DESCRIÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS: Um estudo de caso com o

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ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÁS - AECG
FACULDADE PADRÃO DE GOIÂNIA
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
DESCRIÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS:
Um estudo de caso com o Hiper Moreira Goiânia - Go1
Lucilene Lopes Veríssimo*
RESUMO
A descrição de cargos e salários é essencial para garantir a eficiência de outros sistemas da
gestão de pessoas como recrutamento, seleção, remuneração e eficiência na execução das
tarefas e adequação do trabalhador ao cargo. Neste contexto, o objetivo deste estudo é mostrar
a importância do plano de cargos e salários no Supermercado Hiper Moreira. Para isso
utilizou-se de três metodologias de pesquisa sendo a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de
campo e a pesquisa documental. Por meio da pesquisa bibliográfica foi traçado um breve
histórico sobre o planejamento de cargos e salários, apresentou-se os processos de gestão de
pessoas e os critérios necessários para se elaborar a descrição e a análise de cargos e salários.
Através da pesquisa de campo e documental sobre a Hiper Moreira alguns pontos de atenção
foram detectados dentre os quais se pode citar: conflitos de ordens, alto nível de esforço
mental, equidade salarial, falha na definição das competências e técnica documental para
descrição de cargos insuficiente. Para todos os problemas detectados a correta definição de
cargos e salários pode trazer impactos positivos porque delimita o que deve ser feito, quando,
como, por quem e por que.
Palavras Chave: Descrição. Cargos. Salários. Hiper Moreira.
INTRODUÇÃO
Dentro de uma organização, a descrição de cargos e salários se traduz em um fator
crucial para uma boa gestão dos recursos humanos. É por meio desta descrição que o
recrutamento, a seleção, o treinamento, a remuneração, a ascensão e mesmo o desligamento
do funcionário encontra parâmetros que norteiam suas ações e apoiam a organização a
atingirem seus objetivos.
Quando a descrição de cargos e salários é bem elaborada torna-se um instrumento que
permite uma melhor administração das pessoas nas contratações, nas movimentações
horizontais e verticais, na retenção de talentos, e na adoção de politicas salariais eficazes e
justas, que permitem a ascensão profissional de acordo com as aptidões e desempenho de cada
colaborador.
1
Artigo apresentado como requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Administração pela Faculdade
Padrão, sob a orientação do professor Esp. Eder Luz Xavier dos Santos conforme folha de aprovação em anexo.
* Graduanda em Administração pela Faculdade Padrão, funcionário do Departamento de Recursos Humanos do
Hiper Moreira. E-mail: [email protected]
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Em análise situacional à empresa Hiper Moreira - Goiânia constatou-se a existência de
problemas e prejuízos advindos da falta de uma descrição de cargos e salários com melhores
definições. Dente os indícios observados pode-se mencionar os altos níveis de insatisfação
salarial, a atribuição de funções incompatíveis com o cargo ocupado e o conflito de funções.
Diante deste cenário emerge a questão problema que este estudo busca responder: De
que forma a definição de cargos e salários pode contribuir para reduzir os problemas e erros
de adequação entre colaborador, função e salário?
A hipótese levantada é a de que uma boa definição de cargos e salários pode auxiliar
no processo de recrutamento e seleção, no correto enquadramento funcional e na equidade
salarial.
O objetivo deste estudo é mostrar a importância do plano de cargos e salários no
Supermercado Hiper Moreira. Para alcançar este objetivo foram estabelecidos os seguintes
objetivos específicos: conceituaram-se as políticas de cargos e salários; destacou-se a relação
entre uma política de cargos e salários efetiva e seus reflexos sobre os serviços prestados e
demonstrou-se a importância do supermercado Hiper Moreira e de qualquer outra empresa
investir em uma boa definição de cargos e salários.
Este estudo apresenta grande relevância econômica, social e acadêmica. Econômica
porque por meio de seus conhecimentos apresenta orientações que vão de encontro à solução
para os problemas encontrados na Gestão de Recursos Humanos do Hiper Moreira indicando
possíveis melhorias. Tais melhorias resultam em atuações capazes de prevenir gastos
desnecessários com processos trabalhistas, demissões ou contratações indevidas. Social
porque por meio de uma correta definição de cargos e salários os funcionários conseguem ter
maior clareza do que a empresa espera deles e podem, também, investir em seu próprio
desenvolvimento contribuindo para alcançar tanto os objetivos empresariais quanto os
objetivos pessoais. E acadêmica porque permite que conhecimentos teóricos adquiridos
durante o Curso de Administração possam ser aplicados em uma situação real. Tal fator é
propulsor de um aprendizado mais efetivo capaz de se refletir na vivência pratica das
atribuições de um Administrador.
Para desenvolver este estudo foram utilizadas três metodologias de pesquisa sendo
uma pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e pesquisa documental. Para uma melhor
organização deste estudo, foram criadas três seções. A primeira seção apresentou os
resultados da pesquisa bibliográfica. A segunda, os resultados da pesquisa de campo e a
terceira apresentou a proposta de melhoria integrando as teorias da pesquisa bibliográfica e os
resultados obtidos em campo.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Contexto histórico do planejamento de cargos e salários
Historicamente falando a atenção dispensada ao planejamento de cargos e de salários
passou por intenso processo evolutivo transpondo-se de uma época em que não existia
nenhum tipo de preocupação com o tema até os dias atuais em que é um fator essencial para o
sucesso empresarial.
Uma das primeiras relações trabalhistas de que se tem notícia foi a escravidão,
conforme relatos de Tanre (2004, p. 6) “a escravidão foi uma das mais antigas formas de
emprego estruturado, [...] os escravos não tinham qualquer incentivo para esforçar-se mais e
sua maior realização era evitar o chicote”. Logo após veio a escravidão que “continuava sendo
uma forma opressora de trabalho, pois os servos eram forçados a trabalhar por terras”, mas se
comparado a escravidão eles tinham uma condição melhor, pois “seu rendimento estava
ligado à produtividade, o que representou uma das primeiras formas de incentivo”.
Evidentemente, neste período histórico não existia sequer respeito aos direitos
humanos, quanto menos preocupação com condições de trabalho, benefícios ou motivação.
Ainda assim, a transição entre escravidão e servidão representou um sensível passo, pois
começou a considerar a produtividade ao invés do acoite.
Para livrarem-se da opressão dos senhores feudais muitos servos começaram a fugir
das fazendas e unirem-se formando as corporações de ofício, pois, mesmo não dispondo de
muitos recursos financeiros detinham o conhecimento sobre o trabalho, conforme se pode
observar nas palavras de Martins (2001, p. 34) acerca das Corporações de Ofício:
“estas surgiram com a decadência da servidão que se iniciou quando servos de
diversos lugares começaram a fugir da opressão feudal e migrar para as cidades.
Graças as suas habilidades os servos começaram a unir-se e produzir produtos
manufaturados”.
Desta fase trabalhista originaram-se associações de trabalhadores e artesãos que se
uniram para fabricação de produtos manufaturados, mas, ainda não existia um planejamento
estruturado de funções, atribuições ou salários, apenas maior liberdade para os trabalhadores.
Com a invenção da máquina à vapor, a associação de trabalhadores e artesãos é
substituída pela Era Industrial. Foi neste período que as primeiras ações estruturadas e
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sistemas de remuneração começam a surgir. Nesta época grandes nomes da Administração se
destacam como Frederick Taylor, considerado por muitos como sendo o pai da Administração
e neste período a Administração Científica baseou-se no “conceito de homo economicus, isto
é, do homem econômico, a pessoa motivada por recompensas salariais” (CHIAVENATO,
2008, p. 206). O conceito diz que toda pessoa é influenciada exclusivamente por recompensas
salariais e econômicas.
Neste período histórico, Taylor faz às primeiras estruturações, com bases científicas,
aos sistemas de remuneração. Entretanto, o pensamento da época era o de que a motivação de
um operário baseava-se unicamente no recebimento de salários elevados, desconsiderando
outros fatores. Para o pensamento da época um homem seria capaz de dar o máximo de sua
capacidade física de trabalho em troca de bons retornos financeiros. O salário era o ponto
motivador focal e estava, portanto diretamente ligado ao nível de produção do trabalhador.
