UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE NUTRIÇÃO JULIANA COSTA MURGUERO AVALIAÇÃO DO LANCHE DE CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE DUAS ESCOLAS EM ARARAGUÁ, SC. CRICIÚMA, JULHO DE 2009 JULIANA COSTA MURGUERO AVALIAÇÃO DO LANCHE DE CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE DUAS ESCOLAS EM ARARANGUÁ, SC. Projeto de Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado para obtenção do Grau de Bacharelado no Curso de Nutrição da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientadora Profª. MSc Paula R.V. Guimarães CRICIÚMA, JULHO DE 2009 Dedico este trabalho aos meus pais, Ronaldo e Sandra, que sempre me ensinaram a não desistir dos meus sonhos, e persistir mesmo sendo eles tão difíceis de serem alcançados. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por me dar força para realizar diariamente todas minhas atividades, e por todas as proteções recebidas durante a realização deste trabalho. Aos meus pais Ronaldo e Sandra, por participarem da minha vida incentivando-me sempre em todas as minhas escolhas, pelos conselhos valorosos, compreensão, amor eterno e por ser o meu porto seguro. Ao meu irmão Ronaldo Junior, pelo amor, carinho e compreensão dados em muitos momentos. Ao meu noivo Ricardo, pelo imenso amor, carinho, apoio, compreensão e parcerias a mim dispensadas. Aos meus familiares pela compreensão e paciência na realização deste trabalho. A todos meus amigos e o Manolo que estão sempre ao meu lado. A professora Mestra Paula Rosane Vieira Guimarães, por ter me aceitado gentilmente orientar, pelos numerosos ensinamentos, pela amizade, e pelo custoso trabalho para a concretização desse estudo. Ao coordenador do curso de nutrição, Marco e os demais professores, em especial a professora Rita Ribeiro, pelas suas competências e auxílios sempre que precisei, com suas grandes compreensões. A todos os profissionais, alunos e pais da Escola Xodó da Tia Joice e Escola de Ensino Básico Castro Alves, que ajudaram muito para que a pesquisa pudesse ser efetivada. Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente apoiaram me incentivado á prosseguir no caminho da realização profissional e pessoal. OBRIGADA! “Não é o cérebro que importa mais, mas sim o que orienta: o caráter, o coração, a generosidade, as idéias” (Dostoievski) RESUMO O escolar necessita de cuidados quanto a sua alimentação, pois neste momento ele está se desenvolvendo e crescendo e também começa a descobrir novos hábitos alimentares, que podem ser influenciados tanto pelos pais, pela mídia como também pelo convívio com outras crianças e adultos. Hoje em dia a maioria dos escolares se alimenta de forma errada, preferindo alimentos industrializados, sendo ricos em gorduras, açúcar, corante, que prejudicam a saúde, o aprendizado e ate mesmo o desenvolvimento. A alimentação durante o período em que o escolar permanece na escola é de grande importância para garantir-lhe bem-estar, ânimo, atenção e facilidade para aprender, além de contribuir para a manutenção de sua saúde e nutrição. E para se ter uma alimentação saudável, ela deve ser composta de carboidratos, proteínas, lipídios, fibras, vitaminas, minerais e água, porém a maioria das pessoas não se alimenta corretamente, ou seja, há uma grande diferença entre a alimentação real e a ideal. O presente estudo tem por objetivo comparar os lanches de escolares de uma escola pública e uma escola privada de Araranguá, SC. Para a realização da coleta de dados foram entrevistados 40 escolares, sendo 20 da escola privada e 20 da escola pública, onde tinham entre 7 anos e 10 anos e 11 meses. Os dados foram obtidos através de questionários. O Questionário Socioeconômico foi enviado para os pais junto com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, quando estes voltaram preenchidos e assinados, foi aplicada com os escolares um Questionário de Freqüência Alimentar, na própria escola. Com o objetivo de comparar os alimentos que os escolares levam de lanche e identificar qual das duas escolas possui maior consumo de alimentos industrializados. Como resultado da pesquisa obteve-se diferentes valores em relação ao perfil socioeconômico, onde os escolares da escola privada tiveram uma maior renda per capta e conseqüentemente os pais obtiveram maior grau de escolaridade. Em relação aos alimentos que eles levam de lanche, compram na cantina e mais gostam, foram mais citados os ricos em gordura, açúcar, corantes, ou seja, alimentos industrializados. De acordo com os que eles menos gostam foram os alimentos essenciais para se ter uma boa saúde, sendo alimentos ricos em nutrientes. Pode-se concluir que os escolares têm uma alimentação, em ambas as escolas, praticamente iguais. O consumo excessivo de alimentos industrializados está bem presente nas dietas. E observou-se que ocorreu um desacordo entre o consumo alimentar e a freqüência alimentar dos escolares. Palavras-Chave: Escolares; Lanches; Consumo Alimentar; Freqüência Alimentar; Alimentos Industrializados. LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS Tabela 1 - Grau de escolaridade do pai e da mãe dos escolares de acordo com escola pública e privada, Araranguá, SC, 2009 ...............................................................................................................38 Tabela 2 - Freqüência alimentar da escola privada, Araranguá, SC, 2009 .........................................47 Tabela 3 - Freqüência alimentar da escola privada, Ararangua, SC, 2009 .........................................48 Gráfico 1 - Alimentos que os escolares mais gostam, Araranguá, SC, 2009 ......................................44 Gráfico 2 - Alimentos que os escolares não gostam, Araranguá, SC, 2009 .......................................45 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CNA – Comissão Nacional de Alimentação CNE – Campanha da Merenda Escolar DRIs – Dietary Reference Intakes FISI – Fundo Internacional de Socorro a Infância FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação LDL - Lipoproteína de Baixa Densidade PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar PNME – Programa Nacional de Merenda Escolar QFA – Questionário de Freqüência Alimentar RDAs – Recommended Dietary Allawances SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 11 2.OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 14 2.1. Objetivo Geral .................................................................................................................. 14 2.2. Objetivo Específico .......................................................................................................... 14 3.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................................... 15 3.1. Características gerais dos escolares de 7 à 10 anos ..................................................... 15 3.2. Recomendações nutricionais .......................................................................................... 17 3.3. Baixo peso, obesidade e os alimentos industrializados .................................................. 22 3.4. Educação nutricional e a construção de hábitos alimentares ......................................... 26 3.4.1. Fatores que influenciam os hábitos alimentares .......................................................... 29 3.5. A alimentação escolar como um direito .......................................................................... 30 3.6. Relação entre a alimentação oferecida pela cantina da escola e a trazida de casa ...... 32 4.METODOLOGIA .............................................................................................................................. 34 4.1. Desenho do estudo ......................................................................................................... 34 4.2. População e amostra....................................................................................................... 34 4.3. Critérios de inclusão e exclusão ...................................................................................... 34 4.4. Instrumento de obtenção de dados ................................................................................. 35 4.5. Forma de obtenção de dados ......................................................................................... 35 4.6. Forma de analise dos dados ........................................................................................... 35 4.7. Aspectos éticos ............................................................................................................... 36 4.8. Limitação do estudo ........................................................................................................ 36 5.RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................................................... 37 5.1. Perfil socioeconômico das famílias dos escolares .......................................................... 37 5.2. Caracterização dos escolares ......................................................................................... 39 5.3. Alimentos que são levados com maior freqüência para os lanches ............................... 40 5.3.1. Compram lanche na Cantina Escolar........................................................................... 41 5.4. Preferência por determinados alimentos ......................................................................... 42 5.5. Avaliação de Freqüência Alimentar dos Escolares ......................................................... 46 5.6. Escolares que não consomem lanche no período que estão na escola ......................... 51 6.CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................... 54 APÊNDICES........................................................................................................................................ 59 APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO (ESCOLARES) ................................................................. 60 APÊNDICE B - Questionário socioeconômico que será aplicado com os pais dos alunos ... 62 APÊNDICE C - Oficio de declaração (escola)........................................................................ 63 APÊNDICE D - Termo de consentimento livre e esclarecido ................................................ 64 ANEXO ................................................................................................................................................ 65 Anexo A - Carta de Aprovação ............................................................................................... 66 11 1. INTRODUÇÃO Sabe-se que a alimentação e a nutrição contribuem para a promoção e proteção da saúde, melhorando a qualidade de vida e prevenindo os distúrbios nutricionais. Entretanto, diversas pesquisas mostram que é preocupante o aumento progressivo da obesidade em crianças e adolescentes. Esse fato agrava-se ainda mais, por intermédio da alimentação inadequada oferecida pelas cantinas nas escolas e pela pouca atividade física, fazendo com que a obesidade torne-se uma doença (KUREK, 2006). É de conhecimento também que a alimentação durante o período em que o aluno permanece na escola é de grande importância para garantir-lhe bem-estar, ânimo, atenção e facilidade para aprender, além de contribuir para a manutenção de sua saúde e nutrição (ANCONA, 2004). Uma criança bem alimentada é uma criança com resistência às doenças, com vontade de estudar e brincar. A alimentação é uma necessidade básica ao desenvolvimento do ser humano, sendo na fase da infância que acontece uma maior transformação que favorece o seu desenvolvimento nos aspectos físico, intelectual, emocional e social (KUREK, 2006). Apesar da menor velocidade de crescimento e da diminuição do risco de desnutrição, a criança em idade escolar tem uma exigência quanto aos cuidados à alimentação. Devem-se considerar também os hábitos alimentares adquiridos e a grande influencia exercida pela propaganda e pelo convívio com outras crianças da mesma idade (ANCONA, 2004). Segundo Barbosa (2004), alguns hábitos alimentares inadequados são estabelecidos na infância. Assim, esforços para conscientização da importância de uma dieta preventiva são necessários a fim de auxiliar a criança a compreender como evitar doenças presentes e futuras relacionadas com a nutrição, explorando sua própria independência e sua capacidade de decidir e escolher corretamente. As crianças em idade escolar precisam de uma dieta saudável, pois esta favorece níveis ideais de saúde, de crescimento e de desenvolvimento intelectual, que atuam diretamente na melhora do nível educacional, reduzindo assim, os transtornos de aprendizagem causados por deficiência nutricionais e/ou distúrbios alimentares (BARBOSA, 2004). 