Manejo de Plantas Daninhas

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V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO
XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO
Pelotas – RS
07 a 10 de agosto de 2007
ANAIS
Vol. 2
Pelotas, RS
2007
Exemplares desta edição podem ser solicitados a:
Embrapa Clima Temperado
BR 392 km 78 – Caixa Postal 403
Cep 96001-970 – Pelotas – RS
Fone: 0xx(53) 3275-8100
0xx(53) 3275-8400
E-mail: [email protected]
Editoração Eletrônica:
Sérgio Ilmar Vergara dos Santos
Oscar Castro
Fotolitos e Impressão:
Gráfica e Editora Pallotti
Tiragem:
800 exemplares
Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado (5.: 2007 : Pelotas,
RS)
Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado; XXVII Reunião da Cultura do Arroz
Irrigado, Pelotas, 2007 / Editado por Ariano Martins de Magalhães Júnior [et al]. - Pelotas:
Embrapa Clima Temperado, 2007.
2 v.
ISBN 978-85-85941-22-2
Bioclimatologia - Fertilidade do solo - Ecofisiologia - Fitomelhoramento -Biotecnologia Fitopatologia - Práticas culturais - Arroz irrigado - Entomologia -Semente - Meio ambiente Impacto ambiental - Socioeconomia - Agroindústria -Manejo de plantas - Diversificação de
culturas I. Magalhães Júnior, A.M. II. Reunião da Cultura do Arroz Irrigado (27. : 2007 :
Pelotas, RS) III. Título
CDD: 633.18.03
ISBN 978-85-85941-22-2
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO - SOSBAI
DIRETORIA – Gestão de 2005 a 2007
Presidente
Ariano Martins de Magalhães Júnior – Embrapa Clima Temperado
Vice-Presidente
Athos Dias de Castro Gadea – IRGA
1° Secretário
André Andres – Embrapa Clima Temperado
2° Secretário
Antônio Costa de Oliveira - UFPel
1° Tesoureiro
Walkyria Bueno Scivittaro – Embrapa Clima Temperado
2° Tesoureiro
Rubens Marchaleck - EPAGRI
Conselho Fiscal
Titulares:
Algenor da Silva Gomes – Embrapa Clima Temperado
Mara Cristina Barbossa Lopes - IRGA
Ronaldir Knoblauch - EPAGRI
Suplentes:
Moacir Cardoso Elias - UFPel
Leandro Souza da Silva - UFSM
Paulo Regis Ferreira da Silva - UFRGS
Conselho Consultivo
José Alberto Noldin – EPAGRI
Maurício Miguel Fischer – IRGA
Moacir Antonio Schiocchet – EPAGRI
Ênio Marchezan - UFSM
V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO
XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO
ARROZ IRRIGADO: AVALIANDO O PRESENTE, PENSANDO O FUTURO
COMISSÃO ORGANIZADORA:
Presidente
Ariano Martins de Magalhães Júnior – Embrapa Clima Temperado
Vice - Presidente
André Andres
1ºTesoureiro
Walkyria Bueno Scivittaro
2º Tesoureiro
Vitor Hugo Souza Porto
1º Secretário
José Alberto Petrini
2ª Secretária
Isabel Helena Vernetti Azambuja
Coordenação Institucional
Algenor da Silva Gomes
Coordenação Técnico-Científico
Paulo Ricardo Reis Fagundes
Coordenação Internacional
Júlio Centeno da Silva
Sílvio Steinmetz
Coordenação Editorial
Ariano Martins de Magalhães Júnior
Paulo Ricardo Reis Fagundes
Algenor da Silva Gomes
André Andrés
Walkyria Bueno Scivittaro
Coordenação de Exposição
Giovani Theisen
Daniel Fernandes Franco
José Francisco Martins
Coordenação de Divulgação
Apes Roberto Falcão Perera
Diná Lessa Bandeira
Sadi Macêdo Sapper
Coordenação Social
Maria Laura Turino Mattos
Marilda Pereira Porto
Ana Cristina Richter Krolow
Comissão de Apoio
Sérgio Ilmar Vergara dos Santos
Carmem Lourdes Pauletto Chemello
Ana Maria Gomes Behrensdorf
Carlos Elói Braga Ribeiro
Oscar Castro
Janete Maria Salagnac Krolow
Rui Carlos da Silva Madruga
Sérgio Antônio Rodrigues da Silva
Antônio Carlos Marques Monassa
Ana Luiza Barragana Viegas
Coordenadores das Sub-comissões Técnicas
Fitomelhoramento – Paulo Ricardo Reis Fagundes
Biotecnologia – Ariano Martins de Magalhães Júnior
Bioclimatologia – Sílvio Steinmetz
Práticas Culturais – José Alberto Petrini
Manejo de Solo e Água – Walkyria B. Scivittaro e Algenor da S. Gomes
Fitopatologia – Cley Donizetti Martins Nunes
Entomologia – José Francisco da Silva Martins
Manejo de Plantas Daninhas – André Andres
Meio Ambiente e Impacto Ambiental – Maria Laura Turino Mattos
Sementes e Agroindústrias - Daniel F. Franco e Ana Cristina Krolow
Sócio-economia – Isabel Helena Vernetti Azambuja
Diversificação de Culturas – Giovani Theisen e Júlio Centeno da Silva
Secretaria SOSBAI - Amanda Ortiz Barros
Ane Gerber Crochemore
“A Comissão Organizadora agradece as contribuições dos revisores externos na correção e
aprovação dos trabalhos técnico-científicos publicados nos Anais do V Congresso Brasileiro de
Arroz Irrigado e da XXVII Reunião da Cultura do Arroz irrigado.”
COMISSÃO DE REVISORES AD-HOC:
Fitomelhoramento
- Antônio Folgiarini de Rosso (IRGA)
- Mara Cristina Barbosa Lopes (IRGA)
- Moacir Antonio Schiocchet (EPAGRI)
Biotecnologia:
- Antonio Costa de Oliveira (UFPel)
- Oneides Avozani (IRGA)
- Rubens Marchaleck (EPAGRI)
Bioclimatologia e Ecofisiologia:
- Carlos Mariot (IRGA)
- Paulo Regis Ferreira da Silva (UFRGS)
Práticas Culturais:
- Luiz Osmar Braga Schuch (UFPel)
- Domingos Sávio Eberhardt (EPAGRI)
Fertilidade e Nutrição de Plantas:
- Leandro Souza da Silva (UFSM)
- Rogério Oliveira de Sousa (UFPel)
Fitopatologia:
- Dieter Kempf (IRGA)
- Ivan Francisco Dressler da Costa (UFSM)
Entomologia:
- Anderson Dionei Grützmacher (UFPel)
- Jaime Vargas de Oliveira (IRGA)
- Honório Francisco Prando (EPAGRI)
Manejo de Plantas Daninhas:
- Aldo Merotto (UFRGS)
- Dirceu Agostineto (UFPel)
- Jesus Juares Oliveira Pinto (UFPel)
- Sérgio L. O. Machado (UFSM)
- Valmir G. Menezes (IRGA)
Meio Ambiente e Impacto Ambiental:
- Charrid Resgala Jr. (UNIVALI)
- Vera mussoi macedo (IRGA)
Sementes e Agroindústria:
- Carlos A. Fagundes (IRGA)
- Élbio Cardoso (Embrapa/SNT)
- Moacir Cardoso Elias (UFPel)
Sócio-economia:
- Alcido Elenor Wander (CNPF)
- Irceu Agostini (EPAGRI)
- Victor Hugo Kayser (IRGA)
Diversificação de culturas:
- Cláudia Lange (IRGA)
NOTA DA COMISSÃO EDITORIAL
A comissão editorial reserva-se ao direito de eximir-se
de qualquer responsabilidade por eventuais incorreções contidas
nos resumos dos trabalhos publicados nos Anais do V
Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado/XXVII Reunião da Cultura
do Arroz irrigado, mesmo tendo ajustado algumas incorreções às
normas.
O conteúdo dos trabalhos publicados nestes Anais é de
inteira responsabilidade dos autores.
APRESENTAÇÃO
A Comissão Organizadora tem a satisfação de apresentar
os Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e a XXVII
Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, que a cada ano aponta um
aumento significativo no número de trabalhos publicados, razão
pela qual, compõe-se, em 2007, de dois volumes. Constitui-se de
479 trabalhos de pesquisa recebidos de diversos estados do
Brasil e do exterior, oriundos de diversas Instituições e empresas
e que representam o esforço de profissionais e entidades ligadas
a cadeia produtiva do arroz. Nos trabalhos encaminhados para
publicação pode-se observar o avanço do desenvolvimento da
orizicultura irrigada, a inovação, a abertura de novas fronteiras do
conhecimento, visando aumentar de forma sustentável a
rentabilidade do setor, bem como suprir a demanda de consumo
do produto arroz.
Sob o tema central “Arroz Irrigado: avaliando o presente,
pensando o futuro”, espera-se que a programação apresentada
possa contribuir para a reafirmação da importância da geração e
transferência de conhecimento científico objetivando a melhoria
da qualidade de vida dos cidadãos e a manutenção da
sustentabilidade dos segmentos envolvidos no processo
produtivo.
A Comissão Organizadora agradece à SOSBAI,
promotora deste evento, à Embrapa Clima Temperado, entidade
realizadora, às entidades co-promotoras, EPAGRI, IRGA,
UFPEL, UFRGS e UFSM, aos patrocinadores, RiceTec, John
Deere, FMC, BASF, Iharabras, Bayer, Dow AgroSciences,
Bunge, Ajinomoto e BlueVille e aos apoiadores, Banco do Brasil,
CNPq, Farsul; Federarroz. e FAPEG
A realização do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e
da XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado foi uma vitória de
um projeto de cooperação entre instituições e, mais
especificamente, da união de esforços em busca de um objetivo
comum. A todos que trabalharam para realização deste
Congresso, nossos cumprimentos.
Desejamos a todos uma feliz estada entre nós e que
tenhamos uma profícua semana de trabalho em Pelotas, RS.
Comissão Organizadora
SUMÁRIO
ENTOMOLOGIA
COMPATIBILIDADE DE HERBICIDAS UTILIZADOS NA CULTURA DO
ARROZ COM O FUNGO Metarhizium anisopliae, VISANDO O
CONTROLE DO PERCEVEJO-DO-COLMO DO ARROZ - Fátima T.
Rampelotti; Honório F. Prando; José F. da S. Martins; Anderson Ferreira; Fernando A.
Tcacenco e Anderson D. Grützmacher
INFLUÊNCIA DE FATORES ABIÓTICOS NA ABUNDÂNCIA E
RIQUEZA DA FAUNA DE ARANHAS NA LAVOURA DE ARROZ
IRRIGADO E ÁREAS ADJACENTES - Everton N. L. Rodrigues e Milton de S.
Mendonça Jr
EFEITO DE DOSES DE INSETICIDAS APLICADAS ÀS SEMENTES DE
ARROZ NO CONTROLE DO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus
oryzae - José Francisco da Silva Martins; Uemerson Silva da Cunha; Anderson Dionei
Grützmacher; Maria Laura Turino Mattos; Márcio Bartz das Neves; Wagner da Roza Härter;
Calisc de Oliveira Trecha; Edson de Oliveira Jardim e Luiz Felipe Thomaz
POTENCIAL DE INSETICIDAS DERIVADOS DE NIM PARA
CONTROLE DO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus oryzae E
APLICAÇÃO EM SISTEMAS SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO DE
ARROZ - Uemerson Silva da Cunha; José Francisco da Silva Martins; Anderson Dionei
Grützmacher; Maria Laura Turino Mattos; Paulo César Bogorni; Márcio Bartz das Neves;
Edson de Oliveira Jardim; Calisc de Oliveira Trecha
DIAGNÓSTICO DAS PRAGAS DO ARROZ EM ASSENTAMENTOS DO
INCRA EM FORMOSO DO ARAGUAIA, TO - Dino M. Soares; José Alexandre F.
Barrigossi; Michael Thung; Carlos M. Santiago; Francismar R. Gama; Evaldo C. Martins
COLONIZAÇÃO DE ARROZ E DE LAGARTAS DE Spodoptera
frugiperda POR BACTÉRIA ENDOFÍTICA GENETICAMENTE
MODIFICADA - Fátima T. Rampelotti; Anderson Ferreira Paulo T. Lacava; José Djair
Vendramim; Welington L. Araújo; João Lúcio de Azevedo
DIVERSIDADE E SIMILARIDADE DE ARANHAS EM LAVOURA DE
ARROZ IRRIGADO COM UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES INSETICIDAS
EM CACHOEIRA DO SUL, RS - Everton N.L. Rodrigues; Milton de S. Mendonça Jr.;
Jaime V. de Oliveira; Erica H. Buckup; Maria A.L. Marques; Lídia M. Fiúza; Eduardo Amilibia;
José P. de Freitas; Jaceguay I. de Barros; Jorge L. Cremonese
PARASITISMO SOBRE POSTURAS DO PERCEVEJO-DO-COLMO-DOARROZ EM SANTA CATARINA, BRASIL - Cinei Teresinha Riffel; Honório
Francisco Prando; Mari Inês Carissimi Boff
ASPECTOS BIOLÓGICOS DO PARASITÓIDE Telenomus podisi
ASHMEAD EM OVOS DO PERCEVEJO-DO-COLMO Tibraca
limbativentris (STAL) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) - Cinei Teresinha
Riffel; Honório Francisco Prando; Mari Inês Carissimi Boff
ESTUDO DO PERÍODO RESIDUAL DE STANDAK 250 FS (FIPRONIL)
NO CONTROLE DA BICHEIRA-DA-RAÍZ EM ARROZ IRRIGADO Honório Francisco Prando; Cinei Teresinha Riffel e Fátima Teresinha Rampelotti
AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE GENÓTIPOS DE ARROZ
IRRIGADO EM SISTEMA PRÉ-GERMINADO, COM E SEM
TRATAMENTO DE SEMENTES PARA CONTROLE DO Oryzophagus
oryzae - Honório Francisco Prando; Rubens Marschalek, Henri Stuker, Jaqueline Nogueira
Muniz, Khadine Thatiane
EFEITO DE Aspergillus flavus SOBRE Oebalus poecilus
(HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) - Juliana da Silva Beringer; Solange Zimmer;
Jaime Vargas de Oliveira; Raquel de Castilhos-Fortes
ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS A PARTIR DE Tibraca
limbativentris (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) - Juliana S. Beringer; Solange
Zimmer; Carine Cristina Tavares de Souza; Jaime Vargas de Oliveira; Raquel de CastilhosFortes
FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE DO PERCEVEJO
Tibraca
limbativentris
(HEMIPTERA:
PENTATOMIDAE)
NA
HIBERNAÇÃO EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Lídia M. Fiúza;
Raquel de Castilhos-Fortes; Gilberto M. Dotto; Eduardo Amilibia
AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE ADULTOS DE
Oryzophagus oryzae (COL; CURCULIONIDAE) EM ARROZ IRRIGADO
- Jaime Vargas de Oliveira; Eduardo Amilibia
CONTROLE QUÍMICO DE LARVAS DE Ochetina uniformis
(COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) EM ARROZ IRRIGADO - Jaime
Vargas de Oliveira; Gilberto M. Dotto; José Luis R. dos Santos
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE ALGUNS INSETICIDAS NO
CONTROLE DA BICHEIRA DA RAÍZ NA SAFRA 2000/2001 EM
URUGUAIANA - João Batista Beltrão Marques; Jaime Vargas Oliveira; Maria Benta
Cassetari; Jorge Antônio Molinari Flores; Ígor Sotal Sauceda
TOXICIDADE
DE
Cry1Ba,
SINTETIZADA
POR
BACILLUS
THURINGIENSIS CEPA 4412, À SPODOPTERA FRUGIPERDA
(LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) - Laura Massochin Nunes Pinto; Andréa Roveré
Franz; José Luís Rosa dos Santos; Jaime Vargas de Oliveira; Lidia Mariana Fiúza
PATOGENICIDADE DE BACILLUS THURINGIENSIS THURINGIENSIS
AOS
ADULTOS
DE
OEBALUS
POECILUS
(HEMIPTERA:
PENTATOMIDAE) – Laura Massochin Nunes Pinto; Juliana da Silva Beringer; José Luís
Rosa dos Santos; Jaime Vargas de Oliveira; Lidia Mariana Fiuza
PERFIL
PROTÉICO
E
PATOGENICIDADE
DE
BACILLUS
THURINGIENSIS CEPA T33001 A INSETOS PRAGAS ORIZÍCOLAS Marciele Pandolfo; Jaime Vargas de Oliveira; José Luis Rosa dos Santos Jean-François
Charles; Lídia Mariana Fiúza
EFEITO LETAL DAS PROTEÍNAS Cry1Ab e Cry1Ac DE Bacillus
thuringiensis
ÀS
LAGARTAS
DE
Spodoptera
frugiperda
(LEPIDOPTERA, NOCTUIDAE). - Neiva Knaak; Andréa Rovere Franz; Jaime Vargas
de Oliveira; Lídia Mariana
ídia
CONTROLE QUÍMICO DE LARVAS DA BICHEIRA-DA-RAIZ
Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA: CURCULIONIDADE) EM
ARROZ IRRIGADO - Eduardo Amilibia, Jaime Vargas de Oliveira
EFICIÊNCIA DE CURBIX 200 SC, EM DUAS ÉPOCAS DE APLICAÇÃO
NO CONTROLE DE Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA;
CURCULIONIDAE), EM ARROZ IRRIGADO - Jonas André Arnemann; Jerson
Vanderlei Carús Guedes; Ervandil Corrêa Costa; Jorge Antonio Silveira França; Sandro Borba
Possebon; Angelita Sangoi Martins; Élder Dal Pra
CONTROLE QUÍMICO DE Ochetina uniformis (PASCOE, 1881)
(Coleoptera, Erirhinidae), ATRAVÉS DE INSETICIDAS APLICADOS
NO TRATAMENTO DE SEMENTES E NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA
CULTURA DO ARROZ - Sandro Borba Possebon; Jerson Vanderlei Carús Guedes;
Ervandil Corrêa Costa; Fábio karlec; Luciano Pizzuti
DANOS DE Ochetina uniformis (PASCOE, 1881) (Coleoptera,
Erirhinidae, Erirhininae) EM COLMOS DE PLANTAS DE ARROZ
IRRIGADO - Sandro Borba Possebon; Jerson Vanderlei Carús Guedes; Ervandil Corrêa
Costa; Luciano Pizzuti; Jonas André Arnemann
EFICIÊNCIA DO INSETICIDA ETHIPROLE (CURBIX 200 SC) EM
PULVERIZAÇÃO FOLIAR NO CONTROLE DA BICHEIRA-DA-RAIZ
Oryzophagus oryzae (COSTA LIMA, 1936) (COLEOPTERA:
CURCULIONIDAE) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Anderson
Dionei Grützmacher; Douglas Daniel Grützmacher; Rodrigo Roman; Jonas Alex Finatto; Murilo
Damé Fonseca Paschoal; Rafael Antonio Pasini
IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR E HIBRIDIZAÇÃO EM ENTRE OS
BIOTIPOS DE Spodoptera frugiperda - Vilmar Machado; Milena Wunder;
Vanessa D. Baldisera; Jaime V. Oliveira; Lidia M. Fiúza
NIVEL DE INFESTAÇÃO DE Tibraca limbativentris NA COLHEITA DO
ARROZ IRRIGADO, SAFRA 2005/06. - Dionísio Link, Fabio Moreira Link e Juliano
Perlin de Ramos
DISPERSÃO DE Tibraca limbativentris EM DUAS LAVOURAS DE
ARROZ, EM SANTA MARIA, RS, SAFRA 2006/07 - Fábio Moreira Link,
Dionísio Link e Juliano Perlin de Ramos
SELETIVIDADE DE ALGUNS INSETICIDAS NA POPULAÇÃO DE
ARANHAS EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Erica H. Buckup;
Everton N. L. Rodrigues; Maria Aparecida de L. Marques; Milton Mendonça Jr; Lídia M. Fiuza;
Valmir G. Menezes; Eduardo Amilibia; Jose Patrício de Freitas; Jaceguay I. de Barros; Jorge L.
Cremonese
EFICIÊNCIA DE DIFERENTES INSETICIDAS NO CONTROLE DA
LAGARTA-DA-FOLHA Spodoptera frugiperda (J.E. SMITH, 1797)
(LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Anderson Dionei Grützmacher; Douglas Daniel Grützmacher; Murilo Damé Fonseca Paschoal;
Rodrigo Roman; Jonas Alex Finatto
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS
PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE CAPIM-ARROZ (Echinochloa spp.)
NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon;
Siumar P. Tironi; Jesus J. O. Pinto; Rodrigo Neves
COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM GENÓTIPO
SIMULADOR DE ARROZ-VERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS
RELATIVAS DE EMERGÊNCIA - Dirceu Agostinetto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos
Eduardo Schaedler; Rubia Piesanti
COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM BIÓTIPO DE
ARROZ-VERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS RELATIVAS DE
EMERGÊNCIA - Dirceu Agostinetto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler
CONTROLE
DE
ARROZ-VERMELHO
COM
O
HERBICIDA
NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR +
IMAZAPIC - Lisiane Camponogara Fontana; Dirceu Agostinetto; Jesus Juarez Oliveira
Pinto; Rubia Piesanti Rigoli; Silvia de Souza Figueredo; Mariane Rosenthal; Webster, E.P.;
Masson, J.A
IDENTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL, ATRAVÉS DE
BIOENSAIO DA MISTURA HERBICIDA (IMAZAPIC + IMAZETHAPYR)
EM ÁGUA, PARA A CULTURA DO SORGO, RABANETE E PEPINO Mariane D’Avila Rosenthal; Jesus Juares Oliveira Pinto; Camila Ferreira de Pinho; Frederico
Bartz de Menezes; Leonard Bonilha Piveta; Rodolfo Rocha Richter; Antonio Donida
BIOENSAIOS
PARA
DIAGNÓSTICO
DA
RESISTÊNCIA
A
HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA ALS EM CULTIVARES DE
ARROZ - Ana Carolina Roso; Aldo Merotto Junior; Carla Andréa Delatorre
EFEITO DO ÓLEO VEGETAL AGR’ÓLEO E DO VOLUME DE CALDA
NA EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS POR VIA AÉREA EM
ARROZ - Eugenio Passos Schröder
IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS COM POPULAÇÕES DE Sagitaria
montevidensis RESISTENTES AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA
ALS EM SANTA CATARINA - Gabriela F. Pinheiro; José Alberto Noldin; Domingos
Sávio Eberhardt; Janaína M. Rodrigues; Leonardo C. Malburg
MANEJO DO SOLO E RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DOS
HERBICIDAS IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM ARROZ NÃO
TOLERANTE - Alejandro F. Kraemer; Enio Marchesan; Mara Grohs; Jefferson T.
Fontoura; Paulo F. S. Massoni; Sérgio L. O. Machado; Luis A. Ávila
SUSCETIBILIDADE DIFERENCIAL DE TRÊS ESPÉCIES
ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) AO HERBICIDA ONLY® -
DE
Carlos
Alberto Lazaroto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Fausto Borges Ferreira
COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E
BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO. 2. UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS
RELATIVAS - Dirceu Agostinetto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler;
Leandro Galon .
ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ
RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC - Germani Concenço;
Alexandre Ferreira da Silva; Evander Alves Ferreira; Marcelo Rodrigues Reis; Antônio Alberto
da Silva; Francisco Affonso Ferreira; José Alberto Noldin
CRESCIMENTO DE COLMOS E FOLHAS DE CAPIM-ARROZ
RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC SOB COMPETIÇÃO Germani Concenço; Ignacio Aspiazú; Evander Alves Ferreira; Marcelo R. Reis; Francisco
Affonso Ferreira; Antônio Alberto da Silva
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE RAÍZES DE BIÓTIPOS DE
CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DA INTENSIDADE DE COMPETIÇÃO Germani Concenço; Evander Alves Ferreira; Alexandre Ferreira. da Silva; Ignacio Aspiazú;
Francisco Affonso Ferreira; Antônio Alberto da Silva
POTENCIAL COMPETITIVO DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ
RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC - Germani Concenço;
Alexandre Ferreira da Silva; Evander Alves Ferreira; Ignacio Aspiazú; Marcelo Rodrigues Reis;
Antônio Alberto da Silva; Francisco Affonso Ferreira; José Alberto Noldin
TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO
HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE
IMAZETHAPYR + IMAZAPIC. I - ESTÁDIO V2 - Lisiane Camponogara Fontana;
Dirceu Agostinetto; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Silvia de Souza Figueredo; Rubia Piesanti
Rigoli; Mariane Rosenthal
TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO
HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE
IMAZETHAPYR + IMAZAPIC. II - ESTÁDIO V4 - Lisiane Camponogara
Fontana; Dirceu Agostinetto; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Rubia Piesanti Rigoli; Silvia de Souza
Figueredo; Mariane Rosenthal
ESTIMATIVAS DAS PERDAS DE PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE
CULTIVARES DE ARROZ PELA INTERFERÊNCIA DO CAPIM-ARROZ
- Leandro Galon; Dirceu Agostinetto; Pedro V. D. de Moraes; Taísa Dal Magro; Siumar P.
Tironi; Gerson K. Vignolo
NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM
FUNÇÃO DE POPULAÇÕES DE CAPIM-ARROZ E ÉPOCAS DE
ENTRADA DE ÁGUA NA LAVOURA - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Siumar
P. Tironi; Daniel L. Freitas; Luís E. Panozzo; Randal R. Brandolt
NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM
FUNÇÃO DE POPULAÇÕES DE CAPIM-ARROZ E CULTIVARES DE
ARROZ IRRIGADO - Leandro Galon; Dirceu Agostinetto; Luís E. Panozzo; Gerson K.
Vignolo; Léo S. dos Santos; Glauco F. Almeida
INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE IRRIGAÇÃO NA INTERFERÊNCIA DO
CAPIM-ARROZ COM A CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Dirceu
Agostinetto; Leandro Galon; Pedro V. D. Moraes; Taísa Dal Magro; Siumar P. Tironi; Randau
R. Brandolt
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE
Echinochloa crusgalli, Echinochloa colonum e Cyperus ferax NA
CULTURA DO ARROZ IRRIGADO (Oryza sativa L.) - Rodrigo Alff Gonçalves;
Olavo Gabriel Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz Felipe
Thomas; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM
PULVERIZAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NO
SISTEMA DE CULTIVO DE ARROZ PRÉ-GERMINADO - Rodrigo Alff
Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho;
Luiz Felipe Thomas; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos
EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA
INICIAL NO CONTROLE DE Hymenachne amplexicaulis E DE
Echinochloa crusgalli EM ARROZ IRRIGADO - Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo
Gabriel Santi; Fernando Borges Santiago; Fernando Luis Perini; Ana Paula Estevo; Graciela
Castilhos; Danie Martini Sanchotene; Rafael Friguetto Mezzomo
IDENTIFICAÇÃO DE ECÓTIPOS DE Cyperus difformis RESISTENTES
AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ACETOLACTATO SINTASE (ALS)
EM SANTA CATARINA - Sônia Andrade, José Alberto Noldin, Gabriela Fabiane
Pinheiro, Domingos Sávio Eberhardt
DIETHOLATE PERMITE AUMENTAR A DOSE DE CLOMAZONE
SOBRE A CULTIVAR BR IRGA 417 - Alencar Zanon Junior; Graziane Vargas;
Murilo Comassetto Queiroz; André Trevisan de Souza; Nelson D. Kruse
INFLUÊNCIA DO HERBICIDA PENOXSULAM NO CRESCIMENTO DO
SISTEMA RADICULAR DE PLANTAS DE ARROZ (Oryza sativa) –
Mauricio dos Santos; Germani Conçenço; André Andrés; Jorge Rieffel Filho; Jean Vilella;
Carlos Nachtigall Garcia; Nei Fernandes Lopes
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS EM BIÓTIPOS RESISTENTES DE
Cyperus
difformis
PELA
UTILIZAÇÃO
DE
HERBICIDAS
ALTERNATIVOS - Taísa Dal Magro; Dirceu Agostinetto; Leandro Vargas; José Alberto
Noldin
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM ARROZ IRRIGADO COM
USO DE GAMIT COM PERMIT – Eduardo Amilibia; Carlos Henrique Paim Mariot;
Valmir Gaedke Menezes; Héctor Vicente Ramirez; Luiz Felipe Thoma
CONTROLE QUÍMICO DA GRAMA-BOIADEIRA NA CULTURA DO
ARROZ IRRIGADO – Eduardo Pinto Amilibia, Valmir Gaedke Menezes, Carlos Henrique
Paim Mariot, Ricardo Luiz da Silva Herzog
CONTROLE DE ARROZ VERMELHO EM ARROZ TOLERANTE A
IMIDAZOLINONAS E O RESIDUAL EM GENÓTIPO DE ARROZ NÃO
TOLERANTE – Paulo Fabrício Sachet Massoni; Enio Marchesan; Silvio Carlos Cazarotto
Villa; Mara Grohs; Jefferson Tolfo da Fontoura; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Luis Antonio
de láud
BANCO DE SEMENTES DE ARROZ VERMELHO COM USO DO
SISTEMA CLEARFIELD® - Mara Grohs; Enio Marchesan; Paulo Fabrício Sachet
Massoni; Cláudio Glier; Luis Antonio de Ávila
COMPATIBILIDADE ENTRE BASAGRAN E OUTROS HERBICIDAS
UTILIZADOS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Domingos Sávio
Eberhardt; José Alberto Noldin
CONTROLE DE ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) PELA
APLICAÇÃO DE IMAZETHAPYR E/OU ETHOXYSULFURON - Luís E.
Panozzo; Dirceu Agostinetto; Camila P. Tarouco; Claudia de Oliveira; José M. Betemps Vaz
Silva; Catarine Markus; Ezequiel de Oliveira
EFEITO DO HERBICIDA PENOXSULAM COM ADIÇÃO DE
DIFERENTES ADJUVANTES NO CONTROLE DE ANGIQUINHO
(Aeschynomene indica) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Luís
Eduardo Panozzo; Rogério Silva Rubin; Rodrigo Neves
INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E DOSES DO HERBICIDA
PENOXSULAM E ÉPOCAS DE INÍCIO DA IRRIGAÇÃO NO CONTROLE
DE Cyperus esculentus - Luís Eduardo Panozzo; Dirceu Agostinetto; Leandro Galon;
Taísa Dal Magro; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Rodrigo Neves
CONTROLE DE CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS DE
APLICAÇÃO E DOSES DO HERBICIDA PENOXSULAM E ÉPOCAS DE
ENTRADA DE ÁGUA - Luís Eduardo Panozzo; Dirceu Agostinetto; Leandro Galon;
Pedro Valério Dutra Moraes; Léo Silva dos Santos; Gerson Kleinick Vignolo
HABILIDADE COMPETITIVA DE CULTIVARES DE ARROZ COM
ANGIQUINHO (AESCHYNOMENE DENTICULATA) - Nilson Gilberto Fleck;
Fausto Borges Ferreira; Carlos Eduardo Schaedler; Valmir Gaedke Menezes
ÉPOCAS DO INÍCIO DA IRRIGAÇÃO E DA ADUBAÇÃO
NITROGENADA EM ARROZ IRRIGADO PARA MANEJO DE
ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata) - Fausto Borges Ferreira; Nilson
Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Valmir Gaedke Menezes
COMPETIÇÃO DE ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata) COM
ARROZ IRRIGADO EM RESPOSTA À ÉPOCA DE ADUBAÇÃO
NITROGENADA - Fausto Borges Ferreira; Nilson Gilberto Fleck; Valmir Gaedke
Menezes; Hector Ramirez
ÉPOCA E MODO DE APLICAÇÃO DO HERBICIDA CLOMAZONE NO
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS E SELETIVIDADE À CULTURA
DO ARROZ IRRIGADO - Siumar P. Tironi; Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Vinicius
J. de Moraes
DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DO HERBICIDA ONLY® EM
DUAS CULTIVARES DE ARROZ TOLERANTE AS IMIDAZOLINONAS Gustavo Mack Telo; Enio Marchesan; Silvio Carlos Cazarotto Villa; Rafael Bruck Ferreira;
Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Luis Antonio de Ávila
AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE TIRIRICA (Cyperus esculentus L.)
COM HERBICIDAS NA CULTURA DO ARROZ - Fernando Borges Santiago;
Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Ana Paula Estevo; Sylvio Henrique Bidel
Dornelles
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM ASSOCIAÇÃO
COM COMMENCE, APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA INICIAL NO
CONTROLE DE Panicum dichotomiflorum EM ARROZ IRRIGADO Fernando Borges Santiago; Fernando Luis Perini
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE
Echinochloa crusgalli, Aeschynomene denticulata E Cyperus iria. Olavo Gabriel Rossato Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho;
Luiz Felipe Thomas; Rodrigo Alff Gonçalves; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos; Rafael
Friguetto Mezzomo
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CULTIVARES DE ARROZ (Oryza
sativa L.) RESISTENTES A HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA
ALS - Merotto Jr., A.; Kalsing, A.; Roso, A.C.; Matzenbacher, F.O.; Francesqueit, D.V.
CROSS-RESISTANCE TO ALL ALS-INHIBITING HERBICIDE GROUPS
AND PHYLOGENETIC RELATIONSHIP OF ALS GENE IN Cyperus
difformis L. - Aldo Merotto Jr; Marie Jasieniuk; Albert J. Fische
ALTERNATIVAS DE UTILIZAÇÃO DE ÁREAS DE ARROZ IRRIGADO
APÓS O USO DO SISTEMA CLEARFIELD® - Luis Antonio de Ávila; Gustavo
Mack Telo; Enio Marchesan; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Rafael Bruck Ferreira; Getúlio
Rigão Filho
EFEITO RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR
COM IMAZAPIC EM GENÓTIPO DE ARROZ NÃO TOLERANTE,
SEMEADO 371 E 705 DIAS APÓS A APLICAÇÃO - Enio Marchesan; Mara
Grohs; Fernando Machado dos Santos; Paulo Fabrício Sachet Massoni; Alejandro Fausto
Kraemer; Gustavo Mack Telo; Luis Antonio de Ávila; Sérgio Luiz de Oliveira Machado
COMPETITIVIDADE DE Heteranthera reniformis COM ARROZ
IRRIGADO, SISTEMA PRÉ-GERMINADO - Domingos Sávio Eberhardt; José
Alberto Noldin; Henri Stuker
RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DOS HERBICIDAS
IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM ÁREA COM CULTIVO SUCESSIVO
DE ARROZ IRRIGADO - Enio Marchesan; Gustavo Mack Telo; Rafael Bruck Ferreira;
Paulo Fabrício Sachet Massoni; Alejandro Fausto Kraemer; Sérgio Luiz de Oliveira Machado;
Luis Antonio de Ávila
CONTROLE DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD® DE
PRODUÇÃO DE ARROZ IRRIGADO - Valmir Gaedke Menezes; Carlos Henrique
Paim Mariot
COMPORTAMENTO DA CULTURA DO SORGO GRANÍFERO
(Sorghum bicolor), cv BR 304, SEMEADO EM ROTAÇÃO COM O
ARROZ CLEARFIELD® - Jesus Juares Oliveira Pinto; José Alberto Noldin; Mariane
D’Avila Rosenthal; Leonard Bonilha Piveta; Camila Ferreira de Pinho
EFEITO DO PH NA MOBILIDADE DA MISTURA HERBICIDA IMAZAPIC
+ IMAZETHAPYR NO PERFIL DE UM PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO
EUTRÓFICO SOLÓDICO - Jesus Juares Oliveira Pinto; Mariane D’Avila Rosenthal;
José Alberto Noldin; Antonio Donida; Glauco Foster Almeida; Camila Ferreira de Pinho;
Leonard Bonilha Piveta
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL EM SOLO DA MISTURA
FORMULADA COM OS HERBICIDAS IMAZAPIC + IMAZETHAPYR,
PARA A CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, CULTIVAR IRGA 417 Jesus Juares Oliveira Pinto; José Alberto Noldin; Mariane D’Avila Rosenthal; Rodolfo Rocha
Richter; Frederico Bartz de Menezes; Leonard Bonilha Piveta; Camila Ferreira de Pinho
EFEITO DA ATIVIDADE DO HERBICIDA IMAZAPIC+IMAZETHAPYR
NA CULTURA DO AZEVÉM (Lolium multiflorum) SEMEADO EM
SUCESSÃO A CULTURA DO ARROZ CLEARFIELD® - Jesus Juares Oliveira
Pinto; José Alberto Noldin; Mariane D’Avila Rosenthal; Camila Ferreira de Pinho; Glauco
Foster Almeida; Antonio Donida
ÉPOCAS DE CONTROLE DE ANGIQUINHO EM ARROZ IRRIGADO O
André Andres; Giovani Theisen; Jorge Rieffel F ; Douglas Hoffman; Germano
Butow; Paulo di Primio
CONTROLE QUÍMICO DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD André Andres; Giovani Theisen; Douglas A Hoffman; Germano T. Büttow; Jorge Rieffel F°;
Paulo di Primio; Daniela Schossler; Leandro Pasqualli
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM
PULVERIZAÇÃO NO SISTEMA DE CULTIVO PRÉ-GERMINADO - Olavo
Gabriel Rossato Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz
Felipe Thomas; Rodrigo Alff Gonçalves; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos; Danie Martini
Sanchotene
COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E
BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO. 1. UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS
MORFOLÓGICAS - Nilson Gilberto Fleck; Dirceu Agostinetto; Carlos Eduardo Schaedler;
Leandro Galon
PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE CAPIM-ARROZ (Echinochloa spp.)
NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon;
Siumar P. Tironi; Jesus J. O. Pinto; Rodrigo Neves
CONTROLE DE ESCAPES DE ARROZ-VERMELHO NO SISTEMA DE
PRODUÇÃO CLEARFIELD NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Ricardo Herzog; Rodrigo Shoenfeld; Eduardo Amilíbia
RENDIMENTO DE GRÃOS DA CULTIVAR PUITÁ EM FUNÇÃO DA
ASPERSÃO DE IMAZAMOX APLICADO EM DIFERENTES ESTÁDIOS
DE DESENVOLVIMENTO - Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Ricardo Herzog;
Rodrigo Shoenfeld; Eduardo Amilíbia
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA IR 5878 WG NO CONTROLE DE
Fimbristylis miliacea NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Olavo
Gabriel Rossato Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; Rodrigo Alff Gonçalves; Ana Paula
Estevo; Graciela Castilhos; Danie Martini Sanchotene
SUSCETIBILIDADE DE TRÊS ESPÉCIES DE ANGIQUINHO
(Aeschynomene spp.) A HERBICIDAS DE USO EM PÓSEMERGÊNCIA EM ARROZ IRRIGADO - Carlos Eduardo Schaedler; Nilson
Gilberto Fleck; Carlos Alberto Lazaroto; Fausto Borges Ferreira
REDUÇÃO NA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS EM FUNÇÃO DA ÉPOCA
DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ARROZ
IRRIGADO - Carlos Henrique Paim Mariot; Valmir Gaedke Menezes; Héctor Vicente
Ramírez; Rodrigo Neves
CONTROLE DE Digitaria ciliares E DE Alternanthera philoxeroides
PELA APLICAÇÃO DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM
ASSOCIAÇÃO COM COMMENCE NA CULTURA DO ARROZ
IRRIGADO - Fernando Luis Perini; Fernando Borges Santiago
CRESCIMENTO DE ARROZ E CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE NÍVEIS
DE UMIDADE DO SOLO - Mauricio dos Santos, Germani Conçenço, André
Andres, Jorge Rieffel Filho, Jean Vilella, Carlos Nachtigall Garcia, Nei Fernandes
Lopes
MEIO AMBIENTE E IMPACTO AMBIENTAL
ASSEMBLÉIAS DE ANFÍBIOS EM ARROZAIS DA PLANÍCIE
COSTEIRA DO SUL DO BRASIL, MOSTARDAS, RIO GRANDE DO
SUL, DADOS PRELIMINARES - Iberê Farina Machado; Aline Regina Gomes Moraes
Lace; Leonardo Felipe Bairos Moreira; Leonardo Maltchick; Demétrio Guadagnim
DIVERSIDADE
DE
TURBELÁRIOS
DULCIAQÜÍCOLAS
(PLATYHELMINTHES) EM ÁREAS DE CULTIVO DE ARROZ
IRRIGADO NO RIO GRANDE DO SUL - Dioneia Conceição da Vara; Ana M. LealZanchet; Demétrio L. Guadagnin
CONSERVAÇÃO DE AVES AQUÁTICAS EM ARROZAIS -
Demétrio Luis
Guadagnin; Ângela Schmitz Peter; Leonardo Maltchik
MACRÓFITAS AQUÁTICAS DE UM CANAL DE IRRIGAÇÃO DE
LAVOURA DE ARROZ DA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO
SUL - Taís Lacerda; Ana Silvia Rolon; Leonardo Maltchik
DINÂMICA DA COMUNIDADE DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM
UMA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO DA PLANÍCIE COSTEIRA DO
RIO GRANDE DO SUL - Ana Silvia Rolon; Taís Lacerda; Leonardo Maltchik
DINÂMICA DE MACROINVERTEBRADOS EM UMA LAVOURA DE
ARROZ IRRIGADO NA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO
SUL, BRASIL - Cristina Stenert, Roberta Cozer Bacca, Carolina Mostardeiro, Tiago
Dexheimer, Leonardo Maltchik
ATIVIDADE RESIDUAL DE HERBICIDAS DO GRUPO QUÍMICO DAS
IMIDAZOLINONAS EM DOIS TIPOS DE SOLO EM ARROZ IRRIGADO,
SISTEMA PRÉ-GERMINADO - José Alberto Noldin; Domingos Sávio Eberhardt;
Leonardo C. Malburg; Gabriela F. Pinheiro; Janaina M. Rodrigues
TOXICIDADE AGUDA DOS PRINCIPAIS HERBICIDAS E INSETICIDAS
UTILIZADOS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO SOBRE A
BACTÉRIA VIBRIO FISCHERI - Fernanda Poleza; Rafael Camargo Souza Leonardo
Rubi Rörig; Cesar Augusto Stramosk; José Alberto Noldin; Charrid Resgalla Jr.
RESIDUAL DO HERBICIDA ATRAZINA APLICADO EM MILHO NO
SOLO E NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO DE CULTIVO SUBSEQÜENTE DE
ARROZ - Maria Laura Turino Mattos; André Andrés; Claudio Alberto S. da Silva; Ieda Maria
Baade dos Santos
ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS E AMBIENTAIS DO INSETICIDA
CARBOSULFANO EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Maria Laura
Turino Mattos; José Francisco da Silva Martins; Uemerson Silva da Cunha; Ieda Maria Baade
dos Santos
OCORRÊNCIA DE BACILLUS spp. EM AMOSTRAS DE ÁGUA DE
DIFERENTES REGIÕES ORIZÍCOLAS DO RS. - Leila Lucia Fritz; Maria Helena
Ribeiro Reche; Valmir Gaedke Menezes; Jaime Vargas de Oliveira; Lidia Mariana Fiúza
REÚSO DA ÁGUA DE EFLUENTES URBANOS EM IRRIGAÇÃO DE
LAVOURA DE ARROZ EM PELOTAS, RS - Álvaro Nebel; Rul Martins Antunes;
Gilberto Loguércio Collares; Orlando Pereira Ramirez
A QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL EM UMA MICROBACIA
ONDE O ARROZ IRRIGADO É A PRINCIPAL ATIVIDADE AGRÍCOLA Francisco Carlos Deschamps; José Alberto Noldin
MONITORAMENTO DA ÁGUA DO RIO GRAVATAÍ USADA NA
IRRIGAÇÃO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO ARROZ EM
CACHOEIRINHA, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Silvio Aymone Genro Jr; Elio
Marcolin
MONITORAMENTO DA ÁGUA DAS LAVOURAS DE ARROZ NA
BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DO GUARAXAIM NO MUNICÍPIO
DE ARAMBARÉ, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Elio Marcolin; Roberto Longaray
Jaeger; Silvio Aymone Genro Jr
RESÍDUOS DE AGROQUÍMICOS NA ÁGUA DOS SISTEMAS DE
IRRIGAÇÃO E DE DRENAGEM PRINCIPAL DA ÁREA CULTIVADA
COM ARROZ NO PERÍMETRO IRRIGADO DA BARRAGEM DO
ARROIO DURO, CAMAQUÃ, RS -
Vera Regina Mussoi Macedo; Valmir Gaedke
Menezes; Elio Marcolin; Sílvio Aymone Genro Jr; Roberto Longaray Jaeger; Éverton Luis
Fonseca; Renato Zanella
EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DE PESTICIDAS SOBRE A RIQUEZA
ESPECÍFICA DE COMUNIDADES FITOPLANCTÔNICAS EM CULTURA
DE ARROZ IRRIGADO - Emília de Souza Cebalhos; Maria Angélica Oliveira; Sérgio
Luiz de Oliveira Machado; Geovane Boschmann Reimche; Renato Zanella; Luis Antonio de
Ávila; Enio Marchezan; Sandro Santos; Vânia Lúcia Pimentel Vieira
ANÁLISE DA QUALIDADE DE ÁGUA EM ÁREAS DE ARROZ
IRRIGADO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO ARROZ, IRGA,
CACHOEIRINHA, RS - Tavares, C.R.M.; Frizzo, C.; Macedo, V.; Fiuza, L. M
ADUBO VERDE NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO -
Juliana Dode;
Vinicius Scaglioni; Fabiana Timm; Clauber Mateus Priebe Bervald; Nei Lopes
FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO PELO COMPLEXO
SIMBIÓTICO Azolla-anabaena NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Juliana Dode; Vinicius Scaglioni; Fabiana Timm; Clauber Mateus Priebe Bervald; Nei Lopes
ESPÉCIES DE AVES EM ÁREAS DE ARROZ IRRIGADO NA ESTAÇÃO
EXPERIMENTAL DE ITAJAÍ, SANTA CATARINA - Franciane Moretti; Juliana
Vieira; José Alberto Noldin
REPRODUÇÃO DE AVES EM ÁREAS DE CULTIVO DE ARROZ
IRRIGADO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE ITAJAÍ, SANTA
CATARINA - Franciane Moretti; José Alberto Noldin; Juliana Vieira
PRESENÇA DE CARBAMATOS EM PARTES DA PLANTA DE ARROZ
PRÉ-GERMINADO - Christina Venzke Simões de Lima; Marcos Rivail da Silva; Joseline
Molozzi; Adriano Alves da Silva
EMISSÃO DE METANO EM LAVOURAS DE ARROZ IRRIGADO SOB
SISTEMA PRÉ-GERMINADO - Magda Aparecida de Lima;, Domingos S. Eberhardtv;
Maria Conceição P.Y. Pessoa; Rosa T. S.Frighetto; Sérgio Valério Neto; Denis F. Plec;
Gabriela F. Pinheiro; Dagmar N. S. Oliveira; Melissa Baccan
INFLUÊNCIA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC E BISPYRIBACSODIUM NA COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA EM ARROZ
IRRIGADO - Geovane Boschmann Reimche; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Jaqueline
Ineu Golombieski; Enio Marchesan
PERSISTÊNCIA DE HERBICIDAS NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA
CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Geovane
Boschmann Reimche; Renato Zanella; Enio Marchesan; Marcia Helena Scherer Kurs; Fábio
Ferreira Gonçalves; Luis Antonio de Ávila; Ednei Gilberto Prime
INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO DE VÁRZEA TROPICAL
CULTIVADO COM FORRAGEIRAS PARA IMPLANTAÇÃO DO ARROZ
IRRIGADO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO - Murillo Lobo Junior; Valácia
Lemes da Silva Lobo; João Neto Garcia de Souza; Alberto Baeta dos Santos
MONITORAMENTO DE HERBICIDAS E INSETICIDAS EM DOIS RIOS
DA DEPRESSÃO CENTRAL DO RS, DURANTE O CULTIVO DO
ARROZ IRRIGADO - Luis Antonio de Avila; Gerson Meneghetti Sarzi Sartori; Enio
Marchesan; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Tiago Luis Rossato; Gabriel Adolfo Garcia;
Renato Zanella; Fábio Ferreira Gonçalves; Márcia Helena Scherer Kurz; Vera Regina Mussói
Macedo
EFEITO DE UMA FORMULAÇÃO COMERCIAL DO INSETICIDA
CARBOFURAN
SOBRE
A
COMUNIDADE
DE
MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES EM LAVOURA
DE ARROZ IRRIGADO - Joele Schmidt Baumart; Bianca Zimmermann; Marcelo
Dalosto; Geovane Boschmann Reimche; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Enio Marchesan;
Luis Antonio de Avila; Sandro Santos
EFEITO DE DIFERENTES FORMULAÇÕES COMERCIAIS DE
PESTICIDAS SOBRE A ATIVIDADE DA ACETILCOLINESTERASE EM
CÉREBRO E MÚSCULO DE CARPAS (CYPRINUS CARPIO VAR
HUNGARA) EXPOSTAS EM LAVOURA DE ARROZ - Bibiana Silveira
Moraes; Vânia Lúcia Loro; Alice Raabe; Alexandra Pretto; Milene Braga da Fonseca; Geovane
Boschmann Reimche; Luis Antonio de Avila; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Enio
Marchesan; Gerson Meneghetti Sarzi Sartori
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO
UTILIZADA
NA
ESTAÇÃO
EXPERIMENTAL
DO
ARROZ,
CACHOEIRINHA, RS - Maria Helena Lima Ribeiro Reche; Catiusca Reali; Vera Regina
Mussoi Macedo; Lidia Mariana Fiúza
ABUNDÂNCIA DE COLIFORMES EM ÁGUAS DE IRRIGAÇÃO E
DRENAGEM EM ECOSSISTEMA ORIZÍCOLA, CAMAQUÃ, RS - Maria
Helena Lima Ribeiro Reche; Catiusca Reali; Vera Regina Mussoi Macedo; Lidia Mariana Fiúza
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE AGROTÓXICOS NO
SEDIMENTO DE DOIS MANANCIAIS HÍDRICOS DA REGIÃO SUL DO
BRASIL - Douglas Daniel Grützmacher; Anderson Dionei Grützmacher; Dirceu Agostinetto;
Alci Enimar Loeck; Rodrigo Roman; Renato Zanella
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE DESTINAÇÃO DE EMBALAGENS
VAZIAS DE AGROTÓXICOS NA REGIÃO ORIZICOLA DO SUL DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Douglas Daniel Grützmacher; Cândida
Renata Farias; Anderson Dionei Grützmacher; Rodrigo Schulz; Marcelo Lerina
DINÂMICA DOS ORGANISMOS BENTÔNICOS NA LAVOURA DO
ARROZ E SUA RELAÇÃO COM VARIÁVEIS FÍSICO-QUÍMICAS DA
ÁGUA DE IRRIGAÇÃO - Karine Delevati
PROCESSO DE COLONIZAÇÃO DO SOLO POR INVERTEBRADOS
AQUÁTICOS, APÓS A IRRIGAÇÃO EM ARROZ - Karine Delevati Colpo
ANÁLISE DE COLIFORMES TOTAIS E FECAIS EM ÁGUAS
UTILIZADAS NA ORIZICULTURA DO RIO GRANDE DO SUL - Caroline
Frizzo; Jaime Vargas de Oliveira; Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Jose Luiz Rosa dos
Santos; Lídia Mariana Fiúza
ABUNDÂNCIA DE BACILOS AERÓBIOS E ANAERÓBIOS PRESENTES
EM ÁGUAS UTILIZADAS NA IRRIGAÇÃO DO ARROZ EM CINCO
REGIÕES PRODUTORAS DO RIO GRANDE DO SUL - Caroline Frizzo; Jaime
Vargas de Oliveira; Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Jose Luiz Rosa dos Santos; Lídia
Mariana Fiúza
AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS UTILIZADOS NA
CULTURA DO ARROZ IRRIGADO EM DOIS MANANCIAIS HÍDRICOS
NO SUL DO BRASIL - Anderson Dionei Grützmacher; Douglas Daniel Grützmacher;
Dirceu Agostinetto; Alci Enimar Loeck; Rodrigo Roman; Renato Zanella
CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO E
DRENAGEM PRINCIPAL DA LAVOURA DE ARROZ NO PERÍMETRO
IRRIGADO DA BARRAGEM DO ARROIO DURO, MUNICÍPIO DE
CAMAQUÃ, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Elio Marcolin; Valmir Gaedke Menezes;
Sílvio Aymone Genro Jr; Roberto Longaray Jaeger; Everton Luis Fonseca
IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL EM
ÁREAS DE LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO NO LITORAL NORTE
DE SANTA CATARINA - Hector Silvio Haverroth; Domingos Sávio Eberhardt
COMPORTAMENTO AMBIENTAL DO HERBICIDA CLOMAZONA NA
TECNOLOGIA PERMIT EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Maria
Laura Turino Mattos; André Andrés; Ieda Maria Baade dos Santos; Juliano Anselmo
SEMENTES E AGROINDÚSTRIA
ESTRESSE SALINO E A SENSIBILIDADE DOS GENÓTIPOS DE
ARROZ BR-IRGA 409 E TIBA - Clairomar Emílio Flores Hoffmann; Leonardo
Schaedler; Luiz Augusto Salles das Neves; Cristiane Freitas Bastos; Gabriel da Luz Wallau
COMPOSIÇÃO EM ÁCIDÓS GRAXOS DO ÓLEO DE ARROZ
DURANTE O PROCESSO DE REFINO – Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos
Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatto
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO FARELO DE ARROZ
UTILIZADO PARA A OBTENÇÃO DO ÓLEO DE ARROZ - Vanessa Ribeiro
Pestana; Rui Carlos Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatto
TEORES DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E ÁCIDOS
FENÓLICOS EM GENÓTIPOS PIGMENTADOS E NÃO PIGMENTADOS
DE ARROZ (ORYZA SATIVA, L.) - Nádia Valéria Mussi de Mira; Rosa Maria
Cerdeira Barros; Moacir Antonio Schiocchet; José Alberto Noldin; Ursula Maria Lanfer-Marquez
ESTUDO DE CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE PRODUTOS
DE ARROZ PROVENIENTES DE CAMPOS EXPERIMENTAIS E DO
COMÉRCIO DA REGIÃO SUL DO RS - Débora Craveiro Vieira; Vânia da Silva
Bierhals; Vanessa Goulart Machado; Giniani Carla Dors; Carlos Alberto Fagundes; Eliana
Badiale Furlong
INCIDÊNCIA DE MICOTOXINAS E TEOR DE FENÓIS TOTAIS EM
DIFERENTES FRAÇÕES DO GRÃO DE ARROZ - Débora Craveiro Vieira;
Vânia da Silva Bierhals; Vanessa Goulart Machado; Giniani Carla Dors; Carlos Alberto
Fagundes; Eliana Badiale Furlong
INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE PARBOILIZAÇÃO SOBRE A
FRAÇÃO γ- ORIZANOL DO ARROZ - Paulo Romeu Gonçalves; Maria Regina
Alves Rodrigues; Marco Aurélio Ziemerman; Moacir Cardoso Elias; Elvio Aosane; Álvaro
Renato Guerra Dias
DESENVOLVIMENTO DO CULTIVAR IRGA 420 PROVENIENTE DE
SEMENTES DE DISTINTOS VIGORES EM OITO DENSIDADES DE
SEMEADURA - João Batista Beltrão Marques; Alexandre Lul Lima; Jorge Antônio Molinari;
Ígor Sotal Sauceda
SENSIBILIDADE DOS GENÓTIPOS DE ARROZ HÍBRIDO XP-739 E DA
CULTIVAR BR-IRGA 409 AO ESTRESSE SALINO - Leonardo Schaedler;
Clairomar Emílio Flores Hoffmann; Luiz Augusto Salles das Neves; Gabriel da Luz Wallau;
Cristiane Freitas Bastos
EFEITO DO BENEFICIAMENTO DO ARROZ NO DESEMPENHO E
RESPOSTA METABÓLICA EM RATOS - Cristiane Casagrande Denardin; Nardeli
Boufleur; Patrícia Reckziegel; Bruna Mendonça Alves; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto
Alves Fagundes
CARACTERÍSTICAS
TECNOLÓGICAS,
PROPRIEDADES
DE
CONSUMO E PARÂMETROS DE PARBOILIZAÇÃO DOS GRÃOS DE
ARROZ DOS CULTIVARES IRGA 423 E IRGA 424 - Carlos Alberto Alves
Fagundes; Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Antonio Folgiarini de
Rosso; Renata Pereira da Cruz; Paulo Sergio Carmona; Márcia Arocha Gularte; Moacir
Cardoso Elias
ESTABILIZAÇÃO DE FARELO DE ARROZ POR IMERSÃO EM ÁGUA
QUENTE - Cristina de Simone Carlos Iglesias Pascual; Vanessa Fernandes Araujo; Fausto
Alberto Torres Rodriguez; Maurício de Oliveira; Ursula Maria; Lanfer-Marquez; Moacir Cardoso
Elias
COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL EM GRÃOS DE ARROZ POLIDO E
PARBOILIZADO - Fabrício Barros Brum; Bruna Mendonça Alves; Jaqueline Ineu
Golombieski; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Fagundes
AVALIAÇÂO DA COMPOSIÇÃO MINERAL DE GRÃOS DE ARROZ
BRANCO POLIDO - Jaqueline Ineu Golombieski; Fabrício Barros Brum; Cristiane
Casagrande Denardin; Bruna Roberto; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Fagundes
CARACTERIZAÇÃO DE MINERAIS EM FARELO DE ARROZ -
Simone
A.S.C. Faria; Otilia T. Carvalho; Luciana T. Yoshime; Selma N. Koakuzu; Priscila Z. Bassinello;
Débora I. T. Fávaro; Marilene D.V.C. Penteado
EFEITOS DA TEMPERATURA DA ÁGUA DE ENCHARCAMENTO NA
PARBOILIZAÇÃO SOBRE O PERFIL CROMATOGRÁFICO LIPIDICA
DO ARROZ - Paulo Romeu Gonçalves; Maria Regina Alves Rodrigues; Marco Aurélio
Ziemerman; Mauricio de Oliveira; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias
ARROZ VERMELHO NAS AMOSTRAS DE SEMENTES ANALISADAS
NA REDE DE LABORATÓRIOS (LAS) DO IRGA NO PERÍODO DE 1996
A 2006 - José Mauro Costa Rodrigues Guma; Jair Flores Junior; Sintia da Costa Trojan;
Maria da Graça Burgo Valério; Roberto Longaray Jaeger; Jaceguay Barros
PRODUÇÃO DE SEMENTE GENÉTICA E BÁSICA DO IRGA NAS
SAFRAS 2005/2006 E 2006/2007 - José Mauro Costa Rodrigues Guma; Athos Dias
de Castro Gadea
ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DE
SEMENTES DO IRGA NAS SAFRAS 2004/2005, 2005/2006 E
2006/2007 - José Mauro Costa Rodrigues Guma
PROFUNDIDADE DE SEMEADURA E QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS
SEMENTES DE ARROZ HÍBRIDO - Fábio Mielezrski; Rudineli Ribeiro Carvalho;
Luís Eduardo Panozzo; Luis Osmar Braga Schuch; Mateus Olivo
COMPORTAMENTO DE PLANTAS EM POPULAÇÕES DE ARROZ
HÍBRIDO EM FUNÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS
SEMENTES - Fábio Mielezrski; Luis Osmar Braga Schuch; Silmar Teichert Peske; Rudineli
Ribeiro Carvalho; Luís Eduardo Panozzo; Mateus Olivo
EMERGÊNCIA EM CAMPO E CRESCIMENTO INICIAL DE ARROZ
HÍBRIDO EM FUNÇÃO DO VIGOR DE SEMENTES - Fábio Mielezrski; Luis
Osmar Braga Schuch; Silmar Teichert Peske; Rudineli Ribeiro Carvalho; Luís Eduardo
Panozzo; Jacson Zuchi
DESEMPENHO DE PLANTAS INDIVIDUAIS DE ARROZ HÍBRIDO EM
FUNÇÃO DO VIGOR DAS SEMENTES - Fabio Mielezrski; Luis Osmar Braga
Schuch; Silmar Teichert Peske; Luís Eduardo Panozzo; Rudineli Ribeiro Carvalho; Jacson
Zuchi
MÉTODO ALTERNATIVO NA SEPARAÇÃO DE LOTES DE SEMENTES
DE ARROZ QUANTO AO VIGOR - Cristina Rodrigues Mendes; Maria da Graça de
Souza Lima; Dario Munt de Moraes
INCIDÊNCIA
DE
SEMENTES
DE
AESCHYNOMENE
spp.,
ECHINOCHLOA spp. E IPOMEA sp. EM LOTES DE SEMENTES DE
ARROZ CERTIFICADAS, NÃO CERTIFICADAS E PRÓPRIAS - Maria da
Graça Burgo Valério; Mário Borges Trzeciak; Demócrito Amorim Chiesa Freitas; Patrícia da
Silva Vinholes; Francisco Amaral Villela
ÉPOCAS DE COLHEITA E QUALIDADE DE ARROZ IRRIGADO BRS
JABURU PRODUZIDO EM RORAIMA - Oscar José Smiderle; Moisés Mourão Jr;
Antonio Carlos Centeno Cordeiro
ÉPOCAS DE COLHEITA DE ARROZ IRRIGADO BR IRGA 409
CULTIVADO EM VÁRZEA DE RORAIMA - Oscar José Smiderle; Paulo Roberto
Perreira; Moisés Mourão Jr
EFEITOS DA AMILOSE E DA PARBOILIZAÇÃO SOBRE A
FORMAÇÃO DE AMIDO RESISTENTE EM ARROZ - Elizabete Helbig; William
da Silva Krolow; André Luiz Radünz; Juliane Mascarenhas Pereira; Magna da Glória Lameiro;
Alvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias
COMPORTAMENTO VISCOAMILOGRÁFICO DA FARINHA DE ARROZ
MOTTI MODIFICADA QUIMICAMENTE - Fernanda Muniz das Neves; Juliane
Mascarenhas Pereira; Pablo Daniel Freitas Bueno; Elizabete Helbig; Alvaro Renato Guerra
Dias; Moacir Cardoso Elias
EFEITOS DO GRAU DE POLIMENTO SOBRE PROPRIEDADES DE
TEXTURA E SENSORIAIS EM ARROZ BRANCO - Cátia Regina Storck; André
Luiz Radünz; Gerson Lübk Buss; Jander Luiz Fernandes Monks; Márcia Arocha Gularte;
Moacir Cardoso Elias
INTENSIDADE
DE
POLIMENTO
SOBRE
PARÂMETROS
NUTRICIONAIS E COCÇÃO DO ARROZ PARBOILIZADO - Cátia Regina
Storck; Elessandra Zavareze; Juliane Mascarenhas Pereira; Rafael de Almeida Schiavon;
Jander Luiz Fernandes Monks; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias
EFEITO DO POLIMENTO SOBRE PARÂMETROS NUTRICIONAIS, DE
TEXTURA E SENSORIAIS EM GRÃOS DE ARROZ - Maurício de Oliveira;
Otaviano Maciel Carvalho Silva; Lisandro Karnopp Tuchtenhagen; Pablo Daniel Freitas Bueno;
Cátia Regina Storck; Ana Paula do Sacramento Wally; Moacir Cardoso Elias
TERRA DE DIATOMÁCEA E ÁCIDO PROPIÔNICO NO CONTROLE DE
Rhyzopertha dominica e Tribolium castaneum EM ARROZ
ARMAZENADO - Alexandra Morás; Maurício de Oliveira, Dejalmo Nolasco Prestes; Jonis
Gelain; Irineu Lorini, Moacir Cardoso Elias
EFEITOS DA PARBOILIZAÇÃO, DO ARMAZENAMENTO E DA
COCÇÃO SOBRE A ESTABILIDADE DO AMIDO RESISTENTE EM
ARROZ - Elizabete Helbig; Volnei Luiz Meneghetti; Daniel Rutz; Pedro Luiz Antunes;
Manoel Artigas Schirmer; Moacir Cardoso Elias
EFEITOS
DA
PARBOILIZAÇÃO
SOBRE
O
CROMATOGRÁFICO DOS ÁCIDOS GRAXOS DO ARROZ -
PERFIL
Paulo Romeu
Gonçalves; Maria Regina Alves Rodrigues; Gisele Feijó Brisolara; Marco Aurélio Ziemann dos
Santos; Mauricio de Oliveira; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias
AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE EM CAMPO E QUALIDADE
INDUSTRIAL DE HÍBRIDOS DE ARROZ NO RIO GRANDE DO SUL Leandro Pasqualli; Evandro Parisotto; Flavio L. Bock; Lauro Weber; Silvio Villa; Cristine Saravia
QUALIDADE DE SEMENTES DE ARROZ ANALISADAS NO
LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE SEMENTES DO INSTITUTO RIO
GRANDENSE DO ARROZ - PELOTAS, NO PERÍODO DE 1991 A 2005 M. G. B. Valerio; M. A. Tillmann
RENDIMENTO DE GRÃOS DA CULTIVAR IRGA 420 PROVENIENTE DE
SEMENTES DE DISTINTO VIGOR EM OITO DENSIDADES DE
SEMEADURA - João Batista Beltrão Marques; Alexandre Lul Lima; Jorge Antônio Molinari
Flores; Ígor Sotal Sauceda
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICA E FISIOLÓGICA DE
SEMENTES DE ARROZ CERTIFICADAS, NÃO CERTIFICADAS E
PRÓPRIAS - Mário Borges Trzeciak; Maria da Graça Burgo Valério; Patrícia da Silva
Vinholes; Demócrito Amorim Chiesa Freitas; Francisco Amaral Villela
AVALIAÇÃO DO GRAU DE UMIDADE DE SEMENTES DE ARROZ
(Oryza sativa L.) DURANTE O PROCESSO DE MATURAÇÃO E SUA
VARIAÇÃO NA PANÍCULA - Rodrigo Castro Soares; Marcus Davi Ferreira Teplizky;
Fabrício Becker Peske; Paulo Ricardo Reis Fagundes; Ariano Martins Magalhães Jr.; Silmar
Teichert Peske
INTENSIDADE DO POLIMENTO SOBRE PARÂMETROS FÍSICOS E
NUTRICIONAIS EM ARROZ BRANCO POLIDO - Jander Luis Fernandes
Monks; Leandro Fernandes Monks; Daniel Rutz; Jeferson da Cunha Rocha; Marcelo Zaffalon
Peter; Cátia Regina Storck; Moacir Cardoso Elias
EFEITO DO POLIMENTO NAS CARACTERISTICAS QUIMICAS E
SENSORIAIS DO ARROZ PARBOILIZADO - Jander Luis Fernandes Monks;
Jonis Gelain; Ana Paula do Sacramento Wally; Mateus Pino; Rafael de Almeida Schiavon;
Ricardo Tadeu Paraginski; Moacir Cardoso Elias
MODELOS MATEMÁTICOS PARA A SECAGEM INTERMITENTE DE
ARROZ EM CASCA - Volnei Luiz Meneghetti; Mateus Pino; Jeferson Cunha da Rocha;
Willian da Silva Krolow; Rodrigo Bubolz Prestes; Fabrízio da Fonseca Barbosa; Moacir
Cardoso Elias
RISCO DE CONTAMINAÇÃO POR MICOTOXINAS EM ARROZ E
DERIVADOS - Giniani Carla Dors; Melissa dos Santos Oliveira; Vânia Bierhals; Cristina
Moreira da Silveira; Eliana Badiale-Furlong
EFEITO DO TEOR DE AMILOSE SOBRE O DESEMPENHO E
METABOLISMO LIPÍDICO EM RATOS - Cristiane Casagrande Denardin; Nardeli
Boufleur; Patrícia Reckziegel; Bruna Mendonça Alves; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto
Alves Fagundes
MODIFICAÇÕES NO MÉTODO CIAT PARA DETERMINAÇÃO DE
AMILOSE - Francisco Carlos Deschamps; Gabriel Deschamps Fernandes
TEOR DE AMILOSE EM CULTIVARES E LINHAGENS DE ARROZ DO
BANCO DE GERMOPLASMAS DA EPAGRI - ESTAÇÃO
EXPERIMENTAL DE ITAJAÍ, SC - Gabriel Deschamps Fernandes; Francisco Carlos
Deschamps
EFEITO DA COCÇÃO SOBRE OS TEORES DE γ-ORIZANOL EM
ARROZ INTEGRAL - Cristina de Simone Carlos Iglesias Pascual; Priscila Araujo Pinto;
Nadia Valéria Mussi de Mira; Isabel Louro Massaretto; Carlos Alberto Alves Fagundes; Ursula
Maria Lanfer-Marquez ...................................................................................................................
AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BOLO INGLÊS ELABORADO COM
FARINHA DE ARROZ E XANTANA - Bresolin, Rafael; Duarte, Ana Paula Assis,
Letícia; Gularte, Márcia Arocha
AVALIAÇÃO DA PREFERÊNCIA DE EXTRATOS DE ARROZ
ELABORADOS COM ENZIMAS DE MALTE DE CEVADA - Leandra Zafalon
Jaekel; Rosane da Silva Rodrigues; Amanda Pinto da Silva
ENZIMAS COMERCIAIS NA OBTENÇÃO DE EXTRATO DE ARROZ Leandra Zafalon Jaekel; Rosane da Silva Rodrigues; Amanda Pinto da Silva
AVALIAÇÃO DO EFEITO DO COZIMENTO NO CONTEÚDO DE
COMPOSTOS FENÓLICOS EM GENÓTIPOS DE ARROZ INTEGRAL Isabel Louro Massaretto; Nádia Valéria Mussi de Mira; Priscila Araújo Pinto; Cristina de Simone
Carlos Iglesias Pascual; José Alberto Noldin; Moacir Antonio Schiocchet; Ursula Maria LanferMarquez
TOCOFERÓIS E γ- ORIZANOL NO ÓLEO DE ARROZ ANTES E
DEPOIS DO PROCESSO DE REFINO - Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos
Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatt
INFLUÊNCIA DO CONSUMO DE ARROZ OU DE MACARRÃO NO
DESEMPENHO E RESPOSTA METABÓLICA EM RATOS - Cristiane
Casagrande Denardin; Nardeli Boufleur; Patrícia Reckziegel; Bruna Mendonça Alves; Leila
Picolli da Silva; Carlos Alberto Alves Fagundes
PÃO FRANCÊS MISTO DE ARROZ: ASPECTOS LEGAIS, VALOR
NUTRICIONAL E ACEITABILIDADE - Angélica Magalhães; Elaine Lohmann, Evely
Rucatti; Michele Mendes
EFEITO DE XANTANA E DA SUBSTITUIÇÃO DA FARINHA DE ARROZ
POR FARINHA DE TRIGO EM BOLO INGLÊS - Bresolin, Rafael; Duarte, Ana
Paula; Assis, Letícia; Gularte, Márcia Arocha
EFEITO DA ADIÇÃO DE GORDURA E DA FRITURA NA COCÇÃO DO
ARROZ - Silva, P.M.; Bresolin, R;. Gularte, M.A
INFLUÊNCIA DO RENDIMENTO DO ARROZ COZIDO
SOLTABILIDADE DOS GRÃOS - Silva, P.M; Bresolin, R.; Gularte, M.A
NA
EFEITOS DO GRAU DE GELATINIZAÇÃO SOBRE PROPRIEDADES
TECNOLÓGICAS DE ARROZ PARBOILIZADO - Moacir Cardoso Elias; Flávio
Manetti Pereira; Gustavo Cella; Alberto Conceição da Cunha Neto; Dejalmo Nolasco Prestes;
Diego Hohlz Prestes Gilberto Wageck Amato
CORRELAÇÃO ENTRE VISCOSIDADE FINAL DAS CURVAS
VISCOAMILOGRÁFICAS E OS TEORES DE AMILOSE DE FARINHAS
DE ARROZ POLIDO - Pablo Daniel Freitas Bueno; Cátia Regina Storck; Mário Satte
Alan Neto; Fernanda Scheunemann Sacchet; Moacir Cardoso Elias; Manoel Artigas
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE MISTURAS DE FARINHAS DE
TRIGO, ARROZ E SOJA - Ana Paula do Sacramento Wally; Nathan Levien Vanier;
Gilberto Arcanjo Fagundes; Fernanda Neves; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso
Elias
POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE FARINHA DE ARROZ EM BOLOS Márcia Arocha Gularte; Carla Maria Moita Brites; Maria João Trigo
EFEITO DA PRESSÃO DE AUTOCLAVAGEM SOBRE A FORMAÇÃO
DE AMIDO RESISTENTE EM ARROZ - Elizabete Helbig; Daniel Rutz; Jonis
Gelain; André Luiz Radünz; Maurício de Oliveira; Pedro Luiz Antunes, Moacir Cardoso Elias
EFEITOS
DO
GRAU
DE
GELATINIZAÇÃO
SOBRE
CARACTERÍSTICAS DE COCÇÃO E PROPRIEDADES SENSORIAIS
DE ARROZ PARBOILIZADO - Flávio Manetti Pereira; Elvio Aosani; Paulo Romeu
Gonçalves; Rafael Dionello; Dejalmo Nolasco Prestes; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso
Elias
CONDIÇÕES OPERACIONAIS NA PARBOILIZAÇÃO DE ARROZ COM
DIFERENTES TEORES DE AMILOSE - Elizabete Helbig; Elvio Aosani; Jeferson
Cunha da Rocha; William da Silva Krolow; Carlos Alberto Alves Fagundes; Alvaro Renato
Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias
EFEITOS DA COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E DO CONTEÚDO DE
AMILOSE NAS PROPRIEDADES VISCOAMILOGRÁFICAS DE ARROZ
BRANCO SUBMETIDO A DIFERENTES INTENSIDADES DE POLIMENTO Pablo Daniel Freitas Bueno; Jeferson Cunha da Rocha; Mateus Pino; Fabrício de Matos
Marques; Leandro Fernandes Monks; Manoel Artigas Schirmer; Moacir Cardoso Elias
USO
DE
SUBPRODUTOS
AGROINDUSTRIAIS
NO
DESENVOLVIMENTO
DE
MACARRÃO
NUTRICIONALMENTE
MELHORADO - Angélica Markus Nicoletti; Leila Picolli da Silva; Luisa Helena Hecktheuer;
Geni Salete Pinto de Toledo; Fabrício Barros Brum
ENRIQUECIMENTO NUTRICIONAL DE MACARRÃO E SEU EFEITO
SOBRE A RESPOSTA BIOLÓGICA - Angélica Markus Nicoletti; Leila Picolli da
Silva; Geni Salete Pinto de Toledo; Luiza Helena Hecktheuer; Carine Gláucia Comarella;
Fabrício Barros Brum
COMPORTAMENTO DE HIDRATAÇÃO EM FUNÇÃO DA QUALIDADE
FISIOLÓGICA DAS SEMENTES DE ARROZ - Rafael Pivotto Bortolotto; Nilson
Lemos de Menezes; Danton Camacho Garcia; Nilson Matheus Mattioni
TEOR DE PROTEÍNA EM AUXÍLIO À DETERMINAÇÃO DA
QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ARROZ - Rafael Pivotto
Bortolotto; Nilson Lemos de Menezes; Danton Camacho Garcia; Nilson Matheus Mattioni
ÉPOCAS DE COLHEITA E PRODUTIVIDADE DE ARROZ IRRIGADO
BRS RORAIMA EM VÁRZEA DE RORAIMA - Oscar José Smiderle; Paulo
Roberto Perreira; Moisés Mourão Jr
ÉPOCAS DE COLHEITA E QUALIDADE DE SEMENTES DE ARROZ
IRRIGADO PRODUZIDAS EM VÁRZEA DE RORAIMA - Oscar José
Smiderle; Moisés Mourão Jr.; Vicente Gianluppi
CARACTERISTICAS SENSORIAIS DE PÃES ELABORADOS COM
FARINHAS MISTAS DE TRIGO, ARROZ E SOJA - Ana Paula do Sacramento
Wally; Leandro da Conceição Oliveira; Thiago dos Santos Carrasco; Marlon Leonardo de
Oliveira; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso Elias
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO DE ARROZ
DURANTE O PROCESSO DE REFINO - Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos
Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatto
DORMÊNCIA PÓS COLHEITA EM GENÓTIPOS DE ARROZVERMELHO (Oryza sativa L.) CULTIVADOS - Fernanda Martins de Faria;
Jaime Roberto Fonseca; Veridiano dos Anjos Cutrim
SÓCIO-ECONOMIA
ADIÇÃO DE FARINHA DE ARROZ À DE TRIGO: CONTRIBUIÇÃO À
ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA - Angélica Magalhães; Antonio Augusto Alves
Pereira
DENSIDADE DA PRODUÇÃO DE ARROZ NO MUNDO - Alcido Elenor
Wander; Carlos Magri Ferreira; Fernando Luís Garagorry; Homero Chaib Filho; Tiago Ribeiro
Ricardo
ABASTECIMENTO E CONSUMO DE ARROZ NO BRASIL -
Alcido Elenor
Wander; Carlos Magri Ferreira; Isabel Helena Vernetti Azambuja; Tiago Ribeiro Ricardo
ANÁLISE DO AGRONEGÓCIO DO ARROZ IRRIGADO EM RORAIMA PERÍODO 1981 A 2007 - Antonio Carlos Centeno Cordeiro; Moisés Cordeiro Mourão
Jr.; Roberto Dantas de Medeiros
MANEJO INTEGRADO PARA ALTA PRODUTIVIDADE DO ARROZ
IRRIGADO NA ZONA SUL DO RIO GRANDE DO SUL - Vera Pereira Borges;
Anderson da Costa Chaves; Giuseppe Morroni; Roger Carriconde; Luis Gonzaga; José Celso
Basanesi; Luis Antônio de Leon Valente; Hector Vicente Ramirez; Marcos Souza Fernandes;
Valmir Gaedke Menezes
PROJEÇÕES PARA O PREÇO DO ARROZ: UMA ANÁLISE GRÁFICA Irceu Agostini; Mauricio
ésar Silva.
ANÁLISE DA ACEITABILIDADE DE MACARRÃO DE ARROZ SEM
GLÚTEN - Angélica Magalhães; Antonio Augusto Alves Pereira; Gabriela da Silva
Schirmann
CONSUMO DE ARROZ X ALIMENTOS SUBSTITUTOS: UMA ANÁLISE
ANTROPOMÉTRICA-NUTRICIONAL BASEADA NA POF 2002-2003 Roselene de Queiroz Chaves; Angélica Magalhães
ANÁLISE DAS PRINCIPAIS FONTES DE CARBOIDRATO NA
COMPOSIÇÃO E NO CUSTO DO CESTO BÁSICO DE PORTO
ALEGRE - Evely Gischkow Rucatti; Angélica Magalhães
BENEFICIAMENTO DE ARROZ NO RIO GRANDE DO SUL EM 2006 –
Victor Hugo Kayser; Evely Gischkow Rucatti; Camilo Feliciano de Oliveira
ESTRATÉGIAS DE DIFERENCIAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO NA
AGROINDÚSTRIA ARROZEIRA DO RIO GRANDE DO SUL – Luciane
Dittgen Miritz; Paulo Dabdab Waquil
SEGMENTAÇÃO NO MERCADO DE ARROZ NO VAREJO –
Augusto
Hauber Gameiro; Mariana Bombo Perozzi Gameiro
FARINHA E MACARRÃO DE ARROZ NA ALIMENTAÇÃO
INSTITUCIONAL: ALTERNATIVA PARA O MERCADO ORIZÍCOLA Roselene de Queiroz Chaves; Angélica Magalhães; Nurdine Salé; André Roese; Tânia Nunes
da Silva
COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ARROZ E DE
INDICADORES ECONÔMICOS NO MUNICIPIO DE URUGUAIANA Evely Gischkow Rucatti; Victor Hugo Kayser; Camilo Feliciano de Oliveira
ANÁLISE DA INTEGRAÇÃO DOS MERCADOS DE ARROZ
INTERNACIONAIS COM O BRASILEIRO - Maria A. S. Braghetta Motta; Hirina
Oliveira Moraes Espósito; Silvia Helena G. de Miranda
CARACTERIZAÇÃO DO COMPOSTO DE MARKETING DO ARROZ:
UMA ANÁLISE CRÍTICA DA SITUAÇÃO NO BRASIL - Tiago Sarmento
Barata, Ana Júlia Teixeira Senna
AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM DE ARROZ EM EMBALAGENS DE 1
E 5Kg COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE PELOTAS, RS - Bresolin,
Rafael; Prates, Denise da Fontoura; Fernandes, Meg da Silva; Pinto, Ellen Porto
PROJETO 10: EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE NAS LAVOURAS DE
ARROZ IRRIGADO DO RIO GRANDE DO SUL - Eduardo Pinto Amilibia; Valmir
Gaedke Menezes; Luis Antônio De Leon Valente
DIVERSIFICAÇÃO DE CULTURAS
TEMPO DE INÍCIO DE NECROSE DAS RAÍZES E DIÂMETRO DO
CAULE DE GENÓTIPOS DE SOJA SOB INUNDAÇÃO - Cláudia Erna
Lange
REAÇÃO DE GENÓTIPOS FIXOS DE SOJA AO EXCESSO HÍDRICO:
DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA - Cláudia Erna Lange
REAÇÃO DE GENÓTIPOS FIXOS DE SOJA AO EXCESSO HÍDRICO:
ESTIMATIVA DOS COMPONENTES DE VARIÂNCIA - Cláudia Erna Lang ...
DOSES E MANEJO DE NITROGÊNIO NO CULTIVO DO FEIJOEIRO
EM VÁRZEAS TROPICAIS - Alberto Baêta dos Santos; Nand Kumar Fageria
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE HÍBRIDOS DE MILHO SOB
ESPAÇAMENTO REDUZIDO ENTRE LINHAS EM VÁRZEA
TROPICAL - Alberto Baêta dos Santos; Pedro Hélio Estevam Ribeiro
EFEITO DE PERÍODOS DE SATURAÇÃO DO SOLO NA TOLERÂNCIA
À INUNDAÇÃO DE DOIS GENÓTIPOS CONTRASTANTES DE SOJA Cláudia Erna Lange; Vladirene Macedo Vieira; Paulo Regis Ferreira da Silva; Humberto
Bohnen
PRODUTIVIDADE DE FORRAGEM DE POPULAÇÕES DE CAPIM LANUDO EM TERRAS BAIXAS - Andréa Mittelmann; Bruna Obes Corrêa;
Dagoberto da Silva Pires; Milena Moreira Peres
ATRASO NA SEMEADURA APÓS A DESSECAÇÃO PREJUDICA O
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM MILHO CULTIVADO EM
TERRAS BAIXAS - Theisen, G.; Porto, M.P.; Andres, A
EMERGÊNCIA DE ARROZ E CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE NÍVEIS
DE UMIDADE DO SOLO - Mauricio dos Santos; Germani Conçenço; André Andres;
Jorge Rieffel Filho; Jean Vilella; Carlos Nachtigall Garcia; Nei Fernandes Lopes
ALTERAÇÃO NOS PARÂMETROS QUÍMICOS DO SOLO DURANTE
QUATRO ANOS DE RIZIPISCICULTURA - Enio Marchesan; Gustavo Mack Teló;
Tiago Luis Rossato; Silvio Carlos Cazarotto Villa; Diogo Machado Cezimbra; Jaqueline Ineu
Golombieski
OFICINA TECNOLÓGICA
MANEJO E COMPORTAMENTO AMBIENTAL DO INSETICIDA
CARBOFURANO NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Maria Laura
Turino Mattos; José Francisco da Silva Martins
TECNOLOGIA QUE PROPORCIONA MAIOR LUCRATIVIDADE Eduardo Romann Martini
ARROZ HÍBRIDO SUPERANDO DESAFIOS -
Markus Ritter; Leandro
Pasqualli; Renato Luzzardi; Cristine Saravia; Hélvio Missau
CIPERÁCEAS E SEUS DANOS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO
- Fernando Luis Perini
PALESTRAS
AGRICULTURA DE PRECISION EN INIA - URUGUAY -
Alvaro Roel;
Federico Molina; Hugo Firpo; Jose Terra
FARELO DE ARROZ COMO FONTE DE BIODIESEL -
Tatiana Magalhães,
Thaís Corso, Rosane Ligabue, Sandra Einloft, Jeane Dullius.
IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS SOBRE O
ARROZ IRRIGADO NO SUL DO BRASIL - Silvio Steinmetz
NOVOS PRODUTOS DERIVADOS DO ARROZ - José Luis; Ramírez Ascheri
TREHALOSE PRODUCING TRANSGENIC RICE PLANTS WITH
IMPROVED SALINITY AND COLD TOLERANCE: PROGRESS AND
FUTURE PROSPECTS - Ajay K. Garg; Ray J. Wu
ARROZ, TRIGO E MILHO: A CIÊNCIA DA GENÔMICA
COMPARATIVA E OS CEREAIS QUE ALIMENTAM O MUNDO - Antonio
Costa de Oliveira
PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE CAPIM-ARROZ (Echinochloa spp.) NA
CULTURA DO ARROZ IRRIGADO
Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Siumar P. Tironi(1), Jesus J. O. Pinto(1), Rodrigo
Neves(2). 1 Centro de Estudos em Herbologia (CEHERB), DFs-FAEM-UFPel, CEP 96010900, Pelotas-RS; 2 Dow AgroScience, e-mail: [email protected]
O capim-arroz (Echinochloa sp.) se constitui em uma das principais plantas
daninhas que infesta às lavouras de arroz no Rio Grande do Sul (RS). Os efeitos negativos
de sua presença incluem competição por recursos limitantes, aumento do custo de
produção, acamamento de plantas, dificuldade de colheita, depreciação da qualidade do
produto, hospedagem de pragas e moléstias e diminuição do valor comercial das áreas
cultivadas.
A principal forma de interferência que se estabelece entre capim-arroz e arroz
irrigado é a competição pelos recursos luz e nutrientes. Competição pode ser definida
como sendo a apreensão ou retirada conjunta, por duas ou mais plantas, de recursos
essenciais ao seu crescimento e desenvolvimento, os quais estão limitados no ecossistema
comum (Pitelli, 1981). A competição exercida pelo capim-arroz ao arroz cultivado é um dos
principais fatores responsáveis pela redução do potencial de produtividade do cereal em
várias regiões do mundo. Fischer et al. (1997), observaram reduções na ordem de 58 e
53% em dois anos de pesquisa, na média de 10 cultivares de arroz, para populações
estabelecidas pela semeadura de 40 sementes viáveis m-2. No estado do RS, resultados
demonstram perdas de produtividade de 26% para populações de 13 plantas de capimarroz m-2 (Menezes et al., 2003).
Devido às elevadas infestações de capim-arroz acarretarem altas perdas da
produtividade, a adoção de controle químico certamente se justifica. Assim, a época de
manejo das plantas daninhas passa a ter importância, uma vez que o atraso na adoção do
manejo químico poderá reduzir a eficiência de controle das plantas daninhas e causar
danos à cultura e conseqüente redução na produtividade de grãos. Para determinar a
época correta de controle químico é necessário investigar os períodos de interferência da
planta daninha com a cultura.
O objetivo do trabalho foi determinar os períodos de competição de capim-arroz
(Echinochloa spp.) na cultura do arroz irrigado, em sistema de semeadura convencional,
pela aplicação de herbicidas.
O experimento foi conduzido em condições de campo, no Centro Agropecuário da
Palma (CAP/UFPel), município do Capão do Leão/RS, durante a estação de crescimento
2005/06. O preparo do solo foi realizado pelo sistema convencional, com aração e
gradagem. A adubação de base foi realizada utilizando-se 495 Kg ha-1 de adubo NPK, na
formulação 6-14-12.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com quatro
repetições. Cada unidade experimental (parcela) foi composta por área de 11m2 (5,0 x
2,2m). Os tratamentos foram separados em dois modelos de interferência: no primeiro, a
cultura conviveu com o capim-arroz por períodos crescentes; e, no segundo, a cultura foi
submetida a períodos crescentes de controle da comunidade infestante. Os tratamentos,
utilizados estão relacionados na Tabela 1.
