V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Pelotas – RS 07 a 10 de agosto de 2007 ANAIS Vol. 2 Pelotas, RS 2007 Exemplares desta edição podem ser solicitados a: Embrapa Clima Temperado BR 392 km 78 – Caixa Postal 403 Cep 96001-970 – Pelotas – RS Fone: 0xx(53) 3275-8100 0xx(53) 3275-8400 E-mail: [email protected] Editoração Eletrônica: Sérgio Ilmar Vergara dos Santos Oscar Castro Fotolitos e Impressão: Gráfica e Editora Pallotti Tiragem: 800 exemplares Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado (5.: 2007 : Pelotas, RS) Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado; XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, Pelotas, 2007 / Editado por Ariano Martins de Magalhães Júnior [et al]. - Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2007. 2 v. ISBN 978-85-85941-22-2 Bioclimatologia - Fertilidade do solo - Ecofisiologia - Fitomelhoramento -Biotecnologia Fitopatologia - Práticas culturais - Arroz irrigado - Entomologia -Semente - Meio ambiente Impacto ambiental - Socioeconomia - Agroindústria -Manejo de plantas - Diversificação de culturas I. Magalhães Júnior, A.M. II. Reunião da Cultura do Arroz Irrigado (27. : 2007 : Pelotas, RS) III. Título CDD: 633.18.03 ISBN 978-85-85941-22-2 SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO - SOSBAI DIRETORIA – Gestão de 2005 a 2007 Presidente Ariano Martins de Magalhães Júnior – Embrapa Clima Temperado Vice-Presidente Athos Dias de Castro Gadea – IRGA 1° Secretário André Andres – Embrapa Clima Temperado 2° Secretário Antônio Costa de Oliveira - UFPel 1° Tesoureiro Walkyria Bueno Scivittaro – Embrapa Clima Temperado 2° Tesoureiro Rubens Marchaleck - EPAGRI Conselho Fiscal Titulares: Algenor da Silva Gomes – Embrapa Clima Temperado Mara Cristina Barbossa Lopes - IRGA Ronaldir Knoblauch - EPAGRI Suplentes: Moacir Cardoso Elias - UFPel Leandro Souza da Silva - UFSM Paulo Regis Ferreira da Silva - UFRGS Conselho Consultivo José Alberto Noldin – EPAGRI Maurício Miguel Fischer – IRGA Moacir Antonio Schiocchet – EPAGRI Ênio Marchezan - UFSM V CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO XXVII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO ARROZ IRRIGADO: AVALIANDO O PRESENTE, PENSANDO O FUTURO COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente Ariano Martins de Magalhães Júnior – Embrapa Clima Temperado Vice - Presidente André Andres 1ºTesoureiro Walkyria Bueno Scivittaro 2º Tesoureiro Vitor Hugo Souza Porto 1º Secretário José Alberto Petrini 2ª Secretária Isabel Helena Vernetti Azambuja Coordenação Institucional Algenor da Silva Gomes Coordenação Técnico-Científico Paulo Ricardo Reis Fagundes Coordenação Internacional Júlio Centeno da Silva Sílvio Steinmetz Coordenação Editorial Ariano Martins de Magalhães Júnior Paulo Ricardo Reis Fagundes Algenor da Silva Gomes André Andrés Walkyria Bueno Scivittaro Coordenação de Exposição Giovani Theisen Daniel Fernandes Franco José Francisco Martins Coordenação de Divulgação Apes Roberto Falcão Perera Diná Lessa Bandeira Sadi Macêdo Sapper Coordenação Social Maria Laura Turino Mattos Marilda Pereira Porto Ana Cristina Richter Krolow Comissão de Apoio Sérgio Ilmar Vergara dos Santos Carmem Lourdes Pauletto Chemello Ana Maria Gomes Behrensdorf Carlos Elói Braga Ribeiro Oscar Castro Janete Maria Salagnac Krolow Rui Carlos da Silva Madruga Sérgio Antônio Rodrigues da Silva Antônio Carlos Marques Monassa Ana Luiza Barragana Viegas Coordenadores das Sub-comissões Técnicas Fitomelhoramento – Paulo Ricardo Reis Fagundes Biotecnologia – Ariano Martins de Magalhães Júnior Bioclimatologia – Sílvio Steinmetz Práticas Culturais – José Alberto Petrini Manejo de Solo e Água – Walkyria B. Scivittaro e Algenor da S. Gomes Fitopatologia – Cley Donizetti Martins Nunes Entomologia – José Francisco da Silva Martins Manejo de Plantas Daninhas – André Andres Meio Ambiente e Impacto Ambiental – Maria Laura Turino Mattos Sementes e Agroindústrias - Daniel F. Franco e Ana Cristina Krolow Sócio-economia – Isabel Helena Vernetti Azambuja Diversificação de Culturas – Giovani Theisen e Júlio Centeno da Silva Secretaria SOSBAI - Amanda Ortiz Barros Ane Gerber Crochemore “A Comissão Organizadora agradece as contribuições dos revisores externos na correção e aprovação dos trabalhos técnico-científicos publicados nos Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e da XXVII Reunião da Cultura do Arroz irrigado.” COMISSÃO DE REVISORES AD-HOC: Fitomelhoramento - Antônio Folgiarini de Rosso (IRGA) - Mara Cristina Barbosa Lopes (IRGA) - Moacir Antonio Schiocchet (EPAGRI) Biotecnologia: - Antonio Costa de Oliveira (UFPel) - Oneides Avozani (IRGA) - Rubens Marchaleck (EPAGRI) Bioclimatologia e Ecofisiologia: - Carlos Mariot (IRGA) - Paulo Regis Ferreira da Silva (UFRGS) Práticas Culturais: - Luiz Osmar Braga Schuch (UFPel) - Domingos Sávio Eberhardt (EPAGRI) Fertilidade e Nutrição de Plantas: - Leandro Souza da Silva (UFSM) - Rogério Oliveira de Sousa (UFPel) Fitopatologia: - Dieter Kempf (IRGA) - Ivan Francisco Dressler da Costa (UFSM) Entomologia: - Anderson Dionei Grützmacher (UFPel) - Jaime Vargas de Oliveira (IRGA) - Honório Francisco Prando (EPAGRI) Manejo de Plantas Daninhas: - Aldo Merotto (UFRGS) - Dirceu Agostineto (UFPel) - Jesus Juares Oliveira Pinto (UFPel) - Sérgio L. O. Machado (UFSM) - Valmir G. Menezes (IRGA) Meio Ambiente e Impacto Ambiental: - Charrid Resgala Jr. (UNIVALI) - Vera mussoi macedo (IRGA) Sementes e Agroindústria: - Carlos A. Fagundes (IRGA) - Élbio Cardoso (Embrapa/SNT) - Moacir Cardoso Elias (UFPel) Sócio-economia: - Alcido Elenor Wander (CNPF) - Irceu Agostini (EPAGRI) - Victor Hugo Kayser (IRGA) Diversificação de culturas: - Cláudia Lange (IRGA) NOTA DA COMISSÃO EDITORIAL A comissão editorial reserva-se ao direito de eximir-se de qualquer responsabilidade por eventuais incorreções contidas nos resumos dos trabalhos publicados nos Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado/XXVII Reunião da Cultura do Arroz irrigado, mesmo tendo ajustado algumas incorreções às normas. O conteúdo dos trabalhos publicados nestes Anais é de inteira responsabilidade dos autores. APRESENTAÇÃO A Comissão Organizadora tem a satisfação de apresentar os Anais do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e a XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, que a cada ano aponta um aumento significativo no número de trabalhos publicados, razão pela qual, compõe-se, em 2007, de dois volumes. Constitui-se de 479 trabalhos de pesquisa recebidos de diversos estados do Brasil e do exterior, oriundos de diversas Instituições e empresas e que representam o esforço de profissionais e entidades ligadas a cadeia produtiva do arroz. Nos trabalhos encaminhados para publicação pode-se observar o avanço do desenvolvimento da orizicultura irrigada, a inovação, a abertura de novas fronteiras do conhecimento, visando aumentar de forma sustentável a rentabilidade do setor, bem como suprir a demanda de consumo do produto arroz. Sob o tema central “Arroz Irrigado: avaliando o presente, pensando o futuro”, espera-se que a programação apresentada possa contribuir para a reafirmação da importância da geração e transferência de conhecimento científico objetivando a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e a manutenção da sustentabilidade dos segmentos envolvidos no processo produtivo. A Comissão Organizadora agradece à SOSBAI, promotora deste evento, à Embrapa Clima Temperado, entidade realizadora, às entidades co-promotoras, EPAGRI, IRGA, UFPEL, UFRGS e UFSM, aos patrocinadores, RiceTec, John Deere, FMC, BASF, Iharabras, Bayer, Dow AgroSciences, Bunge, Ajinomoto e BlueVille e aos apoiadores, Banco do Brasil, CNPq, Farsul; Federarroz. e FAPEG A realização do V Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado e da XXVII Reunião da Cultura do Arroz Irrigado foi uma vitória de um projeto de cooperação entre instituições e, mais especificamente, da união de esforços em busca de um objetivo comum. A todos que trabalharam para realização deste Congresso, nossos cumprimentos. Desejamos a todos uma feliz estada entre nós e que tenhamos uma profícua semana de trabalho em Pelotas, RS. Comissão Organizadora SUMÁRIO ENTOMOLOGIA COMPATIBILIDADE DE HERBICIDAS UTILIZADOS NA CULTURA DO ARROZ COM O FUNGO Metarhizium anisopliae, VISANDO O CONTROLE DO PERCEVEJO-DO-COLMO DO ARROZ - Fátima T. Rampelotti; Honório F. Prando; José F. da S. Martins; Anderson Ferreira; Fernando A. Tcacenco e Anderson D. Grützmacher INFLUÊNCIA DE FATORES ABIÓTICOS NA ABUNDÂNCIA E RIQUEZA DA FAUNA DE ARANHAS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO E ÁREAS ADJACENTES - Everton N. L. Rodrigues e Milton de S. Mendonça Jr EFEITO DE DOSES DE INSETICIDAS APLICADAS ÀS SEMENTES DE ARROZ NO CONTROLE DO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus oryzae - José Francisco da Silva Martins; Uemerson Silva da Cunha; Anderson Dionei Grützmacher; Maria Laura Turino Mattos; Márcio Bartz das Neves; Wagner da Roza Härter; Calisc de Oliveira Trecha; Edson de Oliveira Jardim e Luiz Felipe Thomaz POTENCIAL DE INSETICIDAS DERIVADOS DE NIM PARA CONTROLE DO GORGULHO-AQUÁTICO Oryzophagus oryzae E APLICAÇÃO EM SISTEMAS SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO DE ARROZ - Uemerson Silva da Cunha; José Francisco da Silva Martins; Anderson Dionei Grützmacher; Maria Laura Turino Mattos; Paulo César Bogorni; Márcio Bartz das Neves; Edson de Oliveira Jardim; Calisc de Oliveira Trecha DIAGNÓSTICO DAS PRAGAS DO ARROZ EM ASSENTAMENTOS DO INCRA EM FORMOSO DO ARAGUAIA, TO - Dino M. Soares; José Alexandre F. Barrigossi; Michael Thung; Carlos M. Santiago; Francismar R. Gama; Evaldo C. Martins COLONIZAÇÃO DE ARROZ E DE LAGARTAS DE Spodoptera frugiperda POR BACTÉRIA ENDOFÍTICA GENETICAMENTE MODIFICADA - Fátima T. Rampelotti; Anderson Ferreira Paulo T. Lacava; José Djair Vendramim; Welington L. Araújo; João Lúcio de Azevedo DIVERSIDADE E SIMILARIDADE DE ARANHAS EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO COM UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES INSETICIDAS EM CACHOEIRA DO SUL, RS - Everton N.L. Rodrigues; Milton de S. Mendonça Jr.; Jaime V. de Oliveira; Erica H. Buckup; Maria A.L. Marques; Lídia M. Fiúza; Eduardo Amilibia; José P. de Freitas; Jaceguay I. de Barros; Jorge L. Cremonese PARASITISMO SOBRE POSTURAS DO PERCEVEJO-DO-COLMO-DOARROZ EM SANTA CATARINA, BRASIL - Cinei Teresinha Riffel; Honório Francisco Prando; Mari Inês Carissimi Boff ASPECTOS BIOLÓGICOS DO PARASITÓIDE Telenomus podisi ASHMEAD EM OVOS DO PERCEVEJO-DO-COLMO Tibraca limbativentris (STAL) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) - Cinei Teresinha Riffel; Honório Francisco Prando; Mari Inês Carissimi Boff ESTUDO DO PERÍODO RESIDUAL DE STANDAK 250 FS (FIPRONIL) NO CONTROLE DA BICHEIRA-DA-RAÍZ EM ARROZ IRRIGADO Honório Francisco Prando; Cinei Teresinha Riffel e Fátima Teresinha Rampelotti AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE GENÓTIPOS DE ARROZ IRRIGADO EM SISTEMA PRÉ-GERMINADO, COM E SEM TRATAMENTO DE SEMENTES PARA CONTROLE DO Oryzophagus oryzae - Honório Francisco Prando; Rubens Marschalek, Henri Stuker, Jaqueline Nogueira Muniz, Khadine Thatiane EFEITO DE Aspergillus flavus SOBRE Oebalus poecilus (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) - Juliana da Silva Beringer; Solange Zimmer; Jaime Vargas de Oliveira; Raquel de Castilhos-Fortes ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS A PARTIR DE Tibraca limbativentris (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) - Juliana S. Beringer; Solange Zimmer; Carine Cristina Tavares de Souza; Jaime Vargas de Oliveira; Raquel de CastilhosFortes FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO CONTROLE DO PERCEVEJO Tibraca limbativentris (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) NA HIBERNAÇÃO EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Lídia M. Fiúza; Raquel de Castilhos-Fortes; Gilberto M. Dotto; Eduardo Amilibia AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE ADULTOS DE Oryzophagus oryzae (COL; CURCULIONIDAE) EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Eduardo Amilibia CONTROLE QUÍMICO DE LARVAS DE Ochetina uniformis (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Gilberto M. Dotto; José Luis R. dos Santos AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE ALGUNS INSETICIDAS NO CONTROLE DA BICHEIRA DA RAÍZ NA SAFRA 2000/2001 EM URUGUAIANA - João Batista Beltrão Marques; Jaime Vargas Oliveira; Maria Benta Cassetari; Jorge Antônio Molinari Flores; Ígor Sotal Sauceda TOXICIDADE DE Cry1Ba, SINTETIZADA POR BACILLUS THURINGIENSIS CEPA 4412, À SPODOPTERA FRUGIPERDA (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) - Laura Massochin Nunes Pinto; Andréa Roveré Franz; José Luís Rosa dos Santos; Jaime Vargas de Oliveira; Lidia Mariana Fiúza PATOGENICIDADE DE BACILLUS THURINGIENSIS THURINGIENSIS AOS ADULTOS DE OEBALUS POECILUS (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) – Laura Massochin Nunes Pinto; Juliana da Silva Beringer; José Luís Rosa dos Santos; Jaime Vargas de Oliveira; Lidia Mariana Fiuza PERFIL PROTÉICO E PATOGENICIDADE DE BACILLUS THURINGIENSIS CEPA T33001 A INSETOS PRAGAS ORIZÍCOLAS Marciele Pandolfo; Jaime Vargas de Oliveira; José Luis Rosa dos Santos Jean-François Charles; Lídia Mariana Fiúza EFEITO LETAL DAS PROTEÍNAS Cry1Ab e Cry1Ac DE Bacillus thuringiensis ÀS LAGARTAS DE Spodoptera frugiperda (LEPIDOPTERA, NOCTUIDAE). - Neiva Knaak; Andréa Rovere Franz; Jaime Vargas de Oliveira; Lídia Mariana ídia CONTROLE QUÍMICO DE LARVAS DA BICHEIRA-DA-RAIZ Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA: CURCULIONIDADE) EM ARROZ IRRIGADO - Eduardo Amilibia, Jaime Vargas de Oliveira EFICIÊNCIA DE CURBIX 200 SC, EM DUAS ÉPOCAS DE APLICAÇÃO NO CONTROLE DE Oryzophagus oryzae (COLEOPTERA; CURCULIONIDAE), EM ARROZ IRRIGADO - Jonas André Arnemann; Jerson Vanderlei Carús Guedes; Ervandil Corrêa Costa; Jorge Antonio Silveira França; Sandro Borba Possebon; Angelita Sangoi Martins; Élder Dal Pra CONTROLE QUÍMICO DE Ochetina uniformis (PASCOE, 1881) (Coleoptera, Erirhinidae), ATRAVÉS DE INSETICIDAS APLICADOS NO TRATAMENTO DE SEMENTES E NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO ARROZ - Sandro Borba Possebon; Jerson Vanderlei Carús Guedes; Ervandil Corrêa Costa; Fábio karlec; Luciano Pizzuti DANOS DE Ochetina uniformis (PASCOE, 1881) (Coleoptera, Erirhinidae, Erirhininae) EM COLMOS DE PLANTAS DE ARROZ IRRIGADO - Sandro Borba Possebon; Jerson Vanderlei Carús Guedes; Ervandil Corrêa Costa; Luciano Pizzuti; Jonas André Arnemann EFICIÊNCIA DO INSETICIDA ETHIPROLE (CURBIX 200 SC) EM PULVERIZAÇÃO FOLIAR NO CONTROLE DA BICHEIRA-DA-RAIZ Oryzophagus oryzae (COSTA LIMA, 1936) (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Anderson Dionei Grützmacher; Douglas Daniel Grützmacher; Rodrigo Roman; Jonas Alex Finatto; Murilo Damé Fonseca Paschoal; Rafael Antonio Pasini IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR E HIBRIDIZAÇÃO EM ENTRE OS BIOTIPOS DE Spodoptera frugiperda - Vilmar Machado; Milena Wunder; Vanessa D. Baldisera; Jaime V. Oliveira; Lidia M. Fiúza NIVEL DE INFESTAÇÃO DE Tibraca limbativentris NA COLHEITA DO ARROZ IRRIGADO, SAFRA 2005/06. - Dionísio Link, Fabio Moreira Link e Juliano Perlin de Ramos DISPERSÃO DE Tibraca limbativentris EM DUAS LAVOURAS DE ARROZ, EM SANTA MARIA, RS, SAFRA 2006/07 - Fábio Moreira Link, Dionísio Link e Juliano Perlin de Ramos SELETIVIDADE DE ALGUNS INSETICIDAS NA POPULAÇÃO DE ARANHAS EM ARROZ IRRIGADO - Jaime Vargas de Oliveira; Erica H. Buckup; Everton N. L. Rodrigues; Maria Aparecida de L. Marques; Milton Mendonça Jr; Lídia M. Fiuza; Valmir G. Menezes; Eduardo Amilibia; Jose Patrício de Freitas; Jaceguay I. de Barros; Jorge L. Cremonese EFICIÊNCIA DE DIFERENTES INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA-DA-FOLHA Spodoptera frugiperda (J.E. SMITH, 1797) (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Anderson Dionei Grützmacher; Douglas Daniel Grützmacher; Murilo Damé Fonseca Paschoal; Rodrigo Roman; Jonas Alex Finatto MANEJO DE PLANTAS DANINHAS PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE CAPIM-ARROZ (Echinochloa spp.) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Siumar P. Tironi; Jesus J. O. Pinto; Rodrigo Neves COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM GENÓTIPO SIMULADOR DE ARROZ-VERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS RELATIVAS DE EMERGÊNCIA - Dirceu Agostinetto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Rubia Piesanti COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS RELATIVAS DE EMERGÊNCIA - Dirceu Agostinetto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler CONTROLE DE ARROZ-VERMELHO COM O HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC - Lisiane Camponogara Fontana; Dirceu Agostinetto; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Rubia Piesanti Rigoli; Silvia de Souza Figueredo; Mariane Rosenthal; Webster, E.P.; Masson, J.A IDENTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL, ATRAVÉS DE BIOENSAIO DA MISTURA HERBICIDA (IMAZAPIC + IMAZETHAPYR) EM ÁGUA, PARA A CULTURA DO SORGO, RABANETE E PEPINO Mariane D’Avila Rosenthal; Jesus Juares Oliveira Pinto; Camila Ferreira de Pinho; Frederico Bartz de Menezes; Leonard Bonilha Piveta; Rodolfo Rocha Richter; Antonio Donida BIOENSAIOS PARA DIAGNÓSTICO DA RESISTÊNCIA A HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA ALS EM CULTIVARES DE ARROZ - Ana Carolina Roso; Aldo Merotto Junior; Carla Andréa Delatorre EFEITO DO ÓLEO VEGETAL AGR’ÓLEO E DO VOLUME DE CALDA NA EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS POR VIA AÉREA EM ARROZ - Eugenio Passos Schröder IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS COM POPULAÇÕES DE Sagitaria montevidensis RESISTENTES AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ALS EM SANTA CATARINA - Gabriela F. Pinheiro; José Alberto Noldin; Domingos Sávio Eberhardt; Janaína M. Rodrigues; Leonardo C. Malburg MANEJO DO SOLO E RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DOS HERBICIDAS IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM ARROZ NÃO TOLERANTE - Alejandro F. Kraemer; Enio Marchesan; Mara Grohs; Jefferson T. Fontoura; Paulo F. S. Massoni; Sérgio L. O. Machado; Luis A. Ávila SUSCETIBILIDADE DIFERENCIAL DE TRÊS ESPÉCIES ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) AO HERBICIDA ONLY® - DE Carlos Alberto Lazaroto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Fausto Borges Ferreira COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO. 2. UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS RELATIVAS - Dirceu Agostinetto; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Leandro Galon . ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC - Germani Concenço; Alexandre Ferreira da Silva; Evander Alves Ferreira; Marcelo Rodrigues Reis; Antônio Alberto da Silva; Francisco Affonso Ferreira; José Alberto Noldin CRESCIMENTO DE COLMOS E FOLHAS DE CAPIM-ARROZ RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC SOB COMPETIÇÃO Germani Concenço; Ignacio Aspiazú; Evander Alves Ferreira; Marcelo R. Reis; Francisco Affonso Ferreira; Antônio Alberto da Silva DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE RAÍZES DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DA INTENSIDADE DE COMPETIÇÃO Germani Concenço; Evander Alves Ferreira; Alexandre Ferreira. da Silva; Ignacio Aspiazú; Francisco Affonso Ferreira; Antônio Alberto da Silva POTENCIAL COMPETITIVO DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC - Germani Concenço; Alexandre Ferreira da Silva; Evander Alves Ferreira; Ignacio Aspiazú; Marcelo Rodrigues Reis; Antônio Alberto da Silva; Francisco Affonso Ferreira; José Alberto Noldin TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC. I - ESTÁDIO V2 - Lisiane Camponogara Fontana; Dirceu Agostinetto; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Silvia de Souza Figueredo; Rubia Piesanti Rigoli; Mariane Rosenthal TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC. II - ESTÁDIO V4 - Lisiane Camponogara Fontana; Dirceu Agostinetto; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Rubia Piesanti Rigoli; Silvia de Souza Figueredo; Mariane Rosenthal ESTIMATIVAS DAS PERDAS DE PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE CULTIVARES DE ARROZ PELA INTERFERÊNCIA DO CAPIM-ARROZ - Leandro Galon; Dirceu Agostinetto; Pedro V. D. de Moraes; Taísa Dal Magro; Siumar P. Tironi; Gerson K. Vignolo NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM FUNÇÃO DE POPULAÇÕES DE CAPIM-ARROZ E ÉPOCAS DE ENTRADA DE ÁGUA NA LAVOURA - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Siumar P. Tironi; Daniel L. Freitas; Luís E. Panozzo; Randal R. Brandolt NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM FUNÇÃO DE POPULAÇÕES DE CAPIM-ARROZ E CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO - Leandro Galon; Dirceu Agostinetto; Luís E. Panozzo; Gerson K. Vignolo; Léo S. dos Santos; Glauco F. Almeida INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE IRRIGAÇÃO NA INTERFERÊNCIA DO CAPIM-ARROZ COM A CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Pedro V. D. Moraes; Taísa Dal Magro; Siumar P. Tironi; Randau R. Brandolt EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE Echinochloa crusgalli, Echinochloa colonum e Cyperus ferax NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO (Oryza sativa L.) - Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz Felipe Thomas; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM PULVERIZAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NO SISTEMA DE CULTIVO DE ARROZ PRÉ-GERMINADO - Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz Felipe Thomas; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA INICIAL NO CONTROLE DE Hymenachne amplexicaulis E DE Echinochloa crusgalli EM ARROZ IRRIGADO - Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Fernando Borges Santiago; Fernando Luis Perini; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos; Danie Martini Sanchotene; Rafael Friguetto Mezzomo IDENTIFICAÇÃO DE ECÓTIPOS DE Cyperus difformis RESISTENTES AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ACETOLACTATO SINTASE (ALS) EM SANTA CATARINA - Sônia Andrade, José Alberto Noldin, Gabriela Fabiane Pinheiro, Domingos Sávio Eberhardt DIETHOLATE PERMITE AUMENTAR A DOSE DE CLOMAZONE SOBRE A CULTIVAR BR IRGA 417 - Alencar Zanon Junior; Graziane Vargas; Murilo Comassetto Queiroz; André Trevisan de Souza; Nelson D. Kruse INFLUÊNCIA DO HERBICIDA PENOXSULAM NO CRESCIMENTO DO SISTEMA RADICULAR DE PLANTAS DE ARROZ (Oryza sativa) – Mauricio dos Santos; Germani Conçenço; André Andrés; Jorge Rieffel Filho; Jean Vilella; Carlos Nachtigall Garcia; Nei Fernandes Lopes ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS EM BIÓTIPOS RESISTENTES DE Cyperus difformis PELA UTILIZAÇÃO DE HERBICIDAS ALTERNATIVOS - Taísa Dal Magro; Dirceu Agostinetto; Leandro Vargas; José Alberto Noldin CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM ARROZ IRRIGADO COM USO DE GAMIT COM PERMIT – Eduardo Amilibia; Carlos Henrique Paim Mariot; Valmir Gaedke Menezes; Héctor Vicente Ramirez; Luiz Felipe Thoma CONTROLE QUÍMICO DA GRAMA-BOIADEIRA NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO – Eduardo Pinto Amilibia, Valmir Gaedke Menezes, Carlos Henrique Paim Mariot, Ricardo Luiz da Silva Herzog CONTROLE DE ARROZ VERMELHO EM ARROZ TOLERANTE A IMIDAZOLINONAS E O RESIDUAL EM GENÓTIPO DE ARROZ NÃO TOLERANTE – Paulo Fabrício Sachet Massoni; Enio Marchesan; Silvio Carlos Cazarotto Villa; Mara Grohs; Jefferson Tolfo da Fontoura; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Luis Antonio de láud BANCO DE SEMENTES DE ARROZ VERMELHO COM USO DO SISTEMA CLEARFIELD® - Mara Grohs; Enio Marchesan; Paulo Fabrício Sachet Massoni; Cláudio Glier; Luis Antonio de Ávila COMPATIBILIDADE ENTRE BASAGRAN E OUTROS HERBICIDAS UTILIZADOS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Domingos Sávio Eberhardt; José Alberto Noldin CONTROLE DE ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) PELA APLICAÇÃO DE IMAZETHAPYR E/OU ETHOXYSULFURON - Luís E. Panozzo; Dirceu Agostinetto; Camila P. Tarouco; Claudia de Oliveira; José M. Betemps Vaz Silva; Catarine Markus; Ezequiel de Oliveira EFEITO DO HERBICIDA PENOXSULAM COM ADIÇÃO DE DIFERENTES ADJUVANTES NO CONTROLE DE ANGIQUINHO (Aeschynomene indica) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Luís Eduardo Panozzo; Rogério Silva Rubin; Rodrigo Neves INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E DOSES DO HERBICIDA PENOXSULAM E ÉPOCAS DE INÍCIO DA IRRIGAÇÃO NO CONTROLE DE Cyperus esculentus - Luís Eduardo Panozzo; Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Taísa Dal Magro; Jesus Juarez Oliveira Pinto; Rodrigo Neves CONTROLE DE CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E DOSES DO HERBICIDA PENOXSULAM E ÉPOCAS DE ENTRADA DE ÁGUA - Luís Eduardo Panozzo; Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Pedro Valério Dutra Moraes; Léo Silva dos Santos; Gerson Kleinick Vignolo HABILIDADE COMPETITIVA DE CULTIVARES DE ARROZ COM ANGIQUINHO (AESCHYNOMENE DENTICULATA) - Nilson Gilberto Fleck; Fausto Borges Ferreira; Carlos Eduardo Schaedler; Valmir Gaedke Menezes ÉPOCAS DO INÍCIO DA IRRIGAÇÃO E DA ADUBAÇÃO NITROGENADA EM ARROZ IRRIGADO PARA MANEJO DE ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata) - Fausto Borges Ferreira; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Eduardo Schaedler; Valmir Gaedke Menezes COMPETIÇÃO DE ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata) COM ARROZ IRRIGADO EM RESPOSTA À ÉPOCA DE ADUBAÇÃO NITROGENADA - Fausto Borges Ferreira; Nilson Gilberto Fleck; Valmir Gaedke Menezes; Hector Ramirez ÉPOCA E MODO DE APLICAÇÃO DO HERBICIDA CLOMAZONE NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS E SELETIVIDADE À CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Siumar P. Tironi; Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Vinicius J. de Moraes DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DO HERBICIDA ONLY® EM DUAS CULTIVARES DE ARROZ TOLERANTE AS IMIDAZOLINONAS Gustavo Mack Telo; Enio Marchesan; Silvio Carlos Cazarotto Villa; Rafael Bruck Ferreira; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Luis Antonio de Ávila AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE TIRIRICA (Cyperus esculentus L.) COM HERBICIDAS NA CULTURA DO ARROZ - Fernando Borges Santiago; Rodrigo Alff Gonçalves; Olavo Gabriel Santi; Ana Paula Estevo; Sylvio Henrique Bidel Dornelles EFICIÊNCIA DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM ASSOCIAÇÃO COM COMMENCE, APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA INICIAL NO CONTROLE DE Panicum dichotomiflorum EM ARROZ IRRIGADO Fernando Borges Santiago; Fernando Luis Perini EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE Echinochloa crusgalli, Aeschynomene denticulata E Cyperus iria. Olavo Gabriel Rossato Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz Felipe Thomas; Rodrigo Alff Gonçalves; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos; Rafael Friguetto Mezzomo GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CULTIVARES DE ARROZ (Oryza sativa L.) RESISTENTES A HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA ALS - Merotto Jr., A.; Kalsing, A.; Roso, A.C.; Matzenbacher, F.O.; Francesqueit, D.V. CROSS-RESISTANCE TO ALL ALS-INHIBITING HERBICIDE GROUPS AND PHYLOGENETIC RELATIONSHIP OF ALS GENE IN Cyperus difformis L. - Aldo Merotto Jr; Marie Jasieniuk; Albert J. Fische ALTERNATIVAS DE UTILIZAÇÃO DE ÁREAS DE ARROZ IRRIGADO APÓS O USO DO SISTEMA CLEARFIELD® - Luis Antonio de Ávila; Gustavo Mack Telo; Enio Marchesan; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Rafael Bruck Ferreira; Getúlio Rigão Filho EFEITO RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR COM IMAZAPIC EM GENÓTIPO DE ARROZ NÃO TOLERANTE, SEMEADO 371 E 705 DIAS APÓS A APLICAÇÃO - Enio Marchesan; Mara Grohs; Fernando Machado dos Santos; Paulo Fabrício Sachet Massoni; Alejandro Fausto Kraemer; Gustavo Mack Telo; Luis Antonio de Ávila; Sérgio Luiz de Oliveira Machado COMPETITIVIDADE DE Heteranthera reniformis COM ARROZ IRRIGADO, SISTEMA PRÉ-GERMINADO - Domingos Sávio Eberhardt; José Alberto Noldin; Henri Stuker RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DOS HERBICIDAS IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM ÁREA COM CULTIVO SUCESSIVO DE ARROZ IRRIGADO - Enio Marchesan; Gustavo Mack Telo; Rafael Bruck Ferreira; Paulo Fabrício Sachet Massoni; Alejandro Fausto Kraemer; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Luis Antonio de Ávila CONTROLE DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD® DE PRODUÇÃO DE ARROZ IRRIGADO - Valmir Gaedke Menezes; Carlos Henrique Paim Mariot COMPORTAMENTO DA CULTURA DO SORGO GRANÍFERO (Sorghum bicolor), cv BR 304, SEMEADO EM ROTAÇÃO COM O ARROZ CLEARFIELD® - Jesus Juares Oliveira Pinto; José Alberto Noldin; Mariane D’Avila Rosenthal; Leonard Bonilha Piveta; Camila Ferreira de Pinho EFEITO DO PH NA MOBILIDADE DA MISTURA HERBICIDA IMAZAPIC + IMAZETHAPYR NO PERFIL DE UM PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO EUTRÓFICO SOLÓDICO - Jesus Juares Oliveira Pinto; Mariane D’Avila Rosenthal; José Alberto Noldin; Antonio Donida; Glauco Foster Almeida; Camila Ferreira de Pinho; Leonard Bonilha Piveta AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL EM SOLO DA MISTURA FORMULADA COM OS HERBICIDAS IMAZAPIC + IMAZETHAPYR, PARA A CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, CULTIVAR IRGA 417 Jesus Juares Oliveira Pinto; José Alberto Noldin; Mariane D’Avila Rosenthal; Rodolfo Rocha Richter; Frederico Bartz de Menezes; Leonard Bonilha Piveta; Camila Ferreira de Pinho EFEITO DA ATIVIDADE DO HERBICIDA IMAZAPIC+IMAZETHAPYR NA CULTURA DO AZEVÉM (Lolium multiflorum) SEMEADO EM SUCESSÃO A CULTURA DO ARROZ CLEARFIELD® - Jesus Juares Oliveira Pinto; José Alberto Noldin; Mariane D’Avila Rosenthal; Camila Ferreira de Pinho; Glauco Foster Almeida; Antonio Donida ÉPOCAS DE CONTROLE DE ANGIQUINHO EM ARROZ IRRIGADO O André Andres; Giovani Theisen; Jorge Rieffel F ; Douglas Hoffman; Germano Butow; Paulo di Primio CONTROLE QUÍMICO DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD André Andres; Giovani Theisen; Douglas A Hoffman; Germano T. Büttow; Jorge Rieffel F°; Paulo di Primio; Daniela Schossler; Leandro Pasqualli EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM PULVERIZAÇÃO NO SISTEMA DE CULTIVO PRÉ-GERMINADO - Olavo Gabriel Rossato Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; José Antonio Annes Marinho; Luiz Felipe Thomas; Rodrigo Alff Gonçalves; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos; Danie Martini Sanchotene COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO. 1. UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS MORFOLÓGICAS - Nilson Gilberto Fleck; Dirceu Agostinetto; Carlos Eduardo Schaedler; Leandro Galon PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE CAPIM-ARROZ (Echinochloa spp.) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Dirceu Agostinetto; Leandro Galon; Siumar P. Tironi; Jesus J. O. Pinto; Rodrigo Neves CONTROLE DE ESCAPES DE ARROZ-VERMELHO NO SISTEMA DE PRODUÇÃO CLEARFIELD NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Ricardo Herzog; Rodrigo Shoenfeld; Eduardo Amilíbia RENDIMENTO DE GRÃOS DA CULTIVAR PUITÁ EM FUNÇÃO DA ASPERSÃO DE IMAZAMOX APLICADO EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO - Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Ricardo Herzog; Rodrigo Shoenfeld; Eduardo Amilíbia EFICIÊNCIA DO HERBICIDA IR 5878 WG NO CONTROLE DE Fimbristylis miliacea NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Olavo Gabriel Rossato Santi; Sylvio Henrique Bidel Dornelles; Rodrigo Alff Gonçalves; Ana Paula Estevo; Graciela Castilhos; Danie Martini Sanchotene SUSCETIBILIDADE DE TRÊS ESPÉCIES DE ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) A HERBICIDAS DE USO EM PÓSEMERGÊNCIA EM ARROZ IRRIGADO - Carlos Eduardo Schaedler; Nilson Gilberto Fleck; Carlos Alberto Lazaroto; Fausto Borges Ferreira REDUÇÃO NA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Carlos Henrique Paim Mariot; Valmir Gaedke Menezes; Héctor Vicente Ramírez; Rodrigo Neves CONTROLE DE Digitaria ciliares E DE Alternanthera philoxeroides PELA APLICAÇÃO DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM ASSOCIAÇÃO COM COMMENCE NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Fernando Luis Perini; Fernando Borges Santiago CRESCIMENTO DE ARROZ E CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE UMIDADE DO SOLO - Mauricio dos Santos, Germani Conçenço, André Andres, Jorge Rieffel Filho, Jean Vilella, Carlos Nachtigall Garcia, Nei Fernandes Lopes MEIO AMBIENTE E IMPACTO AMBIENTAL ASSEMBLÉIAS DE ANFÍBIOS EM ARROZAIS DA PLANÍCIE COSTEIRA DO SUL DO BRASIL, MOSTARDAS, RIO GRANDE DO SUL, DADOS PRELIMINARES - Iberê Farina Machado; Aline Regina Gomes Moraes Lace; Leonardo Felipe Bairos Moreira; Leonardo Maltchick; Demétrio Guadagnim DIVERSIDADE DE TURBELÁRIOS DULCIAQÜÍCOLAS (PLATYHELMINTHES) EM ÁREAS DE CULTIVO DE ARROZ IRRIGADO NO RIO GRANDE DO SUL - Dioneia Conceição da Vara; Ana M. LealZanchet; Demétrio L. Guadagnin CONSERVAÇÃO DE AVES AQUÁTICAS EM ARROZAIS - Demétrio Luis Guadagnin; Ângela Schmitz Peter; Leonardo Maltchik MACRÓFITAS AQUÁTICAS DE UM CANAL DE IRRIGAÇÃO DE LAVOURA DE ARROZ DA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL - Taís Lacerda; Ana Silvia Rolon; Leonardo Maltchik DINÂMICA DA COMUNIDADE DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM UMA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO DA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL - Ana Silvia Rolon; Taís Lacerda; Leonardo Maltchik DINÂMICA DE MACROINVERTEBRADOS EM UMA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO NA PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL - Cristina Stenert, Roberta Cozer Bacca, Carolina Mostardeiro, Tiago Dexheimer, Leonardo Maltchik ATIVIDADE RESIDUAL DE HERBICIDAS DO GRUPO QUÍMICO DAS IMIDAZOLINONAS EM DOIS TIPOS DE SOLO EM ARROZ IRRIGADO, SISTEMA PRÉ-GERMINADO - José Alberto Noldin; Domingos Sávio Eberhardt; Leonardo C. Malburg; Gabriela F. Pinheiro; Janaina M. Rodrigues TOXICIDADE AGUDA DOS PRINCIPAIS HERBICIDAS E INSETICIDAS UTILIZADOS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO SOBRE A BACTÉRIA VIBRIO FISCHERI - Fernanda Poleza; Rafael Camargo Souza Leonardo Rubi Rörig; Cesar Augusto Stramosk; José Alberto Noldin; Charrid Resgalla Jr. RESIDUAL DO HERBICIDA ATRAZINA APLICADO EM MILHO NO SOLO E NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO DE CULTIVO SUBSEQÜENTE DE ARROZ - Maria Laura Turino Mattos; André Andrés; Claudio Alberto S. da Silva; Ieda Maria Baade dos Santos ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS E AMBIENTAIS DO INSETICIDA CARBOSULFANO EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Maria Laura Turino Mattos; José Francisco da Silva Martins; Uemerson Silva da Cunha; Ieda Maria Baade dos Santos OCORRÊNCIA DE BACILLUS spp. EM AMOSTRAS DE ÁGUA DE DIFERENTES REGIÕES ORIZÍCOLAS DO RS. - Leila Lucia Fritz; Maria Helena Ribeiro Reche; Valmir Gaedke Menezes; Jaime Vargas de Oliveira; Lidia Mariana Fiúza REÚSO DA ÁGUA DE EFLUENTES URBANOS EM IRRIGAÇÃO DE LAVOURA DE ARROZ EM PELOTAS, RS - Álvaro Nebel; Rul Martins Antunes; Gilberto Loguércio Collares; Orlando Pereira Ramirez A QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL EM UMA MICROBACIA ONDE O ARROZ IRRIGADO É A PRINCIPAL ATIVIDADE AGRÍCOLA Francisco Carlos Deschamps; José Alberto Noldin MONITORAMENTO DA ÁGUA DO RIO GRAVATAÍ USADA NA IRRIGAÇÃO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO ARROZ EM CACHOEIRINHA, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Silvio Aymone Genro Jr; Elio Marcolin MONITORAMENTO DA ÁGUA DAS LAVOURAS DE ARROZ NA BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DO GUARAXAIM NO MUNICÍPIO DE ARAMBARÉ, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Elio Marcolin; Roberto Longaray Jaeger; Silvio Aymone Genro Jr RESÍDUOS DE AGROQUÍMICOS NA ÁGUA DOS SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO E DE DRENAGEM PRINCIPAL DA ÁREA CULTIVADA COM ARROZ NO PERÍMETRO IRRIGADO DA BARRAGEM DO ARROIO DURO, CAMAQUÃ, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Valmir Gaedke Menezes; Elio Marcolin; Sílvio Aymone Genro Jr; Roberto Longaray Jaeger; Éverton Luis Fonseca; Renato Zanella EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DE PESTICIDAS SOBRE A RIQUEZA ESPECÍFICA DE COMUNIDADES FITOPLANCTÔNICAS EM CULTURA DE ARROZ IRRIGADO - Emília de Souza Cebalhos; Maria Angélica Oliveira; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Geovane Boschmann Reimche; Renato Zanella; Luis Antonio de Ávila; Enio Marchezan; Sandro Santos; Vânia Lúcia Pimentel Vieira ANÁLISE DA QUALIDADE DE ÁGUA EM ÁREAS DE ARROZ IRRIGADO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO ARROZ, IRGA, CACHOEIRINHA, RS - Tavares, C.R.M.; Frizzo, C.; Macedo, V.; Fiuza, L. M ADUBO VERDE NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Juliana Dode; Vinicius Scaglioni; Fabiana Timm; Clauber Mateus Priebe Bervald; Nei Lopes FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO PELO COMPLEXO SIMBIÓTICO Azolla-anabaena NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Juliana Dode; Vinicius Scaglioni; Fabiana Timm; Clauber Mateus Priebe Bervald; Nei Lopes ESPÉCIES DE AVES EM ÁREAS DE ARROZ IRRIGADO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE ITAJAÍ, SANTA CATARINA - Franciane Moretti; Juliana Vieira; José Alberto Noldin REPRODUÇÃO DE AVES EM ÁREAS DE CULTIVO DE ARROZ IRRIGADO NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE ITAJAÍ, SANTA CATARINA - Franciane Moretti; José Alberto Noldin; Juliana Vieira PRESENÇA DE CARBAMATOS EM PARTES DA PLANTA DE ARROZ PRÉ-GERMINADO - Christina Venzke Simões de Lima; Marcos Rivail da Silva; Joseline Molozzi; Adriano Alves da Silva EMISSÃO DE METANO EM LAVOURAS DE ARROZ IRRIGADO SOB SISTEMA PRÉ-GERMINADO - Magda Aparecida de Lima;, Domingos S. Eberhardtv; Maria Conceição P.Y. Pessoa; Rosa T. S.Frighetto; Sérgio Valério Neto; Denis F. Plec; Gabriela F. Pinheiro; Dagmar N. S. Oliveira; Melissa Baccan INFLUÊNCIA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC E BISPYRIBACSODIUM NA COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA EM ARROZ IRRIGADO - Geovane Boschmann Reimche; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Jaqueline Ineu Golombieski; Enio Marchesan PERSISTÊNCIA DE HERBICIDAS NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Geovane Boschmann Reimche; Renato Zanella; Enio Marchesan; Marcia Helena Scherer Kurs; Fábio Ferreira Gonçalves; Luis Antonio de Ávila; Ednei Gilberto Prime INDICADORES DA QUALIDADE DO SOLO DE VÁRZEA TROPICAL CULTIVADO COM FORRAGEIRAS PARA IMPLANTAÇÃO DO ARROZ IRRIGADO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO - Murillo Lobo Junior; Valácia Lemes da Silva Lobo; João Neto Garcia de Souza; Alberto Baeta dos Santos MONITORAMENTO DE HERBICIDAS E INSETICIDAS EM DOIS RIOS DA DEPRESSÃO CENTRAL DO RS, DURANTE O CULTIVO DO ARROZ IRRIGADO - Luis Antonio de Avila; Gerson Meneghetti Sarzi Sartori; Enio Marchesan; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Tiago Luis Rossato; Gabriel Adolfo Garcia; Renato Zanella; Fábio Ferreira Gonçalves; Márcia Helena Scherer Kurz; Vera Regina Mussói Macedo EFEITO DE UMA FORMULAÇÃO COMERCIAL DO INSETICIDA CARBOFURAN SOBRE A COMUNIDADE DE MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Joele Schmidt Baumart; Bianca Zimmermann; Marcelo Dalosto; Geovane Boschmann Reimche; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Enio Marchesan; Luis Antonio de Avila; Sandro Santos EFEITO DE DIFERENTES FORMULAÇÕES COMERCIAIS DE PESTICIDAS SOBRE A ATIVIDADE DA ACETILCOLINESTERASE EM CÉREBRO E MÚSCULO DE CARPAS (CYPRINUS CARPIO VAR HUNGARA) EXPOSTAS EM LAVOURA DE ARROZ - Bibiana Silveira Moraes; Vânia Lúcia Loro; Alice Raabe; Alexandra Pretto; Milene Braga da Fonseca; Geovane Boschmann Reimche; Luis Antonio de Avila; Sérgio Luiz de Oliveira Machado; Enio Marchesan; Gerson Meneghetti Sarzi Sartori QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO UTILIZADA NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DO ARROZ, CACHOEIRINHA, RS - Maria Helena Lima Ribeiro Reche; Catiusca Reali; Vera Regina Mussoi Macedo; Lidia Mariana Fiúza ABUNDÂNCIA DE COLIFORMES EM ÁGUAS DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM EM ECOSSISTEMA ORIZÍCOLA, CAMAQUÃ, RS - Maria Helena Lima Ribeiro Reche; Catiusca Reali; Vera Regina Mussoi Macedo; Lidia Mariana Fiúza AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE AGROTÓXICOS NO SEDIMENTO DE DOIS MANANCIAIS HÍDRICOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL - Douglas Daniel Grützmacher; Anderson Dionei Grützmacher; Dirceu Agostinetto; Alci Enimar Loeck; Rodrigo Roman; Renato Zanella EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE DESTINAÇÃO DE EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOS NA REGIÃO ORIZICOLA DO SUL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Douglas Daniel Grützmacher; Cândida Renata Farias; Anderson Dionei Grützmacher; Rodrigo Schulz; Marcelo Lerina DINÂMICA DOS ORGANISMOS BENTÔNICOS NA LAVOURA DO ARROZ E SUA RELAÇÃO COM VARIÁVEIS FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO - Karine Delevati PROCESSO DE COLONIZAÇÃO DO