UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MARIANA ALMIRA DE FREITAS MEIRA MARKETING DE REDE: UM ESTUDO DA LOGÍSTICA DE VENDAS DIRETAS EM EMPRESAS QUE ATUAM NA ÁREA DE ESTÉTICA, BELEZA E SAÚDE Balneário Camboriú 2009 MARIANA ALMIRA DE FREITAS MEIRA MARKETING DE REDE: UM ESTUDO DA LOGÍSTICA DE VENDAS DIRETAS EM EMPRESAS QUE ATUAM NA ÁREA DE ESTÉTICA, BELEZA E SAÚDE Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – ênfase em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Profª MSc. Ligia Ghisi Balneário Camboriú 2009 MARIANA ALMIRA DE FREITAS MEIRA MARKETING DE REDE: UM ESTUDO DA LOGÍSTICA DE VENDAS DIRETAS – EM EMPRESAS QUE ATUAM NA ÁREA DE ESTÉTICA, BELEZA E SAÚDE Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em Marketing da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Administração Balneário Camboriú, 13 de novembro de 2009. _________________________________ Profª. MSc. Ligia Ghisi Orientador(a) ___________________________________ Prof. MSc. Lorena Schroder Avaliador(a) ___________________________________ Prof. MSc. Jurema M. C. Ribeiro Avaliador(a) EQUIPE TÉCNICA Estagiário(a): Mariana Almira de Freitas Meira Área de Estágio: Área Administrativa Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Lauredir Luiz Nottar Professora Orientadora: Ligia Ghisi DADOS DA EMPRESA Razão Social: Perdigão S/A Endereço: Rua Jorge Tzachel, 475 Setor de Desenvolvimento do Estágio: Recursos Humanos Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Lauredir Luiz Nottar – Coordenador Administração em Recursos Humanos Carimbo do CNPJ da Empresa: 01.838.723/0170-11 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 13 de novembro de 2009. A Empresa Perdigão S/A, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela acadêmica Mariana Almira de Freitas Meira. ___________________________________ Responsável pela Empresa DEDICATÓRIA À minha família, como forma de agradecimento e prova de reconhecimento de todo o esforço realizado para a minha formação e sem os quais não haveria motivo para buscar novos conhecimentos. AGRADECIMENTOS Aos meus pais pelo exemplo de caráter que procuro sempre seguir. Em especial à Professora Ligia Ghisi pela sua orientação e seu apoio, pela paciência e objetividade durante a elaboração desta Monografia. À todos os professores que contribuíram significativamente para a minha formação ao longo do curso. À Professora Regina Célia Linhares Hostins pelo apoio e pelos conselhos fundamentais nos primeiros passos de minha trajetória profissional e grande incentivadora. À Coordenação do curso pelo apoio e incentivo. E, principalmente, a Deus por toda a força, coragem e determinação durante esta caminhada. RESUMO O Marketing de Rede é uma modalidade de comercialização de produtos por meio de um sistema direto de distribuição, na qual é estabelecida uma rede de relacionamento comercial com contratantes independentes. Este sistema de distribuição não comporta distribuidores intermediando o fornecedor e o consumidor final, mas sim, o distribuidor/vendedor independente que se encarrega em executar um plano de Marketing baseado na divulgação dos produtos, intermediação e efetivação das negociações, gerando novas oportunidades de negócio. Neste caso, o distribuidor/vendedor é um empreendedor autônomo, que ao representar a empresa, também pode ampliar a rede de distribuidores independentes, sendo responsável pela coordenação de vendas, seleção e treinamento de novos distribuidores/vendedores, portanto é um trabalho que consiste em ampliar os relacionamentos internos e externos, retratando os laços entre seus consumidores e seus distribuidores/vendedores. O objetivo deste trabalho de pesquisa está pautado na análise da Logística de Vendas para o Marketing de Rede das empresas que atuam no mercado de estética, beleza e saúde, possibilitando compreender o comportamento da rede de distribuidores/ vendedores e as estratégias usadas para conquistar clientes. A metodologia segue os procedimentos de um estudo de caso, permitindo explorar a abordagem qualitativa e quantitativa por meios de entrevista aos distribuidores/vendedores e análise dos sites corporativos. Os resultados mostram que o modelo da rede de relacionamento entre empresa, distribuidor/vendedor e consumidor final são diferentes, enquanto a empresa preocupa-se em divulgar os produtos, o distribuidor/vendedor preocupa-se com o consumidor realizando uma abordagem direta baseada no atendimento personalizado, oferecendo produtos a pronta entrega e mostrando suas vantagens. Palavras-chaves: marketing de rede, venda direta e logística de vendas. ABSTRACT The Marketing multilevel is a modality of commercialization of products by means of a direct system of distribution, in which a net of commercial relationship with independent contractors is established. This system of distribution does not hold deliverers intermediating the supplier and the consumer, the independent selling deliverer who if puts in charge in executing a plan of Marketing based on the spreading of the products and negotiations, generating new chances of business. In this in case that, the selling deliverer is an independent entrepreneur, who when representing the company, also can extend the net of independent deliverers, being responsible for the coordination of sales, election and training of new selling deliverers, therefore is a work that consists of extending the internal and external relationships, portraying the bows between its selling consumers and its deliverers. The objective of this work of research is in the analysis of the Logistic one of Sales for the Marketing multilevel of the companies who act in the market of aesthetic, beauty and health, making possible to understand the behavior of the net of selling deliverers and the used strategies to conquer customers. The methodology follows the procedures of a case study, allowing to explore the qualitative and quantitative boarding for ways of interview to the selling deliverers and analysis them corporative sites. The results show that the model of the net of relationship between company, selling deliverer and consuming end is different, while the company is worried in divulging the products, the independent deliverer is worried about the consumer having carried through a based direct boarding in the personalized attendance, offering sharp products and showing the advantages of these products. Keywords: marketing multilevel, door in door, logistic of the sales LISTA DE FIGURAS/ GRÁFICOS E QUADROS Figura 1 Diagrama...................................................................................... 18 Gráfico 1 Relacionamento Empresa, Distribuidor e Vendedor.................... 59 Gráfico 2 Relacionamento Consumidor Final.............................................. 59 Gráfico 3 Produtos - Destaque na divulgação dos lançamentos................. 64 Gráfico 4 Variedade em produtos além de estética, beleza e saúde.......... 65 Quadro 1 Pressupostos Teóricos................................................................. 19 Quadro 2 Histórico Resumido da Implantação do Sistema de Vendas Diretas no Brasil (1959-2004)....................................................... 51 Quadro 3 Pesquisa de desempenho do setor.............................................. 52 Quadro 4 Empresas de Multinível................................................................ 58 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 14 1.1 Tema de Pesquisa.................................................................................. 15 1.2 Problema de pesquisa............................................................................ 15 1.3 Objetivos da pesquisa............................................................................ 16 1.3.1 Objetivos Gerais....................................................................................... 16 1.3.1.1 Objetivos Específicos............................................................................... 16 1.4 Justificativa da pesquisa....................................................................... 16 1.5 Contextualização do ambiente de estágio........................................... 17 1.6 Organização do trabalho........................................................................ 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................... 19 2.1 Administração......................................................................................... 19 2.1.1 Áreas da Administração............................................................................ 21 2.1.1.1 Administração de Recursos Humanos..................................................... 21 2.1.1.2 Administração Financeira......................................................................... 22 2.1.1.3 Administração Materiais e Logística......................................................... 23 2.1.1.4 Administração de Sistema de Informação................................................ 24 2.1.1.5 Administração Mercadológica................................................................... 25 2.2 Marketing................................................................................................. 26 2.2.1 Marketing de Relacionamento.................................................................. 30 2.2.2 Marketing One to One.............................................................................. 34 2.3 Marketing de Rede.................................................................................. 35 2.3.1 A Logística para o Marketing de Rede..................................................... 40 2.4 Perfil do Consumidor............................................................................. 43 2.5 Compra e Venda..................................................................................... 45 2.6 Vendas Diretas........................................................................................ 49 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA.................................................................. 54 3.1 Tipologia de pesquisa............................................................................ 54 3.2 Sujeito do estudo.................................................................................... 55 3.3 Instrumentos de pesquisa..................................................................... 55 3.4 Análise e apresentação dos dados....................................................... 56 3.5 Limitações da pesquisa......................................................................... 56 4 RESULTADOS......................................................................................... 57 4.1 Análise dos dados.................................................................................. 57 4.2 Apresentação dos dados....................................................................... 57 4.3 Avaliação da cadeia de valor do Marketing de Rede, pelo relacionamento entre empresa, distribuidor/vendedor e consumidor final..................................................................................... 4.4 Identificação dos recursos para a gestão de vendas no varejo do Marketing de Rede.................................................................................. 4.5 62 Verificando as estratégias usadas para conquistar e manter clientes.................................................................................................... 4.6 58 63 Identificação do perfil dos distribuidores/vendedores do Marketing de Rede.................................................................................................... 65 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 71 5.1 Trabalhos Futuros.................................................................................. 73 REFERÊNCIAS........................................................................................ 74 APÊNDICES............................................................................................. 78 14 1 INTRODUÇÃO O Marketing de Rede é uma forma de distribuir os produtos diretamente ao consumidor final sem a presença de intermediários, por meio de uma estrutura em rede disposta em laços e camadas de distribuidores independentes. É uma abordagem estratégica de relacionamento entre o consumidor e a empresa, de forma a expandir as fronteiras empresariais, que constitui-se como um modelo em que as grandes empresas escoam sua produção através da distribuição por venda direta. Buaiz (1998) cita que o Marketing de Rede proporciona ao distribuidor a compra de um produto e também a oportunidade de fazer parte do negócio, criando maiores chances de aumentar a demanda ao produto. Para Costa (2001) esta modalidade de negócio oportuniza o acesso à informação de forma simples e garantida, tal como a divulgação “boca-a-boca”, fazendo com que as empresas de Marketing de Rede utilizem este recurso para comercializar eficientemente seus produtos com grande amplitude de consumidores. Sob esta perspectiva, pretendeu-se apresentar a cadeia de relacionamentos, tendo como princípio logístico, o compartilhamento e o desenvolvimento de estratégias para buscar a melhoria no atendimento, assim como no desenvolvimento dos produtos e serviços e redução de custos, que Segundo Kobayashi (2000), tais itens são contemplados pelo estudo da Logística e Marketing, oportunizando a gestão da cadeia de suprimentos. Bertaglia (2005) afirma também que esta gestão é um processo bastante extenso, e possui vários modelos que se transformam de acordo com as características do negócio, produto e as estratégias utilizadas pelas empresas para fazer com que o bem chegue às mãos dos clientes e consumidores. A complexidade da cadeia de suprimentos é iniciada a partir da definição dos produtos, obtenção da carteira de clientes e vai até aos canais de distribuição, podendo tornar-se mais complexa quando são tomadas decisões estratégicas durante este processo. A Logística do Marketing de Rede pela atividade de venda porta em porta, está baseada nos relacionamentos e com os clientes mais exigentes nos cenários tecnológicos, econômicos e sociais, que complementam a cadeia de valor, 15 acompanhando uma nova configuração que permite mudar o comportamento da rede de distribuidores. Para tanto, é necessário investigar sobre os recursos empregados para a gestão de vendas e as estratégias usadas para conquistar clientes, apresentando os processos da rede de relacionamentos, assim este trabalho se propõe mostrar o desenvolvimento destas atividades. 1.1 Tema: O presente trabalho consiste em conhecer os relacionamentos internos e externos, retratando os laços entre seus consumidores e seus distribuidores/vendedores, estando à pesquisa pautada na análise da Logística de vendas para o Marketing de Rede, que buscou compreender o comportamento da rede de distribuidores/vendedores e na identificação dos recursos empregados para a gestão de vendas, assim como as estratégias usadas para conquistar clientes. A dinâmica metodológica segue os procedimentos de um estudo de caso, permitindo explorar a abordagem qualitativa pela entrevista aos distribuidores/vendedores com elaboração prévia de um roteiro estruturado de questões e qualitativo pela análise dos sites das empresas - pesquisa documental - registrando informações em uma ficha de observação - checklist. Os resultados possibilitam mostrar o modelo da rede de relacionamento, sob o aspecto da abordagem de vendas pelo distribuidor/vendedor ao consumidor assim como o mapeamento da cadeia de distribuição de produtos e serviços. 1.2 Problema: O Marketing de Rede acompanha o cenário da nova economia, em que a tecnologia e a globalização trabalham juntos para o crescimento do mercado. Para garantir sucesso em vendas na modalidade de porta em porta, acredita-se que o relacionamento entre empresas, distribuidores/vendedores independentes e consumidor final também acompanham as mudanças de mercado. Esta pesquisa pretendeu mostrar a configuração do Marketing de Rede pela venda porta em porta e a partir daí, surgem as seguintes questões de pesquisa: • Como se apresenta a cadeia de suprimentos para o Marketing de Rede em empresas que atuam na área de estética, beleza e saúde? 16 1.3. Objetivos: A gestão da cadeia de suprimentos para o Marketing de Rede pela venda direta apresenta uma configuração própria, na qual se pretende estudar por meios dos objetivos da pesquisa. 1.3.1 Objetivo geral Para Richardson (1999) define o objetivo geral como o que se pretende alcançar com a realização da pesquisa, desta forma este trabalho apresenta o seguinte: • Analisar a Logística de vendas pelo estudo da cadeia de suprimentos para o Marketing de Rede que atuam na área de estética, beleza e saúde, frente às estratégias de vendas e os recursos tecnológicos e sociais. 