i - o que é ética?

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ITAPUA N BOTTO TARGINO
X CONGRESO INTERNACIONAL
DE PROTOCOLO
I CONGRESO AMERICANO DE
PROTOCOLO
Confederación Latinoamericana
y del Caribe de Protocolo y Ceremonial
Protocolo e ética profissional
ITAPUAN BÔTTO TARGINO
ACADÊMIA BRASILEIRA DE CERIMONIAL E PROTOCOLO
I - O QUE É ÉTICA?
Ética, do latim ethica, é a parte da filosofia que
aborda os fundamentos morais do comportamento humano
(Dicionário Enciclopédico Ilustrado, 2006).
A ética está ligada, de modo íntimo, ao exercício de
todas as profissões. Toda atividade humana é orientada no
sentido de atingir fins de natureza construtiva, dentro de
princípios morais e éticos que caracterizem uma boa
convivência entre os homens.
“A ética, como a antropologia e a sociologia, é uma
ciência que se ocupa das normas que regulam a conduta
humana. Como disciplina filosófica, estabelece juízos de
valor, procurando determinar, a respeito da conduta
humana, não o que é, mas, o que deve ser.
II - COMPORTAMENTO
HUMANO
O comportamento do homem obedece a um ritual que
deve ser exercido de forma a beneficiar pessoas através de
um relacionamento que possa atingir o maior número de
agrupamentos. O homem é aqui visto como ser social e
político, numa relação a mais abrangente possível com a
sociedade onde se acha inserido.
Essa exigência de agirmos com respeito à ética faznos lembrar a célebre frase de efeito pedagógico, objeto de
tantas citações, atribuída a Júlio César (100-44 a.C.): “A
mulher de César deve ficar acima de suspeitas”. Não basta
parecer ser. É preciso ser para convencer.
III - TRANSGRESSÕES À ÉTICA
Declarações de autoridades no sentido de que
transgressões à ética são comuns na atualidade,
preocupam. Com tal comportamento fica patenteada a
fragilidade dos princípios éticos no mundo pós-moderno.
Se todos fazem, não só pode como tem de fazer. É
tolo quem, podendo se aproveitar, não o faz. Esta frase é
atual. Esse é um problema da própria sociedade.
Nossa leniência com a impunidade, com os desvios
éticos, com a malandragem e mesmo com faltas mais
graves, quando praticadas com „honra‟ ou „esperteza‟,
conduz-nos a empreender reflexão sobre a relação entre
ética e política, assim como, entre ética e economia
(Marcílio Marques Moreira).
IV - PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS
A Constituição de 1988 define, com bastante clareza, os
valores que devem reger a administração pública no Brasil:
Artigo 37 – A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
Em relação ao setor privado, embora não
expressamente atingido pelo artigo 37, do ponto de vista ético,
ele deve subordinar-se aos mesmos valores. Ética e economia
não podem viver divorciadas, seja qual for o regime político
que normatize as relações econômicas(Marques Moreira,
2008).
V - ÉTICA CONCORRENCIAL
Há necessidade de um bom ambiente de negócios para
que haja um verdadeiro progresso econômico e social. Esse
ambiente prospera se existirem boas regras que disciplinem a
atividade econômica e, evidentemente, que essas regras
sejam respeitadas.
Não apenas as atividades econômicas, mas a vida em
sociedade requerem a existência de boas regras de
convivência e logicamente, que sejam obedecidas. Aristóteles
já ensinava que o homem é um animal político, cuja natureza
é viver em „polis‟, viver em comunidade.
Na ausência de regras, imperam a lei da selva, a lei do
mais forte, a lei do mais esperto ( André Montoro Filho, 2008).
VI - NORMAS ÉTICAS
VARIÁVEIS
Alguns desconfiam que haja falta de ética na gestão
das empresas.
Outros proclamam que ética e negócios não são
líquidos que se misturem.
Ambas as perspectivas concebem a ética como um
ideal sacrossanto.
Quatro fatos contestam essas afirmações: a) Não há
agrupamento humano que não obedeça um sistema de
normas morais; b) Tudo que parece natural e justo a uma
coletividade, não o é necessariamente para outra;
c) Uma coletividade pode adotar normas morais para uso
interno e reservar outras para uso externo.
VII -DISTINÇÃO ENTRE NORMAS
JURÍDICAS E NORMAS MORAIS
Ambas regulamentam as relações sociais, postulam
condutas obrigatórias, assumem a forma de imperativo e
visam a garantir a coesão social.
Normas morais exigem uma adesão ideológica –
coerção interna aos agentes. Princípio da legitimidade. São
simbólicas. Expressam relações de saber.
Normas jurídicas - são cumpridas haja ou não adesão
– coerção externa. Princípio da legalidade. São políticas.