Além do foco de recompensa estar exclusivamente voltado a remunerações salariais
pode-se destacar que a forma de organização do trabalho era marcada pelo excesso de divisão
e especialização do trabalho. Essa característica fazia com que o trabalho se tornasse muito
simples e repetitivo traduzindo-se em um trabalho monótono, repetitivo e intelectualmente
limitador (FERREIRA, 2002).
Neste período os operários eram tratados como máquinas utilizadas para a produção,
sem qualquer poder de decisão ou autonomia. Sua visão da organizacional voltava-se apenas a
execução de sua tarefa sem possibilidade de adoção de uma visão macro que permitisse a
compreensão do funcionamento organizacional como um todo e sem oportunidade de
desenvolvimento intelectual.
Um novo momento histórico tem início com o período denominado ‘Segunda Era
Industrial’. Nesta época a máquina a vapor foi substituída por eletricidade, o ferro foi
transformado em aço, o motor de combustão interna passou a utilizar petróleo e iniciou-se o
desenvolvimento de automóveis e aviões. Neste período se destaca Henry Ford propulsor do
fordismo que se destacou por estruturar uma forma de organização do trabalho
estandardizada, ou seja, padronizada. No modelo proposto por Ford o trabalho era disposto ao
redor de uma esteira em formato de T onde cada funcionário executava uma tarefa e o
resultado desta era repassado para o próximo funcionário. Neste novo sistema a produção
atingiu resultados sem precedentes e o que antes era produzido em 728 horas passou a ser
feito em 93 minutos. Tal método, porém, manteve o excesso de especialização e a monotonia
das funções, forma esta similar a organização do trabalho proposta por Frederick Taylor
(ALCOFORADO, 2006).
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No final da década de 1920, novas correntes teóricas se contrapõem a forma de
organização de trabalho taylorista/fordista, isso acontece por causa da forma monótona e
rotineira da organização do trabalho, em que o trabalhador era obrigado a repetir por
exaustivas vezes durante dia a mesma tarefa de forma mecanizada e enfadonha o que fez
aumentar os índices de produção, mas também a rotatividade, o número de faltas ao trabalho,
e o índice de abandono de emprego. Neste período começa a se entender que existem outros
fatores importantes durante o planejamento de cargos e salários que vão além da remuneração
material. E que a forma como as tarefas são distribuídas impacta na produtividade. Assim, dáse início a uma nova fase que passa a considerar fatores como motivação, relacionamentos
interpessoais, liderança, bem estar, autoestima, qualidade do ambiente de trabalho e outros
fatores psicológicos.
Surge assim a Teoria das Relações Humanas com sua nova concepção que concebe o
homem como sendo um ser social, motivado por necessidades humanas, influenciado pelo
estilo de supervisão ou liderança, e sujeitos as normas regulamentadoras que emergem dos
grupos sociais. Deste contexto surgiram, diversas teorias que estudavam o comportamento
humano, como a Teoria da hierarquia das necessidades de Maslow, a Teoria dos dois fatores
de Herzberg, a Teoria X e a Teoria Y de McGregor, a Teoria das Decisões de Herbert Simon,
entre outras (CHIAVENATO, 2008).
Atualmente, nova evolução tecnológica emerge com a invenção do computador, dos
modernos meios de comunicação e transportes provocando o surgimento da então
denominada Era da informação. Neste novo contexto histórico novas mudanças e tendências
afetam também o âmbito social, cultural, econômico e organizacional.
E, em se tratando do âmbito organizacional, se pode observar que atualmente a
individualidade se transforma em trabalho de equipe, as tarefas passam de muito simples para
trabalhos multidimensionais, as pessoas passam de controlados para autorizados, e o estímulo,
a iniciativa e o empreendedorismo ganham força. Os critérios de promoção mudam do
desempenho para a habilidade e o enfoque das medidas de desempenho e da remuneração se
transformam da atividade para os resultados, levando à remuneração flexível através da
participação nos resultados alcançados (FERREIRA, 2002).
Neste novo contexto as pessoas querem ser notadas por seu potencial intelectual,
querem ter poder de decisão, e querem ser vistas como parceiras da organização ajudando-as a
crescer e crescendo junto com elas.
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1.2 Processos de gestão e os subsistemas de Recursos Humanos
Atualmente, independente do ramo de atuação, do tamanho e da estrutura de uma
organização a atenção e o cuidado com a área dos Recursos Humanos é fator relevante para o
sucesso da empresarial, visto ser esta uma área que apoia a empresa a alcançar seus objetivos.
Em muitos casos, a boa gestão dos Recursos Humanos implica na geração de um diferencial
competitivo, pois as ações desenvolvidas impactam diretamente nas estratégias empresariais.
Existe uma confusão comum entre a área de Recursos Humanos e o Departamento de
Pessoal e neste sentido apresenta-se a seguinte distinção:
[...] apesar de trabalharem em conjunto, cada uma dessas duas áreas/departamentos
desenvolve atividades distintas [...] o Departamento Pessoal é responsável por
funções mais burocráticas [...] Já a área de Recursos Humanos é responsável pela
Gestão de Pessoas (CAXITO, 2008, p. 8).
Enquanto que o Departamento Pessoal tem uma natureza mais burocrática como
preenchimento de cadastros, efetuação de cálculos ligados aos vínculos trabalhistas como
cálculos de férias, 13º salário, rescisão de contrato, contratações, demissões, concessão de
benefícios a área de Recursos Humanos é mais voltada a, captar, socializar, treinar, motivar e
desenvolver pessoas. A figura a seguir apresenta uma estrutura que mostra os principais
processos envolvidos na área de Recursos Humanos e, portanto, de Gestão de Pessoas.
Gestão de Pessoas
Processos de
agregar pessoas
Processo de
aplicar pessoas
Processo de
recompensar
pessoas
Processo de
desenvolver
pessoas
Processos de
manter pessoas
Processos de
monitorar
pessoas
Recrutamento
Seleção
Modelagem do
Trabalho
Avaliação de
desempenho
Remuneração
Benefícios
Incentivos
Treinamento
Desenvolvimento
Aprendizagem
Gestão do
Conhecimento
Higiene,
Segurança e
QVT,
Relações com
sindicatos
Banco de
dados
Sistemas de
informação
gerenciais
Figura 1 - Processos da Gestão de Pessoas
Fonte: Chiavenato (2008, p.15).
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A seguir serão abordados cada um dos processos de forma sintetizada. Para os
objetivos deste estudo a ênfase será dada os processos de aplicar pessoas, processo de
recompensar pessoas e processo de desenvolver pessoas.
1.2.1
Processos de agregar pessoas
Os processos de agregar pessoas compreendem as atividades da Gestão de pessoas
que visam atrair novos funcionários para a organização, selecionar dentre os candidatos
àqueles que possuem o perfil mais adequado para ocupar o cargo que a empresa necessita e
contratá-lo para trabalhar na organização.
Dois importantes subsistemas deste processo são os de recrutamento e seleção.
Segundo Schermerhorn (2007, p.102) “recrutamento é o processo responsável por atrair o
maior número possível de pessoas qualificadas a se candidatar a um determinado cargo”.
É nesta etapa que se faz a divulgação da vaga ou cargo a fim que tornar pública a
pretensão de contratação. Existem diversas formas utilizadas para fazer o recrutamento. Elas
podem ser por meio de anúncios, classificados de empregos, sites de emprego, por meio de
cartaz afixado na própria empresa, por meio de agencias de emprego, dentro outros.
Segundo Ratto (2008) o recrutamento pode ser interno ou externo. No interno, as
vagas abertas são oferecidas aos funcionários que já trabalham na empresa, para que estes
possam se candidatar à seleção, já o externo pode ser feito por diversos meios, a começar por
indicações dos próprios funcionários ou conhecidos do ramo, currículos enviados para a
empresa, uso do serviço de agências de emprego ou mesmo dos tradicionais anúncios
publicados na imprensa ou disponibilizados na própria loja.