1.3.1.1 Objetivos específicos Segundo Richardson (1999) os objetivos específicos definem etapas que devem ser cumpridas para alcançar o objetivo geral, desta forma apresentamse: • Avaliar a cadeia de valor do Marketing de Rede, pelo relacionamento entre empresa, distribuidor/vendedor e consumidor final; • Identificar os recursos para a gestão de vendas no varejo do Marketing de Rede; • Verificar as estratégias usadas para conquistar e manter clientes; • Identificar o perfil dos distribuidores/vendedores do Marketing de Rede. 1.4 Justificativa: O Marketing de Rede é uma modalidade que movimenta consideravelmente a economia do cenário mercadológico, estudá-lo e compreender os eventos que acontecem na venda direta torna-se relevante para conhecer formalmente a cadeia de relacionamento, quando esta se distingue de outras formas de Marketing por não necessitar das formas tradicionais para divulgar o produto, dispensando a instalação 17 de pontos de venda de varejo e de uma estrutura formada por pessoas contratadas para a venda e recursos específicos, como vitrine, etc., escritórios e pessoal de apoio. Ao estudar o funcionamento do Marketing de Rede, identificamos as principais práticas eficazes de gestão da cadeia de suprimentos, que de acordo com Pires (1999) são: a reestruturação e consolidação do número de fornecedores e clientes, a divisão de informações e integração da infra-estrutura com clientes e fornecedores, o desenvolvimento conjunto de produtos, as considerações logísticas na fase de desenvolvimento dos produtos, e a integração das estratégias competitivas na cadeia produtiva. 1.5 Contexto do ambiente de estágio: O presente trabalho consiste em uma pesquisa de campo em empresas de estética, beleza e saúde onde buscou conhecer os relacionamentos internos e externos, retratando os laços entre seus consumidores e seus distribuidores/vendedores, estando à pesquisa pautada na análise da Logística de vendas para o Marketing de Rede, que buscou compreender o comportamento da rede de distribuidores/vendedores e na identificação dos recursos empregados para a gestão de vendas, assim como as estratégias usadas para conquistar clientes. Os resultados possibilitam mostrar o modelo da rede de relacionamento, sob o aspecto da abordagem de vendas pelo distribuidor/vendedor ao consumidor assim como o mapeamento da cadeia de distribuição de produtos e serviços. 1.6 Organização do trabalho: A organização do trabalho é ilustrada com a figura de uma pirâmide em que mostra as quatro etapas organizadas por uma seqüência lógica em que a base da pirâmide é a introdução. A introdução do trabalho, no capítulo um, ressalta o tema e sua relevância, o problema de pesquisa, bem como o objetivo do estudo e as questões de pesquisa, a justificativa e a contextualização do ambiente onde foi realizado estágio. O capítulo dois apresenta a fundamentação teórica, com uma introdução à administração e suas áreas e perfis. Na seqüência, são apresentadas o Marketing, 18 Marketing de Relacionamento, sua Logística, o Perfil dos Consumidores, Compra e Venda, e, por fim as Vendas Diretas e as Empresas de Multinível. No capítulo três, é apresentada e justificada a metodologia utilizada para realizar e analisar o presente estudo. Também é apresentado a aplicação do método de pesquisa escolhido, justificando-o e detalhando-o no que se refere aos procedimentos e instrumento de coleta de dados e suas limitações. Figura 1: Conceito do trabalho. Fonte: Elaborado pela acadêmica. A base da pirâmide já foi definida e consta no trabalho como capítulo 1, introdução, que anuncia as próximas etapas, na qual a fundamentação teórica é o tema a seguir e procura mostrar embasamento da teoria sobre a administração, Marketing e Marketing de Rede. 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo apresenta os fundamentos teóricos que embasam todo o trabalho, fornecendo informações científicas e afirmações de autores reconhecidos pela academia. Tais pressupostos orientaram o trabalho na elaboração da ferramenta de pesquisa e na interpretação dos dados. O quadro 1 apresenta resumidamente os principais temas, e suas idéias relevantes. Temas Principais Autores Administração Maximiniano (2004) Las Casas (2001) Kotler (2000) Cobra (2005) Fleury (2001) Kotler (2000) Peppers;Rogers (2001) Gracioso (1997) Marketing de Rede Stone (2002) Mcdaniel (2004) Churchill (2000) Kotler (2000) Perfil do Consumidor Peppers; Rogers (2001) Karsaklian (2000) Engel (2000) Compra e Venda Solomon (2002) Cobra (1997) Vendas Diretas Abevd (2009) Quadro 1 - Pressupostos Teóricos. Fonte: Elaborado pela acadêmica. Marketing Síntese de idéias - Conceitos - Áreas da Administração - Conceito Moderno - Marketing de Relacionamento - Marketing one to one - Conceitos - A Logística para o Marketing de Rede - Conceitos - Comportamento do Consumidor - Comportamentos - Logística de Vendas - Conceitos e cenário de vendas A fundamentação teórica é apresentada nos temas apresentados pelo quadro 1 que estão organizados em três capítulos, abordando discussão teórica sobre Administração, Marketing e Marketing de Rede. 2.1 Administração A Administração, na visão de Motta (1998) é desenvolver atividades para obter uma forma da empresa se estruturar. Ainda afirma que uma boa organização da empresa é a condição indispensável para que todo processo de racionalização do trabalho tenha bons resultados. 20 Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização tornase possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa (MAXIMIANO, 2004 p. 40). Para o autor uma organização é basicamente uma instituição que visa atender várias pessoas, lembrando que em uma organização cada pessoa tem sua função estabelecida que seriam os cargos, para alcançar um objetivo em grupo onde uma pessoa sozinha não daria conta de exercer todas funções. Motta (1998) afirma que, para o gerenciamento seguir nas condições de flexibilidade e racionalidade, o responsável tem que adquirir treinamento gerencial que constitui uma oportunidade de desenvolvimento pessoal, onde mostrará o indivíduo uma nova visão de si próprio, de sua carreira, de seu futuro e de sua organização, também mostrando para ele os mitos e verdades sobre a função de um dirigente. Maximiano (2004), explica que uma organização é constituída pelo conjunto de empregados que nela exercem suas funções, pelo maquinário, pelo dinheiro aplicado. Então a organização é formada pela soma de tudo isso que, no final irá disponibilizar um determinado produto ou serviço, mostrando que a organização é voltada somente para um objetivo, que seria o seu crescimento. Las Casas (2001) diz que a atividade de um administrador é buscar informações em seu ambiente, apresentando um programa de composto de Marketing para satisfação dos desejos e necessidades dos clientes internos e externos. O administrador deve também exercer as funções administrativas de organizar e controlar, executar, além de planejar. Para Viana (2002) o administrador é o profissional que gerencia, controla e direciona a empresa na área de sua habilitação, buscando os melhores resultados em termos de lucratividade e produtividade, ou seja, o administrador prevê, planeja, organiza, comanda e controla visando aumentar a produtividade, rentabilidade e controle dos resultados da empresa. O trabalho do dirigente consiste em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de modo que as atividades de planejar, comandar, coordenar, e controlar estejam numa seqüência lógica (FAYOL citado por MAXIMIANO, 2004 p.48). 21 Carvalho (2004) relata que atualmente valorizam-se mais as pessoas com capacidade de enxergar oportunidades de mercado, prevenindo riscos e desenvolvendo ações de curto e médio prazo, para garantir o crescimento sustentado da empresa. As novas qualidades exigidas englobam capacidade de influenciar pessoas, facilidade de promover mudanças, uma contínua capacidade de aprender, bom desenvolvimento em redes de relacionamentos e flexibilidade intercultural. No entanto, existe uma competência tida como primordial: gerenciamento do capital humano, ou seja, saber lidar, promover, motivar, incentivar pessoas. Carvalho (2004, p.33) cita algumas competências as quais os executivos devem contemplar: Liderança estratégica: é a chave para o sucesso dos executivos. Muitos sabem fazer bem seu trabalho, mas não possuem visão estratégica do negócio. Comunicação: alguns conseguem enxergar uma visão de futuro, constroem equipes de alta performance, mas têm dificuldade para ouvir o próximo e, também, para se expressar de forma clara e objetiva, necessitando muitas vezes da tecla SAP, ou seja, uma pessoa da empresa que o compreenda e consiga traduzir a mensagem a todos. Inteligência emocional: é ela que vai ajudar a manter o equilíbrio em situações de pressão e estresse. E é justamente ela que acaba facilitando qualquer outra. De acordo com Las Casas (2001), os fatores ambientais têm importante peso na decisão de atividades. Evidentemente, as variáveis afetam indiscriminadamente todas as empresas em determinados mercados. Para tal, pode-se perceber que um problema na economia do país, por exemplo, irá prejudicar o comércio, seja ele do ramo automobilístico, mobiliário, ou até mesmo alimentício. Cabe então a cada administrador, saber a melhor maneira de trabalhar esta ameaça, seja pela estratégia de produto, preço, praça ou promoção e sempre se preocupando com a concorrência. A prática administrativa oferece a atuação das funções: planejar, organizar, controlar e liderar em muitas áreas, assim como serão apresentadas a seguir. 2.1.1 Áreas da Administração a) Administração de Recursos Humanos 22 Ulrich (1998) destaca quatro papéis a serem desempenhados pela área de Recursos Humanos: administrar estratégias de RH que precisam estar ajustadas à estratégia empresarial; racionalizar os diversos processos de RH; ajudar os funcionários na resolução dos seus problemas e necessidades; e administrar a transformação da mudança, onde neste caso o profissional de RH deve ser um agente de mudança capaz de traçar planos de ação a fim de proporcionar a mudança. A designação Gestão de Recursos Humanos (GRH), que descende do conceito de gestão de pessoal, antes dominante na literatura, está longe de apresentar um campo estabilizado de conhecimentos. Falta realmente uma teoria geral explicativa do papel das pessoas na eficácia organizacional e no desempenho das empresas (BILHIM, 2006). As atividades de GRH possuem um impacto muito significativo no desempenho individual e, por conseqüência, na produtividade e na realização global de qualquer organização. A sua capacidade de inovação depende da criação de um ambiente propício e de apoio que por sua vez depende da existência de pessoas inovadoras. Por outro lado, a qualidade das decisões estratégicas está ligada à qualidade dos recursos humanos existentes, bem como o sucesso da implementação dos objetivos estratégicos, é função, em grande medida, dos quatro sistemas de GRH (seleção, avaliação, compensação e desenvolvimento de competências) (BILHIM, 2006). b) Administração Financeira Na definição de Oliveira (2002) a Administração Financeira é capaz de: identificar a estrutura mais adequada de capital, controlar prazos e rotação de valores, utilizar-se das melhores fontes de financiamento, controlar o capital de giro e controlar efetivamente o fluxo de caixa da empresa; Na opinião de Neto; Silva (2002, p.24) “Toda a empresa precisa buscar um nível satisfatório de capital de giro de maneira a garantir a sustentação de sua atividade operacional”. No pensamento de Crepaldi (1998, p.21), “O conhecimento financeiro auxilia no planejamento, na solução de problemas e nas tomadas de decisões”. 23 Para Gitman (2001), a meta deve ser maximizar a riqueza dos proprietários. Assim, deverão ser implementadas atividades que propiciem no curto e no longo prazo, o aumento do valor esperado da ação da empresa. As principais atividades do gestor financeiro são decisões de investimento e de financiamento, as quais versam sobre a correta e eficiente obtenção e utilização dos recursos da empresa. Uma das formas mais utilizadas para se avaliar o desempenho de uma empresa é a que se realiza através do cálculo e da interpretação de índices financeiros. Segundo Gitman (2001, p. 129), “a análise de índices não é meramente a aplicação de uma fórmula sobre dados financeiros para calcular um dado índice. Mais importante é a interpretação do valor do índice”. Num mercado cada vez mais competitivo, no entender de Christopher (1999), a lucratividade será cada vez mais resultado de um relacionamento de longo prazo com o cliente. Assim, oferecer um pacote de serviços para atender às necessidades do cliente e mantê-lo fiel, são condições necessárias para a empresa permanecer lucrativa. Christopher (1999) ressalta que o valor para o cliente é a relação entre os benefícios percebidos e o custo de propriedade. c) Administração de Materiais e Logística Administração de Materiais significa “[...] coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de produção” (Pozo, 2007, p. 39). O autor ainda concretiza que o objetivo que é prover o material certo, no local de produção certo, no momento certo e em condição utilizável ao custo mínimo para a plena satisfação do cliente e dos acionistas. Oliveira (2002) apresenta as ações básicas a respeito da Administração de Materiais e Logística: estudar e analisar os produtos já existentes na empresa, verificar a necessidade da criação de novos produtos na empresa, estudar hipóteses para racionalização dos fluxos da produção, controlar com mais veracidade a qualidade dos produtos e controlar e eliminar perdas de produção. Segundo Viana (2002, p.24), “A Administração de estoque exige que todas as atividades envolvidas com controles de estoque, qualquer que seja a forma, sejam integrados e controlados num sistema em quantidades e valores”. 24 A função da Administração de estoques na visão de Dias (2005) é maximizar o efeito lubrificante no feedback de vendas e o ajuste do planejamento da produção. Deverá conciliar os objetivos dos departamentos sem prejudicar a operacionalidade da empresa, assim como a definição da política de estoques. Viana (2002) ainda complementa que a Logística é uma operação integrada que cuida de suprimentos e distribuição de produtos de forma racionalizada, planejando, coordenando e executando todo o processo, visando reduzir os custos e aumento da competitividade da empresa. Tradicionalmente, as atividades Logísticas tem se concentrado em setores diferenciados, suprimentos e distribuição física. Dias (2005) reforça que um sistema Logístico é integrado e começa no planejamento das necessidades de materiais e termina com a entrega do produto acabado no cliente final. Deve ser desenvolvido de acordo com a realidade de vendas e com os recursos financeiros disponíveis e deve se preocupar com um dos fatores básicos para o dimensionamento de estoques e com a eficácia do processo produtivo, que é repor os estoques e não apenas como o tradicional que é comprar. “Possuir a quantidade certa no tempo errado não resulta em nada” (DIAS, 2005, p. 152). d) Administração de Sistema de Informação Para Batista (2006) Administração de Sistema de Informação é a ciência da comunicação e do controle, relativo tanto aos seres humanos como a máquina. A comunicação é o que torna os sistemas integrados e coerentes, e o controle que regula o seu comportamento. Na visão de Oliveira (2002) Administração de Sistema de Informação busca otimizar os sistemas de controle administrativo, os sistemas contábeis e orçamentários; os sistemas de apuração de custos, sistemas computadorizados e os sistemas de informações gerenciais. Assim pode-se considerar a atuação sobre Sistema de Informação - SI a apenas um dos aspectos a serem explorados pelos executivos das empresas. O sucesso que uma empresa pode adquirir se adequando aos contextos SI, representa o insumo e resultado do tratamento de cada uma das atividades da empresa de forma interativa para com seu próprio decisório. Um dos primeiros e principais aspectos para a Administração de SI é o seu planejamento. “O planejamento de sistemas de informação e da tecnologia da 25 informação é o processo de identificação das aplicações baseadas em computadores para apoiar a organização na execução de seu plano de negócios e na realização de seus objetivos organizacionais” (LEDERER; SETHI, 1998 apud REZENDE, 2003, p. 69). Oliveira (2002) complementa que o SI é uma ferramenta administrativa de auxílio para os gestores nas empresas, e conseqüentemente é de extrema importância para as empresas. Batista (2006) relata também que o SI é um subsistema da empresa, e pode ser definido como todo e qualquer sistema que possui dados ou informações de entrada que tenham por fim gerar informações de saída para suprir determinadas necessidades. Segundo O’Brien (2003, p. 06) SI “é um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicações e recursos de dados