12 Segundo Barbosa (2004), o escolar necessita de cuidados quanto a sua alimentação, pois é neste momento que ele começa a descobrir novos hábitos alimentares, que são influenciados tanto pela mídia como pelo convívio com outras crianças e adultos. Então, o ideal seria que antes dos hábitos alimentares serem estabelecidos, que fosse oferecido à criança alimentos diversificados e ricos em nutrientes, proporcionando assim, um crescimento e um desenvolvimento próximo do ideal. Os escolares, geralmente, consomem alimentos que os apetecem, mas sempre há preferência pelos que possuem alto valor energético e são ricos em gorduras e carboidratos. Isso gera um desequilíbrio nutricional, sendo que os excessos causam obesidade, e a escassez carências nutricionais. Tanto o excesso como escassez dos nutrientes não possuem um efeito visível imediato. Mas ao longo do tempo, podem originar doenças “invisíveis”, como: as dislipidemias, o diabete mellitus tipo II, entre outras. Estes alimentos, além de serem os preferidos pelos escolares, também são os mais consumidos em momentos de festas, brincadeiras e/ou ocasiões especiais, gerando alegria e prazer (ANCONA, 2004). Nesse sentido, no processo de formação dos hábitos alimentares deve existir uma associação entre o prazer vivenciado e a qualidade das refeições (ANCONA, 2004). Sabe-se que os pais exercem influência na alimentação e nos hábitos dos escolares, pois são eles que fazem a oferta dos alimentos para as crianças, incentivando-as sobre o que devem ingerir. Todavia, devido à correria do dia-a-dia, muitos pais acabam optando por alimentos industrializados, por serem de fácil acesso e preparo. Esta opção acarreta em um aumento do número de crianças obesas devido aos hábitos alimentares inadequados por incluir um elevado consumo de lanches rápidos, doces e guloseimas (ANCONA, 2004). Segundo Ancona (2004), o convívio na sociedade e na família, bem como os padrões e as experiências, relacionadas com a dieta, são fatores que influenciam na escolha alimentar individual. É difícil fazer uma criança gostar de frutas e verduras, se em casa estes alimentos são escassos e até mesmo não são consumidos. Outro grande obstáculo que a criança enfrenta em relação à alimentação adequada é o lanche escolar, pois a mesma sente vergonha de ser diferente e como 13 conseqüência, a dificuldade de se identificar com o grupo o qual convive (BARBOSA, 2004). Preparar a lancheira adequadamente pode ser uma excelente estratégia para garantir uma alimentação saudável e balanceada no ambiente escolar. No entanto, alguns critérios devem ser considerados nessa hora, já que deve existir um equilíbrio nutricional entre os alimentos que a compõem. Além disso, deve haver a garantia de que o alimento estará seguro para o consumo até na hora do recreio (BARBOSA, 2004). Segundo Ancona (2004), o lanche escolar não é a principal refeição do dia, mas com certeza, essa é uma refeição compartilhada, onde hábitos são iniciados com mais facilidade. Desse modo, essa pesquisa procura investigar algumas questões relacionadas à alimentação, mais precisamente, ao lanche que os escolares consomem na escola. Na intenção de contextualizar os aspectos que envolvem a alimentação do escolar, busca-se fundamentar os seguintes itens: características gerais dos escolares de 7 a 10 anos, recomendação nutricional, baixo peso, obesidade e os alimentos industrializados, educação nutricional e a construção de hábitos alimentares, fatores que influenciamos hábitos alimentares, a alimentação escolar como um direito e a relação entre a alimentação oferecida pela cantina da escola e a trazida de casa. Por ser um tema novo e amplo, entende-se necessária à realização desta pesquisa. 14 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral • Comparar os lanches de escolares de uma escola pública e uma escola privada de Araranguá, SC. 2.2. Objetivos específicos • Identificar o perfil socioeconômico dos escolares; • Identificar os alimentos que são levados com maior freqüência para os lanches; • Verificar a preferência por determinados alimentos; • Avaliar qual escola tem maior consumo de alimentos industrializados; • Investigar o número de escolares que não consomem lanche no período que estão na escola. 15 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. Características gerais dos escolares de 7 a 10 anos O processo de desenvolvimento do ser humano é o conjunto de modificações físicas e de funções que o mesmo apresenta desde a sua concepção até atingir a idade adulta. Ao longo desta ação contínua da evolução, que é o desenvolvimento, a idade escolar corresponde ao período que se inicia quando a criança está entrando na puberdade. Este momento em geral é mais precoce em meninas, ocorrendo em média dois anos antes do que nos meninos (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). A idade escolar é considerada dos 7 aos 10 anos e caracteriza-se como um período de crescimento com altas exigências nutricionais. Por isso, deve-se lembrar que o trato gastrointestinal do escolar está mais desenvolvido, sendo que o volume gástrico do mesmo é compatível ao de um adulto. A alimentação nessa idade destaca-se como um dos fatores ambientais mais importantes, relacionados ao crescimento e desenvolvimento infantil (NASSER, 2006 apud FAGIOLI). Na composição corporal, há algumas diferenças entre os sexos, sendo que os meninos possuem maior massa magra do que as meninas, mas após completarem 7 anos de idade ocorre um aumento do tecido adiposo em ambos os sexos. De acordo com Lacerda (2005, apud ACCIOLY), em algumas crianças, dependendo da maturidade, pode-se iniciar o aparecimento de características sexuais secundárias. Segundo Leoni (1994, apud CONCEIÇÃO), o tecido adiposo apresenta as maiores variações individuas, tanto na sua velocidade de acúmulo quanto na sua distribuição, dificultando a descrição de uma tendência geral de crescimento. De modo geral, o crescimento deste tecido ocorre de maneira uniforme e similar para ambos os sexos em idade escolar. O desenvolvimento da massa muscular não acompanha o organismo como um todo, pois é influenciado pelo sexo da criança, pelo seu nível de atividade 16 física, pelo seu nível hormonal e pela atividade metabólica. Nas meninas, com idade entre 7 a 10 anos, a massa muscular cresce de 40 para 45% do peso corpóreo, já nos meninos da mesma faixa etária esta aceleração começa a partir do estirão. Em ambos os sexos, o pico de velocidade de crescimento muscular ocorre mais freqüentemente após o pico de crescimento em altura (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). No que se refere ao desenvolvimento ósseo, esse acompanha o crescimento geral do organismo, sendo que o crescimento dos ossos longos se encerra logo após o estirão da puberdade, quando ocorre o fechamento das cartilagens metafisárias de crescimento (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). Segundo Leone (1994, apud CONCEIÇÃO), todo o processo de acompanhamento do desenvolvimento, é sempre preciso lembrar que a velocidade de desenvolvimento é uma característica individual determinada geneticamente, e também por fatores ambientais. Os escolares necessitam de alimentos em quantidades que possibilite o alcance do pleno potencial genético de crescimento e desenvolvimento. O tamanho corporal que a criança vai atingir na idade adulta é importante, mas o atraso no crescimento traz conseqüências como mortalidade e morbidade, deficiência no aprendizado e diminuição na capacidade física e intelectual (NASSER, 2006 apud FAGIOLI). Segundo Gaglianone (2004, apud ANCONA), a prática de uma dieta balanceada desde a infância favorece níveis ideais de saúde, de crescimento e de desenvolvimento intelectual, atuando diretamente na melhora do nível educacional, reduzindo os transtornos do aprendizado causados pela deficiência nutricionais como anemia e desnutrição, e ainda evitando a manifestação da obesidade, de distúrbios alimentares e de cáries dentárias. Além disto, reduz o risco para a manifestação de doenças futuras como a osteoporose e de algumas doenças crônicas não transmissíveis. No decorrer desta faixa etária, o desenvolvimento físico da criança, como um todo, apresenta sob a forma de um processo de crescimento lento, porém constante e, na maioria das vezes, de velocidade crescente. Em geral, nesta fase há 17 um ganho anual entre 3 e 3,5 kg de peso e de 5 a 7 cm de estatura (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). Segundo LACERDA (2005, apud ACCIOLY, p. 370): [...] Medir o crescimento e desenvolvimento de uma criança é uma forma de conhecer e vigiar seu estado de saúde geral. O crescimento é definido como aumento do tamanho corporal, sendo resultado da multiplicação e diferenciação celular, portando, é um indicador muito sensível á saúde e nutrição de uma população. O acompanhamento do crescimento do escolar é uma metodologia simples que permite fácil identificação da criança de risco, permitindo intervenções precoces. As medidas mais sensíveis do crescimento são o peso e estatura que devem ser obtidos periodicamente, em equipamentos adequados e de acordo com as normas de aferição pré-estabelecidas e registradas em instrumentos adequados (LACERDA, 2005 apud ACCIOLY). Conforme Leoni (1994, apud CONCEIÇÃO), meninos e meninas apresentam uma evolução de peso e estatura semelhante, praticamente até os 10 anos. A partir desta idade, o início mais precoce do estirão pubertário, faz com que meninas sejam maiores que os meninos. Entretanto, como os meninos têm cerca de dois anos a mais de crescimento pré-puberal, durante seu estirão voltam a superar o crescimento das meninas, fazendo com que na idade adulta o homem tenha uma estatura mediana 9 a 13 cm maior do que a da mulher. Após a apresentação das características gerais dos escolares não se pode deixar de abordar as recomendações nutricionais para esta importante fase da vida. 3.2 Recomendações nutricionais Os principais determinantes das necessidades nutricionais das crianças são: taxa e estágio de crescimento associado á atividade física, ao tamanho corporal, ao gasto energético basal e ao estado de saúde. Apesar de cada indivíduo possuir uma diferente necessidade nutricional, ANCONA (2004) destaca que foram 18 estabelecidas algumas recomendações nutricionais para população saudável com características semelhantes. Segundo Gaglianone (2004, apud ANCONA), entre os anos de 1997 e 1998 foram cridos novos padrões de recomendação nutricional, as DRIs (Dietary Reference Intakes), que substituirão as Recommended Dietary Allowances (RDAs), padrões dietéticos utilizados por mais de 50 anos. O mesmo autor destaca que em 1999, o National Research Council, dos EUA, publicou suas recomendações aplicadas por vários anos. Muitos países públicam guias dietéticos para população, onde foram feitas recomendações sobre os tipos e quantidades de alimentos a serem consumidos (GAGLIANONE, 2004, apud ANCONA). Atualmente, há o guia alimentar para população brasileira que contém as principais diretrizes alimentares e orientações adequadas para prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis, como: diabetes e hipertensão. Essas diretrizes compõem um elenco de ações que visam à prevenção da obesidade que, por si só, aumenta o risco dessas e de muitas outras doenças graves, como também é abordada a questão das deficiências nutricionais e das doenças infecciosas (GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA, 2008, s/p). Nesse guia são abordadas as questões necessárias, em termos de base conceitual, sobre o que é uma alimentação saudável e como se pode alcançá-la no cotidiano. De acordo com o Guia Alimentar para a população Brasileira, (2008, s/p): [...] Uma alimentação saudável deve respeitar alguns atributos individuais e coletivos específicos impossíveis de serem quantificados de maneira prescritiva. Contudo identificam-se alguns princípios básicos que devem reger a relação entre as práticas alimentares e a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Diante disso, pode-se afirmar que a alimentação ocorre em função do consumo de alimentos e não de nutrientes, desse modo, uma alimentação saudável deve estar baseada em práticas alimentares que tenham significativo social e cultural. Os alimentos têm gosto, cor, forma, aroma e textura e todos esses componentes precisam ser considerados na abordagem nutricional (GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA, 2008, s/p). 