NEUROCIÊNCIAS E SÍNDROMES ENVOLVIDAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Síndrome De Gilles de La Tourette – síndrome dos tiques. Autismo Síndrome de Asperger Epilepsia As neurociências e suas contribuições diante das diferenças Quando uma criança nasce com um problema, a família se desarticula momentaneamente, ficando com um sentimento de perda e de sonhos desfeitos. A 1ª pergunta é: Por que eu? Desenvolvem algumas questões, como: 1. a aceitação ou não da gestação. 2. o relacionamento do casal antes e depois da gravidez 3. nível de expectativas 4. nível de preconceitos 5. posição do filho na prole 6. tipo de relacionamento entre os familiares. A família do portador de necessidades especiais A família é um sistema aberto que se auto-governa, traçando diretrizes, regras que definem padrões e mantêm interdependência entre os membros na troca de informações. O “ser doente” é apenas um representante de todo o sistema, mas há dificuldade em compreendê-lo, respeitando as diferenças da espécie humana, eliminando rótulos, das pessoas portadoras ou de suas famílias. Síndromes neurológicas 1. Síndrome de Gilles de La Tourette – síndrome dos tiques. Os tiques são transtornos geralmente temporários, associados a distúrbios emocionais provenientes de dificuldades na vida familiar e escola ou no desempenho profissional, eu que a auto-estima, frequentemente, está comprometida. São representados por atividades motoras repetitivas, como piscar os olhos, morder bochechas, deslocamento rápido da cabeça, tosse seca, pigarros. Tem início na infância, com características benignas. É considerada grave quando ocorrem tiques motores múltiplos e vocais combinados. Há maior problema quando a criança recebe apelidos na escola, comprometendo seu desenvolvimento emocional. Existe a síndrome quando se instala na infância e adolescência, e começa aumentar os sintomas motores, combinando com os vocais, chegando a hiperatividade motora e sintomas obsessivo-compulsivos. Os núcleos da base do cerebelo e o tronco encefálico são estruturas envolvidas nesta patologia. A síndrome é maior em meninos, no período pré-natal, os hormônios andrógenos modificam a estrutura cerebral e, consequentemente, sua resposta no futuro. Os educadores devem agir com compreensão e moderação diante dos tiques. Em ocasiões de provas, estresse, os tiques podem se acentuar. 2. AUTISMO É um distúrbio do desenvolvimento de origem orgânica (lesão encefálica), cuja causa específica é de componente genético, mas não se conhece os detalhes. Caracteriza-se pela tríade: alterações na interação social, na linguagem e no comportamento. Características mais comuns são: 1. Não estabelece contato com os olhos. 2. Parece que não escuta 3. Pode desenvolver a linguagem, porém, repentinamente, pode interromper. 4. Age como se não tomasse conhecimento do que aconteceu com os outros. 5. Agride pessoas sem motivos 6. É inacessível perante as tentativas de comunicação 7. Restringe-se e fixa-se em poucas coisas, ao invés de explorar o ambiente. 8. Apresenta certos gestos imotivados, como balançar as mãos ou balançar-se. 9. Cheira ou lambe os brinquedos ou objetos 10.Mostra-se insensível ao ferimento, podendo ferir-se intencionalmente. Há crianças, que mesmo autistas, apresentam inteligência normal e fala adequadamente, mostrando-se apenas fechadas, distantes, não gostando de participar de atividades como jogos, brincadeiras, e têm padrões de comportamentos rígidos demais. Não há causa identificada para o autismo. A maioria não mostra qualquer lesão no sistema nervoso para justificar o complexo comprometimento no comportamento e na cognição. Possíveis causas: crianças com síndrome de X Frágil, rubéola congênita. 3. SÍNDROME DE ALPERGER São crianças inteligentes, com memória excelente, porém com dificuldade na comunicação, interação social e imaginação, ou seja, a mesma tríade do autismo. Entretanto, não apresentam alterações no desenvolvimento da fala nem no cognitivo, podendo passar como normal, mas com comportamentos estranhos. Aprendem a ler e escrever precocemente e se dedicam intensamente a determinado assunto, pouco usual para a idade, tornando-se “especialista”. É capaz de citar de memória todas as capitais do mundo, dissertando sobre a população, tamanho geográfico e atividade econômica. A fala é pedante, com frases rebuscadas; têm dificuldades na compreensão de palavras muito simples e de uso diário. São isoladas socialmente, sem amigos e com incapacidade de perceber os sentimentos dos outros, seus interesses são limitados e costumam apresentar depressão na evolução do quadro. EPILEPSIA Epilepsia é o nome dado aos sintomas dos diversos problemas do sistema nervoso. Provém da palavra grega que significa “tomar-se de surpresa”, pois ocorre quando a célula cerebral descarrega demasiadamente energia elétrica. Pode-se dividir em: a. Leve – ocorre crise de ausência para o que está fazendo, olhar vago e estranho e, em alguns casos, o globo ocular realiza movimentos, e há momentânea incomunicabilidade do sujeito com o meio. Pode ocorrer rápidas sacudidas, perda do controle motor, mas é possível levantar-se e recompor-se logo. b. Intensivo – crises mais freqüentes e atingirem grau de convulsão. A pessoa percebe que algo irá acontecer (“aura”). Há queixas, como visão turva, sensação de ruídos, dores de cabeça, náuseas, perda da consciência e queda de movimentos rápidos, relaxamento dos esfíncteres, secreção na boca. Finalmente a pessoa fica com sono e entra em um sono profundo. A epilepsia pode ocorrer após um trauma craniano ou ser causada por problemas de saúde durante a gravidez, efeitos tardios de doenças na infância, deficiências nutricionais, tumores cerebrais. É importante que o educador possua o conhecimento do assunto para que não se assuste diante do fato, não sabendo que atitude tomar ou como contornar o problema com os colegas da classe. Atitudes a serem tomadas: a. Procurar mais esclarecimentos, preparando-se para vencer suas próprias dificuldades diante do quadro e eliminar seus preconceitos. b. Preparar a turma para aceitar o colega, sem hostilidade. c. Procurar integrar o sujeito, agindo com calma e cautela, sem entrar em pânico.