atuação da fisioterapia respiratória no pré e pós

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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (98-179), 2014 ISSN 18088597
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NO PRÉ E PÓS - OPERATÓRIO
DE CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA: REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
Thayza de Paula Araújo1 Mariane Santos Nogueira2
Aleandro Geraldo Alves3 Giulliano Gardenghi4
Jeeziane Marcelino Rezende5
RESUMO: Introdução: As doenças cardiovasculares são evidenciadas como uma das
principais causas de mortalidade em países desenvolvidose sua incidência tem aumentado de
forma epidêmica. A intervenção cirúrgica de revascularização do miocárdio é o procedimento
de rotina para tratamento de pacientes com sintomas de isquemia miocárdica. A fisioterapia
respiratória tem sua eficácia estabelecida na literatura em função do amplo conhecimento de
possíveis complicações advindas do procedimento cirúrgico, a qual se torna essencial na
abordagem do revascularizado visando mensurar a funcionalidade no pré e pós-operatório,
para se conhecer a dinâmica do processo terapêutico e intervir quando necessário, não
permitindo que se estabeleça uma limitação funcional. Objetivo: Avaliar os benefícios da
fisioterapia respiratória pré e pós-operatória, observando suas vantagens, indicações e
aplicabilidade para pacientes cardiopatas submetidos à cirurgia de revascularização do
miocárdio (CRM). Métodos:Consulta por estudos relacionados à reabilitação cardíaca,
fisioterapia respiratória, exercícios respiratórios, fisioterapia voltada ao pré e pós-operatório
de CRM, com levantamento de artigos de 2005 a 2015. Utilizou-se das bases de dados:
BIREME, LILACS, PubMed, MEDLINE e SciELO. Conclusão: Considera-se de
fundamental importância a atuação da fisioterapia respiratória no pré e pós-operatório de
CRM, pois contribui significativamente para um melhor prognóstico desses pacientes,
atuando com técnicas específicas, que visam à prevenção das complicações pulmonares.
PALAVRAS-CHAVE: Procedimentos
miocárdica. Exercícios respiratórios.
cirúrgicos
cardiovasculares.
Revascularização
PERFORMANCE OF RESPIRATORY PHYSICAL THERAPY IN PRE AND POST REVASCULARIZATION SURGERY OF SURGICAL MYOCARDIAL:
LITERATURE REVIEW
1
Fisioterapeuta pela Faculdade Montes Belos - FMB; Pós-graduanda em Fisioterapia Cardiopulmonar e Terapia
Intensiva pelo Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada - CEAFI Pós-graduação. E-mail:
[email protected].
2
Colaboradora, Fisioterapeuta graduada pela Faculdade Montes Belos - FMB; Especialista em Fisioterapia
Neurológica pelo Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada – CEAFI Pós-Graduação, e em Docência
do Ensino Superior pela Faculdade Montes Belos – FMB. E-mail: [email protected].
3
Colaborador, Fisioterapeuta, Mestre em Genética – PUC/GO, Coordenador de Estágios e Docente do Curso de
Fisioterapia da Faculdade Montes Belos- FMB. Email: [email protected].
4
Co-orientador, Fisioterapeuta, Doutor em Ciências pela FMUSP, Coordenador Científico do Serviço de
Fisioterapia do Hospital ENCORE/GO, Coordenador Científico do CEAFI Pós-graduação/GO e Coordenador do
Curso de Pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar do Hospital e Maternidade São Cristóvão, São Paulo/SP –
Brasil. E-mail: [email protected]
5
Orientadora, Fisioterapeuta graduada pela Pontíficia Universidade Católica de Goiás – PUC; Especialista em
Fisiologia do Exercício pelo Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada - CEAFI Pós-graduação,
Mestranda pelo programa Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás – UFG. E-mail:
[email protected]
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (99-179), 2014 ISSN 18088597
ABSTRACT: Introduction: Cardiovascular disease is highlighted as a major cause of
mortality in developed countries and its incidence is increasing in epidemic form. Surgery
CABG is the routine procedure for treatment of patients with symptoms of myocardial
ischemia. Respiratory therapy has its established efficacy in the literature due to the extensive
knowledge of possible complications from the surgical procedure, which becomes essential in
revascularized approach aiming to measure functionality in the pre- and post-operatively, to
know the dynamics of the therapeutic process and intervene when necessary, not allowing the
establishment of a functional limitation. Objective: To evaluate the benefits of pre respiratory
therapy and postoperative, noting its advantages and applicability indications for cardiac
patients undergoing coronary artery bypass grafting (CABG). Methods:Consultation for
studies related to cardiac rehabilitation, respiratory therapy, breathing exercises, physical
therapy focused on CRM pre- and postoperatively, bringing together works from 2005 to
2015. We used the databases: BIREME, LILACS, PubMed, MEDLINE and
SciELO.Conclusion: It is considered extremely important the role of respiratory therapy in
pre- and post-operative CRM as it contributes significantly to a better prognosis of these
patients, working with specific techniques aimed at the prevention of pulmonary
complications.