19 Os nutrientes são importantes: contudo, os alimentos não podem ser resumidos a veículos deles, pois agregam significações culturais, comportamentais e afetivas singulares que jamais podem ser desprezadas. Portanto, o alimento como fonte de prazer e identidade cultural e familiar também é uma abordagem necessária para a promoção de saúde (GUIA ALIMENTAR PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA, 2008, s/p). Especificamente, as diretrizes fornecem a base para a promoção de sistemas alimentares saudáveis ressaltando o consumo de alimentos saudáveis, cujo objetivo é reduzir a ocorrência de doenças na população (GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA, 2008, s/p): Estas diretrizes fazem parte da estratégia de implantação de uma Política Nacional de Alimentação e Nutrição, sendo essa integrante da Política Nacional de Saúde, e consolidada como elemento concreto da identidade brasileira para implantação das recomendações preconizadas pela Organização Mundial da Saúde, no âmbito da Estratégia Global de Promoção da Alimentação Saudável, da Atividade Física e da Saúde (GUIA ALIMENTAR PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA, 2008, s/p) Nesse sentido, o Guia Alimentar para População Brasileira (2008, s/p), apresenta sete diretrizes alimentares como segue: A Diretriz 1 refere-se aos alimentos saudáveis e as refeições no seu conjunto; As Diretrizes 2, 3 e 4 especificam os componentes da alimentação que corresponde ao grupo dos grãos e outros alimentos ricos em amido e carboidratos complexos; grupo das frutas, legumes e verduras; e grupo das leguminosas e outros vegetais ricos em proteínas. Esses três grupos de alimentos são os componentes principais de uma alimentação saudável; A Diretriz 5 trata dos alimentos de origem animal, que são nutritivos e integram, em quantidades moderadas, dietas saudáveis; A diretriz 6 trata de alimentos e bebidas com alto teor de gorduras, açucares e sal, prejudiciais á saúde quando consumidos de maneira regular e em grandes quantidades; A Diretriz 7 tem como tema a água, cujo consumo é vital para a saúde. Diante da explanação das diretrizes alimentares, o mesmo Guia Alimentar para a população Brasileira, (2008, s/p) destaca também dez passos importantes para serem seguidos visando uma alimentação saudável nas crianças: 1 Alimentos gordurosos e frituras devem ser evitados; prefira alimentos assados, grelhados ou cozidos. 20 2 Evite oferecer refrigerantes e sucos industrializados, balas, bombons, biscoitos doces e recheados, salgadinhos e outras guloseimas no dia a dia. 3 Diminua a quantidade de sal na comida. 4 Estimule a criança a beber bastante água e sucos naturais de frutas durante o dia, de preferência nos intervalos das refeições, para manter a hidratação e a saúde do corpo. 5 Incentive a criança a ser ativa e evite que ela passe muitas horas assistindo TV, jogando videogame ou brincando no computador. 6 Procure oferecer alimentos de diferentes grupos, distribuindo-os em pelo menos três refeições e dois lanches por dia. 7 Inclua diariamente alimentos como cereais (arroz, milho), tubérculos (batatas), raízes (mandioca/macaxeira/aipim), pães e massas, distribuindo esses alimentos nas refeições e lanches do seu filho ao longo do dia. 8 Procure oferecer diariamente legumes e verduras como parte das refeições da criança. As frutas podem ser distribuídas nas refeições, sobremesas e lanches. 9 Ofereça feijão com arroz todos os dias, ou no mínimo cinco vezes por semana. 10 Ofereça diariamente leite e derivados, como queijo e iogurte, nos lanches, e carnes, aves, peixes ou ovos na refeição principal de seu filho. Diante da apresentação desses passos pode-se afirmar que para se ter uma alimentação saudável é necessário comer de maneira correta. Basicamente, uma refeição saudável deve ser planejada visando atingir todas as necessidades nutricionais do corpo. São sete as classes de nutrientes consideradas necessárias à nutrição humana: carboidratos, proteínas lipídios, fibras, vitaminas, minerais e água. Os alimentos ricos em carboidratos são a principal fonte de energia na dieta humana; para cada grama de carboidrato fornece 4 Kcal. Os carboidratos atuam como combustível para o organismo, pois fornecem a energia que é utilizada nos movimentos, na execução de trabalhos e na manutenção do corpo em funcionamento (SAMBATTI, 2004 apud BARBOSA). Segundo Lacerda (2005, apud ACCIOLY), destaca que os carboidratos devem compor a maior parte do consumo energético diário e o recomendado é que seja cerca de 50% a 60% do consumo de energia total por dia. Contribuindo, Ancona (2004) destaca que o consumo deste macronutriente evita que as proteínas da dieta e do próprio organismo sejam desviadas de sua função plasmática para fornecer energia. Ele é encontrado em cereais (pão, macarrão, bolacha, bolos, tortas) e vegetais (batata, batata-doce, mandioca, inhame e farinhas). 21 Referente às necessidades de proteínas na infância, essas são conceituadas como uma dose mais baixa ingerida na dieta, que compensa as perdas orgânicas de nitrogênio, associadas com a formação de tecidos exigida para o crescimento (LACERDA, 2005 apud ACCIOLY, p. 372). Segundo Sambatti (2004, apud BARBOSA, p. 86): [...] As proteínas apresentam diversas funções no nosso organismo, como: fundamentais na construção e constituição do ser humano, essenciais para o crescimento da criança e para formação de novas células, formam nossos órgãos, ossos, músculos, sangue, cabelos, unhas, pele, entre outras e repõem tecidos gastos normalmente ou quando ocorrem ferimentos, cortes ou queimaduras. Esse mesmo autor ainda destaca que os alimentos ricos em proteínas são os de origem animal, onde estão presente as carnes (peixe, boi, porco, aves, vísceras), os ovos, leite e derivados. Sabe-se que para cada grama de proteína é fornecido 4 Kcal, e o recomendado para os escolares é de aproximadamente 10% a 15% das calorias necessárias no dia (SAMBATTI, 2004 apud BARBOSA). Esse mesmo autor destaca ainda que os lipídios são chamados de gorduras, e para cada grama desta gordura são fornecidos 9 kcal. Estes possuem função energética e o excesso é armazenado no tecido adiposo. Utiliza-se essa energia armazenada em atividades como ler, dormir ou em exercícios de longa duração e baixa ou média intensidade (SAMBATTI, 2004 apud BARBOSA). Conforme Lacerda (2005, apud ACCIOLY), a proporção de gordura da dieta deve ser suficiente para permitir o crescimento e desenvolvimento normal e, ao mesmo tempo, reduzir o risco de doença aterosclerótica, pois, muitas vezes, há interrupção errônea e restrições excessivas do nutriente. Recomenda-se uma redução do consumo total de gorduras e gorduras saturadas, de forma que o percentual de lipídio da dieta seja de até 30% do consumo energético, não menos que 20%, e que menos de 10% seja proveniente de ácidos graxos saturados. O consumo de colesterol diário não devera exceder 300mg/ dia. No que se referem às fibras Sambatti (2004, apud BARBOSA), afirma que as mesmas são carboidratos complexos presentes em alguns vegetais, frutas e sementes. São considerados alimentos funcionais, pois ajuda a melhorar as funções 22 vitais e o bom funcionamento do tubo gastrointestinal. As fibras alimentares são divididas em dois grupos, as solúveis e as insolúveis, que dependem da sua solubilidade em água, ambas possuem benefícios diferentes a saúde e devem ser consumidas diariamente, sendo que o ideal é que crianças maiores de dois anos tenham uma ingestão de fibras equivalente a sua idade adicionada de 5 gramas por dia (7anos + 5gramas = 12g de fibra/dia). As vitaminas e os minerais devem estar presentes na alimentação da criança para permitir suas concentrações adequadas a fim de manter a vida e crescimento. Cada vitamina e mineral tem sua faixa de concentração tecidual que permite a manutenção de funções bioquímica e metabólica (LACERDA, 2005 apud ACCIOLY). Barbosa (2004) destaca que esses micronutrientes são necessários em pequenas doses, sendo encontrados em uma alimentação balanceada, que contenha todos os grupos de alimentos. Os alimentos ricos em vitaminas e minerais são encontrados em frutas, verduras e legumes. O excesso destes pode ser prejudicial para criança e a ingestão insuficiente pode provocar doenças carenciais. Diante da explanação sobre a alimentação ideal apresenta-se a seguir a alimentação real destacando-se a subnutrição e a obesidade, bem como a relação existente com os alimentos industrializados. 3.3. Baixo peso, obesidade e os alimentos industrializados Ressaltou-se no tópico anterior que uma alimentação saudável deve ser composta de carboidratos, proteínas, lipídios, fibras, vitaminas, minerais e água, porém a maioria das pessoas não se alimenta corretamente, ou seja, há uma grande diferença entre a alimentação real e a ideal. Segundo Sambatti (2004, apud BARBOSA), para se ter uma alimentação ideal, é necessário seguir uma dieta variada que tenha todos os tipos de alimentos, sem abusos, sem exclusões e também tendo como base a substituição dos alimentos industrializados por alimentos naturais. 23 A carência de nutrientes para promoção do crescimento e desenvolvimento sadio pode-se iniciar precocemente, ainda na vida intra-uterina. Neste caso, os malefícios causados são mais graves do que se ela ocorresse na idade escolar. Entretanto, mesmo após o nascimento, quanto mais precoce for à má alimentação, piores serão as conseqüências (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). A persistência por uma alimentação que não preencha as necessidades individuais, particularmente de proteína e calorias, pode levar a uma perda progressiva de peso, determinando um peso baixo em relação à estatura. Se esta deficiência permanecer, eventualmente levará até a parada do próprio crescimento, como mecanismo de adaptação para manter a vida nessas condições precárias. Segundo LACERDA (2005, apud ACCIOLY, p. 378): [...] A situação populacional mais comum entre nós é a de uma criança com alimentação precária desde o início de sua vida. Após o desmame a adaptação a dieta familiar aumenta o risco de deficiências nutricionais especificas e desnutrição, agravadas por infecções repetidas que, comumente, atingem as crianças, especialmente em países desenvolvidos. Nas crianças as deficiências nutricionais causam prejuízo no desenvolvimento da linguagem, efeitos psicológicos e comportamentais, como falta de atenção, fadiga, insegurança e redução da atividade física. Pode-se concluir então, que a subnutrição pode ter sérias conseqüências para a criança em idade escolar, desse modo, vários estudos têm documentado o efeito negativo que a má alimentação pode acarretar no desenvolvimento intelectual de crianças. Outros estudos identificaram também que, por exemplo, a criança que vai para aula sem tomar café da manhã, tende a ser mais inativa, letárgica e irritável (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). Por isso, é de suma importância que as crianças e seus responsáveis descubram que para andarem, brincarem, correrem, estudarem, enfim que para realizarem todas essas atividades, seu corpo necessita de substâncias diversas existentes nos mais variados alimentos que o ser humano venha consumir. Uma alimentação à base de verduras, frutas, legumes, leite e derivados, ovos, carnes e peixes proporcionam um bom desenvolvimento de suas potencialidades em todas as fases da vida, podendo prevenir muitos problemas de saúde, bem como auxiliar as crianças na aprendizagem, pois com o corpo funcionando bem, a mente também estará bem e a criança apta a aprender com mais facilidade (GAGLIANONE, 2004 apud ANCONA). 