Ambas as possibilidades de recrutamento apontadas pelo autor apresentam suas
vantagens. No caso do recrutamento interno a utilização de um profissional familiarizado com
a companhia diminui o tempo de treinamento e pode ser um fator de motivação abrindo
possibilidade de promoção e a perspectiva e carreira. No caso do recrutamento externo existe
a possibilidade de contratar profissionais de fora com ideias inovadoras propiciando
diversificação e novas experiências
Em se tratando da seleção Pontelo e Cruz (2006, p. 25) afirmam que “a seleção tem
por finalidade escolher o candidato certo para um cargo específico, dessa forma será possível
otimizar os recursos usados na organização”.
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A etapa de seleção deve ser criteriosa, pois deve possuir mecanismos eficazes que
possibilitem selecionar o candidato com o perfil mais adequado ao cargo. Tal adequação
candidato/cargo é benéfica para ambas às partes da relação de emprego, visto que, do lado da
empresa uma boa contratação evita futuros problemas com demissões ou inaptidão ao cargo e
para o trabalhador, que se vê bem adaptado a função que irá exercer.
1.2.2
Processos de aplicar pessoas
Os processos de aplicar pessoas são àqueles que visam integrar os novos
funcionários ao ambiente e cultura da organização. Tais processos envolvem diversas
atividades como programas de integração, orientação, acompanhamento do desempenho,
apresentação da empresa ao novo contratado, apresentação do novo contratado a equipe,
definição das atividades que deverão ser executadas, dentre outras.
Dentre os subsistemas deste processo estão “o desenho organizacional, o desenho de
cargos, a análise e descrição de cargos, orientação das pessoas, e a avaliação de desempenho”
(CHIAVENATO, 2008, p. 15). Ainda o autor explica que o desenho organizacional se refere
a escolha de uma estrutura organizacional que seja mais estratégica para que a empresa
consiga atingir seus objetivos e estes podem variar entre dois extremos tendo de um lado os
desenhos mecanísticos e de outro os desenhos orgânicos.
Desenho Mecanístico






Desenho Orgânico
 Interdependência de esforços
 Cargos mutáveis, provisórios e autodefendidos
 Interações intensivas entre as pessoas
 Capacidade expandida entre as pessoas
 Capacidade expandida de processar a informação
 Ideal para tarefas únicas, mutáveis e complexas
 Adequado para maior inovação e criatividade
Figura1 - Propriedades dos desenhos mecanísticos e orgânicos.
Fonte: CHIAVENATO, 2004.
Coordenação centralizada no topo
Cargos rígidos, estáveis e definitivos
Interação padronizada através de cargos
Capacidade limitada de processar informação
Ideal para tarefas simples, rotineiras e repetitivas
Adequado para maior eficiência da produção
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À depender o tipo de organização uma forma ou outra é escolhida. Em organizações
burocráticas a autoridade aparece centrada no topo, existem muitas regras e processos,
excesso de divisão do trabalho, pouca flexibilidade e agilidade para funcionar em ambientes
dinâmicos e mutáveis. Os desenhos orgânicos apresenta uma autoridade descentralizada,
poucas regras e processos e divisão do trabalho, poucas características burocráticas e com
culturas que incentivam a participação das pessoas (CHIAVENATO, 2004).
Observa-se desta forma que o desenho organizacional visa estabelecer a forma
hierárquica de autoridade e de comunicação que será utilizada pela organização e as
interdependências entre estas. Tal escolha influencia diretamente no perfil dos cargos.
Outro subsistema que serve de suporte para a aplicação das pessoas é o desenho de
cargos que é construído para determinar como os cargos deveram funcionar de forma
individual ou combinada.
De acordo com definição de Chiavenato (2008, p. 2002):
“O desenho de cargo é a especificação do conteúdo, dos métodos de trabalho e das
relações com os demais cargos, no sentido de satisfazer os requisitos tecnológicos,
organizacionais e sociais, bem como os requisitos pessoais do seu ocupante. No
fundo, o desenho de cargos representa o modo pelo qual os administradores
projetam os cargos individuais e os combinam em unidades, departamentos e
organizações”.
Para uma melhor compreenção de como o desenho de cargo se estabelece serão
apresentados três distintas abordagens de desenho de cargos sendo: a clássica, a humanística e
a contingencial.
No modelo clássico o desenho de cargos mantêm o foco na simplificação e
fragmentação da tarefa; o modelo humanístico tem o trabalhador como um homem social e
considera as implicações advindas das relações humanas e o modelo contingencial baseia-se
nas características da tarefa para que tenha atributos que as deixem interessantes
(CHIAVENATO, 2008).
Assim se um modelo de desenho de cargos for clássico determinará que os cargos
possuam tarefas simples sendo parte de um processo maior, com isso, não será necessário
muito investimento em treinamento, as tarefas poderão ser rapidamente executadas, o nível de
controle é fácil e alto a remuneração pode pautar-se na produção, mas, em contra partida as
tarefas podem produzir desmotivação, monotonia e tédio o que resulta em alta rotatividade,
abstinência e desmotivação.
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Se o desenho de cargos for de abordagem humanística os cargos possuirão tarefas
que considerem a interatividade entre os cargos, o clima ambiental, a motivação, o estilo de
liderança, as condições em que o trabalho é executado deixando em segundo plano o conteúdo
do cargo. Esta abordagem considera importantes fatores da natureza humana e isto é benéfico
ao trabalho, porém seu controle é menor, existem inúmeras variáveis a considerar, e os gastos
com treinamento aumentam.
A mais atual das três abordagens de desenho de cargos é a contingencial, também
denominada como sendo modelo de Recursos Humanos. Esta abordagem mantém o foco nos
atributos da tarefa.
Segundo Franco (2012) o desenho de cargos baseado nesta abordagem baseia-se em
cinco dimensões, sendo: variedade do trabalho, autonomia, identidade, retroação e relação
com os outros. A figura a seguir mostra o que cada uma das dimensões indica.
Variedade do trabalho
Autonomina
Trabalho
Identidade
variado,
Trabalho
diferente e
novador
independente.
Trabalho
O ocupante
decide como Integral,
significatico,
fazer
noção de
conjunto.
Retroação
Informação
clara sobre o
desempenho
(feedback)
Integração
Dimensões do
modelo
contingencial
de desenho de
cargos
Oportunidade
de contato e
amizades
Figura 2 - Dimensões do modelo contingencial
Fonte: Adaptado de Franco (2012).
Outro subsistema dentro do processo de aplicar pessoas é a análise e a descrição de
cargos. Por meio do referido subsistema é possível reunir informações que ajudam a
compreender as atividades de um cargo necessárias num processo de trabalho, define o cargo
e seus inter-relacionamentos. Algumas especificações inerentes a descrição dos cargos são
apresentadas a seguir:
A especificação normalmente é composta por características, tais como educação,
experiência, conhecimento técnico, aptidões e habilidades físicas. Além de ser
importante em outros aspectos, a análise do cargo é necessária para cumprir os
vários requisitos legais que exigem que o esquema de seleção seja um previsor útil
do desempenho (SCHERMERHORN, 2007, p.102)
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A análise e descrição de cargos elencam quais são os deveres e as responsabilidades
do cargo, também os equipamentos, ferramentas e materiais que devem ser utilizados. São
especificadas as condições de trabalho, os riscos, a supervisão, os padrões de desempenho e a
relação com outros cargos e tais informações podem ser utilizadas para avaliações,
treinamentos, desenvolvimento de carreira e outros aspectos do Recursos Humanos.
A movimentação interna que compreende as transferências, remoções, alocações, e a
avaliação de desempenho também são itens do processo de aplicado as pessoas. A ênfase
deste estudo, entretanto, abrangerá itens que se relacionem com o planejamento e
desenvolvimento de cargos e salários.
1.2.3
Processos de recompensar pessoas
Os processos de recompensar pessoas são utilizados para incentivar as pessoas e
satisfazer suas necessidades individuais. Este tipo de processo abrange recompensas,
remunerações e benefícios (RIBAS e SALIM, 2013). Neste contexto vale conceituar alguns
termos amplamente utilizados, como: remuneração, salários, benefícios, incentivo salarial.
