir dor na região da sindesmose tíbio fibular.
Exames complementares
Devem ser realizadas radiografias nas incidências:
• AP verdadeiro – incidência da pinça maleolar (mortalha) – perna rodada internamente 15º;
• AP – crista da tíbia em alinhamento com o 2.º raio;
• Perfil – pé perpendicular ao eixo longo da tíbia centralizando o feixe no talus;
• Incidências para perna ou pé podem ser utilizadas na procura por fraturas altas da fíbula
ou lesões associadas dos ossos do pé;
• Radiografias em estresse: São utilizadas para avaliar a estabilidade das fraturas do tornozelo e identificar lesões ocultas da sindesmose e ligamento deltoide. Podem ser realizadas
com rotação externa do talus ou com o membro pendente, conforme descrito por Michelson;
• Identificar incongruência articular – subluxação talar.
Classificações
Classificação da AO: “44”
A – Fratura fíbula infrasindesmal – ainda com subdivisões
B – Fratura fíbula transsindesmal – ainda com subdivisões
C – Fratura suprasindesmal – ainda com subdivisões
1
90
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
Fellowship Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo – UNIFESP, São Paulo, SP
91
Fluxograma
1
Fratura de tornozelo?
Rx com fratura
Não
Ver protocolo de
entorse do tornozelo
Bota gessada
6 semanas
Manutenção da altura fibular
Espaço claro medial < 5mm
Teste do stress negativo
Fratura instável
Tala gessada
As fraturas do tálus ocupam o segundo lugar em frequência de fraturas do tarso, mais comum
no sexo masculino (3:1) e adultos jovens. Geralmente são traumas de alta energia (acidentes de
carro, quedas de altura), sendo grande a frequência de lesões associadas, principalmente fraturas
do maléolo medial e lesões lombares (45-64%).
Cadastro na CINT
Avaliar PAD
Tratamento
Urgência
Diagnóstico
Dor e edema importantes do pé e tornozelo, em 16 a 25% dos casos pode haver exposição
óssea. No mecanismo de trauma, ocorre a hiperflexão dorsal do pé – primeiro, rompem-se os ligamentos capsulares posteriores, e o tálus choca-se contra a borda anterior da tíbia distal.
• Redução do tálus sob a tíbia. Na sua impossibilidade, realizar procedimento cirúrgico de urgência;
• Sempre realizar RX de controle;
• Imobilização em tala gessada para evitar maior agressão de partes moles.
Exames complementares
• Rx em AP, perfil e oblíqua do tornozelo e do pé;
• Incidência de Canale: tornozelo em equino máximo, pé pronado a 15º e inclinação do raio
75º com a horizontal;
• TC pré-operatória é fundamental na programação cirúrgica.
Conservador
• indicado para fraturas em estágio 1 da supinação-adução, estágio 1 e 2 da supinação-rotação externa, pronação-abdução e pronação-rotação-lateral;
• Fraturas estáveis: desvio maleolar < 2mm, ECM < 5 mm, Altura fibular preservada (sem
alteração do sinal da bola), Sem modificação do padrão de fratura no teste de estresse;
• Paciente instável ou politraumatizado em que o tratamento cirúrgico é contraindicado;
• Bota gessada ou bota ambulatória por 4 a 6 semanas. Caso não haja modificação da fratura em teste de estresse, o paciente poderá deambular com aparelho gessado ou bota
ambulatória após 4 semanas de tratamento, mantendo mais 2 semanas de imobilização.
Classificação (Hawkins)
Tipo I - Fratura vertical não deslocada do colo (A)
Tipo II - Fratura deslocada do colo, com subluxação ou luxação da subtalar (B)
Tipo III - Fratura deslocada do colo, com luxação da subtalar e tíbio-talar (C)
Tipo IV - Tipo II ou III com luxação da talo-navicular (D)
Obs.: Hawkins são 3 tipos. O tipo IV foi introduzido por Canale e Kelly.
Cirúrgico
1- Todos os pacientes que não apresentam os critérios para tratamento conservador devem ser submetidos a tratamento cirúrgico com redução aberta e fixação interna de
acordo com cada padrão de fratura.
Bibliografia
Ramsey PL, Hamilton W. Changes in tibiotalar area of contact caused by lateral talar shift. J Bone Joint Surg Am 1976;58:356–7.
Roberto Zambelli de Almeida Pinto1
Introdução
Sim
Fratura estável
Atendimento ao paciente com fratura do tálus
Traumatologia - Membro inferior - Pé
Traumatologia - Membro inferior - Tornozelo
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Tratamento
Fraturas sem desvio devem ser tratadas conservadoramente, com imobilização gessada por, no
mínimo 6 semanas, e sem apoio até sinais radiográficos de cura.
Fraturas desviadas devem ser imobilizadas com tala gessada bem acolchoada, internação para
analgesia, cuidados com as partes moles e aguardar transferência, para tratamento cirúrgico definitivo.
Thordarson DB, Motamed S, Hedman T, et al. The effect of fibular malreduction oncontact pressures in an ankle fracture malunion
model. J Bone Joint Surg Am1997;79:1809–15
Bibliografia
Shariff, D.K. Nathwani Lauge-Hansen classification–—A literature review Injury, Int. J. Care Injured (2006) 37, 888—890
Michelson JD, Varner KE, Checcone M. Diagnosing deltoid injury in ankle fractures: the gravity stress view. Clin Orthop Relat Res
2001;387:178–82
Sanders RW, Lindvall E. Fractures and fractures disclocation of the talus. In Coughlin MJ, Mann RA, Saltzman C. Surgery of the
Phillips WA, Schwartz HS, Keller CS, et al. A prospective, randomized study of he management of severe ankle fractures. J Bone
foot and ankle. Mosby: 2007.
Joint Surg Am 1985;67:67–78.
Michael P. ; Clare A Rational Approach to Ankle Fractures Foot Ankle Clin N Am 13 (2008) 593–610
92
1
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico Assistente do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Mater Dei
Coordenador da Residência de Ortopedia do Hospital Mater Dei
Coordenador do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Evangélico de Belo Horizonte
93
Traumatologia - Membro inferior - Pé
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com fratura do calcâneo
2 Atendimento
Roberto Zambelli de Almeida Pinto
Classificação - Tomográfica (SANDERS)
1
Introdução
O calcâneo é o osso do tarso mais fraturado (2% de todas as fraturas). As lesões da coluna
estão presentes em até 10% dos casos e 26% possuem outras lesões de extremidades.
As fraturas intra-articulares desviadas representam 60-75% das fraturas.
A bilateralidade ocorre em 10% dos casos, além de que 17% são expostas.
• Utilizam-se os cortes coronais que incluam o sustentáculo do tálus;
• Divide-se a faceta em 4 partes, 3 linhas, de lateral para medial em A, B, C, sendo a região
mais medial do sustentaculum tali.
A BC
A
C
B
Diagnóstico
Dor e edema importantes do pé e tornozelo, sendo importante afastar a possibilidade de síndrome compartimental.Se desviada a fratura, pode haver deformidade significativa do retropé, com
aumento de volume importante, equimose difusa e flictenas.
Mecanismos de trauma
• Intra-articulares desviadas acontecem por trauma axial de alta energia,
• Extra-articulares são decorrentes de trauma de baixa energia.
• Flictenas: não há consenso sobre o tratamento. Se hemáticas, preferir rompê-las e realizar curativos com sulfadiazina de prata. Se serosas, manter curativo alcochoado, permitindo que sequem espontaneamente.
Tipo II A
A B
Tipo III AB
Tipo II B
A
C
Tipo III AC
Tipo II C
B C
Tipo III BC
A B C
Exames complementares
• RX: AP + perfil + axial de Harris;
• Incidências oblíquas de BRODEN (10, 20, 30, 40º de angulação de distal para proximal,
e a perna e rodada interna 40º com o tornozelo neutro). Úteis na ausência de TC;
• TC pré-operatória é fundamental na programação cirúrgica;
• Avaliar radiograficamente demais segmentos em que haja queixas álgicas, devido risco
de lesões associadas.
Classificação - Radiográfica (ESSEX-LOPRESTI)
• Extra-articular
Tuberosidade posterior, e processo anterior.
• Intra-articular (75%)
Língua
Depressão
Indeterminada
Tipo IV
Tratamento
• Fraturas sem desvio devem ser tratadas conservadoramente:
Tala gessada ou imobilização tipo Jones até redução do edema (7-10 dias);
gessada por, no mínimo, 6 semanas e sem apoio até sinais radiográficos de cura
(8-10 semanas).