KEYWORDS:Cardiovascular surgical procedures. CABG. Breathing exercises.
Estabelecida no Brasil na década de
INTRODUÇÃO
60, a reabilitação cardiovascular é definida
As
doenças
cardiovascularessão
pela OMS como o conjunto de atividades
evidenciadas como uma das principais
que visam restabelecer a condição física,
causas
países
psíquica e social dos pacientes cardiopatas,
tem
assegurando seu retorno à comunidade
aumentado de forma epidêmica nos países
com estilo de vida ativo e produtivo
em
(ROSSI et al. 2011).
de
mortalidade
desenvolvidos,e
sua
em
incidência
desenvolvimento.
Segundo
a
Organização Mundial de Saúde (OMS),
A
estima-se que em 2030 a cardiopatia
revascularização
isquêmica permaneça como a principal
procedimento de rotina para tratamento de
causa de morte e uma importante causa de
pacientes com sintomas de isquemia
incapacidade
Brasil,
miocárdica, e consiste no restabelecimento
ocupam a liderança dos motivos de óbito e
do fluxo sanguíneo para o miocárdio por
internação, correspondendo a 32,6% dos
meio
óbitos
determinada
coronárias. Anualmente cerca de um
(CAVENAGHI et al. 2011; ROQUE et al.
milhão de cirurgias são realizadas no
2013; GARBOSSA et al. 2009).
mundo com efeitos satisfatórios, porém é
por
no
mundo.
causa
No
um
da
intervenção
do
cirúrgica
miocárdio
recanalização
processo
complexo
das
de
é
o
artérias
que
tem
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (100-179), 2014 ISSN 18088597
repercussões
importantes
sobre
função
pulmonar,
resultantes
de
mecanismos fisiológicos do paciente e
modificações da mecânica, troca gasosa e
ainda expõe significativa incidência de
mecanismos
complicações pós- cirúrgicas que tendem a
Apresentadas em 70% dos casos, a
retardar
recuperação
atelectasia pulmonar, pneumonia e derrame
(GARBOSSA et al. 2009; FERREIRA,
pleural evidenciam-se como as principais
RODRIGUES, ÉVORA 2009; ANDRADE
complicações pulmonares pós-operatórias,
& BRITO 2012; WINKELMANN et al.
sendo que presente em aproximadamente
2015; SOARES et al. 2011).
90% dos casos de pacientes anestesiados a
o
processo
de
As complicações pós-operatórias
dependem
de
fatores
pré-operatórios,
de
defesa
pulmonar.
atelectasia é destacada como a principal
causa
de
hipoxemia
pós-operatória,
perioperatórios e pós-operatórios. São
interferindo nas trocas gasosas e no
considerados
decréscimo
fatores
pré-operatórios:
da
complacência
estática.
sedentarismo, tabagismo, idade superior a
Partindo deste princípio, tais complicações
70 anos, obesidade, diabetes mellitus,
representam
comorbidades previas, em especial doenças
frequente de morbidade e mortalidade no
pulmonares. Os fatores perioperatórios
pós-operatório
estão vinculados à técnica cirúrgica, ao
aumentando
tempo de circulação extracorpórea e
hospitalar e a necessidade de recursos
medicamentos anestésicos que incluem
financeiros (ANDRADE & BRITO, 2012;
depressores do sistema nervoso central e
JUNIOR, 2007; HERDY, MARCCHI,
comprometem os reflexos respiratórios
VILA,
mediados pelo centro bulbar. Já como
FURLANI, 2005; BRAGE et al. 2009;
fatores pós-operatórios são destacados a
FERREIRA,
instabilidade
2009; CAVALLI & NOHAMA, 2013).
diafragmática,
hemodinâmica,
tempo
disfunção
prolongado
de
a
segunda
de
o
Os
cirurgia
tempo
2008;
causa
cardíaca,
de
internação
LEGUISANO,
RODRIGUES,
programas
KALIL,
ÉVORA
reabilitação
suporte ventilatório invasivo, imobilismo,
cardíaca
além do quadro álgico intenso no período
multidisciplinares
pós-operatório
principal diminuir o impacto físico e
imediato(FERREIRA,
RODRIGUES, ÉVORA 2009;ANDRADE
psicológico
&
maximizando
BRITO
2012;
JUNIOR,
2007;
AMBROSIN & CAETANO, 2005).
O
procedimento
invasivo
são
de
mais
multifacetados
e
da
têm
doença
a
como
e
foco
cardíaca,
capacidade
e
independência funcional, a participação
das
sócio-profissional e a qualidade de vida
cirurgias cardíacas promove alterações na
dos indivíduos. A eficácia da fisioterapia
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (101-179), 2014 ISSN 18088597
respiratória
tem
sido
bem
posicionamento
e
estímulo
à
tosse
estabelecida dentro e fora da unidade de
(PADOVANI & CAVENAGHI, 2011;
terapia intensiva, atuando como ferramenta
MIRANDA, PADULLA, BORTOLATTO,
primordial no programa de reabilitação
2011;
cardíaca (ROQUE et al. 2013; ARAÚJO et
CAVENAGHI, 2012).
al. 2014; BORGES et al. 2006).