De acordo com Megginson (1998) remuneração, é a contrapartida recebida por
serviços prestados; salário, é a remuneração monetária que se recebe trabalhando para
alguém; benefícios, são vantagens a que se tem direito pelo fato de ser empregado e incentivo
salarial, são os ganhos dos empregados diretamente relacionados com a quantidade que
produzem ou vendem acima de um padrão predeterminado.
Pode-se observar que existem diversas formas de recompensar as pessoas, e a
remuneração abrange um mix composto por salário, incentivos salariais, horas, extras e
benefícios, etc.; o salário compreende o valor recebido em valores monetários, assim não
abrangem, por exemplo, os benefícios,; benefícios são vantagens recebidas como: plano de
saúde, plano odontológico, etc.; e incentivo salarial são todas as bonificações recebidos por
produtividade como cumprimento de metas, produção superior ao indicado, etc.
No âmbito empresarial o sistema de recompensa deve ser utilizado de forma
estratégica e justa ou pode tornar-se um fator contraproducente e desmotivador. Se, por
exemplo, um funcionário exercer determinada função e receber menos que outro que também
exerça a mesma função mesmo recebendo um bom salário sentirá que há injustiça e falta de
equidade. Esse é um dos principais desafios da administração de cargos e salários e a
equidade pode ser interna ou externa.
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O equilíbrio interno ocorre quando há uma justa e correta avaliação dos cargos, já
que os funcionários normalmente fazem comparações é julgam se o salário dos
colaboradores em igualdade de funções recebem valores equivalentes. Em grande
parte das vezes a insatisfação relativa ao salário advém valores desproporcionais de
remunerações a funções equivalentes (PONTES, 2011, p.23).
Neste ponto é preciso ter justiça, clareza e transparência dos critérios utilizados para
remunerar, promover, beneficiar ou premiar para que o sistema seja bem aceito e
compreendido por todos. Também para que seja possível que o funcionário saiba quais os
requisitos são necessários para crescer na organização e possa traçar investir em seu próprio
crescimento.
O equilíbrio externo ocorre através da adequação salarial da organização frente ao
mercado de trabalho. Existir esse equilíbrio também é muito importante, já que os
funcionários fazem comparações de suas remunerações com as dos ocupantes de
cargos similares em outras organizações. Além disso, quando não existe equilíbrio
externo, a empresa encontra dificuldade em conservar os talentos profissionais que
possui, que ao se depararem com melhores oportunidades de ganhos optam por sair
da empresa (PONTES, 2011, p.23).
O equilíbrio externo é fundamental para reter os funcionários, em muitos casos a
diferença não se dá em torno de salário, mas, dos benefícios agregados pela organização a
favor dos funcionários.
Observa-se que muitas vezes a insatisfação com a remuneração advém da diferença
de remuneração entre os cargos e pessoas, quando estão claras as responsabilidades,
produtividade, conhecimento ou capacidade que justifiquem a diferença salarial. A
transparência sobre os critérios e a justiça é fundamental para evitar a insatisfação relativa ao
planejamento de remuneração.
1.2.4
Processos de manter pessoas
Todo empreendedor deve compreender sua responsabilidade perante o bem estar,
físico, social e mental de seus colaboradores. Este posicionamento não traz benefícios apenas
aos empregados, mas à organização e a sociedade como um todo. Dentro deste entendimento
devem adotados programas e processos que contribuam para a saúde, segurança, qualidade de
vida no trabalho e relações sindicais dos trabalhadores.
Os processos de manter pessoas se referem aos serviços sociais, como criar
condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Tais
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processos incluem: programas de higiene, qualidade de vida no trabalho e manutenção de
relações sindicais (RIBAS e SALIM, 2013).
Os processos de manter pessoas estão voltados as ações que a empresa realiza no
sentido de criar condições ambientais e psicológicas que permitam que os funcionários
desenvolvam suas atividades dentro de padrões aceitáveis de qualidade de vida no trabalho.
1.2.5
Processos de desenvolver pessoas
Além de recrutar, selecionar, sociabilizar e recompensar os funcionários de uma
empresa é preciso desenvolvê-los. Tais processos compreendem a capacitação o
desenvolvimento e o aprimoramento profissional e pessoal dos funcionários.
Conforme conceito de Ribas e Salim (2013) os processos de desenvolver pessoas são
aqueles utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal e
incluem treinamento e desenvolvimento de pessoas, desenvolvimento organizacional e
planejamento de carreiras.
Uma empresa que quer crescer e manter-se competitiva terá necessariamente que
investir no desenvolvimento de seus colaboradores. São necessários cursos de
aperfeiçoamento, reciclagem, aprimoramento tecnológico, e perspectivas de crescimento e
promoção, afinal é natural que o ser humano sinta a necessidade de crescer profissionalmente.
Tanto o treinamento quanto o desenvolvimento são processos ligados a
aprendizagem o que os difere são sua perspectiva temporal. Enquanto o treinamento é
orientado para o presente e o desenvolvimento é orientado para o futuro.
Em se tratando de T&D Marras (2001) apresenta o conceito de que treinamento é um
processo de assimilação cultural em um curto período de tempo, que objetiva repassar ou
reciclar conhecimento, habilidades ou atitudes relacionadas diretamente à execução de tarefas
ou à sua otimização no trabalho e o desenvolvimento de pessoas mantém o foco em cargos a
serem futuramente ocupados na organização e nas novas habilidades e capacidades que serão
requeridas para tal finalidade.
Tão importante quanto treinar e desenvolver os funcionários é criar um plano de
carreira com diferentes níveis de promoção que ampliem o nível de responsabilidade, de
conhecimentos exigidos, e de remuneração. Tal planejamento está diretamente vinculado com
o desenvolvimento dos funcionários.
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Tachizawa (2006, p. 224) define o planejamento de carreira como sendo “o processo
contínuo de integração entre o funcionário e a organização, pelo qual resultam os passos e o
caminho que mutuamente atendem aos objetivos da instituição e às aspirações do indivíduo”.
As pessoas gostam de ter perspectivas de crescimento, de saber que podem galgar
degraus evolutivos, desta forma são motivados a atingir níveis mais elevados e esse é um dos
motivos que constituem a essência do planejamento e do desenvolvimento de carreiras.
1.2.6
Processos de monitorar pessoas
Após treinamento e delimitação das funções a serem realizadas também é preciso
fazer o acompanhamento e o monitoramento desta execução para verificar adequação, os
pontos que precisam ser melhorados ou a reformulação dos processos.
Assim, os processos de monitorar são entendidos como sendo aqueles que utilizados
para acompanhar e controlar as atividades das pessoas verificando seus resultados. Dentro
desse processo incluem-se os bancos de dados, os sistemas de informações gerenciais e a
auditoria (RIBAS e SALIM, 2013).
Tais processos viram fiscalizar, acompanhar e monitorar as atividades no sentido de
garantir que sua execução ocorra conforme planejado.
Dentre todos os processos de gestão de pessoas apresentados dentro do tópico 1.2
três terão maior destaque por vir de encontro com o objetivo deste estudo sendo entes os
processos: de aplicar pessoas, de recompensar pessoas e de desenvolver pessoas. Alguns de
seus subsistemas serão analisados em maior profundidade com o propósito de aprofundar o
conhecimento sobre o planejamento de cargos e salários.
1.3 Descrição e análise de cargos e salários
A descrição de cargos e salários é altamente relevante e serve como subsídio para a
tomada de diversas outras decisões, sendo assim, é elemento essencial para todos os processos
dos Recursos Humanos, nas em especial para aplicar, recompensar e desenvolver pessoas.
De acordo com Oliveira (2013, p. 5) “a análise de um cargo e sua descrição são
formas de ajudar na contratação de empregado dentro do perfil desejado, atendendo às
necessidades das atividades que o empregador deseja”.
Para tratar deste tema em primeiro momento cabe fazer distinção entre os termos:
tarefa, função e cargo. Com tal finalidade se recorreu às contribuições de que ensina:
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Tarefa é o conjunto de elementos que requer esforço humano para determinado fim;
Função é a atribuição específica; inclui deveres e responsabilidades requeridas das
atividades de um indivíduo e cargo é a ocupação oficial do empregado, para
descrevê-lo é necessário entender as várias operações da empresa e estabelecer a
necessidade ou objetivo de cada função [...] (OLIVEIRA, 2013, p. 7).