Expressam relações de poder.
VIII - RESGATE DOS
CONCEITOS ÉTICOS
Vive-se um conflito ético, um choque entre o aspecto
individual e o social, o benefício de um grupo em detrimento
da sociedade. A sociedade está buscando se organizar para
coibir e punir práticas anti-éticas onde princípios balizadores
da convivência humana são ignorados em busca da satisfação
própria.
A sociedade já está percorrendo o caminho para sanar
essa crise, à medida que busca se organizar por meio de
movimentos, entidades, associações de bairro e igreja, que se
mobilizam e fomentam esse sentimento de resgate dos
conceitos éticos.
Igualmente importante é a consciência cívica dentro de
uma democracia representativa (Victor Veggi, 2009).
IX - DIFERENÇA ENTRE
PÚBLICO E PRIVADO
Na vida privada, tudo o que não é proibido é permitido.
Na vida pública, é proibido tudo o que não é textualmente
permitido.
A maioria dos conflitos que separam os cidadãos
provém das dificuldades enfrentadas por todos na vida
cotidiana, em seu relacionamento com o próximo, e advém da
mesma fonte: a deficiente cultura cívica.
Instituições
como
lei
e
justiça,
ordem
e
responsabilidade coletiva, sobre as quais foram erigidos os
padrões da civilização, correm risco pela perda de confiança
das pessoas na eficiência das demais instituições da
sociedade ( Marco Maciel, 2006).
X - OS DEZ MANDAMENTOS DA
ÉTICA
Fazer o bem
Agir com moderação
Saber escolher
Praticar as virtudes
Viver a justiça
Valer-se da razão
Valer-se do coração
Ser amigo
Cultivar o amor
Ser feliz
(Gabriel Chalita, 2009)
XI - FLEXIBILIDADE NA
APLICAÇÃO DA ÉTICA
A ética não é um emaranhado de teorias que obrigam a
fazer ou a deixar de fazer, nem é um ordenamento rígido de
padrões arbitrários. O ser humano está em construção. A ética
também. Há valores e posturas que mudam com o
conhecimento.
Quanto mais se conhece, mais se compreendem as
razões da liberdade de ser e de pensar de outra forma. A
hegemonia de uma cultura sobre outra é a negação da
humanidade.
Os donos da verdade se estabelecem como um perigo
para a paz. E essa intolerância deve ser combatida desde os
bancos escolares ou nos diálogos familiares.
(Gabriel Chalita, 2009)
XII - IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA
Num mundo onde não se perdoa o erro, onde hoje se
trabalha e amanhã está no desemprego, a segurança da
família torna a ganhar uma dimensão estável.
Manifestações de descortesia, parecem ter-se tornado
normais. Em todos os lugares e em todos os momentos
encontramos pessoas rudes.
Não serão talvez a rudeza e a indíferença gerais que
alimentam a necessidade de valores cristãos como o amor
pelo próximo, a tolerância e a compreensão?
É necessário dar atenção ao próximo e praticar atos de
solidariedade. Ainda há lugar para o altruísmo e a
generosidade, para a cortesia e para as boas maneiras.
(Glória Von Thurn und Taxis, 2002)
XIII - PEDAGOGIA DOS
COMPORTAMENTOS
Variando de país para país e de cultura para cultura, as
heranças históricas nunca poderão ser esquecidas, pois são
portadoras de valores. É esse passado que chegou até nós,
que designamos por História e esta é a identidade e o orgulho
de qualquer povo.
A modernidade veio abalar a consciência de heranças
culturais, contribuindo para alterações históricas e
necessariamente sociais.
A ameaça das transgressões sociais em nível de
educação, de graves consequências, está a exercer pressão
junto a responsáveis políticos, professores e chefes de família,
no sentido de reforçar cuidados com a formação dos que
estão a começar a sua integração no trabalho e na sociedade.
(Paula Bobone, 1999)
XIV - EPIDEMIA MORAL
Observa-se, nos dias atuais, o desaparecimento
gradativo daqueles chamados “homens públicos”, a quem, em
casos de dúvida, podia-se recorrer, para a prática da melhor
ação. É que fomos criados acreditando que o importante não
era ter poder, mas ser uma pessoa honrada.
Do ponto de vista da moralidade, até em instituições
públicas que julgávamos venerandas, a cada dia há um novo
espanto.
Prega-se a participação mais efetiva da sociedade em
defesa da cidadania. Exige-se um maior respeito àqueles que
trabalham honestamente, em sua labuta diária, para serem
pessoas decentes, a quem os ocupantes de cargos públicos
devem bem servir.