A cultivar de arroz reagente foi a BRS Pelota, semeada em espaçamento entre
linhas de 0,17 m e densidade de semeadura de 400 plantas m2. A infestação média de
capim-arroz na área experimental foi de 604 plantas m-2.
Para aplicação dos herbicidas utilizou-se pulverizador pressurizado a CO2, munido
com 5 bicos tipo leque 110-02, mantendo-se pressão constante de 210 kPa e velocidade
de deslocamento de 3,6 km h-1, o que propiciou a aplicação de um volume de calda de 150
L ha-1.
A adubação de cobertura foi realizada utilizando-se 255 kg ha-1 de uréia (115 kg de
N ha ), fracionada em duas aplicações, nos estádio de afilhamento e diferenciação do
primórdio floral da planta de arroz. As demais práticas de manejo utilizadas no experimento
foram aquelas preconizadas pelas recomendações técnicas (SOSBAI, 2005).
-1
Tabela 1 – Tratamentos testados, CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06
Tratamentos
Época (DAE1)
Ingrediente ativo
Doses (g ha-1)
Convivência
0
penoxsulam
48
Convivência
7
penoxsulam
48
Convivência
14
penoxsulam
48
Convivência
21
penoxsulam
48
Convivência
28
penoxsulam
48
Convivência
135
----Controle
0
cyhalofop
720
Controle
7
cyhalofop
720
Controle
14
cyhalofop
720
Controle
21
cyhalofop
720
Controle
28
cyhalofop
720
Controle
--cyhalofop2
720
1
2
Dias após a emergência; Aplicação seqüencial.
Adjuvante
Veget Oil
Veget Oil
Veget Oil
Veget Oil
Veget Oil
--Iharol
Iharol
Iharol
Iharol
Iharol
Iharol
A variável resposta avaliada foi produtividade de grãos da cultura, determinada em
área útil de 4,5 m2, aos 135 dias após a emergência (DAE).
Para a determinação do período anterior à interferência (PAI), período total de
prevenção da interferência (PTPI) e período crítico de prevenção da interferência (PCPI),
os dados de produtividade de grãos obtidos em ambos os modelos de interferência, foram
ajustados ao modelo de regressão não-linear usando a seguinte equação logística:
y=
a
.
[1+(x/b)c]
Onde: y = produtividade de grãos; x = número de dias após a emergência da cultura; a =
produtividade máxima obtida na testemunha limpa; b = número de dias em que ocorre 50%
da redução na produtividade máxima; e, c = declividade da curva.
O PAI e PTPI foram calculados subtraindo-se 5% da produtividade máxima
estimada pelo modelo, valor considerado como custo da adoção de medidas de controle
químico.
Os dados de produtividade de grãos apresentaram bom ajuste ao modelo de
regressão não-linear, sendo os valores de R2 = 0,86 e 0,90 para períodos de convivência
(penoxsulam) e controle (cyhalofop), respectivamente (Figura 1).
As equações logísticas representando a produtividade obtida nos modelos com
convivência inicial (penoxsulam) e com controle inicial (cyhalofop), considerando o valor de
5% da produtividade estimada (7168 kg ha-1) como sendo o custo de controle, permitem
inferir que o PAI para capim-arroz, ocorreu da emergência da cultura até 10 DAE, enquanto
que o PTPI ocorreu da emergência da cultura até 32 DAE (Figura 1). Assim, o PCPI para
capim-arroz em arroz irrigado corresponde ao período compreendido entre os 10 e 32 DAE.
Na prática, este é o período em que as capinas ou o efeito residual do herbicida devem
abranger, pois as plantas daninhas que emergirem neste período causarão interferência e
reduzirão significativamente a produtividade de grãos.
Para o modelo com convivência inicial (penoxsulam), verificou-se que foram
necessários 44 dias para que ocorresse 50% da redução na produtividade máxima. Já,
para o modelo com controle inicial (cyhalofop) a redução de 50% da redução na
produtividade máxima ocorreu aos 10 DAE (Figura 1).
Produtividade de grãos (Kg ha-1)
10000
8000
6000
Convivência (Penoxsulam)
Controle (Cyhalofop)
R 2= 0,86 y=7167,8/1+[x/44,05]1,87
R 2= 0,90 y=10069,4/1+[x/9,747]-0,63
PAI
4000
PTPI
2000
PCPI
0
0
10
20
32
40
60
80
100
120
140
Dias após a emergência
Figura 1: Produtividade de grãos de arroz irrigado, em função dos períodos de convivência
e controle de capim-arroz. CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06.
Os resultados obtidos permitem concluir que o período em que a cultura do arroz e
as plantas daninhas podem conviver sem que ocorra interferência e redução da
produtividade de grãos (PAI) estende-se até os 10 dias após a emergência da cultura. O
período em que a cultura do arroz deve ficar livre da interferência de plantas daninhas para
que a produção não seja afetada negativamente (PTPI) estende-se até 32 dias após a
emergência da cultura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
FISCHER, A.J.; RAMÍREZ, H.V.; LOZANO, J. Suppression of junglerice (Echinochloa
colona (L.) Link) by irrigated rice cultivars in Latin America. Agronomy Journal, Madison,
v.89, n.3, p.516-521, 1997.
PITELLI, R.A. Competição por nutrientes entre a cultura do arroz e a comunidade
infestante. Efeitos do espaçamento e da fertilização nitrogenada. Piracicaba, 1981, 80p.
Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas). Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Piracicaba, 1981.
MENEZES, V.G.; RAMIREZ, H. Controle de capim arroz (Echinochloa crusgalli) e capim
capivara (Hymenachne amplexicaulis) com o herbicida Clincher em arroz irrigado no
sistema de cultivo pré-germinado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO,
3., REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú.
Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p.507-509.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado:
recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS:SOSBAI, 2005.
159p.
COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM GENÓTIPO
SIMULADOR DE ARROZ-VERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS
RELATIVAS DE EMERGÊNCIA
Dirceu Agostinetto(1), Nilson Gilberto Fleck(2), Carlos Eduardo Schaedler(2), Rubia Piesanti(3).
¹ Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS e Depto. de Fitossanidade da
FAEM/UFPel,
Caixa
Postal
354,
CEP
96160-000
Pelotas-RS.
e-mail:
[email protected]. 2 Depto. de Plantas de Lavoura da Faculdade de
Agronomia da UFRGS. (3) Depto. de Fitossanidade da FAEM/UFPel.
A perda em produtividade de grãos de arroz, decorrente da interferência exercida
por plantas daninhas, depende de sua população de plantas, distribuição na área, estatura,
época relativa de emergência e fluxos de emergência (Parker & Murdoch, 1996). Nos
estudos de competição entre plantas daninhas e culturas é importante agregar-se a
proporção de plantas entre as espécies e não apenas a influência das populações no
processo competitivo. Para se definir as interações competitivas entre plantas daninhas e
culturas, o método mais utilizado tem sido o de séries de substituição, o qual permite
avaliar a competição inter e intra-específica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
competitividade relativa entre as cultivares de arroz irrigado IRGA 417 e EEA 406, quando
emergiram em diferentes épocas. O genótipo EEA 406 exerceu a função de simulador de
arroz-vermelho por apresentar características morfológicas semelhantes às da infestante.
O experimento foi instalado em casa-de-vegetação, na Faculdade de Agronomia da
UFRGS, em vasos com capacidade volumétrica de 10 litros, utilizando-se como substrato
solo proveniente de lavoura orizícola. Arranjaram-se os tratamentos através do método
experimental de séries substitutivas. Os tratamentos incluíram épocas de emergência do
genótipo EEA 406 (-8; 0; +8 dias), em relação à da cultivar IRGA 417; e, proporções de
plantas da cultivar IRGA 417 (X) e do competidor (Y): 100:0, 75:25, 50:50, 25:75, 0:100.
Trinta dias após a emergência (DAE) dos competidores, para a época de semeadura
simultânea, determinaram-se a área foliar e a matéria seca da parte aérea das plantas.
Calcularam-se, ainda, a produtividade relativa (PR) e a produtividade relativa total (PRT)
para todos os tratamentos e variáveis. Estimaram-se, também, a competitividade relativa
(CR), que representa o crescimento comparativo da cultivar de arroz (X) em relação ao
genótipo competidor (Y); o coeficiente de agrupamento relativo (K), que indica a
dominância relativa entre a cultivar e o competidor; e, o coeficiente de agressividade (A), o
qual aponta o componente mais competitivo da associação. Para os índices CR, K e A,
considerou-se existir diferenças em competitividade quando, para no mínimo dois deles,
houvesse diferenças significativas pelo teste “t”. Considerou-se a cultivar de arroz mais
competitiva do que o competidor quando: CR>1, Kx>Ky e A>0 (Hoffman & Buhler, 2002).
Os resultados obtidos para área foliar e matéria seca da parte aérea por planta
foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos foram comparadas
em relação às das monoculturas (testemunhas) pelo teste de Dunnett (p ≤ 0,05).
Os desvios observados nas retas de PR demonstraram, para ambas as variáveis,
que as maiores perdas de produtividade relativa da cultura ocorreram quando o genótipo
simulador emergiu 8 dias antes da cultura (Figura 1). Os valores de PRT foram inferiores às
linhas hipotéticas, para ambas as variáveis, quando a emergência de EEA 406 ocorreu
antes ou juntamente com a cultura. Isso evidencia que a cultivar e o simulador dividem o
mesmo nicho e ocorre antagonismo na disputa por recursos do meio.
Não houve diferenças nos índices de competitividade em nenhuma das épocas
relativas de emergência (Tabela 1). Deste modo, um componente da associação não foi
mais competitivo do que o outro e ambos podem ocupar o mesmo nicho quando participam
com igual proporção de plantas.
Quando a cultivar e o genótipo emergiram juntos, na proporção de plantas 50:50, a
cultura apresentou menor área foliar, comparativamente à testemunha (100:0). Já, quando
a emergência do simulador deu-se 8 dias antes da cultura e a proporção de plantas foi
25:75, o genótipo EEA 406 apresentou maiores área foliar e matéria seca (Tabela 2).
Área foliar
Matéria seca da parte aérea
(-8 DAE)
(-8 DAE)
1,2
1,2
1,0
1,0
0,8
0,8
0,6
0,6
0,4
0,4
X= IRGA 417
Y= EEA 406
0,2
0,0
0,2
X= IRGA 417
Y= EEA 406
1,4
0,0
1,4
(0 DAE)
(0 DAE)
Produtividade relativa
1,4
1,2
1,2
1,0
1,0
0,8
0,8
0,6
0,6
0,4
0,4
X= IRGA 417
Y= EEA 406
X= IRGA 417
Y= EEA 406
0,2
0,2
0,0
0,0
1,4
(+8 DAE)
1,4
(+8 DAE)
1,2
1,2
1,0
1,0
0,8
0,8
0,6
0,6
0,4
0,4
X= IRGA 417
Y= EEA 406
0,2
0,0
100/0
(X/Y)
Produtividade relativa
1,4
75/25
50/50
X= IRGA 417
Y= EEA 406
25/75
Proporção relativa de plantas
0/100
100/0
(X/Y)
75/25
50/50
0,2
25/75
0,0
0/100
Proporção relativa de plantas
Figura 1 – Diagramas resultantes das épocas relativas de emergência para as variáveis área foliar e
matéria seca da parte aérea. UFRGS, Porto Alegre, 2001. Círculos cheios (●)
representam a produtividade relativa da cultivar de arroz (X), círculos vazios (○) a do
genótipo simulador de arroz-vermelho (Y) e triângulos (▼) a produtividade relativa total.
As linhas tracejadas referem-se às produtividades relativas hipotéticas, nas quais não
ocorre interferência de um genótipo sobre o outro. (DAE = dias após a emergência da
cultura)
Os resultados permitem concluir que ocorre efeito antagônico entre a cultivar de
arroz IRGA 417 e o genótipo simulador de arroz-vermelho (EEA 406), quando a
emergência deste ocorre 8 dias antes ou juntamente com a cultura e ambos participam na
mesma proporção de plantas. O genótipo EEA 406 sobrepõe-se à cultivar IRGA 417
quando sua emergência ocorre 8 dias antes da cultura e sua população de plantas
predomina na associação. A cultivar de arroz e o genótipo simulador expressam
equivalência em habilidades competitivas.
Tabela 1. Índices de competitividade entre a cultivar de arroz IRGA 417 e o genótipo
competidor EEA 406, expressos por competitividade relativa (CR) e coeficientes
de agrupamento relativo (k) e de agressividade (A), em função de épocas
relativas de emergência do simulador. UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001
ky (arroz vermelho)
A
Épocas Variáveis
CR
kx(arroz)
Área foliar
0,63 (±0,12)ns 0,43 (±0,10)ns 0,95 (±0,20)ns -0,18 (±0,07)ns
-8 dias
Matéria seca 0,60 (±0,12)ns 0,41 (±0,09)ns 1,03 (±0,24)ns -0,21 (±0,08)ns
Área foliar
1,18 (±0,09)ns 0,64 (±0,03)ns 0,51 (±0,05)ns 0,05 (±0,02)ns
0 dia
Matéria seca 1,17 (±0,06)ns 0,76 (±0,02)ns 0,59 (±0,04)*
0,06 (±0,02)ns
Área foliar
1,54 (±0,31)ns 3,67 (±1,63)ns 0,79 (±0,23)ns 0,24 (±0,13)ns
+8 dias
Matéria seca 1,36 (±0,22)ns 2,74 (±1,51)ns 0,88 (±0,15)ns 0,18 (±0,11)ns
(ns)
(*)
Diferenças não significativas
e significativas a 5% de probabilidade do erro pelo teste “t”. Valores
entre parênteses representam o erro padrão da média.
Tabela 2. Variáveis morfológicas de plantas da cultivar de arroz IRGA 417 e do genótipo
competidor (EEA 406), associados em diferentes proporções de plantas, e
avaliadas em três períodos de competição. UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001
Épocas de
1
competição
Proporções de plantas (arroz:competidor)
75:25
50:50
25:75
0:100 (T) CV (%)
IRGA 417
Área foliar
58,0 ns
64,3 ns
72,5 ns
29,1
-8
98,0
ns
90,2
91,8 ns
0
113,4
76,5 *
16,2
ns
ns
ns
126,3
127,3
122,6
+8
95,7
36,6
Massa seca
0,58 ns
0,49 ns
0,53 ns
-8
0,85
26,1
0,68 ns
0,65 ns
0,82 ns
0
0,75
13,0
0,90 ns
0,91 ns
1,03 ns
+8
0,70
33,6
EEA 406
Área foliar
149,7 ns
142,5 ns
249,8 *
156,6
16,8
-8
ns
90,6
83,0 ns
0
75,0 *
95,9
11,4
49,7 ns
46,8 ns
39,9 ns
+8
55,3
21,1
Massa seca
1,02 ns
1,09 ns
-8
1,78 *
1,10
16,3
0,66 ns
0,56 ns
0,70 ns
0
0,75
16,3
ns
ns
ns
0,30
0,30
0,25
+8
0,32
14,9
1
Intervalos (dias) em relação à semeadura da cultura; (*) e (ns) valores significativos e não significativos,
respectivamente, pelo teste de Dunnett (p ≤ 0,05), em relação aos monocultivos (testemunhas - T),
quando comparados nas linhas.
100:0 (T)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
HOFFMAN, M.L.; BUHLER, D.D. Utilizing Sorghum as a functional model of crop-weed
competition. I. Establishing a competitive hierarchy. Weed Science, Lawrence, v.50, n.4,
p.466-472, 2002.
PARKER, L.; MURDOCH, A.J. Mathematical modeling of multispecies weed competition in
spring wheat. In: INTERNATIONAL WEED CONTROL CONGRESS, 2., Copenhagen,
1996. Proceedings… Copenhagen, IWSS,1996. p.153-158.
Agradecimento: Ao CNPq, pelo auxílio financeiro e pelas bolsas concedidas aos autores.
COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM BIÓTIPO DE ARROZVERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS RELATIVAS DE EMERGÊNCIA
Dirceu Agostinetto(1), Nilson Gilberto Fleck(2), Carlos Eduardo Schaedler(2). ¹ Programa de
Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS e Depto. de Fitossanidade da FAEM/UFPel,
Caixa Postal 354, CEP 96160-000 Pelotas-RS. e-mail: [email protected].
2
Depto. de Plantas de Lavoura da Fac. de Agronomia da UFRGS.
Dentre as causas que reduzem o potencial de produtividade de grãos de arroz no
Rio Grande do Sul, destaca-se a interferência exercida por plantas daninhas, como o arrozvermelho (Oryza sativa L.), o qual se constitui numa das espécies mais prejudiciais em
nível de cultivo de arroz em todas as regiões orizícolas. A competição exercida por plantas
daninhas depende da população e da época de emergência em relação à cultura. Esses
efeitos podem ser quantificados através de experimentos substitutivos (Roush et al., 1989).
Para isso, a população total das plantas é mantida constante, variando-se a proporção dos
competidores, visando identificar qual deles é mais competitivo (Cousens, 1991). O objetivo
deste trabalho foi analisar a competitividade relativa entre proporções de plantas de uma
cultivar de arroz irrigado e arroz-vermelho, em função de épocas relativas de emergência.
O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, na Faculdade de Agronomia
da UFRGS, utilizando-se vasos com capacidade volumétrica de 10 litros, preenchidos com
solo oriundo de lavoura orizícola como substrato. Os tratamentos testados foram épocas de
emergência do arroz-vermelho (-8; 0; +8 dias) em relação à cultivar IRGA 417 e proporções
de plantas de arroz (X) e de arroz-vermelho (Y): 100:0, 75:25, 50:50, 25:75, 0:100. Para
obtenção das populações, as sementes foram pré-germinadas em laboratório e,
posteriormente, transplantadas. Trinta dias após a emergência (DAE), para a época de
semeaduras simultâneas, foram determinadas área foliar e matéria seca da parte aérea.
A produtividade relativa (PR) e a produtividade relativa total (PRT) foram
determinadas para todos os tratamentos e variáveis. Também, foram estimados a
competitividade relativa (CR), que representa o crescimento comparativo da cultivar IRGA
417 (X) em relação ao competidor arroz-vermelho (Y); o coeficiente de agrupamento
relativo (K), que indica a dominância relativa entre X e Y; e, o coeficiente de agressividade
(A), que aponta qual é o componente mais competitivo. Para os índices CR, K e A,
considerou-se existir diferenças em competitividade quando, no mínimo dois deles,
expressassem diferenças significativas pelo teste “t”. No caso, considerou-se a cultivar de
arroz mais competitiva quando: CR>1, Kx>Ky e A>0 (Hoffman & Buhler, 2002).
Os resultados obtidos para área foliar e massa da matéria seca da parte aérea por
planta foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos foram
comparadas em relação às testemunhas (monoculturas) pelo teste de Dunnett (p ≤ 0,05).
A análise gráfica mostrou que, na proporção de plantas 50:50, em geral os desvios
observados das retas de PR foram maiores para a cultivar IRGA 417, indicando que as
maiores contribuições para as PRT deveram-se à cultivar (Figura 1). Quando a emergência
dos competidores ocorreu simultaneamente, as curvas de PRT foram inferiores às linhas
hipotéticas em ambas as variáveis, o que pode decorrer da competição pelo(s) mesmo(s)
recurso(s) do nicho. Quando a emergência dos competidores não foi simultânea, em geral
as PRT foram superiores às linhas hipotéticas, para ambas as variáveis, demonstrando que
eles competiram pelo(s) mesmo(s) recurso(s), mas em épocas diferentes.
Para a variável área foliar, quando a emergência dos competidores foi simultânea,
ou para ambas as variáveis, quando a emergência do arroz-vermelho atrasou, verificaramse diferenças em competitividade entre os genótipos (Tabela 1). O crescimento da cultivar
IRGA 417, em relação ao arroz-vermelho, como indicado pelo índice CR, superou o do
arroz-vermelho aos 8 dias após sua emergência e, para as duas variáveis, a cultivar de
arroz mostrou maior competitividade. Isso demonstra que, quando a cultivar e a planta
daninha apresentarem emergência simultânea, ou quando a emergência do competidor
atrasar, a competitividade relativa da cultivar IRGA 417 será superior. Já, na proporção de
plantas 25:75, a emergência antecipada do arroz-vermelho lhe proporcionou maiores área
foliar e produção de matéria seca, comparativamente à testemunha (Tabela 2.)
1,2
Matéria seca da parte aérea
(-8 DAE)
(-8 DAE)
1,4
1,2
1,0
1,0
0,8
0,8
0,6
0,6
0,4
0,4
0,2
X= IRGA 417
Y= Arroz-vermelho
X= IRGA 417
Y= Arroz-vermelho
0,0
1,4
(0 DAE)
0,2
0,0
1,4
(0 DAE)
1,2
Produtividade relativa
1,2
1,0
1,0
0,8
0,8
0,6
0,6
0,4
0,4
0,2
X= IRGA 417
Y= Arroz-vermelho
X= IRGA 417
Y= Arroz-vermelho
0,0
1,4
1,2
0,0
1,4
(+8 DAE)
(+8 DAE)
0,2
1,2
1,0
1,0
0,8
0,8
0,6
0,6
0,4
0,4
0,2
0,0
100/0
(X/Y)
Produtividade relativa
Área foliar
1,4
X= IRGA 417
Y= Arroz-vermelho
X= IRGA 417
Y= Arroz-vermelho
75/25
50/50
25/75
Proporção relativa de plantas
0/100
100/0
(X/Y)
75/25
50/50
25/75
0,2
0,0
0/100
Proporção relativa de plantas
Figura 1. Diagramas resultantes das épocas de emergência para as variáveis área foliar e matéria seca
da parte aérea. UFRGS, Porto Alegre, 2001. Círculos cheios (●) representam a produtividade
relativa do arroz cultivado (X), círculos vazios (○) a do arroz-vermelho (Y) e triângulos (▼) a
produtividade relativa total. As linhas tracejadas referem-se às produtividades relativas
hipotéticas, situações em que não ocorre interferência de um genótipo sobre o outro. (DAE =
dias após a emergência da cultura)
Conclui-se que a cultivar de arroz IRGA 417 apresenta maior habilidade
competitiva do que o arroz-vermelho quando a emergência deste se dá após a emergência
da cultura. Quando a emergência do arroz-vermelho se antecipa à do arroz, seus efeitos
competitivos sobre a cultura predominam e são potencializados pelo incremento de sua
população de plantas na associação.
Tabela 1. Índices de competitividade entre a cultivar de arroz IRGA 417 e genótipo de
arroz-vermelho, expressos por competitividade relativa (CR) e coeficientes de
agrupamento relativo (K) e de agressividade (A), em função de épocas relativas
de emergência dos competidores. UFRGS, Porto Alegre, 2001
Épocas
Variáveis
CR
Kx(arroz)
Ky (arroz-vermelho)
A
Área foliar
0,64 (±0,23)ns
-0,53 (±0,26)ns
1,29 (±0,54)ns
-0,21 (±0,15)ns
ns
ns
ns
Matéria seca
0,62 (±0,23)
0,54 (±0,26)
0,14 (±0,61)
-0,23 (±0,14)ns
Área foliar
1,57 (±0,23)ns
1,29 (±0,18)ns
0,66 (±0,17)*
0,17 (±0,05)*
0 dia
Matéria seca
1,47 (±0,20)ns
1,40 (±0,17)ns
0,75 (±0,17)ns
0,16 (±0,06)ns
Área foliar
1,31 (±0,02)*
3,11 (±1,26)ns
1,23 (±0,39)ns
0,17 (±0,03)*
+8 dias
ns
ns
Matéria seca
1,27 (±0,01)*
3,00 (±1,13)
1,34 (±0,28)
0,15 (±0,02)*
(*)
(ns)
Valores significativos e
não significativos pelo teste t (p ≤ 0,05). Valores entre parênteses
representam o erro padrão da média.
-8 dias
Tabela 2. Variáveis morfológicas de plantas da cultivar de arroz IRGA 417 e de genótipo
de arroz-vermelho, associados em diferentes proporções de plantas, e
avaliadas em três períodos de competição, UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001
Épocas de
competição1
Proporções de plantas (arroz:competidor)
CV (%)
75:25
50:50
25:75
0:100 (T)
IRGA 417
Área foliar
ns
ns
ns
-8
85,0
81,3
53,0
49,6
32,7
ns
ns
ns
0
70,0
66,5
77,6
73,3
14,1
ns
ns
ns
+8
101,6
105,3
145,4
143,2
15,7
Matéria seca
-8
0,77
0,71 ns
0,49 ns
0,46 ns
31,7
0
0,63
0,59 ns
0,72 ns
0,62 ns
10,0
ns
ns
ns
+8
0,76
0,77
1,08
1,05
16,1
Arroz-vermelho
Área foliar
-8
212,0 ns
210,3 ns
351,0 *
203,0
18,3
ns
112,0 ns
112,1 ns
147,6
18,3
0
134,0
ns
ns
ns
+8
91,7
75,5
55,1
69,5
23,0
Matéria seca
ns
ns
-8
1,52
1,59
2,46 *
1,46
17,2
0,78 ns
0,75 ns
0,95
17,6
0
0,87 ns
ns
ns
ns
+8
0,50
0,45
0,33
0,40
20,3
1
Intervalos (dias) em relação à semeadura da cultura; (*) e (ns) valores significativos e não significativos,
respectivamente, pelo teste de Dunnett (p ≤ 0,05), em relação aos monocultivos (testemunhas - T),
quando comparados nas linhas.
100:0 (T)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
COUSENS, R. Aspects of design and interpretation of competition (interference)
experiments. Weed Technology, Champaign, v.5, n.3, p.664-673, 1991.
HOFFMAN, M.L.; BUHLER, D.D. Utilizing Sorghum as a functional model of crop weed
competition. I. Establishing a competitive hierarchy. Weed Science, Lawrence, v.50, n.4,
p.466-472, 2002.
ROUSH, M.L. et al. A comparison of methods for measuring effects of density and
proportion in plant competition. Weed Science, Champaign, v.37, n.2, p.268-275, 1989.
Agradecimento: Ao CNPq, pelo auxílio financeiro e pelas bolsas concedidas aos autores.
CONTROLE DE ARROZ-VERMELHO COM O HERBICIDA NICOSULFURON
OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC
Lisiane Camponogara Fontana(1), Dirceu Agostinetto(1), Jesus Juarez Oliveira Pinto(1), Rubia
Piesanti Rigoli(1), Silvia de Souza Figueredo(1), Mariane Rosenthal(1). 1Centro de Estudos em
Herbologia (CEHERB) - DFs/FAEM/UFPel, Campus Universitário - Caixa Postal 354 - CEP
96010-900, e-mail: [email protected]
O arroz-vermelho é considerado uma das mais importantes plantas daninhas em
áreas produtoras de arroz no mundo (Eleftherohorinos & Dhima, 2002). Após décadas de
busca por alternativas para controle desta planta daninha, desenvolveram-se genótipos de
arroz tolerantes a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas. Essa nova tecnologia
associa cultivares de arroz tolerantes a herbicidas não seletivos ao arroz, constituindo-se
numa estratégia eficiente para o controle de arroz-vermelho (Steele et al., 2002).
No entanto, há referência de que o arroz cultivado tolerante ao herbicida
imazethapyr possui também tolerância a outros herbicidas, que demonstraram ser
eficientes no controle de plantas daninhas (Webster & Masson, 2001). Assim, é possível
que nicosulfuron também apresente eficiência no controle de arroz-vermelho.
O presente estudo objetivou avaliar a eficácia no controle de arroz-vermelho com a
utilização do herbicida nicosulfuron.
O experimento foi realizado em casa-de-vegetação da FAEM/UFPel, localizada no
município de Capão do Leão, RS, na estação de crescimento 2005/06. As unidades
experimentais constaram de baldes plásticos com capacidade de oito litros, preenchidos
com solo peneirado. Em cada vaso foram semeadas 25 sementes de arroz-vermelho,
sendo após a emergência procedido o desbaste, selecionando cinco plântulas. O biótipo
utilizado apresentava pericarpo de cor avermelhada e ausência de aristas, sendo
proveniente de uma área localizada no município de Pelotas, RS.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro
repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial, onde o fator A comparou
herbicidas (imazethapyr + imazapic ou nicosulfuron) e o fator B avaliou doses dos
herbicidas correspondentes a 0,00 (testemunha sem aplicação); 0,25; 0,75; 1,00; 1,25 e
1,50 L ha-1 de nicosulfuron (40 g L-1) ou imazethapyr + imazapic (75 + 25 g L-1). Aos
tratamentos com o herbicida imazethapyr + imazapic foi adicionado à calda de pulverização
um adjuvante não iônico (Dash HC®) na proporção de 0,3% v/v.
A aplicação foi efetuada sobre as plantas de arroz-vermelho em estádio de
desenvolvimento V4, com auxílio de um pulverizador costal pressurizado a CO2, munido
com bico 110.015 do tipo leque, regulado para aplicar 150 L ha-1 de calda herbicida. A
irrigação foi realizada de acordo com a necessidade das plantas, sendo mantida uma
lâmina de água permanente a partir do terceiro dia após a aplicação dos herbicidas.
As variáveis analisadas foram controle e massa seca da parte aérea. A
fitotoxicidade foi observada visualmente aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação dos
tratamentos (DAT), utilizando uma escala de zero (0) a cem (100), onde zero representa
ausência de sintomas e cem representa morte das plantas. Aos 28 DAT, a parte aérea das
plantas foi colocada para secagem em estufa com circulação de ar a 65°C para
determinação da massa seca.
Os dados obtidos foram analisados quanto a sua homocedasticidade e,
posteriormente submetidos à análise da variância (p ≤ 0,05), em sendo significativa, os
dados foram analisados por modelos de regressão linear e não linear.
Verificou-se interação significativa entre os fatores estudados para as variáveis
resposta, demonstrando que os resultados obtidos dependeram do herbicida e da dose
aplicados. Os dados obtidos com o controle ajustaram-se à equação linear para o herbicida
nicosulfuron e exponencial para imazethapyr + imazapic. Observou-se aumento do controle
de arroz-vermelho com incremento na dose dos herbicidas estudados (Figura 1).
100
Controle (%)
80
60
● imazethapyr + imazapic
Y= 94,36 (1-e -11,15x)
40
○ nicosulfuron
Y= -5,06 + 68,75x
20
R2=0,99
R2=0,95
0
0,0
0,5
1,0
1,5
Dose (L ha-1)
Figura 1. Controle de arroz-vermelho pelos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr +
imazapic, aos 21 dias após a aplicação dos tratamentos. FAEM/UFPel, Capão
do Leão/RS, 2005/06.
Aos 21 DAT, o controle com imazethapyr + imazapic, desde a menor dose
estudada, foi superior a 90%. Já, o herbicida nicosulfuron proporcionou controle
equivalente ao observado com imazethapyr + imazapic apenas nas maiores doses, sendo
necessário para eficácia no controle de arroz-vermelho a utilização de doses a partir de 1,0
L ha-1.
Entre épocas de avaliação, verificou-se que o controle de arroz-vermelho aumentou
da primeira para a última, indicando que esta planta daninha não mostrou capacidade de
recuperação (Figura 2).
Controle (%)
100
80
60
● imazethapyr + imazapic
○ nicosulfuron
40
20
0
l
l
l
0
7
14
l
21
l
28
Dias após o tratamento
Figura 2. Evolução no controle de arroz-vermelho pela aplicação dos herbicidas
nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic na dose de 1 L ha-1. FAEM/UFPel,
Capão do Leão/RS, 2005/06.
A eficácia do herbicida imazethapyr no controle de arroz-vermelho já foi reportada
em outros trabalhos (Levy Jr. et al., 2006; Steele et al., 2002; Villa et al., 2006). Neste
estudo, o herbicida nicosulfuron demonstrou também ser eficiente no controle de arrozvermelho, corroborando com resultados obtidos por Webster & Masson (2001). No entanto,
a eficiência no controle mostrou-se dependente da dose utilizada destes herbicidas.
Os dados obtidos para a massa seca da parte aérea ajustaram-se à equação linear
para o herbicida nicosulfuron e exponencial para imazethapyr + imazapic, com ajuste
adequado dos dados aos modelos (Figura 3). A massa seca foi reduzida com o incremento
na dose dos herbicidas estudados, sendo que nas menores doses aplicadas, o herbicida
imazethapyr + imazapic proporcionou maior redução comparativamente ao nicosulfuron.
Massa seca da parte aérea (g)
Isso se deve ao herbicida nicosulfuron não ter mostrado eficiência no controle de arrozvermelho nas menores doses estudadas.
20
15
● imazethapyr+imazapic
Y= 0,8 + 16,9 e -11,9 x
10
○ nicosulfuron
Y = 16,90 - 11,81 x
5
R2=0,99
R2=0,95
0
0,0
0,5
1,0
1,5
Dose (L ha-1)
Figura 3. Massa seca da parte aérea de plantas de arroz-vermelho, em função da aplicação
de doses dos herbicidas imazethapyr + imazapic e nicosulfuron, avaliada aos 28
dias após o tratamento. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06.
Os resultados obtidos permitem inferir que a eficácia de controle não é restrita a
mistura formulada de imazethapyr + imazapic, sendo obtida também com a aplicação do
herbicida nicosulfuron a partir da dose de 1 L ha-1 de produto comercial, que corresponde a
40 g i.a. ha-1.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ELEFTHEROHORINOS, I.L.; DHIMA, K.V. Red rice (Oryza sativa) control in rice (O. sativa)
with preemergence and postemergence herbicides. Weed Technology, Lawrence, v.16,
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v.20, n.1, p.249-254, 2006.
STEELE, G.L.; CHANDLER, J.M.; McCAULEY, G.N. Control of red rice (Oryza sativa) in
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Viçosa, v.24, n.3, p.549-555, 2006.
WEBSTER, E.P.; MASSON, J.A. Acetolactate synthase-inhibiting herbicides
imidazolinona-tolerant rice. Weed Science, Lawrence, v.49, n.5, p.652-657, 2001.
on
IDENTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL, ATRAVÉS DE BIOENSAIO, DA
MISTURA HERBICIDA (IMAZAPIC + IMAZETHAPYR) EM ÁGUA, PARA A
CULTURA DO SORGO, RABANETE E PEPINO
Mariane D’Avila Rosenthal(1), Jesus Juares Oliveira Pinto(1), Camila Ferreira de Pinho(1),
Frederico Bartz de Menezes(1), Leonard Bonilha Piveta(1), Rodolfo Rocha Richter(1) Antonio
Donida(1),, UFPel-FAEM, Departamento de Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900,
Pelotas, RS. [email protected]
Na condução de uma lavoura de arroz, muitos fatores podem contribuir para a
redução do rendimento de grãos, entre eles, um dos mais importantes é a competição entre
a cultura com as plantas daninhas. Nos últimos anos, essas espécies indesejáveis vêm
sendo controladas com herbicidas de médio a longo período residual, entre eles, os
pertencentes aos grupos químicos das isoxazolidinonas e imidazolinonas. É uma
tecnologia eficaz que está sendo colocada a disposição dos agricultores, porém é uma
ferramenta que quando utilizada inadequadamente, poderá tornar a lavoura arrozeira um
contaminante potencial do ambiente aquático devido ao grande volume de água usado na
irrigação e da sua proximidade aos mananciais hídricos (Machado et al., 2005). Inúmeros
estudos vêm sendo desenvolvidos buscando-se monitorar a contaminação em mananciais
hídricos por herbicidas (Machado et al., 2003; Marchezan et. al., 2003; Marcolin et al.,
2003; Noldin et al., 2003).
Com o objetivo de avaliar a atividade residual da mistura dos herbicidas
imazapic+imazethapyr, em água, que acidentalmente ou por condições especiais de
manejo seja drenada, ainda durante a fase vegetativa do arroz, foi conduzido um bioensaio,
em casa de vegetação (UFPel/FAEM). O estudo constou de dois procedimentos
experimentais seqüenciais. Primeiramente foi instalado um experimento com delineamento
experimental completamente casualizado, distribuídos em quatro repetições, representadas
por caixas de polietileno (60cmx40cmx20cm) com 50kg de solo (Planossolo Háplico
Eutrófico solódico (EMBRAPA, 2006), corrigido para pH 6,0. A cultivar de arroz utilizada foi
a IRGA 422 CL. Quando as plantas de arroz encontravam-se em estádio fenológico de 3 a
4 folhas, foram sorteados e aplicados os tratamentos: imazapic+imazethapyr a (0; 25+75;
37,5+112,5+; 50+150)g ha-1 utilizando-se um pulverizador costal pressurizado a CO2,, com
barra e dois bicos leque (110.02), proporcionando a aplicação de 150 L ha-1 de calda
herbicida. A partir do sétimo dia após a aplicação dos herbicidas as parcelas foram
mantidas com uma lâmina d’água de 7cm, aproximadamente. O segundo procedimento foi
a escolha de espécies vegetais utilizadas como plantas bioindicadoras, no caso, sorgo
granífero (Sorghum bicolor), rabanete (Raphanus sativus) e pepino (Cucumis sativus).
Cada espécie foi semeada em 32 recipientes plásticos, com 3 kg de solo, totalizando oito
repetições para cada tratamento que passou a ser água com resíduo de herbicida captada
nas caixas de polietileno, utilizadas no primeiro procedimento.
Vinte e sete dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas (27 DAA) no arroz e
quando as plantas de rabanete e pepino encontravam-se em estádio de 02 folhas
verdadeiras e o sorgo com 03 folhas, foi iniciado o período de irrigação do solo através da
transposição diária de 60ml d’água das caixas de polietileno contendo arroz cultivado, para
o solo das unidades experimentais com as espécies bioindicadoras.
As variáveis resposta foram altura média de plantas (cm) e comprimento médio do
sistema radicular (cm) das espécies bioindicadoras. As avaliações foram realizadas através
da coleta total de plantas íntegras aos 20 dias após ter-se iniciado a irrigação com água
anteriormente utilizada no arroz. Os dados foram submetidos à análise estatística da
variância, onde dados significativos foram submetidos à análise através de regressão
polinomial (Machado & Conceição, 2007). Verificou-se significância estatística para o fator
tratamento, relativo à altura média de plantas e comprimento médio do sistema radicular
para as três culturas analisadas. Os resultados mostram que resíduos em água do
herbicida imazapic+imazethapyr podem afetar o crescimento de órgãos vegetais de plantas
de pepino, sorgo e rabanete. A altura de plantas e o comprimento do sistema radicular
foram afetados negativamente na razão inversa com o aumento na concentração de
resíduo, supostamente contidos na água (Figura 1). Verifica-se que a cultura do sorgo
granífero sofre menor interferência à presença do herbicida quando comparado à cultura do
pepino e do rabanete (Figura 1A e 1B). Incrementos de 5g à dose de
imazapic+imazethapyr aumentaram a atividade residual do herbicida reduzindo o
crescimento das raízes em 2,88, 2,5 e 11,5% respectivamente para as culturas de pepino,
sorgo granífero e rabanete (Figura 1B). Foi observado que a mistura dos herbicidas
imazapic a 25 g ha-1 + imazethapyr a 75 g ha-1, utilizada comercialmente, limita a altura de
plantas em 73, 36,4 e 56,8% e o comprimento das raízes em 26,4, 29,7 e 39,7%
respectivamente para as culturas do pepino, sorgo granífero e rabanete. Doses superiores
a 100 g ha-1 do herbicida foram letais para o crescimento e desenvolvimento da plantas de
rabanete.
A
-0, 01x
; R2 = 0,96
● y = 52,17e
60
○ y = 25,98-0,0747x ; R2 = 0,97
50
-0,01x
Altura de plântulas (cm)
▼ y = 18,79e
; R2 = 0,92
40
30
20
10
0
0
50
100
150
200
-1
Dose (g ha )
B
30
● y = 28,10-0,1026x ; R2 = 0,96
○ y = 25,04-0,0836x ; R2 = 0,97
25
Comprimento médio de raíz (cm)
2
▼ y = 19,85-0,1070x ; R = 0,91
20
● Pepino
15
○ Sorgo
▼ Rabanete
10
5
0
0
50
100
150
200
-1
Dose (g ha )
Figura 1. Atividade residual em água do herbicida Only® para diferentes espécies vegetais
na altura média de plantas (A) e no comprimento médio do sistema radicular (B),
UFPEL/FAEM, Capão do Leão - RS. 2007
Diante dos resultados observados é possível concluir que o herbicida
imazapic+imazethapyr a (25+75 g ha-1), aplicado em pós-emergência do arroz irrigado,
pode permanecer, pelo menos até 27 DAA, na cultura do arroz irrigado ativamente na água
utilizada para irrigação, em condições suficientes para reduzir significativante a altura
média de plantas e o comprimento médio do sistema radicular de plantas de pepino, sorgo
granífero e rabanete que foram utilizadas como espécies vegetais bioindicadoras da
presença do herbicida Only®.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú, SC. Anais... Itajaí:
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Maria, RS. Anais... Santa Maria: UFSM, 2005. p 262-63.
BIOENSAIOS PARA DIAGNÓSTICO DA RESISTÊNCIA A HERBICIDAS
INIBIDORES DA ENZIMA ALS EM CULTIVARES DE ARROZ
Ana Carolina Roso(1), Aldo Merotto Junior(1), Carla Andréa Delatorre(1). 1Faculdade de
Agronomia-UFRGS, AV. Bento Gonçalves, 7712. 91501-970. Porto Alegre, RS. Email:
[email protected]
A resistência a herbicidas pertencentes ao grupo dos inibidores da enzima
acetolactato sintase (ALS) tem evoluído em grandes proporções em comparação com
herbicidas de outros mecanismos de ação. Ainda, diversas culturas resistentes a este
mecanismo de ação foram recentemente desenvolvidas (Tan et. Al., 2005). Diversas
técnicas baseadas no crescimento de plantas e em parâmetros bioquímicos e moleculares
vêm sendo aprimoradas para a confirmação da ocorrência da resistência (Corbett and
Tardiff, 2006), e assim, proporcionar a correta execução de programas de manejo visando
a prevenção e contenção deste problema quando ocorrendo em plantas daninhas ou para
monitoramento de cultivares resistentes.
O objetivo deste trabalho foi desenvolver bioensaios para o diagnóstico da resistência
a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas em diferentes etapas do
desenvolvimento do arroz.
Os experimentos foram conduzidos em estufa e no laboratório do Departamento de
Plantas de Lavoura, da Faculdade de Agronomia da UFRGS. Os bioensaios realizados
foram: germinação de sementes, crescimento de afilhos e a germinação de grãos de pólen
em cultivares de arroz resistentes e suscetíveis a herbicidas imidazolinonas. As cultivares
de arroz utilizadas foram IRGA 417, suscetível (S), e a IRGA 422CL, resistente (R) a
herbicidas deste grupo. O herbicida utilizado foi imazapic (25 g ia.L-1) + imazethapyr (75 g
ia.L-1).
O primeiro bioensaio realizado foi o da germinação de sementes. Para este
experimento foram determinadas curvas de dose-resposta, sendo que as concentrações
utilizadas foram: 0; 0,00001; 0,0001; 0,001; 0,01; 0,1; 1,0; 10 e 100 mM. Após 24 horas de
embebição nas soluções, as sementes foram dispostas em papel para germinação e em
seguidas colocadas em câmara do tipo BOD na temperatura de 24°C. As avaliações
aconteceram aos 7 dias após a transferência das sementes para o papel germinador.
Foram avaliados o comprimento do coleóptilo e a porcentagem de germinação. O
experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado num esquema
fatorial (9 doses x 2 cultivares), com três repetições, totalizando 54 unidades experimentais.
Os dados foram analisados pelo pacote “drc” do programa “R” (Ritz et al. 2006) através do
ajuste da equação logística, onde Y representa o comprimento do coleóptile ou
porcentagem da germinação expressos como percentagem da testemunha não tratada, c e
d representam os limites inferiores e superiores da curva respectivamente, b é a
declividade da curva no ponto em que esta produz a metade da resposta (chamada GR50)
entre os valores inferiores e superiores. O fator de resistência (FR) foi obtido pela relação
do GR50 entre a cultivar R e S.
O segundo bioensaio constou da avaliação do crescimento de raízes de afilhos
submetidos ao herbicida inibidor da ALS. Primeiramente, as sementes das cultivares de
arroz foram semeadas em estufa e mantidas sob condições ideais de desenvolvimento.
Quando os afilhos estavam com aproximadamente 4 folhas, estes foram removidos do
colmo principal e conduzidos para laboratório. Foram avaliados diferentes tratamentos
abrangendo a manutenção ou retirada das raízes ou parte aérea e doses do herbicida para
discriminação entre cultivares R a S. Foram testadas soluções a base de água ou solução
nutritiva, e o efeito de auxina como promotora do crescimento de raízes. Em relação à
remoção de partes dos afilhos foram avaliados afilhos inteiros (raiz e parte aérea), com a
remoção das raízes e manutenção da parte aérea intacta, com a manutenção de apenas 1
cm de raiz e parte aérea intacta, e manutenção de apenas 2 cm de parte aérea e 1 cm de
raízes. As doses de discriminação testadas foram: 0; 0,00002; 0,0002; 0,002; 0,02; 0,2 e
2,0 M do herbicida imazethapyr.
O terceiro bioensaio constou da germinação de grãos de pólen em solução contendo
herbicida. Inicialmente foram analisadas concentrações de ingredientes da solução de
germinação, sendo H3BO3 (50, 100 e 150 mg L-1) CaNO3 (100, 200 e 300 mg L-1) e
sacarose (200, 300 e 400 g L-1). Ainda, foram avaliadas soluções contendo agar (0,3 e 0,5
%) ou somente água destilata. A inibição diferencial da germinação de grãos de pólen em
cultivares R e S foi avaliada em soluções contendo 0; 0,1; 10; 100 e 1000 µM de
imazethapyr. Plantas das cultivares avaliadas foram obtidas da forma descrita
anteriormente. No estádio de florescimento, panículas foram coletadas às 8:30 horas,
acondicionas em recipientes contendo água e transportadas para laboratório. Procedeu-se
o acompanhamento da evolução da antese a cada 15 minutos. Duas horas e meia após a
coleta das panículas, a antese era máxima, e neste momento realizou-se a coleta dos
grãos pólen. Esta coleta ocorreu através de leve toque manual nas panículas de forma que
os grãos de pólen caíssem sobre uma Placa de Petri contendo a solução para germinação.
Placas de Petri contendo as soluções tratamento em avaliação receberam 5 mL da solução
contendo os grãos de pólen. Após, as Placas de Petri foram incubadas em câmara do tipo
BOD a 26°C por 4 horas. A avaliação da germinação dos grãos de pólen ocorreu com o
auxílio de lupa. Utilizou-se o corante carmim propiônico para a visualização da germinação.
Considerou-se germinados os grãos de pólen que apresentavam o tubo polínico com mais
de 5 vezes o tamanho do grão de pólen.
No ensaio de germinação de sementes o comprimento do coleóptilo foi um bom
parâmetro na expressão da suscetibilidade ao herbicida (Figura 1a). As melhores doses de
discriminação entre a cultivar R e S foram 0,1 e 0,01 mM. O fator de R indica que a cultivar
R IRGA 422 CL foi 31 vezes mais resistente que a cultivar S IRGA 417 (Tabela 1). A
percentagem de germinação não expressou a diferença de suscetibilidade entre as
cultivares avaliadas (Figura 1b). Houve redução da germinação do arroz na dose de 10 mM
igualmente para ambas as cultivares (Figura 1b). O método da embebição de sementes
mostrou-se um teste rápido, preciso e não trabalhoso para detecção de plantas tolerantes a
herbicidas inibidores da ALS em arroz. Este método pode ser utilizado em estudos para a
identificação da hibridização de arroz, como por exemplo, no fluxo gênico do gene de
resistência a herbicidas ALS entre cultivares resistentes e a planta daninha arroz vermelho.
Os resultados do bioensaio de crescimento de afilhos indicam que a melhor emissão
de raízes ocorreu nas plantas onde foram removidas as raízes e mantida a parte aérea
intacta. O tratamento de manutenção da parte aérea e raízes intactas não demonstrou
efeito diferencial entre as cultivares R e S. Os tratamentos de manutenção de apenas 1 cm
de raízes e parte aérea intacta e manutenção de 2 cm de parte aérea e 1 cm de raízes
foram intermediários. A melhor dose de discriminação entre indivíduos R e S foi a 0,02 M
(Figura 2).
No bioensaio de germinação de grãos de pólen a composição da solução que
apresentou melhores resultados foi com de 150 mg L-1 de H3BO3, 200 mg L-1 de CaNO3 e
sacarose 200 g L-1 diluídos em água. Ainda, as concentrações de herbicida utilizadas se
mostraram promissoras para a determinação quantitativa através de curva dose-resposta.
Os resultados obtidos permitiram a identificação das condições ótimas requeridas
para cada bioensaio e as concentrações herbicidas necessárias para a identificação de
indivíduos R e S a herbicidas inibidores da enzima ALS.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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inhibitors in weeds with emphasis on DNA-based techniques: a review. Pest
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Shaner, D.L. 2005. Imidazolinone-tolerant crops:
history, current status and future. Pest
management science. 61:246-257.
(a)
(b)
m
Figura 1. Curvas dose-resposta ao herbicida imazapic + imazethapyr para o comprimento
do coleóptilo (a) , e porcentagem de germinação (b) de biótipos de arroz
resistente (IRGA 422 CL) e suscetível (IRGA 417) a herbicidas imidazolinonas.
m
Figura 2. Observação visual de doses referenciais de discriminação entre plantas R e S a
herbicidas do grupo dos inibidores da ALS no bioensaio de crescimento de
affilhos.
Tabela 1. Parâmetros da equação logística e fator de resistência relativo ao efeito de doses
do herbicida herbicida imazapic + imazethapyr sobre o comprimento do coleóptilo no
biensaio de embebição de sementes.
Cultivares
IRGA 417
IRGA 422CL
Fator de resistência
Declividade
0,73**
0,45**
Estimado
Limite inferior
11,71**
0,57 ns
Desvio-padão
Limite superior
104,63**
99,89**
t
GR50
0,001**
0,033*
P
(GR50 IRGA 422 CL/
31,075
12,872
GR50 IRGA 417)
** P < 0,01; * P < 0,05; ns não-significativo
2,337
0,021
EFEITO DO ÓLEO VEGETAL AGR’ÓLEO E DO VOLUME DE CALDA NA
EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS POR VIA AÉREA EM ARROZ
Eugenio Passos Schröder E-mail: [email protected]. SCHRODER CONSULTORIA,
Av. Fernando Osório, 20, sala 6 A, Pelotas, RS, 96065-000.
As pulverizações de herbicidas em arroz no Rio Grande do Sul são,
freqüentemente, efetuadas através de aeronaves agrícolas, utilizando-se volumes de calda
entre 20 e 30 L ha-1. Mais recentemente, há a tendência de reduzir o volume para apenas
10 L ha-1. Adjuvantes podem ser acrescidos à calda com a finalidade de facilitar a mistura
de compostos não miscíveis, alterar a tensão superficial das gotas, aumentando a
adesividade e absorção pelas folhas das plantas daninhas e redução de perdas por
hidrólise, evaporação e deriva.
A adição de óleo vegetal emulsionável 93,0% à calda de pulverização aumenta o
diâmetro das gotas, demonstrando o potencial do adjuvante na redução da deriva (CUNHA
et al., 2003). COSTA et al. (2005) constataram melhoria na ação de herbicida pela adição
de adjuvantes, atribuída à redução da tensão superficial da solução, aumentando a área de
contato da gota com a superfície da folha. A adição de adjuvantes à calda de pulverização
altera o comportamento da distribuição volumétrica proporcionada pela aplicação aérea
(CUNHA & CARVALHO, 2005). Em geral, a adição de adjuvantes reduz o risco potencial
de deriva aumentando a deposição de calda no alvo biológico.
SCHRÖDER (2005) avaliando o efeito da adição do óleo vegetal Agr’óleo na
calda de pulverização aérea do herbicida 2,4-D, visando o controle de Aeschynomene sp.
(angiquinho) e na fitotoxicidade ao arroz, verificou que o óleo promoveu ação mais rápida
do herbicida aliado aos possíveis efeitos anti-evaporantes.
O produto Agr’óleo tem sido empregado com sucesso em pulverizações aéreas
no sistema Baixo Volume Oleoso (BVO), com volumes de calda entre 3 e 10 L ha-1 em
diversas culturas, porém carece de informações técnicas que comprovem seu benefício
nos volumes de 10 e 20 L ha-1 em arroz irrigado. Nesse sentido, o trabalho tem por objetivo
avaliar o efeito da adição do óleo vegetal Agr’óleo na calda de pulverização aérea de
herbicidas, comparando-se dois volumes, no controle de plantas daninhas e na
fitotoxicidade ao arroz irrigado.
A área experimental foi instalada no dia 09/12/2005, em lavoura comercial no
município de Jaguarão, RS, cultivar El Passo 144, plantio convencional realizado em
09/11/2005. A aeronave Ipanema estava equipada com 40 bicos Stol, balizamento por
DGPS com largura de faixa de 16 metros. As plantas daninhas presentes eram
Echinochloa sp., Aeschynomene sp. e Cyperus sp., no estádio de 2 a 5 folhas. A irrigação
ocorreu dois dias após o tratamento. Os produtos pulverizados foram aqueles de uso
habitual do agricultor, segundo as dosagens preconizadas em receituário agronômico:
Clincher 1,6 L ha-1 + Gamit 0,4 L ha-1 + Padron 0,15 L ha-1. Foram aplicados em quatro
talhões de dez hectares, sendo que em dois talhões foi acrescentado Agr’óleo na dose de
0,5 L ha-1; em dois talhões o volume de calda foi de 10 L ha-1 e nos demais 20 L ha-1. Cada
tratamento constou de seis repetições, representadas por 6 vôos da aeronave sobre a
lavoura, mais dois vôos de bordadura. As condições ambientais às 9 horas, por ocasião da
instalação do experimento, foram: temperatura: 19 °C; umidade relativa do ar: 84%;
velocidade do vento: 5,5 km.h-1.
Em cada talhão, 25 cartões de papel sensível à água foram dispostos
horizontalmente sobre o solo, para coleta das gotas pulverizadas. Os cartões foram
recolhidos imediatamente após a pulverização e acondicionados em embalagem hermética.
Posteriormente, foram submetidos à contagem da densidade média de gotas (gotas.cm-2).
Foram realizadas avaliações de controle das plantas daninhas e de fitotoxicidade aos 7, 20,
30 e 45 dias após o tratamento (DAT), através de notas, atribuindo-se valor zero para a
ausência de controle e sem fitotoxicidade ao arroz irrigado, e 100 para morte total das
plantas daninhas. Uma avaliação em pré-colheita foi conduzida 25 dias antes da colheita.
O adjuvante Agr’óleo proporcionou controle mais rápido das plantas daninhas,
embora o controle final tenha sido similar ao tratamento sem óleo, o que está de acordo
com resultados observados por SCHRÖDER (2005) (Tabela 1). A fitotoxicidade inicial foi
reversível, de modo que nas demais avaliações, nenhum tratamento mostrou danos ao
arroz, e o controle das plantas daninhas foi similar em todos os talhões. A avaliação précolheita mostrou uniformidade na cultura do arroz e não ocorrência de reinfestação de
plantas daninhas.
Tabela 1. Densidade de gotas, controle de plantas daninhas e fitoxicidade ao arroz.
Jaguarão, RS, 2006.
Tratamento
10 Lha-1 sem óleo
10 Lha-1 + Agr’óleo
20 Lha-1 sem óleo
-1
20 Lha + Agr’óleo
Densidade
(gt.cm-2)
28
25
41
35
7DAT
60
80
60
80
Controle (%)
20
30
100
100
100
100
100
100
100
100
45
100
100
100
100
7DAT
10
20
10
20
Fitotoxicidade (%)
20
30
0
0
0
0
0
0
0
0
45
0
0
0
0
A análise das gotas coletadas mostrou densidades coerentes com os volumes
pulverizados, ou seja, maior quantidade de gotas no volume 20 L ha-1, mas todos os
tratamentos resultaram em densidades superiores a 20 gotas.cm-2, que sabidamente é
eficiente para o controle de plantas daninhas em arroz. O volume de calda de 10 L ha-1 foi
eficiente para o controle de plantas daninhas em arroz irrigado por via aérea. Pulverizações
com 10 L ha-1 de calda são mais produtivas, pois permitem tratar um maior número de
hectares por hora de trabalho, possibilitando uma economia de água e de tempo, o que
pode resultar numa redução no custo do tratamento.
O uso do adjuvante Agr’óleo proporcionou menores densidades de gotas para
ambos os volumes de calda, o que talvez possa ser explicado pela maior viscosidade da
calda, fracionando o líquido em gotas maiores, e menos numerosas, o que é desejável
visando reduzir a deriva da pulverização. Estes resultados concordam com os observados
por COSTA et al. (2005) e por CUNHA & CARVALHO (2005).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, N.V., et al. pH foliar e deposição de gotas de pulverização em plantas daninhas
aquáticas: Brachiaria mutica, Brachiaria subquadripara e Panicum repens. Planta daninha,
Viçosa, 2005, v.23, n.2, p.295-304, 2005.
CUNHA, J.P.A.R., et al. Avaliação de estratégias para redução da deriva de agrotóxicos em
pulverizações hidráulicas. Planta daninha, Viçosa, v.21, n.2, p.325-332, 2003.
CUNHA, J.P.A.R., CARVALHO, W.P.A. Distribuíção volumétrica de aplicações aéreas de
agrotóxicos utilizando adjuvantes. Engenharia na Agricultura, Viçosa, V.13, n.2, 130-135,
2005.
SCHRÖDER, E.P. Efeito do óleo vegetal Agr’óleo na eficiência do herbicida 2,4-D aplicado
por via aérea em arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4.
Santa Maria, RS, 2005. Anais... Santa Maria, UFSM/SOSBAI, p.209-210., 2005.
Agradecimentos: Fazenda do Sobrado, Gota Ind. e Com., Mirim Aviação Agrícola.
IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS COM POPULAÇÕES DE Sagitaria
montevidensis RESISTENTES AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ALS EM
SANTA CATARINA
Gabriela F. Pinheiro(1); José Alberto Noldin(1); Domingos Sávio Eberhardt(1); Janaína M.
Rodrigues(2); Leonardo C. Malburg(2). (1) Epagri/ Estação Experimental de Itajaí, C.P. 277,
88301-970, Itajaí-SC. (2) CTTMar/UNIVALI, Itajaí-SC. E-mail: [email protected].
A Sagittaria montevidensis (SAGMO) é uma planta aquática e apresenta grande
amplitude ecologia, o que facilita seu estabelecimento em áreas de cultivo de arroz irrigado
(Cassol, 2003). A ocorrência de ecótipos de sagitária resistentes a herbicidas inibidores da
enzima acetolactato sintase (ALS), nas diferentes regiões produtoras de arroz irrigado de
Santa Catarina, tem se intensificado devido ao uso freqüente de produtos com o mesmo
mecanismo de ação (Noldin et al., 1999).
Este problema, tem se agravado nos últimos anos, devido à ausência de pousio ou
de rotação de culturas nas áreas de produção. Torna-se necessária a identificação das
regiões nas quais a sagitária encontra-se resistente aos herbicidas, bem como identificar
alternativas de controle adequadas à espécie.
O trabalho teve o objetivo identificar populações de Sagittaria montevidensis
resistentes aos herbicidas inibidores da ALS, procedentes de diferentes localidades de
Santa Catarina e do Rio Grande do Sul (RS).
O trabalho foi iniciado no mês de julho/agosto de 2006, com a coleta de amostras
de 20 a 30 kg de solo em áreas infestadas com sementes da planta daninha. A coleta foi
realizada no período de entressafra e as informações relativas à infestação da planta
daninha na área foram obtidas com os agricultores
A avaliação das populações foi realizada em casa de vegetação na Epagri Estação Experimental de Itajaí-SC, durante o período de setembro a novembro de 2006.
Foram avaliadas 25 populações de SAGMO, de diversas localidades de SC e duas do Rio
Grande do Sul. As populações avaliadas e seus respectivos municípios de origem: SAGMO
1, 2, 3, 4 e 26 de Itajaí, SAGMO 5 de Guaramirim, SAGMO 6 e 7 de Massaranduba,
SAGMO 8 de Gaspar, SAGMO 9 e 10 de Ilhota, SAGMO 11 de Imbituba, SAGMO 12 de
Içara, SAGMO 13 e 17 de Araranguá, SAGMO 14 de Meleiro, SAGMO 15 de Tubarão,
SAGMO 16 de Timbé do Sul, SAGMO 18 de Jacinto Machado, SAGMO 19 de Bombinhas,
SAGMO 20 e 21 de Pouso Redondo, SAGMO 22 de Agronômica, SAGMO 24 e 25 de
Camboriú; e SAGMO 23 de Cachoeirinha (RS) e SAGMO 27 de Capão de Leão (RS)
como susceptíveis.
As plantas de sagitária foram obtidas a partir do banco de semente proveniente de
solo de lavouras de arroz das diferentes localidades avaliadas, não caracterizando-se,
portanto, como ecótipos homogêneos, mas sim como populações heterogêneas.
As unidades experimentais constituíram-se de vasos contento aproximadamente
800g (15cm) de solo de lavoura não infestado na camada mais profunda do vaso. Sobre
este foi colocado aproximadamente 200g (5cm) de solo proveniente das diferentes
localidades. Os herbicidas avaliados e suas respectivas doses comerciais e quatro vezes a
dose comercial foram: Sirius (pyrazosulfuron-ethyl) nas doses 60ml/ha e 240ml/ha,
Nominee 400 SC (bispyribac-sodium) com 125ml/ha e 500ml/ha e Only (imazethapyr +
imazapic) com 1L/ha e 4L/ha, respectivamente. Para cada local, foram utilizadas duas
testemunhas, uma com o herbicida Basagran 600 (bentazon), e outra, sem aplicação de
herbicidas. Foram utilizados cinco repetições para cada dose dos herbicidas.
Os herbicidas foram aplicados com as plantas no estádio de duas a quatro folhas,
medindo aproximadamente de 15 a 20 cm. Os herbicidas foram aspergidos com auxílio de
pulverizador costal pressurizado, utilizando um volume de calda de 150 L/ha. Para os
herbicidas Sirius, Nominee e Basagran utilizou-se o adjuvante Iharaguen (0,25% v/v) e para
o herbicida Only foi utilizado o adjuvante Dash (0,25% v/v).
As avaliações de controle foram realizadas 30 dias após aplicação, utilizando-se o
método visual, na escala percentual, correspondendo respectivamente, a zero (0) e cem
por cento (100%) de controle. A quantificação de fitomassa seca também foi realizada aos
30 dias (dados não apresentados).
O herbicida Sirius (Figura 1A) proporcionou baixos níveis de controle de 23
populações de sagitária mesmo na dose de quatro vezes a dose comercial (60 g i.a./ha).
As populações SAGMO 4, 19, 23 e 26, procedentes de Itajaí, Bombinhas, Cachoeirinha e
Pelotas foram controladas pelo herbicida Sirius, sendo considerados suscetíveis.
O herbicida Nominee controlou eficientemente (acima de 90%) 19 populações de
sagitária, quando utilizado, de quatro vezes dose comercial (500 mL/ha)(Figura 1B). As
populações SAGMO 2, 8, 10, 12, 15 e 22, provenientes respectivamente de Itajaí, Gaspar,
Ilhota, Içara, Tubarão e Agronômica, foram apenas parcialmente suscetíveis a Nominee,
com controle abaixo de 80%, quando utilizado na dose equivalente a quatro vezes a dose
comercial.
O herbicida Only (imazethapyr + imazapic) apresentou baixa eficiência em 11
populações, situando-se abaixo de 60% e 69% de controle, respectivamente para a dose
comercial e quatro vezes a dose (Figura 1C). As populações consideradas resistentes
foram provenientes de Itajaí (SAGMO 1, 2 e 3), Guaramirim (SAGMO 5), .Gaspar (SAGMO
8), Ilhota (SAGMO 9 e 10), Içara (SAGMO 12), Tubarão (SAGMO 15), Agronômica
(SAGMO 22) e Camboriú (SAGMO 25). O herbicida Only controlou na dose comercial, com
eficiência acima de 80%, 16 populações de sagitária.
O herbicida Basagran proporcionou controle total (100%) de todas as populações
de sagitária avaliadas. Portanto, o potencial de desenvolvimento de casos de resistência se
acentua com o uso prolongado de um mesmo herbicida, ou com o mesmo mecanismo de
ação (SOSBAI, 2005).
Conclui-se que, das populações avaliadas neste estudo, 85% são resistentes a
Sirius, 22% a Nominee e 41% a Only. As populações SAGMO S3, S5, S10, S12, S22 e S25
apresentam resistência cruzada a três grupos químicos de herbicidas inibidores da enzima
ALS em SC. O herbicida Basagran apresenta-se como uma adequada alternativa de
controle destas populações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NOLDIN, J.A.; EBERHARDT, D.S.; KNOBLAUCH, R. Resistência de Sagittaria
montevidensis à herbicidas: primeiras evidências. In; CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARROZ IRRIGADO, 1., REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 23., 1999,
Pelotas. Anais... Pelotas: Embrapa-CPACT, 1999. p. 566-569.
SOSBAI. Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o sul do
Brasil/Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado; IV Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado,
XXVI Reunião da Cultura do Arroz irrigado. – Santa Maria: SOSBAI, 2005, p. 115-125.
CASSOL, B.; AGOSTINETTO, D.; MARIATH, J.E.A.; MENEZES, V.G. Análise morfoanatômica de Plantas Sagittaria montevidensis Cham. Et Schlecht. desenvolvidas em
diferentes condições de inundação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ
IRRIGADO, 3., REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO 25., 2003, Balneário
Camboriú. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p.480-482.
AGRADECIMENTOS
Os autores desejam agradecer a todos os que colaboram para a realização deste
trabalho, em especial ao pesquisador Valmir G. Menezes (IRGA) e ao Professor Jesus J.
de Oliveira Pinto (Faem/Ufpel), pelo apoio na coleta das amostras no Rio Grande do Sul.
Figura 1 - Controle de populações de sagitária de diversas localidades em função da aplicação de duas doses (1X e 4X) dos herbicidas:
Sirius (pyrazosulfuron-ethyl ; Nominee (bispyribac-sodium); e Only (imazethapyr+imazapic). Epagri, Itajaí, 2006.
MANEJO DO SOLO E RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DOS
HERBICIDAS IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM ARROZ NÃO TOLERANTE
Alejandro F. Kraemer1, Enio Marchesan2, Mara Grohs2, Jefferson T. Fontoura2, Paulo F. S.
Massoni2, Sérgio L. O. Machado3, Luis A. Avila2. 1INTA-Argentina e Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM). E-mail [email protected]. 2Departamento de Fitotecnia, UFSM,
97.105-900, Brasil. 3Departamento de Defesa Fitossanitária, UFSM.
O arroz vermelho é apontado como o fator restritivo mais importante à elevação da
produtividade da lavoura de arroz no Rio Grande do Sul. A utilização da tecnologia
®
Clearfield contribuiu para a solução deste problema, através do controle químico do arroz
vermelho em lavouras de arroz cultivado. No entanto, este herbicida pode persistir no solo
em quantidade que pode comprometer a utilização posterior das áreas com cultivares de
arroz não tolerante. Imazethapyr e imazapic são herbicidas de longa persistência no solo,
sofrendo dissipação por processos de sorção aos colóides do solo, fotólise e degradação
por ação dos microorganismos (Madami et al. 2003; Alister & Kogan, 2005), sendo a
degradação microbiana citada como o mais importante processo de degradação (Shaw &
Wixson, 1991; Lux & Reese, 1993). Os processos biológicos são influenciados por fatores
ambientais, tais como umidade, temperatura e aeração, os quais estão relacionados às
práticas de preparo do solo (Soon & Arshad, 2005; Perez et al., 2005). A utilização de
práticas de manejo que estimulem a degradação dos herbicidas no solo pode diminuir o
residual, minimizando os danos aos cultivos subseqüentes. Em vista do exposto, o
presente trabalho teve por objetivo determinar o efeito de diferentes manejos do solo
durante o período de entre-safra do arroz, sobre a fitotoxicidade residual do imazethapyr e
imazapic, em arroz não tolerante.
Foi conduzido um experimento durante o ano agrícola de 2006/07, em área de
várzea sistematizada do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa
Maria, em solo classificado como Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico, onde havia
sido aplicado imazethapyr+imazapic (Only) na dosagem de 75+25 g ha-1,
respectivamente, nas duas safras anteriores (2004/05 e 2005/06). O delineamento
experimental foi de blocos ao acaso em esquema bifatorial com quatro repetições. Os
tratamentos consistiram da combinação de nove preparos de solo e duas cultivares de
arroz irrigado. Quatro tratamentos foram nos sistemas plantio direito e semidireito: plantio
direto (PD); plantio direto com azevém (PDA); um preparo de solo em abril (1PSA); um
preparo de solo em abril com azevém (1PSAA). Cinco tratamentos no sistema plantio
convencional: um preparo de solo em outubro (1PSO); dois preparos de solo, em maio e
outubro (2PSMO); dois preparos de solo, em abril e outubro (2PS); três preparos de solo,
em abril, maio e outubro (3PS); quatro preparos de solo, em abril, maio, agosto e outubro
(4PS). A cultivar IRGA 422 CL foi utilizada como testemunha, por ser tolerante a estes
herbicidas e de características agronômicas semelhantes à cultivar IRGA 417. Foram
instalados quatros experimentos comparativos com seis repetições cada um, em áreas sem
residual dos herbicidas, objetivando comparar as duas cultivares. Também foi semeado um
bioensaio com tomateiro (Rampelotti, et al. 2005) em vasos com amostras de solo
coletadas dos manejos PD, 4PS, pousio e testemunha sem aplicação dos herbicidas. As
amostras foram coletadas a duas profundidades, 0-3 e 3-6 cm, após a colheita do
experimento de campo, com o objetivo de detectar diferenças na presença dos herbicidas
entre os manejos de solo e as profundidades através da fitotoxicidade registrada nas
plantas de tomateiro.
Entre as cultivares IRGA 417 e IRGA 422 CL, não foram verificadas diferenças
significativas para as variáveis estudadas, utilizando-se a cultivar IRGA 422 CL como
testemunha neste trabalho (dados não mostrados). Os valores mais elevados de
fitotoxicidade na cultivar IRGA 417 apresentaram-se até os 24 dias após a emergência
(DAE) (28%), diminuindo aos 36 DAE (9%), até praticamente desaparecer aos 59 DAE
(2%), sendo que as diferenças entre os preparos de solo também diminuíram a partir de 36
DAE (Figura 1). Observam-se três grupos de preparos de solo com relação à fitotoxicidade.
O tratamento 1PSO com as maiores porcentagens, com valores intermediários os
tratamentos com plantio convencional (4PS, 3PS, 2PS, 2PSMO) e com menores valores,
os tratamentos com plantio direto ou semidireto (PD, PDA, 1PSA, 1PSAA). Ressalta-se que
nos plantios convencionais a profundidade de semeadura foi maior quando comparada com
os plantios diretos e semidiretos (6 e 2 cm, respectivamente).
100
1PSO
4PS
3PS
2PS
90
1PSA
1PSAA
PD
PDA
2PSMO
Fitotoxicidade %
80
70
60
50
40
30
20
10
0
10
17
24
36
59
Época de avaliação (DAE)
Figura 1. Fitotoxicidade do residual da mistura formulada de imazethapyr e imazapic (75+25 g ha-1) na
cultivar IRGA 417 após dois anos de uso dos herbicidas em cinco épocas de avaliação e nove preparos
de solos: PD = plantio direto; PDA = plantio direto mais azevém; 1PSA = um preparo de solo (PS) em
abril; 1PSAA = um PS em abril mais azevém; 1PSO = um PS em outubro; 2PSMO = dois PS em maio e
outubro; 2PS = dois PS em abril e outubro; 3PS = três PS em abril, maio e outubro; 4PS = quatro PS em
abril, maio, agosto e outubro.
A interação significativa para as variáveis estande de plantas e perfilhos por m-2
(Tabela 1) foi causada por um menor número de plantas e de perfilhos no tratamento 1PSO
na cultivar IRGA 417, o que não foi observado na cultivar IRGA 422 CL, mantendo-se como
efeito principal a diferença entre as cultivares, discutindo-se os efeitos preparos do solo e
cultivares por separado. Os diferentes preparos de solo não afetaram as variáveis
estudadas. No entanto, a cultivar IRGA 417 apresentou menor número de plantas,
perfilhos, estatura e panículas, possivelmente pelo residual do herbicida no solo. A
produtividade das cultivares não foi afetada pelo residual dos herbicidas no solo (Tabela 1).
Tabela 1. Estande de plantas (EP) aos 10 e 17 dias após emergência (DAE), perfilhos, estatura de
plantas (Estatura), panículas e produtividade, para 9 preparos do solo e duas cultivares em resposta ao
efeito residual de dois anos de aplicação dos herbicidas imazathapyr e imazapic (75+25 g a.i. ha-1).
EP 10 DAE EP 17 DAE Perfilhos
Estatura Panículas
Produtividade
Fonte de Variação
pl m-2
pl m-2
perf m-2
cm
pan m-2
kg ha-1
Preparos do Solo (PS)
254
304
519
87
383
9849
Significância2
NS
NS
NS
NS
NS
NS
IRGA 422 CL
283 a1
350 a
599 a
88 a
404 a
9861
IRGA 417
226 b
260 b
440 b
86 b
361 b
9837
Significância2
***
***
***
*
*
NS
PS*Cultivar
NS
***
**
NS
NS
NS
CV%
17
18
21
4
18
11
1
Médias não seguidas pela mesma letra diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey
2
(P≤0,05). NS não significativa, *** significativa P≤0,001, ** significativa P≤0,01, * significativa P≤0,05.
Na Tabela 2 e Figura 2, apresentam-se os dados do bioensaio com tomateiro. A
estatura de plantas foi menor no manejo PD e na porção mais profunda do solo (3-6 cm).
Para fitotoxicidade observou-se interação significativa entre manejos do solo e
profundidade (Tabela 1), procedendo-se a análise das duas profundidades para cada
manejo de solo (Figura 2). Nos tratamentos pousio e PD não houve diferenças
significativas entre as profundidades, sendo a fitotoxicidade maior para PD. No manejo
4PS na camada de 3-6 cm os valores de fitotoxicidade foram similares aos do PD, e para a
camada 0-3 cm diminuiu a valores similares a pousío, indicando uma maior degradação do
produto na superfície do solo, quando revolvido durante a entre-safra. Ulbrich et al. (2005)
observaram aumentos na persistência de imazapic e imazapyr em dois solos brasileiros
com PD comparado com plantio convencional, em culturas de sequeiro.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 a3
3 a6
F ito to x ic id a d e %
Tabela 2. Fitotoxicidade e estatura de plantas (cm)
do tomateiro aos 15 DAE, semeados sobre
amostras de solo das parcelas submetidas a
diferentes manejos de solo e coletadas a duas
profundidades.
Fitotoxidade
Estatura
Manejo de solos
PD
47 a 1
2,7 b
4PS
26 b
4,0 a
Pousio
13 b
3,4 ab
Testemunha
0 c
4,4 a
Significância2
**
***
Profundidade solo
0-3 cm
15 b
3,9 a
3-6 cm
28 a
3,3 b
Significância
**
*
Manejo*Profundidade
*
NS
CV%
38
24
1
Médias não seguidas da mesma letra diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey
(P≤0,05); 2NS não significativa, *** significativa
P≤0,001, ** significativa P≤0,01, * significativa P≤0,05
Testemunha
Pousio
Plan. Direito
4PS
Figura 2. Fitotoxicidade em tomateiro,
semeado sobre amostras de solo das
parcelas submetidas a diferentes manejos
de solo e coletadas a duas profundidades (0
a 3 e de 3 a 6 cm).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MADANI, M.E. et al. pH effect and kinetic studies of the binding behaviour of imazethapyr
herbicide on some Moroccan soils. Fresenius Environmental Bulletin, v.1, p.1114-1119,
2003.
ALISTER, C.; KOGAN, M. Efficacy of imidazolinone herbicides applied to imidazolinoneresistant maize and their carryover effect on rotational crops. Crop Protection, v.24, n.4,
p.375-379, 2005.
SHAW, D.; WIXSON, M. Postemergence combinations of imazaquin or imazethapyr with
AC 263,222 for weed control in soybean (Glycine max). Weed Science, v.39, p.644-649,
1991.
LOUX, M.; REESE, K. Effect of soil type and pH on persistence and carryover of
imidazolinones herbicides. Weed Technology, v.7, p.452-458, 1993.
RAMPELOTTI, F.T. et al. Crescimento inicial de espécies vegetais na presença de
resíduos do herbicida BAS 714. In: IV Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 2005, Santa
Maria, RS. Anais... Santa Maria, SOSBAI, 2005, v.2, 658p., p.181.
SOON, Y.K.; ARSHAD, M.A. Tillage and liming effects on crop and labile soil nitrogen in an
acid soil. Soil and Tillage Research, v.80, p.23-33, 2005.
PEREZ, K.S.S.; RAMOS, M.L.G.; McMANUS, C. Nitrogênio da biomassa microbiana em
solo cultivado com soja, sob diferentes sistemas de manejo, nos Cerrados. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v.40, n.2, p.137-144, 2005.
ULBRICH, A.V.; SOUZA, R.P.; SHANER, D. Persistence and carryover effect of Imazapic
and Imazapyr in Brazilian croping systems. Weed Technology, v.19, p.986-991, 2005.
Agradecimentos a FAPERGS e INTA Argentina, pelo financiamento do trabalho.
SUSCETIBILIDADE DIFERENCIAL DE TRÊS ESPÉCIES DE ANGIQUINHO
®
(Aeschynomene spp.) AO HERBICIDA ONLY
Carlos Alberto Lazaroto1, Nilson Gilberto Fleck2, Carlos Eduardo Schaedler3, Fausto Borges
Ferreira1. 1Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Fac. de Agronomia da UFRGS.
2
Dep. de Plantas de Lavoura, Fac. de Agronomia da UFRGS, CP 15100, CEP 91501-970,
Porto Alegre-RS. E-mail: [email protected]. 3Curso de Graduação em Agronomia, UFRGS.
Espécies de angiquinho são plantas anuais que se reproduzem unicamente por
sementes e ocorrem, principalmente, em regiões tropicais. Das espécies encontradas no
Rio Grande do Sul, três são referidas como infestantes comuns em lavouras de arroz
irrigado: Aeschynomene denticulata, A. indica e A. sensitiva. Estimativas apontam que, em
torno de um terço da área cultivada com arroz irrigado no Estado, encontre-se infestada por
angiquinho. O desenvolvimento de genótipos de arroz tolerantes aos herbicidas do grupo
químico das imidazolinonas possibilitou controlar seletivamente arroz-vermelho e, também,
outras infestantes, através da utilização do Sistema Clearfield de produção. Para isto, está
registrado no Brasil o herbicida Only, uma mistura formulada dos compostos imazapic +
imazethapyr. Embora o angiquinho se constitua em planta daninha chave no uso do
Sistema Clearfield, seu controle nem sempre tem sido satisfatório ou consistente. O
comportamento variável do angiquinho pode decorrer da suscetibilidade diferencial das
espécies ou à influência da dose e/ou da época de aplicação de Only. Deste modo, foi
conduzido um estudo com os objetivos de avaliar a eficiência do herbicida Only no controle
de angiquinho, ao ser testado com variações de doses e de épocas de aplicação, e de
comparar a suscetibilidade de três espécies de angiquinho a esses tratamentos.
O trabalho foi conduzido no período de novembro de 2005 a janeiro de 2006, em
ambiente de casa de vegetação, na Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), Município de Porto Alegre - RS. O experimento foi instalado
em vasos com capacidade volumétrica de 1 L e diâmetro de 15 cm. Como substrato,
utilizou-se solo oriundo de área orizícola (EEA/IRGA), o qual se classifica como Planossolo
Hidromórfico Eutrófico arênico, e pertence à unidade de mapeamento Vacacaí.
Arranjaram-se os tratamentos em delineamento de blocos completamente ao acaso,
em esquema fatorial 3 x 6, com cinco repetições. As espécies de angiquinho compuseram
o fator A e os tratamentos herbicidas constituíram o fator B (Tabela 1). O herbicida Ally foi
incluído como tratamento comparativo. Acrescentou-se, ainda, um tratamento sem
aplicação herbicida (testemunha). No estudo, foram comparadas três espécies de
Aeschynomene: denticulata, indica e sensitiva. O número de sementes colocadas por vaso
foi ajustado para cada espécie, de acordo com seu poder germinativo, objetivando-se
estabelecer oito plantas por vaso. Os vasos, com fundos perfurados, foram mantidos dentro
de bandejas plásticas, através das quais era fornecida água para umedecer o solo através
de capilaridade, mas sem que a superfície fosse recoberta por lâmina de água. Os
herbicidas foram aplicados com pulverizador costal de precisão, operado à pressão
constante de 150 kPa, empregando-se bicos de jato em leque, série 110.03, os quais
propiciaram volume de calda de 200 L ha-1. A aplicação de Only em pré-emergência
ocorreu 1 dia antes da emergência do angiquinho. Os tratamentos em pós-emergência
foram aplicados, respectivamente, 12 dias após a emergência – DAE, quando as plântulas
apresentavam 2 a 3 folhas, e 16 DAE, quando se encontravam com 4 a 5 folhas.
Os efeitos dos tratamentos foram avaliados através de avaliações visuais de controle
(AVC) e da massa da parte aérea seca (MPA) das plantas, variáveis obtidas aos 14 e 28 ou
14 e 30 dias após aplicação (DAA) do último tratamento herbicida. Para AVC, utilizou-se
escala percentual, em que nota zero correspondeu a nenhum controle de angiquinho e nota
100 significou controle total. Para MPA, as plantas foram secionadas ao nível do solo e
secas em estufa. Os dados de MPA foram estimados como redução percentual, em relação
às massas obtidas nas testemunhas de cada espécie de angiquinho. Os dados obtidos
sofreram análise de variância, através do teste F, e as médias dos tratamentos, para cada
variável, foram comparadas entre si pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade.
Tabela 1 – Tratamentos herbicidas aplicados para controle de três espécies de angiquinho
(Aeschynomene spp.), UFRGS, Porto Alegre-RS, 2005/06
Dose de
Dose de
Produtos
Ingredientes
produto
ingrediente
Épocas de aplicação
comerciais ativos
comercial
ativo
(L ha-1)
(g ha-1)
Pré-emergência +
imazapic +
0,70 +
(17,5 + 52,5)
Only1
Pós-emergência,
imazethapyr
0,50
+ (12,5 + 37,5)
com 2-3 folhas
imazapic +
1
0,75
18,8 + 56,3
Pós, 2-3 folhas
Only
imazethapyr
Only1
imazapic +
imazethapyr
1,0
25 + 75
Pós, 2-3 folhas
Only1
imazapic +
imazethapyr
1,0
25 + 75
Pós, 4-5 folhas
Ally2
metsulfuronmethyl
3,3 g ha-1
2,0
Pós, 2-3 folhas
1
Acrescido do adjuvante Dash a 0,5% v/v;
Acrescido do adjuvante Assist a 0,1% v/v.
2
Em relação aos resultados obtidos, ambas as variáveis avaliadas demonstraram
que A. sensitiva foi mais suscetível aos herbicidas do que as outras duas espécies, tanto
para Only quanto para Ally (Tabela 2). As avaliações de controle e redução da matéria seca
aérea, realizadas aos 14 DAA, mostraram que, inicialmente, os melhores tratamentos com
Only foram 0,75 e 1,00 L ha-1, aplicados sobre plantas de A. denticulata e A. sensitiva com
2 a 3 folhas (Tabela 2). No entanto, quando essas variáveis foram avaliadas ao final do
período (28 e 30 DAA), constatou-se que houve avanço significativo nos efeitos do
herbicida Only aplicado à dose de 1,0 L ha-1 sobre plantas de angiquinho com 4 a 5 folhas.
Este comportamento foi comum para as três espécies de angiquinho, embora tenham
ocorrido maiores respostas de A. denticulata e A. sensitiva. Verificou-se que os tratamentos
com Only à dose de 1 L ha-1 diferiram entre si, com superioridade da aplicação em plantas
de angiquinho com 4 a 5 folhas, em relação à aplicação mais precoce.
Consideradas apenas as avaliações finais, o tratamento com Only a 1,0 L ha-1,
aplicado a plantas de angiquinho com 4 a 5 folhas, superou o herbicida Ally nas três
espécies testadas. Contudo, o desempenho de Only foi melhor em A. denticulata e A.
sensitiva, gerando níveis de controle de 84 e 94%, respectivamente (Tabela 2). No caso de
A. indica, esta espécie mostrou maior tolerância àquele tratamento, pois seu controle ficou
aquém de 70%. No caso do herbicida Ally, seu melhor desempenho ocorreu na espécie A.
sensitiva, a qual foi controlada de forma satisfatória pelo produto. Por outro lado, para as
três espécies de angiquinho, Ally provocou danos herbicidas inferiores àqueles promovidos
por Only quando este foi aplicado à dose de 1,0 L ha-1 em plantas com 4 a 5 folhas.
Conclui-se que o melhor tratamento com o herbicida Only é aplicação de dose de
1,0 L ha-1 quando as plantas de angiquinho se encontram com 4 a 5 folhas; porém, este
tratamento exerce maior efeito em A. sensitiva e menor em A. indica. O tratamento referido
supera o desempenho do produto Ally, o qual mostra atuação satisfatória apenas no
controle de A. sensitiva. Em geral, a espécie A. sensitiva demonstra maior suscetibilidade
aos herbicidas Only e Ally, enquanto A. indica mostra maior grau de tolerância.
Tabela 2 – Controle visual e redução1 da matéria seca da parte aérea de três espécies de angiquinho (Aeschynomene spp.) propiciados
por herbicidas aplicados em pós-emergência, avaliados em duas épocas, UFRGS, Porto Alegre-RS, 2005/06
Produto
comercial
Only3,5
Doses
(L ha-1)
0,70+
0,50
Controle visual (%)
A.indica
A.sensitiva
B 23 c7
B 23 b
A 43 b
A.denticulata
Redução da matéria seca (%)
28 DAT
14 DAT
A.indica
A.sensitiva
B 50 c
B 58 ab
A 68 c
A.denticulata
30 DAT
A.indica
A.sensitiva
B 71 b
A 75 a
B 72 b
A.denticulata
A.indica
A.sensitiva
C 46 d
B 55 c
A 81 b
A.denticulata
Only3,5
0,75
A 51 a
B 23 b
A 54 a
A 45 d
A 46 c
B 32 d
A 79 a
B 69 b
A 79 a
C 40 e
B 51 c
A 61 d
3,5
Only
1,00
A 51 a
B 23 b
A 54 a
B 42 d
B 44 c
A 72 bc
AB 79 a
B 77 a
A 81 a
B 68 b
B 63 b
A 81 b
Only3,6
1,00
B 23 c
B 17 c
A 41 b
A 84 a
B 66 a
A 94 a
B 69 b
A 78 a
A 78 a
A 96 a
B 89 a
A 96 a
B 35 b
B 37 a
A 45 b
B 56 b
B 52 bc
A 78 b
B 58 c
C 32 c
A 66 c
B 59 c
C 42 d
A 72 c
A0d
A0d
A 0c
A 0e
A 0d
A 0 e
-
-
-
-
-
-
11,7
10,8
7,3
15,7
9,3
6,6
7,0
6,8
5,4
Ally4,5
3,3 g ha-1
Sem herbicida
Coeficiente de
variação (%)
1
14 DAT2
11,9
4,4
6,5
Redução da massa em relação à testemunha sem herbicida.