Fraturas do processo anterior do calcâneo podem iniciar apoio do membro lesado a
partir da 4.ª semana;
• Fraturas intra ou extra-articulares desviadas devem ser imobilizadas com enfaixamento
tipo Jones bem acolchoada, internação para analgesia, cuidados com as partes moles e
aguardar transferência, para tratamento cirúrgico definitivo;
• Fraturas avulsões desviadas devem ser imobilizadas com tala gessada para proporcionar maior alívio da dor.
Bibliografia
Sanders RW, Clare MP. Fractures of the Calcaneus. In Coughlin MJ, Mann RA, Saltzman C. Surgery of the foot and ankle. Mosby: 2007.
1
94
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico Assistente do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Mater Dei
Coordenador da Residência de Ortopedia do Hospital Mater Dei
Coordenador do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Evangélico de Belo Horizonte
95
Traumatologia - Membro inferior - Pé
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com fratura do cuboide
3 Atendimento
Rodrigo Simões Castilho
Classifcação radiográfica (OTA 76)
1
Introdução
• As fraturas isoladas do cubóide são raras, sendo frequentemente associadas a outras
lesões do pé;
• Podem ser por avulsão (mais comuns) ou por compressão;
• Sempre suspeitar de lesões tarso-metatarsais ou da articulação de Chopart, especialmente nas fraturas por compressão (quebra-nozes);
• Podem estar envolvidas também com fraturas do calcâneo;
• Lesões negligenciadas podem levar a perda de sustentação do arco ósseo com encurtamento da coluna lateral do pé, abdução do antepé e deformação da posição normal de
sustentação de carga.
• Grupo A: extra-articulares;
• Grupo B: envolve uma das duas principais articulações (calcaneocuboide ou metatarsocuboide);
• Grupo C: envolvem as duas articulações e representam esmagamento grave da estrutura
do cuboide;
• Pode-se simplificar a classificação como:
Não deslocadas
Instáveis
Por esmagamento
Tipo A: Extra-articular, nenhum envolvimento articular
Mecanismo
76-A 1.1
• Geralmente causadas por trauma direto ou ainda por queda com o pé em flexão plantar,
acompanhada de inversão ou eversão;
• As fraturas associadas mais comuns são as dos cuneiformes e das bases dos metatarsos laterais.
76-A 1.3
Quadro clínico
• Dor e edema na borda lateral do pé, na topografia do cuboide, equimose dorso-lateral;
• Se apresentar dor na borda medial do pé, suspeitar de subluxações ou luxações do mediopé, ou ainda de outras lesões da coluna medial do pé;
• Quando associadas a outras lesões, pode ser acompanhada de flictenas ou síndrome
compartimental;
• Abdução e adução ou inversão e eversão passivas do pé acentuam a dor no mediopé;
• Fraturas em quebra-nozes do cubóide associada a avulsão do tubérculo do navicular são
sugestivas de subluxação mediotarsal.
76-A 1.2
76-A2
76-C3
Tipo B: Parcialmente articular, [(1) calcaneocubóidea, (2) cubide-ossos do tarso]
Achados radiográficos
•
•
•
•
1
96
RX: AP + Perfil + oblíqua do pé;
TC deve ser realizada para excluir a presença de outras fraturas no pé;
Avaliar cuidadosamente a congruência articular tarsometatarsal e calcâneo-cuboide;
Avaliar radiograficamente demais segmentos em que haja queixas álgicas, devido a risco
de lesões associadas.
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
76-B 1.1
76-B 1.2
76-B 1.3
76-B 2.1
76-B 2.2
76-B 2.3
97
Traumatologia - Membro inferior - Pé
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Abordagem no Pronto-Atendimento
4 Atendimento ao paciente com lesão da articulação
• Após avaliação clínica do trauma, identificar possível exposição ou lesão neurovascular.
Se positivo, encaminhar para referência cirúrgica de urgência;
• Realizar estudo radiográfico a fim de determinar o tipo de fratura;
• Realizar estudo tomográfico para identificação de fraturas associadas;
• Fraturas sem desvio devem ser tratadas conservadoramente:
- Tala gessada acolchoada até redução do edema (10 – 14 dias);
- Imobilização gessada suropodálica por, no mínimo 6 semanas, permitindo apoio
progressivo assim que tolerado.
- Devem ser realizadas radiografias com apoio 10 a 14 dias após a avaliação e imobilização, para descartar lesões ocultas.
• Fraturas desviadas ou instáveis devem ser imobilizadas com tala gessada bem acolchoada, internação para analgesia, cuidados com as partes moles e aguardar transferência,
para tratamento cirúrgico definitivo.
Siglas
tarso metatarso - Lisfranc
Roberto Zambelli de Almeida Pinto1
Introdução
A articulação de Lisfranc corresponde à região das articulações tarso-metatarsianas. Acomete
mais sexo masculino (3:1) em torno dos 30 anos. Até 40% dos casos estão associados com fraturas ou luxações de um ou mais ossos do mediopé.
Cerca de 20% das fraturas-luxações de Lisfranc não são detectadas no primeiro atendimento,
sendo fundamental o conhecimento e a suspeita clínica da lesão.
Diagnóstico
Dor intensa e edema no mediopé, incapacidade de apoio associado a equimose plantar, deformidade em região do mediopé, antepé alargado e encurtado com dor à pronação-abdução do
antepé com retropé fixo.
Mecanismos de trauma; entorse do antepé com retropé fixo (queda de cavalo com pé preso no
estribo), ou trauma axial em hiperflexão plantar, ou trauma direto sobre o mediopé.
Rx – radiografia
AP – antero-posterior
TC – tomografia computadorizada
Bibliografia
Exames complementares
Sanders RW, Clare MP. Fractures of the Cuboid. In Coughlin MJ, Mann RA, Saltzman C. Surgery of the foot and ankle. Mosby: 2007.
Early JS. Cuboid Fractures. In Rockwood and Green’s fractures in adults – volume 2 – 5th ed. Manole: 2006.
Trauma direto ou torcional + dor
+ edema + equimose no mediopé
Radiografias em AP, perfil e oblíqua do pé. Em caso de dúvida, devem ser solicitadas radiografias em AP e perfil do pé contralateral para comparação.
Diante da suspeita clínica sem comprovação radiográfica ao primeiro atendimento, deve ser
realizado Rx com carga de ambos os pés em AP e perfil, assim que tolerado pelo paciente.
TC em casos de suspeita clínica com Rx normal.
Classificação (Myerson - 1986)
Avaliação radiográfica
Fratura do cuboide
Sem desvio
Tala gessada ou Jones por 14
dias para redução do edema
Rx do pé com apoio
Sem lesões
associadas
98
Com desvio
Exposta ou lesão
neurovascular
TC
Com lesões
associadas
Encaminhar para referência
com imobilização provisória
Bota gessada por 6 semanas
+ carga progressiva assim
que tolerado
Incongruência Total: todos os metatarsos desviados no plano coronal para a mesma direção
(lateral ou dorso-plantar)
Incongruência parcial: um ou mais metatarsos desviados no plano coronal em relação aos outros;
Desvio medial
Desvio lateral
Divergentes: separação entre o primeiro e o segundo metatarso nos planos sagital e coronal.
Desvio parcial
Desvio total
1
Co-coordenador do Serviço de Ortopedia da UPA / PBH
Médico Assistente do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Mater Dei
Coordenador da Residência de Ortopedia do Hospital Mater Dei
Coordenador do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo do Hospital Evangélico de Belo Horizonte
99
Traumatologia - Membro inferior - Pé
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ao paciente com fraturas de falanges dos pés
5 Atendimento
Rodrigo Simões Castilho
Fluxograma
1
Lesão de Lisfranc
(Tarso-metatarsica)
Introdução
Sim
Fratura exposta?
Síndrome de compartimento?
Ver protocolo de
fratura exposta
As fraturas de falanges são as lesões mais comuns do antepé. A falange proximal do 5.º artelho
é uma das mais envolvidas. Podem ser causadas por dois mecanismos:
Não
Não
Forte suspeita
clínica?
Não
Outro
Diagnóstico
Diagnóstico
confirmado?
Sim
• Impacto direto (como queda de objeto pesado sobre o pé), geralmente fraturas transversas ou cominuídas;
• Carga axial juntamente a uma força em varo ou valgo (“topadas”), e provoca fraturas oblíquas
ou em espiral. Este é o mais propenso a acarretar deformidade clínica.Nos casos de traumas
de energia maior, suspeitar de lesões associadas (metatarsos, lesões do médio e retropé);
• Lesões negligenciadas ou mal reduzidas podem levar ao alinhamento anormal, que pode
provocar calosidades entre os artelhos e desgaste anormal dos sapatos. As deformidades rotacionais levarão a articulação a funcionar de forma anormal, e podem acarretar
deformidade progressiva.
Imobilização com
tala gessada
Sim
• Rx com carga de ambos os
pés em AP e perfil, assim que
tolerado pelo paciente.