Conforme a definição do autor se pode observar que a tarefa é uma unidade de
trabalho que exige certo preparo para um fim específico; a função, é um agrupamento de
tarefas e responsabilidades de um cargo e cargo é um conjunto de funções equivalentes
definidas estrategicamente em prol das necessidades organizacionais.
É na descrição de cargos que se faz o detalhamento das tarefas (o que o ocupante
faz), periodicidade da execução (quando faz), métodos empregados na execução das
atribuições ou tarefas (como faz) e objetivos do cargo (por que faz)” (CHIAVENATO, 2004).
Trata-se basicamente de um levantamento por escrito dos principais aspectos
significativos do cargo, dos deveres e responsabilidades envolvidas e é por meio desta
descrição que o cargo toma forma, que posteriormente será utilizada para projetar o valor do
salário, às responsabilidades envolvidas, enquadramento funcional, dentre outras. Feita esta
descrição passa-se a análise do cargo em relação aos aspectos extrínsecos, ou seja, aos
requisitos que o cargo propõe ao seu ocupante.
1.3.1 Estrutura e Análise dos Cargos
É dentro da estrutura e da análise dos cargos que os parâmetros e critérios ligados aos
cargos são definidos. Tais definições são fundamentais para que fique claro o que o ocupante
do cargo deve fazer e o que a empresa espera daquele que ocupará o cargo.
De acordo com ensinamentos de Chiavenato (2008) a análise de cargos pode ser
classificada em quatro áreas sendo a requisitos mentais, requisitos físicos, requisitos de
responsabilidades envolvidas e condições de trabalho.
Os requisitos mentais consideram especificações como: instrução essencial,
experiência anterior essencial, adaptabilidade ao cargo, iniciativa necessária e aptidões
necessárias; os requisitos físicos abordam especificações como: esforço físico necessário,
concentração visual, destreza ou habilidade e compleição física necessária. Os requisitos de
responsabilidade consideram as responsabilidades que o ocupante do cargo deve ter, podendo
ser: responsabilidade por supervisão pessoal, por material, ferramenta ou equipamento,
dinheiro, títulos ou documentos, também responsabilidade por contratos internos ou externos
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e por informações confidenciais e por fim, os requisitos referentes às condições de trabalho
que abrangem ambiente de trabalho e riscos (CHIAVENATO, 2008).
A figura a seguir apresenta uma síntese com os aspectos extrínsecos que devem ser
delimitados ao se definir um cargo.
1. Requisitos mentais
Análise
do
cargo
2. Requisitos físicos
=
Aspectos
extrínsecos
Fatores de
especificações
3. Responsabilidades envolvidas
a) Instrução essencial necessária
b) Experiência anterior necessária
c) Iniciativa necessária
d) Aptidões necessárias
a) Esforço físico necessário
b) Concentração necessária
c) Compleição física necessária
a) Por supervisão de pessoal
a) Ambiente
trabalho
b) Por
materiais edeequipamentos
b) Riscos
c) Por
métodosenvolvidos
e processos
d) Por dinheiro, títulos e documentos
e) Por informações confidenciais
f) Por segurança de terceiros
4. Condições de trabalho
Figura 3 - Fatores de especificações: esquema sintetizado
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2008, p. 299).
Além das exigências extrínsecas ao cargo, existem as exigências intrínsecas,
conforme os elementos apresentados na tabela a seguir.
Tabela1 – Aspectos intrínsecos
Questão
Atividade
O que faz?
Tarefas e atividades a executar
Quando faz?
Periodicidade: diária, semanal, mensal, anual, esporádica
Como faz?
Através de pessoas, máquinas e equipamentos, materiais, dados e informação
Quem faz?
Local e ambiente de trabalho
Por que faz?
Objetivos do cargo: Metas e resultados a atingir
Fonte: VILAS BOAS e ANDRADE (2009).
Observa-se que para a definição do cargo são considerados tanto os aspectos
extrínsecos quanto intrínsecos, sendo que os extrínsecos se voltam para as exigências do
ocupante do cargo e as intrínsecas pra as exigências do cargo em si.
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1.3.2 Métodos de colheita de dados sobre cargos
Existem diversos métodos para a coleta de dados sobre os cargos. Oliveira (2013)
destaca três, sendo: entrevista, questionário e observação. Cada um deles será abordado a
seguir.
A entrevista pode ser individual, em grupo ou com o supervisor e seu foco está em
buscar dados a respeito do cargo e determinar deveres e responsabilidades (OLIVEIRA,
2013). Algumas das vantagens deste método são: obter informações diretamente dos
empregados que melhor o conhecem o cargo, incentivar igualmente a participação de outros
interessados diretamente ligados aos resultados da análise, as dúvidas podem ser discutidas na
hora. No entanto, uma entrevista mal dirigida pode resultar reações negativas e gerar
informações que não expressem a realidade. Seu custo é alto já que exige a utilização de
analistas de cargo com experiência e a paralização do trabalho do ocupante (CARVALHO,
1999).
Antes de se aventurar na realização de uma entrevista direta deve haver um preparo
prévio, relacionando quais questões devem ser averiguadas, planejando a forma de
abordagem, solicitando apoio da diretoria, entre outros.
Já o método questionário, segundo Carvalho (1999, p.115) “é empregado com
relativa frequência na análise de cargos, embora nem sempre seus resultados sejam positivos
quando o método é utilizado como única fonte de informação”. Por essa razão, a tendência
atual é usá-lo em combinação com outros métodos de análise do trabalho. Este questionário
geralmente é preenchido pelo ocupante do cargo ou por seu supervisor. É mais econômico e
abrangente e não chega a afetar o tempo dos ocupantes necessário à resposta.
Um questionário normalmente é composto por perguntas abertas, fechadas ou mistas.
As perguntas fechadas são aquelas onde o entrevistado deve escolher entre opções prédeterminadas, nas abertas o entrevistado pode discriminar sua opinião de forma escrita e mista
é quando o questionário utiliza tanto perguntas abertas quanto fechadas (CARVALHO, 1999).
Na observação direta a colheita de dados sobre um cargo é feita através da
observação visual das atividades do ocupante pelo analista de cargos. Enquanto a participação
do analista de cargos é ativa a participação do ocupante é passiva. Este método possui a
vantagem da veracidade dos dados obtidos, em virtude da unidade de origem (analista de
cargos) e ao fato de este ser alheio aos interesses de quem executa o trabalho. Não requer a
paralização do ocupante do cargo, e é ideal para trabalhos simples e repetitivos. No entanto,
manifesta a desvantagem de custo elevado, pois o método para ser completo, requer tempo
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prolongado do analista de cargos e a simples observação, sem o contato direto e verbal com o
executante, não permite a obtenção de dados realmente importantes para a análise. Este
método é contra indicado em cargos que não sejam simples e repetitivos e tem uma melhor
eficácia se combinado com outros métodos (CARVALHO, 1999).
Chiavenato (2008) orienta que a pessoa que irá fazer a análise dos cargos utilizem-se
de mais que um método, com vistas à neutralizar as desvantagens e tirar maior proveito
possível das vantagens.
O ideal é utilizar mais que um método fazendo antes uma análise para escolher o que
melhor se adeque a realidade da empresa.
1.3.3 Etapas da análise dos cargos
Para se realizar a análise dos cargos Chiavenato (2008) descreve quatro passos e os
aspectos que devem ser considerados.
PASSOS
ASPECTOS A CONSIDERAR:
a.
Verificar os documentos existentes para desenvolver uma visão do cargo: sua
missão, principais deveres ou funções padrões de trabalho.
b. Preparar uma lista preliminar de deveres para servir como referência para
conduzir a entrevista.
c. Anotar os principais itens que são obscuros ou ambíguos ou que requerem
maior esclarecimento.
a. Localizar o ocupante capaz de proporcionar uma visão global do cargo e seus
principais deveres, como o supervisor ou o funcionário experiente.
Conduzir as
b. O ocupante do cargo deverá ser um funcionário típico que conhece o cargo
entrevistas
(nunca um trainee ou recém-admitido).
c. Os entrevistados devem ser experientes (ocupantes) ou responsáveis pelo
trabalho feito (supervisor).
a. Juntar todas as informações obtidas através de diversas fontes em uma
descrição compreensiva e coerente do cargo.