24 Em relação à presença da obesidade infantil, essa é uma preocupação que ganha espaço nas discussões referentes à saúde pública mundial, sendo que os distúrbios de peso normalmente originam-se na infância e quanto mais tempo permanecer nesta condição, tanto mais provável será continuar assim, durante a adolescência e a vida adulta (MONDINI, 2007). O excesso de peso não desaparece espontaneamente, a partir dos seis anos de idade. A obesidade por sua vez traz uma série de outros problemas que precisam ser considerados pelos profissionais que acompanham o desenvolvimento da criança, como por exemplo: dificuldade de socialização e de desenvolvimento motor (CARMO, 2006). De acordo com Ferreira (1998, p. 215): “O excesso de gordura corporal é responsável por inúmeras complicações orgânicas, podendo inclusive levar a morte”. Hoje em dia, a obesidade infantil constitui um dos problemas nutricionais mais comuns que afetam quase todos os países do mundo. A obesidade infantil pode acarretar o aparecimento de problemas de saúde no futuro e esse deve ser um dos cuidados que os pais devem ter quando o assunto é alimentação saudável. Os lanches mais populares na idade escolares são basicamente a base de frituras ou alimentos com sabores intensos, doces e chocolates, produtos lácteos, frutas, sucos e pão. A ingestão de alimentos industrializados entre as crianças está relacionada ao aumento da ingestão calórica e da ingestão de gordura saturada, colesterol e sal. Alguns fatores podem ser determinantes para a obesidade na infância, como: desmame precoce, alimentação inadequada após o desmame, emprego de formulas lácteas preparadas de forma inadequadas, distúrbios de o comportamento alimentar, baixa auto-estima, sedentarismo e a enorme suscetibilidade á propaganda consumista (SAMBATTI, 2004 apud BARBOSA). Na faixa etária dos 7 aos 10 anos corresponde a uma das fases de maior vulnerabilidade para o desenvolvimento da obesidade. Nesse período, o índice de massa corporal aumenta rapidamente após um período de reduzida adiposidade durante a idade pré-escolar e a "reposição" precoce, rápida e/ou intensa da adiposidade pode indicar aumento do risco de obesidade nos períodos subseqüentes de vida (MONDINI, 2007). Nesse período, Mondini (2007) ressalta ainda que a criança além de exercer pouco controle sobre o ambiente em que vive, como por exemplo, sobre a 25 disponibilidade domiciliar de alimentos, ainda pode sofrer forte influência do hábito alimentar e de atividade física de seus pais e familiares e estar sujeita às mudanças nos padrões ambientais e de comportamento por causa da sua inserção no ambiente escolar. Sabe-se que os escolares estão num período de intensas mudanças biológicas, psicológicas e sociais que por algum modo podem interferir no consumo alimentar desta faixa etária. A preferência alimentar das crianças é por alimentos com elevado teor de gorduras saturadas, colesterol e substancial quantidade de sódio e carboidratos refinados, representado muitas vezes pela ingestão de batatas fritas, alimentos de origem animais frito e bebidas com adição de açúcar (CARMO, 2006). Segundo Fisberg (2004), um dos grandes problemas no mundo é o excesso do consumo de gorduras e açúcar por escolares. A preferência por alimentos industrializados está crescendo cada vez mais. As crianças preferem trocar os lanches saudáveis por bolachas, batata frita, pizza, refrigerantes, chocolates. Esses alimentos industrializados (biscoitos, salgadinhos, refrigerantes, chocolates, entre outros) podem trazer diversos problemas: as embalagens mal lavadas podem causar doenças e a ingestão, em excesso, de alimentos que, geralmente, carregam uma boa quantidade de conservantes e elementos químicos também podem ser prejudiciais à saúde. Porém, isso não impede que de vez em quando as crianças possam consumir esses alimentos, já que o problema aparece quando o fato de comer esses alimentos toma-se um hábito freqüente na vida da criança, pois os mesmos além de conter muitas calorias, não saciam a fome e conseqüentemente fazem com que as crianças queiram comer além do que necessitam (SAMBATTI, 2004 apud BARBOSA). A escolha pode ser uma armadilha. Com certa idade, a criança já sabe o que quer comer e começa a fazer suas próprias escolhas, muitas escolas possuem lanchonetes que preparam refeições sedutoras, porém cheias de gorduras e calorias. Deste modo, deve haver por parte dos envolvidos com as cantinas escolares uma maior preocupação e uma mudança significativa em prol de uma alimentação saudável (FISBERG, 2004). 26 Segundo Lacerda (2005, apud ACCIOLY) é importante a responsabilidade dos pais ao prepararem os lanches que seus filhos levam para a escola, sendo que esses devem optar por uma alimentação saudável, baseada em alimentos naturais como, por exemplo, as frutas. Frente ao que foi abordado anteriormente, o tópico a seguir apresenta a educação nutricional e construção de hábitos alimentares. 3.4 Educação nutricional e a construção de hábitos alimentares Educar no campo da nutrição implica em criar novos sentidos e significados para o ato de comer. Implica também em conhecer profundamente o que é alimentação. Educar em nutrição é tarefa complexa que pode ser pensada pelo paradigma da complexidade. Além da busca por certo conhecimento necessário à tomada de decisões que afetam saúde, cabe analisar as atitudes e condutas relativas ao universo da alimentação. Atitudes são formadas por conhecimentos, crenças, valores e predisposições pessoais e sua modificação demanda reflexão, tempo e orientação competente (FAGIOLI, 2006). Segundo Leone (1994, apud CONCEIÇÃO), a educação nutricional deve ser integrada aos programas de Educação da Saúde e não apenas transmitir conhecimentos de nutrição, mais interferir no processo cultural de forma socialmente aceitável, promovendo melhoria na saúde, eliminando praticas alimentares insatisfatória, introdução de melhores condições de higiene e uso mais eficaz de recursos alimentares. Desse modo, compete à educação nutricional desenvolver estratégias sistematizadas para impulsionar a cultura e a valorização da alimentação, concebidas no reconhecimento da necessidade de respeitar, mas também modificar crenças, valores, atitudes, representações, práticas e relações sociais que se estabelecem em torno da alimentação (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). A educação nutricional visa o acesso econômico e social a uma alimentação quantitativa e qualitativamente adequada, que atenda aos objetivos de saúde, prazer, convívio social. Iniciativas relativas ao incremento da qualidade da alimentação e à educação nutricional podem estar contempladas dentro de projetos 27 de promoção à saúde tais como criação de ambientes favoráveis à saúde, ações comunitárias e reorientação dos serviços de saúde que ponham em relevo ações destinadas a fomentar saúde, como também a formação de hábitos corretos de alimentação (CONCEIÇÃO, 1994). Sabe-se que as práticas alimentares são reflexos de fatores socioeconômicos culturais que interferem de maneira positiva ou negativa dependendo ou não de alternativas adequadas. Essas podem ser culturalmente herdadas ou introduzidas através de métodos educativos efetivos (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). No início da vida, todo ser humano possui algumas preferências inatas pelo sabor doce, rejeitando os sabores amargos e azedos, bem como apresentam uma resposta indiferente ao sabor salgado. A introdução de novos alimentos na dieta infantil, desse modo, se defronta com a recusa natural desses alimentos, especialmente quando se trata de alimentos com predominância dos sabores rejeitados acima mencionados. Mas, de acordo com Ancona (2004), esta situação pode ser modificada com a repetição de exposição ao novo alimento. Ancona (2004) destaca também que muitas crianças rejeitam alimentos necessários a sua nutrição, pois eles consomem o que lhe apetecem, preferindo os de alto valor energético, ricos em carboidratos e gordurosos. Estes alimentos além de possuir melhor palatabilidade, são freqüentemente consumidos em momentos de diversão e prazer dos escolares. Nesse sentido, o hábito alimentar da criança é extremamente importante, pois quando incorreto refletirá diretamente no seu crescimento e no seu desenvolvimento adequado. Para isso, a alimentação da criança deve conter todos nutrientes necessários (carboidratos, energéticos, vitaminas e minerais, reguladores), que são obtidos através de uma dieta equilibrada, que é composta dos seguintes grupos: carnes, leite e derivados, frutas, legumes, verduras, cereais, massas, pães (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). Contribuindo, Conceição (1994) ressalta que o mais importante é que as pessoas tenham hábitos alimentares corretos desde a infância, pois os resultados seriam observados no adulto, já que se reconhece que os hábitos alimentares são estabelecidos nos primeiros anos de vida. 28 Os hábitos alimentares adequados são adquiridos pelos indivíduos nos primeiros anos de idade e poderão ser os mesmos na idade adulta, se não houver conscientização da importância de ter uma boa alimentação. Para fins de uma reeducação alimentar os hábitos inadequados devem ser revertidos, e os bons hábitos incentivados, pois os conflitos alimentares podem persistir se alguma atitude não for tomada. Esta tarefa não é mais apenas dos pais, uma vez que a criança vai crescendo, ganhando espaço e formando sua opinião sobre muitos fatos, entre eles, a sua alimentação. Mas também passa a ser responsabilidade da escola, dos professores e dos meios de comunicação, que através de seus programas e anúncios publicitários influenciam na escolha alimentar das crianças (CONCEIÇÃO, 1994). Muitas crianças almoçam ou lancham na escola e quando não consomem a merenda escolar, trazem lanche de casa ou dinheiro para comprar os mesmos. Crianças que trazem seu lanche de casa, muitas vezes, costumam levar na lancheira alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes por serem esses mais práticos, exemplo: refrigerantes, chips, bolacha recheada. As crianças que trazem dinheiro para comprar seu lanche na cantina, na maioria das vezes, escolhem alimentos desaconselháveis pelos nutricionistas, pois são pobres em nutrientes e ricos em gorduras sem uma conscientização sobre os benefícios e malefícios que estes alimentos podem causar, ficam propensos a escolher os alimentos pela aparência ou modismo, sendo que suas preferências não terão assim nenhum embasamento nutricional (CARMO, 2006). Diante do que foi exposto acima se conclui que o papel da educação nutricional é fazer com que a criança ingira certos alimentos importantes para sua saúde, crescimento e também alertar sobre a gravidade de se ingerir em excesso alimentos como os doces, que além de ter um valor nutricional questionável, ainda são grandes causadores de cáries (LEONE, 1994 apud CONCEIÇÃO). Porém é de suma importância apresentar alguns fatores que influenciam na construção dos hábitos alimentares. 