(Lya Luft, 2009)
XV - O QUE É PROTOCOLO
Conjunto de reglas de cortesia y urbanidad establecidas
para determinadas ceremonias. Regla ceremonial, diplomática
o palatina, establecida por decreto o por costumbre. Serie
ordenada de escrituras matrices y otros documentos que un
notário o escribano autoriza y custodia con ciertas
formalidades. Fórmulas con que se comienza y termina un
documento (Dicionário Enciclopédico Larousse).
Las escrituras y matrices y otros documentos que un
notário o escribano autoriza o custodia con ciertas
formalidadeas; La regla ceremonial diplomática o paladina
establecida por decreto o costumbre (Dicionário da Língua
Espanhola).
La normativa que es legislada o establecida por usos y
costumbres donde se determina la precedencia y honores que
deben tener las personas y símbolos, La solemnidad y
desarollo del cermonial de los actos importantes donde se
relacionam las personas para un fin determinado (Fernando
Fernandez e José Daniel Barquero, 2004).
Protocolo es el conjunto de normas o reglas
establecidas por decretos, leyes o por usos, costumbres y
tradiciones de obligatorio cumplimiento para favorecer las
relaciones, negociaciones, convenios e intercambios entre los
hombres y para dar una imagen de cortesía, seriedad, respeto
y reputación de la institución, pueblo o nación que las cumple.
Nótese que se habla de institución, pueblo o nación porque el
protocolo no se utiliza para un individuo en particular (Etna de
Marchena de Fagre, 2005).
XVI - PROTOCOLO E
CERIMONIAL
Protocolo - Codifica as regras que regem o
cerimonial e cujo objetivo é dar a cada
um dos participantes as prerrogativas e
imunidades a que têm direito ( Jean
Sarrés).
Cerimonial - Cria o quadro e a atmosfera nas quais
as relações pacíficas entre os estados
soberanos devem realizar-se ( Jean
Sarrés ).
O protocolo é o conjunto de passos, ações e/ou
atos de uma solenidade, seja ela de maior ou menor
formalidade, de simplicidade, ou que, pela sua
natureza, seja revestida de pompa e circunstância.
O protocolo codifica as regras e normas que
disciplinam o Cerimonial em todos os segmentos.
O objetivo principal do protocolo é determinar
lugares e ações, á luz da precedência (respeitandose os aspectos éticos e de civilidade).
(Marcílio Reinaux, 2005)
XVII - COMPORTAMENTO DO
CIDADÃO
Princípios que devem ser lembrados:
a) Conduta ilibada; b) Dignidade; c)
Correção profissional; d) Coleguismo; e)
Diligência; f) Confiança; g) Fidelidade; h)
Independência profissional; i) Verdade.
(Carmo Antonio de Sousa)
Acrescentamos:
Pontualidade e decoro.
XVIII - QUALIDADES DO
PROFISSIONAL DO PROTOCOLO
Bom senso
Liderança
Criatividade
Equilíbrio
Cultura geral
XIX - REGRAS DE CONDUTA
DO PROTOCOLISTA
• Cordialidade
• Pragmatismo
• Harmonia
• Discrição
• Respeito à diversidade
• Gentileza
• Respeito à dignidade
• Prevenção
• Precaução
• Cautela na interpretação de obras
• Prudência na emissão de opiniões
• Comunicação agradável
• Habilidade na crítica
• Simpatia
• Capacidade de argumentação
• Capacidade a análise
• Sociabilidade
• Lealdade
• Interesse
• Combate ao excesso
XX - PRINCIPAIS ATRIBUTOS DO
CONDUTOR DO PROTOCOLO
Desenvoltura
Empostação de voz
Elegância
Postura
Boas maneiras
Boa dicção
Boa cultura
Segurança
Criatividade
XXI - CAPTAÇÃO DE
RECURSOS HUMANOS
O recrutamento de pessoas para o desempenho de
funções no Protocolo deve obedecer a critérios de
competência.
Em toda empresa a formação continuada de recursos
humanos é fator de sucesso.
Para funções de natureza protocolar e cerimonialística,
deve ser escolhido pessoal especializado e do maior nível.
Os quadros do Protocolo devem contar com pessoas
capazes, com espírito crítico e lúcida compreensão.
Possuidoras de uma consciência crítica, capazes de fazer
escolhas, de interferir no processo sociocultural e de sentiremse sujeitos da história.
XXII - IDENTIDADE DO HOMEM
O homem se identifica pelo seu comportamento no
ambiente onde vive.
O homem tem o poder de conscientizar-se de si
mesmo, através de sua personalidade, sua individualidade
consciente e seu caráter pessoal.
O homem não se identifica só pelo documento, e sim,
pelo comportamento. Dize-me como te comportas e eu te direi
quem és.
Não é a carteira de identidade, não é o sinal digital, não
é o tipo de sangue que o identifica: é a maneira como age,
como se comporta, como escolhe, como fala, como anda (
Carlos Romero, 2010 ).
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