Consolidar a
b. Um ocupante experiente do cargo deve ser um recurso acessível ao analista de
informação sobre o
cargos durante a fase de consolidação.
cargo
c. Checar se todos os itens da lista inicial e preliminar de deveres e questões
foram respondidos ou confirmados.
a. A fase de verificação deve ser conduzida em uma situação de grupo. Cópias
escritas da descrição do cargo (descrição narrativa mais a lista de tarefas)
Verificar a descrição
devem ser distribuídas ao supervisor e aos ocupantes do cargo.
do cargo
b. A finalidade é verificar se a descrição está acurada e completa.
c. O analista deve anotar omissões, ambiguidades e esclarecimentos.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2008, p. 224).
Desenvolver
informações
preliminares sobre o
cargo
O uso da descrição e análise de cargos é utilizado como subsídio ao recrutamento,
seleção de pessoas, treinamento, avaliação e desempenho.
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METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste estudo utilizou-se a combinação de três metodologias
de pesquisa: a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e a pesquisa de campo. O
método de pesquisa bibliográfica é utilizado para reunir informações já publicadas por
estudiosos e especialistas do tema com o objetivo de dar fundamento teórico ao estudo e
também credibilidade científica. A pesquisa documental é realizada normalmente sobre
documentos conservados em arquivos de qualquer natureza, regulamentos, registros, anais,
circulares, ofícios etc. E a pesquisa de campo é uma metodologia de pesquisa que busca dados
in loco, ou seja, no local onde está o objeto de estudo.
Neste estudo o objeto de estudo foi o Hiper Moreira. A documentação analisada foi a
requisição de pessoal utilizada pela organização para realizar contratações, descrever as
atribuições e determinar o cargo (vide anexo A). Também, por meio da pesquisa de campo,
aplicou-se um questionário a 15 funcionários do Hiper Moreira a fim de analisar o nível de
conhecimentos destes em relação ao cargo que exercem.
A escolha dos funcionários para participar da pesquisa se deu de forma aleatória e o
questionário foi aplicado no dia 05/12/2014. O questionário foi composto por 10 questões,
sendo que 8 (oito) fechadas de múltipla escolha e 2 (duas) mistas.
A abordagem na ocasião da pesquisa ocorreu via encontro pessoal e a pesquisadora
direcionava-se até o funcionário e perguntava se este poderia participar da pesquisa
explicando que se tratava de uma pesquisa acadêmica do Curso de Administração e que os
resultados poderiam ser de grande importância para a adoção de políticas capazes de
aprimorar o sistema de descrição de cargos e salários da organização por fornecer subsídios
de atuação. Aqueles que concordavam em participar eram incluídos na pesquisa.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Como o objetivo de fazer um diagnóstico sobre a percepção que os funcionários têm
sobre os cargos e a forma de organização do trabalho aplicou-se uma pesquisa abrangendo
uma amostra composta por 15 funcionários. Seus resultados estão expostos a seguir.
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Gráfico 1 – Demonstrativo de cargos ocupados pelos entrevistados
Assist. Adm. Jr
7%
Anal. contas
6%
Gerente Fiscal
7%
Analista Contábil
Analista Contábil
27%
Analista
13%
Analista Fiscal
Anal. Adm. Jr
Analista
Anal. Adm. Jr
13%
Analista Fiscal
27%
Anal. contas
Assist. Adm. Jr
Gerente Fiscal
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
Com relação aos cargos observou-se predominância entre analistas contábeis e
fiscais com 27% para cada tipo e cargo seguido por analista administrativo Júnior com 13% e
outros analistas também com 13%, depois com 7% cada está o assistente administrativo
Júnior e o Gerente Fiscal e com índice de 6% o analista de contas. Tal questionamento teve o
intuito de conhecer a natureza dos cargos dos entrevistados. A taxa de erro amostral é de 13%
e o nível de confiança é do 90%.
Em seguida questionou-se sobre o tempo de serviço na empresa. Diferentes períodos
temporais foram registrados sendo adequado o uso de score que possibilitou agrupar as
respostas dentro dos períodos indicados a seguir.
Gráfico 2 - Demonstrativo do tempo de empresa dos entrevistados
Mais que 6 anos
20%
Mais que 3 anos até
6 anos
27%
Até 1 ano
20%
Até 1 ano
Mais que 1 ano até 3 anos
Mais que 1 ano até
3 anos
33%
Mais que 3 anos até 6 anos
Mais que 6 anos
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
O que possuíam entre 1 e 3 anos de casa obtiveram um índice de 33%, seguidos por
funcionários com tempo de casa entre 3 e 6 anos. Os novatos representam 20% e os com
muito tempo de serviço na empresa também representam 20% dos entrevistados.
Já com relação a diversidade dos sexos os resultados não apresentaram tanto
diversidade, conforme se pode observar no gráfico a seguir.
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Gráfico 3 - Demonstrativo do sexo dos entrevistados
Feminino
27%
Masculino
73%
Masculino
Feminino
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
Através do gráfico se pode constatar a predominância do sexo masculino com 73%
do total de entrevistados sendo os funcionários do sexo feminino apenas 27%.
Após traçado um breve perfil funcional dos entrevistados passou-se a investigar suas
opiniões e percepções relativas aos seus cargos. E, neste sentido, o primeiro questionamento
foi: Você sabe qual é a missão do seu cargo? As opções de resposta foram sim ou não. Todos
os entrevistados (100%) responderam que sim.
Também se apresentou um índice de 100% de respostas afirmativas quando se
questionou se os funcionários tinha uma definição clara das responsabilidades inerentes a seus
cargos, como por exemplo: quais as atividades, projetos, pessoas, ou decisões que estão sob
sua responsabilidade.
Gráfico 4 - Demonstrativo de conhecimento sobre a missão do
cargo/clareza das responsabilidades.
Não
0%
Sim
Sim
100%
Não
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
Tais resultados são positivos, pois a clareza da delimitação do cargo impacto
diretamente no desempenho funcional.
Noutro questionamento, buscou-se saber sobre a complexidade do seu cargo e
questionou-se sobre o nível de esforço mental necessário a ordenação, interpretação e
execução do cargo, sendo as respostas possíveis: alto, médio ou baixo.
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Gráfico 5 - Demonstrativo do nível de esforço mental exigido ao cargo
Baixo
0%
Médio
13%
Alto
Médio
Alto
87%
Baixo
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
Neste quesito, 87% dos entrevistados afirmaram que o nível de esforço mental
exigido para o cargo é alto com 87% e 13% afirmaram que é médio, não houve índices para o
nível baixo.
Investigou-se em seguida a relação frequência de supervisão versus autonomia e os
entrevistados puderam escolher a opção que melhor se adequavam a sua percepção sobre seu
cargo podia ser: nunca recebe supervisão em relação às atividades realizadas; raramente
recebe supervisão em relação às atividades executadas; frequentemente recebe supervisão em
relação às atividades executadas ou sempre recebe supervisão em relação às atividades
executadas.
Gráfico 6 - Relação frequência versus supervisão
Nunca
0%
Raramente
0%
Frequentemente
33%
Sempre
Sempre
67%
Frequentemente
Nunca
Raramente
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
Como resultado observou-se que 67% dos entrevistados são sempre supervisionados
e 33% são frequentemente supervisionados, não houve índices para nunca ou raramente.
Com relação ao conhecimento exigido para o desempenho do cargo 100% dos
funcionários afirmaram que sabem quais são os conhecimentos necessários, e indicaram:
trabalho com qualidade, atenção e senso de análise, escolaridade e conhecimento técnico,
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criatividade, adaptabilidade, ética, registrar todos os eventos, normas rígidas, visão
estratégica, visão e valores, conciliações e fechamento.
Outro questionamento foi feito com relação a situações em que conflitos de ordens
advindas de diferentes partes podem causar confusão sobre o que deve ser feito e neste
quesito as opções foram: não, às vezes ou sempre. Os resultados estão representados no
gráfico a seguir.