A
fisioterapia
FERREIRA,
MARINO,
Na cirurgia cardíaca, a recuperação
pré-
está ligada àreabilitação. A fisioterapia
operatória em cirurgias cardiovasculares
respiratória tem sua eficácia estabelecida
engloba desde a avaliação, esclarecimentos
naliteratura
de procedimentos que serão executados e a
conhecimento de possíveis complicações
relação destes com a capacidade pulmonar,
advindas do procedimento cirúrgico, a qual
até identificação dos riscos de possíveis
se torna essencial na abordagem do
complicações respiratórias, determinando
revascularizado
as principais condutas no pós-operatório.
funcionalidade no pré e pós-operatório,
Vários
a
para se conhecer a dinâmica do processo
realização de fisioterapia pré-operatória é
terapêutico e intervir quando necessário,
mais eficaz na redução de complicações
não permitindo que se estabeleça uma
respiratórias nos pacientes com risco maior
limitação funcional.
estudos
respiratória
demonstram
que
ou moderado do que naqueles cujo risco
era
baixo
(ROQUE
et
al.
2013;
ARCÊNICO et al. 2008).
O
programa
em
função
visando
Valendo-se
do
amplo
mensurar
das
a
informações
proferidas, este estudo de revisão tem por
objetivo atualizar os conhecimentos em
de
reabilitação
relação
à
atuação
da
fisioterapia
fisioterapêutico no período pré e pós-
respiratória no pré e pós-operatório de
operatório faz parte do tratamento de
cirurgia de revascularização do miocárdio,
pacientes submetidos a cirurgias cardíacas,
com ênfase na prevenção de complicações
especialmente
que
pulmonares, no intuito de contribuir junto à
apresentam maior risco de desenvolver
atuação dos profissionais que optem
complicações
portrabalhar com pacientes cardiopatas, no
operatórias.
nas
subpopulações
cardiorrespiratórias
O
atendimento
pós-
engloba
que
tange
ao
processo
diversas técnicas e as mais comumente
recondicionamentocardiopulmonar.1.
empregadas no período pós-operatório
Métodos
imediato incluem exercícios de padrões
ventilatórios para expansão pulmonar,
deambulação
precoce,
cinesioterapia,
de
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (102-179), 2014 ISSN 18088597
Foram
revisados
estudos
deveriam apresentar data de publicação de
reabilitação
2005 a 2015 para elaboração da discussão
cardiopulmonar, estratégias de reabilitação,
sobre protocolos, e para elaboração da
e fisioterapia voltada à prevenção e
introdução e conceitos, em português e
tratamento de complicações pulmonaresno
inglês.
relacionados
à
pré e pós operatório de cirurgia cardíaca,
Os critérios de exclusão foram:
que analisaram a eficácia de diferentes
ausência de tratamento fisioterapêutico e
técnicas fisioterapêuticas; no ano de 2015,
disfunções
tendo como base de dados: PubMed,
procedimento cirúrgico, não expor com
Medline, SciELO e LILACS.
clareza
pulmonares
as
técnicas
logo
após
realizadas
o
pelo
Os estudos selecionados estavam
fisioterapeuta, bem como apresentarem
entre os anos de 2005 a 2015, e foram
data de publicação anteriores ao período
buscados em todos os períodos vigentes
descrito acima, ou que não citassem a
em cada base de dados até outubro de
fisioterapia em sua análise.
2015. Os descritores incluídos na pesquisa
foram:
procedimentos
cardiovasculares,
miocárdica,
A pesquisa realizada verificou96
cirúrgicos
publicações potencialmente relevantes, das
revascularização
quais restaram 38 por preencherem todos
fisioterapia
e
exercícios
respiratórios, sendo utilizados os mesmos
oscritérios do rigor científico estabelecidos
pelos autores.
descritores na língua inglesa.
Os estudos tiveram como critérios
2. Resultados
de inclusão, ser estudos relacionados à
Dos trabalhos selecionados, destacam-
reabilitação cardiopulmonar com foco na
se na tabela a seguir os estudos de maior
atividade do fisioterapeuta, em que todos
relevância. A tabela 1 demonstra de forma
os pacientes tivessem realizado cirurgia
agrupada as características dos estudos:
cardíaca,
acompanhamento
ano de publicação, autores, objetivo e
fisioterapêutico no pré ou pós-operatório, e
desenho do estudo, amostra, resultados, e
realizado algum protocolo pertencente à
considerações
recebido
fisioterapia respiratória. Todos os artigos
sobre
o
artigo.
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (103-179), 2014 ISSN 18088597
Tabela 1. Sumário do levantamento dos dados das características dos estudos.