SOLO POR INVERTEBRADOS AQUÁTICOS, APÓS A IRRIGAÇÃO EM ARROZ - Karine Delevati Colpo ANÁLISE DE COLIFORMES TOTAIS E FECAIS EM ÁGUAS UTILIZADAS NA ORIZICULTURA DO RIO GRANDE DO SUL - Caroline Frizzo; Jaime Vargas de Oliveira; Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Jose Luiz Rosa dos Santos; Lídia Mariana Fiúza ABUNDÂNCIA DE BACILOS AERÓBIOS E ANAERÓBIOS PRESENTES EM ÁGUAS UTILIZADAS NA IRRIGAÇÃO DO ARROZ EM CINCO REGIÕES PRODUTORAS DO RIO GRANDE DO SUL - Caroline Frizzo; Jaime Vargas de Oliveira; Valmir Gaedke Menezes; Carlos Mariot; Jose Luiz Rosa dos Santos; Lídia Mariana Fiúza AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS UTILIZADOS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO EM DOIS MANANCIAIS HÍDRICOS NO SUL DO BRASIL - Anderson Dionei Grützmacher; Douglas Daniel Grützmacher; Dirceu Agostinetto; Alci Enimar Loeck; Rodrigo Roman; Renato Zanella CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM PRINCIPAL DA LAVOURA DE ARROZ NO PERÍMETRO IRRIGADO DA BARRAGEM DO ARROIO DURO, MUNICÍPIO DE CAMAQUÃ, RS - Vera Regina Mussoi Macedo; Elio Marcolin; Valmir Gaedke Menezes; Sílvio Aymone Genro Jr; Roberto Longaray Jaeger; Everton Luis Fonseca IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS DE LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO NO LITORAL NORTE DE SANTA CATARINA - Hector Silvio Haverroth; Domingos Sávio Eberhardt COMPORTAMENTO AMBIENTAL DO HERBICIDA CLOMAZONA NA TECNOLOGIA PERMIT EM LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Maria Laura Turino Mattos; André Andrés; Ieda Maria Baade dos Santos; Juliano Anselmo SEMENTES E AGROINDÚSTRIA ESTRESSE SALINO E A SENSIBILIDADE DOS GENÓTIPOS DE ARROZ BR-IRGA 409 E TIBA - Clairomar Emílio Flores Hoffmann; Leonardo Schaedler; Luiz Augusto Salles das Neves; Cristiane Freitas Bastos; Gabriel da Luz Wallau COMPOSIÇÃO EM ÁCIDÓS GRAXOS DO ÓLEO DE ARROZ DURANTE O PROCESSO DE REFINO – Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatto CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO FARELO DE ARROZ UTILIZADO PARA A OBTENÇÃO DO ÓLEO DE ARROZ - Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatto TEORES DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E ÁCIDOS FENÓLICOS EM GENÓTIPOS PIGMENTADOS E NÃO PIGMENTADOS DE ARROZ (ORYZA SATIVA, L.) - Nádia Valéria Mussi de Mira; Rosa Maria Cerdeira Barros; Moacir Antonio Schiocchet; José Alberto Noldin; Ursula Maria Lanfer-Marquez ESTUDO DE CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE PRODUTOS DE ARROZ PROVENIENTES DE CAMPOS EXPERIMENTAIS E DO COMÉRCIO DA REGIÃO SUL DO RS - Débora Craveiro Vieira; Vânia da Silva Bierhals; Vanessa Goulart Machado; Giniani Carla Dors; Carlos Alberto Fagundes; Eliana Badiale Furlong INCIDÊNCIA DE MICOTOXINAS E TEOR DE FENÓIS TOTAIS EM DIFERENTES FRAÇÕES DO GRÃO DE ARROZ - Débora Craveiro Vieira; Vânia da Silva Bierhals; Vanessa Goulart Machado; Giniani Carla Dors; Carlos Alberto Fagundes; Eliana Badiale Furlong INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE PARBOILIZAÇÃO SOBRE A FRAÇÃO γ- ORIZANOL DO ARROZ - Paulo Romeu Gonçalves; Maria Regina Alves Rodrigues; Marco Aurélio Ziemerman; Moacir Cardoso Elias; Elvio Aosane; Álvaro Renato Guerra Dias DESENVOLVIMENTO DO CULTIVAR IRGA 420 PROVENIENTE DE SEMENTES DE DISTINTOS VIGORES EM OITO DENSIDADES DE SEMEADURA - João Batista Beltrão Marques; Alexandre Lul Lima; Jorge Antônio Molinari; Ígor Sotal Sauceda SENSIBILIDADE DOS GENÓTIPOS DE ARROZ HÍBRIDO XP-739 E DA CULTIVAR BR-IRGA 409 AO ESTRESSE SALINO - Leonardo Schaedler; Clairomar Emílio Flores Hoffmann; Luiz Augusto Salles das Neves; Gabriel da Luz Wallau; Cristiane Freitas Bastos EFEITO DO BENEFICIAMENTO DO ARROZ NO DESEMPENHO E RESPOSTA METABÓLICA EM RATOS - Cristiane Casagrande Denardin; Nardeli Boufleur; Patrícia Reckziegel; Bruna Mendonça Alves; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Alves Fagundes CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS, PROPRIEDADES DE CONSUMO E PARÂMETROS DE PARBOILIZAÇÃO DOS GRÃOS DE ARROZ DOS CULTIVARES IRGA 423 E IRGA 424 - Carlos Alberto Alves Fagundes; Sérgio Iraçu Gindri Lopes; Mara Cristina Barbosa Lopes; Antonio Folgiarini de Rosso; Renata Pereira da Cruz; Paulo Sergio Carmona; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso Elias ESTABILIZAÇÃO DE FARELO DE ARROZ POR IMERSÃO EM ÁGUA QUENTE - Cristina de Simone Carlos Iglesias Pascual; Vanessa Fernandes Araujo; Fausto Alberto Torres Rodriguez; Maurício de Oliveira; Ursula Maria; Lanfer-Marquez; Moacir Cardoso Elias COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL EM GRÃOS DE ARROZ POLIDO E PARBOILIZADO - Fabrício Barros Brum; Bruna Mendonça Alves; Jaqueline Ineu Golombieski; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Fagundes AVALIAÇÂO DA COMPOSIÇÃO MINERAL DE GRÃOS DE ARROZ BRANCO POLIDO - Jaqueline Ineu Golombieski; Fabrício Barros Brum; Cristiane Casagrande Denardin; Bruna Roberto; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Fagundes CARACTERIZAÇÃO DE MINERAIS EM FARELO DE ARROZ - Simone A.S.C. Faria; Otilia T. Carvalho; Luciana T. Yoshime; Selma N. Koakuzu; Priscila Z. Bassinello; Débora I. T. Fávaro; Marilene D.V.C. Penteado EFEITOS DA TEMPERATURA DA ÁGUA DE ENCHARCAMENTO NA PARBOILIZAÇÃO SOBRE O PERFIL CROMATOGRÁFICO LIPIDICA DO ARROZ - Paulo Romeu Gonçalves; Maria Regina Alves Rodrigues; Marco Aurélio Ziemerman; Mauricio de Oliveira; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias ARROZ VERMELHO NAS AMOSTRAS DE SEMENTES ANALISADAS NA REDE DE LABORATÓRIOS (LAS) DO IRGA NO PERÍODO DE 1996 A 2006 - José Mauro Costa Rodrigues Guma; Jair Flores Junior; Sintia da Costa Trojan; Maria da Graça Burgo Valério; Roberto Longaray Jaeger; Jaceguay Barros PRODUÇÃO DE SEMENTE GENÉTICA E BÁSICA DO IRGA NAS SAFRAS 2005/2006 E 2006/2007 - José Mauro Costa Rodrigues Guma; Athos Dias de Castro Gadea ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DE SEMENTES DO IRGA NAS SAFRAS 2004/2005, 2005/2006 E 2006/2007 - José Mauro Costa Rodrigues Guma PROFUNDIDADE DE SEMEADURA E QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES DE ARROZ HÍBRIDO - Fábio Mielezrski; Rudineli Ribeiro Carvalho; Luís Eduardo Panozzo; Luis Osmar Braga Schuch; Mateus Olivo COMPORTAMENTO DE PLANTAS EM POPULAÇÕES DE ARROZ HÍBRIDO EM FUNÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES - Fábio Mielezrski; Luis Osmar Braga Schuch; Silmar Teichert Peske; Rudineli Ribeiro Carvalho; Luís Eduardo Panozzo; Mateus Olivo EMERGÊNCIA EM CAMPO E CRESCIMENTO INICIAL DE ARROZ HÍBRIDO EM FUNÇÃO DO VIGOR DE SEMENTES - Fábio Mielezrski; Luis Osmar Braga Schuch; Silmar Teichert Peske; Rudineli Ribeiro Carvalho; Luís Eduardo Panozzo; Jacson Zuchi DESEMPENHO DE PLANTAS INDIVIDUAIS DE ARROZ HÍBRIDO EM FUNÇÃO DO VIGOR DAS SEMENTES - Fabio Mielezrski; Luis Osmar Braga Schuch; Silmar Teichert Peske; Luís Eduardo Panozzo; Rudineli Ribeiro Carvalho; Jacson Zuchi MÉTODO ALTERNATIVO NA SEPARAÇÃO DE LOTES DE SEMENTES DE ARROZ QUANTO AO VIGOR - Cristina Rodrigues Mendes; Maria da Graça de Souza Lima; Dario Munt de Moraes INCIDÊNCIA DE SEMENTES DE AESCHYNOMENE spp., ECHINOCHLOA spp. E IPOMEA sp. EM LOTES DE SEMENTES DE ARROZ CERTIFICADAS, NÃO CERTIFICADAS E PRÓPRIAS - Maria da Graça Burgo Valério; Mário Borges Trzeciak; Demócrito Amorim Chiesa Freitas; Patrícia da Silva Vinholes; Francisco Amaral Villela ÉPOCAS DE COLHEITA E QUALIDADE DE ARROZ IRRIGADO BRS JABURU PRODUZIDO EM RORAIMA - Oscar José Smiderle; Moisés Mourão Jr; Antonio Carlos Centeno Cordeiro ÉPOCAS DE COLHEITA DE ARROZ IRRIGADO BR IRGA 409 CULTIVADO EM VÁRZEA DE RORAIMA - Oscar José Smiderle; Paulo Roberto Perreira; Moisés Mourão Jr EFEITOS DA AMILOSE E DA PARBOILIZAÇÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE AMIDO RESISTENTE EM ARROZ - Elizabete Helbig; William da Silva Krolow; André Luiz Radünz; Juliane Mascarenhas Pereira; Magna da Glória Lameiro; Alvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias COMPORTAMENTO VISCOAMILOGRÁFICO DA FARINHA DE ARROZ MOTTI MODIFICADA QUIMICAMENTE - Fernanda Muniz das Neves; Juliane Mascarenhas Pereira; Pablo Daniel Freitas Bueno; Elizabete Helbig; Alvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias EFEITOS DO GRAU DE POLIMENTO SOBRE PROPRIEDADES DE TEXTURA E SENSORIAIS EM ARROZ BRANCO - Cátia Regina Storck; André Luiz Radünz; Gerson Lübk Buss; Jander Luiz Fernandes Monks; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso Elias INTENSIDADE DE POLIMENTO SOBRE PARÂMETROS NUTRICIONAIS E COCÇÃO DO ARROZ PARBOILIZADO - Cátia Regina Storck; Elessandra Zavareze; Juliane Mascarenhas Pereira; Rafael de Almeida Schiavon; Jander Luiz Fernandes Monks; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias EFEITO DO POLIMENTO SOBRE PARÂMETROS NUTRICIONAIS, DE TEXTURA E SENSORIAIS EM GRÃOS DE ARROZ - Maurício de Oliveira; Otaviano Maciel Carvalho Silva; Lisandro Karnopp Tuchtenhagen; Pablo Daniel Freitas Bueno; Cátia Regina Storck; Ana Paula do Sacramento Wally; Moacir Cardoso Elias TERRA DE DIATOMÁCEA E ÁCIDO PROPIÔNICO NO CONTROLE DE Rhyzopertha dominica e Tribolium castaneum EM ARROZ ARMAZENADO - Alexandra Morás; Maurício de Oliveira, Dejalmo Nolasco Prestes; Jonis Gelain; Irineu Lorini, Moacir Cardoso Elias EFEITOS DA PARBOILIZAÇÃO, DO ARMAZENAMENTO E DA COCÇÃO SOBRE A ESTABILIDADE DO AMIDO RESISTENTE EM ARROZ - Elizabete Helbig; Volnei Luiz Meneghetti; Daniel Rutz; Pedro Luiz Antunes; Manoel Artigas Schirmer; Moacir Cardoso Elias EFEITOS DA PARBOILIZAÇÃO SOBRE O CROMATOGRÁFICO DOS ÁCIDOS GRAXOS DO ARROZ - PERFIL Paulo Romeu Gonçalves; Maria Regina Alves Rodrigues; Gisele Feijó Brisolara; Marco Aurélio Ziemann dos Santos; Mauricio de Oliveira; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE EM CAMPO E QUALIDADE INDUSTRIAL DE HÍBRIDOS DE ARROZ NO RIO GRANDE DO SUL Leandro Pasqualli; Evandro Parisotto; Flavio L. Bock; Lauro Weber; Silvio Villa; Cristine Saravia QUALIDADE DE SEMENTES DE ARROZ ANALISADAS NO LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE SEMENTES DO INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ - PELOTAS, NO PERÍODO DE 1991 A 2005 M. G. B. Valerio; M. A. Tillmann RENDIMENTO DE GRÃOS DA CULTIVAR IRGA 420 PROVENIENTE DE SEMENTES DE DISTINTO VIGOR EM OITO DENSIDADES DE SEMEADURA - João Batista Beltrão Marques; Alexandre Lul Lima; Jorge Antônio Molinari Flores; Ígor Sotal Sauceda AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICA E FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ARROZ CERTIFICADAS, NÃO CERTIFICADAS E PRÓPRIAS - Mário Borges Trzeciak; Maria da Graça Burgo Valério; Patrícia da Silva Vinholes; Demócrito Amorim Chiesa Freitas; Francisco Amaral Villela AVALIAÇÃO DO GRAU DE UMIDADE DE SEMENTES DE ARROZ (Oryza sativa L.) DURANTE O PROCESSO DE MATURAÇÃO E SUA VARIAÇÃO NA PANÍCULA - Rodrigo Castro Soares; Marcus Davi Ferreira Teplizky; Fabrício Becker Peske; Paulo Ricardo Reis Fagundes; Ariano Martins Magalhães Jr.; Silmar Teichert Peske INTENSIDADE DO POLIMENTO SOBRE PARÂMETROS FÍSICOS E NUTRICIONAIS EM ARROZ BRANCO POLIDO - Jander Luis Fernandes Monks; Leandro Fernandes Monks; Daniel Rutz; Jeferson da Cunha Rocha; Marcelo Zaffalon Peter; Cátia Regina Storck; Moacir Cardoso Elias EFEITO DO POLIMENTO NAS CARACTERISTICAS QUIMICAS E SENSORIAIS DO ARROZ PARBOILIZADO - Jander Luis Fernandes Monks; Jonis Gelain; Ana Paula do Sacramento Wally; Mateus Pino; Rafael de Almeida Schiavon; Ricardo Tadeu Paraginski; Moacir Cardoso Elias MODELOS MATEMÁTICOS PARA A SECAGEM INTERMITENTE DE ARROZ EM CASCA - Volnei Luiz Meneghetti; Mateus Pino; Jeferson Cunha da Rocha; Willian da Silva Krolow; Rodrigo Bubolz Prestes; Fabrízio da Fonseca Barbosa; Moacir Cardoso Elias RISCO DE CONTAMINAÇÃO POR MICOTOXINAS EM ARROZ E DERIVADOS - Giniani Carla Dors; Melissa dos Santos Oliveira; Vânia Bierhals; Cristina Moreira da Silveira; Eliana Badiale-Furlong EFEITO DO TEOR DE AMILOSE SOBRE O DESEMPENHO E METABOLISMO LIPÍDICO EM RATOS - Cristiane Casagrande Denardin; Nardeli Boufleur; Patrícia Reckziegel; Bruna Mendonça Alves; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Alves Fagundes MODIFICAÇÕES NO MÉTODO CIAT PARA DETERMINAÇÃO DE AMILOSE - Francisco Carlos Deschamps; Gabriel Deschamps Fernandes TEOR DE AMILOSE EM CULTIVARES E LINHAGENS DE ARROZ DO BANCO DE GERMOPLASMAS DA EPAGRI - ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE ITAJAÍ, SC - Gabriel Deschamps Fernandes; Francisco Carlos Deschamps EFEITO DA COCÇÃO SOBRE OS TEORES DE γ-ORIZANOL EM ARROZ INTEGRAL - Cristina de Simone Carlos Iglesias Pascual; Priscila Araujo Pinto; Nadia Valéria Mussi de Mira; Isabel Louro Massaretto; Carlos Alberto Alves Fagundes; Ursula Maria Lanfer-Marquez ................................................................................................................... AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BOLO INGLÊS ELABORADO COM FARINHA DE ARROZ E XANTANA - Bresolin, Rafael; Duarte, Ana Paula Assis, Letícia; Gularte, Márcia Arocha AVALIAÇÃO DA PREFERÊNCIA DE EXTRATOS DE ARROZ ELABORADOS COM ENZIMAS DE MALTE DE CEVADA - Leandra Zafalon Jaekel; Rosane da Silva Rodrigues; Amanda Pinto da Silva ENZIMAS COMERCIAIS NA OBTENÇÃO DE EXTRATO DE ARROZ Leandra Zafalon Jaekel; Rosane da Silva Rodrigues; Amanda Pinto da Silva AVALIAÇÃO DO EFEITO DO COZIMENTO NO CONTEÚDO DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM GENÓTIPOS DE ARROZ INTEGRAL Isabel Louro Massaretto; Nádia Valéria Mussi de Mira; Priscila Araújo Pinto; Cristina de Simone Carlos Iglesias Pascual; José Alberto Noldin; Moacir Antonio Schiocchet; Ursula Maria LanferMarquez TOCOFERÓIS E γ- ORIZANOL NO ÓLEO DE ARROZ ANTES E DEPOIS DO PROCESSO DE REFINO - Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatt INFLUÊNCIA DO CONSUMO DE ARROZ OU DE MACARRÃO NO DESEMPENHO E RESPOSTA METABÓLICA EM RATOS - Cristiane Casagrande Denardin; Nardeli Boufleur; Patrícia Reckziegel; Bruna Mendonça Alves; Leila Picolli da Silva; Carlos Alberto Alves Fagundes PÃO FRANCÊS MISTO DE ARROZ: ASPECTOS LEGAIS, VALOR NUTRICIONAL E ACEITABILIDADE - Angélica Magalhães; Elaine Lohmann, Evely Rucatti; Michele Mendes EFEITO DE XANTANA E DA SUBSTITUIÇÃO DA FARINHA DE ARROZ POR FARINHA DE TRIGO EM BOLO INGLÊS - Bresolin, Rafael; Duarte, Ana Paula; Assis, Letícia; Gularte, Márcia Arocha EFEITO DA ADIÇÃO DE GORDURA E DA FRITURA NA COCÇÃO DO ARROZ - Silva, P.M.; Bresolin, R;. Gularte, M.A INFLUÊNCIA DO RENDIMENTO DO ARROZ COZIDO SOLTABILIDADE DOS GRÃOS - Silva, P.M; Bresolin, R.; Gularte, M.A NA EFEITOS DO GRAU DE GELATINIZAÇÃO SOBRE PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS DE ARROZ PARBOILIZADO - Moacir Cardoso Elias; Flávio Manetti Pereira; Gustavo Cella; Alberto Conceição da Cunha Neto; Dejalmo Nolasco Prestes; Diego Hohlz Prestes Gilberto Wageck Amato CORRELAÇÃO ENTRE VISCOSIDADE FINAL DAS CURVAS VISCOAMILOGRÁFICAS E OS TEORES DE AMILOSE DE FARINHAS DE ARROZ POLIDO - Pablo Daniel Freitas Bueno; Cátia Regina Storck; Mário Satte Alan Neto; Fernanda Scheunemann Sacchet; Moacir Cardoso Elias; Manoel Artigas CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE MISTURAS DE FARINHAS DE TRIGO, ARROZ E SOJA - Ana Paula do Sacramento Wally; Nathan Levien Vanier; Gilberto Arcanjo Fagundes; Fernanda Neves; Álvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE FARINHA DE ARROZ EM BOLOS Márcia Arocha Gularte; Carla Maria Moita Brites; Maria João Trigo EFEITO DA PRESSÃO DE AUTOCLAVAGEM SOBRE A FORMAÇÃO DE AMIDO RESISTENTE EM ARROZ - Elizabete Helbig; Daniel Rutz; Jonis Gelain; André Luiz Radünz; Maurício de Oliveira; Pedro Luiz Antunes, Moacir Cardoso Elias EFEITOS DO GRAU DE GELATINIZAÇÃO SOBRE CARACTERÍSTICAS DE COCÇÃO E PROPRIEDADES SENSORIAIS DE ARROZ PARBOILIZADO - Flávio Manetti Pereira; Elvio Aosani; Paulo Romeu Gonçalves; Rafael Dionello; Dejalmo Nolasco Prestes; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso Elias CONDIÇÕES OPERACIONAIS NA PARBOILIZAÇÃO DE ARROZ COM DIFERENTES TEORES DE AMILOSE - Elizabete Helbig; Elvio Aosani; Jeferson Cunha da Rocha; William da Silva Krolow; Carlos Alberto Alves Fagundes; Alvaro Renato Guerra Dias; Moacir Cardoso Elias EFEITOS DA COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E DO CONTEÚDO DE AMILOSE NAS PROPRIEDADES VISCOAMILOGRÁFICAS DE ARROZ BRANCO SUBMETIDO A DIFERENTES INTENSIDADES DE POLIMENTO Pablo Daniel Freitas Bueno; Jeferson Cunha da Rocha; Mateus Pino; Fabrício de Matos Marques; Leandro Fernandes Monks; Manoel Artigas Schirmer; Moacir Cardoso Elias USO DE SUBPRODUTOS AGROINDUSTRIAIS NO DESENVOLVIMENTO DE MACARRÃO NUTRICIONALMENTE MELHORADO - Angélica Markus Nicoletti; Leila Picolli da Silva; Luisa Helena Hecktheuer; Geni Salete Pinto de Toledo; Fabrício Barros Brum ENRIQUECIMENTO NUTRICIONAL DE MACARRÃO E SEU EFEITO SOBRE A RESPOSTA BIOLÓGICA - Angélica Markus Nicoletti; Leila Picolli da Silva; Geni Salete Pinto de Toledo; Luiza Helena Hecktheuer; Carine Gláucia Comarella; Fabrício Barros Brum COMPORTAMENTO DE HIDRATAÇÃO EM FUNÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES DE ARROZ - Rafael Pivotto Bortolotto; Nilson Lemos de Menezes; Danton Camacho Garcia; Nilson Matheus Mattioni TEOR DE PROTEÍNA EM AUXÍLIO À DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ARROZ - Rafael Pivotto Bortolotto; Nilson Lemos de Menezes; Danton Camacho Garcia; Nilson Matheus Mattioni ÉPOCAS DE COLHEITA E PRODUTIVIDADE DE ARROZ IRRIGADO BRS RORAIMA EM VÁRZEA DE RORAIMA - Oscar José Smiderle; Paulo Roberto Perreira; Moisés Mourão Jr ÉPOCAS DE COLHEITA E QUALIDADE DE SEMENTES DE ARROZ IRRIGADO PRODUZIDAS EM VÁRZEA DE RORAIMA - Oscar José Smiderle; Moisés Mourão Jr.; Vicente Gianluppi CARACTERISTICAS SENSORIAIS DE PÃES ELABORADOS COM FARINHAS MISTAS DE TRIGO, ARROZ E SOJA - Ana Paula do Sacramento Wally; Leandro da Conceição Oliveira; Thiago dos Santos Carrasco; Marlon Leonardo de Oliveira; Márcia Arocha Gularte; Moacir Cardoso Elias CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO DE ARROZ DURANTE O PROCESSO DE REFINO - Vanessa Ribeiro Pestana; Rui Carlos Zambiazi; Carla Mendonça; Mariângela Bruscatto DORMÊNCIA PÓS COLHEITA EM GENÓTIPOS DE ARROZVERMELHO (Oryza sativa L.) CULTIVADOS - Fernanda Martins de Faria; Jaime Roberto Fonseca; Veridiano dos Anjos Cutrim SÓCIO-ECONOMIA ADIÇÃO DE FARINHA DE ARROZ À DE TRIGO: CONTRIBUIÇÃO À ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA - Angélica Magalhães; Antonio Augusto Alves Pereira DENSIDADE DA PRODUÇÃO DE ARROZ NO MUNDO - Alcido Elenor Wander; Carlos Magri Ferreira; Fernando Luís Garagorry; Homero Chaib Filho; Tiago Ribeiro Ricardo ABASTECIMENTO E CONSUMO DE ARROZ NO BRASIL - Alcido Elenor Wander; Carlos Magri Ferreira; Isabel Helena Vernetti Azambuja; Tiago Ribeiro Ricardo ANÁLISE DO AGRONEGÓCIO DO ARROZ IRRIGADO EM RORAIMA PERÍODO 1981 A 2007 - Antonio Carlos Centeno Cordeiro; Moisés Cordeiro Mourão Jr.; Roberto Dantas de Medeiros MANEJO INTEGRADO PARA ALTA PRODUTIVIDADE DO ARROZ IRRIGADO NA ZONA SUL DO RIO GRANDE DO SUL - Vera Pereira Borges; Anderson da Costa Chaves; Giuseppe Morroni; Roger Carriconde; Luis Gonzaga; José Celso Basanesi; Luis Antônio de Leon Valente; Hector Vicente Ramirez; Marcos Souza Fernandes; Valmir Gaedke Menezes PROJEÇÕES PARA O PREÇO DO ARROZ: UMA ANÁLISE GRÁFICA Irceu Agostini; Mauricio ésar Silva. ANÁLISE DA ACEITABILIDADE DE MACARRÃO DE ARROZ SEM GLÚTEN - Angélica Magalhães; Antonio Augusto Alves Pereira; Gabriela da Silva Schirmann CONSUMO DE ARROZ X ALIMENTOS SUBSTITUTOS: UMA ANÁLISE ANTROPOMÉTRICA-NUTRICIONAL BASEADA NA POF 2002-2003 Roselene de Queiroz Chaves; Angélica Magalhães ANÁLISE DAS PRINCIPAIS FONTES DE CARBOIDRATO NA COMPOSIÇÃO E NO CUSTO DO CESTO BÁSICO DE PORTO ALEGRE - Evely Gischkow Rucatti; Angélica Magalhães BENEFICIAMENTO DE ARROZ NO RIO GRANDE DO SUL EM 2006 – Victor Hugo Kayser; Evely Gischkow Rucatti; Camilo Feliciano de Oliveira ESTRATÉGIAS DE DIFERENCIAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO NA AGROINDÚSTRIA ARROZEIRA DO RIO GRANDE DO SUL – Luciane Dittgen Miritz; Paulo Dabdab Waquil SEGMENTAÇÃO NO MERCADO DE ARROZ NO VAREJO – Augusto Hauber Gameiro; Mariana Bombo Perozzi Gameiro FARINHA E MACARRÃO DE ARROZ NA ALIMENTAÇÃO INSTITUCIONAL: ALTERNATIVA PARA O MERCADO ORIZÍCOLA Roselene de Queiroz Chaves; Angélica Magalhães; Nurdine Salé; André Roese; Tânia Nunes da Silva COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ARROZ E DE INDICADORES ECONÔMICOS NO MUNICIPIO DE URUGUAIANA Evely Gischkow Rucatti; Victor Hugo Kayser; Camilo Feliciano de Oliveira ANÁLISE DA INTEGRAÇÃO DOS MERCADOS DE ARROZ INTERNACIONAIS COM O BRASILEIRO - Maria A. S. Braghetta Motta; Hirina Oliveira Moraes Espósito; Silvia Helena G. de Miranda CARACTERIZAÇÃO DO COMPOSTO DE MARKETING DO ARROZ: UMA ANÁLISE CRÍTICA DA SITUAÇÃO NO BRASIL - Tiago Sarmento Barata, Ana Júlia Teixeira Senna AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM DE ARROZ EM EMBALAGENS DE 1 E 5Kg COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE PELOTAS, RS - Bresolin, Rafael; Prates, Denise da Fontoura; Fernandes, Meg da Silva; Pinto, Ellen Porto PROJETO 10: EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE NAS LAVOURAS DE ARROZ IRRIGADO DO RIO GRANDE DO SUL - Eduardo Pinto Amilibia; Valmir Gaedke Menezes; Luis Antônio De Leon Valente DIVERSIFICAÇÃO DE CULTURAS TEMPO DE INÍCIO DE NECROSE DAS RAÍZES E DIÂMETRO DO CAULE DE GENÓTIPOS DE SOJA SOB INUNDAÇÃO - Cláudia Erna Lange REAÇÃO DE GENÓTIPOS FIXOS DE SOJA AO EXCESSO HÍDRICO: DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIA - Cláudia Erna Lange REAÇÃO DE GENÓTIPOS FIXOS DE SOJA AO EXCESSO HÍDRICO: ESTIMATIVA DOS COMPONENTES DE VARIÂNCIA - Cláudia Erna Lang ... DOSES E MANEJO DE NITROGÊNIO NO CULTIVO DO FEIJOEIRO EM VÁRZEAS TROPICAIS - Alberto Baêta dos Santos; Nand Kumar Fageria CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE HÍBRIDOS DE MILHO SOB ESPAÇAMENTO REDUZIDO ENTRE LINHAS EM VÁRZEA TROPICAL - Alberto Baêta dos Santos; Pedro Hélio Estevam Ribeiro EFEITO DE PERÍODOS DE SATURAÇÃO DO SOLO NA TOLERÂNCIA À INUNDAÇÃO DE DOIS GENÓTIPOS CONTRASTANTES DE SOJA Cláudia Erna Lange; Vladirene Macedo Vieira; Paulo Regis Ferreira da Silva; Humberto Bohnen PRODUTIVIDADE DE FORRAGEM DE POPULAÇÕES DE CAPIM LANUDO EM TERRAS BAIXAS - Andréa Mittelmann; Bruna Obes Corrêa; Dagoberto da Silva Pires; Milena Moreira Peres ATRASO NA SEMEADURA APÓS A DESSECAÇÃO PREJUDICA O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM MILHO CULTIVADO EM TERRAS BAIXAS - Theisen, G.; Porto, M.P.; Andres, A EMERGÊNCIA DE ARROZ E CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE UMIDADE DO SOLO - Mauricio dos Santos; Germani Conçenço; André Andres; Jorge Rieffel Filho; Jean Vilella; Carlos Nachtigall Garcia; Nei Fernandes Lopes ALTERAÇÃO NOS PARÂMETROS QUÍMICOS DO SOLO DURANTE QUATRO ANOS DE RIZIPISCICULTURA - Enio Marchesan; Gustavo Mack Teló; Tiago Luis Rossato; Silvio Carlos Cazarotto Villa; Diogo Machado Cezimbra; Jaqueline Ineu Golombieski OFICINA TECNOLÓGICA MANEJO E COMPORTAMENTO AMBIENTAL DO INSETICIDA CARBOFURANO NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO - Maria Laura Turino Mattos; José Francisco da Silva Martins TECNOLOGIA QUE PROPORCIONA MAIOR LUCRATIVIDADE Eduardo Romann Martini ARROZ HÍBRIDO SUPERANDO DESAFIOS - Markus Ritter; Leandro Pasqualli; Renato Luzzardi; Cristine Saravia; Hélvio Missau CIPERÁCEAS E SEUS DANOS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO - Fernando Luis Perini PALESTRAS AGRICULTURA DE PRECISION EN INIA - URUGUAY - Alvaro Roel; Federico Molina; Hugo Firpo; Jose Terra FARELO DE ARROZ COMO FONTE DE BIODIESEL - Tatiana Magalhães, Thaís Corso, Rosane Ligabue, Sandra Einloft, Jeane Dullius. IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS SOBRE O ARROZ IRRIGADO NO SUL DO BRASIL - Silvio Steinmetz NOVOS PRODUTOS DERIVADOS DO ARROZ - José Luis; Ramírez Ascheri TREHALOSE PRODUCING TRANSGENIC RICE PLANTS WITH IMPROVED SALINITY AND COLD TOLERANCE: PROGRESS AND FUTURE PROSPECTS - Ajay K. Garg; Ray J. Wu ARROZ, TRIGO E MILHO: A CIÊNCIA DA GENÔMICA COMPARATIVA E OS CEREAIS QUE ALIMENTAM O MUNDO - Antonio Costa de Oliveira PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE CAPIM-ARROZ (Echinochloa spp.) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Siumar P. Tironi(1), Jesus J. O. Pinto(1), Rodrigo Neves(2). 1 Centro de Estudos em Herbologia (CEHERB), DFs-FAEM-UFPel, CEP 96010900, Pelotas-RS; 2 Dow AgroScience, e-mail: [email protected] O capim-arroz (Echinochloa sp.) se constitui em uma das principais plantas daninhas que infesta às lavouras de arroz no Rio Grande do Sul (RS). Os efeitos negativos de sua presença incluem competição por recursos limitantes, aumento do custo de produção, acamamento de plantas, dificuldade de colheita, depreciação da qualidade do produto, hospedagem de pragas e moléstias e diminuição do valor comercial das áreas cultivadas. A principal forma de interferência que se estabelece entre capim-arroz e arroz irrigado é a competição pelos recursos luz e nutrientes. Competição pode ser definida como sendo a apreensão ou retirada conjunta, por duas ou mais plantas, de recursos essenciais ao seu crescimento e desenvolvimento, os quais estão limitados no ecossistema comum (Pitelli, 1981). A competição exercida pelo capim-arroz ao arroz cultivado é um dos principais fatores responsáveis pela redução do potencial de produtividade do cereal em várias regiões do mundo. Fischer et al. (1997), observaram reduções na ordem de 58 e 53% em dois anos de pesquisa, na média de 10 cultivares de arroz, para populações estabelecidas pela semeadura de 40 sementes viáveis m-2. No estado do RS, resultados demonstram perdas de produtividade de 26% para populações de 13 plantas de capimarroz m-2 (Menezes et al., 2003). Devido às elevadas infestações de capim-arroz acarretarem altas perdas da produtividade, a adoção de controle químico certamente se justifica. Assim, a época de manejo das plantas daninhas passa a ter importância, uma vez que o atraso na adoção do manejo químico poderá reduzir a eficiência de controle das plantas daninhas e causar danos à cultura e conseqüente redução na produtividade de grãos. Para determinar a época correta de controle químico é necessário investigar os períodos de interferência da planta daninha com a cultura. O objetivo do trabalho foi determinar os períodos de competição de capim-arroz (Echinochloa spp.) na cultura do arroz irrigado, em sistema de semeadura convencional, pela aplicação de herbicidas. O experimento foi conduzido em condições de campo, no Centro Agropecuário da Palma (CAP/UFPel), município do Capão do Leão/RS, durante a estação de crescimento 2005/06. O preparo do solo foi realizado pelo sistema convencional, com aração e gradagem. A adubação de base foi realizada utilizando-se 495 Kg ha-1 de adubo NPK, na formulação 6-14-12. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições. Cada unidade experimental (parcela) foi composta por área de 11m2 (5,0 x 2,2m). Os tratamentos foram separados em dois modelos de interferência: no primeiro, a cultura conviveu com o capim-arroz por períodos crescentes; e, no segundo, a cultura foi submetida a períodos crescentes de controle da comunidade infestante. Os tratamentos, utilizados estão relacionados na Tabela 1. A cultivar de arroz reagente foi a BRS Pelota, semeada em espaçamento entre linhas de 0,17 m e densidade de semeadura de 400 plantas m2. A infestação média de capim-arroz na área experimental foi de 604 plantas m-2. Para aplicação dos herbicidas utilizou-se pulverizador pressurizado a CO2, munido com 5 bicos tipo leque 110-02, mantendo-se pressão constante de 210 kPa e velocidade de deslocamento de 3,6 km h-1, o que propiciou a aplicação de um volume de calda de 150 L ha-1. A adubação de cobertura foi realizada utilizando-se 255 kg ha-1 de uréia (115 kg de N ha ), fracionada em duas aplicações, nos estádio de afilhamento e diferenciação do primórdio floral da planta de arroz. As demais práticas de manejo utilizadas no experimento foram aquelas preconizadas pelas recomendações técnicas (SOSBAI, 2005). -1 Tabela 1 – Tratamentos testados, CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06 Tratamentos Época (DAE1) Ingrediente ativo Doses (g ha-1) Convivência 0 penoxsulam 48 Convivência 7 penoxsulam 48 Convivência 14 penoxsulam 48 Convivência 21 penoxsulam 48 Convivência 28 penoxsulam 48 Convivência 135 ----Controle 0 cyhalofop 720 Controle 7 cyhalofop 720 Controle 14 cyhalofop 720 Controle 21 cyhalofop 720 Controle 28 cyhalofop 720 Controle --cyhalofop2 720 1 2 Dias após a emergência; Aplicação seqüencial. Adjuvante Veget Oil Veget Oil Veget Oil Veget Oil Veget Oil --Iharol Iharol Iharol Iharol Iharol Iharol A variável resposta avaliada foi produtividade de grãos da cultura, determinada em área útil de 4,5 m2, aos 135 dias após a emergência (DAE). Para a determinação do período anterior à interferência (PAI), período total de prevenção da interferência (PTPI) e período crítico de prevenção da interferência (PCPI), os dados de produtividade de grãos obtidos em ambos os modelos de interferência, foram ajustados ao modelo de regressão não-linear usando a seguinte equação logística: y= a . [1+(x/b)c] Onde: y = produtividade de grãos; x = número de dias após a emergência da cultura; a = produtividade máxima obtida na testemunha limpa; b = número de dias em que ocorre 50% da redução na produtividade máxima; e, c = declividade da curva. O PAI e PTPI foram calculados subtraindo-se 5% da produtividade máxima estimada pelo modelo, valor considerado como custo da adoção de medidas de controle químico. Os dados de produtividade de grãos apresentaram bom ajuste ao modelo de regressão não-linear, sendo os valores de R2 = 0,86 e 0,90 para períodos de convivência (penoxsulam) e controle (cyhalofop), respectivamente (Figura 1). As equações logísticas representando a produtividade obtida nos modelos com convivência inicial (penoxsulam) e com controle inicial (cyhalofop), considerando o valor de 5% da produtividade estimada (7168 kg ha-1) como sendo o custo de controle, permitem inferir que o PAI para capim-arroz, ocorreu da emergência da cultura até 10 DAE, enquanto que o PTPI ocorreu da emergência da cultura até 32 DAE (Figura 1). Assim, o PCPI para capim-arroz em arroz irrigado corresponde ao período compreendido entre os 10 e 32 DAE. Na prática, este é o período em que as capinas ou o efeito residual do herbicida devem abranger, pois as plantas daninhas que emergirem neste período causarão interferência e reduzirão significativamente a produtividade de grãos. Para o modelo com convivência inicial (penoxsulam), verificou-se que foram necessários 44 dias para que ocorresse 50% da redução na produtividade máxima. Já, para o modelo com controle inicial (cyhalofop) a redução de 50% da redução na produtividade máxima ocorreu aos 10 DAE (Figura 1). Produtividade de grãos (Kg ha-1) 10000 8000 6000 Convivência (Penoxsulam) Controle (Cyhalofop) R 2= 0,86 y=7167,8/1+[x/44,05]1,87 R 2= 0,90 y=10069,4/1+[x/9,747]-0,63 PAI 4000 PTPI 2000 PCPI 0 0 10 20 32 40 60 80 100 120 140 Dias após a emergência Figura 1: Produtividade de grãos de arroz irrigado, em função dos períodos de convivência e controle de capim-arroz. CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. Os resultados obtidos permitem concluir que o período em que a cultura do arroz e as plantas daninhas podem conviver sem que ocorra interferência e redução da produtividade de grãos (PAI) estende-se até os 10 dias após a emergência da cultura. O período em que a cultura do arroz deve ficar livre da interferência de plantas daninhas para que a produção não seja afetada negativamente (PTPI) estende-se até 32 dias após a emergência da cultura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: FISCHER, A.J.; RAMÍREZ, H.V.; LOZANO, J. Suppression of junglerice (Echinochloa colona (L.) Link) by irrigated rice cultivars in Latin America. Agronomy Journal, Madison, v.89, n.3, p.516-521, 1997. PITELLI, R.A. Competição por nutrientes entre a cultura do arroz e a comunidade infestante. Efeitos do espaçamento e da fertilização nitrogenada. Piracicaba, 1981, 80p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas). Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 1981. MENEZES, V.G.; RAMIREZ, H. Controle de capim arroz (Echinochloa crusgalli) e capim capivara (Hymenachne amplexicaulis) com o herbicida Clincher em arroz irrigado no sistema de cultivo pré-germinado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3., REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p.507-509. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS:SOSBAI, 2005. 159p. COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM GENÓTIPO SIMULADOR DE ARROZ-VERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS RELATIVAS DE EMERGÊNCIA Dirceu Agostinetto(1), Nilson Gilberto Fleck(2), Carlos Eduardo Schaedler(2), Rubia Piesanti(3). ¹ Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS e Depto. de Fitossanidade da FAEM/UFPel, Caixa Postal 354, CEP 96160-000 Pelotas-RS. e-mail: [email protected]. 2 Depto. de Plantas de Lavoura da Faculdade de Agronomia da UFRGS. (3) Depto. de Fitossanidade da FAEM/UFPel. A perda em produtividade de grãos de arroz, decorrente da interferência exercida por plantas daninhas, depende de sua população de plantas, distribuição na área, estatura, época relativa de emergência e fluxos de emergência (Parker & Murdoch, 1996). Nos estudos de competição entre plantas daninhas e culturas é importante agregar-se a proporção de plantas entre as espécies e não apenas a influência das populações no processo competitivo. Para se definir as interações competitivas entre plantas daninhas e culturas, o método mais utilizado tem sido o de séries de substituição, o qual permite avaliar a competição inter e intra-específica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a competitividade relativa entre as cultivares de arroz irrigado IRGA 417 e EEA 406, quando emergiram em diferentes épocas. O genótipo EEA 406 exerceu a função de simulador de arroz-vermelho por apresentar características morfológicas semelhantes às da infestante. O experimento foi instalado em casa-de-vegetação, na Faculdade de Agronomia da UFRGS, em vasos com capacidade volumétrica de 10 litros, utilizando-se como substrato solo proveniente de lavoura orizícola. Arranjaram-se os tratamentos através do método experimental de séries substitutivas. Os tratamentos incluíram épocas de emergência do genótipo EEA 406 (-8; 0; +8 dias), em relação à da cultivar IRGA 417; e, proporções de plantas da cultivar IRGA 417 (X) e do competidor (Y): 100:0, 75:25, 50:50, 25:75, 0:100. Trinta dias após a emergência (DAE) dos competidores, para a época de semeadura simultânea, determinaram-se a área foliar e a matéria seca da parte aérea das plantas. Calcularam-se, ainda, a produtividade relativa (PR) e a produtividade relativa total (PRT) para todos os tratamentos e variáveis. Estimaram-se, também, a competitividade relativa (CR), que representa o crescimento comparativo da cultivar de arroz (X) em relação ao genótipo competidor (Y); o coeficiente de agrupamento relativo (K), que indica a dominância relativa entre a cultivar e o competidor; e, o coeficiente de agressividade (A), o qual aponta o componente mais competitivo da associação. Para os índices CR, K e A, considerou-se existir diferenças em competitividade quando, para no mínimo dois deles, houvesse diferenças significativas pelo teste “t”. Considerou-se a cultivar de arroz mais competitiva do que o competidor quando: CR>1, Kx>Ky e A>0 (Hoffman & Buhler, 2002). Os resultados obtidos para área foliar e matéria seca da parte aérea por planta foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos foram comparadas em relação às das monoculturas (testemunhas) pelo teste de Dunnett (p ≤ 0,05). Os desvios observados nas retas de PR demonstraram, para ambas as variáveis, que as maiores perdas de produtividade relativa da cultura ocorreram quando o genótipo simulador emergiu 8 dias antes da cultura (Figura 1). Os valores de PRT foram inferiores às linhas hipotéticas, para ambas as variáveis, quando a emergência de EEA 406 ocorreu antes ou juntamente com a cultura. Isso evidencia que a cultivar e o simulador dividem o mesmo nicho e ocorre antagonismo na disputa por recursos do meio. Não houve diferenças nos índices de competitividade em nenhuma das épocas relativas de emergência (Tabela 1). Deste modo, um componente da associação não foi mais competitivo do que o outro e ambos podem ocupar o mesmo nicho quando participam com igual proporção de plantas. Quando a cultivar e o genótipo emergiram juntos, na proporção de plantas 50:50, a cultura apresentou menor área foliar, comparativamente à testemunha (100:0). Já, quando a emergência do simulador deu-se 8 dias antes da cultura e a proporção de plantas foi 25:75, o genótipo EEA 406 apresentou maiores área foliar e matéria seca (Tabela 2). Área foliar Matéria seca da parte aérea (-8 DAE) (-8 DAE) 1,2 1,2 1,0 1,0 0,8 0,8 0,6 0,6 0,4 0,4 X= IRGA 417 Y= EEA 406 0,2 0,0 0,2 X= IRGA 417 Y= EEA 406 1,4 0,0 1,4 (0 DAE) (0 DAE) Produtividade relativa 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0 0,8 0,8 0,6 0,6 0,4 0,4 X= IRGA 417 Y= EEA 406 X= IRGA 417 Y= EEA 406 0,2 0,2 0,0 0,0 1,4 (+8 DAE) 1,4 (+8 DAE) 1,2 1,2 1,0 1,0 0,8 0,8 0,6 0,6 0,4 0,4 X= IRGA 417 Y= EEA 406 0,2 0,0 100/0 (X/Y) Produtividade relativa 1,4 75/25 50/50 X= IRGA 417 Y= EEA 406 25/75 Proporção relativa de plantas 0/100 100/0 (X/Y) 75/25 50/50 0,2 25/75 0,0 0/100 Proporção relativa de plantas Figura 1 – Diagramas resultantes das épocas relativas de emergência para as variáveis área foliar e matéria seca da parte aérea. UFRGS, Porto Alegre, 2001. Círculos cheios (●) representam a produtividade relativa da cultivar de arroz (X), círculos vazios (○) a do genótipo simulador de arroz-vermelho (Y) e triângulos (▼) a produtividade relativa total. As linhas tracejadas referem-se às produtividades relativas hipotéticas, nas quais não ocorre interferência de um genótipo sobre o outro. (DAE = dias após a emergência da cultura) Os resultados permitem concluir que ocorre efeito antagônico entre a cultivar de arroz IRGA 417 e o genótipo simulador de arroz-vermelho (EEA 406), quando a emergência deste ocorre 8 dias antes ou juntamente com a cultura e ambos participam na mesma proporção de plantas. O genótipo EEA 406 sobrepõe-se à cultivar IRGA 417 quando sua emergência ocorre 8 dias antes da cultura e sua população de plantas predomina na associação. A cultivar de arroz e o genótipo simulador expressam equivalência em habilidades competitivas. Tabela 1. Índices de competitividade entre a cultivar de arroz IRGA 417 e o genótipo competidor EEA 406, expressos por competitividade relativa (CR) e coeficientes de agrupamento relativo (k) e de agressividade (A), em função de épocas relativas de emergência do simulador. UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001 ky (arroz vermelho) A Épocas Variáveis CR kx(arroz) Área foliar 0,63 (±0,12)ns 0,43 (±0,10)ns 0,95 (±0,20)ns -0,18 (±0,07)ns -8 dias Matéria seca 0,60 (±0,12)ns 0,41 (±0,09)ns 1,03 (±0,24)ns -0,21 (±0,08)ns Área foliar 1,18 (±0,09)ns 0,64 (±0,03)ns 0,51 (±0,05)ns 0,05 (±0,02)ns 0 dia Matéria seca 1,17 (±0,06)ns 0,76 (±0,02)ns 0,59 (±0,04)* 0,06 (±0,02)ns Área foliar 1,54 (±0,31)ns 3,67 (±1,63)ns 0,79 (±0,23)ns 0,24 (±0,13)ns +8 dias Matéria seca 1,36 (±0,22)ns 2,74 (±1,51)ns 0,88 (±0,15)ns 0,18 (±0,11)ns (ns) (*) Diferenças não significativas e significativas a 5% de probabilidade do erro pelo teste “t”. Valores entre parênteses representam o erro padrão da média. Tabela 2. Variáveis morfológicas de plantas da cultivar de arroz IRGA 417 e do genótipo competidor (EEA 406), associados em diferentes proporções de plantas, e avaliadas em três períodos de competição. UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001 Épocas de 1 competição Proporções de plantas (arroz:competidor) 75:25 50:50 25:75 0:100 (T) CV (%) IRGA 417 Área foliar 58,0 ns 64,3 ns 72,5 ns 29,1 -8 98,0 ns 90,2 91,8 ns 0 113,4 76,5 * 16,2 ns ns ns 126,3 127,3 122,6 +8 95,7 36,6 Massa seca 0,58 ns 0,49 ns 0,53 ns -8 0,85 26,1 0,68 ns 0,65 ns 0,82 ns 0 0,75 13,0 0,90 ns 0,91 ns 1,03 ns +8 0,70 33,6 EEA 406 Área foliar 149,7 ns 142,5 ns 249,8 * 156,6 16,8 -8 ns 90,6 83,0 ns 0 75,0 * 95,9 11,4 49,7 ns 46,8 ns 39,9 ns +8 55,3 21,1 Massa seca 1,02 ns 1,09 ns -8 1,78 * 1,10 16,3 0,66 ns 0,56 ns 0,70 ns 0 0,75 16,3 ns ns ns 0,30 0,30 0,25 +8 0,32 14,9 1 Intervalos (dias) em relação à semeadura da cultura; (*) e (ns) valores significativos e não significativos, respectivamente, pelo teste de Dunnett (p ≤ 0,05), em relação aos monocultivos (testemunhas - T), quando comparados nas linhas. 100:0 (T) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: HOFFMAN, M.L.; BUHLER, D.D. Utilizing Sorghum as a functional model of crop-weed competition. I. Establishing a competitive hierarchy. Weed Science, Lawrence, v.50, n.4, p.466-472, 2002. PARKER, L.; MURDOCH, A.J. Mathematical modeling of multispecies weed competition in spring wheat. In: INTERNATIONAL WEED CONTROL CONGRESS, 2., Copenhagen, 1996. Proceedings… Copenhagen, IWSS,1996. p.153-158. Agradecimento: Ao CNPq, pelo auxílio financeiro e pelas bolsas concedidas aos autores. COMPETITIVIDADE DE CULTIVAR DE ARROZ COM BIÓTIPO DE ARROZVERMELHO EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS RELATIVAS DE EMERGÊNCIA Dirceu Agostinetto(1), Nilson Gilberto Fleck(2), Carlos Eduardo Schaedler(2). ¹ Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS e Depto. de Fitossanidade da FAEM/UFPel, Caixa Postal 354, CEP 96160-000 Pelotas-RS. e-mail: [email protected]. 