Gráfico 7 - Demonstrativo sobre conflito de ordens
Sempre
20%
Não
40%
Não
Às vezes
Às vezes
40%
Sempre
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
Dos entrevistados, 40% afirmaram não existir conflitos de ordens diferentes, 40%
afirmaram que às vezes os conflitos existem e 20% afirmou que sempre há conflitos de
ordens.
Investigou-se também se falta de definições de competências, informações,
responsabilidades ou outras abrangências necessárias a execução da função e as respostas
possíveis eram: não, às vezes, ou sempre.
Gráfico 8 - Demonstrativo sobre a falta de definições das competências
exigidas para o cargo
Sempre
7%
Não
46%
Não
Ás vezes
Ás vezes
47%
Sempre
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
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Neste item 46% dos entrevistados afirmaram que não faltam definições de
parâmetros necessárias a execução do cargo; 47% afirmaram que ás vezes faltam tais
definições e 7% afirmaram que sempre faltam definições necessárias a execução.
Ao investigar a equidade salarial interna questionou-se se a remuneração atribuída ao
cargo era condizente com outros cargos de similar exigência. As opções de resposta foram
sim ou não.
Gráfico 9 - Demonstrativo sobre equidade salarial
Sim
40%
Sim
Não
60%
Não
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
A menor parte dos entrevistados com um indicador de 40% afirmou que sim, ou seja,
que a remuneração é condizente as exigências do cargo e a maioria com 60% afirmaram que
não, ou seja, que falta equidade salarial.
Investigou-se então a transparência dos critérios de promoção e quando se
questionou se eram conhecidos os critérios para promoção as respostas possíveis eram sim ou
não.
Gráfico 10 - Demonstrativo sobre conhecimento dos critérios para
promoção
Não
13%
Sim
Sim
87%
Não
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
Neste quesito 87% dos funcionários afirmaram que sabe o que deve ser feito para
pleitearem uma promoção e 13% afirmaram que desconhecem.
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O último questionamento investigou a relação entre a imagem que o funcionário
fazia do cargo antes de sua contratação e após sua contratação e questionou-se se esta foi
concretizada. As opções de resposta foram sim ou não.
Gráfico 11 - Demonstrativo sobre imagem do cargo antes e após contratação
Não
33%
Sim
Sim
67%
Não
Fonte: Pesquisa elaborada pela acadêmica Lucilene L.Veríssimo (2014)
Neste quesito a maior parte dos entrevistados 67% afirmaram que a imagem anterior
a contratação confirmou-se após a contratação e 33% afirmaram que a imagem anterior não se
concretizou após a contratação.
DISCUSSÃO E PROPOSTA DE MELHORIA
A primeira questão mostrou que amostra coletada incidiu em cargos com natureza
mais administrativa que operacional. Em estudos empresarias futuros se poderá considerar
critérios que possibilitem mais homogeneidade amostral. Dentro deste estudo, porém, tal
variável será levada em consideração.
Em interpretação ao segundo questionamento observa-se a existência de certo
equilíbrio entre as novas contratações e também a existência de funcionários com muito
tempo de trabalho na empresa e considera-se ser isso é positivo, pois mesclar o quadro
funcional entre funcionários antigos e novos indica manter a experiência e também atrair
inovações relacionadas à mão-de-obra.
Com relação ao sexo dos funcionários existe uma predominância do sexo masculino
que representa 73% dos entrevistados, restando apenas 27% das vagas para funcionários do
sexo feminino. A predominância de um gênero no quadro funcional de uma empresa se reflete
nas atividades, nas funções e nos cargos.
Com relação a essa predominância é preciso considerar a igualdade de oportunidade
de trabalho entre os sexos sabendo que homens e mulheres não são iguais e exatamente por
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isso podem prestar diferentes contribuições. Conforme palavras de Gray e Annis (2013, p.
34):
[...] homens e mulheres não são iguais e nunca deveriam ser. A autenticidade pessoal é
o que constrói e sustenta a igualdade entre os sexos, e não mulheres agindo como
homens e homens agindo como mulheres. Nossa maior força – nossa igualdade –
reside em nossas diferenças, e o verdadeiro caminho para a felicidade e realização
pessoal está na compreensão, valorização e aceitação dessas diferenças.
Concepções atualmente defendidas por estudiosos entendem a diversidade como uma
vantagem que oferece um espectro mais amplo de conhecimento. Equipes diversas tomam
decisões melhores a respeito de problemas mais complexos do que equipes cujos membros
possuem experiências similares. Em um mundo globalizado essa tendência tem ganhado cada
vez mais força (MCSHANE, GLINOW, 2014).
Dois dos questionamentos que apresentaram um índice 100% positivo foi em relação
ao conhecimento sobre a missão do cargo ocupado e sobre a definição clara das
responsabilidades. Isso é positivo, pois permite ao funcionário direcionamentos para uma boa
execução do trabalho. Porém, ao mesclar tais respostas com a pesquisa documental observouse lacunas sobre tais definições do cargo que são preenchidas de forma empírica durante o
exercício prático da função. Então, a princípio as definições não são claras com o tempo as
coisas se estabelecem conforme exercício do cargo. Este ponto pode ser aprimorado.
Com relação ao nível de esforço mental exigido para o exercício do cargo é preciso
estabelecer tarefas dentro de níveis de equilíbrio, ou seja, as tarefas não devem ser tão simples
que se tornem desestimulantes e sem potencial intelectual e nem tão complexas que
provoquem estresse e fadiga mental.
E como relação ao nível de esforço mental 87% dos entrevistados afirmaram ser alto.
Neste ponto Guimarães e Grubits (2004) ensinam que fadiga mental surge com a exigência
excessiva da capacidade de atenção, análises e controle do trabalhador ou pela quantidade de
informação que recebe causando sobrecarga mental, que leva ao aparecimento do estresse
laboral.
Desta forma ao planejar as funções e tarefas de um cargo é preciso considerar o nível
de esforço mental exigido para que não seja baixo a ponto de desmotivar e nem alto a ponto
de estressar.
Também, investigou-se a relação entre a frequência da supervisão versus a
autonomia e observou-se que 67% dos entrevistados são sempre supervisionados e 33% são
frequentemente supervisionados. O controle é necessário. É preciso determinar o que se
espera, quais critérios e o andamento do processo. A forma de fazer e as especialidades devem
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ficar a cargo do profissional, conforme recomenda Franco (2012). Dentro de sua área o
profissional deve ser “senhor” tendo autonomia para decidir.
No que diz respeito aos conflitos de ordens observou-se que 40% afirmaram que às
vezes os conflitos existem e 20% afirmou que sempre há conflitos de ordens e 40% afirmaram
não existir conflitos. Neste ponto observa-se a necessidade de delimitações de competências
que permitam aos funcionários saberem a quem devem se reportar e até que ponto vai a sua
área de atuação.
Este é um ponto importante do estudo, pois se detectou que 47% dos funcionários
observam falhas na definição das competências e 7% afirmaram que tais falhas são
constantes, 46% consideram as definições adequadas. Definir competências, informações,
responsabilidades ou outras abrangências necessárias a execução da função permite que o
funcionário saiba o que a empresa espera dele e assim consiga atender com melhor precisão as
expectativas esperadas. De acordo com Chiavenato (2008) os aspectos intrínsecos e
extrínsecos dos cargos são importantes parâmetros de descrição dos cargos.
Na questão que investigou a equidade salarial interna observou-se 60% dos
entrevistados consideram que falta equidade salarial. A delimitação dos parâmetros que
influenciam a remuneração deve ser transparente para que a justificativa de diferença salarial
seja fácil e a justa.
Neste sentido o planejamento de carreira com diferentes níveis hierárquicos e
exigências permitem que os funcionários saibam quais atributos devem possuir para se
enquadrar dentro das exigências organizacionais para pretensão a maiores remunerações. E a
comunicação entre a liderança e subordinados sobre questões salariais é facilitada.
A descrição de cargos e salários também ajuda a caracterizar o cargo facilitando uma
relação mais adequada entre a imagem que se faz de um cargo e seus reais aspectos. Durante a
pesquisa 33% dos entrevistados afirmaram que a imagem que faziam do cargo antes de sua
contratação foi diferente após sua contratação. Este fato implica contratações incorretas
acarretando prejuízos tanto para empresa quanto para trabalhador.