• TC em casos de suspeita
clínica com Rx normal.
Cadastro na CINT
Avaliar fluxo do PAD
Diagnóstico
Tratamento
• Dor, edema e equimose locais;
• Dificuldade de calçar sapatos, dor ao caminhar descalço ou com calçado macio;
• Deve-se sempre avaliar a estabilidade articular de todos os artelhos envolvidos.
• Após avaliação clínica do trauma, identificar possível exposição ou lesão neurovascular.
Se positivo, encaminhar para referência cirúrgica de urgência;
• Confirmada a lesão, imobilização provisória com tala gessada bem acolchoada, AINE e
elevação do membro afetado;
• O tratamento cirúrgico é mandatório quando diagnosticada a lesão devido ao risco de
deformidades progressivas ou artrite pós-traumárica do mediopé.
Exames complementares
• RX: AP + perfil + oblíqua do antepé
• Avaliar cuidadosamente a congruência articular metatarsofalângica e interfalângica de
todos os artelhos.
Siglas
AINE’s – antiinflamatórios não-esteroidais
RAFI – redução aberta e fixação interna
AP – antero-posterior
Rx – exame radiográfico
TC – tomografia computadorizada
Classificação (AO - OTA 82)
•
•
•
•
Bibliografia
Bellabarba C, Barei DP, Sanders RW. Dislocations of the foot. In Coughlin MJ, Mann RA, Saltzman C. Surgery of the foot and ankle.
Mosby: 2007.
Watson et al. Treatment of Lisfranc Joint Injury: Current Concepts. J Am Acad Orthop Surg. 2010; 18: 718-728
1
100
82-1: metáfise proximal
82.2: diáfise
82.3: metáfise distal
Identificador numérico entre parênteses para indicar o artelho e a falange evolvidos (T1/2
– hálux ; N1/2/3 – 2.º artelho ; M1/2/3 - 3.º artelho ; R1/2/3 - 4.º artelho ; L1/2/3 - 5.º artelho). O último número indica a falange comprometida (proximal, média ou distal).
a. Grupo A: extra-articulares e simples
b. Grupo B: cunha, parcialmente articulares
c. Grupo C: fraturas complexas
Médico Ortopedista da UPA/PBH
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT
101
Traumatologia - Membro inferior - Pé
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
Fratura de falange do pé
Fratura exposta
Sem desvio
Imobolização funcional
por 2 a 3 semanas,
com carga permitida
Sim
Não
Ver protocolo de
fratura exposta
Com desvio
Redução incruenta
Irredutível, instável
ou com degrau
articular > 2mm
Cadastro na CINT
Avaliar PAD
Redutível e estável
Imobilização funcional
por 3 a 4 semanas
Controle radiográfico
com 1 e 2 semanas
de imobilização
Tratamento
• Após avaliação clínica do trauma, identificar possível exposição ou lesão neurovascular.
Se positivo, encaminhar para referência cirúrgica de urgência.
• Fraturas sem desvio devem ser tratadas conservadoramente:
a. Imobilização funcional por 2 a 3 semanas, com carga permitida, quando tolerada,
com calçado de solado rígido;
b. Pode ser necessário controle radiográfico durante o tratamento;
• Fraturas diafisárias desviadas ou instáveis devem ser reduzidas e imobilizadas e, se instáveis ou irredutíveis, encaminhadas a tratamento cirúrgico.
• A redução deve proporcionar correção de rotação e alinhamento axial, usando a unha
como referência. Encurtamentos geralmente não afetam a função. Após a redução, imobilização funcional por 3 a 4 semanas, com carga permitida, quando tolerada, com calçado de solado rígido.
• Deve-se fazer controle radiográfico com 1 e 2 semanas após a redução. Se verificada
instabilidade, deve ser encaminhado a tratamento cirúrgico.
Siglas
Rx – radiografia
AP – antero-posterior
Bibliografia
Early JS. Cuboid Fractures. In Rockwood and Green’s fractures in adults – volume 2 – 5th ed. Manole: 2006.
102
ANEXOS
ANEXOS
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
1
2 Guia de contrarreferência do paciente ortopédico para a UBS
Grade ortopédica de urgência e emergência da
Prefeitura de Belo Horizonte
A urgência e emergência em nosso município vem se organizando de forma dinâmica, estruturando-se em uma rede de atenção pactuada com os diversos pontos, da atenção primária à
atenção terciária, cada um com seu papel na rede. Neste apêndice daremos enfoque apenas ao
paciente vítima de trauma ortopédico.
Suspeita de fratura atendida em Centro de Saúde
- encaminhar a UPA de
referência distrital, para
avaliação por ortopedista
ou cirurgia e exame radiológico
Paciente atendido pelo
SAMU com suspeita de
fratura - encaminhar à
porta hospitalar HOB,
HRTN, João XXIII
____BARREIRO____LESTE____OESTE____NORTE
Nome: _________________________________________________________ Data:____/____/____
Grade ortopédica de Urgência e Emergência da Prefeitura de Belo Horizonte
Centro de Saúde
e Pré-Hospitalar
CONTRA REFERÊNCIA ORTOPEDIA UPA
Hospital
1.ª Referência 2.ª Referência
UPA
Referência
Fratura
Fratura
Ortopedia
exposta;
exposta;
(Adulto e Infantil)
Referência
Osteomielite
Grande
Grande
UPA Regional
para
Hematogênica
trauma;
trauma;
avaliação na
Aguda e
Fratura em
Fratura em
ausência de
Subaguda;
UPA não
UPA não
fratura ao RX
Artrite séptica
ortopédica
ortopédica
Barreiro
(HJK)
------
HOB
João XXIII
HOB
Oeste
------
HOB
João XXIII
HOB
Pampulha
Barreiro
(HJK)
HRTN
HOB
João XXIII
Venda Nova
Norte
HRTN
HRTN
João XXIII
Norte
------
HRTN
HRTN
João XXIII
Nordeste
Oeste
HRTN
João XXIII
HOB
Leste
-------
HOB
João XXIII
HOB
Centro-Sul
Leste
HOB
João XXIII
HOB
UPA que não possuem ortopedista: no paciente com fratura confirmada por exame radiológico avaliado pelo cirurgião, o atendimento ortopédico é de responsabilidade do hospital de referência dentro da grade de trauma maior.
Hospital polivalente: Ferimentos com deformidades, da grade de trauma menor, deverão ser atendidos em porta
hospitalar. Na ausência de ortopedista na UPA ortopédica, o Hospital de referência deverá responder pelo atendimento de responsabilidade da UPA.
RG.: ____________________
Nº Atendimento: __________________
À Unidade Básica de Saúde:
O usuário acima procurou a rede de Urgência PBH no dia ____/_____/____ com a seguinte
demanda:
Queixa: _______________________________________ HD: ________________________________
HMA e Exame Físico:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Exames complementares: ____________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
PRIORIDADE: I-----II-----III------- _______ Regulação
Tratamento inicial proposto: _________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
O usuário foi corretamente orientado que, o problema acima deve ser tratado em rede
ambulatorial.
Este documento não é válido se apresentar rasura.
Grato e a disposição.
Carimbo e Assinatura
1ª via – paciente / 2ª via prontuário
104
105
ANEXOS
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
3 Modelo de pesquisa para avaliação do atendimento ortopédico
PESQUISA DE SATISFAÇÃO
DO USUÁRIO DA ORTOPEDIA URGÊNCIA SUS-BH
UPA:
2.ª / 3.ª / 4.ª / 5.ª / 6.ª / Sáb / Dom
O(a) Sr.(a) procurou a
ortopedia por qual razão:
( ) Urgência
( ) Não consegue
marcar consulta.
( ) Outro, qual?
Quanto tempo demorou para
a consulta com o ortopedista
da UPA
( ) até meia hora
( ) até uma hora
( ) até duas horas
( ) mais de duas horas
Avaliação do local aonde
foi atendido
( ) Excelente
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssimo
Quanto tempo demorou para
a realização do Rx
( ) até 15 minutos
( ) até meia hora
( ) até uma hora
( ) mais de uma hora
( ) não realizou
Manhã / Tarde / Noite
Avaliação dos profissionais
que lhe atenderam
(ortopedista, enfermeiros,
técnicos)
( ) Excelentes
( ) Bons
( ) Regulares
( ) Ruins
( ) Péssimos
O(a) Sr.(a) recomendaria este
serviço a outra pessoa
( ) Sim
( ) Não
residentes em Belo Horizonte e moradores de municípios pactuados com BH.
A reabilitação em regime de internação é realizada no Hospital Paulo de Tarso (serviço filantrópico conveniado ao SUS-BH) e ocorre em situações em que não há possibilidade de tratamento
ambulatorial. Enquadram-se nestas situações pessoas que apresentam grande déficit funcional ou
outras questões que justifiquem o acompanhamento próximo do médico e da enfermagem, além
da equipe de reabilitação.