29 3.4.1 Fatores que influenciam os hábitos alimentares Existem alguns fatores que influenciam direta e indiretamente na construção dos hábitos alimentares das crianças, entre eles podem se citar: a família e a mídia como os mais importantes influenciadores. A família exerce papel de modelo na construção do hábito alimentar da criança. Quando seus integrantes possuem hábitos adequados contribuem de maneira decisiva para a evolução alimentar da criança. Este fato evidencia a necessidade de a família adotar o comportamento alimentar que espera da criança, embora seja freqüente observarmos a falta de esclarecimento de alguns pais que exigem de seus filhos aceitação de alimentos que eles próprios não toleram (GAGLIANONE apud ANCONA, 2004). Os pais são responsáveis pela escolha do alimento a ser oferecido para a criança, pois esta não tem conhecimento suficiente para tal. Se uma criança recusa a alimentação oferecida, não deve dar alternativas alimentares justificando os motivos. Se a mesma estiver com fome consumira o alimento. Caso contrário, se há recusa da refeição ou de alguns alimentos, não é motivo de preocupação. A fome é um excelente estimulo para novas tentativas alimentares (LACERDA, 2005, apud ACCIOLY, p. 375). Contribuindo com isso destaca-se também a proporção significativa de crianças em idade escolar não é supervisionada de forma adequada pelos pais no tocante ao número de refeições e lanches e a quantidade de alimentos que consomem (TOJO, 1999). Uma dieta familiar é satisfatória para a saúde da criança e proporciona uma sólida base para o futuro quando a criança começa a passar sempre mais tempo fora do lar, na escola e em outras atividades (TOJO, 1999). Conforme Tojo (1999), outro fator influenciador de grande impacto no modo de vida e nos hábitos alimentares das crianças é a mídia, particularmente a transmitida pela televisão. A televisão, como representante máxima da mídia, é um veículo utilizado para o entretenimento e educação representando a maior fonte de informação sobre 30 o mundo, influenciando o comportamento das pessoas, o que vestem, o que pensam, como aparentam ser e o que comem (SICHIERI, 2007 apud COSTA). Sabe-se que no correr de um ano, uma criança normal passa maior tempo assistindo televisão do que estudando. Diante da televisão, uma criança ou adolescente pode aprender concepções incorretas sobre alimentação saudável. E a exposição de apenas 30 segundos de comerciais de alimentos é capaz de influenciar a escolha de crianças a determinado produto (TOJO, 1999). As propagandas televisivas estimulam as crianças a consumir alimentos e refrescos, principalmente os industrializados, cujo valor nutritivo é limitado, tem alto teor energético e tipicamente contêm grandes quantidades de gorduras, açúcar, colesterol e sal e que fornecem pouco ou nenhum nutriente (TOJO, 1999). Segundo Sichieri (2007, apud COSTA), os hábitos alimentares se modificam, e muito rapidamente, sendo que a mídia possui o poder de construí-los, como também de substituí-los. Diante do que já foi exposto anteriormente, o tópico a seguir apresenta a merenda escolar como um direito constitucional do ser humano, sendo destacada a importância do PNAE como instrumento de garantia a esse direito. 3.5 A alimentação escolar como um direito De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social, a alimentação escolar saudável é um direito humano e precisa ser garantida às crianças e adolescentes brasileiros. Para difundir essa idéia, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) inicia uma campanha educativa com o envio de 553 mil cartazes pedagógicos a toda a rede pública de educação infantil, ensino fundamental e também o ensino médio. O intuito é conscientizar alunos, professores e diretores sobre o direito dos estudantes a uma dieta adequada e nutritiva no ambiente escolar. Os cartazes devem chegar as 170 mil escolas da rede oficial de todo o país até o final do mês. Esse cartaz ainda foi traduzido para três línguas (inglês, francês e espanhol) e foi distribuído às embaixadas dos países da América 31 Latina e do Caribe, para que esse trabalho de conscientização também seja feito em outras nações (BRASIL, 2008). Conforme Brasil (2008) essa campanha brasileira reuniu os esforços dos ministérios da Educação, do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, das Relações Exteriores, da Saúde e da Secretaria Especial de Direitos Humanos e teve repercussão positiva frente aos representantes dos trinta e três países que participaram da conferência. Nesse sentido, surgiram iniciativas do governo brasileiro relacionado á alimentação escolar, dentre elas destacam-se a instituição do Serviço Central de Alimentação, aproximação do Fundo Internacional de Socorro a Infância (FISI), Comissão Nacional de Alimentação (CNA), que criou o Programa Nacional de Merenda Escolar (PNME) e a Campanha da Merenda Escolar (CME) instituída em 1955, sendo essa um marco da historia na alimentação escolar, pois originou o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) (CHAVES, 1997). O PNAE é um dos mais antigos programas sociais do governo federal, gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação e é considerado um dos maiores programas do mundo na área da alimentação escolar, atendendo aproximadamente 36 milhões de estudantes, o que equivale a 22% da população brasileira, que freqüenta instituições públicas e filantrópicas da educação em todo o Brasil (PEIXINHO, 2007). De acordo com o MEC (2006), o valor per capta fornecido para as escolas para ser direcionado a alimentação em 2003 passou de R$0,06 para R$0,13 em préescolares e escolas filantrópicas, e para as creches R$0,18. Atualmente, o valor repassado pela União, por dia letivo, é de R$0,22 por aluno. Com este valor pode-se oferecer uma alimentação mais balanceada para os escolares, contendo uma variedade maior de alimentos. Os princípios norteados desse Programa é a universalização do atendimento; o tratamento igual a todos os alunos, respeitando as diferenças biológicas entre idades e as condições de saúde dos alunos; o respeito aos hábitos alimentares, considerando as práticas tradicionais que fazem parte da cultura e da preferência alimentar local; a continuidade da ação, visto que o atendimento se faz durante 200 dias letivos do ano; e a descentralização da gestão, uma vez que os 32 recursos federais são repassados diretamente aos Estados e Municípios, responsáveis pela oferta da alimentação aos alunos (PEIXINHO, 2007). O PNAE traz em suas diretrizes o emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados e seguros para composição dos cardápios oferecidos nas escolas, que ainda respeitem a cultura e as tradições alimentares, contribuindo para resgate e a tradição cultural da região e das populações tendidas (CHAVES, 2007). 3.6. Relação entre a alimentação oferecida pela cantina da escola e a trazida de casa. Os pais se preocupam com seus filhos, porém, longe da fiscalização dos mesmos, as cantinas das escolas se transformaram em um “parque de diversões”, onde se pode consumir o que se deseja. No espaço da escola, as crianças consomem os salgadinhos e as guloseimas que, aliados ao sedentarismo, colaboram significativamente para o aumento do índice da obesidade (BRASIL, 2008). Devido à falta de tempo dos pais, as crianças não levam mais a tradicional lancheira para a escola, não participando na escolha dos alimentos que o seu filho vai comer no período em que está na escola. Com efeito, as cantinas escolares oferecem lanches, doces e salgados que contribuem para o aumento das taxas de obesidade, um passo para o surgimento de doenças como o diabete e outras doenças associadas ao excesso de peso (BRASIL, 2008). Segundo alguns nutricionistas, há pais que, por comodidade, costumam optar por lanche mais fácil de ser preparado, que invariavelmente incluem produtos industrializados, como biscoitos, chocolates e salgadinhos, mas esses alimentos têm poucos nutrientes, além de serem ricos em gorduras e calorias. Uma opção é incentivar os pequenos a prepararem seu próprio lanche, guiando-os para os alimentos mais nutritivos. A idéia é educar as crianças de maneira que saibam o valor dos alimentos que contêm vitaminas e sais minerais e que não engordam (BRASIL, 2008). 33 Conforme BRASIL (2008), o lanche na escola deve suprir cerca de 15% das necessidades diárias de uma criança. Sendo que Por isso, o lanche deve contemplar um equilíbrio de nutrientes, no qual os pais devem optar por alimentos mais saudáveis como os cereais, frutas, verduras e alimentos ricos em proteínas como o leite, queijo ou iogurte. Para crianças que permanecem o período integral na escola, o consumo de nutrientes deve ser duplicado. O ideal é que, no almoço, ela consuma entre 700 e 800 calorias. “Um almoço saudável deve conter: verduras cozidas ou uma salada, uma porção de carne, de preferência branca, como peixe, peru ou frango, e uma sobremesa. Coxinhas, pastéis e outras frituras não devem substituir uma refeição normal” (BRASIL, 2008). Para os nutricionistas, os alimentos vendidos na cantina têm de ser alvo de um freqüente controle. Felizmente, esse já é um cuidado que está se tornando habitual em muitas escolas do país (BRASIL, 2008). É importante afirmar que a criança pode até comer um hambúrguer assado, desde que não venha acompanhado de batatas fritas. Ela pode também se alimentar com biscoitos recheados, desde que não coma o pacote inteiro. Outra orientação é evitar o consumo de refrigerantes, preferindo sucos e achocolatados (BRASIL, 2008). Diante de tudo o que foi exposto pode-se concluir que a construção de hábitos saudáveis age como um fator de prevenção de futuras doenças, sendo neste caso ainda considerada como o melhor remédio. 34 4. METODOLOGIA 4.1. Desenho do estudo A presente pesquisa constitui-se de um trabalho cientifico, cuja classificação quanto à natureza é básica, descritiva, transversal, com abordagem quantitativa e coleta de dados primários. 4.2. População e amostra Esta pesquisa foi realizada na cidade de Araranguá, estado de SC, com população de sessenta e dois mil quatrocentos e quarenta (62.440) habitantes (IBGE, 2007). Distante 210 km de Florianópolis e 220 km de Porto Alegre (capital do estado do Rio Grande do Sul), estando nas margens da BR101, no extremo sul catarinense. A principal atividade econômica é o comércio e a agricultura. A população envolvida nessa pesquisa foi de escolares do município de Araranguá. Hoje a população de escolares é de dezoito mil seiscentos e trinta e oito (18.638) matriculados no ensino fundamental. O município conta com dez (10) escolas municipais, trinta e seis (36) escolas estaduais e oito (08) escolas privadas (IBGE, 2007). Realizou-se uma amostra de conveniência com a escolha de uma escola pública e uma escola privada, onde foram entrevistados vinte (20) alunos em cada escola. 4.3. Critérios de inclusão e exclusão A escolha da amostra teve como critério principal alunos do ensino fundamental com 7 a 10 anos de idade. Esse critério (idade) teve como base o fato de muitos dos alunos que pertencem a essa faixa etária levarem lanches, para consumir no recreio. 35 4.4. Instrumento de obtenção de dados Como instrumento de pesquisa foi adaptado o Questionário de Freqüência Alimentar do Ministério da Saúde (APÊNDICE A) e o Questionário Socioeconômico (APÊNDICE B). O questionário de freqüência alimentar foi aplicado junto aos alunos, com o objetivo de comparar os alimentos que os mesmos levam de lanche e identificar qual das duas escolas (pública e privada) possui maior consumo de alimentos industrializados. O questionário socioeconômico foi aplicado com os pais dos alunos, e é composto por três (03) perguntas abertas e uma (01) pergunta fechada. 4.5. Forma de obtenção de dados Primeiramente, foi realizado o contato com a direção das escolas solicitando o espaço e a disponibilidade para a realização dos estudos, através de um Oficio de Declaração (APÊNDICE C). Em seguida foi enviado para os pais através dos alunos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE D) e o questionário socioeconômico. Estes voltaram assinados e preenchidos. Para realizar propriamente a coleta de dados a pesquisadora entrevistou os escolares, no momento do recreio. Participarão apenas os alunos que trouxeram o termo de consentimento e o questionário socioeconômico preenchido pelos pais. 4.6. Forma de análise dos dados Os dados foram totalizados no programa EPIDATA e analisados no SPSS 17.0, analisados quantitativamente por intermédio de tabelas e gráficos, tomando por base o referencial teórico, onde se procurou responder a problemática da pesquisa. 36 4.7. Aspectos éticos A coleta de dados ocorreu, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) (ANEXO A). Os preceitos éticos a serem obedecidos e relacionados á Resolução 196, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde, foram encontrados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os escolares e seus pais convidados participaram do estudo de forma voluntaria, e suas identidades permaneceram anônimas. 4.8. Limitações do estudo Por ser a pesquisa com amostra de conveniência, a mesma pode apresentar alguns fatores de limitação, como por exemplo, a impossibilidade de generalização. 37 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Este capítulo tem por objetivo apresentar os resultados obtidos com a aplicação dos questionários. Os resultados foram subdivididos em perfil sócio econômico da família dos escolares, caracterização dos escolares, alimentos que são levados com maior freqüência para os lanches, compram lanches na cantina escolar, preferência por determinados alimentos, avaliação da freqüência alimentar dos escolares e escolares que não consomem lanche no período que estão na escola. 