Na análise documental do procedimento que atualmente é utilizado para traçar as
exigências do cargo se pode observar o anexo de Requisição de Pessoal que se encontra ao
final deste estudo. Ele serve de parâmetro para a descrição de todos os atributos que
descrevem o cargo. Porém, importantes informações que ajudam na descrição do cargo estão
ausentes como: localização do cargo dentro da estrutura organizacional, quem são os
interessados por seus serviços e a quem este deve se reportar e apresentar resultados,
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iniciativa e aptidões necessárias, responsabilidades envolvidas, descrição do ambiente de
trabalho que o cargo será exercido, quais as metas e resultados esperados.
Como se pode observar a descrição atualmente utilizada para os cargos é altamente
simplista e deixa diversos atributos do cargo sem abordagem refletindo em baixa equidade,
conflitos de ordem, obscuridades na delimitação sobre o que deve ser feito. Neste sentido a
adoção de novo método de descrição de cargos e salários deve ser adotado de uma forma mais
abrangente que considere pontos atualmente não considerados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste estudo foi possível detectar alguns pontos de atenção dos quais de pode
citar: os conflitos de ordens onde 40% dos entrevistados afirmaram que às vezes os conflitos
existem e 20% afirmou que sempre há conflitos; o alto nível de esforço mental exigido nas
tarefas com 87%; as falhas na definição das competências dos cargos com 47%, a equidade
salarial com 60% e a análise documental que observou a Requisição de Pessoal, documento
que serve de parâmetro para a descrição de todos os atributos que descrevem o cargo, mas que
apresenta diversas lacunas em relação a ausência de importantes informações para a completa
descrição dos cargos e salários.
Diante de tais pontos de atenção, a definição de cargos e salários pode auxiliar no
processo de recrutamento e seleção, no correto enquadramento funcional e na equidade
salarial.
Os conflitos de ordens podem ser amenizados com a clara definição das atribuições e
limitações de cada cargo bem quando e a quem o ocupante do cargo deve se reportar. Com
relação ao alto nível de esforço mental é preciso redefinir as tarefas dentre de parâmetros de
equilíbrio de delimitem tarefas não muito simples ara que não se tornem desestimulantes e
nem muito complexas para que não sejam geradoras de estressem e fadiga mental. A equidade
salarial passa a ser percebida quando valores diferentes são pagos para cargos de iguais
exigências. É preciso definir paramentos transparentes para promoções e remunerações para
os diferentes cargos de forma justa e clara fazendo que as diferenças salariais sejam
facilmente justificadas.
As falhas encontradas na definição das competências do cargo também foram
detectadas na pesquisa documental. A forma atualmente utilizada apresenta diversas lacunas
de informações essenciais a uma boa descrição de cargos e salários (em anexo) como:
localização do cargo dentro da estrutura organizacional, quem são os interessados por seus
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serviços e a quem este deve se reportar e apresentar resultados, iniciativa e aptidões
necessárias, responsabilidades envolvidas, descrição do ambiente de trabalho que o cargo será
exercido, quais as metas e resultados esperados. Esta forma simplista de descrição tem
contribuído para maximizar os problemas detectados e deve ser reformulada.
DESCRIPTION OF POSITIONS AND WAGES:
A case study with Hyper Moreira Goiânia - Go
ABSTRACT
The job descriptions and salaries is essential to ensure the efficiency of other systems of
people management as recruitment, selection, compensation and efficiency in performing the
tasks and adaptation of the worker to the job. In this context, the aim of this study is to show
the importance of the plan for jobs and wages in the Supermarket Hyper Moreira. For this we
used three research methodologies and bibliographic research, field research and documentary
research. Through literature search was traced a brief history about planning for jobs and
wages, presented the people management processes and criteria necessary to establish a
description and analysis of positions and salaries. Through field research and documentary on
the Hyper Moreira some points of attention were detected among which may include:
conflicts of orders, high mental effort, pay equity, failure in defining the powers and
documentary technique for describing insufficient positions . For all the problems detected the
correct definition of jobs and salaries can have a positive impact because delimits what should
be done, when, how, by whom and why.
Keywords: Description. Positions. Wages. Hyper Moreira.
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APÊNCICE
QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS FUNCIONÁRIOS
Cargo: ____________________ Tempo de casa: _________________
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
1. Você sabe qual é a missão do seu cargo?
( ) sim ( ) Não
2. Você tem uma definição clara das responsabilidades inerentes ao seu cargo? Por
exemplo: quais as atividades, projetos, pessoas, ou decisões que estão sob sua
responsabilidade.
( ) Sim ( ) Não
3. Com relação a complexidade do seu cargo, você considera que o esforço mental para
ordenação, interpretação e execução estão em um nível:
( ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo
Porque?:_____________________________________________________
4. No quesito frequência de supervisão versus autonomia você considera que seu cargo:
( ) Nunca recebe supervisão em relação às atividades realizadas.
( ) Raramente recebe supervisão em relação às atividades executadas.
( ) Frequentemente recebe supervisão em relação às atividades executadas.
( ) Sempre recebe supervisão em relação às atividades executadas.
5. Você sabe quais as principais competências necessárias para o desempenho das funções
de seu cargo?
( ) sim ( ) Não Quais: _______________________________
6. Dentro da empresa, você se depara com situações em que ordens advindas de diferentes
partes causam confusão sobre o que deve ser feito?
( ) Não ( ) Às vezes ( ) Sempre
7. Em sua opinião faltam definições de competências, informações, responsabilidades ou
outras abrangências necessárias a execução da função?
( ) Não ( ) Às vezes ( ) Sempre
8. Acredita que a remuneração atribuída a seu cargo é condizente com outros cargos de
similar exigência:
( ) Sim ( ) Não
9. Você sabe quais requisitos deve preencher para pleitear uma promoção?
( ) Sim ( ) Não
10. A imagem que fez sobre seu cargo no momento de sua contratação se concretizou após
começar a exercê-la?
( ) Sim ( ) Não
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ANEXOS
REQUISIÇÃO DE PESSOAL
Efetiva • Temporária •Estágio
Hiper Moreira
Moreira Empreendimentos
Cargo Oferecido
Motivo
da vaga
•Menor Aprendiz •PNE
Nome do Requisitante
Departamento Horário
Centro de Custo:
Intervalo
Aumento do Quadro. Justifique: _______________________________________
Em substituição à: __________________________________________________
Motivo da saída do colaborador:
• Pedido de Demissão • Promoção/Transferência • Dispensa •Afastamento •Outros
Requisitos:
Sexo: • Feminino • Masculino • Indiferente
Idade: De ____a ____ anos •Indiferente
Escolaridade: • Fundamental • Médio • Superior • Indiferente• Cursando • Concluído
Curso Especial:
___________________________________________• Desejável•Imprescindível
Experiência/Conhecimentos desejados:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Qualificações pessoais desejadas:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Tarefas a serem desempenhadas:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Requisitante
Visto:_________________
Data: _____/_____/_______
Diretoria /Aprovação
Visto:__________________
Data: _____/_____/_______
Recursos Humanos
Visto:__________________
Data: _____/_____/_______
Área Destinada ao Recursos Humanos Requisição Recebida em:____/____/_____
Vaga fechada em:____/____/____
Vaga fechada por: ____________________________
Requisição atendida com: Contratação de ________________________em ____/____/____
•
Promoção/transferência de _______________em ___/____/_____
Salário: R$__________________________Após 90 dias R$__________________________
Transporte: Ônibus Carro Moto Transporte da Empresa Alimentação:
• Sim • Não
Adiantamento:•Sim •Não
Plano de Saúde: •Sim
•Não
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Lucilene Lopes Veríssimo
DESCRIÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS:
Um estudo de caso com o Hiper Moreira Goiânia - Go
Artigo apresentado como um dos requisitos para a
obtenção do título de Bacharel em Administração pela
Faculdade Padrão.
Goiânia,____ de __________________de 2014.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Professor Esp. Eder Luz Xavier dos Santos
(Orientador)
Faculdade Padrão
___________________________________________________
Nome do professor
Faculdade Padrão
Goiânia/2014
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