UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL FIOCRUZ – UNIDADE CERRADO PANTANAL ESPECIALIZAÇAO EM ATENÇAO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA NUBIA KAREN GOULART MENDES PREVENÇÃO DE ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES: ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CAMPO GRANDE 2011 NUBIA KAREN GOULART MENDES PREVENÇÃO DE ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES: ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Trabalho de Conclusão de Curso apresenteado ao curso de Especialização em Atenção Básica e Saúde da Família, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, como requisisto a obtenção do título de Especialista. CAMPO GRANDE 2011 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................05 2 OBJETIVO.................................................................................................................07 2.1 OBJETIVO GERAL...............................................................................................07 2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO....................................................................................07 3 METODOLOGIA......................................................................................................08 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................................08 5 CONCLUSÃO............................................................................................................09 REFERÊNCIAS ...........................................................................................................10 RESUMO A doença cardiovascular representa hoje no Brasil a maior causa de mortes; o número estimado de portadores de Diabetes e de Hipertensão é de 23.000.000. Dos fatores potencialmente controláveis, HAS e DM, são críticos do ponto de vista de saúde pública. Vários são os fatores que dificultam o controle e o tratamento da HAS, entre esses, a não adesão ao tratamento, fato que é muito observado pelos profissionais de saúde. O Programa HIPERDIA soma-se às ações dos trabalhadores de saúde, e tem como proposta a prevenção de complicações decorrentes da não adesão ao tratamento. A educação em saúde é uma alternativa fundamental para conduzir as pessoas a mudanças, para fins de prevenção e/ou controle dos fatores de risco da HAS, através de hábitos e atitudes saudáveis. As atividades realizadas pela equipe de enfermagem consistem em atendimento (pré-consultas, pós-consultas e consultas) participação com outros profissionais em reuniões com os pacientes e realização de trabalhos de pesquisa com a equipe multiprofissional e coordenação do serviço. Palavras chave: cardiovascular, prevenção, enfermagem. ABSTRACT Cardiovascular disease in Brazil is now the leading cause of deaths, the estimated number of people with diabetes and hypertension is 23,000,000. Potentially controllablefactors, hypertension and diabetes, are critical from the standpoint of public health. There are several factors that hinder the control and treatment of hypertension among these, non-adherence to treatment, a fact that is much observed by health professionals. The programHIPERDIA adds to the stock of health workers, and is proposed to avoid complicationsarising from non-adherence to treatment. Health education is a fundamental alternative to lead people to change, for the prevention and / or control of risk factors of hypertension, through healthy habits and attitudes. The activities performed by the nursing team consists of service (preconsultation, consultation and post-consultation) participation in meetingswith other professionals with patients and conducting research work with themultidisciplinary team and service coordination. Keywords: cardiovascular disease, prevention, nursing. 1.INTRODUÇÃO Atualmente, pode-se observar que houve transformações quanto à incidência e à prevalência das doenças, bem como quanto às principais causas de morte. No Brasil, os altos índices de óbitos causados por doenças crônicas decorrem do estágio atual da transição demográfico/epidemiológica pela qual passa a população brasileira, resultando no envelhecimento populacional.1 Tais mudanças permitem que aspirem a uma vida mais longa, sem preocupação com limitações, incapacidades e dependências, próprias do envelhecimento.² A doença cardiovascular representa hoje no Brasil a maior causa de mortes; o número estimado de portadores de Diabetes e de Hipertensão é de 23.000.000. Dos fatores potencialmente controláveis, HAS e DM, são críticos do ponto de vista de saúde pública.³ As doenças do aparelho circulatório compreendem um espectro amplo de síndromes clínicas, mas têm nas doenças relacionadas à aterosclerose a sua principal contribuição, manifesta por doença arterial coronariana, doença cerebro-vascular e de vasos periféricos, incluindo patologias da aorta, dos rins e de membros, com expressiva morbidade e impacto na qualidade de vida e produtividade da população adulta.