que coleta, transforma e dissemina informações em uma organização.” “Para permanecerem competitivas, as organizações precisam, ocasionalmente, alterar profundamente o modo como fazem negócios. Em outras palavras, elas precisam mudar as atividades e tarefas ou processos, com vistas a alcançar suas metas. A reengenharia, também chamada de redesenho de processos, envolve a readequação dos processos empresariais, estruturas organizacionais, sistemas de informação e valores da organização objetivando uma guinada nos resultados do negócio” (STAIR; REYNOLDS, 2002, p. 39). O’Brien (2003, p. 03) considera o SI como “componente vital ao sucesso de empresas e organizações.” Ou seja, os Sistemas de Informações têm importância estratégica cada vez maior na empresa. Por isto mesmo é que devem ser bem administrados. e) Administração Mercadológica Para Oliveira (2002) Administração Mercadológica tem ajuda a estudar e identificar as necessidades do mercado, desenvolver novos mercados, acompanhar as atividades de seus principais concorrentes, estudar custos promocionais e seu grau de efetividade, controlar e analisar detalhadamente cada mercado e cliente; As informações mercadológicas trazem as análises de fatias de mercado, padrões de consumo e gastos de consumidores, estudos de seu comportamento e 26 estilos de vida, pesquisas de opinião, informação sobre investimento em propaganda por diversos setores e medidas de audiência de canais de rádio e televisão (BRANDÃO; CAMPOS; SILVA, 2005). Uma das formas de aumentar a precisão do Marketing dentro de uma organização é segmentar o mercado, identificando grupos com preferências, poder de compra, hábitos de consumo ou localização geográfica semelhantes. Para Kotler (2000), com a segmentação, a organização pode criar produtos a preços apropriados e oferecê-los através de canais de distribuição e comunicação mais adequados, além de enfrentar menor concorrência. Produto, preço, distribuição e comunicação são as variáveis mercadológicas que a empresa utiliza para concretizar uma oferta para o mercado. Na linguagem da área, são denominados os “4P’s” ou “mix de Marketing”. Richers (1994, p.18) que define Marketing “como sendo as atividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando benefícios específicos”. Richers (1994) continua explicando que o núcleo da definição é a idéia da troca, que pode envolver objetos tangíveis, tais como dinheiro e bens de consumo e intangíveis, como serviço ou idéias. Todavia, para que se caracterize como uma relação Mercadológica, a troca tem que ser sistemática e intencional. Dentro desse aspecto, não é toda troca que pode ter conotações mercadológicas e ser aplicada ao conceito de Marketing. Assim sendo, a relação de troca só pode ganhar uma conotação Mercadológica quando existir uma especificação objetiva, um público objetivo e um resultado previsível, o que caracteriza um planejamento de Marketing. 2.2 Marketing De início é relevante destacar o conceito de Kotler (2000, p. 30) em que salienta: “o Marketing deve ser um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtém aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. A complexidade do relacionamento nos mercados em que, compradores e vendedores desenvolvem laços em que um cliente poderá ser 100% leal com determinada empresa. Este desenvolvimento é feito por etapas, em que consiste a 27 experimentação amostras de diferentes produtos e serviços, podendo ainda ser alternadas entre um e outro ou mesmo compradas de várias empresas. Kotler (2000) também define administração de Marketing como análise, planejamento, implementação e controle de programas destinados a criar, desenvolver e realizar as trocas desejadas com compradores dos mercados alvo com o propósito de atingir as metas e objetivos da organização, ou seja, a administração de Marketing envolve administrar a demanda, que envolvem administrar relacionamentos com o cliente. Os profissionais de Marketing devem ser bons em administrar o nível, a duração e a composição da demanda. O conceito moderno formatado por Kotler indica que o “Marketing é o conjunto de atividades que tem por objetivo a facilidade de trocas”; as atividades Mercadológicas projetam-se sobre outros campos das relações sociais, como instituições culturais, cívicas e outras (VAZ, 2003). Falar de Marketing hoje, sem dúvida deve ser considerado os novos e promissores mercados que surgem, ressalva Cobra (2005). Em outro pensamento Kotler (2000) acredita que a Administração de Marketing deve ser um processo de planejar e executar a concepção, a determinação de preço, a promoção e a distribuição de idéias, bens e serviços para criar negociações que satisfaçam metas individuais e organizacionais. Neste processo será necessária a escolha de mercados-alvo (necessidades, desejos e demandas) além da captação, manutenção e fidelização de clientes (valor e satisfação). Para uma escolha eficaz serão necessárias ferramentas que constituem o mix de Marketing. Esta estrutura sofreu várias críticas por muitos autores. Eles defendem que o modelo dos 4P´s peca por deixar de enfatizar certas atividades importantes só porque deixam de começar com a letra “P”. Kotler (2002) cita exemplos como, a situação dos serviços e o atendimento; a embalagem que é considerada um dos principais elementos competitivos; vendas pessoais, que não deixa de ser pontochave no Marketing de negócios. A maioria dos aspectos do mix de Marketing está alinhada com o indivíduo e é baseado nas informações fornecidas antes e durante os contatos que são complementadas com outros dados (STONE; WOODCOCK; MACHTYNGER, 2001). Além destas críticas, surge outra sob ponto de vista do comprador. Este ao avaliar um produto ou serviço, não vê da mesma maneira que o vendedor e pode 28 descrever os 4P´s como 4C´s. Kotler (2002, p.152) reforça que, “a crítica mais forte dos 4P´s é a do que, eles representam na mentalidade do vendedor e não na mentalidade do cliente. Na visão de Dias (2006) as quatro ferramentas utilizadas na criação do valor para o cliente é chamado de mix de Marketing: Produto, Preço, Promoção e Ponto de distribuição. Quando fala de produto o autor define que as decisões de Marketing são a de identificar oportunidades para levar novos produtos ao mercado, desde que haja necessidade do mesmo, e formular as estratégias necessárias para a maior durabilidade no seu ciclo de vida. Na definição do preço, o autor ressalva a vantagem competitiva e o retorno do investimento, enquanto promoção refere-se às ações de comunicação para fazer o produto ou serviço tornar-se conhecido e desejado. A distribuição é a parte da escolha do melhor canal de venda, adaptado ao tipo de produto e seu público alvo: o produto certo, no lugar certo, para as pessoas certas e na hora certa. As decisões da variável ponto de venda englobam os canais de vendas e distribuição para que o produto também esteja no lugar certo, no momento certo, e o cliente possa realizar a compra e satisfazer a sua necessidade (DIAS, 2004, p.9). Os 4P´s no conceito de Cobra (1997) são definidos de forma reduzida: o preço deve ser o certo e para transferir a posse de um determinado produto. Um produto deve ter qualidade e corresponder a uma necessidade e deve estar sempre no lugar certo, próximo ao consumidor; e a promoção deve aproximar os consumidores do produto. Segundo Las Casas (2001) muitas empresas crescem mesmo sem estarem estruturadas para o Marketing. Não há uma organização por funções, nem por produtos, mercados ou combinação, apenas alguns funcionários que se reúnem e trabalham com um propósito comum que atendem desejos e necessidades dos consumidores. O Marketing vem sofrendo transformações e as empresas se obrigam a reverem suas estratégias e estão se tornando referência por alguns profissionais como modelo de forma tradicional de comercialização (LAS CASAS, 2001). Conforme Cobra (2005) o Marketing aparece historicamente na transição econômica de produção para economia de consumo, quando o que é produzido não é consumido na mesma proporção e vice-versa, surge um desequilíbrio. Com isso o Marketing surge tentando estimular o consumo, reduzindo os preços ou oferecendo 29 vantagens nos produtos. Las Casas (2001) enfatiza que as funções da administração de Marketing são: estabelecer objetivos de Marketing, planejar as atividades de Marketing, coordenar e integrar atividades de Marketing, motivar as pessoas responsáveis com a execução do plano e avaliar e controlar o desempenho das atividades de Marketing. Kotler (2000) define a administração de Marketing como “o esforço consciente para alcançar resultados de troca desejadas com mercado-alvo”. Para construção de um planejamento Giglio (1996) propõe: os lucros da empresa, a satisfação do cliente e o interesse público, seriam responsabilidade da empresa a competência no que faz e produzir valores correspondentes com as preocupações socias nesse caso o cliente nem sempre tem razão. A meta do Marketing é criar e manter relacionamentos, então também é necessário educar seus consumidores, explicando seus limites dos produtos e serviços. Deve existir um planejamento na visão de Las Casas (2001), que pode ser considerado para garantir que os fatores que influenciam o composto de Marketing se combinem da melhor maneira para atingir os objetivos independentes do ambiente. De acordo com Fleury; Fleury (2001), ao definir sua estratégia competitiva, a empresa deve ter perfeito entendimento das competências essenciais do negócio e das competências necessárias para cada função. Por outro lado, argumentam os referidos autores, a existência e o aprimoramento dessas competências possibilitam a avaliação e renovação das escolhas estratégicas efetuadas pela empresa, criando assim um ciclo virtuoso. A principal força do Marketing é a comunicação, na visão de Manzo (1996), dessa forma há o conhecimento do valor do produto provocando suas reações e é possível também medir a aceitação no mercado, onde a força do produto depende da sua exposição ao consumidor passando uma boa impressão. Quanto à promoção as decisões são relativas aos investimentos em estratégia e atividades de comunicação e promoção de vendas, sendo de comunicação: propaganda, Marketing direto, relações publicas, publicidade, eventos, seminários; Promoção de vendas: sorteios, prêmios ao consumidor, descontos de preço, brindes e outros (DIAS, 2004, p.9). 30 Para Manzo (1996), Marketing não é só produção, ele também cria ou acrescenta valor econômico ao produto que se reflete ao custo final que é aumentado conforme a utilidade e capacidade de satisfazer as necessidades do ser humano. Um administrador de Marketing deve atuar no mercado para alcançar os objetivos da empresa, porém a empresa pode exigir alguns requisitos para negociar a venda, sendo um deles, existir a necessidade que seja satisfeita com a compra do produto (Las CASAS, 2001). Para Las Casas (2001) Marketing é a área que engloba atividades com relação de troca para satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores e visa alcançar determinados objetivos das pessoas e empresas, verificando sempre o meio de atuação e os impactos causados. O administrador de Marketing deve exercer funções de organizar, controlar, executar e planejar como já dito anteriormente, além de buscar informações em seu ambiente e adaptá-los para satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores. 2.2.1 Marketing de Relacionamento A definição de Marketing de Relacionamento para Stone; Woodcock; Machtynger (2001) carece um pouco de sentimento. Uma boa maneira de definir um conceito ou técnica é fazer em função do que se deseja que os clientes pensem ou sintam com a prática de uma estratégia, ou seja, como se encontra o cliente, conhece, mantém contato, tenta garantir com que obtenha seu desejo em todos os aspectos do negócio e verifica se está obtendo o que realmente foi prometido. Conforme Madruga (2004) apresenta que Marketing de relacionamento era aplicado desde as mercearias de bairros, nas quais as compras eram feitas e anotadas nas cadernetas, para pagamentos futuros. Utilizava-se o crediário, sem precisar de comprovante de renda. Tudo isso era possível porque o proprietário do estabelecimento conhecia muito bem os seus clientes, pelo nome, sobrenome, quantos filhos têm, e assim por diante, pois este relato mostra que o Marketing de Relacionamento já acontecia nessa época, por uma forma muito embrionária. A fidelidade dos clientes ao estabelecimento era uma certeza, todo mês, o cliente iria fazer as compras da casa. 31 O Marketing de Relacionamento é considerado uma evolução do Marketing e precisou absorver diversas outras formas de conhecimento que afinal de contas, lhe foram complementares. Um bom exemplo foi à qualidade total que emprestou ao Marketing de Relacionamento a sua preocupação com a gestão pela qualidade que deverá permear toda a organização e atingir todos os níveis hierárquicos como forma de atender aos requisitos do cliente com processos de trabalho e indicadores de produção bem definidos (MADRUGA, 2004, p. 35). O Customer Relationship Management é uma ferramenta importante para ajudar a adquirir clientes e manter a clientela que já existe, segundo Stone; Woodcock; Machtynger (2001), porém adquirir clientes errados e mantê-los é prejudicial. Ainda completa quando afirma que é positivo conhecer e entender esta nova ferramenta que auxiliará no entendimento e aplicação do relacionamento entre clientes, dentro das empresas. O Marketing de Relacionamento aliado ao CRM é uma ferramenta que busca criar valor pela disciplina de intimidade com o cliente tornando-a tão adequada que o cliente prefira manter-se fiel à mesma empresa (BARNES, 2002). O CRM - Customer Relationship Management, conhecido também como: Marketing Um a Um; Marketing Individualizado; Marketing One to One e ainda Marketing de Relacionamento, é uma infra-estrutura para implementar-se a filosofia One to One que se define em ter uma visão única do cliente e agir de acordo com as necessidades manifestadas por ele. CRM é uma estratégia de negócio voltada ao entendimento e à antecipação das necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma empresa. Do ponto de vista tecnológico, o CRM envolve capturar os dados do cliente ao longo de toda a empresa, consolidar todos os dados capturados interna e externamente em um banco de dados central, analisarem os dados consolidados, distribuir os resultados dessa análise aos vários pontos de contato com o cliente através de qualquer ponto de contato com a empresa (PEPPERS; ROGERS, 2002, p.52). O CRM ou gerenciamento com o cliente/usuário é apresentado na literatura como o conjunto de conceitos, construções e ferramentas composta por estratégia, processo, software e hardware (BRETZKE, 2000). CRM é a integração de tecnologia e processos de negócios, usada para satisfazer às necessidades dos clientes durante qualquer interação. Especificamente, CRM envolve aquisição, análise e uso do conhecimento de clientes 32 para venda mais eficiente de produtos e serviços (MADRUGA, 2004). Segundo Barnes (2002) o CRM tem como objetivo a mecânica da formação de relacionamento, através da captação de dados, da freqüência de compras e da análise de dados, que estão voltadas para funcionalidade das vendas. Através do seu perfil e histórico do consumidor. Dessa maneira o CRM, apresenta uma ênfase em vender mais produtos ou serviços para o mesmo cliente. As empresas que utilizam o CRM têm capacidade de saber qual estratégia adotar para o perfil desejado. Percebe-se que o relacionamento através do CRM é inteiramente determinado por comportamentos históricos de compras. É um risco muito grande quando a empresa não possui a consciência que o relacionamento tem outros pilares mais importantes para desenvolvimento do relacionamento genuíno. Os clientes têm uma idéia bastante realista como o tipo do relacionamento que pode ter com a empresa segundo Stone; Woodcock; Machtynger (2001), e esse relacionamento pode durar bastante tempo dependendo das oportunidades de suas negociações de acordo com que eles considerem mais ou menos importantes. Conforme Madruga (2004) o Marketing de Relacionamento tem com objetivo, um processo contínuo no qual o cliente, tenta ser compreendido nas suas necessidades e passa a ser criado valor individualizado e relacionamentos duradouros. O relacionamento está além da simples venda ou repetição da compra pelo mesmo produto no mesmo estabelecimento. Sabe-se que manter um cliente no portfólio da empresa é menos oneroso, e apresenta sinais de estabilidade para a empresa. O relacionamento existe quando o cliente voluntariamente dispõe a trabalhar com a empresa por um período longo de tempo e continua entusiasmado por causa da maneira como é tratado. Construir relacionamentos significa estar próximo dos clientes em uma tentativa de entender e servi-los bem, podendo ir além da suas expectativas. A