5.1. Perfil socioeconômico das famílias dos escolares Conforme questionário sócio econômico aplicado as famílias dos escolares, os dados coletados apontaram que o número de pessoas que moram na mesma casa com o escolar da escola privada foi de 3,9 (± 0,9) enquanto que na escola pública é de 4,5 (± 1,2) pessoas. Na seqüência, o número de pessoas que trabalham foi respectivamente de 1,75 (± 0,5) e 2,1 (± 0,7) pessoas. A renda média das famílias da escola privada ficou em R$ 3.615,37 (± 2.119,79), sendo o salário mais baixo de R$ 1.200,00 e o mais alto de R$ 8.000,00 com per capta de R$ 880,80 (± 376,44). Na escola pública a renda média das famílias foi de R$ 1.805,00 (± 935,40) variando os salários de R$ 600,00 á 4.000,00. A renda per capta foi de R$ 454,91 (± 300,36). Quando comparadas a renda per capta, e tomando-se por base o salário mínimo brasileiro (R$ 465,00), percebe-se grande diferença entre os escolares, onde a renda per capta da escola privada chegou a quase 2 salários mínimos e a escola pública foi inferior a um salário mínimo (MINISTERIO DO TRABALHO E DO EMPREGO, 2009). Tendo como base os dados coletados em relação a escolaridade dos pais e das mães dos escolares, a amostra estudada apresentou 5% (n=1) de analfabetos na escola pública, enquanto na escola privada nenhum caso de analfabeto e um maior percentual de entrevistados com grau de escolaridade elevado. De acordo com um estudo realizado pelo Ministério da Saúde (2006), cada vez mais está diminuindo o número de pessoas analfabetas no Brasil. Nesse 38 estudo constatou-se que em 1992 havia 17%, em 1996 havia 15% e em 1999 havia 13% de analfabetos no Brasil. Conforme pode ser observado na Tabela 1, os pais da escola privada têm um maior percentual de escolaridade entre o Ensino Superior incompleto e Ensino Superior completo e quando somados totalizam 60% (n=12) dos pais com Ensino Superior. Já os pais da escola pública o maior grau de escolaridade fica no Ensino Fundamental incompleto, representando um quarto desta população (25%). O Ensino Médio completo e Ensino Superior completo ficam com 20% (n=4) cada, estando, portanto abaixo do grau de escolaridade dos pais da escola privada. De acordo com o grau de escolaridades das mães dos escolares da escola privada o Ensino Médio completo se apresenta com 20% (n=4), já o Ensino Superior incompleto e Ensino Superior completo quando somados também totalizam 60% (n=12) da amostra. As mães da escola pública ficaram com seu maior percentual em Ensino Médio completo com 45% (n=9). Tabela 1 – Grau de escolaridade do pai e da mãe dos escolares de acordo com escola pública e privada, Araranguá, SC, 2009. Indicadores Escola Privada Escola Pública Escolaridade do pai Analfabeto Ensino Fund. Incompleto Ensino Fund. Completo n 0 2 2 1 2 % 0 10.0 10.0 5.0 10.0 n 1 5 2 2 4 % 5.0 25.0 10.0 10.0 20.0 6 6 30.0 30.0 0 4 0 20.0 1 5.0 2 10.0 n 0 1 2 0 4 4 8 1 % 0 5.0 10.0 0 20.0 20.0 40.0 5.0 n 1 2 1 3 9 2 2 0 % 5.0 10.0 5.0 15.0 45.0 10.0 10.0 0 Ensino médio Incompleto Ensino médio Completo Ensino superior Incompleto Ensino superior Completo Não responderam Escolaridade da mãe Analfabeto Ensino Fund. Incompleto Ensino Fund. Completo Ensino médio Incompleto Ensino médio Completo Ensino superior Incompleto Ensino superior Completo Não responderam Fonte: dados da pesquisadora (2009) 39 Observou-se que não ocorreu grande diferença entre o grau de escolaridade dos pais e mães dos escolares da escola privada, enquanto que na escola pública as mães têm no Ensino Médio completo duas vezes mais do que os pais. E se for comparadas às duas escolas, a escola privada apresenta um maior grau de escolaridade dos pais. 5.2. Caracterização dos escolares De acordo com os dados coletados a idade dos escolares da escola privada compreende uma média de 8 anos e 4 meses e na escola pública essa média é de 8 anos e 2 meses. Com relação ao sexo dos escolares da escola privada, os dados apresentaram 65% (n=13) do sexo feminino e 35% (n=7) masculino e na escola pública foram encontrados 60% (n=12) do sexo masculino e 40% (n=8) do sexo feminino. Esses dados demonstram que na escola privada é mais freqüente o sexo feminino e na escola pública o sexo masculino. Ao questionar os escolares se eles assistem televisão, constatou-se que sim, sendo que 100% (n=20) dos escolares da escola privada assistem em média 03h e 29min e 95% (n=19) dos escolares da escola pública assistem em média 04h e 10min diariamente. Em um estudo feito por Rossi (2008), com escolares do Ensino Fundamental constatou-se que, independentemente do sexo, da disposição de leitura, de fatores étnicos e nível de escolaridade dos pais, a televisão se relaciona positivamente às opiniões erradas sobre os alimentos, à nutrição e a maus hábitos alimentares. Nesse estudo constatou também que as crianças assistiam entre 21 a 22 horas semanais de televisão, das quais, aproximadamente, 3 horas correspondiam às propagandas de alimentos. Em 91% dos casos, esta publicidade mencionava alimentos com alto teor de gordura, de açúcar, de sal, bem como alimentos industrializados. Ao questionar os escolares se o tempo do recreio é suficiente para fazer o seu lanche, obteve-se 85% (n=17) de afirmação na escola privada e 75% (n=15) na escola pública. E em relação ao lugar em que eles preferem fazer o lanche, 95% (n=19) dos escolares da escola privada afirmaram o refeitório, enquanto que na 40 escola pública 50% dos escolares responderam o refeitório e 40% (n=8) o banco ao lado da sala de aula. 5.3. Alimentos que são levados com maior freqüência para os lanches Os escolares foram questionados se trazem lanche de casa ou se compram na cantina da escola, sendo que as opções de respostas são as seguintes: sim, não e às vezes. Os dados coletados apresentam os seguintes percentuais; na escola privada 50% (n=10) dos escolares trazem lanche de casa; 35% (n=7) às vezes trazem e 15% (n=3) não trazem; e na escola pública 45% (n= 9) dos escolares trazem às vezes, 40% (n=8) trazem lanche de casa e 15% (n=3) não trazem. Como pode se observar grande parte dos escolares traz o seu lanche de casa ou às vezes trazem, totalizando 85% (n=17) em ambas as escolas. Em um estudo realizado por Teixeira (2008), os dados encontrados são semelhantes com os deste estudo, pois ao realizar o mesmo questionamento aos escolares (n=49), os percentuais obtidos nas respectivas respostas foram 26,5% (n=13) trazem 16,3% (n=8) não trazem e 57,1% (n=28) às vezes trazem. Entre os diversos alimentos que os escolares trazem, foi citado principalmente, bolacha, suco artificial, salgadinho frito, achocolatado e alimentos industrializados. Ao questionar os escolares em relação aos alimentos que trazem como lanche, foi mencionado pelos escolares da escola privada: suco artificial (n=9), pizza (n=7) bolacha recheada (n=6), salgadinhos fritos (n=5) e o achocolatado (n=3) cuja classificação corresponde aos alimentos industrializados, aos cereais e ao leite. Enquanto que os escolares da escola pública citaram os seguintes alimentos: suco artificial (n=10), chips (n=6), walfer (n=6), pão (n=4), bolacha recheada (n=4) e refrigerante (n=3), todos pertencentes à classificação de alimentos industrializados. Em um estudo realizado por Carvalho (2001), constatou-se que está ocorrendo um desequilíbrio entre os alimentos que estão disponíveis na casa das pessoas, devido a uma grande presença de industrializados. O estudo identificou uma grande semelhança entre os entrevistados, pelo grande consumo dos mesmos alimentos industrializados, ou seja, doces, refrigerante e gorduras. 41 Em outro estudo, feito por Carmo (2006), sobre o consumo alimentar de adolescentes, constatou-se que a ingestão alimentar entre os entrevistados foi elevada em relação aos produtos industrializados. O grande consumo de alimentos com alto teor de calorias “mortas”, ou seja, sem nutrientes essenciais para esta faixa etária, desenvolve obesidade, sobrepeso e até mesmo doenças crônicas como o colesterol, dislipidemias, hipertensão e diabetes. No mesmo estudo citado anteriormente realizado por Carmo (2006), constatou-se que o aumento na prevalência de obesidade tem sido observado nos Estados Unidos e em diversos países, entre todos os estágios de vida, com destaque para sua ocorrência entre os pré-escolares. Tendo em vista que a obesidade na infância freqüentemente persiste na vida adulta. De acordo com os escolares questionados a maioria deles ajuda a escolher o que vai ser levado de lanche para escola, sendo que na escola privada 95% (n= 19) dos escolares ajudam na escolha do alimento e na escola pública 85% (n=17) ajudam. Os que não ajudam a escolher o lanche relataram que não levam lanche para escola, comem o que a escola oferece ou compram na cantina. 5.3.1 Compram lanches na cantina escolar As duas escolas entrevistadas têm cantinas, onde boa parte dos escolares compra o seu lanche. Quando questionados se compram lanche na cantina, obteve-se um percentual de 25% (n=5) dos escolares da escola privada de afirmação, 65% (n=13) compram somente às vezes e 10% (n=2) não compram. Se juntar as respostas sim e às vezes se tem um percentual de 90% (n=18) dos escolares que compram os seus lanches na cantina da escola privada. Na escola pública 5% (n=1) dos escolares responderam que sim, 80% compram ás vezes e 15% (n=3) não compram lanche na cantina. Unindo as respostas sim e às vezes se tem 85% (n=17) dos escolares que compram lanche na cantina da escola pública. Sabe-se que a maioria dos escolares compra lanche na cantina escolar, esses dados também foram observados em um estudo realizado por Teixeira (2008), onde os escolares (n=28) das respectivas escolas mencionadas ao serem 42 questionados se compravam alimentos da cantina, 39,3% (n=11) responderam que sim, 46,4% (n=13) que não e 14,3% (n=4) que às vezes compravam. Em relação aos tipos de alimentos que mais compravam na cantina escolar estão o chocolate em barra, o cachorro-quente, o suco artificial e a pizza. Nessa pesquisa em relação aos lanches comprados na cantina pelos escolares da escola privada estão presentes: sucos naturais (n=10), cachorroquente (n=7), doguinho (rolo de massa de pão com salsicha) (n=5), bolo de chocolate com cobertura (n=4) e o bolo simples (n=4), cuja classificação de acordo com os grupos de alimentos são frutas e cereais. E na escola pública os alimentos citados pelos escolares foram: a pizza (n=9), o suco natural (n=8), o salgadinho industrializado de pacote (n=5), o refrigerante (n=4) e o chocolate em barra (n=4), sendo esses alimentos classificados como cereais, frutas e industrializados. Desse modo, Carmo (2006) ressalta que é comum, as cantinas das escolas venderem alimentos com baixo valor nutricional e industrializado, já que esses possuem a preferência dos escolares. Segundo um estudo realizado por Martins (2004), os escolares estão trocando a merenda oferecida pela escola que é balanceada, preferindo comprar o lanche na cantina. No estado de Santa Catarina, atualmente existe uma legislação que proíbe às cantinas de venderem alimentos que são prejudiciais à saúde dos escolares e elas devem vender alimentos naturais, como: suco natural, sanduíche natural, assados. (MEC, 2006). Mas esta não é a nossa realidade, podendo ser observada no presente estudo. 