³ Nos últimos anos, a Estratégia Saúde da Família, enquanto política pública nacional, tem se destacado como estratégia de reorganização da atenção básica, na lógica da vigilância à saúde, representando uma concepção de saúde centrada na promoção da Qualidade de Vida, por meio dos seus principais objetivos que são: a prevenção, a promoção e a recuperação da saúde.4 O Programa HIPERDIA soma-se às ações dos trabalhadores de saúde, e tem como proposta a prevenção de complicações decorrentes da não adesão ao tratamento. Quando este fato está relacionado à falta de recursos financeiros para aquisição de medicamentos, o Programa possibilita aos usuários cadastrados, o acesso a medicamentos de forma gratuita e o acompanhamento médico.5 2. OBJETIVO 2.1 Objetivo Geral Elencar as atribuições do profissional Enfermeiro da Estratégia Saúde da Família frente a prevenção das alterações cardiovasculares. 2.2 Objetivo Específico Levantar dados sobre Alterações Cardiovasculares. Relacionar dados sobre Alterações Cardiovasculares com prevenção no ESF. Relacionar a prevalência de Alterações Cardiovasculares à adesão ao tratamento. Verificar se as ações preventivas influenciam na prevalência de Alterações Cardiovasculares. 1. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica de abordagem qualiquantitativa. Foi utilizada como fonte de pesquisa a base de dados Scielo, Cadernos de Atenção Básica e Ministério da Saúde on line. 2. RESULTADOS E DISCUSSÕES Um estilo de vida fisicamente ativo pode ser melhor “comprado” pela saúde pública. Existe uma necessidade urgente de traduzir estes achados na implementação da prática clínica, que aumentará o hábito de atividade física em nossos pacientes – aqueles sedentários, mas que ostentam ser saudáveis e aqueles que já desenvolveram manifestações de doenças cardíacas.6 O trabalho das Equipes de Saúde da Família (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as condições: sócio-econômica, alimentar, sanitária, bem como a estrutura familiar dos indivíduos com hipertensão e diabetes, facilitando a atuação da equipe, nos determinantes do processo saúde-doença. Além disto, o Programa detecta as dificuldades que impedem maior adesão ao tratamento e busca a formação de parcerias para disseminar a importância do cuidado aos pacientes e seus familiares. Estas atividades proporcionam o vínculo entre os pacientes e a ESF.7 Dentre as doenças crônicas, a hipertensão arterial e o Diabetes mellitus são as mais comuns, cujo tratamento e controle exigem alterações de comportamento em relação à dieta, ingestão de medicamentos e o estilo de vida. Estas alterações podem comprometer a qualidade de vida, se não houver orientação adequada quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importância das complicações que decorrem destas patologias.7 Vários são os fatores que dificultam o controle e o tratamento da HAS, entre esses, a não adesão ao tratamento, fato que é muito observado pelos profissionais de saúde. Embora não seja um problema exclusivo da HAS, por ser freqüente em outros regimes terapêuticos prolongados, a falta de adesão ao tratamento anti-hipertensivo se aprofunda em complexidade.8 Mudar o estilo de vida é uma tarefa difícil, e quase sempre é acompanhada de muita resistência, por isso, a maioria das pessoas não consegue fazer modificações e, especialmente, mantê-las por muito tempo. No entanto, a educação em saúde é uma alternativa fundamental para conduzir as pessoas a essas mudanças, para fins de prevenção e/ou controle dos fatores de risco da HAS, através de hábitos e atitudes saudáveis.9 Sabemos que ao assumir, corretamente, o tratamento não medicamentoso (chamado não farmacológico ou mudanças do estilo de vida) o indivíduo está dando o passo mais importante para a obtenção do sucesso quanto ao controle de sua pressão. Isto porque esta primeira fase (tratamento não medicamentoso), que é obrigatória a todos, nos dará a medida exata do comprometimento do indivíduo com sua saúde. Só o paciente consciente da importância do tratamento fará uso correto da medicação quando esta for necessária.10 As atividades realizadas pela equipe de enfermagem consistem em atendimento (pré-consultas, pós-consultas e consultas) participação com outros profissionais em reuniões com os pacientes e realização de trabalhos de pesquisa com a equipe multiprofissional e coordenação do serviço.11 Na pré consulta são levantados os fatores de risco cardiovasculares do paciente e familiares, e calculado o índice de massa corporal. Diagnosticada a hipertensão, o paciente recebe as primeiras orientações relativas às medidas higiênico-dietéticas visando buscar as mudanças de comportamento necessárias.11 A pós consulta é um momento