Dias após aplicação do último tratamento herbicida em pós-emergência;
Acrescido do adjuvante Dash a 0,5% v/v;
4
Acrescido do adjuvante Assist a 0,1% v/v;
5
Angiquinho no estádio de 2 a 3 folhas;
6
Angiquinho no estádio de 4 a 5 folhas;
7
Médias antecedidas pela mesma letra maiúscula, comparadas nas linhas dentro da mesma época de avaliação, ou seguidas pela mesma letra minúscula,
comparadas nas colunas, não diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.
2
3
COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E BIÓTIPO
DE ARROZ-VERMELHO. 2. UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS RELATIVAS
Dirceu Agostinetto(1), Nilson Gilberto Fleck(2), Carlos Eduardo Schaedler(2), Leandro Galon(1).
¹Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS e Departamento de Fitossanidade
da FAEM/UFPel, Caixa Postal 354, CEP 96160-000 Pelotas-RS. 2 Faculdade de Agronomia
da UFRGS. e-mail: [email protected].
O trabalho objetivou comparar as habilidades competitivas das cultivares de arroz
IRGA 417 e EEA 406 entre si e com biótipo de arroz-vermelho, pela utilização das variáveis
relativas massa da matéria seca aérea e área foliar. Foram conduzidos experimentos em
casa-de-vegetação, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na estação de cultivo
2001/02. O delineamento experimental utilizado foi o completamente casualizado, com
quatro repetições. Os competidores testados incluíram as cultivares de arroz IRGA 417 e
EEA 406 e um biótipo de arroz-vermelho. Realizou-se experimento preliminar, em
monocultivo, com o objetivo de determinar a população de plantas em que a produção final
tornava-se constante. Para isso, utilizaram-se populações de quatro, oito, 12, 16, 20, 24, 28
e 32 plantas vaso-1 (equivalentes a 157, 314, 471, 628, 785, 942, 1099 e 1256 plantas m-2).
A produção final constante ocorreu com população de 24 plantas vaso-1, o que equivaleu a
942 plantas m-2 (dados não apresentados).
Os demais experimentos foram conduzidos em séries de substituição e incluíram
combinações das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 e do biótipo de arroz-vermelho,
variando-se as proporções relativas de plantas vaso-1 (0:24; 6:18; 12:12; 18:6; 24:0),
mantendo-se constante a população total de plantas nos vasos. Na primeira combinação
de competidores testaram-se as cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 entre si, e nas
demais combinações avaliaram-se as convivências dessas duas cultivares com o arrozvermelho. Na associação das cultivares de arroz, EEA 406 exerceu a função de simuladora
de arroz-vermelho, por apresentar características morfológicas similares a este.
As variáveis área foliar (AF) e massa da matéria seca aérea das plantas (MS),
foram avaliadas aos 32 dias após a emergência (DAE). Para analisar os dados foi utilizado
o método de análise gráfica da variação ou da produtividade relativa (Cousens, 1991). Ele
consiste na construção de um diagrama, com base nas produtividades ou variações
relativas (PR) e totais (PRT). Quando o resultado da PR delinear uma reta, significa que a
habilidade dos competidores é equivalente. Caso a PR resultar em linha côncava, indica
que existe prejuízo no crescimento de um ou de ambos os competidores. Ao contrário, se a
PR expressar linha convexa, significa que há benefício no crescimento de um ou de ambos
os genótipos. Quando a PRT for igual à unidade (1) (linha reta), ocorre competição pelo(s)
mesmo(s) recurso(s); se for superior a 1 (linha convexa), não existe competição; e, se for
menor que 1 (linha côncava), ocorre prejuízo mútuo no crescimento (Cousens, 1991).
O procedimento de análise estatística de produtividade ou variação relativa incluiu
o cálculo das diferenças para os valores de PR (DPR) obtidos nas proporções relativas de
plantas 25, 50 e 75% (quais sejam, 0,25; 0,50 e 0,75 para PR). Utilizou-se o teste “t” para
testar as diferenças relativas de DPR e PRT (Hoffman & Buhler, 2002). Considerou-se,
para DPR e PRT, existir diferenças em competitividade quando, no mínimo em dois casos,
houvesse diferenças significativas pelo teste “t” (Bianchi et al., 2006). Os resultados obtidos
para AF e MS, expressos em valores médios por planta, foram submetidos à análise de
variância (SAS, 1989). Quando o teste F da análise indicou significância, as médias dos
tratamentos foram comparadas pelo teste de Dunnett, considerando-se as respectivas
monoculturas como testemunhas nas comparações. Para todas as análises estatísticas
efetuadas adotou-se como probabilidade de erro p ≤ 0,05.
A análise gráfica para as combinações de plantas das cultivares de arroz IRGA 417
e EEA 406 (simuladora) demonstrou, em geral, que IRGA 417 foi mais competitiva, mas
ocorreram diferenças significativas somente para a variável área foliar (Figura 1 e Tabela
1). A PRT, em geral, não diferiu da unidade, resultado que se deu para ambas as variáveis.
X= IRGA 417
X= IRGA 417
Y= EEA 406
1.6
A
Y= EEA 406
1.6
1.4
1.4
1.2
1.2
1.2
1.2
1.0
1.0
1.0
1.0
0.8
0.8
0.8
0.8
0.6
0.6
0.6
0.6
0.4
0.4
0.4
0.4
0.2
0.2
0.2
0.2
0.0
0.0
0.0
1.6
1.6
1.4
1.4
1.2
1.2
1.2
1.2
1.0
1.0
1.0
1.0
0.8
0.8
0.8
0.8
0.6
0.6
0.6
0.6
0.4
0.4
0.4
0.4
0.2
0.2
0.2
0.2
0.0
0.0
0.0
0.0
1.4
0.0
1.4
X= IRGA 417
X= IRGA 417
Y= ARROZ-VERMELHO
1.6
B
1.4
Produtividade relativa
1.6
D
Y= ARROZ-VERMELHO
1.6
E
1.4
X= EEA 406
X= EEA 406
Y= ARROZ-VERMELHO
Y= ARROZ-VERMELHO
1.6
1.6
1.4
1.4
1.2
1.2
1.2
1.2
1.0
1.0
1.0
1.0
0.8
0.8
0.8
0.8
0.6
0.6
0.6
0.6
0.4
0.4
0.4
0.4
0.2
0.2
0.2
0.2
0.0
0.0
0.0
1.6
C
1.4
1.6
F
1.4
0.0
X
100
75
50
25
0
100
75
50
25
0
Y
0
25
50
75
100
0
25
50
75
100
Proporção de plantas (%)
Produtividade relativa
1.6
Proporção de plantas (%)
Figura 1. Diagramas para as variáveis relativas área foliar - AFR (A, B e C) e matéria seca aérea de
plantas - MSR (D, E e F). UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001/02. (●) AFR ou MSR da cultivar de
arroz IRGA 417 ou EEA 406; (o) AFR ou MSR do competidor EEA 406 ou arroz-vermelho; e
(▼) área foliar ou matéria seca aérea relativas totais (AFRT ou MSRT).
A associação da cultivar IRGA 417 com o biótipo de arroz-vermelho, consideradas
as duas variáveis avaliadas, mostrou que os desvios observados das retas da PR, em
relação às retas esperadas, expressaram-se por linhas côncavas para a cultura e por linhas
convexas para o competidor, demonstrando que a cultura foi menos competitiva do que o
arroz-vermelho (Figura 1). Considerando-se que para haver diferença, pelo menos duas
proporções de plantas devem diferir, tal resultado ocorreu para as duas variáveis entre as
retas estimadas e esperadas para a cultivar IRGA 417 (Figura 1 e Tabela 1). Com relação à
PRT da combinação, constataram-se aumentos quando a maior proporção de plantas
correspondeu ao competidor, situação em que houve diferenças para a variável MS.
A interpretação dos resultados gráficos para a combinação da cultivar EEA 406 e
do arroz-vermelho revelou, para ambas as variáveis, que, em geral, este não alterou seu
crescimento. Verificou-se redução na produção de MS da cultivar nas maiores proporções
de plantas do arroz-vermelho na associação (Figura 1 e Tabela 1). Para PRT, observou-se,
em geral, aumentos na produção de AF e reduções na produção de MS, mas ocorrendo
diferenças entre os valores dos desvios esperados e observados somente para MS.
Tabela 1. Diferenças relativas para as variáveis área foliar e matéria seca aérea das cultivares de arroz
IRGA 417 ou EEA 406 e de arroz-vermelho, aos 32 dias após a emergência do arroz.
UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001/02
Proporções de plantas associadas (arroz: competidor)
Variáveis
75:25
50:50
25:75
Área foliar
IRGA 417
0,14 (±0,05)
0,11 (±0,03)*
0,02 (±0,02)
EEA 406
-0,12 (±0,02)*
-0,05 (±0,04)
-0,10 (±0,03)*
Total
1,04 (±0,06)
1,05 (±0,06)
0,90 (±0,03)
IRGA 417
-0,27 (±0,02)*
-0,12 (±0,06)
-0,11 (±0,01)*
Arroz-vermelho
0,30 (±0,12)
0,24 (±0,09)
0,11 (±0,04)
Total
0,84 (±0,04)*
1,12 (±0,13)
1,19 (±0,13)
EEA 406
0,42 (±0,16)
0,01 (±0,03)
-0,06 (±0,05)
Arroz-vermelho
0,24 (±0,11)
0,01 (±0,08)
-0,02 (±0,04)
Total
1,41 (±0,19)
1,02 (±0,08)
1,18 (±0,10)
Matéria seca aérea
IRGA 417
0,10 (±0,02)*
-0,03 (±0,02)
-0,03 (±0,02)
EEA 406
-0,05 (±0,03)
-0,06 (±0,02)*
-0,08 (±0,03)
Total
1,01 (±0,05)
0,91 (±0,01)*
0,93 (±0,05)
IRGA 417
-0,24 (±0,02)*
-0,16 (±0,04)*
-0,14 (±0,01)*
Arroz-vermelho
0,33 (±0,03)*
0,19 (±0,08)
0,04 (±0,03)
Total
0,80 (±0,04)*
1,04 (±0,08)
1,19 (±0,03)*
EEA 406
0,14 (±0,14)
-0,24 (±0,03)*
-0,13 (±0,01)*
Arroz-vermelho
-0,01 (±0,04)
-0,01 (±0,03)
-0,06 (±0,02)
Total
1,07 (±0,13)
0,75 (±0,04)*
0,86 (±0,04)*
* Diferença significativa pelo teste t (p≤0,05). Valores entre parênteses indicam o erro padrão da média.
De modo geral, o crescimento relativo da cultivar IRGA 417 sempre foi menor
quando a participação do competidor predominava na associação: 75% para EEA 406 ou
arroz-vermelho e 25% para a cultura (Figura 1 e Tabela 1).
Os resultados mostram que o arroz-vermelho, quando ocorre em proporção igual
ou superior de plantas na associação, afeta as variáveis área foliar e matéria seca área das
plantas das cultivares IRGA 417 e EEA 406, demonstrando superioridade competitiva. Em
geral, as cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 não modificam suas características
morfológicas ao competirem entre si, independente da proporção de plantas associadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIANCHI, M.A; FLECK, N.G.; LAMEGO, F.P. Proporção entre plantas de soja e plantas
competidoras e as relações de interferência mútua. Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n.5,
p.1380-1387, 2006.
COUSENS, R. Aspects of the design and interpretation of competition (interference)
experiments. Weed Technology, Champaign, v.5, n.3, p.664-673, 1991.
HOFFMAN, M.L.; BUHLER, D.D. Utilizing Sorghum as a functional model of crop weed
competition. I. Establishing a competitive hierarchy. Weed Science, Lawrence, v.50, n.4,
p.466-472, 2002.
SAS – Statistical Analysis System. User’s guide. 4.ed. Cary: SAS Institute, 1989. 846p.
Agradecimento: Ao CNPq, pelo recurso financeiro e pelas bolsas concedidas aos autores.
ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ RESISTENTE
E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC
Germani Concenço1, Alexandre Ferreira da Silva2, Evander Alves Ferreira1, Marcelo
Rodrigues Reis1, Antônio Alberto da Silva3, Francisco Affonso Ferreira3, José Alberto
Noldin4. 1Doutorando em Fitotecnia e bolsista CNPq, DFT/UFV, Viçosa, MG,
[email protected]; 2Mestrando em Fitotecnia UFV; 3Prof. DFT / UFV;
4
Pesquisador da Epagri,Itajaí,SC.
A cultura do arroz, especialmente do irrigado, exerce grande expressão econômica nos
Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com patamares de produtividade em
torno de 6,7 e 7,5 t ha-1, respectivamente (IRGA, 2007; Epagri, 2007). As plantas daninhas
são responsáveis por perdas substanciais de produtividade das culturas, quando não
corretamente manejadas. A diversidade de espécies, aliada a alta infestação, dificulta o
controle, ocasiona problemas durante o cultivo, facilita o acamamento da cultura e dificulta
outros tratos culturais, além de causar maiores perdas na colheita (Andres et al., 2007).
O capim-arroz (Echinochloa sp.) é considerado como a segunda espécie daninha mais
problemática do arroz irrigado, por estar amplamente distribuído, por ser de crescimento
agressivo e apresentar similaridade morfológica com as plantas da cultura, o que dificulta a
aplicação de métodos alternativos de controle (Andres et al., 2007). Altas infestações de
capim-arroz podem causar reduções de até 90% na produtividade do arroz irrigado (Melo
et al., 2006).
Dentre os herbicidas utilizados na lavoura de arroz, o quinclorac, mimetizador de
auxina, reúne flexibilidade na aplicação (pré e pós-emergência), eficiência de controle de
espécies de Echinochloa e Aeschynomene, baixa toxicidade ao homem e animais, e
seletividade à cultura do arroz (Andres et al., 2002). Este herbicida começou a ser utilizado
nas regiões orizícolas dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina no início da
década de 1990, sendo utilizado intensamente até meados de 1999, quando começaram a
surgir falhas de controle de capim-arroz. Estudos realizados por instituições do Sul do País
confirmaram a ocorrência de resistência (Menezes & Ramirez, 2000; Eberhardt et al., 2000)
e sua ampla distribuição (Andres et al., 2007).
Objetivou-se com este trabalho avaliar a capacidade de acúmulo de massa entre
biótipos de capim-arroz resistente e suscetível ao quinclorac, em função dos parâmetros
fisiológicos do crescimento.
O experimento foi instalado em casa de vegetação climatizada, mantido sob
temperatura entre 22 e 27 oC e iluminação natural. As unidades experimentais constaram
de recipientes plásticos com área de 0,07 m2, perfurados, contendo 10 L de solo, corrigido
e adubado de acordo com a análise, com incorporação um mês antes da implantação do
experimento. Os tratamentos constaram de plantas dos biótipos de capim-arroz resistente e
suscetível ao quinclorac provenientes da Epagri/EEI, coletados na região de Itajaí/SC. No
centro da unidade experimental, foram semeadas três sementes do biótipo de capim-arroz
considerado como o tratamento da unidade experimental (R para resistente e S para
suscetível). Na periferia da unidade experimental foram semeadas dez sementes do biótipo
oposto ao do tratamento (central).
Dez dias após a germinação foi efetuado o desbaste, deixando apenas uma planta no
centro da unidade experimental, e o número de plantas do biótipo oposto de acordo com o
tratamento na periferia (0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas). A área de semeadura do biótipo central
da unidade experimental foi delimitada por cilindro com 5 cm de diâmetro e 2 cm de
profundidade, para facilitar a posterior identificação da planta central e de seus perfilhos. O
cilindro foi inserido no solo, com a borda superior paralela à superfície, permitindo total
desenvolvimento das raízes e da parte aérea da planta, e plena competição do biótipo
central com as demais plantas da periferia, tanto na parte aérea, como no sistema de
raízes.
O delineamento experimental utilizado foi o completamente casualizado, com os
tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 6, com quatro repetições. As unidades
experimentais foram mantidas eqüidistantes, de forma que a área de superfície disponível
para o desenvolvimento das plantas correspondesse à área da unidade experimental.
No momento da colheita aos 40 dias após a emergência foi avaliada a área foliar. A
massa seca da parte aérea e das raízes das plantas de capim-arroz resistente e suscetível
foi determinada por pesagem em balança analítica após secagem desses materiais em
estufa de circulação forçada de ar e mantida a temperatura de 65 0C até massa constante.
Tomando como base os dados obtidos, foram calculados os seguintes parâmetros tanto
para o biótipo resistente quanto para o suscetível ao quinclorac: taxa de crescimento da
cultura (MSf / Ndias - g plantas-1 D-1), onde MSf é a massa seca final e Ndias é o número
de dias que a planta cresceu; área foliar específica (Af / MSf - cm2 g-1), razão de área foliar
(Af /MSt), razão de massa foliar (MSfolhas/MStotal), indica a participação das folhas na
constituição total das plantas, e índice de área foliar (Af/Asolo).
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de
probabilidade, sendo efetuado teste de Duncan a 5% para avaliar o efeito do aumento na
densidade de plantas, e teste da Diferença Mínima Significativa (DMS) a 5% de
probabilidade para avaliar diferenças entre o biótipo resistente e suscetível em cada
tratamento, utilizando o programa estatístico Winstat 2.1.
As médias referentes às variáveis estudadas estão representadas na Tabela 1.
O biótipo resistente de capim-arroz crescendo isolado no vaso apresentou maior massa
seca que o suscetível, porém sem diferença significativa. Biótipos localizados no centro do
vaso no caso deste experimento competiam com plantas do biótipo oposto quanto a
resistência ao quinclorac. Quando um determinado biótipo estava na periferia, a
competição mais séria nas maiores densidade ocorria com plantas do mesmo biótipos.
A maioria dos estudos relatados na literatura sobre a comparação da competitividade
entre os biótipos resistente e suscetível de plantas daninhas têm sido realizados com
plantas daninhas do tipo folha larga. A maior parte destes estudos mostra prejuízo para o
biótipo resistente em relação ao suscetível (LeBaron & Gressel, 1982). Com relação a taxa
de crescimento, os dois biótipos quando localizados no centro do vaso não apresentaram
diferença, entretanto com o incremento da densidade observou-se redução na taxa de
crescimento para ambos os biótipos. Para as plantas localizadas na periferia da unidade
observou-se diferença apenas nas menores densidades, sendo que nesta situação o
biótipo suscetível apresentou maior taxa de crescimento. A taxa de crescimento expressa a
velocidade média de crescimento ao longo do período de observação.
Nas maiores densidades o biótipo resistente apresentou maior área foliar específica
tanto quando competindo com o biótipo suscetível ou mesmo quando localizado no centro
da parcela competindo com plantas do mesmo biótipo. A área foliar específica fornece uma
idéia da espessura da folha, neste caso o biótipo resistente em condição de competição
apresenta folhas mais espessas que o suscetível. Desta forma, as plantas de capim-arroz
do biótipo resistente apresentaram folhas mais espessas (maior área foliar específica) que
as plantas do biótipo suscetível para todas as densidades avaliadas. Não foi observada
diferença entre os biótipos com relação a razão de peso foliar tanto no centro quando na
periferia das parcelas. Para os dois biótipos não se constatou redução na razão de massa
foliar. Essa razão indica o quanto de massa seca que as folhas apresentam em relação à
massa total da planta. No que se refere a razão de área foliar, também não se observou
diferença entre os biótipos, exceto quando para o resistente em cultivo isolado no centro da
parcela (na ausência de competição) que apresentou maior razão de área foliar. Quanto
maior a razão de área foliar, maior a capacidade da planta de interceptar energia luminosa.
Os biótipos resistente e suscetível também não diferiram com relação ao índice de área
foliar tanto no centro quando na periferia da unidade experimental.
Concluiu-se que, baseado na equivalência dos parâmetros fisiológicos entre biótipos,
não existe diferenças significativas entre o biótipo resistente e o suscetível ao quinclorac
quanto ao potencial de acúmulo de massa em condição de competição.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRES, A. et al. Detecção da resistência de capim-arroz (Echinochloa sp.) ao herbicida
quinclorac em regiões orizícolas do sul do Brasil. Planta Daninha, v.25, p.221-226, 2007.
ANDRES, A. et al. Uso de inibidores de tubulina, de ACCase e de ALS em arroz irrigado
para o controle de capim-arroz resistente a quinclorac. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA
CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Resumos... Londrina:
SBCPD/Embrapa Clima Temperado, 2002. p.203.
EBERHARDT, D.S.; NOLDIN, J.A.; GUTIEREZ, M. et al. Resistência de capim-arroz
(Echinochloa crus-galli) ao herbicida quinclorac. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA
CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 22., 2000, Foz do Iguaçu. Anais... Londrina:
SBCPD, 2000. p.512.
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Adquirido em: 27/07/2007.
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plantada, produção e rendimento. In: www.irga.rs.gov.br; adquirido em
27/05/2007.
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Wiley and Sons. p.349-362, 1982.
MELO, P.T.B.S.; et al. Comportamento de populações de arroz irrigado em função das
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Bras. de Agrociência, v.12, p.37-43, 2006.
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flooded rice in Southern Brazil. In: INTERNATIONAL WEED SCIENCE CONGRESS, 3.,
2000, Foz do Iguaçú. Abstracts... Corvallis: IWSS, 2000. p.140.
Tabela 1. Parâmetros morfo-fisiológicos avaliados em biótipos de capim-arroz R e S ao
herbicida quinclorac. DFT/UFV, 2007
1
ns–não significativo; *significativo ao nível de 5%; **significativo ao nível de 1% de
probabilidade pelo teste da DMS; 2Médias seguidas da mesma letra, na mesma coluna e
dentro de cada posição (centro ou externas) não diferem pelo teste de Duncan a 5% de
probabilidade; 3CENTRO: número de plantas do biótipo indicado no centro da parcela,
competindo com o número de plantas entre parênteses do biótipo oposto; 4EXTERNAS:
número de plantas do biótipo indicado, competindo entre si e com a planta do biótipo
oposto (1) no centro da parcela.
CRESCIMENTO DE COLMOS E FOLHAS DE CAPIM-ARROZ RESISTENTE E
SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC SOB COMPETIÇÃO
Germani Concenço1, Ignacio Aspiazú1, Evander Alves Ferreira1, Marcelo R. Reis2,
Francisco Affonso Ferreira3, Antônio Alberto da Silva3. 1Doutorando em Fitotecnia da UFV,
bolsista CNPq, [email protected]; 2Mestrando em Fitotecnia UFV; 3Prof.
DFT/UFV.
O arroz (Oryza sativa) é uma das culturas mais importantes em termos mundiais,
sendo cultivado em cinco continentes, uma vez que se adapta com certa facilidade a
condições climáticas distintas. Dentre as plantas daninhas mais problemáticas na cultura
do arroz irrigado destaca-se o capim-arroz (Echinochloa sp.), devido às semelhanças
morfo-fisiológicas e vasta distribuição nos campos de arroz ao redor do mundo, além dos
altos níveis de infestação (Andres & Machado, 2004).
No Brasil, o biótipo de capim-arroz que apresenta resistência ao quinclorac está
amplamente distribuído nas regiões orizícolas do Sul do País, onde se concentra quase
70% da produção nacional deste cereal. Além disso, estudos preliminares indicam que os
biótipos resistentes apresentam ampla distinção morfológica e fisiológica entre si, e que
provavelmente a resistência se desenvolveu independentemente nas regiões produtoras de
arroz (Andres et al., 2007).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de crescimento de dois biótipos
provenientes da mesma região orizícola do estado de Santa Catarina, resistente e
suscetível ao quinclorac, em função do incremento na densidade de plantas.
O experimento foi instalado em casa-de-vegetação. As unidades experimentais
constaram de recipientes plásticos perfurados com área de 0,07 m2, contendo 10 L de solo,
corrigido e adubado de acordo com análise, com incorporação um mês antes da
implantação do experimento. Os tratamentos constaram de plantas dos biótipos de capimarroz resistente e suscetível ao quinclorac, oriundos da Epagri/EEI, e coletados na região
de Itajaí/SC. No centro da unidade experimental, foram semeadas três sementes do biótipo
de capim-arroz considerado como o tratamento da unidade experimental (R para resistente
e S para suscetível). Na periferia da unidade experimental foram semeadas dez sementes
do biótipo oposto ao do tratamento (central).
Dez dias após a germinação foi efetuado o desbaste, deixando apenas uma planta
no centro da unidade experimental, e o número de plantas do biótipo oposto de acordo com
o tratamento (0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas). O delineamento experimental utilizado foi o
inteiramente casualizado, com os tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 6, com
quatro repetições. As unidades experimentais foram mantidas eqüidistantes, de forma que
a área de superfície disponível para o desenvolvimento das plantas correspondesse à área
da unidade experimental.
Aos 40 dias após a emergência, a planta central foi cortada rente ao solo, separada
em colmos e folhas, sendo aferida sua massa fresca. Em seguida, esse material foi
transferido para sacos de papel e colocado em estufa com circulação forçada de ar a 65 oC
até massa constante, quando então se obteve a massa seca de folhas e de colmos. Foi
calculado ainda o conteúdo de água de folhas e colmos, através da fórmula (100*(MF –
MS)/ MF), sendo MF = massa fresca e MS = massa seca de plantas. Os dados foram
submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade, sendo
efetuado teste de Duncan a 5% para avaliar o efeito do aumento na densidade de plantas,
e teste da Diferença Mínima Significativa (DMS) a 5% de probabilidade para avaliar
diferenças entre o biótipo resistente e suscetível em cada tratamento utilizando o programa
estatístico Winstat 2.1.
A massa fresca de folhas decresceu em função do aumento no número de plantas
do biótipo oposto competindo com o biótipo em planta única no centro da parcela, tanto
para o biótipo resistente como para o suscetível (Tabela 1). Os biótipos só diferiram entre si
quando a planta central competia com duas plantas do biótipo oposto (tratamento 1(2)),
devido à queda brusca na massa fresca de folhas do biótipo resistente entre os
tratamentos 1(1) e 1(2). Além disso, o biótipo suscetível parece ter reagido ao incremento
na competição em baixo nível (tratamento 1(1)) com aumento no acúmulo de massa fresca,
de 39,5 para 60 g planta-1, voltando a reduzir posteriormente com o aumento na
competição. A massa fresca de colmos, por sua vez, foi maior para o biótipo resistente nos
tratamentos 1(0) – testemunha, e 1(2), neste último devido também à queda brusca na
massa fresca de colmos observada no biótipo resistente entre os tratamentos 1(1) e 1(2).
Embora a diferença no acúmulo de massa fresca de colmos de plantas suscetíveis entre a
testemunha (tratamento 1(0)) e a maior densidade (tratamento 1(5)) tenha sido muito maior
no biótipo suscetível, não ocorreram diferenças entre biótipos nas maiores intensidades de
competição.
O acúmulo de massa seca em folhas também foi mais seriamente afetado a partir
do tratamento 1(2), tanto no biótipo resistente como no suscetível (Tabela 1). Ambos os
biótipos reduziram em até 75% o acúmulo de massa seca em folhas, em função do
aumento na intensidade de competição. O biótipo suscetível mais uma vez reagiu à
presença de uma planta do biótipo oposto aumentado a massa seca de colmos. Esse fato
pode ter tido como conseqüência o sombreamento da planta do biótipo resistente. Ao
contrário da massa fresca, não foram observadas diferenças entre biótipo resistente e
suscetível ao quinclorac quanto ao acúmulo de massa seca em folhas. Comportamento
muito similar foi observado para o acúmulo de massa seca em colmos, onde a planta do
biótipo suscetível reagiu à competição com uma planta do biótipo resistente, voltando a
reduzir o acúmulo de massa seca em colmos (Tabela 1). Mais uma vez não foram
observadas diferenças entre biótipo resistente e suscetível ao quinclorac.
O conteúdo de água normalmente é considerado como um dos primeiros
indicadores de que a planta está sob estresse ou efeito de algum agente externo, como um
tratamento herbicida. Sob condição de alta competição, seria de se esperar que as plantas
mais vigorosas incrementassem o conteúdo de água, principalmente nos colmos da planta,
como forma de promover o alongamento celular, e consequentemente o alongamento dos
entrenós do colmo. Devido à alta necessidade de luz das plantas C4 para manutenção do
metabolismo em níveis adequados, a planta que cresce primeiro e sombreia as demais,
possui taxa de fotossíntese líquida e acúmulo de massa muito superior, estabelecendo-se
na área primeiro e inibindo o crescimento dos indivíduos menos competitivos. Uma vez que
não foram observadas diferenças entre tratamentos, pode-se concluir que provavelmente
as plantas de capim-arroz estavam sob baixo nível de competição. Em condições de
campo, a emergência potencial de capim-arroz chega a mais de 2500 plântulas por metro
quadrado em áreas de monocultivo (Melo et al., 2004).
Conclui-se que houve redução no crescimento de folhas e colmos em função do
incremento na densidade de plantas, mas que os biótipos resistente e suscetível não
diferem, ou possuem diferenças muito discretas quanto ao acúmulo de massa nessas
partes da planta, tanto na ausência como sob alta competição. Consequentemente é
esperado que as freqüências respectivas sejam mantidas na população, mesmo na
ausência do agente selecionador, considerando que nenhum outro fator de seleção seja
aplicado à população.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRES, A.; MACHADO, S.L.O. Plantas daninhas em arroz irrigado. In: GOMES, A.S.;
MAGALHÃES Jr.; A.M. (Eds.). Arroz irrigado no Sul do Brasil. Brasília: Embrapa
Informação Tecnológica, 2004. p.457-546.
ANDRES, A. et al. Detecção da resistência de capim-arroz (Echinochloa sp.) ao herbicida
quinclorac em regiões orizícolas do sul do Brasil. Planta Daninha, v.25, p.221-226, 2007.
MELO, P.T.B.S. et al. Fluxo de emergência de plantas daninhas em áreas de cultivo de
arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS,
24., 2004, São Pedro. Anais. Londrina : SBCPD, 2004. CD-ROM.
Tabela 1. Massa fresca e seca de colmos e folhas de capim-arroz em função do biótipo e
intensidade de competição
Massa Fresca Folhas (g planta-1)
Massa Fresca Colmos (g planta-1)
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
1 (0)
51,3 a3
39,5 b3
+ 11,8 ns
1 (0)
87,5 a3
126,3 a3
- 38,7 *
1 (1)
53,8 a
60,0 a
- 6,2 ns
1 (1)
98,8 a
108,8 a
- 10,0 ns
1 (2)
17,6 b
40,1 b
- 22,5 *
1 (2)
26,1 b
69,5 b
- 43,4 *
1 (3)
17,7 b
28,4 bc
- 10,7 ns
1 (3)
33,0 b
48,3 bc
- 15,3 ns
1 (4)
13,1 b
14,0 c
- 0,9 ns
1 (4)
25,0 b
23,1 c
+ 1,9 ns
- 4,2 ns
1 (5)
12,1 b
22,9 c
- 10,9 ns
1 (5)
10,0 b
14,2 c
Massa Seca Folhas (g planta-1)
Massa Seca Colmos (g planta-1)
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
1 (0)
8,72 a3
6,83 b3
+ 1,89 ns
1 (0)
9,12 a3
6,89 b3
+ 2,23 ns
1 (1)
8,33 a
8,91 a
- 0,58 ns
1 (1)
9,84 a
12,80 a
- 2,96 ns
1 (2)
2,86 b
4,75 c
- 1,89 ns
1 (2)
3,15 b
6,21 bc
- 3,06 ns
1 (3)
2,75 b
3,79 cd
- 1,04 ns
1 (3)
4,36 b
4,01 bc
+ 0,35 ns
1 (4)
2,22 b
2,24 d
- 0,02 ns
1 (4)
3,56 b
2,06 c
+ 1,50 ns
1 (5)
2,35 b
2,10 d
+ 0,25 ns
1 (5)
1,64 b
2,11 c
- 0,47 ns
Conteúdo de Agua Folhas (%)
Conteúdo de Agua Colmos (%)
Trat.1
Res.
Susc.
+ 0,3 ns
1 (0)
89,5 a3
94,5 a3
- 4,9 ns
85,2 a
- 0,6 ns
1 (1)
90,0 a
88,2 a
+ 1,8 ns
83,8 a
88,2 a
- 4,4 ns
1 (2)
87,9 a
91,0 a
- 3,1 ns
1 (3)
84,5 a
86,7 a
- 2,2 ns
1 (3)
86,7 a
91,6 a
- 4,9 ns
1 (4)
83,1 a
84,0 a
- 0,9 ns
1 (4)
85,7 a
91,0 a
- 5,3 ns
Trat.
1
Res.
Susc.
Dif.
1 (0)
83,0 a3
82,7 a3
1 (1)
84,5 a
1 (2)
2
Dif.2
1 (5)
1 (5)
76,5 a
85,2 a
- 8,7 ns
86,4 a
90,7 a
- 4,3 ns
Número de plantas do biótipo indicado no centro da parcela, competindo com o número
de plantas entre parênteses do biótipo oposto;
2
ns – não significativo; * significativo ao nível de 5%; ** significativo ao nível de 1% de
probabilidade pelo teste da DMS;
3
Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna e dentro de cada variável, não
diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.
1
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE RAÍZES DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ EM
FUNÇÃO DA INTENSIDADE DE COMPETIÇÃO
Germani Concenço1, Evander Alves Ferreira1, Alexandre Ferreira. da Silva2, Ignacio
Aspiazú1, Francisco Affonso Ferreira3, Antônio Alberto da Silva3. 1Doutorando em
Fitotecnia da UFV, bolsista CNPq, [email protected]; 2Mestrando em Fitotecnia
UFV; 3Prof. DFT/ UFV.
Devido ao uso incorreto de herbicidas, ausência de rotação de culturas e ausência
de manejo integrado das plantas daninhas, o capim-arroz desenvolveu resistência a vários
princípios ativos ao redor do mundo, com alguns casos de resistência múltipla (LopezMartinez et al., 1997). No Brasil, biótipos de capim-arroz que apresentam resistência ao
quinclorac são amplamente distribuídos nas regiões orizícolas do Sul do País, onde se
concentra quase 70% da produção nacional deste cereal. Além disso, estudos preliminares
indicam que os biótipos resistentes apresentam ampla distinção morfológica e fisiológica
entre si, e que, provavelmente, a resistência se desenvolveu independentemente nas
regiões produtoras de arroz (Andres et al., 2007).
O capim-arroz, por possuir o metabolismo C4, é altamente competitivo durante o
verão, tendo elevada capacidade de extração de recursos naturais do ambiente para
realizar processos essenciais como a fotossíntese (Taiz & Zeiger, 2004). Plantas com
sistema de raízes mais desenvolvido tendem a explorar maior volume de solo e apresentar
melhor desempenho em caso de escassez de recursos (Silva et al., 2007).
Objetivou-se com este trabalho avaliar o potencial competitivo de biótipos de
capim-arroz resistente e suscetível ao quinclorac no ambiente do solo, como forma de
determinar qual o biótipo mais eficiente na extração de recursos em caso de escassez.
As plantas foram cultivadas em casa de vegetação climatizada, mantida sob
temperatura entre 22 e 27 oC e iluminação natural. As unidades experimentais constaram
de recipientes plásticos com área de 0,07 m2, perfurados, contendo 10 L de solo, corrigido
e adubado de acordo com análise, com incorporação um mês antes da implantação do
experimento. Os tratamentos constaram de plantas dos biótipos de capim-arroz resistente e
suscetível ao quinclorac. No centro da unidade experimental, foram semeadas três
sementes do biótipo de capim-arroz considerado como o tratamento da unidade
experimental (R para resistente e S para suscetível). Na periferia da unidade experimental
foram semeadas dez sementes do biótipo oposto ao do tratamento (central).
Dez dias após a germinação foi efetuado o desbaste, deixando apenas uma planta
no centro da unidade experimental, e o número de plantas do biótipo oposto de acordo com
o tratamento (0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas). A área de semeadura do biótipo central da unidade
experimental foi delimitada por cilindro com 5 cm de diâmetro e 2 cm de profundidade, para
facilitar a posterior identificação da planta central e de seus perfilhos. O cilindro foi inserido
no solo, com a borda superior rente à superfície, permitindo total desenvolvimento das
raízes e da parte aérea da planta, e plena competição do biótipo central com as demais
plantas da periferia, tanto na parte aérea, como no sistema de raízes.
O delineamento experimental utilizado foi o completamente casualizado, com os
tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 6, com quatro repetições. As unidades
experimentais foram mantidas eqüidistantes, de forma que a área de superfície disponível
para o desenvolvimento das plantas correspondesse à área da unidade experimental.
Aos 40 dias após a emergência, as plantas foram coletadas, avaliando-se a
produção de MS da parte área e radical. O sistema de raízes da planta central da unidade
experimental foi individualizado, seco em papel toalha e pesado para obter a massa fresca,
Em seguida, foi determinado o comprimento total e o volume do sistema de raízes. Para
isso utilizou-se régua graduada e o método de volume de líquido deslocado em proveta
graduada. A amostra foi acondicionada em sacos de papel e colocada para secar em
estufa de circulação forçada de ar a 65 oC até massa constante para determinação da MS.
O conteúdo de água (CA%) nas raízes foi calculado através da fórmula (100*(MF – MS)/
MF), sendo MF = massa fresca e MS = massa seca de plantas.
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de
probabilidade, sendo efetuado teste de Duncan a 5% para avaliar o efeito do aumento na
densidade de plantas, e teste da Diferença Mínima Significativa (DMS) a 5% de
probabilidade para avaliar diferenças entre o biótipo resistente e suscetível em cada
tratamento, utilizando o programa estatístico Winstat 2.1.
Plantas cultivadas em maiores densidades produziram raízes de menor
comprimento tanto para o biótipo resistente como para o suscetível ao quinclorac (Tabela
1). Ambos os biótipos somente diferiram da testemunha na maior intensidade de
competição, ou seja, uma planta do biótipo estudado, competindo contra cinco plantas do
biótipo oposto. A diferença quanto ao comprimento de raízes entre planta isolada
(tratamento 1(0)) e a maior intensidade de competição, foi de 9,5 e de 10,7 cm para o
biótipo resistente e suscetível, respectivamente. Além disso, os biótipos não diferiram em
nenhum dos tratamentos estudados.
O volume de raízes por planta também diminuiu em função do incremento na
intensidade de competição. No entanto, o biótipo resistente pôde ser estratificado em três
níveis, enquanto o suscetível ao quinclorac somente em dois. Enquanto o biótipo resistente
mostrou redução significativa no volume de raízes quando confrontado com quatro plantas
do biótipo oposto, o suscetível somente diferiu da testemunha na maior intensidade de
competição. As diferenças observadas entre biótipos dentro de cada tratamento também
não foram significativas. Resultado semelhante foi observado para a massa fresca do
sistema de raízes, onde o biótipo resistente foi mais afetado pelo incremento na
competição entre plantas que o suscetível quando considerado isoladamente, mas sem
distinção entre biótipos, dentro de cada tratamento. A massa seca de raízes mostrou o
mesmo comportamento, sendo o biótipo resistente dividido em três níveis em função do
aumento na intensidade de competição, enquanto o suscetível ao quinclorac foi agrupado
em apenas dois níveis (Tabela 1). Em nenhum dos tratamentos foi observada diferença
entre biótipos resistente e suscetível ao quinclorac. Semelhança entre biótipos quanto à
capacidade de desenvolvimento de raízes está diretamente relacionada ao volume de solo
explorado, e à quantidade de recursos potencialmente passíveis de extração (Klepper,
1992).
Os biótipos de capim-arroz resistente e suscetível ao quinclorac não diferiram em
nenhuma das variáveis, dentro de cada tratamento analisado, embora tenham reagido
diferentemente ao aumento na intensidade de competição. No entanto, estas diferenças
devem ser consideradas com cuidado, uma vez que as variáveis do sistema de raízes
apresentam, de forma geral, alto coeficiente de variação (Fante Jr. et al., 1999). Contudo, é
possível aferir que, se o sistema de raízes não difere entre biótipos, provavelmente o
mesmo ocorra na parte aérea, desde que outros fatores não relacionados à capacidade de
extração de nutrientes não estejam atuando. Concluiu-se que, o biótipo de capim-arroz
resistente ao quinclorac não difere do suscetível em relação ao potencial de extração de
nutrientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRES, A. et al. Detecção da resistência de capim-arroz (Echinochloa sp.) ao herbicida
quinclorac em regiões orizícolas do sul do Brasil. Planta Daninha, v.25, p.221-226, 2007.
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KLEPPER, B. Roots: past, present and future. In: International Potash Institute. Roots of
plant nutrition. Champaign: POTAFOS, 1992. p.7-18.
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J.F. (Ed.) Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa:UFV, 2007. p.17-61.
Tabela 1. Comprimento, volume e massa fresca e seca do sistema de raízes de capimarroz em função do biótipo e intensidade de competição
Volume de raízes (cm3 planta-1)
Comprimento de raízes (cm)
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
- 5,5 ns
1 (0)
46,75 a3
42,50 a3
+ 4,25 ns
38,3 a
- 1,3 ns
1 (1)
33,00 ab
22,25 ab
+ 10,7 ns
36,3 a
37,8 a
- 1,5 ns
1 (2)
37,25 ab
27,00 ab
+ 10,2 ns
1 (3)
35,3 a
34,8 ab
+ 0,5 ns
1 (3)
29,75 abc 24,00 ab
+ 5,75 ns
1 (4)
28,3 ab
33,0 ab
- 4,7 ns
1 (4)
20,25 bc
19,50 ab
+ 0,75 ns
1 (5)
23,0 b
27,3 b
- 4,3 ns
1 (5)
12,90 c
12,50 b
+ 0,4 ns
Trat.
1
Res.
Susc.
Dif.
1 (0)
32,5 a3
38,0 a3
1 (1)
37,0 a
1 (2)
2
Massa fresca (g planta-1)
Massa seca (g planta-1)
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
1 (0)
36,3 a3
49,0 a3
- 12,7 ns
1 (0)
6,32 a3
7,81 a3
- 1,49 ns
1 (1)
34,0 ab
49,2 a
- 15,2 ns
1 (1)
5,55 ab
6,22 ab
+ 1,33 ns
1 (2)
30,8 ab
20,5 b
+ 10,3 ns
1 (2)
4,58 abc
3,05 b
+ 1,53 ns
3,76 abc
4,24 b
- 0,48 ns
2,46 bc
4,07 b
- 1,61 ns
1 (3)
32,5 ab
27,5 b
+ 5,0 ns
1 (3)
1 (4)
15,0 bc
26,3 b
- 11,3 ns
1 (4)
1 (5)
1 (5)
11,8 c
18,8 b
- 7,0 ns
1,73 c
3,00 b
- 1,27 ns
Número de plantas do biótipo indicado no centro da parcela, competindo com o número
de plantas entre parênteses do biótipo oposto;
2
ns – não significativo; * significativo ao nível de 5%; ** significativo ao nível de 1% de
probabilidade pelo teste da DMS;
3
Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna e dentro de cada variável, não
diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.
1
POTENCIAL COMPETITIVO DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ RESISTENTE
E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC
Germani Concenço1, Alexandre Ferreira da Silva2, Evander Alves Ferreira1, Ignacio
Aspiazú1, Marcelo Rodrigues Reis1, Antônio Alberto da Silva3, Francisco Affonso Ferreira3,
José Alberto Noldin4. 1Doutorando em Fitotecnia e bolsista CNPq, DFT/UFV, Viçosa, MG,
[email protected]; 2Mestrando em Fitotecnia UFV; 3Prof. DFT/ UFV; 4Pesquisador
da Epagri, Itajaí, SC.
As plantas daninhas mais importantes do arroz irrigado incluem o arroz-vermelho
(Oryza sativa), cuja dificuldade de controle se deve ao fato de pertencer à mesma espécie
do cultivado, e o capim-arroz (Echinochloa sp.), cuja importância deve-se às semelhanças
morfo-fisiológicas com as plantas da cultura, vasta distribuição nos campos de arroz ao
redor do mundo, altos níveis de infestação (Andres & Machado, 2004) e elevados prejuízos
causados a produtividade do arroz irrigado. Devido à flexibilidade quanto à dose e
momento de aplicação e a alta seletividade à cultura, o herbicida quinclorac foi usado
intensamente nas áreas de arroz irrigado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina até o final
da década de 90, quando surgiram os primeiros casos de capim-arroz resistente (Andres et
al., 2007).
Este trabalho teve por objetivo avaliar o potencial competitivo de biótipos de capimarroz resistente e suscetível ao quinclorac, como forma de inferir se a freqüência do biótipo
resistente nas populações de capim-arroz tem aumentado ou diminuído durante os últimos
anos.
O experimento foi instalado em casa de vegetação, na UFV, Viçosa, MG. As unidades
experimentais constaram de recipientes plásticos com área de 0,07 m2, perfurados,
contendo 10 L de solo, corrigido e adubado de acordo com a análise, com incorporação do
adubo um mês antes da implantação do experimento. Os tratamentos constaram de
plantas de um biótipo de capim-arroz resistente (R) e um suscetível (S) ao herbicida
quinclorac. No centro da unidade experimental, foram semeadas três sementes do biótipo
de capim-arroz considerado como o tratamento da unidade experimental (R ou S). Na
periferia da unidade experimental foram semeadas dez sementes do biótipo oposto ao do
tratamento (central).
Dez dias após a emergência foi efetuado o desbaste, deixando apenas uma planta no
centro da unidade experimental, e o número de plantas do biótipo oposto de acordo com o
tratamento (0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas). O delineamento experimental utilizado foi o
completamente casualizado, com os tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 6, com
quatro repetições. As unidades experimentais foram mantidas eqüidistantes, de forma que
a área de superfície disponível para o desenvolvimento das plantas correspondesse à área
da unidade experimental.
Aos 40 dias após a emergência, as plantas tiveram sua altura aferida e foi efetuada a
contagem do número de folhas e perfilhos. Duas folhas de cada planta foram cortadas em
seções de 10 cm e fotografadas em escala padronizada, sendo secas separadamente das
demais para a determinação da área foliar específica com o uso do software ImagePro Plus
5.1. Após, as plantas foram cortadas rente ao solo, colocadas em pacotes plásticos que
foram vedados adequadamente, e acondicionados em caixa de poliestireno expandido
(Isopor®) contendo gelo, sendo imediatamente transportadas até o laboratório para
aferição da massa fresca de parte aérea das plantas. Após, foram transferidas para sacos
de papel e colocadas na estufa com circulação forçada de ar a 65 oC até massa constante,
quando então se obteve a massa seca de plantas, que foi usada somente para o cálculo do
conteúdo de água através da fórmula (100*(MF – MS)/ MF), sendo MF = massa fresca e
MS = massa seca de plantas.
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de
probabilidade, sendo efetuado teste de Duncan a 5% para avaliar o efeito do aumento na
densidade de plantas, e teste da Diferença Mínima Significativa (DMS) a 5% de
probabilidade para avaliar diferenças entre o biótipo resistente e o suscetível em cada
tratamento, utilizando o programa estatístico Winstat 2.1.
A altura das plantas aumentou de acordo com o incremento no número de plantas na
parcela. Quando plantas isoladas dos biótipos no centro da parcela competiam com
comunidade do biótipo oposto, a testemunha do biótipo resistente somente diferiu do
tratamento onde uma planta competia contra cinco plantas do biótipo suscetível, sendo que
entre 1 e 4 plantas do biótipo oposto, os tratamentos não diferiram entre si e nem das
extremidades (Tabela 1). O biótipo suscetível, por outro lado, exibiu plantas mais altas a
partir do tratamento 1(1). Além disso, a diferença observada entre biótipo resistente e
suscetível ao quinclorac nos tratamentos 1(2) e 1(3) indica que o biótipo suscetível reagiu
primeiro, com plantas mais altas mesmo sob menor intensidade de competição (Tabela 1).
Em contraponto à altura, o número de perfilhos por planta foi menor no tratamento 1(5)
para o biótipo resistente, ou seja, quando uma planta isolada deste biótipo competia com
comunidade do biótipo oposto. Provavelmente isto se deve ao fato de as plantas do biótipo
suscetível tenderem a apresentar maior crescimento, portanto com maior capacidade de
competição que o biótipo resistente. O número de folhas por planta não foi influenciado
pelo biótipo e densidade de plantas, quando isoladas e competindo com comunidade do
biótipo oposto. Não se observou diferenças entre biótipos nesta situação (Tabela 1),
verificando-se redução da massa fresca das plantas tanto para o biótipo resistente como
para o suscetível. Tanto para o biótipo resistente como o suscetível, ocorreu redução
significativa no acúmulo de massa quando uma planta isolada de cada biótipo competia
contra duas ou mais plantas do biótipo oposto. A redução foi mais acentuada para o biótipo
suscetível, que pôde ser estratificado em três categorias. O biótipo resistente se mostrou
menos competitivo que o suscetível quando sob baixa intensidade de competição
(tratamentos 1(1) e 1(2)), sendo similares quando o número de plantas por parcela
aumentou (Tabela 1).
O conteúdo de água relacionado à massa fresca e seca de plantas não foi alterado em
função do aumento na competição nos biótipos resistente e suscetível, tanto em plantas
isoladas, como em comunidade. A única diferença observada foi entre biótipos no
tratamento 1(0), ou seja, quando isoladas no centro da parcela (Tabela 1). O conteúdo de
água é um indicador sensível de que a planta está passando por período de estresse. Se o
conteúdo de água for reduzido, a planta tende a apresentar menor alongamento celular, e
consequentemente do colmo.
A área foliar foi menor tanto para o biótipo resistente como para o suscetível, quando
isolado no centro da parcela e competindo com duas ou mais plantas do biótipo oposto.
Não foram observadas diferenças entre os biótipos em nenhum dos tratamentos (Tabela 1).
A área foliar está diretamente relacionada à capacidade fotossintética, e sua redução
ocasiona menor taxa de crescimento absoluto da planta.
Aparentemente, o biótipo resistente não perdeu em adaptabilidade quando comparado
ao suscetível ao quinclorac, uma vez que as diferenças observadas foram muito discretas.
No entanto, devido às diferenças observadas em favor do biótipo suscetível, será
necessária a condução de estudos semelhantes em biótipos provindos de outras
localidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina como forma de confirmar se existe
alguma diferença quanto ao potencial competitivo entre biótipos resistentes e suscetíveis
ao quinclorac.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRES, A.; MACHADO, S.L.O. Plantas daninhas em arroz irrigado. In: GOMES, A.S.;
MAGALHÃES Jr.; A.M. (Eds.). Arroz irrigado no Sul do Brasil. Brasília: Embrapa
Informação Tecnológica, 2004. p.457-546.
ANDRES, A. et al. Detecção da resistência de capim-arroz (Echinochloa sp.) ao herbicida
quinclorac em regiões orizícolas do sul do Brasil. Planta Daninha, v.25, p.221-226, 2007
Tabela 1. Parâmetros morfológicos avaliados em biótipos de capim-arroz R e S ao
herbicida quinclorac. DFT/UFV, 2007
No perfilhos planta-1
Altura (cm)
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
1 (0)
93,8 b3
94,5 b3
- 0,7 ns
1 (0)
10,25 a3
10,75 a3
- 0,50 ns
1 (1)
108,0 ab
120,3 a
- 12,3 ns
1 (1)
10,75 a
13,25 a
- 2,50 ns
1 (2)
102,5 ab
124,5 a
- 22,0 *
1 (2)
10,25 a
12,50 a
- 2,25 ns
1 (3)
101,8 ab
121,0 a
- 19,2 *
1 (3)
10,50 a
12,00 a
- 1,50 ns
1 (4)
104,8 ab
117,5 a
- 12,7 ns
1 (4)
6,00 ab
11,00 a
- 5,0 ns
1 (5)
117,5 a
123,0 a
- 5,5 ns
1 (5)
4,25 b
8,75 a
- 4,5 ns
No Folhas planta-1
Massa fresca (g planta-1)
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
1 (0)
39,5 a3
37,5 a3
- 2,0 ns
1 (0)
148,8 a3
165,8 a3
- 17,0 ns
1 (1)
40,3 a
46,5 a
- 6,2 ns
1 (1)
132,5 a
178,8 a
- 46,3 *
1 (2)
31,0 a
51,5 a
- 20,5 ns
1 (2)
43,8 b
109,6 b
- 65,8 **
1 (3)
40,8 a
59,3 a
- 18,5 ns
1 (3)
50,7 b
76,7 bc
- 26,0 ns
1 (4)
37,5 a
41,3 a
- 3,8 ns
1 (4)
38,2 b
37,2 c
- 1,0 ns
1 (5)
31,8 a
43,5 a
- 11,7 ns
1 (5)
19,1 b
37,2 c
- 18,1 ns
Área foliar (m2 planta-1)
Conteúdo de água (%)
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
Trat.1
Res.
Susc.
Dif.2
1 (0)
86,63 a3
91,77 a3
- 5,14 *
1 (0)
0,410 a3
0,322 ab3
+ 0,08ns
1 (1)
86,61 a
87,19 a
- 0,58 ns
1 (1)
0,414 a
0,507 a
- 0,09ns
1 (2)
85,98 a
90,03 a
- 4,05 ns
1 (2)
0,153 b
0,113 b
- 0,04ns
1 (3)
85,43 a
89,74 a
- 4,31 ns
1 (3)
0,169 b
0,116 b
+ 0,05ns
1 (4)
84,38 a
87,74 a
- 3,36 ns
1 (4)
0,101 b
0,092 b
+ 0,01ns
1 (5)
1 (5)
85,56 a
88,55 a - 2,99 ns
0,161 b
0,093 b + 0,06ns
Número de plantas do biótipo indicado no centro da parcela, competindo com o número de
plantas entre parênteses do biótipo oposto;
2
ns – não significativo; *significativo ao nível de 5%; **significativo ao nível de 1% de
probabilidade pelo teste da DMS;
3
Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna e dentro de cada variável, não diferem
pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.
1
TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO HERBICIDA
NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR +
IMAZAPIC. I - ESTÁDIO V2
Lisiane Camponogara Fontana(1), Dirceu Agostinetto(1), Jesus Juarez Oliveira Pinto(1), Silvia
de Souza Figueredo(1), Rubia Piesanti Rigoli(1), Mariane Rosenthal(1). 1Centro de Estudos
em Herbologia (CEHERB) - DFs/FAEM/UFPel, Campus Universitário - Caixa Postal 354 CEP 96010-900, e-mail: [email protected]
A produtividade das lavouras de arroz irrigado no Rio Grande do Sul vem
crescendo nas últimas safras, porém ainda está aquém do potencial produtivo das
cultivares. Um dos entraves para o aumento na produtividade é a competição entre a
cultura e as plantas daninhas, com destaque para o arroz-vermelho devido às dificuldades
existentes para efetuar seu controle. Com o desenvolvimento da tecnologia que associa
cultivares de arroz tolerantes a herbicidas não seletivos ao arroz, surgiu uma estratégia
eficiente para o controle desta planta daninha (Steele et al., 2002). No entanto, há
referência de que o arroz cultivado tolerante ao herbicida imazethapyr possui também
tolerância a outros herbicidas (Webster & Masson, 2001).
Suspeita-se que a tolerância da cultivar IRGA 422CL não esteja restrita ao
herbicida imazethapyr + imazapic, mas ocorra também ao herbicida nicosulfuron; e que
estes herbicidas poderão causar dano às cultivares de arroz não derivadas de linhagens
mutadas. Desta forma, objetivou-se avaliar a tolerância das cultivares de arroz irrigado
IRGA 417 e IRGA 422CL ao herbicida nicosulfuron ou a mistura formulada de imazethapyr
+ imazapic.
O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação na estação de crescimento
2005/06, na FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS. A unidade experimental foi composta por
vaso plástico com capacidade para 1,2 L, preenchido com solo peneirado. Em cada vaso
foram semeadas 12 sementes de arroz, sendo após a emergência procedido o desbaste,
selecionando quatro plântulas.
O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com quatro
repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial, onde o fator A comparou
cultivares de arroz irrigado (IRGA 417 ou IRGA 422CL), o fator B testou herbicidas
(imazethapyr + imazapic ou nicosulfuron) e o fator C avaliou doses dos herbicidas
correspondentes a 0,00 (testemunha sem aplicação); 0,25; 0,75; 1,00; 1,25 e 1,50 L ha-1 de
nicosulfuron (40 g L-1) ou imazethapyr + imazapic (75 + 25 g L-1). Aos tratamentos com o
herbicida imazethapyr + imazapic foi adicionado à calda de pulverização um adjuvante não
iônico (Dash HC®) na proporção de 0,3% v/v.
A aplicação foi efetuada sobre plantas de arroz irrigado em estádio de
desenvolvimento V2, com auxílio de pulverizador costal pressurizado a CO2, munido com
bico 110.015 do tipo leque, regulado para aplicar 150 L ha-1 de calda herbicida. A irrigação
foi realizada de acordo com a necessidade da cultura, sendo mantida uma lâmina de água
permanente a partir do terceiro dia após a aplicação dos herbicidas.
As variáveis analisadas foram fitotoxicidade e massa seca da parte aérea. A
fitotoxicidade foi observada visualmente aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação dos
tratamentos (DAT), utilizando uma escala de zero (0) a cem (100), onde zero representa
ausência de sintomas e cem representa morte das plantas. Aos 28 DAT, a parte aérea das
plantas foi colocada em estufa com circulação de ar a 65°C para determinação da massa
seca.
Os dados obtidos foram analisados quanto a sua homocedasticidade e,
posteriormente submetidos à análise da variância (p ≤ 0,05), em sendo significativa, os
dados foram analisados por modelos de regressão linear e não linear.
Para todas as variáveis resposta avaliadas, verificou-se interação significativa entre
os fatores estudados, demonstrando que os resultados obtidos dependeram da cultivar
utilizada, do herbicida e da dose aplicados.
Os herbicidas estudados mostraram efeito sobre as cultivares de arroz irrigado,
sendo que a fitotoxicidade herbicida às plantas, em geral, foi superior quando se aplicou o
herbicida imazethapyr + imazapic comparativamente ao nicosulfuron (Figura 1).
Entre as cultivares, a IRGA 417 mostrou-se mais suscetível aos efeitos tóxicos dos
herbicidas em relação a cultivar mutada IRGA 422CL. Estes resultados podem ser
explicados em função da cultivar IRGA 422CL ser modificada e possuir a característica de
tolerância as imidazolinonas (imazethapyr + imazapic), demonstrando ser tolerante também
ao nicosulfuron.
Fitotoxicidade (%)
100
80
● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic
Y= -8,75 + 59,17x
R2=0,96
○ IRGA 422CL : nicosulfuron
Y= -2,32 + 17,87x
R2=0,78
▼ IRGA 417 : imazethapyr + imazapic
-14,53x
) R2=0,99
Y= 95,01 (1- e
∇ IRGA 417 : nicosulfuron
Y= 106,09 (1- e -1,30x ) R2=0,92
60
40
20
0
0,0
0,5
1,0
1,5
Dose (L ha-1)
Figura 1. Fitotoxicidade em cultivares de arroz irrigado, pela aplicação dos herbicidas
nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic, realizada no estádio V2, avaliada aos 21
dias após o tratamento. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06.
Os níveis de fitotoxicidade mostram na cultivar IRGA 422CL, que os efeitos tóxicos
dos herbicidas aumentaram até a terceira avaliação, reduzindo posteriormente com o
desenvolvimento da cultura (Figura 2). Esta cultivar, por ser tolerante aos herbicidas
testados, mostrou capacidade de recuperação. Entretanto, o mesmo não ocorreu com a
cultivar IRGA 417, pois a fitotoxicidade herbicida aumentou da primeira para a última época
de avaliação, com evolução no efeito dos herbicidas que resultou na morte das plantas.
Isso ocorreu devido à suscetibilidade dessa cultivar aos herbicidas estudados. Outros
estudos já reportaram a habilidade de cultivares tolerantes em se recuperar dos efeitos
negativos de nicosulfuron (Webster & Masson, 2001) e imazethapyr (Levy et al., 2006).
A fitotoxicidade herbicida à cultura ajustou-se à equação linear para a cultivar IRGA
422CL e exponencial para a IRGA 417. Os efeitos fitotóxicos aumentaram com o
incremento na dose e de forma mais acentuada na cultivar IRGA 417 comparativamente a
IRGA 422CL. Nas doses estudadas, para ambas as cultivares, o herbicida imazethapyr +
imazapic foi mais fitotóxico que o nicosulfuron.
O acúmulo de massa seca da parte aérea também sofreu reduções com os
tratamentos herbicida (Figura 3). Os resultados observados mostram que a cultivar IRGA
417 apresentou maiores reduções nesta variável, comparativamente a cultivar IRGA
422CL. Para a cultivar IRGA 422CL a redução na massa seca foi mais evidente nos
tratamentos com imazethapyr + imazapic em maiores doses comparativamente ao
nicosulfuron. Já para a cultivar IRGA 417, o efeito de todos os herbicidas e doses testados
mostrou redução semelhante, exceto para nicosulfuron na menor dose herbicida, que
permitiu às plantas produzirem mais massa seca na parte aérea.
Fitotoxicidade (%)
100
80
60
● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic
○ IRGA 422CL : nicosulfuron
▼ IRGA 417: imazethapyr+imazapic
∇ IRGA 417 : nicosulfuron
40
20
0
l
l
l
0
7
14
l
21
l
28
Dias após o tratamento
Massa seca parte aérea (g)
Figura 2. Evolução da fitotoxicidade em cultivares de arroz irrigado, pela aplicação dos
herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic na dose de 1 L ha-1, no
estádio V2. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06.
2,0
1,5
● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic
2
Y= 1,93 - 1,13x R =0,97
○ IRGA 422CL : nicosulfuron
Y= 1,87 - 0,57x R2=0,91
▼ IRGA 417: imazethapyr+imazapic
Y= 1,72 e -7,40x
R2=0,94
∇ IRGA 417 : nicosulfuron
-1,97x
2
R =0,91
Y= 1,80 e
1,0
0,5
0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
Dose (L ha-1)
Figura 3. Massa seca da parte aérea de plantas de arroz irrigado em função da aplicação
dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic, realizada no estádio V2,
avaliadas aos 28 dias após o tratamento. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS,
2005/06.
Pode-se concluir que a cultivar IRGA 422CL é tolerante não apenas a mistura
formulada de imazethapyr + imazapic, mas também ao herbicida nicosulfuron, enquanto a
cultivar IRGA 417 é suscetível aos herbicidas. A mistura formulada de imazethapyr +
imazapic, em doses de até 1,25 L ha-1, apresentou maior efeito negativo às cultivares de
arroz IRGA 422CL e IRGA 417, quando comparada ao herbicida nicosulfuron.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
LEVY JR., R.J.; BOND, J.A.; WEBSTER, E.P. et al. Effect of cultural practices on weed
control and crop response in imidazolinone-tolerant rice. Weed Technology, Lawrence,
v.20, n.1, p.249-254, 2006.
STEELE, G.L.; CHANDLER, J.M.; McCAULEY, G.N. Control of red rice (Oryza sativa) in
imidazolinona-tolerant rice (Oryza sativa). Weed Technology, Lawrence, v.16, n.3, p.627630, 2002.
WEBSTER, E.P.; MASSON, J.A. Acetolactate synthase-inhibiting herbicides on
imidazolinona-tolerant rice. Weed Science, Lawrence, v.49, n.5, p.652-657, 2001.
TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO HERBICIDA
NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR +
IMAZAPIC. II - ESTÁDIO V4
Lisiane Camponogara Fontana(1), Dirceu Agostinetto(1), Jesus Juarez Oliveira Pinto(1), Rubia
Piesanti Rigoli(1), Silvia de Souza Figueredo(1), Mariane Rosenthal(1). 1Centro de Estudos em
Herbologia (CEHERB) - DFs/FAEM/UFPel, Campus Universitário - Caixa Postal 354 - CEP
96010-900, e-mail: [email protected]
A primeira cultivar de arroz irrigado disponibilizada para o sistema Clearfield® no
Brasil foi a IRGA 422CL. Esta cultivar apresenta como característica principal a tolerância
ao herbicida imazethapyr+imazapic e foi obtida através do retrocruzamento da cultivar
IRGA 417 com a linhagem mutada para tolerância às imidazolinonas (Lopes et al., 2003).
No entanto, há referência de que o arroz cultivado tolerante ao herbicida imazethapyr
possui também tolerância a outros herbicidas (Webster & Masson, 2001).
As hipóteses da pesquisa foram que a tolerância da cultivar IRGA 422CL não
esteja restrita ao herbicida imazethapyr + imazapic, mas ocorra também ao herbicida
nicosulfuron; e, que estes herbicidas poderão causar dano às cultivares de arroz não
derivadas de linhagens mutadas. O objetivo do estudo foi avaliar a tolerância das cultivares
de arroz irrigado IRGA 417 e IRGA 422CL ao herbicida nicosulfuron ou a mistura formulada
de imazethapyr + imazapic, em aplicações realizada nos estádios de desenvolvimento V4.
O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, na FAEM/UFPel, localizada
no município de Capão do Leão/RS, na estação de crescimento 2005/06. A unidade
experimental foi composta por vaso plástico com capacidade para oito litros preenchido
com solo peneirado. Em cada vaso foram semeadas 25 sementes de arroz, sendo após a
emergência procedido o desbaste, selecionando cinco plântulas.
O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com quatro
repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial, onde o fator A comparou
cultivares de arroz irrigado (IRGA 417 ou IRGA 422CL), o fator B testou herbicidas
(imazethapyr + imazapic ou nicosulfuron) e o fator C avaliou doses dos herbicidas
correspondentes a 0,00 (testemunha sem aplicação); 0,25; 0,75; 1,00; 1,25 e 1,50 L ha-1 de
nicosulfuron (40 g L-1) ou imazethapyr + imazapic (75 + 25 g L-1). Aos tratamentos com o
herbicida imazethapyr + imazapic foi adicionado à calda de pulverização um adjuvante não
iônico (Dash HC®) na proporção de 0,3% v/v.
A aplicação foi efetuada sobre plantas de arroz irrigado em estádio de
desenvolvimento V4, com auxílio de pulverizador costal pressurizado a CO2, munido com
bico 110.015 do tipo leque, regulado para aplicar 150 L ha-1 de calda herbicida. A irrigação
foi realizada de acordo com a necessidade da cultura, sendo mantida uma lâmina de água
permanente a partir do terceiro dia após a aplicação dos herbicidas.
As variáveis analisadas foram fitotoxicidade e massa seca da parte aérea. A
fitotoxicidade foi observada visualmente aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação dos
tratamentos (DAT), utilizando uma escala de zero (0) a cem (100), onde zero representa
ausência de sintomas e cem representa morte das plantas. Aos 28 DAT, a parte aérea das
plantas foi colocada para secagem em estufa com circulação de ar a 65°C para
determinação da massa seca.
Os dados obtidos foram analisados quanto a sua homocedasticidade e,
posteriormente submetidos à análise da variância (p ≤ 0,05), em sendo significativa, os
dados foram analisados por modelos de regressão linear e não linear.
Verificou-se interação significativa entre os fatores estudados para as variáveis
resposta avaliadas, demonstrando que os resultados obtidos dependeram da cultivar
utilizada, do herbicida e da dose aplicados.
A fitotoxicidade, em geral, foi superior com o herbicida imazethapyr + imazapic
quando comparado ao nicosulfuron (Figura 1). Entre as cultivares, a IRGA 417 mostrou-se,
mais suscetível aos efeitos tóxicos dos herbicidas em relação a cultivar mutada IRGA
422CL. Estes resultados podem ser explicados em função da cultivar IRGA 422CL ser
modificada para a característica tolerância ao imazethapyr + imazapic, como verificado em
outros estudos (Pellerin & Webster, 2004; Villa et al., 2006), sendo também tolerante ao
nicosulfuron, confirmando os resultados obtidos por Webster & Masson (2001).
Fitotoxicidade (%)
100
80
● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic
2,04x
2
Y= 3,96 e
R =0,97
○ IRGA 422CL : nicosulfuron
Y= -2,01 + 10,53x R2=0,91
▼ IRGA 417: imazethapyr + imazapic
-15,63x
) R2=0,99
Y= 91,8 (1 -e
∇ IRGA 417 : nicosulfuron
2
Y= -3,9 + 70,7x R =0,88
60
40
20
0
0,0
0,5
1,0
1,5
Dose (L ha-1)
Figura 1. Fitotoxicidade em cultivares de arroz irrigado, aos 21 dias após o tratamento pela
aplicação dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic, realizada no
estádio V4. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06.
Na cultivar IRGA 422CL, os efeitos tóxicos dos herbicidas aumentaram até a
terceira avaliação, reduzindo posteriormente com o desenvolvimento da cultura (Figura 2).
Já, para a cultivar IRGA 417 a fitotoxicidade herbicida aumentou até a última época de
avaliação. Isso se deve ao fato da cultivar IRGA 422CL ter mostrado capacidade de
recuperação. Não ocorreu o mesmo com a cultivar IRGA 417 que mostrou evolução no
efeito dos herbicidas.
A fitotoxicidade herbicida à cultura ajustou-se à equação linear para o herbicida
nicosulfuron e exponencial para o imazethapyr + imazapic. Observou-se aumento na
fitotoxicidade à cultura com o incremento na dose dos herbicidas utilizada.
Fitotoxicidade (%)
100
80
60
● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic
○ IRGA 422CL : nicosulfuron
▼ IRGA 417: imazethapyr+imazapic
∇ IRGA 417 : nicosulfuron
40
20
0
l
l
0
7
l
14
l
l
21
28
Dias após o tratamento
Figura 2. Evolução da fitotoxicidade em cultivares de arroz irrigado, pela aplicação dos
herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic na dose de 1 L ha-1, no
estádio V4. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06.
Para a cultivar IRGA 417, verificou-se que o herbicida imazethapyr + imazapic
ocasionou grande fitotoxicidade desde a menor dose herbicida, enquanto o nicosulfuron
mostrou efeitos menos intensos, principalmente nas menores doses estudadas.
Diferentemente da IRGA 417, a cultivar IRGA 422CL foi tolerante aos herbicidas
Massa seca da parte aérea(g)
estudados, sendo esta tolerância ao herbicida imazethapyr + imazapic dependente da
dose, enquanto o herbicida nicosulfuron mostrou ser seletivo em todas as doses utilizadas.
Os dados obtidos com a variável massa seca da parte aérea ajustaram-se à
equação exponencial para a cultivar IRGA 417 e linear para a IRGA 422CL (Figura 3). A
massa seca da parte aérea da cultivar IRGA 422CL não foi reduzida pelo herbicida
nicosulfuron, diferente de imazethapyr + imazapic que reduziu a massa em 9,74 g a cada
unidade acrescida do herbicida, indicando que acréscimos nas doses deste herbicida
podem ser prejudiciais, até mesmo para cultivares tolerantes. Já, para a cultivar IRGA 417,
o herbicida nicosulfuron permitiu maior massa seca da parte aérea em menores doses,
comparativamente ao imazethapyr + imazapic.
20
● IRGA 422CL : imazethapyr+imazapic
2
Y= 20,0-9,74x
R =0,87
○ IRGA 422CL : nicosulfuron
Não significativo
▼ IRGA 417: imazethapyr+imazapic
Y= 18,06 e -12,20x R2=0,99
∇ IRGA 417 : nicosulfuron
-1,39x
2
R =0,86
Y= 19,89 e
15
10
5
0
0,0
0,5
1,0
Dose (L ha-1)
1,5
Figura 3. Massa seca da parte aérea de plantas de arroz irrigado, aos 28 dias após o
tratamento, em função da aplicação dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr
+ imazapic, realizada no estádio V4. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06.
Os resultados mostraram que a cultivar IRGA 422CL é tolerante não apenas a
mistura formulada de imazethapyr + imazapic, mas também ao herbicida nicosulfuron. Já a
cultivar IRGA 417 é suscetível a esses herbicidas. A aplicação de até 1 L ha-1 da mistura
formulada de imazethapyr + imazapic apresentou maior efeito negativo às cultivares de
arroz IRGA 422CL e IRGA 417 quando comparada ao herbicida nicosulfuron.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
LOPES, M.C.B.; ROSSO, A.F; LOPES S.I.G. et al. IRGA 422CL: A nova cultivar
desenvolvida pelo programa de melhoramento genético do Instituto Rio Grandense do
Arroz para o Sistema de Produção CLEARFIELD®. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARROZ IRRIGADO, 3.; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003,
Balneário Camboriú. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p.3-5.
PELLERIN, K.J.; WEBSTER, E.P. Imazethapyr at different rates and timings in drill- and
water-seeded imidazolinone-tolerant rice. Weed Technology, Lawrence, v.18, n.2, p.223227, 2004.
WEBSTER, E.P.; MASSON, J.A. Acetolactate synthase-inhibiting herbicides
imidazolinona-tolerant rice. Weed Science, Lawrence, v.49, n.5, p.652-657, 2001.
on
VILLA, S.C.C.; MARCHEZAN, E.; MASSONI, P.F.S. et al. Controle de arroz-vermelho em
dois genótipos de arroz (Oryza sativa) tolerantes a herbicidas do grupo das imidazolinonas.
Planta Daninha, Viçosa, v.24, n.3, p.549-555, 2006.
ESTIMATIVAS DAS PERDAS DE PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE
CULTIVARES DE ARROZ PELA INTERFERÊNCIA DO CAPIM-ARROZ
1
Leandro Galon(1), Dirceu Agostinetto(1), Pedro V. D. de Moraes(2), Taísa Dal Magro(1),
Siumar P. Tironi(1), Gerson K. Vignolo(1). 1UFPel-FAEM-DFs, CEP.: 96010-900, Pelotas-RS;
e-mail: [email protected]
Entre as espécies que mais infestam e causam dano a cultura do arroz irrigado no
Estado do Rio Grande do Sul (RS), destacam-se as pertencentes ao gênero Echinochloa
(Kissmann & Groth, 1997). A adoção de práticas de manejo do capim-arroz (Echinochloa
spp.), com o uso de cultivares de arroz competitivas que possam se desenvolver com maior
rapidez que a planta daninha, se constituem em alternativas promissoras visando reduzir o
uso de herbicidas. As hipóteses da pesquisa foram que cultivares de arroz de ciclo de
desenvolvimento curto ou muito curto incrementam a habilidade competitiva da cultura em
relação ao capim-arroz, e que a variável população de plantas é melhor indicadora da
competição. Os objetivos do trabalho foram avaliar a influência de cultivares de arroz
irrigado no grau de interferência do capim-arroz com a cultura e comparar variáveis
explicativas visando identificar a que propicia melhor ajuste dos dados ao modelo.
O experimento foi conduzido a campo, no Centro Agropecuário da Palma
(CAP/UFPel), no ano agrícola 2005/06. O experimento foi instalado em sistema de cultivo
convencional, com aração e gradagem, em delineamento experimental completamente
casualizado, sem repetição. Cada unidade experimental (parcela) foi composta por área de
11,05 m2, constando de 13 fileiras de arroz espaçadas a 0,17 m. Os tratamentos foram
constituídos de seis cultivares de arroz e dez populações de capim-arroz. As populações
máximas de capim-arroz foram de 622, 238, 396, 532, 888 e 434 plantas m-2 para as
cultivares (BRS-Atalanta, IRGA 421 (ciclo muito curto), IRGA 416, IRGA 417, Avaxi (ciclo
curto) ou BRS-Fronteira (ciclo médio)), respectivamente, sendo avaliadas no início do ciclo
de desenvolvimento (SOSBAI, 2005).
A população infestante foi composta pela associação das espécies Echinochloa
colona (L.) Link e E. crusgalli (L.) Beauv. que foram estabelecidas a partir do banco de
sementes do solo, pela aplicação do herbicida cyhalofop-butyl (270 g ha-1) + adjuvante
Iharol (1,5 L ha-1), quando a cultura encontrava-se nos estádios fenológicos V2 a V3 (15
DAE) e as plantas daninhas nos estádios de duas a três folhas. As plantas de capim-arroz
foram protegidas com copos ou placas (lâminas) plásticas para que não sofressem dano do
herbicida. A quantificação da população das plantas (PP) de capim-arroz, massa da
matéria seca da parte aérea (MMSPA), área foliar (AF) ou cobertura do solo (CS) foram
realizadas aos 28 DAE da cultura. A colheita do arroz foi realizada em épocas distintas, de
acordo com a maturação de cada cultivar, quando o teor de umidade dos grãos aproximouse de 22%.
As relações entre perdas percentuais de produtividade do arroz cultivado, em
função das variáveis explicativas PP, MMSPA, CS ou AF de capim-arroz foram calculadas
separadamente para cada cultivar, utilizando-se o modelo de regressão não linear derivada
da hipérbole retangular, proposta por Cousens (1985):
Pp =
(i * X)
[1 + (i / a) * X]
onde: Pp = perda de produtividade de grãos (%); X = PP, MMSPA, CS ou AF do capimarroz; i e a = perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o
valor da variável se aproxima de zero ou quando tende ao infinito, respectivamente.
O ajuste dos dados ao modelo foi realizado através do procedimento Proc Nlin do
programa computacional SAS (SAS, 1989). O valor da estatística F (p ≤ 0,05) foi utilizado
como critério de análise dos dados ao modelo. O critério de aceitação do ajuste dos dados
2
ao modelo baseou-se no maior valor do coeficiente de determinação (R2) e no menor
valor do quadrado médio do resíduo (QMR).
Os valores da estatística F foram significativos para as variáveis explicativas PP,
MMSPA, CS ou AF do capim-arroz, em todas as cultivares de arroz estudadas (Tabela 1).
Para todas as cultivares de arroz, o modelo da hipérbole retangular ajustou-se
adequadamente aos dados, a exceção da variável CS para a cultivar de arroz IRGA 416, a
qual apresentou baixo valor de R2 e elevado QMR, o que caracteriza baixo ajuste ao
modelo.
Os resultados demonstram, para todas as variáveis, que os valores estimados para
o parâmetro i tenderam a ser menores para as cultivares de arroz IRGA 421 (ciclo muito
curto) ou IRGA 416 ou 417 (ciclo curto) (Tabela 1). Já, a menor competitividade da cultivar
Avaxi (ciclo curto) pode decorrer da menor densidade de semeadura o que permitiu maior
passagem de radiação e conseqüente novo fluxo de emergência das plantas de capimarroz, após a determinação das variáveis explicativas (28 DAE). Em geral, a cultivar BRSFronteira (ciclo médio) apresentou baixa competitividade em relação as variáveis avaliadas,
isso pode ter ocorrido em função desta apresentar crescimento inicial mais lento quando
comparada as de menor ciclo.
Sendo o parâmetro i um índice usado para comparar a competitividade relativa
entre espécies, constatou-se valores diferenciados para as cultivares de arroz nas variáveis
explicativas testadas (Tabela 1). A comparação entre cultivares considerando o parâmetro
i, na média das quatro variáveis explicativas (PP, MMSPA, CS ou AF), demonstrou que a
ordem de colocação em relação a competitividade das cultivares foi: IRGA 417≥IRGA
416≥IRGA 421>BRS-Atalanta≥BRS-Fronteira>Avaxi. As diferenças observadas entre os
resultados das cultivares deve-se às características morfofisiológicas das mesmas ou a
ocorrência de elevado erro-padrão na estimativa do parâmetro i podendo ser atribuído à
variabilidade associada com experimentação de campo e a plasticidade fenotípica da
cultura.
Comparando-se as cultivares de arroz para a variável PP, com base na perda
unitária (i), observou-se perdas de produtividade de 11,4; 9,8; 7,2; 4,7; 29,3 e 13,7% para
as cultivares BRS-Atalanta, IRGA 421 (ciclo muito curto), IRGA 416, 417, Avaxi (ciclo curto)
ou BRS-Fronteira (ciclo médio), respectivamente (Tabela 1).
As estimativas do parâmetro a, independente da variável explicativa, foram
superestimadas pelo modelo, com perdas de produtividade superiores a 100%, para as
cultivares, IRGA 421 (ciclo muito curto) ou IRGA 416 ou 417 (ciclo curto) (Tabela 1). Esses
resultados podem ser decorrentes das maiores populações das plantas de capim-arroz
terem sido insuficientes para estimar adequadamente a perda máxima de produtividade.
Considerando-se a produtividade média do arroz irrigado no Estado do RS de 5580
kg ha-1 (IRGA, 2006), o preço médio de 9,0 dólares 50 kg-1 e o custo de controle de capimarroz de 87 dólares ha-1, estima-se que o custo de controle equivale a 9% da produtividade
(IRGA, 2006). Assim, considerando que a presença de uma planta de capim-arroz m-2
ocasionará perdas de produtividade de 11,4; 9,8; 7,2; 4,7; 29,3 e 13,7%, respectivamente
para as cultivares de arroz BRS-Atalanta, IRGA 421, IRGA 416, 417, Avaxi ou BRSFronteira (Tabela 1), somente às cultivares IRGA 416 ou 417 apresentam perdas de
produtividade por interferência abaixo ou equivalentes ao valor do custo de controle. Esses
resultados indicam que o capim-arroz é muito competitivo mesmo em baixas populações e
que controle que elimine quase totalmente a infestação pode não ser suficiente para evitar
perdas de produtividade, justificando a adoção de medidas de controle completo da
infestante.
As cultivares de arroz IRGA 421, IRGA 416 ou IRGA 417 apresentam maior
habilidade competitiva com o capim-arroz do que as cultivares BRS-Atalanta, BRSFronteira e, especialmente, Avaxi. O modelo de regressão não linear da hipérbole
retangular, estima adequadamente as perdas de produtividade de grãos de arroz irrigado
na presença de capim-arroz, independentemente da variável utilizada para ajuste. A
3
variável população de plantas apresenta melhor ajuste ao modelo, embora a massa da
matéria seca da parte aérea, cobertura do solo e área foliar mostraram-se adequadas para
substituí-la na previsão da perda de produtividade de grãos de arroz irrigado devido à
interferência do capim-arroz. A presença de uma planta de capim-arroz m-2 ocasiona perda
de produtividade de grãos variável entre 5 e 29%, dependendo da cultivar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
COUSENS, R. An empirical model relating crop yield to weed and crop density and a
statistical comparison with other models. Journal of Agricultural Science, Cambridge,
v.105, n.3, p.513-521, 1985.
IRGA: Instituto Rio-Grandense do Arroz. Arroz irrigado no RS – área, produção e
rendimento. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br> Acesso em: 05 out. 2006.
KISSMANN, K.G.; GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. Tomo I, 2.ed. São Paulo:
BASF, 1997. 825p.
SAS: Institute Statistical Analysis System. User’s guide: version 6.4 ed. Cary: SAS
Institute, 1989, 1989. 846p.
SOSBAI: Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado. Arroz irrigado: Recomendações
técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: UFSM, 2005. 159p.
Tabela 1. Perda de produtividade (%) de cultivares de arroz em função da população de
capim-arroz aos 28 DAE, CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06
Variáveis explicativas
BRS-Atalanta
População de plantas
Matéria seca aérea
Cobertura solo
Área foliar
IRGA 421
População de plantas
Matéria seca aérea
Cobertura solo
Área foliar
IRGA 416
População de plantas
Matéria seca aérea
Cobertura solo
Área foliar
IRGA 417
População de plantas
Matéria seca aérea
Cobertura solo
Área foliar
AVAXI
População de plantas
Matéria seca aérea
Cobertura solo
Área foliar
BRS-Fronteira
População de plantas
Matéria seca aérea
Cobertura solo
Área foliar
1
Parâmetros1
i
a
Coeficiente
determinação
2
(R )
Quadrado
médio resíduo
(QMR)
Estatística
(F)
11,38
1,60
1,31
0,008
96,19
95,41
98,64
96,57
0,86
0,94
0,88
0,90
163,20
67,08
140,00
114,50
196,63*
483,98*
229,83*
281,97*
9,79
0,17
0,22
0,001
108,30
107,10
122,90
106,60
0,91
0,72
0,93
0,72
136,20
450,70
109,00
441,10
193,74*
55,75*
243,14*
57,04*
7,22
0,25
0,21
0,001
112,50
107,90
107,70
109,20
0,87
0,76
0,47
0,70
372,50
669,70
1512,50
866,90
67,60*
35,83*
13,63*
26,77*
4,71
0,16
0,42
0,001
107,10
103,80
102,90
101,50
0,94
0,81
0,82
0,79
77,48
255,90
244,70
278,40
273,96*
80,16*
84,02*
73,37*
29,27
2,61
2,49
0,011
94,27
96,47
94,96
97,29
0,90
0,93
0,90
0,93
100,60
74,38
101,10
72,68
362,55*
491,65*
360,75*
503,27*
13,67
1,51
0,67
0,008
101,10
82,73
97,22
88,67
0,95
0,61
0,61
0,68
69,37
584,50
582,50
477,30
382,45*
41,86*
42,02*
52,17*
i e a = perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se aproxima de
zero ou quando tende ao infinito, respectivamente. *Significativo a p ≤ 0,05.
NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM
FUNÇÃO DE PULAÇÕES DE CAPIM-ARROZ E ÉPOCAS DE ENTRADA DE
ÁGUA NA LAVOURA
1
Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Siumar P. Tironi(1), Daniel L. Freitas(1), Luís E.
Panozzo(1), Randal R. Brandolt(1). 1UFPel-FAEM-DFs, CEP.: 96010-900, Pelotas-RS; e-mail:
[email protected]
O uso do nível de dano econômico (NDE) para a tomada da decisão de controle de
plantas daninhas presentes nas lavouras, compara as perdas estimadas de produtividade
de grãos das culturas aos custos das opções de controle disponíveis, proporcionando-se
assim a análise do ganho obtido com tratamento de controle usado. Existem variações nos
níveis de dano econômico ocasionados pela competição exercida pelo capim-arroz ao
arroz irrigado, em função de população da planta daninha e de épocas de entrada de água
na lavoura. O objetivo do trabalho foi avaliar níveis de dano econômico para capim-arroz
em competição com arroz irrigado, estimados em função de variações nas populações do
competidor e de épocas de entrada de água na lavoura.
Conduziu-se experimento a campo, no Centro Agropecuário da Palma
(CAP/UFPel), no ano agrícola 2005/06. O delineamento experimental utilizado no
experimento foi o completamente casualizado, com uma unidade experimental por
tratamento. Os tratamentos foram constituídos de épocas de entrada água: 1, 10 e 20 dias
após a aplicação dos tratamentos herbicidas (DAT) e, populações de capim-arroz, que
variaram de zero (0) até 222 plantas m-2. A cultivar reagente foi a BRS-Pelota, semeada em
linhas espaçadas a 0,17 m, numa densidade de 125 kg ha-1, o que permitiu o
estabelecimento de população média de 400 plantas m-2.
As unidades experimentais ocuparam área de 11,05 m2, sendo a semeadura
realizada em fileiras espaçadas a 0,17 m. As populações das competidoras foram
compostas pelas espécies Echinochloa colona (L.) Link e E. crusgalli (L.) Beauv., que
foram estabelecidas a partir do banco de sementes do solo, pela aplicação do herbicida
cyhalofop-butyl na dose de 270 g ha-1 + adjuvante Iharol (1,5 L ha-1). As plantas de capimarroz foram protegidas com copos ou chapas plásticas para que não sofressem danos do
herbicida. As demais plantas daninhas remanescentes nas unidades experimentais foram
controladas pelo método de arrancamento manual.