natureza do relacionamento requer confiança e os elementos que alimentam a confiança, tais como: comprometimento, comunicação e entendimento. E por esta razão, é necessário atribuir o mesmo caráter de prioridade a que atribuímos a outros aspectos do negócio (BARNES, 2002). Barnes (2002) continua no que diz respeito ao poderoso efeito da propagação de uma satisfação resultante de um trabalho bem feito com um cliente específico. Lembre-se que a impressão deixada por cliente satisfeito, levará outros a se tornarem clientes. Quando os clientes estão completamente satisfeitos com um 33 serviço ou produto, eles estarão mais propensos a disseminar a notícia. As pessoas têm a tendência de realizar algo que foi altamente recomendada por aqueles que elas confiam, amigos ou familiares. Os clientes irão voltar como também irão trazer amigos e influenciar muito outros. Segundo Peppers; Rogers (2005) o mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos clientes, mas manter os clientes existentes em seu portfólio. As empresas vivem uma situação na qual precisam oferecer diferenciais entre as suas concorrências, preço e qualidade são fatores imprescindíveis, mas não se pode pensar que só esses fatores atendem aos clientes. O recurso mais escasso hoje são os clientes, por causa da oferta excessiva de produtos e serviços no mercado. Os relacionamentos permitem que as empresas explorem ao máximo seus conhecimentos sobre os clientes e necessidades, que antes não eram imaginadas. Recuperação de um cliente que recebeu um tratamento fraco deve ser parte da administração de uma carteira de clientes. Obviamente que falhas acontecem e sempre existirá a necessidade de recuperar clientes. Este é um aspecto dos negócios, porque nenhuma empresa é impecável. O imprevisível irá destruir o que foi de melhor feito e planejado. Entretanto, erros podem se tornar oportunidades de impressionar o cliente e recuperar a lealdade dele. O fato não é só de recuperar o cliente, mas mostrar para ele que é importante dentro do contexto da empresa. Esse restabelecimento possibilita a lealdade ao comprometimento do cliente. Também apresentam ao futuro cliente - prospect o empenho da empresa com a sua satisfação (BARNES, 2002). Barnes (2002) apresenta que um dos fatores importantes a destacar é que os funcionários estejam treinados para esses imprevistos e tenham autonomia para resolver o problema no momento que aconteceu, a hora da verdade no momento presente é fator decisivo para o encantamento. Caso isso não ocorra o cliente se frustrará, porque terá que passar por diversos níveis dentro da empresa e esperar retornos e feedback através do sistema burocrático, antes que o problema seja resolvido. Kotler (2000) evidencia que o Marketing Relacionamento tem que proporcionar emoções ao cliente que tem dentro da empresa, gerando uma satisfação e fidelidade, essa experiência que o cliente tem, muitas vezes não está nas técnicas, nem inclusa no planejamento. Para Giglio (1996, p.13) Marketing é um conjunto de ações orientadas para o 34 cliente, que tem como retaguarda o Marketing integrado, visando gerar a sua satisfação e bem estar a longo prazo, como chave para atingir metas organizacionais. 2.2.2 Marketing One to One Para Peppers; Rogers (2001) Marketing One to One é Marketing de Relacionamento, porém nem todo Marketing de Relacionamento é Marketing One to One. Seria a mudança no comportamento da empresa em relação a cada cliente com base no que se sabe sobre ele e no que ele próprio diz, assim o Marketing One to One é basicamente uma idéia simples: trate clientes diferentes de forma diferente. Segundo os autores Peppers; Rogers (1994, p.154) no futuro “[...] em vez da concorrência comercial será a fatia de clientes - um cliente de cada vez”. O primeiro estágio de uma atividade One to One é identificar o maior número de clientes possível, para Peppers; Rogers (2001), até a empresa conhecer as características de pelo menos parte dos clientes é impossível criar programas que dependam de tratar os clientes de forma diferenciada. Para o profissional de Marketing individualizado o foco não está mais em vender um único produto ao maior número de clientes possível diz Kotler (2000) e sim em vender a um único cliente o maior número de produtos possível durante um longo período de tempo. Para um relacionamento duradouro com o cliente, Peppers; Rogers (1994) afirmam que o produto tem que ter qualidade, porém nem todos constatam a qualidade da mesma maneira, o que pode ser vantagem para um pode ser desvantagem para outro. Para o Marketing individualizado além de lidar com a qualidade do produto precisa saber lidar com a qualidade de relacionamento. Segundo Madruga (2004) a exigência fundamental da fatia de clientes é conhecer seus clientes individualizados para não desperdiçar esforços tentando vender o produto para quem jamais comprará, conseqüentemente você estará focando mais no seu cliente leal e tomando providências para comprarem com maior freqüência. Para manter um cliente duradouro, um cliente que lhe de uma grande fatia de sua preferência no mercado, tem que ter um produto de qualidade, um serviço de alta qualidade e capacidade de satisfazer plenamente o cliente, dizem Sheth; Mittal; 35 Newman (2001), porém a satisfação é um critério necessário, mas não suficiente para o Marketing de fatia de clientes eficaz. Peppers; Rogers (1994) afirmam também que no futuro os fabricantes deixarão de gerenciar produtos e passam a gerenciar clientes, os varejistas deixarão os departamentos para gerenciar clientes além de criar mais oportunidades para outros ramos de atividade dentro da empresa sendo um deles a prestação de serviços de entrega para levar os produtos aonde quer que o cliente esteja sem que ele precise se deslocar até a empresa. Para obter vantagem com o Marketing One to One é preciso ir além do simples monitorar e interagir individualmente com os clientes relatam Peppers; Rogers (2001), deve estar disposto a agir de acordo com que atendam às necessidades de cada um. Qualquer integrante de um canal de distribuição está mais próximo do consumidor final ou qualquer fabricante, no ambiente One to One vence quase sempre a empresa que está mais perto do cliente, quanto mais próxima a ele, maior a capacidade de cultivar relacionamentos (STONE, WOODCOCK; MACHTYNGER 2001). Assim, a filosofia do Marketing On to One mostra os procedimentos de manter os clientes baseado no relacionamento estável usando estratégias baseadas e atendimentos personalizados. 2.3 Marketing de Rede Segundo Costa (2001) o Marketing de Rede - Network Marketing, também conhecido como Marketing Multinível - MLM: Multi-Level Marketing ou ainda, distribuição interativa - interactive distribution, que tem como principal atividade a venda direta, sendo considerada uma das configurações de negócios de rápido crescimento e tem abrangência mundial. Marketing de Rede também é conhecido como Marketing Multinível, que é uma forma de vender diretamente ao consumidor produtos ou serviços sem a necessidade de intermediários. O conceito de Marketing de Rede constitui-se em: uma empresa baseia inteiramente em representantes interdependentes para vender seus produtos e serviços diretamente ao consumidor. Por esse motivo o nome venda direta, com isso 36 a empresa fica isenta das despesas associadas aos intermediários no negócio. Os representantes têm a oportunidade de desenvolver sua própria organização de vendas e recebem um percentual da receita gerada mensalmente pela rede (HAYES, 2001; p.16). Peppers; Rogers (2001) dizem que Marketing de Rede é um canal interativo imediato e altamente eficiente em termos de custos, e pode ser personalizado para cada visitante, proporcionar informações completas sobre produtos e serviços, qualificar vendas, finalizar transações de compras e desempenhar tarefas de atendimento ao cliente. Na hora da decisão do mercado-alvo, Kishel; Kishel (1993) destacam: quais mercados alvos atender e quais necessidades do cliente atender. Para que o Marketing de Rede alcance seu potencial, deve-se estar aberto para reconhecer o que o cliente quer oferecer sua oferta de produtos que possam beneficiá-los. Para que o Marketing de Rede tenha sucesso é importante que a equipe receba treinamentos e motivação constantemente, pois esta é a essência do negócio (BARNES, 2002). O surgimento do Marketing de Rede de distribuição pode ser explicado da seguinte maneira: os historiadores demonstram pouco interesse em documentar o assunto. Em 1999, Network Marketing Lifestyles publicou uma história cronológica da Amway. A cronologia indica Carl Rehnborg como pai do Marketing de Redes de distribuição: Já em 1915, quando trabalhava na China como agente de vendas de um fabricante, Rehnborg estudava os efeitos da alimentação e nutrição sobre a saúde. Suas pesquisas tiveram continuidade depois de sua volta aos Estados Unidos, em 1934, quando lançou a Califórnia Vitaminis. Rehnborg, seu vizinho, Dr. Castleberry, e Lee Mytinger, gerente de vendas, acrescentaram um plano de remuneração multinível em 1945 e esse foi o início do Marketing de Redes de Distribuição (HAYES, 2001, p.15). Segundo Hayes (2001) a partir desse ponto, o Marketing de Rede começa a ser visto como uma oportunidade de negócio, onde se torna uma alternativa sustentável para várias empresas de todo o contexto mundial. O Marketing de Rede pode oferecer chances de sucesso e reconhecimento profissional e pessoal de formas não proporcionadas pelas formas tradicionais de negócios. 37 Marks (1995) afirma que a mudança no cenário mercadológico deu-se quando o químico americano Carl Rehnborg, em 1941 projetou um novo sistema de distribuição em forma de Multinível. A primeira companhia a utilizar o sistema foi a Nutrilite System & Home Products, que produzia complementos vitamínicos. Nos anos 50, as empresas Amway e a Shaklee afirmaram a indústria do Marketing de Rede e mais tarde esta prática passou várias evoluções, e conseqüentemente novos conceitos ao mercado. No início dos anos 90 que o MLM ganhou força pelas suas práticas soluções. Elas se encaixam dentro do novo paradigma de mundo globalizado: tecnologia, qualidade de vida e alto poder aquisitivo. O surgimento do Marketing de Rede foi registrado por Hawkins (1995), Gracioso; Najjar (1997) quando abordam, inicialmente, o funcionamento das vendas diretas pelas empresas que recrutavam um grande número de revendedores autônomos e lhes ofereciam remuneração através de comissões sobre as vendas que concluíam. Este conceito ficou conhecido como single-level ou nível um, que propõe um modelo limitado quanto à atuação dos distribuidores e na dependência exclusiva da habilidade individual de vendas. Costa (2001) também afirma que o Marketing de Rede cresceu principalmente a partir do início dos anos 90, por apresentar soluções simples para as empresas que procuram oferecer inovação, qualidade e preços nos produtos, excelência nos serviços operacionais e atendimento personalizado aos clientes, em troca oferece às pessoas uma oportunidade de melhorar o estilo de vida. O Marketing de Rede é referenciado por Costa (2001) como Marketing Multinível ou ainda, distribuição interativa e tem como principal atividade a venda direta, no qual movimenta bens e/ou serviços do fabricante para o consumidor por meio de uma rede de representantes independentes. Quanto mais se souber sobre a empresa de Multinível que representa e sobre os produtos e serviços serão bem mais sucedidos nos negócio afirmam (KISHEL; KISHEL, 1993). Para Stone, Woodcock; Machtynger (2001) a internet libertou o consumidor de restrições de canais físicos de comunicação e distribuição, os consumidores podem decidir se desejam ou não conduzir os aspectos de compra diretamente com fornecedores, ou seja, a web acelera o processo dos negócios e ao mesmo tempo as empresas podem economizar custos e aperfeiçoar o atendimento aos clientes. Técnicas que induzam web sites ou usuários da internet onde passam 38 mensagens para outros sites ou usuários criam um crescimento na viabilidade da mensagem e seus efeitos são considerados para Megido; Szulcsewski (2002) o chamado “Marketing Viral”, são sites que atendem a necessidade dos usuários e todos querem informar sua existência trocando mensagens e informações. A distribuição é um elemento importante e determinante de sucesso em estratégia de Marketing de Rede, uma vez que as ações de um distribuidor que estão voltadas para identificar à forma como as empresas alcançam e servem seus mercados alvos (LAMB Jr; HAIR Jr, 2004). Marks (1995) considera uma configuração de negócio que permite um rápido crescimento, e a maior razão está na sua abrangência, que possibilita atividades entre negócios familiares e de grandes empresas, com o objetivo de encurtar a distância entre o fornecedor de produtos ou serviços e o consumidor final, sem a presença de intermediários formais. Gracioso; Najjar (1997) afirmam que em uma organização que emprega a configuração em rede, cujo eixo central é a divisão de tarefas e poderes que constituem a burocracia, o que garante coerência e eficiência é uma estrutura organizacional baseada em uma metáfora da família conhecida por linhas de patrocínio - sponsorship lines. Estas correspondem à forma da ligação entre os novos membros da rede e os antigos: cada membro da rede é responsável por uma nova geração de membros por ele trazidos à rede, formando analogamente uma árvore genealógica. Segundo Churchill; Peter (2000) o Marketing de Rede está focado no cliente, porque ao mesmo tempo em que o consumidor escolhe um produto ou marca é também chamado para obter uma oportunidade de ganhar dinheiro, fazendo com que muitas empresas desenvolvam estratégias que empregam um sistema de rede para alavancar as vendas de produtos e serviços. Kotler (2000) não cita este fenômeno, mas afirma que as empresas que trabalham com o sistema de vendas diretas e/ou pessoais (cara a cara) possuem uma eficaz ferramenta que permite a interação pessoal, o aprofundamento e a resposta. Para Marks (1995) como toda transação comercial de cada membro de uma organização que utiliza a configuração em cadeia é feita diretamente com a companhia, para cada associado todo o suporte logístico e administrativo é fornecido pela empresa, assim como pode enviar relatórios de todo o movimento de 39 suas vendas, porque terá total independência, desenvolvendo um negócio, sem os grandes investimentos. Hawkins (1995), Gracioso; Najjar (1997) explica que cada associado cria a sua própria organização e os ganhos são determinados pelo comprometimento e próprio esforço e permite obter crescimento de seus grupos sem limites, e uma vez iniciado a formação desta organização, ele poderá usufruir do poder do Marketing de Rede gozando do benefício da renda residual e alavancada em longo prazo. Ainda acrescenta que o Marketing de Rede é equivalente a comprar uma franquia pessoal. Como toda configuração que exija o gerenciamento de Marketing, o consumidor é a chave do negócio, e o Marketing de Rede também precisa gerenciar o relacionamento porque o seu cliente poderá tornar-se seu parceiro estratégico. De acordo com Kotler (2000), as empresas atualmente estão enfrentando uma concorrência jamais vista. As empresas podem ter um desempenho melhor que o da concorrência se forem capazes de passar de uma orientação de vendas para uma orientação de Marketing. A resposta está em realizar um melhor trabalho de atendimento e satisfação das necessidades do cliente. Somente empresas centradas nos clientes são verdadeiramente capazes de construir clientes, e não apenas produtos, e são hábeis em engenharia de mercados, não apenas em engenharia de produtos. Segundo Churchill; Peter (2000), as empresas podem utilizar a filosofia do Marketing voltado para o valor para desenvolver um bom relacionamento com os clientes e também para fidelizá-los, ao invés de ter um enfoque principal de alavancagem da carteira de clientes. Kotler (2002) complementa quando afirma que como os mercados são compostos de compradores e vendedores que se encontram juntos num local de vendas e trocam informações relacionadas a preço, especificações de produto e termos da negociação, para facilitar as transações entre estes atores é preciso oportunizar a participação organizacional, que inicia na compreensão do comportamento do consumidor para estabelecer uma estratégia Marketing. Tais estratégias estão pautadas em índices de lucratividade, proposta de valor original, cadeia de valor, gestão de negociações para as escolhas sejam mutuamente vantajosas e contínuas. Como afirma Lamb Jr; Hair Jr; Mcdaniel (2004), quando as trocas deixam de ser eventos isolados e passam a ser praticadas em uma situação em que o relacionamento é a longo prazo e está consolidado, amplia-se o escopo de 40 alternativas de sucesso, trocando o produto por dinheiro, assim como os serviços agregados, garantindo continuidade do processo de relacionamento. A necessidade de trocar mercadorias resulta num esforço de relacionamento por parte de muitas pessoas envolvidas. 