Projeto Viver Mais

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PROJECTO VIVER +
SEMINÁRIO
Envelhecimento activo,
um caminho de sensibilização e de boas práticas
Painel
Intervenção social e Boas Práticas
10 Maio / 2012
0
Quem somos
•
Somos uma instituição pertencente à Igreja Católica que
desenvolve a sua acção essencialmente no âmbito da SAÚDE
MENTAL e PSIQUIATRIA.
•
Prestamos cuidados de saúde a pessoas com doença ou
perturbações mentais, deficientes físicos e psíquicos e outros
doentes, segundo as necessidades de tempos e lugares,
preferencialmente os mais pobres e desfavorecidos.
•
Ao longo de MAIS DE UM SÉCULO DE EXISTÊNCIA,
acolhemos, servimos e cuidamos a pessoa que sofre com
respeito, competência, humanidade, numa perspectiva
integral.
•
Queremos continuar
A Congregação no Mundo – Presente em 24 Países
• Europa, América, África e Ásia
• Cerca de nove mil irmãs e colaboradores tornam
possível a realização e expansão da Missão no
mundo
• 215 estruturas que oferecem uma amplitude de
serviços de carácter hospitalar e comunitário
• Reconhecida com a atribuição do prémio Genebra
2002 para os Direitos Humanos em Psiquiatria
Fundadores
•
Bento Menni foi o fundador da Congregação
de Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração
de Jesus.
•
Homem de caridade inesgotável e de
excepcionais qualidades de gestão e governo,
criou 22 grandes centros assistenciais,
hospitais gerais e hospitais psiquiátricos,
sendo considerado O PERCURSOR DA 1ª
REDE ASSISTENCIAL DE PSIQUIATRIA EM
ESPANHA
•
Em consonância com uma visão integral da
pessoa, Bento Menni implementou um
modelo integral de assistência que articula os
avanços técnico-científicos com o
humanismo.
•
Dedicou-se de forma incondicional ao serviço
dos doentes mais pobres e necessitados.
•
Em 21 de Novembro de 1999 foi canonizado
pelo Papa João Paulo II.
Fundadores
• María Josefa Recio e María
Angustias Giménez são cofundadoras da Congregação.
• Acolhem o desafio de fundar
uma Congregação que se
dedique inteiramente ao
serviço dos mais pobres e
doentes, tornando presente e
visível, pelo carisma e missão
hospitaleira, a caridade e a
misericórdia de Deus que cura
e salva.
Em Portugal
•
Em Portugal a Congregação está presente desde 1894 e realiza a sua
missão em 12 estabelecimentos de saúde, dos quais 8 situam-se no
Continente e 4 nas Regiões autónomas, nomeadamente 2 na Madeira e 2
nos Açores.
•
Estes estabelecimentos são geridos pelo Instituto de Irmãs Hospitaleiras
do Sagrado Coração de Jesus, uma Instituição Particular de
Solidariedade Social, com Fins de Saúde.
•
As áreas em que intervimos, de acordo com a missão específica da
Congregação, englobam a PSIQUIATRIA, PSICOGERIATRIAGERONTOPSIQUIATRIA, DEFICIÊNCIA MENTAL,DEPENDÊNCIAS e
REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL.
•
No âmbito do projecto hospitaleiro a nossa intervenção insere-se no
domínio da promoção da saúde e prevenção primária, secundária e
terciária.
Missão
• A missão do Instituto consiste na prestação
de serviços de saúde integrais a pessoas com
doenças e / ou perturbações mentais,
deficientes psíquicos e ocasionalmente a
pessoas com outras patologias, de acordo
com o carisma fundacional.
Valores
• O compromisso com o projecto hospitaleiro de cuidar e
servir a pessoa que sofre exige uma identificação,
assumida e partilhada por todos, com a cultura e os
valores da Hospitalidade.
