Ano, 2012 nº04 BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HEPATITE A Análise da Situação Epidemiológica da Hepatite A na Bahia A Hepatite A tem como principal via de contágio a fecal-oral, por contato inter-humano ou por meio de água e alimentos contaminados. A disseminação do vírus está diretamente relacionada com condições de infra-estrutura de saneamento básico e aspectos de práticas de higiene individualizada. Para o Brasil, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estima que ocorra 130 casos novos/ano por 100.000 habitantes e que mais de 90% da população maior de 20 anos tenha tido exposição ao vírus. Na maioria dos casos, a doença é auto-limitada e de caráter benigno, sendo que a insuficiência hepática aguda grave ocorre em menos de 1% dos casos. Figura 1 - Casos notificados e confirmados de Hepatite A por semana epidemiológica, Bahia, 2012*. Fonte: SINAN- DIVEP/SUVISA Nota: *Dados preliminares até a SE 39 Na Bahia, em 2012, até a Semana Epidemiológica (SE) 39 foram notificados 181 casos de Hepatite A, sendo confirmados 69% (125), com incidência de 0,88/100.000 hab. (Figura 1). A maior incidência da doença se dá na faixa etária de 5 a 9 anos de idade (3/100.000 hab), que também concentra o maior número de casos confirmados (36), seguido da faixa etária de 1 a 4 anos (2,1 casos/100.000 hab.), com 18 casos (Figura 2). A distriFigura 2 - Nº e incidência de casos confirmados de Hepatite A buição por sexo mostra-se muito semelhante, sendo 49,6% do sexo masculino e 50,4% do sexo feminino. (por 100.000 hab), segundo faixa etária, Bahia, 2012*. Analisando o diagrama de controle (Figura 3) nota-se que a doença apresenta baixa endemicidade em 2012 Fonte: SINAN- DIVEP/SUVISA - IBGE - DATASUS Nota: *Dados preliminares até a SE 39 Expediente Ref. Técnica COVEDI/DIVEP Grazielli Luz Patrícia Mello Jaçanã Costa Maria Helena Macedo Coord. Hepatites Virais COVEDI/DIVEP Maísa Mônica Estagiária– EESP Diagramação Adriana Dourado Ref. Técnica COVEDI/DIVEP Nº de Casos Elaboração Adriana Dourado 50 até a SE 39, com ocor40 rência de casos abaixo do limite médio espera30 do para o período. Evidencia-se, através da 20 distribuição semanal 10 (Figura 1), que as primeiras semanas epide0 miológicas desse ano 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 concentraram o maior Média Limite superior 2012 número de casos notificados e confirmados Figura 3 - Diagrama de Controle da Hepatite A na Bahia,20072012*. (até a SE 15). Fonte: SINAN- DIVEP/SUVISA Nota: *Dados preliminares ate a SE 39 Revisão Orgali Marques CEI/COVEDI— COORDENAÇÃO DE IMUNIZAÇÕES E VIGILÂNCIA DAS IMUNOPREVENÍVEIS Gt Meningites/COVEDI COORDENAÇÃO ESTADUAL DE HEPATITES VIRAIS Tel:/Fax (71) 3116-0041 E-mail: - [email protected] - Site: www.saude.ba.gov.br Analisando o módulo de surto do SINAN –net verifica-se o registro de apenas 01 surto de Hepatite A no município de Matina, com 17 casos distribuídos na zona rural e urbana. Do total de casos confirmados de Hepatite A no Estado da Bahia, foram identificados 09 casos na população indígena, assim distribuídos: 06 em Abaré; 01 em Glória; 01 em Itagibá e 01 em Santa Cruz Cabrália. As maiores incidências da doença são percebidas nos municípios de Riachão das Neves (46 casos/100.000 hab) e Abaré (40 casos/100.000 hab) (Figura 4). Do total de 417 municípios do Estado, 78 (19%) notificaram casos suspeitos de Hepatite A em 2012. A hepatite A é de notificação compulsória e investigação obrigatória, e os aglomerados de casos devem ser notificados no módulo de surto do SINAN. Vale ressaltar que as principais medidas de controle da doença envolvem higiene pessoal, cuidados com água de consumo e manipulação de alimentos. Figura 4 - Coeficiente de incidência de casos confirmados da Hepatite A (por 100.000 hab.) por município do Estado da Bahia em 2012*. Fonte: SINAN- DIVEP/SUVISA - IBGE - DATASUS Nota: *Dados preliminares até a SE 39 A vacina contra a Hepatite A não faz parte do calendário básico de imunização do Programa Nacional de Imunizações PNI. No entanto, essa vacina está disponível nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE’s) para algumas situações específicas, a exemplo de hepatopatias crônicas, imunodeprimidos, doenças e depósito, entre outras. Condutas de Vigilância Frente aos Casos Suspeitos e Confirmados de Hepatite A QUANDO SUSPEITAR DE HEPATITE A? » Sintomático Ictérico: - indivíduo que desenvolveu icterícia subitamente (recente ou não), com ou sem sintomas como febre, mal estar, náuseas, vômitos, mialgia, colúria e hipocolia fecal; - indivíduo que desenvolveu icterícia subitamente e evoluiu para óbito, sem outro diagnóstico etiológico confirmado; » Sintomático Anictérico: - indivíduo sem icterícia, que apresente um ou mais sintomas como febre, mal estar, náuseas, vômitos, mialgia e que, na investigação laboratorial apresente valor aumentado das aminotransferases; Fonte: http/www. lcmady.blogspot.com, acessado em 22/10/12 » Assintomático: - indivíduo exposto a uma fonte de infecção bem documentada; Caso Confirmado Hepatite A: indivíduo que preenche as condições de caso suspeito e que apresente anti-HAV IgM reagente ou que apresente vínculo epidemiológico com caso confirmado de Hepatite A (antiHAV IgM reagente). - comunicante de caso confirmado de hepatite, independente da forma clínica e evolutiva do caso índice; - indivíduo com alteração de aminotransferases no soro, igual ou superior a três vezes o valor máximo normal dessas enzimas, segundo o método utilizado. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica, 7ª Ed.; Cad. 6, Brasília, 2010. Ministério da Saúde *BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Hepatites Virais: O Brasil está atento, 3ª Ed.; Brasília, 2008.