5.4. Preferência por determinados alimentos Dos escolares entrevistados também se verificou quais são os alimentos que mais gostam de comer e quais os que menos gostam. Para um melhor entendimento e visualização os alimentos citados foram listados abaixo conforme o tipo e o número absoluto. Para organizar a lista e visualizar melhor foram separados por grupo de alimentos e apresentados em gráficos como cereais (bolos, massa, cachorro-quente, arroz, lasanha, sanduíche, pão, panqueca, pastel assado, batata, aipim e polenta), hortaliças (milho, legumes, 43 sopa de legumes, salada, repolho, cenoura, vagem, chuchu, tomate, alface e pepino), frutas (frutas, suco natural, mamão, Maca e melancia), leite e derivados (iogurte, achocolatado e vitaminas de frutas), carnes e ovos (ovo, peixe, bife, peito de frango, carne vermelha, almôndega e fígado de boi), leguminosas (feijão), óleos e gorduras (batata frita, xis e folhados), açucares e doces (nega maluca e torta) e produtos industrializados (pizza, bolacha/ biscoito doce e salgado, doce de leite, chips, chocolate e maionese). Os alimentos que os escolares mais gostam na escola privada são os seguintes: massa (n=7), feijão (n=7), cachorro-quente (n=5), pizza (n=5), arroz (n=5), batata frita (n=5), peixe (n=3), peito de frango (n=3), nega maluca (n=3), bife (n=2), carne vermelha (n=2), frutas (n=2), lasanha (n=2), ovo (n=2), sanduíche (n=2), bolacha salgada e doce (n=1), chocolate (n=1), pão (n=1), panqueca (n=1), chips (n=1), pastel assado (n=1), almôndega (n=1), legumes (n=1), suco natural (n=1), doce de leite (n=1), milho (n=1), batata (n=1), purê de batata (n=1) e iogurte (n=1). Já na escola pública foram citados: carne vermelha (n=13), feijão (n=9), arroz (n=9), massa (n=5), batata frita (n=4), frutas (n=4), sopa (n=2), cachorro quente (n=2), pizza (n=2), milho (n=2), ovo (n=2), salada (n=2), bolacha salgada e doce (n=1), bolo (n=1), xis (n=1), maionese (n=1), repolho (n=1), nega maluca (n=1), peito de frango (n=1), leite com achocolatado (n=1), cenoura (n=1), batata (n=1), peixe (n=1), bife (n=1), chips (n=1) e mamão (n=1). Esses alimentos foram organizados em grupos alimentares e apresentados no Gráfico 1 (abaixo) visando a comparação entre as escolas em relação aos alimentos que os escolares mais gostam. Percebe-seu um grande consumo de cereais na escola privada com 41% de preferência e na pública essa preferência foi de 31%, as carnes respectivamente em 20% e 30%, os industrializados 23% e 11%, leguminosas 11% e 14%, frutas 6% e 8%, açúcar 7% e 3%, leite 3% e 1%, e a hortaliça 9% e os óleos 5% foram citados apenas pelos escolares da escola pública. 44 Gráfico 1: Alimentos que os escolares mais gostam, Araranguá, SC, 2009. Fonte: dados da pesquisadora (2009) Como pode ser observado os alimentos que os escolares da escola privada preferem mais que os da escola pública, são os alimentos mais caloricos, mostrando que o lanche destes escolares é precário em vitaminas e minerais, sendo que esses são essenciais para uma boa saude e por isso deveriam ser consumidos em menor quantidade. Os escolares da escola pública citaram como os alimentos que devem estar presente na mesa das pessoas para se ter uma alimentação balanceada, mostrando que os lanches deles são mais variadas em nutrientres. Porém, eles também consomem alimentos industrializados, gordurosos, doces, sendo que em menor número que os da escola privada. Em um estudo feito com o consumo alimentar de crianças por Barbosa (2005), constatou-se que as práticas de alimentação são importantes determinantes das condições de saúde na infância e estão fortemente condicionadas ao poder aquisitivo das famílias, do qual dependem a disponibilidade, a quantidade e a qualidade dos alimentos consumidos. Um artigo já públicado mostrou que 14,0% dos entrevistados de nível econômico baixo consomem mais os alimentos industrializados, sendo que entre os escolares de classe média, o pastel assado foi o favorito, bem como o suco de frutas (DALLA COSTA, 2007). Esses dados apresentam uma situação diferente do presente estudo. 45 De acordo com a presente pesquisa realizada com os escolares para saber quais alimentos eles menos gostam de comer, na escola privada constatou-se que esses alimentos são as verduras (n=4), o feijão (n=4), o mamão (n=2), a maionese (n=2), a batata (n=2), a sopa (n=1), o folhado (n=1), a torta (n=1), o peito de frango (n=1), a vagem (n=1), o arroz (n=1), a vitamina de frutas (n=1), a maçã (n=1), as frutas (n=1), a salada (n=1), os legumes (n=1), o peixe (n=1), o leite (n=1), o chuchu (n=1), o tomate (n=1), a carne vermelha (n=1), o alface (n=1), o aipim (n=1) e a cenoura (n=1). E na escola pública os alimentos mais citados foram: salada (n=8), massa (n=3), feijao (n=3), arroz (n=3), frutas (n=2), bolacha salgada e doce (n=1), peito de frango (n=1), verduras (n=1), aimpim (n=1), pepino (n=1), polenta (n=1), melancia (n=1), chuchu (n=1), figado de boi (n=1), batata (n=1) e peixe (n=1). Como pode ser observado no Gráfico 2, os escolares da escola privada ao serem comparados com os da escola pública, menos gostam de hortaliças 42% na escola privada e 37% na escola pública, os cereais correspondem respectivamente a 8% e 27%, as frutas 16% e 10%, leguminosa 16% e 10%, as carnes 8% e 13%, industrializados são 3% em ambas as escolas e o restante dos grupos alimentares são citados somente pelos escolares da escola privada onde o leite foi 2%, os óleos 2% e os açucares 3%. GRÁFICO 2: Alimentos que os escolares menos gostam, Araranguá, SC,2009. Fonte: dados da pesquisadora (2009) 46 Como pode ser observado acima os alimentos que os escolares menos gostam são os essenciais para se ter uma boa saúde, ou seja, são os alimentos importantes para se ter um crescimento e um desenvolvimento saudável. Quando comparados os graficos 1 e 2, percebe-se que as hortaliças na escola privada não foram nem mencionadas, quanto as frutas a escola pública apresenta uma preferencia maior. Em um estudo feito por Carvalho (2001), foi verificado a existência de hábito alimentar inadequado para os estudantes investigados. Embora haja grande diversificação na alimentação dos mesmos, constatou-se a presença marcante de alimentos gordurosos, ricos em açúcares, com pouca fibra e de pouco valor nutricional. 5.5. Avaliação da freqüência alimentar dos escolares O Questionário de Freqüência Alimentar (QFA) é considerado como um dos principais instrumentos utilizados para coleta de dados dietéticos (FISBERG, 2008). O elemento essencial do QFA é capturar a probabilidade de consumo da maioria dos alimentos, em um determinado período pregresso de tempo, em geral. Conforme o QFA aplicado com os escolares, pode-se avaliar com que freqüência eles consomem determinados alimentos, durante os 5 dias que antecederam a pesquisa. Os dados coletados com os escolares da escola privada referente à freqüência alimentar podem ser observados na Tabela 2. 47 Tabela 2 – Freqüência alimentar da escola privada, Araranguá, SC, 2009. Alimento Não comi nos últimos 5 dias 1 dia nos últimos 5 dias 2 dias nos últimos 5 dias 3 dias nos últimos 5 dias 4 dias Todos os nos últimos 5 últimos 5 dias dias n % n % nº % nº % nº % nº % Frutas, salada de frutas ou suco natural 4 20.0 2 10.0 - - 9 45.0 - - 5 25.0 Suco artificial 5 25.0 3 15.0 2 10.0 3 15.0 2 10.0 5 25.0 Refrigerantes 6 30.0 5 25.0 2 10.0 2 10.0 4 20.0 1 5.0 Leite, iogurte, achocolatados 2 10.0 2 10.0 2 10.0 4 20.0 - - 10 50.0 8 40.0 7 35.0 2 10.0 2 10.0 - - 1 5.0 4 20.0 5 25.0 2 10.0 - - 2 10.0 7 35.0 9 45.0 4 20.0 2 10.0 1 5.0 - - 4 20.0 Bolacha/ biscoito recheado, doces, balas, chocolate ou sorvete 2 10.0 6 30.0 3 15.0 - - 2 10.0 7 35.0 Salgadinhos de pacote (tipo “chips”) 10 50.0 6 30.0 3 15.0 1 5.0 - - - - Bolo, pizza, sanduíches ou cachorro quente 3 15.0 3 15.0 3 15.0 3 15.0 4 20.0 4 20.0 16 80.0 1 5.0 2 10.0 - - 1 5.0 - - Salgados fritos (coxinha, quibe, pastel, etc.) Bolacha/ biscoito salgado Bolacha/ biscoito doce Pipoca ou amendoim Fonte: dados da pesquisadora (2009) O questionário com os dados de freqüência alimentar coletados nos escolares da escola pública podem ser observados na Tabela 3. 48 Tabela 3 – Freqüência alimentar da escola pública, Araranguá, SC, 2009. Alimento Não comi nos últimos 5 dias 1 dia nos últimos 5 dias 2 dias nos últimos 5 dias 3 dias nos últimos 5 dias 4 dias nos últimos 5 dias Todos os últimos 5 dias Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Frutas, salada de frutas ou suco natural 3 15.0 3 15.0 4 20.0 6 30.0 - - 5 25.0 Suco artificial 1 5.0 - - 1 5.0 1 5.0 3 15.0 14 70.0 Refrigerantes 4 20.0 10 50.0 2 10.0 3 15.0 1 5.0 - - Leite, iogurte, achocolatados - - 2 10.0 2 10.0 2 10.0 4 20.0 10 50.0 10 50.0 3 15.0 4 20.0 2 10.0 1 5.0 - - 8 40.0 3 15.0 1 5.0 3 15.0 2 10.0 3 15.0 8 40.0 1 5.0 2 10.0 2 10.0 - - 7 35.0 Bolacha/ biscoito recheado, doces, balas, chocolate ou sorvete 3 15.0 7 35.0 3 15.0 3 15.0 - - 4 20.0 Salgadinhos de pacote (tipo “chips”) 10 50.0 4 20.0 2 10.0 2 10.0 - - 2 10.0 Bolo, pizza, sanduíches ou cachorro quente 4 20.0 6 30.0 4 20.0 3 15.0 - - 3 15.0 13 65.0 2 10.0 3 15.0 1 5.0 1 5.0 - - Salgados fritos (coxinha, quibe, pastel, etc.) Bolacha/ biscoito salgado Bolacha/ biscoito doce Pipoca ou amendoim Fonte: dados da pesquisadora (2009) De acordo com esses dados a freqüência alimentar de frutas, salada de frutas ou suco natural, (Tabelas 2 e 3) o maior consumo destes alimentos foi de 3 dias nos últimos 5 dias em ambas as escolas. O grupo das frutas tem grande importância na alimentação, como fonte de minerais, vitaminas, fibras alimentares, antioxidantes e fitoquímicos, que protegem o organismo contra o envelhecimento precoce, a aterosclerose e alguns tipos de câncer (JORGE, 2008), por isso deveriam ser consumidas todos os dias, todavia nessa pesquisa as frutas foram bastante citadas pelos escolares. 49 Conforme o grupo do suco artificial como se observa nas Tabelas acima o maior consumo da escola privada se divide em não comeu em nenhum dos últimos 5 dias e todos os últimos 5 dias, sendo o mesmo percentual. E para escola pública foi de que comeu todos os últimos 5 dias. Em relação a este grupo, o mesmo deveria sem consumido em menor quantidade, pois são bebidas ricas em açúcar, corantes e calorias. Estes alimentos industrializados consumidos de forma inadequada, em excesso podem comprometer a saúde nesta fase e na idade adulta também. Além disso, os hábitos adquiridos com o aumento do consumo de alimentos industrializados podem reduzir o consumo de alimentos "in natura" (AQUINO, 2002). Já para o grupo dos refrigerantes (Tabelas 2 e 3), o maior percentual na escola privada foi de que os escolares não consumiram este alimento nos últimos 5 dias, e o da escola pública foi de 1 dia nos últimos 5 dias. Sendo muito bom este resultado, pois este alimento deve ser evitado, pois a ingestão de bebidas adicionadas de açúcar, rica em calorias e industrializadas podem contribuir para ganho de peso, sendo associada ao desenvolvimento da obesidade na infância (CARMO, 2006). Em relação ao leite, ao iogurte e aos achocolatados os escolares de ambas as escolas consumiram todos os dias nos últimos 5 dias. Como se sabe o leite é importante no crescimento do escolar, pois ele é rico em cálcio e proteinas, auxiliando na saúde óssea, bem como é recomendado em casos de doenças crônicas não transmissíveis, prevenção de doenças como à osteoporose, a hipertensão arterial, a obesidade e o câncer de cólon (PEREIRA, 2009; BARBOSA, 2004). De acordo com os dados coletados sobre a frequência alimentar do gupo dos salgadinhos fritos, como: coxinhas, quibe, pastel, o resultado encontado foi eficaz, pois em ambas escolas os escolares não consumiram esses alimentos nos últimos 5 dias. Esse fato é de grande importância, sendo que ao não consumir as frituras e as gorduras, os escolares evitaram o desenvolvimento da obesidade, sendo essa considerada como o mais importante fator de risco conhecido para as doenças cardiovasculares na vida adulta, apresentando uma crescente prevalência, associada às mudanças no modo de viver e maior consumo alimentar inadequado (GAMA, 2007). 50 Em relação ao consumo de bolacha/biscoito salgado e doce a escola privada teve seu maior percentual em todos os últimos 5 dias e a escola pública não consumiu nos últimos 5 dias. A partir disso pode-se observar que as crianças da escola privada preferem mais alimentos mais caloricos e gordurosos. Nesse grupo (bolachas/biscoitos recheados, doces, balas, chocolate ou sorvete), a escola privada possui o maior percentual nos escolares que consumiram todos os últimos 5 dias. E na escola pública foi de que os escolares consumiram 1 dia nos últimos 5 dias. Isso mostra a grande preferência por alimentos que deveriam estar fora ou ser consumido em menos freqüência pelos escolares, pois estes são ricos em “calorias mortas” que não oferecem os nutrientes (vitaminas, minerais, cálcio, fibras, ferro) importantes para o desenvolvimento geral dos escolares (ANCONA, 2004). Em relação à freqüência alimentar dos salgadinhos de pacote, os famosos “chips”, os escolares de ambas as escolas não consumiram nos últimos 5 dias. Sendo bem satisfatório o resultado encontrado, pois a maioria dos escolares não tem uma freqüência alimentar por estes produtos, que fornecem muitas calorias e poucos nutrientes (BARBOSA, 2004). Em relação ao grupo dos bolos, pizzas, sanduíches ou cachorro quente, os escolares têm uma freqüência bem grande em consumir estes alimentos. Como pode ser observado nas Tabelas 3 e 4, os itens ficaram quase com o mesmo percentual em ambas as escolas e os dias que foram consumidos. Estes alimentos podem fazer parte da dieta do escolar, pois são ricos em carboidratos que tem como função fornecer a energia necessária ao organismo e são fundamentais no processo do crescimento (ANCONA, 2004). Conforme o grupo da pipoca, que é um carboidrato rico em fibra e o amendoim, que contém gorduras boas que diminuem os níveis de LDL. Em ambas as escolas o percentual ficou maior em que não consumiram nos últimos 5 dias. Estes por serem alimentos que não estão tão presentes na dieta do escolar, são consumidos mais raramente. 