• Da Hospitalidade emergem outros valores que
inspiram a nossa missão:
– Centralidade da pessoa doente
– Humanidade
– Compaixão
– Serviço
– Opção pelos mais pobres e marginalizados
– Qualidade
– Criatividade
– Saúde integral.
Viver + - Projecto de intervenção multidimensional
Equipa
Ana Sofia Luís - Enfermeira
Gabriela Álvares Pereira – Psicóloga Clínica
Maria da Conceição Jardim – Responsável pela Pastoral da Saúde
Maria de Fátima Martins – Assistente Social
Maria Manuela Pinho – Médica Psiquiatra
Paula Carneiro – Directora de Enfermagem
Índice
1.Introdução
2.Metodologia
3.Resultados
4.Discussão
5.Conclusão
Introdução
Introdução
Com a realização do projecto Viver +, procuramos
evidenciar os ganhos em saúde para as utentes da unidade
de S. José da CSSRL no que respeita aos domínios da
autonomia, risco de queda, qualidade de vida, autoestima, cognição e sintomatologia psiquiátrica.
11
Introdução
•
Na Europa, prevê-se que o número de pessoas com demência
atinja os 16 milhões no ano 2050 (Wancata, 2003).
•
Em Portugal, o Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016,
identifica os idosos com problemas de doença mental, como
um GRUPO DE RISCO, que deverá ser alvo de atenção pelas
políticas de saúde governamentais e alvo de cuidados das
ONG´s e IPSS.
•
As actuais políticas de saúde visam a elaboração de soluções
para a prestação de cuidados aos idosos com patologia
psiquiátrica, aprofundando os conhecimentos e a formação
técnica dos cuidadores formais e informais, assim como, o
estabelecimento de serviços hospitalares e comunitários
que respondam às necessidades do idoso e família (DGS,
2005).
Introdução
•
Neste contexto, o Instituto das Irmãs Hospitaleiras tem vindo a
desenvolver projectos que procuram promover a autonomia das utentes
internadas, melhorando a sua qualidade de vida.
•
Na área da Psicogeriatria foi desenvolvido o PROJECTO VIVER+, para
responder à necessidade de reabilitação integral das utentes idosas
institucionalizadas, em virtude de, estas não reunirem as condições para
permanecerem no seu domicílio.
•
Este projecto alicerça-se nas recomendações para Boas Práticas
nacionais e internacionais e no Modelo Assistencial Hospitaleiro.
•
Este Modelo baseia-se no respeito pela dignidade da pessoa, considerada
na sua unicidade e globalidade, integrando as dimensões: biológica,
psicológica, social, espiritual e religiosa, e caracteriza-se por padrões de
atenção e tratamento personalizados e interdisciplinares.
Objectivos
•
Melhorar e prevenir alterações do funcionamento cognitivo,
através de ESTIMULAÇÃO/REABILITAÇÃO COGNITIVA
•
Melhorar e prevenir alterações da AUTONOMIA
FUNCIONAL relacionadas com o envelhecimento através do
treino de actividades básicas e instrumentais da vida diária e
de um programa de exercício físico individualizado;
•
Reforçar e elevar a AUTO-ESTIMA e a auto-imagem;
•
Promover a melhoria das RELAÇÕES INTERPESSOAIS entre
as utentes e entre estas e a equipa de prestadores de
cuidados, através do treino de competências sociais
adaptado às necessidades individuais e do grupo.
ACTIVIDADES
• Estimulação cognitiva:
• Estimular através de exercícios específicos
para os diferentes processos cognitivos:
atenção; linguagem (compreensão, nomeação,
repetição, leitura e escrita, vocabulário);
reconhecimento visual, auditivo e táctil;
práxias; memória e funções executivas
(flexibilidade mental, cálculo, raciocínio
lógico-abstracto, categorização; planeamento
e sequenciação.