Autor e
Publicação
Leguisamo
et al.2005
Objetivo do estudo
Estabelecer a efetividade
de um programa de
orientação
Fisioterapêutica
préoperatória para pacientes
submetidos à cirurgia de
revascularização
do
miocárdio, em relação à
redução do tempo de
internação
hospitalar,
prevenção
de
complicações
radiológicas pulmonares,
alteração de volumes
pulmonares
e
força
muscular inspiratória.
Tipo de estudo e
Amostra
Ensaio randomizado
86 indivíduos
44 intervenção
42 controle
Romanini et
al. 2007
Analisar
o
efeito
fisioterapêutico
da
aplicação da pressão
positiva
intermitente
(RPPI) e do incentivador
respiratório
(IR)
em
pacientes submetidos a
cirurgia
de
revascularização
do
miocárdio.
40 indivíduos
20 RRPI
20 IR
Ferreira et al.
2010
Testar se o uso de
espirometria de incentivo
(EI)
associada
com
pressão
positiva
expiratória na via aérea
(EPAP), após cirurgia de
revascularização
do
miocárdio
(CRM)
melhora a dispneia, a
sensação
de
esforço
percebido e a qualidade
de vida 18 meses após a
CRM.
16 Indivíduos
Dois grupos:
8 controle
8 intervenção (EI +
EPAP)
Resultados
Conclusão
Observou–se
significativa
redução do tempo de
internação hospitalar no
grupo intervenção. Não se
verificou
diferença
para
alteração
de
volumes
pulmonares, força muscular
inspiratória e incidência de
complicações
radiológicas
pulmonares entre os grupos.
Pacientes instruídos
no pré-operatório
estarão
melhores
preparados
para
colaborar com o
tratamento
pósoperatório
e,
entendendo
o
objetivo
da
fisioterapia pré e
pós-operatória e a
técnica
fisioterapêutica
proposta, poderão
ter diminuição no
tempo
de
permanência
no
hospital.
Com o objetivo de
reverter
mais
precocemente
a
hipoxemia, o RPPI
mostrou-se
mais
eficiente
em
comparação ao IR;
entretanto,
para
melhorar a força
dos
músculos
respiratórios, o IR
foi mais efetivo.
Levando em consideração a
homogeneidade dos grupos,
no grupo RPPI identificou-se
aumento da SpO2 na 48ª e na
72ª horas quando comparado
ao grupo IR. Nos parâmetros:
Frequência respiratória (FR),
Volume minuto (VM) e
Volume corrente (VC), na
comparação entre os grupos
não
foram
encontradas
diferenças
estatisticamente
significativas. No grupo
submetido ao IR a Pemáx na
24ª e na 48ª horas houve um
aumento significativo.
Após o teste de caminhada de
seis minutos (TC6), o escore
para dispneia e a sensação de
esforço foram maiores no
grupo controle comparado
com o grupo EI+EPAP. Na
avaliação da qualidade de
vida, o domínio relacionado
às limitações nos aspectos
físicos foi melhor no grupo
EI+EPAP.
Pacientes
que
realizam EI+EPAP
apresentam menos
dispneia e menor
sensação de esforço
após o Teste de
caminhada de 6
minutos (TC6) e
também
melhor
qualidade de vida
18 meses após a
CRM.
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (104-179), 2014 ISSN 18088597
Barros et al.
2010
1) Evidenciar a perda de
capacidade ventilatória no
período
de
pósoperatório, em pacientes
submetidos
à
revascularização
do
miocárdio. 2) Testar a
hipótese de que o
treinamento
muscular
respiratório
(TMR),
realizado após a cirurgia,
pode
melhorar
a
capacidade
ventilatória
nessa população.
38 indivíduos
23intervenção (TMR)
15 controle
A Pimáx do grupo TMR foi
maior no momento da alta,
assim como a Pemáx . O Pico
de Fluxo Expiratório (PFE)
do grupo TMR foi maior após
a internação. O volume
corrente dos grupos foi
também
diferente
no
momento da alta. Não houve
diferenças entre os grupos
com relação aos dias de
internação, dispneia ou dor.
Franco et al.
2011
Avaliar a segurança e a
adesão
da
aplicação
preventiva do BiPAP®
associado a Fisioterapia
respiratória convencional
(FRC) no Pós-operatório
(PO)
imediato
de
revascularização
do
miocárdio.
26 indivíduos
Dois grupos:
Grupo controle (GC)
– submetido à FRC.
Grupo
BiPAP®
(GB)- submetido a 30
minutos de BiPAP®,
duas vezes ao dia,
associado à FRC.
Dias et al.
2011
Avaliar
o
volume
inspiratório e os efeitos
da
espirometria
de
incentivo (EI) e da
técnica breath stacking
(BS) sobre a CVF em
pacientes submetidos a
cirurgia cardíaca.
Estudo prospectivo
controlado
e
randomizado.
