GANHO PROGRESSIVO DE MASSA ÓSSEA DURANTE FOME ÓSSEA PROLONGADA APÓS SETE ANOS DE CURA CIRÚRGICA DE HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO GRAVE MACHADO VCC; CORREIA AG; BANDEIRA F UED/HAM - Divisão de Endocrinologia, Diabetes e Doenças Ósseas, Hospital Agamenon Magalhães, MS/SES/UPE, Recife - Pernambuco, Brasil [email protected]/ [email protected] www.ued-ham.org.br INTRODUÇÃO Síndrome da Fome Óssea (SFO) trata-se de um fenômeno com queda das concentrações séricas de cálcio, fósforo e PTH e aumento da fosfatase alcalina após paratireoidectomia bem sucedida por hiperparatireoidismo grave, que ocorre geralmente nos primeiros dias de pósoperatório, mas que, não raras vezes, surge tardiamente. Apresenta-se com quadro de hipocalcemia com graus variados. A queda repentina do PTH promove o desaparecimento dos osteoclastos, com redução da reabsorção. No entanto, a formação óssea mediada pelos osteoblastos, permanece conduzindo a um aumento da captação de cálcio e fósforo pelo tecido ósseo. RELATO DE CASO LMS, 59 anos, feminino, branca, natural e procedente de Caruaru-PE, admitida em 2006 na enfermaria de endocrinologia com história de dor nas pernas, cãibras e poliartralgias. Os exames laboratoriais mostraram hipercalcemia (Ca = 13,2mg/dL) e paratormônio elevado (PTH = 3740pg/mL, sendo feito o diagnóstico de hiperparatireoidismo primário. Durante avaliação diagnóstica evidenciou-se CTX = 4.050pg/mL; 25 OHD = 15pg/mL. Radiografia do crânio com aspecto em sal e pimenta em calota craniana; radiografia de membros inferiores com osteoclastomas em fêmur direito, esquerdo e joelho esquerdo; Osteoporose em densitometria óssea: L2-L4 = -2,48 DP (0,882g/cm²), colo do fêmur = -5,7 DP (0,639 g/cm²) e rádio 33% = -5,96 DP (0,288 g/cm²). USG cervical se observou nódulo sólido hipoecoico, medindo 3,8 cm, sugestivo de nódulo sólido de paratireoide inferior direita. A cintilografia com Sestamibi-99mTc mostrou área de aspecto nodular de intensa hiperconcentração anômala do traçador na região cervical anterior (topografia do lobo direito da tireoide e/ou paratireoide à direita). Foi iniciado tratamento com alendronato 140mg/semana via oral por seis semanas. Realizou-se paratireoidectomia inferior direita no mesmo ano (histopatológico: adenoma de paratireoide). Após uma semana, a paciente evoluiu no pós-operatório com quadro leve de hipocalcemia (parestesias e câimbras). Exames pós-cirurgia: PTHi = 192pg/mL; cálcio = 8,5mg/dL. Recebeu alta hospitalar assintomática com prescrição de cálcio oral e vitamina D3. Perdeu seguimento e sete anos depois retornou ao ambulatório com PTH = 148pg/mL; cálcio = 9,1mg/dL; CTX = 0,826; 25OHD= 32ng/mL e densitometria óssea: L1-L4 = -1,7 DP (0,983g/cm2), Rádio 33% = -3,0 DP(0,618) e rádio total = -3,6DP (0,461). Mudanças pré e pós operatórias no nível sérico de PTH durante Sete Anos Mudanças pré e pós operatórias na Densidade Mineral Óssea 4500 1,2 4000 3500 1 3000 0,8 2500 CL RD 0,6 2000 1500 0,4 1000 0,2 500 0 0 -4 -1 0 SEMANAS 35 336 In 6m 12m 84m 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 CL RD In 6m 12m 84m CONCLUSÃO Este relato de caso trata-se de síndrome de fome óssea em paciente com hiperparatireoidismo grave após sete anos de paratireoidectomia bem sucedida.