A seguir, descrevemos os fluxogramas de atendimento e o modelo de reabilitação proposto para o SUS-BH.
Usuário ou responsável com guia de solicitação de tratamento de reabilitação
ambulatorial ou hospitalar, documento de identidade e comprovante de endereço
Acolhimento / Avaliação / Assistência / Encaminhamento
CREAB Sagrada Família - R. Bicas, 58 - Sagrada Família: Moradores dos Distritos Leste, Nordeste, Venda Nova
CREAB CS/CGR - R. Domingos Vieira, 363 - Santa Efigênia: Moradores do Distrito Centro-Sul, Barreiro, Norte e Pampulha
CREAB No - Serviço de Reabilitação Pe Eustáquio - Rua. Pe Eustáquio, 1951: Moradores do Distrito Noroeste e Oeste
Reabilitação em regime de internação:
Usuário encaminhado a hospital de
reabilitação via Central de Internação
Hospital Paulo de Tarso
Tratamento não
autorizado
Tratamento
autorizado
Tratamento ambulatorial:
Usuário encaminhado para início do tratamento:
• No próprio serviço
• Serviços contratados ou conveniados
4 Fluxograma reabilitação ortopédica
A rede de reabilitação da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte é composta por serviços na atenção básica, atenção secundária e um hospital.
A atenção básica conta com duas equipes multidisciplinares de reabilitação localizadas nos
Distritos Barreiro e Norte. Essas equipes constituem-se em referência para as equipes de saúde
da família e desenvolvem ações de reabilitação com o objetivo de manter a população sob sua
responsabilidade com a maior capacidade funcional possível.
Compõem a atenção secundária três unidades próprias com equipes multidisciplinares:
• Centro Geral de Reabilitação –
• Centro de Reabilitação Sagrada Família –
• Serviço de Reabilitação Padre Eustáquio/URS Pe. Eustáquio –
• Orientações sobre cuidados
domiciliares, orientações ao cuidador
e familiares.
• Encaminhamento à ESF/NASF
Usuário é encaminhado a:
1. Avaliação fisioterápica
2. Psicologia
3. Nutrição
4. Serviço Social
5. Reavaliação médica
6. Programa de órteses e próteses
Fazem parte também da rede serviços de fisioterapia privados contratados, além de serviços
públicos e filantrópicos conveniados à SMSA.
Essa rede de serviços presta atendimento em reabilitação nas áreas de Ortopedia, Neurologia,
Reumatologia, Uroginecologia, vascular periférico e respiratório. As três unidades próprias contam
com equipes multidisciplinares que desenvolvem ações de acolhimento dos usuários que buscam
o serviço, para definição de prioridades e tipos de atendimento: assistência individual e coletiva,
concessão de órteses e próteses, orientações e acompanhamento de pessoas com deficiência
106
107
ANEXOS
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
5 Órteses e próteses ortopédicas, cadeiras de rodas e
meios auxiliares de locomoção
5.2 Moradores de municípios pactuados com Belo Horizonte
5.1 Moradores de Belo Horizonte
Inscrição no município de origem
Usuário com CI, comprovante de endereço e guia de solicitação de equipamento
Agendamento de consulta no CREAB Sagrada Família (pela SES)
Rua Bicas, 58 – B. Sagrada Família
Acolhimento / Avaliação / Assistência / Encaminhamento
CREAB Sagrada Família - R. Bicas, 58 - Sagrada Família: Moradores dos Distritos Leste, Nordeste, Venda Nova
Avaliação fisiátrica
CREAB CS/CGR - R. Domingos Vieira, 363 - Santa Efigênia: Moradores do Distrito Centro-Sul, Barreiro, Norte e Pampulha
CREAB No - Serviço de Reabilitação Pe Eustáquio - Rua. Pe Eustáquio, 1951: Moradores do Distrito Noroeste e Oeste
Solicitação de exames
complementares
Avaliação fisiátrica
Solicitação de exames
complementares
Encaminhamento a:
• Fisioterapia
• Nutrição
• Terapia Ocupacional
• Fonoaudiologia
• Psicologia
• Serviço Social
Prescrição do equipamento:
órtese, prótese, meio auxiliar de
locomoção e/ou cadeira de rodas
Encaminhamento a:
• Fisioterapia
• Nutrição
• Terapia Ocupacional
• Fonoaudiologia
• Psicologia
• Serviço Social
Prescrição do equipamento:
órtese, prótese, meio auxiliar de
locomoção e/ou cadeira de rodas
Reavaliação fisiátrica
Confecção do equipamento
(medida, prova)
Entrega do equipamento
Reavaliação fisiátrica
Confecção do equipamento
(medida, prova)
Acompanhamento do usuário e
revisão do equipamento
Entrega do equipamento
Acompanhamento do usuário e
revisão do equipamento
108
109
ANEXOS
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
6 Guia de encaminhamento para reabilitação ortopédica
7 Fluxo dos pacientes ortopédicos para a Central de
Internação e Programa de Atenção Domiciliar (PAD)
Fluxo de atendimento dos pacientes ortopedicos de urgencia
em espera de vaga para internação na central de leito
GUIA DE ENCAMINHAMENTO PARA A REABILITAÇÃO ORTOPÉDICA
Ao Profissional da Reabilitação;
Nome do Usuário:
______________________________________________________________________
Data de nascimento: _____/_____/_____ Sexo: F _____ M ______
Data da fratura: ______/______/______
Diagnóstico: ____________________________________________________________
Classificação: __________________________________________CID:_____________
Mecanismo de trauma: ____Queda ____ Esporte____ Trânsito ____ Outros
Tipo de imobilização ____ Gesso áxilo palmar ____ Luva Gessada _____ Gesso inguino
podálico ____ Bota gessada ____ Outro___________________
Posição: ___ Neutro____ Outro_____________
Tempo de Imobilização: ___ 3 semanas ____4 semanas ___ 6 semanas ____semanas.
Contra-indicação específica na reabilitação:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________.
Solicito avaliação e conduta.
Este documento não é válido se apresentar rasura.
Grato e a disposição.
Belo Horizonte, ______ de _______ de 20______.
______________________
Carimbo e assinatura
CREAB Sagrada Família - R. Bicas, 58 – Sagrada Família:
Moradores dos Distritos Leste, Nordeste, Venda Nova
CREAB No -Serviço de Reabilitação Pe Eustáquio – Rua. Pe Eustáquio, 1951:
Moradores do Distrito Noroeste e Oeste
CREAB CS/CGR – R. Domingos Vieira, 363 - Santa Efigênia:
Moradores do Distrito Centro-Sul ,Barreiro, Norte e Pampulha
O paciente deve levar a guia de encaminhamento, identidade, CPF e
comprovante de endereço
Diagnósticos mais comuns para atendimento: artroplastias, fraturas (em tratamento
conservador ou cirúrgico), politraumatismo, síndrome do impacto, tendinites em geral (com
exceção de tendinite anquiliar), artrose agudizada, artrodese vertebral, hérnia discal e bursite.
NASF- Núcleo de Apoio a Saúde da Família:
O NASF atenderá usuários que preencham os seguintes critérios:
1. Residência em área pertencente ao Distrito correspondente.
2. Apresentação de: Quadro de disfunção crônica sem dor incapacitante OU outros
diagnósticos ortopédicos, caso o usuário esteja restrito ao domicílio ou ao leito devido à
condição clínica.
110
Introdução
A escassez de vagas para cirurgias ortopédicas de urgência é uma das situações enfrentadas
pela rede SUS BH, cujo manejo diário e busca de soluções é compartilhado pelas Gerências de
Urgência e Regulação.
Existem duas situações distintas que são vivenciadas por esses pacientes que possuem AIH
aberta na central de leito. Idealmente, após serem devidamente imobilizados e medicados nas
UPA de referência em ortopedia, esses pacientes são internados dentro do tempo habitual de liberação de vaga (no 1.º semestre de 2011, 95% do pacientes que aguardavam vaga em UPA foram
internados em 72h). Por outro lado, quando há demora em liberação de leito hospitalar, uma alternativa utilizada é a realização de cuidados clínicos em domicílio, sob a supervisão de uma equipe
de saúde da UPA - Programa de Atenção Domiciliar (PAD), que realiza monitoramento telefônico e
visitas domiciliares, com o objetivo de oferecer segurança e conforto aos pacientes que aguardam
internação hospitalar.
Determinados tipos de fratura permitem a abordagem em domicílio com segurança, que são
listadas a seguir (PERFIL TIPO I):
• Fraturas de membros superiores;
• Fraturas do pé, tornozelo e pilão tibial.