para reforço das orientações e uma oportunidade para que os pacientes expressem suas dúvidas e anseios. A enfermeira utiliza de material educativo para as necessidades de cada um (obesidade, hipertensão, hipercolesterolemia, etc.) explicando cada item e questionando o paciente sobre o seu entendimento.11 A enfermagem tem se valido desta oportunidade para incentivar a participação dos indivíduos através do auto-cuidado no tratamento da Hipertensão Arterial. Quando o nível de Pad supera 120mmhg o paciente é avaliado pelo médico imediatamente e agendado para consulta médica posterior. É intercalada a esta, consulta de enfermagem para revisão do paciente com relação aos valores pressóricos e medidas higiênicodietéticas. Esta consulta pretende manter o paciente sob observação em um curto período de tempo até que possa ser avaliado pelo médico.11 Em todos os momentos é dada ênfase à necessidade de seguimento do tratamento em todos os seus aspectos e reforçando-se as orientações higiênicodietéticas: ingesta de sal, exercício físico, obesidade, tabagismo e alcoolismo. Além das atividades realizadas em consultórios, a enfermagem atua também em atividades de educação em Saúde em grupos de pacientes hipertensos. A enfermagem participa nas discussões e incentiva o paciente para sua participação ativa no tratamento através do auto-cuidado.11 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da ação da equipe multiprofissional, o paciente será submetido a uma gama muito maior de informações com enfoques diferentes e teremos, então, com um indivíduo bem orientado uma boa adesão, com a possibilidade da incorporação de hábitos adequados de vida e, quando necessário, do uso correto dos medicamentos prescritos.12,13,14 É importante a agregação de pessoas que pratiquem a mesma filosofia de trabalho e por isso coloquem acima de interesses pessoais (posição, poder, etc.) o bem estar do paciente e o sucesso no tratamento preconizado.10 O que deve direcionar o funcionamento do grupo é a harmonia de objetivos e ações compatíveis com as metas que se pretende alcançar. Trabalhar em equipe não significa a existência de pessoas trabalhando ao mesmo tempo em um espaço físico, mas sim trabalhar lado a lado, conhecendo o papel que cada um desempenha e sabendo da importância que cada um tem no desenvolvimento do projeto como todo.10 Em cada momento, em cada ação e em cada setor, um elemento terá sua participação mais ou menos destacada e, respeitadas as especificidades profissionais, todos terão o mesmo peso para o sucesso da empreitada.10 REFERÊNCIAS 1. Martins JJ, Albuquerque GL, Nascimento 1. ERP, Barra DCC, Souza WGA, Pacheco WNS. Necessidades de educação em saúde dos cuidadores de pessoas idosas no domicílio. Texto Contexto Enferm. 2007 Abr-Jun; 16(2):254-62. 2. Fardo VM, Creutzberg M, Silva MCS. Qualidade de vida de idosos hospitalizados: um estudo preliminar. Rev Nurs. 2005; Jul; 86(8):314-9. 3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Epidemiológica.Prevenção Clínica de Doença Cardiovascular, Cerebrovascular e Renal Crônica 4. Ministério da Saúde (BR), Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de hipertensão arterial e diabetes mellitus Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus: hipertensão arterial e diabetes mellitus. Brasília (DF): MS; 2001. 5. Cuidados Inovadores para Condições Crônicas: Componentes Estruturais de Ação. Relatório Mundial, OMS,2002. 6. Shephard RJ, Balady GJ. Exercise as cardiovascular therapy. Circulation 1999;99:963-72. 7. International Diabetes Federation. What is diabetes?. [homepage da internet]. Brussels (BE): IDF; 2006. 8. Reiners AAO. Hipertensão arterial: perfil de saúde dos trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário. Texto Contexto Enferm. 2004 Jan-Mar; 13 (1): 41-9. 9. Santos ZMSA, Silva RM. Hipertensão arterial: abordagem para a promoção do cuidado humano. Fortaleza (CE): Brasil Tropical; 2003. 10. Paulo César B.Veiga Jardim, Ana Luiza Lima Sousa, Estelamaris Tronco Monego . Atendimento Multiprofissional Ao Paciente Hipertenso. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 232-238, abr./set. 1996. 11. Ana Luiza Lima Souza, Paulo César B. Veiga Jardim. A Enfermagem E O Paciente Hipertenso Em Uma Abordagem Multiprofissional – Relato De Experiência. Rev. Latino-am. enfermagem – Ribeirão Preto – v. 2 – n. 1 – p. 5-17 – janeiro 1994 12 - JARDIM PCBV et al. Evaluation of compliance to treatment of patients with hypertension in multiprofessional activities.Am J Hypertens 5: 134-A, 1992. 13 - GARCIA A et al. Non-pharmachological treatment of arterial hypertension - 22 months of follow-up by a multiprofessional team. Hypertension 21:46 A,1993. 14 - SOUSA ALL et al. Rate of abandon of the antihypertensive treatment in the context of a multiprofessional service - A 3 - year analysis. Am J Hypertens 8: 100A, 1995.