As avaliações de populações de plantas de capim-arroz foram realizadas aos 21
dias após a emergência da cultura - DAE, as quais abrangeram contagens em duas áreas
de 0,25 m-2 por unidade experimental. A quantificação da produtividade de grãos do arroz
foi obtida pela colheita das panículas em área útil de 4,5 m2 de cada unidade experimental,
quando o teor de umidade dos grãos atingiu aproximadamente 22%. As relações entre as
perdas percentuais de produtividade de grãos, e população de plantas de capim-arroz
foram determinadas ajustando-se os dados ao modelo de regressão não linear da hipérbole
retangular, proposto por Cousens em 1985 (Equação 1). Para calcular os níveis de dano
econômico (NDE) utilizaram-se as estimativas do parâmetro i obtida a parti da Equação 1,
e a equação adaptada de Lindquist & Kropff (1996) (Equação 2):
Equação 1: Pp = (i * X)
Equação 2: NDE =
(Cc)
[1 + (i / a) * X]
[R * P * (i / 100) * (H / 100)]
onde: Pp = perda de produtividade (%); X = população de capim-arroz; i e a = perdas de
produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se
aproxima de zero e quando tende ao infinito, respectivamente; NDE = nível de dano
econômico (plantas m-2); Cc = custo do controle (herbicida e aplicação terrestre tratorizada,
em dólares ha-1); R = produtividade de grãos de arroz (kg ha-1); P = preço do arroz (dólares
kg-1 de grãos) e H = nível de eficiência do herbicida (%).
2
Para as variáveis Cc, R, P e H foram estimados três valores. Assim, para o custo
de controle (Cc), considerou-se o preço médio de $ 87 ha-1 (270 g ha-1 de cyhalofop-butyl +
adjuvante), sendo o custo máximo e mínimo alterado em 25%, em relação ao custo médio.
A produtividade de grãos de arroz (R) baseou-se na menor (4440 kg ha-1), média (5580 kg
ha-1) e maior (6680 kg ha-1) produtividades obtidas no RS, nos últimos 10 anos (IRGA,
2006). O preço do produto (P) foi estimado a partir do menor ($ 6,00), médio ($ 9,00) e
maior ($ 14,00) preços do arroz pagos por saca de 50 kg, nos últimos 10 anos (IRGA,
2006). Os valores para a eficiência do herbicida (H) foram estabelecidos na ordem de 80,
90 e 100% de controle, sendo 80% o controle mínimo considerado eficaz da planta
daninha. A simulação dos valores de NDE foi realizada utilizando-se a variável explicativa
PP de capim-arroz, em função desta apresentar melhor ajuste ao modelo da hipérbole
retangular.
Os valores estimados para o parâmetro i variaram de 8,40 a 11,25 (Tabela 1). O
menor valor para o parâmetro i foi obtido para a época antecipada de entrada de água na
lavoura. Ao atrasar a época de entrada de água na lavoura em 10 e 20 DAT aumentaram
os valores do parâmetro i em 24 e 34%, respectivamente, quando comparado a 1 DAT.
Tabela 1. Perda de produtividade de grãos de arroz irrigado, cultivar BRS-Pelota, em
função da população de capim-arroz (m-2) e épocas de entrada de água, aos 21
DAE. CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06
Entrada de
Perda de produtividade (%)2
R2
F*
QMR
água (DAT1)
01
(8,40*X) / (1 + (8,40/99,09)*X]
0,89
138,53
130,60
10
(10,40*X) / (1 + (10,40/104,30)*X]
0,97
364,73
62,60
20
(11,25*X) / (1 + (11,25/97,41)*X]
0,84
177,06
209,30
1
2
Dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas. Valor obtido através do modelo de regressão da
hipérbole retangular (COUSENS, 1985). *Significativo a 5% de probabilidade.
As estimativas obtidas para o NDE, variaram de 0,74 a 1,72; 0,59 a 1,39 e 0,55 a
1,28 plantas m-2 de capim-arroz, considerando-se, as épocas de entradas de água 1, 10 e
20 DAT, respectivamente (Figuras 1). Os resultados demonstram, que houve diminuição
nos valores de NDE com o atraso da época de entrada de água, em todas as simulações
efetuadas. Usando como referência a produtividade média de grãos de arroz, observou-se
que a entrada de água ao 1 DAT reduziu o NDE em 20 e 25%, respectivamente,
comparativamente a entrada de água aos 10 e 20 DAT. Com relação a variável preço pago
ao arroz, observou-se que os NDE aumentaram com a diminuição do preço, nas três
épocas de entradas de água. No entanto, a redução do preço do arroz de 14 para 6 dólares
incrementou o NDE em cerca de 132%. Isso demonstra que quanto menor o preço do
arroz, maior será a população de capim-arroz m-2 necessárias para compensar a realização
de controle.
Ao analisar a variável eficiência do herbicida, adotando-se 90% de controle,
observou-se que os NDE apresentaram decréscimos de 20 e 25% ao atrasar em 10 e 20
DAT a entrada de água na lavoura (Figura 1). Considerando-se as épocas de entrada de
água na lavoura e tendo por base os valores médios das estimativas para todas as
variáveis analisadas, observou-se a seguinte ordem decrescente nos valores de NDE: 1
DAT>10 DAT>20DAT.
Aumentos no potencial de produtividade da cultura, no preço do produto colhido ou
na eficiência do herbicida e redução no custo de controle, diminuíram os NDE, em todas as
simulações efetuadas, independentemente dos fatores em testes. Sendo assim, em
lavouras onde as estimativas do potencial de produtividade são elevadas, menor população
de plantas daninhas, justifica economicamente a adoção de medidas de controle.
O acréscimo no custo de controle elevou os NDE para as três épocas de entrada
de água testadas (Figuras 1). Verificou-se que as estimativas dos NDE variaram de 0,86 a
3
1,44; 0,69 a 1,16 e 0,64 a 1,07 para as entradas de água 1, 10 e 20 DAT,
respectivamente. Deste modo, ao compararem-se os valores médios dos NDE em relação
aos custos de controle e às épocas de entrada de água, observou-se que houve
acréscimos de 80 e 75% nos NDE quando se atrasou a entrada de água em 10 e 20 DAT,
respectivamente, comparativamente com 1 DAT.
A entrada de água antecipada na lavoura diminui o nível de dano econômico em
arroz irrigado. Os níveis de dano econômico para capim-arroz variam de 0,74 a 1,7; 0,59 a
1,4 e 0,55 a 1,3 plantas m-2, considerando todas as variáveis utilizadas nas simulações
para as épocas de entrada de água na lavoura de 1, 10 e 20 dias após a aplicação dos
tratamentos herbicidas, respectivamente. A época de entrada de água na lavoura 1 dia
após a aplicação dos tratamentos herbicidas ocasiona maior competitividade à cultura do
arroz em relação ao capim-arroz, com níveis de dano econômico mínimo de 0,74 e máximo
de 1,7 planta m-2 da planta daninha. Acréscimo na produtividade de grãos, no preço do
arroz, na eficiência do herbicida e a redução do custo de controle reduzem os valores do
nível de dano econômico, justificando a adoção de medidas de controle em menores
populações de capim-arroz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
COUSENS, R. An empirical model relating crop yield to weed and crop density and a
statistical comparison with other models. Journal of Agricultural Science, Cambridge,
v.105, n.3, p.513-521, 1985.
IRGA: Instituto Rio-Grandense do Arroz. Arroz irrigado no RS – área, produção e
rendimento. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br> Acesso em: 05 out. 2006.
LINDQUIST, J.L.; KROPFF, M.J. Application of an ecophysiological model for irrigated rice
(Oryza sativa) - Echinochloa competition. Weed Science, Champaign, v.44, n.1, p.52-56,
1996.
1.72
1.44
1.16
4440
0.71
5580
0.5
1.15
0.93
0.86
1.0
6,00
0.74
0.5
0.59
0.55
10 DAT
20 DAT
9,00
6680
0.0
20 DAT
14,00
0.0
1 DAT
Entradas de água
Entradas de água
0.83
80
0.77
1 DAT
10 DAT
Entradas de água
20 DAT
Efi
ci
100
0.0
cia
90
0.5
do
(% he r
bi c
)
i da
0.86
1.03
ên
NDE (plantas m-2)
1.15
0.93
1.0
0.96
NDE (plantas m-2)
1.16
1.04
1.5
1.44
2.0
1.29
1.5
1.07
1.15
0.93
0.86
1.0
109,00
0.86
0.69
0.5
0.64
87,00
65,00
0.0
1 DAT
10 DAT
20 DAT
o
ha -1 ntro
le
)
2.0
ec
10 DAT
($
1 DAT
Cu
sto
d
0.77
1.5
Pr
eç
o
($ do a
50
r
Kg roz
)
0.86
0.96
NDE (plantas m-2)
0.93
1.0
1.28
1.08
1.15
1.5
1.39
2.0
Pr
od
uti
vid
ad
(K
g h e de
a -1
grã
)
os
NDE (plantas m-2)
2.0
Entradas de água
Figura 1. Nível de dano econômico (NDE) para arroz irrigado, cultivar BRS-Pelota, em
função de população de capim-arroz e épocas de entrada de água. CAP/UFPel,
Capão do Leão-RS, 2005/06.
1
NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM
FUNÇÃO DE POPULAÇÕES DE CAPIM-ARROZ E CULTIVARES DE ARROZ
IRRIGADO
Leandro Galon(1), Dirceu Agostinetto(1), Luís E. Panozzo(1), Gerson K. Vignolo(1), Léo S. dos
Santos(1), Glauco F. Almeida(1). 1UFPel-FAEM-DFs, CEP.: 96010-900, Pelotas-RS; e-mail:
[email protected]
O custo de controle do capim-arroz em lavouras arrozeiras e as crescentes
preocupações ambientais enfatizam à aplicação de herbicidas ou de outros métodos de
controle, somente nos casos em que os prejuízos causados pelas plantas daninhas forem
superiores ao custo da medida utilizada. Existem variações nos níveis de dano econômico
ocasionados pela competição exercida pelo capim-arroz ao arroz irrigado, em função de
população de plantas do competidor e de cultivares de arroz. O objetivo do trabalho foi
avaliar níveis de dano econômico para capim-arroz em competição com arroz irrigado,
estimados em função de variações nas populações do competidor e de cultivares de arroz.
Conduziu-se experimento a campo, no Centro Agropecuário da Palma
(CAP/UFPel), no ano agrícola 2005/06. O delineamento experimental utilizado foi o
completamente casualizado, com uma unidade experimental por tratamento. Foram
testadas cultivares de arroz: BRS-Atalanta, IRGA 421, (ciclo muito curto), IRGA 416, IRGA
417, Avaxi (ciclo curto) ou BRS-Fronteira (ciclo médio); e dez populações de capim-arroz,
competindo com a cultura. As unidades experimentais ocuparam área de 11,05 m2, sendo
a semeadura realizada em fileiras espaçadas a 0,17 m.
As populações das competidoras foram compostas pelas espécies Echinochloa
colona (L.) Link e E. crusgalli (L.) Beauv., que foram estabelecidas a partir do banco de
sementes do solo, pela aplicação do herbicida cyhalofop-butyl na dose de 270 g ha-1 +
adjuvante Iharol (1,5 L ha-1). As plantas de capim-arroz foram protegidas com copos ou
chapas plásticas para que não sofressem danos do herbicida. As demais plantas daninhas
remanescentes nas unidades experimentais foram controladas pelo método de
arrancamento manual.
As avaliações de populações de plantas de capim-arroz foram realizadas aos 28
dias após a emergência da cultura - DAE, as quais abrangeram contagens em duas áreas
de 0,25 m-2 por unidade experimental. A quantificação da produtividade de grãos do arroz
foi obtida pela colheita das panículas em área útil de 4,5 m2 de cada unidade experimental,
quando o teor de umidade dos grãos atingiu aproximadamente 22%. As relações entre as
perdas percentuais de produtividade de grãos, e população de plantas de capim-arroz
foram determinadas ajustando-se os dados ao modelo de regressão não linear da hipérbole
retangular, proposto por Cousens em 1985 (Equação 1). Para calcular os níveis de dano
econômico (NDE) utilizaram-se as estimativas do parâmetro i obtida a partir da Equação 1,
e a equação adaptada de Lindquist & Kropff (1996) (Equação 2):
Equação 1: Pp = (i * X)
Equação 2: NDE =
(Cc)
[1 + (i / a) * X]
[R * P * (i / 100) * (H / 100)]
onde: Pp = perda de produtividade (%); X = população de capim-arroz; i e a = perdas de
produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se
aproxima de zero e quando tende ao infinito, respectivamente; NDE = nível de dano
econômico (plantas m-2); Cc = custo do controle (herbicida e aplicação terrestre tratorizada,
em dólares ha-1); R = produtividade de grãos de arroz (kg ha-1); P = preço do arroz (dólares
kg-1 de grãos) e H = nível de eficiência do herbicida (%).
Para as variáveis Cc, R, P e H foram estimados três valores. Assim, para o custo
de controle (Cc), considerou-se o preço médio de $ 87 ha-1 (270 g ha-1 de cyhalofop-butyl +
adjuvante), sendo o custo máximo e mínimo alterado em 25%, em relação ao custo médio.
2
A produtividade de grãos de arroz (R) baseou-se na menor (4440 kg ha-1), média (5580 kg
ha-1) e maior (6680 kg ha-1) produtividades obtidas no RS, nos últimos 10 anos (IRGA,
2006). O preço do produto (P) foi estimado a partir do menor ($ 6,00), médio ($ 9,00) e
maior ($ 14,00) preços do arroz pagos por saca de 50 kg, nos últimos 10 anos (IRGA,
2006). Os valores para a eficiência do herbicida (H) foram estabelecidos na ordem de 80,
90 e 100% de controle, sendo 80% o controle mínimo considerado eficaz da planta
daninha. A simulação dos valores de NDE foi realizada utilizando-se a variável explicativa
PP de capim-arroz, em função desta, apresentar melhor ajuste ao modelo da hipérbole
retangular.
Os valores estimados para o parâmetro i variaram de 4,71 a 29,27, dependendo da
cultivar em competição com o capim-arroz (Tabela 1).
Tabela 1. Perda de produtividade de grãos do arroz irrigado em função de população de
capim-arroz (m-2) e cultivares de arroz, aos 28 DAE. CAP/UFPel, Capão do
Leão-RS, 2005/06
Cultivares
Perda de produtividade (%)1
R2
F*
QMR
BRS-Atalanta
(11,38*X) / (1 + (11,38/96,19)*X]
0,86
196,63
163,20
IRGA 421
(9,79*X) / [1 + (9,79/108,30)*X]
0,91
193,74
136,20
IRGA 416
(7,22*X) / [1 + (7,22/112,50)*X]
0,87
67,60
372,50
IRGA 417
(4,71*X) / [1 + (4,71/107,10)*X]
0,94
273,96
77,48
AVAXI
(29,27*X) / [1 + (29,27/94,27)*X]
0,90
362,55
100,60
BRS-Fronteira
(13,67*X) / [1 + (13,67/101,10)*X]
0,95
382,45
69,37
1
Valor obtido através do modelo de regressão da hipérbole retangular (COUSENS, 1985). *Significativo
a 5% de probabilidade.
Observou-se que as cultivares IRGA 416 ou 417 (ciclo curto) apresentaram
maiores valores de NDE em todas as simulações realizadas, os quais variaram de 0,86 a
3,07 plantas m-2 (Figuras 1). Na média de todas as cultivares e comparando-se a menor
com a maior produtividade de grãos, observa-se diferença no NDE na ordem de 66%.
Assim, quanto mais elevado o potencial de produtividade da cultura, menor será a
população de plantas de capim-arroz necessária para superar o NDE, tornando
compensatória a adoção de medidas de controle da planta daninha. Os resultados médios,
de todas as cultivares testadas, do maior contra o menor preço pago a saca de arroz,
constatou-se variação de 2,3 vezes no valor do NDE. Deste modo, quanto menor for o
preço pago à saca de arroz mais elevadas serão as populações de capim-arroz
necessárias para ultrapassar o NDE e compensar o tratamento de controle.
Ao comparar a eficiência média do herbicida (90%), em relação a menor (80%) ou
a maior (100%), observou-se alterações nos NDE de aproximadamente 11%, quando as
cultivares de arroz competiram com o capim-arroz (Figura 1). Assim, o nível de controle
influencia o NDE e quanto mais elevada for a eficiência do herbicida, menor o NDE (menor
o número de plantas de capim-arroz m-2 necessárias para adotar medidas de controle). Ao
analisar o custo médio de controle do capim-arroz, para todas as cultivares, verificou-se
que o custo mínimo foi 40% inferior ao custo máximo. Quanto mais elevado o custo,
maiores são os NDE e mais plantas de capim-arroz m-2 são necessárias para justificar
medidas de controle.
A utilização das cultivares de arroz IRGA 421, IRGA 416 e IRGA 417 diminuem o
nível de dano econômico em arroz irrigado. Os valores dos níveis de danos econômicos,
para o fator cultivares, variam de 0,63 a 1,5; 0,86 a 2,0 e 1,3 a 3,1 plantas de capim-arroz
m-2 para as cultivares IRGA 421, IRGA 416 e IRGA 417, respectivamente em função das
variáveis simuladas. A cultivar que demonstrou maior competitividade com o capim-arroz
foi IRGA 417, apresentando em, todas as variáveis estudadas, valores de níveis de dano
econômico de 1,3 a 3,1 plantas m-2 da planta daninha.
3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
COUSENS, R. An empirical model relating crop yield to weed and crop density and a
statistical comparison with other models. Journal of Agricultural Science, Cambridge,
v.105, n.3, p.513-521, 1985.
IRGA: Instituto Rio-Grandense do Arroz. Arroz irrigado no RS – área, produção e
rendimento. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br> Acesso em: 05 out. 2006.
LINDQUIST, J.L.; KROPFF, M.J. Application of an ecophysiological model for irrigated rice
(Oryza sativa) - Echinochloa competition. Weed Science, Champaign, v.44, n.1, p.52-56,
1996.
3.5
2.57
1.68
2.5
1.0
0.5
1.24
1.06
1.33
0.98
0.85
0.71
0.41
0.88
1.71
5580
0.59
0.27
6680
0.0
BRSAtalanta
IRGA 421
4440
0.70
1.11
0.33
0.82
vi d
a
(K de
g h de
a -1 grã
)
os
1.5
AVAXI
IRGA 416
IRGA 417
BRSFronteira
Cultivares de arroz
uti
2.0
2.04
Pr
od
NDE (plantas m-2)
3.0
3.07
3.5
2.00
1.5
1.0
0.5
2.04
1.47
1.27
2.0
1.06
1.33
0.85
0.98
0.33
0.63
0.54
0.49
1.31
0.86
BRSAtalanta
IRGA 421
9,00
0.45
0.21
0.0
AVAXI
IRGA 416
6,00
0.70
IRGA 417
14,00
eç
o
($ do a
50
r
Kg roz
)
2.5
Pr
NDE (plantas m-2)
3.0
BRSFronteira
Cultivares de arroz
3.5
2.30
1.50
0.5
0.85
0.88
0.76
1.33
0.98
0.37
1.84
0.79
90
0.63
0.29
100
0.0
BRSAtalanta
IRGA 421
80
0.70
1.20
0.33
AVAXI
IRGA 416
IRGA 417
BRSFronteira
cia
1.0
1.11
0.95
1.5
ên
2.0
2.04
do
(% he r
bi c
)
i da
2.5
Efi
ci
NDE (plantas m-2)
3.0
Cultivares de arroz
3.5
2.56
2.5
1.67
1.0
0.5
0.85
0.63
2.04
1.23
1.06
1.5
1.33
0.98
0.73
0.88
1.53
0.41
0.33
0.70
1.00
0.53
0.24
0.0
BRSAtalanta
IRGA 421
AVAXI
109,00
87,00
65,00
IRGA 416
Cultivares de arroz
IRGA 417
BRSFronteira
ec
o
($
ha -1 ntro
le
)
2.0
Cu
sto
d
-2
NDE (plantas m )
3.0
4
Figura 1. Nível de dano econômico (NDE) para arroz irrigado em função de população de
capim-arroz e cultivares de arroz. CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06.
INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE IRRIGAÇÃO NA INTERFERÊNCIA DO CAPIMARROZ COM A CULTURA DO ARROZ IRRIGADO
1
Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Pedro V. D. Moraes(1), Taísa Dal Magro(1), Siumar P.
Tironi(1), Randau R. Brandolt (1). 1UFPel-FAEM-DFs, CEP.: 96010-900, Pelotas-RS; e-mail:
[email protected]
As plantas daninhas competem com a cultura do arroz por luz, água e nutrientes,
constituindo-se em um dos principais fatores limitantes da produtividade nas lavouras de
arroz irrigado do Brasil e podem ocasionar perdas na produtividade de grãos de arroz na
ordem de 80 a 90% quando não controladas (Andres & Machado, 2004). A inundação do
solo com a manutenção de lâmina de água permanente sobre a superfície, constitui-se
num método de controle de plantas daninhas complementar ao químico, pois além de ativar
alguns herbicidas de solo, atua como barreira física que impede a germinação e o
desenvolvimento de muitas espécies de plantas daninhas (Andres & Machado, 2004).
As perdas de produtividade da cultura podem ser expressas por modelos
matemáticos que permitem realizar simulações da competição entre as plantas cultivadas e
as daninhas, com a meta de predizer, em fases iniciais, a perda de produtividade e os
possíveis lucros esperados em situações particulares. A antecipação do início da irrigação
aumenta a habilidade competitividade da cultura com a planta daninha, a qual pode ser
determinada pelo ajuste de variáveis explicativas em modelos matemáticos. Os objetivos
do trabalho foram avaliar a influência de épocas de início da irrigação por inundação da
lavoura de arroz irrigado nas relações de interferência do capim-arroz com a cultura e
comparar variáveis explicativas, visando identificar a que propicia melhor ajuste dos dados
ao modelo.
Conduziu-se experimento a campo, no Centro Agropecuário da Palma
(CAP/UFPel), durante o ano agrícola 2005/06. O delineamento experimental adotado foi o
completamente casualizado, sem repetição. Cada unidade experimental compreendeu área
de 11,05 m2. Os tratamentos englobaram três épocas de entrada água (1, 10 e 20 dias
após a aplicação dos tratamentos herbicidas - DAT) e populações de capim-arroz que
variaram de zero (0) até 222 plantas m-2. O preparo do solo para a instalação do
experimento seguiu o sistema convencional, incluindo aração e gradagem. A cultivar
reagente foi a BRS-Pelota, semeada em linhas espaçadas a 0,17 m, numa densidade de
125 kg ha-1, o que permitiu o estabelecimento de população média de 400 plantas m-2. As
demais práticas de manejo com a cultura foram àquelas recomendadas pela pesquisa.
As populações das espécies competidoras incluíram Echinochloa colona (L.) Link e
E. crusgalli (L.) Beauv. que foram estabelecidas a partir do banco de sementes do solo,
pela aplicação do herbicida cyhalofop-butyl (270 g ha-1) + adjuvante Iharol (1,5 L ha-1),
quando a cultura encontrava-se nos estádios fenológicos V2 a V3 (09 DAE) e as plantas
daninhas nos estádios de duas folhas a um afilho. As plantas de capim-arroz foram
protegidas com copos ou chapas (lâminas) plásticas para que não sofressem danos do
herbicida. As demais plantas daninhas, existentes na área experimental foram controladas
pelo arrancamento manual. As avaliações das populações das plantas (PP) de capimarroz, massa da matéria seca da parte aérea (MMSPA), área foliar (AF) e cobertura do solo
(CS) foram realizadas aos 21 dias após a emergência da cultura - DAE.
A quantificação da produtividade de grãos do arroz foi obtida pela colheita das
panículas em área útil 4,5m2 (3m x 1,5m), de cada unidade experimental, quando o teor de
umidade dos grãos atingiu aproximadamente 22%. Com os dados da produtividade de
grãos foram calculadas as perdas percentuais em relação às parcelas mantidas sem
infestação. As relações entre perdas percentuais de produtividade do arroz cultivado, em
função das variáveis explicativas foram calculadas separadamente para cada época de
2
entrada de água na lavoura, utilizando-se o modelo de regressão não linear derivada da
hipérbole retangular, de acordo o proposto por Cousens em 1985:
Pp =
(i * X)
[1 + (i / a) * X]
onde: Pp = perda de produtividade (%); X = PP, MMSPA, CS ou AF do capim-arroz; i e a =
perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da
variável se aproxima de zero e quando tende ao infinito, respectivamente.
O ajuste dos dados ao modelo foi realizado utilizando o procedimento Proc Nlin do
programa computacional SAS (SAS, 1989). O valor da estatística F (p ≤ 0,05) foi utilizado
como critério de análise dos dados ao modelo. O critério de aceitação do melhor ajuste dos
dados ao modelo baseou-se no maior valor do coeficiente de determinação (R2) e no
menor valor do quadrado médio do resíduo (QMR).
Os valores da estatística F foram significativos para todas as variáveis explicativas
e níveis dos fatores estudados (Tabela 1). De modo geral, os dados ajustaram-se
satisfatoriamente ao modelo da hipérbole retangular, com elevados valores de R2 e baixo
QMR, o que caracteriza um bom ajuste ao modelo. Para todas as variáveis explicativas
observou-se, em geral um melhor ajuste dos dados ao modelo, para as duas primeiras
época de entradas de água na lavoura (1 ou 10 DAT), confirmando, assim, a hipótese de
que a antecipação do início da irrigação aumenta a habilidade competitiva da cultura em
relação ao capim-arroz. Sendo o parâmetro i, um índice usado para comparar a
competitividade relativa entre espécies, verificou-se para todas as variáveis, que o atraso
na entrada de água na lavoura aumentou a habilidade competitiva do capim-arroz em
relação a cultivar de arroz BRS-Pelota.
Analisando a variável explicativa PP, observou-se que ao atrasar a entrada de
água em 10 ou 20 DAT, ocorreram perdas médias na produtividade de grãos de 24 ou
34%, respectivamente, ao comparar com 1 DAT (Tabela 1). A variável explicativa MMSPA
apresentou incremento no parâmetro i em 73 ou 115%, ao retardar em 10 ou 20 dias a
entrada de água, respectivamente, comparando com a entrada de água a 1 DAT. Já, os
resultados obtidos para a CS, demonstraram que o atraso na irrigação da lavoura não
ocasionou diferenças quanto ao parâmetro i entre as diferentes épocas de entrada de
água. Observou-se também para a variável AF, que à medida que houve atraso de 1 para
10 DAT na irrigação, o capim-arroz duplicou a capacidade competitiva em relação à cultura.
Para todas as variáveis explicativas testadas, o modelo da hipérbole retangular não
superestimou o parâmetro a, com exceção da PP para a segunda época de entrada de
água e a CS em todas as épocas de entrada de água, as quais apresentaram perdas
máximas de produtividade superiores a 100% (Tabela 1). Os valores do parâmetro a
variaram em função das épocas de entrada de água e da variável explicativa tesada
A comparação entre variáveis explicativas para os fatores estudados,
considerando-se os maiores valores médios do R2 e os menores valores médios do QMR,
demonstrou que a PP>CS>AF>MMSPA, em relação ao ajuste ao modelo (Tabela 1).
Considerando a produtividade média do arroz irrigado no RS, nas últimas 10 safras, de
5580 kg ha-1, preço médio de 9,0 dólares por saca de 50 kg e custo de controle de plantas
daninhas em torno de 87,00 dólares ha-1 (IRGA, 2006), estima-se que o custo de controle
equivale a 9% da produção. Assim, ao utilizar a variável explicativa PP de capim-arroz e
tendo-se como base o parâmetro i, avaliado aos 21 DAE (Tabela 1), estima-se que a
presença de uma única planta de capim-arroz m-2, para as épocas de entrada de água 1,
10 ou 20 DAT, ocasionará perdas de produtividade de 8,4; 10,4 e 11,3%, respectivamente.
Os resultados demonstram que as perdas de produtividade por interferência de uma planta
m-2 do capim-arroz, não justifica a adoção de medidas de controle somente quando a
entrada de água ocorrer aos 1 DAT. Isso demonstra que o capim-arroz é muito competitivo
e mesmo baixas populações ou medidas de controles que eliminem quase toda a
infestação podem não ser suficientes para evitar perdas de produtividade que superem o
custo do controle.
3
O modelo de regressão não linear da hipérbole retangular, estima
adequadamente as perdas de produtividade de grãos de arroz irrigado, ocasionadas pela
interferência de capim-arroz à cultura em função de épocas de entrada de água na lavoura.
A antecipação da época de entrada de água na lavoura incrementa a habilidade
competitiva das plantas de arroz, cultivar BRS-Pelota, com relação às plantas de capimarroz. A utilização da variável população de plantas de capim-arroz, em modelo de previsão
de perda de produtividade de grãos de arroz, em geral, permite ajuste mais satisfatório dos
dados do que outras variáveis. A variável cobertura do solo pela folhagem de capim-arroz
demonstra ter maior potencial para substituir a população de plantas no modelo da
hipérbole retangular para previsão da perda de produtividade de grãos de arroz do que a
massa da matéria seca da parte aérea e área foliar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRES, A.; MACHADO, S.L.O. Plantas daninhas em arroz irrigado. In: GOMES, A.S.;
MAGALHÃES JR.; A.M. (Eds.). Arroz irrigado no Sul do Brasil. Brasília: Embrapa
Informação Tecnológica, 2004. p.457-546.
COUSENS, R. An empirical model relating crop yield to weed and crop density and a
statistical comparison with other models. Journal of Agricultural Science, Cambridge,
v.105, n.3, p.513-521, 1985.
IRGA: Instituto Rio-Grandense do Arroz. Arroz irrigado no RS – área, produção e
rendimento. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br> Acesso em: 05 out. 2006.
SAS: Institute Statistical Analysis System. User’s guide: version 6.4 ed. Cary: SAS
Institute, 1989, 1989. 846p.
Tabela 1. Perda de produtividade (%) de grãos de arroz, cultivar BRS-Pelota, em função da
população de capim-arroz e épocas de entrada de água, aos 21 DAE.
CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06
Variáveis explicativas
01 DAT2
População de plantas
Matéria seca da parte aérea
Cobertura do solo
Área foliar
10 DAT
População de plantas
Matéria seca da parte aérea
Cobertura do solo
Área foliar
20 DAT
População de plantas
Matéria seca da parte aérea
Cobertura do solo
Área foliar
1
1
Coeficiente
de
determinação
(R2)
Quadrado
médio do
resíduo
(QMR)
Estatística
(F)
8,40
0,80
0,10
0,003
99,09
84,11
108,20
78,59
0,89
0,62
0,90
0,65
130,60
430,50
121,60
398,90
138,53*
39,57*
121,60*
42,98*
10,40
1,38
0,10
0,006
104,30
94,89
143,30
95,72
0,97
0,88
0,91
0,89
62,60
155,50
126,40
145,70
364,73*
162,90*
201,08*
174,12*
11,25
1,72
0,10
0,008
97,41
82,90
126,20
95,19
0,84
0,57
0,90
0,97
209,30
634,70
127,30
43,38
117,06*
34,99*
187,32*
555,58*
Parâmetros
i
a
i e a = perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se aproxima de
zero ou quando tende ao infinito, respectivamente. 2Dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas *Significativo a
p≤0,05.
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE
Echinochloa crusgalli , Echinochloa colonum e Cyperus ferax NA
CULTURA DO ARROZ IRRIGADO (Oryza sativa L.).
Rodrigo Alff Gonçalves(1), Olavo Gabriel Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2) José
Antonio Annes Marinho(3) Luiz Felipe Thomas(3) Ana Paula Estevo(1) Graciela Castilhos(1)
1
2
Bolsista
GIPHE/UFSM,
e-mail:
[email protected];
Professor
Dep.
Biologia/UFSM e-mail: [email protected];3FMC Química do Brasil Ltda.
A cultura do arroz ocupa o terceiro lugar em área, quinto em produção e quarto em
valor de produção em relação às principais culturas temporárias desenvolvidas no Brasil.
Assim como todas as culturas agrícolas, sofre perdas de produtividade e qualidade, além
de ter o seu custo de produção elevado, pela competição com as plantas daninhas
(EMBRAPA, 1981).
Com o objetivo de diminuir a interferência destas plantas daninhas no cultivo do
arroz irrigado nas lavouras do Rio Grande do Sul, foi realizado este experimento no
municipio de Santa Maria/RS, usando diferentes doses do novo herbicida da FMC,
Pyribenzoxim (RET 07503), aplicado em mistura com o adjuvante óleo mineral, na safra
2005/2006, com entrada de água três dias após a aplicação (3 DAA).
TABELA 1: Tratamentos herbicidas aplicados, doses de ingrediente ativo por hectare e adjuvante
utilizado no controle de plantas daninhas.
Tratamentos
1
1. Pyribenzoxim + óleo mineral
3
Doses i.a.
(ml – g.ha-1)
Época de aplicação
200 + 0,5%
Pós-emergência
2. Pyribenzoxim + óleo mineral
400 + 0,5%
Pós-emergência
3. Pyribenzoxim + óleo mineral
600 + 0,5%
Pós-emergência
4. Pyribenzoxim + óleo mineral
800 + 0,5%
Pós-emergência
5. Pyribenzoxim + óleo mineral
1000 + 0,5%
Pós-emergência
6. Bispyribac-sodium² + óleo mineral
150 + 0,5%
Pós-emergência
7. Testemunha capinada
-
-
8. Testemunha sem capina
-
-
1
Produto em código – Pyribenzoxim 50 gramas de i.a. por litro de produto comercial – Concentrado Emulsionável
Nominee: Bispyribac sodium 400 gramas de i.a. por litro de produto comercial – Suspensão Concentrada.
3
Óleo mineral IHAROL 0,5% volume/volume
2
O experimento foi conduzido durante a safra agrícola 2005/2006 na área
experimental da Granja São Carlos de Loreta, em Camobi, Santa Maria/ RS. O
delineamento experimental foi de Blocos casualizados com quatro repetições. As unidades
experimentais mediram 2m X 6m (12 m2), sendo considerada a área útil de 4,0 m2 (4,0m X
1,0m) para avaliação. A semeadura do arroz foi realizada no dia 27 de outubro de 2005,
utilizando-se a variedade de arroz irrigado IRGA 419. Para a aplicação dos herbicidas
utilizou-se pulverizador costal de precisão, propelido a CO2 munido de 4 pontas de
pulverização, contendo bicos XR Teejet 110.02 espaçados de 0,5 m um do outro, operando
na pressão de 25 lb.Pol-2 com volume de calda de, 130 litros por hectare.
A aplicação foi realizada no dia 02 de dezembro de 2005. O solo encontrava-se
seco superficialmente e o dia claro. A velocidade do vento era de 2,1 Km.hora-1, com
umidade relativa do ar de 59,6% e temperatura de 28,3 oC medidos pelo aparelho
KESTREL 3000. A entrada definitiva da água, foi realizada 72 horas após a aplicação dos
tratamentos herbicidas. Para as determinações foi empregada a escala percentual,
utilizando-se como padrão a testemunha infestada que correspondeu a nenhum controle
(zero %). As avaliações de controle das plantas daninhas foram realizadas aos 10, 30, 60
Dias Após a Aplicação dos herbicidas (DAA) e na pré-colheita. A colheita foi realizada no
dia 09 de março de 2005, manualmente, na área útil (área central) de cada unidade
experimental (4 m2 = 4m x 1m). Após a trilha, limpeza e pesagem dos grãos, os dados
foram corrigidos para 13% de umidade e convertidos em quilogramas por hectare (Kg.ha-1).
Os dados de controle das plantas daninhas foram submetidos à análise da
variância. A comparação de médias foi efetuada através do teste de Tukey em nível de 5%
de probabilidade de erro.
TABELA 2 – Controle de capim arroz (Echinochloa crusgalli var. cruspavonis e Echinochoa colonum), e
Junco Amarelo( Cyperus ferax) pelos tratamentos herbicidas aplicados. UFSM 2005/2006
CONTROLE (%)
10
30
60
PréDAA
DAA
DAA colheita
Echinochloa crusgalli var. cruspavonis COM 3 FOLHAS
2
1
1. Pyribenzoxim
200 + 0,5% 3 DAA
30f
42f
45f
45f
2. Pyribenzoxim
400 + 0,5% 3 DAA
40e
50e
50e
50e
3. Pyribenzoxim
600 + 0,5% 3 DAA
55d
68d
70d
68d
4. Pyribenzoxim
800 + 0,5% 3 DAA
82c
88c
87c
87c
5. Pyribenzoxim
1000 +0,5% 3 DAA
90b
100a
100a
100a
3
6. Bispyribac-sodium
150 + 0,5% 3 DAA
80c
100a
100a
100a
7. Testemunha sem capina
3 DAA
0g
0g
0g
0g
8. Testemunha Capinada
3 DAA
100a
97b
95b
95b
CV (%)
7,12
8,24
7,15
6,98
Echinochloa colonum COM 3 FOLHAS
2
1
1. Pyribenzoxim
200 + 0,5% 3 DAA
30e
34e
35e
35e
2. Pyribenzoxim
400 + 0,5% 3 DAA
45d
53d
56d
55d
3. Pyribenzoxim
600 + 0,5% 3 DAA
68c
70c
70c
70c
4. Pyribenzoxim
800 + 0,5% 3 DAA
85b
90b
90b
90b
5. Pyribenzoxim
1000 +0,5% 3 DAA
92b
100a
100a
100a
6. Bispyribac-sodium3
150 + 0,5% 3 DAA
100a
100a
100a
100a
7. Testemunha sem capina
3 DAA
0f
0f
0f
0f
8. Testemunha Capinada
3 DAA
100a
99a
99a
99a
CV (%)
7,43
6,95
6,46
6,49
Cyperus ferax COM 3 FOLHAS
2
200 + 0,5% 3 DAA
67 a
70 a
68 a
65a
1. Pyribenzoxim
400 + 0,5% 3 DAA
75 a
75 a
75 a
75 a
2. Pyribenzoxim
3. Pyribenzoxim
600 + 0,5% 3 DAA
80 a
85 a
85 a
85 a
4. Pyribenzoxim
800 + 0,5% 3 DAA
100 a 100 a 100 a 100 a
5. Pyribenzoxim
1000 +0,5% 3 DAA
100 a 100 a 100 a 100 a
3
6. Bispyribac-sodium
150 + 0,5% 3 DAA
100 a 100 a 100 a 100 a
7. Testemunha sem capina
3 DAA
0b
0b
0b
0b
8. Testemunha Capinada
3 DAA
100 a 100 a 100 a 100 a
CV (%)
5,32
4,99
4,75
4,87
TRATAMENTO*
DOSE
-1
(ml.ha )
Inicio da
irrigação
Rendimento
de grãos
-1
(Kg.ha )
3225 c
3198 c
3996 c
5987 b
6789 a
6543 a
2028 d
6483 a
9,36
3225 c
3198 c
3996 c
5987 b
6789 a
6543 a
2028 d
6483 a
9,36
3225 c
3198 c
3996 c
5987 b
6789 a
6543 a
2028 d
6483 a
9,36
1
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade de erro.
2
Produto em fase de registro RET n0 07503 – Pyribenzoxim 50 g i.a.L.-1 de produto comercial – CE
*
Adjuvante utilizado: óleo mineral IHAROL 0,5% volume/volume
3
Byspiribac sodium 400 g i.a.L-1 de produto comercial – SC. Marca Comercial Nominee 400 SC
Os resultados experimentais permitem concluir que, o herbicida Pyribenzoxim nas
doses de 600 ml.ha-1, 800 ml.ha-1 e 1000 ml.ha-1, aplicado em pós-emergência, foi eficiente
(superior a 80%) no controle de Cyperus ferax com 3 folhas rosuladas formadas. Nas
doses de 800 ml.ha-1 e 1000 ml.ha-1, o herbicida Pyribenzoxim, aplicado em pósemergência, também foi eficiente (superior a 80%) no controle de Echinochloa crusgalli var.
cruspavonis e Echinochloa colonum (sin. colona) com 3 folhas podendo ser recomendado
como opção viável para o controle destas plantas daninhas em programas de manejo na
cultura do arroz irrigado.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE, V.A. de. Efeito de diferentes densidades de infestação de capim arroz
(Echinochloa spp.) na cultura do arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO
ARROZ IRRIGADO, 1975, Cachoeirinha, RS. IRGA, 1975. 285p. p.76-77.
ANDRADE, V.A. de. Controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado.
Pelotas: EMBRAPA-UEPAE, 1982a. 42p. (Circular Técnica, nº 01)
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, Brasília, DF. Programa
Nacional de Pesquisa do Arroz. Brasília: EMBRAPA-DID, 1981. 69p.
ISHIY, T. & LOVATO, L.A. Influência das ervas daninhas na produção de arroz. Lavoura
Arrozeira, Porto Alegre, vol. 27, nº 278, p.48-50, 1974.
KISSMANN, K.G. Plantas infestantes e nocivas. Basf. Tomo 1, 1992. 608p.
Palavras-chave: capim-arroz; junquinho; pyribenzoxim
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM
PULVERIZAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NO SISTEMA DE
CULTIVO DE ARROZ PRÉ-GERMINADO.
Rodrigo Alff Gonçalves(1), Olavo Gabriel Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2) José
Antonio Annes Marinho(3) Luiz Felipe Thomas(3) Ana Paula Estevo(1) Graciela Castilhos(1)
1
2
Bolsista
GIPHE/UFSM,
e-mail:
[email protected];
Professor
Dep.
Biologia/UFSM e-mail: [email protected];3FMC Química do Brasil Ltda.
O cultivo sistemático e intensivo de uma cultura, em um mesmo local, por vários
anos, leva à seleção de espécies de plantas, que competem com a cultura por fatores
essenciais para sua sobrevivência. Através dos tempos, o homem passou a eliminar estas
plantas daninhas, em função dos prejuízos causados a seus cultivos. Com a expansão das
áreas cultivadas, e com o desenvolvimento dos estudos da biologia, bioquímica e fisiologia
destas espécies consideradas daninhas, foram descobertas moléculas químicas que
permitiram grande evolução no combate a estas plantas.
Segundo, RODRIGUES & ALMEIDA, 1998; a cultura do arroz apresenta várias
opções de ingredientes ativos registrados para o controle de diversas plantas daninhas,
nas diferentes épocas de aplicação. Desta forma, os agricultores podem lançar mão de
várias opções de herbicidas, para o controle químico das espécies daninhas. Muitas vezes
a presença de altas populações de certas plantas daninhas não pode ser associada a
perdas proporcionais no rendimento de grãos. EBERHARDT & NOLDIN, 2001, estudando
diversas densidades de sagitárias, em sistemas de cultivo pré-germinado, constataram que
esta redução pode chegar a 6,6 kg.ha-1, no rendimento de grãos, para cada incremento de
uma nova planta na área, mas também, apresentando relação direta com a densidade de
semeadura da cultura e o ciclo da mesma.
Na safra agrícola de 2004/05 instalou-se um ensaio no município de Dona
Francisca/RS com o objetivo de avaliar a eficiência agronômica e a seletividade do novo
herbicida Pyribenzoxim, aplicado em pulverização em pós-emergência da cultura do arroz
irrigado em sistema de cultivo pré-germinado. O delineamento experimental utilizado foi de
blocos ao acaso, com 8 tratamentos e 4 repetições. As unidades experimentais mediram 2
m x 6m. Os tratamentos herbicidas foram aplicados quando as plantas daninhas
encontravam-se com 2 a 3 folhas.
Tabela 1. Tratamentos aplicados com suas respectivas doses de princípio ativo e produto
comercial. Dona Francisca – RS. Safra 2005/2006
Tratamentos
Doses de i. a. ha-1
( g ha-1)
Doses P.C.
(ml ha-1)
1. Pyribenzoxim1
50
200
2. Pyribenzoxim
50
400
50
600
3. Pyribenzoxim
4. Pyribenzoxim
50
800
5. Pyribenzoxim
50
1000
6. Thiobencarb2
500
8000
7. Bispyribac-sodium3
400
150
8. Testemunha
*
Aos tratamentos herbicidas acrescentou-se adjuvante óleo mineral IHAROL a 0,5% v/v
1
Pyribenzoxim 50 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – CE, sem nome comercial
definido.
2
Saturn 500 CE (Padrão para Ludwigia octovalvis).
3
Nominee: Bispyribac-sodium 400 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – SC
Os tratamentos foram aplicados com auxílio de um pulverizador propelido a CO2,
com barra de 1,5 m e 4 pontas XR 110.02, espaçadas a 50 cm, pressão de trabalho 38
2
lbs/pol , e volume de calda de 130 L.ha-1. As condições de aplicação foram: temperatura do
ar de 25,3 ºC, umidade relativa do ar de 60,4%, velocidade do vento de 1,9 Km.h-1 medidos
com o equipamento KESTREL 3000. A cultivar de arroz utilizada foi a EPAGRI 108.
Tabela 2. Médias de controle proporcionadas pelos tratamentos herbicidas aplicados
Tratamentos
% Controle
Dose
ml
p.c.
-1
ha
Ludwigia
octovalvis
Heteranthera
reniformis
Cyperus
esculentus
Aeschynomene
denticulata
15
45
65
15
45
65
15
45
65
15
45
65
DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA
1.Pyribenzoxim 200
40 d1 49 d 50 d 65 d
70 d
68 d
35 d 42 d 48 d
65 b 75 b 74 b
2.Pyribenzoxim 400
65 c
75 c 78 c 80 c
83 c
85 c
59 c 65 c 65 c
100 a 100 a 100 a
3.Pyribenzoxim 600
89 b
90 b 90 b 92 b
95 b
95 b
98 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a
4.Pyribenzoxim 800
100 a 100 a 100 a 100
100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a
5.Pyribenzoxim 1000
100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a
6.Thiobencarb
8000
100 a 100 a 100 a 82 c
7.Bispyribac
150
100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a
8.Testemunha
0e
0e
0e
0e
CV%
4,32
4,97 4,78 3,76
85 c
84 c
85 b 84 b 82 b
0e
0e
0e
0e
0e
3,64
3,49
4,18 4,26 4,61
35 c
0d
45 c
0d
45 c
0d
4,34 4,32 4,44
1
Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey
em nível de 5% de probabilidade de erro.
Os tratamentos com o herbicida Pyribenzoxim nas doses de 400 ml.ha-1, 600 ml.ha, 800 ml.ha-1 e 1000 ml.ha-1 proporcionaram controle superior a 80% de Heteranthera
reniformis e Aeschynomene denticulata até a avaliação realizada aos 65 dias após a
aplicação dos tratamentos, resultados também obtidos com o herbicida Nominee
(Bispyribac-sodium) 150 ml.ha-1. Para Ludwigia octovalvis e Cyperus esculentus obteve-se
controle acima de 80% da população com a pulverização de Pyribenzoxim nas doses de
600 ml.ha-1, 800 ml.ha-1 e 1000 ml.ha-1. Para Ludwigia octovalvis os resultados obtidos
estão no mesmo nível de controle observado com o herbicida Saturn (Thiobencarb) 8000
ml.ha-1.
A colheita foi realizada no dia 18 de março de 2005, com umidade dos grãos
variando entre 16 a 18% medidas pelo equipamento FARMEX 500. Os grãos foram
submetidos a uma pré-secagem em laboratório, até umidade final de 13%, ocasião em que
se realizou a limpeza para retirada de impurezas e foi processada a pesagem para
verificação do rendimento de grãos. Já a fitointoxicação sobre a cultura foi avaliada aos 7,
15, 30 e 45 dias após a aplicação dos herbicidas, através da análise das possíveis injúrias
às plantas de arroz (Oryza sativa L.).
1
Tabela 3. Médias de fitointoxicação aos 07, 15, 30 e 45 dias após a aplicação dos
tratamentos herbicidas na cultura do arroz (Oryza sativa L.) irrigado. Dona Francisca –
2005/2006.
Doses P.C.
(ml.ha-1)
Rendimento de
grãos (Kg.ha-1)
1. Pyribenzoxim
200
2. Pyribenzoxim
3. Pyribenzoxim
Tratamentos
Fitointoxicação
07 DAA
15 DAA
30 DAA
45 DAA
4678c
01 (6)2
0 (6)
0 (6)
0 (6)
400
7575b
0 (6)
0 (6)
0 (6)
0 (6)
600
9856a
0 (6)
0 (6)
0 (6)
0 (6)
4. Pyribenzoxim
800
10145a
0 (6)
0 (6)
0 (6)
0 (6)
5. Pyribenzoxim
1000
10025a
0 (6)
0 (6)
0 (6)
0 (6)
6. Thiobencarb
8000
7345b
10 (5)
5 (5)
0 (6)
0 (6)
7. Bispyribac-sodium
150
9847a
0 (6)
0 (6)
0 (6)
0 (6)
8. Testemunha
-
2235d
0 (6)
0 (6)
0 (6)
0 (6)
CV%
-
13,43
-
-
-
-
1
Fitointoxicação na parte aérea em escala percentual, observado visualmente na área experimental
2
Escala da ALAM: 1 = morte das plantas; 2 = dano muito severo; 3 = dano severo; 4 = dano moderado;
5 = dano leve; 6 = ausência de danos fitotóxicos.
Os resultados demonstrados na tabela 3 permitem inferir que o herbicida
Pyribenzoxim, nas doses avaliadas foi seletivo à cultura do arroz irrigado cultivar EPAGRI
108.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
EBERHARDT, D. S.;NOLDIN, J. A. Dano de sagittaria montevidensis em função da
densidade de semeadura do arroz irrigado.In: XXXIV REUNIÃO DA CULTURA DO
ARROZ IRRIGADO, 2001, Porto Alegre, Anais.... Porto Alegre, 2001. 894p. p.510512.
RODRIGUES, B.N. & ALMEIDA, F.S. – Guia dos Herbicidas. Londrina, Pr. 1998.
Palavras-chave: pré-germinado; plantas aquáticas; pyribenzoxim
EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA INICIAL
NO CONTROLE DE Hymenachne amplexicaulis E DE Echinochloa crusgalli
EM ARROZ IRRIGADO.
Rodrigo Alff Gonçalves(1), Olavo Gabriel Santi(1), Fernando Borges Santiago(2), Fernando
Luis Perini(3). Ana Paula Estevo(1) Graciela Castilhos(1) Danie Martini Sanchotene(1) Rafael
Friguetto Mezzomo(1) (1)Acadêmicos de Agronomia/UFSM; (2)Engenheiro Agrônomo E-mail:
[email protected] (3)Iharabras S/A Indústrias Químicas. E-mail:[email protected]
A CONAB (2007) estima uma área plantada de arroz no Brasil na safra 06/07 de
2.974.600 hectares com uma produção de 11.269,3 mil toneladas e uma produtividade
média de 3 .789 Kg/ha. As regiões Sul; Sudeste; Centro-Oeste; Nordeste e Norte
participam da produção nacional com: 66,3% (7.466,9 mil toneladas); 2,4% (275,3 mil
toneladas); 10,8% (1.215,3 mil toneladas); 10,0% (1.123,7 mil toneladas) e 10,5%
(1.188,0mil toneladas), respectivamente. O RS é responsável por uma produção de 6.194,9
mil toneladas (54,57% da produção nacional) em uma área cultivada de arroz de 931,6 mil
hectares (31,31% da área brasileira).
Na cultura do arroz irrigado as plantas daninhas são consideradas o principal
problema fitossanitário, podendo trazer significativos prejuízos à cultura.
Nos arrozais do RS, o capim-capivara (Hymenachne amplexicaulis) tem
aumentado em freqüência nos últimos anos, no entanto existe uma carência de trabalhos
relacionados ao controle desta espécie.
Outra planta daninha de importância e que está presente em praticamente todas as
lavouras de arroz irrigado é o capim arroz (Echinochloa crusgalli).
Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de herbicidas
aplicados em pós-emergência inicial no controle de Hymenachne amplexicaulis e de
Echinochloa crusgalli em arroz irrigado.
O experimento foi conduzido a campo, no ano agrícola 2006/2007 no município de
Restinga Seca-RS. Os tratamentos foram aspergidos com pulverizador costal de precisão
propelidos a CO2, com barra munida de 4 bicos com pontas de jato plano tipo leque,
espaçados de 50 cm, à pressão constante de 28 lib/pol2, liberando um volume de calda
equivalente a 150 l/ha. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados,
com quatro repetições e sete tratamentos. As parcelas experimentais tiveram as dimensões
de 5 m x 2 m (10 m2).
Tabela 1.
Tratamentos com respectivas doses de produto comercial. Lavoura de arroz
irrigado. Restinga Seca-RS. Ano agrícola – 2006/2007.
Tratamento
1) Nominee
2) Nominee
3) Ricer
4) Ricer
5) Nominee + Commence
6) Ricer + Commence
7) Testemunha
Principios ativos
ml P.C./ha
g. i.a./ha
Bispyribac-sodium
Bispyribac-sódium
Penoxsulam
Penoxsulam
Bispyribac + clomazone
Penoxsulam + clomazone
100
125
150
200
100 + 600
150 + 600
---
40
50
36
48
40 + 300
36 + 300
---
A cultivar de arroz utilizado foi a IRGA – 422CL, semeada mecanicamente com
espaçamento de 0,17 m entre linhas e uma população aproximada de 400 plantas/m2. As
aplicações dos tratamentos foram realizadas quando a população de Hymenachne
amplexicaulis (capim-capivara) encontrava-se com 2 - 3 folhas e as plantas de Echinochloa
crusgalli (capim arroz) e de Oryza sativa (arroz) encontravam-se com 3-4 folhas. Dois dias
após a aplicação dos tratamentos herbicidas foi realizada a adubação nitrogenada na
quantidade de 200 Kg/ha de uréia. A inundação permanente ocorreu 3 dias após a
aplicação dos tratamentos. A área experimental estava infestada por uma população de 9
plantas de capim-capivara/m2 e de 12 plantas de capim arroz/m2.
O controle da espécie daninha e a seletividade dos herbicidas à cultura, foram
quantificados por três avaliações visuais utilizando-se a escala percentual, onde: 100% =
controle total e 0% = nenhum efeito sobre as plantas daninhas. As avaliações de controle
foram realizadas aos 15 e 45 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos, sendo a última
avaliação realizada na pré-colheita. As avaliações de seletividade foram realizadas aos 7,
15 e 21 dias após a aplicação, atribuindo-se a nota zero (0) à ausência de injúria e a nota
cem (100) à morte completa das plantas.
Os dados obtidos foram submetidos ao teste de tukey (p< 0.05).
Observamos na tabela 2 que todos os tratamentos envolvendo Nominee
controlaram 100 % da população de Hymenachne amplexicaulis em todas as avaliações
realizadas, comprovando a alta sensibilidade desta espécie no estádio de 2-3 folhas a este
herbicida. Os tratamentos envolvendo Ricer não foram eficazes no controle desta invasora.
A tabela 3 mostra que todos os tratamentos herbicidas foram eficientes no controle
de Echinochloa crusgalli no estádio de 3-4 folhas, sendo que os mesmos controlaram 100
% desta população nas avaliações aos 45 DAA e na pré-colheita.
A tabela 4 apresenta as avaliações realizadas para averiguar os possíveis efeitos
fitotóxicos dos tratamentos sobre a cultura. Os resultados mostraram que os herbicidas
Nominee e Ricer quando aplicados isoladamente são totalmente seletivos para o cultivar de
arroz Irga 422CL. Os tratamentos envolvendo Commence apresentaram uma pequena
fitotoxicidade as plantas de arroz, no entanto aos 21 DAA as plantas de arroz estavam
totalmente recuperadas.
Pelos resultados obtidos e considerando as condições da realização do
experimento pode-se concluir que os tratamentos Nominee (100 e 125ml/ha) e Nominee +
Commence (100 + 600 ml/ha) foram eficientes no controle de Hymenachne amplexicaulis
no estádio de 2-3 folhas, enquanto que os tratamentos Ricer (150 e 200ml/ha) e Ricer +
Commence (150 + 600ml/ha) não demonstraram controle sobre esta invasora. Quanto ao
controle de Echinochloa crusgalli no estádio de 3-4 folhas conclui-se que todos os
tratamentos foram eficientes, controlando 100 % desta população.
Tabela 2. Avaliações de controle de Capim-capivara (Hymenachne amplexicaulis). Lavoura
de arroz irrigado. Restinga Seca-RS. Ano agrícola 2006/2007.
Tratamento
1
2) Nominee 1
3) Ricer 2
1) Nominee
4) Ricer
2
ml P.C./há
% Controle de Hymenachne amplexicaulis
15 DAA3
45 DAA
Pré-Colheita
100
4
100 a
100 a
100 a
125
100 a
100 a
100 a
150
17 c
0c
0c
200
17 c
0c
0c
5) Nominee + Commence1
100 + 600
100 a
100 a
100 a
6) Ricer + Commence2
150 + 600
30 b
23 b
17 b
7) Testemunha
0d
0d
4,83
3,32
2
Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha
0d
2,4
C.V.%
Acrescido de Iharol a 1 L/ha
Dias Após Aplicação
4
Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%.
1
3
Tabela 3. Avaliações de controle de Capim-arroz (Echinochloa crusgalli). Lavoura de arroz
irrigado. Restinga Seca-RS. Ano agrícola 2006/2007.
Tratamento
ml P.C./há
% Controle de Echinochloa crusgalli
15 DAA3
45 DAA
Pré-Colheita
100
4
96 b
100 a
100 a
125
97 b
100 a
100 a
2
150
95 b
100 a
100 a
4) Ricer 2
200
97 b
100 a
100 a
5) Nominee + Commence1
100 + 600
100 a
100 a
100 a
6) Ricer + Commence2
150 + 600
100 a
100 a
100 a
0
1,27
0b
0,22
0b
0,28
1
2) Nominee 1
1) Nominee
3) Ricer
7) Testemunha
C.V.%
Acrescido de Iharol a 1 L/ha
2
Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha
3
Dias Após Aplicação
4
Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%.
1
Tabela 4. Avaliação de fitotoxicidade. Restinga Seca-RS. Ano agrícola 2006/2007.
Tratamento
ml P.C./há
% Fitotoxicidade
15 DAA
21 DAA
1) Nominee 1
100
0
0
0
2) Nominee 1
125
0
0
0
2
150
0
0
0
4) Ricer 2
200
0
0
0
5) Nominee + Commence 1
100 + 600
5
2
0
6) Ricer + Commence2
150 + 600
3) Ricer
7) Testemunha
1
Acrescido de Iharol a 1 L/ha
2
Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha
3
Dias Após Aplicação
07 DAA
3
6
2
0
0
0
0
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 2. ed. São Paulo: BASF
S.A., Tomo1-1997. 641p.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da
Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005. 159p.
CONAB. 8º Levantamento de grãos 2006/2007 – Maio 2007. Disponível em
www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/8levsafra.pdf.
Acesso
em
11/05/2007.
Palavras-chave: capim-capivara; arroz; pós-emergentes
IDENTIFICAÇÃO DE ECÓTIPOS DE Cyperus difformis RESISTENTES AOS
HERBICIDAS INIBIDORES DA ACETOLACTATO SINTASE (ALS) EM SANTA
CATARINA
Sônia Andrade, José Alberto Noldin, Gabriela Fabiane Pinheiro, Domingos Sávio
Eberhardt. Epagri/Estação experimental de Itajaí. Caixa Postal 277, CEP 88301-970, Itajaí,
SC. E-mail: [email protected]
A utilização de herbicidas para o controle de plantas daninhas na cultura de arroz
irrigado vem aumentando acentuadamente nos últimos anos. O uso intensivo de herbicidas
com o mesmo mecanismo de ação proporcionou a seleção de ecótipos de plantas
daninhas resistentes, e conseqüentemente, a perda de eficiência de vários herbicidas. Em
Santa Catarina, este problema tem se agravado, devido ao uso intensivo das áreas com
arroz irrigado e ao uso freqüente de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação.
O CYPDI (junquinho ou tiririquinha) é uma planta daninha presente em diversas
regiões produtoras de arroz irrigado de Santa Catarina (SC) e na safra 2000/01, NOLDIN et
al. (2002) identificaram ecótipos resistentes aos herbicidas inibidores da ALS. A partir
daquela safra, novos focos de resistência desta planta daninha têm surgido, o que torna
necessário identificar a abrangência dessas populações.
Este trabalho teve como objetivo identificar de ecótipos de Cyperus difformis
resistentes aos herbicidas inibidores da enzima ALS, em lavouras de arroz irrigado de
Santa Catarina.
O experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Epagri - Estação
Experimental de Itajaí-SC, no período de janeiro à março de 2007. Foram avaliadas 17
populações de Cyperus difformis (CYPDI), a partir de sementes coletadas em áreas de
cultivo de diferentes localidades de SC. As populações avaliadas e seus respectivos
municípios de origem foram: CYPDI 19 e 21 em Gaspar; CYPDI 20, 23 e 24 em Ilhota;
CYPDI 22 em Guaramirim; CYPDI 25 em Araranguá; CYPDI 26 em Laguna; CYPDI 27, 28,
29 e 31 em Tubarão; CYPDI 32 em Forquilhinha; CYPDI 33 em Meleiro; CYPDI 34 e 35 em
Agronômica e CYPDI 36 em Pouso Redondo.
As sementes foram pré-germinadas em estufa incubadora (BOD) e transferidas
para vasos de 500ml contendo substrato comercial Plantmax (Hortaliça HA). Foram usadas
duas doses de cada herbicida avaliado, sendo a dose comercial (1X) e quatro vezes a dose
comercial (4X). Os herbicidas avaliados e suas respectivas doses foram: Sirius
(pyrazosulfuron-ethyl) nas doses 60ml/ha e 240ml/ha, Nominee 400 SC (bispyribac-sodium)
com 125ml/ha e 500ml/ha, Only (imazethapyr + imazapic) com 1L/ha e 4L/ha e Ricer
(penoxsulam) com 200ml/ha e 800ml/ha respectivamente. Para cada local, foram utilizadas
duas testemunhas, uma com o herbicida Basagran 600 (bentazon) na dose comercial, por
possuir um modo de ação diferente (inibidor do fotossistema II), e outra, sem aplicação de
herbicida. O ecótipo CYPDI 31, procedente de Tubarão, foi avaliado apenas na segunda
dose, que corresponde a quatro vezes a dose comercial de cada herbicida, devido à baixa
germinação das sementes, o que ocasionou a redução do número de unidades
experimentais.
Os tratamentos herbicidas foram realizados com as plântulas de C. difformis no
estádio de 2 a 4 folhas, medindo aproximadamente 10 cm. Os herbicidas foram aspergidos
com pulverizador de pressão constante, utilizando um volume de calda de pulverização
equivalente a 150 L/há. Os adjuvantes utilizados nas caldas foram Iharaguen para os
herbicidas Sirius, Nominee e Basagran, Dash para o herbicida Only e Veget Oil (oléo
vegetal) para Ricer, todos na concentração de 0,25% v/v. As avaliações foram realizadas
trinta dias após a aplicação dos herbicidas, utilizando-se o método visual e a quantificação
da produção de massa da planta daninha (dados não apresentados). Adotou-se a escala
percentual, utilizando como padrões as testemunhas, considerando-se o tratamento sem
herbicida a zero (0%) e com o herbicida Basagran a cem por cento (100%) de controle.
Das dezessete populações de C. difformis avaliadas com o herbicida Sirius
(pyrazosulfuron-ethyl) em ambas as doses (1x e 4x), apenas sete amostras apresentaram
suscetibilidade ao herbicida, com controle variando de 88% a 100%. As populações
consideradas resistentes foram: CYPDI 25 de Araranguá, CYPDI 26 de Laguna, CYPDI 27,
28, 29 e 31 de Tubarão, CYPDI 33 de Meleiro, CYPDI 34 e 35 de Agronômica e CYPDI 36
de Pouso Redondo. Nestes ecótipos o controle médio foi inferior a 35%, para ambas as
doses (Figura 1).
O herbicida Nominee (bispyribac-sodium) foi eficiente no controle de onze
populações C. difformis avaliadas em ambas as doses. Os ecótipos foram CYPDI 26 de
Laguna, CYPDI 27, 29 e 31 de Tubarão, CYPDI 34 e 35 de Agronômica, foram
considerados resistentes em função da baixa eficiência de Nominee em ambas as doses
(Figura 1).
O herbicida Only (imazethapyr + imazapic) controlou 13 ecótipos de C. difformis,
em ambas as doses, onde a eficiência média para a dose comercial variou de 85% a 100%
(Figura 1). O ecótipo CYPDI 19 de Gaspar teve controle médio de 70% e para os ecótipos
CYPDI 29 de Tubarão, 34 e 35 de Agronômica, Only não apresentou nenhum controle.
O herbicida Ricer foi eficiente no controle de oito ecótipos de C. difformis
(penoxulam), sendo que para CYPDI 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 32, o controle médio foi
superior a 90% e para os ecótipos CYPDI 28, 33 e 36 o controle médio ficou entre 70% e
80% na dose comercial (Figura 1). Nos demais ecótipos, o controle médio foi inferior a
50%. Com quatro vezes a dose, apenas as amostras de CYPDI 29 de Tubarão, 34 e 35 de
Agronômica, não foram controladas, sendo consideradas resistentes.
O herbicida Basagran (testemunha) proporcionou controle total sobre todos os
ecótipos de C. difformis.
As amostras de CYPDI 29, de Tubarão, CYPDI 34 e 35 de Agronômica,
mostraram-se resistentes a todos os herbicidas inibidores da ALS testados, em ambas as
doses, o que evidencia a ocorrência de resistência cruzada desses ecótipos a quatro
grupos químicos de herbicidas inibidores da ALS.
Aproximadamente 59% dos ecótipos avaliados mostraram-se resistentes a Sirius,
evidenciando a perda de eficiência deste herbicida em mais da metade das localidades
amostradas. Os herbicidas Nominee e Ricer foram eficientes em aproximadamente 70%
dos ecótipos avaliados, enquanto que Only foi efetivo no controle de 83% dos ecótipos
testados. Destaca-se o fato da constatação de populações resistentes aos herbicidas Ricer
e Only, mesmo em áreas que nunca receberam a aplicação destes herbicidas, pois o seu
uso comercial em santa Catarina iniciou-se na safra 2006/07, apos a coleta das amostras
avaliadas.
Os resultados mostram o rápido crescimento do numero de áreas em Santa
Catarina com populações de C. difformis com resistência cruzada aos herbicidas inibidores
da enzima ALS. Desta forma, é necessário que os agricultores incorporem em seus
sistemas de manejo de plantas daninhas, outros métodos de controle, assim como utilizar
herbicidas com diferentes modos de ação, visando evitar ou reduzir a rápida expansão da
resistência de plantas daninhas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NOLDIN, J.A., EBERHARDT, D.S., RAMPELOTTI, F.T. Cyperus difformis L. resistente a
herbicidas inibidores da ALS em Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA
CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Resumos... Londrina:
SBCPD/Embrapa Clima Temperado, 2002. p. 198.
Figura 1. Controle de populações de Cyperus difformis com os herbicidas Sirius, Nominee, Only e Ricer em duas doses. Epagri, Itajaí,
2007.
DIETHOLATE PERMITE AUMENTAR A DOSE DE CLOMAZONE
SOBRE A CULTIVAR BR IRGA 417
Alencar Zanon Junior(1), Graziane Vargas(1), Murilo Comassetto Queiroz(1),
André Trevisan de Souza(1), Nelson D. Kruse(1). Universidade Federal de Santa
Maria, Campus Universitário, Dept. Defesa Fitossanitária.
Na produção de arroz irrigado a maior produtividade está associada ao
aprimoramento de práticas culturais, destacando-se, dentre estas, o controle
de plantas daninhas. Nos primeiros estágios de desenvolvimento da referida
cultura constitui-se um período crítico devido à intensa competição por
nutrientes, luz, água e CO2, das ervas infestantes com a cultura. Assim,
práticas inadequadas nesta fase de desenvolvimento condicionarão menores
rendimentos na colheita.
No controle de plantas daninhas da cultura do arroz, o uso do herbicida
clomazone, aplicado associado ao propanil, ou isoladamente, representa uma
das principais alternativas ao sistema “clearfield”. Uma nova proposta de uso
do clomazone em doses mais elevadas tem sido proposto, eliminando a
necessidade de associações com outros herbicidas. Ocorre que estas doses
mais elevadas provocam graves injúrias no arroz, visto que a seletividade do
clomazone à cultura restringe-se àquelas doses anteriormente usadas nas
associações com propanil.
O uso de protetores (“safaners”), como o dietholate, aplicado como
tratamento de semente, tem permitido dobrar a dose então usada, sem
prejuízo à cultura do arroz, com o aumento da eficiência do controle das
principais plantas daninhas desta cultura. Como este efeito protetor do
dietholate depende das doses empregadas, resta definir para uma dada dose
do protetor, a maior dose de clomazone possível de ser usada sem risco para a
cultura.
Vários experimentos que objetivam estabelecer a melhor combinação
de doses do protetor com o herbicida têm sido concebidos testando-se
algumas combinações em delineamentos fatoriais. Ocorre que este tipo de
metodologia indica tão somente que uma determinada combinação é viável ou
não, sem permitir inferir-se sobre o comportamento de demais combinações.
Já o uso da metodologia de curvas de dose-resposta permite estabelecer, para
cada dose do protetor empregada, o efeito de qualquer dose do herbicida
(Seefeldt, 1995), apresentando-se assim como a metodologia mais adequada
para este tipo de trabalho.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a eficiência do
tratamento de sementes com o protetor dietholate, associado a várias doses de
clomazone sobre a cultura do arroz, através do uso de curvas de resposta.
O experimento foi conduzido em ambiente protegido (estufa plástica)
do Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa
Maria. A semeadura do arroz (05/12/2006) foi efetuada em vasos contendo 1,4
kg de solo peneirado, pertencente à classe Argissolo Vermelho Distrófico
Típico, classe textural 3 (24% de argila), com pH (SMP) 5,7, 2,5% de matéria
orgânica, sendo corrigidas sua acidez e fertilidade de acordo com as
Recomendações Técnicas da Cultura.
A cultivar reagente foi a BR IRGA 417, sendo colocadas oito sementes
por vaso, previamente tratadas com o protetor dietholate (Permit, 500 g kg-1) na
dose de 250 g por 100 kg de sementes para a curva de resposta com protetor,
e sem tratamento algum para a curva de resposta sem protetor. O
delineamento foi inteiramente casualizado, em esquema bifatorial (2 x 10),
onde o fator A foi representado pelos níveis com e sem dietholate, e o fator B,
os níveis de clomazone (Gamit, 500 g L-1) 0, 39, 78, 156, 313, 625, 1250, 2500,
5000 e 10.000 g ha-1, com seis repetições.
Os tratamentos herbicidas foram aplicados em pré-emergência, três
dias após a semeadura. Para tanto se utilizou pulverizador portátil de precisão,
pressurizado a CO2, com barra de dois bicos espaçados a 50 cm e pontas
Teejet 8002 XR, operando sob pressão constante de 200 kPa , resultando em
um volume de aplicação correspondente a 150 L ha-1. A aplicação ocorreu
entre as 08h 15 min e 09h 20 min, com a temperatura tendo oscilado entre 24
e 25 °C, UR 65%, velocidade do vento em torno de 4 km h-1, o céu limpo e o
solo dos vasos úmido.
Aos 17 dias após a semeadura, procedeu-se a contagem do número
de plantas por vaso, avaliação visual percentual de injúria, segundo a escala
em que 0 representa nenhuma injúria e 100, morte das plantas (Frans et al.,
1986), e coleta das plantas com lavagem de água corrente nas raízes,
determinando-se sua massa seca após secagem em estufa (65o C) até peso
constante. As variáveis % de injúria e massa seca (g planta-1) sofreram análise
da variância e regressão não-linear pelo modelo log-logístico, através da
equação y = C + (D - C)/ [1 + exp{b(log(x)-log(I50))}] (Seefeldt, 1995). Para
tanto, contou-se com o auxílio do aplicativo computacional SigmaPlot. Para os
valores do parâmetro I50 estimados foram calculados os intervalos de confiança
(IC 95%) para n =10.
A análise da variância demonstrou significância estatística da interação
com e sem protetor e doses do herbicida clomazone (dados não apresentados)
para as duas variáveis estudadas. Este resultado indica haver resposta
diferente da cultivar BR IRGA 417 às mesmas doses do herbicida em relação
ao tratamento ou não das sementes com o protetor dietholate.
A regressão não-linear demonstrou grande ajuste do modelo aos
dados obtidos, com R2 = 0,99 e 0,95 para % de injúria e massa seca,
respectivamente (Figura 1). Na variável % de injúria, os valores do parâmetro
I50 estimados, foram de 1092 ± 2,79 g ha-1 para a curva com dietholate e de
395 ± 2,36 g ha-1 para a curva sem o protetor, com seus respectivos ICs. Estes
resultados demonstram que o tratamento das sementes com dietholate fez com
que a dose necessária para provocar o nível de injúria de 50% nas plantas
cujas sementes foram tratadas fosse 176% superior ao necessário para
provocar esta injúria nas plantas cujas sementes não foram tratadas, ambos
em relação às plantas sem tratamento herbicida.
Na variável massa seca (Figura 1), este mesmo parâmetro apresentou
valores de 652 ± 3,72 g ha-1 para a curva com dietholate e de 366 ± 2,66 g ha-1
para a curva sem dietholate. Neste caso, o tratamento com dietholate permitiu
uma elevação de 86% da dose, considerando a redução de 50% da massa
seca em relação à testemunha sem tratamento herbicida.
Santos (2006), empregando doses de 1,5 L ha-1 de clomazone, sobre a
cultivar IRGA 422 CL, conseguiu, com o uso de dietholate, reduzir a injúria de
praticamente 100% para menos de 20% aos 19 dias após o tratamento e para
quase 0% aos 33 dias após o tratamento. Estes resultados, em ensaio de
campo, corroboram os resultados obtidos no presente trabalho.
Estes resultados, válidos para a cultivar estudada e o tipo de solo
empregado, permitem apontar para um efeito protetor verdadeiro do composto
dietholate, sobre plantas de arroz tratadas com o herbicida clomazone. Esta
possibilidade potencializa em muito o uso deste herbicida, como alternativa de
manejo de plantas daninhas, uma vez que doses superiores em 86% ou mais,
irão propiciar um controle muito mais eficiente das espécies então controladas
e, até mesmo, o controle de um maior número de espécies.
Tais resultados foram obtidos em apenas um ensaio e em condições
de casa-de-vegetação. Portanto, há que se ter cautela em sua utilização, uma
vez que é recomendada a realização de pelo menos uma repetição de todo
ensaio, para maior segurança. Além disso, somente a condição de campo pode
conferir a segurança necessária para a recomendação desta prática. Contudo,
estes resultados preliminares endossam a situação já verificada em cultivos,
em que a dose deste herbicida é elevada em até 100%, sem prejuízo da
produtividade do arroz.
2
com dietholate
sem dietholate
120
y = 0,18 + (108,31-0,18)/[1 + exp {-9,35*(ln x - ln 1092 ± 2,79*)}]; R2=0,99
y = 1,07 + (97,91-1,07)/[1 + exp {-17,8*(ln x - ln 395 ± 2,36*)}]; R2=0,99
% de injúria cv. Irga 417
100
80
60
40
20
0
0
39
78
156
313
625
1250
2500 5000 10000
-1
Doses de clomazone (g ha )
(escala log natural)
com dietholate
sem dietholate
0,12
y = 0,024 + (0,086-0,024)/[1 + exp {10*(ln x - ln 652 ± 3,72*)}]; R2=0,88
y = 0,018 + (0,086-0,018)/[1 + exp {20,5*(ln x - ln 366 ± 2,66*)}]; R2=0,95
-1
Massa seca (g planta )
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
0
39
78
156
313
625
1250
2500 5000 10000
Doses de clomazone (g ha-1)
(escala log natural)
Figura 1. Curvas de resposta de avaliação visual de injúria e massa seca da cultivar de
arroz Irga 417 em resposta a doses de clomazone (Gamit) aplicado em préemergência, com as sementes tratadas ou não com o protetor dietholate
(Permit – 500 g kg-1) na dose de 250 g por 100 kg de sementes (* IC
95%).UFSM, Santa Maria, 2007.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRANS, R.; CROWLEY, H. Experimental design and techniques for measurng
and analyzing plant responses to weed control practices. In: SOUTHERN
WEED SCIENCE SOCIETY. Research methodos in weed science. 3a ed.
Champaign, 1986. p. 29-45.
SANTOS, F.M. Alternativas de controle químico do arroz vermelho e
persistência dos herbicidas (imazethapyr + imazapic) e clomazone na água e
no solo. 2006. 62f. Dissertação (mestrado em Agronomia) - Faculdade de
Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria/RS.
SEEFELDT, S.S; JENSEN, J.E.;FUERST, P. Log-logistic analysiis of herbicide
dose-response relationships. Weed Technology, Champaign, v.9, n.2, p.218225, 1995.
3
INFLUÊNCIA DO HERBICIDA PENOXSULAM NO CRESCIMENTO DO
SISTEMA RADICULAR DE PLANTAS DE ARROZ (Oryza sativa)
Mauricio dos Santos(1), Germani Conçenço(2), André Andres(3), Jorge Rieffel Filho (3),Jean
Vilella(3), Carlos Nachtigall Garcia(3), Nei Fernandes Lopes(5), . 1Departamento de Botânica –
IB/UFPel –,2Departamento de Fitossanidade –UFV, 3Embrapa Clima Temperado, Capão do
Leão/RS, área de herbologia, 5Prof. Dr. IB/UFPel - [email protected] – Caixa
Postal 354 – CEP 96010-900.
A cultura do arroz irrigado tem grande importância econômica, porque ocupa o
terceiro lugar em área e quinto em produção em relação as culturas temporárias
desenvolvidas no Brasil (EPAGRI, 2003). Em lavouras comerciais, é imprescindível um
rápido crescimento inicial das plantas da cultura como vantagem competitiva sobre as
plantas daninhas, de forma que as plantas da cultura se estabeleçam antes das invasoras.
Vários são os fatores que podem reduzir o crescimento das plantas de arroz, podendo-se
citar condições ambientais desfavoráveis, sementes de baixa qualidade fisiológica, e danos
causados por pragas, doenças ou por aplicações inadequadas de defensivos
agrícolas.Dentre os insumos utilizados na lavoura de arroz, os herbicidas são os mais
propensos a causar fitotoxicidade às plantas da cultura, uma vez que afetam seres vivos
fisiologicamente semelhantes (as plantas daninhas). Varios são os métodos para avaliar os
efeitos dos herbicidas sobre as plantas não-alvo, sendo a maioria métodos diretos - matéria
fresca, seca, altura de plantas, etc (WORT, D.J, 1964). Existem relatos de diferentas de
sensibildade entre cultivares do tipo japônica e Indica.
O objetivo do trabalho foi avaliar, diferentas de sensibilidade entre a cultivar BRS
Pelota e a BRS Bojuru em função das concentrações de penoxsulam.
O experimento foi conduzido na Embrapa Clima Temperado, Estação Terras
Baixas, Capão do Leão/RS, no ano de 2005. O experimento foi instalado em delineamento
experimental de blocos casualizados, em esquema fatorial 2x6, com 4 repetições. Os
tratamentos constaram de seis concentrações de penoxsulam (0, 24, 48, 72, 96, e 120
ppb), aplicados individualmente às raízes das plantas de arroz, em duas cultivares (BRS
Pelota e BRS Bojuru). As unidades experimentais constaram de copos plásticos contendo
0,5kg de solo, perfurados na parte lateral próximo ao fundo. As unidades experimentais
foram mantidas dentro de bandejas plásticas contendo água até os 14 DAE, quando então
a água foi substituída pelas soluções do herbicida nas unidades cuja aplicação ocorreu por
via radicular, sendo mantida até o momento da coleta das plantas.
Para avaliação do sistema de raízes, o solo da unidade experimental foi
cuidadosamente removido e lavado sobre peneira fina, de forma a remover o solo e evitar o
rompimento das raízes. O comprimento do sistema radical foi avaliado individualmente para
cada planta da unidade experimental, sendo o valor final obtido pela média aritmética e
expresso em mm pl-1. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F a 5%,
com regressão polinomial quando significativo.
Os resultados mostraram que com o incremento da concentração de ingrediente
ativo na solução, houve diminuição de volume do sistema radical, tanto da cultivar BRS
Pelota, quanto da cultivar BRS Bojuru, porém a BRS Bojuru se mostrou mais sensível
(Figura 1). Também em relação ao comprimento de raízes a BRS Bojuru se mostrou mais
sensível e mais instável com o aumento da dose do herbicida Penoxsulam que a BRS
Pelota (Figura 2). A cultivar BRS Bojuru diminuiu consideravelmente massa fresca quanto
massa seca com o incremento de dose do herbicida (Figura 3 e 4).
Com a realização deste experimento conclhuiu-se que a culticar BRS Bojuru se
mostrou mais sensível ao incremento da dose do herbicida Penoxsulam, no sistema de raiz
do que a cultivar BRS Pelota.
Figura1. Volume de raiz de plantas de
arroz em função da concentração do
herbicida e cultivar. Embrapa Clima
Temperado, Capão do Leão/RS, 2005.
Figura3. Massa seca de raiz de plantas
de arroz em função da concentração do
herbicida e cultivar. Embrapa Clima
Temperado, Capão do Leão/RS, 2005.
Figura2. Comprimento de raiz de
plantas de arroz em função da
concentração do herbicida e cultivar.
Embrapa Clima Temperado, Capão do
Leão/RS, 2005.
Figura4. Massa fresca de raiz de
plantas de arroz em função da
concentração do herbicida e cultivar.
Embrapa Clima Temperado, Capão do
Leão/RS, 2005.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] EPAGRI. Recomendações técnicas da pesquisa de arroz irrigado para o Sul do
Brasil. Itajaí: EPAGRI, 2003, 125p.
WORT, D.J. Effects of herbicides on plant composition and metabolism. In: AUDUS, L.J.
(Ed.). The physiology and biochemistry of herbicides. New York: Academic Press,
1964, p.291-334.
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS EM BIÓTIPOS RESISTENTES DE Cyperus
difformis PELA UTILIZAÇÃO DE HERBICIDAS ALTERNATIVOS
Taísa Dal Magro(1), Dirceu Agostinetto(1), Leandro Vargas(1,2), José Alberto Noldin(1,3) . 1
Centro de Estudos em Herbologia (CEHERB)-DFs/FAEM/UFPel, Caixa Postal 354 - CEP
96010-900. 2 EMBRAPA Trigo. 3 EPAGRI. e-mail: [email protected]
A ocorrência de população de plantas daninhas resistentes a herbicidas tem
aumentado nos últimos anos. Dentre as espécies encontra-se Cyperus difformis L, a qual
apresenta resistência aos herbicidas inibidores da enzima acetolactato sintase, aplicados
em lavouras de arroz irrigado no Estado de Santa Catarina (Noldin et al., 2002). O uso de
herbicidas com outros mecanismos de ação poderá apresentar controle eficiente do biótipo
resistente ou alterar suas características morfológicas reduzindo sua habilidade competitiva
com a cultura. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar alterações morfológicas de biótipos
de C. difformis, resistentes aos herbicidas inibidores da enzima ALS, decorrentes da
utilização de herbicidas alternativos, recomendados para o controle da espécie.
Para isso foi conduzido experimento em vasos, com capacidade de 550 gramas de
solo, na casa-de-vegetação pertencente ao Departamento de Fitossanidade da
FAEM/UFPel. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro
repetições. Foram utilizadas sementes oriundas de plantas identificadas como resistentes e
sensíveis, estas provenientes de local que nunca recebeu aplicação herbicida. Após a
emergência das plantas foi procedido desbaste, deixando-se duas plantas por vaso.
Os tratamentos constaram dos herbicidas pyrazosulfuron-ethyl (20 g ha-1); penoxsulam
(36 g ha-1); ethoxysulfuron (72 g ha-1); azimsulfuron (6 g ha-1); bispiribac-sodium (48 g ha-1);
carfentrazone-ethyl (40 g ha-1); bentazon (900 g ha-1); propanil (3600 g ha-1) e glyphosate (900 g
ha-1), aplicados em pós-emergência quando as plantas se encontravam com até cinco folhas;
e, uma testemunha. A aplicação dos tratamentos foi realizada com pulverizador costal,
pressurizado a CO2, calibrado para proporcionar a aplicação de 150 L ha-1 de calda
herbicida. As variáveis avaliadas foram massa seca da parte aérea, área foliar e estatura
de planta, determinadas aos 28 dias após a aplicação dos tratamentos, para a determinação
da massa seca da parte aérea. O material vegetal foi submetido à secagem em estufa a
temperatura de 60 °C, até atingir peso constante.
Os dados obtidos foram analisados quanto a sua homocedasticidade, sendo os
valores das variáveis massa seca da parte aérea e estatura de planta, transformados por
√x, e posteriormente submetidos à análise de variância (p≤0,05). A comparação entre
biótipos foi realizada pelo teste t e os tratamentos herbicidas foram analisados pelo teste de
Tukey (p≤0,05).
As variáveis massa seca da parte aérea, área foliar e estatura de planta
apresentaram efeito da interação dos fatores testados (Tabela 1). Para a variável massa
seca da parte aérea os herbicidas penoxsulam, ethoxysulfuron, azimsulfuron e bentazon
apresentaram diferença entre os biótipos resistente e suscetível. Na comparação entre
diferentes tratamentos herbicidas para o biótipo resistente, todos os herbicidas inibidores da
enzima ALS, a exceção de bispyribac-sodium, não reduziram a massa seca da parte aérea das
plantas de Cyperus em comparação com a testemunha. Entretanto, para o biótipo suscetível,
dentre os herbicidas inibidores de ALS, somente o azimsulfuron apresentou menor massa seca
da parte aérea, comparativamente a testemunha (Tabela 1).
Resultado semelhante ao observado para a variável massa seca da parte aérea foi
obtido para a variável área foliar, onde se verificou diferença significativa entre os biótipos
resistentes e suscetíveis para todos os herbicidas inibidores da ALS, à exceção de
pyrazosulfuron-ethyl e bispyribac-sodium (Tabela 1). Na comparação entre tratamentos para o
biótipo resistente, os herbicidas inibidores da enzima ALS, à exceção de bispyribac-sodium,
apresentaram maior produção foliar, não diferindo da testemunha. No entanto para o biótipo
suscetível, o único tratamento que não diferiu da testemunha foi o pyrazosulfuron-ethyl.
Para a variável estatura de planta, os herbicidas pyrazosulfuron-ethyl, penoxsulam,
bispyribac-sodium e glyphosate não diferiram entre biótipos. Na comparação entre tratamentos
herbicidas, para o biótipo resistente, a paralisação do crescimento foi mais acentuada nos
tratamentos com herbicidas não pertencentes aos inibidores da enzima ALS, semelhantemente
as demais variáveis analisadas (Tabela 1).
No manejo de Bidens subalternans, o biótipo suscetível apresentou controle apenas
para alguns herbicidas inibidores de ALS testados (Gazziero et al., 2003), discordando com
os dados observados neste experimento.
De maneira geral, os herbicidas com mecanismo de ação diferenciado, apresentam
controle eficiente do biótipo resistente. Os herbicidas inibidores da enzima ALS proporcionam
baixo controle de biótipos resistentes de C. difformis, expressos na redução da massa seca
da parte aérea, área foliar e paralisação no crescimento de planta, comparados aos demais
herbicidas testados. Com isso, os herbicidas, carfentrazone-ethyl, bentazon, propanil e
glyphosate podem ser considerados alternativas de manejo de C. difformis, em áreas com
problema de resistência aos herbicidas inibidores de ALS.
Tabela 1. Massa seca da parte aérea, área foliar e estatura de planta de biótipos resistente
e suscetível de C. difformis em função de diferentes tratamentos herbicidas.
CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2006/07
Biótipos
Resistent Suscetív Resistent Suscetív Resistent Suscetív
Dose
e
el
e
el
e
el
Herbicidas
(g
Estatura de planta
Massa seca da parte
-1
ha )
(cm)
aérea (g)
Área foliar (cm2)
Testemunha
0,40n a 0,2 a
27,8n a
31, a
21,9n a
26, a
s 1
s
s
7
6
4
Pyrazosulfur
20
0,42n a 0,2 a
28,9n a
26, ab
24,0n a
24, ab
s
s
s
on-ethyl
6
9
4
Penoxsulam
36
0,24* a 0,1 ab
30,4* a
20, bc
22,7n a
16, abc
s
b
1
3
6
Ethoxysulfuro
72
0,26* a 0,0 ab
27,7* a
5,3 e
25,3* a
0,0 d
n
b
5
25,6* a
6,2 de
22,6* a
0,0 d
Azimsulfuron
6
0,23* a 0,0 b
b
2
n
n
ns
17,0 b
12, c
8,8
a
9,0 bc
Bispyribac48
0,12 b 0,1 ab
s
s
c
0
6
sodium
Carfentrazon
40
0,00n c 0,0 b
2,0ns c
3,0 e
0,0* b
10, cd
s
e-ethyl
5
0
*
*
*
Bentazon
900
0,00 c 0,1 ab
5,7 b
13, cd
0,0 b
14, abc
0
c
9
2
Propanil
3600 0,02n c 0,0 b
4,4ns c
4,8 e
0,0* b
5,9 cd
s
3
Glyphosate
900
0,01n c 0,0 b
5,1ns b
5,0 e
0,0 ns b
0,0 d
s
1
c
C.V. (%)
24,4
51,2
26,4
ns
e * Não significativo e significativo pelo teste t (p≤0,05), comparados nas linhas, para
cada variável; 1 Médias com letras minúsculas idênticas, comparadas nas colunas, não
diferiram entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
GAZZIERO, D.L.P.; PRETE, C.E.C.; SUMIYA, M. Manejo de Bidens subalternans
resistente aos herbicidas inibidores da acetolactato sintase. Planta Daninha, Viçosa, v.21,
n.2, p.283-291, 2003.
NOLDIN, J.A.; EBERHARDT, D.S.; RAMPELOTTI, F.T. Cyperus difformis L. resistente a
herbicidas inibidores da ALS em Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA
CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Anais... Londrina: SBCPD,
p.198, 2002.
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM ARROZ IRRIGADO
COM USO DE GAMIT COM PERMIT
Eduardo Amilibia(1), Carlos Henrique Paim Mariot(1), Valmir Gaedke Menezes(1), Héctor
Vicente Ramirez(1), Luiz Felipe Thomaz(2). 1IRGA – Estação Experimental do Arroz, Caixa
Postal 29, CEP 94930-030, Cachoeirinha-RS; E-mail: [email protected]; 2FMC
Química do Brasil Ltda.
No Rio Grande do Sul, em quase toda área cultivada com arroz irrigado (Oryza
sativa L.) são utilizados herbicidas para controle de diversas espécies de plantas daninhas
em função da alta infestação. Para se atingir altos rendimentos é imprescindível que as
plantas de arroz se desenvolvam em ambiente livre de espécies infestantes. Com
freqüência surgem novas tecnologias para o controle de invasoras. Recentemente sugerese o uso do herbicida Clomazone (Gamit) em pré-emergência e com doses mais elevadas
combinado com a utilização de protetores de sementes.
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o controle de ervas, efeito da ação nas
plantas de arroz e competição de plantas daninhas com aspersão de Gamit em préemergência na cultura do arroz irrigado.
Um experimento foi conduzido a campo na estação de crescimento de 2005/06, na
Estação Experimental do Arroz (EEA) do IRGA, em Cachoeirinha-RS, localizada
aproximadamente a 30º latitude sul e 51º de longitude oeste. As principais características
físico-químicas da área, conforme a análise de solo são: 14 % de argila; 1,8 % de matéria
orgânica; 26,6 mg/dm3 de Fósforo; 33 mg/dm3 de Potássio; 1,7 cmolc/dm3 de Cálcio; 0,3
cmolc/dm3 de Magnésio.
O experimento foi implantado no sistema de cultivo mínimo e o manejo da cultura
foi realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para a cultura do arroz
irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2003). A semeadura foi realizada em 11/11/05 e
a emergência das plântulas ocorreu em 21/11/05. A cultivar reagente foi a IRGA 422CL na
densidade de 100 kg/ha de sementes. A adubação de base foi realizada em linhas na
ocasião da semeadura, na dose de 400 kg/ha da fórmula NPK 8-20-26. Na adubação de
cobertura foram aplicados 80 kg/ha de Nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas
de arroz estavam nos estádios V3 - V4 (COUNCE et al., 2000) e 40 kg/ha de N no estádio
V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula.
Os tratamentos constituíram-se das doses de 0,8; 1,0; 1,2 e 1,5 L/ha de Gamit
(Clomazone - EC 500); 0,15 L/ha de Nominee (Bispyribac-sodium – SC 400) e de uma
testemunha sem aplicação de herbicida. Gamit foi aspergido em pré-emergência e
Nominee aspergido em pós-emergência, quando as plantas de arroz estavam com três a
quatro folhas e as de capim arroz, (Echinochloa crus-galli - ECHCG), com uma folha a um
perfilho. A aspersão dos herbicidas foi realizada utilizando-se pulverizador portátil de
precisão pressurizado a CO2, com barra de dois metros munida de quatro bicos de jato em
leque, série DG Teejet 110.015, à pressão constante de 2,039 kg/cm2, resultando num
volume de calda aplicado equivalente a 150 L/ha. Nas parcelas com Gamit foram usadas
sementes tratadas com o protetor Permit (Dietholate – PM 500) na dose de 1 kg/100 kg de
sementes. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. O
início da irrigação ocorreu no mesmo dia da aspersão do herbicida em pós-emergência.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro
repetições. As unidades experimentais mediram 9,35 m2 de área (1,7 m x 5,5 m),
constituídas de 10 linhas de arroz separadas em 17 cm entre si, sendo a área útil para a
colheita de 5,44 m2 (4m x 1,36 m). Os parâmetros avaliados foram fitotoxicidade inicial no
arroz, controle de capim arroz aos 15 dias após aspersão do herbicida em pós-emergência
(DAA) e na pré-colheita, estatura de plantas, número de panículas/m2 e rendimento de
grãos de arroz. As avaliações de controle e fitotoxicidade foram de forma visual, utilizandose a escala percentual, onde cem significa o controle total das plantas daninhas ou morte
das plantas de arroz e zero ausência de controle ou de fitotoxicidade, respectivamente. A
análise estatística dos parâmetros foi através do F-teste e a comparação entre médias dos
tratamentos pelo do teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade.
A fitotoxicidade no arroz na fase inicial para os tratamentos com Gamit foi reduzida,
variando de 1 a 4% em média com o incremento da dose, comprovando a eficácia do
protetor. Enquanto para Nominee a fito foi ao redor de 9%. As baixas fitotoxicidades
observadas nos tratamentos com clomazone não interferiram no estande e na estatura de
plantas bem como no rendimento de grãos. O controle de capim arroz foi satisfatório para
todos os tratamentos herbicidas, não havendo diferença significativa entre os mesmos,
cujos níveis de controle variaram de 97 a 100% (Tabela 1). O rendimento de grãos foi
superior nas parcelas tratadas com herbicidas em relação à testemunha sem controle e foi
similar para todas as parcelas com uso de herbicidas.
Tabela 1.Fitotoxicidade inicial, controle de capim arroz (ECHCG), estatura de plantas,
número de panículas/m² e rendimento de grãos de arroz irrigado, em função da
aplicação do herbicida clomazone com uso do protetor de sementes Permit,
EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2005/06.
Tratamento
Fitotoxicidade
Dose
(%)
(L p.c. /ha)
Controle de ECHCG
(%)
15 DAA2
Testemunha
Clomazone
Clomazone
Clomazone
Clomazone
Nominee
CV (%)
--0,8
1,0
1,2
1,5
0,15
-
0,0 d1
1,0 d
1,5 cd
3,0 bc
3,8 b
9,0 a
35,6
0b
100 a
96 a
97 a
100 a
100 a
3,4
Précolheita
0b
98 a
97 a
98 a
100 a
100 a
26,5
Estatura
(cm)
73 c
75 bc
78 ab
77 ab
80 a
78 ab
3,3
Nº de
panículas/m2
559 ns3
537
496
582
493
518
12,9
Rendimento
de grãos
(kg/ha)
4059 b
6738 a
6747 a
7350 a
6716 a
7088 a
13,4
1
Nas colunas, médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5 % de
2
3
probabilidade; DAA = dias após aspersão do herbicida em pós-emergência; ns = não significativo.
De acordo com os resultados, conclui-se a eficácia de permit como protetor de
sementes para redução da fitocixidade de Gamit e que a menor dose testada deste
herbicida é suficiente para o controle de capim arroz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptive system
for expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, 2000, p.436-443.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado:
recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Itajaí, SC: SOSBAI, 2003. 126p.
CONTROLE QUÍMICO DA GRAMA-BOIADEIRA NA CULTURA DO ARROZ
IRRIGADO
Eduardo Pinto Amilibia, Valmir Gaedke Menezes, Carlos Henrique Paim Mariot, Ricardo
Luiz da Silva Herzog. IRGA – Estação Experimental do Arroz, Caixa Postal 29, CEP 94930030, Cachoeirinha-RS; E-mail: [email protected]
Atualmente no Estado do Rio Grande do Sul, o sistema de semeadura direta ocupa
uma área próxima a 70% da lavoura, incluindo os sistemas de cultivo mínimo e plantio
direto (IRGA, 2007). Com o crescimento da área cultivada com estes sistemas nos últimos
anos, principalmente o cultivo mínimo, tem proporcionado o aumento da população de
gramíneas estoloníferas como as espécies de grama-boiadeira (Luziola peruviana e
Leersia hexandra), grama-de-ponta (Paspalum disthicum) as principais delas, dentre outras
(MENEZES et al., 2006). As mesmas são bastante persistentes, altamente competitivas e
de difícil controle, tornando-se um problema na cultura do arroz irrigado. Os fatores que
mais estão contribuindo para o incremento dessas espécies daninhas são: uso mais
freqüente de herbicida dessecante em detrimento do preparo mecânico; a eficiência dos
dessecantes no controle de espécies anuais, o que abre espaço para incremento das
espécies perenes, as quais são menos suscetíveis à ação do dessecante; o preparo do
solo com muita umidade, o que favorece o desenvolvimento de novos estolões e a pouca
eficiência dos herbicidas utilizados na lavoura de arroz no controle da maioria das gramas
estoloníferas. Frequentemente, as casas comerciais sugerem misturas de herbicidas com
dessecantes antes da emergência das plantas de arroz, como uma forma do manejo
eficiente de gramas estoloníferas de difícil controle, como as gramas-boiadeira. Os
resultados são erráticos: às vezes obtém-se um controle satisfatório e em outras não.
Como os herbicidas utilizados em mistura com o dessecante não tem registro para o
controle dessas espécies e não há trabalhos científicos com metodologia adequada,
identificando qual produto na mistura age sobre as gramas estoloníferas conduziu-se este
trabalho no sentido de identificar qual o produto é o responsável pelo controle de gramas
em algumas misturas de dessecantes com herbicidas mais utilizados na lavoura de arroz.
O experimento foi conduzido a campo na safra 2006/07, na Estação Experimental
do Arroz (EEA) do IRGA, em Cachoeirinha-RS, localizada aproximadamente a 30º latitude
sul e 51º de longitude oeste. As principais características físico-químicas do solo, conforme
a análise, são: 14 % de argila; 1,3 % de matéria orgânica; 28,7 mg/dm3 de fósforo; 39
mg/dm3 de potássio; 1,4 cmolc/dm3 de cálcio; 0,4 cmolc/dm3 de magnésio. Os tratamentos
constituíram-se dos seguintes produtos e doses: T1: 1500 g/ha de clomazone (Gamit - EC
500 g/L) e 2880 g/ha de glyphosate (Gliz SL 480 g/L), T2: 1500 g/ha de clomazone, T3:
2880 g/ha de glyphosate e 48 g/ha de penoxsulam (Ricer SC 240 g/L), T4: 2880 e 1920
g/ha de glyphosate e 48 g/ha de penoxsulam, T5: 2880 e 1920 g/ha de glyphosate e 1,0
L/ha de Only (Imazethapyr CS 75 g/L + Imazapic CS 25 g/L), T6: 2880 e 1920 g/ha de
glyphosate e 324 g/ha de cyhalofop-butyl (Clincher CE 180 g/L) e T7: 2880 g/ha de
glyphosate + gradagem e 324 g/ha de cyhalofop-butyl.
Clomazone foi aspergido em pré-emergência do arroz e o glyphosate foi aspergido
antes da semeadura do arroz e em “ponto de agulha” nos tratamentos T4, T5 e T6. Os
demais produtos foram aspergidos em pós-emergência. A aplicação dos herbicidas em
pós-emergência ocorreu quando as plantas de arroz se encontravam no estádio V3
(COUNCE et al., 2000). A aspersão dos herbicidas foi realizada utilizando-se pulverizador
portátil de precisão pressurizado a CO2, com barra de dois metros munida de quatro bicos
de jato em leque, série DG Teejet 110.015, à pressão constante de 2,039 kg/cm2,
resultando num volume de calda aplicado equivalente a 150 L/ha. Nas parcelas com
clomazone foram usadas sementes tratadas com o protetor Permit (Dietholate – PM 500)
na dose de 1 kg/100 kg de sementes. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso,
com quatro repetições. O início da irrigação ocorreu no mesmo dia da aspersão dos
herbicidas em pós-emergência. Na área experimental havia alta infestação das espécies de
grama-boiadeira, Luziola peruviana e Leersia hexandra, além da presença de capim arroz
(Echinochloa sp), capim capivara (Hymenachne amplexicaulis) e capim-do-banhado
(Panicum dichotomiflorum).
O experimento foi implantado no sistema de plantio direto e o manejo da cultura foi
realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para a cultura do arroz
irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2005). A semeadura foi realizada em 13/12/06 e
a emergência das plântulas ocorreu em 22/12/06. A cultivar reagente foi a IRGA 422CL na
densidade de 100 kg/ha de sementes. A adubação de base foi realizada em linhas na
ocasião da semeadura, na dose de 350 kg/ha da fórmula NPK 5-20-30. Na adubação de
cobertura foram aplicados 80 kg/ha de nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas
de arroz estavam nos estádios V3 - V4 (COUNCE et al., 2000) e 40 kg/ha de N no estádio
V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula. Os parâmetros avaliados foram
estande de plantas/m², controle de grama-boiadeira, estatura de planta, número de
panículas/m² e rendimento de grãos de arroz irrigado. As avaliações de controle foram de
forma visual, utilizando-se a escala percentual, onde cem significa o controle total das
plantas daninhas ou morte das plantas de arroz e zero ausência de controle. A análise
estatística dos parâmetros foi através do F-teste e a comparação entre médias dos
tratamentos pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade.
A eficiência de glyphosate em mistura com os demais herbicidas proporcionou o
controle efetivo de grama-boiadeira (Tabela 1). No entanto, somente glyphosate foi
suficiente para o manejo dessa espécie, tanto em uma aplicação única de 2880 g/ha como
em aplicação seqüencial de 2880 e 1920 g/ha, considerando que penoxsulam não tem a
mínima ação herbicida sobre gramas. Nas misturas de cyhalofop-butyl mais glyphosate e
Only com glyphosate, não foi possível identificar a contribuição desses princípios ativos,
pois os mesmos não foram aplicados isoladamente. Já o herbicida clomazone, quando
aspergido isoladamente, não controlou a grama, evidenciando que na mistura o ingrediente
ativo responsável pelo controle destas plantas foi o glyphosate. A população de plantas
(dados não mostrados) e a estatura das mesmas não variaram em função dos tratamentos
(Tabela 1). Porém, o rendimento de grãos e o número de panículas por m2 foram
superiores nas parcelas aspergidas com glyphosate (Tabela 1).
Considerando a importância do manejo de gramas estoloníferas na lavoura de
arroz irrigado do RS e os resultados obtidos nesse trabalho, sugere-se que são
necessários mais trabalhos de pesquisa e que o princípio ativo mais eficiente para o
controle químico de gramas é o glyphosate.
Tabela 1. Controle de grama-boiadeira, estatura de planta, número de panículas/m² e
rendimento de grãos de arroz irrigado em função da aplicação de herbicidas e uso de
gradagem, EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2005/06.
Tratamento
Gliz + Gamit
Gamit
Gliz + Ricer
Gliz + Ricer
Gliz + Only
Gliz + Clincher
Gliz + Gradagem+ Clincher
CV (%)
1
Dose
(L p.c. /ha)
Controle de
gramaboiadeira³
(%)
3,0 + 6,0
3,0
6,0 + 0,2
6,0 + 4,0 + 0,2
6,0 + 4,0 + 1,0
6,0 + 4,0 + 1,8
6,0 + 1,8
100 a¹
0c
98 b
100 a
99 ab
99 ab
100 a
-
1,2
Estatura
(cm)
88 ns²
88
90
89
86
89
87
2,7
Nº de
panículas
m2
Rendimento
de grãos
(kg/ha)
434 a
50 b
433 a
403 a
418 a
394 a
408 a
6605 a
300 b
6123 a
6640 a
5860 a
6342 a
6848 a
24,1
12,4
Nas colunas, médias seguidas letras distintas, diferem entre si pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade;
ns = não significativo; 3avaliação realizada na pré-colheita.
2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptive system
for expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000.
IRGA.
Censo
da
lavoura
orizícola
2005.
Disponível
em:
<http://www.irga.rs.gov.br/Apresentacao_Censo_2005.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2007.
MENEZES, V.G.; LIMA, A.L.; MARIOT, C.H.P.; RAMÍREZ, H.B. Manejo de plantas
daninhas na cultura do arroz irrigado no RS no período da entressafra. Lavoura Arrozeira,
Porto Alegre, v.54, n.439, p.23-25, 2006.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado:
recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI,
2005. 159p.
CONTROLE DE ARROZ VERMELHO EM ARROZ TOLERANTE A
IMIDAZOLINONAS E O RESIDUAL EM GENÓTIPO DE ARROZ NÃO
TOLERANTE
Paulo Fabrício Sachet Massoni(1), Enio Marchesan(1), Silvio Carlos Cazarotto Villa(1), Mara
Grohs(1), Jefferson Tolfo da Fontoura(1), Sérgio Luiz de Oliveira Machado(2), Luis Antonio de
Avila(1). 1Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
CEP 97105-900, Santa Maria, RS; 2Departamento de Defesa Fitossanitária, UFSM, 97.105900, Santa Maria, RS. E-mail: [email protected]
O arroz vermelho é considerado a principal planta daninha e a mais limitante do
potencial produtivo do arroz irrigado. Com o desenvolvimento de plantas de arroz tolerantes
a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas tornou-se possível o seu controle. De
acordo com pesquisas prévias, recomenda-se a utilização dessa tecnologia por dois anos
consecutivos, e após sugere-se fazer rotação de culturas ou pousio do solo, visto que o uso
continuo do herbicida recomendado pode provocar injúrias em culturas sucessoras não
tolerantes, devido a sua persistência no solo, bem como pode haver cruzamento entre o
arroz cultivado tolerante e o arroz vermelho.
Em decorrência do exposto, foi desenvolvido um experimento com o objetivo de
avaliar a eficiência do controle de arroz vermelho com a aplicação da mistura formulada
dos herbicidas imazethapyr e imazapic, em arroz tolerante a imidazolinonas, e a
conseqüente fitotoxicidade do residual dos herbicidas sobre genótipo de arroz não tolerante
utilizado em rotação.
O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Santa Maria, nos anos
agrícolas de 2004/05, 2005/06 e 2006/07, porém os resultados apresentados serão apenas
do terceiro ano. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso em esquema bifatorial
(4 x 2) com parcelas subdivididas. As parcelas principais constaram da rotação entre arroz
não tolerante (cultivar IRGA 417) denominado neste trabalho como “Sistema Convencional”
e arroz tolerante a imidazolinonas (cultivar IRGA 422 CL) denominado “Sistema Clearfield®”
(Tabela 1). Nas subparcelas foram alocados os tratamentos para o controle de arroz
vermelho: B1 - testemunha sem aplicação; B2 - 1,0 L ha-1 da mistura formulada dos
herbicidas imazethapyr e imazapic (75 e 25 g i.a L-1, respectivamente) em pós-emergência
(POS).
Para homogeneização do banco de sementes de arroz vermelho, no primeiro ano
distribuiu-se a lanço e incorporou-se um dia antes da semeadura do arroz, a quantidade de
200 kg ha-1 de sementes de arroz vermelho, obtendo-se uma população média de 260
plantas m-2. No primeiro ano a cultura foi implantada no sistema convencional de
semeadura, e nos anos seguintes no sistema de plantio direto.
Tabela 1: Fator A: rotação entre o arroz convencional e arroz Clearfield®.
FATOR A
A1
A2
A3
A4
2004/05
Convencional
®
Clearfield
®
Clearfield
®
Clearfield
2005/06
Clearfield
Convencional
Clearfield
Clearfield
2006/07
Convencional
Convencional
Convencional
Clearfield
A utilização de dois e três anos consecutivos do Sistema Clearfield® (A3 e A4)
apresentou níveis satisfatórios de redução de número de panículas de arroz vermelho, com
valores entre 98 e 99%, demonstrando ser esse um sistema eficiente no controle dessa
planta daninha. Além disso, os resultados demonstram que sob sistema de plantio direto,
onde não há o revolvimento do solo, o uso de dois anos do Sistema Clearfield® (A3)
mostrou-se capaz de reduzir quase na totalidade a emergência de arroz vermelho. Porém,
a utilização desse sistema intercalado com o Sistema Convencional (A1) proporcionou
apenas 61% de redução do número de panículas. No entanto, a utilização de dois anos
com o sistema convencional após sistema Clearfield (A2), a redução do número de
panículas foi de aproximadamente 20%. Foi observada fitotoxicidade aos 8 DAE (dias após
a emergência) nos quatro sistemas avaliados, mas essa foi maior nos sistemas A1 e A3,
nos quais foi semeada a cultivar suscetível uma safra após a utilização do Sistema
Clearfield®. Como ainda não havia sido realizada a aplicação dos herbicidas, a
fitotoxicidade está relacionada à atividade residual dos herbicidas, caracterizando o
comportamento ambiental das imidazolinonas através da sua longa persistência no solo.
Nos outros dois sistemas, A2 e A4, o efeito fitotóxico foi significativamente menor em
decorrência do fato de que, no sistema A4 foi utilizada cultivar tolerante e no sistema A2 já
havia transcorrido duas safras da aplicação dos herbicidas. Aos 14 dias após a aplicação
dos herbicidas (DAA), foi observada maior fitotoxicidade para os sistemas A1, A3 e A4, de
forma que no sistema A4 a elevada fitotoxicidade se deve ao fato que esse sistema ter
sofrido aplicação em POS. Tanto aos 8 DAE quanto aos 14 DAA, foi observada diferença
na fitotoxicidade entre a testemunha e o tratamento que sofreu aplicação do herbicida,
independentemente do sistema utilizado.
A fitotoxicidade e a população de arroz vermelho refletiram na produtividade de
grãos do arroz, sendo que os sistemas com maior fitotoxicidade inicial (A1 e A3) e aqueles
com maior número de panículas de arroz vermelho (A1 e A2) apresentaram valores
menores. O resultado obtido vai de acordo com AGOSTINETTO (2004), que afirma ser o
arroz vermelho muito competitivo mesmo em baixas populações e que medidas de controle
que eliminem até 99% da infestação podem não ser suficientes para evitar perdas de
rendimento que superem o custo do controle. Em relação ao tratamento com herbicida os
sistemas diferiram estatisticamente em produtividade, com a testemunha. Apenas no
sistema A2, o qual utilizou o sistema convencional por dois anos após o uso do sistema
clearfield® não demonstrou diferença. Esse resultado é reflexo, do baixo nível de redução
de número de panículas de arroz vermelho que este sistema apresentou. Porém, com a
aplicação de 1,0 L ha-1 em POS (B2) no sistema com três anos consecutivos (A4) a
produtividade foi substancialmente maior em comparação aos demais sistemas. Esse
resultado é conseqüência da combinação da cultivar utilizada ser tolerante ao herbicida,
obtendo assim, alto controle de arroz vermelho e baixa fitotoxicidade inicial, o que
favoreceu a maior produção. Embora os sistemas A3 e A4 apresentarem o mesmo índice
de redução de arroz vermelho, no tratamento B2, diferiram entre si em produtividade,
sendo conseqüência do efeito da fitotoxicidade inicial do herbicida sobre o genótipo não
tolerante, prejudicando assim, o estabelecimento inicial da cultura com reflexo na
produtividade.
Baseado nos resultados, conclui-se que o herbicida utilizado permanece no solo
por longo período de tempo e causa danos em genótipo de arroz não tolerante 358 dias
após a aplicação. Em relação a redução da incidência de arroz vermelho, a utilização do
Sistema Clearfield® por dois anos sucessivos reduz em 98% a incidência de arroz vermelho
no terceiro ano de cultivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOSTINETTO, D., FLECK, N.G., RIZZARDI, M.A. E BALBINOT JR., A.A. Perdas de
rendimento de grãos na cultura de arroz irrigado em função da população de plantas e da
época relativa de emergência de arroz vermelho ou de seu genótipo simulador de
infestação de arroz vermelho. Planta Daninha, v.22, n.2, p.175-183, 2004.
COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A.J. A uniform, objective, and adaptive
system for expressing rice development. Crop Science, Madison, vol.40, p.436-443, 2000.
Tabela 1. Produtividade de grãos (kg ha-1), porcentagem panículas de arroz vermelho por metro quadrado em relacão a testemunha,
fitotoxicidade aos 8 dias após a emergência (DAE) e aos 14 dias após a aplicação dos tratamentos (DAA) em arroz irrigado em
resposta a diferentes sistemas de rotação e da aplicação dos herbicidas imazethapyr + imazapic, após três anos de utilização.
Santa Maria, RS, 2007.
Sistemas7/
Produtividade de grãos
-1
Kg ha
Panículas de arroz vermelho por
3/4/
metro quadrado (%)
Fitotoxicidade aos 8 DAE 3/5/
Fitotoxicidade aos 14 DAA3/5/6/
Tratamento para o controle de Arroz
vermelho
Tratamento para o controle de
Arroz vermelho
Tratamento para o controle de
Arroz vermelho
Tratamento para o controle de
Arroz vermelho
1/
A1
A2
A3
A4
1/
Conv 1º ano
CL 2º ano
Conv 3º ano
CL 1º ano
Conv 2º ano
Conv 3º ano
CL 1º ano
CL 2º ano
Conv 3º ano
CL 1º, 2º, 3º
ano
2/
B1
B2
B1
B2
B1
B2
B1
B2
0 l/ha
0+1 l/ha
0 l/ha
0+1 l/ha
0 l/ha
0+1 l/ha
0 l/ha
0+1 l/ha
B 1684 a
A 5534 c
B 100 a
A 39 b
B0a
A 25 a
B0a
A 22 a
A 2224 a
A 1882 d
B 100 a
A 80 c
B0a
A7b
B0a
A 5b
B 1859 a
A 6582 b
B 100 a
A2a
B0a
A 39 a
B0a
A 35 a
B 1527a
A 8347 a
B 100 a
A1a
B0a
A8b
B 0a
A 31 a
CV A
18,3
23,5
35,2
39,2
CV B
12,8
12,4
20
26,7
Tratamento sem aplicação de herbicida para o controle de arroz vermelho; 2/ Tratamento com aplicação da formulação de imazethapyr + imazapic na dose de 1
L ha-1 aplicado em pós–emergência (POS); 3/ Para a análise, os dados foram transformados para
4/
yt = ar cos en ( y + 0,5) / 100 ;
Para avaliação, foram
contados o número de panículas de arroz vermelho por parcela e comparado com a testemunha sem controle, onde 0 corresponde a controle total das plantas e
100 corresponde a ausência de controle; 5/ Avaliada visualmente em percentagem, onde 0 corresponde a ausência de fitotoxicidade e 100 corresponde a morte
6
de plantas de arroz; / Aplicação em POS com as plantas no estagio V 4, segundo a escala de COUNCE et al. (2000); 7/ Sistemas de rotação os quais são
denominados de Convencional (C) e Clearfield (CL). *Para cada parâmetro analisado, médias seguidas de diferentes letras minúsculas na coluna e de letras
maiúsculas na linha diferem pelo teste de Tukey (P≤0,05).
BANCO DE SEMENTES DE ARROZ VERMELHO COM USO DO SISTEMA
®
CLEARFIELD
(1)
(1)
(1)
Mara Grohs , Enio Marchesan , Paulo Fabrício Sachet Massoni , Claudio
(1)
(1) 1
Glier , Luis Antonio de Avila , Departamento de Fitotecnia, Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM), 97.105-900, RS. E-mail: [email protected].
O arroz-vermelho é uma planta daninha de difícil controle, possuindo degrane
natural e elevado grau de dormência de suas sementes.Visando seu controle seletivo foi
desenvolvido o Sistema Clearfield®, que preconiza a utilização de sementes tolerantes com
herbicidas do grupo químico das imidazolinonas e a aplicação de herbicidas para o seu
controle. É recomendada a utilização desse sistema por até dois anos, porém, esse
período pode não ser suficiente para o controle total do banco de sementes, o qual pode
rapidamente reinfestar a área, sendo necessário estudos para identificar a melhor rotação
de sistemas para a redução do banco de sementes de arroz vermelho. Em vista disso, foi
conduzido um estudo com o objetivo de quantificar o banco de sementes de arroz-vermelho
após a utilização do Sistema Clearfield® em rotação com Sistema Convencional. O ensaio
foi conduzido no campo experimental do Departamento de Fitotecnia da Universidade
Federal de Santa Maria, em solo classificado como Planossolo Hidromórfico eutrófico
arênico, nos anos agrícolas de 2004/05, 2005/06 e 2006/07. O experimento foi conduzido
no delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas constaram da
rotação do Sistema Convencional (sem aplicação de herbicidas para controle de arrozvermelho) e do Sistema Clearfield® (com aplicação de herbicida para controle de arrozvermelho) conforme a Tabela 1. Para a homogeneização do banco de sementes de arrozvermelho, no primeiro ano, distribuiu a lanço e incorporou-se um dia antes da semeadura
do arroz cultivado, a quantidade de 200 kg ha-1 de sementes de arroz-vermelho, obtendose uma população média inicial de 403 sementes m-2 em cada parcela. Utilizou-se a cultivar
IRGA 422 CL (tolerante ao herbicida) no Sistema Clearfield®, e a cultivar IRGA 417 no
Sistema Convencional. Na entressafra de cada ano agrícola (2004/05, 2005/06 e 2006/07)
foi realizada a coleta das amostras de solo, sendo coletada 5 amostras por parcela, com a
utilização de um trado calador com diâmetro de 10 cm, coletando-se na profundidade de 01 cm. Posteriormente foi realizada a lavagem do solo e determinado o número total de
sementes presente em cada amostra.
Tabela 1- Seqüência de rotação entre Sistema Convencional e Sistema Clearfield®.
Sistema
A1
A2
A3
A4
2004/05
Convencional
Clearfield®
Clearfield®
Clearfield®
2005/06
Clearfield®
Convencional
Clearfield®
Clearfield®
2006/07
Convencional
Convencional
Convencional
Clearfield®
O banco de sementes de arroz-vermelho variou em função dos sistemas estudados
(Figura 1). Nos 4 sistemas propostos, o banco de sementes aumentou consideravelmente
depois do uso do sistema convencional, independentemente se era antecedido por um ou
dois anos com a tecnologia Clearfield®. O banco de sementes diminuiu drasticamente,
sempre que foi precedido pelo sistema Clearfield®. Esses resultados possivelmente foram
conseqüência da falta de medidas de controle quando utilizado o Sistema Convencional. O
degrane precoce das sementes inviabilizam a sua colheita, sendo que esse degrane
contribui em torno de 70 a 80% para o aumento do banco de sementes em sistema de
plantio direto e convencional (Avila, 1999). Em contrapartida, o manejo adequado do
Sistema Clearfield® pode reduzir em até 98-100% a população de arroz-vermelho que
emerge na área (Santos, 2006; Villa et al., 2006) (Figura1).
A utilização do Sistema Clearfield®, demonstra-se eficaz quando adequadamente
manejado. Mesmo assim, ao retornar ao Sistema Convencional, houve uma reinfestação
da área e um conseqüente aumento no banco de sementes na safra subseqüente,
alcançando ou superando os níveis inicias de banco de semente, independentemente se
precedido por um ou dois anos de uso da tecnologia.
Com a utilização de três safras consecutivas do Sistema Clearfield®, houve
diminuição do banco de sementes. Mesmo assim, as safras subseqüentes poderão ser
comprometidas caso não seja adequadamente manejado.
Com base nos resultados de três safras, conclui-se que o Sistema Clearfield®
apresenta-se como uma ferramenta eficiente na diminuição do banco de sementes de
arroz-vermelho comparativamente ao Sistema Convencional. Porém em níveis não
suficientes para eliminar completamente as sementes do solo, podendo haver reinfestação
da lavoura mesmo após dois anos de uso do Sistema. Em vista disso, práticas de manejo
integrado dessa planta daninha devem ser empregados, como rotação de cultura, o
rouguing, o pousio do solo, entre outras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Avila L. A. de, Evolução do banco de sementes e controle do arroz vermelho (Oryza sativa
L.) em diferentes sistemas de manejo do solo de várzea. Santa Maria, RS, 1999. 86p.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Programa de Pós-graduação em Agronomia,
Universidade Federal de Santa Maria, 1999.
Santos F.M., dos. Alternativas de controle químico do arroz-vermelho e persistência dos
herbicidas (imazethapyr + imazapic) e clomazone na água e no solo Santa Maria, RS,
2006. 72p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Programa de Pós-graduação em
Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, 2006.
Villa, S. C. C. Arroz tolerante a imidazolinonas: controle do arroz-vermelho, fluxo gênico e
efeito residual do herbicida em culturas sucessoras não-tolerantes. Planta daninha, vol.
24, n.4, 2006.
Número de sementes de arroz vermelho por metro quadrado
A1
0b
A2
44
Sistemas
A3
-I
ni
ci
al
-C
le
20
ar
f
06
ie
ld
-C
le
20
ar
fie
07
ld
-C
le
ar
fie
ld
76 b
20
04
403 a
20
05
0
-I
ni
ci
al
-C
l
ea
20
rfi
06
el
d
-C
20
07
le
a
rfi
-C
el
on
d
ve
nc
io
na
l
403 ab
20
04
600
20
05
400
-I
ni
ci
al
20
C
06
le
ar
-C
fie
on
ld
20
ve
07
nc
-C
io
na
on
l
ve
nc
io
na
l
800
20
05
1400
20
04
-I
ni
-C
ci
on
al
ve
nc
20
io
06
na
-C
l
20
07
le
a
rfi
-C
el
on
d
ve
nc
io
na
l
20
05
20
04
1600
1369 a
1200
1057 a
1000
739 ab
605 a
535
403 ns
403 a
200
51
172 ab
0c
57 bc
A4
FIGURA 1. Evolução do banco de sementes de arroz vermelho em resposta ao Sistema Clearfield®. UFSM, Santa Maria, 2007.
COMPATIBILIDADE ENTRE BASAGRAN E OUTROS HERBICIDAS
UTILIZADOS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO.
Domingos Sávio Eberhardt(1), José Alberto Noldin(1). ¹Epagri, Caixa Postal 277, Itajaí, SC,
CEP 88.301-970, [email protected]
O cultivo intensivo de arroz irrigado, no sistema pré-germinado, em Santa
Catarina, ocorre em função da pouca disponibilidade de área e falta de alternativas de
maior rentabilidade ao agricultor. A rotação de cultura torna-se inviável devido as
características físicas das várzeas sistematizadas, que normalmente acumulam excesso de
água. A ausência de rotação de cultivo associado ao uso repetitivo de herbicidas de um
mesmo modo de ação proporciona condição ideal ao aparecimento de resistência de
plantas daninhas aos herbicidas. Em Santa Catarina, já são conhecidas quatro espécies de
plantas daninhas resistentes a herbicidas: Echinochloa crus-galli (capim-arroz) resistente à
quinclorac, Sagittaria montevidensis (sagitária), Cyperus difformis (tiririquinha) e Fimbristylis
miliacea (cuminho) resistentes aos inibidores da ALS (Noldin et al., 2005).
A maior eficiência e praticidade no controle de sagitária, tiririquinha e cuminho
sempre foram obtidos com o uso dos herbicidas inibidores da ALS, aplicados em
benzedura e em pulverização, levando ao uso intensivo destes produtos com o
conseqüente aparecimento de resistência. Atualmente o mercado disponibiliza poucas
alternativas para o controle dos ecótipos resistentes, sendo que, no caso da sagitária o uso
fica restrito ao herbicida bentazon.
Basagran é única marca comercial de bentazon registrado para o arroz irrigado no
Brasil, estimando-se que tenha sido utilizado em mais de 50% da área cultivada com arroz
irrigado em Santa Catarina na safra 2005/06. A absorção de Basagran ocorre através das
folhas, com translocação muito reduzida, inviabilizando sua aplicação em benzedura,
sendo utilizado apenas em pulverização. O bentazon não possui nenhuma ação sobre as
gramíneas, por isso torna-se necessário o uso complementar de outros herbicidas. Apesar
da legislação brasileira proibir o uso de mistura de herbicidas no tanque do pulverizador
(MAPA, 2002) esta prática é amplamente utilizada pelos agricultores no afã de reduzir os
custos de produção. Em lavouras onde Basagran foi misturado no tanque do pulverizador
com outros herbicidas, comumente observa-se escapes de plantas daninhas, notadamente
de capim-arroz, evidenciando a possibilidade de incompatibilidade entre os herbicidas.
O objetivo deste trabalho foi de avaliar a compatibilidade de Basagran com outros
herbicidas utilizados na cultura do arroz irrigado.
O experimento foi conduzido na Epagri, Estação Experimental de Itajaí, na safra
2005/06. Utilizou-se um modelo fatorial 7 x 3, sendo o primeiro fator constituído de
tratamentos herbicidas com ação graminicida e o segundo fator constituído dos tratamentos
(a) ausência de Basagran na calda herbicida, (b) presença de Basagran na calda herbicida
(mistura em tanque), e (c) aplicação seqüencial de Basagran uma hora após a aplicação
dos herbicidas com ação graminicida. Adicionalmente, utilizou-se Basagran aplicado
isoladamente e uma testemunha sem controle das plantas daninhas. Foram utilizadas
quatro repetições e as dimensões das parcelas eram de 2 x 5 metros (10 m2). Inicialmente
manteve-se uma bordadura de 2 metros de largura em cada lateral da parcela sem
aplicação de herbicidas, com o objetivo de comparar e melhor visualizar sintomas de
fitotoxicidade ao arroz e a eficiência de controle dos herbicidas nas avaliações iniciais.
Posteriormente eliminou-se toda a vegetação da bordadura para evitar a competição das
plantas daninhas nas parcelas.
Os herbicidas avaliados e suas respectivas doses e adjuvantes foram: Facet PM
(750 g/ha, Assist), Nominee (125 mL/ha, Iharol), Clincher (1,5 L/ha, Iharol), Starice (1 L/ha),
Aura (0,5 L/ha, Dash), Grassaid (6 L/ha), Only (1 L/ha, Dash) e Basagran (1,6 L/ha, Assist).
Os herbicidas foram aspergidos utilizando-se um pulverizador costal, com pressão
constante, equipado com bicos leque 11002, utilizando-se volume de calda equivalente a
200 L/ha. A aplicação foi efetuada 20 dias após a semeadura do arroz, quando as plantas
de arroz e de capim-arroz estavam com três folhas a um perfilho. O solo no momento da
aplicação encontrava-se saturado, sendo inundado dois dias após.
Utilizou-se a cv. SCS BRS TioTaka, na densidade de 120 kg/ha, semeada no dia
02/12/05. As avaliações de fitotoxicidade ao arroz e controle de plantas daninhas foram
visuais, atribuindo-se notas em escala percentual de 0 (zero) a 100, onde zero corresponde
a nenhuma fitotoxicidade ou controle da planta daninha e 100 a morte de todas as plantas
em avaliação. A produtividade do arroz foi avaliada, colhendo-se uma área de 1,5 x 4 m (6
m2) no centro da parcela.
Não se observou alterações significativas na fitotoxicidade dos herbicidas em
função da adição de Basagran na calda de pulverização ou da sua aplicação seqüencial.
Os herbicidas causaram fitotoxicidade variável ao arroz, sendo que para Clincher, Facet e
Nominee não observou-se injúrias significativas (Tabela 1). O herbicida Only causou a
morte de 87% das plantas da cv. SCS BRS TioTaka, devido a esta cultivar não ser
resistente aos herbicidas do grupo das imidazolinonas.
O uso de Basagran, em mistura no tanque ou em aplicação seqüencial, aumentou
significativamente a produtividade do arroz nos tratamentos com os herbicidas Aura, Only e
Starice (Tabela 1), devido a ação complementar de Basagran no controle das plantas
daninhas que não são controladas por estes herbicidas. Nos tratamentos com os herbicidas
Clincher, Facet, Grassaid e Nominee não ocorreu aumento significativo na produtividade
em função do uso de Basagran.
Tabela 1. Fitotoxicidade de herbicidas as plantas de arroz e produtividade do arroz em
função de tratamentos herbicidas na ausência, em mistura em tanque e em aplicação
seqüencial de Basagran. Epagri, Itajaí, 2007.
Herbicidas Fitotoxicidade
Produtividade (kg/ha)
(%)1
com Basagran
ausente
em mistura
seqüencial
Aura
11 c
B 4357 b2
A 7902 a
A 7605 a
Clincher
0d
A 7482 a
A 8087 a
A 8241 a
Facet
0d
A 7150 a
A 7022 a
A 7053 ab
Grassaid
10 c
A 7237 a
A 7752 a
A 7632 a
Nominee
3d
A 8059 a
A 7918 a
A 7785 a
Only
87 a
B 2322 c
A 5659 b
A 5033 c
Starice
41 b
B 4835 b
A 6823 ab
A 6278 b
1
Zero (0) corresponde a nenhuma fitotoxicidade e 100 a morte de todas as plantas; 2Letras
iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de
Duncan a 5% de probabilidade.
Os herbicidas Aura, Clincher e Starice em mistura no tanque com Basagran tiveram
sua eficiência reduzida no controle de capim-arroz (Tabela 2). Quando em aplicação
seqüencial de Basagran, a eficiência destes herbicidas não foi alterada. Os herbicidas
Facet, Grassaid, Nominee e Only não tiveram alterações significativas no controle do
capim-arroz em função do uso de Basagran.
Os herbicidas Aura, Clincher, Facet, Grassaid, Nominee, Only e Starice em mistura
em tanque com Basagran não alteraram a eficiência deste herbicida no controle das
plantas de sagitária, aguapé (Heteranthera reniformis), cruz-de-malta (Ludwia spp) e de
cuminho (Tabela 3), obtendo-se níveis de controle similares aqueles obtidos quando
Basagran foi utilizado isoladamente.
Tabela 2. Eficiência de herbicidas no controle de capim-arroz (%)1 na ausência, na mistura
em tanque e na aplicação seqüencial de Basagran. Epagri, Itajaí, 2007.
Herbicidas
Basagran
Ausente
em mistura com
seqüencial
Aura
A 100 a3
B 74 b
A 99 a
Clincher
A 100 a
B 79 b
A 98 a
A 74 c
A 74 b
A 70 b
Facet2
Grassaid
A 68 c
A 74 b
A 71 b
Nominee
A 100 a
A 92 a
A 97 a
Only
A 100 a
A 93 a
A 97 a
Starice
A 84 b
B 69 b
A 78 b
1
Zero (0) corresponde a nenhum controle e 100 a morte de todas as plantas; 2População
de capim-arroz parcialmente resistente a quinclorac; 3Letras iguais, maiúsculas nas linhas e
minúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.
Tabela 3. Eficiência de herbicidas(%)1, utilizados isoladamente ou em mistura em tanque
com Basagran, no controle de plantas daninhas de arroz irrigado. Epagri, Itajaí, 2007.
Aguapé
Cruz-de-malta
Cuminho
Sagitária2
Herbicida
Basagran
Basagran
Basagran
Basagran
Sem
Com
Sem
Com
Sem
Com
Sem
Com
B 0 d A 100 a3
B0d
A 100 a
B 0 c A 100 a
B 0 c A 100 a
Aura
B0d
A 100 a
B0d
A 100 a
B 0 c A 100 a
B 0 c A 100 a
Clincher
B0d
A 98 a
B 50 c
A 100 a
B 63 b A 100 a
B 0 c A 100 a
Facet
B 65 b
A 99 a
B 95 b
A 100 a A 100 a A 100 a
B 93 b A 100 a
Grassaid
A 89 a
A 100 a A 100 a
A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a
Nominee
B 38 c
A 100 a A 100 a
A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a
Only
B0d
A 100 a
B0d
A 99 a
B 0 c A 100 a
B0c
A 95 b
Starice
100
100
100
100
Basagran
0
0
0
0
Testemunha
1
Zero (0) corresponde a nenhum controle e 100 a morte de todas as plantas; 2População
parcialmente resistente aos herbicidas inibidores da ALS; 3Letras iguais, maiúsculas nas
linhas e minúsculas nas colunas, para a mesma planta daninha, não diferem entre si pelo
teste de Duncan a 5% de probabilidade.
Conclui-se que o herbicida Basagran reduz significativamente a eficiência dos
herbicidas Aura, Clincher e Starice no controle de capim-arroz. A eficiência de Basagran no
controle de sagitária, aguapé, cruz-de-malta e cuminho não é alterada em função da
mistura em tanque com os herbicidas Aura, Clincher, Facet, Grassaid, Nominee, Only e
Starice.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n0 46, de 26 de
julho
de
2002.
Disponível
em
http://extranet.agricultura.gov.br/sislegisconsulta/consultarLegislacao.do. Acesso em 04 junho de 2007.
NOLDIN, J. A. ; EBERHARDT, D S ; ZUNINO, J ; RAMPELOTTI, F. T ; VIEIRA, J.
Monitoramento e manejo da resistência de plantas daninhas a herbicidas em áreas de
arroz irrigado no Estado de Santa Catarina, Brasil. In: XVII CONGRESO DE LA
ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA DE MALEZAS/I CONGRESO IBERO AMERICANO
DE LA CIENCIA DE MALEZAS, 2005, Varadero. Anais eletrônicos, 2005.
CONTROLE DE ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) PELA APLICAÇÃO DE
IMAZETHAPYR E/OU ETHOXYSULFURON
Luís E. Panozzo(1), Dirceu Agostinetto(1), Camila P. Tarouco(1), Claudia de Oliveira(1) , José M.
Betemps Vaz Silva(1), Catarine Markus(1), Ezequiel de Oliveira(1). 1 Centro de Estudos em
Herbologia (CEHERB), DFs-FAEM-UFPel, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas-RS, email: [email protected]
A produção média anual de arroz no Brasil, na última década, foi de 11,1 milhões de
toneladas e a produtividade média de 3,2 t ha-1 (CONAB, 2007). O Estado do Rio Grande do Sul
(RS) contribuiu, no mencionado período, com aproximadamente 28% da área cultivada. A
produtividade média de grãos, obtida na última década no RS, foi de 5,0 t ha-1, quase o dobro da
média nacional (CONAB, 2007).
Diversos são os impedimentos ao potencial de produtividade da lavoura orizícola,
destacando-se a ocorrência de elevado nível de infestação de plantas daninhas. Dentre estas,
destacam-se as espécies do gênero Aeschynomene (angiquinho) os quais podem comprometer
a produtividade do arroz caso não sejam controladas adequadamente. A competição de 2 e 18
plantas por m-2 de angiquinho reduziu em 13,5 e 34,7%, respectivamente, a produção de arroz
(Menezes et al., 2001). Além disso, sua presença pode dificultar a colheita e depreciar o valor
comercial do grão na industrialização.
O cultivo de genótipos de arroz tolerantes a herbicidas do grupo das imidazolinonas tem
permitido a obtenção de controle eficiente de arroz-vermelho. Porém, tem-se observado
dificuldade para controle de biótipos de angiquinho. Assim, o objetivo da pesquisa foi avaliar a
eficiência de controle de angiquinho pelos herbicidas imazethapyr e/ou ethoxysulfuron.
O experimento foi instalado em casa-de-vegetação na Universidade Federal de Pelotas,
Capão do Leão/RS, no ano 2007. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso,
com quatro repetições. Cada unidade experimental foi composta por balde com capacidade de 9
litros, onde foram estabelecidas 10 plantas de angiquinho. Os tratamentos utilizados encontramse descritos na Tabela 1.
Tabela 1. Herbicidas avaliados para controle de angiquinho em casa-de-vegetação.
FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2007
Tratamentos
Dose (g ha-1)
Adjuvante (v/v)
Testemunha
Imazethapyr
75
Ethoxysulfuron
125
Hoefix
0,5%
Imazethapyr+Ethoxysulfuron
75 + 125
Hoefix
0,5%
Imazethapyr+Ethoxysulfuron
75 + 100
Hoefix 0,5%
Imazethapyr+Ethoxysulfuron
75 + 75
Hoefix 0,5%
Para a aspersão dos tratamentos herbicidas utilizou-se pulverizador costal pressurizado
a CO2, equipado com 4 bicos 110.02 e calibrado a pressão de 20 lb pol-2 o que proporcionou a
aplicação de um volume de calda de 150 l ha-1. No momento da aplicação as plantas de
angiquinho encontravam-se em estádio de 2-4 folhas, a temperatura do ar era de 30,1 °C e a
umidade relativa do ar de 60%. A irrigação por inundação foi realizada um dia após a aplicação
dos tratamentos (DAT).
O efeito dos herbicidas sobre as plantas daninhas foi determinado pelo método
qualitativo caracterizado por avaliações visuais baseadas em escala percentual, utilizando-se
como padrão a testemunha sem aplicação de herbicidas, que correspondeu a nenhum controle
(zero %). As avaliações de controle foram realizadas aos 7, 14, 21 e 28 DAT. A coleta das
plantas de angiquinho para a determinação da massa da matéria seca foi realizada aos 28 DAT,
sendo coletadas 8 plantas por unidade experimental e posteriormente levadas a estufa com
circulação forçada de ar a 60 °C por cinco dias até massa constante.
A eficiência de controle e produção da massa da matéria seca do angiquinho foram
submetidos à análise da variância e em sendo significativa a comparação das médias foi
efetuada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
A aplicação de ethoxysulfuron isolado ou em mistura com imazethapyr apresentou
eficiente controle de angiquinho e, em geral, não diferiram entre si, porém demonstraram maior
eficiência do que imazethapyr aplicado isoladamente, em todas as avaliações realizadas (Tabela
2).
Nas duas últimas avaliações a aplicação de ethoxysulfuron isolado ou em mistura com
imazethapyr apresentou controle superior a 90%, valor considerado como controle eficiente
(SOSBAI, 2005), enquanto que para a aplicação isolada de imazethapyr verificou-se controle
médio de 47%.
A produção de massa da matéria seca de angiquinho foi reduzida pela aplicação isolada
de ethoxysulfuron ou na mistura com imazethapyr, quando comparadas a testemunha ou a
aplicação isolada de imazethapyr (Tabela 2). Na média dos tratamentos com ethoxysulfuron a
massa da matéria seca foi reduzida em cerca de 16 e 9 vezes, respectivamente, em relação a
testemunha e a aplicação isolada de imazethapyr.
Tabela 2. Controle e massa da matéria seca de angiquinho em função da aplicação de
ethoxysulfuron e/ou imazethapyr. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2007
Dose
Controle (%)
Massa
Tratamentos
(g ha-1)
7 DAT1
14 DAT
21 DAT
28 DAT
seca (g)
Testemunha
0,0 c2
0,0 d
0,0 d
0,0 c
5,33 a
Imazethapyr
75
38,8 b
54,8 c
52,3 c
42,0 b
3,13 b
Ethoxysulfuron
125
73,3 a
85,8 b
96,0 ab
96,5 a
0,43 c
Imazethapyr+Ethoxysulfuron 75 + 125 71,7 a
95,3 a
97,5 a
98,5 a
0,33 c
Imazethapyr+Ethoxysulfuron 75 + 100 75,8 a
95,0 a
96,8 ab
98,5 a
0,30 c
Imazethapyr+Ethoxysulfuron 75 + 75
70,5 a
92,5 a
94,0 b
96,5 a
0,28 c
C. V. (%)
8,06
3,26
1,96
2,02
30,00
1
Dias após a aplicação dos tratamentos; 2 Médias com letras idênticas na coluna não diferem
entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05).
Os resultados permitem concluir que a aplicação de ethoxysulfuron isolado (125 g ha-1)
ou em mistura com imazethapyr, mesmo na menor dose (75 + 75 g ha-1), apresenta controle
eficiente de angiquinho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONAB. Arroz – Brasil. Série Histórica de: área, produtividade e produção. Disponível na
Internet. http://www.conab.gov.br. Acesso em 11 Maio, 2007.
MENEZES, V. G.; RAMIREZ, H. V. B. ; CHOLLET, D. ; PÖTTER, G. H. ; GUMA, J. M. ; MELLO,
M. O. O. . Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de angiquinho
(Aeschynomene dendiculata Rudd.) em diferentes populações desta infestante. In: Congresso
Brasileiro de Arroz Irrigado, 2.; Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, 24., 2001, Porto Alegre.
Anais... Porto Alegre: IRGA, 2001. p.516-518.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado:
Recomendações Técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil / Sociedade Sul-Brasileira de
Arroz Irrigado; IV Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, XXVI Reunião da Cultura do
Arroz Irrigado. Santa Maria, RS: SOSBAI, 2005. p.115-137.
EFEITO DO HERBICIDA PENOXSULAM COM ADIÇÃO DE DIFERENTES
ADJUVANTES NO CONTROLE DE ANGIQUINHO (Aeschynomene indica) NA
CULTURA DO ARROZ IRRIGADO
Luís Eduardo Panozzo(1), Rogério Silva Rubin(2), Rodrigo Neves(2). 1FAEM/UFPEL, Caixa Postal
354, CEP 96001-900, Pelotas-RS, E-mail: [email protected], 2Dow AgroSciences Industrial
Ltda.
A cultura do arroz irrigado, no Sul do Brasil, teve um incremento significativo de
produtividade nos últimos anos, em função de pesquisas que deram origem a novas tecnologias
e produtos mais seguros e eficazes no manejo da cultura.
O desenvolvimento de novas moléculas de herbicidas, adjuvantes e formulações são
exemplos destes investimentos que aumentaram a eficiência de controle das plantas daninhas
na cultura do arroz irrigado, bem como, minimizaram perdas e riscos de contaminação do
ambiente causados por derivas e condições adversas no momento da aplicação de herbicidas.
Os adjuvantes são substâncias adicionadas à formulação dos herbicidas ou a calda
herbicida para aumentar a eficiência do produto ou ainda modificar determinadas propriedades
da solução. Eles também podem promover uma nuvem de cobertura mais uniforme, melhorar a
aderência às folhas e facilitar o aumento da absorção do herbicida na planta alvo.
O objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito de diferentes adjuvantes adicionados ao
herbicida penoxsulam no controle de angiquinho (Aeschynomene indica) e sua seletividade para
a cultura do arroz irrigado.
O experimento foi instalado em condições de campo na Granja Pintado em Itaqui/RS, no
ano agrícola 2005/06. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro
repetições, alocado em parcelas de 14m2 (2,0 x 7,0)m, sete tratamentos herbicidas e uma
testemunha mantida infestada. A descrição dos tratamentos está na Tabela 1. A cultivar
reagente foi a IRGA-417, semeada em linhas espaçadas de 17cm entre si numa população de
sementes para proporcionar o estabelecimento de 400 plantas.m-2.
Tabela 1. Descrição dos tratamentos testados no experimento. Itaqui/RS, 2005
Tratamento
1
Conc.
g/L
g ha-1
Adjuvante
L.ha-1
Testemunha
-
-
-
-
Penoxsulam1
240
48
Veget Oil
1.0
Penoxsulam
240
48
Adsse
0.45
Penoxsulam
240
48
MSO
1.0
Penoxsulam
240
48
Triomax
1.0
Penoxsulam
240
24
Lanzar
1.0
Penoxsulam
240
24
Veget Oil+Adsse
1+0,225
Nominee
40
50
Iharol
1.0
Aplicados em pós-emergência.
Para a aspersão dos tratamentos herbicidas utilizou-se pulverizador costal pressurizado a
CO2 com barra de 1,5m, contendo 4 bicos DG 110.02, trabalhando numa pressão de 32 lbpol-2
que proporcionou a aplicação de um volume de calda de 150 lha-1. No momento da aplicação as
plantas de arroz se encontravam em estádio que variavam de 4 folhas e 1 perfilho e o angiquinho
encontrava-se com 4-5 folhas. Naquele momento a temperatura do ar era de 29°C, a umidade
relativa do ar de 45% e a velocidade do vento era de 6 km.h-1.
O efeito dos herbicidas sobre as plantas daninhas foi avaliado pelo método qualitativo
caracterizado por avaliações, realizadas visualmente com base na escala percentual. As
avaliações para esta variável foram realizadas aos 18, 42 e 95 dias após a aplicação (DAT)
sendo que os valores zero (0) e cem (100) representam respectivamente, eficiências nula e
máxima dos tratamentos herbicidas. As avaliações da fitointoxicação dos tratamentos à cultura
do arroz foram realizadas aos 7, 18, 42 e 95 dias após a aplicação dos tratamentos, utilizando-se
a escala percentual, onde: 0% = nenhum sintoma de toxidez e 100% = morte de todas as plantas
de arroz da parcela.
Os valores percentuais de fitointoxicação e controle das plantas daninhas foram submetidos
à análise da variância. A comparação das médias originais foi efetuada através do teste de Tukey
(p≤0,05).
Tabela 2. Avaliação da fitointoxicação e controle de angiquinho na cultura do arroz irrigado em
função das doses dos herbicidas penoxsulam com adição de diferentes adjuvantes.
Itaqui/RS, 2005/06
Tratamento
Fitointoxicação (%)
Controle (%)
7 DAT 18 DAT
42 DAT 95 DAT 18 DAT 42 DAT 95 DAT
Testemunha
0 ns
0 ns
0 ns
0 ns
0 d2
0c
0d
1
Penoxsulam+Veget Oil
0
0
0
0
93 a
95 a
94 a
Penoxsulam+Adsse
0
0
0
0
98 a
98 a
98 a
Penoxsulam+MSO
0
0
0
0
84 ab
84 a
81 a
Penoxsulam+Triomax
0
0
0
0
10 d
18 c
8d
Penoxsulam+Lanzar
0
0
0
0
64 bc
70 ab
70 ab
Penoxsulam+Veget Oil
0
0
0
0
99 a
93 a
90 a
+Adsse
Nominee+Iharol
1
0
0
0
0
96 a
92 a
92 a
2
Dias após a aplicação dos tratamentos; Médias com letras idênticas na coluna não diferem
entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05); ns Não significativo.
De acordo com os resultados podemos inferir que o herbicida penoxsulam, não apresentou
fitointoxicação à cultura, em todas as avaliações realizadas, independentemente do adjuvante
adicionado (Tabela 2) concordando com os resultados observados por Menezes et al. (2004) e
Neves et al. (2004). A adição dos adjuvantes Veget Oil e Adsse isolados e suas misturas com o
herbicida penoxsulam nas doses testadas obtiveram controle acima de 90% em todas as
avaliações realizadas, diferindo significativamente dos demais tratamentos, demonstrando que a
adição de diferentes adjuvantes modifica a eficiência do herbicida penoxsulam (Tabela 2).
Desse modo podemos concluir que o herbicida penoxsulam demonstra elevada seletividade
à cultura do arroz irrigado. A adição de diferentes adjuvantes difere na eficiência do herbicida
penoxsulam. Os melhores adjuvantes testados foram o Veget Oil e Adsse isolados e sua mistura
com o herbicida penoxsulam. O herbicida penoxsulam apresenta elevada eficiência de controle
de angiquinho na cultura do arroz irrigado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MENEZES, V.G.; RAMIREZ, H.; MARIOT, C.H.P.; NEVES, R.; RUBIN, R. Controle precoce de
plantas daninhas em arroz irrigado com penoxsulam. In: BOLETIM INFORMATIVO –
SBCPD/Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas – V.10, Suplemento (Maio 2004).
São Paulo: SBCPD, 2004. p.244-245.
NEVES, R.; RUBIN, R.; NONINO, H. Avaliação do controle de capim arroz com o herbicida
Ricer* aplicado em pós emergência precoce na cultura do arroz irrigado. In: BOLETIM
INFORMATIVO – SBCPD/Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas – V.10,
Suplemento (Maio 2004). São Paulo: SBCPD, 2004. p.244.
INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E DOSES DO HERBICIDA
PENOXSULAM E ÉPOCAS DE INÍCIO DA IRRIGAÇÃO NO CONTROLE DE
Cyperus esculentus
Luís Eduardo Panozzo(1), Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Taísa Dal Magro(1), Jesus
Juarez Oliveira Pinto(1), Rodrigo Neves(2). 1FAEM/UFPEL, Caixa Postal 354, CEP 96001-900,
Pelotas-RS. 2Dow AgroSciences Industrial Ltda. e-mail: [email protected]
O arroz, como outra cultura agrícola, está sujeito a uma série de fatores do ambiente que,
direta ou indiretamente, influenciam a produtividade, qualidade e custo de produção. Dentre
estes fatores, as plantas daninhas assumem lugar de destaque, face aos efeitos negativos
observados durante o crescimento e desenvolvimento e no potencial produtivo da cultura
(Andres & Machado, 2004).
As plantas daninhas do gênero Cyperus, que há pouco tempo eram consideradas
secundárias, se tornaram problema em algumas áreas dos Estados do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina, onde nota-se gradativo aumento das áreas infestadas. De modo geral, as
ciperáceas são consideradas como espécies de difícil controle, apresentam alto grau de
prolificidade e também algumas espécies possuem a capacidade de se reproduzirem
vegetativamente.
A época de início da irrigação por inundação na cultura do arroz irrigado está
normalmente associada à aplicação de herbicidas para controle de plantas daninhas. A
utilização de herbicidas com período residual mais longo pode permitir atraso na época de início
da irrigação sem modificação na eficiência de controle de plantas daninhas e com redução do
uso da água, custo da energia e conseqüentemente custo de controle.
O objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito da época de aplicação e dose do herbicida
penoxsulam e época de início da irrigação por inundação no controle de Cyperus esculentus
(CYPES) infestante da cultura do arroz irrigado.
O experimento foi instalado em condições de campo, na Granja Quatro Irmãos, município
de Rio Grande/RS, no ano agrícola 2005/06. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos
ao acaso com parcelas sub-subdivididas, em esquema fatorial 2x3x5, com quatro repetições. Os
tratamentos constaram de duas épocas de aplicações do herbicida penoxsulam (precoce e
tardia), três épocas de inicio da irrigação (1, 15 e 30 dias após a aplicação dos tratamentos DAT) e doses do herbicida (0, 24, 36, 48 e 60 g ha-1) (Tabela 1). A cultivar reagente foi o
Qualimax 1, semeada na população de 400 sementes m-2, em fileiras espaçadas entre si em
17cm.
Tabela 1. Tratamentos testados. Granja Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06
Concentração/Dose
Tratamento
Adjuvante
g L-1
g ha-1
L ha-1
Dose
L ha-1
Testemunha
-
-
-
-
-
Penoxsulam
240
24
0.100
Veget Oil
1.0
Penoxsulam
240
36
0.150
Veget Oil
1.0
Penoxsulam
240
48
0.200
Veget Oil
1.0
Penoxsulam
240
60
0.250
Veget Oil
1.0
Para a aspersão dos tratamentos herbicidas utilizou-se pulverizador costal pressurizado a
CO2 com barra contendo 4 bicos 110.02, trabalhando a pressão de 20 lb pol-2 e volume de calda
de 150 Lha-1. No momento da primeira aplicação (precoce) as plantas de arroz encontravam-se
no estádio de 2-4 folhas e as plantas de C. esculentus com 4-5 folhas, já para a aplicação tardia
o arroz encontrava-se com 4 folhas e 2 afilhos e as plantas de C. esculentus com 6-8 folhas. A
população da planta daninha foi de 161 plantas m-2.
As avaliações de controle das plantas daninhas foram realizadas aos 20 e 30 (DAT) e por
ocasião do florescimento, pela atribuição visual de notas em escala percentual, onde que a nota
zero significou nenhuma ação sobre a planta daninha e nota cem representou morte completa
das plantas.
Os dados de controle foram submetidos à análise da variância (p≤0,05). A comparação
das médias para os fatores época de aplicação do herbicida penoxsulam e época de inicio da
irrigação foram efetuadas pelo teste de Tukey (p≤0,05). Os efeitos quantitativos foram analisados
pela análise de regressão (p≤0,05).
A antecipação do inicio da irrigação, quando à aplicação do herbicida penoxsulam foi
realizada em estádio precoce de desenvolvimento da planta daninha, em geral, aumentou a
eficiência de controle (Tabela 2). Quando a aplicação do herbicida foi realizada em estádio tardio,
em geral, a época de inicio da irrigação não modificou a eficiência de controle de C. esculentus.
A aplicação em estádio precoce de desenvolvimento, seguida de irrigação, aumentou a
eficiência de controle de C. esculentus, na avaliação realizada aos 20 DAT (Tabela 2). Porém,
nas demais épocas de avaliação ou de inicio da irrigação, em todas as épocas de avaliação, em
geral, não se verificou diferenças entre épocas de aplicação do herbicida penoxsulam.
Tabela 2. Controle percentual de Cyperus esculentus na cultura do arroz irrigado em função de
épocas e doses de aplicação do herbicida penoxsulam e épocas de início da irrigação.
Granja Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06
ÉPOCA DE APLICAÇÃO
PRECOCE
15 DAT
30 DAT
INÍCIO DA IRRIGAÇÃO
1 DAT
DOSE
20 DAT
TARDIO
PRECOCE
1
TARDIO
30 DAT
PRECOCE
TARDIO
FLORESCIMENTO
0
0 Aa2
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
24
100 Aa
78 Ab
100 Aa
92 Ab
99 Aa
94 Aa
36
100 Aa
79 Ab
100 Aa
93 Aa
100 Aa
96 Aa
48
100 Aa
84 Ab
100 Aa
95 Aa
100 Aa
98 Aa
60
100 Aa
85 Ab
100 Aa
96 Aa
100 Aa
99 Aa
0
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
24
68 Ba
75 ABa
78 Ba
79 Ba
93 Aa
86 Bb
36
78 Ba
83 Aa
95 Aa
90 ABa
98 Aa
96 Aa
48
87 ABa
85 Aa
98 ABa
90 ABb
99 Aa
96 Aa
60
94 ABa
91 Aa
99 Aa
94 Aa
100 Aa
99 Aa
0
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
24
55 Ba
63 Ba
70 Ba
70 Ca
80 Ba
77 Ca
36
75 Ba
73 Aa
85 Ba
84 Ba
83 Ba
87 Ba
48
81 Ba
78 Aa
90 Ba
88 Aa
92 Ba
92 Aa
60
84 Ba
82 Aa
92 Aa
90 Aa
93 Aa
94 Aa
1
Dias após aplicação dos tratamentos; 2 Médias seguidas por mesma letras maiúsculas na mesma coluna,
dentro de cada época de aplicação em diferentes inícios de irrigação e seguidas por mesma letras minúsculas
na linha, dentro de época de aplicação não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05).
A antecipação do inicio da irrigação por inundação, reduziu a dose herbicida penoxsulam
necessária para obtenção de controle eficiente de C. esculentus, independente da época de
aplicação, como pode ser observado na avaliação realizada aos 30 DAT (Figura 1).
Os resultados permitem concluir que a aplicação em estádio precoce de desenvolvimento
e o inicio da irrigação por inundação até 15 dias após a aplicação dos tratamentos, aumentam a
eficiência de controle de C. esculentus pelo herbicida penoxsulam, sendo possível reduzir a dose
para 36 g ha-1, sem modificar o nível de controle.
120
Controle (%)
100
120
(A) Precoce
100
80
(B) Tardio
80
60
60
• y= 97,46 (1-e-0,17)
QMR= 9,85
R 2= 0,99
40
20
° y= 102,98 (1-e-0,07
QMR= 4,89
R 2= 0,99
20
y= 96,28 (1-e-0,06)
QMR= 1,56
R 2= 0,99
0
0
20
40
Dose (g ha -1 )
• y= 97,46 (1-e-0,17)
QMR= 9,85
R 2= 0,99
40
y= 94,79 (1-e-0,06)
QMR= 1,64
R2= 0,99
0
60
° y= 98,48 (1-e-0,07)
QMR= 9,02
R 2= 0,99
0
20
40
Dose (g ha -1 )
60
Figura 1. Controle de Cyperus esculentus na cultura do arroz irrigado em função de épocas de
início da irrigação (•1 DAT; ◦15 DAT; e, ▼30 DAT) e das doses do herbicida
penoxsulam, para as épocas de aplicação precoce (A) e tardia (B), aos 30 DAT. Granja
Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRES, A.; MACHADO, S. L. de O. Plantas daninhas em arroz irrigado. In: GOMES, A. S.;
JÚNIOR, A. M. de M. 1. ed. Arroz Irrigado no Sul do Brasil. EMBRAPA Informação
Tecnológica, Brasília, DF-2004. 457-546p.
Agradecimento: A Dow AgroSciences pela bolsa de estudo concedida.
CONTROLE DE CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E
DOSES DO HERBICIDA PENOXSULAM E ÉPOCAS DE ENTRADA DE ÁGUA
Luís Eduardo Panozzo(1), Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Pedro Valério Dutra Moraes(1),
Léo Silva dos Santos(1), Gerson Kleinick Vignolo(1). 1FAEM/UFPEL, Caixa Postal 354, CEP
96001-970, Pelotas-RS. e-mail: [email protected]
As plantas daninhas apresentam vantagens competitivas em relação à cultura, pois
precocemente ocupam o nicho e adquirem prioridade na apreensão dos recursos do meio. As
maiores perdas de produtividade de grãos da cultura do arroz irrigado são decorrentes da
interferência exercida pelas plantas daninhas, além de outros efeitos que causam ao sistema
produtivo deste cereal (Fleck, 2000).
Dentre as principais plantas daninhas que infestam a cultura do arroz destaca-se o
capim-arroz (Echinochloa spp), principalmente pela sua agressividade, capacidade de
competição por recursos e por estar amplamente disseminada nas áreas orizícolas do estado do
Rio Grande do Sul. A redução na produtividade de grão devido à interferência de capim-arroz
pode ser superior a 80% (Andres & Menezes, 1997).
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da época e dose do herbicida penoxsulam e
época de início da irrigação por inundação na cultura do arroz irrigado no controle de capimarroz (Echinochloa spp.).
O experimento foi instalado em condições de campo, na Granja Quatro Irmãos,
município de Rio Grande/RS, no ano agrícola 2005/06. Utilizou-se o delineamento experimental
de blocos ao acaso com parcelas sub-subdivididas, em esquema fatorial 2x3x5, com quatro
repetições. Os tratamentos constaram de duas épocas de aplicações do herbicida penoxsulam
(precoce e tardia), três épocas de início da irrigação (1, 15 e 30 dias após a aplicação dos
tratamentos - DAT) e doses do herbicida penoxsulam (0, 24, 36, 48 e 60 g ha-1) (Tabela 1). A
cultivar reagente foi a Qualimax 1, semeada na população de 400 sementes m-2, em fileiras
espaçadas entre si em 17cm.
Tabela 1. Tratamentos testados. Granja Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06
Concentração/Dose
Tratamento
Adjuvante
g L-1
g ha-1
L ha-1
Dose
L ha-1
Testemunha
-
-
-
-
-
Penoxsulam
240
24
0.100
Veget Oil
1.0
Penoxsulam
240
36
0.150
Veget Oil
1.0
Penoxsulam
240
48
0.200
Veget Oil
1.0
Penoxsulam
240
60
0.250
Veget Oil
1.0
Para a aspersão dos tratamentos herbicidas utilizou-se pulverizador costal pressurizado
a CO2 com barra contendo 4 bicos 110.02, trabalhando a pressão de 20 lb pol-2 e volume de
calda de 150 L ha-1. No momento da primeira aplicação (precoce) as plantas de arroz
encontravam-se no estádio de 2-4 folhas e as plantas de capim-arroz com 1-3 folhas, já para a
aplicação tardia o arroz encontrava-se com 4 folhas e 2 afilhos e as plantas de capim-arroz com
3 folhas e 1 afilho. A população da planta daninha foi de 524 plantas.m-2.
As avaliações de controle das plantas daninhas foram realizadas aos 20 e 30 dias após
a aplicação dos tratamentos (DAT) e por ocasião do florescimento, pela atribuição visual de
notas em escala percentual, onde que a nota zero significou nenhuma ação sobre a planta
daninha e nota cem representou morte completa das plantas.
Os valores percentuais de controle das plantas daninhas foram submetidos à análise da
variância. A comparação das médias para os fatores época de aplicação do herbicida
penoxsulam e época de inicio da irrigação foram efetuadas pelo teste de Tukey (p≤0,05) e os
efeitos quantitativos foram analisados pela análise de regressão (p≤0,05).
A aplicação de penoxsulam em estádio precoce de desenvolvimento do capim-arroz, em
geral, apresentou maior eficiência de controle quando a irrigação iniciou um dia após a aplicação
dos tratamentos, especialmente para as menores doses do herbicida (Tabela 2). Já, quando a
aplicação foi realizada em estádio tardio, em geral, não se verificou diferença entre épocas de
início da irrigação.
Para todas as épocas de inicio da irrigação e doses herbicidas, em geral, não se
observou diferença entre épocas de aplicação do herbicida (Tabela 2). Estes resultados podem
decorrer da elevada eficiência de controle de capim-arroz por penoxsulam como pode ser
observado na última avaliação realizada, onde independentemente dos fatores testados, todas
as doses apresentaram controle superior a 90%, valor de referência para definição de controle
eficiente (SOSBAI, 2005).
Tabela 2. Controle percentual de capim-arroz na cultura do arroz irrigado em função de épocas
e doses de aplicação do herbicida penoxsulam e épocas de início da irrigação. Granja
Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06
ÉPOCA DE APLICAÇÃO
PRECOCE
DOSE
15 DAT
30 DAT
INÍCIO DA IRRIGAÇÃO
1 DAT
0
TARDIO
20 DAT
0 Aa2
PRECOCE
1
TARDIO
30 DAT
PRECOCE
TARDIO
FLORESCIMENTO
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
98 Aa
100 Aa
98 Aa
99 Aa
24
100 Aa
88 Ab
100 Aa
36
100 Aa
91 Ab
100 Aa
99 Aa
100 Aa
48
100 Aa
95 Aa
100 Aa
100 Aa
100 Aa
99 Aa
60
100 Aa
96 Aa
100 Aa
100 Aa
100 Aa
100 Aa
0
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
24
81 Ba
85 Aa
91 Ba
92 Aa
98 ABa
98 Aa
36
85 Ba
90 Aa
99 Aa
98 Aa
100 Aa
99 Aa
48
93 ABa
92 Aa
99 Aa
98 Aa
100 Aa
99 Aa
60
98 Aa
96 Aa
100 Aa
99 Aa
100 Aa
100 Aa
0
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
0 Aa
24
68 Cb
75 Ba
78 Cb
86 Ba
96 Ba
94 Bb
36
86 Ba
83 Aa
91 Ba
94 Aa
98 Aa
96 Ba
48
91 Ba
88 Aa
95 Aa
95 Aa
99 Aa
97 Aa
60
92 Aa
90 Aa
97 Aa
97 Aa
99 Aa
99 Aa
1
Dias após aplicação dos tratamentos; 2 Médias seguidas por mesma letras maiúsculas na mesma coluna,
dentro de cada época de aplicação em diferentes inícios de irrigação e seguidas por mesma letras minúsculas
na linha, dentro de época de aplicação não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05).
A antecipação do inicio da irrigação por inundação, independente da época de aplicação
do herbicida, aumentou o controle de capim-arroz, especialmente nas menores doses de
penoxsulam como pode ser observado na avaliação realizada aos 30 DAT (Figura 1).
Conclui-se que a antecipação do inicio da irrigação permite reduzir a dose do herbicida
penoxsulam para 24 g ha-1, independentemente da época de aplicação.
120
100
120
(A) Precoce
100
Controle (%)
80
(B) Tardia
80
60
? y= 99,88(1-e-0,20) ° y=100,44(1-e-0,10)
QMR= 0,34
QMR= 0,74
R2= 0,99
R2= 0,99
40
20
0
20
40
Dose (g ha-1)
? y= 99,98(1-e
40
Q MR= 0,34
R 2= 0,99
20
y= 97,43(1-e-0,07)
QMR= 0,60
R2= 0,99
0
60
) ° y= 99,74(1-e -0,11)
Q MR= 0,62
R 2 = 0,99
y= 97,99(1-e -0,08)
QMR= 4,80
R 2 = 0,99
0
60
-0,20
0
20
40
Dose (g ha -1 )
60
Figura 1. Controle de capim-arroz na cultura do arroz irrigado em função de épocas de início da
irrigação (•1 DAT; 15 DAT; e, ▼30 DAT) e das doses do herbicida penoxsulam, para as
épocas de aplicação precoce (A) e tardia (B), aos 30 DAT. Granja Quatro Irmãos, Rio
Grande/RS, 2005/06.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRES, A.; MENEZES, V.G. Rendimento de grãos de arroz em função de densidades de capim
arroz (Echinochloa crusgali) In. REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ, 22., 1997, Balneário
Camboriu. Anais... Balneário Camboriu: EPAGRI, 1997, p.429-430.
FLECK, N.G. Controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado através da aplicação de
herbicidas com ação seletiva. 1 ed. Porto Alegre: Ed. Autor, 2000. 32 p.
SOSBAI: Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado. Arroz irrigado: Recomendações técnicas
da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: UFSM, 2005. 159p.
Agradecimento: A Dow AgroSciences pela bolsa de estudo concedida.
HABILIDADE COMPETITIVA DE CULTIVARES DE ARROZ COM
ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata)
Nilson Gilberto Fleck(1), Fausto Borges Ferreira(1), Carlos Eduardo Schaedler(1), Valmir
Gaedke Menezes(2). (1)UFRGS, Porto Alegre-RS, C. Postal 15100, CEP 91501-970, e-mail:
[email protected]. (2)IRGA, Cachoeirinha-RS.
Palavras-chave: plantas daninhas, interferência, competição, manejo cultural.
O angiquinho é uma importante planta daninha que infesta as lavouras de arroz
irrigado no Sul do Brasil, representando um dos fatores limitantes a produtividade potencial
da cultura. Diversas são as práticas de manejo que podem minimizar as perdas de
produtividade da cultura por interferência de plantas daninhas. Dentre elas, destacam-se,
para a cultura do arroz irrigado, a utilização de cultivares com maior habilidade competitiva
para maximizar esse potencial. O trabalho teve por objetivo avaliar as relações entre
populações de Aeschynomene denticulata (AESDE) e cultivares de arroz irrigado na
produtividade de grãos do cereal. Para isto, foi conduzido um experimento em campo no
Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), no Município de Cachoeirinha-RS, na estação de
crescimento 2003/04. O delineamento experimental utilizado foi completamente
casualizado, com três repetições. Cada unidade experimental totalizou área de 12 m2 (6 m
x 2 m), incluindo dez fileiras de arroz espaçadas a 0,20 m. O experimento foi conduzido sob
sistema de semeadura direta. O arroz foi semeado na população de 400 sementes aptas
m-2, em 31/10/2003. A emergência da cultura ocorreu 12 dias após a semeadura. A
eliminação de plantas daninhas gramíneas foi efetuada em pós-emergência com aplicação
do herbicida cyhalofop n-butyl (Clincher), acrescido de óleo mineral (Assist) nas doses de
270 g ha-1 e 1,5 l ha-1, respectivamente. As espécies dicotiledôneas foram removidas
manualmente (exceto as plantas de AESDE). As demais práticas culturais seguiram as
recomendações técnicas preconizadas para cultivo do arroz no RS. A adubação foi
realizada junto às fileiras de arroz, aplicando-se 17,5; 50 e 105 kg ha-1, respectivamente, de
N, P2O5 e K2O.
Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial. O fator A comparou duas
cultivares de arroz (BR-Irga 409 e Irga 418, de ciclos médio e precoce, respectivamente),
Essas cultivares foram escolhidas por apresentarem características bastante semelhantes,
exceto ciclo de desenvolvimento. O fator B incluiu populações de AESDE (variáveis de zero
a 13 plantas m-2). A irrigação do arroz foi iniciada aos 19 dias após a emergência da cultura
(DAE), quando as plantas se encontravam no estádio V3, e a aplicação do adubo
nitrogenado foi realizada aos 23 DAE, com as plantas de arroz no estádio V4.
As avaliações foram: massa da parte aérea seca da cultura (kg ha-2) e estaturas
(cm) do arroz e do AESDE. Na maturação, obteve-se a produtividade de grãos da cultura
(kg ha-1). Para isto, foram colhidas as oito fileiras centrais das parcelas, descartando-se 0,5
m em suas extremidades (área útil de 8 m2). A partir dos dados obtidos para a variável
produtividade de grãos, foram calculadas as perdas percentuais em relação às parcelas
mantidas sem infestação de AESDE (testemunhas). Os dados obtidos foram analisados
aplicando-se o teste F sobre a análise da variância. Adotaram-se como limites de aceitação
P<0,05 para significância dos efeitos individuais dos fatores e P<0,10 para os casos de
interação de fatores. As relações entre perdas percentuais de produtividade de grãos do
arroz, em função das populações de AESDE (competidora), sofreram análise de regressão,
utilizando-se equação linear como modelo. O valor da estatística F, P<0,05, foi utilizado
como critério de aceitação do modelo de regressão.
As cultivares de arroz BR-Irga 409 e Irga 418 não diferiram quanto à produção de
matéria seca da parte aérea na fase inicial de crescimento. Ambas apresentaram rápido
ganho de massa até 21 DAE (média de 8 kg ha-1 dia-1). Outra característica que pode
diferenciar habilidade competitiva é a estatura de planta da cultura. As duas cultivares de
A
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
BR-Irga 409
Irga 418
Estatura do arroz (cm)
Estatura do arroz (cm)
arroz diferiram em estatura até os 35 DAE, quando Irga 418 apresentou maior estatura
(Figura 1A). A partir de 49 DAE, a cultivar BR-Irga 409 ultrapassou Irga 418 até o final do
ciclo. Durante o período avaliado, a cultivar BR-Irga 409 cresceu, em média, 0,73 cm dia-1,
enquanto Irga 418 cresceu apenas 0,59 cm dia-1. Plantas com maior crescimento inicial em
estatura geralmente revelam maior potencial competitivo, mostrando maior capacidade de
sombrear seus vizinhos nos estádios iniciais de desenvolvimento (Balbinot Jr. et al., 2003).
B
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
BR-Irga 409
Irga 418
14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Dias após emergência
População de angiquinho (plantas m-2)
Figura 1. Estatura de planta das cultivares de arroz BR-Irga 409 ou Irga 418, na ausência
de angiquinho (Aeschynomene denticulata), em função de épocas de avaliação
(A), e na maturação da cultura, em função da população de angiquinho (B).
Cachoeirinha-RS, 2003/04.
A estatura do arroz variou em função da população de plantas de AESDE,
ocorrendo interação de cultivares de arroz e de populações de AESDE. Com o incremento
da infestação de AESDE, a estatura do arroz aumentou (Figura 1B). A variável apresentou
resposta linear para ambas as cultivares, mas BR-Irga 409 mostrou maior incremento do
que Irga 418. Contudo, Adoryan (2004) não detectou relação entre populações de
Aeschynome rudis (AESRU) e estatura do arroz. Também, Menezes et al. (2002) não
verificaram diferenças na estatura do arroz com a variação na população de AESDE.
O número de panículas de arroz por área (média de 455 panículas m-2) não
diferiu entre as cultivares; tampouco, a variável foi alterada pela infestação de AESDE
(Figura 2A). Contudo, trabalho realizado por Menezes et al. (2001) constatou que esta
variável foi afetada pela presença de AESDE. No mesmo sentido, Adoryan (2004) observou
redução de 29 % no número de panículas para população de 24 plantas de AESRU m-2.
A perda de produtividade de grãos de arroz apresentou interação de cultivares e
populações de plantas de AESDE, mostrando comportamento linear e positivo (Figura 45).
A cultivar BR-Irga 409 sofreu maior redução de produtividade, com perda aproximada de
2,5 % para cada planta (m-2) adicionada à população de AESDE, atingindo decréscimo de
29 % em produtividade para a infestação máxima ocorrida (12 plantas m-2). Já, a cultivar
Irga 418 apresentou perdas relativamente menores, com redução de 0,8 % para cada
planta adicional de AESDE, alcançando decréscimo de 11 % para população de 13 plantas
m-2 de AESDE. Por sua vez, Adoryan (2004) relatou maior perda de produtividade por
interferência de AESRU, cerca de 43 % para população de 12 plantas m-2, decorrente de
perda aproximada de 2 % para cada indivíduo de AESRU acrescido à população.
A estatura do arroz, tanto em fase inicial de crescimento como na final, diferiu
entre as cultivares (Figura 1A). Irga 418 apresentou maior estatura na fase inicial, mas
menor na fase final, sofrendo menor perda de produtividade. Por sua vez, BR-Irga 409
apresentou resultados inversos. Dentre as características morfológicas, a estatura de
planta geralmente é a que mais se relaciona com baixo crescimento de plantas daninhas,
devido ao sombreamento imposto pela cultura (Garrity et al., 1992). As cultivares que
apresentam plantas com maior estatura no início do ciclo, mostram-se mais competitivas
(Balbinot Jr. et al., 2003). No entanto, esses autores não constataram associação entre
estatura final de planta e redução de produtividade de grãos, corroborando os resultados
obtidos neste trabalho. Segundo Ogg & Seefeldt (1999), o rápido crescimento da cultura
A
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
B
100
Perda de produtividade (%)
Panículas (m-2)
em estatura permite que ela utilize o recurso luz com maior intensidade, podendo sombrear
as plantas daninhas já no início do ciclo.
90
80
70
60
BR-Irga 409
50
Irga 418
40
30
20
10
0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14
População de angiquinho (plantas m-2)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
População de angiquinho (plantas m-2)
Figura 2. Número de panículas de arroz por área (A) e perdas de produtividade de grãos
para as cultivares BR-Irga 409 e Irga 418 (B), ambas em função da população de
angiquinho (Aeschynomene denticulata). Cachoeirinha-RS, 2003/04.
A perda de produtividade de grãos de arroz, em decorrência da competição de
angiquinho (Aeschynomene denticulata), é de 1,6 %, em média, para cada planta da
infestante por m-2, mas ela varia entre 0,7 e 2,5 %, dependendo da cultivar de arroz, sendo
a cultivar de arroz BR-Irga 409 a mais sensível à competição, apresentado as maiores
perdas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Adoryan, M. L. Efeitos de densidades de Aeschynomene rudis Benth e seu controle
com o herbicida ethoxysulfuron em duas épocas de aplicação na cultura do arroz
(Oryza sativa L.) irrigado. 2004. 80f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2004.
BALBINOT Jr., A. A. et al. Características de plantas de arroz e a habilidade competitiva
com plantas daninhas. Planta Daninha, Viçosa, v.21, n.2, p.165-174, 2003.
GARRITY, D. P.; MOVILLON, M.; MOODY, K. Differential weed suppression ability in
upland rice cultivars. Agronomy Journal, Madison, v.84, n.4, p.586-591, 1992.