São candidatos a internação hospitalar imediata e sempre aguardarão a liberação do leito dentro da UPA os pacientes portadores de (PERFIL TIPO II):
• Fraturas da diáfise da tíbia, patela e fêmur;
• Fraturas de bacia;
• Fraturas de coluna;
• Fraturas múltiplas - politrauma.
O paciente candidato a aguardar internação em seu domicílio deve preencher alguns requisitos básicos, além do tipo de fratura: residir em Belo Horizonte, possuir estrutura sociofamiliar que
permita cuidados básicos com a lesão em domicílio e possibilidade de comunicação eficaz; essa
avaliação deve ser feita pela assistente social da UPA após a autorização médica. Se o paciente
preenche os critérios acima, é feita a sua inclusão no PAD e o paciente passa a receber cuidados
em domicílio sob a supervisão e responsabilidade da UPA.
O PAD é um programa da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, criado em 2002,
atualmente sob a coordenação da Gerência de Urgência (GEUG). Tem como objetivo principal
oferecer assistência em saúde no domicílio aos usuários do SUS/BH que demandam cuidados
de complexidade intermediária entre o Hospital e o Centro de Saúde. Trabalha também em parceria com as Gerências de Regulação e Epidemiologia nas situações em que haja necessidade
de supervisão clínica, como no caso dos pacientes ortopédicos e nas epidemias. Os pacientes
atendidos pelo PAD estão sempre vinculados à UPA, mantendo a responsabilização da Unidade
de Referência e suporte do SAMU.
111
ANEXOS
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
No caso dos pacientes ortopédicos, o PAD do distrito de moradia do paciente realiza monitoramento telefônico diário e visitas domiciliares em algumas situações específicas: presença de
comorbidades, piora ou surgimento de novos sintomas, realização de procedimentos como antibioticoterapia injetável ou realização/orientação de curativos.
Os pacientes são atendidos nas UPA de referência em ortopedia, caso haja indicação o ortopedista emitirá a AIH, que será cadastrada na UPA de referência de moradia do paciente. A assistente social dessa UPA fará o acompanhamento diário da AIH na Central de Internação e informará
ao PAD quando a vaga hospitalar for disponibilizada. Caberá ao PAD do distrito de moradia do
paciente buscar as AIH a serem cadastradas na sua UPA.
Esses pacientes devem retornar, a critério do ortopedista, à UPA de referência em ortopedia,
para reavaliação do profissional que emitiu a AIH. Caso ocorra mudança quanto à indicação cirúrgica, o médico deve comunicar ao paciente, após discutir com a Gerência da UPA.
8 Relação de procedimentos ortopédicos da urgência - CINT
Infecção
0303060263
TRATAMENTO DE PÉ DIABÉTICO COMPLICADO
0303080094
TRATAMENTO DE OUTRAS AFECCOES DA PELE E DO TECIDO SUBCUTÂNEO
0408060093
OSTEOMIELITE - DESCOMPRESSÃO COM ESVAZIAMENTO MEDULAR POR BROCAGEM / VIA
CORTICOTOMIA
0408060557
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE ARTRITE INFECCIOSA (GRANDES E MÉDIAS ARTICULAÇÕES)
0408060565
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE ARTRITE INFECCIOSA DAS PEQUENAS ARTICULAÇÕES
0408060611
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE INFECÇÃO EM ARTROPLASTIA DAS MÉDIAS / PEQUENAS
ARTICULAÇÕES
0408060620
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE INFECÇÃO POS-ARTROPLASTIA (GRANDES ARTICULAÇÕES)
Traumatologia
Fluxo
PROCEDIMENTOS GERAIS
Fluxo de atendimento dos pacientes ortopédicos em aguardo de vaga na central de leito de urgência
Trauma / AIH
Ortopedista
Observação
domiciliar?
Não
Observação
UPA
Sim
Serviço
Social
Condição
social?
Hospital de
referência / Vaga
Aciona
transporte
Não
Retorna à
UPA
Sim
Consulta W
PAD
Reavaliação
Ortopedista
21 dias
Vaga na
central de leito
Domicílio
Comunicação
ao paciente
Serviço
Social UPA
0408020024
AMPUTAÇÃO / DESARTICULAÇÃO DE MEMBROS SUPERIORES
0408020296
REVISÃO CIRÚRGICA DE COTO DE AMPUTAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR (EXCETO MÃO)
0408020504
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO EVOLUTIVA FISÁRIA NO MEMBRO SUPERIOR
0408050012
AMPUTAÇÃO / DESARTICULAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES
0408050020
AMPUTAÇÃO / DESARTICULAÇÃO DE PÉ E TARSO
0408050330
REVISÃO CIRÚRGICA DE COTO DE AMPUTAÇÃO EM MEMBRO INFERIOR (EXCETO DEDOS DO PÉ)
0408050675
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO EVOLUTIVA FISÁRIA NO MEMBRO INFERIOR
0408060026
ALONGAMENTO E/OU TRANSPORTE DE ÓSSEO DOS OSSOS CURTOS OU LONGOS DA MÃO E
DO PÉ
0408060034
ALONGAMENTO E/OU TRANSPORTE ÓSSEO DE OSSOS LONGOS (EXCETO DA MÃO E DO PÉ)
0408060042
AMPUTAÇÃO / DESARTICULAÇÃO DE DEDO
0408060050
ARTRODESE DE PEQUENAS ARTICULAÇÕES
0408060328
RETIRADA DE CORPO ESTRANHO INTRA-ARTICULAR
0408060336
RETIRADA DE CORPO ESTRANHO INTRA-ÓSSEO
0408060344
RETIRADA DE ESPACADORES / OUTROS MATERIAIS
0408060352
RETIRADA DE FIO OU PINO INTRA-ÓSSEO
0408060360
RETIRADA DE FIXADOR EXTERNO
0408060379
RETIRADA DE PLACA E/OU PARAFUSOS
0408060387
RETIRADA DE PRÓTESE DE SUBSTITUIÇÃO DE GRANDES ARTICULAÇÕES (OMBRO /
COTOVELO / QUADRIL / JOELHO)
0408060395
RETIRADA DE PRÓTESE DE SUBSTITUIÇÃO EM PEQUENAS E MÉDIAS ARTICULAÇÕES
0408060409
RETIRADA DE TRAÇÃO TRANS-ESQUELÉTICA
0408060450
TENOMIORRAFIA
0408060514
TRANSPLANTE MÚSCULO-CUTANEO C/ MICRO-ANASTOMOSE NO TRONCO / EXTREMIDADE
0408060530
TRANSPOSIÇÃO / TRANSFERÊNCIA MIOTENDINOSA MÚLTIPLA
0408060549
TRANSPOSIÇÃO / TRANSFERÊNCIA MIOTENDINOSA ÚNICA
0408060590
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA VICIOSAMENTE CONSOLIDADA DOS OSSOS
LONGOS EXCETO DA MÃO E DO PÉ
0415020034
OUTROS PROCEDIMENTOS COM CIRURGIAS SEQUENCIAIS
0415030013
TRATAMENTO CIRÚRGICO EM POLITRAUMATIZADO
MÃO
112
0403020018
ENXERTO MICROCIRÚRGICO DE NERVO PERIFÉRICO (2 OU MAIS NERVOS)
0403020026
ENXERTO MICROCIRÚRGICO DE NERVO PERIFÉRICO (ÚNICO NERVO)
0403020034
MICROCIRURGIA DE PLEXO BRAQUIAL COM EXPLORAÇÃO E NEURÓLISE
113
ANEXOS
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
0403020042
MICROCIRURGIA DE PLEXO BRAQUIAL COM MICROENXERTIA
0403020050
MICRONEURÓLISE DE NERVO PERIFÉRICO
0403020069
0403020077
0408020458
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA-LUXAÇÃO DE GALEAZZI / MONTEGGIA / ESSEXLOPRESTI
MICRONEURORRAFIA
0408020520
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO DOS OSSOS DO CARPO
NEURÓLISE NÃO FUNCIONAL DE NERVOS PERIFÉRICOS
0408020563
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA DO ANTEBRACO
0403020085
NEURORRAFIA
0403020115
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE NEUROPATIA COMPRESSIVA COM OU SEM MICROCIRURGIA
0408020598
0403020123
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE SÍNDROME COMPRESSIVA EM TÚNEL OSTEO-FIBROSO AO
NÍVEL DO CARPO
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE NA REGIAO METAFISO-EPIFISÁRIA DISTAL DO
RADIO E ULNA
0408020601
0403020131
TRATAMENTO MICROCIRÚRGICO DE TUMOR DE NERVO PERIFÉRICO / NEUROMA
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDO-RETARDO / CONSOLIDAÇÃO / PERDA ÓSSEA AO
NÍVEL DO CARPO
0408020121
REALINHAMENTO DE MECANISMO EXTENSOR DOS DEDOS DA MÃO