35 indivíduos
Três grupos: Grupo
exercício
controle
(EC)
–
realizou
huffing
(expiração
forçada com a glote
aberta);
tosse,
exercícios ativos de
membros, sentar-se e
deambulação.
Grupo espirometria
de incentivo (EI) que
realizou
inspirações profundas
utilizando
um
espirômetro
de
incentivo;
Grupo breath stacking
(BS), que realizou
esforços inspiratórios
sucessivos utilizando
uma máscara facial
acoplada
a
uma
válvula unidirecional.
No GC, 61,5% dos pacientes
tiveram algum
grau de atelectasias, no GB,
54%. A capacidade
vital foi estatisticamente
maior no GB no PO.
Todos os outros parâmetros
de ventilometria, gasometria,
manovacuometria
e
hemodinâmicos
foram
semelhantes entre os grupos.
No primeiro dia de pósoperatório, a capacidade vital
forçada (CVF) diminuiu
significativamente
em todos os grupos assim
como o volume inspiratório
nos grupos EI e BS. Do
primeiro ao quinto dia de
pós-operatório,
a
CVF
apresentou
recuperação
parcial independentemente do
protocolo. Durante o período
pós-operatório avaliado, o
volume
inspiratório
foi
significativamente maior no
grupo BS do que no EI.
Ocorre perda de
força
muscular
respiratória
em
pacientes
submetidos
à
revascularização
miocárdica.
O
TMR, realizado no
período
pósoperatório,
foi
eficaz em restaurar
os
seguintes
parâmetros: Pimáx,
Pemáx, PFE e
volume
corrente,
nessa população.
A aplicação da
ventilação
com
pressão
positiva
(BiPAP®)
associada a FRC é
benéfica
na
intenção
de
reestabelecer
a
função
pulmonar
mais rapidamente,
em relação à FRC.
Os
protocolos
foram equivalentes
no que se refere à
recuperação
da
CVF nos primeiros
cinco dias de pósoperatório. Quando
comparada à EI, a
técnica
BS
promoveu maiores
volumes
inspiratórios nesta
amostra
de
pacientes
submetidos
à
cirurgia cardíaca.
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (105-179), 2014 ISSN 18088597
Matheus et
al.
2012
Avaliar
a
função
pulmonar e força da
musculatura respiratória
no período pós-operatório
(PO) e verificar o efeito
do treinamento muscular
inspiratório sobre as
medidas de desempenho
da
musculatura
respiratória em pacientes
submetidos
à
revascularização
do
miocárdio.
47 indivíduos
23 intervenção
24 controle
Observou-se
redução
significativa em todas as
variáveis mensuradas no 1º
dia
de
PO
quando
comparadas
ao
préoperatório, nos dois grupos
estudados, Pimáx, Pemáx ,
Volume Corrente (VC). No 3º
dia de PO, o grupo
intervenção apresentou em
comparação
ao
grupo
controle, maior valor de
capacidade vital (CV).
Pacientes
submetidos
à
cirurgia
cardíaca
sofrem redução da
CV e da força
muscular
respiratória após a
cirurgia.
O
treinamento
muscular realizado
foi
eficaz
em
recuperar o VC e a
CV,
no
grupo
treinado.
Medeiros et
al. 2014
Avaliar os efeitos do
Treino
Muscular
Inspiratório
(TMI)
associado
a
um
protocolo
de
fisioterapia
convencional
na
qualidade de vida e
função pulmonar de
um paciente submetido
à
Cirurgia
de
Revascularização do
Miocárdio (CRM).
Estudo de caso
1 indivíduo
Constatou-se que
o TMI associado
a um protocolo de
fisioterapia
convencional foi
eficaz na melhora
da
função
pulmonar
e
qualidade de vida
do paciente.
Sobrinho et
al.2014
Demonstrar a importância
da fisioterapia no préoperatório de cirurgia
cardíaca, em relação à
redução do tempo de
internação
hospitalar,
alteração de volumes
pulmonares
e
força
muscular respiratória.
70 indivíduos
35intervenção
(Orientação,
exercícios
respiratórios
e
treinamento muscular
respiratório
préoperatório).
35 controle
Foi referido um declínio da
qualidade de vida no préoperatório, e no 6°PO, houve
melhora
das
variáveis
capacidade
funcional”,
“estado geral de saúde”,
“vitalidade”
e
“saúde
mental”. O escore geral do
SF-36 passou de 164,5 para
209. Em relação à função
pulmonar,
o
paciente
apresentou declínio de todas
as variáveis no 1°PO,
confirmando
que
o
procedimento
cirúrgico
repercute, negativamente, na
função pulmonar. Ocorreu
aumento de todas as variáveis
no 6°PO, com aumento mais
expressivo
do
volume
corrente (VC) e pressão
inspiratória máxima (PImáx).