MENEZES, V. G. et al. Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de
angiquinho (Aeschynomene denticulata Rudd) em função de diferentes populações desta
infestante. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO ARROZ IRRIGADO, 2.; REUNIÃO DA
CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Instituto
Rio Grandense do Arroz, 2001. p.516-518.
MENEZES, V. G.; RAMIREZ, H. Interferência de Aeschynomene denticulata com o cultivo
de arroz irrigado e seu potencial de produção de sementes. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Resumos...
Londrina: SBCPD/Embrapa Clima Temperado, 2002. p.98.
OGG, A. G.; SEEFELDT, S. S. Characterizing traits that enhance the competitiveness of
winter wheat (Triticum aestivum) against jointed goatgrass (Aegilops cylindrica). Weed
Science, Laurence, p.47, n.1, p.74–80, 1999.
O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil.
ÉPOCAS DO INÍCIO DA IRRIGAÇÃO E DA ADUBAÇÃO NITROGENADA EM ARROZ
IRRIGADO PARA MANEJO DE ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata)
Fausto Borges Ferreira(1), Nilson Gilberto Fleck(1), Carlos Eduardo Schaedler(1), Valmir
Gaedke Menezes(2). (1)UFRGS, Porto Alegre-RS, C. Postal 15100, CEP 91501-970, e-mail:
[email protected]. (2)IRGA, Cachoeirinha-RS.
Palavras-chave: plantas daninhas, interferência, competição, manejo cultural.
Diversas são as práticas de manejo que podem minimizar as perdas de
produtividade da cultura por interferência de plantas daninhas. Dentre elas, destacam-se,
para a cultura do arroz irrigado, a utilização de cultivares com maior habilidade competitiva
e o manejo adequado do adubo nitrogenado e da irrigação para maximizar esse potencial.
As relações de competição entre arroz irrigado e angiquinho podem sofrer influência de
práticas de manejo que posicionem a cultura em vantagem sobre a infestante. Visando
avaliar os efeitos de épocas da irrigação e da adubação nitrogenada nas relações
competitivas entre angiquinho (Aeschynomene denticulata - AESDE) e arroz, conduziu-se
um experimento em campo na Estação Experimental do Arroz (EEA), pertencente ao
Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), no Município de Cachoeirinha-RS, na estação de
crescimento 2004/05. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com
três repetições, em parcelas sub-subdivididas. As unidades experimentais apresentaram
área de 12 m2 (6 m x 2 m), e incluíram 10 fileiras de arroz espaçadas a 0,20 m. O
experimento foi conduzido sob sistema convencional de preparo do solo. A semeadura do
arroz ocorreu em 29/10/2004, distribuindo-se 400 sementes aptas m-2. A emergência
ocorreu 10 dias após a semeadura.
Efetuou-se a eliminação das plantas daninhas gramíneas com aplicação em pósemergência do herbicida cyhalofop n-butyl (Clincher), acrescido de óleo mineral (Assist),
nas doses de 270 g ha-1 e 1,5 l ha-1, respectivamente. As espécies dicotiledôneas (exceto
as plantas de AESDE) foram removidas manualmente. As demais práticas culturais
seguiram as recomendações técnicas preconizadas para o cultivo do arroz no RS. A
adubação de semeadura foi realizada junto às fileiras, distribuindo-se 17,5; 50 e 105 kg ha-1
de N, P2O5 e K2O, respectivamente.
Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial. O fator A (parcelas
principais) incluiu duas épocas de início da irrigação (plantas de arroz no estádio V3 ou V6);
o fator B (subparcelas) testou duas épocas de aplicação de adubo nitrogenado (estádio V3
ou V6), distribuindo-se 90 kg ha-1 de nitrogênio (N), equivalentes a 200 kg ha-1 de uréia; e o
fator C (sub-subparcelas) comparou populações de AESDE, as quais variaram de zero até
35 plantas m-2. As avaliações incluíram as seguintes variáveis do arroz: cobertura do solo
pelo dossel (%), massa da parte aérea seca (g m-2) e estatura de planta (cm). Após a
maturação fisiológica do arroz, foram avaliados: número de plantas e número de panículas
por área (m-2), matéria seca da parte aérea (g m-2) e estatura (cm). Na maturação, obtevese a produtividade de grãos da cultura (kg ha-1), para a qual foram colhidas as oito fileiras
centrais das parcelas, eliminando-se 0,50 m em suas extremidades (área útil de 8 m2).
Os dados obtidos foram analisados aplicando-se o teste F sobre a análise da
variância, adotando-se P<0,05 para os efeitos individuais dos fatores e P<0,10 para os
casos de interação de fatores. Quando significativas, as médias foram comparadas através
do teste de Duncan. As relações entre perdas percentuais de produtividade de grãos do
arroz, em função das populações de AESDE (competidora), foram estimadas através do
modelo de regressão linear. O valor da estatística F, P<0,05, foi utilizado como critério de
aceitação do modelo de regressão.
A estatura das plantas de arroz apresentou interação de épocas de início da
irrigação e de épocas de adubação nitrogenada (Figura 1A). Os maiores crescimentos
relativos em estatura ocorreram quando a irrigação iniciou no estádio V6 e os menores
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Ir V3 Ad V3
Ir V3 Ad V6
Ir V6 Ad V3
Ir V6 Ad V6
Cobertura do solo (%)
Estatura do arroz (cm)
quando a irrigação aconteceu em V3. Para esta variável, a época de aplicação do N
exerceu ação secundária. Esses resultados demonstram que a irrigação precoce beneficiou
o arroz inicialmente, mas esta vantagem não se sustentou ao final do período avaliado. Já,
no final do período, a época da adubação foi mais importante.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Ir V3 Ad V3
Ir V3 Ad V6
Ir V6 Ad V3
Ir V6 Ad V6
14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84
14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84
Dias após a emergência do arroz
Dias após a emergência do arroz
Figura 1. Estatura de planta (A) e cobertura do solo (B) avaliadas na cultivar de arroz BRIrga 409, em função de duas épocas (estádios V3 ou V6) de aplicação do adubo
nitrogenado (Ad), e duas épocas (estádios V3 ou V6) de início da irrigação (Ir), na
ausência de angiquinho (Aeschynomene denticulata). Cachoeirinha-RS, 2004/05.
Barras verticais representam o erro padrão entre médias em cada data de avaliação.
Com relação à variável cobertura do solo pelo dossel do arroz, houve interação
de épocas de início da irrigação e de aplicação do adubo nitrogenado. Aplicações precoces
de adubo e de irrigação (estádio V3) apresentaram resultados superiores durante todo o
período avaliado (Figura 1B). Constatou-se que, na fase inicial de desenvolvimento, as
aplicações de irrigação em V3 e adubo em V6 proporcionaram cobertura superior a
aplicação de irrigação em V6, diferença que diminuiu ao final do período avaliado.
A variável matéria seca por planta de arroz apresentou interação de épocas de
início da irrigação, de aplicação do adubo nitrogenado e de avaliação da variável (Figura
2A). Irrigação e adubação aplicadas no estádio V3 proporcionaram maiores massas durante
todo o período avaliado. Já, irrigação em V3 e adubação em V6 representou a pior situação,
especialmente a partir de 35 DAE. As combinações de adubação x irrigação geralmente
mostraram respostas divergentes entre si. Nas situações em que a irrigação atrasou, mas
variou a época de aplicação do N, não houve diferenças entre as massas da variável em
questão.
Para produtividade de grãos de arroz, houve interação dos fatores épocas de
irrigação e de adubação, cujo comportamento diferiu daquele que se verificou com outras
variáveis. Em geral, a época da irrigação exerceu efeito mais acentuado na variável do que
a época de adubação. Assim, a produtividade de grãos foi maior quando a irrigação iniciou
no estádio V3 e a adubação aconteceu em V6. Segundo Agostinetto et al. (2004) o
fracionamento do adubo nitrogenado aumentou a habilidade competitiva da cultivar BR-Irga
409, em presença de genótipo de arroz simulador de arroz-vermelho. Esses autores
sugerem que a maior competitividade decorra da melhor disponibilidade de N ao longo do
ciclo da cultura, aumentando o potencial de produtividade e o enchimento de grãos.
A perda de produtividade de grãos de arroz incrementou com o aumento da
população de plantas de angiquinho (até o limite observado de 21 plantas m-2) (Figura 2).
Houve redução de 1,6 %, em média, na produtividade para cada planta de angiquinho
acrescentada à população (m-2). Também, Menezes et al. (2001) referiram que a
produtividade de grãos de arroz diminuiu à medida que a população de AESDE aumentou.
A época de aplicação do adubo nitrogenado e a época de início da irrigação
modificam as relações de competição entre a cultivar de arroz BR-Irga 409 e o angiquinho.
A introdução da irrigação e a aplicação do nitrogênio em estádio inicial de desenvolvimento
Massa do arroz seco (g)
160
140
120
Ir V3 Ad V3
100
Ir V3 Ad V6
80
Ir V6 Ad V3
60
Ir V6 Ad V6
40
20
0
14
21
28
35
42
49
Dias após a emerência do arroz
56
Perda de produtividade (%)
do arroz (V3) proporcionam crescimento mais rápido às plantas da cultura, o que se reflete
em maior habilidade competitiva do cereal com angiquinho (Aeschynomene denticulata).
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0
2
4
6
8 10 12 14 16 18 20 22
-2
População do angiquinho (plantas m )
Figura 2. Matéria seca da cultivar de arroz BR-Irga 409, em função de duas épocas
(estádios V3 ou V6) de aplicação do adubo nitrogenado (Ad), e de duas épocas
(estádios V3 ou V6) de início da irrigação (Ir), na ausência de angiquinho
(Aeschynomene denticulata) (A), e perda de produtividade de grãos da cultivar
de arroz BR-Irga 409, em função da população de angiquinho, na média de duas
épocas de aplicação de nitrogênio e de duas épocas de início da irrigação (B).
Cachoeirinha-RS, 2004/05.
Barras verticais representam o erro padrão entre médias em cada data de avaliação.
Tabela 1. Produtividade de grãos (kg ha-1) da cultivar de arroz BR-Irga 409 quando cresceu
em presença de angiquinho (Aeschynomene denticulata), em função de épocas
de início da irrigação e de aplicação do adubo nitrogenado. Cachoeirinha-RS,
2004/05
Época de adubação
Época de irrigação
Média
Estádio V3
Estádio V6
1
r
x
Estádio V3
8919 a
B
9932 a
A
9426
z
r
Estádio V6
7678 a
A
7808 b
A
7743
Média
8298
8870
Média geral
8584
C.V. (%)
15,7
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula, comparadas nas colunas, pela mesma letra maiúscula,
comparadas nas linhas, e pela mesma letra em negrito, comparadas nas diagonais, não diferem
significativamente pelo teste de Duncan a 5 % de probabilidade do erro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AGOSTINETTO, D. et al. Influência de cultivares de arroz e épocas da adubação
nitrogenada nas relações de interferência da cultura com cultivar simulador de infestação
de arroz-vermelho. Planta Daninha, Viçosa, v.22, n.2, p.185-193, 2004.
MENEZES, V. G. et al. Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de
angiquinho (Aeschynomene denticulata Rudd) em função de diferentes populações desta
infestante. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO ARROZ IRRIGADO, 2.; REUNIÃO DA
CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Instituto
Rio Grandense do Arroz, 2001. p.516-518.
O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil.
COMPETIÇÃO DE ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata) COM ARROZ
IRRIGADO EM RESPOSTA À ÉPOCA DE ADUBAÇÃO NITROGENADA
Fausto Borges Ferreira(1), Nilson Gilberto Fleck(1), Valmir Gaedke Menezes(2), Hector
Ramirez(2). (1)UFRGS, Porto Alegre-RS, C. Postal 15100, CEP 91501-970, e-mail:
[email protected]. (2)IRGA, Cachoeirinha-RS.
Palavras-chave: plantas daninhas, população de angiquinho, interferência, manejo cultural.
Para avaliar a influência de populações de Aeschynomene denticulata (AESDE) e
de épocas de aplicação do adubo nitrogenado na produtividade de grãos de arroz, foi
conduzido um experimento em campo no Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), no
Município de Cachoeirinha-RS, na estação de crescimento 2003/04. A cultivar de arroz
reagente foi BR-Irga 410, de ciclo médio. O delineamento experimental utilizado foi
completamente casualizado, com três repetições. Cada unidade experimental incluiu área
de 12 m2 (6 m x 2 m), e conteve dez fileiras de arroz espaçadas a 0,20 m.
O experimento foi conduzido sob sistema de semeadura direta. O arroz foi
semeado na população de 400 sementes aptas m-2. A irrigação, através de inundação,
iniciou 23 dias após a emergência (DAE) do arroz (plantas no estádio V5). A eliminação de
plantas daninhas gramíneas foi efetuada em pós-emergência com aplicação do herbicida
cyhalofop n-butyl (Clincher), acrescido de óleo mineral (Assist) nas doses de 270 g ha-1 e
1,5 l ha-1, respectivamente. As espécies daninhas dicotiledôneas, exceto as plantas de
AESDE, foram removidas manualmente. As demais práticas culturais seguiram as
recomendações técnicas preconizadas para cultivo do arroz no RS. A adubação de
semeadura foi realizada junto às fileiras, aplicando-se 17,5; 50 e 105 kg ha-1,
respectivamente, de N, P2O5 e K2O.
Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial. O fator A testou duas
épocas de aplicação de adubo nitrogenado: estádios V4 ou V8 do arroz. Em cada época,
aplicaram 90 kg ha-1 de nitrogênio (N), correspondendo a 200 kg ha-1 de uréia. O fator B
comparou populações de AESDE, as quais variaram de zero até 35 plantas m-2. As
variáveis avaliadas foram: massa da parte aérea seca da cultura (kg ha-2) e estatura (cm)
de plantas de arroz e de AESDE. Após a maturação fisiológica do arroz foram avaliados:
número de panículas por área (m-2), massa de plantas secas de angiquinho (kg ha-1) e
produtividade de grãos (kg ha-1). Os dados foram analisados aplicando-se o teste F sobre a
análise da variância, adotando-se como limites de aceitação os níveis de 5% de
probabilidade para efeitos individuais dos fatores e de 10% para casos de interação de
fatores. Quando significativas, as médias foram comparadas através do teste de Duncan.
Para as variáveis quantitativas utilizou-se análise de regressão, testando-se o modelo
linear. O valor da estatística F, ao nível de 5 % de probabilidade, foi utilizado como critério
de aceitação do modelo de regressão.
A época de aplicação do adubo nitrogenado em cobertura influenciou a produção
de matéria seca inicial das plantas de arroz (Tabela 1). A massa das plantas secas foi
maior quando o adubo nitrogenado foi aplicado no estádio de desenvolvimento V4. Maior
produção de massa nos estádios iniciais de desenvolvimento pode decorrer de maior
crescimento em estatura, área folhar e/ou cobertura do solo, garantindo ao arroz maior
habilidade competitiva inicial e capacidade de suprimir plantas daninhas em fases
posteriores (Balbinot Jr. et al., 2003). O número de panículas também foi beneficiado pela
aplicação do N no estádio V4, o que contribuiu para proporcionar maior produtividade de
grãos. Com o aumento na população de plantas de AESDE, houve redução no número de
panículas de arroz, constatando-se diminuição de cerca de cinco panículas m-2 para cada
incremento de duas plantas de AESDE (considerado o limite de 35 indivíduos m-2) (Figura
1A). Verificou-se redução de 18 % no número de panículas para população de 24 plantas
de AESDE m-2. Este resultado foi inferior ao observado por Adoryan (2004), que constatou
redução de 29 % no número de panículas quando infestadas com Aeschynomene rudis
(AESRU). Por sua vez, Menezes et al. (2001) observaram que esta foi a variável mais
afetada por infestação de AESDE.
Tabela 1. Massa da matéria seca da parte aérea, número de panículas e produtividade de
grãos de arroz (cultivar BR-Irga 410) e massa da matéria seca da parte aérea de
angiquinho (Aeschynomene denticulata), em função da época de aplicação de
adubo nitrogenado à cultura. Cachoeirinha-RS, 2003/04
Matéria
Massa de
Nº de panículas2
Produtividade do
Época da
angiquinho2
seca1
-2
2
-1
(m )
arroz (kg ha )
adubação
(kg ha-1)
(kg ha-1)
Estádio V4
816 a3
319 a
5625 a
79 b
Estádio V8
427 b
299 b
5019 b
204 a
Média
621
309
5221
142
C.V. (%)
9,9
9,7
6,2
19,4
Avaliada 35 dias após emergência do arroz; 2 Avaliado no final do ciclo; 3 Médias seguidas pela mesma letra,
comparadas em cada coluna, não diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 % de probabilidade do erro.
400
-1
Massa do angiquinho (kg ha )
-2
Número de panículas (m )
1
375
350
325
300
275
250
225
200
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
-2
População de angiquinho (plantas m )
40
800
700
600
500
Estádio V4
400
Estádio V8
300
200
100
0
0
4
8 12 16 20 24 28 32 36 40
-2
População de angiquinho (plantas m )
Figura 1. Número de panículas de arroz por área (A) e massa da matéria seca da parte
aérea de angiquinho (Aeschynomene denticulata) no final do ciclo (B), em função
da população de angiquinho. Cachoeirinha-RS, 2003/04.
O angiquinho reduziu em cerca de 61 % a matéria seca por planta quando o
adubo nitrogenado foi aplicado no estádio V4, comparativamente à aplicação no estádio V8,
comportamento inverso ao que se observou para o arroz (Figura 1B). Esta resposta,
possivelmente, deveu-se à maior habilidade competitiva fornecida ao arroz pela aplicação
do adubo nitrogenado no estádio V4, prática que proporcionou à cultura maior produção de
matéria seca nos estádios iniciais de desenvolvimento.
A variável massa de plantas secas de angiquinho apresentou interação para os
fatores épocas de aplicação do adubo nitrogenado e populações de angiquinho, mostrando
aumento linear, proporcional ao incremento de sua população (Figura 1B). Quando o adubo
foi aplicado no estádio V8, verificou-se aumento de 14,6 kg ha-1 para cada planta adicional
da infestante por m-2 e, quando a aplicação ocorreu no estádio V4, houve acréscimo de 7,8
kg ha-1 para cada indivíduo adicional de angiquinho.
Na ausência de infestação de AESDE, a produtividade de grãos da cultivar BRIrga 410 foi 11 % menor quando o adubo nitrogenado foi aplicado no estádio V8, em
comparação à aplicação efetuada no estádio V4 (Tabela 1). A perda de produtividade de
grãos de arroz apresentou interação dos fatores épocas de aplicação do adubo nitrogenado
e populações de angiquinho, ocorrendo aumento linear com o incremento na população de
AESDE, havendo maiores perdas quando o adubo foi aplicado no estádio V8 (Figura 2A). A
perda de produtividade foi 1,7 % para cada planta adicional de AESDE m-2 quando o adubo
foi aplicado no estádio V8, ou 2,8 vezes maior do que quando a aplicação ocorreu no
estádio V4. Quando o adubo foi aplicado no estádio V8, para infestação de 30 plantas m-2, a
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Estádio V4
Estádio V8
0
4
8 12 16 20 24 28 32 36 40
-2
População do angiquinho (plantas m )
Perda de produtividade (%)
Perda de produtividade (%)
perda de produtividade foi estimada em 46 %; quando o adubo foi aplicado no estádio V4, a
mesma população causou perda de apenas 21 %. Para AESRU, a perda estimada de
produtividade foi de 75 % para aquela mesma população (Adoryan, 2004).
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0
100
200
300
400
500
600
700
-1
Massa do angiquinho (kg ha )
Figura 2. Perda de produtividade de grãos do arroz, em função da população de plantas de
angiquinho (Aeschynomene denticulata) e de épocas de aplicação de adubo
nitrogenado (A) e em resposta à massa da parte aérea seca de plantas de
angiquinho (B). Cachoeirinha-RS, 2003/04.
A massa da matéria seca de AESDE por área afetou negativamente a
produtividade de grãos do arroz (Figura 2B). Houve perda estimada em 9%,
aproximadamente, na produtividade, para cada acréscimo de 100 kg ha-1 de matéria seca
da infestante. Plantas de arroz que receberam N no estádio V4 apresentaram maior massa
em estádios iniciais de desenvolvimento, em comparação com aplicação em V8. Essa
diferença pode refletir em maior habilidade competitiva à cultura (Balbinot Jr. et al., 2003).
Por sua vez, plantas de AESDE produziram maior massa quando o arroz recebeu o adubo
nitrogenado no estádio V8, fato que pode resultar de menor habilidade competitiva do arroz
em decorrência do atraso na adubação (Tabela 1).
A maior habilidade competitiva proporcionada ao arroz pela aplicação do N no
estádio V4 reduz a matéria seca do AESDE, resultando em menor perda de produtividade
do arroz por planta infestante. A antecipação da adubação nitrogenada, em cobertura, do
estádio de desenvolvimento V8 para V4 do arroz, aumenta a habilidade competitiva da
cultivar BR-Irga 410 sobre angiquinho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Adoryan, M. L. Efeitos de densidades de Aeschynomene rudis Benth e seu controle
com o herbicida ethoxysulfuron em duas épocas de aplicação na cultura do arroz
(Oryza sativa L.) irrigado. 2004. 80f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2004.
BALBINOT Jr., A. A. et al. Características de plantas de arroz e a habilidade competitiva
com plantas daninhas. Planta Daninha, Viçosa, v.21, n.2, p.165-174, 2003.
MENEZES, V. G. et al. Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de
angiquinho (Aeschynomene denticulata Rudd) em função de diferentes populações desta
infestante. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO ARROZ IRRIGADO, 2.; REUNIÃO DA
CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Instituto
Rio Grandense do Arroz, 2001. p.516-518.
O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil.
ÉPOCA E MODO DE APLICAÇÃO DO HERBICIDA CLOMAZONE NO
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS E SELETIVIDADE À CULTURA DO
ARROZ IRRIGADO
Siumar P. Tironi(1), Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Vinicius J. de Moraes(2). 1 Centro
de Estudos em Herbologia (CEHERB), DFs-FAEM-UFPel, Caixa Postal 354, CEP 96010900, Pelotas-RS, 2 Milenia Agrociências S. A. e-mail: [email protected]
A cultura do arroz destaca-se dentre os cultivos anuais por ser cultivada em
praticamente todos os Estados Brasileiros e sua produção consumida por todas as classes
sociais, principalmente as de mais baixa renda.
Um dos principais fatores que reduz a produção do cereal é a interferência causada
pelas plantas daninhas, especialmente as da família Poaceae. A competição exercida pelo
capim-arroz (Echinochloa sp.) ao arroz cultivado causou reduções na ordem de 58 e 53%
em dois anos de pesquisa, na média de 10 cultivares de arroz, para populações
estabelecidas pela semeadura de 40 sementes viáveis m-2 (Fischer et al., 1997). No Estado
do RS, foram verificadas perdas de produtividade de 26% para populações de 13 plantas
de capim-arroz m-2 (Menezes & Ramirez, 2003).
Para papuã (Brachiaria plantaginea), poucos trabalhos avaliaram seu efeito
competitivo sobre a cultura do arroz ou a eficiência de herbicidas no controle desta planta
daninha. A aplicação de propanil e clomazone (1800 + 300 g ha-1) apresentou controle de
84%, quando a pulverização foi realizada em estádio inicial de desenvolvimento das
plantas de papuã (Rubin, 2001).
Embora existam diversos herbicidas registrados para o controle de plantas
daninhas na cultura do arroz, poucos são os que podem ser aplicados em pré-emergência
e que apresentam atividade residual. Assim, o desenvolvimento de herbicidas com estas
características terão elevada importância para flexibilizar o controle de plantas daninhas na
cultura do arroz irrigado.
Avaliar a seletividade à cultura e eficiência do herbicida clomazone aplicado isolado
ou em mistura com propanil, no controle de capim-arroz e papuã na cultura do arroz
irrigado.
O experimento foi conduzido a campo, no ano agrícola 2005/06, no Centro
Agropecuário da Palma (CAP/UFPel), localizado no município do Capão do Leão, RS. O
preparo do solo foi realizado pelo sistema convencional, com aração e gradagem. A
adubação de base foi realizada de acordo com a análise química do solo.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro
repetições. A cultivar de arroz utilizada foi a BRS-atalanta, semeada na densidade de 400
sementes aptas m-2, em espaçamento entre linhas de 0,17 m. Cada unidade experimental
(parcela) foi composta por área de 11m2 (5,0 x 2,20m). A emergência da cultura ocorreu dia
09/12/2005. As plantas daninhas infestantes da área experimental foram Echinochloa spp.
(capim-arroz) e Brachiaria plantaginea (papuã), nas densidades de 126 e 58 plantas m-2,
respectivamente. Como adubação de cobertura aplicou-se 255 kg ha-1 de uréia (115 kg de
N ha-1), fracionada em duas aplicações.
Os herbicidas foram aplicados utilizando-se pulverizador costal, pressurizado a
CO2, munido com 5 bicos tipo leque 110-02, mantendo-se pressão constante de 210 kPa e
velocidade de deslocamento de 3,6 km h-1, o que propiciou a aplicação de um volume de
calda de 150 L ha-1. Por ocasião da aplicação em pós-emergência (18 dias após a
emergência (DAE)), as plantas de arroz apresentavam-se com 3 a 4 folhas e as de capimarroz e papuã de 2 folhas a 1 afilho. Os herbicidas, doses e épocas de aplicação, estão
descritos na Tabela 1.
As variáveis resposta avaliadas foram fitotoxicidade herbicida ao arroz irrigado e
controle de capim-arroz e papuã, pela atribuição de valores percentuais entre 0 (ausência
de fitotoxicidade a cultura ou controle das plantas daninhas) e 100% (morte das plantas da
cultura ou controle total das plantas daninhas). As avaliações foram realizadas aos 7, 14,
21 e 28 dias após aplicação dos tratamentos (DAT) para as variáveis fitotoxicidade
herbicida e controle de capim-arroz e papuã.
Tabela 1 – Tratamentos testados em experimento de arroz irrigado, CAP/UFPel, Capão do Leão/RS,
2005/06
-1
Tratamentos
Ingrediente ativo
Doses (g ha )
Época de aplicação
Testemunha infestada
------Escudo
clomazone
300
Pré-emergência
Escudo
clomazone
400
Pré-emergência
Escudo
clomazone
500
Pré-emergência
Gamit
clomazone
400
Pré-emergência
Escudo + Propanil
clomazone+propanil
300/2160
Pós-emergência
Escudo + Propanil
clomazone+propanil
400/2160
Pós-emergência
Gamit + Propanil
clomazone+propanil
500/2160
Pós-emergência
Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância e em se constatando
significância estatística os efeitos dos tratamentos qualitativos foram comparados pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade.
A fitotoxicidade herbicida às plantas de arroz cultivado, na primeira época de
avaliação e nas mesmas doses do herbicida Escudo, foi maior nos tratamentos em que foi
adicionado o herbicida propanil e a aplicação realizada em pós-emergência (Tabela 2). No
entanto, para as demais avaliações não se verificou diferença entre épocas de aplicação
para doses idênticas do herbicida Escudo.
A aplicação do herbicida Escudo, de modo isolado ou em mistura com Propanil,
não modificou o grau de fitotoxicidade à cultura do arroz, quando comparado aos
tratamentos padrões Gamit ou Gamit + Propanil (Tabela 2).
Tabela 2 – Fitotoxicidade herbicida às plantas de arroz, cultivar BRS-atalanta. CAP/UFPel, Capão do
Leão/RS, 2005/06
Doses
-1
7 DAT1
14 DAT
21 DAT
28 DAT
Tratamentos
(g ha )
2
Testemunha infestada
…
0,0 d
0,0 c
0,0 d
0,0 c
Escudo
300
9,5 cd
13,0 abc
5,8 bc
1,5 bc
7,5 ab
2,3 ab
Escudo
400
16,3 bc
25,0 a
Escudo
500
27,5 ab
25,0 a
11,3 a
3,5 a
20,3 ab
7,5 ab
2,0 ab
Gamit
400
20,5 abc
Escudo + Propanil
300 + 2160
28,0 ab
8,3 bc
2,5 cd
0,0 c
5,0 bc
0,5 bc
Escudo + Propanil
400 + 2160
30,0 a
19,0 ab
Gamit + Propanil
400 + 2160
32,5 a
11,5 abc
4,3 bc
0,0 c
C.V. (%)
27,5
38,8
32,2
62,4
1
Dias após a aplicação dos tratamentos. 2 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem
entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Os resultados obtidos demonstram, principalmente na últimas avaliação (28 DAT),
que o tratamento com os herbicidas Escudo + Propanil (400 + 2160 g ha-1) foi o que
apresentou maior eficiência de controle de capim-arroz, embora, nas referidas avaliações o
tratamento não diferiu dos demais herbicidas aplicados em pós-emergência e do
tratamento com Escudo (500 g ha-1) aplicado na pré-emergência da cultura (Tabela 3).
Na aplicação em pré-emergência não se verificou diferença no controle de capimarroz, entre as doses testadas do herbicida Escudo e destas com o tratamento padrão
(Tabela 3). Na média de todas as avaliações realizadas, o herbicida Escudo aplicado na
dose de 500 g ha-1 apresentou controle de capim-arroz 8,1 e 12,8% superior ao tratamento
padrão e a médias das demais doses de Escudo, respectivamente.
Tabela 3 – Efeito da época e modo de aplicação do herbicida Escudo no controle de capim-arroz e
papuã. CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06
Doses
-1
1
Tratamentos
(g ha )
7 DAT
14 DAT
21 DAT
28 DAT
Capim-arroz
Testemunha infestada
…
0,0 b2
0,0 c
0,0 c
0,0 c
Escudo
300
87,8 a
72,5 b
78,8 b
79,3 b
Escudo
400
85,8 a
72,5 b
81,3 ab
80,0 b
Escudo
500
92,8 a
85,0 ab
92,5 ab
89,5 ab
82,0 ab
81,3 ab
78,3 b
Gamit
400
91,3 a
Escudo + Propanil
300 + 2160
88,3 a
87,3 ab
86,3 ab
85,0 ab
Escudo + Propanil
400 + 2160
92,0 a
96,5 a
96,8 a
94,3 a
Gamit + Propanil
400 + 2160
92,5 a
88,5 a
90,3 ab
87,5 ab
C.V. (%)
5,4
8,6
9,0
7,2
Papuã
Testemunha infestada
…
0,0 c
0,0 b
0,0 c
0,0 c
Escudo
300
93,8 ab
83,5 a
87,3 ab
85,0 b
Escudo
400
98,3 a
86,3 a
88,8 ab
83,8 b
Escudo
500
98,3 a
88,8 a
92,5 ab
89,3 ab
88,8 a
86,5 b
83,3 b
Gamit
400
92,5 ab
Escudo + Propanil
300 + 2160
87,5 b
90,0 a
88,3 ab
92,3 ab
Escudo + Propanil
400 + 2160
92,0 ab
97,3 a
98,0 a
96,3 a
Gamit + Propanil
400 + 2160
91,8 ab
91,5 a
90,8 ab
92,3 ab
C.V. (%)
4,1
10,0
5,8
5,1
1
Dias após a aplicação dos tratamentos. 2 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem
entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
As reduções na eficiência de controle do capim-arroz, verificadas da primeira para
as demais épocas de avaliação, nos tratamentos aplicados na pré-emergência, pode ser
devido à inundação e drenagem da área experimental (banho), realizada para possibilitar o
estabelecimento da cultura. Esta prática foi necessária devido à prolongada estiagem que
ocorreu na estação de crescimento 2005/06 na região de Pelotas.
O controle de papuã, nas três primeiras épocas de avaliação (7, 14 e 21 DAT), em
geral, não apresentou diferença entre os herbicidas testados (Tabela 3). Na avaliação
realizada aos 28 DAT o tratamento com Escudo + Propanil (400 + 2160 g ha-1), foi o que
apresentou maior eficiência de controle, embora não diferiu dos demais tratamentos
herbicidas aplicados em pós-emergência e do tratamento com Escudo (500 g ha-1) aplicado
em pré-emergência.
Com base nos resultados conclui-se que o herbicida Escudo, independente da
época ou modo de aplicação é seletivo à cultura do arroz irrigado, cultivar BRS-atalanta e
que a aplicação em pós-emergência da mistura em tanque de Escudo + Propanil, na maior
dose testada, é eficiente no controle das plantas daninhas capim-arroz e papuã.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FISCHER, A.J.; RAMÍREZ, H.V.; LOZANO, J. Suppression of junglerice (Echinochloa
colona (L.) Link) by irrigated rice cultivars in Latin America. Agronomy Journal, Madison,
v.89, n.3, p.516-521, 1997.
MENEZES, V.G.; RAMIREZ, H. Controle de capim arroz (Echinochloa crusgalli) e capim
capivara (Hymenachne amplexicaulis) com o herbicida Clincher em arroz irrigado no
sistema de cultivo pré-germinado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO,
3., REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú.
Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p.507-509.
RUBIN, R. da S. Eficiência agronômica do herbicida Clincher isolado e associado, no
controle de Brachiaria plantaginea e Digitaria horizontalis na cultura do arroz irrigado. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 2., REUNIÃO DA CULTURA DO
ARROZ IRRIGADO, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: IRGA, 2001. p.500-502.
®
DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DO HERBICIDA ONLY EM DUAS
CULTIVARES DE ARROZ TOLERANTE AS IMIDAZOLINONAS
Gustavo Mack Teló(1), Enio Marchesan(1), Silvio Carlos Cazarotto Villa(2), Rafael Bruck
Ferreira(1), Sérgio Luiz de Oliveira Machado(3), Luis Antonio de Avila(1). 1Departamento de
Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), CEP: 97105-900, Santa Maria,
RS. 2Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia 3Departamento de Defesa Fitossanitária
da UFSM. Email: [email protected].
O arroz-vermelho é a principal planta daninha na cultura do arroz irrigado. Devido
às similaridades morfofisiológicas existentes entre o arroz cultivado e o arroz-vermelho, ele
é tolerante a quase todos os herbicidas utilizados na cultura, dificultando sua eliminação.
Atualmente, a utilização de arroz tolerante a herbicidas do grupo químico das
imidazolinonas (Sistema Clearfield®) é uma ferramenta eficiente para o controle de arrozvermelho, sem causar prejuízos à produtividade do arroz cultivado (STEELE et al., 2002).
Em experimentos conduzidos nos EUA determinou-se que, para maximizar o controle do
arroz-vermelho nesse sistema, são necessárias duas aplicações de imazethapyr: uma em
pré-emergência (PRE) e outra em pós-emergência (POS) (STEELE et al., 2002; OTTIS et
al., 2003), sendo que naquele país a recomendação atual de aplicações seqüenciais de
imazethapyr é de: uma aplicação de 70 g ha-1 em pré-plantio incorporado (PPI) ou em PRE,
seguida de 70 g ha-1 em POS com o arroz no estádio de três a cinco folhas, independente
do tipo de solo (OTTIS et al., 2003). No Brasil, o sistema prevê apenas uma aplicação em
POS do herbicida Only® (75 g ha-1 de imazethapyr e 25 g ha-1 de imazapic) na dose de 1,0
L ha-1. Em áreas com alta infestação essa recomendação pode proporcionar escapes de
arroz-vermelho, podendo ocasionar cruzamento natural com o arroz tolerante, reduzindo a
eficácia e longevidade desta tecnologia. Nesse sentido, um experimento foi desenvolvido
com o objetivo de avaliar o controle de arroz-vermelho e a tolerância de cultivares de arroz
irrigado à doses e épocas de aplicações do herbicida Only® em áreas com alta infestação
do arroz-vermelho.
O trabalho foi conduzido durante duas safras agrícolas (2004/05 e 2005/06), em
área experimental da Universidade Federal de Santa Maria, em solo classificado como
Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico. O delineamento experimental foi de blocos ao
acaso em esquema bifatorial (2x10) com quatro repetições. O fator A foi representado
pelos genótipos de arroz tolerante a imidazolinonas (IRGA 422 CL e Tuno CL), e o fator B
pelos tratamentos de controle do arroz-vermelho (Tabela 1). Para homogeneizar o banco
de sementes, realizou-se a semeadura e incorporação ao solo de sementes de arrozvermelho na densidade de 125 kg ha-1 no primeiro ano, e 115 kg ha-1 no segundo ano,
obtendo-se população média de 219 e 257 plantas m-2, respectivamente. A semeadura do
arroz cultivado foi realizada na primeira quinzena do mês de novembro nas duas safras,
com semeadora de parcelas de 10 linhas espaçadas em 0,17m com 5m de comprimento. A
densidade de semeadura foi de 108 kg ha-1 para a cultivar IRGA 422 CL e de 45 kg ha-1
para o híbrido TUNO CL. A adubação de base foi aplicada a lanço e incorporada
juntamente com o arroz-vermelho dois dias antes da semeadura, sendo composta por 6 kg
ha-1 de nitrogênio (N), 60 kg ha-1 de P2O5 e 90 kg ha-1 de K2O. A aplicação do herbicida em
PRE foi efetuada um dia após a semeadura (DAS), utilizando-se pulverizador costal
pressurizado com CO2 munido de pontas 11002, do tipo leque, calibrado para aplicar uma
vazão de 125 L ha-1. Em POS, a aplicação foi efetuada aos 14 dias após a emergência
(DAE), com a maioria das plantas de arroz no estádio V4 (COUNCE et al., 2000) e com as
plantas de arroz-vermelho em V5. Foi utilizado o mesmo pulverizador descrito acima, mas
com vazão de 150 L ha-1 e com adição de óleo mineral (0,5% v v-1). A inundação da área foi
realizada um dia após a aplicação dos tratamentos em POS, com lâmina d’água de
aproximadamente 5 cm de espessura. O N aplicado foi na forma de uréia dividido em três
épocas: a primeira na semeadura, a segunda (60 kg ha-1 de N) no estádio V4, um dia antes
da inundação, e a terceira (60 kg ha-1 de N) na iniciação da panícula (R0).
Os resultados demonstraram interação entre a doses do herbicida e cultivares
(Tabela 1). O híbrido (Tuno CL) apresentou maior produtividade do que a cultivar (IRGA
422 CL), independente da dose ou época de aplicação do herbicida, exceto na testemunha
(D1), onde não houve diferença entre os genótipos. Com a utilização do herbicida foi
observada maior produtividade, com aumentos de até 76% para a cultivar e de até 134%
para o híbrido em relação a testemunha, em ambos os anos. As doses e épocas de
aplicação do herbicida não afetaram a produtividade para o híbrido, mas influenciaram os
resultados da cultivar, observando-se redução na produtividade para os tratamentos D7 e
D8 somente no primeiro ano. Entretanto, a aplicação de maiores doses em POS (D9 e
D10) não afetou a produtividade da cultivar. Independentemente das doses aplicadas de
herbicida, foi observada fitotoxicidade (dados não mostrados) na fase inicial de
desenvolvimento, com maiores níveis nos tratamentos com aplicação em POS e com
maiores doses, para a cultivar e em menores níveis para o híbrido.
Tabela 1. Produtividade de grãos em resposta a doses e épocas de aplicação do herbicida Only em
duas safras seguidas, utilizando genótipos de arroz tolerante. Santa Maria-RS, 2007.
Produtividade de Grãos
Doses de Only1
1º Ano (2004/05)
2º Ano (2005/06)
2
3
PRE
POS
Total
IRGA 422 CL
Tuno CL
IRGA 422 CL
Tuno CL
-1
-1
---------- L ha ---------------- kg ha ------------ kg ha-1 -----D1
0
0
0
A 4720 c
A 4978 b
A 4719 b
A 4920 b
D2
0,75
0
0,75
B 8346 a
A 11200 a
B 8104 a
A 11189 a
D3
0
1,0
1,0
B 7046 ab
A 10646 a
B 7359 a
A 10954 a
D4
1,0
0
1,0
B 8131 ab
A 11452 a
B 8009 a
A 11501 a
D5
0,5
0,5
1,0
B 7511 ab
A 11190 a
B 7489 a
A 11321 a
D6
0,75
0,5
1,25
B 7495 ab
A 11143 a
B 7491 a
A 11219 a
D7
0,75
0,75
1,5
B 6725 b
A 10792 a
B 7189 a
A 11007 a
D8
1,0
0,5
1,5
B 6766 b
A 11409 a
B 7107 a
A 11284 a
D9
1,0
1,0
2,0
B 7016 ab
A 10809 a
B 6920 a
A 10950 a
D10
0
2,0
2,0
B 6806 ab
A 10491 a
B 6964 a
A 10532 a
Média
7056
10411
7135
10488
C.V. (%)
7,6
4,91
1
Mistura formulada de imazetapir (75 g i.a. L-1) + imazapic (25 g i.a. L-1); 2 Aplicação em préemergência; 3 Aplicação em pós-emergência [arroz-vermelho em V5 (COUNCE et al., 2000)]; * Médias
dentro de cada ano não seguidas da mesma letra minúscula na coluna, e da mesma letra maiúscula na
linha diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro.
As diferentes doses e épocas de aplicação do herbicida propiciaram controle do
arroz-vermelho (Tabela 2) sendo que o controle foi total para os tratamentos com
aplicações de doses totais a partir de 1,25 L ha-1 (D6, D7, D8, D9 e D10), porém com maior
fitotoxicidade nesses tratamentos. Convém ressaltar que duas práticas de manejo
contribuíram para o melhor controle do arroz-vermelho: a aplicação precoce do herbicida e
a irrigação iniciada imediatamente após a aplicação do herbicida em POS, a qual pode ter
proporcionado maior disponibilidade e absorção do herbicida pelas plantas (WILLIAMS et
al., 2002). A lâmina de água pode ter contribuído para o melhor controle pois atua como
barreira física na emergência do arroz-vermelho. Além disso, a sistematização da área do
experimento auxiliou na manutenção da lâmina de água uniforme e constante e, pelo fato
de não haver taipas, o problema de reinfestação de arroz-vermelho foi reduzido.
Em geral, os resultados mostram que o híbrido Tuno CL é mais tolerante a maiores
doses de Only comparado com a cultivar IRGA 422 CL, constituindo-se numa ferramenta
auxiliar para áreas com alta infestação de arroz-vermelho. O controle de arroz-vermelho foi
total com aplicações do herbicida em PRE complementado com a aplicação em POS,
desde que o total aplicado não seja inferior a 1,25L ha-1. Esta condição é atendida pelo
tratamento D6 (0,75L ha-1 em PRE + 0,5L ha-1 em POS), o qual propicia a menor dose total
dentre aqueles com 100% de controle.
Tabela 2- Controle de arroz-vermelho em porcentagem em genótipos de arroz tolerantes a
imidazolinonas, submetidas a doses e épocas de aplicação do herbicida Only.
Santa Maria, RS. 2007.
Controle de arroz-vermelho2
Doses de Only1
1º Ano (2004/05)
2º Ano (2005/06)
3
4
Média
PRE
POS
Total
IRGA
IRGA
Tuno CL
Tuno CL
422 CL
422 CL
-1
5
5
---------- L ha ------------------- % ------------------ % ------------- % ---D1
0
0
0
----------D2
0,75
0
0,75
A 97 b A 98 b
A 95 c A 96 b
97
D3
0
1,0
1,0
A 98 b
A 97 b
98
A 97 b A 98 b
D4
1,0
0
1,0
A 97 b A 98 b
A 98 b
A 98 b
98
D5
0,5
0,5
1,0
B 97 b A 99 a
A 97 b
A 97 b
98
D6
0,75
0,5
1,25
A 100 a
A 100 a
A 100 a
A 100 a
100
D7
0,75
0,75
1,5
A 100 a
A 100 a
A 99 b
A 100 a
100
D8
1,0
0,5
1,5
A 100 a
A 100 a
A 100 a
A 100 a
100
D9
1,0
1,0
2,0
A100 a
A 100 a
100
A 100 a
A 100 a
D10
0
2,0
2,0
A 100 a
A 100 a
A 99 b
A 98 b
99
99
Média
99
99
98
99
C.V. (%)
0,2
0,8
1
-1
-1 2
Mistura formulada de imazetapir (75 g i.a. L ) + imazapic (25 g i.a. L ); O controle de arroz-vermelho
foi avaliado visualmente, em percentagem, onde 0 corresponde a ausência de controle e 100
corresponde a controle total de plantas; 3 Aplicação em pré-emergência; 4 Aplicação em pósemergência [arroz-vermelho em V5 (COUNCE et al., 2000)]; 5 Para a análise, os dados foram
transformados usando a fórmula yt = log ( y + 1) ; * Médias dentro de cada ano não seguidas da
10
mesma letra minúscula na coluna, e da mesma letra maiúscula na linha diferem pelo teste de Tukey
em nível de 5% de probabilidade de erro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COUNCE, P. A., KEISLING, T. C., MITCHELL, A.J. A uniform, objtective and adaptive
system for expressing rice development. Crop Science, n. 40, 436-443, 2000.
OTTIS, B.V. et al. Imazethapyr application methods and sequences for imidazolinonetolerant rice (Oryza sativa). Weed Technology, v. 17, n. 3, p. 526-533, 2003.
STEELE, G.L.; CHANDLER, J.M.; McCAULEY, G.N. Control of red rice (Oryza sativa) in
imidazolinone-tolerant rice (O. sativa). Weed Technology, v.16, n.3, p.627-630, 2002.
WILLIAMS, B.J. et al. Weed management systems for Clearfield Rice. Louisiana
Agriculture, v. 45, n. 1, p. 16-17, 2002.
AGRADECIMENTO: A FAPERGS pela bolsa de estudo ao estudante/pesquisador
Gustavo Mack Teló, a CAPES pela bolsa de mestrando a Silvio C.C. Villa, ao CNPq pelo
apoio financeiro na realização do trabalho.
AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE TIRIRICA (Cyperus esculentus L.) COM
HERBICIDAS NA CULTURA DO ARROZ.
Fernando Borges Santiago(1), Rodrigo Alff Gonçalves(2), Olavo Gabriel Santi(3), Ana Paula
Estevo(4), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(5). (1) Engenheiro agrônomo E-mail:
[email protected]. (2-3-4-5) Pesquisadores GIPHE-UFSM. E-mail: [email protected]
O arroz, como qualquer cultura agrícola, está sujeito a uma série de fatores do
ambiente que, direta ou indiretamente, influenciam o rendimento, qualidade e o custo de
produção. Dentre estes fatores, as plantas daninhas assumem lugar de destaque, pois
reduzem a quantidade da produção e a qualidade se deprecia em razão da contaminação
com sementes e restos de plantas daninhas. Os problemas ocasionados pelas espécies
daninhas, conhecidas como ciperáceas (Cyperus spp) tem causado grandes prejuízos às
lavouras orizículas do Estado. A Tiririca amarela como é conhecido o Cyperus esculentus
se destaca pelo difícil controle, pois além de se propagar vegetativamente, através de
tubérculos, e através de semente é uma planta perene, que em áreas úmidas e
ensolaradas apresenta crescimento vigoroso. Constituí problema particular nas regiões da
Fronteira Oeste e Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de cinco herbicidas (tabela1)
aplicados em pós-emergência no controle de Cyperus esculentus, bem como suas
seletividades e produtividade na cultura do arroz irrigado cv.Irga 417.
O experimento foi instalado a campo no ano agrícola de 2006/2007, no município
de Itaqui-RS, fronteira oeste do estado do RS. O delineamento experimental utilizado foi o
bloco ao acaso com quatro repetições e cinco tratamentos herbicidas e mais uma
testemunha infestada com aproximadamente 217 plantas de Cyperus esculentus/m2. As
parcelas experimentais tiveram as dimensões de 5 m x 2 m (10 m2).
Usou-se a cultivar de arroz Irga 417, na densidade de 380 sementes aptas por m2,
semeadas em linhas espaçadas de 0,17 m. No momento da aplicação as plantas de
Cyperus esculentus estavam com 5 folhas e a cultura do arroz com 5-6 folhas. Para a
aplicação dos herbicidas utilizou-se pulverizador costal de precisão, propelido a CO2
munido de 4 bicos espaçados de 0,5m um do outro, operando na pressão de 25 Ib/pol2
com volume de calda correspondente a 160 litros/ hectare.
Os tratamentos herbicidas com suas respectivas doses de produto comercial e
ingrediente ativo / hectare se encontram na tabela 1.
Tabela 1. Tratamentos com respectivas doses de produto comercial. Lavoura de arroz
irrigado. Itaqui-RS. Ano agrícola – 2006/2007.
Tratamentos
Princípios ativos
1) Grascarb
Propanil + tiobencarbe
2) Nominee1
Bispyribac-sodium
3) Sirius
Pirazossulfurom-etílico
4) Gladium
Etoxissulfurom
Penoxsulam
5) Ricer2
7) Testemunha
1
Acrescido de Iharol a 1 L/ha
2
Acrescido de Veget Oil a 1 L/a
ml ou g
P.C./ha
g. i.a./ha
5000
125
72
120
200
---
2350 + 1000
50
18
72
48
---
O controle da espécie daninha e a seletividade dos herbicidas à cultura, foram
quantificados por três avaliações visuais utilizando-se a escala percentual, onde: 100% =
controle total e 0% = nenhum efeito sobre as plantas daninhas. As avaliações de controle
foram realizadas aos 15, 45 e 70 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos. As
avaliações de seletividade foram realizadas aos 7, 15 e 21 dias após a aplicação,
atribuindo-se a nota zero (0) à ausência de injúria e a nota cem (100) à morte completa das
plantas.
Determinou-se o rendimento médio de grãos em casca de arroz, por unidade de
área, através da colheita de uma área útil de 4m2 / unidade experimental.
Os dados obtidos foram submetidos ao teste de tukey para comparação múltiplas
de médias (p< 0.05).
Tabela 2. Avaliações de controle de Cyperus esculentus. Lavoura de arroz irrigado. ItaquiRS. Ano agrícola 2006/2007.
% Controle de Cyperus esculentus
Tratamento
ml ou g P.C./ha
45 DAA
70 DAA
15 DAA1
47 c2
1) Grascarb
5000
37 c
22 d
2) Nominee
125
97 a
95 a
92 b
3) Sirius
72
97 a
100 a
100 a
4) Gladium
120
96 a
96 a
93 ab
5) Ricer
200
87 b
83 b
82 c
0d
4,85
0d
6,45
0e
5,05
6) Testemunha
C.V.%
Dias Após Aplicação
Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%.
0= Nenhum controle
100= Controle total das plantas daninhas
1
2
Analisando-se os resultados na tabela 2, observa-se que Grascarb não
proporcionou controle eficiente sobre a população de Cyperus esculentus. O tratamento
que controlou 100% desta população aos 45 e 70 DAA foi Sirius na dose de 72 ml/ha.
Nominee na dose de 125 ml/ha e Gladium na dose de 120 ml/ha proporcionaram controles
entre 92 e 93%, enquanto que Ricer na dose de 200ml/ha controlou apenas 82% da
população de Cyperus esculentus aos 70 DAA.
Tabela 3. Avaliação de fitotoxicidade. Itaqui-RS. Ano agrícola 2006/2007.
Tratamento
ml ou g P.C./ha
% Fitotoxicidade
07 DAA
15 DAA
21 DAA
0
1) Grascarb
5000
8
2
2) Nominee
125
0
0
0
3) Sirius
72
0
0
0
4) Gladium
120
0
0
0
5) Ricer
200
6) Testemunha
0
0
0
0
0
0
Os resultados dos sintomas fitotóxicos demonstraram que os tratamentos, com
exceção do tratamento com herbicida Grascarb, não apresentaram fitotoxicidade a cultura
do arroz cv. Irga 417. A fitotoxicidade proporcionada pelo herbicida Grascarb é
característica do ingrediente ativo propanil, o qual é um dos componentes deste produto.
Aos 15 DAA a fitotoxicidade neste tratamento foi de apenas 2% e aos 21 DAA as plantas
da cultivar de arroz Irga 417 estavam totalmente recuperadas.
Observando-se a Tabela 4, conclui-se que os rendimentos médios de grãos em
casca de todos os tratamentos herbicidas foram significativamente superiores a
testemunha não tratada, com acréscimos nos rendimentos que variaram de 70,82 sacos
por hectare no tratamento com Sirius até 21,84 sacos por hectare no tratamento com
Grascarb.
Tabela 4. Rendimento de grãos em casca da cultivar Irga 417. Itaqui-RS. Ano agrícola
2006/2007.
Tratamento
ml ou g P.C./ha
Produtividade
Kg/ha.
Diferença Sc/ha*
1) Grascarb
5000
5967 c
21,84
2) Nominee
125
8173 ab
65,96
3) Sirius
72
8416 a
70,82
4) Gladium
120
8086 ab
64,22
5) Ricer
200
7856 b
59,62
4875 d
0
6) Testemunha
* Diferença em sc/ha em relação a testemunha
Pelos resultados obtidos e considerando as condições de realização deste
experimento concluímos que uma população de 217 plantas de Cyperus esculentus/m2
pode diminuir a produtividade de grãos na cultura do arroz irrigado em até 70, 82 sc/ha e
que o tratamento mais eficaz no controle desta planta daninha foi Sirius na dose de 72
ml/ha.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 2. ed. São Paulo: BASF
S.A., Tomo1-1997. 641p.
GOMES, A. S.; JÚNIOR, A. M. Arroz Irrigado no sul do Brasil. 1 ed. EMBRAPA
Informação Tecnológica, Brasília, DF-2004. 899p.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da
Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005. 159p.
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE
Echinochloa crusgalli, Aeschynomene denticulata E Cyperus iria.
Olavo Gabriel Rossato Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2), José Antonio Annes
Marinho(3), Luiz Felipe Thomas(3), Rodrigo Alff Gonçalves(1), Ana Paula Estevo(1), Graciela
(1)
Castilhos(1). Rafael Friguetto Mezzomo(1)
Bolsistas GIPHE/UFSM, e-mail:
(2)
[email protected];
Professor
Dep.
De
Biologia/UFSM
e-mail:
[email protected]; (3)FMC Química do Brasil Ltda.
O desafio de controlar as plantas daninhas na cultura do arroz irrigado está sendo
cada vez maior. O estado do Rio Grande do sul representa cerca de 46 % da área total
semeada no Brasil (Atlas sócio econômico do Rio Grande do Sul), e devido a isso os
problemas com plantas daninhas tem grande importância.
As condições climáticas como temperatura, umidade do solo além de luminosidade
abundante presentes nos agroecossistemas das várzeas arrozeiras do Rio Grande do Sul
durante o período de desenvolvimento da cultura do arroz, proporcionam condições ótimas
para o desenvolvimento de espécies de plantas daninhas (Fleck, 2000), como Capim arroz
(Echinochloa spp), Angiquinho (Aeschynomene spp) e Junquinho (Cyperus spp) entre
outras. Com intuito de diminuir a interferência das plantas daninhas, e avaliar a eficiência
do novo herbicida Pyribenzoxim, conduziu-se este trabalho no município de Dona
Francisca/RS, usando diferentes doses dos herbicidas Pyribenzoxim (RET: 07503) e
clomazone na safra 2006/2007 (Tabela 1).
Tabela 1. Tratamentos e doses de produto comercial aplicados na lavoura de arroz irrigado
– UFSM 2006/2007
Tratamentos
1
1 – Testemunha
1
2 – Pyribenzoxim + Óleo mineral
3 – Pyribenzoxim + Óleo mineral
4 – Pyribenzoxim + Óleo mineral
5 – Pyribenzoxim + Óleo mineral
6 – Pyribenzoxim + Clomazone
7 – Pyribenzoxim + Clomazone
8 – Pyribenzoxim + Clomazone
9 – Pyribenzoxim + Clomazone
10 – Penoxsulam + Óleo Mineral
11 – Bispyribac-sodium (padrão)
g i. a. ha-1
50
50
50
50
50 + 300
50 + 300
50 + 300
50 + 300
36
40
Doses
-1
ml ha de produto comercial
600 + 1000
800 + 1000
1000 + 1000
1200 + 1000
600 + 500
800 + 500
1000 +500
1200 + 500
200 + 1000
150 + 1000
Produto em fase de registro pela FMC. RET: 07503 – Pyribenzoxim 50 gramas de i.a/L de produto comercial
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro
repetições. As unidades experimentais apresentavam dimensões de 5m x 2m (10m2) sendo
considerado para fins de avaliação a parte central da unidade.
A semeadura do arroz, cultivar IRGA 417,foi realizada no dia 25 de novembro de
2006 e a aplicação dos herbicidas ocorreu no dia 16 de dezembro de 2006. No momento
da aplicação as plantas daninhas se encontravam com duas a três folhas e o arroz
apresentava 3 a 4 folhas. Durante a aplicação a temperatura era de 25 graus ºC, a
umidade relativa do ar era de 70% e a velocidade do vento de 2,8 Km h-1. Utilizou-se um
volume de calda de 180 L ha-1. Para a aplicação utilizou-se um pulverizador costal de
precisão, propelido com CO2, com barra equipada com quatro pontas de pulverização
contendo bicos XR Teejet 110.02, espaçados de 0,5 m um do outro, operando a 12 psi de
pressão. O inicio da irrigação definitiva dos quadros, ocorreu após três dias da aplicação
dos tratamentos.
A primeira avaliação de controle ocorreu após 10 dias da aplicação dos
tratamentos (DAT) e a segunda avaliação 30 DAT. Para a avaliação utilizou-se o método
visual baseado em escalas arbitrárias, onde a testemunha sem capina correspondeu a zero
(%) de controle e a morte das plantas a 100%. Posteriormente os dados foram submetidos
ao teste F para a análise da variância e ao teste de Tukey para a comparação de médias
em nível de 1% de probabilidade de erro.
Tabela 2: Níveis de controle obtidos aos 10 DAA
Tratamentos
1. Testemunha sem herbicida
-1
Dose ml ha
-
Controle (%)
Angiquinho
Capim Arroz
Junquinho
00 b1
00 b
00 b
2. Pyribenzoxim + óleo mineral
600 + 1000
99,5 a
100 a
100 a
3. Pyribenzoxim + óleo mineral
800 + 1000
99,5 a
99,5 a
99,5 a
4. Pyribenzoxim + óleo mineral
1000 + 1000
100 a
100 a
100 a
5. Pyribenzoxim + óleo mineral
1200 + 1000
100 a
100 a
100 a
6. Pyribenzoxim + clomazone
600 + 500
98,75 a
97,5 a
95 a
7. Pyribenzoxim + clomazone
800 + 500
97 a
100 a
96,25 a
8. Pyribenzoxim + clomazone
1000 + 500
99,5 a
99,5 a
96,25 a
9. Pyribenzoxim + clomazone
1200 + 500
98.25 a
100 a
99,5 a
10. Penoxsulam + óleo mineral
200 + 1000
98,25 a
95 a
100 a
11. Bispyribac-sodium+óleo mineral
150 + 1000
99,5 a
100 a
100 a
1
Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey
em nível de 1% de probabilidade de erro.
Tabela 3. Níveis de controle obtidos aos 30 DAA.
Controle (%)
Tratamentos
1. Testemunha
Dose de
produto
comercial/ha
Angiquinho
Capim Arroz
Junquinho
-
00 c1
00 b
00 c
2. Pyribenzoxim + óleo mineral
600 + 1000
98,75 ab
99,75 a
99,5 ab
3. Pyribenzoxim + óleo mineral
800 + 1000
99,5 a
97,5 a
98,75 ab
4. Pyribenzoxim + óleo mineral
1000 + 1000
100 a
100 a
100 a
5. Pyribenzoxim + óleo mineral
1200 + 1000
100 a
99,5 a
100 a
6. Pyribenzoxim + clomazone
600 + 500
93,25 b
95 a
93,25 b
7. Pyribenzoxim + clomazone
800 + 500
98,5 ab
96,25 a
98,5 ab
8. Pyribenzoxim + clomazone
1000 + 500
99,75 a
99,25 a
99,75 a
9. Pyribenzoxim + clomazone
1200 + 500
100 a
100 a
100 a
10. Penoxsulam + óleo mineral
200 + 1000
100 a
93,25 a
100 a
11. Bispyribac-sodium+óleo mineral
150 + 1000
100 a
99,75 a
100 a
1
Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey
em nível de 1% de probabilidade de erro.
Tabela 4. Resultados das avaliações para fitointoxicação.
Fitointoxicação (%)
Tratamentos
1. Testemunha sem herbicida
Dose de
produto
comercial/ha
10 DAA
20 DAA
30 DAA
-
0 a¹
0a
0a
2. Pyribenzoxim + óleo mineral
600 + 1000
0a
0a
0a
3. Pyribenzoxim + óleo mineral
800 + 1000
0a
0a
0a
4. Pyribenzoxim + óleo mineral
1000 + 1000
0a
0a
0a
5. Pyribenzoxim + óleo mineral
1200 + 1000
0a
0a
0a
6. Pyribenzoxim + clomazone
600 + 500
5a
0a
0a
7. Pyribenzoxim + clomazone
800 + 500
5a
0a
0a
8. Pyribenzoxim + clomazone
1000 + 500
5a
0a
0a
9. Pyribenzoxim + clomazone
1200 + 500
5a
0a
0a
10. Penoxsulam + óleo mineral
200 + 1000
0a
0a
0a
11. Bispyribac-sodium+óleo mineral
150 + 1000
0a
0a
0a
1
Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey
em nível de 1% de probabilidade de erro.
Os resultados experimentais permitem concluir que o herbicida Pyribenzoxim
aplicado isolado em doses que variaram de 600 a 1200 ml há1 ou com clomazone (500
-1
mlha , em geral, foi tão eficiente no controle de Aeschynomene denticulata, Echinochloa
crusgalli e Cyperus iria quanto os herbicidas Penoxsulam (200 ml ha-1) e Bispyribac-sodium
(150 ml ha-1), podendo ser recomendado para programas de manejo destas plantas
daninhas na cultura do arroz irrigado. Com relação à fitointoxicação da cultura pelos
tratamentos herbicidas, verifica-se que Pyribenzoxim nas doses avaliadas foi seletivo para
a cultura.
Referências bibliográficas:
FLECK, N. G. et al Controle químico seletivo de arroz-vermelho e de capim-arroz em arroz
irrigado irrigado utilizando o sistema Clearfield. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ
IRIGADO, 2., e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24 ., 2001, Porto Alegre.
Site: http://www.scp.rs.gov.br/ATLAS/atlas.asp?menu=264
Palavras-chave: junquinho; capim-arroz; pyribenzoxim
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CULTIVARES DE ARROZ (Oryza sativa
L.) RESISTENTES A HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA ALS
Merotto Jr., A.1; Kalsing, A.1 Roso, A.C.1; Matzenbacher, F.O.1 ; Francesqueit, D.V.1;
Faculdade de Agronomia-UFRGS, Av. Bento Gonçalves, 7712. CEP 91501-970. Porto
Alegre, RS. Email: [email protected].
As alterações da adaptação diferencial de plantas advindas de hibridização entre
variedades cultivadas e tipos silvestres correlatos têm se caracterizado como um assunto
controverso. Ausência de variações da adaptação tem sido encontrada em relação ao fluxo
gênico envolvendo resistência a herbicidas inibidores da ALS (Thompson et al. 1994;
Sibony & Rubin, 2003). Entretanto, muitos destes resultados são contestáveis por não
serem realizados com avaliações durante todo o ciclo da planta, na presença de
competição entre plantas, utilizando-se linhas isogênicas ou ao menos com grande número
de populações e devido a problemas de “linkage” envolvidos no fluxo gênico. Em muitos
dos estudos de adaptação foram realizadas simples comparações de características
morfológicas de poucos indivíduos advindos de poucas populações resistentes e
suscetíveis a certo herbicida. Comparações de características fisiológicas entre isolineas
resistentes a herbicidas inibidores de ALS de Lactuca sativa e arabidopsis com seus
respectivos tipos silvestres mostraram mesmo km para piruvato da enzima ALS indicando
ausência de efeito nos locais catalíticos desta enzima (Eberlein et al, 1999). Entretanto,
estes autores encontraram menor inibição de feedback em algumas populações. Similar
resultado foi encontrado por Dyer et al. (1993) em Kochia scoparia, que associaram esta
alteração com o aumento nas concentrações de aminoácidos de cadeia ramificada nas
sementes dos indivíduos resistentes, com conseqüências relacionadas à diminuição da
termodormência e a germinação mais rápida em condições de baixas temperaturas. De
acordo com Devine & Eberlein (1997), as conseqüências da mutação Pro197 para Ser197
resultam em alteração no referido processo enquanto que a mutação Pro197 para His197 não
causa tal efeito na cinética da enzima ALS, sugerindo que a alteração da adaptação é um
processo associado com específicas mutações do gene ALS. Desta forma, em adição à
perda da possibilidade de controle do arroz vermelho através de herbicidas seletivos, o
fluxo gênico da resistência a herbicidas ALS pode também resultar alteração do padrão de
germinação do arroz vermelho, constituindo-se assim um novo fator na dinâmica de
populações desta planta daninha.
O objetivo deste trabalho foi avaliar alterações do padrão de germinação de
cultivares resistentes e suscetíveis a herbicidas inibidores da ALS.
O presente trabalho foi conduzido no Laboratório da Flora Ruderal (LAFLOR),
pertencente ao Departamento de Plantas de Lavoura da Faculdade de Agronomia da
UFRGS. Os tratamentos constaram da exposição à germinação de sementes de quatro
cultivares de arroz (Oryza sativa L.) sob quatro regimes de temperatura contínua, com
cinco repetições. As cultivares avaliadas foram IRGA 422 CL, Puita INTA CL e Sator CL
resistentes aos herbicidas do grupo das Imidazolinonas e a cultivar IRGA 417, suscetível a
este grupo de herbicidas. As temperaturas as quais as sementes foram expostas para
germinação foram 15°C, 20°C, 25 e 30°C. Os tratamentos foram instalados em câmaras
BOD com a presença de luz. As sementes foram selecionadas com o uso de uma lupa de
mão, separando-se àquelas visivelmente mal formadas, seguindo-se uma desinfestação
com solução de hipoclorito de sódio com cerca de 1% de cloro nascente. Logo a seguir, as
sementes foram lavadas em água destilada. Lotes de cem sementes, assim tratadas,
foram envoltos por substrato tipo papel germinador umedecido, sob a forma de rolos, e,
posicionados verticalmente no interior de recipientes com capacidade para 10.000 ml. A
umidade dos substratos foi mantida por sub-irrigação, conservando-se uma lâmina de água
destilada com aproximadamente 5 cm no interior dos recipientes. Diariamente, no início da
manhã e fim da tarde, os substratos foram desenrolados para a contagem do número de
sementes germinadas. A emergência da radícula, numa extensão de mais da metade da
semente, foi o critério usado para definição da germinação. Para cada tratamento,
avaliaram-se o percentual acumulativo de sementes germinadas (PASG) por avaliação e o
índice de velocidade de germinação (IVG), segundo a metodologia proposta por Maguire
(1962), onde IVG = G1/H1 + G2/H2 + ... + Gn/Hn, em que: IVG = índice de velocidade de
germinação; G1, G2, ... Gn = número de sementes germinadas, computadas na primeira,
segunda, ... última contagem; H1, H2,... Hn = número de dias da semeadura à primeira,
segunda,... última contagem. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente
casualizado em esquema fatorial. O ensaio foi repetido duas vezes. Os resultados
referentes ao PASG em 96 horas após a semeadura foram submetidos à análise de
variância, e a comparação de médias foi realizada pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
A cultivar Puita INTA CL apresentou germinação mais rápida que as demais
cultivares quando submetidas a temperatura de 20 ºC (Figura 1a). Sob temperatura de 25
ºC esta diferença diminuiu (Figura 1b), e na temperatura de 30 ºC todas as cultivares
apresentaram rápida e igual germinação (Figura 1c). Não foram observadas sementes
germinadas de nenhuma das cultivares avaliadas quando submetidas a temperatura de 15
ºC. O índice de velocidade de germinação demonstrou semelhante padrão de germinação
entre as cultivares avaliadas tanto a 20 º (Figura 2) quanto a 25 ºC. As maiores diferenças
em relação ao PASG e ao IVG aconteceram em 96 horas após a semeadura (Figura 1 e 2).
Nesta avaliação, a cultivar Puita INTA CL demonstrou mais rápida germinação em relação
a cultivar IRGA 417. Deste modo, evidencia-se que a cultivar Puita INTA CL resistente a
herbicidas inibidores da ALS apresentou germinação mais rápida que a cultivar suscetível
IRGA 417, e que este efeito foi mais pronunciado sob temperatura de 20 ºC.
Considerando a possível ocorrência de fluxo gênico entre cultivares de arroz
resistentes a herbicidas inibidores da ALS e a planta daninha arroz vermelho, a diferente
velocidade de germinação de indivíduos resistentes pode resultar em alteração das
relações de estabelecimento e competição entre plantas. Duas conseqüências podem
resultar da germinação mais rápida em condições de baixas temperaturas de um ecótipo
de arroz vermelho. Primeiramente, a mais rápida germinação do ecótipo resistente pode
resultar em prematura eliminação pelo preparo do solo ou por práticas de controle de
plantas daninhas anteriormente a semeadura da cultura. Alternativamente, o ecótipo
resistente pode tornar-se competitivamente dominante devido a sua rápida emergência e
conseqüente maior dominância em relação a indivíduos suscetíveis.
Referências Bibliográficas
DEVINE, M. D., EBERLEIN, C. V. 1997. Physiological, biochemical and molecular aspects
of herbicide resistance based on alterated target site. In: ROE, R. M., BURTON, J. D.,
KUHR, R. J. Herbicide activity: toxicology, biochemistry and molecular biology. IOS
Press, Amsterdan, p. 159-185.
DYER, W.E., P.W. CHEE, P.K. FAY. 1993. Rapid germination of sulfonylurea-resistant
Kochia scoparia L. accessions is associated with elevated seed levels of branched chain
amino acids. Weed Science, v.41:18-22.
EBERLEIN, C.V., M.J. GUTTIERI, P.H. BERGER, J.K. FELLMAN, C.A. MALLORY-SMITH,
D.C. THILL, R.J. BAERG, W.R. BELKNAP. 1999. Physiological consequences of
mutation for ALS-inhibitor resistance. Weed Science 47:383-392.
MAGUIRE, J. D. 1962. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedlings
emergence and vigor. Crop Science, v. 2, n. 1, p. 176-177.
SIBONY, M., B. RUBIN. 2003. The ecological fitness of ALS-resistant Amaranthus
retroflexus and multiple-resistant Amaranthus blitoides. Weed Research, 43:40-47.
THOMPSON, C.R., D.C. THILL, and B. SHAFII. 1994. Growth and competitiveness of
sulfonilurae-resistant and -susceptible Kochia (Kochia scoparia). Weed Science 42:172179.
120
G erm inação acum u lad a (% )
Germinação acumulada (%)
120
100
80
60
IRGA 417
IRGA 422 CL
40
Sator CL
20
Puita CL
100
80
60
IRGA 417
IRGA 422 CL
40
Sator CL
Puita CL
20
0
0
25
50
75
100
125
150
175
25
200
50
75
100
125
150
175
200
Horas após a sem eadura
Horas após a sem eadura
G erm in a ç ão a cu m u la d a (% )
120
100
80
60
IRGA 417
40
IRGA 422 CL
Sator CL
20
Puita CL
0
25
50
75
100
125
150
175
200
Horas após a sem eadura
Figura 1 - Germinação acumulada (GA) de diferentes cultivares de arroz submetidas à
temperatura contínua de 20 °C (a), 25 °C (b) e 30 ºC (c).
70
70
60
IRGA 417
50
IRGA 422 CL
40
Sat or CL
30
Puit a CL
20
60
IRGA 417
50
IRGA 422 CL
40
Sat or CL
30
Puita CL
20
10
10
0
25
50
75
100
125
150
175
200
0
25
50
75
100
Horas
125
150
175
200
Horas
Figura 2 - Índice de velocidade de germinação (IVG) de diferentes cultivares de arroz
submetidas à temperatura contínua de 20° C (a) e 25° C (b).
Tabela 1 – Germinação acumulada de cultivares de arroz avaliada 96 horas após a
deposição das sementes para germinação em papel sob temperatura contínua de 20 ºC.
Cultivar
* Tukey, 5%
Germinação (%)
IRGA 417
34,3 c*
IRGA 422 CL
48,9 ab
Puita CL
78,5 a
Sator CL
39,1 ac
CROSS-RESISTANCE TO ALL ALS-INHIBITING HERBICIDE GROUPS AND
PHYLOGENETIC RELATIONSHIP OF ALS GENE IN Cyperus difformis L.
Aldo Merotto Jr(1), Marie Jasieniuk(2), Albert J. Fischer(2). (1) UFRGS, Faculdade de
Agronomia. Av. Bento Goncalves, 7712. Cep 90501-970. Porto Alegre, RS. Email:
[email protected] (2) UCDavis, Plant Science Department. Davis, CA, USA.
Resistance (R) of Cyperus difformis L. (CYPDI, smallflower umbrella sedge) to ALS
(acetolactate synthase)- inhibiting herbicides is a classical example of rapid evolution of
herbicide-R. Only after four consecutive seasons of bensulfuron-methyl (ALS inhibitor) use
in California (CA) rice areas, resistant biotypes of CYPDI were found in two rice fields of the
Sacramento valley. After that, ALS-R in CYPDI had evolved in several fields all over CA rice
area. Mechanism of resistance to ALS-inhibitors is described as target site for one biotype
(Osuna et al. 2002). However, the mechanism of R in biotypes where additional patterns of
cross-R occurs in not known. In addition, the specific mutation resulting in the target site R
in CYPDI is not understood. There is no molecular information available regarding genes
sequences for CYPDY or other Cyperaceae and the ploidy level for CIPDY is not known
either. Molecular and crossing studies using the ALS–R as a marker indicate that this
species is highly selfing (Merotto Jr., in press). Development of curative and preventive
strategies for R management require knowledge of the cross-resistance patterns of ALSresistant CYPDI, the mechanism of resistance, and the molecular basis of the resistance.
Based on this knowledge, correct diagnostic of resistance evolution can be developed, and
mainly, adequate herbicide usage programs can be projected for current or news ALSinhibitors.
The objectives of this study were to: i) assess the cross-R patterns for all five ALSinhibiting herbicide classes in CYPDI; ii) investigate the mechanism of R using biochemical
and molecular approaches; iii) analyze the phylogenetic relationship of the ALS gene from
CYPDI with that of other plant species reported in the literature.
Four CYPDI biotypes were used for the determination of cross-R patterns among ALS
-inhibiting herbicides. Seeds from the IR biotype were collected in Northern Italy (Po Valley)
and seeds from WA, BI and AS biotypes were collected in California’s Northern Sacramento
Valley. Cross-R to the ALS-inhibiting herbicides was performed at whole-plant level and
through an “in vitro” ALS enzyme activity assay. The four-parameter logistic model was
fitted to the data through the “drc” package from “R” program.
Leaf samples from the same plants used for the ALS activity assay were individually
collected for total DNA extraction through the CTAB protocol and RNA extraction using the
RNeasy Plant mini kit (Qiagen). Eighteen regular and degenerated oligonucleotide primers
for polymerase chain reaction (PCR) amplification were designed based on the nucleotide
sequences from ALS genes available in the GenBank database. Standard PCR
amplifications were carried out in a total volume of 15 µl. A degenerated oligonucleotide
primer produced a clear 551 bp correspondent to the expected fragment size. Sequencing
of this fragment was done by the BigDye Terminator v3.1 Cycle sequencing in an ABI
PRISM 3100 DNA Analyser. Two chromosome walking and a RACE (Rapid Amplification of
cDNA Ends) procedures were conducted in order to obtain the remaining 5’ sequence of the
ALS gene. The partial sequences obtained with these fragments were arranged in an
unified contig of 1709 bp (Figure 1) that has been deposited in the GenBank database
under the accession number EF061294. A phylogenetic analysis was performed among the
found CYPDI ALS gene sequence and the sequences used for primer designing based on a
350 bp using the PHYLIP software.
The herbicide cross-R evaluated at enzymatic level through the “in vivo” ALS assay
indicated that the WA biotype was resistant to all herbicides tested. The IR biotype was
susceptible to halosulfuron-methyl and moderately resistant to bispyribac-sodium and
penoxsulam (Table 1). These results are in agreement with the whole-plant assay (Table 1).
Resistance to ALS-inhibitors in biotypes IR and WA is due to a target site related
mechanism. The reduced sensitivity of their ALS enzyme may be due to a mutation on the
ALS gene or to an over expression of this gene. The susceptibility to herbicide halosulfuronmethyl exhibited by the IR biotype suggests that ALS overexpression is not the Rmechanism.
Because the ALS “in vitro” assay indicated that a target site modification could be the
cause of R in the WA and IR biotypes we attempted to isolate and sequence the ALS gene.
Since no information was available regarding the DNA sequence of the ALS gene for
CYPDI nor for any other Cyperaceae, a set of degenerated primers were designed. An
analysis of the obtained sequence (Figure 1) corresponding to the “A” region of ALS gene
shows a GC content of 71%, which could have caused of difficulties encountered in the
amplification of this region. The ALS gene sequence obtained for CYPD in this study (Figure
1) corresponds to a 1709 bp coding region and is equivalent to the 609 to 2317 nucleotide
position in the standard Arabidopsis ALS gene sequence X51514.
However, the nucleotide and amino acids sequences did not vary within the 4 biotypes
analyzed. Therefore, is expected that more than one ALS gene is present in CYPDI
because at least three different nucleotide sequences should be obtained considering the
different pattern of herbicide cross-R found in the biotypes IR and WA and the wild-type AS.
Several studies had also found multiple copies of ALS gene in a complex organization of
herbicide R in diploid and polyploidy plant species (White et al., 2003; Kolkman et al., 2004;
Warwick et al. (2005). The phylogenetic analysis among the obtained CYPDI ALS gene and
several mono and dicotiledoneae species revealed that there is no similarity among these
species (Figure 2). There is also no similarity between the obtained CYPDI ALS gene and
those from species where more than one gene is present (data do not shown).
Target-site herbicide-R exists in CYPDI to all groups of ALS –inhibiting herbicides.
Cross-R to all ALS inhibiting herbicides is variable among two CYPDI biotypes studied. This
variability is possibly caused by different mutations of the ALS gene or different
mechanisms of R. The obtained ALS gene of CYPDI is not homologous to Poaceae or to
other dicotiledoneous species evaluated.
Literature cited
Osuna, M.D.; Vidotto; F.; Fischer, A.J.; Bayer; D.E.; De Prado, R.; Ferrero; A. 2002. Crossresistance to bispyribac-sodium and bensulfuron-methyl in Echinochloa phyllopogon and
Cyperus difformis. Pesticide Biochemistry and Physiology 73:9-17
Kolkman, J. M.; Slabaugh, M. B.; Bruniard, J. M.; Berry, S.; Bushman, B. S.; Olungu, C.;
Maes, N.; Abratti, G.; Zambelli, A.; Miller, J. F.; Leon, A.; Knapp, S. J. 2004.
Acetohydroxyacid synthase mutation conferring resistance to imidazolinone or
sulfonylurea herbicides in sunflower. Theoretical and Applied Genetics, 109:1147-1159.
Warwick, S. I.; Sauder, C.; Beckie, H. J. 2005. Resistance in Canadian biotypes of wild mustard
(Sinapsis arvensis) to acetolactate synthase inhibiting herbicides. Weed Science, 53:631-639.
White, A. D.; Graham, M. A.; Owen, M. D. K. 2003. Isolation of acetolactate synthase
homologs in common sunflower. Weed Science, 51:845-853.
Table 1 - Resistance index (RI, ratio of I50 values) relative to the wild-type AS biotype of three CYPDI
biotypes based on the log-logistic equation of dose-response curves of CYPDY aboveground freshweight and ALS enzyme activity as a function of ALS -inhibiting herbicides.
Herbicide/Biotype
IR
WA
BI
FreshALS
FreshALS
FreshALS
weight
activity
weight
activity
weight
activity
Bensulfuron-methyl
15*
526.3*
10.01 *
552.8*
1.7*
2.3ns
Imazethapyr
7.2*
46,0**
6.7*
11.1**
1.76*
0.7 ns
Bispyribac-Na
6.1*
4.7*
16.4*
25.9*
0.9ns
1.7ns
Penoxsulam
2.3*
7.5 ns
11.1*
354.4*
1.0ns
3.6ns
Propoxycarbazone-Na
17.6*
32.0**
19.4*
167.4**
1.1ns
1.0 ns
Halosulfuron-methyl
1.3ns
2.0**
16.7 *
148.6*
0.6ns
0.6 ns
ns
IR5878
17.1*
10655**
22.0*
21000*
0.97
3.0*
ns
* significant to P<0.05; ** significant to P<0.01; no significative (P<0.05)
2
1
61
121
181
241
301
361
421
481
541
601
661
721
781
841
901
961
1021
1081
1141
1201
1261
1321
1381
1441
1501
1561
1621
1681
GATGTTCTCGTTGAGGTTCTCGAGAGACAAGGTGTCACCGATGTCTTCGCCTATCCAGGC
D V L V E V L E R Q G V T D V F A Y P G
GGAGCCTCCATGGAAATTCACCAAGCCCTTACGAGGTCTCCTGTCATAGACAATCACCTC
G A S M E I H Q A L T R S P V I D N H L
TTGAGGCATGGACAGGGAGAGTCCTTCGCGGCCTCCGGCTATGCGCGCTCTACCGGCAAG
L R H G Q G E S F A A S G Y A R S T G K
GCTGGGGTTTGTGTGGCCACATCCGGGCCCGGAGCAACGAATCTCGTCTCTGCTCTTGCT
A G V C V A T S G P G A T N L V S A L A
GATGCATTGCTTGATTCAGTTCCTATGGTCGCAATCACTGGACAGGTCCCTCGTCGCATG
D A L L D S V P M V A I T G Q V P R R M
ATTGGTACCGAGGCGTTTCAGGAGACCCCAATTGTTGAAGTGACTCGTTCCATAACAAAG
I G T E A F Q E T P I V E V T R S I T K
CACAACTATCTTGTACTCGACGTAGATGACATACCTCGCATCATCAAAGAGGCATTTTTC
H N Y L V L D V D D I P R I I K E A F F
TTGGCCACTTCAGGCCGTCCGGGACCCGTTTTGGTCGACATTCCAAAGGACATTCAACAA
L A T S G R P G P V L V D I P K D I Q Q
CAATTGGCTGTACCAGTGTGGGACACACCAATGCGCCTTCCAGGATACACCTCTCGCCTG
Q L A V P V W D T P M R L P G Y T S R L
CCAAAGCAACCTGAAGACAACCAGCTTGATCAGATAATCCGTCTTGTTTCTGAATCAAAG
P K Q P E D N Q L D Q I I R L V S E S K
CGGCCAGTGTTGTATGTAGGAGGCGGATGTGCCAACTCGGGTGCAGAGTTGAAACGATTT
R P V L Y V G G G C A N S G A E L K R F
GTGGAGCTAACGGGTATACCTGTTACTACTACCTTGATGGGTCTTGGTAACTTCCCCTGC
V E L T G I P V T T T L M G L G N F P C
GACGAGCCACTGTGTCTGCGCTTGTTGGGGATGCATGGCACTGTATATGCAAATTATGCA
D E P L C L R L L G M H G T V Y A N Y A
GTTGACAAAGCAGATCTGTTGTTAGCCTTTGGGGTGAGATTTGATGATCGTGTTACTGGA
V D K A D L L L A F G V R F D D R V T G
AAGCTTGAGGCATTTGCTAGTCGCTCTAAAATTGTGCACATAGATATTGACCCAGCTGAA
K L E A F A S R S K I V H I D I D P A E
ATTGGCAAGAATAAACAACCACACGTGTCGATCTGTGCAGACGTCAAACCTGCTTTGCAA
I G K N K Q P H V S I C A D V K P A L Q
GGCATGAACCAAATACTGGAGTCTAGTGGGGTGCACAAAAAATTGGATTTTTCTAGTTGG
G M N Q I L E S S G V H K K L D F S S W
AGGGCTGAACTGGATGAGCAAAAGAAAACATACCCATTAAGCTACAAAACTTTTGGAGAG
R A E L D E Q K K T Y P L S Y K T F G E
GAAATTCCCCCACAGTACGCCATCCAGGTGCTTGATGAATTGACCAACGGAGAAGCAATT
E I P P Q Y A I Q V L D E L T N G E A I
ATAAGCACAGGTGTCGGTCAGCACCAAATGTGGGCTGCACAGTATTACAACTATAAGAGA
I S T G V G Q H Q M W A A Q Y Y N Y K R
CCTCGTCAGTGGCTTTCCAGTTCAGGTTTGGGTGCCATGGGTTTCGGGTTACCTGCAGCT
P R Q W L S S S G L G A M G F G L P A A
GCTGGGGCTGCAGTGGGAAACCCGGGTGTTACTGTGGTTGACATAAACGGTGATGGTTCC
A G A A V G N P G V T V V D I N G D G S
TTCCTGATGAATATCCAAGAGCTTGCCATGATAAAGGTGGAGAACCTACCTGTCAAGACC
F L M N I Q E L A M I K V E N L P V K T
ATGGTGTTGAACAACCAACACTTGGGAATGGTGGTACAATGGGAGGACCGGTTTTACAAG
M V L N N Q H L G M V V Q W E D R F Y K
GCCAACCGGGCACACACCTACTTAGGTAACCCGGCTAATGAGGAGCAGATATATCCTGAT
A N R A H T Y L G N P A N E E Q I Y P D
TTTGTCAAGATAGCTGAAGGTTTCGGTGTACCTGCAGCACGTGTTACAAGGAGGAGTGAG
F V K I A E G F G V P A A R V T R R S E
GTCCGAGAGGCAGTGAGGATAATGTTGGATACACCAGGCCCATACCTGCTGGATGTGATC
V R E A V R I M L D T P G P Y L L D V I
GTACCGCATCAGGAGCATGTCTTGCCAATGATTCCAAGTGGAGGGGCATTCAAGGATATG
V P H Q E H V L P M I P S G G A F K D M
ATAACGGATGGAGATGGCCGGACCCTATA 1709
I T D G D G R T L
60
120
180
240
300
360
420
480
540
600
660
720
780
840
900
960
1020
1080
1140
1200
1260
1320
1380
Figure 1 – Nucleotide and deduced
amino acid of ALS gene form
CYPDI. Underline sequence
indicate highly conserved
sequences of plants ALS gene.
Bordered and shaded regions
indicate the six point-mutation
causing R to ALS inhibitors
herbicides. GenBank accession
number EF061294.
1440
1500
1560
1620
1680
CYPDI
BRSNN
72
RAPRA
96
ARBTH
98
CMAMI
79
XANSI
74
HELAN
34
AMARE
100
25
NIOTA
47
GOSHI
ZEAMX
100
ORYSA
86
LOLMU
58
Figure 2 – Strict
consensus
phylogenetic tree of
ALS gene flanking
the region A where
the domains C, A
and D are located.
Numbers refers to
the percentage
bootstrap support for
the groups to the
right.
TRIAE
78
BROTE
3
ALTERNATIVAS DE UTILIZAÇÃO DE ÁREAS DE ARROZ IRRIGADO APÓS O
®
USO DO SISTEMA CLEARFIELD
Luis Antonio de Avila(1), Gustavo Mack Teló(1), Enio Marchesan(1), Sérgio Luiz de Oliveira
Machado(2), Rafael Bruck Ferreira(1), Getúlio Rigão Filho(1). 1Departamento de
Fitotecnia\CCR, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), CEP: 97105-900, Santa
Maria, RS. 2Departamento de Defesa Fitossanitária da UFSM. e-mail: [email protected].