2 Depto. de Plantas de Lavoura da Fac. de Agronomia da UFRGS. Dentre as causas que reduzem o potencial de produtividade de grãos de arroz no Rio Grande do Sul, destaca-se a interferência exercida por plantas daninhas, como o arrozvermelho (Oryza sativa L.), o qual se constitui numa das espécies mais prejudiciais em nível de cultivo de arroz em todas as regiões orizícolas. A competição exercida por plantas daninhas depende da população e da época de emergência em relação à cultura. Esses efeitos podem ser quantificados através de experimentos substitutivos (Roush et al., 1989). Para isso, a população total das plantas é mantida constante, variando-se a proporção dos competidores, visando identificar qual deles é mais competitivo (Cousens, 1991). O objetivo deste trabalho foi analisar a competitividade relativa entre proporções de plantas de uma cultivar de arroz irrigado e arroz-vermelho, em função de épocas relativas de emergência. O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, na Faculdade de Agronomia da UFRGS, utilizando-se vasos com capacidade volumétrica de 10 litros, preenchidos com solo oriundo de lavoura orizícola como substrato. Os tratamentos testados foram épocas de emergência do arroz-vermelho (-8; 0; +8 dias) em relação à cultivar IRGA 417 e proporções de plantas de arroz (X) e de arroz-vermelho (Y): 100:0, 75:25, 50:50, 25:75, 0:100. Para obtenção das populações, as sementes foram pré-germinadas em laboratório e, posteriormente, transplantadas. Trinta dias após a emergência (DAE), para a época de semeaduras simultâneas, foram determinadas área foliar e matéria seca da parte aérea. A produtividade relativa (PR) e a produtividade relativa total (PRT) foram determinadas para todos os tratamentos e variáveis. Também, foram estimados a competitividade relativa (CR), que representa o crescimento comparativo da cultivar IRGA 417 (X) em relação ao competidor arroz-vermelho (Y); o coeficiente de agrupamento relativo (K), que indica a dominância relativa entre X e Y; e, o coeficiente de agressividade (A), que aponta qual é o componente mais competitivo. Para os índices CR, K e A, considerou-se existir diferenças em competitividade quando, no mínimo dois deles, expressassem diferenças significativas pelo teste “t”. No caso, considerou-se a cultivar de arroz mais competitiva quando: CR>1, Kx>Ky e A>0 (Hoffman & Buhler, 2002). Os resultados obtidos para área foliar e massa da matéria seca da parte aérea por planta foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos foram comparadas em relação às testemunhas (monoculturas) pelo teste de Dunnett (p ≤ 0,05). A análise gráfica mostrou que, na proporção de plantas 50:50, em geral os desvios observados das retas de PR foram maiores para a cultivar IRGA 417, indicando que as maiores contribuições para as PRT deveram-se à cultivar (Figura 1). Quando a emergência dos competidores ocorreu simultaneamente, as curvas de PRT foram inferiores às linhas hipotéticas em ambas as variáveis, o que pode decorrer da competição pelo(s) mesmo(s) recurso(s) do nicho. Quando a emergência dos competidores não foi simultânea, em geral as PRT foram superiores às linhas hipotéticas, para ambas as variáveis, demonstrando que eles competiram pelo(s) mesmo(s) recurso(s), mas em épocas diferentes. Para a variável área foliar, quando a emergência dos competidores foi simultânea, ou para ambas as variáveis, quando a emergência do arroz-vermelho atrasou, verificaramse diferenças em competitividade entre os genótipos (Tabela 1). O crescimento da cultivar IRGA 417, em relação ao arroz-vermelho, como indicado pelo índice CR, superou o do arroz-vermelho aos 8 dias após sua emergência e, para as duas variáveis, a cultivar de arroz mostrou maior competitividade. Isso demonstra que, quando a cultivar e a planta daninha apresentarem emergência simultânea, ou quando a emergência do competidor atrasar, a competitividade relativa da cultivar IRGA 417 será superior. Já, na proporção de plantas 25:75, a emergência antecipada do arroz-vermelho lhe proporcionou maiores área foliar e produção de matéria seca, comparativamente à testemunha (Tabela 2.) 1,2 Matéria seca da parte aérea (-8 DAE) (-8 DAE) 1,4 1,2 1,0 1,0 0,8 0,8 0,6 0,6 0,4 0,4 0,2 X= IRGA 417 Y= Arroz-vermelho X= IRGA 417 Y= Arroz-vermelho 0,0 1,4 (0 DAE) 0,2 0,0 1,4 (0 DAE) 1,2 Produtividade relativa 1,2 1,0 1,0 0,8 0,8 0,6 0,6 0,4 0,4 0,2 X= IRGA 417 Y= Arroz-vermelho X= IRGA 417 Y= Arroz-vermelho 0,0 1,4 1,2 0,0 1,4 (+8 DAE) (+8 DAE) 0,2 1,2 1,0 1,0 0,8 0,8 0,6 0,6 0,4 0,4 0,2 0,0 100/0 (X/Y) Produtividade relativa Área foliar 1,4 X= IRGA 417 Y= Arroz-vermelho X= IRGA 417 Y= Arroz-vermelho 75/25 50/50 25/75 Proporção relativa de plantas 0/100 100/0 (X/Y) 75/25 50/50 25/75 0,2 0,0 0/100 Proporção relativa de plantas Figura 1. Diagramas resultantes das épocas de emergência para as variáveis área foliar e matéria seca da parte aérea. UFRGS, Porto Alegre, 2001. Círculos cheios (●) representam a produtividade relativa do arroz cultivado (X), círculos vazios (○) a do arroz-vermelho (Y) e triângulos (▼) a produtividade relativa total. As linhas tracejadas referem-se às produtividades relativas hipotéticas, situações em que não ocorre interferência de um genótipo sobre o outro. (DAE = dias após a emergência da cultura) Conclui-se que a cultivar de arroz IRGA 417 apresenta maior habilidade competitiva do que o arroz-vermelho quando a emergência deste se dá após a emergência da cultura. Quando a emergência do arroz-vermelho se antecipa à do arroz, seus efeitos competitivos sobre a cultura predominam e são potencializados pelo incremento de sua população de plantas na associação. Tabela 1. Índices de competitividade entre a cultivar de arroz IRGA 417 e genótipo de arroz-vermelho, expressos por competitividade relativa (CR) e coeficientes de agrupamento relativo (K) e de agressividade (A), em função de épocas relativas de emergência dos competidores. UFRGS, Porto Alegre, 2001 Épocas Variáveis CR Kx(arroz) Ky (arroz-vermelho) A Área foliar 0,64 (±0,23)ns -0,53 (±0,26)ns 1,29 (±0,54)ns -0,21 (±0,15)ns ns ns ns Matéria seca 0,62 (±0,23) 0,54 (±0,26) 0,14 (±0,61) -0,23 (±0,14)ns Área foliar 1,57 (±0,23)ns 1,29 (±0,18)ns 0,66 (±0,17)* 0,17 (±0,05)* 0 dia Matéria seca 1,47 (±0,20)ns 1,40 (±0,17)ns 0,75 (±0,17)ns 0,16 (±0,06)ns Área foliar 1,31 (±0,02)* 3,11 (±1,26)ns 1,23 (±0,39)ns 0,17 (±0,03)* +8 dias ns ns Matéria seca 1,27 (±0,01)* 3,00 (±1,13) 1,34 (±0,28) 0,15 (±0,02)* (*) (ns) Valores significativos e não significativos pelo teste t (p ≤ 0,05). Valores entre parênteses representam o erro padrão da média. -8 dias Tabela 2. Variáveis morfológicas de plantas da cultivar de arroz IRGA 417 e de genótipo de arroz-vermelho, associados em diferentes proporções de plantas, e avaliadas em três períodos de competição, UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001 Épocas de competição1 Proporções de plantas (arroz:competidor) CV (%) 75:25 50:50 25:75 0:100 (T) IRGA 417 Área foliar ns ns ns -8 85,0 81,3 53,0 49,6 32,7 ns ns ns 0 70,0 66,5 77,6 73,3 14,1 ns ns ns +8 101,6 105,3 145,4 143,2 15,7 Matéria seca -8 0,77 0,71 ns 0,49 ns 0,46 ns 31,7 0 0,63 0,59 ns 0,72 ns 0,62 ns 10,0 ns ns ns +8 0,76 0,77 1,08 1,05 16,1 Arroz-vermelho Área foliar -8 212,0 ns 210,3 ns 351,0 * 203,0 18,3 ns 112,0 ns 112,1 ns 147,6 18,3 0 134,0 ns ns ns +8 91,7 75,5 55,1 69,5 23,0 Matéria seca ns ns -8 1,52 1,59 2,46 * 1,46 17,2 0,78 ns 0,75 ns 0,95 17,6 0 0,87 ns ns ns ns +8 0,50 0,45 0,33 0,40 20,3 1 Intervalos (dias) em relação à semeadura da cultura; (*) e (ns) valores significativos e não significativos, respectivamente, pelo teste de Dunnett (p ≤ 0,05), em relação aos monocultivos (testemunhas - T), quando comparados nas linhas. 100:0 (T) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: COUSENS, R. Aspects of design and interpretation of competition (interference) experiments. Weed Technology, Champaign, v.5, n.3, p.664-673, 1991. HOFFMAN, M.L.; BUHLER, D.D. Utilizing Sorghum as a functional model of crop weed competition. I. Establishing a competitive hierarchy. Weed Science, Lawrence, v.50, n.4, p.466-472, 2002. ROUSH, M.L. et al. A comparison of methods for measuring effects of density and proportion in plant competition. Weed Science, Champaign, v.37, n.2, p.268-275, 1989. Agradecimento: Ao CNPq, pelo auxílio financeiro e pelas bolsas concedidas aos autores. CONTROLE DE ARROZ-VERMELHO COM O HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC Lisiane Camponogara Fontana(1), Dirceu Agostinetto(1), Jesus Juarez Oliveira Pinto(1), Rubia Piesanti Rigoli(1), Silvia de Souza Figueredo(1), Mariane Rosenthal(1). 1Centro de Estudos em Herbologia (CEHERB) - DFs/FAEM/UFPel, Campus Universitário - Caixa Postal 354 - CEP 96010-900, e-mail: [email protected] O arroz-vermelho é considerado uma das mais importantes plantas daninhas em áreas produtoras de arroz no mundo (Eleftherohorinos & Dhima, 2002). Após décadas de busca por alternativas para controle desta planta daninha, desenvolveram-se genótipos de arroz tolerantes a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas. Essa nova tecnologia associa cultivares de arroz tolerantes a herbicidas não seletivos ao arroz, constituindo-se numa estratégia eficiente para o controle de arroz-vermelho (Steele et al., 2002). No entanto, há referência de que o arroz cultivado tolerante ao herbicida imazethapyr possui também tolerância a outros herbicidas, que demonstraram ser eficientes no controle de plantas daninhas (Webster & Masson, 2001). Assim, é possível que nicosulfuron também apresente eficiência no controle de arroz-vermelho. O presente estudo objetivou avaliar a eficácia no controle de arroz-vermelho com a utilização do herbicida nicosulfuron. O experimento foi realizado em casa-de-vegetação da FAEM/UFPel, localizada no município de Capão do Leão, RS, na estação de crescimento 2005/06. As unidades experimentais constaram de baldes plásticos com capacidade de oito litros, preenchidos com solo peneirado. Em cada vaso foram semeadas 25 sementes de arroz-vermelho, sendo após a emergência procedido o desbaste, selecionando cinco plântulas. O biótipo utilizado apresentava pericarpo de cor avermelhada e ausência de aristas, sendo proveniente de uma área localizada no município de Pelotas, RS. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial, onde o fator A comparou herbicidas (imazethapyr + imazapic ou nicosulfuron) e o fator B avaliou doses dos herbicidas correspondentes a 0,00 (testemunha sem aplicação); 0,25; 0,75; 1,00; 1,25 e 1,50 L ha-1 de nicosulfuron (40 g L-1) ou imazethapyr + imazapic (75 + 25 g L-1). Aos tratamentos com o herbicida imazethapyr + imazapic foi adicionado à calda de pulverização um adjuvante não iônico (Dash HC®) na proporção de 0,3% v/v. A aplicação foi efetuada sobre as plantas de arroz-vermelho em estádio de desenvolvimento V4, com auxílio de um pulverizador costal pressurizado a CO2, munido com bico 110.015 do tipo leque, regulado para aplicar 150 L ha-1 de calda herbicida. A irrigação foi realizada de acordo com a necessidade das plantas, sendo mantida uma lâmina de água permanente a partir do terceiro dia após a aplicação dos herbicidas. As variáveis analisadas foram controle e massa seca da parte aérea. A fitotoxicidade foi observada visualmente aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação dos tratamentos (DAT), utilizando uma escala de zero (0) a cem (100), onde zero representa ausência de sintomas e cem representa morte das plantas. Aos 28 DAT, a parte aérea das plantas foi colocada para secagem em estufa com circulação de ar a 65°C para determinação da massa seca. Os dados obtidos foram analisados quanto a sua homocedasticidade e, posteriormente submetidos à análise da variância (p ≤ 0,05), em sendo significativa, os dados foram analisados por modelos de regressão linear e não linear. Verificou-se interação significativa entre os fatores estudados para as variáveis resposta, demonstrando que os resultados obtidos dependeram do herbicida e da dose aplicados. Os dados obtidos com o controle ajustaram-se à equação linear para o herbicida nicosulfuron e exponencial para imazethapyr + imazapic. Observou-se aumento do controle de arroz-vermelho com incremento na dose dos herbicidas estudados (Figura 1). 100 Controle (%) 80 60 ● imazethapyr + imazapic Y= 94,36 (1-e -11,15x) 40 ○ nicosulfuron Y= -5,06 + 68,75x 20 R2=0,99 R2=0,95 0 0,0 0,5 1,0 1,5 Dose (L ha-1) Figura 1. Controle de arroz-vermelho pelos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic, aos 21 dias após a aplicação dos tratamentos. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. Aos 21 DAT, o controle com imazethapyr + imazapic, desde a menor dose estudada, foi superior a 90%. Já, o herbicida nicosulfuron proporcionou controle equivalente ao observado com imazethapyr + imazapic apenas nas maiores doses, sendo necessário para eficácia no controle de arroz-vermelho a utilização de doses a partir de 1,0 L ha-1. Entre épocas de avaliação, verificou-se que o controle de arroz-vermelho aumentou da primeira para a última, indicando que esta planta daninha não mostrou capacidade de recuperação (Figura 2). Controle (%) 100 80 60 ● imazethapyr + imazapic ○ nicosulfuron 40 20 0 l l l 0 7 14 l 21 l 28 Dias após o tratamento Figura 2. Evolução no controle de arroz-vermelho pela aplicação dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic na dose de 1 L ha-1. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. A eficácia do herbicida imazethapyr no controle de arroz-vermelho já foi reportada em outros trabalhos (Levy Jr. et al., 2006; Steele et al., 2002; Villa et al., 2006). Neste estudo, o herbicida nicosulfuron demonstrou também ser eficiente no controle de arrozvermelho, corroborando com resultados obtidos por Webster & Masson (2001). No entanto, a eficiência no controle mostrou-se dependente da dose utilizada destes herbicidas. Os dados obtidos para a massa seca da parte aérea ajustaram-se à equação linear para o herbicida nicosulfuron e exponencial para imazethapyr + imazapic, com ajuste adequado dos dados aos modelos (Figura 3). A massa seca foi reduzida com o incremento na dose dos herbicidas estudados, sendo que nas menores doses aplicadas, o herbicida imazethapyr + imazapic proporcionou maior redução comparativamente ao nicosulfuron. Massa seca da parte aérea (g) Isso se deve ao herbicida nicosulfuron não ter mostrado eficiência no controle de arrozvermelho nas menores doses estudadas. 20 15 ● imazethapyr+imazapic Y= 0,8 + 16,9 e -11,9 x 10 ○ nicosulfuron Y = 16,90 - 11,81 x 5 R2=0,99 R2=0,95 0 0,0 0,5 1,0 1,5 Dose (L ha-1) Figura 3. Massa seca da parte aérea de plantas de arroz-vermelho, em função da aplicação de doses dos herbicidas imazethapyr + imazapic e nicosulfuron, avaliada aos 28 dias após o tratamento. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. Os resultados obtidos permitem inferir que a eficácia de controle não é restrita a mistura formulada de imazethapyr + imazapic, sendo obtida também com a aplicação do herbicida nicosulfuron a partir da dose de 1 L ha-1 de produto comercial, que corresponde a 40 g i.a. ha-1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ELEFTHEROHORINOS, I.L.; DHIMA, K.V. Red rice (Oryza sativa) control in rice (O. sativa) with preemergence and postemergence herbicides. Weed Technology, Lawrence, v.16, n.3, p.537-540, 2002. LEVY JR., R.J.; BOND, J.A.; WEBSTER, E.P. et al. Effect of cultural practices on weed control and crop response in imidazolinone-tolerant rice. Weed Technology, Lawrence, v.20, n.1, p.249-254, 2006. STEELE, G.L.; CHANDLER, J.M.; McCAULEY, G.N. Control of red rice (Oryza sativa) in imidazolinona-tolerant rice (Oryza sativa). Weed Technology, Lawrence, v.16, n.3, p.627630, 2002. VILLA, S.C.C.; MARCHEZAN, E.; MASSONI, P.F.S.; SANTOS, F.M.; AVILA, L.A.; MACHADO, S.L.O.; TELO, G.M. Controle de arroz-vermelho em dois genótipos de arroz (Oryza sativa) tolerantes a herbicidas do grupo das imidazolinonas. Planta Daninha, Viçosa, v.24, n.3, p.549-555, 2006. WEBSTER, E.P.; MASSON, J.A. Acetolactate synthase-inhibiting herbicides imidazolinona-tolerant rice. Weed Science, Lawrence, v.49, n.5, p.652-657, 2001. on IDENTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL, ATRAVÉS DE BIOENSAIO, DA MISTURA HERBICIDA (IMAZAPIC + IMAZETHAPYR) EM ÁGUA, PARA A CULTURA DO SORGO, RABANETE E PEPINO Mariane D’Avila Rosenthal(1), Jesus Juares Oliveira Pinto(1), Camila Ferreira de Pinho(1), Frederico Bartz de Menezes(1), Leonard Bonilha Piveta(1), Rodolfo Rocha Richter(1) Antonio Donida(1),, UFPel-FAEM, Departamento de Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS. [email protected] Na condução de uma lavoura de arroz, muitos fatores podem contribuir para a redução do rendimento de grãos, entre eles, um dos mais importantes é a competição entre a cultura com as plantas daninhas. Nos últimos anos, essas espécies indesejáveis vêm sendo controladas com herbicidas de médio a longo período residual, entre eles, os pertencentes aos grupos químicos das isoxazolidinonas e imidazolinonas. É uma tecnologia eficaz que está sendo colocada a disposição dos agricultores, porém é uma ferramenta que quando utilizada inadequadamente, poderá tornar a lavoura arrozeira um contaminante potencial do ambiente aquático devido ao grande volume de água usado na irrigação e da sua proximidade aos mananciais hídricos (Machado et al., 2005). Inúmeros estudos vêm sendo desenvolvidos buscando-se monitorar a contaminação em mananciais hídricos por herbicidas (Machado et al., 2003; Marchezan et. al., 2003; Marcolin et al., 2003; Noldin et al., 2003). Com o objetivo de avaliar a atividade residual da mistura dos herbicidas imazapic+imazethapyr, em água, que acidentalmente ou por condições especiais de manejo seja drenada, ainda durante a fase vegetativa do arroz, foi conduzido um bioensaio, em casa de vegetação (UFPel/FAEM). O estudo constou de dois procedimentos experimentais seqüenciais. Primeiramente foi instalado um experimento com delineamento experimental completamente casualizado, distribuídos em quatro repetições, representadas por caixas de polietileno (60cmx40cmx20cm) com 50kg de solo (Planossolo Háplico Eutrófico solódico (EMBRAPA, 2006), corrigido para pH 6,0. A cultivar de arroz utilizada foi a IRGA 422 CL. Quando as plantas de arroz encontravam-se em estádio fenológico de 3 a 4 folhas, foram sorteados e aplicados os tratamentos: imazapic+imazethapyr a (0; 25+75; 37,5+112,5+; 50+150)g ha-1 utilizando-se um pulverizador costal pressurizado a CO2,, com barra e dois bicos leque (110.02), proporcionando a aplicação de 150 L ha-1 de calda herbicida. A partir do sétimo dia após a aplicação dos herbicidas as parcelas foram mantidas com uma lâmina d’água de 7cm, aproximadamente. O segundo procedimento foi a escolha de espécies vegetais utilizadas como plantas bioindicadoras, no caso, sorgo granífero (Sorghum bicolor), rabanete (Raphanus sativus) e pepino (Cucumis sativus). Cada espécie foi semeada em 32 recipientes plásticos, com 3 kg de solo, totalizando oito repetições para cada tratamento que passou a ser água com resíduo de herbicida captada nas caixas de polietileno, utilizadas no primeiro procedimento. Vinte e sete dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas (27 DAA) no arroz e quando as plantas de rabanete e pepino encontravam-se em estádio de 02 folhas verdadeiras e o sorgo com 03 folhas, foi iniciado o período de irrigação do solo através da transposição diária de 60ml d’água das caixas de polietileno contendo arroz cultivado, para o solo das unidades experimentais com as espécies bioindicadoras. As variáveis resposta foram altura média de plantas (cm) e comprimento médio do sistema radicular (cm) das espécies bioindicadoras. As avaliações foram realizadas através da coleta total de plantas íntegras aos 20 dias após ter-se iniciado a irrigação com água anteriormente utilizada no arroz. Os dados foram submetidos à análise estatística da variância, onde dados significativos foram submetidos à análise através de regressão polinomial (Machado & Conceição, 2007). Verificou-se significância estatística para o fator tratamento, relativo à altura média de plantas e comprimento médio do sistema radicular para as três culturas analisadas. Os resultados mostram que resíduos em água do herbicida imazapic+imazethapyr podem afetar o crescimento de órgãos vegetais de plantas de pepino, sorgo e rabanete. A altura de plantas e o comprimento do sistema radicular foram afetados negativamente na razão inversa com o aumento na concentração de resíduo, supostamente contidos na água (Figura 1). Verifica-se que a cultura do sorgo granífero sofre menor interferência à presença do herbicida quando comparado à cultura do pepino e do rabanete (Figura 1A e 1B). Incrementos de 5g à dose de imazapic+imazethapyr aumentaram a atividade residual do herbicida reduzindo o crescimento das raízes em 2,88, 2,5 e 11,5% respectivamente para as culturas de pepino, sorgo granífero e rabanete (Figura 1B). Foi observado que a mistura dos herbicidas imazapic a 25 g ha-1 + imazethapyr a 75 g ha-1, utilizada comercialmente, limita a altura de plantas em 73, 36,4 e 56,8% e o comprimento das raízes em 26,4, 29,7 e 39,7% respectivamente para as culturas do pepino, sorgo granífero e rabanete. Doses superiores a 100 g ha-1 do herbicida foram letais para o crescimento e desenvolvimento da plantas de rabanete. A -0, 01x ; R2 = 0,96 ● y = 52,17e 60 ○ y = 25,98-0,0747x ; R2 = 0,97 50 -0,01x Altura de plântulas (cm) ▼ y = 18,79e ; R2 = 0,92 40 30 20 10 0 0 50 100 150 200 -1 Dose (g ha ) B 30 ● y = 28,10-0,1026x ; R2 = 0,96 ○ y = 25,04-0,0836x ; R2 = 0,97 25 Comprimento médio de raíz (cm) 2 ▼ y = 19,85-0,1070x ; R = 0,91 20 ● Pepino 15 ○ Sorgo ▼ Rabanete 10 5 0 0 50 100 150 200 -1 Dose (g ha ) Figura 1. Atividade residual em água do herbicida Only® para diferentes espécies vegetais na altura média de plantas (A) e no comprimento médio do sistema radicular (B), UFPEL/FAEM, Capão do Leão - RS. 2007 Diante dos resultados observados é possível concluir que o herbicida imazapic+imazethapyr a (25+75 g ha-1), aplicado em pós-emergência do arroz irrigado, pode permanecer, pelo menos até 27 DAA, na cultura do arroz irrigado ativamente na água utilizada para irrigação, em condições suficientes para reduzir significativante a altura média de plantas e o comprimento médio do sistema radicular de plantas de pepino, sorgo granífero e rabanete que foram utilizadas como espécies vegetais bioindicadoras da presença do herbicida Only®. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. WinStat – Sistema de Análise Estatística para Windows versão 1.0. Universidade Federal de Pelotas, 2007. MACHADO, S. L. de O.; ZANELLA, R.; MARCHEZAN, E. et. al. Persistência de herbicidas na água de irrigação no arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú, SC. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p 692-694. MACHADO, S. L. DE O.; ZANELLA, R.; MARCHEZAN, E.; KURZ, M. H. S.; GONÇALVES, F. F.; AVILA, L. A.; PRIMEL, E. G.; REIMCHE, G. B. Resíduos de herbicidas utilizados na cultura do arroz na água de irrigação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26. 2005, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria: UFSM, 2005. p 294-95. MARCHEZAN, E. et. al. Dispersão dos herbicidas clomazone, quinclorac e propanil, nas águas da Bacia Hidrográfica dos Rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim, no período de cultivo de arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú, SC. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p 689-691. MARCOLIN, E.; MACEDO, V. R. M.; GENRO Jr. S. A. Persistência do herbicida imazethapyr na lâmina de água com três sistemas de cultivo de arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú, SC. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p 686-688. NOLDIN, J. A.; SCHIOCCHET, M. A.; EBERHARDT, D. S.; STUKER, H. Residual do herbicida Only em sistema de cultivo pré-germinado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26. 2005, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria: UFSM, 2005. p 262-63. BIOENSAIOS PARA DIAGNÓSTICO DA RESISTÊNCIA A HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA ALS EM CULTIVARES DE ARROZ Ana Carolina Roso(1), Aldo Merotto Junior(1), Carla Andréa Delatorre(1). 1Faculdade de Agronomia-UFRGS, AV. Bento Gonçalves, 7712. 91501-970. Porto Alegre, RS. Email: [email protected] A resistência a herbicidas pertencentes ao grupo dos inibidores da enzima acetolactato sintase (ALS) tem evoluído em grandes proporções em comparação com herbicidas de outros mecanismos de ação. Ainda, diversas culturas resistentes a este mecanismo de ação foram recentemente desenvolvidas (Tan et. Al., 2005). Diversas técnicas baseadas no crescimento de plantas e em parâmetros bioquímicos e moleculares vêm sendo aprimoradas para a confirmação da ocorrência da resistência (Corbett and Tardiff, 2006), e assim, proporcionar a correta execução de programas de manejo visando a prevenção e contenção deste problema quando ocorrendo em plantas daninhas ou para monitoramento de cultivares resistentes. O objetivo deste trabalho foi desenvolver bioensaios para o diagnóstico da resistência a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas em diferentes etapas do desenvolvimento do arroz. Os experimentos foram conduzidos em estufa e no laboratório do Departamento de Plantas de Lavoura, da Faculdade de Agronomia da UFRGS. Os bioensaios realizados foram: germinação de sementes, crescimento de afilhos e a germinação de grãos de pólen em cultivares de arroz resistentes e suscetíveis a herbicidas imidazolinonas. As cultivares de arroz utilizadas foram IRGA 417, suscetível (S), e a IRGA 422CL, resistente (R) a herbicidas deste grupo. O herbicida utilizado foi imazapic (25 g ia.L-1) + imazethapyr (75 g ia.L-1). O primeiro bioensaio realizado foi o da germinação de sementes. Para este experimento foram determinadas curvas de dose-resposta, sendo que as concentrações utilizadas foram: 0; 0,00001; 0,0001; 0,001; 0,01; 0,1; 1,0; 10 e 100 mM. Após 24 horas de embebição nas soluções, as sementes foram dispostas em papel para germinação e em seguidas colocadas em câmara do tipo BOD na temperatura de 24°C. As avaliações aconteceram aos 7 dias após a transferência das sementes para o papel germinador. Foram avaliados o comprimento do coleóptilo e a porcentagem de germinação. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado num esquema fatorial (9 doses x 2 cultivares), com três repetições, totalizando 54 unidades experimentais. Os dados foram analisados pelo pacote “drc” do programa “R” (Ritz et al. 2006) através do ajuste da equação logística, onde Y representa o comprimento do coleóptile ou porcentagem da germinação expressos como percentagem da testemunha não tratada, c e d representam os limites inferiores e superiores da curva respectivamente, b é a declividade da curva no ponto em que esta produz a metade da resposta (chamada GR50) entre os valores inferiores e superiores. O fator de resistência (FR) foi obtido pela relação do GR50 entre a cultivar R e S. O segundo bioensaio constou da avaliação do crescimento de raízes de afilhos submetidos ao herbicida inibidor da ALS. Primeiramente, as sementes das cultivares de arroz foram semeadas em estufa e mantidas sob condições ideais de desenvolvimento. Quando os afilhos estavam com aproximadamente 4 folhas, estes foram removidos do colmo principal e conduzidos para laboratório. Foram avaliados diferentes tratamentos abrangendo a manutenção ou retirada das raízes ou parte aérea e doses do herbicida para discriminação entre cultivares R a S. Foram testadas soluções a base de água ou solução nutritiva, e o efeito de auxina como promotora do crescimento de raízes. Em relação à remoção de partes dos afilhos foram avaliados afilhos inteiros (raiz e parte aérea), com a remoção das raízes e manutenção da parte aérea intacta, com a manutenção de apenas 1 cm de raiz e parte aérea intacta, e manutenção de apenas 2 cm de parte aérea e 1 cm de raízes. As doses de discriminação testadas foram: 0; 0,00002; 0,0002; 0,002; 0,02; 0,2 e 2,0 M do herbicida imazethapyr. O terceiro bioensaio constou da germinação de grãos de pólen em solução contendo herbicida. Inicialmente foram analisadas concentrações de ingredientes da solução de germinação, sendo H3BO3 (50, 100 e 150 mg L-1) CaNO3 (100, 200 e 300 mg L-1) e sacarose (200, 300 e 400 g L-1). Ainda, foram avaliadas soluções contendo agar (0,3 e 0,5 %) ou somente água destilata. A inibição diferencial da germinação de grãos de pólen em cultivares R e S foi avaliada em soluções contendo 0; 0,1; 10; 100 e 1000 µM de imazethapyr. Plantas das cultivares avaliadas foram obtidas da forma descrita anteriormente. No estádio de florescimento, panículas foram coletadas às 8:30 horas, acondicionas em recipientes contendo água e transportadas para laboratório. Procedeu-se o acompanhamento da evolução da antese a cada 15 minutos. Duas horas e meia após a coleta das panículas, a antese era máxima, e neste momento realizou-se a coleta dos grãos pólen. Esta coleta ocorreu através de leve toque manual nas panículas de forma que os grãos de pólen caíssem sobre uma Placa de Petri contendo a solução para germinação. Placas de Petri contendo as soluções tratamento em avaliação receberam 5 mL da solução contendo os grãos de pólen. Após, as Placas de Petri foram incubadas em câmara do tipo BOD a 26°C por 4 horas. A avaliação da germinação dos grãos de pólen ocorreu com o auxílio de lupa. Utilizou-se o corante carmim propiônico para a visualização da germinação. Considerou-se germinados os grãos de pólen que apresentavam o tubo polínico com mais de 5 vezes o tamanho do grão de pólen. No ensaio de germinação de sementes o comprimento do coleóptilo foi um bom parâmetro na expressão da suscetibilidade ao herbicida (Figura 1a). As melhores doses de discriminação entre a cultivar R e S foram 0,1 e 0,01 mM. O fator de R indica que a cultivar R IRGA 422 CL foi 31 vezes mais resistente que a cultivar S IRGA 417 (Tabela 1). A percentagem de germinação não expressou a diferença de suscetibilidade entre as cultivares avaliadas (Figura 1b). Houve redução da germinação do arroz na dose de 10 mM igualmente para ambas as cultivares (Figura 1b). O método da embebição de sementes mostrou-se um teste rápido, preciso e não trabalhoso para detecção de plantas tolerantes a herbicidas inibidores da ALS em arroz. Este método pode ser utilizado em estudos para a identificação da hibridização de arroz, como por exemplo, no fluxo gênico do gene de resistência a herbicidas ALS entre cultivares resistentes e a planta daninha arroz vermelho. Os resultados do bioensaio de crescimento de afilhos indicam que a melhor emissão de raízes ocorreu nas plantas onde foram removidas as raízes e mantida a parte aérea intacta. O tratamento de manutenção da parte aérea e raízes intactas não demonstrou efeito diferencial entre as cultivares R e S. Os tratamentos de manutenção de apenas 1 cm de raízes e parte aérea intacta e manutenção de 2 cm de parte aérea e 1 cm de raízes foram intermediários. A melhor dose de discriminação entre indivíduos R e S foi a 0,02 M (Figura 2). No bioensaio de germinação de grãos de pólen a composição da solução que apresentou melhores resultados foi com de 150 mg L-1 de H3BO3, 200 mg L-1 de CaNO3 e sacarose 200 g L-1 diluídos em água. Ainda, as concentrações de herbicida utilizadas se mostraram promissoras para a determinação quantitativa através de curva dose-resposta. Os resultados obtidos permitiram a identificação das condições ótimas requeridas para cada bioensaio e as concentrações herbicidas necessárias para a identificação de indivíduos R e S a herbicidas inibidores da enzima ALS. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Corbett, C. A. L.; Tardif, F. J. 2006. Detection of resistance to acetolactate synthase inhibitors in weeds with emphasis on DNA-based techniques: a review. Pest Management Science, 62:584-597. Ritz, C.; Streibig, J. C.; Cedergreen, N. 2006. Statistical assessment of dose-response curves with free software Collection of examples. Department of Natural Sciences. Department of Agricultural Sciences, Royal Veterinary and Agricultural University, Denmark. Tan, S.; Evans, R.R.; Dahmer, M.L.; Singh, B.K.; Shaner, D.L. 2005. Imidazolinone-tolerant crops: history, current status and future. Pest management science. 61:246-257. (a) (b) m Figura 1. Curvas dose-resposta ao herbicida imazapic + imazethapyr para o comprimento do coleóptilo (a) , e porcentagem de germinação (b) de biótipos de arroz resistente (IRGA 422 CL) e suscetível (IRGA 417) a herbicidas imidazolinonas. m Figura 2. Observação visual de doses referenciais de discriminação entre plantas R e S a herbicidas do grupo dos inibidores da ALS no bioensaio de crescimento de affilhos. Tabela 1. Parâmetros da equação logística e fator de resistência relativo ao efeito de doses do herbicida herbicida imazapic + imazethapyr sobre o comprimento do coleóptilo no biensaio de embebição de sementes. Cultivares IRGA 417 IRGA 422CL Fator de resistência Declividade 0,73** 0,45** Estimado Limite inferior 11,71** 0,57 ns Desvio-padão Limite superior 104,63** 99,89** t GR50 0,001** 0,033* P (GR50 IRGA 422 CL/ 31,075 12,872 GR50 IRGA 417) ** P < 0,01; * P < 0,05; ns não-significativo 2,337 0,021 EFEITO DO ÓLEO VEGETAL AGR’ÓLEO E DO VOLUME DE CALDA NA EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS POR VIA AÉREA EM ARROZ Eugenio Passos Schröder E-mail: [email protected]. SCHRODER CONSULTORIA, Av. Fernando Osório, 20, sala 6 A, Pelotas, RS, 96065-000. As pulverizações de herbicidas em arroz no Rio Grande do Sul são, freqüentemente, efetuadas através de aeronaves agrícolas, utilizando-se volumes de calda entre 20 e 30 L ha-1. Mais recentemente, há a tendência de reduzir o volume para apenas 10 L ha-1. Adjuvantes podem ser acrescidos à calda com a finalidade de facilitar a mistura de compostos não miscíveis, alterar a tensão superficial das gotas, aumentando a adesividade e absorção pelas folhas das plantas daninhas e redução de perdas por hidrólise, evaporação e deriva. A adição de óleo vegetal emulsionável 93,0% à calda de pulverização aumenta o diâmetro das gotas, demonstrando o potencial do adjuvante na redução da deriva (CUNHA et al., 2003). COSTA et al. (2005) constataram melhoria na ação de herbicida pela adição de adjuvantes, atribuída à redução da tensão superficial da solução, aumentando a área de contato da gota com a superfície da folha. A adição de adjuvantes à calda de pulverização altera o comportamento da distribuição volumétrica proporcionada pela aplicação aérea (CUNHA & CARVALHO, 2005). Em geral, a adição de adjuvantes reduz o risco potencial de deriva aumentando a deposição de calda no alvo biológico. SCHRÖDER (2005) avaliando o efeito da adição do óleo vegetal Agr’óleo na calda de pulverização aérea do herbicida 2,4-D, visando o controle de Aeschynomene sp. (angiquinho) e na fitotoxicidade ao arroz, verificou que o óleo promoveu ação mais rápida do herbicida aliado aos possíveis efeitos anti-evaporantes. O produto Agr’óleo tem sido empregado com sucesso em pulverizações aéreas no sistema Baixo Volume Oleoso (BVO), com volumes de calda entre 3 e 10 L ha-1 em diversas culturas, porém carece de informações técnicas que comprovem seu benefício nos volumes de 10 e 20 L ha-1 em arroz irrigado. Nesse sentido, o trabalho tem por objetivo avaliar o efeito da adição do óleo vegetal Agr’óleo na calda de pulverização aérea de herbicidas, comparando-se dois volumes, no controle de plantas daninhas e na fitotoxicidade ao arroz irrigado. A área experimental foi instalada no dia 09/12/2005, em lavoura comercial no município de Jaguarão, RS, cultivar El Passo 144, plantio convencional realizado em 09/11/2005. A aeronave Ipanema estava equipada com 40 bicos Stol, balizamento por DGPS com largura de faixa de 16 metros. As plantas daninhas presentes eram Echinochloa sp., Aeschynomene sp. e Cyperus sp., no estádio de 2 a 5 folhas. A irrigação ocorreu dois dias após o tratamento. Os produtos pulverizados foram aqueles de uso habitual do agricultor, segundo as dosagens preconizadas em receituário agronômico: Clincher 1,6 L ha-1 + Gamit 0,4 L ha-1 + Padron 0,15 L ha-1. Foram aplicados em quatro talhões de dez hectares, sendo que em dois talhões foi acrescentado Agr’óleo na dose de 0,5 L ha-1; em dois talhões o volume de calda foi de 10 L ha-1 e nos demais 20 L ha-1. Cada tratamento constou de seis repetições, representadas por 6 vôos da aeronave sobre a lavoura, mais dois vôos de bordadura. As condições ambientais às 9 horas, por ocasião da instalação do experimento, foram: temperatura: 19 °C; umidade relativa do ar: 84%; velocidade do vento: 5,5 km.h-1. Em cada talhão, 25 cartões de papel sensível à água foram dispostos horizontalmente sobre o solo, para coleta das gotas pulverizadas. Os cartões foram recolhidos imediatamente após a pulverização e acondicionados em embalagem hermética. Posteriormente, foram submetidos à contagem da densidade média de gotas (gotas.cm-2). Foram realizadas avaliações de controle das plantas daninhas e de fitotoxicidade aos 7, 20, 30 e 45 dias após o tratamento (DAT), através de notas, atribuindo-se valor zero para a ausência de controle e sem fitotoxicidade ao arroz irrigado, e 100 para morte total das plantas daninhas. Uma avaliação em pré-colheita foi conduzida 25 dias antes da colheita. O adjuvante Agr’óleo proporcionou controle mais rápido das plantas daninhas, embora o controle final tenha sido similar ao tratamento sem óleo, o que está de acordo com resultados observados por SCHRÖDER (2005) (Tabela 1). A fitotoxicidade inicial foi reversível, de modo que nas demais avaliações, nenhum tratamento mostrou danos ao arroz, e o controle das plantas daninhas foi similar em todos os talhões. A avaliação précolheita mostrou uniformidade na cultura do arroz e não ocorrência de reinfestação de plantas daninhas. Tabela 1. Densidade de gotas, controle de plantas daninhas e fitoxicidade ao arroz. Jaguarão, RS, 2006. Tratamento 10 Lha-1 sem óleo 10 Lha-1 + Agr’óleo 20 Lha-1 sem óleo -1 20 Lha + Agr’óleo Densidade (gt.cm-2) 28 25 41 35 7DAT 60 80 60 80 Controle (%) 20 30 100 100 100 100 100 100 100 100 45 100 100 100 100 7DAT 10 20 10 20 Fitotoxicidade (%) 20 30 0 0 0 0 0 0 0 0 45 0 0 0 0 A análise das gotas coletadas mostrou densidades coerentes com os volumes pulverizados, ou seja, maior quantidade de gotas no volume 20 L ha-1, mas todos os tratamentos resultaram em densidades superiores a 20 gotas.cm-2, que sabidamente é eficiente para o controle de plantas daninhas em arroz. O volume de calda de 10 L ha-1 foi eficiente para o controle de plantas daninhas em arroz irrigado por via aérea. Pulverizações com 10 L ha-1 de calda são mais produtivas, pois permitem tratar um maior número de hectares por hora de trabalho, possibilitando uma economia de água e de tempo, o que pode resultar numa redução no custo do tratamento. O uso do adjuvante Agr’óleo proporcionou menores densidades de gotas para ambos os volumes de calda, o que talvez possa ser explicado pela maior viscosidade da calda, fracionando o líquido em gotas maiores, e menos numerosas, o que é desejável visando reduzir a deriva da pulverização. Estes resultados concordam com os observados por COSTA et al. (2005) e por CUNHA & CARVALHO (2005). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, N.V., et al. pH foliar e deposição de gotas de pulverização em plantas daninhas aquáticas: Brachiaria mutica, Brachiaria subquadripara e Panicum repens. Planta daninha, Viçosa, 2005, v.23, n.2, p.295-304, 2005. CUNHA, J.P.A.R., et al. Avaliação de estratégias para redução da deriva de agrotóxicos em pulverizações hidráulicas. Planta daninha, Viçosa, v.21, n.2, p.325-332, 2003. CUNHA, J.P.A.R., CARVALHO, W.P.A. Distribuíção volumétrica de aplicações aéreas de agrotóxicos utilizando adjuvantes. Engenharia na Agricultura, Viçosa, V.13, n.2, 130-135, 2005. SCHRÖDER, E.P. Efeito do óleo vegetal Agr’óleo na eficiência do herbicida 2,4-D aplicado por via aérea em arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4. Santa Maria, RS, 2005. Anais... Santa Maria, UFSM/SOSBAI, p.209-210., 2005. Agradecimentos: Fazenda do Sobrado, Gota Ind. e Com., Mirim Aviação Agrícola. IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS COM POPULAÇÕES DE Sagitaria montevidensis RESISTENTES AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ALS EM SANTA CATARINA Gabriela F. Pinheiro(1); José Alberto Noldin(1); Domingos Sávio Eberhardt(1); Janaína M. Rodrigues(2); Leonardo C. Malburg(2). (1) Epagri/ Estação Experimental de Itajaí, C.P. 277, 88301-970, Itajaí-SC. (2) CTTMar/UNIVALI, Itajaí-SC. E-mail: [email protected]. A Sagittaria montevidensis (SAGMO) é uma planta aquática e apresenta grande amplitude ecologia, o que facilita seu estabelecimento em áreas de cultivo de arroz irrigado (Cassol, 2003). A ocorrência de ecótipos de sagitária resistentes a herbicidas inibidores da enzima acetolactato sintase (ALS), nas diferentes regiões produtoras de arroz irrigado de Santa Catarina, tem se intensificado devido ao uso freqüente de produtos com o mesmo mecanismo de ação (Noldin et al., 1999). Este problema, tem se agravado nos últimos anos, devido à ausência de pousio ou de rotação de culturas nas áreas de produção. Torna-se necessária a identificação das regiões nas quais a sagitária encontra-se resistente aos herbicidas, bem como identificar alternativas de controle adequadas à espécie. O trabalho teve o objetivo identificar populações de Sagittaria montevidensis resistentes aos herbicidas inibidores da ALS, procedentes de diferentes localidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul (RS). O trabalho foi iniciado no mês de julho/agosto de 2006, com a coleta de amostras de 20 a 30 kg de solo em áreas infestadas com sementes da planta daninha. A coleta foi realizada no período de entressafra e as informações relativas à infestação da planta daninha na área foram obtidas com os agricultores A avaliação das populações foi realizada em casa de vegetação na Epagri Estação Experimental de Itajaí-SC, durante o período de setembro a novembro de 2006. Foram avaliadas 25 populações de SAGMO, de diversas localidades de SC e duas do Rio Grande do Sul. As populações avaliadas e seus respectivos municípios de origem: SAGMO 1, 2, 3, 4 e 26 de Itajaí, SAGMO 5 de Guaramirim, SAGMO 6 e 7 de Massaranduba, SAGMO 8 de Gaspar, SAGMO 9 e 10 de Ilhota, SAGMO 11 de Imbituba, SAGMO 12 de Içara, SAGMO 13 e 17 de Araranguá, SAGMO 14 de Meleiro, SAGMO 15 de Tubarão, SAGMO 16 de Timbé do Sul, SAGMO 18 de Jacinto Machado, SAGMO 19 de Bombinhas, SAGMO 20 e 21 de Pouso Redondo, SAGMO 22 de Agronômica, SAGMO 24 e 25 de Camboriú; e SAGMO 23 de Cachoeirinha (RS) e SAGMO 27 de Capão de Leão (RS) como susceptíveis. As plantas de sagitária foram obtidas a partir do banco de semente proveniente de solo de lavouras de arroz das diferentes localidades avaliadas, não caracterizando-se, portanto, como ecótipos homogêneos, mas sim como populações heterogêneas. As unidades experimentais constituíram-se de vasos contento aproximadamente 800g (15cm) de solo de lavoura não infestado na camada mais profunda do vaso. Sobre este foi colocado aproximadamente 200g (5cm) de solo proveniente das diferentes localidades. Os herbicidas avaliados e suas respectivas doses comerciais e quatro vezes a dose comercial foram: Sirius (pyrazosulfuron-ethyl) nas doses 60ml/ha e 240ml/ha, Nominee 400 SC (bispyribac-sodium) com 125ml/ha e 500ml/ha e Only (imazethapyr + imazapic) com 1L/ha e 4L/ha, respectivamente. Para cada local, foram utilizadas duas testemunhas, uma com o herbicida Basagran 600 (bentazon), e outra, sem aplicação de herbicidas. Foram utilizados cinco repetições para cada dose dos herbicidas. Os herbicidas foram aplicados com as plantas no estádio de duas a quatro folhas, medindo aproximadamente de 15 a 20 cm. Os herbicidas foram aspergidos com auxílio de pulverizador costal pressurizado, utilizando um volume de calda de 150 L/ha. Para os herbicidas Sirius, Nominee e Basagran utilizou-se o adjuvante Iharaguen (0,25% v/v) e para o herbicida Only foi utilizado o adjuvante Dash (0,25% v/v). As avaliações de controle foram realizadas 30 dias após aplicação, utilizando-se o método visual, na escala percentual, correspondendo respectivamente, a zero (0) e cem por cento (100%) de controle. A quantificação de fitomassa seca também foi realizada aos 30 dias (dados não apresentados). O herbicida Sirius (Figura 1A) proporcionou baixos níveis de controle de 23 populações de sagitária mesmo na dose de quatro vezes a dose comercial (60 g i.a./ha). As populações SAGMO 4, 19, 23 e 26, procedentes de Itajaí, Bombinhas, Cachoeirinha e Pelotas foram controladas pelo herbicida Sirius, sendo considerados suscetíveis. O herbicida Nominee controlou eficientemente (acima de 90%) 19 populações de sagitária, quando utilizado, de quatro vezes dose comercial (500 mL/ha)(Figura 1B). As populações SAGMO 2, 8, 10, 12, 15 e 22, provenientes respectivamente de Itajaí, Gaspar, Ilhota, Içara, Tubarão e Agronômica, foram apenas parcialmente suscetíveis a Nominee, com controle abaixo de 80%, quando utilizado na dose equivalente a quatro vezes a dose comercial. O herbicida Only (imazethapyr + imazapic) apresentou baixa eficiência em 11 populações, situando-se abaixo de 60% e 69% de controle, respectivamente para a dose comercial e quatro vezes a dose (Figura 1C). As populações consideradas resistentes foram provenientes de Itajaí (SAGMO 1, 2 e 3), Guaramirim (SAGMO 5), .Gaspar (SAGMO 8), Ilhota (SAGMO 9 e 10), Içara (SAGMO 12), Tubarão (SAGMO 15), Agronômica (SAGMO 22) e Camboriú (SAGMO 25). O herbicida Only controlou na dose comercial, com eficiência acima de 80%, 16 populações de sagitária. O herbicida Basagran proporcionou controle total (100%) de todas as populações de sagitária avaliadas. Portanto, o potencial de desenvolvimento de casos de resistência se acentua com o uso prolongado de um mesmo herbicida, ou com o mesmo mecanismo de ação (SOSBAI, 2005). Conclui-se que, das populações avaliadas neste estudo, 85% são resistentes a Sirius, 22% a Nominee e 41% a Only. As populações SAGMO S3, S5, S10, S12, S22 e S25 apresentam resistência cruzada a três grupos químicos de herbicidas inibidores da enzima ALS em SC. O herbicida Basagran apresenta-se como uma adequada alternativa de controle destas populações REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NOLDIN, J.A.; EBERHARDT, D.S.; KNOBLAUCH, R. Resistência de Sagittaria montevidensis à herbicidas: primeiras evidências. In; CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 1., REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 23., 1999, Pelotas. Anais... Pelotas: Embrapa-CPACT, 1999. p. 566-569. SOSBAI. Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o sul do Brasil/Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado; IV Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, XXVI Reunião da Cultura do Arroz irrigado. – Santa Maria: SOSBAI, 2005, p. 115-125. CASSOL, B.; AGOSTINETTO, D.; MARIATH, J.E.A.; MENEZES, V.G. Análise morfoanatômica de Plantas Sagittaria montevidensis Cham. Et Schlecht. desenvolvidas em diferentes condições de inundação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3., REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO 25., 2003, Balneário Camboriú. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p.480-482. AGRADECIMENTOS Os autores desejam agradecer a todos os que colaboram para a realização deste trabalho, em especial ao pesquisador Valmir G. Menezes (IRGA) e ao Professor Jesus J. de Oliveira Pinto (Faem/Ufpel), pelo apoio na coleta das amostras no Rio Grande do Sul. Figura 1 - Controle de populações de sagitária de diversas localidades em função da aplicação de duas doses (1X e 4X) dos herbicidas: Sirius (pyrazosulfuron-ethyl ; Nominee (bispyribac-sodium); e Only (imazethapyr+imazapic). Epagri, Itajaí, 2006. MANEJO DO SOLO E RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DOS HERBICIDAS IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM ARROZ NÃO TOLERANTE Alejandro F. Kraemer1, Enio Marchesan2, Mara Grohs2, Jefferson T. Fontoura2, Paulo F. S. Massoni2, Sérgio L. O. Machado3, Luis A. Avila2. 1INTA-Argentina e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail [email protected]. 2Departamento de Fitotecnia, UFSM, 97.105-900, Brasil. 3Departamento de Defesa Fitossanitária, UFSM. O arroz vermelho é apontado como o fator restritivo mais importante à elevação da produtividade da lavoura de arroz no Rio Grande do Sul. A utilização da tecnologia ® Clearfield contribuiu para a solução deste problema, através do controle químico do arroz vermelho em lavouras de arroz cultivado. No entanto, este herbicida pode persistir no solo em quantidade que pode comprometer a utilização posterior das áreas com cultivares de arroz não tolerante. Imazethapyr e imazapic são herbicidas de longa persistência no solo, sofrendo dissipação por processos de sorção aos colóides do solo, fotólise e degradação por ação dos microorganismos (Madami et al. 2003; Alister & Kogan, 2005), sendo a degradação microbiana citada como o mais importante processo de degradação (Shaw & Wixson, 1991; Lux & Reese, 1993). Os processos biológicos são influenciados por fatores ambientais, tais como umidade, temperatura e aeração, os quais estão relacionados às práticas de preparo do solo (Soon & Arshad, 2005; Perez et al., 2005). A utilização de práticas de manejo que estimulem a degradação dos herbicidas no solo pode diminuir o residual, minimizando os danos aos cultivos subseqüentes. Em vista do exposto, o presente trabalho teve por objetivo determinar o efeito de diferentes manejos do solo durante o período de entre-safra do arroz, sobre a fitotoxicidade residual do imazethapyr e imazapic, em arroz não tolerante. Foi conduzido um experimento durante o ano agrícola de 2006/07, em área de várzea sistematizada do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria, em solo classificado como Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico, onde havia sido aplicado imazethapyr+imazapic (Only) na dosagem de 75+25 g ha-1, respectivamente, nas duas safras anteriores (2004/05 e 2005/06). O delineamento experimental foi de blocos ao acaso em esquema bifatorial com quatro repetições. Os tratamentos consistiram da combinação de nove preparos de solo e duas cultivares de arroz irrigado. Quatro tratamentos foram nos sistemas plantio direito e semidireito: plantio direto (PD); plantio direto com azevém (PDA); um preparo de solo em abril (1PSA); um preparo de solo em abril com azevém (1PSAA). Cinco tratamentos no sistema plantio convencional: um preparo de solo em outubro (1PSO); dois preparos de solo, em maio e outubro (2PSMO); dois preparos de solo, em abril e outubro (2PS); três preparos de solo, em abril, maio e outubro (3PS); quatro preparos de solo, em abril, maio, agosto e outubro (4PS). A cultivar IRGA 422 CL foi utilizada como testemunha, por ser tolerante a estes herbicidas e de características agronômicas semelhantes à cultivar IRGA 417. Foram instalados quatros experimentos comparativos com seis repetições cada um, em áreas sem residual dos herbicidas, objetivando comparar as duas cultivares. Também foi semeado um bioensaio com tomateiro (Rampelotti, et al. 2005) em vasos com amostras de solo coletadas dos manejos PD, 4PS, pousio e testemunha sem aplicação dos herbicidas. As amostras foram coletadas a duas profundidades, 0-3 e 3-6 cm, após a colheita do experimento de campo, com o objetivo de detectar diferenças na presença dos herbicidas entre os manejos de solo e as profundidades através da fitotoxicidade registrada nas plantas de tomateiro. Entre as cultivares IRGA 417 e IRGA 422 CL, não foram verificadas diferenças significativas para as variáveis estudadas, utilizando-se a cultivar IRGA 422 CL como testemunha neste trabalho (dados não mostrados). Os valores mais elevados de fitotoxicidade na cultivar IRGA 417 apresentaram-se até os 24 dias após a emergência (DAE) (28%), diminuindo aos 36 DAE (9%), até praticamente desaparecer aos 59 DAE (2%), sendo que as diferenças entre os preparos de solo também diminuíram a partir de 36 DAE (Figura 1). Observam-se três grupos de preparos de solo com relação à fitotoxicidade. O tratamento 1PSO com as maiores porcentagens, com valores intermediários os tratamentos com plantio convencional (4PS, 3PS, 2PS, 2PSMO) e com menores valores, os tratamentos com plantio direto ou semidireto (PD, PDA, 1PSA, 1PSAA). Ressalta-se que nos plantios convencionais a profundidade de semeadura foi maior quando comparada com os plantios diretos e semidiretos (6 e 2 cm, respectivamente). 100 1PSO 4PS 3PS 2PS 90 1PSA 1PSAA PD PDA 2PSMO Fitotoxicidade % 80 70 60 50 40 30 20 10 0 10 17 24 36 59 Época de avaliação (DAE) Figura 1. Fitotoxicidade do residual da mistura formulada de imazethapyr e imazapic (75+25 g ha-1) na cultivar IRGA 417 após dois anos de uso dos herbicidas em cinco épocas de avaliação e nove preparos de solos: PD = plantio direto; PDA = plantio direto mais azevém; 1PSA = um preparo de solo (PS) em abril; 1PSAA = um PS em abril mais azevém; 1PSO = um PS em outubro; 2PSMO = dois PS em maio e outubro; 2PS = dois PS em abril e outubro; 3PS = três PS em abril, maio e outubro; 4PS = quatro PS em abril, maio, agosto e outubro. A interação significativa para as variáveis estande de plantas e perfilhos por m-2 (Tabela 1) foi causada por um menor número de plantas e de perfilhos no tratamento 1PSO na cultivar IRGA 417, o que não foi observado na cultivar IRGA 422 CL, mantendo-se como efeito principal a diferença entre as cultivares, discutindo-se os efeitos preparos do solo e cultivares por separado. Os diferentes preparos de solo não afetaram as variáveis estudadas. No entanto, a cultivar IRGA 417 apresentou menor número de plantas, perfilhos, estatura e panículas, possivelmente pelo residual do herbicida no solo. A produtividade das cultivares não foi afetada pelo residual dos herbicidas no solo (Tabela 1). Tabela 1. Estande de plantas (EP) aos 10 e 17 dias após emergência (DAE), perfilhos, estatura de plantas (Estatura), panículas e produtividade, para 9 preparos do solo e duas cultivares em resposta ao efeito residual de dois anos de aplicação dos herbicidas imazathapyr e imazapic (75+25 g a.i. ha-1). EP 10 DAE EP 17 DAE Perfilhos Estatura Panículas Produtividade Fonte de Variação pl m-2 pl m-2 perf m-2 cm pan m-2 kg ha-1 Preparos do Solo (PS) 254 304 519 87 383 9849 Significância2 NS NS NS NS NS NS IRGA 422 CL 283 a1 350 a 599 a 88 a 404 a 9861 IRGA 417 226 b 260 b 440 b 86 b 361 b 9837 Significância2 *** *** *** * * NS PS*Cultivar NS *** ** NS NS NS CV% 17 18 21 4 18 11 1 Médias não seguidas pela mesma letra diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey 2 (P≤0,05). NS não significativa, *** significativa P≤0,001, ** significativa P≤0,01, * significativa P≤0,05. Na Tabela 2 e Figura 2, apresentam-se os dados do bioensaio com tomateiro. A estatura de plantas foi menor no manejo PD e na porção mais profunda do solo (3-6 cm). Para fitotoxicidade observou-se interação significativa entre manejos do solo e profundidade (Tabela 1), procedendo-se a análise das duas profundidades para cada manejo de solo (Figura 2). Nos tratamentos pousio e PD não houve diferenças significativas entre as profundidades, sendo a fitotoxicidade maior para PD. No manejo 4PS na camada de 3-6 cm os valores de fitotoxicidade foram similares aos do PD, e para a camada 0-3 cm diminuiu a valores similares a pousío, indicando uma maior degradação do produto na superfície do solo, quando revolvido durante a entre-safra. Ulbrich et al. (2005) observaram aumentos na persistência de imazapic e imazapyr em dois solos brasileiros com PD comparado com plantio convencional, em culturas de sequeiro. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 a3 3 a6 F ito to x ic id a d e % Tabela 2. Fitotoxicidade e estatura de plantas (cm) do tomateiro aos 15 DAE, semeados sobre amostras de solo das parcelas submetidas a diferentes manejos de solo e coletadas a duas profundidades. Fitotoxidade Estatura Manejo de solos PD 47 a 1 2,7 b 4PS 26 b 4,0 a Pousio 13 b 3,4 ab Testemunha 0 c 4,4 a Significância2 ** *** Profundidade solo 0-3 cm 15 b 3,9 a 3-6 cm 28 a 3,3 b Significância ** * Manejo*Profundidade * NS CV% 38 24 1 Médias não seguidas da mesma letra diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05); 2NS não significativa, *** significativa P≤0,001, ** significativa P≤0,01, * significativa P≤0,05 Testemunha Pousio Plan. Direito 4PS Figura 2. Fitotoxicidade em tomateiro, semeado sobre amostras de solo das parcelas submetidas a diferentes manejos de solo e coletadas a duas profundidades (0 a 3 e de 3 a 6 cm). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MADANI, M.E. et al. pH effect and kinetic studies of the binding behaviour of imazethapyr herbicide on some Moroccan soils. Fresenius Environmental Bulletin, v.1, p.1114-1119, 2003. ALISTER, C.; KOGAN, M. Efficacy of imidazolinone herbicides applied to imidazolinoneresistant maize and their carryover effect on rotational crops. Crop Protection, v.24, n.4, p.375-379, 2005. SHAW, D.; WIXSON, M. Postemergence combinations of imazaquin or imazethapyr with AC 263,222 for weed control in soybean (Glycine max). Weed Science, v.39, p.644-649, 1991. LOUX, M.; REESE, K. Effect of soil type and pH on persistence and carryover of imidazolinones herbicides. Weed Technology, v.7, p.452-458, 1993. RAMPELOTTI, F.T. et al. Crescimento inicial de espécies vegetais na presença de resíduos do herbicida BAS 714. In: IV Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 2005, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria, SOSBAI, 2005, v.2, 658p., p.181. SOON, Y.K.; ARSHAD, M.A. Tillage and liming effects on crop and labile soil nitrogen in an acid soil. Soil and Tillage Research, v.80, p.23-33, 2005. PEREZ, K.S.S.; RAMOS, M.L.G.; McMANUS, C. Nitrogênio da biomassa microbiana em solo cultivado com soja, sob diferentes sistemas de manejo, nos Cerrados. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40, n.2, p.137-144, 2005. ULBRICH, A.V.; SOUZA, R.P.; SHANER, D. Persistence and carryover effect of Imazapic and Imazapyr in Brazilian croping systems. Weed Technology, v.19, p.986-991, 2005. Agradecimentos a FAPERGS e INTA Argentina, pelo financiamento do trabalho. SUSCETIBILIDADE DIFERENCIAL DE TRÊS ESPÉCIES DE ANGIQUINHO ® (Aeschynomene spp.) AO HERBICIDA ONLY Carlos Alberto Lazaroto1, Nilson Gilberto Fleck2, Carlos Eduardo Schaedler3, Fausto Borges Ferreira1. 1Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Fac. de Agronomia da UFRGS. 2 Dep. de Plantas de Lavoura, Fac. de Agronomia da UFRGS, CP 15100, CEP 91501-970, Porto Alegre-RS. E-mail: [email protected]. 3Curso de Graduação em Agronomia, UFRGS. Espécies de angiquinho são plantas anuais que se reproduzem unicamente por sementes e ocorrem, principalmente, em regiões tropicais. Das espécies encontradas no Rio Grande do Sul, três são referidas como infestantes comuns em lavouras de arroz irrigado: Aeschynomene denticulata, A. indica e A. sensitiva. Estimativas apontam que, em torno de um terço da área cultivada com arroz irrigado no Estado, encontre-se infestada por angiquinho. O desenvolvimento de genótipos de arroz tolerantes aos herbicidas do grupo químico das imidazolinonas possibilitou controlar seletivamente arroz-vermelho e, também, outras infestantes, através da utilização do Sistema Clearfield de produção. Para isto, está registrado no Brasil o herbicida Only, uma mistura formulada dos compostos imazapic + imazethapyr. Embora o angiquinho se constitua em planta daninha chave no uso do Sistema Clearfield, seu controle nem sempre tem sido satisfatório ou consistente. O comportamento variável do angiquinho pode decorrer da suscetibilidade diferencial das espécies ou à influência da dose e/ou da época de aplicação de Only. Deste modo, foi conduzido um estudo com os objetivos de avaliar a eficiência do herbicida Only no controle de angiquinho, ao ser testado com variações de doses e de épocas de aplicação, e de comparar a suscetibilidade de três espécies de angiquinho a esses tratamentos. O trabalho foi conduzido no período de novembro de 2005 a janeiro de 2006, em ambiente de casa de vegetação, na Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Município de Porto Alegre - RS. O experimento foi instalado em vasos com capacidade volumétrica de 1 L e diâmetro de 15 cm. Como substrato, utilizou-se solo oriundo de área orizícola (EEA/IRGA), o qual se classifica como Planossolo Hidromórfico Eutrófico arênico, e pertence à unidade de mapeamento Vacacaí. Arranjaram-se os tratamentos em delineamento de blocos completamente ao acaso, em esquema fatorial 3 x 6, com cinco repetições. As espécies de angiquinho compuseram o fator A e os tratamentos herbicidas constituíram o fator B (Tabela 1). O herbicida Ally foi incluído como tratamento comparativo. Acrescentou-se, ainda, um tratamento sem aplicação herbicida (testemunha). No estudo, foram comparadas três espécies de Aeschynomene: denticulata, indica e sensitiva. O número de sementes colocadas por vaso foi ajustado para cada espécie, de acordo com seu poder germinativo, objetivando-se estabelecer oito plantas por vaso. Os vasos, com fundos perfurados, foram mantidos dentro de bandejas plásticas, através das quais era fornecida água para umedecer o solo através de capilaridade, mas sem que a superfície fosse recoberta por lâmina de água. Os herbicidas foram aplicados com pulverizador costal de precisão, operado à pressão constante de 150 kPa, empregando-se bicos de jato em leque, série 110.03, os quais propiciaram volume de calda de 200 L ha-1. A aplicação de Only em pré-emergência ocorreu 1 dia antes da emergência do angiquinho. Os tratamentos em pós-emergência foram aplicados, respectivamente, 12 dias após a emergência – DAE, quando as plântulas apresentavam 2 a 3 folhas, e 16 DAE, quando se encontravam com 4 a 5 folhas. Os efeitos dos tratamentos foram avaliados através de avaliações visuais de controle (AVC) e da massa da parte aérea seca (MPA) das plantas, variáveis obtidas aos 14 e 28 ou 14 e 30 dias após aplicação (DAA) do último tratamento herbicida. Para AVC, utilizou-se escala percentual, em que nota zero correspondeu a nenhum controle de angiquinho e nota 100 significou controle total. Para MPA, as plantas foram secionadas ao nível do solo e secas em estufa. Os dados de MPA foram estimados como redução percentual, em relação às massas obtidas nas testemunhas de cada espécie de angiquinho. Os dados obtidos sofreram análise de variância, através do teste F, e as médias dos tratamentos, para cada variável, foram comparadas entre si pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade. Tabela 1 – Tratamentos herbicidas aplicados para controle de três espécies de angiquinho (Aeschynomene spp.), UFRGS, Porto Alegre-RS, 2005/06 Dose de Dose de Produtos Ingredientes produto ingrediente Épocas de aplicação comerciais ativos comercial ativo (L ha-1) (g ha-1) Pré-emergência + imazapic + 0,70 + (17,5 + 52,5) Only1 Pós-emergência, imazethapyr 0,50 + (12,5 + 37,5) com 2-3 folhas imazapic + 1 0,75 18,8 + 56,3 Pós, 2-3 folhas Only imazethapyr Only1 imazapic + imazethapyr 1,0 25 + 75 Pós, 2-3 folhas Only1 imazapic + imazethapyr 1,0 25 + 75 Pós, 4-5 folhas Ally2 metsulfuronmethyl 3,3 g ha-1 2,0 Pós, 2-3 folhas 1 Acrescido do adjuvante Dash a 0,5% v/v; Acrescido do adjuvante Assist a 0,1% v/v. 2 Em relação aos resultados obtidos, ambas as variáveis avaliadas demonstraram que A. sensitiva foi mais suscetível aos herbicidas do que as outras duas espécies, tanto para Only quanto para Ally (Tabela 2). As avaliações de controle e redução da matéria seca aérea, realizadas aos 14 DAA, mostraram que, inicialmente, os melhores tratamentos com Only foram 0,75 e 1,00 L ha-1, aplicados sobre plantas de A. denticulata e A. sensitiva com 2 a 3 folhas (Tabela 2). No entanto, quando essas variáveis foram avaliadas ao final do período (28 e 30 DAA), constatou-se que houve avanço significativo nos efeitos do herbicida Only aplicado à dose de 1,0 L ha-1 sobre plantas de angiquinho com 4 a 5 folhas. Este comportamento foi comum para as três espécies de angiquinho, embora tenham ocorrido maiores respostas de A. denticulata e A. sensitiva. Verificou-se que os tratamentos com Only à dose de 1 L ha-1 diferiram entre si, com superioridade da aplicação em plantas de angiquinho com 4 a 5 folhas, em relação à aplicação mais precoce. Consideradas apenas as avaliações finais, o tratamento com Only a 1,0 L ha-1, aplicado a plantas de angiquinho com 4 a 5 folhas, superou o herbicida Ally nas três espécies testadas. Contudo, o desempenho de Only foi melhor em A. denticulata e A. sensitiva, gerando níveis de controle de 84 e 94%, respectivamente (Tabela 2). No caso de A. indica, esta espécie mostrou maior tolerância àquele tratamento, pois seu controle ficou aquém de 70%. No caso do herbicida Ally, seu melhor desempenho ocorreu na espécie A. sensitiva, a qual foi controlada de forma satisfatória pelo produto. Por outro lado, para as três espécies de angiquinho, Ally provocou danos herbicidas inferiores àqueles promovidos por Only quando este foi aplicado à dose de 1,0 L ha-1 em plantas com 4 a 5 folhas. Conclui-se que o melhor tratamento com o herbicida Only é aplicação de dose de 1,0 L ha-1 quando as plantas de angiquinho se encontram com 4 a 5 folhas; porém, este tratamento exerce maior efeito em A. sensitiva e menor em A. indica. O tratamento referido supera o desempenho do produto Ally, o qual mostra atuação satisfatória apenas no controle de A. sensitiva. Em geral, a espécie A. sensitiva demonstra maior suscetibilidade aos herbicidas Only e Ally, enquanto A. indica mostra maior grau de tolerância. Tabela 2 – Controle visual e redução1 da matéria seca da parte aérea de três espécies de angiquinho (Aeschynomene spp.) propiciados por herbicidas aplicados em pós-emergência, avaliados em duas épocas, UFRGS, Porto Alegre-RS, 2005/06 Produto comercial Only3,5 Doses (L ha-1) 0,70+ 0,50 Controle visual (%) A.indica A.sensitiva B 23 c7 B 23 b A 43 b A.denticulata Redução da matéria seca (%) 28 DAT 14 DAT A.indica A.sensitiva B 50 c B 58 ab A 68 c A.denticulata 30 DAT A.indica A.sensitiva B 71 b A 75 a B 72 b A.denticulata A.indica A.sensitiva C 46 d B 55 c A 81 b A.denticulata Only3,5 0,75 A 51 a B 23 b A 54 a A 45 d A 46 c B 32 d A 79 a B 69 b A 79 a C 40 e B 51 c A 61 d 3,5 Only 1,00 A 51 a B 23 b A 54 a B 42 d B 44 c A 72 bc AB 79 a B 77 a A 81 a B 68 b B 63 b A 81 b Only3,6 1,00 B 23 c B 17 c A 41 b A 84 a B 66 a A 94 a B 69 b A 78 a A 78 a A 96 a B 89 a A 96 a B 35 b B 37 a A 45 b B 56 b B 52 bc A 78 b B 58 c C 32 c A 66 c B 59 c C 42 d A 72 c A0d A0d A 0c A 0e A 0d A 0 e - - - - - - 11,7 10,8 7,3 15,7 9,3 6,6 7,0 6,8 5,4 Ally4,5 3,3 g ha-1 Sem herbicida Coeficiente de variação (%) 1 14 DAT2 11,9 4,4 6,5 Redução da massa em relação à testemunha sem herbicida. Dias após aplicação do último tratamento herbicida em pós-emergência; Acrescido do adjuvante Dash a 0,5% v/v; 4 Acrescido do adjuvante Assist a 0,1% v/v; 5 Angiquinho no estádio de 2 a 3 folhas; 6 Angiquinho no estádio de 4 a 5 folhas; 7 Médias antecedidas pela mesma letra maiúscula, comparadas nas linhas dentro da mesma época de avaliação, ou seguidas pela mesma letra minúscula, comparadas nas colunas, não diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. 2 3 COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO. 2. UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS RELATIVAS Dirceu Agostinetto(1), Nilson Gilberto Fleck(2), Carlos Eduardo Schaedler(2), Leandro Galon(1). ¹Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS e Departamento de Fitossanidade da FAEM/UFPel, Caixa Postal 354, CEP 96160-000 Pelotas-RS. 2 Faculdade de Agronomia da UFRGS. e-mail: [email protected]. O trabalho objetivou comparar as habilidades competitivas das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 entre si e com biótipo de arroz-vermelho, pela utilização das variáveis relativas massa da matéria seca aérea e área foliar. Foram conduzidos experimentos em casa-de-vegetação, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na estação de cultivo 2001/02. O delineamento experimental utilizado foi o completamente casualizado, com quatro repetições. Os competidores testados incluíram as cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 e um biótipo de arroz-vermelho. Realizou-se experimento preliminar, em monocultivo, com o objetivo de determinar a população de plantas em que a produção final tornava-se constante. Para isso, utilizaram-se populações de quatro, oito, 12, 16, 20, 24, 28 e 32 plantas vaso-1 (equivalentes a 157, 314, 471, 628, 785, 942, 1099 e 1256 plantas m-2). A produção final constante ocorreu com população de 24 plantas vaso-1, o que equivaleu a 942 plantas m-2 (dados não apresentados). Os demais experimentos foram conduzidos em séries de substituição e incluíram combinações das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 e do biótipo de arroz-vermelho, variando-se as proporções relativas de plantas vaso-1 (0:24; 6:18; 12:12; 18:6; 24:0), mantendo-se constante a população total de plantas nos vasos. Na primeira combinação de competidores testaram-se as cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 entre si, e nas demais combinações avaliaram-se as convivências dessas duas cultivares com o arrozvermelho. Na associação das cultivares de arroz, EEA 406 exerceu a função de simuladora de arroz-vermelho, por apresentar características morfológicas similares a este. As variáveis área foliar (AF) e massa da matéria seca aérea das plantas (MS), foram avaliadas aos 32 dias após a emergência (DAE). Para analisar os dados foi utilizado o método de análise gráfica da variação ou da produtividade relativa (Cousens, 1991). Ele consiste na construção de um diagrama, com base nas produtividades ou variações relativas (PR) e totais (PRT). Quando o resultado da PR delinear uma reta, significa que a habilidade dos competidores é equivalente. Caso a PR resultar em linha côncava, indica que existe prejuízo no crescimento de um ou de ambos os competidores. Ao contrário, se a PR expressar linha convexa, significa que há benefício no crescimento de um ou de ambos os genótipos. Quando a PRT for igual à unidade (1) (linha reta), ocorre competição pelo(s) mesmo(s) recurso(s); se for superior a 1 (linha convexa), não existe competição; e, se for menor que 1 (linha côncava), ocorre prejuízo mútuo no crescimento (Cousens, 1991). O procedimento de análise estatística de produtividade ou variação relativa incluiu o cálculo das diferenças para os valores de PR (DPR) obtidos nas proporções relativas de plantas 25, 50 e 75% (quais sejam, 0,25; 0,50 e 0,75 para PR). Utilizou-se o teste “t” para testar as diferenças relativas de DPR e PRT (Hoffman & Buhler, 2002). Considerou-se, para DPR e PRT, existir diferenças em competitividade quando, no mínimo em dois casos, houvesse diferenças significativas pelo teste “t” (Bianchi et al., 2006). Os resultados obtidos para AF e MS, expressos em valores médios por planta, foram submetidos à análise de variância (SAS, 1989). Quando o teste F da análise indicou significância, as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Dunnett, considerando-se as respectivas monoculturas como testemunhas nas comparações. Para todas as análises estatísticas efetuadas adotou-se como probabilidade de erro p ≤ 0,05. A análise gráfica para as combinações de plantas das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 (simuladora) demonstrou, em geral, que IRGA 417 foi mais competitiva, mas ocorreram diferenças significativas somente para a variável área foliar (Figura 1 e Tabela 1). A PRT, em geral, não diferiu da unidade, resultado que se deu para ambas as variáveis. X= IRGA 417 X= IRGA 417 Y= EEA 406 1.6 A Y= EEA 406 1.6 1.4 1.4 1.2 1.2 1.2 1.2 1.0 1.0 1.0 1.0 0.8 0.8 0.8 0.8 0.6 0.6 0.6 0.6 0.4 0.4 0.4 0.4 0.2 0.2 0.2 0.2 0.0 0.0 0.0 1.6 1.6 1.4 1.4 1.2 1.2 1.2 1.2 1.0 1.0 1.0 1.0 0.8 0.8 0.8 0.8 0.6 0.6 0.6 0.6 0.4 0.4 0.4 0.4 0.2 0.2 0.2 0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 1.4 0.0 1.4 X= IRGA 417 X= IRGA 417 Y= ARROZ-VERMELHO 1.6 B 1.4 Produtividade relativa 1.6 D Y= ARROZ-VERMELHO 1.6 E 1.4 X= EEA 406 X= EEA 406 Y= ARROZ-VERMELHO Y= ARROZ-VERMELHO 1.6 1.6 1.4 1.4 1.2 1.2 1.2 1.2 1.0 1.0 1.0 1.0 0.8 0.8 0.8 0.8 0.6 0.6 0.6 0.6 0.4 0.4 0.4 0.4 0.2 0.2 0.2 0.2 0.0 0.0 0.0 1.6 C 1.4 1.6 F 1.4 0.0 X 100 75 50 25 0 100 75 50 25 0 Y 0 25 50 75 100 0 25 50 75 100 Proporção de plantas (%) Produtividade relativa 1.6 Proporção de plantas (%) Figura 1. Diagramas para as variáveis relativas área foliar - AFR (A, B e C) e matéria seca aérea de plantas - MSR (D, E e F). UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001/02. (●) AFR ou MSR da cultivar de arroz IRGA 417 ou EEA 406; (o) AFR ou MSR do competidor EEA 406 ou arroz-vermelho; e (▼) área foliar ou matéria seca aérea relativas totais (AFRT ou MSRT). A associação da cultivar IRGA 417 com o biótipo de arroz-vermelho, consideradas as duas variáveis avaliadas, mostrou que os desvios observados das retas da PR, em relação às retas esperadas, expressaram-se por linhas côncavas para a cultura e por linhas convexas para o competidor, demonstrando que a cultura foi menos competitiva do que o arroz-vermelho (Figura 1). Considerando-se que para haver diferença, pelo menos duas proporções de plantas devem diferir, tal resultado ocorreu para as duas variáveis entre as retas estimadas e esperadas para a cultivar IRGA 417 (Figura 1 e Tabela 1). Com relação à PRT da combinação, constataram-se aumentos quando a maior proporção de plantas correspondeu ao competidor, situação em que houve diferenças para a variável MS. A interpretação dos resultados gráficos para a combinação da cultivar EEA 406 e do arroz-vermelho revelou, para ambas as variáveis, que, em geral, este não alterou seu crescimento. Verificou-se redução na produção de MS da cultivar nas maiores proporções de plantas do arroz-vermelho na associação (Figura 1 e Tabela 1). Para PRT, observou-se, em geral, aumentos na produção de AF e reduções na produção de MS, mas ocorrendo diferenças entre os valores dos desvios esperados e observados somente para MS. Tabela 1. Diferenças relativas para as variáveis área foliar e matéria seca aérea das cultivares de arroz IRGA 417 ou EEA 406 e de arroz-vermelho, aos 32 dias após a emergência do arroz. UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001/02 Proporções de plantas associadas (arroz: competidor) Variáveis 75:25 50:50 25:75 Área foliar IRGA 417 0,14 (±0,05) 0,11 (±0,03)* 0,02 (±0,02) EEA 406 -0,12 (±0,02)* -0,05 (±0,04) -0,10 (±0,03)* Total 1,04 (±0,06) 1,05 (±0,06) 0,90 (±0,03) IRGA 417 -0,27 (±0,02)* -0,12 (±0,06) -0,11 (±0,01)* Arroz-vermelho 0,30 (±0,12) 0,24 (±0,09) 0,11 (±0,04) Total 0,84 (±0,04)* 1,12 (±0,13) 1,19 (±0,13) EEA 406 0,42 (±0,16) 0,01 (±0,03) -0,06 (±0,05) Arroz-vermelho 0,24 (±0,11) 0,01 (±0,08) -0,02 (±0,04) Total 1,41 (±0,19) 1,02 (±0,08) 1,18 (±0,10) Matéria seca aérea IRGA 417 0,10 (±0,02)* -0,03 (±0,02) -0,03 (±0,02) EEA 406 -0,05 (±0,03) -0,06 (±0,02)* -0,08 (±0,03) Total 1,01 (±0,05) 0,91 (±0,01)* 0,93 (±0,05) IRGA 417 -0,24 (±0,02)* -0,16 (±0,04)* -0,14 (±0,01)* Arroz-vermelho 0,33 (±0,03)* 0,19 (±0,08) 0,04 (±0,03) Total 0,80 (±0,04)* 1,04 (±0,08) 1,19 (±0,03)* EEA 406 0,14 (±0,14) -0,24 (±0,03)* -0,13 (±0,01)* Arroz-vermelho -0,01 (±0,04) -0,01 (±0,03) -0,06 (±0,02) Total 1,07 (±0,13) 0,75 (±0,04)* 0,86 (±0,04)* * Diferença significativa pelo teste t (p≤0,05). Valores entre parênteses indicam o erro padrão da média. De modo geral, o crescimento relativo da cultivar IRGA 417 sempre foi menor quando a participação do competidor predominava na associação: 75% para EEA 406 ou arroz-vermelho e 25% para a cultura (Figura 1 e Tabela 1). Os resultados mostram que o arroz-vermelho, quando ocorre em proporção igual ou superior de plantas na associação, afeta as variáveis área foliar e matéria seca área das plantas das cultivares IRGA 417 e EEA 406, demonstrando superioridade competitiva. Em geral, as cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 não modificam suas características morfológicas ao competirem entre si, independente da proporção de plantas associadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIANCHI, M.A; FLECK, N.G.; LAMEGO, F.P. Proporção entre plantas de soja e plantas competidoras e as relações de interferência mútua. Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n.5, p.1380-1387, 2006. COUSENS, R. Aspects of the design and interpretation of competition (interference) experiments. Weed Technology, Champaign, v.5, n.3, p.664-673, 1991. HOFFMAN, M.L.; BUHLER, D.D. Utilizing Sorghum as a functional model of crop weed competition. I. Establishing a competitive hierarchy. Weed Science, Lawrence, v.50, n.4, p.466-472, 2002. SAS – Statistical Analysis System. User’s guide. 4.ed. Cary: SAS Institute, 1989. 846p. Agradecimento: Ao CNPq, pelo recurso financeiro e pelas bolsas concedidas aos autores. ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC Germani Concenço1, Alexandre Ferreira da Silva2, Evander Alves Ferreira1, Marcelo Rodrigues Reis1, Antônio Alberto da Silva3, Francisco Affonso Ferreira3, José Alberto Noldin4. 1Doutorando em Fitotecnia e bolsista CNPq, DFT/UFV, Viçosa, MG, [email protected]; 2Mestrando em Fitotecnia UFV; 3Prof. DFT / UFV; 4 Pesquisador da Epagri,Itajaí,SC. A cultura do arroz, especialmente do irrigado, exerce grande expressão econômica nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com patamares de produtividade em torno de 6,7 e 7,5 t ha-1, respectivamente (IRGA, 2007; Epagri, 2007). As plantas daninhas são responsáveis por perdas substanciais de produtividade das culturas, quando não corretamente manejadas. A diversidade de espécies, aliada a alta infestação, dificulta o controle, ocasiona problemas durante o cultivo, facilita o acamamento da cultura e dificulta outros tratos culturais, além de causar maiores perdas na colheita (Andres et al., 2007). O capim-arroz (Echinochloa sp.) é considerado como a segunda espécie daninha mais problemática do arroz irrigado, por estar amplamente distribuído, por ser de crescimento agressivo e apresentar similaridade morfológica com as plantas da cultura, o que dificulta a aplicação de métodos alternativos de controle (Andres et al., 2007). Altas infestações de capim-arroz podem causar reduções de até 90% na produtividade do arroz irrigado (Melo et al., 2006). Dentre os herbicidas utilizados na lavoura de arroz, o quinclorac, mimetizador de auxina, reúne flexibilidade na aplicação (pré e pós-emergência), eficiência de controle de espécies de Echinochloa e Aeschynomene, baixa toxicidade ao homem e animais, e seletividade à cultura do arroz (Andres et al., 2002). Este herbicida começou a ser utilizado nas regiões orizícolas dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina no início da década de 1990, sendo utilizado intensamente até meados de 1999, quando começaram a surgir falhas de controle de capim-arroz. Estudos realizados por instituições do Sul do País confirmaram a ocorrência de resistência (Menezes & Ramirez, 2000; Eberhardt et al., 2000) e sua ampla distribuição (Andres et al., 2007). Objetivou-se com este trabalho avaliar a capacidade de acúmulo de massa entre biótipos de capim-arroz resistente e suscetível ao quinclorac, em função dos parâmetros fisiológicos do crescimento. O experimento foi instalado em casa de vegetação climatizada, mantido sob temperatura entre 22 e 27 oC e iluminação natural. As unidades experimentais constaram de recipientes plásticos com área de 0,07 m2, perfurados, contendo 10 L de solo, corrigido e adubado de acordo com a análise, com incorporação um mês antes da implantação do experimento. Os tratamentos constaram de plantas dos biótipos de capim-arroz resistente e suscetível ao quinclorac provenientes da Epagri/EEI, coletados na região de Itajaí/SC. No centro da unidade experimental, foram semeadas três sementes do biótipo de capim-arroz considerado como o tratamento da unidade experimental (R para resistente e S para suscetível). Na periferia da unidade experimental foram semeadas dez sementes do biótipo oposto ao do tratamento (central). Dez dias após a germinação foi efetuado o desbaste, deixando apenas uma planta no centro da unidade experimental, e o número de plantas do biótipo oposto de acordo com o tratamento na periferia (0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas). A área de semeadura do biótipo central da unidade experimental foi delimitada por cilindro com 5 cm de diâmetro e 2 cm de profundidade, para facilitar a posterior identificação da planta central e de seus perfilhos. O cilindro foi inserido no solo, com a borda superior paralela à superfície, permitindo total desenvolvimento das raízes e da parte aérea da planta, e plena competição do biótipo central com as demais plantas da periferia, tanto na parte aérea, como no sistema de raízes. O delineamento experimental utilizado foi o completamente casualizado, com os tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 6, com quatro repetições. As unidades experimentais foram mantidas eqüidistantes, de forma que a área de superfície disponível para o desenvolvimento das plantas correspondesse à área da unidade experimental. No momento da colheita aos 40 dias após a emergência foi avaliada a área foliar. A massa seca da parte aérea e das raízes das plantas de capim-arroz resistente e suscetível foi determinada por pesagem em balança analítica após secagem desses materiais em estufa de circulação forçada de ar e mantida a temperatura de 65 0C até massa constante. Tomando como base os dados obtidos, foram calculados os seguintes parâmetros tanto para o biótipo resistente quanto para o suscetível ao quinclorac: taxa de crescimento da cultura (MSf / Ndias - g plantas-1 D-1), onde MSf é a massa seca final e Ndias é o número de dias que a planta cresceu; área foliar específica (Af / MSf - cm2 g-1), razão de área foliar (Af /MSt), razão de massa foliar (MSfolhas/MStotal), indica a participação das folhas na constituição total das plantas, e índice de área foliar (Af/Asolo). Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade, sendo efetuado teste de Duncan a 5% para avaliar o efeito do aumento na densidade de plantas, e teste da Diferença Mínima Significativa (DMS) a 5% de probabilidade para avaliar diferenças entre o biótipo resistente e suscetível em cada tratamento, utilizando o programa estatístico Winstat 2.1. As médias referentes às variáveis estudadas estão representadas na Tabela 1. O biótipo resistente de capim-arroz crescendo isolado no vaso apresentou maior massa seca que o suscetível, porém sem diferença significativa. Biótipos localizados no centro do vaso no caso deste experimento competiam com plantas do biótipo oposto quanto a resistência ao quinclorac. Quando um determinado biótipo estava na periferia, a competição mais séria nas maiores densidade ocorria com plantas do mesmo biótipos. A maioria dos estudos relatados na literatura sobre a comparação da competitividade entre os biótipos resistente e suscetível de plantas daninhas têm sido realizados com plantas daninhas do tipo folha larga. A maior parte destes estudos mostra prejuízo para o biótipo resistente em relação ao suscetível (LeBaron & Gressel, 1982). Com relação a taxa de crescimento, os dois biótipos quando localizados no centro do vaso não apresentaram diferença, entretanto com o incremento da densidade observou-se redução na taxa de crescimento para ambos os biótipos. Para as plantas localizadas na periferia da unidade observou-se diferença apenas nas menores densidades, sendo que nesta situação o biótipo suscetível apresentou maior taxa de crescimento. A taxa de crescimento expressa a velocidade média de crescimento ao longo do período de observação. Nas maiores densidades o biótipo resistente apresentou maior área foliar específica tanto quando competindo com o biótipo suscetível ou mesmo quando localizado no centro da parcela competindo com plantas do mesmo biótipo. A área foliar específica fornece uma idéia da espessura da folha, neste caso o biótipo resistente em condição de competição apresenta folhas mais espessas que o suscetível. Desta forma, as plantas de capim-arroz do biótipo resistente apresentaram folhas mais espessas (maior área foliar específica) que as plantas do biótipo suscetível para todas as densidades avaliadas. Não foi observada diferença entre os biótipos com relação a razão de peso foliar tanto no centro quando na periferia das parcelas. Para os dois biótipos não se constatou redução na razão de massa foliar. Essa razão indica o quanto de massa seca que as folhas apresentam em relação à massa total da planta. No que se refere a razão de área foliar, também não se observou diferença entre os biótipos, exceto quando para o resistente em cultivo isolado no centro da parcela (na ausência de competição) que apresentou maior razão de área foliar. Quanto maior a razão de área foliar, maior a capacidade da planta de interceptar energia luminosa. Os biótipos resistente e suscetível também não diferiram com relação ao índice de área foliar tanto no centro quando na periferia da unidade experimental. Concluiu-se que, baseado na equivalência dos parâmetros fisiológicos entre biótipos, não existe diferenças significativas entre o biótipo resistente e o suscetível ao quinclorac quanto ao potencial de acúmulo de massa em condição de competição. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRES, A. et al. Detecção da resistência de capim-arroz (Echinochloa sp.) ao herbicida quinclorac em regiões orizícolas do sul do Brasil. Planta Daninha, v.25, p.221-226, 2007. ANDRES, A. et al. Uso de inibidores de tubulina, de ACCase e de ALS em arroz irrigado para o controle de capim-arroz resistente a quinclorac. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Resumos... Londrina: SBCPD/Embrapa Clima Temperado, 2002. p.203. EBERHARDT, D.S.; NOLDIN, J.A.; GUTIEREZ, M. et al. Resistência de capim-arroz (Echinochloa crus-galli) ao herbicida quinclorac. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 22., 2000, Foz do Iguaçu. Anais... Londrina: SBCPD, 2000. p.512. EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA E EXTENSÃO RURAL DE SANTA CATARINA [EPAGRI]. Informe Conjuntural: arroz. In: www.epagri.sc.gov.br. Adquirido em: 27/07/2007. INSTITUTO RIOGRANDENSE DO ARROZ [IRGA]. Arroz irrigado: Série histórica da área plantada, produção e rendimento. In: www.irga.rs.gov.br; adquirido em 27/05/2007. LeBARON, H.M.; GRESSEL, J. Summary of accomplishments, conclusions, and future needs. In: LeBARON, H.M.; GRESSEL, J. (Ed.) Herbicide resistance in plants. N.Y: John Wiley and Sons. p.349-362, 1982. MELO, P.T.B.S.; et al. Comportamento de populações de arroz irrigado em função das proporções de plantas originadas de sementes de alta e baixa qualidade fisiológica. Rev. Bras. de Agrociência, v.12, p.37-43, 2006. MENEZES, V.G.; RAMIREZ, H.V. Resistance of Echinochloa crus-galli L. to quinclorac in flooded rice in Southern Brazil. In: INTERNATIONAL WEED SCIENCE CONGRESS, 3., 2000, Foz do Iguaçú. Abstracts... Corvallis: IWSS, 2000. p.140. Tabela 1. Parâmetros morfo-fisiológicos avaliados em biótipos de capim-arroz R e S ao herbicida quinclorac. DFT/UFV, 2007 1 ns–não significativo; *significativo ao nível de 5%; **significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste da DMS; 2Médias seguidas da mesma letra, na mesma coluna e dentro de cada posição (centro ou externas) não diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade; 3CENTRO: número de plantas do biótipo indicado no centro da parcela, competindo com o número de plantas entre parênteses do biótipo oposto; 4EXTERNAS: número de plantas do biótipo indicado, competindo entre si e com a planta do biótipo oposto (1) no centro da parcela. CRESCIMENTO DE COLMOS E FOLHAS DE CAPIM-ARROZ RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC SOB COMPETIÇÃO Germani Concenço1, Ignacio Aspiazú1, Evander Alves Ferreira1, Marcelo R. Reis2, Francisco Affonso Ferreira3, Antônio Alberto da Silva3. 1Doutorando em Fitotecnia da UFV, bolsista CNPq, [email protected]; 2Mestrando em Fitotecnia UFV; 3Prof. DFT/UFV. O arroz (Oryza sativa) é uma das culturas mais importantes em termos mundiais, sendo cultivado em cinco continentes, uma vez que se adapta com certa facilidade a condições climáticas distintas. Dentre as plantas daninhas mais problemáticas na cultura do arroz irrigado destaca-se o capim-arroz (Echinochloa sp.), devido às semelhanças morfo-fisiológicas e vasta distribuição nos campos de arroz ao redor do mundo, além dos altos níveis de infestação (Andres & Machado, 2004). No Brasil, o biótipo de capim-arroz que apresenta resistência ao quinclorac está amplamente distribuído nas regiões orizícolas do Sul do País, onde se concentra quase 70% da produção nacional deste cereal. Além disso, estudos preliminares indicam que os biótipos resistentes apresentam ampla distinção morfológica e fisiológica entre si, e que provavelmente a resistência se desenvolveu independentemente nas regiões produtoras de arroz (Andres et al., 2007). O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de crescimento de dois biótipos provenientes da mesma região orizícola do estado de Santa Catarina, resistente e suscetível ao quinclorac, em função do incremento na densidade de plantas. O experimento foi instalado em casa-de-vegetação. As unidades experimentais constaram de recipientes plásticos perfurados com área de 0,07 m2, contendo 10 L de solo, corrigido e adubado de acordo com análise, com incorporação um mês antes da implantação do experimento. Os tratamentos constaram de plantas dos biótipos de capimarroz resistente e suscetível ao quinclorac, oriundos da Epagri/EEI, e coletados na região de Itajaí/SC. No centro da unidade experimental, foram semeadas três sementes do biótipo de capim-arroz considerado como o tratamento da unidade experimental (R para resistente e S para suscetível). Na periferia da unidade experimental foram semeadas dez sementes do biótipo oposto ao do tratamento (central). Dez dias após a germinação foi efetuado o desbaste, deixando apenas uma planta no centro da unidade experimental, e o número de plantas do biótipo oposto de acordo com o tratamento (0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com os tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 6, com quatro repetições. As unidades experimentais foram mantidas eqüidistantes, de forma que a área de superfície disponível para o desenvolvimento das plantas correspondesse à área da unidade experimental. Aos 40 dias após a emergência, a planta central foi cortada rente ao solo, separada em colmos e folhas, sendo aferida sua massa fresca. Em seguida, esse material foi transferido para sacos de papel e colocado em estufa com circulação forçada de ar a 65 oC até massa constante, quando então se obteve a massa seca de folhas e de colmos. Foi calculado ainda o conteúdo de água de folhas e colmos, através da fórmula (100*(MF – MS)/ MF), sendo MF = massa fresca e MS = massa seca de plantas. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade, sendo efetuado teste de Duncan a 5% para avaliar o efeito do aumento na densidade de plantas, e teste da Diferença Mínima Significativa (DMS) a 5% de probabilidade para avaliar diferenças entre o biótipo resistente e suscetível em cada tratamento utilizando o programa estatístico Winstat 2.1. A massa fresca de folhas decresceu em função do aumento no número de plantas do biótipo oposto competindo com o biótipo em planta única no centro da parcela, tanto para o biótipo resistente como para o suscetível (Tabela 1). Os biótipos só diferiram entre si quando a planta central competia com duas plantas do biótipo oposto (tratamento 1(2)), devido à queda brusca na massa fresca de folhas do biótipo resistente entre os tratamentos 1(1) e 1(2). Além disso, o biótipo suscetível parece ter reagido ao incremento na competição em baixo nível (tratamento 1(1)) com aumento no acúmulo de massa fresca, de 39,5 para 60 g planta-1, voltando a reduzir posteriormente com o aumento na competição. A massa fresca de colmos, por sua vez, foi maior para o biótipo resistente nos tratamentos 1(0) – testemunha, e 1(2), neste último devido também à queda brusca na massa fresca de colmos observada no biótipo resistente entre os tratamentos 1(1) e 1(2). Embora a diferença no acúmulo de massa fresca de colmos de plantas suscetíveis entre a testemunha (tratamento 1(0)) e a maior densidade (tratamento 1(5)) tenha sido muito maior no biótipo suscetível, não ocorreram diferenças entre biótipos nas maiores intensidades de competição. O acúmulo de massa seca em folhas também foi mais seriamente afetado a partir do tratamento 1(2), tanto no biótipo resistente como no suscetível (Tabela 1). Ambos os biótipos reduziram em até 75% o acúmulo de massa seca em folhas, em função do aumento na intensidade de competição. O biótipo suscetível mais uma vez reagiu à presença de uma planta do biótipo oposto aumentado a massa seca de colmos. Esse fato pode ter tido como conseqüência o sombreamento da planta do biótipo resistente. Ao contrário da massa fresca, não foram observadas diferenças entre biótipo resistente e suscetível ao quinclorac quanto ao acúmulo de massa seca em folhas. Comportamento muito similar foi observado para o acúmulo de massa seca em colmos, onde a planta do biótipo suscetível reagiu à competição com uma planta do biótipo resistente, voltando a reduzir o acúmulo de massa seca em colmos (Tabela 1). Mais uma vez não foram observadas diferenças entre biótipo resistente e suscetível ao quinclorac. O conteúdo de água normalmente é considerado como um dos primeiros indicadores de que a planta está sob estresse ou efeito de algum agente externo, como um tratamento herbicida. Sob condição de alta competição, seria de se esperar que as plantas mais vigorosas incrementassem o conteúdo de água, principalmente nos colmos da planta, como forma de promover o alongamento celular, e consequentemente o alongamento dos entrenós do colmo. Devido à alta necessidade de luz das plantas C4 para manutenção do metabolismo em níveis adequados, a planta que cresce primeiro e sombreia as demais, possui taxa de fotossíntese líquida e acúmulo de massa muito superior, estabelecendo-se na área primeiro e inibindo o crescimento dos indivíduos menos competitivos. Uma vez que não foram observadas diferenças entre tratamentos, pode-se concluir que provavelmente as plantas de capim-arroz estavam sob baixo nível de competição. Em condições de campo, a emergência potencial de capim-arroz chega a mais de 2500 plântulas por metro quadrado em áreas de monocultivo (Melo et al., 2004). Conclui-se que houve redução no crescimento de folhas e colmos em função do incremento na densidade de plantas, mas que os biótipos resistente e suscetível não diferem, ou possuem diferenças muito discretas quanto ao acúmulo de massa nessas partes da planta, tanto na ausência como sob alta competição. Consequentemente é esperado que as freqüências respectivas sejam mantidas na população, mesmo na ausência do agente selecionador, considerando que nenhum outro fator de seleção seja aplicado à população. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRES, A.; MACHADO, S.L.O. Plantas daninhas em arroz irrigado. In: GOMES, A.S.; MAGALHÃES Jr.; A.M. (Eds.). Arroz irrigado no Sul do Brasil. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. p.457-546. ANDRES, A. et al. Detecção da resistência de capim-arroz (Echinochloa sp.) ao herbicida quinclorac em regiões orizícolas do sul do Brasil. Planta Daninha, v.25, p.221-226, 2007. MELO, P.T.B.S. et al. Fluxo de emergência de plantas daninhas em áreas de cultivo de arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 24., 2004, São Pedro. Anais. Londrina : SBCPD, 2004. CD-ROM. Tabela 1. Massa fresca e seca de colmos e folhas de capim-arroz em função do biótipo e intensidade de competição Massa Fresca Folhas (g planta-1) Massa Fresca Colmos (g planta-1) Trat.1 Res. Susc. Dif.2 Trat.1 Res. Susc. Dif.2 1 (0) 51,3 a3 39,5 b3 + 11,8 ns 1 (0) 87,5 a3 126,3 a3 - 38,7 * 1 (1) 53,8 a 60,0 a - 6,2 ns 1 (1) 98,8 a 108,8 a - 10,0 ns 1 (2) 17,6 b 40,1 b - 22,5 * 1 (2) 26,1 b 69,5 b - 43,4 * 1 (3) 17,7 b 28,4 bc - 10,7 ns 1 (3) 33,0 b 48,3 bc - 15,3 ns 1 (4) 13,1 b 14,0 c - 0,9 ns 1 (4) 25,0 b 23,1 c + 1,9 ns - 4,2 ns 1 (5) 12,1 b 22,9 c - 10,9 ns 1 (5) 10,0 b 14,2 c Massa Seca Folhas (g planta-1) Massa Seca Colmos (g planta-1) Trat.1 Res. Susc. Dif.2 Trat.1 Res. Susc. Dif.2 1 (0) 8,72 a3 6,83 b3 + 1,89 ns 1 (0) 9,12 a3 6,89 b3 + 2,23 ns 1 (1) 8,33 a 8,91 a - 0,58 ns 1 (1) 9,84 a 12,80 a - 2,96 ns 1 (2) 2,86 b 4,75 c - 1,89 ns 1 (2) 3,15 b 6,21 bc - 3,06 ns 1 (3) 2,75 b 3,79 cd - 1,04 ns 1 (3) 4,36 b 4,01 bc + 0,35 ns 1 (4) 2,22 b 2,24 d - 0,02 ns 1 (4) 3,56 b 2,06 c + 1,50 ns 1 (5) 2,35 b 2,10 d + 0,25 ns 1 (5) 1,64 b 2,11 c - 0,47 ns Conteúdo de Agua Folhas (%) Conteúdo de Agua Colmos (%) Trat.1 Res. Susc. + 0,3 ns 1 (0) 89,5 a3 94,5 a3 - 4,9 ns 85,2 a - 0,6 ns 1 (1) 90,0 a 88,2 a + 1,8 ns 83,8 a 88,2 a - 4,4 ns 1 (2) 87,9 a 91,0 a - 3,1 ns 1 (3) 84,5 a 86,7 a - 2,2 ns 1 (3) 86,7 a 91,6 a - 4,9 ns 1 (4) 83,1 a 84,0 a - 0,9 ns 1 (4) 85,7 a 91,0 a - 5,3 ns Trat. 1 Res. Susc. Dif. 1 (0) 83,0 a3 82,7 a3 1 (1) 84,5 a 1 (2) 2 Dif.2 1 (5) 1 (5) 76,5 a 85,2 a - 8,7 ns 86,4 a 90,7 a - 4,3 ns Número de plantas do biótipo indicado no centro da parcela, competindo com o número de plantas entre parênteses do biótipo oposto; 2 ns – não significativo; * significativo ao nível de 5%; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste da DMS; 3 Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna e dentro de cada variável, não diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. 1 DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE RAÍZES DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DA INTENSIDADE DE COMPETIÇÃO Germani Concenço1, Evander Alves Ferreira1, Alexandre Ferreira. da Silva2, Ignacio Aspiazú1, Francisco Affonso Ferreira3, Antônio Alberto da Silva3. 1Doutorando em Fitotecnia da UFV, bolsista CNPq, [email protected]; 2Mestrando em Fitotecnia UFV; 3Prof. DFT/ UFV. Devido ao uso incorreto de herbicidas, ausência de rotação de culturas e ausência de manejo integrado das plantas daninhas, o capim-arroz desenvolveu resistência a vários princípios ativos ao redor do mundo, com alguns casos de resistência múltipla (LopezMartinez et al., 1997). No Brasil, biótipos de capim-arroz que apresentam resistência ao quinclorac são amplamente distribuídos nas regiões orizícolas do Sul do País, onde se concentra quase 70% da produção nacional deste cereal. Além disso, estudos preliminares indicam que os biótipos resistentes apresentam ampla distinção morfológica e fisiológica entre si, e que, provavelmente, a resistência se desenvolveu independentemente nas regiões produtoras de arroz (Andres et al., 2007). O capim-arroz, por possuir o metabolismo C4, é altamente competitivo durante o verão, tendo elevada capacidade de extração de recursos naturais do ambiente para realizar processos essenciais como a fotossíntese (Taiz & Zeiger, 2004). Plantas com sistema de raízes mais desenvolvido tendem a explorar maior volume de solo e apresentar melhor desempenho em caso de escassez de recursos (Silva et al., 2007). Objetivou-se com este trabalho avaliar o potencial competitivo de biótipos de capim-arroz resistente e suscetível ao quinclorac no ambiente do solo, como forma de determinar qual o biótipo mais eficiente na extração de recursos em caso de escassez. As plantas foram cultivadas em casa de vegetação climatizada, mantida sob temperatura entre 22 e 27 oC e iluminação natural. As unidades experimentais constaram de recipientes plásticos com área de 0,07 m2, perfurados, contendo 10 L de solo, corrigido e adubado de acordo com análise, com incorporação um mês antes da implantação do experimento. Os tratamentos constaram de plantas dos biótipos de capim-arroz resistente e suscetível ao quinclorac. No centro da unidade experimental, foram semeadas três sementes do biótipo de capim-arroz considerado como o tratamento da unidade experimental (R para resistente e S para suscetível). Na periferia da unidade experimental foram semeadas dez sementes do biótipo oposto ao do tratamento (central). Dez dias após a germinação foi efetuado o desbaste, deixando apenas uma planta no centro da unidade experimental, e o número de plantas do biótipo oposto de acordo com o tratamento (0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas). A área de semeadura do biótipo central da unidade experimental foi delimitada por cilindro com 5 cm de diâmetro e 2 cm de profundidade, para facilitar a posterior identificação da planta central e de seus perfilhos. O cilindro foi inserido no solo, com a borda superior rente à superfície, permitindo total desenvolvimento das raízes e da parte aérea da planta, e plena competição do biótipo central com as demais plantas da periferia, tanto na parte aérea, como no sistema de raízes. O delineamento experimental utilizado foi o completamente casualizado, com os tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 6, com quatro repetições. As unidades experimentais foram mantidas eqüidistantes, de forma que a área de superfície disponível para o desenvolvimento das plantas correspondesse à área da unidade experimental. Aos 40 dias após a emergência, as plantas foram coletadas, avaliando-se a produção de MS da parte área e radical. O sistema de raízes da planta central da unidade experimental foi individualizado, seco em papel toalha e pesado para obter a massa fresca, Em seguida, foi determinado o comprimento total e o volume do sistema de raízes. Para isso utilizou-se régua graduada e o método de volume de líquido deslocado em proveta graduada. A amostra foi acondicionada em sacos de papel e colocada para secar em estufa de circulação forçada de ar a 65 oC até massa constante para determinação da MS. O conteúdo de água (CA%) nas raízes foi calculado através da fórmula (100*(MF – MS)/ MF), sendo MF = massa fresca e MS = massa seca de plantas. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade, sendo efetuado teste de Duncan a 5% para avaliar o efeito do aumento na densidade de plantas, e teste da Diferença Mínima Significativa (DMS) a 5% de probabilidade para avaliar diferenças entre o biótipo resistente e suscetível em cada tratamento, utilizando o programa estatístico Winstat 2.1. Plantas cultivadas em maiores densidades produziram raízes de menor comprimento tanto para o biótipo resistente como para o suscetível ao quinclorac (Tabela 1). Ambos os biótipos somente diferiram da testemunha na maior intensidade de competição, ou seja, uma planta do biótipo estudado, competindo contra cinco plantas do biótipo oposto. A diferença quanto ao comprimento de raízes entre planta isolada (tratamento 1(0)) e a maior intensidade de competição, foi de 9,5 e de 10,7 cm para o biótipo resistente e suscetível, respectivamente. Além disso, os biótipos não diferiram em nenhum dos tratamentos estudados. O volume de raízes por planta também diminuiu em função do incremento na intensidade de competição. No entanto, o biótipo resistente pôde ser estratificado em três níveis, enquanto o suscetível ao quinclorac somente em dois. Enquanto o biótipo resistente mostrou redução significativa no volume de raízes quando confrontado com quatro plantas do biótipo oposto, o suscetível somente diferiu da testemunha na maior intensidade de competição. As diferenças observadas entre biótipos dentro de cada tratamento também não foram significativas. Resultado semelhante foi observado para a massa fresca do sistema de raízes, onde o biótipo resistente foi mais afetado pelo incremento na competição entre plantas que o suscetível quando considerado isoladamente, mas sem distinção entre biótipos, dentro de cada tratamento. A massa seca de raízes mostrou o mesmo comportamento, sendo o biótipo resistente dividido em três níveis em função do aumento na intensidade de competição, enquanto o suscetível ao quinclorac foi agrupado em apenas dois níveis (Tabela 1). Em nenhum dos tratamentos foi observada diferença entre biótipos resistente e suscetível ao quinclorac. Semelhança entre biótipos quanto à capacidade de desenvolvimento de raízes está diretamente relacionada ao volume de solo explorado, e à quantidade de recursos potencialmente passíveis de extração (Klepper, 1992). Os biótipos de capim-arroz resistente e suscetível ao quinclorac não diferiram em nenhuma das variáveis, dentro de cada tratamento analisado, embora tenham reagido diferentemente ao aumento na intensidade de competição. No entanto, estas diferenças devem ser consideradas com cuidado, uma vez que as variáveis do sistema de raízes apresentam, de forma geral, alto coeficiente de variação (Fante Jr. et al., 1999). Contudo, é possível aferir que, se o sistema de raízes não difere entre biótipos, provavelmente o mesmo ocorra na parte aérea, desde que outros fatores não relacionados à capacidade de extração de nutrientes não estejam atuando. Concluiu-se que, o biótipo de capim-arroz resistente ao quinclorac não difere do suscetível em relação ao potencial de extração de nutrientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRES, A. et al. Detecção da resistência de capim-arroz (Echinochloa sp.) ao herbicida quinclorac em regiões orizícolas do sul do Brasil. Planta Daninha, v.25, p.221-226, 2007. FANTE Jr., L. et al. Root system distribution of a forrage oat crop. Sci. agric., v.56, p.10911100, 1999. KLEPPER, B. Roots: past, present and future. In: International Potash Institute. Roots of plant nutrition. Champaign: POTAFOS, 1992. p.7-18. LÓPEZ-MARTINEZ, N.; MARSHALL, G.; DePRADO, R. Resistance of barnyardgrass (Echinochloa crus-galli) to atrazine and quinclorac. Pestic. Sci., v.51, p.171-175, 1997. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. Porto Alegre: ARTMED, 2004. 768p. SILVA, A.A. et al. Competição entre plantas daninhas e culturas. In: SILVA, A.A.; SILVA, J.F. (Ed.) Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa:UFV, 2007. p.17-61. Tabela 1. Comprimento, volume e massa fresca e seca do sistema de raízes de capimarroz em função do biótipo e intensidade de competição Volume de raízes (cm3 planta-1) Comprimento de raízes (cm) Trat.1 Res. Susc. Dif.2 - 5,5 ns 1 (0) 46,75 a3 42,50 a3 + 4,25 ns 38,3 a - 1,3 ns 1 (1) 33,00 ab 22,25 ab + 10,7 ns 36,3 a 37,8 a - 1,5 ns 1 (2) 37,25 ab 27,00 ab + 10,2 ns 1 (3) 35,3 a 34,8 ab + 0,5 ns 1 (3) 29,75 abc 24,00 ab + 5,75 ns 1 (4) 28,3 ab 33,0 ab - 4,7 ns 1 (4) 20,25 bc 19,50 ab + 0,75 ns 1 (5) 23,0 b 27,3 b - 4,3 ns 1 (5) 12,90 c 12,50 b + 0,4 ns Trat. 1 Res. Susc. Dif. 1 (0) 32,5 a3 38,0 a3 1 (1) 37,0 a 1 (2) 2 Massa fresca (g planta-1) Massa seca (g planta-1) Trat.1 Res. Susc. Dif.2 Trat.1 Res. Susc. Dif.2 1 (0) 36,3 a3 49,0 a3 - 12,7 ns 1 (0) 6,32 a3 7,81 a3 - 1,49 ns 1 (1) 34,0 ab 49,2 a - 15,2 ns 1 (1) 5,55 ab 6,22 ab + 1,33 ns 1 (2) 30,8 ab 20,5 b + 10,3 ns 1 (2) 4,58 abc 3,05 b + 1,53 ns 3,76 abc 4,24 b - 0,48 ns 2,46 bc 4,07 b - 1,61 ns 1 (3) 32,5 ab 27,5 b + 5,0 ns 1 (3) 1 (4) 15,0 bc 26,3 b - 11,3 ns 1 (4) 1 (5) 1 (5) 11,8 c 18,8 b - 7,0 ns 1,73 c 3,00 b - 1,27 ns Número de plantas do biótipo indicado no centro da parcela, competindo com o número de plantas entre parênteses do biótipo oposto; 2 ns – não significativo; * significativo ao nível de 5%; ** significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste da DMS; 3 Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna e dentro de cada variável, não diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. 1 POTENCIAL COMPETITIVO DE BIÓTIPOS DE CAPIM-ARROZ RESISTENTE E SUSCETÍVEL AO QUINCLORAC Germani Concenço1, Alexandre Ferreira da Silva2, Evander Alves Ferreira1, Ignacio Aspiazú1, Marcelo Rodrigues Reis1, Antônio Alberto da Silva3, Francisco Affonso Ferreira3, José Alberto Noldin4. 1Doutorando em Fitotecnia e bolsista CNPq, DFT/UFV, Viçosa, MG, [email protected]; 2Mestrando em Fitotecnia UFV; 3Prof. DFT/ UFV; 4Pesquisador da Epagri, Itajaí, SC. As plantas daninhas mais importantes do arroz irrigado incluem o arroz-vermelho (Oryza sativa), cuja dificuldade de controle se deve ao fato de pertencer à mesma espécie do cultivado, e o capim-arroz (Echinochloa sp.), cuja importância deve-se às semelhanças morfo-fisiológicas com as plantas da cultura, vasta distribuição nos campos de arroz ao redor do mundo, altos níveis de infestação (Andres & Machado, 2004) e elevados prejuízos causados a produtividade do arroz irrigado. Devido à flexibilidade quanto à dose e momento de aplicação e a alta seletividade à cultura, o herbicida quinclorac foi usado intensamente nas áreas de arroz irrigado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina até o final da década de 90, quando surgiram os primeiros casos de capim-arroz resistente (Andres et al., 2007). Este trabalho teve por objetivo avaliar o potencial competitivo de biótipos de capimarroz resistente e suscetível ao quinclorac, como forma de inferir se a freqüência do biótipo resistente nas populações de capim-arroz tem aumentado ou diminuído durante os últimos anos. O experimento foi instalado em casa de vegetação, na UFV, Viçosa, MG. As unidades experimentais constaram de recipientes plásticos com área de 0,07 m2, perfurados, contendo 10 L de solo, corrigido e adubado de acordo com a análise, com incorporação do adubo um mês antes da implantação do experimento. Os tratamentos constaram de plantas de um biótipo de capim-arroz resistente (R) e um suscetível (S) ao herbicida quinclorac. No centro da unidade experimental, foram semeadas três sementes do biótipo de capim-arroz considerado como o tratamento da unidade experimental (R ou S). Na periferia da unidade experimental foram semeadas dez sementes do biótipo oposto ao do tratamento (central). Dez dias após a emergência foi efetuado o desbaste, deixando apenas uma planta no centro da unidade experimental, e o número de plantas do biótipo oposto de acordo com o tratamento (0, 1, 2, 3, 4 ou 5 plantas). O delineamento experimental utilizado foi o completamente casualizado, com os tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 6, com quatro repetições. As unidades experimentais foram mantidas eqüidistantes, de forma que a área de superfície disponível para o desenvolvimento das plantas correspondesse à área da unidade experimental. Aos 40 dias após a emergência, as plantas tiveram sua altura aferida e foi efetuada a contagem do número de folhas e perfilhos. Duas folhas de cada planta foram cortadas em seções de 10 cm e fotografadas em escala padronizada, sendo secas separadamente das demais para a determinação da área foliar específica com o uso do software ImagePro Plus 5.1. Após, as plantas foram cortadas rente ao solo, colocadas em pacotes plásticos que foram vedados adequadamente, e acondicionados em caixa de poliestireno expandido (Isopor®) contendo gelo, sendo imediatamente transportadas até o laboratório para aferição da massa fresca de parte aérea das plantas. Após, foram transferidas para sacos de papel e colocadas na estufa com circulação forçada de ar a 65 oC até massa constante, quando então se obteve a massa seca de plantas, que foi usada somente para o cálculo do conteúdo de água através da fórmula (100*(MF – MS)/ MF), sendo MF = massa fresca e MS = massa seca de plantas. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade, sendo efetuado teste de Duncan a 5% para avaliar o efeito do aumento na densidade de plantas, e teste da Diferença Mínima Significativa (DMS) a 5% de probabilidade para avaliar diferenças entre o biótipo resistente e o suscetível em cada tratamento, utilizando o programa estatístico Winstat 2.1. A altura das plantas aumentou de acordo com o incremento no número de plantas na parcela. Quando plantas isoladas dos biótipos no centro da parcela competiam com comunidade do biótipo oposto, a testemunha do biótipo resistente somente diferiu do tratamento onde uma planta competia contra cinco plantas do biótipo suscetível, sendo que entre 1 e 4 plantas do biótipo oposto, os tratamentos não diferiram entre si e nem das extremidades (Tabela 1). O biótipo suscetível, por outro lado, exibiu plantas mais altas a partir do tratamento 1(1). Além disso, a diferença observada entre biótipo resistente e suscetível ao quinclorac nos tratamentos 1(2) e 1(3) indica que o biótipo suscetível reagiu primeiro, com plantas mais altas mesmo sob menor intensidade de competição (Tabela 1). Em contraponto à altura, o número de perfilhos por planta foi menor no tratamento 1(5) para o biótipo resistente, ou seja, quando uma planta isolada deste biótipo competia com comunidade do biótipo oposto. Provavelmente isto se deve ao fato de as plantas do biótipo suscetível tenderem a apresentar maior crescimento, portanto com maior capacidade de competição que o biótipo resistente. O número de folhas por planta não foi influenciado pelo biótipo e densidade de plantas, quando isoladas e competindo com comunidade do biótipo oposto. Não se observou diferenças entre biótipos nesta situação (Tabela 1), verificando-se redução da massa fresca das plantas tanto para o biótipo resistente como para o suscetível. Tanto para o biótipo resistente como o suscetível, ocorreu redução significativa no acúmulo de massa quando uma planta isolada de cada biótipo competia contra duas ou mais plantas do biótipo oposto. A redução foi mais acentuada para o biótipo suscetível, que pôde ser estratificado em três categorias. O biótipo resistente se mostrou menos competitivo que o suscetível quando sob baixa intensidade de competição (tratamentos 1(1) e 1(2)), sendo similares quando o número de plantas por parcela aumentou (Tabela 1). O conteúdo de água relacionado à massa fresca e seca de plantas não foi alterado em função do aumento na competição nos biótipos resistente e suscetível, tanto em plantas isoladas, como em comunidade. A única diferença observada foi entre biótipos no tratamento 1(0), ou seja, quando isoladas no centro da parcela (Tabela 1). O conteúdo de água é um indicador sensível de que a planta está passando por período de estresse. Se o conteúdo de água for reduzido, a planta tende a apresentar menor alongamento celular, e consequentemente do colmo. A área foliar foi menor tanto para o biótipo resistente como para o suscetível, quando isolado no centro da parcela e competindo com duas ou mais plantas do biótipo oposto. Não foram observadas diferenças entre os biótipos em nenhum dos tratamentos (Tabela 1). A área foliar está diretamente relacionada à capacidade fotossintética, e sua redução ocasiona menor taxa de crescimento absoluto da planta. Aparentemente, o biótipo resistente não perdeu em adaptabilidade quando comparado ao suscetível ao quinclorac, uma vez que as diferenças observadas foram muito discretas. No entanto, devido às diferenças observadas em favor do biótipo suscetível, será necessária a condução de estudos semelhantes em biótipos provindos de outras localidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina como forma de confirmar se existe alguma diferença quanto ao potencial competitivo entre biótipos resistentes e suscetíveis ao quinclorac. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDRES, A.; MACHADO, S.L.O. Plantas daninhas em arroz irrigado. In: GOMES, A.S.; MAGALHÃES Jr.; A.M. (Eds.). Arroz irrigado no Sul do Brasil. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. p.457-546. ANDRES, A. et al. Detecção da resistência de capim-arroz (Echinochloa sp.) ao herbicida quinclorac em regiões orizícolas do sul do Brasil. Planta Daninha, v.25, p.221-226, 2007 Tabela 1. Parâmetros morfológicos avaliados em biótipos de capim-arroz R e S ao herbicida quinclorac. DFT/UFV, 2007 No perfilhos planta-1 Altura (cm) Trat.1 Res. Susc. Dif.2 Trat.1 Res. Susc. Dif.2 1 (0) 93,8 b3 94,5 b3 - 0,7 ns 1 (0) 10,25 a3 10,75 a3 - 0,50 ns 1 (1) 108,0 ab 120,3 a - 12,3 ns 1 (1) 10,75 a 13,25 a - 2,50 ns 1 (2) 102,5 ab 124,5 a - 22,0 * 1 (2) 10,25 a 12,50 a - 2,25 ns 1 (3) 101,8 ab 121,0 a - 19,2 * 1 (3) 10,50 a 12,00 a - 1,50 ns 1 (4) 104,8 ab 117,5 a - 12,7 ns 1 (4) 6,00 ab 11,00 a - 5,0 ns 1 (5) 117,5 a 123,0 a - 5,5 ns 1 (5) 4,25 b 8,75 a - 4,5 ns No Folhas planta-1 Massa fresca (g planta-1) Trat.1 Res. Susc. Dif.2 Trat.1 Res. Susc. Dif.2 1 (0) 39,5 a3 37,5 a3 - 2,0 ns 1 (0) 148,8 a3 165,8 a3 - 17,0 ns 1 (1) 40,3 a 46,5 a - 6,2 ns 1 (1) 132,5 a 178,8 a - 46,3 * 1 (2) 31,0 a 51,5 a - 20,5 ns 1 (2) 43,8 b 109,6 b - 65,8 ** 1 (3) 40,8 a 59,3 a - 18,5 ns 1 (3) 50,7 b 76,7 bc - 26,0 ns 1 (4) 37,5 a 41,3 a - 3,8 ns 1 (4) 38,2 b 37,2 c - 1,0 ns 1 (5) 31,8 a 43,5 a - 11,7 ns 1 (5) 19,1 b 37,2 c - 18,1 ns Área foliar (m2 planta-1) Conteúdo de água (%) Trat.1 Res. Susc. Dif.2 Trat.1 Res. Susc. Dif.2 1 (0) 86,63 a3 91,77 a3 - 5,14 * 1 (0) 0,410 a3 0,322 ab3 + 0,08ns 1 (1) 86,61 a 87,19 a - 0,58 ns 1 (1) 0,414 a 0,507 a - 0,09ns 1 (2) 85,98 a 90,03 a - 4,05 ns 1 (2) 0,153 b 0,113 b - 0,04ns 1 (3) 85,43 a 89,74 a - 4,31 ns 1 (3) 0,169 b 0,116 b + 0,05ns 1 (4) 84,38 a 87,74 a - 3,36 ns 1 (4) 0,101 b 0,092 b + 0,01ns 1 (5) 1 (5) 85,56 a 88,55 a - 2,99 ns 0,161 b 0,093 b + 0,06ns Número de plantas do biótipo indicado no centro da parcela, competindo com o número de plantas entre parênteses do biótipo oposto; 2 ns – não significativo; *significativo ao nível de 5%; **significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste da DMS; 3 Médias seguidas da mesma letra na mesma coluna e dentro de cada variável, não diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. 1 TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC. I - ESTÁDIO V2 Lisiane Camponogara Fontana(1), Dirceu Agostinetto(1), Jesus Juarez Oliveira Pinto(1), Silvia de Souza Figueredo(1), Rubia Piesanti Rigoli(1), Mariane Rosenthal(1). 1Centro de Estudos em Herbologia (CEHERB) - DFs/FAEM/UFPel, Campus Universitário - Caixa Postal 354 CEP 96010-900, e-mail: [email protected] A produtividade das lavouras de arroz irrigado no Rio Grande do Sul vem crescendo nas últimas safras, porém ainda está aquém do potencial produtivo das cultivares. Um dos entraves para o aumento na produtividade é a competição entre a cultura e as plantas daninhas, com destaque para o arroz-vermelho devido às dificuldades existentes para efetuar seu controle. Com o desenvolvimento da tecnologia que associa cultivares de arroz tolerantes a herbicidas não seletivos ao arroz, surgiu uma estratégia eficiente para o controle desta planta daninha (Steele et al., 2002). No entanto, há referência de que o arroz cultivado tolerante ao herbicida imazethapyr possui também tolerância a outros herbicidas (Webster & Masson, 2001). Suspeita-se que a tolerância da cultivar IRGA 422CL não esteja restrita ao herbicida imazethapyr + imazapic, mas ocorra também ao herbicida nicosulfuron; e que estes herbicidas poderão causar dano às cultivares de arroz não derivadas de linhagens mutadas. Desta forma, objetivou-se avaliar a tolerância das cultivares de arroz irrigado IRGA 417 e IRGA 422CL ao herbicida nicosulfuron ou a mistura formulada de imazethapyr + imazapic. O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação na estação de crescimento 2005/06, na FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS. A unidade experimental foi composta por vaso plástico com capacidade para 1,2 L, preenchido com solo peneirado. Em cada vaso foram semeadas 12 sementes de arroz, sendo após a emergência procedido o desbaste, selecionando quatro plântulas. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial, onde o fator A comparou cultivares de arroz irrigado (IRGA 417 ou IRGA 422CL), o fator B testou herbicidas (imazethapyr + imazapic ou nicosulfuron) e o fator C avaliou doses dos herbicidas correspondentes a 0,00 (testemunha sem aplicação); 0,25; 0,75; 1,00; 1,25 e 1,50 L ha-1 de nicosulfuron (40 g L-1) ou imazethapyr + imazapic (75 + 25 g L-1). Aos tratamentos com o herbicida imazethapyr + imazapic foi adicionado à calda de pulverização um adjuvante não iônico (Dash HC®) na proporção de 0,3% v/v. A aplicação foi efetuada sobre plantas de arroz irrigado em estádio de desenvolvimento V2, com auxílio de pulverizador costal pressurizado a CO2, munido com bico 110.015 do tipo leque, regulado para aplicar 150 L ha-1 de calda herbicida. A irrigação foi realizada de acordo com a necessidade da cultura, sendo mantida uma lâmina de água permanente a partir do terceiro dia após a aplicação dos herbicidas. As variáveis analisadas foram fitotoxicidade e massa seca da parte aérea. A fitotoxicidade foi observada visualmente aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação dos tratamentos (DAT), utilizando uma escala de zero (0) a cem (100), onde zero representa ausência de sintomas e cem representa morte das plantas. Aos 28 DAT, a parte aérea das plantas foi colocada em estufa com circulação de ar a 65°C para determinação da massa seca. Os dados obtidos foram analisados quanto a sua homocedasticidade e, posteriormente submetidos à análise da variância (p ≤ 0,05), em sendo significativa, os dados foram analisados por modelos de regressão linear e não linear. Para todas as variáveis resposta avaliadas, verificou-se interação significativa entre os fatores estudados, demonstrando que os resultados obtidos dependeram da cultivar utilizada, do herbicida e da dose aplicados. Os herbicidas estudados mostraram efeito sobre as cultivares de arroz irrigado, sendo que a fitotoxicidade herbicida às plantas, em geral, foi superior quando se aplicou o herbicida imazethapyr + imazapic comparativamente ao nicosulfuron (Figura 1). Entre as cultivares, a IRGA 417 mostrou-se mais suscetível aos efeitos tóxicos dos herbicidas em relação a cultivar mutada IRGA 422CL. Estes resultados podem ser explicados em função da cultivar IRGA 422CL ser modificada e possuir a característica de tolerância as imidazolinonas (imazethapyr + imazapic), demonstrando ser tolerante também ao nicosulfuron. Fitotoxicidade (%) 100 80 ● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic Y= -8,75 + 59,17x R2=0,96 ○ IRGA 422CL : nicosulfuron Y= -2,32 + 17,87x R2=0,78 ▼ IRGA 417 : imazethapyr + imazapic -14,53x ) R2=0,99 Y= 95,01 (1- e ∇ IRGA 417 : nicosulfuron Y= 106,09 (1- e -1,30x ) R2=0,92 60 40 20 0 0,0 0,5 1,0 1,5 Dose (L ha-1) Figura 1. Fitotoxicidade em cultivares de arroz irrigado, pela aplicação dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic, realizada no estádio V2, avaliada aos 21 dias após o tratamento. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. Os níveis de fitotoxicidade mostram na cultivar IRGA 422CL, que os efeitos tóxicos dos herbicidas aumentaram até a terceira avaliação, reduzindo posteriormente com o desenvolvimento da cultura (Figura 2). Esta cultivar, por ser tolerante aos herbicidas testados, mostrou capacidade de recuperação. Entretanto, o mesmo não ocorreu com a cultivar IRGA 417, pois a fitotoxicidade herbicida aumentou da primeira para a última época de avaliação, com evolução no efeito dos herbicidas que resultou na morte das plantas. Isso ocorreu devido à suscetibilidade dessa cultivar aos herbicidas estudados. Outros estudos já reportaram a habilidade de cultivares tolerantes em se recuperar dos efeitos negativos de nicosulfuron (Webster & Masson, 2001) e imazethapyr (Levy et al., 2006). A fitotoxicidade herbicida à cultura ajustou-se à equação linear para a cultivar IRGA 422CL e exponencial para a IRGA 417. Os efeitos fitotóxicos aumentaram com o incremento na dose e de forma mais acentuada na cultivar IRGA 417 comparativamente a IRGA 422CL. Nas doses estudadas, para ambas as cultivares, o herbicida imazethapyr + imazapic foi mais fitotóxico que o nicosulfuron. O acúmulo de massa seca da parte aérea também sofreu reduções com os tratamentos herbicida (Figura 3). Os resultados observados mostram que a cultivar IRGA 417 apresentou maiores reduções nesta variável, comparativamente a cultivar IRGA 422CL. Para a cultivar IRGA 422CL a redução na massa seca foi mais evidente nos tratamentos com imazethapyr + imazapic em maiores doses comparativamente ao nicosulfuron. Já para a cultivar IRGA 417, o efeito de todos os herbicidas e doses testados mostrou redução semelhante, exceto para nicosulfuron na menor dose herbicida, que permitiu às plantas produzirem mais massa seca na parte aérea. Fitotoxicidade (%) 100 80 60 ● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic ○ IRGA 422CL : nicosulfuron ▼ IRGA 417: imazethapyr+imazapic ∇ IRGA 417 : nicosulfuron 40 20 0 l l l 0 7 14 l 21 l 28 Dias após o tratamento Massa seca parte aérea (g) Figura 2. Evolução da fitotoxicidade em cultivares de arroz irrigado, pela aplicação dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic na dose de 1 L ha-1, no estádio V2. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. 2,0 1,5 ● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic 2 Y= 1,93 - 1,13x R =0,97 ○ IRGA 422CL : nicosulfuron Y= 1,87 - 0,57x R2=0,91 ▼ IRGA 417: imazethapyr+imazapic Y= 1,72 e -7,40x R2=0,94 ∇ IRGA 417 : nicosulfuron -1,97x 2 R =0,91 Y= 1,80 e 1,0 0,5 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 Dose (L ha-1) Figura 3. Massa seca da parte aérea de plantas de arroz irrigado em função da aplicação dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic, realizada no estádio V2, avaliadas aos 28 dias após o tratamento. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. Pode-se concluir que a cultivar IRGA 422CL é tolerante não apenas a mistura formulada de imazethapyr + imazapic, mas também ao herbicida nicosulfuron, enquanto a cultivar IRGA 417 é suscetível aos herbicidas. A mistura formulada de imazethapyr + imazapic, em doses de até 1,25 L ha-1, apresentou maior efeito negativo às cultivares de arroz IRGA 422CL e IRGA 417, quando comparada ao herbicida nicosulfuron. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: LEVY JR., R.J.; BOND, J.A.; WEBSTER, E.P. et al. Effect of cultural practices on weed control and crop response in imidazolinone-tolerant rice. Weed Technology, Lawrence, v.20, n.1, p.249-254, 2006. STEELE, G.L.; CHANDLER, J.M.; McCAULEY, G.N. Control of red rice (Oryza sativa) in imidazolinona-tolerant rice (Oryza sativa). Weed Technology, Lawrence, v.16, n.3, p.627630, 2002. WEBSTER, E.P.; MASSON, J.A. Acetolactate synthase-inhibiting herbicides on imidazolinona-tolerant rice. Weed Science, Lawrence, v.49, n.5, p.652-657, 2001. TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO AO HERBICIDA NICOSULFURON OU A MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR + IMAZAPIC. II - ESTÁDIO V4 Lisiane Camponogara Fontana(1), Dirceu Agostinetto(1), Jesus Juarez Oliveira Pinto(1), Rubia Piesanti Rigoli(1), Silvia de Souza Figueredo(1), Mariane Rosenthal(1). 1Centro de Estudos em Herbologia (CEHERB) - DFs/FAEM/UFPel, Campus Universitário - Caixa Postal 354 - CEP 96010-900, e-mail: [email protected] A primeira cultivar de arroz irrigado disponibilizada para o sistema Clearfield® no Brasil foi a IRGA 422CL. Esta cultivar apresenta como característica principal a tolerância ao herbicida imazethapyr+imazapic e foi obtida através do retrocruzamento da cultivar IRGA 417 com a linhagem mutada para tolerância às imidazolinonas (Lopes et al., 2003). No entanto, há referência de que o arroz cultivado tolerante ao herbicida imazethapyr possui também tolerância a outros herbicidas (Webster & Masson, 2001). As hipóteses da pesquisa foram que a tolerância da cultivar IRGA 422CL não esteja restrita ao herbicida imazethapyr + imazapic, mas ocorra também ao herbicida nicosulfuron; e, que estes herbicidas poderão causar dano às cultivares de arroz não derivadas de linhagens mutadas. O objetivo do estudo foi avaliar a tolerância das cultivares de arroz irrigado IRGA 417 e IRGA 422CL ao herbicida nicosulfuron ou a mistura formulada de imazethapyr + imazapic, em aplicações realizada nos estádios de desenvolvimento V4. O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, na FAEM/UFPel, localizada no município de Capão do Leão/RS, na estação de crescimento 2005/06. A unidade experimental foi composta por vaso plástico com capacidade para oito litros preenchido com solo peneirado. Em cada vaso foram semeadas 25 sementes de arroz, sendo após a emergência procedido o desbaste, selecionando cinco plântulas. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial, onde o fator A comparou cultivares de arroz irrigado (IRGA 417 ou IRGA 422CL), o fator B testou herbicidas (imazethapyr + imazapic ou nicosulfuron) e o fator C avaliou doses dos herbicidas correspondentes a 0,00 (testemunha sem aplicação); 0,25; 0,75; 1,00; 1,25 e 1,50 L ha-1 de nicosulfuron (40 g L-1) ou imazethapyr + imazapic (75 + 25 g L-1). Aos tratamentos com o herbicida imazethapyr + imazapic foi adicionado à calda de pulverização um adjuvante não iônico (Dash HC®) na proporção de 0,3% v/v. A aplicação foi efetuada sobre plantas de arroz irrigado em estádio de desenvolvimento V4, com auxílio de pulverizador costal pressurizado a CO2, munido com bico 110.015 do tipo leque, regulado para aplicar 150 L ha-1 de calda herbicida. A irrigação foi realizada de acordo com a necessidade da cultura, sendo mantida uma lâmina de água permanente a partir do terceiro dia após a aplicação dos herbicidas. As variáveis analisadas foram fitotoxicidade e massa seca da parte aérea. A fitotoxicidade foi observada visualmente aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação dos tratamentos (DAT), utilizando uma escala de zero (0) a cem (100), onde zero representa ausência de sintomas e cem representa morte das plantas. Aos 28 DAT, a parte aérea das plantas foi colocada para secagem em estufa com circulação de ar a 65°C para determinação da massa seca. Os dados obtidos foram analisados quanto a sua homocedasticidade e, posteriormente submetidos à análise da variância (p ≤ 0,05), em sendo significativa, os dados foram analisados por modelos de regressão linear e não linear. Verificou-se interação significativa entre os fatores estudados para as variáveis resposta avaliadas, demonstrando que os resultados obtidos dependeram da cultivar utilizada, do herbicida e da dose aplicados. A fitotoxicidade, em geral, foi superior com o herbicida imazethapyr + imazapic quando comparado ao nicosulfuron (Figura 1). Entre as cultivares, a IRGA 417 mostrou-se, mais suscetível aos efeitos tóxicos dos herbicidas em relação a cultivar mutada IRGA 422CL. Estes resultados podem ser explicados em função da cultivar IRGA 422CL ser modificada para a característica tolerância ao imazethapyr + imazapic, como verificado em outros estudos (Pellerin & Webster, 2004; Villa et al., 2006), sendo também tolerante ao nicosulfuron, confirmando os resultados obtidos por Webster & Masson (2001). Fitotoxicidade (%) 100 80 ● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic 2,04x 2 Y= 3,96 e R =0,97 ○ IRGA 422CL : nicosulfuron Y= -2,01 + 10,53x R2=0,91 ▼ IRGA 417: imazethapyr + imazapic -15,63x ) R2=0,99 Y= 91,8 (1 -e ∇ IRGA 417 : nicosulfuron 2 Y= -3,9 + 70,7x R =0,88 60 40 20 0 0,0 0,5 1,0 1,5 Dose (L ha-1) Figura 1. Fitotoxicidade em cultivares de arroz irrigado, aos 21 dias após o tratamento pela aplicação dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic, realizada no estádio V4. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. Na cultivar IRGA 422CL, os efeitos tóxicos dos herbicidas aumentaram até a terceira avaliação, reduzindo posteriormente com o desenvolvimento da cultura (Figura 2). Já, para a cultivar IRGA 417 a fitotoxicidade herbicida aumentou até a última época de avaliação. Isso se deve ao fato da cultivar IRGA 422CL ter mostrado capacidade de recuperação. Não ocorreu o mesmo com a cultivar IRGA 417 que mostrou evolução no efeito dos herbicidas. A fitotoxicidade herbicida à cultura ajustou-se à equação linear para o herbicida nicosulfuron e exponencial para o imazethapyr + imazapic. Observou-se aumento na fitotoxicidade à cultura com o incremento na dose dos herbicidas utilizada. Fitotoxicidade (%) 100 80 60 ● IRGA 422CL : imazethapyr + imazapic ○ IRGA 422CL : nicosulfuron ▼ IRGA 417: imazethapyr+imazapic ∇ IRGA 417 : nicosulfuron 40 20 0 l l 0 7 l 14 l l 21 28 Dias após o tratamento Figura 2. Evolução da fitotoxicidade em cultivares de arroz irrigado, pela aplicação dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic na dose de 1 L ha-1, no estádio V4. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. Para a cultivar IRGA 417, verificou-se que o herbicida imazethapyr + imazapic ocasionou grande fitotoxicidade desde a menor dose herbicida, enquanto o nicosulfuron mostrou efeitos menos intensos, principalmente nas menores doses estudadas. Diferentemente da IRGA 417, a cultivar IRGA 422CL foi tolerante aos herbicidas Massa seca da parte aérea(g) estudados, sendo esta tolerância ao herbicida imazethapyr + imazapic dependente da dose, enquanto o herbicida nicosulfuron mostrou ser seletivo em todas as doses utilizadas. Os dados obtidos com a variável massa seca da parte aérea ajustaram-se à equação exponencial para a cultivar IRGA 417 e linear para a IRGA 422CL (Figura 3). A massa seca da parte aérea da cultivar IRGA 422CL não foi reduzida pelo herbicida nicosulfuron, diferente de imazethapyr + imazapic que reduziu a massa em 9,74 g a cada unidade acrescida do herbicida, indicando que acréscimos nas doses deste herbicida podem ser prejudiciais, até mesmo para cultivares tolerantes. Já, para a cultivar IRGA 417, o herbicida nicosulfuron permitiu maior massa seca da parte aérea em menores doses, comparativamente ao imazethapyr + imazapic. 20 ● IRGA 422CL : imazethapyr+imazapic 2 Y= 20,0-9,74x R =0,87 ○ IRGA 422CL : nicosulfuron Não significativo ▼ IRGA 417: imazethapyr+imazapic Y= 18,06 e -12,20x R2=0,99 ∇ IRGA 417 : nicosulfuron -1,39x 2 R =0,86 Y= 19,89 e 15 10 5 0 0,0 0,5 1,0 Dose (L ha-1) 1,5 Figura 3. Massa seca da parte aérea de plantas de arroz irrigado, aos 28 dias após o tratamento, em função da aplicação dos herbicidas nicosulfuron ou imazethapyr + imazapic, realizada no estádio V4. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06. Os resultados mostraram que a cultivar IRGA 422CL é tolerante não apenas a mistura formulada de imazethapyr + imazapic, mas também ao herbicida nicosulfuron. Já a cultivar IRGA 417 é suscetível a esses herbicidas. A aplicação de até 1 L ha-1 da mistura formulada de imazethapyr + imazapic apresentou maior efeito negativo às cultivares de arroz IRGA 422CL e IRGA 417 quando comparada ao herbicida nicosulfuron. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: LOPES, M.C.B.; ROSSO, A.F; LOPES S.I.G. et al. IRGA 422CL: A nova cultivar desenvolvida pelo programa de melhoramento genético do Instituto Rio Grandense do Arroz para o Sistema de Produção CLEARFIELD®. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3.; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p.3-5. PELLERIN, K.J.; WEBSTER, E.P. Imazethapyr at different rates and timings in drill- and water-seeded imidazolinone-tolerant rice. Weed Technology, Lawrence, v.18, n.2, p.223227, 2004. WEBSTER, E.P.; MASSON, J.A. Acetolactate synthase-inhibiting herbicides imidazolinona-tolerant rice. Weed Science, Lawrence, v.49, n.5, p.652-657, 2001. on VILLA, S.C.C.; MARCHEZAN, E.; MASSONI, P.F.S. et al. Controle de arroz-vermelho em dois genótipos de arroz (Oryza sativa) tolerantes a herbicidas do grupo das imidazolinonas. Planta Daninha, Viçosa, v.24, n.3, p.549-555, 2006. ESTIMATIVAS DAS PERDAS DE PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE CULTIVARES DE ARROZ PELA INTERFERÊNCIA DO CAPIM-ARROZ 1 Leandro Galon(1), Dirceu Agostinetto(1), Pedro V. D. de Moraes(2), Taísa Dal Magro(1), Siumar P. Tironi(1), Gerson K. Vignolo(1). 1UFPel-FAEM-DFs, CEP.: 96010-900, Pelotas-RS; e-mail: [email protected] Entre as espécies que mais infestam e causam dano a cultura do arroz irrigado no Estado do Rio Grande do Sul (RS), destacam-se as pertencentes ao gênero Echinochloa (Kissmann & Groth, 1997). A adoção de práticas de manejo do capim-arroz (Echinochloa spp.), com o uso de cultivares de arroz competitivas que possam se desenvolver com maior rapidez que a planta daninha, se constituem em alternativas promissoras visando reduzir o uso de herbicidas. As hipóteses da pesquisa foram que cultivares de arroz de ciclo de desenvolvimento curto ou muito curto incrementam a habilidade competitiva da cultura em relação ao capim-arroz, e que a variável população de plantas é melhor indicadora da competição. Os objetivos do trabalho foram avaliar a influência de cultivares de arroz irrigado no grau de interferência do capim-arroz com a cultura e comparar variáveis explicativas visando identificar a que propicia melhor ajuste dos dados ao modelo. O experimento foi conduzido a campo, no Centro Agropecuário da Palma (CAP/UFPel), no ano agrícola 2005/06. O experimento foi instalado em sistema de cultivo convencional, com aração e gradagem, em delineamento experimental completamente casualizado, sem repetição. Cada unidade experimental (parcela) foi composta por área de 11,05 m2, constando de 13 fileiras de arroz espaçadas a 0,17 m. Os tratamentos foram constituídos de seis cultivares de arroz e dez populações de capim-arroz. As populações máximas de capim-arroz foram de 622, 238, 396, 532, 888 e 434 plantas m-2 para as cultivares (BRS-Atalanta, IRGA 421 (ciclo muito curto), IRGA 416, IRGA 417, Avaxi (ciclo curto) ou BRS-Fronteira (ciclo médio)), respectivamente, sendo avaliadas no início do ciclo de desenvolvimento (SOSBAI, 2005). A população infestante foi composta pela associação das espécies Echinochloa colona (L.) Link e E. crusgalli (L.) Beauv. que foram estabelecidas a partir do banco de sementes do solo, pela aplicação do herbicida cyhalofop-butyl (270 g ha-1) + adjuvante Iharol (1,5 L ha-1), quando a cultura encontrava-se nos estádios fenológicos V2 a V3 (15 DAE) e as plantas daninhas nos estádios de duas a três folhas. As plantas de capim-arroz foram protegidas com copos ou placas (lâminas) plásticas para que não sofressem dano do herbicida. A quantificação da população das plantas (PP) de capim-arroz, massa da matéria seca da parte aérea (MMSPA), área foliar (AF) ou cobertura do solo (CS) foram realizadas aos 28 DAE da cultura. A colheita do arroz foi realizada em épocas distintas, de acordo com a maturação de cada cultivar, quando o teor de umidade dos grãos aproximouse de 22%. As relações entre perdas percentuais de produtividade do arroz cultivado, em função das variáveis explicativas PP, MMSPA, CS ou AF de capim-arroz foram calculadas separadamente para cada cultivar, utilizando-se o modelo de regressão não linear derivada da hipérbole retangular, proposta por Cousens (1985): Pp = (i * X) [1 + (i / a) * X] onde: Pp = perda de produtividade de grãos (%); X = PP, MMSPA, CS ou AF do capimarroz; i e a = perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se aproxima de zero ou quando tende ao infinito, respectivamente. O ajuste dos dados ao modelo foi realizado através do procedimento Proc Nlin do programa computacional SAS (SAS, 1989). O valor da estatística F (p ≤ 0,05) foi utilizado como critério de análise dos dados ao modelo. O critério de aceitação do ajuste dos dados 2 ao modelo baseou-se no maior valor do coeficiente de determinação (R2) e no menor valor do quadrado médio do resíduo (QMR). Os valores da estatística F foram significativos para as variáveis explicativas PP, MMSPA, CS ou AF do capim-arroz, em todas as cultivares de arroz estudadas (Tabela 1). Para todas as cultivares de arroz, o modelo da hipérbole retangular ajustou-se adequadamente aos dados, a exceção da variável CS para a cultivar de arroz IRGA 416, a qual apresentou baixo valor de R2 e elevado QMR, o que caracteriza baixo ajuste ao modelo. Os resultados demonstram, para todas as variáveis, que os valores estimados para o parâmetro i tenderam a ser menores para as cultivares de arroz IRGA 421 (ciclo muito curto) ou IRGA 416 ou 417 (ciclo curto) (Tabela 1). Já, a menor competitividade da cultivar Avaxi (ciclo curto) pode decorrer da menor densidade de semeadura o que permitiu maior passagem de radiação e conseqüente novo fluxo de emergência das plantas de capimarroz, após a determinação das variáveis explicativas (28 DAE). Em geral, a cultivar BRSFronteira (ciclo médio) apresentou baixa competitividade em relação as variáveis avaliadas, isso pode ter ocorrido em função desta apresentar crescimento inicial mais lento quando comparada as de menor ciclo. Sendo o parâmetro i um índice usado para comparar a competitividade relativa entre espécies, constatou-se valores diferenciados para as cultivares de arroz nas variáveis explicativas testadas (Tabela 1). A comparação entre cultivares considerando o parâmetro i, na média das quatro variáveis explicativas (PP, MMSPA, CS ou AF), demonstrou que a ordem de colocação em relação a competitividade das cultivares foi: IRGA 417≥IRGA 416≥IRGA 421>BRS-Atalanta≥BRS-Fronteira>Avaxi. As diferenças observadas entre os resultados das cultivares deve-se às características morfofisiológicas das mesmas ou a ocorrência de elevado erro-padrão na estimativa do parâmetro i podendo ser atribuído à variabilidade associada com experimentação de campo e a plasticidade fenotípica da cultura. Comparando-se as cultivares de arroz para a variável PP, com base na perda unitária (i), observou-se perdas de produtividade de 11,4; 9,8; 7,2; 4,7; 29,3 e 13,7% para as cultivares BRS-Atalanta, IRGA 421 (ciclo muito curto), IRGA 416, 417, Avaxi (ciclo curto) ou BRS-Fronteira (ciclo médio), respectivamente (Tabela 1). As estimativas do parâmetro a, independente da variável explicativa, foram superestimadas pelo modelo, com perdas de produtividade superiores a 100%, para as cultivares, IRGA 421 (ciclo muito curto) ou IRGA 416 ou 417 (ciclo curto) (Tabela 1). Esses resultados podem ser decorrentes das maiores populações das plantas de capim-arroz terem sido insuficientes para estimar adequadamente a perda máxima de produtividade. Considerando-se a produtividade média do arroz irrigado no Estado do RS de 5580 kg ha-1 (IRGA, 2006), o preço médio de 9,0 dólares 50 kg-1 e o custo de controle de capimarroz de 87 dólares ha-1, estima-se que o custo de controle equivale a 9% da produtividade (IRGA, 2006). Assim, considerando que a presença de uma planta de capim-arroz m-2 ocasionará perdas de produtividade de 11,4; 9,8; 7,2; 4,7; 29,3 e 13,7%, respectivamente para as cultivares de arroz BRS-Atalanta, IRGA 421, IRGA 416, 417, Avaxi ou BRSFronteira (Tabela 1), somente às cultivares IRGA 416 ou 417 apresentam perdas de produtividade por interferência abaixo ou equivalentes ao valor do custo de controle. Esses resultados indicam que o capim-arroz é muito competitivo mesmo em baixas populações e que controle que elimine quase totalmente a infestação pode não ser suficiente para evitar perdas de produtividade, justificando a adoção de medidas de controle completo da infestante. As cultivares de arroz IRGA 421, IRGA 416 ou IRGA 417 apresentam maior habilidade competitiva com o capim-arroz do que as cultivares BRS-Atalanta, BRSFronteira e, especialmente, Avaxi. O modelo de regressão não linear da hipérbole retangular, estima adequadamente as perdas de produtividade de grãos de arroz irrigado na presença de capim-arroz, independentemente da variável utilizada para ajuste. A 3 variável população de plantas apresenta melhor ajuste ao modelo, embora a massa da matéria seca da parte aérea, cobertura do solo e área foliar mostraram-se adequadas para substituí-la na previsão da perda de produtividade de grãos de arroz irrigado devido à interferência do capim-arroz. A presença de uma planta de capim-arroz m-2 ocasiona perda de produtividade de grãos variável entre 5 e 29%, dependendo da cultivar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: COUSENS, R. An empirical model relating crop yield to weed and crop density and a statistical comparison with other models. Journal of Agricultural Science, Cambridge, v.105, n.3, p.513-521, 1985. IRGA: Instituto Rio-Grandense do Arroz. Arroz irrigado no RS – área, produção e rendimento. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br> Acesso em: 05 out. 2006. KISSMANN, K.G.; GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. Tomo I, 2.ed. São Paulo: BASF, 1997. 825p. SAS: Institute Statistical Analysis System. User’s guide: version 6.4 ed. Cary: SAS Institute, 1989, 1989. 846p. SOSBAI: Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado. Arroz irrigado: Recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: UFSM, 2005. 159p. Tabela 1. Perda de produtividade (%) de cultivares de arroz em função da população de capim-arroz aos 28 DAE, CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06 Variáveis explicativas BRS-Atalanta População de plantas Matéria seca aérea Cobertura solo Área foliar IRGA 421 População de plantas Matéria seca aérea Cobertura solo Área foliar IRGA 416 População de plantas Matéria seca aérea Cobertura solo Área foliar IRGA 417 População de plantas Matéria seca aérea Cobertura solo Área foliar AVAXI População de plantas Matéria seca aérea Cobertura solo Área foliar BRS-Fronteira População de plantas Matéria seca aérea Cobertura solo Área foliar 1 Parâmetros1 i a Coeficiente determinação 2 (R ) Quadrado médio resíduo (QMR) Estatística (F) 11,38 1,60 1,31 0,008 96,19 95,41 98,64 96,57 0,86 0,94 0,88 0,90 163,20 67,08 140,00 114,50 196,63* 483,98* 229,83* 281,97* 9,79 0,17 0,22 0,001 108,30 107,10 122,90 106,60 0,91 0,72 0,93 0,72 136,20 450,70 109,00 441,10 193,74* 55,75* 243,14* 57,04* 7,22 0,25 0,21 0,001 112,50 107,90 107,70 109,20 0,87 0,76 0,47 0,70 372,50 669,70 1512,50 866,90 67,60* 35,83* 13,63* 26,77* 4,71 0,16 0,42 0,001 107,10 103,80 102,90 101,50 0,94 0,81 0,82 0,79 77,48 255,90 244,70 278,40 273,96* 80,16* 84,02* 73,37* 29,27 2,61 2,49 0,011 94,27 96,47 94,96 97,29 0,90 0,93 0,90 0,93 100,60 74,38 101,10 72,68 362,55* 491,65* 360,75* 503,27* 13,67 1,51 0,67 0,008 101,10 82,73 97,22 88,67 0,95 0,61 0,61 0,68 69,37 584,50 582,50 477,30 382,45* 41,86* 42,02* 52,17* i e a = perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se aproxima de zero ou quando tende ao infinito, respectivamente. *Significativo a p ≤ 0,05. NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM FUNÇÃO DE PULAÇÕES DE CAPIM-ARROZ E ÉPOCAS DE ENTRADA DE ÁGUA NA LAVOURA 1 Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Siumar P. Tironi(1), Daniel L. Freitas(1), Luís E. Panozzo(1), Randal R. Brandolt(1). 1UFPel-FAEM-DFs, CEP.: 96010-900, Pelotas-RS; e-mail: [email protected] O uso do nível de dano econômico (NDE) para a tomada da decisão de controle de plantas daninhas presentes nas lavouras, compara as perdas estimadas de produtividade de grãos das culturas aos custos das opções de controle disponíveis, proporcionando-se assim a análise do ganho obtido com tratamento de controle usado. Existem variações nos níveis de dano econômico ocasionados pela competição exercida pelo capim-arroz ao arroz irrigado, em função de população da planta daninha e de épocas de entrada de água na lavoura. O objetivo do trabalho foi avaliar níveis de dano econômico para capim-arroz em competição com arroz irrigado, estimados em função de variações nas populações do competidor e de épocas de entrada de água na lavoura. Conduziu-se experimento a campo, no Centro Agropecuário da Palma (CAP/UFPel), no ano agrícola 2005/06. O delineamento experimental utilizado no experimento foi o completamente casualizado, com uma unidade experimental por tratamento. Os tratamentos foram constituídos de épocas de entrada água: 1, 10 e 20 dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas (DAT) e, populações de capim-arroz, que variaram de zero (0) até 222 plantas m-2. A cultivar reagente foi a BRS-Pelota, semeada em linhas espaçadas a 0,17 m, numa densidade de 125 kg ha-1, o que permitiu o estabelecimento de população média de 400 plantas m-2. As unidades experimentais ocuparam área de 11,05 m2, sendo a semeadura realizada em fileiras espaçadas a 0,17 m. As populações das competidoras foram compostas pelas espécies Echinochloa colona (L.) Link e E. crusgalli (L.) Beauv., que foram estabelecidas a partir do banco de sementes do solo, pela aplicação do herbicida cyhalofop-butyl na dose de 270 g ha-1 + adjuvante Iharol (1,5 L ha-1). As plantas de capimarroz foram protegidas com copos ou chapas plásticas para que não sofressem danos do herbicida. As demais plantas daninhas remanescentes nas unidades experimentais foram controladas pelo método de arrancamento manual. As avaliações de populações de plantas de capim-arroz foram realizadas aos 21 dias após a emergência da cultura - DAE, as quais abrangeram contagens em duas áreas de 0,25 m-2 por unidade experimental. A quantificação da produtividade de grãos do arroz foi obtida pela colheita das panículas em área útil de 4,5 m2 de cada unidade experimental, quando o teor de umidade dos grãos atingiu aproximadamente 22%. As relações entre as perdas percentuais de produtividade de grãos, e população de plantas de capim-arroz foram determinadas ajustando-se os dados ao modelo de regressão não linear da hipérbole retangular, proposto por Cousens em 1985 (Equação 1). Para calcular os níveis de dano econômico (NDE) utilizaram-se as estimativas do parâmetro i obtida a parti da Equação 1, e a equação adaptada de Lindquist & Kropff (1996) (Equação 2): Equação 1: Pp = (i * X) Equação 2: NDE = (Cc) [1 + (i / a) * X] [R * P * (i / 100) * (H / 100)] onde: Pp = perda de produtividade (%); X = população de capim-arroz; i e a = perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se aproxima de zero e quando tende ao infinito, respectivamente; NDE = nível de dano econômico (plantas m-2); Cc = custo do controle (herbicida e aplicação terrestre tratorizada, em dólares ha-1); R = produtividade de grãos de arroz (kg ha-1); P = preço do arroz (dólares kg-1 de grãos) e H = nível de eficiência do herbicida (%). 2 Para as variáveis Cc, R, P e H foram estimados três valores. Assim, para o custo de controle (Cc), considerou-se o preço médio de $ 87 ha-1 (270 g ha-1 de cyhalofop-butyl + adjuvante), sendo o custo máximo e mínimo alterado em 25%, em relação ao custo médio. A produtividade de grãos de arroz (R) baseou-se na menor (4440 kg ha-1), média (5580 kg ha-1) e maior (6680 kg ha-1) produtividades obtidas no RS, nos últimos 10 anos (IRGA, 2006). O preço do produto (P) foi estimado a partir do menor ($ 6,00), médio ($ 9,00) e maior ($ 14,00) preços do arroz pagos por saca de 50 kg, nos últimos 10 anos (IRGA, 2006). Os valores para a eficiência do herbicida (H) foram estabelecidos na ordem de 80, 90 e 100% de controle, sendo 80% o controle mínimo considerado eficaz da planta daninha. A simulação dos valores de NDE foi realizada utilizando-se a variável explicativa PP de capim-arroz, em função desta apresentar melhor ajuste ao modelo da hipérbole retangular. Os valores estimados para o parâmetro i variaram de 8,40 a 11,25 (Tabela 1). O menor valor para o parâmetro i foi obtido para a época antecipada de entrada de água na lavoura. Ao atrasar a época de entrada de água na lavoura em 10 e 20 DAT aumentaram os valores do parâmetro i em 24 e 34%, respectivamente, quando comparado a 1 DAT. Tabela 1. Perda de produtividade de grãos de arroz irrigado, cultivar BRS-Pelota, em função da população de capim-arroz (m-2) e épocas de entrada de água, aos 21 DAE. CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06 Entrada de Perda de produtividade (%)2 R2 F* QMR água (DAT1) 01 (8,40*X) / (1 + (8,40/99,09)*X] 0,89 138,53 130,60 10 (10,40*X) / (1 + (10,40/104,30)*X] 0,97 364,73 62,60 20 (11,25*X) / (1 + (11,25/97,41)*X] 0,84 177,06 209,30 1 2 Dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas. Valor obtido através do modelo de regressão da hipérbole retangular (COUSENS, 1985). *Significativo a 5% de probabilidade. As estimativas obtidas para o NDE, variaram de 0,74 a 1,72; 0,59 a 1,39 e 0,55 a 1,28 plantas m-2 de capim-arroz, considerando-se, as épocas de entradas de água 1, 10 e 20 DAT, respectivamente (Figuras 1). Os resultados demonstram, que houve diminuição nos valores de NDE com o atraso da época de entrada de água, em todas as simulações efetuadas. Usando como referência a produtividade média de grãos de arroz, observou-se que a entrada de água ao 1 DAT reduziu o NDE em 20 e 25%, respectivamente, comparativamente a entrada de água aos 10 e 20 DAT. Com relação a variável preço pago ao arroz, observou-se que os NDE aumentaram com a diminuição do preço, nas três épocas de entradas de água. No entanto, a redução do preço do arroz de 14 para 6 dólares incrementou o NDE em cerca de 132%. Isso demonstra que quanto menor o preço do arroz, maior será a população de capim-arroz m-2 necessárias para compensar a realização de controle. Ao analisar a variável eficiência do herbicida, adotando-se 90% de controle, observou-se que os NDE apresentaram decréscimos de 20 e 25% ao atrasar em 10 e 20 DAT a entrada de água na lavoura (Figura 1). Considerando-se as épocas de entrada de água na lavoura e tendo por base os valores médios das estimativas para todas as variáveis analisadas, observou-se a seguinte ordem decrescente nos valores de NDE: 1 DAT>10 DAT>20DAT. Aumentos no potencial de produtividade da cultura, no preço do produto colhido ou na eficiência do herbicida e redução no custo de controle, diminuíram os NDE, em todas as simulações efetuadas, independentemente dos fatores em testes. Sendo assim, em lavouras onde as estimativas do potencial de produtividade são elevadas, menor população de plantas daninhas, justifica economicamente a adoção de medidas de controle. O acréscimo no custo de controle elevou os NDE para as três épocas de entrada de água testadas (Figuras 1). Verificou-se que as estimativas dos NDE variaram de 0,86 a 3 1,44; 0,69 a 1,16 e 0,64 a 1,07 para as entradas de água 1, 10 e 20 DAT, respectivamente. Deste modo, ao compararem-se os valores médios dos NDE em relação aos custos de controle e às épocas de entrada de água, observou-se que houve acréscimos de 80 e 75% nos NDE quando se atrasou a entrada de água em 10 e 20 DAT, respectivamente, comparativamente com 1 DAT. A entrada de água antecipada na lavoura diminui o nível de dano econômico em arroz irrigado. Os níveis de dano econômico para capim-arroz variam de 0,74 a 1,7; 0,59 a 1,4 e 0,55 a 1,3 plantas m-2, considerando todas as variáveis utilizadas nas simulações para as épocas de entrada de água na lavoura de 1, 10 e 20 dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas, respectivamente. A época de entrada de água na lavoura 1 dia após a aplicação dos tratamentos herbicidas ocasiona maior competitividade à cultura do arroz em relação ao capim-arroz, com níveis de dano econômico mínimo de 0,74 e máximo de 1,7 planta m-2 da planta daninha. Acréscimo na produtividade de grãos, no preço do arroz, na eficiência do herbicida e a redução do custo de controle reduzem os valores do nível de dano econômico, justificando a adoção de medidas de controle em menores populações de capim-arroz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: COUSENS, R. An empirical model relating crop yield to weed and crop density and a statistical comparison with other models. Journal of Agricultural Science, Cambridge, v.105, n.3, p.513-521, 1985. IRGA: Instituto Rio-Grandense do Arroz. Arroz irrigado no RS – área, produção e rendimento. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br> Acesso em: 05 out. 2006. LINDQUIST, J.L.; KROPFF, M.J. Application of an ecophysiological model for irrigated rice (Oryza sativa) - Echinochloa competition. Weed Science, Champaign, v.44, n.1, p.52-56, 1996. 1.72 1.44 1.16 4440 0.71 5580 0.5 1.15 0.93 0.86 1.0 6,00 0.74 0.5 0.59 0.55 10 DAT 20 DAT 9,00 6680 0.0 20 DAT 14,00 0.0 1 DAT Entradas de água Entradas de água 0.83 80 0.77 1 DAT 10 DAT Entradas de água 20 DAT Efi ci 100 0.0 cia 90 0.5 do (% he r bi c ) i da 0.86 1.03 ên NDE (plantas m-2) 1.15 0.93 1.0 0.96 NDE (plantas m-2) 1.16 1.04 1.5 1.44 2.0 1.29 1.5 1.07 1.15 0.93 0.86 1.0 109,00 0.86 0.69 0.5 0.64 87,00 65,00 0.0 1 DAT 10 DAT 20 DAT o ha -1 ntro le ) 2.0 ec 10 DAT ($ 1 DAT Cu sto d 0.77 1.5 Pr eç o ($ do a 50 r Kg roz ) 0.86 0.96 NDE (plantas m-2) 0.93 1.0 1.28 1.08 1.15 1.5 1.39 2.0 Pr od uti vid ad (K g h e de a -1 grã ) os NDE (plantas m-2) 2.0 Entradas de água Figura 1. Nível de dano econômico (NDE) para arroz irrigado, cultivar BRS-Pelota, em função de população de capim-arroz e épocas de entrada de água. CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06. 1 NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO PARA DECISÃO DE CONTROLE EM FUNÇÃO DE POPULAÇÕES DE CAPIM-ARROZ E CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO Leandro Galon(1), Dirceu Agostinetto(1), Luís E. Panozzo(1), Gerson K. Vignolo(1), Léo S. dos Santos(1), Glauco F. Almeida(1). 1UFPel-FAEM-DFs, CEP.: 96010-900, Pelotas-RS; e-mail: [email protected] O custo de controle do capim-arroz em lavouras arrozeiras e as crescentes preocupações ambientais enfatizam à aplicação de herbicidas ou de outros métodos de controle, somente nos casos em que os prejuízos causados pelas plantas daninhas forem superiores ao custo da medida utilizada. Existem variações nos níveis de dano econômico ocasionados pela competição exercida pelo capim-arroz ao arroz irrigado, em função de população de plantas do competidor e de cultivares de arroz. O objetivo do trabalho foi avaliar níveis de dano econômico para capim-arroz em competição com arroz irrigado, estimados em função de variações nas populações do competidor e de cultivares de arroz. Conduziu-se experimento a campo, no Centro Agropecuário da Palma (CAP/UFPel), no ano agrícola 2005/06. O delineamento experimental utilizado foi o completamente casualizado, com uma unidade experimental por tratamento. Foram testadas cultivares de arroz: BRS-Atalanta, IRGA 421, (ciclo muito curto), IRGA 416, IRGA 417, Avaxi (ciclo curto) ou BRS-Fronteira (ciclo médio); e dez populações de capim-arroz, competindo com a cultura. As unidades experimentais ocuparam área de 11,05 m2, sendo a semeadura realizada em fileiras espaçadas a 0,17 m. As populações das competidoras foram compostas pelas espécies Echinochloa colona (L.) Link e E. crusgalli (L.) Beauv., que foram estabelecidas a partir do banco de sementes do solo, pela aplicação do herbicida cyhalofop-butyl na dose de 270 g ha-1 + adjuvante Iharol (1,5 L ha-1). As plantas de capim-arroz foram protegidas com copos ou chapas plásticas para que não sofressem danos do herbicida. As demais plantas daninhas remanescentes nas unidades experimentais foram controladas pelo método de arrancamento manual. As avaliações de populações de plantas de capim-arroz foram realizadas aos 28 dias após a emergência da cultura - DAE, as quais abrangeram contagens em duas áreas de 0,25 m-2 por unidade experimental. A quantificação da produtividade de grãos do arroz foi obtida pela colheita das panículas em área útil de 4,5 m2 de cada unidade experimental, quando o teor de umidade dos grãos atingiu aproximadamente 22%. As relações entre as perdas percentuais de produtividade de grãos, e população de plantas de capim-arroz foram determinadas ajustando-se os dados ao modelo de regressão não linear da hipérbole retangular, proposto por Cousens em 1985 (Equação 1). Para calcular os níveis de dano econômico (NDE) utilizaram-se as estimativas do parâmetro i obtida a partir da Equação 1, e a equação adaptada de Lindquist & Kropff (1996) (Equação 2): Equação 1: Pp = (i * X) Equação 2: NDE = (Cc) [1 + (i / a) * X] [R * P * (i / 100) * (H / 100)] onde: Pp = perda de produtividade (%); X = população de capim-arroz; i e a = perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se aproxima de zero e quando tende ao infinito, respectivamente; NDE = nível de dano econômico (plantas m-2); Cc = custo do controle (herbicida e aplicação terrestre tratorizada, em dólares ha-1); R = produtividade de grãos de arroz (kg ha-1); P = preço do arroz (dólares kg-1 de grãos) e H = nível de eficiência do herbicida (%). Para as variáveis Cc, R, P e H foram estimados três valores. Assim, para o custo de controle (Cc), considerou-se o preço médio de $ 87 ha-1 (270 g ha-1 de cyhalofop-butyl + adjuvante), sendo o custo máximo e mínimo alterado em 25%, em relação ao custo médio. 2 A produtividade de grãos de arroz (R) baseou-se na menor (4440 kg ha-1), média (5580 kg ha-1) e maior (6680 kg ha-1) produtividades obtidas no RS, nos últimos 10 anos (IRGA, 2006). O preço do produto (P) foi estimado a partir do menor ($ 6,00), médio ($ 9,00) e maior ($ 14,00) preços do arroz pagos por saca de 50 kg, nos últimos 10 anos (IRGA, 2006). Os valores para a eficiência do herbicida (H) foram estabelecidos na ordem de 80, 90 e 100% de controle, sendo 80% o controle mínimo considerado eficaz da planta daninha. A simulação dos valores de NDE foi realizada utilizando-se a variável explicativa PP de capim-arroz, em função desta, apresentar melhor ajuste ao modelo da hipérbole retangular. Os valores estimados para o parâmetro i variaram de 4,71 a 29,27, dependendo da cultivar em competição com o capim-arroz (Tabela 1). Tabela 1. Perda de produtividade de grãos do arroz irrigado em função de população de capim-arroz (m-2) e cultivares de arroz, aos 28 DAE. CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06 Cultivares Perda de produtividade (%)1 R2 F* QMR BRS-Atalanta (11,38*X) / (1 + (11,38/96,19)*X] 0,86 196,63 163,20 IRGA 421 (9,79*X) / [1 + (9,79/108,30)*X] 0,91 193,74 136,20 IRGA 416 (7,22*X) / [1 + (7,22/112,50)*X] 0,87 67,60 372,50 IRGA 417 (4,71*X) / [1 + (4,71/107,10)*X] 0,94 273,96 77,48 AVAXI (29,27*X) / [1 + (29,27/94,27)*X] 0,90 362,55 100,60 BRS-Fronteira (13,67*X) / [1 + (13,67/101,10)*X] 0,95 382,45 69,37 1 Valor obtido através do modelo de regressão da hipérbole retangular (COUSENS, 1985). *Significativo a 5% de probabilidade. Observou-se que as cultivares IRGA 416 ou 417 (ciclo curto) apresentaram maiores valores de NDE em todas as simulações realizadas, os quais variaram de 0,86 a 3,07 plantas m-2 (Figuras 1). Na média de todas as cultivares e comparando-se a menor com a maior produtividade de grãos, observa-se diferença no NDE na ordem de 66%. Assim, quanto mais elevado o potencial de produtividade da cultura, menor será a população de plantas de capim-arroz necessária para superar o NDE, tornando compensatória a adoção de medidas de controle da planta daninha. Os resultados médios, de todas as cultivares testadas, do maior contra o menor preço pago a saca de arroz, constatou-se variação de 2,3 vezes no valor do NDE. Deste modo, quanto menor for o preço pago à saca de arroz mais elevadas serão as populações de capim-arroz necessárias para ultrapassar o NDE e compensar o tratamento de controle. Ao comparar a eficiência média do herbicida (90%), em relação a menor (80%) ou a maior (100%), observou-se alterações nos NDE de aproximadamente 11%, quando as cultivares de arroz competiram com o capim-arroz (Figura 1). Assim, o nível de controle influencia o NDE e quanto mais elevada for a eficiência do herbicida, menor o NDE (menor o número de plantas de capim-arroz m-2 necessárias para adotar medidas de controle). Ao analisar o custo médio de controle do capim-arroz, para todas as cultivares, verificou-se que o custo mínimo foi 40% inferior ao custo máximo. Quanto mais elevado o custo, maiores são os NDE e mais plantas de capim-arroz m-2 são necessárias para justificar medidas de controle. A utilização das cultivares de arroz IRGA 421, IRGA 416 e IRGA 417 diminuem o nível de dano econômico em arroz irrigado. Os valores dos níveis de danos econômicos, para o fator cultivares, variam de 0,63 a 1,5; 0,86 a 2,0 e 1,3 a 3,1 plantas de capim-arroz m-2 para as cultivares IRGA 421, IRGA 416 e IRGA 417, respectivamente em função das variáveis simuladas. A cultivar que demonstrou maior competitividade com o capim-arroz foi IRGA 417, apresentando em, todas as variáveis estudadas, valores de níveis de dano econômico de 1,3 a 3,1 plantas m-2 da planta daninha. 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: COUSENS, R. An empirical model relating crop yield to weed and crop density and a statistical comparison with other models. Journal of Agricultural Science, Cambridge, v.105, n.3, p.513-521, 1985. IRGA: Instituto Rio-Grandense do Arroz. Arroz irrigado no RS – área, produção e rendimento. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br> Acesso em: 05 out. 2006. LINDQUIST, J.L.; KROPFF, M.J. Application of an ecophysiological model for irrigated rice (Oryza sativa) - Echinochloa competition. Weed Science, Champaign, v.44, n.1, p.52-56, 1996. 