A avaliação das pressões
inspiratórias
máximas
evidenciou
aumento
significativo no terceiro dia
pós-operatório e quinto dia
pós-operatório para o grupo
de intervenção e análise das
pressões
expiratórias
máximas apresentou valores
significativos apenas no
quinto dia pós-operatório
para o grupo intervenção em
relação ao grupo controle,
observando-se ainda que o
grupo submetido ao protocolo
de tratamento fisioterapêutico
pré-operatório
apresentou
menor tempo de internação
hospitalar.
Pacientes
submetidos
a
fisioterapia
préoperatória
restauraram
em
menor espaço de
tempo
os
parâmetros
avaliados antes da
cirurgia, além da
diminuição
no
tempo de internação
pós-operatório.
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (106-179), 2014 ISSN 18088597
Graetz et al.
2015
Avaliar os efeitos da
fisioterapia respiratória
convencional
(FRC)
associada
à
pressão
positiva expiratória final
(PEEP) sobre a função
pulmonar, força muscular
inspiratória
(FMI)
e
alterações
radiológicas
em pacientes submetidos
à
revascularização
miocárdica.
15 indivíduos
Dois grupos:
G1 – 7 indivíduos,
submetidos à FRC.
G2 – 8 indivíduos,
submetidos à PEEP
associada à FRC.
Foram observadas diferenças
significativas entre o período
pré-operatório e o 3º dia de
pós-operatório, para o G1 e o
G2, em relação aos valores da
pressão inspiratória máxima
(PImáx), função pulmonar e
valores
espirométricos,
porém não houve diferença
significativa na comparação
intergrupos.
Concluiu não haver
superioridade da
utilização de um
dispositivo
de
fisioterapia
respiratória
com
pressão
positiva comparada
à realização da
fisioterapia
convencional
no
reestabelecimento
da função
respiratória no pós
operatório
de
cirurgia cardíaca.
torna-se fundamental melhor entendimento
e maior investigação a respeito dos
3. Discussão
recursos disponíveis na atualidade para
As complicações pulmonares pós-
reverter tal quadro. Dentro deste contexto,
operatórias são comuns e uma importante
a fisioterapia respiratória tem sido cada vez
causa de morbimortalidade perioperatória,
mais requisitada, visando no período pré-
relatadas em 12% a 70% dos pacientes
operatório à prevenção das complicações
submetidos
A
pulmonares através de inúmeras técnicas,
maioria decorre de alterações nos volumes
das quais, pode-se destacar: espirometria
pulmonares que ocorrem em resposta à
de incentivo, exercícios de respiração
disfunção dos músculos respiratórios e a
profunda, tosse, treinamento muscular
outras mudanças na mecânica da parede
inspiratório,
torácica. A capacidade vital diminui cerca
orientações
de 50% a 60% e a capacidade residual
contrapartida, a atuação fisioterapêutica no
funcional cerca de 30% nas primeiras 16 a
pós-operatório
24 horas do pós-operatório, causando
tratamento das complicações pulmonares
desequilíbrio
instaladas
a
cirurgias
da
cardíacas.
relação
ventilação-
perfusão,
hipoxemia,
retenção
de
secreções,
atelectasia,
pneumonia
e
insuficiência
respiratória
deambulação
precoce
fisioterápicas.
tem
por
como
meio
Em
objetivo
de
e
o
manobras
fisioterápicas e dispositivos respiratórios
não
invasivos,
visando
melhorar
a
(SILVA,
mecânica
respiratória,
GAZZANA, KNORST, 2010; CORRÊA et
pulmonar
e
al. 2010)
(FERREIRA, MARINO, CAVENAGHI
Levando em consideração o quadro
2012;
a
ARCÊNICO
a
higiene
et
reexpansão
brônquica
al.
2008;
de disfunção pulmonar associado à cirurgia
MIRANDA, PADULLA, BORTOLATO,
cardíaca e suas possíveis repercussões,
2011).
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (107-179), 2014 ISSN 18088597
Leguisamo, Kalil, Furlani (2005)
internação de pacientes submetidos a
verificaram a efetividade de um programa
CRM,
de
composta de exercícios respiratórios e
orientação
Fisioterapêutica
pré-
a
fisioterapia
pré-operatória
operatória para pacientes submetidos à
treinamento
CRM com relação à redução do tempo de
respiratório,restabelece em menor espaço
internação, prevenção de complicações
de tempo a força muscular respiratória,
radiológicas
freqüência
pulmonares,
alteração
de
muscular
respiratória
(FR),
volume
volumes pulmonares e força muscular
minuto (VM) e volume corrente (VC),
inspiratória, concluindo que pacientes
favorecendo o retorno precoce do paciente
instruídos no pré-operatório reduziram a
as suas atividades de vida diárias.
estadia em ambiente hospitalar e estavam
Em seu estudo, Brage et al. (2009)
mais bem preparados para colaborar com o
envolvendo 263 pacientes submetidos à
tratamento pós-operatório. Garbossa et al.