O sistema Clearfield® de produção de arroz irrigado, que prevê a utilização de
cultivar tolerante a herbicidas do grupo das imidazolinonas, e do herbicida Only® (mistura
formulada de imazethapyr e imazapic, 75 e 25 g ia L-1, respectivamente), está em cultivo
oficial no Rio Grande do Sul (RS) há quatro anos. A larga utilização deste sistema se deve
a sua eficiência no controle seletivo do arroz-vermelho. O sistema prevê a utilização da
tecnologia por até dois anos consecutivos e após rotação com outro sistema. No entanto,
devido às limitações que os cultivos alternativos têm nas áreas de várzea, e as dificuldades
de alternar áreas de cultivo, o produtor acaba tendo como única opção o retorno com o
sistema de produção de arroz convencional. Como este sistema é recente no Brasil, faltam
informações sobre como migrar do Sistema Clearfield® para o sistema convencional de
cultivo de arroz irrigado, com o mínimo de efeito negativo sobre a cultura em rotação.
Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar manejos de cultivo de arroz em áreas
utilizadas com o Sistema Clearfield® visando manter a sustentabilidade desta tecnologia.
O experimento foi instalado em área de várzea sistematizada da Universidade
Federal de Santa Maria (Santa Maria, RS) e conduzido no ano agrícola 2006/07. O
delineamento experimental foi de blocos ao acaso, em esquema fatorial, com 3 repetições.
O fator A foi representado pelas cultivares de arroz (BR-IRGA 409, IRGA 417, IRGA 422CL
e BRS 7 “TAIM”). O fator B foi composto por duas formas de manejo nas safras anteriores
à realização do experimento: 1) duas safras agrícolas com o uso do Sistema Clearfield®
usando o herbicida Only® na dose de 1 L ha-1 em pós-emergência (POS) e uma safra com
cultivo de arroz não tolerante, sem aplicação de herbicida Only® (2CL + 1 CON); 2) três
safras agrícolas com o uso do Sistema Clearfield® na dose de 1 L ha-1 de Only® em POS (3
CL). O fator C foi representado por diferentes herbicidas aplicados na safra 2006/07
(Tabela 1). O manejo da cultura foi realizada segundo recomendações da pesquisa
(SOSBAI, 2005). A emergência ocorreu no dia 01/11/2006. A aplicação dos herbicidas
ocorreu aos 16 dias após a emergência (DAE).
Quanto ao estande inicial de plantas (dados não mostrados), não houve diferença
estatística entre as cultivares estudadas, os manejos da área nas safras anteriores e os
herbicidas aplicados na safra 2006/07, indicando que estes fatores não afetaram a
emergência das plantas, sendo a média de 177 plantas m-2. Para a produtividade de grãos
(Tabela 1), na área com 2CL + 1CON não houve diferença entre as cultivares testadas e
nem entre os diferentes herbicidas aplicados na safra de 2006/07, com produtividade média
na área de 8.663 kg ha-1. Na área com 3CL observou-se diferença na produtividade entre
as cultivares, porém não entre os diferentes herbicidas aplicados na safra 2006/07. A
cultivar IRGA 422 CL, apresentou produtividade até 30% maior do que as outras cultivares.
A menor produtividade das cultivares não tolerantes as imidazolinonas está relacionada ao
efeito residual do herbicida no solo, o que afetou o desenvolvimento das plantas, conforme
já relatado por Villa et al (2006) que observaram morte de plantas de cultivar não tolerante,
após um ano de uso do sistema Clearfield. Dados similares aos encontrados por ZHANG
et al. (2002) que verificaram reduções de até 41% na produtividade do arroz. Análise
comparativa entre as áreas com 2CL+1CON e 3CL, demonstrou que o tratamento sem
aplicação de Only® por um ano, apresentou produtividade 35% maior, indicando assim
menor efeito residual do herbicida no solo nesse manejo. Segundo alguns autores
(DONALDA, 2006; RENNER et al., 1998), os herbicidas do grupo das imidazolinonas
podem apresentar residual no solo por até dois anos em solo de várzeas.
Tabela 1- Produtividade de grãos e fitotoxicidade de plantas em quatro cultivares de arroz irrigado,
submetido a cinco herbicidas pós-emergência em dois manejo de áreas de cultivo após o uso do
®
Sistema Clearfield . Santa Maria, RS. 2007.
Fitotoxicidade (%)
Produtividade de grãos
-1
(kg ha )
21 DAE1
40 DAE
2 CL +
2CL +
2CL +
3 CL3
3 CL
3 CL
2
Cultivar
1 CV
1 CV
1 CV
ns
ns
ns
BR-IRGA 409
8.795
5.121 b
20
74 a
11
69 a
IRGA 417
8.620
4.989 b
26
80 a
19
73 a
IRGA 422 CL
8.632
7.277 a
13
17 b
6
8 b
BRS 7 “TAIM”
8.609
5.088 b
23
81 a
16
71 a
4,5
Tratamentos
ns
ns
Testemunha
8.899
5.959
0
d
55 c
0 c
48 c
®
Nominee
8.655
5.981
28 ab
67 ab
19 a
60 a
®
®
Gamit + Propanil
8.806
5.728
33 a
72 a
18 a
60 a
®
Clincher
8.518
5.016
15 c
59 bc
8 b
53 b
®
8.564
5.252
23 cd
64 bc
18 a
56 a
Facet PM
®
Ricer
8.524
5.776
25 b
64 bc
18 a
59 a
Média
A 8.663
B 5.619
B 21
A 63
B 13
A 55
C.V. %
15,7
13,3
17,7
1
2
®
Dias após a emergência das plantas; Área semeada cultivada por dois anos do Sistema Clearfield
3
(2003\04 e 2004\05) e um ano com o Cultivo Convencional (safra 2005\06); Área cultivada por três
anos seguidos com o Sistema Clearfield® (2003\04, 2004\05 e 2005\06); 4Aplicação em pós-emergência
com o arroz no estádio de V5 (COUNCE et al., 2000); 5Doses dos herbicidas: Nominee = 120 ml ha-1,
Gamit + Propanil = 0,6 L ha-1 + 5,0 L ha-1, Clincher = 1,5 L ha-1, Facet = 0,75 L ha-1 e Ricer = 200 ml ha1 ns
; Teste F não significativo em nível de 5% de probabilidade de erro; * Médias seguidas de diferentes
letras minúscula na coluna e letra maiúscula na linha, diferem entre si pelo teste de Tukey em nível de
5% de probabilidade de erro.
A avaliação de fitotoxicidade foi realizada em três períodos durante o
desenvolvimento da cultura. Na primeira avaliação (15 DAE) (dados não mostrados),
realizada antes do início da irrigação e da aplicação dos herbicidas, somente na área com
3CL, foi observada fitotoxicidade em todas as cultivares, sendo maior para as cultivares
não tolerantes a imidazolinonas (BR-IRGA 409, IRGA 417 e BRS 7 “TAIM”). BALL et al.
(2003), enfatiza que pode haver fitotoxicidade decorrente do residual do herbicida no solo
dependendo da cultura sucessora. Para o manejo com 2CL+1CON, não foi observada
diferença entre as cultivares após o início da irrigação. Em relação aos herbicidas aplicados
em 2006/07, a fitotoxicidade foi maior para os tratamentos com Gamit® + Propanil® e
Nominee®. Na avaliação aos 40 DAE houve redução na fitotoxicidade das plantas para
todos os herbicidas aplicados. Enquanto que o manejo com três safras consecutivas do
Sistema Clearfield® observou-se aumento na fitotoxicidade após o início da irrigação, com
menores valores para IRGA 422 CL. A fitotoxidade apresentada neste manejo também foi
influenciada pela aplicação dos herbicidas em 2006/07 na área, sendo maior a
fitotoxicidade nos tratamentos com Gamit® + Propanil® e Nominee®.
Os resultados sinalizam que o cultivo de arroz irrigado após o uso do Sistema
Clearfield® por dois anos, requer, pelo menos, uma safra agrícola sem o uso do sistema,
para evitar que o residual do herbicida Only® afete a produtividade do arroz não tolerante.
Quanto ao uso de herbicidas não pertencentes ao grupo das imidazolinonas, quando
retorna-se ao sistema convencional com cultivares não tolerantes não foi verificado
diferença de produtividade nem entre os herbicidas e nem entre as cultivares. Porém devese dar preferência para o uso de herbicidas que não sejam inibidores de ALS, alternandose, assim modos de ação de herbicidas, reduzindo-se a probabilidade de ocorrência de
plantas daninhas resistentes a esse grupo de herbicidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALL, D.A., et al. Effect of imazamox soil persistence on dryland rotational crops. Weed
Technology, v.17, n.1, p.161-165, 2003.
COUNCE, P. A., et al. A uniform, objective and adaptive system for expressing rice
development. Crop Science, n. 40, 436-443, 2000.
DONALDA, W. Estimated corn yields using either weed cover or rated control after preemergence herbicides. Weed Science, vol. 54, n. 2, pag. 373-379, 2006.
RENNER, K.A., et al. Effect of tillage application method on corn (Zea mays) response to
imidazolinone residues in soil. Weed Technology, v.12, n.2, p.281-285, 1998.
SOSBAI; ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da pesquisa para o sul do Brasil /
Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado; IV Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado,
XXVI Reunião da Cultura do Arroz Irrigado. Santa Maria p.57-58, 2005.
VILLA, S.C.C., et al. Arroz tolerante a imidazolinonas: Controle do arroz-vermelho, fluxo
gênico e efeito residual do herbicida em culturas sucessoras não-tolerantes. Planta
Daninha, Viçosa, MG, v.24,n.43,p.762-768, 2006.
ZHANG W. et al. Rice (Oryza sativa) response to rotational crop and rice herbicide
combinations. Weed Technology, v.16, p.340–345, 2002.
Agradecimento: Ao Grupo de Pesquisa em Arroz e Uso Alternativo de Várzea da UFSM,
pelo apoio na realização do trabalho.
EFEITO RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR COM
IMAZAPIC EM GENÓTIPO DE ARROZ NÃO TOLERANTE, SEMEADO 371 E
705 DIAS APÓS A APLICAÇÃO
Enio Marchesan(1), Mara Grohs(1), Fernando Machado dos Santos(1), Paulo Fabrício Sachet
Massoni(1), Alejandro Fausto Kraemer(1), Gustavo Mack Teló(1), Luis Antonio de Avila(1),
Sérgio Luiz de Oliveira Machado(2). 1Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM), 97.105-900, Santa Maria, RS, Brasil, 2Departamento de Defesa
Fitossanitária da UFSM. E-mail: [email protected].
O arroz-vermelho é a planta daninha de maior dificuldade de controle em lavouras
de arroz devido suas semelhanças fisiológicas e bioquímicas com o arroz cultivado. Como
alternativa tecnológica, foi desenvolvido o Sistema Clearfield® que utiliza sementes de arroz
tolerantes a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas (Croughan, 1996). No entanto,
tais herbicidas têm efeito residual prolongado restringindo o uso de culturas ou genótipos
de arroz não tolerantes perante a possibilidade de fitotoxicidade em cultivos subseqüentes
(Loux et al., 1989; Loux & Reese, 1993). Em vista do exposto, o objetivo do trabalho foi
avaliar os danos causados pelo residual da mistura formulada de imazethapyr com
imazapic (Only) em genótipo de arroz não tolerante, semeado 371 e 705 dias após a
aspersão do herbicida (DAA).
O experimento foi conduzido em área de várzea sistematizada do Departamento de
Fitotecnia da UFSM, em um Planossolo Hidromórfico Eutrófico arênico, nos anos agrícolas
2005/06 e 2006/07. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com
cinco repetições, sendo que os tratamentos foram aplicados na safra 2004/05 usando-se
como genótipo tolerante ‘IRGA 422 CL’. O intervalo entre a aplicação do herbicida e as
semeaduras do genótipo não tolerante ‘IRGA 417’ foram de 371 e 705 dias,
respectivamente para as safras agrícolas de 2005/06 e 2006/07. Os tratamentos constaram
de aplicações da mistura formulada de imazethapyr e imazapic (75 g L-1 + 25 g L-1) nas
dosagens de 1,0 L ha-1 em pré-emergência (PRE); 1,0 L ha-1 em pós-emergência (POS);
0,7 L ha-1 em PRE seguido de 0,7 L ha-1 em pós-emergência e um tratamento sem
herbicida (testemunha). Nas duas safras, o genótipo não tolerante ‘IRGA 417’ foi semeado
na resteva do ano anterior sob plantio direto, espaçado de 0,17 m uma linha da outra e na
densidade de 110 kg ha-1.
A fitotoxicidade do herbicida no genótipo não tolerante ‘IRGA 417’ variou de 64 a
89% na avaliação aos 371 DAA do herbicida (Figura 1), exceto na testemunha.
Comparando os tratamentos, a aplicação de 1,0 L ha-1 em PRE proporcionou a menor
fitotoxicidade em relação às aplicações em POS e fracionadas. Isto pode ser um indicativo
de que o maior período de biodegradação do herbicida em ambiente aeróbico, verificado
durante os dias decorridos entre a aplicação do herbicida em PRE e a inundação do cultivo,
na safra 2004/05, contribuiu para a diminuição do residual, acarretando menor efeito
fitotóxico sobre as plantas não tolerantes. Como conseqüência direta da elevada
fitotoxicidade, foi observada morte precoce de plântulas, prejudicando o estande inicial,
independente da época e dosagem do herbicida, com redução média de 36% na população
de plantas (Tabela 1) em comparação com a testemunha, cujo estande foi de 295 plantas
m-2. Além disso, o efeito fitotóxico causou um atraso na emissão de perfilhos, expresso na
avaliação de colmos por planta, aos 29 DAE. Porém, na avaliação realizada aos 49 DAE as
plantas haviam se recuperando das injúrias iniciais não demonstrando diferenças
significativas entre a testemunha e o restante dos tratamentos. No entanto, a demora de
recuperação das plantas, evidenciada pelo atraso na emissão de perfilhos, refletiu-se em
menor número de panículas emitidas pelos tratamentos onde foi aplicado o herbicida, o que
proporcionou redução média de produtividade de 50%, quando comparados com a
testemunha, confirmando resultados de Grymes et al. (1995) e Zhang et al. (2002), onde
Fitotoxicidade (%)
para imazethapyr houve redução de 20 e 44% na produtividade do genótipo não tolerante
um ano após a aplicação do herbicida.
Na safra 2006/07, os resultados demonstram que mesmo 705 DAA havia
quantidade de produto herbicida no solo em quantidade suficiente para causar
fitotoxicidade às plantas de arroz não tolerantes (Figura 1), no entanto, com valores bem
abaixo dos observados no primeiro ano (23 a 36%). Semelhante a safra anterior (2005/06),
o tratamento com aplicação de 1,0 L ha-1 em PRE demonstrou a menor fitotoxicidade.
Observou-se que houve redução de 33% do estande inicial comparando o tratamento de
aplicação em POS e a testemunha. Contudo, a avaliação de colmos por planta não
apresentou diferença entre tratamentos, constatando uma capacidade de compensação
neste componente de produtividade de grãos. Não serão apresentados dados de
produtividade de grãos, devido à alta infestação de arroz-vermelho das parcelas, em
função de não ter sido aplicado herbicida para controle.
Assim, o tempo decorrido entre a aplicação do herbicida e o início da irrigação é um
importante fator na redução do residual do herbicida no solo com reflexo positivo no estande
e produtividade do arroz não tolerante cultivado em sucessão. Baseado nos resultados
apresentados, conclui-se que a atividade residual da mistura formulada de imazethapyr e
imazapic causa fitotoxicidade em genótipo de arroz não tolerante, semeada sob sistema de
plantio direto, mesmo dois anos após a aplicação dos herbicidas, com conseqüência direta
na produtividade, até um ano após a aplicação dos herbicidas, com redução média de 30%.
A fitotoxicidade causada pelo residual desta mistura de herbicidas no cultivo do arroz foi
maior em ordem decrescente das doses utilizadas: 1,0 L POS = 0,7 + 0,7 > 1 L PRE.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
89 a
89 a
64 b
29 ab
0c
T1
36 a
23 b
0c
T2
T3
2005/06
T4
T1
T2
T3
T4
2006/07
Figura 1. Fitotoxicidade (%) na cultivar não tolerante, IRGA 417 semeada em 2005/06 e
2006/07 em resposta a ação residual da mistura formulada dos herbicidas imazethapyr (75
g a.i L-1) e imazapic (25 g a.i. L-1) aplicados em 2004/05. As colunas seguidas por letras
diferentes, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P≤0.05). T1 = Testemunha sem
aplicação; T2 = 0,7 L ha-1 PRE seguido de 0,7 L ha-1 POS; T3 = 1,0 L ha-1 PRE; T4 = 1,0 L
ha-1 POS. Para a análise, os dados foram transformados usando raiz quadrada (dados
apresentados são valores não transformados).
Tabela 1. Estande de plantas (EP), colmos por planta, número de panículas (NP) e
produtividade de grãos (PG) da cultivar não tolerante IRGA 417 na safra 2005/06, semeada
371 dias após aspersão dos herbicidas. Santa Maria, 2007.
EP
Tratamentos
Colmos por planta
NP
PG
(m2)
29DAE 1
49DAE
(m2)
(kg ha-1)
295 a
4,5 a*
3,7 ns
648 a
191 b
199 b
171 b
1,6 b
1,8 b
1,5 b
2,3
3,0
2,5
358 b
338 b
303 b
8928 a
5262 b
3989 b
4158 b
Média
214
2,3
2,8
411
5584
CV (%)
19
24
17
23
20
0 L /ha
2
0,7 L /ha PRE + 0,7 L /ha POS
1 L /ha PRE
1 L /ha POS
1
3
2
3
Dias após a emergência; Aplicação em pré-emergência; Aplicação em pós-emergência com o arrozvermelho no estágio V5, segundo escala de Counce et al. (2000); * Médias seguidas de letras diferentes
na coluna diferem pelo Teste de Tukey (P≤0,05); ns: médias não diferem significativamente entre si.
Tabela 2. Estande de plantas (EP), colmos por planta, infestação de arroz-vermelho (IAV) e
produtividade de grãos (PG) da cultivar não tolerante IRGA 417 na safra 2006/07, semeada
705 dias após a aspersão dos herbicidas. Santa Maria, 2007.
EP
Tratamentos
0 L /ha
2
0,7 L /ha PRE + 0,7 L /ha POS
1 L /ha PRE
1 L /ha POS
3
Colmos por planta
IAV
(m2)
26DAE 1
40 DAE
(m2)
281 a*
1,7 ns
2,0 ns
38 ab
234 ab
240 ab
195 b
2,0
1,9
2,3
2,1
2,8
16 b
62 a
52 a
Média
238
2,3
1,9
CV (%)
23
23
2,3
42
25
19
1
Dias após a emergência; 2 Aplicação em pré-emergência; 2 Aplicação em pós-emergência com o arrozvermelho no estágio V5, segundo escala de Counce et al. (2000); *Médias seguidas de letras diferentes
na coluna diferem pelo Teste de Tukey (P≤0,05); ns: médias não diferem significativamente entre si.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Croughan, T. P. Application of tissue culture techniques to the development of herbicide
resistant rice. Louisiana Agriculture Magazine, Baton Rouge, v.37, p.25-26, 1998.
Grymes, C. F., et al. Response of soybean (Glycine max) and rice (Oryza sativa) in rotation
to AC 263,222. Weed Technology, Corvallis, v.9, p.504-511, 1995.
Loux, M. M. et al. Availability and persistence of imazaquin, imazethapyr, and clomazone in
soil. Weed Science, Corvallis, v.37, p.259-267, 1989.
Loux, M. M., Reese, K.D. Effect of soil type and pH on persistence and carryover of
imidazolinone herbicides. Weed Technology, Corvallis, v.7, p.452-458, 1993.
Zhang, W., E. P. Webster, and M. P. Braverman. 2002. Rice (Oryza sativa) response to
rotational crop and rice herbicide combinations. Weed Technology, Lawrence, v.16, n.
,p.340-345, 2002
COMPETITIVIDADE DE Heteranthera reniformis COM ARROZ IRRIGADO,
SISTEMA PRÉ-GERMINADO.
Domingos Sávio Eberhardt(1), José Alberto Noldin(1), Henri Stuker(1). ¹Epagri, Caixa Postal
277, Itajaí, SC, CEP 88.301-970, [email protected].
A utilização do sistema de cultivo pré-germinado, nas condições agroclimáticas de
Santa Catarina, propicia o controle das principais plantas daninhas que ocorrem em
lavouras de arroz-irrigado. Em contrapartida, espécies daninhas aquáticas tem no sistema
pré-germinado um ambiente favorável ao seu desenvolvimento, notadamente as espécies
Sagittaria montevidensis (sagitária) e Heteranthera reniformis (aguapé). Diversos estudos
conduzidos pela Epagri evidenciam a baixa competitividade destas espécies. Apesar disto,
a utilização de herbicida para o controle de aguapé é muito elevada, estimando-se que na
safra 2005/06 aproximadamente 70% da área de arroz irrigado de Santa Catarina tenha
sido tratado com o herbicida metsulfuron com esta finalidade.
A propagação do aguapé ocorre principalmente através das sementes, ou ainda de
forma vegetativa, através de seus estolões, por ocasião do preparo do solo sob lâmina de
água. Sendo estolonífera, mesmo em baixas populações, proporciona ampla cobertura do
solo, competindo com o arroz principalmente na fase inicial de desenvolvimento da cultura.
O nível de interferência do aguapé na cultura do arroz possivelmente esteja
associado a diversos fatores. Lavouras de arroz implantadas em épocas mais frias
geralmente proporcionam melhores condições de estabelecimento desta planta daninha,
possivelmente em função o menor vigor do arroz e da menor população de plantas de
arroz.
O objetivo deste trabalho foi de avaliar o nível de dano de H. reniformis em cultivos
de arroz-irrigado, no sistema pré-germinado, em função da densidade e da época de
semeadura do arroz.
O experimento foi conduzido em tanques, em um modelo fatorial 2 x 3 x 2, com três
repetições. As unidades experimentais possuíam área de 0,66 m2 (1m x 0,66m). O primeiro
fator constituiu-se de duas épocas de semeadura do arroz, respectivamente nos dias
18/09/07 e 09/10 (21 dias após a primeira). O segundo fator constituiu-se de três
densidades de semeadura do arroz, respectivamente, 80, 120 e 160 kg/ha, utilizando-se a
cv. SCS 114 Andosan. O terceiro fator caracterizou-se pela presença ou ausência de
plantas de aguapé.
Com o objetivo de obter-se máxima e uniforme infestação de aguapé, cobriu-se a
superfície das parcelas com uma camada de aproximadamente 5 centímetros de solo
proveniente de área com elevada infestação desta planta daninha. Durante a condução do
experimento o solo permaneceu coberto por uma lâmina de água de aproximadamente 5
centímetros de altura, mantida através de bóias automáticas, com o objetivo de obter-se
adequado desenvolvimento das plantas de aguapé. Nas parcelas em que o fator era a
ausência de plantas de aguapé, estas foram suprimidas através de capinas manuais. As
demais plantas daninhas foram eliminadas, em todas as parcelas, através de capinas
manuais, sempre que detectada a presença das mesmas.
As avaliações referentes ao arroz foram: produtividade, número de panículas,
número de grãos por panícula, peso de grãos, esterilidade de espiguetas, estatura de
plantas e massa seca da palha. Nas parcelas infestadas com aguapé determinou-se a
massa seca do aguapé ao final do ciclo do arroz. Os parâmetros avaliados foram
submetidos a análise de variância e as médias comparados pelo teste de Tukey a 5% de
significância.
A elevada infestação das plantas de aguapé nas parcelas infestadas com a planta
daninha resultou em rápida cobertura do solo, com produção média equivalente a 122 g/m2
de massa seca (Tabela 1). A competição das plantas de aguapé interferiu
significativamente na produtividade do arroz, com redução equivalente a 14% daquela
obtida na ausência de aguapé. A competição das plantas de aguapé com o arroz causou
significativa redução no número de grãos por panícula e aumentou a esterilidade de
espiguetas. Os demais componentes da produção, bem como a estatura e o peso da palha
do arroz não resultaram em variações significativas em função da competição com as
plantas de aguapé. Em trabalhos anteriores, EBERHARDT et al. (2006) observaram
redução de 13% na produtividade do arroz em função da competição com plantas de
aguapé. Em ambos estudos, a redução na produtividade causada pelo aguapé deveu-se à
redução do número de grãos cheios por panícula, que por sua vez, foi ocasionada pelo
aumento na esterilidade de espiguetas. Destaca-se que em ambos experimentos havia
total cobertura do solo com plantas de aguapé, constituindo-se em condição extrema de
competição da planta daninha. Em condições de lavoura raramente se estabelecem níveis
tão acentuados de competição.
Tabela 1. Produção de massa seca de H. reniformis (MSH), produtividade do arroz (Prod),
número de panículas/m2 (NP), número de grãos/panícula (NGP), peso de mil grãos (PMG),
esterilidade de espiguetas (Esteril), estatura (Estat) e massa seca da palha do arroz (MSA)
em função da infestação de plantas de aguapé. Epagri, Itajaí, 2006/07.
Prod
NP
NGP
PMG
Estéril Estat
MAS
H. reiformis
MSH
(kg/ha)
(g)
(%)
(cm)
(g/m2)
(g/m2)
1
Presente
122 a
8155 b
439
63 b
30,3
11,2 a
84,9
1015
Ausente
0b
9521 a
443
73 a
30,2
9,3 b
87,1
1054
1
Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
A data de semeadura do arroz não influenciou significativamente na produção de
massa seca de aguapé (Tabela 2), provavelmente em função do pequeno lapso de tempo
(21 dias) entre as datas, sem ocorrência de baixas temperaturas nos períodos
subseqüentes a semeadura. Na primeira época de semeadura a produtividade foi maior do
que na segunda época sem, no entanto, proporcionar interações significativas entre a
infestação de aguapé e a época de semeadura do arroz. A maior produtividade obtida na
primeira época foi em decorrência do maior número de grãos/panícula e peso de mil grãos
do arroz. Os parâmetros número de panículas/m2, esterilidade de espiguetas, estatura e
massa seca do arroz não variaram em função da data de semeadura.
Tabela 2. Produção de massa seca de H. reniformis (MSH), produtividade do arroz (Prod),
número de panículas/m2 (NP), número de grãos/panícula (NGP), peso de mil grãos (PMG),
esterilidade de espiguetas (Esteril), estatura (Estat) e massa seca da palha do arroz (MSA)
em função da data de semeadura do arroz. Epagri, Itajaí, 2006/07.
Data
MSH
Prod
NP
NGP
PMG
Estéril
Estat
MAS
(g/m2)
(kg/ha)
(g)
(%)
(cm)
(g/m2)
18/09/06
137
9464 a1
430
72 a
31,1 a
9,8
86,0
1055
09/10/06
108
8211 b
452
64 b
29,4 b
10,7
86,1
1014
1
Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
A densidade de semeadura do arroz influenciou na produção de massa seca de
aguapé, observando-se maior desenvolvimento da planta daninha na densidade de
semeadura de 80 kg/ha (Tabela 3). Na densidade de semeadura de 160 kg/ha ocorreu o
maior número de panículas/m2, mas este aumento não resultou em aumento de
produtividade em função da redução no número de grãos por panícula (Tabela 3). Os
parâmetros, peso de mil grãos, esterilidade de espiguetas, estatura e massa seca do arroz
não variaram em função da densidade de semeadura e da produção de massa seca das
plantas de aguapé (Tabela 3).
Tabela 3. Produção de massa seca de H. reniformis (MSH), produtividade do arroz (Prod),
número de panículas/m2 (NP), número de grãos/panícula (NGP), peso de mil grãos (PMG),
estatura (Estat) e massa seca da palha do arroz (MSA) em função da densidade de
semeadura do arroz. Epagri, Itajaí, 2006/07.
Densidade
MSH
Prod
NP
NGP
PMG
Estéril
Estat
MAS
(kg/ha)
(g/m2) (kg/ha)
(g)
(%)
(cm)
(g)
1
80
176 a
9248
399 c
78 a
30,2
9,4
86,6
1044
120
104 b
8494
438 b
65 b
30,4
10,7
86,8
1039
160
87 b
8771
486 a
61 b
30,1
10,6
84,7
1021
1
Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
Conclui-se que plantas de aguapé, reduzem a produtividade do arroz. Reduções
nas densidades de semeadura do arroz e ou baixo estabelecimento de plântulas de arroz
proporcionam aumento na produção de massa das plantas de aguapé.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
EBERHARDT, D.S.; NOLDIN, J.A.; CORDEIRO, C.R. Dano de aguapé em lavoura de arroz
irrigado, sistema pré-germinado. In: XXV Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas
Daninhas, 2006, Brasília. Anais. Brasília : SBCPD/UNB, 2006.
RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DOS HERBICIDAS IMAZETHAPYR
E IMAZAPIC EM ÁREA COM CULTIVO SUCESSIVO DE ARROZ IRRIGADO
Enio Marchesan(1), Gustavo Mack Teló(1), Rafael Bruck Ferreira(1), Paulo Fabrício Sachet
Massoni(1), Alejandro Fausto Kraemer(1), Sérgio Luiz de Oliveira Machado(2), Luis Antonio
de Avila(1). 1Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. 2Departamento de Defesa Fitossanitária da UFSM.
Email: [email protected].
Nos últimos anos, a mistura formulada dos herbicidas imazethapyr e imazapic
(Only®) vem sendo amplamente utilizada no Rio Grande do Sul, desde o lançamento de
cultivares de arroz tolerante a imidazolinonas. Entretanto, trabalhos destacam a ocorrência
de fitotoxicidade ao arroz tolerante nos estágios iniciais de desenvolvimento, e
persistência do herbicida na água e nos solos por longo período (LOPES, 2005), o que
poderia provocar contaminação do ambiente (lençóis freáticos e mananciais hídricos) e
prejudicar o estabelecimento de culturas sucessoras não tolerantes. O dano provocado
pelo residual do herbicida no solo depende do intervalo entre a aplicação do herbicida e a
semeadura da cultura em sucessão (DONALD, 2006), e varia de acordo com as condições
edafoclimáticas e de fatores de manejo que afetam a dissipação do produto. A maioria das
recomendações de intervalo de segurança existentes, principalmente para imazethapyr e
imazaquim, se baseiam em estudos realizados nos EUA e na Europa, onde as condições
edafoclimáticas são diferentes das encontradas no Brasil, o que modifica o residual
desses herbicidas. Portanto, é fundamental o estudo e o conhecimento do efeito residual
no solo dos herbicidas imazethapyr e imazapic em culturas não tolerantes, principalmente
pela carência de informações de seu comportamento em especial, em solos de várzea.
Em vista do exposto, um experimento foi conduzido com o objetivo de avaliar o efeito
residual dos herbicidas imazethapyr e imazapic no solo em arroz tolerante e não tolerante
a imidazolinonas, em áreas com aplicação dos herbicidas nas duas safras anteriores.
O experimento foi conduzido na safra de 2006/07 em área de várzea
sistematizada da Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria, RS), em solo
classificado como Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico. O delineamento experimental
foi de blocos ao acaso, em esquema fatorial (2x10) com 4 repetições. O fator A
representou as cultivares de arroz: uma tolerante a imidazolinonas (IRGA 422CL) e outra
não tolerante (IRGA 417). O fator D representado pelas doses da mistura formulada dos
herbicidas imazethapyr e imazapic (Tabela 1), o herbicida foi aplicado nas duas safras
agrícolas anteriores (2004/05 e 205/06). A semeadura do arroz foi realizada no dia
03/10/2006, com semeadora de parcelas de 10 linhas espaçadas em 0,17m com 5m de
comprimento, e na densidade de 110 kg ha-1 de semente. A adubação foi de 17,5 kg ha-1
de nitrogênio (N), 70 kg ha-1 de P2O5, e 105 kg ha-1 de K2O. A emergência ocorreu em
17/10/2006. Foi realizada uma aplicação de Penoxsulam (200 ml ha-1) para o controle de
plantas daninhas. A inundação da área foi retardada, tendo início 30 DAE (dias após a
emergência), devido ao atraso no crescimento das plantas provocado pelo residual da
mistura dos herbicidas, principalmente na cultivar não tolerante (IRGA 417). O N aplicado
foi na forma de uréia dividido em três épocas: a primeira na semeadura, a segunda (80 kg
ha-1 de N) um dia antes da inundação, e a terceira (40 kg ha-1 de N) na iniciação da
panícula. No entanto, a terceira aplicação de N foi atrasada em nove dias, também devido
ao atraso no desenvolvimento da cultivar IRGA 417.
Não foi observada diferença no estante inicial (Tabela 1) entre as doses de
herbicida aplicado nas safras anteriores (2004/05 e 2005/06). Entretanto, houve diferença
significativa entre as cultivares, sendo que IRGA 422 CL apresentou valores maiores de
estande inicial do que IRGA 417, isso ocorreu, provavelmente porque o residual dos
herbicidas no solo provocou morte precoce de plantas, logo após o início da germinação
para a cultivar não tolerante.
Não houve diferença na produtividade de grãos entre as diferentes doses do
herbicida aplicado nas safras anteriores em ambas as cultivares. Entretanto, houve
diferença entre as cultivares, sendo que IRGA 417 apresentou produtividade 19% menor
do que a cultivar IRGA 422 CL. Essa redução pode ser associada ao residual dos
herbicidas no solo, visto que, em área sem aplicação dos herbicidas, não houve diferença
na produtividade entre as cultivares IRGA 417 (8.944 kg ha-1) e IRGA 421 CL (9.069 kg ha1
). Confirmando outros trabalhos que também demonstram efeito negativo do residual de
herbicidas do grupo das imidazolinonas na produtividade de culturas não tolerantes (LOUX
& REESE, 1993), com redução na produtividade de grãos do arroz de até 41% (ZHANG et
al., 2002).
Tabela 1 – Estande inicial de plantas e produtividade de grãos em duas cultivares de arroz após o uso
da mistura formulada de Imazethapyr+Imazapic (Only®) nas duas safras anteriores (2004/05
e 2005/06). Santa Maria-RS, 2007.
Doses do herbicida1
Estande Inicial
Produtividade de Grãos
PRE2 POS3 Total
IRGA 417
IRGA 422CL
IRGA 417
IRGA 422CL
-1
-2
-1
---------- L ha ----------- plantas m ----------------- kg ha -------------ns
ns
4
D1
0
0
0
323
410
-----------4
D2
0,75
0
0,75
229
365
6.506 ns
9.118 ns
D3
0
1,0
1,0
250
325
8.068
8.263
D4
1,0
0
1,0
258
318
7.515
9.546
D5
0,5
0,5
1,0
321
346
7.157
8.808
D6
0,75
0,5
1,25
263
328
7.195
9.757
D7
0,75
0,75
1,5
321
355
6.706
8.866
D8
1,0
0,5
1,5
239
336
7.107
9.649
D9
1,0
1,0
2,0
219
369
7.564
7.459
D10
0
2,0
2,0
160
401
7.433
8.925
Média
258 B
355 A
7.250 B
8.932 A
C.V. (%)
8,3
13,1
1
Mistura formulada de imazetapir (75 g L-1) + imazapic (25 g L-1); 2 Aplicação em pré-emergência; 3
Aplicação em pós-emergência [arroz-vermelho em V5 (COUNCE et al., 2000)]; 4 Parcelas não foram
colhidas; nsTeste F não significativo em nível de 5% de probabilidade de erro; * Médias não seguidas da
mesma letra minúsculas na coluna (comprando doses de herbicidas) e maiúscula na linha (comparando
média de cultivares) diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro.
O efeito residual do herbicida no solo promoveu fitotoxidade nas plantas (Tabela
2). No entanto, na avaliação aos 9 DAE, não houve diferença na fitotoxidade entre as
cultivares e entre as doses do herbicida que foram aplicadas nas safras anteriores. Porém
após a entrada da água, observou-se aumento nos valores encontrado para fitotoxidade
em ambas as cultivares (35 e 43 DAE), sendo que para a cultivar IRGA 417 houve
diferença entre as doses aplicada do herbicida. A fitotoxicidade foi observada até 65 DAE.
Para STEELE et al. (2000), em condições adversas para o desenvolvimento do arroz,
essa fitotoxicidade pode afetar a produtividade de grãos, como observado neste trabalho.
Portanto, o residual da mistura formulada dos herbicidas imazethapyr e imazapic
no solo decorrente da aplicação em duas safras consecutivas pode provocar fitotoxicidade
em cultivar não tolerante (IRGA 417), afetando o desenvolvimento das plantas, o estande
inicial e a produtividade de grãos. A fitotoxicidade foi acentuada com o início da irrigação,
e foi observada até 65 DAE.
Tabela 2 - Fitotoxicidade de plantas em duas cultivares de arroz após o uso da mistura formulada de
Imazethapyr+Imazapic nas duas safras anteriores. Santa Maria-RS, 2007.
1
Fitotoxidade de Plantas
9 DAE2
35 DAE3
43 DAE3
Tratamentos4
IRGA
IRGA
IRGA
IRGA 417
IRGA 417
IRGA 417
422CL
422CL
422CL
--------- % ----------------- % ----------------- % --------D1
0 b
0 d
0ns
0 c
0ns
D2
56 a
49 bc
5
74 ab
5
D3
53 a
43 c
5
36 bc
28
D4
59 a
55 abc
14
75 ab
18
D5
49 a
44 bc
6
74 ab
8
D6
58 a
65 abc
5
78 ab
7
D7
48 a
44 bc
5
74 ab
5
D8
70 a
79 a
6
91 a
9
D9
56 a
69 abc
4
93 a
4
D10
66 a
71 ab
11
90 a
13
Média
58 A
45 B
52 A
6 B
68 A
9 B
C.V. (%)
11,1
11,6
12,5
1
A fitotoxicidade no arroz foi avaliada visualmente, em percentagem, onde 0 corresponde a ausência
de fitotoxicidade e 100 corresponde a morte de plantas de arroz; 2 Avaliação realizada antes do inicio
da irrigação; 3 Avaliações realizada após o inicio da irrigação; 4 Mistura formulada de imazetapir (75 g L1
) + imazapic (25 g L-1), onde os tratamentos estão descritos na Tabela 1; * Médias não seguidas da
mesma letra minúsculas na coluna (comprando doses de herbicidas) e maiúscula na linha (comparando
média de cultivares) diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COUNCE, P. A., KEISLING, T. C., MITCHELL, A.J. A uniform, objtective and adaptive
system for expressing rice development. Crop Science, n. 40, 436-443, 2000.
DONALDA, W. Estimated corn yields using either weed cover or rated control after preemergence herbicides. Weed Science, vol. 54, n. 2, pag. 373-379, 2006.
LOPES, S. I. G. Arroz Irrigado: situação atual e perspectivas de uso de cultivares híbridas,
transgênicas e mutadas. In: IV CBAI, Santa Maria, RS, 2005 – Anais..., v.2, p.594-609.
LOUX, M. M.; REESE, K. D. Effect of soil type and pH on persistence and carryover of
imidazolinone herbicides. Weed Technology, v.7, n.2, p.452-458,1993.
STEELE, G.L.; CHANDLER, J.M.; McCAULEY, G.N. Control of red rice (Oryza sativa) in
imidazolinone-tolerant rice (O. sativa). Weed Technology, v.16, n.3, p.627-630, 2002.
ZHANG W. et al. Rice (Oryza sativa) response to rotational crop and rice herbicide
combinations. Weed Technology, v.16, p.340–345, 2002.
AGRADECIMENTO: Ao CNPq pela bolsa de estudo ao pesquisador Gustavo Mack Teló e
ao Grupo de Pesquisa em Arroz e Uso Alternativo de Várzea da UFSM, pelo apoio na
realização do trabalho.
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM ASSOCIAÇÃO COM
COMMENCE, APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA INICIAL NO CONTROLE
DE Panicum dichotomiflorum EM ARROZ IRRIGADO.
Fernando Borges Santiago(1), Fernando Luis Perini(2). 1Engenheiro Agrônomo E-mail:
[email protected] 2Iharabras S/A Indústrias Químicas. E-mail: [email protected]
O Estado do Rio Grande do Sul cultivou na safra 05/06 um milhão e trinta e um mil
(1.031.000) hectares de arroz irrigado (Oryza sativa L. – ORYSA), com a produtividade
média de 6.679 kilos por hectare (IRGA, 2007).
Um dos principais fatores que contribuem para obtenção de maiores rendimentos
da cultura do arroz irrigado é o controle eficiente das espécies daninhas, em função das
altas infestações e da agressividade das mesmas. O método de controle das plantas
daninhas mais utilizados consiste na aplicação de herbicidas seletivos.
A dependência do controle químico requer um estudo contínuo de herbicidas e seu
controle para obtermos uma escolha correta do controle químico. Portanto o presente
trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência agronômica do herbicida Nominee
(Bispyribac-sodium) no controle do Capim-do-banhado (Panicum dichotomiflorum).
O experimento foi conduzido a campo, no ano agrícola 2006/2007 na Fronteira
Oeste no município de Uruguaiana-RS. Os tratamentos foram aspergidos com pulverizador
costal de precisão propelidos a CO2, com barra munida de 4 bicos com pontas de jato
plano tipo leque, espaçados de 50 cm, à pressão constante de 28 lib/pol2, liberando um
volume de calda equivalente a 150 l/ha. O delineamento experimental utilizado foi de
blocos casualizados, com quatro repetições e sete tratamentos. As parcelas experimentais
tiveram as dimensões de 5 m x 2 m (10 m2).
Tabela 1.
Tratamentos com respectivas doses de produto comercial. Lavoura de arroz
irrigado. Uruguaiana-RS. Ano agrícola – 2006/2007.
Tratamento
1) Nominee
2) Nominee
3) Ricer
4) Ricer
5) Nominee + Commence
6) Ricer + Commence
7) Testemunha
Principios ativos
ml P.C./ha
g. i.a./ha
Bispyribac-sodium
Bispyribac-sodium
Penoxsulam
Penoxsulam
Bispyribac + clomazone
Penoxsulam + clomazone
100
125
150
200
100 + 600
150 + 600
---
40
50
36
48
40 + 300
36 + 300
---
A cultivar de arroz utilizado foi Irga - 417, semeada mecanicamente com
espaçamento de 0,17 m entre linhas e população aproximada de 400 plantas/m2. As
aplicações dos tratamentos foram realizadas quando o capim-do-banhado encontrava-se
com 2 a 3 folhas e o arroz com 5 folhas. A inundação permanente ocorreu 2 dias após a
aplicação dos tratamentos. A área experimental estava infestada por uma população de
aproximadamente 26 plantas de Panicum dichotomiflorum /m2.
O controle da espécie daninha e a seletividade dos herbicidas à cultura, foram
quantificados por três avaliações visuais utilizando-se a escala percentual, onde: 100% =
controle total e 0% = nenhum efeito sobre as plantas daninhas. As avaliações de controle
foram realizadas aos 15 e 45 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos, sendo a última
avaliação realizada na pré-colheita. As avaliações de seletividade foram realizadas aos 7,
15 e 21 dias após a aplicação, atribuindo-se a nota zero (0) à ausência de injúria e a nota
cem (100) à morte completa das plantas. Para a interpretação dos percentuais de controle
utilizou-se a escala onde: igual ou acima de 80% = controle eficiente; 60 a 79% = controle
médio e abaixo de 60% = controle ineficiente.
Os dados obtidos foram submetidos ao teste de tukey para comparação múltiplas
de médias (p< 0.05).
Tabela 2. Avaliações de controle de Capim-do-banhado (Panicum dichotomiflorum).
Lavoura de arroz irrigado. Uruguaiana-RS. Ano agrícola 2006/2007.
Tratamento
1) Nominee
1
2) Nominee
1
ml P.C./ha
% Controle de Panicum dichotomiflorum
15 DAA3
45 DAA
Pré-Colheita
100
92 a 4
88 a
87 b
89 ab
125
94 a
90 a
3) Ricer 2
150
12 c
4 cd
2d
4) Ricer 2
200
12 c
8 bc
6 cd
100 + 600
97 a
95 a
94 a
150 + 600
27 b
14 b
10 c
0d
5,18
0d
7,37
0d
6,76
5) Nominee + Commence1
2
6) Ricer + Commence
7) Testemunha
C.V.%
1
Acrescido de Iharol a 1 L/ha
2
Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha
3
Dias Após Aplicação
4
Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%.
Os dados relativos ao controle de Capim-do-banhado (tabela 2) mostraram, que
aos 15 DAA Nominee nas doses de 100 e 125 ml/ha controlou mais de 92% desta planta
daninha enquanto que Ricer nas doses de 150 e 200 ml/ha controlou apenas 12 % desta
população. Nesta mesma avaliação o tratamento Nominee + Commence proporcionou um
controle de 97% da população da planta daninha em questão enquanto que Ricer +
Commence proporcionou apenas 27% de controle.
Nas avaliações dos 45 DAA e na Pré-colheita todos os tratamentos envolvendo
Nominee foram eficientes no controle do capim-do-banhado, enquanto que todos os
tratamentos envolvendo Ricer não foram eficientes.
A tabela 3 mostra as avaliações realizadas para averiguar os possíveis efeitos
fitotóxicos dos tratamentos sobre a cultura. Os resultados mostraram que os herbicidas
Nominee e Ricer quando aplicados isoladamente são totalmente seletivos para o cultivar de
arroz Irga 417. Os tratamentos envolvendo Commence apresentaram uma pequena
fitotoxicidade as plantas de arroz, no entanto aos 21 DAA as plantas de arroz estavam
totalmente recuperadas.
Pelos resultados obtidos e considerando as condições da realização do
experimento pode-se concluir que os tratamentos Nominee (100 e 125ml/ha) e Nominee +
Commence (100 + 600 ml/ha) foram eficientes no controle de Panicum dichotomiflorum no
estádio de 2-3 folhas, enquanto que os tratamentos Ricer (150 e 200ml/ha) e Ricer +
Commence (150 + 600ml/ha) não demonstraram controle sobre esta invasora.
Tabela 3. Avaliação de fitotoxicidade. Uruguaiana-RS. Ano agrícola 2006/2007.
Tratamento
ml P.C./ha
% Fitotoxicidade
07 DAA3
15 DAA
21 DAA
1
100
0
0
0
2) Nominee 1
125
0
0
0
3) Ricer 2
150
0
0
0
4) Ricer 2
200
0
0
0
100 + 600
6
2
0
1) Nominee
5) Nominee + Commence 1
2
6) Ricer + Commence
150 + 600
7) Testemunha
1
Acrescido de Iharol a 1 L/ha
2
Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha
3
Dias Após Aplicação
6
2
0
0
0
0
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 2. ed. São Paulo: BASF
S.A., Tomo1-1997. 641p.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da
Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005. 159p.
IRGA. Dados de safra. Produção. Série Histórica da Área Plantada, Produção e
Rendimento. Disponível em http://www.irga.rs.gov.br/index.php?action=dados_safra
_detalhes&cod_dica=43. Acesso em 08/05/2007.
®
CONTROLE DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD DE PRODUÇÃO
DE ARROZ IRRIGADO
Valmir Gaedke Menezes(1), Carlos Henrique Paim Mariot(1). 1Pesquisador do Instituto Rio
Grandense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, Cachoeirinha, RS –
[email protected]
Dentre as principais espécies de plantas daninhas que ocorrem na cultura do arroz
irrigado no RS, destaca-se o angiquinho (Aeschynomene denticulata). Estima-se que em
torno de 30% da área plantada no Estado encontra-se infestada com esta espécie daninha,
sendo que as áreas localizadas nas regiões do litoral sul, depressão central e fronteira
oeste são as mais atingidas. Além da interferência na redução da produção, as plantas de
angiquinho interferem na colheita e suas sementes na qualidade de grãos do arroz. O
sistema de produção Clearfield proporciona, com o uso do herbicida Only (Imazapic +
Imazethapyr – SL 25 + 75), o controle de arroz vermelho e outras espécies importantes
como capim arroz e ciperáceas. No entanto, em nível de campo não tem mostrado controle
satisfatório do angiquinho em muitas lavouras. O objetivo deste trabalho foi avaliar o
controle de angiquinho no sistema Clearfield com o herbicida Only em três épocas de
irrigação.
Foi estabelecido um experimento a campo na safra 2006/07, na Estação
Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em
Cachoeirinha-RS, localizada aproximadamente a 30º latitude sul e 51º de longitude oeste.
As principais características físico-químicas do solo, conforme a análise de solo, são: 14 %
de argila; 0,9 % de matéria orgânica; 13,0 mg/L de fósforo; 14 mg/L de potássio; 1,6
cmolc/L de cálcio; 0,5 cmolc/L de magnésio. O experimento foi implantado no sistema de
manejo convencional e o manejo da cultura foi realizado conforme as recomendações
técnicas da pesquisa para a cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI,
2005). A semeadura foi realizada em 25/10/06 e a emergência das plântulas ocorreu em
7/11/06. A cultivar reagente foi a IRGA 422CL na densidade de 100 kg/ha de sementes. A
adubação de base foi realizada em linhas na ocasião da semeadura, na dose de 400 kg/ha
da fórmula NPK 5-20-30. Na adubação de cobertura foram aplicados 80 kg/ha de
Nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas de arroz estavam entre os estádios V3
e V4 (COUNCE et al., 2000) e 40 kg/ha de N no estádio V8, antes da diferenciação do
primórdio da panícula.
Os tratamentos com Only, em L/ha de produto comercial, foram: em aplicação
seqüencial (pré + pós-emergente) – 0,7+0,5; 0,7+0,7; 0,8+0,6; 0,5+0,8 e em aplicação
única (pós-emergente) – 0,6; 0,8; 1,0; 1,2; 1,4; 2,0; mais duas testemunhas, uma sem
controle de plantas de angiquinho e outra, com controle manual. Nas aplicações em pósemergência, as plantas de arroz estavam com 3 a 4 folhas e as de angiquinho com 1 a 3
folhas. As épocas de irrigação foram aos 3, 10 e 18 dias após aspersão de Only nas
diferentes doses em pós-emergência.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro
repetições e os tratamentos dispostos em parcelas subdivididas. As épocas de irrigação
foram locadas nas parcelas principais e os tratamentos com Only e as testemunhas nas
sub-parcelas. As unidades experimentais mediram 11,56 m2 de área (1,7 m x 6,8 m),
constituídas de 10 linhas de arroz separadas em 17 cm entre si. Os parâmetros avaliados
foram: fitoxicidade aos 7, 14 e 38 dias após a aspersão dos herbicidas em pós-emergência
(DAA), controle de angiquinho em pré-colheita e população final de plantas de angiquinho.
As avaliações de controle e fitotoxicidade foram de forma visual, utilizando-se a escala
percentual, onde cem significa o controle total de angiquinho ou morte das plantas de arroz
e zero, a ausência de controle ou de fitotoxicidade, respectivamente. A análise estatística
dos parâmetros foi através do F-teste e a comparação entre médias dos tratamentos pelo
teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade.
O controle de angiquiho variou em função da época de irrigação após a aplicação
do herbicida e das doses de Only (Tabela 1). O melhor controle dessa planta daninha
obteve-se com a irrigação precoce, independente da dose e da forma de aplicação do
herbicida. O bom desempenho do herbicida, inclusive para as doses mais baixas, pode
estar relacionado à umidade do solo adequada para o funcionamento do herbicida,
decorrente das chuvas que antecederam a aspersão do produto. O controle do angiquinho
na segunda época de irrigação ficou numa faixa intermediária e também, como na primeira
época de irrigação, não se observou efeito de dose e forma de aplicação do herbicida. Na
terceira época de irrigação, verificou-se o menor controle de angiquinho e constatou-se que
as doses menores foram menos eficientes quando a irrigação foi mais tardia.
Considerando-se a população de angiquinho na pré-colheita, houve apenas efeito simples
de época de irrigação e de dose (Figuras 1 e 2). Na primeira época de irrigação houve uma
redução na população na ordem de 92%, enquanto, para a segunda e terceira época, a
redução foi de 70% e 64%, respectivamente. Com relação à dose, observou-se uma
população em torno de três plantas por m2 e de menos de duas plantas por m2 para a dose
maior. Para as demais doses observou-se um comportamento intermediário. Entretanto,
não houve ganhos significativos com incrementos de dose acima da recomendada (1/ha) e
nem com o fracionamento das mesmas.
A fitotoxicidade aos 7 DAA e aos 38 DAA variou em função da época de irrigação e
de dose de Only (dados não mostrados). Aos 7 DAA, a fitotoxicidade foi maior na primeira
época de irrigação e para as doses superiores a 1 L/ha, principalmente quando fracionadas
em pré e pós-emergente. A fitotoxicidade nas duas outras épocas de irrigação foi similar, a
exceção das doses de 0,6 e 0,8 L/ha, em que a fitotoxicidade foi menor na segunda época
de irrigação. Na avaliação aos 38 DAA, houve uma inversão da fitotoxicidade às plantas de
arroz em relação às épocas de irrigação. A fitototxicidade foi superior nas duas últimas
épocas de irrigação, evidenciando que houve uma melhor recuperação das plantas quando
as parcelas foram irrigadas aos 3DAA, principalmente para as doses igual ou inferiores a 1
L/ha. Não se pôde observar os efeitos de controle, fitotoxicidade e manejo da irrigação no
rendimento de grãos em virtude de um ataque severo de bruzone nas parcelas de arroz, o
que inviabilizou a colheita do experimento.
Eficiência do controle de angiquinho reduz à medida que há atraso na irrigação,
especialmente para as doses inferiores a 1 L/ha de Only. Os incrementos de dose de Only
acima do recomendado (1 L/ha), assim como o parcelamento das mesmas, não
proporciona ganhos significativos em termos de controle efetivo desta espécie.
Tabela 1. Controle de angiquinho em função da época de irrigação e doses do herbicida
aspergido de forma singular ou fracionado em pré e pós-emergência. EEA/IRGA,
Cachoeirinha, 2007.
TRATAMENTOS
Testemunha com controle manual
Testemunha sem controle
0,7 L/ha Only em pré + 0,5 L/ha only em pós
0,7 L/ha Only em pré + 0,7 L/ha only em pós
0,8 L/ha Only em pré + 0,6 L/ha only em pós
0,5 L/ha Only em pré + 0,8 L/ha only em pós
0,6 L/ha only em pós
0,8 L/ha only em pós
1,0 L/ha only em pós
1,2 L/ha only em pós
1,4 L/ha only em pós
2,0 L/ha only em pós
1
3 DAA1
A 100 a2
A 0b
A 100 a
A 98 a
A 98 a
A 98 a
A 95 a
A 96 a
A 97 a
A 97 a
A 99 a
A 98 a
ÉPOCA DE IRRIGAÇÃO
7 DAA
18 DAA
A100 a
A 100 a
A 0c
A
0e
B 82 b
B 82 e
B 83 b
B 75 bc
B 82 b
B 77 bc
B 84 b
B 76 bc
B 78 b
C 66 d
B 78 b
C 70 cd
B 85 b
C 73 cd
B 81 b
B 76 bcd
B 82 b
B 74 bcd
B 84 b
B 78 bcd
DAA = dias após aspersão de Only em pós-emergência; 2Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna
e antecedidas de mesma letra maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5 % de
probabilidade.
4
a
Plantas angiquinho por m
2
a
3
2
1
b
0
3 DAA
7 DAA
18 DAA
Época de irrigação
Figura 1. População de angiquinho em função da época de irrigação, na média de doze
tratamentos de controle de arroz-vermelho. EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2007.
10
Plantas de angiquinho por m2
a
8
6
4
b
bc
2
0
bc
bc
bc
bc
bc
bc
bc
2
1.
4
1.
c
d
l
ua
an
m
.
C
8
6
7
5
0
0,
0,
0,
0,
0.
+
+
+
+
5
8
7
7
0,
0,
0,
0,
6
0.
8
0.
0
1.
0
2.
Doses Only - L ha-1
Figura 3. População de angiquinho em função de doses e formas de aplicação do herbicida
only e do controle manual, na média de 3 épocas de irrigação. EEA/IRGA, CachoeirinhaRS, 2007.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptative system for
expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações
técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI.159p, 2005.
COMPORTAMENTO DA CULTURA DO SORGO GRANÍFERO
(Sorghum bicolor), cv BR 304, SEMEADO EM ROTAÇÃO COM O ARROZ
®
CLEARFIELD
Jesus Juares Oliveira Pinto(1), José Alberto Noldin(2), Mariane D’Avila Rosenthal(1), Leonard
Bonilha Piveta(1), Camila Ferreira de Pinho(1),. ¹UFPel-FAEM, Departamento de
Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS. [email protected] 2Epagri/
Estação Experimental de Itajaí, SC.
O controle eficaz de arroz vermelho proporcionado pelo sistema Clearfield®,
associado às condições climáticas favoráveis, são os principais fatores que têm
proporcionado incrementos significativos de produtividade, nos três últimos anos de cultivo,
da cultura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul. Porém, vários estudos têm demonstrado
que herbicidas do grupo das imidazolinonas, através da longa atividade residual, podem
interferir negativamente sobre o crescimento e desenvolvimento de culturas sensíveis
utilizadas em sistema de sucessão ou rotação com tolerantes (Barnes et. al., 1989; Fleck &
Vidal, 1994; Renner et al. 1988; Silva et al., 1999; Ulbrich et al., 1998)
Com o objetivo de avaliar a atividade residual da mistura herbicida (imazapic +
imazethapyr) foram instalados três experimentos denominados E1, E2 e E3
respectivamente, para anos repetidos de cultivo de arroz irrigado pelo sistema Clearfield®,
utilizando-se como planta indicadora sorgo granífero (Sorghum bicolor), cv BR 304,
semeado em rotação, em mesma estação de crescimento e em ano seguinte ao cultivo de
arroz Clearfield®. Os experimentos foram instalados no CAP-UFPel, Capão do Leão-RS,
alocados em áreas contíguas, separadas por canais de distribuição da água de irrigação. O
delineamento experimental adotado para cada experimento foi o de blocos ao acaso, com
quatro repetições e quatro tratamentos da mistura herbicida (imazapic + imazethapyr) a (0;
25 + 75; 37,5 + 112,5; 50 +150) g ha-1, aplicados em pós-emergência do arroz.
As variáveis avaliadas foram: altura média de planta (m), rendimentos biológico
(Kg) e de grãos (Kg ha-1). Os dados referentes à altura de planta, foram considerados a
partir do colo da planta até a base da folha bandeira, foram obtidos em amostras de dez
plantas por repetição, selecionadas ao acaso, 70 dias após a emergência do sorgo (70
DAE). No tratamento testemunha, nessa ocasião, 10% das plantas haviam iniciado a
emissão da panícula. Os dados referentes ao rendimento biológico foram gerados a partir
da fitomassa seca de 20 plantas amostradas ao acaso na população de plantas que
constituía a fitomassa verde total da área útil de cada parcela. Os dados referentes a
variável resposta produtividade foram obtidos a partir da biomassa de grãos produzida por
parcela e corrigida para 13% de umidade. Os dados gerados no experimento foram
submetidos à análise da variância (p≤0,05), em havendo significância estes foram
analisados por modelos de regressão polinomial (Machado & Conceição, 2007). Verificouse significância estatística para o fator tratamento, relativo a rendimentos biológico e de
grãos e interação significativa entre os fatores tratamento versus ambiente para a variável
resposta altura média de plantas (Figura 1). Os dados relativos à altura média de plantas,
nos três ambientes avaliados se ajustaram a equações lineares (Figura 1A). Os resultados
mostram que a estatura do sorgo foi afetada negativamente pelo resíduo do herbicida
imazapic+imazethapyr. As plantas mostraram reduções da taxa de crescimento,
inversamente proporcional, com o residual correspondente ao aumento da dose do
herbicida. Incrementos de 5g à dose de imazapic+imazethapyr elevaram a atividade
residual do herbicida limitando em menos 1,96, 1,56 e 1,72% a estatura média de planta
respectivamente, para os ambientes E1, E2 e E3. Com relação a rendimento de grãos
(Figura 1B) e rendimento biológico (Figura 1C) os resultados mostram que o ambiente não
teve influência significativa sobre estas duas variáveis. Entretanto, foi observado que a
mistura dos herbicidas imazapic a 25 g ha-1 + imazethapyr a 75 g ha-1 manteve resíduos no
solo, até um ano após a sua aplicação e capazes de reduzir respectivamente, em 30 e 37%
o rendimento biológico e rendimento de grãos do sorgo.
● y = 0,5741-0,0019x ; R2 = 0,97
0,7
A
○ y = 0,5321-0,0016x ; R2 = 0,92
0,6
▼ y = 0,6183-0,0026x ; R2 = 0,92
Altura média de Plantas (m)
0,5
●E3
0,4
○E2
0,3
▼E 1
0,2
0,1
0,0
0
50
100
150
200
-1
Doses de imazapic+imazethapyr (g ha )
5000
● y = 4558,66-17,10x ; R2 = 0,99
B
-1
Rendimento de grãos (Kg ha )
4000
3000
2000
1000
0
0
50
100
150
200
-1
Dose s de imazapic+imazethapyr (g ha )
● y = 9643,89-31,54x ; R2 = 0,99
10000
C
9000
Rendimento Biológico (Kg)
8000
7000
6000
5000
4000
3000
0
50
100
150
200
-1
Doses de imazapic+imazethapyr (g ha )
Figura 1. Atividade residual do herbicida Only® para cultura do sorgo granífero em rotação
com o arroz Clearfield® na altura média de plantas (A), no rendimento de grãos
(B) e no rendimento biológico (C), CAP-UFPEL, Capão do Leão - RS. 2007
Diante dos resultados observados é possível concluir que a mistura dos herbicidas
imazapic + imazethapyr a ( 25 + 75 ) g ha-1, na forma comercial Only® a 1,0 Lha-1, aplicado
em pós-emergência do arroz irrigado, pode permanecer ativo no solo em condições
suficiente para reduzir significativante a altura média de plantas, o rendimento biológico e a
produtividade de grãos do sorgo granífero, cv. BR 304, semeado em rotação, após um ano
de cultivo com ao arroz Clearfield®.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
BARNES C. J.; GOETZ, A. j.; LAVY, T. L. Efectes of imzaquin residues on cotton
(Gossipium hirsitum). Weed Science, Lawrence, v. 37, n.6, p. 820-824, 1989.
FLECK, N. G.; VIDAL, R. A. Injúria potencial de herbicidas de solo ao girassol. III:
imazaquin e imazethapyr. Planta Daninha, Brasília, v. 12, n. 1, p. 39-43, 1994.
MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. WinStat – Sistema de Análise Estatística para
Windows versão 1.0. Universidade Federal de Pelotas, 2007.
RENNER, K. A.; MEGGITT, W. F.; PENNER, D. Response of corn ( Zea mays)Cultivars to
imazaquin. Weed Science, Lawrence, v. 36, n. 5, p. 625-628, 1988.
SILVA, A. A.; OLIVEIRA Jr., R. S.; COSTA, E. R.; FERREIRA, L. R. Efeito residual no solo
dos herbicidas imazamox e imazethapyr para as culturas de milho e sorgo. Planta
Daninha, Botocatu, v. 17, n. 3, p. 345-354.
ULBRICH, A. V.; RODRIGUES, B. N.; LIMA, J. Efeito residual dos herbicidas imazaquin e
imazethapyr, aplicados na soja, sobre o milho safrinha. Planta Daninha, Botocatu, v. 16, n.
2, p. 137-147, 1998.
EFEITO DO PH NA MOBILIDADE DA MISTURA HERBICIDA IMAZAPIC +
IMAZETHAPYR NO PERFIL DE UM PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO
EUTRÓFICO SOLÓDICO
Jesus Juares Oliveira Pinto(1), Mariane D’Avila Rosenthal(1), José Alberto Noldin(2), Antonio
Donida(1), Glauco Foster Almeida(1), Camila Ferreira de Pinho(1), Leonard Bonilha Piveta(1),
¹UFPel-FAEM, Departamento de Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS.
[email protected] 2Epagri/ Estação Experimental de Itajaí, SC.
A aplicação de herbicidas do grupo das imidazolinonas para o manejo integrado de
plantas daninhas é uma prática comum na cultura do arroz irrigado (Oryza sativa L.).
Entretanto, são escassos os relatos de pesquisa referentes à avaliação do comportamento
desses herbicidas no ambiente. A movimentação vertical de herbicidas (percolação) no
perfil do solo pode ter implicações diretas de contaminação de corpos hídricos do subsolo
de áreas agricultáveis, já que, uma vez retirado das camadas superficiais do solo, onde há
maior teor de matéria orgânica e atividade microbiana, a sua persistência poderá ser
prolongada (Sarmah et al., 1999; Costa et al., 2000; Prata et al., 2000).
Vários experimentos têm sido realizados com o herbicida imazethapyr, visando
esclarecer os mecanismos que implicam na persistência e mobilidade destes produtos no
solo, tendo como principal objetivo determinar o potencial de injúria às culturas que possam
ser incluídas num sistema de rotação. Geralmente, a maioria dos herbicidas com atividade
residual no solo, é afetado pelo pH, teores de argila e matéria orgânica do solo. Quando as
condições de adsorção do herbicida são favorecidas, ocorre uma queda na sua atividade e
mobilidade. Tem sido admitido, que em condições normais, a quantidade de herbicida
perdida pelo movimento da molécula no perfil do solo seja bastante restrita, sendo
geralmente inferior 1% do total aplicado (Carter, 2000). Entretanto para o caso de
herbicidas derivados de ácidos fracos, como os do grupo das imidazolinonas, parece que,
sob condições de solo tendendo a neutralidade, podem ocorrer lixiviações mais
significativas, o que pode afetar tanto a atividade do herbicida com relação ao controle de
plantas daninhas, como também a sua persistência no ambiente (Inoue et al., 2002).
Em razão da falta de informação quanto ao potencial de mobilidade da mistura
herbicida (imazapic+imazethapyr) em solos de várzea evidencia-se a necessidade de
buscar novas informações sobre este agroecossistema do Estado do Rio Grande do Sul
(RS), onde se passou a fazer uso desses herbicidas na cultura do arroz irrigado. Diante da
restrita informação existente sobre o assunto, este bioensaio foi conduzido com o objetivo
de avaliar o deslocamento do herbicida (imazethapyr + imazapic) no perfil de um
Planossolo Háplico Eutrófico solódico (EMBRAPA, 2006) corrigido para três diferentes
níveis de pH, utilizando-se bioindicadores como técnica de detecção.
O bioensaio foi conduzido experimentalmente em casa de vegetação com solo
coletado a profundidade de 10 a 15 cm para evitar a contaminação com restos vegetais em
decomposição na camada superficial. O solo foi peneirado e acondicionado em três
pequenos tanques plásticos recebendo diferentes níveis de calagem. Aos 110 dias após a
calagem foram obtidos solos com três diferentes níveis de pH (4,7; 5,5 e 6,5). O solo foi
acondicionado em colunas de PVC com 45 cm de comprimento por 10cm de diâmetro,
previamente secionada transversalmente e recondicionadas com parafina e fita crepe para
manter as meias colunas unidas sendo uma das secções obstruída com polietileno preto,
amarrado com corda de algodão. O solo, colocado dentro da coluna, foi irrigado
diariamente, por um período de 10 dias, para se obter dentro do possível, a máxima
acomodação das partículas. Para cada coluna foram sorteados, simultaneamente, solos
com seus respectivos pH e doses da mistura herbicida a ser aplicado. Os tratamentos com
imazapic+imazethapyr a (0; 25+75; 37,5+112,5 e 50+150 g ha-1) foram aplicados,
mantendo-se uma distância de 45cm entre o topo da coluna e a ponta de pulverização,
distância recomendada para o bico tipo leque, 110.02. A seguir as colunas foram irrigadas
por um período de 30 dias mantendo-se uma lâmina de água com profundidade de 5 cm na
parte superior da coluna, simulando uma situação de lavoura de arroz irrigado. Ao final
daquele período a irrigação foi suspensa e dez dias após esta suspensão as colunas foram
separadas em suas metades e cada uma destas passou a ser uma das quatro repetições,
onde foi semeado sorgo granífero, cv. BR 304. A variável resposta observada foi
fitotoxicidade (%), em três níveis de profundidade (0-13; 13-23; 23-33 cm) a partir da
extremidade da coluna onde foi aplicado o herbicida no solo. As injúrias foram observadas
visualmente, em avaliação realizada aos 20 dias após a emergência das plantas de sorgo e
representada em percentual, atribuindo-se nota zero (0) à ausência de fitotoxicidade e nota
cem (100) a morte completa das plântulas de sorgo.
Os dados foram submetidos à análise estatística de variância, e os dados
significativos foram submetidos à análise através de regressão linear e não linear
(Machado & Conceição 2007). Verificaram-se interação significativa entre profundidade,
doses do herbicida e níveis de pH. As injúrias observadas nas plantas de sorgo (Figura 1, 2
e 3), nas diferentes profundidades da coluna, mostram que a mobilidade do herbicida foi
significativamente afetada pelo pH. Nos três níveis de pH estudados as injúrias nas plantas
de sorgo foram maiores quando ocorreu aumento na dose do herbicida. Em pH 4,7 (Figura
1) observa-se que os níveis mais severos de fitotoxicidade ficaram concentrados nos
primeiros 13 cm da coluna e menos visíveis com o aumento da profundidade indicando
pouca mobilidade da mistura de imazapic+imazethapyr nesse nível de acidez.
Comparando-se a fitotoxicidade nas plantas de sorgo avaliada nos três solos (Figura 1, 2 e
3) os resultados mostram que a mobilidade do herbicida no perfil do solo aumentou com o
nível de pH mais elevado mostrando uma tendência para o herbicida na dose de 100 g ha1
percolar para a maiores profundidades e em doses maiores ser distribuído por todo o perfil
do solo, porém com maior concentração no início e fim da coluna (Figuras 2 e 3).
70
● R2 = 1,00
○ y = 19,38-0,5830x ; R2 = 0,99
-0,1033x
▼ y = 187,36e
; R2 = 0,99
-0,1383x
2
◊ y = 347,62e
; R = 0,99
60
Fitotoxicidade (%)
50
40
30
● Dose 0 g há-1
○ Dose 100 g há-1
-1
▼ Dose 150 g há
◊ Dose 200 g há-1
20
10
0
10
15
20
25
30
35
Profundidade (cm)
®
Figura 1. Mobilidade do herbicida Only no perfil do solo com pH 4,7, Casa de Vegetação FAEMUFPEL, Capão do Leão – RS. 2007
● R2 = 1,00
-0,0843x
▼ y = 150,55e
; R2 = 0,99
◊ R2 = 1,00
100
Fitotoxicidade (%)
80
60
● Dose 0 g há-1
○ Dose 100 g há-1
-1
▼ Dose 150 g há
◊ Dose 200 g há-1
40
20
0
10
15
20
25
30
35
Profundidade (cm)
®
Figura 2. Mobilidade do herbicida Only no perfil do solo com pH 5,5, Casa de Vegetação FAEMUFPEL, Capão do Leão – RS. 2007
● R2 = 1,00
○ y = e0,0978x ; R2 = 0,99
2
▼ R = 1,00
2
◊ R = 1,00
100
Fitotoxicidade (%)
80
60
● Dose 0 g há-1
-1
○ Dose 100 g há
-1
▼ Dose 150 g há
-1
◊ Dose 200 g há
40
20
0
10
15
20
25
30
35
Profundidade (cm)
®
Figura 3. Mobilidade do herbicida Only no perfil do solo com pH 6,5, Casa de Vegetação FAEMUFPEL, Capão do Leão – RS. 2007
Diante dos resultados observados é possível concluir que a mistura dos
herbicidas imazapic+ imazethapyr apresenta mobilidade no perfil de um Planossolo
Hidromórfico Eutrófico Solódico sendo que a menor ou maior intensidade da sua
percolação está também relacionada com o pH. À medida que se reduz a acidez de um
Planossolo Hidromórfico Eutrófico solódico pode ser aumentado o potencial de percolação
da mistura dos herbicidas imazapic + imazethpyr.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
CARTER, A. D. Herbicide movement in soils: principels, pathway and process. Weed
Research, v. 40, n.1, p.22-113, 2000.
COSTA, M. A.; MONTEIRO, R. T. R.; TORNISIELO, V. L. Degradação de ametrina em
Areia Quartzosa com adição de solo rizosférico de cana-de-açúcar. Revista Brasileira de
Ciência do Solo. v. 24, n.1, p. 43-48. 2000.
EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação
de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos, 2006.
INOUE, M. H.; MARCHIORI O. JR.; OLIVEIRA R. S. Jr.; CONSTANTIN, J.; TORMENA, C.
A. Calagem e o potencial de lixiviação de imazaquim em colunas de solo. Planta Daninha,
v.20, n.1, p.125-132, 2002.
MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. WinStat – Sistema de Análise Estatística para
Windows versão 1.0. Universidade Federal de Pelotas, 2007.
PRATA, F. et al. Degradação e adsorção de diuron em solos tratados com vinhaça.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.24, n.1, p.217-223, 2000.
SARMAH, A.K.; KOOKANA, R. S.;ALSTOKN, A.M. Degradation of chlorsulfuron and
triasulfuron in alkaline soils under laboratory conditions. Weed Research, v. 39, n. 2, p. 8394, 1999.
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL EM SOLO DA MISTURA FORMULADA COM
OS HERBICIDAS IMAZAPIC + IMAZETHAPYR, PARA A CULTURA DO ARROZ
IRRIGADO, CULTIVAR IRGA 417
Jesus Juares Oliveira Pinto(1), José Alberto Noldin(2), Mariane D’Avila Rosenthal(1), Rodolfo
Rocha Richter(1), Frederico Bartz de Menezes(1), Leonard Bonilha Piveta(1), Camila Ferreira
de Pinho(1),. ¹UFPel-FAEM, Departamento de Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900,
Pelotas, RS. [email protected] 2Epagri/ Estação Experimental de Itajaí, SC.
O arroz vermelho (Oryza sativa L.) é uma das espécies daninhas mais
problemática na lavoura de arroz no Rio Grande do Sul, provocando perdas por competição
e qualidade do produto colhido. Por pertencer a mesma espécie do arroz cultivado, o
controle através da utilização de químicos, até ser implantada a tecnologia Clearfield®, era
limitado. Estudos mostram que estes herbicidas através da longa atividade residual, podem
afetar negativamente as culturas sensíveis utilizadas em sistema de sucessão e/ou rotação
(Barnes et. al., 1989; Fleck & Vidal, 1994; Renner et al. 1988; Silva et al., 1999; Ulbrich et
al., 1998).
Noldin et al (2005) citam que o comportamento no ambiente, para herbicidas do
grupo das imidazolinonas, podem apresentar efeito residual variável e prolongado. Estes
autores também citam que o sistema Clearfield® representa uma nova e importante
ferramenta para o manejo do arroz vermelho, entretanto relatam que por observações de
campo em áreas com aplicação em sistema de cultivo pré-germinado, o herbicida utilizado
neste sistema pode apresentar residual no solo, fato este que poderia limitar tanto a
utilização das áreas de arroz no período da entressafra com culturas em sucessão e/ou a
utilização das áreas em rotação com cultivares sensíveis.
Com o objetivo de avaliar a atividade residual da mistura herbicida (imazapic +
imazethapyr) para cultura do arroz irrigado, foi instalado um bioensaio em casa de
vegetação, pertencente à UFPel/FAEM. O solo utilizado para o estudo foi Planossolo
Háplico Eutrófico solódico (EMBRAPA, 2006), coletado em experimentos de campo que
supostamente deveriam apresentar resíduos advindos de um (E1) e três (E3) anos de
monocultivo de arroz irrigado, pelo sistema Clearfield®. Os quatro tratamentos utilizados
nos monocultivos foram à mistura dos herbicidas imazapic + imazethapyr, em doses de (0;
25 + 75; 37,5 + 112,5; 50 +150) g.ha-1. O solo coletado foi acondicionado em vasos
plásticos (3,5 litros). A seguir procedeu-se a semeadura da cultivar IRGA 417 distribuindo
os tratamentos num delineamento experimental completamente casualizado, com quatro
repetições. Sete dias após a emergência procedeu-se a correção de população para sete
plantas por vaso.
As variáveis resposta avaliadas foram a fitomassa média dos sistemas aéreo (g) e
radicular de plantas (g) aos trinta dias após a emergência (30 DAE), sendo obtidas a partir
dos sistemas aéreo e radicular das plantas que foram submetidos posteriormente a
desidratação em estufa termoelétrica a temperatura constante de 70°C, até o valor de
fitomassa seca se manter constante. Os dados gerados no experimento foram analisados,
submetidos à análise da variância (p≤0,05), e quando significativos foram submetidos à
análise por modelos de regressão linear e não linear (Machado & Conceição, 2007).
Ocorreu interação significativa entre os fatores dose do herbicida x ambiente para as duas
variáveis analisadas.
Os estudos realizados, neste trabalho, mostram que a mistura formulada com os
herbicidas imazapic+imazethapyr utilizada no sistema Clearfield® podem deixar resíduo no
solo, em quantidades suficientes para afetar diferentes órgãos componentes da fitomassa
na variedade convencional (não transmutada) IRGA 417. Os acréscimos progressivos de
resíduos referentes aos tratamentos nas amostras de solo em estudo, limitaram o aporte de
fitomassa do sistema aéreo e radicular das plantas de arroz, em ambos os ambientes
estudados (Figura 1). O acúmulo de fitomassa foi limitado na razão inversa aos acréscimos
de dose do herbicida aplicado, anteriormente, no experimento a campo. Aos 30 DAE, os
solos referentes à aplicação de 100 g ha-1 de herbicida, mostrou reduções da fitomassa
aérea do arroz em 74,87 e 51,24% e para fitomassa de raiz em 82,98 e 87,30%
respectivamente, para E1 e E3. Estes resultados indicam que a atividade residual do
herbicida imazapic+imazethapyr é dependente da dose mas não se acumula pelo emprego
em anos repetidos de cultivo de arroz pelo sistema Clearfield.
-0,0138x
A
● y = 16,95e
18
○ y = 17,39-0,0891x ; R2 = 0,90
16
● E1
○ E3
14
Fitomassa seca aérea (g)
; R2 = 0,97
20
12
10
8
6
4
2
0
0
50
100
150
200
-1
Dose de imazapic+imazethapyr (g ha )
B
-0,0177x
; R2 = 0,99
-0,0126x
; R2 = 0,93
● y = 16,92e
50
○ y = 44,75e
Fitomassa seca radicular (g)
40
● E1
○ E3
30
20
10
0
0
50
100
150
200
-1
Dose de imazapic+imazethapyr (g ha )
Figura 1. Fitomassa seca do sistema aéreo (A) e fitomassa seca do sistema radicular (B)
de plantas de arroz irrigado (cultivar IRGA 417) em função da presença de
resíduos da mistura de herbicidas Imazapic + Imazethapyr. UFPEL/FAEM,
Capão do Leão-RS, 2005-2006.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
BARNES C. J.; GOETZ, A. j.; LAVY, T. L. Efectes of imzaquin residues on cotton
(Gossipium hirsitum). Weed Science, Lawrence, v. 37, n.6, p. 820-824, 1989.
FLECK, N. G.; VIDAL, R. A. Injúria potencial de herbicidas de solo ao girassol. III:
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de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos, 2006.
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2, p. 137-147, 1998.
EFEITO DA ATIVIDADE DO HERBICIDA IMAZAPIC+IMAZETHAPYR NA
CULTURA DO AZEVÉM (Lolium multiflorum) SEMEADO EM SUCESSÃO A
®
CULTURA DO ARROZ CLEARFIELD
Jesus Juares Oliveira Pinto(1), José Alberto Noldin(2), Mariane D’Avila Rosenthal(1), Camila
Ferreira de Pinho(1), Glauco Foster Almeida(1), Antonio Donida(1). ¹UFPel-FAEM,
Departamento de Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS.
[email protected] 2Epagri/ Estação Experimental de Itajaí, SC.
O azevém (Lolium multiflorum Lam.) é uma gramínea anual, originária do
Mediterrâneo cultivada inicialmente na Lombardia (Araújo, 1967). A partir daí foi introduzida
na América do Norte onde, pela sua excelente qualidade forrageira e fácil adaptabilidade foi
disseminada, mundialmente, principalmente em países ou regiões de clima temperado. A
sua introdução no Estado do Rio Grande do Sul (RS) ocorreu em meados do século
passado e hoje está adaptada a todas as zonas fisiográficas deste Estado e também a
diferentes sistemas agrossilvepastoris, tais como pomares, lavouras com cereais de
inverno e em pastagens nativas e cultivadas. É considerada uma das forrageiras de maior
importância no sistema agropastoril por se destacar como a principal forrageira de inverno
para ser cultivada em sucessão com as culturas de verão, incluindo o arroz irrigado (Oryza
sativa L.) que, em rotação com a atividade pecuária ocupa a maior parte das áreas de
várzea do RS. Na orizicultura, uma das principais plantas concorrentes é o arroz vermelho
(Oryza sativa L.) e suspeita-se que em mais de 50% da área cultivada, essa planta daninha
seja controlada com herbicidas do grupo químico das imidazolinonas. Por outro lado,
estudos mostram que estes herbicidas através da longa atividade residual, podem afetar
negativamente a culturas sensíveis utilizadas em sistema de sucessão ou rotação com
espécies tolerantes (Barnes et. al., 1989; Fleck & Vidal, 1994; Renner et al. 1988; Silva et
al., 1999; Ulbrich et al., 1998).
Com o objetivo de avaliar a atividade residual da mistura herbicida (imazapic +
imazethapyr) para cultura do azevém, foram instalados no CAP-UFPel, Capão do Leão RS três experimentos conduzidos distintamente com um (E1), dois (E2) e três (E3) em
anos de monocultivos de arroz irrigado conduzido pelo sistema Clearfield®, alocados em
áreas contíguas, separadas por canais de irrigação. Foram utilizados quatro tratamentos
com a mistura dos herbicidas imazapic + imazethapyr, aplicados em pós-emergência, em
doses de (0; 25 + 75; 37,5 + 112,5; 50 +150) g ha-1, distribuídos num delineamento
experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. Para testar a possível variação de
atividade residual do herbicida, em função de dose e anos seguidos de cultivo arroz
Clearfield® foi semeado, em sucessão, azevém, como espécie indicadora. As variáveis
resposta foram altura média de planta (m) e rendimento biológico (Kg ha-1) para a cultura
do azevém. A avaliação da altura de planta, obtida a partir do colo da planta até o ápice da
panícula, foi realizada em amostras de dez plantas por repetição tomadas aleatoriamente e
levadas a efeito quando a cultura do azevém se encontrava em fase de enchimento de
grãos. O rendimento biológico foi obtido a partir do sistema aéreo das plantas, amostradas
ao acaso, em parcelas com área útil de 1,0m2 e submetidas posteriormente a desidratação
em estufa termoelétrica a temperatura constante de 70°C, até a medida de fitomassa seca
se manter constante. Os dados gerados no experimento foram analisados, submetidos à
análise da variância (p≤0,05), em sendo significativos eles foram submetidos à análise por
modelos de regressão linear (Machado & Conceição, 2007). Verificou-se interação
significativa para o fator tratamento versus experimentos, para as duas variáveis avaliadas.
Os dados relativos à altura média de planta e rendimento biológico, nos três ambientes
avaliados, se ajustaram a equações lineares (Figura 1A e 2A). Os resultados mostram que
o herbicida Only® manteve no solo atividade residual suficiente para afetar negativamente a
estatura das plantas de azevém, semeado em sucessão ao cultivo do arroz (Figura 1A). As
plantas apresentaram o crescimento limitado na razão inversa e proporcional ao resíduo
incrementado pelo aumento da dose do herbicida. A dose de 1,0 L ha-1 de Only® limitou em
88,4, 85,9 e 80,3%, a altura média de plantas de azevém respectivamente, nos
experimentos E1, E2 e E3 (Figura 1B). A maior redução percentual da altura média de
plantas foi observada no E3, onde ocorreu maior seqüência de cultivos de arroz Clearfield®.
O rendimento biológico também foi afetado negativamente pelo residual do herbicida Only®,
uma vez que, ocorreram decréscimos significativos de produtividade paralelamente aos
acréscimos de dose (Figura 2A). Os resultados também mostram que para esta variável o
residual do herbicida Only®, a 1,0 L ha-1 pode causar reduções de 32,1, 31,3 e 37,2% no
rendimento biológico do azevém semeado em sucessão ao arroz Clearfield® nos
experimentos E3, E2 e E1, respectivamente (Figura 2B).
●E1
○E2
▼E 3
1,0
Redução da Altura de Plantas (%)
Altura média de plantas (m)
0,9
0,8
0,7
0,6
80
60
40
20
0,5
0
50
100
E1
E2
E3
100
150
0
200
0
0
-1
Doses de imazapic+imazethapyr (g ha )
50
100
100
150
150
200
-1
Doses de imazapic+imazethapyr (g ha )
● y = 0,9120-0,0018x ; R2 = 0,94
○ y = 0,8525-0,0012x ; R2 = 0,97
A
2
▼ y = 0,6894-0,0008x ; R = 0,95
B
Figura 1. Redução média (A) e percentual (B) da altura de plantas de azevém cultivado em
ambientes com diferentes níveis de resíduo do herbicida imazapic+imazethapyr, UFPelFAEM, Capão do Leão-RS. 2007.
●E1
○E2
▼E 3
7000
E1
E2
E3
100
Redução de Fitomassa Seca (%)
-1
Fitomassa Seca (Kg ha )
6000
5000
4000
3000
2000
80
60
40
20
1000
0
0
50
100
150
200
0
00
-1
Doses de imazapic+imazethapyr (g ha )
50
100
100
150
150
200
-1
Doses de imazapic+imazethapyr (g ha )
2
● y = 6641,49-21,19x ; R = 0,99
○ y = 4803,20-13,28x ; R2 = 0,91
A
▼ y = 2886,71-9,647x ; R2 = 0,92
B
Figura 2. Redução média (A) e percentual (B) da fitomassa seca de plantas de azevém
cultivado em ambientes com diferentes níveis de resíduo do herbicida
imazapic+imazethapyr, UFPel-FAEM, Capão do Leão-RS. 2007.
Diante dos resultados observados é possível concluir que o herbicida Only®,
aplicado em pós-emergência do arroz irrigado e em dose recomendada pode manter no
solo atividade suficiente para reduzir significativamente a altura média de planta e o
rendimento biológico do azevém, semeado em sucessão, ao cultivo de arroz Clearfield®.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
ARAUJO, A., A., de. Forrageiras para ceifa. 2. ed., Porto Alegre: Livraria Editora Sulina,
1967.
BARNES C. J.; GOETZ, A. j.; LAVY, T. L. Efectes of imzaquin residues on cotton
(Gossipium hirsitum). Weed Science, Lawrence, v. 37, n.6, p. 820-824, 1989.
FLECK, N. G.; VIDAL, R. A. Injúria potencial de herbicidas de solo ao girassol. III:
imazaquin e imazethapyr. Planta Daninha, Brasília, v. 12, n. 1, p. 39-43, 1994.
MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. WinStat – Sistema de Análise Estatística para
Windows versão 1.0. Universidade Federal de Pelotas, 2007.
RENNER, K. A.; MEGGITT, W. F.; PENNER, D. Response of corn ( Zea mays)Cultivars to
imazaquin. Weed Science, Lawrence, v. 36, n. 5, p. 625-628, 1988.
SILVA, A. A.; OLIVEIRA Jr., R. S.; COSTA, E. R.; FERREIRA, L. R. Efeito residual no solo
dos herbicidas imazamox e imazethapyr para as culturas de milho e sorgo. Planta
Daninha, Botocatu, v. 17, n. 3, p. 345-354.
ULBRICH, A. V.; RODRIGUES, B. N.; LIMA, J. Efeito residual dos herbicidas imazaquin e
imazethapyr, aplicados na soja, sobre o milho safrinha. Planta Daninha, Botocatu, v. 16, n.
2, p. 137-147, 1998.