2.3.1 A Logística para o Marketing de Rede Simchi-levi; Kaminsky; Simchi-Levi (2003) mostram que a logística atual é uma ferramenta administrativa oriunda da antiga administração de materiais que focava mais especificamente os processos de compra, administração de estoques e movimentação de materiais de uma forma isolada. Assim a Logística atual envolve toda uma cadeia de suprimentos de uma forma bem mais abrangente. A complexidade da cadeia de suprimentos é iniciada a partir da definição dos produtos, obtenção da carteira de clientes e vai até aos canais de distribuição, podendo tornar-se mais complexa quando são tomadas decisões estratégicas durante este processo. Com isso, segundo Pires (1999) as empresas têm a necessidade de buscar o desempenho da cadeia produtiva em relação ao atendimento das necessidades dos consumidores finais. Evidentemente, esta filosofia implica na gestão integrada dos componentes da cadeia produtiva, levando, conseqüentemente, a um relacionamento estreito entre eles, proporcionando a criação de competências distintas pelas unidades da cadeia. As principais práticas eficazes de gestão da cadeia de suprimentos, de acordo com Bertaglia (2005) são: a reestruturação e consolidação do número de fornecedores e clientes, a divisão de informações e integração da infra-estrutura com clientes e fornecedores, o desenvolvimento conjunto de produtos, as considerações logísticas na fase de desenvolvimento dos produtos, e a integração das estratégias competitivas na cadeia produtiva. Diante de tais colocações, Simchi-Levi; Kaminsky; Simchi-Levi (2003) argumentam que o gerenciamento da cadeia de suprimentos busca integrar os processos e participantes dos canais de suprimentos. A cadeia de suprimentos é composta de vários componentes e cada um pode ser visto como uma parte da corrente, um “elo”. O gerenciamento da cadeia de suprimentos busca a integração de cada um desses elos em uma única “corrente”. 41 Na visão de Kishel; Kishel (1993) como o Marketing Multinível é considerado um método de vendas de um produto quando os clientes se tornam distribuidores do mesmo, desenvolvendo níveis de distribuidores abaixo deles onde ele participa dos lucros dos distribuidores dos níveis inferiores. Para o processo funcionar a logística é estabelecida pela relação entre a empresa de multinível e seus distribuidores, devendo beneficiar ambas as partes. Para Pires (1999), a superação da concorrência e as metas competitivas são essenciais para conseguir a capacidade mais elevada e também a necessidade de se estar mais perto do seu mercado do que seus rivais. Os fatores de sucesso de uma cadeia de suprimentos dependem de três eventos: complexidade da cadeia, relacionamento entre cliente e fornecedor e na capacidade de mudança. Lamb Jr; Hair Jr; Mcdaniel (2004) citam que no Marketing de Rede ao proporcionar um formato ideal pelos quais bens e serviços são deslocados dos produtores até os usuários finais, facilita o processo de troca, atende as necessidades de produtores e distribuidores, padroniza os relacionamentos e agiliza a busca compradores e vendedores. O serviço proporcionado pela logística é uma das grandes oportunidades para as empresas que desejam diferenciar seus produtos ou serviços no mercado. O serviço ao cliente é cada vez mais valorizado enfatiza Fleury; Wanke (2000), tanto pelos consumidores finais quanto pelos clientes institucionais, pois para atender a todas as exigências de uma transação, é necessário mais do que bons produtos e preços, como rapidez na entrega, disponibilidade do produto, bom atendimento e outros que criam valor para reduzir os custos e aumentar a vantagem competitiva. Para oferecer um serviço de qualidade é necessário estrutura e capacidade para atender às expectativas dos clientes que variam de cada um diz Fleury; Wanke (2000), assim várias empresas vêm percebendo que atuar de forma diferenciada atendendo a diferentes necessidades de diferentes grupos é uma das melhores políticas a serem adotadas. Para Kotler (2000) existem formas de segmentação de clientes que busca identificar os grupos e características comuns que apresentarão necessidades e expectativas semelhantes, será identificado à necessidade do grupo e adequarão os pacotes de serviços a eles. Outra forma é a formação de grupos que indicam suas expectativas relacionadas aos serviços a serem prestados por seus fornecedores (FLEURY; WANKE, 2000). 42 Para Christopher (1999), existe uma combinação de três elementos para um Marketing de sucesso: a criação de uma vantagem para o usuário final, para atrair o produto ou serviço em uma oferta superior, a criação de uma vantagem para o intermediário, para negociação de um benefício econômico tangível e a sustentação de uma eficiente cadeia de abastecimento que presta serviço superior a custos menores. Cada uma requer uma estratégia definida, desenvolvida como parte de um pacote integrado com a finalidade de entregar valor superior aos usuários finais e intermediários. O desempenho da Logística é fundamental para se alcançar a satisfação do cliente, segundo Christopher (1999), sustentando um modelo de encadeamento serviço-relacionamento-retenção, mostrando uma diferenciação por meio do serviço ao cliente se preocupando cada vez mais com ele e colocando-o em primeiro lugar. Porém a empresa precisa saber o que o cliente pensa de maneira detalhada e objetiva e como eles definem serviço, com isso os resultados podem ser melhores, pois as estratégias serão mais elaboradas e terão condições de desenvolver sistemas para atender e superar as expectativas dos clientes. “O desafio para a empresa globalizada será, cada vez mais, logístico, isto é, como integrar e administrar as interligações entre fornecedores, fábricas, centros de distribuição e clientes” (CHRISTOPHER 1999, p. 166). Para Solomon (2002) até meados dos anos 90, poucas iniciativas de vendas habilitadas pela tecnologia se concentravam em acrescentar valor para os processos de vendas verticais específicos para empresas. Com exceção dos artigos prontos para o consumidor, por exemplo, promoções comerciais, e do setor farmacêutico, por exemplo, gerenciamento de contratos, a maior parte das implantações se voltava para processos de negócios genéricos, como o gerenciamento de oportunidades ou configuração de produtos. As empresas passaram a dar ênfase muito maior na aplicação da tecnologia a processos especificamente verticais, como o gerenciamento das afiliações complexas do setor bancário ou do cálculo dos índices de apólices no setor de seguros. Segundo Mattos (2005, p. 91) uma das aplicações da internet com um futuro mais promissor é a do comércio eletrônico, abrangendo a compra e venda de produtos e serviços pela internet. O mesmo autor afirma que a internet está provocando uma profunda transformação na maneira como as empresas operam e como a sociedade evolui, 43 sendo que aquelas que não entendem do mercado vão se tornar obsoletas. Sendo assim a internet está mudando a forma como as pessoas se relacionam a maneira de as empresas funcionarem, o jeito de enxergar o mundo globalizado. Mattos (2005) reforça também que uma vez dominado o cliente é preciso mantê-lo fiel ao produto, afastando-o da concorrência. 2.4 Perfil do consumidor Conhecer o comportamento do seu consumidor, e o mercado em que atua são os princípios básicos antes de se fazer qualquer plano de Marketing, afirma Kotler (2000). É preciso que haja atenção, investigação e estudo comportamental dos clientes, e as perguntas que os profissionais de Marketing sempre devem considerar são: Porque o mercado compra? Quem participa da compra? Como o mercado compra? Quando o mercado compra? Onde o mercado compra? Para Bamossy; Semenik (1995), a maneira mais eficiente de entender o comportamento do consumidor é considerá-lo como um aspecto do comportamento humano, o que faz com que essa tarefa se torne bastante complicada, pois se nem mesmo os consumidores conseguem descrever porque compram o que compram, imagine para os profissionais que procuram entendê-lo, tentar prever esse comportamento. Para Las Casas (2001) o consumidor, diante de uma situação de compra, age em decorrência de fatores internos e externos decorrentes de componentes da estrutura psicológica, da sua formação passada e expectativas futuras, influenciadas pelo ambiente em que vive. Peppers; Rogers (2001) afirmam que o segredo de um bom relacionamento pode se dar por baixas expectativas e também uma boa memória, ou seja, precisa lembrar das necessidades do consumidor e adaptar o seu comportamento para que sejam satisfeitas. Comportamento do consumidor, conforme Czinhota (2001, p.138), “é a atividade mental e física realizada por consumidores domésticos e comerciais, que resultam em decisões e ações de pagar, comprar e usar produtos” Mas o que é ser consumidor? Karsaklian (2000, p.11), considera que “ser consumidor é ser humano, ser humano é, vestir-se, alimentar-se, divertir-se... é viver”. 44 Para Karsaklian (2000) o consumidor está ligado às necessidades, essas que podem ser classificadas de dois tipos de benefícios adquiridos por meio da compra e do consumo: as necessidades utilitaristas que são classificadas por seu aspecto objetivo e funcional e as necessidades hedônicas ou experimentais que buscam respostas subjetivas como prazer, estéticas e sonhos. Os dois tipos funcionam simultaneamente no processo de decisão. Karsaklian (2000) ainda ressalta que o consumidor por ser dotado de personalidade, onde é a referência a um atributo ou característica da pessoa que causa alguma impressão nos outros, e faz com que alguns tenham maior atração por determinado tipo de produtos do que outros, onde para alguns certos produtos são imprescindíveis enquanto para outros são dispensáveis. O consumidor tem suas preferências que não são as mesmas para todos, pois cada um prefere aquilo com que identifica mais, ou aquele produto que parece representar mais precisamente o que se quer aparentar. Já em outra visão, Cobra (1997) defende a idéia de que os consumidores têm diferentes comportamentos em relação aos outros e necessitam alimentar-se, vestirse, então as empresas terão que investigar seus propósitos, para identificar as necessidades e desejos dos consumidores. Ainda Karsaklian (2000, p.11) reforça que “por mais que busque conhecer o consumidor, é difícil saber quais comportamentos ele vai ter em relação a fatos que venham ocorrer durante sua vida”. Mowen (2003, p.3) descreve o comportamento do consumidor como: [...] O estudo das unidades compradoras e dos processos de troca envolvidos na aquisição, no consumo e na disposição de mercadorias, serviços, experiências e idéias. O consumidor reside inevitavelmente em uma das extremidades de um processo de troca, no qual os recursos são transferidos entre duas partes. Da mesma forma, para Solomon (2002, p.24), o comportamento do consumidor é entendido como o “estudo dos processos envolvidos, quando indivíduos ou grupos, selecionam, compram, usam ou dispões de produtos, idéias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos”. Para Sheth; Mittal; Newman (2001, p. 29) "comportamento do cliente é definido como as atividades físicas e mentais realizadas por clientes de bens de 45 consumo e industriais que resultam em decisões e ações, como comprar e utilizar produtos e serviços, bem como pagar por eles". Os autores destacam que os clientes estão divididos em domiciliares ou consumidores e empresas, os quais possuem como papéis de serem: usuários, compradores e pagantes. 2.5 Compra e Venda Boas vendas começam com boas compras afirma Manzo (1996) e são através da experiência que é constatado os cuidados necessários para compra de produtos, não só como a procura de suprimentos, mas como a decisão a respeito da qualidade e quantidade do que se vai comprar. a) Compra “Cada consumidor reage de forma diferente sob estímulos iguais, e isso ocorre porque cada um possui uma ‘caixa preta’ diferente” (COBRA, 1997, p.59). As decisões de compra são sempre fatos ligados a indivíduos, afirma Karsaklian (2000), assim as motivações, percepções e atitudes do consumidor constituem um ponto de partida lógico, porém ainda insuficientes para explicar o seu comportamento. Karsaklian (2000, p.115) ainda ressalta que “vários estudos estabeleceram um vínculo entre classe social e comportamento de compra”. A autora afirma que além dos efeitos ligados a renda de cada classe, as atitudes e os comportamentos com relação ao preço são também diferenciados. Segundo Engel; Blackwell; Miniard (2000), na tomada de decisão o consumidor passa normalmente por seis estágios, que vão desde o reconhecimento da necessidade até a avaliação das alternativas pós-compra. Schiffman; Kanuk (2000, p. 412) confirmam a existência de três tipos de comportamento de compra: compras experimentais (aquelas com apelos promocionais); compras repetidas (baseadas em uma experimentação de sucesso) e compras de comportamento de longo prazo (bens duráveis como fogões residenciais). A experiência pós-compra vai possibilitar ao consumidor confirmar se a decisão da compra foi sensata, avaliar se o produto e/ou serviço consumido condiz com a expectativa da compra, sentir-se satisfeito ou insatisfeito com o uso do produto e/ou serviço, e finalmente, se o consumidor vai abandonar a idéia de uma 46 nova compra, onde poderá reclamar sobre o produto adquirido ou, o que os profissionais procuram recomprar o bem ou serviço devido ao atendimento total das expectativas, resultando em última análise a fidelização àquela marca. Nem sempre o que o consumidor está comprando é para seu próprio uso, relata Solomon (2002) e o autor explica que muitas vezes as pessoas compram produtos ou serviços para representar seus vários papéis na sociedade, já que a vida é um grande palco. Os consumidores devem ser diferenciados nas suas diversas categorias como idade, gênero, estilo de vida classe social, etc. O Marketing através de suas atividades exerce uma grande influência nos consumidores e somente através das pesquisas é que se consegue chegar às ações certas. Karsaklian (2000) relata que durante vários anos tenta-se compreender o mecanismo de decisão de compra que rege o comportamento do consumidor, pois quando se fala em consumo, para que ele possa acontecer é necessário que primeiro tenha existido um ato de compra. As pesquisas, afirma Solomon (2002) devem contemplar as abordagens: a perspectiva positiva que tem como objetivo de mostrar o consumidor como tomador de decisões e a perspectiva interpretativa que de forma subjetiva mostra várias interpretações de uma experiência, ao invés de uma única explicação. Os atributos presentes na embalagem do produto ou em anúncios podem ser utilizados por consumidores para avaliar o produto, a marca ou a empresa. Esta avaliação - atitudes relativas ao produto, a marca ou a empresa - pode afetar a atitude e o comportamento de compra. Algumas teorias procuram entender como estas atitudes são formadas, enquanto outras se preocupam com mudança de atitudes, isto é, na forma de persuadir os consumidores (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000). Las Casas (2001) relata que é importante entender o processo de compra dos consumidores, pois é um processo de várias etapas até a decisão e é necessário que o profissional aja para estimular o consumo dos produtos. Para que isso ocorra é necessário disponibilizar informações, características e benefícios dos produtos para que o consumidor possa fazer a sua escolha. Para Karsaklian (2000) o ato da compra é uma decisão individual, e as influências familiares ou socias somente são vislumbradas implicitamente. Porém na condição unidade de consumo, a família constitui o foco principal de várias decisões 47 de compra. b) Venda “Não existem receitas para desenvolver bons negócios, mas existem alguns símbolos muito importantes que gravitam em torno de um bom negócio, ou melhor, dizendo, em bom relacionamento” (MEGIDO; SZULCSEWSKI, 2002, p.99). De acordo com Bamossy; Semenik (1995, p. 215) é na fase de avaliação de alternativas que os consumidores decidem onde comprar é fundamental que o profissional de Marketing avalie se o varejo atende as necessidades dos compradores. Para lançar no mercado produtos que atinjam os objetivos e mantenham a satisfação do cliente é necessário entender a razão pelo qual os consumidores realizam suas compras (LAS CASAS, 2001). De certa forma, Manzo (1996) destaca que uma das principais funções do Marketing é a venda, conseqüentemente gerar o lucro. A venda se realiza várias vezes se está de acordo com o perfil que o cliente procura, e como é estabelecida a comunicação para vender. É importante a definição clara nos objetivos de Marketing para o sucesso da comunicação afirma Cobra (1997), e a comunicação, por sua vez também deve traçar um caminho claro, objetivo e de fácil compreensão. Antes de pensar na comunicação, é necessário analisar todas as situações de Marketing, e a comunicação ideal será uma conseqüência dessa análise, afirma o autor. Os vendedores de maior sucesso utilizam estratégias como: diferenciar clientes com base em variáveis representativas de valor vitalício ou potencial para o crescimento em longo prazo, interagem constantemente com os melhores clientes e internalizam o conhecimento adquirido e personalizam a apresentação de vendas até a entrega do produto, com base nas preferências dos clientes (PEPPERS E ROGERS, 1994). Venda, na visão de Megido; Szulcsewski (2002), é a única área na empresa que gera lucro, pois para eles não adianta ter o produto, marca, preço, etc. se não houver a venda. Buitoni; Luigi (2000, p. 14) relatam que "para satisfazer os sonhos de seus clientes, as empresas precisam expandir suas fontes de conhecimento, adotando uma abordagem muito mais eclética dos negócios". Os autores comentam que o 48 sucesso organizacional pode estar baseado no lançamento de produtos ou serviços que respondam a um sonho que represente um conjunto de emoções intensas. Uma das formas de conhecer melhor o consumidor e de adaptar as suas necessidades é realizar uma pesquisa de Marketing, a qual pode identificar alguns atributos dos produtos ou serviços que agregam valor para o consumidor. O segredo de uma apresentação de vendas bem sucedida é o planejamento. Os melhores vendedores planejam as apresentações antecipando as necessidades, orçamento e disponibilidade do cliente (KISHEL; KISHEL, 1993). Em certos negócios é comum focar na venda para um só segmento de mercado, é necessário treinar os vendedores especialistas para o tipo de consumidor desejado (MANZO, 1996). Segundo Rocha; Christensen (1999, p. 55) os profissionais de Marketing devem aprofundar seus estudos e conhecimentos a respeito das ciências comportamentais para compreender os consumidores e seus comportamentos, tanto no ato do planejamento da compra, como na compra propriamente dita e no póscompra. Kishel; Kishel (1993) relatam que para atingir a meta e satisfazer o cliente deve fazer com que seus produtos ou serviços combinem com a necessidade do cliente, quanto melhor essa combinação, melhor a lucratividade do seu negócio. As teorias sobre o comportamento do consumidor são várias, então, pode-se perceber que para as organizações que fabricam produtos e serviços, entender e estimular os desejos dos consumidores são tarefas importantes a serem executadas pelos profissionais de Marketing. As comunicações de Marketing, sejam na forma de um anúncio ou de uma embalagem, são um forte meio de persuasão das atitudes e comportamento do consumidor (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000). Para Karsaklian (2000) o consumidor não aceita suas dificuldades e o fato de a sociedade dividi-los em grupos de referências específicos onde dentro deles cada membro possui uma posição, um status e uma função, esse fator faz com que as pessoas adquiram determinados produtos prontamente, os quais “autorizarão” suas entradas em tais grupos. Segundo Engel; Blackwell; Miniard (2000), tanto as atitudes podem ser utilizadas para prever comportamentos do comprador e do vendedor e pode ser utilizado para inferir atitudes, no processo de venda. 49 De acordo com Engel; Blackwell; Miniard (2000), a eficiência da propaganda em criar atitudes positivas em relação a venda de um produto ou marca geralmente vai depender das atitudes dos consumidores em relação a próprio anúncio. Anúncios que sejam mais bem avaliados podem causar atitudes em relação ao produto, como também podem ser um medidor da eficiência do anúncio. O processo de venda não termina quando a compra é feita, Kishel; Kishel (1993) afirmam que o desafio é manter o cliente, uma vez que se torna cliente pode se transformar em um dos melhores clientes em potencial. Devem-se manter boas relações com o cliente, ou seja, fazer com que obtenham total benefício em sua compra, e conseqüentemente é mais fácil vender para quem já comprou o produto e gostou do que vender para alguém que não sabe nada a seu respeito. Existem muitas empresas que não vendem diretamente para usuários finais ou consumidores, dizem Peppers; Rogers (2001) e sim para intermediários, mesmo assim o primeiro passo é definir a natureza de todos seus clientes, pois há um interesse nesse relacionamento sendo o usuário final que sustenta a rede dos relacionamentos criadores de valor. 2.6 Vendas Diretas A venda direta é um sistema de comercialização de bens de consumo e serviços diferenciado, baseado no contato pessoal, entre vendedores e compradores, fora de um estabelecimento comercial fixo. Para a Associação Brasileira de Empresa de Vendas Diretas - ABEVD, 2009: O setor de vendas diretas encerrou o primeiro trimestre do ano com um volume de negócios de R$ 4,4 bilhões, um crescimento de 18% sobre o mesmo período do ano anterior. Descontada a inflação do período, o crescimento foi de 11,9%. O contingente de revendedores ativos também cresceu. No primeiro trimestre de 2009, cerca de 2,096 milhões de revendedores exerceram vendas pelo canal, ou 13,8% mais que há um ano. Os resultados superaram as expectativas da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas. Conforme dados publicados pela ABEVD (2009) existem aproximadamente 2 milhões de revendedores que se beneficiam dos rendimentos obtidos através da revenda de produtos pelo sistema de venda direta, 94% são mulheres, cujo perfil é bastante variado. Conforme o estudo, 42% tem entre 18 e 34 anos e 41% entre 35 e 50 49 anos; 65% são casadas; 81% vivem em áreas urbanas; 45% não concluíram o ensino médio e 9% tem curso superior. O salário gira em torno de R$ 2,1 mil, o que motiva ainda mais o aumento da atividade no Brasil. A venda direta no Brasil faturou no ano de 2009, cerca de R$ 18,5 bilhões contra os R$ 16,2 do ano anterior, movimentando no ano passado quase 444 milhões de itens. Em 2008 eram 1,1 milhão de vendedores associados, em 2009, 1,8 milhão. A rentabilidade para os representantes é de 30 a 100% do preço da mercadoria. As vendas diretas por mulheres representam uma das maiores oportunidades de venda do segmento, pois tem nas mulheres um dos seus maiores focos de consumo e força de venda. Segundo o monitoramento da ABEVD (2009), o mercado de cuidados pessoais no segmento de cuidados pessoais que inclui cosméticos, perfumes, bijuterias, vestuário, etc. responde por 89% do faturamento do segmento das vendas diretas, o que explica como as vendas diretas estão igualmente concentradas nas mãos das mulheres. De olho nesse filão, também os produtos de cuidados do lar (utilidades domésticas, produtos de limpeza, cama, mesa e banho), com 10% e os suplementos nutricionais têm boa performance de vendas. Atualmente dois milhões de brasileiros integram o mercado, afirma a mesma associação. Os números mostram que os impactos da crise econômica sobre o varejo não se alastraram sobre as vendas feitas de porta em porta. Apesar da desaceleração verificada no consumo no último trimestre de 2008, as empresas que utilizam pessoas como ponto de venda cresceram 12,6% de outubro a dezembro de 2008 em relação ao terceiro trimestre do ano, quando a crise ainda não dava sinais de chegar ao país. A estimativa é de que esse ritmo tenha se mantido no primeiro trimestre e que o ano feche com um avanço de 14% sobre o resultado obtido em 2008, de acordo com estimativa da ABEVD. Em 2008 o setor movimentou R$ 18,5 bilhões. As marcas mais conhecidas do setor são Avon, Natura e Hermes, no entanto, outras empresas figuram no quadro de associados da ABEVD conforme quadro 2. 51 Venda Direta no Brasil 1959 Avon 1969 Natura e Stanley Home 1970 Chrystian Gray, Jafra, Rodhia, Tupperware 1980 Segmento cresce 20% ao ano 1980 Fundação da ABEVD 1981 Pierre Alexander 1988 Hinode 1990 Amway, Bom Apetite, Nature’s, Sunshine, Hermes, Yves Rocher, Post Haus 1995 Herballife 1996/98 MaryKay, DeMillus 1999 Nu Skin 2000 Nestlé 2001 Jafra, Yakult Cosmetics, Tianshi 2002 Anew, Flora Brasil, Sara Lee, Aretta e Essence 2003 Bionativa, Ceraflame, Morinda, Ayur Vida, Catálogo Legal e Perfam 2004 Contém 1G e Fibrative Quadro 2: Histórico Resumido da Implantação do Sistema de Vendas Diretas no Brasil (1959-2004) Fonte: ABEVD (2009) Conforme a ABEVD (2009), a associação brasileira de Vendas Diretas foi fundada em 1980 por empresas que buscavam o desenvolvimento do sistema de Vendas Diretas no Brasil. Atualmente conta com 40 associadas, sendo 29 empresas de Vendas Diretas, seis associados consultores e cinco associados fornecedores. São eles: Amway, Avon, Bálsamo Perfumes, Casa do Agente, Cellcred, Compra Certa, Embelleze Style, Herbalife, Hermes, Hidra Cosméticos, Hinode, Inspiração Perfumes, Jafra, Mary Kay, MonaVie, Natura, Nature’s Sunshine, Omnilife Brasil, Perfam, Phoneclub, Photon do Brasil, Redepin, Samba 38, Tahitian Noni, Tiens do Brasil, Tupperware, Up Essência, Vitaderm, WOW, Yakult Cosmetics, Arruda Pires Consultoria Jurídica, DirectBiz Consultants , Lopes Pinto, Nagasse e Serafino Advogados, Loyalty Marketing, M&BA Marketing Business, MMC&Zarif Advogados, Syntec, Óleoquímica, Applauso Veículos, DineroMail, Integration, Okto Mobile e PCI Integrated Management Services, VeroAd Design. De acordo com os últimos dados divulgados pela WFDSA - World Federation of Direct Selling Associations, (2009 apud ABEVD, 2009) entidade que congrega 52 todas as associações de venda direta no mundo, o Brasil se encontra em terceiro lugar no ranking mundial sendo precedido por Estados Unidos (1º) e Japão (2º) conforme quadro 3. Brasil no Mundo (em US$) Posição País 2007 1º EUA 30.8 2º Japão 20.3 3º Brasil 9.1 4º Coréia 9.0 5º Alemanha 8.2 6º México 3.9 7º Itália 3.5 8º Reino Unido 3.5 9º Rússia 2.7 10º França 2.3 Quadro 3: Pesquisa de desempenho do setor. Fonte: ABEVD (2009) Informações sobre vendas diretas publicada na Exame (2006) destaca uma pesquisa realizada pelo instituto Synovate Telenation, que mostra que 39% dos brasileiros consultados costumam comprar produtos oferecidos na porta de casa. O Instituto de Pesquisa apurou que os produtos mais comprados pelos consumidores através da venda direta são: • • • • • • • • Cosméticos 45% Perfumes 29% Roupas e calçados 27% Produtos para cuidar da pele 20% Produtos de limpeza 15% Bijuterias 11% Produtos para o cabelo 8% Utensílios de cozinha 8% Nota-se que a soma dos resultados ultrapassa 100% porque cada entrevistado pôde escolher mais de um produto. Os pressupostos teóricos sobre Administração, Marketing, Logística e processo de compra e venda apresentados neste capítulo pretenderam nortear a 53 investigação sobre a prática do relacionamento das empresas de Marketing de Rede entre distribuidores, vendedores e consumidor final. 54 3 METODOLOGIA Este trabalho pretendeu apresentar informações e conhecimento sobre o Marketing de Rede, na perspectiva de avaliar a cadeia de suprimentos praticada na gestão de vendas diretas. Os princípios estratégicos estão baseados no objetivo geral da pesquisa: analisar a logística de vendas pelo estudo da cadeia de suprimentos para o Marketing de Rede, frente aos novos cenários tecnológicos, econômicos e sociais. Trata-se de uma pesquisa de levantamento de dados que explora o universo de vendas diretas para apresentar um modelo logístico de vendas do Marketing de Rede, investigando os fatores da cadeia de relacionamento. Quanto à população amostral é escolhida segundo algum critério de representatividade não probabilística, que de acordo com Richardson (1999), os elementos da população são selecionados ao menos em parte pelo julgamento do pesquisador. A população foi formada por distribuidores/vendedores que participam do Marketing de Rede. 3.1 Tipologia de pesquisa: Esta pesquisa tem a configuração multimétodo, por ser qualitativa e quantitativa. Para cada pressuposto um conceito específico. É qualitativa, conforme Bauer e Gaskell (2003, p.26) “por apresentar-se como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos sites investigados”, e é quantitativa conforme as afirmações de Richardson (1999) que cita trabalhos de pesquisa em que as coletas de informações envolvem quantidades e permitem que o tratamento dos dados sejam por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação e análise de regressão, etc. O método de pesquisa qualitativo segundo Gil (2002), normalmente é utilizado para o entendimento de contextos sociais e culturais. Para aplicação deste é importante que se saiba observar, registrar as interações entre pessoas. Este método enfatiza as particularidades de um fenômeno em termos de seu significado 55 para um grupo pesquisado, ou seja, obtém questões relevantes para o estudo de caso. Quanto aos objetivos, segundo Richardson (1999) a pesquisa foi classificada como exploratória por proporcionar maiores informações sobre determinado assunto, facilitando a delimitação do tema de um trabalho, que define objetivos ou formula as hipóteses de uma pesquisa. Esta pesquisa exploratória é um estudo de caso como afirma Yin (2005, p.19) que ao escolher o estudo de caso espera-se que seja analisada uma situação, na qual não se possam fazer interferências no sentido de manipular comportamentos relevantes e que este método possibilita que os dados sejam coletados a partir de múltiplas fontes. A partir da afirmação do autor, este trabalho de pesquisa apresenta informações vindas pela observação. Pela análise dos sites, levantamento de dados pelos roteiros de entrevistas aplicados as pessoas ligadas a venda direta pelo Marketing de Rede. 3.2 Sujeito de estudo: O ambiente de vendas é a fonte dos dados, portanto, trata-se de uma pesquisa de campo realizada dia-a-dia e na interação entre pessoas. Baseada em Gil (2002), a pesquisa de campo é identificada pelo local de sua realização, desde que seja feita nos lugares da vida cotidiana e fora do laboratório ou da sala de entrevista. Os participantes da pesquisa foram os distribuidores/vendedores de empresas de Marketing de Rede que atuam na área de estética, beleza e saúde. Os sites das empresas, registra-se: • Empresa A - Estética e Beleza - uma distribuidora e uma vendedora • Empresa B - Estética e Beleza - duas distribuidoras e cinco vendedoras • Empresa C - Estética e Beleza - uma distribuidora • Empresa D - Estética e Beleza - uma distribuidora • Empresa E - Estética e Saúde - dois distribuidores • Empresa B - Estética e Saúde - um distribuidor e um vendedor 3.3 Instrumentos de pesquisa: A coleta dos dados foi por meio de visita in loco para a realização da entrevista baseada em um roteiro estruturado - apêndice A, ou seja, para todos os 56 participantes foram aplicadas as mesmas questões e análise documental pela ficha de observação - checklist - Apêndice B, para registro documental observando os sites das empresas que atuam na área de estética, beleza e saúde. 3.4 Análise e apresentação: Os dados obtidos pelas entrevistas, foram analisados pela interpretação da opinião dos participantes, e posterior agrupamento dos resultados obtidos para realizar a classificação das informações. Quanto aos dados coletados pelo checklist foram tratadas quantitativamente por um sistema computacional - Excel, com recursos estatísticos. 3.5 Limitações da pesquisa: Observou-se que o roteiro de entrevista para esta pesquisa constou muitas perguntas, para tanto foi necessário fazer a visita in loco e auxiliar no preenchimento do mesmo. Muitos participantes eleitos, mesmo com prévio agendamento, não puderam atender porque estavam ocupados com outras atividades. Embora a pesquisa apresente sua pequena amostra de cada empresa, percebeu-se que as opiniões são muito similares porque apresentam situações idênticas. As empresas eleitas para esta pesquisa foram contactadas para responderem um questionário, porém todos indicaram os sites para a pesquisa, pois informaram que não respondem questionários individuais. 57 4 RESULTADOS 4.1 Análise dos dados A pesquisa foi realizada no período de setembro a outubro de 2009, sendo iniciada pela observação nos sites corporativos em setembro de seis empresas. • Empresa A - Estética e Beleza • Empresa B - Estética e Beleza • Empresa C - Estética e Beleza • Empresa D - Estética e Beleza • Empresa E - Estética e Saúde • Empresa F - Estética e Saúde Entre outubro e novembro foi desenvolvido o processo de coleta de dados, usando um roteiro de entrevista, e visita no local de trabalho ou na residência de distribuidoras/vendedoras das seis empresas relacionadas acima. Foi possível obter informações quanto ao relacionamento com clientes, o uso de recursos e estratégias de vendas, assim como identificar um perfil de distribuidor/vendedor de venda direta. Registra-se que da empresa A, participaram uma distribuidora e uma vendedora, participaram da empresa B duas distribuidoras e cinco vendedoras, da empresa C apenas uma distribuidora, da empresa D também uma distribuidora, já a empresa E, participaram dois distribuidores e a empresa F, um distribuidor e um vendedor. Foram 15 participantes que colaboraram com a pesquisa. 