Projecto Viver +
ACTIVIDADES
•
•
•
•
Terapia de Orientação para a realidade;
Ludoterapia;
Terapia pela reminiscência;
Estimulação assistida por computador
(REHACOM)
Projecto Viver +
ACTIVIDADES
• Estimulação funcional:
Classes de movimentos, reeducação
postural, treino de marcha
(caminhada), yoga para seniores,
hidroterapia.
Projecto Viver +
ACTIVIDADES
• Terapias expressivas:
– Dança
– Teatro
– Música
– Canto
– Literatura
– Artes Plásticas
Projecto Viver +
ACTIVIDADES
• Treino dos auto-cuidados:
• Manter e optimizar a saúde,
rentabilizando a capacidade de
aprendizagem ainda presente,
estimulando para o desempenho das
actividades instrumentais e da vida
diária, promovendo a autonomia e
contribuindo para a sua auto-realização
Projecto Viver +
ACTIVIDADES
•
•
•
•
Alimentação e nutrição;
Cuidados à pele;
Saúde oral;
e Treino de competências sociais
Projecto Viver +
ACTIVIDADES
• Pastoral da Saúde;
• Acompanhamento espiritual e
religioso;
• Oração;
• Animação sócio-religiosa
Projecto Viver +
Metodologia
Metodologia
Participantes:
As 24 utentes do sexo feminino têm uma média de idades de 75
anos (DP= 9.4; Min=59 anos; Max: 94 anos), com um tempo médio
de internamento de 5 anos (DP=6.7; Min= 0; Max: 28).
Quanto à escolaridade, 40% têm apenas o 1º ciclo do ensino
básico ou não têm escolaridade, sendo que apenas 2 utentes
frequentaram o ensino superior.
As patologias psiquiátricas mais frequentes são as síndromes
demenciais (37.1%), seguidas de quadros psicóticos (20,9%).
Metodologia
Procedimento:
Ao longo do desenvolvimento do projecto, as utentes foram
sujeitas a uma monitorização trimestral com a utilização de
diferentes instrumentos de medida, com o objectivo de aferir
métodos terapêuticos de intervenção.
Metodologia
•
Material: Instrumentos de medida utilizados para avaliar as diferentes
dimensões:
•
Sintomatologia Psiquiátrica – Inventário Neuropsiquiátrico (Cummings,
et al., 1994).
•
Estado Mental - Escala Mini-Mental State Examination (MMSE, Folstein,
Folstein, & McHugh, 1975, na adaptação portuguesa de Guerreiro, et al.,
1998).
•
Auto-estima - Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES, Rosenberg, 1965, cit.
Romano et al., 2007).
•
Autonomia - Índice de Barthel (Araújo, Pais Ribeiro, Oliveira, & Pinto,
2007).
•
Risco de queda – Escala de Morse (Morse, 1997).
•
Qualidade de vida – MOS SF-36 (Ferreira & Marques, 1998).
Resultados
Resultados
Análise comparativa (Teste Wilcoxon) dos resultados médios obtidos no início e no fim do projecto, nas diferentes
dimensões consideradas.
Dimensões
Avaliação inicial
Avaliação final
Média
D. P.
Média
D. P.
Estatística
Sint.
Psiquiátrica
12.95
4.31
10.18
11.02
Z=-1.256
p=0.209
Estado
mental
21.12
7.60
21.55
6.44
Z=-0.355
p=0.723
Auto-estima
25.09
2.26
22.39
12.78
Z=-3.116**
Autonomia
86.84
13.46
90.65
7.58
Z=-1.922*
Risco queda
33.00
9.37
22.39
12.78
Z=-3.12**
Q. de Vida:
D. Físico
D.
Emocional
F. Social
S. Mental
36.25
39.80
42.05
49.60
15.12
20.67
10.93
10.97
53.26
65.13
66.57
66.61
32.25
31.10
20.77
24.59
Z=-2.280**
Z=-2.687**
Z=-3.552**
Z=-3.084**
*p<0.05
**p=0.01
Discussão
Discussão/Conclusão
De uma forma geral, podemos constatar que
houve um ganho de autonomia funcional e
cognitiva das utentes com a implementação do
Projecto Viver +.