51 5.6. Escolares que não consomem lanche no período que estão na escola Dos 40 escolares entrevistados todos consomem lanche quando estão na escola. Sendo que alguns levam de casa, outros compram na cantina ou ainda comem a merenda oferecida pala escola. Segundo um estudo feito por Cano (2006), os escolares consomem algum tipo de alimento no período que estão estudando, mesmo sendo os oferecidos pela escola ou trazidos de casa. 52 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados desse estudo mostraram que os escolares têm uma alimentação, em ambas as escolas, praticamente iguais. O consumo excessivo de produtos gordurosos, diminuição no consumo de cereais integrais e aumento no consumo de açúcares, doces e bebidas açucaradas, está bem presente na dieta. A variável socioeconômica renda familiar e per capta, na escola privada foi maior em comparação a escola pública. O mesmo se deu quanto ao grau de escolaridade dos pais da escola privada. Os escolares pesquisados tinham a idade estabelecida pelo estudo, na escola privada tinha mais escolares do sexo feminino e na escola pública foi mais freqüente o sexo masculino, a maioria deles considera que o tempo do recreio é suficiente e fazem o lanche no refeitório, sendo que estes fatores não interferiram no presente estudo. Os mesmos assistem televisão, todos os dias, esse fato pode interferir no seu hábito alimentar, pois a publicidade cita alimentos com alto teor de gordura, de açúcar e de sal. Os alimentos que são levados com maior freqüência pelos escolares para o lanche nas escolas, tanto na escola privada e como na pública foram os industrializados, sendo que estes alimentos devem ser evitados pelos escolares, pois podem desenvolver obesidade ou sobrepeso e até mesmo levar a doenças crônicas futuras. Sabe-se que o padrão alimentar do brasileiro tem sofrido muitas influências e transformações e o estilo da vida moderna tem favorecido o consumo de alimentos industrializados, da alimentação fora de casa e da substituição das refeições tradicionais pelos lanches. As cantinas das escolas, a maioria das vezes, vendem alimentos com baixo valor nutricional, industrializados, refrigerantes, balas, chocolates, que muitas vezes são a preferência dos escolares. No presente estudo constatou-se uma diferença entre as escolas, onde na escola pública foram mais comprados os alimentos industrializados. Sendo isto ruim, pois a legislação que existe sobre as cantinas, proíbe a venda destes alimentos. Conforme a preferência alimentar dos escolares, os alimentos que eles mais gostam na escola privada são os alimentos mais calóricos e indicando uma alimentação precária em vitamina e mineral. Sendo encontrada uma diferença na escola pública, pois a preferência alimentar deles é por alimentos mais variados em 53 nutrientes. Talvez este fato possa estar relacionado à presença do Programa Nacional de Alimentação Escolar nesta instituição. Com relação à escola privada, pode-se inferir que esta diferença está relacionada à questão socioeconômica e um maior aceso a alimentos industrializados. E quanto aos alimentos que os escolares menos gostam constatou-se que os mesmos são os essenciais para se ter um crescimento e desenvolvimento saudável. De acordo com a freqüência alimentar dos escolares, teve-se um consumo bom em frutas, salada de frutas ou suco natural, leite e derivados e carboidratos e uma baixa freqüência de refrigerante, salgadinhos fritos, salgadinhos de pacote e pipoca e amendoim, mais um consumo maior de suco artificial, bolacha/ biscoito recheado, doces, balas, chocolate e sorvete. Percebeu-se uma certa divergência entre sua preferência alimentar, que é caracterizada como o consumo de alimentos e nutrientes (CAVALCANTE, 2004) e a freqüência alimentar, que é utilizada para avaliar a freqüência média de consumo de alguns alimentos (SLATER, 2003). Esses dados mostraram que a alimentação do escolar está cada vez mais precária em nutrientes e que o número de crianças com obesidade aumenta a cada dia, devido ao grande consumo de alimentos industrializados, ao sedentarismo, a correria do dia-a-dia dos pais, aos lanches rápidos, aos hábitos inadequados e a mídia. Diante do quadro apresentado, é importante destacar o papel do profissional Nutricionista na alimentação escolar, principalmente a educação nutricional, pois é o profissional mais habilitado a realizar atividades educativas promotoras de saúde, bem como, nas falhas da alimentação dos escolares, como as observadas no presente estudo. Vale ressaltar que o tamanho reduzido da amostra foi um dos vieses do estudo que pode comprometer a veracidade dos resultados. Contudo, espera-se que a presente pesquisa venha contribuir para que os escolares das escolas pesquisadas tenham uma alimentação de melhor qualidade e que sirva de subsídios para pesquisas futuras, com o intuito de identificar as causas dos problemas encontrados visando à melhora dos resultados observados. 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACCIOLY, Elizabeth. Nutrição em obstetrícia e pediatria. 3. reimp. rev. e atual. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2005. ANCONA LOPEZ et all. Nutrição e dietética em clínica pediátrica. 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Hábitos alimentares das crianças em idade pré-escolar e escolar: risco para saúde e estratégias para a intervenção. Nestlé Nutrition Services. Suiça: Nestlé, 1999. 59 APÊNDICES 60 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO (ESCOLARES) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Nome da escola:______________________________________________________ Código da escola: ( ) Privada ( ) Pública Ano que freqüenta: ______ Sexo: ( ) Masc ( ) Fem Idade:____ anos Data:____/____/_____ QUESTIONÁRIO 1 - Você costuma assistir televisão? ( ) Sim ( ) Não 1.1 - Quantas horas você assiste televisão por dia: ___________________________ 2 - Sua mãe (ou madrasta) trabalha fora de casa? ( ) Sim ( ) Não 3 - Você traz lanche de casa? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes 3.1 - O que você costuma trazer? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 - Você compra lanches da cantina? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes 4.1 - o que você costuma comprar? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5 - Quais são os alimentos que você mais gosta de comer? ___________________________________________________________________ 6 - Quais são os alimentos que você menos gosta de comer? ___________________________________________________________________ 7 - Você ajuda a escolher o que vai ser levado de lanche para escola? ( ) Sim ( ) Não 8 - O tempo do recreio é suficiente para você fazer seu lanche? ( ) Sim ( ) Não 61 9 - Qual o local que você faz seu lanche? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10 - Nos últimos 5 dias, em quantos dias você comeu os seguintes alimentos ou bebidas? Alimentos Não comi 1 dia nos 2 dia nos 3 dia 4 dia nos últimos últimos 5 últimos 5 nos nos 5 dias dias dias últimos últimos 5 dias 5 dias Todos os últimos 5 dias Frutas, salada de frutas ou suco natural. Suco artificial Refrigerantes Leite, iogurte ou achocolatados. Salgados fritos (coxinha, quibe, pastel, etc.). Bolachas/biscoito salgados Bolacha/biscoito simples Bolacha/biscoito recheado, doces, balas, chocolate ou sorvete Salgadinhos de pacote (tipo “chips”) Bolo , pizza, sanduíches ou cachorro quente Pipoca ou amendoim Questionário de freqüência alimentar adaptado OBS:_______________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 62 APÊNDICE B - Questionário socioeconômico que será aplicado com os pais dos alunos. Responda as perguntas abaixo 1. Quantas pessoas moram na casa? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 2. Quantas pessoas trabalham na casa? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 3. Qual a renda mensal da família (soma dos salário de todos que trabalham? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 4. Assinale o seu grau de escolaridade: Analfabeto Ensino fundamental incompleto (Primeiro grau incompleto) Ensino fundamental completo (Primeiro grau completo) Ensino médio incompleto (Segundo grau incompleto) Ensino médio completo (Segundo grau completo) Superior incompleto Superior completo ( ) pai ( ) pai ( ) mãe ( ) mãe ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) pai ) pai ) pai ) pai ) pai ) mãe ) mãe ) mãe ) mãe ) mãe Obrigado pela sua colaboração!!! 63 APÊNDICE C - Oficio de declaração (escola). PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARANGUÁ SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO INSTITUIÇÃO: DECLARAÇÃO Declaro para os devidos fins e legais que, objetivando atender as exigências para a obtenção de parecer do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, e como representante legal da Instituição, tomei conhecimento do projeto de pesquisa: COMPARAR OS LANCHES DE ESCOLARES DE UMA ESCOLA PÚBLICA E UMA PRIVADA DE ARARANGUÁ, SC. E cumprirei os termos da Resolução CNS 196/96 e suas complementares, e como esta instituição tem condição para o desenvolvimento deste projeto, autorizo a sua execução nos termos propostos. Araranguá,____/ ____/_____ ______________________ Assinatura do Responsável 64 APÊNDICE D - Termo de consentimento livre e esclarecido (Conforme CNS, Resolução 196 de 10/10/96). Termo de esclarecimento O seu filho (a) está sendo convidado (a) a participar do estudo “Avaliação do lanche de crianças de 7 a 10 anos de duas escolas de Araranguá”. O objetivo deste estudo é Comparar os lanches de escolares de uma escola pública e uma privada de Araranguá, SC. Caso o seu filho (a) participe, será necessário responder perguntas ao programa. Não será feito procedimento nenhum que lhe traga qualquer desconforto ou risco à sua vida. Você poderá ter todas as informações que quiser e poderá não deixá-lo participar da pesquisa ou retirar seu consentimento a qualquer momento, sem prejuízo ao seu filho (a). Pela participação do seu filho (a) no estudo, você não receberá qualquer valor em dinheiro, mas terá a garantia de que todas as despesas necessárias para a realização da pesquisa não serão de sua responsabilidade. O nome do seu filho (a) não apresentará em qualquer momento do estudo, pois será identificado com um número. Termo de consentimento livre, após esclarecimento Eu, ____________________________, li e/ou ouvi o esclarecimento e compreendi para que serve o estudo e qual procedimento meu filho (a) será submetido. A explicação que recebi esclarece os riscos e benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre para interromper a participação do meu filho (a) a qualquer momento, sem justificar minha decisão. Sei que o nome dele (a) não será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro por ele (a) participar do estudo. Eu concordo em participar do estudo. Araranguá, ___ de ____________________ de 2009. Assinatura do voluntário: ____________________________________ _______________________________________________________ Assinatura do pesquisador responsável: Juliana Costa Murguero Telefone de contato do pesquisador: (048) 9613-2634 ____________________________________________________________ Assinatura do pesquisador orientador: Paula Rosane Vieira Guimarães Telefone de contato do orientador: (048) 8406-9882 65 ANEXO 66 Anexo A - Carta de Aprovação