0408020148
RECONSTRUÇÃO DE POLIA TENDINOSA DE MÃO
0408020210
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA DOS METACARPIANOS
0408020237
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO E METACARPO-FALANGIANA /
METATARSO-FALANGIANA / INTER
0408020059
ARTROPLASTIA DE CABECA DO RADIO
0408020075
ARTROPLASTIA TOTAL DE COTOVELO
0408020130
RECONSTRUÇÃO CÁPSULO-LIGAMENTAR DE COTOVELO PUNHO
0408020156
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DE COTOVELO
0408020229
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO DO COTOVELO
0408020350
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DE EPICONDILO / EPITROCLEA DO
UMERO
0408020369
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DO CONDILO / TROCANTER DO
UMERO / APOFISE CORONARIA
0408020385
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA SUPRA-CONDILIANA DO UMERO
0408020270
REIMPLANTE OU REVASCULARIZAÇÃO AO NÍVEL DA MÃO E OUTROS DEDOS (EXCETO
POLEGAR)
0408020288
REIMPLANTE OU REVASCULARIZAÇÃO DO POLEGAR
0408020342
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DAS FALANGES DA MÃO (COM
FIXAÇÃO)
0408020377
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DOS METACARPIANOS
0408020466
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURAS DOS OSSOS DO CARPO
0408020482
0408020490
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO DA MUSCULATURA INTRÍNSECA DA MÃO PARA SUA
LIBERAÇÃO
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO AGUDA CÁPSULO-LIGAMENTAR DO MEMBRO
SUPERIOR: COTOVELO / PUNHO
0408020547
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO OU FRATURA-LUXAÇÃO DO COTOVELO
0408020580
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE AO NÍVEL DO COTOVELO
0408020512
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO CARPO-METACARPIANA
0408020539
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO METACARPO-FALANGIANA
0408020555
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA DA MÃO
0408020610
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE ROTURA / DESINSERÇÃO / ARRANCAMENTO CÁPSULO-TENOLIGAMENTAR NA MÃO
0408060417
RETRAÇÃO CICATRICIAL DOS DEDOS C/ COMPROMETIMENTO TENDINOSO (POR DEDO)
0408060425
REVISÃO CIRÚRGICA DE COTO DE AMPUTAÇÃO DOS DEDOS
0408060492
TRANSPLANTE DO HÁLUX P/ O POLEGAR
0408060506
TRANSPLANTE DO SEGUNDO PODOTACTÍLIO P/ POLEGAR / QUALQUER OUTRO DEDO DA
MÃO
0408020016
AMPUTAÇÃO / DESARTICULAÇÃO DE MÃO E PUNHO
0408020172
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA NO PUNHO
0408020180
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA / LUXAÇÃO DE MONTEGGIA OU DE GALEAZZI
0408020202
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA DIAFISÁRIA DOS OSSOS DO ANTEBRACO
0408020245
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO OU FRATURA / LUXAÇÃO NO PUNHO
0408020261
REIMPLANTE DO TERCO DISTAL DO ANTEBRACO ATE OS METACARPIANOS
0408020407
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DA EXTREMIDADE / METAFISE DISTAL DOS OSSOS
DO ANTEBRACO
0408020415
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DE EXTREMIDADES / METAFISE PROXIMAL DOS
OSSOS DO ANTEBRACO
0408020423
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DIAFISÁRIA DE AMBOS OS OSSOS DO ANTEBRACO
(C/ SINTESE)
0408020431
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DIAFISÁRIA ÚNICA DO RADIO / DA ULNA
0408020440
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA LESÃO FISÁRIA DOS OSSOS DO ANTEBRACO
PUNHO E ANTEBRAÇO
114
COTOVELO
OMBRO E BRAÇO
0408020571
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA DO UMERO
0408020393
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DA DIAFISE DO UMERO
0408020334
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DA EXTREMIDADE PROXIMAL DO
UMERO
0408020253
REIMPLANTE DO OMBRO ATE O TERCO MEDIO DO ANTEBRACO
0408020199
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA DA DIAFISE DO UMERO
0408020164
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DO EXTREMO PROXIMAL DO UMERO
0408010223
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO DA PSEUDARTROSE DE
CLAVICULA / ESCÁPULA
0408010215
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO RECIDIVANTE / HABITUAL DE ARTICULAÇÃO
ESCAPULO-UMERAL
0408010207
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO ESTERNO-CLAVICULAR
0408010193
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO ESCAPULO-UMERAL AGUDA
0408010185
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO ACROMIO-CLAVICULAR
0408010177
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DO CORPO DE ESCÁPULA
0408010169
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DO COLO E CAVIDADE GLENOIDE DE ESCÁPULA
0408010150
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DA CLAVICULA
0408010142
REPARO DE ROTURA DO MANGUITO ROTADOR (INCLUI PROCEDIMENTOS
DESCOMPRESSIVOS)
0408010134
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO OU FRATURA / LUXAÇÃO ESCAPULO-UMERAL
0408010118
OSTEOTOMIA DA CLAVICULA OU DA ESCÁPULA
0408010088
DESARTICULAÇÃO INTERESCAPULO-TORACICA
0408010070
DESARTICULAÇÃO DA ARTICULAÇÃO ESCAPULO-UMERAL
0408010045
ARTROPLASTIA ESCAPULO-UMERAL PARCIAL
115
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
ANEXOS
COLUNA
116
0408030410
DISCECTOMIA CERVICAL / LOMBAR / LOMBO-SACRA POR VIA POSTERIOR (DOIS OU MAIS
NIVEIS C/ MICROSCOPIO)
0303040238
TRATAMENTO DE FRATURA DA COLUNA VERTEBRAL C/ LESÃO DA MEDULA ESPINHAL
0303090235
TRATAMENTO CONSERVADOR DE LESÃO DA COLUNA TORACO-LOMBO-SACRA C/ ORTESE
0408030429
DISCECTOMIA CERVICAL ANTERIOR (ATE 2 NIVEIS C/ MICROSCOPIO)
0303110031
TRATAMENTO DE ESPINHA BIFIDA
0408030437
DISCECTOMIA CERVICAL POR VIA ANTERIOR (1 NÍVEL)
0408030011
ARTRODESE CERVICAL / CERVICO TORACICA POSTERIOR CINCO NIVEIS - INCLUI
INSTRUMENTAÇÃO
0408030445
DISCECTOMIA CERVICAL POR VIA ANTERIOR (2 OU MAIS NIVEIS)
0408030453
DISCECTOMIA TORACO-LOMBO-SACRA POR VIA ANTERIOR (C/ 2 OU MAIS NIVEIS)
0408030020
ARTRODESE CERVICAL / CERVICO-TORACICA POSTERIOR UM NÍVEL - INCLUI
INSTRUMENTAÇÃO
0408030461
DISCECTOMIA TORACO-LOMBO-SACRA POR VIA ANTERIOR (1 NÍVEL)
0408030470
DRENAGEM CIRÚRGICA DO PSOAS
0408030038
ARTRODESE CERVICAL / CERVICO-TORACICA POSTERIOR DOIS NIVEIS - INCLUI
INSTRUMENTAÇÃO
0408030500
RESSECÇÃO DE 2 OU MAIS CORPOS VERTEBRAIS CERVICAIS (INCLUI RECONSTRUÇÃO)
0408030046
ARTRODESE CERVICAL / CERVICO-TORACICA POSTERIOR SEIS NIVEIS - INCLUI
INSTRUMENTAÇÃO
0408030518
RESSECÇÃO DE 2 OU MAIS CORPOS VERTEBRAIS TORACO-LOMBO-SACROS (INCLUI
RECONSTRUÇÃO)
ARTRODESE CERVICAL / CERVICO-TORACICA POSTERIOR TRES NIVEIS - INCLUI
INSTRUMENTAÇÃO
0408030550
RESSECÇÃO DE UM CORPO VERTEBRAL CERVICAL
0408030054
0408030569
RESSECÇÃO DE UM CORPO VERTEBRAL TORACO-LOMBO-SACRO (INCLUI RECONSTRUÇÃO)
0408030062
ARTRODESE CERVICAL ANTERIOR TRES NIVEIS
0408030577
RETIRADA DE CORPO ESTRANHO DA COLUNA CERVICAL POR VIA ANTERIOR
0408030070
ARTRODESE CERVICAL ANTERIOR DOIS NIVEIS
0408030585
RETIRADA DE CORPO ESTRANHO DA COLUNA CERVICAL POR VIA POSTERIOR
0408030089
ARTRODESE CERVICAL ANTERIOR C1-C2 VIA TRANS-ORAL / EXTRA-ORAL