4.2 Apresentação dos dados Os próximos tópicos referem-se aos resultados que foram orientados pelos objetivos específicos: • Avaliar a cadeia de valor do Marketing de Rede, pelo relacionamento entre empresa, distribuidor/vendedor e consumidor final; • Identificar os recursos para a gestão de vendas no varejo; • Verificar as estratégias usadas para conquistar e manter clientes; • Identificar o perfil dos distribuidores/vendedores do Marketing direto. Para tanto, são apresetandos as informações do primeiro objetivo especifico. 58 4.3 Avaliação da cadeia de valor do Marketing de Rede, pelo relacionamento entre empresa, distribuidor/vendedor e consumidor final Para avaliar a cadeia de valor foi necessário investigar sobre as informações corporativas que as empresas em estudo publicam na Internet e tem como foco divulgar o negócio empresarial como empresa multinível. Para tanto o quadro 4 apresenta um resumo de cada uma delas, mediante informações sigilosas não tendo identificação nominal. Empresa A Linha de cosméticos, mais de 5 milhões de revendedores, um bilhão de vendas por ano, 80 anos no mercado, atua em 140 países Empresa B Mercado de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal, empresa de capital aberto, 40 anos no mercado Empresa C Os produtos são vendidos em mais de 35 mercados em todo o mundo e a força de vendas independente da Companhia ultrapassa 1,8 milhão de integrantes Empresa D 50 Anos de atuação, com uma ampla gama de produtos e serviços, empregando cerca de 11.000 funcionários Empresa E Produtos naturais para redução de peso, nutrição e cuidados especiais, possui 25 anos de sucesso, vendas US$ 1,8 bilhão, negócios em 70 países Iniciou suas operações em 1996, mais de 130 países onde a Forever atua ao redor do mundo Quadro 4: Empresas Multinível. Fonte: Pesquisa em sites das empresas, 2009. Empresa F O relacionamento entre empresa e distribuidor/vendedor foi percebido pelo levantamento das informações divulgadas na internet, em endereços corporativos. Os dados obtidos pela observação e preenchimento do checklist revelaram que as empresas apresentam tratamento diferenciado para distribuidor/vendedor e consumidor. A empresa A possui no site um link para compras on-line, porém o endereço solicita contato com uma vendedora próximo a sua residência, neste caso a empresa mostra catálogo on-line, mas não negocia a compra. As empresas A e B possuem sites diferenciados, para distribuidor/vendedor solicitam login e senha e enquanto que para consumidor o acesso é direto apenas para visualização dos produtos. Para tanto os resultados são apresentados separadamente, o gráfico 1 mostra o relacionamento entre a Empresa e o Distribuidor/Vendedor: 59 6 6 6 5 4 4 3 3 3 2 1 0 Acesso restrito Acesso restrito Chamada para Chamada para Depoimentos ao distribuidor ao vendedor ser distribuidor ser vendedor de sucesso em vendas Gráfico 1: Relacionamento Empresa, Distribuidor e Vendedor Fonte: Checklist Empresas, 2009. No gráfico 1, percebe-se que empresas tem acesso restrito ao distribuidor e ao vendedor. Constatou-se que todas as 6 empresas fazem chamada para ser vendedor e e empresas expõe depoimentos de sucesso em vendas para que consumidor possa ver. Em relação ao relacionamentro Empresa e Consumidor Final os resultados apresentados são mostrados no gráfico 2: 6 6 6 5 5 5 4 3 2 1 0 0 Folheto virtual Compras on-line Gerenciamento de pedidos Convite para participar de reuniões Gráfico 2: Relacionamento Empresa e Consumidor Final Fonte: Checklist Empresas, 2009. Cadastramento para consumidor final 60 O item Relacionamento Empresa e Consumidor Final conforme o gráfico 2 mostra que 5 empresas possuem Folhetos Virtuais para visualização porém em nenhuma empresa é possível fazer compras on-line como foi dito anteriormente. Constatou-se que 6 empresas fazem o gerenciamento dos pedidos via internet. Foi visto que 5 empresas mostram convites para o consumidor participar das reuniões. No item cadastramento para consumidor final as 6 empresas permitem que o visitante faça seu cadastro no instante da visita. A partir dos resultados da entrevista percebeu-se que todos os participantes da pesquisa concordam que a empresa a qual eles representam acredita que o mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos clientes, mas manter os clientes existentes em Agenda. Foram citadas algumas estratégias para manter e criar novos clientes, tais como: Empresa A, utiliza o acolhimento e sempre estar em contato com as clientes é o principal foco além de material de apoio, a Empresa B divulga seus produtos em propagandas na TV, revistas, promoções enquanto a Empresa C, 2+2+2 a distribuidora liga dois dias após a compra para perguntar se está usando o produto e como está à pele dela, duas semanas liga novamente e a cada dois meses para reposição do produto e a Empresa F propicia que o pessoal se mantenha incentivado através uma série de fatores como premiações, promoções. Foi visto que os distribuidores/vendedores costumam fazer promoções como estratégia especial própria para manter e criar novos clientes, a Empresa A distribui prêmios por indicação de novos clientes, a Empresa B aposta em prêmios, descontos promocionais, amostras grátis de novos produtos, a Empresa C faz seções de cuidados da pele e maquiagem gratuitos, na Empresa D os distribuidores/vendedores estão sempre buscando mais conhecimentos sobre os produtos que revendem, indo a cursos que a empresa a promove e sempre atenta as promoções, tentando o máximo ser ágil nas entregas e oferecendo produtos de pronta entrega, a Empresa E usa todas as formas de estratégias, assim busca cada vez mais fidelizar um número maior de pessoas, e a Empresa F faz propaganda do produto e ensina a usar o produto corretamente, garantindo que ele volte. Percebe-se que as empresas preparam os distribuidores/vendedores para que imprevistos sejam resolvidos e que tenham autonomia para resolver problemas de venda e relacionamento com o cliente, no momento que acontece. Um participante da Empresa E afirmou “temos que ter sempre altitudes positivas, pois 61 não importa o que acontece e sim o que fazemos em relação ao que acontece, pois somos treinados para resolver todos os problemas, quando temos algumas dúvidas perguntamos aos nossos patrocinadores”. Um participante da Empresa F declarou: “a empresa tem uma excelente estrutura, maior do mundo, têm vários centros de distribuição, material na internet, 0800 e disponibilidade para o distribuidor/vendedor a qualquer hora”. A avaliação sobre o relacionamento dos distribuidores/vendedores com a empresa em que revendem os produtos, referente aos critérios: tipo de contato, tempo de resposta, freqüência da comunicação, revela que os participantes da pesquisa utilizam contato direto com o superior da rede, via e-mail, e telefone. Assim como complementa um respondente: “sempre que for necessário e da melhor maneira possível com resposta imediata e satisfatória, e as entregas também são rápidas e sem atraso”. Os participantes da Empresa C citam “a filosofia da regra de ouro: trate os outros como gostaria de ser tratado”. A única exceção é a Empresa D que um participante afirma o relacionamento quanto ao tempo de resposta, freqüência da comunicação, a empresa deixa a desejar. Enquanto que o participante da Empresa E afirma que “tem poucas dúvidas em relação ao negócio, pois tem muitas regras escritas”. Foi perguntado se empresa exige que o distribuidor/vendedor compre produtos para uso próprio, as informações coletadas mostram que não existe nenhuma exigência por parte das empresas, porém o distribuidor/vendedor tem consciência que é sempre bom comprar os produtos. Foi visto que todos os distribuidores se organizam com relatórios de vendas, seja via internet ou entregues em encontros ou reuniões, no qual recebem e conferem os dados publicados, e os participantes da Empresa C enfatizam que recebem seus relatórios todos os dias atualizado, quanto aos vendedores apenas fazem relatórios para sua própria organização. 62 4.4 Identificação dos recursos para a gestão de vendas no varejo do Marketing de Rede No que diz respeito aos recursos para a gestão de vendas, percebe-se que os distribuidores/vendedores procuram em suas famílias apoio em seus negócios, pois ajuda a alavancar as vendas. Um participante da Empresa A afirma: “a família influencia indicando novos clientes, adquirindo novos produtos e ajuda a vender”, assim como um participante da Empresa B que aposta na ajuda da família com apoio total e compreensão, além de auxiliar nas vendas, consumir os produtos, e até mesmo divulgar e oferecer o produto e realizando o controle dos pedidos e as entregas. Um participante da Empresa C respondeu que a família reconhece os benefícios deste trabalho de vendas, a diferença econômica que representa este negócio, e por isso todos apóiam as ações para vender mais. Para um participante da Empresa D a família deve trabalhar junto para alavancar as vendas, no controle dos pedidos e nas entregas. Um participante da empresa E afirma: “todos da família estão comprometidos com o negócio, além de apoiar depois de usar alguns produtos e obterem os resultados, e também com divulgação a familiares e amigos isso ajuda a fazer vendas. Para a distribuidora da Empresa F “se a família se envolve obtém mais eficiência e facilidade no negócio e além de ter saúde na utilização dos produtos que são naturais”. Foi perguntado aos distribuidores/vendedores se eles pagam pelo material promocional como catálogo, mostruário, os resultados revelam que nas Empresas A, B e D caso o vendedor deseje solicitar mais de um catálogo. Assim como os mostruários e material promocional em que cada distribuidor/vendedor precisa comprar o seu. Para a Empresa F o folheto é pago, porém mais barato do que mandar reproduzir, mas tem um custo para não ter desperdício. Para controle do cadastro e movimento de sua clientela o distribuidor/vendedor das Empresas A e B fazem seus controles através de uma agenda, já a distribuidora/vendedora da Empresa D utiliza agenda para anotar os pedidos, e em seguida passa para planilha em Excel. Um participante da Empresa E anota em plano diário e um caderno de registro, porém a empresa tem um banco de dados à disposição com todas as informações necessárias. Enquanto que o participante da Empresa F afirma que faz tudo via internet e a empresa informa em tempo real os movimentos de sua clientela. 63 4.5 Verificando as estratégias usadas para conquistar e manter clientes Por se tratar de empresas de vendas diretas devem apresentar estratégias ou recursos de Marketing Direto para conquistar e manter seus clientes tendo em vista fazer parte do plano de relacionamento com clientes. Conforme os avanços tecnológicos, as empresas obtém mais facilidade para analisar os dados dos clientes, mas sempre foi possível fazer levantamentos pontuais. Para o funcionamento de quando o distribuidor/vendedor atinge ou quando não atinge a cota, foi respondido pelos participantes da Empresa A e B que ao atingir a cota, eles ganham brindes e as empresas empregam um sistema de pontuação e quando não atingem a cota mínima para passar pedidos, o pedido não passa e o distribuidor/vendedor não recebe os produtos. O participante da empresa B adverte que “e se eu ficar dois ciclos sem passar pedidos perco o cadastro”. No caso da Empresa D, os distribuidores/vendedores ao atingirem a cota terão mais lucro e descontos. O distribuidor da Empresa E respondeu que quanto mais vender, maior será a pontuação, maior será o desconto e irá receber incentivo, subindo no plano de Marketing, aumentando seu lucro e seus ganhos. No critério usado para vencer a concorrência os participantes acreditam que é importante estarem sempre presente com o produto a pronta entrega. Um participante complementa que é comum ter sempre produtos a pronta entrega, prazo para pagamento, brindes, amostras grátis e às vezes até um desconto, porém são estratégias que são desenvolvidas individualmente porque as empresas não orientam desta forma. Um participante da Empresa E aposta que o trabalho é o suficiente para vencer a concorrência, e um participante da Empresa F respondeu que a gestão de vendas faz a diferença pela maneira como explica o uso do produto, para tanto o vendedor tem que ter conhecimento a respeito do que os produtos são capazes de fazer, e devem buscar informações nas revistas e nos treinamentos sobre o desenvolvimento do negócio. Quando perguntado “Por que o cliente compra de você?” Um vendedor da Empresa A respondeu que “por serem conhecidos os clientes compram e por gostarem dos produtos”. Os participantes da Empresa B acreditam que os produtos são de 1º linha e ao mostrar que o produto é bom o cliente compra, além de terem um bom relacionamento com os clientes, quando afirmam que eles são tratados muito bem. Por unanimidade os participantes afirmam que é preciso estabelecer um 64 contato direto e ter simpatia, pois ninguém vai comprar o produto se não simpatiza com o distribuidor/vendedor. Um participante da Empresa C relata que o cliente nunca conhecerá um produto tão bom e sabe que terá uma consultora de vendas eterna e gratuita. Um vendedor defende a Empresa D quando afirma que: “está sempre oferecendo o que o cliente precisa”. Para o participante da Empresa E, a fidelização acontece quando o cliente percebe os resultados dos produtos que comprou, assim os produtos são os percussores do negócio, em que os distribuidores/vendedores apenas divulgam. E para os participantes da Empresa F os clientes compram porque conhecem a ação benéfica dos produtos e pela qualidade dos mesmos, além de afirmarem que o preço é igual para todos os distribuidores/vendedores. Na verificação da questão se o distribuidor/vendedor costuma mostrar vantagem ao seu cliente ou mostrar que ele precisa de seus produtos foi percebido que a maioria dos distribuidores/vendedores preferem mostrar primeiro as vantagens ao consumir os produtos. Através da ficha de observação - checklist verificou-se que os sites das empresas pesquisadas procuram mostrar em suas páginas um destaque na divulgação dos lançamentos conforme os dados contidos no gráfico 3 sobre a Relação Produtos destaques na divulgação dos lançamentos: Gráfico 3: Produtos - Destaque na divulgação dos lançamentos Fonte: Pesquisa em sites das empresas, 2009. 65 Foi possivel perceber que a maioria das empresas - 83% fazem os lançamentos dos produtos em suas próprias páginas web. A pesquisa procurou saber se estas empresas trabalham com uma linha de vendas secundária, na qual procuram diversificar seu leque de oferta de produtos, desta forma o gráfico 4 mostra o quanto estas empresas promovem produtos além dos produtos destinados a estética, beleza e saúde. Gráfico 4: Variedade em produtos além de estética, beleza e saúde Fonte: Pesquisa em sites das empresas, 2009. No gráfico 4 mostra que das seis empresas pesquisadas 67% ou cinco delas, vendem somente os produtos de estética, beleza e saúde, enquanto que 33% ou duas empresas trabalham com uma linha secundária de produtos, na qual destinam-se a linha de utilidades domésticas, bijouterias e lingiere. 4.6 Identificação do perfil dos distribuidores/vendedores do Marketing de Rede Para obter resultados quanto ao perfil dos distribuidores/vendedores do Marketing de Rede, inicialmente procurou-se levantar a hierarquia das empresas. Assim foi se era possível relacionar as pessoas e cargos da empresa que estão acima e abaixo da posição profissional do participante da pesquisa. Desta forma a Empresa A relaciona a rede de vendas da seguinte forma: Vendedora, Executiva de Setor e Promotora. A Empresa B configura-se como: Gerência de Mercado, Gerência de Vendas, Promotoras de Vendas e Consultoras. 