ÉPOCAS DE CONTROLE DE ANGIQUINHO EM ARROZ IRRIGADO
André Andres1 ; Giovani Theisen²; Jorge Rieffel FO 3 ; Douglas Hoffman2,3 ; Germano
Butow3 ; Paulo di Primio 3 1 Pesquisador Embrapa Clima Temperado; 2 Bolsista CNPq;
3
Estagiários Embrapa Clima Temperado, Estudante FAEM/UFPel, Pelotas, RS
O elevado nível de infestação das plantas daninhas nas lavouras
arrozeiras é um fator limitante da produção do cereal nos estados do Rio
Grande do Sul e de Santa Catarina . Dentre as espécies concorrentes
encontra-se o angiquinho, planta anual, presente tanto em solos secos quanto
nos alagados. Embora existindo diversos métodos de controle nas lavouras
orizícolas para o controle de plantas daninhas, destaca-se o método químico.
Quando utilizado de forma e no tempo corretos apresenta eficiência,
praticidade e rapidez. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de épocas de
controle de angiquinho (Aeschynomene denticulata)no rendimento de grãos de
arroz. O estudo foi instalado a campo na Estação Experimental Terras Baixas
da Embrapa Clima Temperado, município de Capão do Leão, RS no ano
agrícola de 2006/07. O solo se classificado como Planossolo Hidromórfico
Eutrófico Solódico pertencente a unidade de Mapeamento Pelotas. O
experimento foi conduzido sob sistema de cultivo convencional e as práticas
culturais seguiram as Recomendações Técnicas da Pesquisa para o RS e SC.
-1
A semeadura, da cultivar BRS Querência (120 kg ha ) foi realizada no dia
26/out/06, no espaçamento de 17,5cm entrelinhas. Os tratamentos contaram
de épocas de controle de angiquinho: a) pré-emergente; b) arroz em V2-3; c)
arroz em V4; d) arroz em V4-5; e) arroz em V8; f) testemunha sem controle. As
plantas daninhas gramíneas foram controladas com o herbicida Clincher (2 L
-1
-1
ha + 2 L ha óleo vegetal) antes da irrigação (22 dias após a emergência).
Em todas as parcelas, após respectivo tratamento, quando necessário houve
controle manual das plantas emergidas A adubação nitrogenada em cobertura
(100 kg N), foi agrupada em duas épocas, sendo a primeira (50 kg N)
imediatamente antes da irrigação e a segunda no estádio V8 do arroz. A
2
população de angiquinho variou entre oito e doze plantas m . O delineamento
experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro repetições. As
2
unidades experimentais mediram 12 m de área (2 x 6 m), constituindo-se em
11 fileiras de arroz em cada parcela. O parâmetro avaliado foi o rendimento de
grãos de arroz. Os dados foram submetidos à análise de variância seguido de
teste de Duncan para comparação de médias dos tratamentos. Obteve-se,
complementarmente uma equação de regressão a qual simulou o efeito do
momento do controle de angiquinho no rendimento de grãos de arroz irrigado
(Figura 1). Verificou-se que o prejuízo inicial no rendimento de grãos, para a
população estudada, foi de menor intensidade até V5, evidenciando
provavelmente, que os efeitos da competição desta planta daninha
incrementam
a medida em que a planta se desenvolve e ocasiona
sombreamento à cultura. Até esta fase obteve-se os melhores índices de
produtividade (Tabela 1). Este estudo mostra que o controle realizado até o
-1
estádio V4 do arroz proporcionou rendimento de grãos acima de 8 t ha ,
superiores aqueles obtidos com o controle realizado mais tardiamente. A
competição exercida pela planta daninha angiquinho reduziu o rendimento de
grãos em 57,2% (Tabela 1). A equação obtida demostra que a cada dia de
competição entre o angiquinho e a cultura do arroz ocorre uma perda linear de
-1
rendimento de grãos, calculada em aproximadamente 55 kg ha .
Tabela 1. Rendimento de grãos de arroz irrigado em resposta a épocas de
controle de plantas daninhas, com o herbicida Ricer, na Cultivar BRS
Querência, Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2006/2007
---------------------------------------------------------------------------------------------------------1
Tratamentos
Rendimento de grãos (kg ha )
--------------------------------------------------------------------------------------------------------1. Controle em - Pré-emergência
9.415 a
2. Controle em - Pós-emergência aos 14 dae – V2-3
8.843 ab
8.690 ab
3. Controle em - Pós-emergência aos 18 dae – V4
4. Controle em - Pós-emergência aos 21 dae – V4-5
8.137 ab
5. Controle em - Pós-emergência aos 40 dae – V8
7.360 b
6. Testemunha sem controle
4.032 c
--------------------------------------------------------------------------------------------------------* Médias seguidas de mesma letras não diferem entre si significativamente
(Duncan; p= 0,05)
12000
y = 9506-55,1x
r2 = 0,99
-1
Produtividade (kg ha )
10000
8000
6000
4000
2000
0
20
40
60
80
100
120
Dias em competição
Figura 1. Perda produtiva em arroz irrigado, BRS Querência em função do
atraso no controle de angiquinho Aeschynomene sp. Capão Leão, RS, 2006/07
CONTROLE QUÍMICO DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD
André Andres1; Giovani Theisen1; Douglas A Hoffman2,3; Germano T. Büttow2; Jorge
Rieffel F°2; Paulo di Primio2; Daniela Schossler2 ; Leandro Pasqualli4. 1Embrapa Clima
Temperado, BR 392, km 78, CP 403, 96.001-970, Pelotas, RS. [email protected]
2
Estagiários Graduação Embrapa Clima Temperado, UFPel-FAEM, 3Bolsista CNPq.
4
RiceTec Sementes Ltda.
O sistema Clearfield trouxe benefícios ao controle químico de plantas daninhas
em arroz irrigado, principalmente no controle do arroz-vermelho, porém em algumas
áreas ocorre deficiências no controle de angiquinho com o herbicida Only. Este estudo
teve por objetivo avaliar alternativas de controle químico para Aeschynomene
denticulata. comparando com o herbicida recomendado (Only). O estudo foi conduzido a
campo, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, Capão
do Leão, RS, na safra 2006/07. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao
acaso, com nove tratamentos e quatro repetições, e as unidades experimentais mediram
12 m2 de área (2 x 6 m), constituindo-se em 11 fileiras de arroz em cada parcela. O solo
é classificado como Planossolo Hidromórfico Eutrófico Típico. A área foi manejada
através do sistema de implantação de culturas convencional. O híbrido utilizado foi Sator
CL (RiceTec), na densidade de 60 kg ha-1, semeado em 15/NOV/2006, com semeadora
provida de 11 linhas espaçadas entre si em 17,5 cm (parcelas individuais de 12m2). Em
função da seca, no período pós-semeadura, foi necessário uma irrigação antecipada da
área (banho) para uniformizar a emergência, que ocorreu aos 15 dias após a semeadura
(DAS). A irrigação por inundação iniciou 11 dias após a emergência (4 folhas a 1 perfilho
– V4-5) do arroz, mantendo-se uma lâmina de água permanente até o final do ciclo da
cultura. A adubação nitrogenada, em cobertura, foi realizada quando as plantas atingiram
o estádio de desenvolvimento V4-5 e V9, os quais ocorreram respectivamente aos 11 e 58
dias após a emergência, utilizando-se respectivamente 45 e 45 kg ha-1 de nitrogênio
(totalizando 90 kg ha-1 de N). A colheita do arroz foi realizada aos 136 DAE. A população
de angiquinho variou entre 18 e 25 plantas m2. Os herbicidas foram aplicados em pósemergência, com arroz no estádio V5, com o auxílio de um pulverizador costal de
precisão, propelido a CO2 com barra de quatro bicos de jato em leque, tipo Micron XP110.015, espaçados em 50 cm, operando a uma pressão de 20lb pol-2, gerando uma
vazão de 120 L ha-1. A população de angiquinho variou entre oito e doze plantas m2. Os
tratamentos estudados foram: T1 - Ricer 50 ml ha-1 + Veget’ Oil 1 L ha-1,T2 - Ricer 100 ml
ha-1 + Veget’ Oil 1 L ha-1; T3 - Ricer 200 ml ha-1 + Veget’ Oil 1 L ha-1; T4 – Código P 150
ml ha-1 + Assist 500 ml ha-1; T5 - Ally 3,3 g ha-1 + Assist 500 ml ha-1; T6 - Ally 3,3 g ha-1 +
Assist 1 L ha-1; T7 - Only 1 L ha-1 + Dash 300 ml ha-1; T8- Only 1 L ha-1 + Ricer 50 ml ha-1
+ Dash 300 ml ha-1; T9 - 3,0 L ha-1 Clincher + 2,0 L ha-1 Vegt Oil. Nos tratamentos T1 a
T7 foi realizada aspersão do herbicida Only a 1 L ha-1 adicionado de dash a 300 mL ha-1.
As variáveis analisadas foram controle de angiquinho (%) e rendimento de grãos de
arroz (kg ha-1). Os resultados mostram que a eficiência do tratamento com herbicida Only
(T7), foi inferior aos demais tratamentos, evidenciando a necessidade da utilização de
outros químicos para complementar o controle de angiquinho (Tabela 1). No entanto não
se observou efeito deste menor controle na produtividade, situando-se todos os
tratamentos em patamar similar. Foi observado que a competição de angiquinho (T9)
reduziu em média 65,5% a produção de arroz.
Tabela 1. Tratamentos, rendimento de grãos (kg ha-1) e controle de angiquinho (%) em
arroz Sator CL. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS, 2006/07.
Tratamentos
Dose (L ha-1)
Rendimento de grãos Controle
Kg ha-1
%
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Ricer + Óleo
Ricer + Óleo
Ricer + Óleo
Código P + Assist
Ally + Assist
Ally + Assist
Only + Dash
Only + Ricer + Dash
Testemunha
0,050 + 1
0,1 + 1
0,2 + 1
0,15 + 0,5
3,3 g + 0,5
3,3 g + 1
1 + 0,3
1 + 0,05 + 0,3
-
7.965 a
7.658 a
7.552 a
7.539 a
6.925 a
7.253 a
6.901 a
8.246 a
2.590 c
98 a
99 a
99 a
98 a
100 a
100 a
86 b
100 a
0
c
Trabalho realizado no convênio Embrapa Clima Temperado e RiceTec Sementes Ltda..
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM
PULVERIZAÇÃO NO SISTEMA DE CULTIVO PRÉ-GERMINADO
Olavo Gabriel Rossato Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2), José Antonio Annes
Marinho(3), Luiz Felipe Thomas(3), Rodrigo Alff Gonçalves(1), Ana Paula Estevo(1), Graciela
(1)
Castilhos(1).
Danie
Martini
Sanchotene(1)
Bolsistas
GIPHE/UFSM,
e-mail:
[email protected]; (2)Professor Dep. de Biologia/UFSM e-mail: [email protected];
(3)
FMC Química do Brasil Ltda.
O cultivo sistemático e intensivo de uma cultura em um mesmo local, por vários
anos, leva a seleção de algumas espécies de plantas, que competem junto com a cultura
comercial por fatores essenciais para sua sobrevivência.
A lavoura arrozeira destaca-se na metade sul do Rio Grande do Sul constituindo-se
em importante fonte geradora de riquezas para vários municípios. Várias opções de
ingredientes ativos estão registrados para o controle de diversas plantas daninhas, nas
diferentes épocas de aplicação, tendo como exceção o arroz vermelho que é manejado
através dos sistemas de cultivo (MENEZES et al., 1999), não havendo um ingrediente ativo
que proporcione controle eficiente desta invasora.
As principais plantas daninhas da orizicultura em nosso estado, são o capim arroz
(Echinochloa spp.), angiquinho (Aeschynomene spp.), ciperáceas (Cyperus spp.) e chapéu
de couro (Sagittaria spp.), entre outras, que podem variar de região para região
(KISSMANN, 1992; LORENZI, 2000).
O trabalho foi realizado no município de Camaquã/RS na safra 2005/2006 com o
objetivo de avaliar a eficiência do novo herbicida Pyribenzoxim no controle de Echinochloa
crusgalli var. crusgalli, Aeschynomene rudis, Fimbristylis miliacea e Sagittaria
montevidensis, plantas daninhas infestantes das lavouras de arroz irrigado, no sistema prégerminado.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com 8 tratamentos e
quatro repetições, as unidades experimentais mediram 2 m x 6 m, totalizando (12 m2),
sendo que para as avaliações de seletividade e eficiência agronômica considerou-se
apenas os 4 m2 centrais de cada parcela. Os tratamentos avaliados encontram-se na
Tabela 1.
A implantação da cultura ocorreu no dia 10 de outubro de 2005. O cultivar reagente
foi EPAGRI 108. Cinco dias antes da aplicação, a água foi retirada dos quadros, a seguir
foram pulverizados os herbicidas e o quadro foi novamente inundado 24 horas após a
aplicação.
Os tratamentos herbicidas foram pulverizados quando as plantas daninhas
Echinochloa crusgalli var. crusgalli, Fimbristylis miliacea, Aeschynomene rudis e Sagittaria
montevidensis encontravam-se em sua maioria com 2 a 3 folhas.
As condições climatológicas durante a aplicação dos herbicidas foram as
seguintes: temperatura do ar 22 ºC, URar de 68,2%, ventos de 2,8 Km.h-1. O equipamento
utilizado para a aspersão dos tratamentos, foi um pulverizador propelido a CO2, com barra
de 1,5 m e 4 pontas XR 110.02, espaçadas a 50 cm, pressão de trabalho 38 lbs pol-2, e
volume de calda de 130 L ha-1. Foram realizadas avaliações de controle das plantas
daninhas, aos 15, 45 dias após a aplicação (DAA), seguindo escala, onde são realizadas
observações visuais em relação à testemunha sem capina que corresponde a 0% (zero) de
controle.
TABELA 1. Tratamentos e doses de produto comercial aplicados na lavoura de arroz irrigado.
Doses (ml ha-1)
Tratamentos
1 – Testemunha
-
2. Pyribenzoxim1
200
3. Pyribenzoxim
400
4. Pyribenzoxim
600
5. Pyribenzoxim
800
6. Pyribenzoxim
1000
7. Pyribenzoxim
1200
2
8. Bispyribac-sodium
150
Sem nome comercial definido - Pyribenzoxim 50 gramas de ingrediente ativo por litro de produto
comercial – CE (produto em registro – RET 07503)
2
Nominee: Bispyribac-sodium 400 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – SC
Aos tratamentos herbicidas acrescentou-se óleo mineral IHAROL a 0,5% v/v
1
As variáveis analisadas foram submetidas à análise da variância pelo “teste F”. A
comparação de médias foi efetuada através do teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade de erro.
TABELA 2 – Médias de controle das plantas daninhas avaliadas, no sistema pré-germinado, na cultura
do arroz irrigado (Oryza sativa L.) – Camaquã – RS 2004/2005
% Controle
Dose
Echinochloa
Fimbristylis
Sagittaria
Aeschynomene
4
Tratamentos
ml ha-1 crusgalli crusgalli
miliacea
montevidensis
rudis
15
45
15
45
15
45
15
45
DAA
DAA
DAA
DAA
DAA
DAA
DAA
DAA
200
75 c
1
70 c
92 c
89 b
75 b
68 b
88 b
0b
2. Pyribenzoxim
400
93 b
98 a
98 b
100 a
100 a
100 a
97 a
00 a
3. Pyribenzoxim
600
95 b
97ab
97 b
100 a
100 a
100 a
97 a
00 a
4. Pyribenzoxim
800
97 b
100 a
98 b
100 a
100 a
100 a
99 a
00 a
5. Pyribenzoxim
1000
97 b
100 a
100 a
100 a
100 a
100 a
100 a
00 a
1200
99 a
100 a
100 a
100 a
100 a
100 a
100 a
00 a
150
99 a
100 a
98 b
100 a
100 a
100 a
100 a
00 a
8. Testemunha
0d
0d
0d
0c
0c
0c
0c
c
CV%
1,19
1,34
1,55
1,21
1,42
1,54
2,18
,97
1. Pyribenzoxim
2
6. Pyribenzoxim
7.Bispyribac-sodium
1
3
Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade de erro.
2
Sem nome comercial definido - Pyribenzoxim 50 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – CE
3
Nominee: Bispyribac-sodium 400 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – SC
4
Aos tratamentos com Pyribenzoxim e Bispyribac-sodium acrescentou-se adjuvante óleo mineral IHAROL a 0,5% v/v
Os tratamentos com Pyribenzoxim nas doses de 400, 600, 800, 1000 e 1200 ml
ha-1 de produto comercial, controlaram acima de 80% as plantas daninhas Aeschynomene
rudis , Fimbristylis miliacea, Sagittaria montevidensis, Echinochloa crusgalli var. crusgalli
em estádio de 3 folhas, podendo ser indicado como opção viável para controle destas
espécies em sistema de cultivo pré-germinado em aplicação por pulverização.
O tratamento com Bispyribac-sodium na dose de 150 ml.ha-1 também controlou
eficientemente as plantas daninhas presentes na área. Os herbicidas avaliados foram
seletivos à cultura.
Referências Bibliográficas
KISSMANN, K.G. Plantas infestante e nocivas. Basf. Tomo 1, 1992. 608p.
LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas: Plantio direto e
convencional. 5ª ed., Nova Odessa. 2000. 220p.
LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas, tóxicas e
medicinais. 2ª ed. Nova Odessa, Editorial Plantarum, 1991. 440p.
MENEZES, V. G.; RAMIREZ, H.; OLIVEIRA, J. C. S. Perdas no rendimento de grãos de
arrroz irrigado em função de épocas de controle do capim arroz (Echinochloa spp.).In:
XXXIII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 1999, Pelotas, Anais.... Pelotas,
1999. 727p. p.535-536.
MENEZES, V. G. et al., Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de
angiquinho (Aeschynomene denticulata RUDD.) em função de diferentes populações desta
infestante.In: XXXIV REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 2001, Porto Alegre,
Anais.... Porto Alegre, 2001. 894p. p.535-536.
Palavras-chave: pré-germinado; pyribenzoxim; aquáticas
COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E BIÓTIPO
DE ARROZ-VERMELHO. 1. UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS MORFOLÓGICAS
Nilson Gilberto Fleck(1), Dirceu Agostinetto(2), Carlos Eduardo Schaedler(1), Leandro Galon(2).
1
Faculdade de Agronomia da UFRGS, Caixa Postal 15100, 91501-970, Porto Alegre - RS.
e-mail: [email protected]. 2 Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS e
Departamento de Fitossanidade da FAEM/UFPel.
O objetivo do trabalho foi comparar as habilidades competitivas das cultivares de
arroz IRGA 417 e EEA 406 entre si e em relação ao arroz-vermelho. Foram conduzidos
experimentos em casa-de-vegetação, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre – RS, na estação de cultivo 2001/02. As unidades experimentais foram formadas
por vasos plásticos com capacidade volumétrica de 4 L, preenchidos com solo. O
delineamento experimental utilizado foi completamente casualizado, com quatro repetições.
Realizou-se experimento preliminar, em monocultivo de arroz, com o objetivo de
determinar a população de plantas em que a produção final de matéria seca tornava-se
constante. Para isso, utilizaram-se populações de 4, 8, 12, 16, 20, 24, 28 e 32 plantas por
vaso (equivalentes a 157, 314, 471, 628, 785, 942, 1099 e 1256 plantas m-2). Alcançou-se
produção final constante com população de 24 plantas de arroz por vaso, equivalente a 942
plantas m-2 (dados não apresentados).
Os demais experimentos foram conduzidos em série de substituição e incluíram
diferentes combinações das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 e de biótipo de arrozvermelho, variando-se as proporções relativas de plantas vaso-1 em cada associação (0:24;
6:18; 12:12; 18:6; 24:0), mantendo-se constante a população total de plantas. Como
competidores, avaliaram-se as combinações das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406
entre si e de ambas com arroz-vermelho.
As variáveis afilhamento (Afi), estatura (Est), área foliar (AF) e matéria seca da
parte aérea das plantas (MS) foram avaliadas aos 32 dias após a emergência (DAE).
Calcularam-se os índices de competitividade relativa (CR), coeficientes de agrupamento
relativo (K) e de agressividade (A). CR representa o crescimento comparativo do genótipo
X em relação ao Y; K indica a dominância relativa de um genótipo sobre o outro; e A
aponta qual dos genótipos é mais agressivo. Assim, os valores de CR, K e A indicam qual
genótipo se manifesta mais competitivo e a interpretação conjunta deles estima com maior
segurança a competitividade dos genótipos (Cousens, 1991). O genótipo X é mais
competitivo do que Y quando CR > 1; Kx > Ky; e A > 0. Por outro lado, o genótipo Y é mais
competitivo que X quando CR < 1; Kx < Ky; e A < 0 (Hoffman & Buhler, 2002). Para calcular
esses índices foram usadas as proporções 50:50 de plantas de cada par de genótipos
associados, utilizando-se os valores das perdas relativas (PR) e as seguintes equações,
conforme sugerido por Cousens & O’Neill (1993): CR= PRx/PRy; Kx= PRx/(1-PRx); Ky=
PRy/(1-PRy); A= PRx – PRy.
Para avaliar as diferenças entre os índices CR, K e A, utilizou-se o teste “t” (p≤0,05)
(Hoffman & Buhler, 2002), considerando-se existir diferença em competitividade quando no
mínimo dois deles apresentam diferença significativa (Bianchi et al., 2006). Os resultados
obtidos para as variáveis Afi, Est, AF e MS, expressos em valores médios por planta, foram
submetidos à análise de variância (SAS, 1989). Quando o teste F da análise indicou
significância, as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Dunnett (p≤0,05),
considerando-se as respectivas monoculturas como testemunhas.
Constatou-se que ocorreram reduções significativas nas variáveis estudadas
quando as cultivares IRGA 417 e EEA 406 competiram com o arroz-vermelho,
principalmente quando houve predomínio de plantas de arroz-vermelho na associação
(proporção 75:25) (Tabela 1). Para a cultivar IRGA 417, mesmo na menor proporção de
plantas de arroz-vermelho na associação (25:75), houve interferência deste sobre a
cultivar, reduzindo Afi, AF e MS. Quando houve associação da cultivar EEA 406 com arrozvermelho, esses genótipos não tiveram as variáveis avaliadas alteradas, independente da
proporção populacional em que cada um participou nas respectivas associações.
Tabela 1. Diferenças entre plantas associadas ou não das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 e de
biótipo de arroz-vermelho para as variáveis afilhamento, estatura, área foliar e matéria seca
da parte aérea, aos 32 dias após a emergência, UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001/02
Proporções de plantas
(Arroz:competidor)
Afilhos
-1
( n° planta )
Estatura
Área foliar
2
-1
(cm)
(cm planta )
IRGA 417
100:0 (T)
2,7
58,2
79,7
75:25
2,6
58,8
95,0
50:50
2,1
56,8
96,7
25:75
2,6
55,8
84,6
CV (%)
16,2
4,4
12,7
EEA 406 (competidor)
0:100 (T)
1,7
63,3
115,2
25:75
1,8
62,3
97,1
50:50
2,1
61,4
102,7
75:25
1,2
62,4
67,7*
CV (%)
17,9
5,9
18,9
IRGA 417
100:0 (T)
2,8
65,6
91,4
75:25
1,3*
59,5
58,0*
50:50
2,0
62,3
69,1
25:75
1,2*
56,4*
50,5*
CV (%)
36,7
7,2
19,5
Arroz-vermelho (competidor)
0:100 (T)
1,0
73,0
81,0
25:75
1,9
78,0
113,4
50:50
2,1*
78,6
119,3
75:25
0,9
73,7
117,0
CV (%)
35,8
6,0
22,2
EEA 406
100:0 (T)
1,8
73,5
49,8
75:25
1,3
73,8
77,8
50:50
0,8*
66,0
50,3
25:75
0,3*
59,2*
38,7
CV (%)
37,7
6,1
27,5
Arroz-vermelho (competidor)
0:100 (T)
2,3
86,6
102,7
25:75
2,1
78,0
135,5
50:50
2,4
78,5
105,0
75:25
1,4
73,0*
96,0
CV (%)
30,5
8,8
34,1
* Média difere da respectiva testemunha (T) pelo teste de Dunnett (p≤0,05).
Matéria seca
-1
(g planta )
0,9
1,0
0,8
0,8
11,4
1,0
0,9
0,8
0,6*
16,6
1,2
0,8*
0,8*
0,5*
13,5
0,9
1,2
1,2
1,0
17,1
0,8
1,0
0,4*
0,4*
25,0
1,4
1,3
1,3
1,0
15,4
De modo geral, observou-se, em todas as variáveis avaliadas, que o arrozvermelho, ao competir com as cultivares de arroz EEA 406 e IRGA 417, apresentou maior
crescimento do que estas, conforme foi indicado pelo índice CR, exceto para a variável AF
quando a cultivar IRGA 417 competiu com EEA 406 como simuladora de arroz-vermelho
(Tabela 2). No entanto, ocorreu dominância dos competidores (EEA 406 ou arrozvermelho) sobre as cultivares de arroz (IRGA 417 ou EEA 406), principalmente quando o
competidor foi o arroz-vermelho, conforme foi definido pelo índice K. Destaca-se, também,
que o arroz-vermelho foi mais competitivo que o genótipo EEA 406, seu simulador, fato que
foi apontado pelo índice A. Ressalta-se, ainda, que, em algumas situações, não houve
diferenças entre cultivares e competidores, o que demonstra que ambos se equivaleram
em termos de competição pelos recursos do meio.
Tabela 2. Índices de competitividade entre cultivares de arroz (IRGA 417 e EEA 406) e competidores
(EEA 406 e arroz-vermelho), expressos por competitividade relativa (CR), coeficientes de
agrupamentos relativos (K) e de agressividade (A), para as variáveis afilhamento, estatura,
área foliar e matéria seca aérea, obtidos em experimentos conduzidos em séries substitutivas,
UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001/02
Variáveis
CR
Kx (cultivar)
Ky (competidor)
A
Afilhamento
IRGA 417 x EEA 406
0,62 (±0,06)*
0,64 (±0,10)
1,74 (±0,23)*
-0,24 (±0,05)*
IRGA 417 x arroz-vermelho
0,32 (±0,06)*
0,65 (±0,24)
1,69 (±2,01)
-0,71 (±0,14)*
-0,30 (±0,09)*
EEA 406 x arroz-vermelho
0,45 (±0,15)*
0,35 (±0,14)
1,08 (±0,54)
Estatura
IRGA 417 x EEA 406
1,01 (±0,01)
0,96 (±0,07)
0,95 (±0,06)
0,003 (±0,01)
IRGA 417 x arroz-vermelho
0,88 (±0,03)*
0,91 (±0,04)
1,17 (±0,06)*
-0,06 (±0,02)*
-0,004 (±0,01)
EEA 406 x Arroz-vermelho
0,99 (±0,02)
0,82 (±0,03)
0,83 (±0,05)
Área foliar
IRGA 417 x EEA 406
1,39 (±0,14)
1,59 (±0,19)
0,84 (±0,16)*
0,16 (±0,05)*
IRGA 417 x arroz-vermelho
0,51 (±0,03)*
0,47 (±0,02)
1,89 (±0,17)*
-0,36 (±0,04)*
EEA 406 x arroz-vermelho
1,06 (±0,17)
1,04 (±0,11)
0,79 (±0,08)
-0,01 (±0,09)
Matéria seca da parte aérea
IRGA 417 x EEA 406
1,07 (±0,10)
0,89 (±0,10)
0,79 (±0,05)
0,03 (±0,04)
IRGA 417 x arroz-vermelho
0,52 (±0,08)*
0,54 (±0,11)
1,60 (±0,12)*
-0,35 (±0,10)*
EEA 406 x arroz-vermelho
0,54 (±0,06)*
0,36 (±0,05)
0,99 (±0,11)*
-0,23 (±0,04)*
* Diferença significativa pelo teste “t” (p≤0,05). Valores entre parênteses representam os erros padrões
das médias. Kx e Ky representam os coeficientes de agrupamento relativo da cultivar de arroz e do
genótipo competidor, respectivamente.
Os resultados mostraram que o arroz-vermelho modifica negativamente o número
de afilhos, estatura de planta, área foliar e matéria seca área das plantas das cultivares de
arroz IRGA 417 e EEA 406, demonstrando superioridade competitiva àquelas. As cultivares
de arroz IRGA 417 e EEA 406, por sua vez, não modificam suas características
morfológicas quando competem entre si, independente da proporção de plantas que estão
associadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIANCHI, M.A; FLECK, N.G.; LAMEGO, F.P. Proporção entre plantas de soja e plantas
competidoras e as relações de interferência mútua. Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n.5,
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COUSENS, R.; O’NEILL, M. Density dependence of replacement series experiments.
Oikos, v.66, n.2, p.347-352, 1993.
HOFFMAN, M.L.; BUHLER, D.D. Utilizing Sorghum as a functional model of crop weed
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SAS – Statistical Analysis System. User’s guide. 4.ed. Cary: SAS Institute, 1989. 846p.
Agradecimento: Ao CNPq, pelo auxílio financeiro e pelas bolsas concedidas aos autores.
CONTROLE DE ESCAPES DE ARROZ-VERMELHO NO SISTEMA DE
PRODUÇÃO CLEARFIELD NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO
Valmir Gaedke Menezes(1), Carlos Mariot(1), Ricardo Herzog(1), Rodrigo Shoenfeld(1),
Eduardo Amilíbia(1). 1Pesquisador do IRGA, Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio
Carvalho Bernardes, 1494, Cachoeirinha, RS – [email protected]
O desenvolvimento do arroz tolerante a herbicidas do grupo químico das
imidazolinonas proporcionou uma ferramenta eficiente para manejo de arroz-vermelho,
permitindo aos agricultores atingir maior potencial de produtividade de arroz. Esta
tecnologia representa uma oportunidade importante para controle eficiente de arrozvermelho e de outras espécies daninhas. Entretanto, a presença de cultivares de arroz
resistente próximas de biótipos de arroz-vermelho cria a oportunidade para cruzamentos e,
em decorrência, o surgimento de resistência, e podem comprometer a tecnologia. Como
em qualquer programa de manejo de plantas daninhas, 100% de controle nem sempre é
possível. As plantas de arroz-vermelho não controladas (escapes) na fase de
estabelecimento da cultura constituem-se em uma oportunidade para a ocorrência de
resistência. Por isso, faz-se necessário utilizar um sistema de produção em arroz tolerante
às imidazolinonas, a fim de se controlar completamente o arroz-vermelho e prevenir
infestações futuras. Recentemente, pesquisas nos EUA demonstram que o controle dos
escapes pode ser feito com a aplicação de imazethapyr ou imazamox nos estádios de
elongamento do colmo e início da formação da panícula de arroz-vermelho.
O objetivo deste trabalho foi de avaliar o controle de escapes de arroz-vermelho no
sistema de produção Clearfield através da aplicação de imazamox em diferentes estádios
de desenvolvimento dessa invasora.
Conduziu-se um experimento a campo na safra 2006/07, na Estação Experimental
do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em Cachoeirinha-RS. As
principais características físico-químicas da área, conforme a análise de solo, são: 18 % de
argila; 1,4 % de matéria orgânica; 22,7 mg/L de fósforo; 12 mg/L de potássio; 1,5 cmolc/L
de cálcio; 0,4 cmolc/L de magnésio. O experimento foi implantado no sistema convencional
e o manejo da cultura foi realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para
a cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2005). A semeadura foi
realizada em 2/12/06 e a emergência das plântulas ocorreu em 14/12/06. O genótipo
resistente a herbicidas do grupo das Imidazolinonas utilizado foi com gen de 2ª geração, na
densidade de 100 kg/ha de sementes. A adubação de base foi realizada em linhas na
ocasião da semeadura, na dose de 350 kg/ha da fórmula NPK 5-20-30. Na adubação de
cobertura foram aplicados 80 kg/ha de nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas
de arroz estavam entre os estádios V3 e V4 (COUNCE et al., 2000) e 40 kg/ha de N no
estádio V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula. A população de arrozvermelho na área experimental foi estabelecida a partir de uma população natural e
uniformizada com a semeadura de novas sementes. Para controle dessa espécie daninha
foi aplicado o herbicida Only na dose de 0,6 L ha-1. A dose foi abaixo da recomendada para
o manejo dessa espécie com a finalidade de estimular escapes de plantas de arrozvermelho. Para complementar o controle das demais plantas daninhas foram aplicados os
herbicidas cyhalofop-butyl (360 g ha-1) e penoxulam (48 g ha-1).
Os tratamentos constaram de cinco doses (0, 42, 63, 84, 104 g ha-1) do produto
comercial Sweeper (700 g/L de imazamox), pertencente ao grupo químico das
imidazolinonas, e de quatro épocas de aplicação de acordo com os estádios de
desenvolvimento de arroz-vermelho (elongamento do colmo, 1º nó; diferenciação do
primórdio da panícula, DPP; emborrachamento e florescimento). O delineamento
experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, dispostos em fatorial 5 x 4, com três
repetições. As unidades experimentais mediram 11,05 m2 de área (1,7 m x 6,5 m),
constituídas de 10 linhas de arroz separadas em 17 cm entre si. A análise estatística das
variáveis foi através do F-teste e a comparação entre médias dos tratamentos pelo teste de
Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade.
O número de panículas de arroz-vermelho excercida por m2 reduziu em função da
interação entre doses do herbicida e da época de aspersão (Figura 1). Os melhores
resultados de supressão de panículas de arroz-vermelho observaram-se para a dose de
104 g ha-1 de imazamox no estádio de elongamento do colmo (73%) e, quando o herbicida
foi aspergido entre os estádios R2 e R3 (emborrachamento) e no florescimento para todas
as doses avaliadas. A menor supressão de panículas dessa infestante foi quando o produto
foi aspergido na diferenciação do primórdio da panícula (DDP) e nas doses 42, 63 e 84 g
ha-1 de imazamox no estádio de elongamento do colmo. Nesses dois estádios, observou-se
que houve supressão das panículas do colmo principal na maioria das plantas. Entretanto,
se observou que em muitas plantas houve a emissão de uma ou mais panículas a partir
dos nós inferiores, inclusive em determinadas parcelas aspergidas com herbicida, o
número de panículas era superior ao das parcelas testemunhas (sem herbicida). Esse
fenômeno foi mais acentuado no primeiro estádio de aspersão do herbicida.
Provavelmente, a explicação para o ocorrido deve-se a capacidade das plantas de
metabolizarem o herbicida nas aspersões mais precoces. A exceção desta observação foi
na dose de 105 g ha-1 imazamox, onde a supressão das panículas de arroz-vermelho foi
alta, possivelmente em função do controle de arroz-vermelho devido à ação do herbicida.
Para a variável esterilidade de espiguetas de arroz-vermelho houve efeito simples
de época de aspersão do produto (Figura 2). Foi observada maior esterilidade (93%)
quando o herbicida foi aspergido na fase de emborrachamento. Depois, a melhor eficiência
foi no florescimento. Os resultados menos desejados foram observados nas aspersões
entre os estádios de elongamento do colmo e DDP.
Considerando os resultados obtidos para as duas variáveis analisadas, constata-se
que a melhor época para controle de escapes de arroz-vermelho no sistema clearfield com
o herbicida imazamox é na fase de emborrachamento
Percentual de panículas excercidas
140
120
100
80
60
40
20
0
Elongamento colmo
DPP
Emborrachamento
Florescimento
0
42
63
84
104
Imazamox - g ha-1
Figura 1. Redução de panículas de arroz-vermelho excercidas m2, em função da aspersão
de imazamox em cinco doses e em quatro épocas de aplicação. EEA/IRGA, CachoeirinhaRS, 2007.
Esterilidade de espiguetas - %
100
A
B
80
60
C
D
40
20
Elongamento do colmo
DPP
Emborachamento
Florescimento
0
Época de aplicação
Figura 2 Esterilidade de espiguetas das panículas excercidas de arroz-vermelho em função
da época de aplicação de imazamox, na média de quatro doses do herbicida. EEA/IRGA,
Cachoeirinha-RS, 2007.
Referências Bibliográficas
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expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000
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RENDIMENTO DE GRÃOS DA CULTIVAR PUITÁ EM FUNÇÃO DA
ASPERSÃO DE IMAZAMOX APLICADO EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE
DESENVOLVIMENTO
Valmir Gaedke Menezes(1), Carlos Mariot(1), Ricardo Herzog(1), Rodrigo Shoenfeld(1),
Eduardo Amilíbia(1). 1Pesquisador do Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio
Carvalho Bernardes, 1494, Cachoeirinha, RS – [email protected]
O manejo de arroz-vermelho requer a integração de várias práticas com a finalidade
de diminuir o banco de sementes no solo e prevenir a incorporação de novas sementes
provenientes de plantas que completam seu ciclo junto com a cultura ou com o uso de
sementes contaminadas. No Rio Grande do Sul, o controle de escapes de arroz-vermelho
em áreas cultivadas no sistema de produção clearfield é feito através da catação manual
e/ou com o uso da “barra-química”. De modo geral, essas operações são de difícil
operacionalidade e custo elevado, motivo pelo qual a maioria dos agricultores não as
executam. Estudos nos EUA com as cultivares CL 161 e híbrido CL XL8, genótipos com
gene de segunda geração, demonstraram que estas possuem maior tolerância as
imidazolinonas. Por essas cultivares serem mais tolerantes, os autores constataram que é
possível o controle de escapes de arroz-vermelho com aspersão de herbicida do grupo das
imidazolinonas na fase reprodutiva. Por outro lado, estudos no Brasil demonstram que a
aspersão de imazethapyr no início da formação de panícula em genótipo de primeira
geração, IRGA 422CL, interfere no desenvolvimento da fase reprodutiva e reduz
significativamente o rendimento de grãos em cerca de 50%. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o rendimento de grãos de um genótipo de arroz irrigado com gen de segunda
geração (Puitá) resistente a herbicidas do grupo das imidazolinonas em função da
aspersão de imazamox em diferentes doses e estádios de desenvolvimento das plantas.
Conduziu-se um experimento a campo na estação de crescimento de 2006/07, na
Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em
Cachoeirinha-RS. As principais características físico-químicas da área, conforme a análise
de solo, são: 14 % de argila; 1,3 % de matéria orgânica; 28,7 mg/L de fósforo; 39 mg/L de
potássio; 1,4 cmolc/L de cálcio; 0,4 cmolc/L de magnésio. O experimento foi implantado no
sistema de cultivo mínimo e o manejo da cultura foi realizado conforme as recomendações
técnicas da pesquisa para a cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI,
2005). A semeadura foi realizada em 13/11/06 e a emergência das plântulas ocorreu em
27/11/06. A densidade de semeadura foi de 100 kg/ha. A adubação de base foi realizada
em linhas na ocasião da semeadura, na dose de 400 kg ha-1 da fórmula NPK 5-20-30. Na
adubação de cobertura foram aplicados 80 kg ha-1 de nitrogênio (N) antes da irrigação,
quando as plantas de arroz estavam entre os estádios V3 e V4 (COUNCE et al., 2000) e 40
kg ha-1 de N no estádio V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula.
Os tratamentos constaram de quatro doses (0, 42, 63 e 105 g ha-1) do produto
comercial Sweeper (700 g L-1 de imazamox), pertencente ao grupo químico das
imidazolinonas, e de quatro épocas de aplicação de acordo com os estádios de
desenvolvimento das plantas de arroz (elongamento do 1º nó, diferenciação do primórdio
da panícula, emborrachamento e florescimento). Como testemunha suscetível foi colocada
quatro parcelas com cultivar IRGA 422CL. O delineamento experimental utilizado foi o de
blocos ao acaso, dispostos em fatorial 4 x 4, com quatro repetições. As unidades
experimentais mediram 9,35 m2 de área (1,7 m x 5,5 m), constituídas de 10 linhas de arroz
separadas em 17 cm entre si. A análise estatística das variáveis foi através do F-teste e a
comparação entre médias dos tratamentos pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de
probabilidade.
O rendimento de grãos da cultivar Puitá não variou tanto em função da dose quanto
do momento da aspersão do herbicida imazamox. Visualmente, não se observou sintoma
de fitotoxicidade nas parcelas aspergidas com o herbicida em comparação com a
testemunha sem aplicação do produto. A estatura de plantas e o número de panículas por
m2, principal componente do rendimento de grãos, foram similares entre as parcelas
tratadas com imazamox e as parcelas não tratadas, independente do momento de
aplicação. Por outro lado, a aspersão deste herbicida na cultivar IRGA 422CL, na dose de
60 g ha-1 no emborrachamento, reduziu o rendimento de grãos para 1,5 t ha-1, evidenciando
os resultados de outros trabalhos que não é possível utilizar herbicida do grupo químico
das imidazolinonas para controle de escapes de arroz-vermelho em cultivares clearfield de
primeira geração.
Considerando os resultados do trabalho conclui-se que imazamox pode ser
utilizado em diferentes estádios de desenvolvimento da planta para controle de escapes de
arroz-vermelho em cultivar com gen de segunda geração do sistema clearfield (Puitá).
8
ns
(B)
Rendimento de grãos - Mg ha
-1
-1
Rendimento de grãos - Mg ha
8
(A)
ns
6
4
2
0
0
42
63
4
elongamento do colmo
DPP
emborrachamento
florescimento
2
0
105
Doses de imazamox - g ha
6
-1
Época de aplicação
Figura 1. Rendimento de grãos da cultivar Puitá em função de época e de dose de
aplicação (A) do herbicida imazamox (B). EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2007.
(A)
500
ns
2
400
Nº panículas - m
Nº de panículas - m
2
500
300
200
100
400
300
200
100
0
0
60
90
(B)
ns
elongamento do colmo
DPP
emborrachamento
florescimento
0
150
Doses de imazamox - g ha-1
Época de aplicação
2
Figura 2. Número de panículas por m da cultivar Puitá em função de doses (A) e de época
de aplicação(B) do herbicida imazamox. EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2007.
100
ns
(A)
80
Estatura de planta - cm
Estatura de plantas - cm
100
60
40
20
0
0
42
63
105
Doses de imazamox - g ha-1
ns
(B)
80
60
40
20
elongamento do colmo
DPP
emborrachamento
florescimento
0
Época de aplicação
Figura 3. Estatura de plantas da cultivar Puitá em função de doses (A) e de época de
aplicação(B) do herbicida imazamox. EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2007.
Referências Bibliográficas
COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptive system for
expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações
técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI, 2005. 159p.
EFICIÊNCIA DO HERBICIDA IR 5878 WG NO CONTROLE DE Fimbristylis
miliacea NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO.
Olavo Gabriel Rossato Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2), Rodrigo Alff
Gonçalves(1), Ana Paula Estevo(1), Graciela Castilhos(1). Danie Martini Sanchotene(1)
(1)
Bolsistas GIPHE/UFSM, e-mail: [email protected]; (2)Professor Dep. de
Biologia/UFSM. e-mail: [email protected];
As altas produtividades das cultivares modernas de arroz irrigado são
dependentes da ocorrência de plantas daninhas nas lavouras. Segundo HATSCHBACH
(2003), as plantas daninhas são consideradas um dos principais problemas fitossanitários
da cultura do arroz irrigado. A cultura do arroz irrigado sofre a interferência de várias
espécies invasoras, sendo uma espécie importante o junquinho (Cyperus spp) o qual
acarreta sérios prejuízos, com reduções significativas na produção de grãos. Diversas são
as espécies de junquinhos (ciperáceas) que infestam as lavouras de arroz irrigado, o
gênero Fimbristylis são encontrados freqüentemente em arrozais.
O controle de plantas daninhas na cultura do arroz é altamente dependente do
uso de herbicidas, que são uma ferramenta fundamental em várias situações. Sua
utilização deve ser estratégica e integrada com outras práticas de manejo, buscando a
eficiência agronômica e a redução dos custos. No mercado brasileiro existe uma gama de
herbicidas utilizados no controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado. No
entanto, as empresas estão cada vez mais preocupadas em desenvolver novas fórmulas
herbicidas que possam suprir as necessidades dos agricultores com relação ao controle
de ciperáceas. O cuminho (Fimbristylis miliacea) é uma planta nativa da América Tropical,
no Brasil é mais freqüente na faixa litorânea da Região Sul, mas também é encontrada em
outras regiões, como na Amazônia (KISSMANN, 1997). Apresenta um caule que atinge
cerca de 50 cm de altura, abrigando na extremidade terminal uma inflorescência em forma
de umbela composta, com ramificações primárias e secundárias, produzindo um grande
número de sementes (AMARAL & PINTO, 1998).
Neste contexto é objetivo deste trabalho avaliar a eficiência e a seletividade do
herbicida IR 5878 WG no controle de Cuminho (Fimbristylis miliacea) na cultura do arroz
irrigado – sistema pré-germinado em Dona Francisca-RS.
TABELA 1 – Tratamentos herbicidas, época de aplicação e doses de produto comercial utilizado para
controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado. Dona Francisca/RS –2005/2006
Doses p. c.
Tratamentos
Estádio das plantas
(g –ml/ha)
1. Testemunha sem herbicida
2-3 folhas
2. IR 5878 WG + Haiten
120 + 0,2%
2-3 folhas
3. IR 5878 WG + Haiten
150 + 0,2%
2-3 folhas
4. IR WG5878 +Propanil 360CE+Haiten
80 + 8000 + 0,2%
2-3 folhas
5. IR WG5878 +Propanil 360CE+Haiten
120 + 8000 + 0,2%
2-3 folhas
150 + 8000 + 0,2%
2-3 folhas
6. IR WG5878 +Propanil 360CE+Haiten
7. IR 5878 WG + Propanil 360 CE
150 + 8000
2-3 folhas
8. Pirazosulfuron 250SC
70
2-3 folhas
IR 5878 WG – Orthosulfuron (informações técnicas não disponíveis) produto em registro – marca comercial Kelion
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com nove
tratamentos e quatro repetições. Cada unidade experimental foi constituída por uma
parcela de 2m x 5m, totalizando 10m2. A semeadura do arroz pré-germinado do cultivar
Epagri 108 ocorreu em 27 de novembro de 2005.
Os tratamentos herbicidas foram aplicados quando as plantas de Fimbristylis
miliacea atingiram o estádio de 2-3 folhas. Para pulverização dos tratamentos utilizou-se
aparelho costal de precisão, propelido a CO2 munido de 4 bicos Teejet 110.02 espaçados
a 0,5 m um do outro, operando a uma pressão de 25 lb pol-2 com volume de calda de 160
L ha-1. A população de plantas de Fimbristylis miliacea era de 142 plantas por metro
quadrado. A aplicação dos tratamentos foi realizada no dia 6 de dezembro de 2005. No
momento o solo encontrava-se úmido e o céu apresentava poucas nuvens. A velocidade
do vento foi determinada pelo Aparelho de Kestrel 3000 e era de 3,8 km/h. A aplicação
iniciou às 8h45min e terminou às 9h05min, a umidade relativa do ar era de 61% e a
temperatura de 28°C.
O efeito dos herbicidas sobre as plantas daninhas foi determinado pelo método
qualitativo, caracterizado por avaliações visuais baseado em escala percentual, utilizandose como padrão a testemunha sem aplicação de herbicidas (infestada) que correspondeu
a nenhum controle (Zero %). As avaliações de controle das plantas invasoras foram
realizadas aos 15 DAA, 35 DAA e 60 dias após a aplicação (DAA).
Os valores percentuais de controle foram submetidos à análise da variância. A
comparação das médias originais foi efetuada através do teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade de erro. Deve-se ressaltar que no RS ainda não foi
constatado resistência a Fimbristylis miliacea a herbicidas inibidores de ALS,
situação já comprovada para o estado de SC.
TABELA 2 – Médias de controle de Cuminho (Fimbristylis miliacea) pela aplicação de
herbicidas na cultura de arroz irrigado. Dona Francisca/RS, 2005/2006.
Controle (%)
Dose p. c.
Fimbristylis miliacea
Tratamentos
1
( g - ml / ha )
15DAA
35DAA
60DAA
1. Testemunha
0d
2. IR 5878 WG + Haiten
120 + 0,2%
67c
3. IR 5878 WG + Haiten
150 + 0,2%
86ab
4. IR 5878 WG + Propanil + Haiten
80 + 8000 + 0,2%
68c
5. IR 5878 WG + Propanil + Haiten
120 + 8000 + 0,2%
83b
6. IR 5878 WG + Propanil + Haiten
150 + 8000 + 0,2%
95a
7. IR 5878 WG + Propanil
150 + 8000
89ab
8. Sirius 250Sc
70
100a
CV (%)
6,94
1
Dias após a aplicação.
2
Médias não seguidas da mesma letra na coluna diferem entre si pelo teste
de probabilidade de erro.
0d
82b
90ab
69c
92ab
95a
90ab
100a
6,58
0d
84b
92ab
73c
92ab
98a
92ab
100a
5,47
de Tuckey a 5%
O herbicida IR 5878 WG nas doses de 120 e 150g ha-1 em mistura com 0,2% de
Haiten foi eficiente no controle de cuminho até 60 dias após a aplicação dos
tratamentos. As combinações de IR 5878 WG nas doses de 120 e 150 g ha-1 com
Propanil Milenia 360CE + Haiten (8000ml/ha + 0,2%) e IR 5878 WG + Propanil
Milenia 360CE (150g/ha + 8000ml/ha) foi eficiente no controle das plantas de
cuminho (tabela 2).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, A.S. PINTO, J.J.O. Controle de plantas daninhas. In: Produção de arroz
irrigado./edit./ PESKE, S.T., NEDEL, J.L. & BARROS,A.C.S.A. Pelotas: Universidade
Federal de Pelotas, 1998. Cap.8, p. 207-272.
HATSCHBACH, M. et al. Eficiência do herbicida bispyribac em mistura com
clomazone no controle de Echinochloa crusgalli var. crusgalli E Aeschynomene
denticulata com entrada de água em duas épocas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ARROZ IRRIGADO, 3, REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25.; 2003,
Balneário Camboriú, SC. Anais...Itajaí: EPAGRI, 2003. 850p.
KISSMANN, K.G. Plantas infestantes e nocivas. Basf. Tomo 1 – 2ª ed. 1997 825p.
Palavras-chave: cuminho, orthosulfuron, pré-germinado
REDUÇÃO NA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO
Carlos Henrique Paim Mariot(1), Valmir Gaedke Menezes(1), Héctor Vicente Ramírez(1),
Rodrigo Neves(2). 1IRGA – Estação Experimental do Arroz, Caixa Postal 29, CEP 94930030, Cachoeirinha-RS. E-mail: [email protected], 2Dow Agrosciences.
As plantas daninhas causam danos elevados à cultura do arroz, especialmente
quando não são adotados métodos de controle eficientes. As lavouras de arroz irrigado do
Rio Grande do Sul são altamente infestadas por plantas daninhas, constituindo-se em
importante fator limitante da produtividade. Tradicionalmente no Estado, o controle é
realizado através da aplicação de herbicidas pós-emergentes tardios. Resultados
relacionados com a interferência de capim arroz sobre a cultura de arroz revelam que esta
espécie apresenta alta competição inicial, porém, pode variar em função da época e
intensidade da infestação. Este trabalho objetivou avaliar as perdas de produtividade de
grãos, em função do atraso na aspersão de Ricer para o controle de plantas daninhas.
Conduziu-se experimento a campo na estação de crescimento de 2005/06, na
Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em
Cachoeirinha-RS, localizada aproximadamente a 30º latitude sul e 51º de longitude oeste.
O solo da área é classificado como Gleissolo e, conforme análise de solo, apresentou os
seguintes valores das principais características físico-químicas: 13 % de argila; 1,4 % de
matéria orgânica; 13,8 mg/dm3 de Fósforo; 36 mg/dm3 de Potássio; 1,8 cmolc/dm3 de
Cálcio; 0,5 cmolc/dm3 de Magnésio. O clima do local é do tipo Cfa.
O experimento foi implantado no sistema de cultivo convencional e o manejo da
cultura foi realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para a cultura do
arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2005). A semeadura foi realizada em
16/11/05 e a emergência das plântulas ocorreu em 23/11/05. A cultivar reagente foi a IRGA
422CL na densidade de 100 kg/ha-1 de sementes no sistema de cultivo convencional. A
adubação de base foi realizada em linhas na ocasião da semeadura, na dose de 400 kg/
ha-1 da fórmula NPK 8-20-26. Na adubação de cobertura foram aplicados 80 kg/ha-1 de
Nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas de arroz estavam entre os estádios V3
e V4 (Counce et al., 2000) e 40 kg/ha-1 de N no estádio V8, antes da diferenciação do
primórdio da panícula.
O herbicida Ricer (Penoxsulam SC 240) foi aplicado antes da emergência do arroz
(zero dia), aos 7, 14, 21 e aos 28 dias após a emergência. Paralelamente a aspersão em
pós-emergência de Ricer, foi aplicado o herbicida Clincher (Cyhalofop-butyl EC 180),
considerado de baixa interferência na cultura do arroz, na dose de 360 g ha-1 (Tabela 1).
Como forma de confirmar a baixa interferência desse herbicida havia uma testemunha com
o controle manual no momento da emergência das plantas de arroz. Como produto
comparativo aos 28 dias após a emergência foi utilizado Nominee (Bispyribac-sodium 400
SC).
Os produtos foram aspergidos com pulverizador costal propelido a CO2, munido de
4 bicos DG Teejet 110.015, a pressão constante de 2,039 kg cm-2, com volume de calda de
150 L ha-1. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com cinco repetições. A
irrigação iniciou após a primeira aplicação, quando as plantas de arroz estavam entre os
estádios V3 e V4, mantendo-se uma lâmina de água constante entre 5 e 10 cm. Para as
demais épocas de aplicação a água foi retirada e reposta no dia seguinte à aplicação.
As unidades experimentais mediram 9,35 m2 de área (1,7 m x 5,5 m), constituídas
de 10 linhas de arroz separadas em 17 cm entre si. As variáveis avaliadas foram o número
de panículas por m2 e produtividade de grãos. A análise estatística das variáveis foi pelo
teste F e a comparação entre médias dos tratamentos pelo teste de Duncan, ao nível de 5
% de probabilidade.
Tabela 1. Tratamentos, dose e época de aplicação, EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2005/06.
Dose
(g i a/ha)
360
360
360
360
360
48
48
48
48
48
50
0
0
Produto
CLINCHER
CLINCHER
CLINCHER
CLINCHER
CLINCHER
RICER
RICER
RICER
RICER
RICER
NOMINEE
CAPINA MANUAL
TESTEMUNHA
Época de controle
após emergência
Emergência
1 semana
2 semanas
3 semanas
4 semanas
Emergência
1 semana
2 semanas
3 semanas
4 semanas
4 semanas
1 semana
-
Data de aplicação
23/11/05
30/11/05
07/12/05
14/12/05
21/12/05
23/11/05
30/11/05
07/12/05
14/12/05
21/12/05
21/12/05
30/11/05
-
A todos os tratamentos com herbicidas, foram adicionados 1L/ha de VEGET OIL. Nos tratamentos aplicados a partir de 3
semanas após a emergência, foram reaplicados 2L/ha de Clincher.
A população média de arroz foi de 232 plantas m-2, enquanto a de capim arroz
(Echinochloa crus-galli), espécie daninha predominante na área, foi de 620 plantas m-2.
A produtividade de grãos de arroz foi similar entre a testemunha com controle
manual de plantas daninhas e as parcelas aspergidas com Clincher ou Ricer, evidenciando
que não houve interferência dos herbicidas tanto no desenvolvimento como na
produtividade de grãos (Tabela 2). Portanto, a estratégia adotada para limpar as parcelas
das plantas daninhas com os herbicidas Ricer ou Clincher foi adequada. A podutividade de
grãos nas parcelas aspergidas, tanto com o herbicida Ricer quanto com o herbicida
Clincher, reduziu à medida em que este tratamento foi aplicado após a primeira semana
depois da emergência das plantas de arroz (Figura 1).
Os melhores resultados obtidos com Ricer ocorreram quando o herbicida foi
aspergido na emergência do arroz ou uma semana após, os quais não diferiram da
testemunha com capina manual. Com uso do herbicida Clincher, o melhor resultado foi com
aplicação na emergência e a produtividade de grãos foi menor a partir de três semanas
após a aspersão. Com o produto utilizado como padrão (Nominee) na aplicação mais
tardia, a produtividade foi similar aos demais produtos quando aspergidos na mesma
época. Para número de panículas m-2, houve tendência similar a produtiviade de grãos. À
medida que houve atraso no controle de capim arroz, o número de panículas diminuiu.
Tabela 2. Número de panículas m-2 e produtividade de grãos de arroz irrigado em função
da época de controle de plantas daninhas, EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2005/06.
Produto
CLINCHER EC180
CLINCHER EC180
CLINCHER EC180
CLINCHER EC180
CLINCHER EC180
RICER 240SC
RICER 240SC
RICER 240SC
RICER 240SC
RICER 240SC
NOMINEE 40SC
CAPINA MANUAL
TESTEMUNHA
CV.(5%)
Dose
(g i a/ha)
360
360
360
360
360
48
48
48
48
48
50
0
0
Época de controle
após emergência
Emergência
1 semana
2 semanas
3 semanas
4 semanas
Emergência
1 semana
2 semanas
3 semanas
4 semanas
4 semanas
1 semana
---
Número de
panículas m 2
665 a*
605 ab
513 b
485 b
572 ab
552 ab
579 ab
549 ab
549 ab
465 b
596 ab
569 ab
50 c
18,5
Produtividade de grãos
(kg ha-1)
8078 a
7432 ab
7071 ab
6589 bc
6047 cd
7929 a
7812 a
7250 ab
7230 ab
5815 cd
5453 d
8089 a
340 e
10,7
*Na coluna, médias seguidas de letras distintas, diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de
probabilidade.
10000
y(CLINCHER) = 7687,2480/[1+(X/43,4969)2,6359] R2 = 0,99
y(RICER) = 7840,8942/[1+(x/40,9736)3,0035]
R2 = 0,99
Rendimento de grãos (kg/ha)
8000
6000
4000
2000
0
0 7 14 21 28
120
Período de competição (dias)
Figura 1. Produtividade de grãos de arroz irrigado em função de diferentes épocas de
controle de capim arroz com os herbicidas Clincher e Ricer, EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS,
2005/06. O ponto que representa 120 dias refere-se à testemunha sem controle.
O rendimento de grãos é similar entre as parcelas tratadas com os herbicidas
Clincher e Ricer e com controle manual.
O controle de capim arroz deve ser feito precocemente, quando as plantas desta
espécie estiverem com 3 a 4 folhas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptive system
for expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado:
recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI,
159p., 2005.
CONTROLE DE Digitaria ciliares E DE Alternanthera philoxeroides PELA
APLICAÇÃO DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM ASSOCIAÇÃO COM
COMMENCE NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO.
Fernando Luis Perini(1). Fernando Borges Santiago(2), 1Iharabras S/A Indústrias Químicas.
E-mail: [email protected] 2Engenheiro Agrônomo E-mail: [email protected]
O Estado do Rio Grande do Sul produziu na safra 05/06 seis milhões oitocentos e
oitenta e seis mil e noventa e uma toneladas de grãos de arroz irrigado (Oryza sativa L. –
ORYSA), com a produtividade média de 6.679 quilos por hectare (IRGA, 2007).
Um dos principais fatores que contribuem para obtenção de maiores produtividades
da cultura do arroz irrigado é o controle eficiente das espécies daninhas, em função das
altas infestações e da agressividade das mesmas. O método de controle das plantas
daninhas mais utilizados consiste na aplicação de herbicidas seletivos.
A dependência do controle químico requer um estudo contínuo de herbicidas e seu
controle para obtermos uma escolha correta do controle químico. Portanto, o presente
trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência agronômica do herbicida Nominee isolado e
em associação com Commence no controle da milhã (Digitaria ciliares) e da tripa-de-sapo
(Alternanthera philoxeroides).
O experimento foi conduzido a campo, no ano agrícola 2006/2007 no município de
Dom Pedrito - RS. Os tratamentos foram aspergidos com pulverizador costal de precisão
propelidos a CO2, com barra munida de 4 bicos com pontas de jato plano tipo leque,
espaçados de 50 cm, à pressão constante de 28 lib/pol2, liberando um volume de calda
equivalente a 200 l/ha. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados,
com quatro repetições e sete tratamentos (tabela 1). As parcelas experimentais tiveram as
dimensões de 5 m x 2 m (10 m2).
Tabela 1. Tratamentos com respectivas doses de produto comercial. Lavoura de arroz
irrigado. Dom Pedrito-RS. Ano agrícola – 2006/2007.
Tratamento
1) Nominee
2) Nominee
3) Ricer
4) Ricer
5) Nominee + Commence
6) Ricer + Commence
7) Testemunha
Ingrediente ativo
Bispiribaque-sódico
Bispiribaque-sódico
Penoxsulam
Penoxsulam
Bispiribaque + clomazone
Penoxsulam + clomazone
ml/ha
100
125
150
200
100 + 600
150 + 600
---
g/ha
40
50
36
48
40 + 300
36 + 300
---
A cultivar de arroz utilizado foi Irga – 417. As aplicações dos tratamentos foram
realizadas quando a milhã e a tripa-de-sapo encontravam-se com 3-4 folhas e a cultura
com 4-5 folhas. A inundação permanente ocorreu 5 dias após a aplicação dos tratamentos.
A área experimental estava infestada por população de oito plantas de Alternanthera
philoxeroides/m2 e de 22 plantas de Digitaria ciliares/m2.
O controle da espécie daninha e a seletividade dos herbicidas à cultura, foram
quantificados por três avaliações visuais utilizando-se a escala percentual, onde: 100% =
controle total e 0% = nenhum efeito sobre as plantas daninhas. As avaliações de controle
foram realizadas aos 15 e 45 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos, sendo a última
avaliação realizada na pré-colheita. As avaliações de seletividade foram realizadas aos 7,
15 e 21 dias após a aplicação, atribuindo-se a nota zero (0) à ausência de injúria e a nota
cem (100) à morte completa das plantas.
Os valores percentuais de controle das plantas daninhas foram submetidos à
análise da variância. A comparação das médias foi efetuada através do teste de Tukey ao
nível de 5% de probabilidade de erro.
Os dados relativos ao controle de milhã (tabela 2) mostraram, que aos 15 DAA
Nominee nas doses de 100 e 125 ml/ha controlou mais de 83% desta planta daninha
enquanto que Ricer nas doses de 150 e 200 ml/ha controlou até 25 % desta população.
Nesta mesma avaliação o tratamento Nominee + Commence proporcionou um controle de
94% da população da planta daninha em questão enquanto que Ricer + Commence
proporcionou apenas 44% de controle.
Tabela 2. Controle de milhã (Digitaria ciliares) em lavoura de arroz irrigado. Dom PedritoRS. Ano agrícola 2006/2007.
% Controle de Digitaria ciliares
Tratamento
ml/ha
15 DAA
45 DAA
Pré-Colheita
1) Nominee 1
100
83 b3
79 b
77 b
1
125
85 b
81 b
83 ab
3) Ricer 2
150
23 d
14 d
13 d
4) Ricer 2
200
25 d
16 d
17 d
5) Nominee + Commence
100 + 600
94 a
93 a
90 a
6) Ricer + Commence2
150 + 600
44 c
32 c
18 c
0e
3,29
0e
4,75
0e
8,64
2) Nominee
1
7) Testemunha
C.V.%
Acrescido de Iharol a 1 L/ha
Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha
3
Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%.
1
2
Nas avaliações dos 45 DAA e na Pré-colheita os únicos tratamentos eficientes no
controle de milhã foram Nominee (125 ml/ha) e Nominee + Commence (100ml/ha + 600
ml/ha), enquanto que Nominee (100 ml/ha) e todos os tratamentos envolvendo Ricer não
foram eficientes.
Os dados relativos ao controle de tripa-de-sapo (tabela 3) mostraram que em todas
as avaliações os tratamentos envolvendo Nominee controlaram 100 % da população de
Alternanthera philoxeroides, e que todos os tratamentos envolvendo Ricer não foram
eficientes no controle desta planta daninha.
A tabela 4 mostra as avaliações realizadas para averiguar os possíveis efeitos
fitotóxicos dos tratamentos sobre a cultura. Os resultados mostraram que os herbicidas
Nominee e Ricer quando aplicados isoladamente são totalmente seletivos para o cultivar de
arroz Irga 417. Os tratamentos envolvendo Commence apresentaram uma pequena
fitotoxicidade as plantas de arroz, no entanto aos 15 DAA as plantas de arroz estavam
totalmente recuperadas.
Nas condições deste experimento Nominee na dose de 125ml/ha e Nominee +
Commence (100ml/ha + 600ml/ha) foram eficientes no controle de Digitaria ciliares,
enquanto que Nominee (100ml/ha) e todos os tratamentos envolvendo Ricer não
controlaram esta invasora. Nominee nas doses de 100ml/ha e 125ml/ha e Nominee +
Commence (100ml/ha + 600ml/ha) foram eficientes no controle de Alternanthera
philoxeroides, enquanto que Ricer (150 e 200ml/ha) e Ricer + Commence (150 +600ml/ha)
não foram eficientes no controle desta planta daninha.
Tabela 3. Controle de tripa-de-sapo (Alternanthera philoxeroides) em lavoura de arroz
irrigado. Dom Pedrito-RS. Ano agrícola 2006/2007.
% Controle de Alternanthera philoxeroides
Tratamento
ml/ha
45 DAA
Pré-Colheita
15 DAA3
1) Nominee 1
100
100 a4
100 a
100 a
1
125
100 a
100 a
100 a
3) Ricer 2
150
47 c
42 c
42 c
4) Ricer 2
200
52 c
51 c
47 c
5) Nominee + Commence
100 + 600
100 a
100 a
100 a
6) Ricer + Commence2
150 + 600
65 b
62 b
60 b
0d
3,67
0d
4,46
0d
3,47
2) Nominee
1
7) Testemunha
C.V.%
Acrescido de Iharol a 1 L/ha
Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha
3
Dias Após Aplicação
4
Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%.
1
2
Tabela 4. Avaliação de fitotoxicidade. Dom Pedrito-RS. Ano agrícola 2006/2007.
% Fitotoxicidade
Tratamento
ml/ha
3
07 DAA
15 DAA
21 DAA
1) Nominee 1
100
0
0
0
1
2) Nominee
125
0
0
0
3) Ricer 2
150
0
0
0
4) Ricer 2
200
0
0
0
5) Nominee + Commence 1
100 + 600
7
0
0
6) Ricer + Commence2
150 + 600
7
0
0
0
0
0
7) Testemunha
Acrescido de Iharol a 1 L/ha
Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha
3
Dias Após Aplicação
1
2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 1. ed. São Paulo: BASF
S.A., Tomo2-1992. 798p.
KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 2. ed. São Paulo: BASF
S.A., Tomo1-1997. 641p.
SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da
Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005. 159p.
IRGA. Dados de safra. Produção. Série Histórica da Área Plantada, Produção e
Rendimento. Disponível
em http://www.irga.rs.gov.br/index.php?action=dados_safra
_detalhes&cod_dica=43. Acesso em 08/05/2007.
SUSCETIBILIDADE DE TRÊS ESPÉCIES DE ANGIQUINHO (Aeschynomene
spp.) A HERBICIDAS DE USO EM PÓS-EMERGÊNCIA EM ARROZ IRRIGADO
Carlos Eduardo Schaedler1, Nilson Gilberto Fleck2, Carlos Alberto Lazaroto3, Fausto Borges
Ferreira3. 1Curso de Graduação em Agronomia, UFRGS, CP 15100, CEP 91501-970, Porto
Alegre-RS. ([email protected]). 2Dep. de Plantas de Lavoura, Fac. de
Agronomia, UFRGS. 3Prog. de Pós-Graduação em Fitotecnia, Fac. de Agronomia, UFRGS.
Espécies de angiquinho comumente infestam lavouras de arroz irrigado, causando
efeitos negativos que incluem competição por recursos, aumento do custo de produção,
dificuldade de colheita e depreciação da qualidade do produto colhido. O método químico,
através da utilização de herbicidas, tem sido a técnica mais empregada para controlar
angiquinho. Geralmente, faz-se necessário utilizar herbicidas específicos, pois muitos
daqueles usados para controlar espécies gramíneas não apresentam efeito acentuado em
angiquinho. No Brasil, estão disponíveis cerca de 30 marcas comerciais para controle de
angiquinho (A. denticulata e/ou A. rudis). Os objetivos do trabalho foram: comparar a
eficiência de herbicidas usados em pós-emergência na cultura para controlar angiquinho e
comparar a suscetibilidade de três espécies da infestante à ação desses produtos.
O trabalho foi conduzido no período de novembro de 2005 a janeiro de 2006, em
ambiente de casa de vegetação, na Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), Município de Porto Alegre - RS. O experimento foi instalado
em vasos com capacidade volumétrica de 1 L e diâmetro de 15 cm. Como substrato,
utilizou-se solo oriundo de área orizícola (EEA/IRGA), o qual se classifica como Planossolo
Hidromórfico Eutrófico arênico, e pertence à unidade de mapeamento Vacacaí.
Utilizou-se delineamento experimental de blocos completamente casualizados, em
esquema fatorial 3x13, com cinco repetições. As espécies de Aeschynomene (denticulata,
indica e sensitiva) compuseram o fator A; enquanto os herbicidas constituíram o fator B
(Tabela 1). Adicionou-se um tratamento sem uso de herbicida (testemunha). Ajustou-se o
número de sementes por vaso para cada espécie conforme seu poder germinativo, visando
estabelecer oito plantas em cada um. Os vasos, com fundos perfurados, foram mantidos
dentro de bandejas plásticas, por onde se forneceu água para umedecer o solo por
capilaridade, mas sem cobrir sua superfície. Aplicaram-se os herbicidas com pulverizador
costal de precisão, operado à pressão de 150 kPa, empregando-se bicos em leque 110.03,
os quais propiciaram volume de calda de 200 L ha-1. Todos os herbicidas foram aplicados
em pós-emergência quando as plantas de angiquinho apresentavam entre 2 e 3 folhas.
Os efeitos dos tratamentos foram avaliados através de avaliações visuais de controle
(AVC) e da massa da parte aérea seca (MPA) das plantas, variáveis obtidas aos 14 e 28 ou
14 e 30 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos herbicidas. Para AVC, utilizou-se
escala percentual, em que nota zero correspondeu a nenhum controle de angiquinho e nota
100 significou controle total. Para MPA, as plantas foram secionadas ao nível do solo e
secas em estufa. Os dados de MPA foram estimados como redução percentual, em relação
às massas obtidas nas testemunhas de cada espécie de angiquinho. Os dados obtidos
sofreram análise de variância, através do teste F, e as médias dos tratamentos, para cada
variável, foram comparadas entre si pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade.
Os resultados obtidos para as variáveis AVC e MPA, avaliadas aos 14 DAA,
mostraram que as melhores ações foram exercidas por Ricer, Nominee, Facet, Stam, Ally e
Only, nesta ordem (Tabela 2). Esses produtos apresentaram níveis médios de controle
entre 50 e 100%, enquanto as reduções de MPA situaram-se entre 73 e 90%, em média.
Nesta data, os demais produtos, ou não mostraram ação herbicida ou esta foi muito baixa.
Consideradas aquelas duas variáveis e os seis produtos com melhores atuações, apenas
Facet mostrou um gradiente diferenciado de ação sobre as espécies de angiquinho: ela foi
mais rápida em A. denticulata e mais lenta em A. sensitiva (Tabela 2).
Tabela 1. Tratamentos herbicidas comparados para controle de três espécies de
angiquinho (Aeschynomene spp.), UFRGS, Porto Alegre, RS, 2005/06
Produto
comercial
Dose de
produto
comercial
-1
(L ou kg ha )
Igrediente ativo
3,3 g ha-1
Dose de
ingrediente
ativo (g ha-1)
Adjuvante Dose de
adicionado adjuvante
metsulfuron-methyl
Gladium
ethoxysulfuron
0,125
75
----
Invest
cyclosulfamuron
0,057
40
----
----
Nominee 400SC
bispyribac-sodium
0,10
40
Assist
1L ha
Only
imazapic
imazethapyr
1,00
25 + 75
Ricer
penoxsulam
0,175
42
Veget Oil
1L ha
Sirius
pyrazosulfuron-ethyl
0,060
15
----
----
+
2
Assist
100ml
-1
100L
----
Ally
Dash
-1
500ml
100L-1
-1
DMA 806 BR
2,4-D (Amina)
0,50
335
----
----
Facet PM
quinclorac
0,75
375
Assist
1L ha-1
Gamit
clomazone
0,80
400
----
----
Basagran 600
bentazon
1,50
900
Assist
1L ha-1
Stam 480
propanil
7,50
3600
----
----
Para as variáveis avaliadas ao final do período, as melhores ações herbicidas
corresponderam, novamente, a Ricer, Nominee, Facet, Ally, Stam e Only (Tabela 2), com
níveis de controle entre 50 e 100% e reduções de MPA entre 58 e 100%. As três espécies
de angiquinho foram altamente suscetíveis aos produtos Ricer, Nominee e Facet. Os
produtos Ally e Stam causaram atuação herbicida satisfatória; enquanto a de Only foi
insuficiente, em geral. Os demais produtos não mostraram ações herbicidas relevantes,
exceto DMA que teve atuação média em A. denticulata. As ações dos produtos mais
eficientes (Ricer, Nominee e Facet) não dependeram da espécie de angiquinho; para os
demais (Ally, Stam e Only), as ações foram inferiores às daqueles e mostraram deficiência
em alguma das espécies de angiquinho. Assim, para Ally, A. indica foi a mais tolerante;
para Only, A. sensitiva foi a mais suscetível; e, para Stam, A. indica foi a mais suscetível e
A. denticulata a mais tolerante. Para DMA, houve um gradiente de suscetibilidade entre as
espécies: A. denticulata foi a mais sensível (controle médio); A. indica teve baixa resposta
(controle insuficiente); e, em A. sensitiva, a ação herbicida foi ausente (controle nulo).
Conclui-se dos resultados expostos que os produtos Ricer, Nominee e Facet
exercem controle completo das três espécies de angiquinho. Os produtos Ally e Stam
mostram ação herbicida geral satisfatória, mas variável com a espécie de angiquinho. O
produto Only apresenta ação herbicida geral deficiente e espécie-dependente, sendo mais
ativo em A. sensitiva. O produto DMA 806 BR mostra atuação herbicida média sobre A.
denticulata, mas deficiente sobre as outras duas espécies. Aos herbicidas com elevada
atividade de controle (Ricer, Nominee e Facet), as espécies de angiquinho respondem
igualmente; já, para os produtos com atuação moderada (Ally, Stam e Only), há resposta
diferencial das espécies de angiquinho a esses herbicidas.
Tabela 2 - Controle visual e redução1 da matéria seca da parte aérea de três espécies de angiquinho (Aeschynomene
spp.) propiciados por herbicidas aplicados em pós-emergência, avaliados em duas épocas, UFRGS, Porto Alegre-RS,
2005/06.
Controle visual (%)
Produto
comercial
Doses
(L ha-1)
14 DAT
A.denticulata
Ally3
3,3 g ha-1
2
A.indica
A.sensitiva
Redução da matéria seca (%)
28 DAT
14 DAT
A.denticulata A.indica
A.sensitiv
A.denticula- A.indica
a
ta
30 DAT
A.sensitiva
A.denticulata
A.indica
B
A 65 c7
A 60 d
A 74 c
A 89 b
B 67 c
A 92 b
A 81 bc
A 75 b
B 63 c
A 95 a
Gladium
0,125
A
9g
A
9 g
A 10 f
B 33 e
A 47 d
A 42 e
A 52 e
B 44 d
B 42 d
B
A
0 h
A
A
A
A
0 g
A 49 e
B 69 d
C 0g
A 11 e
Invest
0,057
A
0g
Nominee
400SC4
0,10
B
88 b
AB 94 b A 100 a
A 100 a
A 100 a
A 100 a
A 86 ab
A 89 a
B 80 b
A 100 a
Only5
1,00
A
50 e
A 50 e
A 50 d
B 45 d
B 45 d
A 56 d
A 79 cd
B 72 b
B 70 c
B 53 c
0,175
A 100 a
A 100 a
A 100 a
A 100 a
A 100 a
A 100 a
A 89 a
B 86 a
A 88 a
A 100 a
Sirius
0,060
A
5g
A 5 gh
A
5 fg
A
A
DMA 806
BR
0,50
A
20 f
A 20 f
B
0g
A 66 c
Ricer
6
4
0g
0 f
5 f
0h
3e
5g
A
5 g
B 10 g
B 10 e
A 50 d
B 14 e
B 30 e
C
0 g
A 74 d
B 56 c
C 7f
A 74 b
Facet PM
0,75
A
98 a
B 90 b
C 82 b
A 100 a
A 100 a
A 94 b
A 90 a
B 86 a
C 62 c
A 100 a
Gamit
0,80
A
0g
A
0 h
A
0g
A
5 f
A
5g
A
5 g
B 0h
B 3 f
A 27 e
A 16 e
Basagran
6004
1,50
A
0 g
A
0 h
A
0g
A
5f
A
5g
A
5 g
B 30 f
A 76 b
C 0g
A 36 d
Stam 480
7,50
B
62 c
AB 66 c
A
0 g
Sem herbicida
A
h
0
A 72 c
B 70 c
A 78 b
AB 75 c
A 90 a
A 90 a
A 91 a
C 71 b
A
A
A
A
A 0h
A
A 0g
A
0g
0 f
0h
0 g
0f
0e
Coeficiente de
26,2
11,6
14,7
7,9
5,3
9,8
8,1
7,5
15,0
25,5
variação (%)
1
Redução da massa em relação à testemunha sem herbicida. 2 Dias após aplicação do último tratamento herbicida em pós-emergência; 3 Acrescido do
4
5
6
adjuvante Assist a 0,1 % v/v; Acrescido do adjuvante Assist a 0,5 % v/v; Acrescido do adjuvante Dash a 0,5% v/v; Acrescido do adjuvante Veget Oil a 0,5 %
v/v; 7 Médias antecedidas pela mesma letra maiúscula, comparadas nas linhas, dentro da mesma época de avaliação, ou seguidas pela mesma letra
minúscula, comparadas nas colunas, não diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.
A.sensitiva
78
b
AB 28
cd
A 9
ef
A 100
a
C 31
c
A 100
a
B 10
def
B 31
c
A 100
a
A 7
ef
B 24
cde
A 94
ab
A
A
A
0f
33,1
97 a
A 41 c
A
4e
A 100 a
A 90 a
A 100 a
A 59 b
C
0e
A 100 a
A 17 d
AB 29 d
B 87 a
0e
16,3
CRESCIMENTO DE ARROZ E CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE
UMIDADE DO SOLO
Mauricio dos Santos(1), Germani Conçenço(2), André Andres(3), Jorge Rieffel Filho (3),Jean
Vilella(3), Carlos Nachtigall Garcia(3), Nei Fernandes Lopes(5), . 1Departamento de Botânica –
IB/UFPel –,2Departamento de Fitossanidade –UFV, 3Embrapa Clima Temperado, Capão do
Leão/RS, área de herbologia, 5Prof. Dr. IB/UFPel - [email protected] – Caixa
Postal 354 – CEP 96010-900.
O desenvolvimento inicial das plantas de arroz sob condições adequadas, entre
outros fatores, pode incrementar a capacidade competitiva da cultura com as plantas
daninhas. A competição é definida como uma interação entre membros de uma mesma
população, ou de populações distintas, por recursos cuja quantidade é limitada (Melo et al.,
2006). Algumas plantas daninhas podem apresentar características fisiológicas que
incrementam a competitividade com as plantas da cultura. O capim-arroz é um exemplo,
pois é planta C4 e concorre com plantas de arroz, de metabolismo C3. A fotorrespiração em
plantas C4 é mínima, pois todo carbono fotorrespirado acaba sendo reaproveitado.
Apresentam crescimento mais agressivo e, portanto, são plantas daninhas altamente
competitivas (Sage & Pearcy, 1987). Além disso, a eficiência fotossintética – e
conseqüentemente de acúmulo de massa – de uma planta C3 pode depender de vários
fatores, que normalmente não afetam o acúmulo de massa em plantas C4 em níveis
consideráveis (Ehleringer & Björkman, 1977).
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do nível de umidade do solo, expresso
em potenciais hídricos, no crescimento inicial de plantas de arroz e capim-arroz, em
condições controladas.
O experimento foi instalado na Embrapa Clima Temperado, Estação Experimental
Terras Baixas, Capão do Leão/RS, no ano de 2005, em delineamento experimental de
blocos casualizados com quatro repetições. O solo utilizado foi planossolo hidromórfico
eutrófico típico (Pinto et al., 1999), para o qual foi previamente construída a curva de
retenção de umidade (Figura 1). Os tratamentos constaram dos seguintes potenciais
hídricos (Ψw): -0,03; -0,07; -0,1; -0,3 e -0,5 MPa. As unidades experimentais constaram de
copos plásticos de 0,5 L contendo exatamente 400 g de solo seco em estufa a 60 oC
durante seis dias. A partir da semeadura, a massa total das unidades experimentais foi
aferida diariamente em balança de precisão e o volume de água evapotranspirado reposto,
de forma que a unidade experimental voltasse a atingir a massa total desejada e
conseqüentemente o potencial hídrico.
Vinte dias após o início da emergência para cada espécie, três plantas de cada
unidade experimental foram cortadas rente ao solo, tendo a massa imediatamente aferida
em balança de precisão para obtenção da massa fresca (MF). Após foram acondicionadas
em sacos de papel e levadas à estufa de circulação forçada de ar à temperatura de 60 oC
até massa constante, para a obtenção da massa seca (MS), sendo ambos os resultados
expressos em mg planta-1. O conteúdo de água foi obtido pela fórmula 100 * (MF – MS) /
MF, sendo relacionado com o nível de hidratação da planta viva no momento da coleta, e
expresso em percentagem.
Os resultados foram verificados quanto à normalidade e homogeneidade, e
submetidos à análise de variância pelo teste F a 5 %. No caso de significância estatística,
foi efetuada análise de regressão para as curvas de emergência pelo modelo logístico,
segundo a fórmula:
A emergência total de plantas de arroz foi inferior na capacidade de campo (-0,03
MPa) quando comparada ao potencial subseqüente (-0,07 MPa), sendo mais seriamente
reduzida quando o potencial hídrico atingiu -0,5 MPa, que é considerado limite para muitas
espécies (Perez et al., 2001). O capim-arroz, por outro lado, mostrou níveis de emergência
similares para potenciais até -0,1 MPa, e deste foi constante até o valor de -0,5 MPa.
Embora o arroz tenha mostrado maior acúmulo de massa pós-emergência sob níveis
reduzidos de umidade, o capim-arroz foi mais eficiente no processo de emergência, sendo
menos afetado pela umidade do solo, tanto em excesso (-0,03 MPa) quanto em falta (até 0,5 MPa). O acúmulo de massa seca ao longo dos 20 dias de crescimento, por outro lado,
foi o mesmo para arroz e capim-arroz, nos dois maiores potenciais hídricos. A partir de -0,1
MPa, ocorreu distanciamento entre arroz e capim-arroz em função da redução do nível de
umidade do solo, sendo a média das diferenças nos dois maiores potenciais hídricos de 0,8
mg planta-1, enquanto que para os demais potenciais hídricos, a diferença média alcançou
1,8 mg planta-1. O capim-arroz normalmente leva vantagem no desenvolvimento inicial da
cultura por ser planta C4, conseqüentemente com maior potencial de acúmulo de massa
que o arroz C3 (Brown & Hattersley, 1989). No entanto, quando se fala em germinação e
crescimento inicial, a capacidade fotossintética da planta ainda não contribui
significativamente para o acúmulo de massa, pois nestes estádios a planta é mais
dependente das reservas da semente (Desmaison & Tixer, 1986). O arroz, mesmo sendo
planta melhorada, possui reservas na semente muito maiores às observadas em sementes
de capim-arroz. O conteúdo de água se mostrou constante para as espécies e níveis de
umidade, servindo de indicativo que a atividade metabólica se encontrava em níveis
normais para arroz e capim-arroz, mesmo sob baixa umidade do solo
Com este trabalho concluiu-se que plantas de capim-arroz foram mais eficientes na
emergência sob potencial hídrico reduzido, e menos eficientes no acúmulo de massa no
início do desenvolvimento. Tanto plantas de arroz como de capim-arroz não sofreram
estresse com potencial hídrico reduzido, e a faixa de umidade ótima para emergência do
arroz foi mais estreita que para capim-arroz, situando-se ao redor de -0,07 MPa.
Tabela 1. Emergência total, massa fresca, massa seca e conteúdo de água de plântulas de
arroz e capim-arroz sob condições controladas, em função do nível de umidade do solo 20
DAE. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, 2005
Emergência Total
Massa Fresca
(%)
(mg planta-1)
Ψw
(MPa)
-0,03
-0,07
-0,1
-0,3
-0,5
CV (%)
Ψw
(MPa)
Arroz
CapimArroz
60 bx
53 ax
65 a
54 a
58 b
50 a
56 b
48 b
48 c
46 b
8,1
Massa Seca
(mg planta-1)
Arroz
CapimArroz
|Dif.|Y
7ns
11*
8ns
8ns
2ns
|Dif.|Y
CapimArroz
23,4 ax
18,0 bx
25,5 a
22,3 a
27,2 a
17,1 b
27,0 a
16,4 b
25,3 a
16,8 b
12,6
Conteúdo de água
(%)
Ψw
Arroz
Capim(MPa)
Arroz
Ψw
(MPa)
-0,03
-0,07
-0,1
-0,3
-0,5
CV (%)
Arroz
|Dif.|Y
5,4ns
3,2ns
10,1*
10,6*
8,5*
|Dif.|Y
-0,03
3,6 ax
0,9ns -0,03 80,8 ax
80,0 ax
0,8ns
4,5 ax
-0,07
4,6 a
3,9 a
0,7ns -0,07 82,0 a
82,3 a
0,3ns
-0,1
-0,1
4,9 a
3,2 a
1,7*
82,0 a
81,2 a
0,8ns
-0,3
-0,3
5,1 a
3,2 a
1,9*
81,1 a
81,1 a
0,0ns
-0,5
-0,5
4,7 a
3,0 a
1,7*
81,4 a
82,1 a
0,7ns
CV (%)
10,9
CV (%)
3,0
X
Médias seguidas da mesma letra, na mesma coluna, não diferem pelo teste de Duncan ao
nível de 5 % de probabilidade.
Figura 1. Curva de retenção de água para o planossolo hidromórfico usado no
experimento, em função de quantidade de água no solo (%) e potencial mátrico (MPa).
Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, 2005.
REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS
SAGE, R. F.; PEARCY, R. W. The nitrogen use efficiency of C3 and C4 plants II. Leaf
nitrogen effects on the gas exchange characteristics of Chenopodium album (L.) and
Amaranthus retroflexus (L.). Plant Physiol., v. 84, p. 959-963, 1987.
EHLERINGER, J.; BJÖRKMAN, O. Quantum yields for CO2 uptake in C3 and C4 Plants:
dependence on temperature, CO2, and O2 Concentration. Plant Physiol., v. 59, p. 86-90,
1977.
PEREZ, S. C. J. G. A.; FANTI, S. C.; CASALI, C. A. Influência da luz na germinação de
sementes de canafístula submetidas ao estresse hídrico. Bragantia, v. 60, p. 155-166,
2001.
BROWN, R. H.; HATTERSLEY, P. W. Leaf Anatomy of C3-C4 species as related to
evolution of C4 photosynthesis. Plant Physiol., v. 91, p. 1543-1550, 1989.
DESMAISON, A. M.; TIXER, M. Amino acids content in germinating seeds and seedlings
from Castanea sativa L. Plant Physiol., v. 81, p. 692-695, 1986.
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