0408030593
RETIRADA DE CORPO ESTRANHO DA COLUNA TORACO-LOMBO-SACRA POR VIA ANTERIOR
0408030097
ARTRODESE CERVICAL ANTERIOR CINCO NIVEIS
0408030607
RETIRADA DE CORPO ESTRANHO DA COLUNA TORACO-LOMBO-SACRA POR VIA POSTERIOR
0408030100
ARTRODESE CERVICAL ANTERIOR QUATRO NIVEIS
0408030615
0408030119
ARTRODESE CERVICAL ANTERIOR UM NÍVEL
REVISÃO DE ARTRODESE / TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTOSE DA COLUNA
TORACO-LOMBO-SACRA ANTERIOR
0408030127
ARTRODESE CERVICAL POSTERIOR C1-C2
0408030623
0408030135
ARTRODESE INTERSOMATICA VIA POSTERIOR / POSTERO-LATERAL UM NÍVEL
REVISÃO DE ARTRODESE / TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE DA COLUNA
CERVICAL POSTERIOR
0408030143
ARTRODESE INTERSOMATICA VIA POSTERIOR / POSTERO-LATERAL DOIS NIVEIS
0408030631
REVISÃO DE ARTRODESE / TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE DA COLUNA
TORACO-LOMBO-SACRA POSTERIOR
0408030151
ARTRODESE INTERSOMATICA VIA POSTERIOR / POSTERO-LATERAL QUATRO NIVEIS
0408030160
ARTRODESE INTERSOMATICA VIA POSTERIOR / POSTERO-LATERAL TRES NIVEIS
0408030640
REVISÃO DE ARTRODESE TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDOARTORSE DA COLUNA
CERVICAL ANTERIOR
0408030178
ARTRODESE OCCIPTO-CERVICAL (C2) POSTERIOR
0408030704
VERTEBROPLASTIA POR DISPOSITIVO GUIADO EM UM NÍVEL
0408030186
ARTRODESE OCCIPTO-CERVICAL (C3)POSTERIOR
0408030747
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA NIVEL C1 - C2 POR VIA ANTERIOR (OSTEOSSINTESE)
0408030194
ARTRODESE OCCIPTO-CERVICAL (C4)POSTERIOR
0408030780
VERTEBROPLASTIA POR DISPOSITIVO GUIADO DOIS NIVEIS
0408030208
ARTRODESE OCCIPTO-CERVICAL (C5) POSTERIOR
0408030798
VERTEBROPLASTIA POR DISPOSITIVO GUIADO TRES NIVEIS
0408030216
ARTRODESE OCCIPTO-CERVICAL (C6)POSTERIOR
0408030224
ARTRODESE OCCIPTO-CERVICAL (C7) POSTERIOR
0408030917
ARTRODESE CERVICAL / CERVICO TORACICA POSTERIOR QUATRO NIVEIS INCLUI
INSTRUMENTAÇÃO
0408030232
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA ANTERIOR UM NÍVEL - INCLUI INSTRUMENTAÇÃO
0408030240
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA ANTERIOR (DOIS NIVEIS - INCLUI INSTRUMENTÇÃO)
0408030259
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA ANTERIOR, TRES NIVEIS, INCLUI INSTRUMENTAÇÃO
0408030267
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA POSTERIOR (UM NÍVEL - INCLUI INSTRUMENTAÇÃO)
0408030275
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA POSTERIOR (TRES NIVEIS - INCLUI
INSTRUMENTAÇÃO)
0408030283
0408030291
ANEL PELVICO E QUADRIL
0408050233
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA DIAFISÁRIA / LESÃO FISÁRIA PROXIMAL DO FEMUR
0303090197
TRATAMENTO CONSERVADOR DE FRATURA DOS ANEIS PELVICOS
0408040025
ARTRODESE DE GRANDES ARTICULAÇÕES DA SINFISE PUBICA
0408040033
ARTRODESE DE GRANDES ARTICULAÇÕES SACRO-ILIACAS
0408040050
ARTROPLASTIA DE QUADRIL PARCIAL
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA POSTERIOR CINCO NIVEIS, INCLUI INSTRUMENTAÇÃO
0408040068
ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL (CONVERSAO)
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA POSTERIOR, DOIS NIVEIS, INCLUI INSTRUMENTAÇÃO
0408040076
ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL (REVISÃO / RECONSTRUÇÃO)
0408030305
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA POSTERIOR, QUATRO NIVEIS, INCLUI
INSTRUMENTAÇÃO
0408040084
ARTROPLASTIA TOTAL PRIMARIA DO QUADRIL CIMENTADA
0408040092
ARTROPLASTIA TOTAL PRIMARIA DO QUADRIL NÃO CIMENTADA / HIBRIDA
0408030313
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA POSTERIOR, SEIS NIVEIS, INCLUI INSTRUMENTAÇÃO
0408040106
DESARTICULAÇÃO DA COXO-FEMORAL
0408030321
ARTRODESE TORACO-LOMBO-SACRA POSTERIOR, SETE NIVEIS, INCLUI INSTRUMENTAÇÃO
0408040114
DESARTICULAÇÃO INTERILIO-ABDOMINAL
0408030364
DESCOMPRESSÃO ÓSSEA NA JUNÇÃO CRANIO-CERVICAL VIA POSTERIOR
0408040130
EPIFISIODESE FEMORAL PROXIMAL IN SITU
0408030372
DESCOMPRESSÃO ÓSSEA NA JUNÇÃO CRANIO-CERVICAL VIA POSTERIOR C/ AMPLIAÇÃO
DURAL
0408040173
REDUÇÃO INCRUENTA C/ MANIPULAÇÃO DE LUXAÇÃO ESPONTANEA / PROGRESSIVA DO
QUADRIL P/ APLIÇÃO DE DISPOS
0408030380
DISCECTOMIA CERVICAL / LOMBAR / LOMBO-SACRA POR VIA POSTERIOR (1 NÍVEL C/
MICROSCOPIO)
0408040181
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO CONGENITA COXO FEMORAL
0408030399
DISCECTOMIA CERVICAL / LOMBAR / LOMBO-SACRA POR VIA POSTERIOR (UM NÍVEL)
0408040190
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO COXO-FEMORAL TRAUMATICA / POS-ARTROPLASTIA
0408030402
DISCECTOMIA CERVICAL / LOMBAR / LOMBO-SACRA POR VIA POSTERIOR (DOIS NIVEIS)
0408040203
REDUÇÃO INCRUENTA DISJUNÇÃO / LUXAÇÃO / FRATURA / FRATURA-LUXAÇÃO AO NÍVEL DO
ANEL PELVICO
117
ANEXOS
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
0408040220
REVISÃO CIRÚRGICA DE LUXAÇÃO COXO FEMORAL CONGENITA
0408050136
RECONSTRUÇÃO DE TENDAO PATELAR / TENDAO QUADRICIPITAL
0408040246
TRATAMENTO CIRÚRGICO COM AVULSAO DE TUBEROSIDADES / ESPINHAS E CRISTA ILIACA
S/ LESÃO DO ANEL PELVIC
0408050144
RECONSTRUÇÃO LIGAMENTAR DO TORNOZELO
0408050152
RECONSTRUÇÃO LIGAMENTAR EXTRA-ARTICULAR DO JOELHO
0408040254
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE ASSOCIAÇÃO FRATURA / LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO /
DISJUNÇÃO DO ANEL PELVICO
0408050160
RECONSTRUÇÃO LIGAMENTAR INTRA-ARTICULAR DO JOELHO (CRUZADO ANTERIOR)
0408040262
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO / DISJUNÇÃO DO
ANEL PELVICO ANTERO/POSTE
0408050179
RECONSTRUÇÃO LIGAMENTAR INTRA-ARTICULAR DO JOELHO (CRUZADO POSTERIOR C/ OU
S/ ANTERIOR)
0408040270
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO DO COCCIX
0408050837
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA METAFISE DISTAL DO FEMU
0408040289
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LUXAÇÃO COXO-FEMORAL C/ FRATURA DA EPIFISE
FEMORAL
0408050845
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO AO NÍVEL DO
JOELHO
0408040297
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DO ACETABULO
0408040300
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DO SACRO
0408050861
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA DA DIAFISE TIBIAL
0408040319
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA-LUXAÇÃO DA ARTICULAÇÃO COXO-FEMORAL
(DUPLO ACESSO)
0408050870
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO/ PERDA
ÓSSEA DA METAFISE TIBIAL
0408040327
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO COXO-FEMORAL CONGENITA
0408040335
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO COXO-FEMORAL TRAUMATICA / POS-ARTROPLASTIA
0408050888
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE ROTURA DE MENISCO COM SUTURA MENISCAL UNI /
BICOMPATIMENTAL
0408040343
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO ESPONTANEA / PROGRESSIVA / PARALITICA DO
QUADRIL
0408050896
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE ROTURA DO MENISCO COM MENISCECTOMIA PARCIAL / TOTAL
0408050519
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DA DIAFISE DO FEMUR
0408050926
TRATAMENTO DAS LESOES OSTEO-CONDRAIS POR FIXAÇÃO OU MOSAICOPLASTIA JOELHO/