CRM, sendo que 159 destes receberam
(2009) acrescenta ainda que os pacientes
fisioterapia pré-operatória composta por
orientados e instruídos sobre a reabilitação
uma sessãodiária envolvendo espirometria
fisioterapêutica ventilatória e exercícios de
de
rotina do hospital, apresentam seus níveis
respiraçãoprofunda, tosse e deambulação
de
precoce,
ansiedade
estatísticamente
mais
incentivo,
exercícios
verificou
que
a
fisioterapia
reduzidos no pré-operatório. Informação
respiratória
esta confirmada em seu estudo que
relacionada
verificou os efeitos das instruções de
complicações pulmonares pós-cirúrgicas,
fisioterapia sobre o nível de ansiedade de
como no caso da atelectasia, resultando em
pacientes submetidos à CRM no pré e pós-
uma redução do risco relativo de 52%.
operatório em 51 pacientes, sendo 27 do
Os
pré-operatória
de
à
menor
incidência
métodospressão
positiva
contínua
A avaliação foi feita utilizando um
respiração
questionário (Beck Anxiety Scale) para
intermitente RPPI são formas de suporte
mensuração do nível de ansiedade, onde
ventilatório não-invasivo (VNI), nas quais
apenas o segundo grupo recebeu instruções
se utiliza uma máscara, nasal ou facial, que
sobre os procedimentos da cirurgia e
funciona como interface entre o paciente e
exercícios respiratórios.
o ventilador(RENAULT & ROSSETI,
ao estudo de Sobrinho et al. (2014),que
confirma que além de reduzir o tempo de
2008).
vias
de
grupo controle e 24 do grupo intervenção.
Essas informações vem de encontro
nas
esteve
por
aéreas(CPAP)
pressão
e
positiva
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (108-179), 2014 ISSN 18088597
Mendes & Silva(2006), e Peñuelas,
Ferreira et al.(2010) provou com
Vivar e Esteban (2007)observaram efeitos
seu estudo que pacientes que realizam EI
positivos com a utilização de VNI, na
associado a pressão expiratória positiva
forma de RPPI, RPPI associada à pressão
(EPAP) apresentam menos dispneia e
expiratória positiva (PEP), nos primeiros
menor sensação de esforço após e também
dias após cirurgia cardíaca, período em que
melhor qualidade de vida após a CRM. Em
a respiração é caracterizada por baixo
contrapartida
volume corrente, compensado por maior
comparou os efeitos da espirometria de
freqüência
ao
incentivo e dos exercícios de respiração
CPAP e à espirometria de incentivo (EI), a
profunda em pacientes submetidos à RM
RPPI foi considerada mais efetiva no
sobre as seguintes variáveis: Capacidade
incremento
corrente,
vital forçada (CVF) e volume expiratório
reexpansão
forçado no primeiro segundo, pressões
trabalho
respiratórias máximas e saturação de
al.
oxigênio (SpO2), utilizando 36 pacientes,
achados,
que foram distribuídos em dois grupos:
acrescentando ainda que a RPPI tem a
espirometria de incentivo (n = 18) e
capacidade de reverter mais precocemente
exercícios de respiração profunda (n =18).
a hipoxemia, se mostrando mais eficiente
As
em
incentivador
avaliadas no período pré--operatório e no
respiratório (IR), entretanto, para melhorar
7º dia PO. A força dos músculos
a força dos músculos respiratórios, o IR foi
respiratórios e a saturação de oxigênio
mais efetivo.
foram avaliadas no período pré-operatório,
respiratória.Comparada
do
proporcionando,
pulmonar
volume
portanto,
com
menor
ventilatório.Romanini
(2007)corrobora
et
com
comparação
os
ao
variáveis
Renault
et
al.(2009),
espirométricas
foram
Dias et al. (2011)avaliando a
1º, 2º e 7º dias de PO. Os grupos foram
efetividade do protocolo de fisioterapia
considerados homogêneos em relação às
convenvional, EI, e breath stacking na
variáveis
capacidade
(CVF),
Observou--se diminuição nos valores de
evidenciou a técnica breath stacking em
CVF e volume expiratório forçado entre o
seu estudo como capaz de promover
período pré-operatório e 7º PO, mas sem
maiores
volumes
diferenças significativas entre os grupos.
pacientes
submetidos
vital
forçada
inspiratórios
a
CRM,
em
demográficas
e
cirúrgicas.
não
A aplicabilidade de ventilação por
revelando diferença estatística entre os
dois níveis de pressão positiva (BiPAP®)
protocolos impostos, na evolução da CVF.
associada
à
fisioterapia
respiratória
convencional (FRC) no PO de CRM foi
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (109-179), 2014 ISSN 18088597
levantada pelo estudo de Franco et
expiratória final (PEEP) ao protocolo de
al. (2011), no qual vinte e seis pacientes
FRC não houve diferença significativa na
submetidos a CRM, divididos em Grupo
comparação intergrupos.