66 A Empresa C apresenta a seguinte cadeia de comando: Consultora, Consultora Sênior, Iniciadora Estrela, Líder de Grupo, Futura Diretora, Diretora em Qualificação, Diretora de Vendas, Diretora Sênior, Futura Diretora Executiva, Diretora Executiva, Diretora Nacional. Para a Empresa E a rede é formada pelo: Distribuidor, Supervisor, Equipe Mundial, GET, Milionários e Presidentes. E por fim a Empresa F está constituída pelo Distribuidor, Assistente de Supervisor, Supervisor, Assistente de Gerente, Gerente Sênior, Gerente Soaring, Safira, Diamante Safira e Diamante. Quanto ao grau de responsabilidade de uma vendedora com dinheiro, produto, mostruário, catálogo, vínculo como contrato de serviço, a pesquisa identificou que para a Empresa A, o distribuidor/vendedor devem ter cuidado ao fazer o pedido do cliente, podem efetuar a troca de mercadoria se necessário, devem cobrar na data certa, e não existe contrato entre empresa e distribuidor/vendedor, podendo parar e recomeçar a vender quando quiserem, para a Empresa B é de responsabilidade do distribuidor/vendedor fazer os pedidos e entregar corretamente, existe uma fidelidade no momento da compra e cada um é consciente do pouco vínculo com a empresa, podendo parar de vender quando quiser, porém para recomeçar é bem mais difícil. Na Empresa C e D a responsabilidade é com o produto, e existe um contrato com a empresa. Para a Empresa E, os distribuidores/vendedores são independentes e não seguem as normas da companhia, a responsabilidade é totalmente de cada um e existe um contrato que é feito na hora do cadastro, nesse contrato existe a ética que é seguida. A Empresa F é uma rede de vendas independente, na qual a comercialização dos produtos é de extrema responsabilidade de cada distribuidor/vendedor independente, existe contrato com a empresa e distribuidor em que esclarece as responsabilidades e vínculos. No critério de cotas mínimas de vendas, a maioria das empresas não tem cota mínima específica, mas tem metas que dependem da quantidade de suas vendas, pontuação e pelo menos é preciso obter uma venda durante um certo período de tempo. Foi perguntado como o distribuidor/vendedor conhece seus clientes, os participantes das Empresas A e B responderam que é através de emprego paralelo, faculdade, família, amigos, conhecidos há muito tempo. Os participantes da Empresa C conhecem seus clientes apenas por indicações de outras pessoas, enquanto que os participantes da Empresa D só revendem para conhecidos. Para os 67 distribuidores/vendedores da Empresa E é necessário fazer contato diretamente, falar dos produtos, antes e depois que cada cliente usa e reconhece a ação dos produtos (pós-venda) e os clientes trazem cada vez mais pessoas, pois os resultados são incríveis e até mesmo através de indicações de contatos em ferramentas de captação, como a internet. Para os participantes da Empresa F para conhecer os clientes é preciso promover contatos diretos no dia-a-dia. Conclui-se que cada distribuidor/vendedor um trabalha a sua maneira, captando e organizando grupos, reuniões, visitas e através das próprias pessoas de sua rede. Foi investigado sobre a concorrência está entre os vendedores da mesma empresa e produtos ou vendedores de empresa e produtos similares. Os participantes das Empresas A e B afirmam que os vendedores dos mesmos produtos são fortes concorrentes, para o vendedor da Empresa C não existe muita concorrência entre os vendedores dos mesmos produtos, porém é grande a venda de produtos similares e de alta tecnologia. Para os vendedores da Empresa D e F não existem produtos similares. Os vendedores da Empresa E defendem suas ofertas quando afirmam que os produtos são diferenciados e a empresa é líder mundial na área que atua com os melhores produtos na área de nutrição e controle de peso e é a uma ótima oportunidade em vendas diretas. A freqüência que os clientes compram é vista da seguinte forma: nas Empresas A e B, as clientes compram pelo menos uma vez por mês, alguns em todo o ciclo, outros a cada 2 ou 3 ciclos, outros 1 vez por ano, já para os participantes da Empresa C é relativo, tem as viciadas que compram toda semana, algumas todo mês e outras a cada 6 meses. Na Empresa D a compra é feita na maioria das vezes mensalmente e nas promoções, datas comemorativas também, pra presentear alguém. Para a Empresa E todos os dias são atendidos cerca de 30 a 40 clientes por dia, fazendo a nutrição, além dos produtos fechados. Para o vendedor da Empresa F a freqüência é mensalmente e a maioria é para repor quando o produto acaba. Se os clientes compram mais para experimentar um produto, ou para repetir a compra anterior foi respondido pela maioria dos respondentes que os dois critérios avaliados procedem, apenas um vendedor da Empresa C respondeu que é para experimentar o produto, pois é novo no mercado, e para o vendedor da Empresa E afirma que o cliente faz uso diário por fazerem parte de um programa alimentar. 68 Percebe-se que os vendedores não se dedicam exclusivamente a promoção e consultoria de venda dos produtos que representam assim elas desenvolvem atividades paralelas e utilizam esta prática de Vendas Diretas como complementação de renda. Diante dos resultados apresentam uma compilação das informações obtidas pela análise de conteúdo e estatística. Durante a entrevista percebeu-se que todos os participantes da pesquisa concordam que a empresa a qual eles representam acredita que o mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos clientes, mas manter os clientes existentes em Agenda. As Estratégias para manter e criar novos clientes são: estar em contato com as clientes, divulgar seus produtos em propagandas na TV, revistas, premiações, promoções, amostras grátis de novos produtos, buscam conhecer os produtos que revendem, ensinam a usar o produto corretamente e estratégia diferenciada: 2+2+2. As empresas preparam os distribuidores/vendedores para que imprevistos sejam resolvidos e que tenham autonomia para resolver problemas de venda e relacionamento com o cliente, no momento que acontece. Os participantes utilizam contato direto com o superior da rede. Não existe nenhuma exigência por parte das empresas, que o distribuidor/vendedor compre os produtos que revende. Os distribuidores se organizam com relatórios de vendas, seja via internet ou entregues em encontros ou reuniões, no qual recebem e conferem os dados publicados. Os vendedores apenas fazem relatórios para sua própria organização. Os distribuidores/vendedores procuram em suas famílias apoio em seus negócios, pois ajuda a alavancar as vendas. Segundo a empresa F “se a família se envolve obtém mais eficiência e facilidade no negócio e além de ter saúde na utilização dos produtos que são naturais”. Os distribuidores/vendedores pagam pelo material promocional como catálogo, mostruário, fazem seus controles através de uma agenda, planilha em Excel, plano diário e um caderno de registro. A empresa F afirma que faz tudo via internet e a empresa informa em tempo real os movimentos de sua clientela. Um participante complementa que é comum ter sempre produtos a pronta entrega, prazo para pagamento, brindes, amostras grátis e às vezes até um 69 desconto, porém são estratégias que são desenvolvidas individualmente porque as empresas não orientam desta forma. Diante da pergunta “por que o cliente compra de você”? Os distribuidores/vendedores responderam: por gostarem dos produtos e por mostrar que o produto é bom. Quando o cliente percebe os resultados dos produtos que comprou é preciso estabelecer um contato direto e ter simpatia. Os distribuidores/ vendedores preferem mostrar primeiro as vantagens ao consumir os produtos. Perfil hierárquico das empresas: • Empresa A = Vendedora, Executiva de Setor e Promotora. • Empresa B = Gerência de Mercado, Gerência de Vendas, Promotoras de Vendas e Consultoras. • Empresa C = Consultora, Consultora Sênior, Iniciadora Estrela, Líder de Grupo, Futura Diretora, Diretora em Qualificação, Diretora de Vendas, Diretora Sênior, Futura Diretora Executiva, Diretora Executiva, Diretora Nacional. • Empresa E = Distribuidor, Supervisor, Equipe Mundial, GET, Milionários e Presidentes. • Empresa F = Distribuidor, Assistente de Supervisor, Supervisor, Assistente de Gerente, Gerente Sênior, Gerente Soaring, Safira, Diamante Safira e Diamante. Quanto ao grau de responsabilidade devem ter cuidado ao fazer o pedido do cliente, podem efetuar a troca de mercadoria se necessário, devem cobrar na data certa, e não existe contrato entre empresa e distribuidor/ vendedor. Algumas empresas permitem o relacionamento que podem parar e recomeçar a vender quando quiserem e outras é mais difícil. Empresa F é uma rede de vendas independente, na qual a comercialização dos produtos é de extrema responsabilidade de cada distribuidor/ vendedor independente, existe contrato com a empresa e distribuidor em que esclarece as responsabilidades e vínculos. A maioria das empresas não tem cota mínima específica, mas tem metas que dependem da quantidade de suas vendas, pontuação e pelo menos é preciso obter uma venda durante um certo período de tempo. 70 O distribuidor/ vendedor conhece seus clientes através de relacionamento com colegas no emprego paralelo, faculdade, família, amigos, conhecidos há muito tempo e indicação de conhecidos. E a concorrência é estabelecida pelos vendedores da mesma empresa e produtos ou vendedores de empresa e produtos similares. Os distribuidores/ vendedores são fiéis aos produtos, procuram comprar no ciclo de vendas. 71 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A importância para a acadêmica é reforçar os conceitos, pois este trabalho proporcionou a oportunidade de interpretar um setor do mercado em que a acadêmica possa utilizar profissionalmente, e permitiu expandir seus conhecimentos adquiridos ao longo do curso de graduação, como uma área administrativa de sua afinidade. Para o curso de Administração a importância do trabalho é para referência e em trabalhos futuros, assim como este trabalho configurou-se como uma continuação de um projeto de pesquisa anterior, constado no Programa de Iniciação Científica mantida pelo artigo 170. A pesquisa oportunizou o conhecimento na prática sobre o Marketing de Rede. A pesquisa sinaliza algumas informações relevantes. Dentro da análise geral da observação, percebeu-se que o relacionamento entre a empresa e o distribuidor/vendedor e consumidor final está interligado, Kotler (2000) cita que as empresas que trabalham com o sistema de vendas diretas e/ou pessoais (cara a cara) possuem uma eficaz ferramenta que permite a interação pessoal, o aprofundamento e a resposta. Conforme Manzo (1996) menciona que uma das principais funções do Marketing é a venda, conseqüentemente gerar o lucro. A venda se realiza várias vezes e se está de acordo com o perfil que o cliente procura e como é estabelecida a comunicação para vender. Segundo Barnes (2002) o relacionamento existe quando o cliente voluntariamente dispõe a trabalhar com a empresa por um período longo de tempo e continua entusiasmado por causa da maneira como é tratado. Construir relacionamentos significa estar próximo dos clientes em uma tentativa de entender e servi-los bem, podendo ir além da suas expectativas. A natureza do relacionamento requer confiança e os elementos que alimentam a confiança, tais como: comprometimento, comunicação e entendimento. E por esta razão, é necessário atribuir o mesmo caráter de prioridade a que atribuímos a outros aspectos do negócio. Para identificar os recursos a serem utilizados segundo Buitoni; Luigi (2000, p. 14) relatam que "para satisfazer os sonhos de seus clientes, as empresas precisam expandir suas fontes de conhecimento, adotando uma abordagem muito mais 72 eclética dos negócios". Os autores comentam que o sucesso organizacional pode estar baseado no lançamento de produtos ou serviços que respondam a um sonho que represente um conjunto de emoções intensas. Uma das formas de conhecer melhor o consumidor e de adaptar as suas necessidades é realizar uma pesquisa de Marketing, a qual pode identificar alguns atributos dos produtos ou serviços que agregam valor para o consumidor. Costa (2001) também afirma que o Marketing em Rede cresceu principalmente a partir do início dos anos 90, por apresentar soluções simples para as empresas que procuram oferecer inovação, qualidade e preços nos produtos, excelência nos serviços operacionais e atendimento personalizado aos clientes, em troca oferece às pessoas uma oportunidade de melhorar o estilo de vida. Analisando as estratégias usadas para conquistar os clientes Marks (1995) considera uma configuração de negócio que permite um rápido crescimento, e a maior razão está na sua abrangência, que possibilita atividades entre negócios familiares e de grandes empresas, com o objetivo de encurtar a distância entre o fornecedor de produtos ou serviços e o consumidor final, sem a presença de intermediários formais. De acordo com Fleury; Fleury (2001), ao definir sua estratégia competitiva, a empresa deve ter perfeito entendimento das competências essenciais do negócio e das competências necessárias para cada função. Por outro lado, argumentam os referidos autores, a existência e o aprimoramento dessas competências possibilitam a permanente avaliação e renovação das escolhas estratégicas efetuadas pela empresa, criando assim um ciclo virtuoso. Contudo, percebe-se que o perfil do distribuidor/vendedor de acordo com Peppers e Rogers (1994) os vendedores de maior sucesso utilizam estratégias como: diferenciar clientes com base em variáveis representativas de valor vitalício ou potencial para o crescimento em longo prazo; interagem constantemente com os melhores clientes e internalizam o conhecimento adquirido; personalizam a apresentação de vendas até a entrega do produto, com base nas preferências dos clientes. Os mesmos autores dizem que o mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos clientes, mas manter os clientes existentes em seu portfólio. As empresas vivem uma situação na qual precisam oferecer diferenciais entre as suas concorrências, preço e qualidade são fatores imprescindíveis, mas não se pode 73 pensar que só esses fatores atendem aos clientes. O recurso mais escasso hoje são os clientes, por causa da oferta excessiva de produtos e serviços no mercado. Os relacionamentos permitem que as empresas explorem ao máximo seus conhecimentos sobre os clientes e necessidades, que antes não eram imaginadas. 5.1 Trabalhos futuros Indica-se para trabalhos futuros o desenvolvimento de novas pesquisas uma abordagem baseada em investigação de outros produtos para o Marketing de Rede e a continuação deste trabalho com ênfase na satisfação do consumidor das empresas pesquisadas. 74 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE VENDAS DIRETAS - ABEVD. Disponível em: < http://www.abevd.org.br >. Acesso em: 20 jun. 2009. BAMOSSY, G. J.; SEMENIK, R. J. Princípios de Marketing: uma perspectiva global. São Paulo: Makron Books, 1995. 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Estudo de Caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2005. 78 APÊNDICE Apêndice A ROTEIRO ESTRUTURADO ENTREVISTA – CATEGORIA DISTRIBUIDORA ( ) VENDEDORA ( ) 1. Você concorda com a frase: O mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos clientes, mas manter os clientes existentes em Agenda. Resp: Sim ( ) Não ( ) 2. A empresa que você revende os produtos usa alguma estratégia para manter e criar novos clientes? Quais? Resp: 3. E você usa alguma estratégia especial para manter e criar novos clientes? Quais? Resp: 4. A empresa que você revende os produtos preparou você para que imprevistos sejam resolvidos? Resp: 5. Você tem autonomia para resolver problemas de venda e relacionamento com o cliente, no momento que aconteceu? Resp: 6. Como funciona o relacionamento com a empresa que você revende os produtos? Tipo de contato, tempo de resposta, freqüência da comunicação. Resp: 7. Sua família apóia seu negócio e ajuda a alavancar as vendas? Como? Resp: 8. Você pode relacionar as pessoas e cargos da empresa que você revende os produtos que estão acima de sua posição profissional? Resp: 9. Qual o grau de responsabilidade de uma vendedora? Dinheiro, produto, mostruário, catalogo, vinculo? Existe contrato de serviço? Resp: 10. Você paga pelo material promocional: catálogo, mostruário? Quais? Resp: 11. Você tem cota mínima de venda? Resp: 79 12. Como funciona quando você atinge e quando não atinge a cota? Resp: 13. A empresa exige que você compre produtos? Resp: 14. Você recebe relatório de venda? Resp: 15. Como você controla o cadastro e movimento de sua clientela? Resp: 16. Como você conhece seus clientes? Resp: 17. Quem é seu concorrente? Vendedores dos mesmos produtos ou vendedores de produtos similares? Resp: 18. O que você faz para vencer a concorrência? Resp: 19. Por que seu cliente compra de você? Resp: 20. Qual a freqüência que seus clientes compram? Resp: 21. Seus clientes compram mais para experimentar um produto, ou para repetir a compra anterior? Resp: 22. O que mais você costuma fazer: ( ) Mostrar vantagem ao seu cliente ( ) Mostrar que ele precisa de seus produtos 80 Apêndice B Nome da Empresa: RELACIONAMENTO DISTRIBUIDOR/VENDEDOR SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO Acesso restrito ao distribuidor Acesso restrito ao vendedor Chamada para ser distribuidor Chamada para ser vendedor Depoimentos de sucesso em vendas RELACIONAMENTO CONSUMIDOR FINAL Folheto virtual Compras on-line Gerenciamento de pedidos Convite para participar e reuniões Cadastramento para consumidor final PRODUTOS Destaque na divulgação dos lançamentos Variedade em produtos, além de estética, beleza e saúde Observações:________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________