TORNOZELO
0408050616
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA SUBTROCANTERIANA
0408050624
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA SUPRACONDILEANA DO FEMUR (METAFISE DISTAL)
0408050632
0408050284
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO OU FRATURA / LUXAÇÃO SUBTALAR E INTRATARSICA
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA TRANSTROCANTERIANA
0408050292
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO OU FRATURA / LUXAÇÃO TARSO-METATARSICA
0408050799
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA DA DIAFISE DO FEMUR
0408060638
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO METATARSO INTERFALANGEANA
0408050802
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA DA REGIAO TROCANTERIANA
0408050195
REDUÇÃO INCRUENTA DA LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO METATARSO-FALANGIANA /
INTERFALANGIANA DO PÉ
0408050810
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA DO COLO DO FEMUR
0408050209
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DOS METATARSIANOS
0408050217
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA / LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO DO TORNOZELO
0408050225
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA DIAFISÁRIA / LESÃO FISÁRIA DISTAL DA TIBIA C/ OU S/
FRATURA DA FIBULA
JOELHO E PERNA
118
TORNOZELO E PE
0408050683
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO AO NÍVEL DO JOELHO
0408050420
TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS DESINSERCOES DAS ESPINHAS INTERCONDILARES /
EPICONDILARES
0408050241
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA DOS OSSOS DO TARSO
0408050365
TALECTOMIA
0408050306
REIMPLANTE AO NÍVEL DA COXA ATE O TERCO PROXIMAL DA PERNA
0408050454
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DE OSSOS DO MEDIO-PÉ
0408050314
REIMPLANTE DO TERCO MEDIO DA PERNA ATE O PÉ
0408050462
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DOS METATARSIANOS
0408050268
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO DO JOELHO
0408050470
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA DOS PODODACTILOS
0408050276
REDUÇÃO INCRUENTA DE LUXAÇÃO FEMURO-PATELAR
0408050250
REDUÇÃO INCRUENTA DE FRATURA OU LESÃO FISÁRIA DO JOELHO
0408050489
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA / LESÃO FISÁRIA PROXIMAL (COLO) DO FEMUR
(SINTESE)
0408050055
ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO - REVISÃO / RECONSTRUÇÃO
0408050535
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DO CALCANEO
0408050063
ARTROPLASTIA TOTAL PRIMARIA DO JOELHO
0408050543
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DO PILAO TIBIAL
0408050039
ARTRODESE DE MÉDIAS / GRANDES ARTICULAÇÕES DE MEMBRO INFERIOR
0408050608
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA LESÃO FISÁRIA DISTAL DE TIBIA
0408050551
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DO PLANALTO TIBIAL
0408050560
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DO TALUS
0408050500
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DA DIAFISE DA TIBIA
0408050578
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DO TORNOZELO UNIMALEOLAR
0408050527
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA DA PATELA POR FIXAÇÃO INTERNA (PATELECTOMIA)
0408050497
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA BIMALEOLAR / TRIMALEOLAR / DA FRATURALUXAÇÃO DO TORNOZELO
0408050586
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA INTERCONDILEANA / DOS CONDILOS DO FEMUR
0408050594
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURA LESÃO FISÁRIA AO NÍVEL DO JOELHO
0408050691
0408050101
PATELECTOMIA TOTAL OU PARCIAL
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO METATARSO-FALANGIANA /
INTER-FALANGIANA
0408050110
QUADRICEPSPLASTIA
0408050705
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO SUBTALAR E INTRA-TARSICA
0408050128
REALINHAMENTO DO MECANISMO EXTENSOR DO JOELHO
0408050713
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LUXAÇÃO / FRATURA-LUXAÇÃO TARSO-METATARSICA
0408050667
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO AGUDA CÁPSULO-LIGAMENTAR MEMBRO INFERIOR
(JOELHO / TORNOZELO)
0408050780
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA AO NÍVEL DO TARSO
119
ANEXOS
Protocolos de Atendimento da Ortopedia e Traumatologia Urgência SUS-PBH
0408050829
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PSEUDARTROSE / RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO / PERDA
ÓSSEA DO PÉ
ONCOLOGIA
0201010127
BIOPSIA DE CORPO VERTEBRAL A CEU ABERTO
0201010135
BIOPSIA DE CORPO VERTEBRAL LAMINA E PEDICULO VERTEBRAL (POR DISPOSITIVO
GUIADO)
0201010267
BIOPSIA DE LESÃO DE PARTES MOLES (POR AGULHA / CEU ABERTO)
0201010275
BIOPSIA DE MEDULA ÓSSEA
0201010305
BIOPSIA DE OSSO / CARTILAGEM DA CINTURA ESCAPULAR (POR AGULHA / CEU ABERTO)
0201010313
BIOPSIA DE OSSO / CARTILAGEM DA CINTURA PELVICA (POR AGULHA / CEU ABERTO)
0201010321
BIOPSIA DE OSSO / CARTILAGEM DE MEMBRO INFERIOR (POR AGULHA / CEU ABERTO)
0201010330
BIOPSIA DE OSSO / CARTILAGEM DE MEMBRO SUPERIOR (POR AGULHA / CEU ABERTO)
0201010577
BIOPSIAS MÚLTIPLAS P/ ESTADIAMENTO
0408060204
REINSERÇÃO MUSCULAR
0408060239
RESSECÇÃO DE TUMOR E RECONSTRUÇÃO C/ RETALHO MICROCIRÚRGICO
0408060247
RESSECÇÃO DE TUMOR E RECONSTRUÇÃO C/ RETALHO NÃO MICROCIRÚRGICO (EXCETO
MÃO E PÉ)
0408060255
RESSECÇÃO DE TUMOR E RECONSTRUÇÃO C/ TRANSPORTE ÓSSEO
0408060263
RESSECÇÃO DE TUMOR ÓSSEO C/ SUBSTITUIÇÃO (ENDOPRÓTESE)
0408060271
RESSECÇÃO DE TUMOR ÓSSEO E RECONSTRUÇÃO C/ ENXERTO
0408060280
RESSECÇÃO DE TUMOR ÓSSEO E RECONSTRUÇÃO C/ RETALHO NÃO MICROCIRÚRGICO
(APENAS MÃO E PÉ)
0408060310
RESSECÇÃO SIMPLES DE TUMOR ÓSSEO / DE PARTES MOLES
0416080081
RECONSTRUÇÃO C/ RETALHO MIOCUTÂNEO (QUALQUER PARTE) EMONCOLOGIA
0416080090
RECONSTRUÇÃO POR MICROCIRURGIA (QUALQUER PARTE) EM ONCOLOGIA
0416080103
RESSECÇÃO AMPLIADA DE TUMORES DE PARTES MOLES EM ONCOLOGIA
0416090010
AMPUTAÇÃO / DESARTICULAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES EM ONCOLOGIA
0416090028
AMPUTAÇÃO / DESARTICULAÇÃO DE MEMBROS SUPERIORES EM ONCOLOGIA
0416090036
DESARTICULAÇÃO INTER-ILIO-ABDOMINAL (HEMIPELVECTOMIA) EM ONCOLOGIA
0416090044
DESARTICULAÇÃO INTERESCAPULO-MAMO-TORACICA EM ONCOLOGIA
0416090052
DESARTICULAÇÃO INTERESCAPULO-TORACICA EM ONCOLOGIA
0416090060
RESSECÇÃO DE PARTES MOLES DAS EXTREMIDADES C/ RECONSTRUÇÃO EM ONCOLOGIA
0416090079
RESSECÇÃO DE TUMOR DA PELVIS (POR ENDOPELVECTOMIA) EM ONCOLOGIA
0416090087
RESSECÇÃO DE TUMOR E RECONSTRUÇÃO C/ ENXERTO EM ONCOLOGIA
0416090109
RESSECÇÃO DE TUMOR ÓSSEO C/ SUBSTITUIÇÃO (ENDOPRÓTESE) EM ONCOLOGIA
0403030080
MICROCIRURGIA DE TUMOR INTRADURAL E EXTRAMEDULAR
0403030099
MICROCIRURGIA DE TUMOR MEDULAR COM TÉCNICA COMPLEMENTAR
0403030102
MICROCIRURGIA DE TUMOR MEDULAR
REABILITAÇÃO
120
0303130075
TRATAMENTO DE PACIENTE SOB CUIDADOS PROLONGADOS POR ENFERMIDADES
OSTEOMUSCULARES E DO TECIDO CONJUNT
0303190019
TRATAMENTO EM REABILITAÇÃO
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