Controle (GC) que foi tratado com FRC, e
Matheus et al. (2012)e Medeiros et
Grupo BiPAP (GB) que foi submetido a 30
al.(2014),
minutos de BiPAP®, duas vezes ao dia,
respiratória de indivíduos submetidos à
associado à FRC. Com avaliação das
fisioterapia convencional e ao treino
variáveis,
muscular respiratório (TMR) no PO de
capacidade
vital
(CV),
compararam
CRM,
respiratórias
treinamento muscularinspiratório não tenha
oxigênio
(SPO2),
saturação
frequência
de
cardíaca
demonstrado efeitos
que
função
permeabilidade das vias aéreas, pressões
máximas,
observando
a
embora
o
sobre a pressão
(FC), frequência respiratória (FR), volume
inspiratória máxima (Pimáx) e pressão
minuto (VM), volume corrente (VC) e
expiratória máxima (Pemáx) até o terceiro
pressões arteriais sistólica e diastólica, foi
dia de PO, foi eficaz em aumentar, de
demonstrado
de
formasignificante, a função ventilatória,
gasometria,
demonstrado pormeio do aumento nos
manovacuometria e hemodinâmicos foram
valores de Volume Corrente (VC), CVF,
semelhantes entre os grupos, exceto a CV,
Volume expiratório forçado no 1º segundo
que foi significativamente maio no GB.
(VEF1) e pico de fluxo expiratório (PFE),
que
os
parâmetros
ventilometria,
A não superioridade da utilização
de
um
fisioterapia
realizaram a reavaliação no terceiro dia de
positiva
PO, o que pode justificar as demais
comparada à realização da fisioterapia
variáveis permanecer sem melhora. Barros
convencional no reestabelecimento da
et al. (2010)em contrapartida, após a
função respiratória no PO de CRM,
reavaliação
também é presente nos achados de Graetz
operatório, primeiro dia de pós-operatório
et al.(2015), que avaliaram a função
e alta hospitalar), constataramque além da
pulmonar através da espirometria, a força
evolução
muscular
respiratória
dispositivo
de
com
pressão
nos gruposubmetidos ao TRM. Estes
inspiratória
manovacuometria
e
a
em
três
na
momentos
função
(pré-
ventilatória
através
da
comprovada pelas variáveis pulmonares, a
presença
de
utilização do TMR é eficaz na recuperação
alterações pulmonares pela radiografia de
tórax, nos períodos pré-operatório (Pré) e
da PImáx e PEmáx.
Estudo
similar
realizado
por
terceiro pós-operatório (PO3), e constaram,
Ferreira et al. (2009) queverificou os
que na implementação da pressão positiva
efeitos de um programa de reabilitação
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (110-179), 2014 ISSN 18088597
damusculatura inspiratória no pós-
frequência e assiduidadepara o tratamento
operatório de cirurgiacardíaca, demonstrou
dasdoenças arteriais coronarianas. Assim, a
aumento da relação entre o VEF1 e a CVF,
ocorrência de complicações pulmonares no
apontando similaridade entre as aferições
pós-operatório é bastante comum. Como
iniciaise finais das Pimáx e Pemáx.
método
Chiappa et al. (2008)comprovaram que o
respiratória é parte integrante na gestão dos
treinamento
cuidadosdo paciente cardiopata, tanto no
muscular
primordial
pré
em pacientes cominsuficiência cardíaca,
contribui
significativamente
resultou
melhor
prognóstico
diafragmático e maior capacidade do
atuando
com
mesmo em gerar força(72% de aumento).
visam à prevenção das complicações
Demonstraram, ainda, que a resistênciaà
pulmonares.
aumento
do
trofismo
fadiga por parte do diafragma aumentou
no
fisioterapia
respiratório,realizado por quatro semanas
em
quanto
a
pós-operatório,
para
pois
um
dessespacientes,
técnicas
específicas,que
Considera-sede
em cerca de 30%,no grupo de pacientes
fundamentalimportância
submetidos à TMR.
fisioterapia respiratória no pré e pós-
Já
está
bem
estabelecida
na
a
atuação
da
operatório de Cirurgia de Revascularização
literatura a necessidade eminente da
Miocárdica,
intervenção fisioterapêutica no PO de
escassezde estudos que enfoquem essa
cirurgia cardíaca, visto a quase inevitável
temática
instalação de complicações pulmonares. Os
desenhosmetodológicos específicos sobre
estudos encontrados demonstraram que
as várias técnicas utilizadas natentativa de
existem inúmeras técnicas e aparelhos a
padronização dos procedimentos, uma vez
disposição do fisioterapeuta e que não há
que as técnicas utilizadas na fisioterapia
um consenso sobre qual o melhor ou mais
respiratória variam de acordo comos países
efetivo deles para a reversão do quadro
e com a prática de cada serviço.
pulmonar
instalado,
sendo
as
cointervenções bem aceitas na prática
clínica com objetivos comuns.
CONCLUSÃO
A Cirurgia de Revascularização
Miocárdica tem sido utilizada com grande
porém,
por
verifica-se
meio
a
de
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 3, 2015, p (111-179), 2014 ISSN 18088597
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