Discussão/Conclusão
•
Em todos os instrumentos aplicados, as utentes obtiveram melhores
resultados no segundo momento de avaliação, com especial enfoque
para a escala de avaliação funcional - Escala de Barthel, com
consequente diminuição do risco de queda - Escala Morse.
•
No que diz respeito ao estado mental e funcionamento cognitivo, os
resultados foram satisfatórios apontando para estabilidade.
•
No Inventário Neuropsiquiátrico de Cummings foram encontrados
resultados baixos, o que indica que os sintomas psiquiátricos são
pouco frequentes e pouco graves no período de avaliação. Este facto,
expressa a estabilização dos quadros psiquiátricos através das
terapias farmacológicas e não farmacológicas implementadas.
•
Na Escala de Auto-estima de Rosenberg, os valores obtidos são
indicadores de bons níveis de auto-estima.
•
No que se refere à qualidade de vida, avaliada pela Escala MOS SF-36
verificámos que nas dimensões de Desempenho Físico, Desempenho
Emocional, Função Social, Saúde Mental, os resultados apontam para
boa qualidade de vida.
Conclusão
• Pela análise dos dados podemos constatar a mais-valia da
implementação deste projecto em ganhos em saúde,
satisfação e qualidade de vida, pelo que consideramos
fundamental dar-lhe continuidade.
Bibliografia
Araújo, F., et. al. (2007). Validação do Índice de Barthel numa amostra de idosos não institucionalizados. Qualidade de Vida, 25, (2), 59-66.
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Desenvolvimento dos Serviços de Saúde Mental em Portugal 2007-2016. Lisboa: DGS. [Consultado em 12 de Dezembro de 2011].
Disponível em http://www.acs.min-saude.pt/wpcontent/blogs.dir/1/files/2008/01/relatorioplanoaccaoservicossaudemental.pdf
Cummings, J. L., Mega, M., Gray, K., Rosenberg-Thompson, S., Carusi, D. A., & Gornbein, J. (1994). The Neuropsychiatric Inventory:
comprehensive assessment of psychopathology in dementia. Neurology, 44 (12), 2308-14.
Ferreira, P.L. (2000). Criação da Versão Portuguesa do MOS SF - 36, Parte I - Adaptação Cultural e Linguística. Acta Médica Portuguesa,
13, 55-66.
Ferreira, P.L. (2000). Criação da Versão Portuguesa do MOS SF - 36, Parte II - Teste de validação. Acta Médica Portuguesa, 13, 119-127.
Figueiredo, D. (2007) – Cuidados familiares ao idoso dependente. Lisboa: Climepsi Editores.
Folstein, M. F., Folstein, S. E., & McHugh, P. R. (1975). Mini-Mental State: A practical method for grading the cognitive state of patients for
the clinician. Journal of Psychiatric Research, 12, 189-198.
Guerreiro, M. (1998). Contributo da neuropsicologia para o estudo das Demências. Tese de doutoramento não publicada, Universidade de
Lisboa. Lisboa.
Irmãs Hospitaleiras, SCJ. (2010). Carta de Identidade da Instituição - Modelo Hospitaleiro. Roma: IHSCJ.
Morse (1997). Escala de risco de Queda. Disponível em [Consultado em 20 de Dezembro de 2011)
downloads.artmed.com.br/public/J/JACKSON.../cap_01.pdf
Romano, A., et. al (2007). Contributos para a validação da escala de auto-estima de Rosenberg numa amostra de adolescentes da região
interior norte do país. Psicologia, Saúde & Doenças, 8 (1), 109-116.
Wancata, J., & Musalek, M. (2003). Number of the dementia sufferers in Europe between the years 2000 and 2050. Eur Psychiatry, 18, 306313.
Obrigada.
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