3.5 2.57 1.68 2.5 1.0 0.5 1.24 1.06 1.33 0.98 0.85 0.71 0.41 0.88 1.71 5580 0.59 0.27 6680 0.0 BRSAtalanta IRGA 421 4440 0.70 1.11 0.33 0.82 vi d a (K de g h de a -1 grã ) os 1.5 AVAXI IRGA 416 IRGA 417 BRSFronteira Cultivares de arroz uti 2.0 2.04 Pr od NDE (plantas m-2) 3.0 3.07 3.5 2.00 1.5 1.0 0.5 2.04 1.47 1.27 2.0 1.06 1.33 0.85 0.98 0.33 0.63 0.54 0.49 1.31 0.86 BRSAtalanta IRGA 421 9,00 0.45 0.21 0.0 AVAXI IRGA 416 6,00 0.70 IRGA 417 14,00 eç o ($ do a 50 r Kg roz ) 2.5 Pr NDE (plantas m-2) 3.0 BRSFronteira Cultivares de arroz 3.5 2.30 1.50 0.5 0.85 0.88 0.76 1.33 0.98 0.37 1.84 0.79 90 0.63 0.29 100 0.0 BRSAtalanta IRGA 421 80 0.70 1.20 0.33 AVAXI IRGA 416 IRGA 417 BRSFronteira cia 1.0 1.11 0.95 1.5 ên 2.0 2.04 do (% he r bi c ) i da 2.5 Efi ci NDE (plantas m-2) 3.0 Cultivares de arroz 3.5 2.56 2.5 1.67 1.0 0.5 0.85 0.63 2.04 1.23 1.06 1.5 1.33 0.98 0.73 0.88 1.53 0.41 0.33 0.70 1.00 0.53 0.24 0.0 BRSAtalanta IRGA 421 AVAXI 109,00 87,00 65,00 IRGA 416 Cultivares de arroz IRGA 417 BRSFronteira ec o ($ ha -1 ntro le ) 2.0 Cu sto d -2 NDE (plantas m ) 3.0 4 Figura 1. Nível de dano econômico (NDE) para arroz irrigado em função de população de capim-arroz e cultivares de arroz. CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06. INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE IRRIGAÇÃO NA INTERFERÊNCIA DO CAPIMARROZ COM A CULTURA DO ARROZ IRRIGADO 1 Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Pedro V. D. Moraes(1), Taísa Dal Magro(1), Siumar P. Tironi(1), Randau R. Brandolt (1). 1UFPel-FAEM-DFs, CEP.: 96010-900, Pelotas-RS; e-mail: [email protected] As plantas daninhas competem com a cultura do arroz por luz, água e nutrientes, constituindo-se em um dos principais fatores limitantes da produtividade nas lavouras de arroz irrigado do Brasil e podem ocasionar perdas na produtividade de grãos de arroz na ordem de 80 a 90% quando não controladas (Andres & Machado, 2004). A inundação do solo com a manutenção de lâmina de água permanente sobre a superfície, constitui-se num método de controle de plantas daninhas complementar ao químico, pois além de ativar alguns herbicidas de solo, atua como barreira física que impede a germinação e o desenvolvimento de muitas espécies de plantas daninhas (Andres & Machado, 2004). As perdas de produtividade da cultura podem ser expressas por modelos matemáticos que permitem realizar simulações da competição entre as plantas cultivadas e as daninhas, com a meta de predizer, em fases iniciais, a perda de produtividade e os possíveis lucros esperados em situações particulares. A antecipação do início da irrigação aumenta a habilidade competitividade da cultura com a planta daninha, a qual pode ser determinada pelo ajuste de variáveis explicativas em modelos matemáticos. Os objetivos do trabalho foram avaliar a influência de épocas de início da irrigação por inundação da lavoura de arroz irrigado nas relações de interferência do capim-arroz com a cultura e comparar variáveis explicativas, visando identificar a que propicia melhor ajuste dos dados ao modelo. Conduziu-se experimento a campo, no Centro Agropecuário da Palma (CAP/UFPel), durante o ano agrícola 2005/06. O delineamento experimental adotado foi o completamente casualizado, sem repetição. Cada unidade experimental compreendeu área de 11,05 m2. Os tratamentos englobaram três épocas de entrada água (1, 10 e 20 dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas - DAT) e populações de capim-arroz que variaram de zero (0) até 222 plantas m-2. O preparo do solo para a instalação do experimento seguiu o sistema convencional, incluindo aração e gradagem. A cultivar reagente foi a BRS-Pelota, semeada em linhas espaçadas a 0,17 m, numa densidade de 125 kg ha-1, o que permitiu o estabelecimento de população média de 400 plantas m-2. As demais práticas de manejo com a cultura foram àquelas recomendadas pela pesquisa. As populações das espécies competidoras incluíram Echinochloa colona (L.) Link e E. crusgalli (L.) Beauv. que foram estabelecidas a partir do banco de sementes do solo, pela aplicação do herbicida cyhalofop-butyl (270 g ha-1) + adjuvante Iharol (1,5 L ha-1), quando a cultura encontrava-se nos estádios fenológicos V2 a V3 (09 DAE) e as plantas daninhas nos estádios de duas folhas a um afilho. As plantas de capim-arroz foram protegidas com copos ou chapas (lâminas) plásticas para que não sofressem danos do herbicida. As demais plantas daninhas, existentes na área experimental foram controladas pelo arrancamento manual. As avaliações das populações das plantas (PP) de capimarroz, massa da matéria seca da parte aérea (MMSPA), área foliar (AF) e cobertura do solo (CS) foram realizadas aos 21 dias após a emergência da cultura - DAE. A quantificação da produtividade de grãos do arroz foi obtida pela colheita das panículas em área útil 4,5m2 (3m x 1,5m), de cada unidade experimental, quando o teor de umidade dos grãos atingiu aproximadamente 22%. Com os dados da produtividade de grãos foram calculadas as perdas percentuais em relação às parcelas mantidas sem infestação. As relações entre perdas percentuais de produtividade do arroz cultivado, em função das variáveis explicativas foram calculadas separadamente para cada época de 2 entrada de água na lavoura, utilizando-se o modelo de regressão não linear derivada da hipérbole retangular, de acordo o proposto por Cousens em 1985: Pp = (i * X) [1 + (i / a) * X] onde: Pp = perda de produtividade (%); X = PP, MMSPA, CS ou AF do capim-arroz; i e a = perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se aproxima de zero e quando tende ao infinito, respectivamente. O ajuste dos dados ao modelo foi realizado utilizando o procedimento Proc Nlin do programa computacional SAS (SAS, 1989). O valor da estatística F (p ≤ 0,05) foi utilizado como critério de análise dos dados ao modelo. O critério de aceitação do melhor ajuste dos dados ao modelo baseou-se no maior valor do coeficiente de determinação (R2) e no menor valor do quadrado médio do resíduo (QMR). Os valores da estatística F foram significativos para todas as variáveis explicativas e níveis dos fatores estudados (Tabela 1). De modo geral, os dados ajustaram-se satisfatoriamente ao modelo da hipérbole retangular, com elevados valores de R2 e baixo QMR, o que caracteriza um bom ajuste ao modelo. Para todas as variáveis explicativas observou-se, em geral um melhor ajuste dos dados ao modelo, para as duas primeiras época de entradas de água na lavoura (1 ou 10 DAT), confirmando, assim, a hipótese de que a antecipação do início da irrigação aumenta a habilidade competitiva da cultura em relação ao capim-arroz. Sendo o parâmetro i, um índice usado para comparar a competitividade relativa entre espécies, verificou-se para todas as variáveis, que o atraso na entrada de água na lavoura aumentou a habilidade competitiva do capim-arroz em relação a cultivar de arroz BRS-Pelota. Analisando a variável explicativa PP, observou-se que ao atrasar a entrada de água em 10 ou 20 DAT, ocorreram perdas médias na produtividade de grãos de 24 ou 34%, respectivamente, ao comparar com 1 DAT (Tabela 1). A variável explicativa MMSPA apresentou incremento no parâmetro i em 73 ou 115%, ao retardar em 10 ou 20 dias a entrada de água, respectivamente, comparando com a entrada de água a 1 DAT. Já, os resultados obtidos para a CS, demonstraram que o atraso na irrigação da lavoura não ocasionou diferenças quanto ao parâmetro i entre as diferentes épocas de entrada de água. Observou-se também para a variável AF, que à medida que houve atraso de 1 para 10 DAT na irrigação, o capim-arroz duplicou a capacidade competitiva em relação à cultura. Para todas as variáveis explicativas testadas, o modelo da hipérbole retangular não superestimou o parâmetro a, com exceção da PP para a segunda época de entrada de água e a CS em todas as épocas de entrada de água, as quais apresentaram perdas máximas de produtividade superiores a 100% (Tabela 1). Os valores do parâmetro a variaram em função das épocas de entrada de água e da variável explicativa tesada A comparação entre variáveis explicativas para os fatores estudados, considerando-se os maiores valores médios do R2 e os menores valores médios do QMR, demonstrou que a PP>CS>AF>MMSPA, em relação ao ajuste ao modelo (Tabela 1). Considerando a produtividade média do arroz irrigado no RS, nas últimas 10 safras, de 5580 kg ha-1, preço médio de 9,0 dólares por saca de 50 kg e custo de controle de plantas daninhas em torno de 87,00 dólares ha-1 (IRGA, 2006), estima-se que o custo de controle equivale a 9% da produção. Assim, ao utilizar a variável explicativa PP de capim-arroz e tendo-se como base o parâmetro i, avaliado aos 21 DAE (Tabela 1), estima-se que a presença de uma única planta de capim-arroz m-2, para as épocas de entrada de água 1, 10 ou 20 DAT, ocasionará perdas de produtividade de 8,4; 10,4 e 11,3%, respectivamente. Os resultados demonstram que as perdas de produtividade por interferência de uma planta m-2 do capim-arroz, não justifica a adoção de medidas de controle somente quando a entrada de água ocorrer aos 1 DAT. Isso demonstra que o capim-arroz é muito competitivo e mesmo baixas populações ou medidas de controles que eliminem quase toda a infestação podem não ser suficientes para evitar perdas de produtividade que superem o custo do controle. 3 O modelo de regressão não linear da hipérbole retangular, estima adequadamente as perdas de produtividade de grãos de arroz irrigado, ocasionadas pela interferência de capim-arroz à cultura em função de épocas de entrada de água na lavoura. A antecipação da época de entrada de água na lavoura incrementa a habilidade competitiva das plantas de arroz, cultivar BRS-Pelota, com relação às plantas de capimarroz. A utilização da variável população de plantas de capim-arroz, em modelo de previsão de perda de produtividade de grãos de arroz, em geral, permite ajuste mais satisfatório dos dados do que outras variáveis. A variável cobertura do solo pela folhagem de capim-arroz demonstra ter maior potencial para substituir a população de plantas no modelo da hipérbole retangular para previsão da perda de produtividade de grãos de arroz do que a massa da matéria seca da parte aérea e área foliar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDRES, A.; MACHADO, S.L.O. Plantas daninhas em arroz irrigado. In: GOMES, A.S.; MAGALHÃES JR.; A.M. (Eds.). Arroz irrigado no Sul do Brasil. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. p.457-546. COUSENS, R. An empirical model relating crop yield to weed and crop density and a statistical comparison with other models. Journal of Agricultural Science, Cambridge, v.105, n.3, p.513-521, 1985. IRGA: Instituto Rio-Grandense do Arroz. Arroz irrigado no RS – área, produção e rendimento. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br> Acesso em: 05 out. 2006. SAS: Institute Statistical Analysis System. User’s guide: version 6.4 ed. Cary: SAS Institute, 1989, 1989. 846p. Tabela 1. Perda de produtividade (%) de grãos de arroz, cultivar BRS-Pelota, em função da população de capim-arroz e épocas de entrada de água, aos 21 DAE. CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2005/06 Variáveis explicativas 01 DAT2 População de plantas Matéria seca da parte aérea Cobertura do solo Área foliar 10 DAT População de plantas Matéria seca da parte aérea Cobertura do solo Área foliar 20 DAT População de plantas Matéria seca da parte aérea Cobertura do solo Área foliar 1 1 Coeficiente de determinação (R2) Quadrado médio do resíduo (QMR) Estatística (F) 8,40 0,80 0,10 0,003 99,09 84,11 108,20 78,59 0,89 0,62 0,90 0,65 130,60 430,50 121,60 398,90 138,53* 39,57* 121,60* 42,98* 10,40 1,38 0,10 0,006 104,30 94,89 143,30 95,72 0,97 0,88 0,91 0,89 62,60 155,50 126,40 145,70 364,73* 162,90* 201,08* 174,12* 11,25 1,72 0,10 0,008 97,41 82,90 126,20 95,19 0,84 0,57 0,90 0,97 209,30 634,70 127,30 43,38 117,06* 34,99* 187,32* 555,58* Parâmetros i a i e a = perdas de produtividade (%) por unidade de plantas de capim-arroz quando o valor da variável se aproxima de zero ou quando tende ao infinito, respectivamente. 2Dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas *Significativo a p≤0,05. EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE Echinochloa crusgalli , Echinochloa colonum e Cyperus ferax NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO (Oryza sativa L.). Rodrigo Alff Gonçalves(1), Olavo Gabriel Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2) José Antonio Annes Marinho(3) Luiz Felipe Thomas(3) Ana Paula Estevo(1) Graciela Castilhos(1) 1 2 Bolsista GIPHE/UFSM, e-mail: [email protected]; Professor Dep. Biologia/UFSM e-mail: [email protected];3FMC Química do Brasil Ltda. A cultura do arroz ocupa o terceiro lugar em área, quinto em produção e quarto em valor de produção em relação às principais culturas temporárias desenvolvidas no Brasil. Assim como todas as culturas agrícolas, sofre perdas de produtividade e qualidade, além de ter o seu custo de produção elevado, pela competição com as plantas daninhas (EMBRAPA, 1981). Com o objetivo de diminuir a interferência destas plantas daninhas no cultivo do arroz irrigado nas lavouras do Rio Grande do Sul, foi realizado este experimento no municipio de Santa Maria/RS, usando diferentes doses do novo herbicida da FMC, Pyribenzoxim (RET 07503), aplicado em mistura com o adjuvante óleo mineral, na safra 2005/2006, com entrada de água três dias após a aplicação (3 DAA). TABELA 1: Tratamentos herbicidas aplicados, doses de ingrediente ativo por hectare e adjuvante utilizado no controle de plantas daninhas. Tratamentos 1 1. Pyribenzoxim + óleo mineral 3 Doses i.a. (ml – g.ha-1) Época de aplicação 200 + 0,5% Pós-emergência 2. Pyribenzoxim + óleo mineral 400 + 0,5% Pós-emergência 3. Pyribenzoxim + óleo mineral 600 + 0,5% Pós-emergência 4. Pyribenzoxim + óleo mineral 800 + 0,5% Pós-emergência 5. Pyribenzoxim + óleo mineral 1000 + 0,5% Pós-emergência 6. Bispyribac-sodium² + óleo mineral 150 + 0,5% Pós-emergência 7. Testemunha capinada - - 8. Testemunha sem capina - - 1 Produto em código – Pyribenzoxim 50 gramas de i.a. por litro de produto comercial – Concentrado Emulsionável Nominee: Bispyribac sodium 400 gramas de i.a. por litro de produto comercial – Suspensão Concentrada. 3 Óleo mineral IHAROL 0,5% volume/volume 2 O experimento foi conduzido durante a safra agrícola 2005/2006 na área experimental da Granja São Carlos de Loreta, em Camobi, Santa Maria/ RS. O delineamento experimental foi de Blocos casualizados com quatro repetições. As unidades experimentais mediram 2m X 6m (12 m2), sendo considerada a área útil de 4,0 m2 (4,0m X 1,0m) para avaliação. A semeadura do arroz foi realizada no dia 27 de outubro de 2005, utilizando-se a variedade de arroz irrigado IRGA 419. Para a aplicação dos herbicidas utilizou-se pulverizador costal de precisão, propelido a CO2 munido de 4 pontas de pulverização, contendo bicos XR Teejet 110.02 espaçados de 0,5 m um do outro, operando na pressão de 25 lb.Pol-2 com volume de calda de, 130 litros por hectare. A aplicação foi realizada no dia 02 de dezembro de 2005. O solo encontrava-se seco superficialmente e o dia claro. A velocidade do vento era de 2,1 Km.hora-1, com umidade relativa do ar de 59,6% e temperatura de 28,3 oC medidos pelo aparelho KESTREL 3000. A entrada definitiva da água, foi realizada 72 horas após a aplicação dos tratamentos herbicidas. Para as determinações foi empregada a escala percentual, utilizando-se como padrão a testemunha infestada que correspondeu a nenhum controle (zero %). As avaliações de controle das plantas daninhas foram realizadas aos 10, 30, 60 Dias Após a Aplicação dos herbicidas (DAA) e na pré-colheita. A colheita foi realizada no dia 09 de março de 2005, manualmente, na área útil (área central) de cada unidade experimental (4 m2 = 4m x 1m). Após a trilha, limpeza e pesagem dos grãos, os dados foram corrigidos para 13% de umidade e convertidos em quilogramas por hectare (Kg.ha-1). Os dados de controle das plantas daninhas foram submetidos à análise da variância. A comparação de médias foi efetuada através do teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. TABELA 2 – Controle de capim arroz (Echinochloa crusgalli var. cruspavonis e Echinochoa colonum), e Junco Amarelo( Cyperus ferax) pelos tratamentos herbicidas aplicados. UFSM 2005/2006 CONTROLE (%) 10 30 60 PréDAA DAA DAA colheita Echinochloa crusgalli var. cruspavonis COM 3 FOLHAS 2 1 1. Pyribenzoxim 200 + 0,5% 3 DAA 30f 42f 45f 45f 2. Pyribenzoxim 400 + 0,5% 3 DAA 40e 50e 50e 50e 3. Pyribenzoxim 600 + 0,5% 3 DAA 55d 68d 70d 68d 4. Pyribenzoxim 800 + 0,5% 3 DAA 82c 88c 87c 87c 5. Pyribenzoxim 1000 +0,5% 3 DAA 90b 100a 100a 100a 3 6. Bispyribac-sodium 150 + 0,5% 3 DAA 80c 100a 100a 100a 7. Testemunha sem capina 3 DAA 0g 0g 0g 0g 8. Testemunha Capinada 3 DAA 100a 97b 95b 95b CV (%) 7,12 8,24 7,15 6,98 Echinochloa colonum COM 3 FOLHAS 2 1 1. Pyribenzoxim 200 + 0,5% 3 DAA 30e 34e 35e 35e 2. Pyribenzoxim 400 + 0,5% 3 DAA 45d 53d 56d 55d 3. Pyribenzoxim 600 + 0,5% 3 DAA 68c 70c 70c 70c 4. Pyribenzoxim 800 + 0,5% 3 DAA 85b 90b 90b 90b 5. Pyribenzoxim 1000 +0,5% 3 DAA 92b 100a 100a 100a 6. Bispyribac-sodium3 150 + 0,5% 3 DAA 100a 100a 100a 100a 7. Testemunha sem capina 3 DAA 0f 0f 0f 0f 8. Testemunha Capinada 3 DAA 100a 99a 99a 99a CV (%) 7,43 6,95 6,46 6,49 Cyperus ferax COM 3 FOLHAS 2 200 + 0,5% 3 DAA 67 a 70 a 68 a 65a 1. Pyribenzoxim 400 + 0,5% 3 DAA 75 a 75 a 75 a 75 a 2. Pyribenzoxim 3. Pyribenzoxim 600 + 0,5% 3 DAA 80 a 85 a 85 a 85 a 4. Pyribenzoxim 800 + 0,5% 3 DAA 100 a 100 a 100 a 100 a 5. Pyribenzoxim 1000 +0,5% 3 DAA 100 a 100 a 100 a 100 a 3 6. Bispyribac-sodium 150 + 0,5% 3 DAA 100 a 100 a 100 a 100 a 7. Testemunha sem capina 3 DAA 0b 0b 0b 0b 8. Testemunha Capinada 3 DAA 100 a 100 a 100 a 100 a CV (%) 5,32 4,99 4,75 4,87 TRATAMENTO* DOSE -1 (ml.ha ) Inicio da irrigação Rendimento de grãos -1 (Kg.ha ) 3225 c 3198 c 3996 c 5987 b 6789 a 6543 a 2028 d 6483 a 9,36 3225 c 3198 c 3996 c 5987 b 6789 a 6543 a 2028 d 6483 a 9,36 3225 c 3198 c 3996 c 5987 b 6789 a 6543 a 2028 d 6483 a 9,36 1 Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. 2 Produto em fase de registro RET n0 07503 – Pyribenzoxim 50 g i.a.L.-1 de produto comercial – CE * Adjuvante utilizado: óleo mineral IHAROL 0,5% volume/volume 3 Byspiribac sodium 400 g i.a.L-1 de produto comercial – SC. Marca Comercial Nominee 400 SC Os resultados experimentais permitem concluir que, o herbicida Pyribenzoxim nas doses de 600 ml.ha-1, 800 ml.ha-1 e 1000 ml.ha-1, aplicado em pós-emergência, foi eficiente (superior a 80%) no controle de Cyperus ferax com 3 folhas rosuladas formadas. Nas doses de 800 ml.ha-1 e 1000 ml.ha-1, o herbicida Pyribenzoxim, aplicado em pósemergência, também foi eficiente (superior a 80%) no controle de Echinochloa crusgalli var. cruspavonis e Echinochloa colonum (sin. colona) com 3 folhas podendo ser recomendado como opção viável para o controle destas plantas daninhas em programas de manejo na cultura do arroz irrigado. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDRADE, V.A. de. Efeito de diferentes densidades de infestação de capim arroz (Echinochloa spp.) na cultura do arroz irrigado. In: REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 1975, Cachoeirinha, RS. IRGA, 1975. 285p. p.76-77. ANDRADE, V.A. de. Controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado. Pelotas: EMBRAPA-UEPAE, 1982a. 42p. (Circular Técnica, nº 01) EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, Brasília, DF. Programa Nacional de Pesquisa do Arroz. Brasília: EMBRAPA-DID, 1981. 69p. ISHIY, T. & LOVATO, L.A. Influência das ervas daninhas na produção de arroz. Lavoura Arrozeira, Porto Alegre, vol. 27, nº 278, p.48-50, 1974. KISSMANN, K.G. Plantas infestantes e nocivas. Basf. Tomo 1, 1992. 608p. Palavras-chave: capim-arroz; junquinho; pyribenzoxim EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM PULVERIZAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NO SISTEMA DE CULTIVO DE ARROZ PRÉ-GERMINADO. Rodrigo Alff Gonçalves(1), Olavo Gabriel Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2) José Antonio Annes Marinho(3) Luiz Felipe Thomas(3) Ana Paula Estevo(1) Graciela Castilhos(1) 1 2 Bolsista GIPHE/UFSM, e-mail: [email protected]; Professor Dep. Biologia/UFSM e-mail: [email protected];3FMC Química do Brasil Ltda. O cultivo sistemático e intensivo de uma cultura, em um mesmo local, por vários anos, leva à seleção de espécies de plantas, que competem com a cultura por fatores essenciais para sua sobrevivência. Através dos tempos, o homem passou a eliminar estas plantas daninhas, em função dos prejuízos causados a seus cultivos. Com a expansão das áreas cultivadas, e com o desenvolvimento dos estudos da biologia, bioquímica e fisiologia destas espécies consideradas daninhas, foram descobertas moléculas químicas que permitiram grande evolução no combate a estas plantas. Segundo, RODRIGUES & ALMEIDA, 1998; a cultura do arroz apresenta várias opções de ingredientes ativos registrados para o controle de diversas plantas daninhas, nas diferentes épocas de aplicação. Desta forma, os agricultores podem lançar mão de várias opções de herbicidas, para o controle químico das espécies daninhas. Muitas vezes a presença de altas populações de certas plantas daninhas não pode ser associada a perdas proporcionais no rendimento de grãos. EBERHARDT & NOLDIN, 2001, estudando diversas densidades de sagitárias, em sistemas de cultivo pré-germinado, constataram que esta redução pode chegar a 6,6 kg.ha-1, no rendimento de grãos, para cada incremento de uma nova planta na área, mas também, apresentando relação direta com a densidade de semeadura da cultura e o ciclo da mesma. Na safra agrícola de 2004/05 instalou-se um ensaio no município de Dona Francisca/RS com o objetivo de avaliar a eficiência agronômica e a seletividade do novo herbicida Pyribenzoxim, aplicado em pulverização em pós-emergência da cultura do arroz irrigado em sistema de cultivo pré-germinado. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com 8 tratamentos e 4 repetições. As unidades experimentais mediram 2 m x 6m. Os tratamentos herbicidas foram aplicados quando as plantas daninhas encontravam-se com 2 a 3 folhas. Tabela 1. Tratamentos aplicados com suas respectivas doses de princípio ativo e produto comercial. Dona Francisca – RS. Safra 2005/2006 Tratamentos Doses de i. a. ha-1 ( g ha-1) Doses P.C. (ml ha-1) 1. Pyribenzoxim1 50 200 2. Pyribenzoxim 50 400 50 600 3. Pyribenzoxim 4. Pyribenzoxim 50 800 5. Pyribenzoxim 50 1000 6. Thiobencarb2 500 8000 7. Bispyribac-sodium3 400 150 8. Testemunha * Aos tratamentos herbicidas acrescentou-se adjuvante óleo mineral IHAROL a 0,5% v/v 1 Pyribenzoxim 50 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – CE, sem nome comercial definido. 2 Saturn 500 CE (Padrão para Ludwigia octovalvis). 3 Nominee: Bispyribac-sodium 400 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – SC Os tratamentos foram aplicados com auxílio de um pulverizador propelido a CO2, com barra de 1,5 m e 4 pontas XR 110.02, espaçadas a 50 cm, pressão de trabalho 38 2 lbs/pol , e volume de calda de 130 L.ha-1. As condições de aplicação foram: temperatura do ar de 25,3 ºC, umidade relativa do ar de 60,4%, velocidade do vento de 1,9 Km.h-1 medidos com o equipamento KESTREL 3000. A cultivar de arroz utilizada foi a EPAGRI 108. Tabela 2. Médias de controle proporcionadas pelos tratamentos herbicidas aplicados Tratamentos % Controle Dose ml p.c. -1 ha Ludwigia octovalvis Heteranthera reniformis Cyperus esculentus Aeschynomene denticulata 15 45 65 15 45 65 15 45 65 15 45 65 DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA 1.Pyribenzoxim 200 40 d1 49 d 50 d 65 d 70 d 68 d 35 d 42 d 48 d 65 b 75 b 74 b 2.Pyribenzoxim 400 65 c 75 c 78 c 80 c 83 c 85 c 59 c 65 c 65 c 100 a 100 a 100 a 3.Pyribenzoxim 600 89 b 90 b 90 b 92 b 95 b 95 b 98 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 4.Pyribenzoxim 800 100 a 100 a 100 a 100 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 5.Pyribenzoxim 1000 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 6.Thiobencarb 8000 100 a 100 a 100 a 82 c 7.Bispyribac 150 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 8.Testemunha 0e 0e 0e 0e CV% 4,32 4,97 4,78 3,76 85 c 84 c 85 b 84 b 82 b 0e 0e 0e 0e 0e 3,64 3,49 4,18 4,26 4,61 35 c 0d 45 c 0d 45 c 0d 4,34 4,32 4,44 1 Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. Os tratamentos com o herbicida Pyribenzoxim nas doses de 400 ml.ha-1, 600 ml.ha, 800 ml.ha-1 e 1000 ml.ha-1 proporcionaram controle superior a 80% de Heteranthera reniformis e Aeschynomene denticulata até a avaliação realizada aos 65 dias após a aplicação dos tratamentos, resultados também obtidos com o herbicida Nominee (Bispyribac-sodium) 150 ml.ha-1. Para Ludwigia octovalvis e Cyperus esculentus obteve-se controle acima de 80% da população com a pulverização de Pyribenzoxim nas doses de 600 ml.ha-1, 800 ml.ha-1 e 1000 ml.ha-1. Para Ludwigia octovalvis os resultados obtidos estão no mesmo nível de controle observado com o herbicida Saturn (Thiobencarb) 8000 ml.ha-1. A colheita foi realizada no dia 18 de março de 2005, com umidade dos grãos variando entre 16 a 18% medidas pelo equipamento FARMEX 500. Os grãos foram submetidos a uma pré-secagem em laboratório, até umidade final de 13%, ocasião em que se realizou a limpeza para retirada de impurezas e foi processada a pesagem para verificação do rendimento de grãos. Já a fitointoxicação sobre a cultura foi avaliada aos 7, 15, 30 e 45 dias após a aplicação dos herbicidas, através da análise das possíveis injúrias às plantas de arroz (Oryza sativa L.). 1 Tabela 3. Médias de fitointoxicação aos 07, 15, 30 e 45 dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas na cultura do arroz (Oryza sativa L.) irrigado. Dona Francisca – 2005/2006. Doses P.C. (ml.ha-1) Rendimento de grãos (Kg.ha-1) 1. Pyribenzoxim 200 2. Pyribenzoxim 3. Pyribenzoxim Tratamentos Fitointoxicação 07 DAA 15 DAA 30 DAA 45 DAA 4678c 01 (6)2 0 (6) 0 (6) 0 (6) 400 7575b 0 (6) 0 (6) 0 (6) 0 (6) 600 9856a 0 (6) 0 (6) 0 (6) 0 (6) 4. Pyribenzoxim 800 10145a 0 (6) 0 (6) 0 (6) 0 (6) 5. Pyribenzoxim 1000 10025a 0 (6) 0 (6) 0 (6) 0 (6) 6. Thiobencarb 8000 7345b 10 (5) 5 (5) 0 (6) 0 (6) 7. Bispyribac-sodium 150 9847a 0 (6) 0 (6) 0 (6) 0 (6) 8. Testemunha - 2235d 0 (6) 0 (6) 0 (6) 0 (6) CV% - 13,43 - - - - 1 Fitointoxicação na parte aérea em escala percentual, observado visualmente na área experimental 2 Escala da ALAM: 1 = morte das plantas; 2 = dano muito severo; 3 = dano severo; 4 = dano moderado; 5 = dano leve; 6 = ausência de danos fitotóxicos. Os resultados demonstrados na tabela 3 permitem inferir que o herbicida Pyribenzoxim, nas doses avaliadas foi seletivo à cultura do arroz irrigado cultivar EPAGRI 108. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: EBERHARDT, D. S.;NOLDIN, J. A. Dano de sagittaria montevidensis em função da densidade de semeadura do arroz irrigado.In: XXXIV REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 2001, Porto Alegre, Anais.... Porto Alegre, 2001. 894p. p.510512. RODRIGUES, B.N. & ALMEIDA, F.S. – Guia dos Herbicidas. Londrina, Pr. 1998. Palavras-chave: pré-germinado; plantas aquáticas; pyribenzoxim EFICIÊNCIA DE HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA INICIAL NO CONTROLE DE Hymenachne amplexicaulis E DE Echinochloa crusgalli EM ARROZ IRRIGADO. Rodrigo Alff Gonçalves(1), Olavo Gabriel Santi(1), Fernando Borges Santiago(2), Fernando Luis Perini(3). Ana Paula Estevo(1) Graciela Castilhos(1) Danie Martini Sanchotene(1) Rafael Friguetto Mezzomo(1) (1)Acadêmicos de Agronomia/UFSM; (2)Engenheiro Agrônomo E-mail: [email protected] (3)Iharabras S/A Indústrias Químicas. E-mail:[email protected] A CONAB (2007) estima uma área plantada de arroz no Brasil na safra 06/07 de 2.974.600 hectares com uma produção de 11.269,3 mil toneladas e uma produtividade média de 3 .789 Kg/ha. As regiões Sul; Sudeste; Centro-Oeste; Nordeste e Norte participam da produção nacional com: 66,3% (7.466,9 mil toneladas); 2,4% (275,3 mil toneladas); 10,8% (1.215,3 mil toneladas); 10,0% (1.123,7 mil toneladas) e 10,5% (1.188,0mil toneladas), respectivamente. O RS é responsável por uma produção de 6.194,9 mil toneladas (54,57% da produção nacional) em uma área cultivada de arroz de 931,6 mil hectares (31,31% da área brasileira). Na cultura do arroz irrigado as plantas daninhas são consideradas o principal problema fitossanitário, podendo trazer significativos prejuízos à cultura. Nos arrozais do RS, o capim-capivara (Hymenachne amplexicaulis) tem aumentado em freqüência nos últimos anos, no entanto existe uma carência de trabalhos relacionados ao controle desta espécie. Outra planta daninha de importância e que está presente em praticamente todas as lavouras de arroz irrigado é o capim arroz (Echinochloa crusgalli). Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de herbicidas aplicados em pós-emergência inicial no controle de Hymenachne amplexicaulis e de Echinochloa crusgalli em arroz irrigado. O experimento foi conduzido a campo, no ano agrícola 2006/2007 no município de Restinga Seca-RS. Os tratamentos foram aspergidos com pulverizador costal de precisão propelidos a CO2, com barra munida de 4 bicos com pontas de jato plano tipo leque, espaçados de 50 cm, à pressão constante de 28 lib/pol2, liberando um volume de calda equivalente a 150 l/ha. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições e sete tratamentos. As parcelas experimentais tiveram as dimensões de 5 m x 2 m (10 m2). Tabela 1. Tratamentos com respectivas doses de produto comercial. Lavoura de arroz irrigado. Restinga Seca-RS. Ano agrícola – 2006/2007. Tratamento 1) Nominee 2) Nominee 3) Ricer 4) Ricer 5) Nominee + Commence 6) Ricer + Commence 7) Testemunha Principios ativos ml P.C./ha g. i.a./ha Bispyribac-sodium Bispyribac-sódium Penoxsulam Penoxsulam Bispyribac + clomazone Penoxsulam + clomazone 100 125 150 200 100 + 600 150 + 600 --- 40 50 36 48 40 + 300 36 + 300 --- A cultivar de arroz utilizado foi a IRGA – 422CL, semeada mecanicamente com espaçamento de 0,17 m entre linhas e uma população aproximada de 400 plantas/m2. As aplicações dos tratamentos foram realizadas quando a população de Hymenachne amplexicaulis (capim-capivara) encontrava-se com 2 - 3 folhas e as plantas de Echinochloa crusgalli (capim arroz) e de Oryza sativa (arroz) encontravam-se com 3-4 folhas. Dois dias após a aplicação dos tratamentos herbicidas foi realizada a adubação nitrogenada na quantidade de 200 Kg/ha de uréia. A inundação permanente ocorreu 3 dias após a aplicação dos tratamentos. A área experimental estava infestada por uma população de 9 plantas de capim-capivara/m2 e de 12 plantas de capim arroz/m2. O controle da espécie daninha e a seletividade dos herbicidas à cultura, foram quantificados por três avaliações visuais utilizando-se a escala percentual, onde: 100% = controle total e 0% = nenhum efeito sobre as plantas daninhas. As avaliações de controle foram realizadas aos 15 e 45 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos, sendo a última avaliação realizada na pré-colheita. As avaliações de seletividade foram realizadas aos 7, 15 e 21 dias após a aplicação, atribuindo-se a nota zero (0) à ausência de injúria e a nota cem (100) à morte completa das plantas. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de tukey (p< 0.05). Observamos na tabela 2 que todos os tratamentos envolvendo Nominee controlaram 100 % da população de Hymenachne amplexicaulis em todas as avaliações realizadas, comprovando a alta sensibilidade desta espécie no estádio de 2-3 folhas a este herbicida. Os tratamentos envolvendo Ricer não foram eficazes no controle desta invasora. A tabela 3 mostra que todos os tratamentos herbicidas foram eficientes no controle de Echinochloa crusgalli no estádio de 3-4 folhas, sendo que os mesmos controlaram 100 % desta população nas avaliações aos 45 DAA e na pré-colheita. A tabela 4 apresenta as avaliações realizadas para averiguar os possíveis efeitos fitotóxicos dos tratamentos sobre a cultura. Os resultados mostraram que os herbicidas Nominee e Ricer quando aplicados isoladamente são totalmente seletivos para o cultivar de arroz Irga 422CL. Os tratamentos envolvendo Commence apresentaram uma pequena fitotoxicidade as plantas de arroz, no entanto aos 21 DAA as plantas de arroz estavam totalmente recuperadas. Pelos resultados obtidos e considerando as condições da realização do experimento pode-se concluir que os tratamentos Nominee (100 e 125ml/ha) e Nominee + Commence (100 + 600 ml/ha) foram eficientes no controle de Hymenachne amplexicaulis no estádio de 2-3 folhas, enquanto que os tratamentos Ricer (150 e 200ml/ha) e Ricer + Commence (150 + 600ml/ha) não demonstraram controle sobre esta invasora. Quanto ao controle de Echinochloa crusgalli no estádio de 3-4 folhas conclui-se que todos os tratamentos foram eficientes, controlando 100 % desta população. Tabela 2. Avaliações de controle de Capim-capivara (Hymenachne amplexicaulis). Lavoura de arroz irrigado. Restinga Seca-RS. Ano agrícola 2006/2007. Tratamento 1 2) Nominee 1 3) Ricer 2 1) Nominee 4) Ricer 2 ml P.C./há % Controle de Hymenachne amplexicaulis 15 DAA3 45 DAA Pré-Colheita 100 4 100 a 100 a 100 a 125 100 a 100 a 100 a 150 17 c 0c 0c 200 17 c 0c 0c 5) Nominee + Commence1 100 + 600 100 a 100 a 100 a 6) Ricer + Commence2 150 + 600 30 b 23 b 17 b 7) Testemunha 0d 0d 4,83 3,32 2 Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha 0d 2,4 C.V.% Acrescido de Iharol a 1 L/ha Dias Após Aplicação 4 Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%. 1 3 Tabela 3. Avaliações de controle de Capim-arroz (Echinochloa crusgalli). Lavoura de arroz irrigado. Restinga Seca-RS. Ano agrícola 2006/2007. Tratamento ml P.C./há % Controle de Echinochloa crusgalli 15 DAA3 45 DAA Pré-Colheita 100 4 96 b 100 a 100 a 125 97 b 100 a 100 a 2 150 95 b 100 a 100 a 4) Ricer 2 200 97 b 100 a 100 a 5) Nominee + Commence1 100 + 600 100 a 100 a 100 a 6) Ricer + Commence2 150 + 600 100 a 100 a 100 a 0 1,27 0b 0,22 0b 0,28 1 2) Nominee 1 1) Nominee 3) Ricer 7) Testemunha C.V.% Acrescido de Iharol a 1 L/ha 2 Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha 3 Dias Após Aplicação 4 Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%. 1 Tabela 4. Avaliação de fitotoxicidade. Restinga Seca-RS. Ano agrícola 2006/2007. Tratamento ml P.C./há % Fitotoxicidade 15 DAA 21 DAA 1) Nominee 1 100 0 0 0 2) Nominee 1 125 0 0 0 2 150 0 0 0 4) Ricer 2 200 0 0 0 5) Nominee + Commence 1 100 + 600 5 2 0 6) Ricer + Commence2 150 + 600 3) Ricer 7) Testemunha 1 Acrescido de Iharol a 1 L/ha 2 Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha 3 Dias Após Aplicação 07 DAA 3 6 2 0 0 0 0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 2. ed. São Paulo: BASF S.A., Tomo1-1997. 641p. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005. 159p. CONAB. 8º Levantamento de grãos 2006/2007 – Maio 2007. Disponível em www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/8levsafra.pdf. Acesso em 11/05/2007. Palavras-chave: capim-capivara; arroz; pós-emergentes IDENTIFICAÇÃO DE ECÓTIPOS DE Cyperus difformis RESISTENTES AOS HERBICIDAS INIBIDORES DA ACETOLACTATO SINTASE (ALS) EM SANTA CATARINA Sônia Andrade, José Alberto Noldin, Gabriela Fabiane Pinheiro, Domingos Sávio Eberhardt. Epagri/Estação experimental de Itajaí. Caixa Postal 277, CEP 88301-970, Itajaí, SC. E-mail: [email protected] A utilização de herbicidas para o controle de plantas daninhas na cultura de arroz irrigado vem aumentando acentuadamente nos últimos anos. O uso intensivo de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação proporcionou a seleção de ecótipos de plantas daninhas resistentes, e conseqüentemente, a perda de eficiência de vários herbicidas. Em Santa Catarina, este problema tem se agravado, devido ao uso intensivo das áreas com arroz irrigado e ao uso freqüente de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação. O CYPDI (junquinho ou tiririquinha) é uma planta daninha presente em diversas regiões produtoras de arroz irrigado de Santa Catarina (SC) e na safra 2000/01, NOLDIN et al. (2002) identificaram ecótipos resistentes aos herbicidas inibidores da ALS. A partir daquela safra, novos focos de resistência desta planta daninha têm surgido, o que torna necessário identificar a abrangência dessas populações. Este trabalho teve como objetivo identificar de ecótipos de Cyperus difformis resistentes aos herbicidas inibidores da enzima ALS, em lavouras de arroz irrigado de Santa Catarina. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Epagri - Estação Experimental de Itajaí-SC, no período de janeiro à março de 2007. Foram avaliadas 17 populações de Cyperus difformis (CYPDI), a partir de sementes coletadas em áreas de cultivo de diferentes localidades de SC. As populações avaliadas e seus respectivos municípios de origem foram: CYPDI 19 e 21 em Gaspar; CYPDI 20, 23 e 24 em Ilhota; CYPDI 22 em Guaramirim; CYPDI 25 em Araranguá; CYPDI 26 em Laguna; CYPDI 27, 28, 29 e 31 em Tubarão; CYPDI 32 em Forquilhinha; CYPDI 33 em Meleiro; CYPDI 34 e 35 em Agronômica e CYPDI 36 em Pouso Redondo. As sementes foram pré-germinadas em estufa incubadora (BOD) e transferidas para vasos de 500ml contendo substrato comercial Plantmax (Hortaliça HA). Foram usadas duas doses de cada herbicida avaliado, sendo a dose comercial (1X) e quatro vezes a dose comercial (4X). Os herbicidas avaliados e suas respectivas doses foram: Sirius (pyrazosulfuron-ethyl) nas doses 60ml/ha e 240ml/ha, Nominee 400 SC (bispyribac-sodium) com 125ml/ha e 500ml/ha, Only (imazethapyr + imazapic) com 1L/ha e 4L/ha e Ricer (penoxsulam) com 200ml/ha e 800ml/ha respectivamente. Para cada local, foram utilizadas duas testemunhas, uma com o herbicida Basagran 600 (bentazon) na dose comercial, por possuir um modo de ação diferente (inibidor do fotossistema II), e outra, sem aplicação de herbicida. O ecótipo CYPDI 31, procedente de Tubarão, foi avaliado apenas na segunda dose, que corresponde a quatro vezes a dose comercial de cada herbicida, devido à baixa germinação das sementes, o que ocasionou a redução do número de unidades experimentais. Os tratamentos herbicidas foram realizados com as plântulas de C. difformis no estádio de 2 a 4 folhas, medindo aproximadamente 10 cm. Os herbicidas foram aspergidos com pulverizador de pressão constante, utilizando um volume de calda de pulverização equivalente a 150 L/há. Os adjuvantes utilizados nas caldas foram Iharaguen para os herbicidas Sirius, Nominee e Basagran, Dash para o herbicida Only e Veget Oil (oléo vegetal) para Ricer, todos na concentração de 0,25% v/v. As avaliações foram realizadas trinta dias após a aplicação dos herbicidas, utilizando-se o método visual e a quantificação da produção de massa da planta daninha (dados não apresentados). Adotou-se a escala percentual, utilizando como padrões as testemunhas, considerando-se o tratamento sem herbicida a zero (0%) e com o herbicida Basagran a cem por cento (100%) de controle. Das dezessete populações de C. difformis avaliadas com o herbicida Sirius (pyrazosulfuron-ethyl) em ambas as doses (1x e 4x), apenas sete amostras apresentaram suscetibilidade ao herbicida, com controle variando de 88% a 100%. As populações consideradas resistentes foram: CYPDI 25 de Araranguá, CYPDI 26 de Laguna, CYPDI 27, 28, 29 e 31 de Tubarão, CYPDI 33 de Meleiro, CYPDI 34 e 35 de Agronômica e CYPDI 36 de Pouso Redondo. Nestes ecótipos o controle médio foi inferior a 35%, para ambas as doses (Figura 1). O herbicida Nominee (bispyribac-sodium) foi eficiente no controle de onze populações C. difformis avaliadas em ambas as doses. Os ecótipos foram CYPDI 26 de Laguna, CYPDI 27, 29 e 31 de Tubarão, CYPDI 34 e 35 de Agronômica, foram considerados resistentes em função da baixa eficiência de Nominee em ambas as doses (Figura 1). O herbicida Only (imazethapyr + imazapic) controlou 13 ecótipos de C. difformis, em ambas as doses, onde a eficiência média para a dose comercial variou de 85% a 100% (Figura 1). O ecótipo CYPDI 19 de Gaspar teve controle médio de 70% e para os ecótipos CYPDI 29 de Tubarão, 34 e 35 de Agronômica, Only não apresentou nenhum controle. O herbicida Ricer foi eficiente no controle de oito ecótipos de C. difformis (penoxulam), sendo que para CYPDI 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 32, o controle médio foi superior a 90% e para os ecótipos CYPDI 28, 33 e 36 o controle médio ficou entre 70% e 80% na dose comercial (Figura 1). Nos demais ecótipos, o controle médio foi inferior a 50%. Com quatro vezes a dose, apenas as amostras de CYPDI 29 de Tubarão, 34 e 35 de Agronômica, não foram controladas, sendo consideradas resistentes. O herbicida Basagran (testemunha) proporcionou controle total sobre todos os ecótipos de C. difformis. As amostras de CYPDI 29, de Tubarão, CYPDI 34 e 35 de Agronômica, mostraram-se resistentes a todos os herbicidas inibidores da ALS testados, em ambas as doses, o que evidencia a ocorrência de resistência cruzada desses ecótipos a quatro grupos químicos de herbicidas inibidores da ALS. Aproximadamente 59% dos ecótipos avaliados mostraram-se resistentes a Sirius, evidenciando a perda de eficiência deste herbicida em mais da metade das localidades amostradas. Os herbicidas Nominee e Ricer foram eficientes em aproximadamente 70% dos ecótipos avaliados, enquanto que Only foi efetivo no controle de 83% dos ecótipos testados. Destaca-se o fato da constatação de populações resistentes aos herbicidas Ricer e Only, mesmo em áreas que nunca receberam a aplicação destes herbicidas, pois o seu uso comercial em santa Catarina iniciou-se na safra 2006/07, apos a coleta das amostras avaliadas. Os resultados mostram o rápido crescimento do numero de áreas em Santa Catarina com populações de C. difformis com resistência cruzada aos herbicidas inibidores da enzima ALS. Desta forma, é necessário que os agricultores incorporem em seus sistemas de manejo de plantas daninhas, outros métodos de controle, assim como utilizar herbicidas com diferentes modos de ação, visando evitar ou reduzir a rápida expansão da resistência de plantas daninhas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NOLDIN, J.A., EBERHARDT, D.S., RAMPELOTTI, F.T. Cyperus difformis L. resistente a herbicidas inibidores da ALS em Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Resumos... Londrina: SBCPD/Embrapa Clima Temperado, 2002. p. 198. Figura 1. Controle de populações de Cyperus difformis com os herbicidas Sirius, Nominee, Only e Ricer em duas doses. Epagri, Itajaí, 2007. DIETHOLATE PERMITE AUMENTAR A DOSE DE CLOMAZONE SOBRE A CULTIVAR BR IRGA 417 Alencar Zanon Junior(1), Graziane Vargas(1), Murilo Comassetto Queiroz(1), André Trevisan de Souza(1), Nelson D. Kruse(1). Universidade Federal de Santa Maria, Campus Universitário, Dept. Defesa Fitossanitária. Na produção de arroz irrigado a maior produtividade está associada ao aprimoramento de práticas culturais, destacando-se, dentre estas, o controle de plantas daninhas. Nos primeiros estágios de desenvolvimento da referida cultura constitui-se um período crítico devido à intensa competição por nutrientes, luz, água e CO2, das ervas infestantes com a cultura. Assim, práticas inadequadas nesta fase de desenvolvimento condicionarão menores rendimentos na colheita. No controle de plantas daninhas da cultura do arroz, o uso do herbicida clomazone, aplicado associado ao propanil, ou isoladamente, representa uma das principais alternativas ao sistema “clearfield”. Uma nova proposta de uso do clomazone em doses mais elevadas tem sido proposto, eliminando a necessidade de associações com outros herbicidas. Ocorre que estas doses mais elevadas provocam graves injúrias no arroz, visto que a seletividade do clomazone à cultura restringe-se àquelas doses anteriormente usadas nas associações com propanil. O uso de protetores (“safaners”), como o dietholate, aplicado como tratamento de semente, tem permitido dobrar a dose então usada, sem prejuízo à cultura do arroz, com o aumento da eficiência do controle das principais plantas daninhas desta cultura. Como este efeito protetor do dietholate depende das doses empregadas, resta definir para uma dada dose do protetor, a maior dose de clomazone possível de ser usada sem risco para a cultura. Vários experimentos que objetivam estabelecer a melhor combinação de doses do protetor com o herbicida têm sido concebidos testando-se algumas combinações em delineamentos fatoriais. Ocorre que este tipo de metodologia indica tão somente que uma determinada combinação é viável ou não, sem permitir inferir-se sobre o comportamento de demais combinações. Já o uso da metodologia de curvas de dose-resposta permite estabelecer, para cada dose do protetor empregada, o efeito de qualquer dose do herbicida (Seefeldt, 1995), apresentando-se assim como a metodologia mais adequada para este tipo de trabalho. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a eficiência do tratamento de sementes com o protetor dietholate, associado a várias doses de clomazone sobre a cultura do arroz, através do uso de curvas de resposta. O experimento foi conduzido em ambiente protegido (estufa plástica) do Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa Maria. A semeadura do arroz (05/12/2006) foi efetuada em vasos contendo 1,4 kg de solo peneirado, pertencente à classe Argissolo Vermelho Distrófico Típico, classe textural 3 (24% de argila), com pH (SMP) 5,7, 2,5% de matéria orgânica, sendo corrigidas sua acidez e fertilidade de acordo com as Recomendações Técnicas da Cultura. A cultivar reagente foi a BR IRGA 417, sendo colocadas oito sementes por vaso, previamente tratadas com o protetor dietholate (Permit, 500 g kg-1) na dose de 250 g por 100 kg de sementes para a curva de resposta com protetor, e sem tratamento algum para a curva de resposta sem protetor. O delineamento foi inteiramente casualizado, em esquema bifatorial (2 x 10), onde o fator A foi representado pelos níveis com e sem dietholate, e o fator B, os níveis de clomazone (Gamit, 500 g L-1) 0, 39, 78, 156, 313, 625, 1250, 2500, 5000 e 10.000 g ha-1, com seis repetições. Os tratamentos herbicidas foram aplicados em pré-emergência, três dias após a semeadura. Para tanto se utilizou pulverizador portátil de precisão, pressurizado a CO2, com barra de dois bicos espaçados a 50 cm e pontas Teejet 8002 XR, operando sob pressão constante de 200 kPa , resultando em um volume de aplicação correspondente a 150 L ha-1. A aplicação ocorreu entre as 08h 15 min e 09h 20 min, com a temperatura tendo oscilado entre 24 e 25 °C, UR 65%, velocidade do vento em torno de 4 km h-1, o céu limpo e o solo dos vasos úmido. Aos 17 dias após a semeadura, procedeu-se a contagem do número de plantas por vaso, avaliação visual percentual de injúria, segundo a escala em que 0 representa nenhuma injúria e 100, morte das plantas (Frans et al., 1986), e coleta das plantas com lavagem de água corrente nas raízes, determinando-se sua massa seca após secagem em estufa (65o C) até peso constante. As variáveis % de injúria e massa seca (g planta-1) sofreram análise da variância e regressão não-linear pelo modelo log-logístico, através da equação y = C + (D - C)/ [1 + exp{b(log(x)-log(I50))}] (Seefeldt, 1995). Para tanto, contou-se com o auxílio do aplicativo computacional SigmaPlot. Para os valores do parâmetro I50 estimados foram calculados os intervalos de confiança (IC 95%) para n =10. A análise da variância demonstrou significância estatística da interação com e sem protetor e doses do herbicida clomazone (dados não apresentados) para as duas variáveis estudadas. Este resultado indica haver resposta diferente da cultivar BR IRGA 417 às mesmas doses do herbicida em relação ao tratamento ou não das sementes com o protetor dietholate. A regressão não-linear demonstrou grande ajuste do modelo aos dados obtidos, com R2 = 0,99 e 0,95 para % de injúria e massa seca, respectivamente (Figura 1). Na variável % de injúria, os valores do parâmetro I50 estimados, foram de 1092 ± 2,79 g ha-1 para a curva com dietholate e de 395 ± 2,36 g ha-1 para a curva sem o protetor, com seus respectivos ICs. Estes resultados demonstram que o tratamento das sementes com dietholate fez com que a dose necessária para provocar o nível de injúria de 50% nas plantas cujas sementes foram tratadas fosse 176% superior ao necessário para provocar esta injúria nas plantas cujas sementes não foram tratadas, ambos em relação às plantas sem tratamento herbicida. Na variável massa seca (Figura 1), este mesmo parâmetro apresentou valores de 652 ± 3,72 g ha-1 para a curva com dietholate e de 366 ± 2,66 g ha-1 para a curva sem dietholate. Neste caso, o tratamento com dietholate permitiu uma elevação de 86% da dose, considerando a redução de 50% da massa seca em relação à testemunha sem tratamento herbicida. Santos (2006), empregando doses de 1,5 L ha-1 de clomazone, sobre a cultivar IRGA 422 CL, conseguiu, com o uso de dietholate, reduzir a injúria de praticamente 100% para menos de 20% aos 19 dias após o tratamento e para quase 0% aos 33 dias após o tratamento. Estes resultados, em ensaio de campo, corroboram os resultados obtidos no presente trabalho. Estes resultados, válidos para a cultivar estudada e o tipo de solo empregado, permitem apontar para um efeito protetor verdadeiro do composto dietholate, sobre plantas de arroz tratadas com o herbicida clomazone. Esta possibilidade potencializa em muito o uso deste herbicida, como alternativa de manejo de plantas daninhas, uma vez que doses superiores em 86% ou mais, irão propiciar um controle muito mais eficiente das espécies então controladas e, até mesmo, o controle de um maior número de espécies. Tais resultados foram obtidos em apenas um ensaio e em condições de casa-de-vegetação. Portanto, há que se ter cautela em sua utilização, uma vez que é recomendada a realização de pelo menos uma repetição de todo ensaio, para maior segurança. Além disso, somente a condição de campo pode conferir a segurança necessária para a recomendação desta prática. Contudo, estes resultados preliminares endossam a situação já verificada em cultivos, em que a dose deste herbicida é elevada em até 100%, sem prejuízo da produtividade do arroz. 2 com dietholate sem dietholate 120 y = 0,18 + (108,31-0,18)/[1 + exp {-9,35*(ln x - ln 1092 ± 2,79*)}]; R2=0,99 y = 1,07 + (97,91-1,07)/[1 + exp {-17,8*(ln x - ln 395 ± 2,36*)}]; R2=0,99 % de injúria cv. Irga 417 100 80 60 40 20 0 0 39 78 156 313 625 1250 2500 5000 10000 -1 Doses de clomazone (g ha ) (escala log natural) com dietholate sem dietholate 0,12 y = 0,024 + (0,086-0,024)/[1 + exp {10*(ln x - ln 652 ± 3,72*)}]; R2=0,88 y = 0,018 + (0,086-0,018)/[1 + exp {20,5*(ln x - ln 366 ± 2,66*)}]; R2=0,95 -1 Massa seca (g planta ) 0,10 0,08 0,06 0,04 0,02 0,00 0 39 78 156 313 625 1250 2500 5000 10000 Doses de clomazone (g ha-1) (escala log natural) Figura 1. Curvas de resposta de avaliação visual de injúria e massa seca da cultivar de arroz Irga 417 em resposta a doses de clomazone (Gamit) aplicado em préemergência, com as sementes tratadas ou não com o protetor dietholate (Permit – 500 g kg-1) na dose de 250 g por 100 kg de sementes (* IC 95%).UFSM, Santa Maria, 2007. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FRANS, R.; CROWLEY, H. Experimental design and techniques for measurng and analyzing plant responses to weed control practices. In: SOUTHERN WEED SCIENCE SOCIETY. Research methodos in weed science. 3a ed. Champaign, 1986. p. 29-45. SANTOS, F.M. Alternativas de controle químico do arroz vermelho e persistência dos herbicidas (imazethapyr + imazapic) e clomazone na água e no solo. 2006. 62f. Dissertação (mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria/RS. SEEFELDT, S.S; JENSEN, J.E.;FUERST, P. Log-logistic analysiis of herbicide dose-response relationships. Weed Technology, Champaign, v.9, n.2, p.218225, 1995. 3 INFLUÊNCIA DO HERBICIDA PENOXSULAM NO CRESCIMENTO DO SISTEMA RADICULAR DE PLANTAS DE ARROZ (Oryza sativa) Mauricio dos Santos(1), Germani Conçenço(2), André Andres(3), Jorge Rieffel Filho (3),Jean Vilella(3), Carlos Nachtigall Garcia(3), Nei Fernandes Lopes(5), . 1Departamento de Botânica – IB/UFPel –,2Departamento de Fitossanidade –UFV, 3Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, área de herbologia, 5Prof. Dr. IB/UFPel - [email protected] – Caixa Postal 354 – CEP 96010-900. A cultura do arroz irrigado tem grande importância econômica, porque ocupa o terceiro lugar em área e quinto em produção em relação as culturas temporárias desenvolvidas no Brasil (EPAGRI, 2003). Em lavouras comerciais, é imprescindível um rápido crescimento inicial das plantas da cultura como vantagem competitiva sobre as plantas daninhas, de forma que as plantas da cultura se estabeleçam antes das invasoras. Vários são os fatores que podem reduzir o crescimento das plantas de arroz, podendo-se citar condições ambientais desfavoráveis, sementes de baixa qualidade fisiológica, e danos causados por pragas, doenças ou por aplicações inadequadas de defensivos agrícolas.Dentre os insumos utilizados na lavoura de arroz, os herbicidas são os mais propensos a causar fitotoxicidade às plantas da cultura, uma vez que afetam seres vivos fisiologicamente semelhantes (as plantas daninhas). Varios são os métodos para avaliar os efeitos dos herbicidas sobre as plantas não-alvo, sendo a maioria métodos diretos - matéria fresca, seca, altura de plantas, etc (WORT, D.J, 1964). Existem relatos de diferentas de sensibildade entre cultivares do tipo japônica e Indica. O objetivo do trabalho foi avaliar, diferentas de sensibilidade entre a cultivar BRS Pelota e a BRS Bojuru em função das concentrações de penoxsulam. O experimento foi conduzido na Embrapa Clima Temperado, Estação Terras Baixas, Capão do Leão/RS, no ano de 2005. O experimento foi instalado em delineamento experimental de blocos casualizados, em esquema fatorial 2x6, com 4 repetições. Os tratamentos constaram de seis concentrações de penoxsulam (0, 24, 48, 72, 96, e 120 ppb), aplicados individualmente às raízes das plantas de arroz, em duas cultivares (BRS Pelota e BRS Bojuru). As unidades experimentais constaram de copos plásticos contendo 0,5kg de solo, perfurados na parte lateral próximo ao fundo. As unidades experimentais foram mantidas dentro de bandejas plásticas contendo água até os 14 DAE, quando então a água foi substituída pelas soluções do herbicida nas unidades cuja aplicação ocorreu por via radicular, sendo mantida até o momento da coleta das plantas. Para avaliação do sistema de raízes, o solo da unidade experimental foi cuidadosamente removido e lavado sobre peneira fina, de forma a remover o solo e evitar o rompimento das raízes. O comprimento do sistema radical foi avaliado individualmente para cada planta da unidade experimental, sendo o valor final obtido pela média aritmética e expresso em mm pl-1. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F a 5%, com regressão polinomial quando significativo. Os resultados mostraram que com o incremento da concentração de ingrediente ativo na solução, houve diminuição de volume do sistema radical, tanto da cultivar BRS Pelota, quanto da cultivar BRS Bojuru, porém a BRS Bojuru se mostrou mais sensível (Figura 1). Também em relação ao comprimento de raízes a BRS Bojuru se mostrou mais sensível e mais instável com o aumento da dose do herbicida Penoxsulam que a BRS Pelota (Figura 2). A cultivar BRS Bojuru diminuiu consideravelmente massa fresca quanto massa seca com o incremento de dose do herbicida (Figura 3 e 4). Com a realização deste experimento conclhuiu-se que a culticar BRS Bojuru se mostrou mais sensível ao incremento da dose do herbicida Penoxsulam, no sistema de raiz do que a cultivar BRS Pelota. Figura1. Volume de raiz de plantas de arroz em função da concentração do herbicida e cultivar. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, 2005. Figura3. Massa seca de raiz de plantas de arroz em função da concentração do herbicida e cultivar. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, 2005. Figura2. Comprimento de raiz de plantas de arroz em função da concentração do herbicida e cultivar. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, 2005. Figura4. Massa fresca de raiz de plantas de arroz em função da concentração do herbicida e cultivar. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, 2005. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] EPAGRI. Recomendações técnicas da pesquisa de arroz irrigado para o Sul do Brasil. Itajaí: EPAGRI, 2003, 125p. WORT, D.J. Effects of herbicides on plant composition and metabolism. In: AUDUS, L.J. (Ed.). The physiology and biochemistry of herbicides. New York: Academic Press, 1964, p.291-334. ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS EM BIÓTIPOS RESISTENTES DE Cyperus difformis PELA UTILIZAÇÃO DE HERBICIDAS ALTERNATIVOS Taísa Dal Magro(1), Dirceu Agostinetto(1), Leandro Vargas(1,2), José Alberto Noldin(1,3) . 1 Centro de Estudos em Herbologia (CEHERB)-DFs/FAEM/UFPel, Caixa Postal 354 - CEP 96010-900. 2 EMBRAPA Trigo. 3 EPAGRI. e-mail: [email protected] A ocorrência de população de plantas daninhas resistentes a herbicidas tem aumentado nos últimos anos. Dentre as espécies encontra-se Cyperus difformis L, a qual apresenta resistência aos herbicidas inibidores da enzima acetolactato sintase, aplicados em lavouras de arroz irrigado no Estado de Santa Catarina (Noldin et al., 2002). O uso de herbicidas com outros mecanismos de ação poderá apresentar controle eficiente do biótipo resistente ou alterar suas características morfológicas reduzindo sua habilidade competitiva com a cultura. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar alterações morfológicas de biótipos de C. difformis, resistentes aos herbicidas inibidores da enzima ALS, decorrentes da utilização de herbicidas alternativos, recomendados para o controle da espécie. Para isso foi conduzido experimento em vasos, com capacidade de 550 gramas de solo, na casa-de-vegetação pertencente ao Departamento de Fitossanidade da FAEM/UFPel. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições. Foram utilizadas sementes oriundas de plantas identificadas como resistentes e sensíveis, estas provenientes de local que nunca recebeu aplicação herbicida. Após a emergência das plantas foi procedido desbaste, deixando-se duas plantas por vaso. Os tratamentos constaram dos herbicidas pyrazosulfuron-ethyl (20 g ha-1); penoxsulam (36 g ha-1); ethoxysulfuron (72 g ha-1); azimsulfuron (6 g ha-1); bispiribac-sodium (48 g ha-1); carfentrazone-ethyl (40 g ha-1); bentazon (900 g ha-1); propanil (3600 g ha-1) e glyphosate (900 g ha-1), aplicados em pós-emergência quando as plantas se encontravam com até cinco folhas; e, uma testemunha. A aplicação dos tratamentos foi realizada com pulverizador costal, pressurizado a CO2, calibrado para proporcionar a aplicação de 150 L ha-1 de calda herbicida. As variáveis avaliadas foram massa seca da parte aérea, área foliar e estatura de planta, determinadas aos 28 dias após a aplicação dos tratamentos, para a determinação da massa seca da parte aérea. O material vegetal foi submetido à secagem em estufa a temperatura de 60 °C, até atingir peso constante. Os dados obtidos foram analisados quanto a sua homocedasticidade, sendo os valores das variáveis massa seca da parte aérea e estatura de planta, transformados por √x, e posteriormente submetidos à análise de variância (p≤0,05). A comparação entre biótipos foi realizada pelo teste t e os tratamentos herbicidas foram analisados pelo teste de Tukey (p≤0,05). As variáveis massa seca da parte aérea, área foliar e estatura de planta apresentaram efeito da interação dos fatores testados (Tabela 1). Para a variável massa seca da parte aérea os herbicidas penoxsulam, ethoxysulfuron, azimsulfuron e bentazon apresentaram diferença entre os biótipos resistente e suscetível. Na comparação entre diferentes tratamentos herbicidas para o biótipo resistente, todos os herbicidas inibidores da enzima ALS, a exceção de bispyribac-sodium, não reduziram a massa seca da parte aérea das plantas de Cyperus em comparação com a testemunha. Entretanto, para o biótipo suscetível, dentre os herbicidas inibidores de ALS, somente o azimsulfuron apresentou menor massa seca da parte aérea, comparativamente a testemunha (Tabela 1). Resultado semelhante ao observado para a variável massa seca da parte aérea foi obtido para a variável área foliar, onde se verificou diferença significativa entre os biótipos resistentes e suscetíveis para todos os herbicidas inibidores da ALS, à exceção de pyrazosulfuron-ethyl e bispyribac-sodium (Tabela 1). Na comparação entre tratamentos para o biótipo resistente, os herbicidas inibidores da enzima ALS, à exceção de bispyribac-sodium, apresentaram maior produção foliar, não diferindo da testemunha. No entanto para o biótipo suscetível, o único tratamento que não diferiu da testemunha foi o pyrazosulfuron-ethyl. Para a variável estatura de planta, os herbicidas pyrazosulfuron-ethyl, penoxsulam, bispyribac-sodium e glyphosate não diferiram entre biótipos. Na comparação entre tratamentos herbicidas, para o biótipo resistente, a paralisação do crescimento foi mais acentuada nos tratamentos com herbicidas não pertencentes aos inibidores da enzima ALS, semelhantemente as demais variáveis analisadas (Tabela 1). No manejo de Bidens subalternans, o biótipo suscetível apresentou controle apenas para alguns herbicidas inibidores de ALS testados (Gazziero et al., 2003), discordando com os dados observados neste experimento. De maneira geral, os herbicidas com mecanismo de ação diferenciado, apresentam controle eficiente do biótipo resistente. Os herbicidas inibidores da enzima ALS proporcionam baixo controle de biótipos resistentes de C. difformis, expressos na redução da massa seca da parte aérea, área foliar e paralisação no crescimento de planta, comparados aos demais herbicidas testados. Com isso, os herbicidas, carfentrazone-ethyl, bentazon, propanil e glyphosate podem ser considerados alternativas de manejo de C. difformis, em áreas com problema de resistência aos herbicidas inibidores de ALS. Tabela 1. Massa seca da parte aérea, área foliar e estatura de planta de biótipos resistente e suscetível de C. difformis em função de diferentes tratamentos herbicidas. CAP/UFPel, Capão do Leão-RS, 2006/07 Biótipos Resistent Suscetív Resistent Suscetív Resistent Suscetív Dose e el e el e el Herbicidas (g Estatura de planta Massa seca da parte -1 ha ) (cm) aérea (g) Área foliar (cm2) Testemunha 0,40n a 0,2 a 27,8n a 31, a 21,9n a 26, a s 1 s s 7 6 4 Pyrazosulfur 20 0,42n a 0,2 a 28,9n a 26, ab 24,0n a 24, ab s s s on-ethyl 6 9 4 Penoxsulam 36 0,24* a 0,1 ab 30,4* a 20, bc 22,7n a 16, abc s b 1 3 6 Ethoxysulfuro 72 0,26* a 0,0 ab 27,7* a 5,3 e 25,3* a 0,0 d n b 5 25,6* a 6,2 de 22,6* a 0,0 d Azimsulfuron 6 0,23* a 0,0 b b 2 n n ns 17,0 b 12, c 8,8 a 9,0 bc Bispyribac48 0,12 b 0,1 ab s s c 0 6 sodium Carfentrazon 40 0,00n c 0,0 b 2,0ns c 3,0 e 0,0* b 10, cd s e-ethyl 5 0 * * * Bentazon 900 0,00 c 0,1 ab 5,7 b 13, cd 0,0 b 14, abc 0 c 9 2 Propanil 3600 0,02n c 0,0 b 4,4ns c 4,8 e 0,0* b 5,9 cd s 3 Glyphosate 900 0,01n c 0,0 b 5,1ns b 5,0 e 0,0 ns b 0,0 d s 1 c C.V. (%) 24,4 51,2 26,4 ns e * Não significativo e significativo pelo teste t (p≤0,05), comparados nas linhas, para cada variável; 1 Médias com letras minúsculas idênticas, comparadas nas colunas, não diferiram entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: GAZZIERO, D.L.P.; PRETE, C.E.C.; SUMIYA, M. Manejo de Bidens subalternans resistente aos herbicidas inibidores da acetolactato sintase. Planta Daninha, Viçosa, v.21, n.2, p.283-291, 2003. NOLDIN, J.A.; EBERHARDT, D.S.; RAMPELOTTI, F.T. Cyperus difformis L. resistente a herbicidas inibidores da ALS em Santa Catarina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Anais... Londrina: SBCPD, p.198, 2002. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM ARROZ IRRIGADO COM USO DE GAMIT COM PERMIT Eduardo Amilibia(1), Carlos Henrique Paim Mariot(1), Valmir Gaedke Menezes(1), Héctor Vicente Ramirez(1), Luiz Felipe Thomaz(2). 1IRGA – Estação Experimental do Arroz, Caixa Postal 29, CEP 94930-030, Cachoeirinha-RS; E-mail: [email protected]; 2FMC Química do Brasil Ltda. No Rio Grande do Sul, em quase toda área cultivada com arroz irrigado (Oryza sativa L.) são utilizados herbicidas para controle de diversas espécies de plantas daninhas em função da alta infestação. Para se atingir altos rendimentos é imprescindível que as plantas de arroz se desenvolvam em ambiente livre de espécies infestantes. Com freqüência surgem novas tecnologias para o controle de invasoras. Recentemente sugerese o uso do herbicida Clomazone (Gamit) em pré-emergência e com doses mais elevadas combinado com a utilização de protetores de sementes. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o controle de ervas, efeito da ação nas plantas de arroz e competição de plantas daninhas com aspersão de Gamit em préemergência na cultura do arroz irrigado. Um experimento foi conduzido a campo na estação de crescimento de 2005/06, na Estação Experimental do Arroz (EEA) do IRGA, em Cachoeirinha-RS, localizada aproximadamente a 30º latitude sul e 51º de longitude oeste. As principais características físico-químicas da área, conforme a análise de solo são: 14 % de argila; 1,8 % de matéria orgânica; 26,6 mg/dm3 de Fósforo; 33 mg/dm3 de Potássio; 1,7 cmolc/dm3 de Cálcio; 0,3 cmolc/dm3 de Magnésio. O experimento foi implantado no sistema de cultivo mínimo e o manejo da cultura foi realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para a cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2003). A semeadura foi realizada em 11/11/05 e a emergência das plântulas ocorreu em 21/11/05. A cultivar reagente foi a IRGA 422CL na densidade de 100 kg/ha de sementes. A adubação de base foi realizada em linhas na ocasião da semeadura, na dose de 400 kg/ha da fórmula NPK 8-20-26. Na adubação de cobertura foram aplicados 80 kg/ha de Nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas de arroz estavam nos estádios V3 - V4 (COUNCE et al., 2000) e 40 kg/ha de N no estádio V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula. Os tratamentos constituíram-se das doses de 0,8; 1,0; 1,2 e 1,5 L/ha de Gamit (Clomazone - EC 500); 0,15 L/ha de Nominee (Bispyribac-sodium – SC 400) e de uma testemunha sem aplicação de herbicida. Gamit foi aspergido em pré-emergência e Nominee aspergido em pós-emergência, quando as plantas de arroz estavam com três a quatro folhas e as de capim arroz, (Echinochloa crus-galli - ECHCG), com uma folha a um perfilho. A aspersão dos herbicidas foi realizada utilizando-se pulverizador portátil de precisão pressurizado a CO2, com barra de dois metros munida de quatro bicos de jato em leque, série DG Teejet 110.015, à pressão constante de 2,039 kg/cm2, resultando num volume de calda aplicado equivalente a 150 L/ha. Nas parcelas com Gamit foram usadas sementes tratadas com o protetor Permit (Dietholate – PM 500) na dose de 1 kg/100 kg de sementes. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. O início da irrigação ocorreu no mesmo dia da aspersão do herbicida em pós-emergência. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro repetições. As unidades experimentais mediram 9,35 m2 de área (1,7 m x 5,5 m), constituídas de 10 linhas de arroz separadas em 17 cm entre si, sendo a área útil para a colheita de 5,44 m2 (4m x 1,36 m). Os parâmetros avaliados foram fitotoxicidade inicial no arroz, controle de capim arroz aos 15 dias após aspersão do herbicida em pós-emergência (DAA) e na pré-colheita, estatura de plantas, número de panículas/m2 e rendimento de grãos de arroz. As avaliações de controle e fitotoxicidade foram de forma visual, utilizandose a escala percentual, onde cem significa o controle total das plantas daninhas ou morte das plantas de arroz e zero ausência de controle ou de fitotoxicidade, respectivamente. A análise estatística dos parâmetros foi através do F-teste e a comparação entre médias dos tratamentos pelo do teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade. A fitotoxicidade no arroz na fase inicial para os tratamentos com Gamit foi reduzida, variando de 1 a 4% em média com o incremento da dose, comprovando a eficácia do protetor. Enquanto para Nominee a fito foi ao redor de 9%. As baixas fitotoxicidades observadas nos tratamentos com clomazone não interferiram no estande e na estatura de plantas bem como no rendimento de grãos. O controle de capim arroz foi satisfatório para todos os tratamentos herbicidas, não havendo diferença significativa entre os mesmos, cujos níveis de controle variaram de 97 a 100% (Tabela 1). O rendimento de grãos foi superior nas parcelas tratadas com herbicidas em relação à testemunha sem controle e foi similar para todas as parcelas com uso de herbicidas. Tabela 1.Fitotoxicidade inicial, controle de capim arroz (ECHCG), estatura de plantas, número de panículas/m² e rendimento de grãos de arroz irrigado, em função da aplicação do herbicida clomazone com uso do protetor de sementes Permit, EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2005/06. Tratamento Fitotoxicidade Dose (%) (L p.c. /ha) Controle de ECHCG (%) 15 DAA2 Testemunha Clomazone Clomazone Clomazone Clomazone Nominee CV (%) --0,8 1,0 1,2 1,5 0,15 - 0,0 d1 1,0 d 1,5 cd 3,0 bc 3,8 b 9,0 a 35,6 0b 100 a 96 a 97 a 100 a 100 a 3,4 Précolheita 0b 98 a 97 a 98 a 100 a 100 a 26,5 Estatura (cm) 73 c 75 bc 78 ab 77 ab 80 a 78 ab 3,3 Nº de panículas/m2 559 ns3 537 496 582 493 518 12,9 Rendimento de grãos (kg/ha) 4059 b 6738 a 6747 a 7350 a 6716 a 7088 a 13,4 1 Nas colunas, médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5 % de 2 3 probabilidade; DAA = dias após aspersão do herbicida em pós-emergência; ns = não significativo. De acordo com os resultados, conclui-se a eficácia de permit como protetor de sementes para redução da fitocixidade de Gamit e que a menor dose testada deste herbicida é suficiente para o controle de capim arroz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptive system for expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, 2000, p.436-443. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Itajaí, SC: SOSBAI, 2003. 126p. CONTROLE QUÍMICO DA GRAMA-BOIADEIRA NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Eduardo Pinto Amilibia, Valmir Gaedke Menezes, Carlos Henrique Paim Mariot, Ricardo Luiz da Silva Herzog. IRGA – Estação Experimental do Arroz, Caixa Postal 29, CEP 94930030, Cachoeirinha-RS; E-mail: [email protected] Atualmente no Estado do Rio Grande do Sul, o sistema de semeadura direta ocupa uma área próxima a 70% da lavoura, incluindo os sistemas de cultivo mínimo e plantio direto (IRGA, 2007). Com o crescimento da área cultivada com estes sistemas nos últimos anos, principalmente o cultivo mínimo, tem proporcionado o aumento da população de gramíneas estoloníferas como as espécies de grama-boiadeira (Luziola peruviana e Leersia hexandra), grama-de-ponta (Paspalum disthicum) as principais delas, dentre outras (MENEZES et al., 2006). As mesmas são bastante persistentes, altamente competitivas e de difícil controle, tornando-se um problema na cultura do arroz irrigado. Os fatores que mais estão contribuindo para o incremento dessas espécies daninhas são: uso mais freqüente de herbicida dessecante em detrimento do preparo mecânico; a eficiência dos dessecantes no controle de espécies anuais, o que abre espaço para incremento das espécies perenes, as quais são menos suscetíveis à ação do dessecante; o preparo do solo com muita umidade, o que favorece o desenvolvimento de novos estolões e a pouca eficiência dos herbicidas utilizados na lavoura de arroz no controle da maioria das gramas estoloníferas. Frequentemente, as casas comerciais sugerem misturas de herbicidas com dessecantes antes da emergência das plantas de arroz, como uma forma do manejo eficiente de gramas estoloníferas de difícil controle, como as gramas-boiadeira. Os resultados são erráticos: às vezes obtém-se um controle satisfatório e em outras não. Como os herbicidas utilizados em mistura com o dessecante não tem registro para o controle dessas espécies e não há trabalhos científicos com metodologia adequada, identificando qual produto na mistura age sobre as gramas estoloníferas conduziu-se este trabalho no sentido de identificar qual o produto é o responsável pelo controle de gramas em algumas misturas de dessecantes com herbicidas mais utilizados na lavoura de arroz. O experimento foi conduzido a campo na safra 2006/07, na Estação Experimental do Arroz (EEA) do IRGA, em Cachoeirinha-RS, localizada aproximadamente a 30º latitude sul e 51º de longitude oeste. As principais características físico-químicas do solo, conforme a análise, são: 14 % de argila; 1,3 % de matéria orgânica; 28,7 mg/dm3 de fósforo; 39 mg/dm3 de potássio; 1,4 cmolc/dm3 de cálcio; 0,4 cmolc/dm3 de magnésio. Os tratamentos constituíram-se dos seguintes produtos e doses: T1: 1500 g/ha de clomazone (Gamit - EC 500 g/L) e 2880 g/ha de glyphosate (Gliz SL 480 g/L), T2: 1500 g/ha de clomazone, T3: 2880 g/ha de glyphosate e 48 g/ha de penoxsulam (Ricer SC 240 g/L), T4: 2880 e 1920 g/ha de glyphosate e 48 g/ha de penoxsulam, T5: 2880 e 1920 g/ha de glyphosate e 1,0 L/ha de Only (Imazethapyr CS 75 g/L + Imazapic CS 25 g/L), T6: 2880 e 1920 g/ha de glyphosate e 324 g/ha de cyhalofop-butyl (Clincher CE 180 g/L) e T7: 2880 g/ha de glyphosate + gradagem e 324 g/ha de cyhalofop-butyl. Clomazone foi aspergido em pré-emergência do arroz e o glyphosate foi aspergido antes da semeadura do arroz e em “ponto de agulha” nos tratamentos T4, T5 e T6. Os demais produtos foram aspergidos em pós-emergência. A aplicação dos herbicidas em pós-emergência ocorreu quando as plantas de arroz se encontravam no estádio V3 (COUNCE et al., 2000). A aspersão dos herbicidas foi realizada utilizando-se pulverizador portátil de precisão pressurizado a CO2, com barra de dois metros munida de quatro bicos de jato em leque, série DG Teejet 110.015, à pressão constante de 2,039 kg/cm2, resultando num volume de calda aplicado equivalente a 150 L/ha. Nas parcelas com clomazone foram usadas sementes tratadas com o protetor Permit (Dietholate – PM 500) na dose de 1 kg/100 kg de sementes. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. O início da irrigação ocorreu no mesmo dia da aspersão dos herbicidas em pós-emergência. Na área experimental havia alta infestação das espécies de grama-boiadeira, Luziola peruviana e Leersia hexandra, além da presença de capim arroz (Echinochloa sp), capim capivara (Hymenachne amplexicaulis) e capim-do-banhado (Panicum dichotomiflorum). O experimento foi implantado no sistema de plantio direto e o manejo da cultura foi realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para a cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2005). A semeadura foi realizada em 13/12/06 e a emergência das plântulas ocorreu em 22/12/06. A cultivar reagente foi a IRGA 422CL na densidade de 100 kg/ha de sementes. A adubação de base foi realizada em linhas na ocasião da semeadura, na dose de 350 kg/ha da fórmula NPK 5-20-30. Na adubação de cobertura foram aplicados 80 kg/ha de nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas de arroz estavam nos estádios V3 - V4 (COUNCE et al., 2000) e 40 kg/ha de N no estádio V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula. Os parâmetros avaliados foram estande de plantas/m², controle de grama-boiadeira, estatura de planta, número de panículas/m² e rendimento de grãos de arroz irrigado. As avaliações de controle foram de forma visual, utilizando-se a escala percentual, onde cem significa o controle total das plantas daninhas ou morte das plantas de arroz e zero ausência de controle. A análise estatística dos parâmetros foi através do F-teste e a comparação entre médias dos tratamentos pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade. A eficiência de glyphosate em mistura com os demais herbicidas proporcionou o controle efetivo de grama-boiadeira (Tabela 1). No entanto, somente glyphosate foi suficiente para o manejo dessa espécie, tanto em uma aplicação única de 2880 g/ha como em aplicação seqüencial de 2880 e 1920 g/ha, considerando que penoxsulam não tem a mínima ação herbicida sobre gramas. Nas misturas de cyhalofop-butyl mais glyphosate e Only com glyphosate, não foi possível identificar a contribuição desses princípios ativos, pois os mesmos não foram aplicados isoladamente. Já o herbicida clomazone, quando aspergido isoladamente, não controlou a grama, evidenciando que na mistura o ingrediente ativo responsável pelo controle destas plantas foi o glyphosate. A população de plantas (dados não mostrados) e a estatura das mesmas não variaram em função dos tratamentos (Tabela 1). Porém, o rendimento de grãos e o número de panículas por m2 foram superiores nas parcelas aspergidas com glyphosate (Tabela 1). Considerando a importância do manejo de gramas estoloníferas na lavoura de arroz irrigado do RS e os resultados obtidos nesse trabalho, sugere-se que são necessários mais trabalhos de pesquisa e que o princípio ativo mais eficiente para o controle químico de gramas é o glyphosate. Tabela 1. Controle de grama-boiadeira, estatura de planta, número de panículas/m² e rendimento de grãos de arroz irrigado em função da aplicação de herbicidas e uso de gradagem, EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2005/06. Tratamento Gliz + Gamit Gamit Gliz + Ricer Gliz + Ricer Gliz + Only Gliz + Clincher Gliz + Gradagem+ Clincher CV (%) 1 Dose (L p.c. /ha) Controle de gramaboiadeira³ (%) 3,0 + 6,0 3,0 6,0 + 0,2 6,0 + 4,0 + 0,2 6,0 + 4,0 + 1,0 6,0 + 4,0 + 1,8 6,0 + 1,8 100 a¹ 0c 98 b 100 a 99 ab 99 ab 100 a - 1,2 Estatura (cm) 88 ns² 88 90 89 86 89 87 2,7 Nº de panículas m2 Rendimento de grãos (kg/ha) 434 a 50 b 433 a 403 a 418 a 394 a 408 a 6605 a 300 b 6123 a 6640 a 5860 a 6342 a 6848 a 24,1 12,4 Nas colunas, médias seguidas letras distintas, diferem entre si pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade; ns = não significativo; 3avaliação realizada na pré-colheita. 2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptive system for expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000. IRGA. Censo da lavoura orizícola 2005. Disponível em: <http://www.irga.rs.gov.br/Apresentacao_Censo_2005.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2007. MENEZES, V.G.; LIMA, A.L.; MARIOT, C.H.P.; RAMÍREZ, H.B. Manejo de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado no RS no período da entressafra. Lavoura Arrozeira, Porto Alegre, v.54, n.439, p.23-25, 2006. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI, 2005. 159p. CONTROLE DE ARROZ VERMELHO EM ARROZ TOLERANTE A IMIDAZOLINONAS E O RESIDUAL EM GENÓTIPO DE ARROZ NÃO TOLERANTE Paulo Fabrício Sachet Massoni(1), Enio Marchesan(1), Silvio Carlos Cazarotto Villa(1), Mara Grohs(1), Jefferson Tolfo da Fontoura(1), Sérgio Luiz de Oliveira Machado(2), Luis Antonio de Avila(1). 1Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), CEP 97105-900, Santa Maria, RS; 2Departamento de Defesa Fitossanitária, UFSM, 97.105900, Santa Maria, RS. E-mail: [email protected] O arroz vermelho é considerado a principal planta daninha e a mais limitante do potencial produtivo do arroz irrigado. Com o desenvolvimento de plantas de arroz tolerantes a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas tornou-se possível o seu controle. De acordo com pesquisas prévias, recomenda-se a utilização dessa tecnologia por dois anos consecutivos, e após sugere-se fazer rotação de culturas ou pousio do solo, visto que o uso continuo do herbicida recomendado pode provocar injúrias em culturas sucessoras não tolerantes, devido a sua persistência no solo, bem como pode haver cruzamento entre o arroz cultivado tolerante e o arroz vermelho. Em decorrência do exposto, foi desenvolvido um experimento com o objetivo de avaliar a eficiência do controle de arroz vermelho com a aplicação da mistura formulada dos herbicidas imazethapyr e imazapic, em arroz tolerante a imidazolinonas, e a conseqüente fitotoxicidade do residual dos herbicidas sobre genótipo de arroz não tolerante utilizado em rotação. O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Santa Maria, nos anos agrícolas de 2004/05, 2005/06 e 2006/07, porém os resultados apresentados serão apenas do terceiro ano. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso em esquema bifatorial (4 x 2) com parcelas subdivididas. As parcelas principais constaram da rotação entre arroz não tolerante (cultivar IRGA 417) denominado neste trabalho como “Sistema Convencional” e arroz tolerante a imidazolinonas (cultivar IRGA 422 CL) denominado “Sistema Clearfield®” (Tabela 1). Nas subparcelas foram alocados os tratamentos para o controle de arroz vermelho: B1 - testemunha sem aplicação; B2 - 1,0 L ha-1 da mistura formulada dos herbicidas imazethapyr e imazapic (75 e 25 g i.a L-1, respectivamente) em pós-emergência (POS). Para homogeneização do banco de sementes de arroz vermelho, no primeiro ano distribuiu-se a lanço e incorporou-se um dia antes da semeadura do arroz, a quantidade de 200 kg ha-1 de sementes de arroz vermelho, obtendo-se uma população média de 260 plantas m-2. No primeiro ano a cultura foi implantada no sistema convencional de semeadura, e nos anos seguintes no sistema de plantio direto. Tabela 1: Fator A: rotação entre o arroz convencional e arroz Clearfield®. FATOR A A1 A2 A3 A4 2004/05 Convencional ® Clearfield ® Clearfield ® Clearfield 2005/06 Clearfield Convencional Clearfield Clearfield 2006/07 Convencional Convencional Convencional Clearfield A utilização de dois e três anos consecutivos do Sistema Clearfield® (A3 e A4) apresentou níveis satisfatórios de redução de número de panículas de arroz vermelho, com valores entre 98 e 99%, demonstrando ser esse um sistema eficiente no controle dessa planta daninha. Além disso, os resultados demonstram que sob sistema de plantio direto, onde não há o revolvimento do solo, o uso de dois anos do Sistema Clearfield® (A3) mostrou-se capaz de reduzir quase na totalidade a emergência de arroz vermelho. Porém, a utilização desse sistema intercalado com o Sistema Convencional (A1) proporcionou apenas 61% de redução do número de panículas. No entanto, a utilização de dois anos com o sistema convencional após sistema Clearfield (A2), a redução do número de panículas foi de aproximadamente 20%. Foi observada fitotoxicidade aos 8 DAE (dias após a emergência) nos quatro sistemas avaliados, mas essa foi maior nos sistemas A1 e A3, nos quais foi semeada a cultivar suscetível uma safra após a utilização do Sistema Clearfield®. Como ainda não havia sido realizada a aplicação dos herbicidas, a fitotoxicidade está relacionada à atividade residual dos herbicidas, caracterizando o comportamento ambiental das imidazolinonas através da sua longa persistência no solo. Nos outros dois sistemas, A2 e A4, o efeito fitotóxico foi significativamente menor em decorrência do fato de que, no sistema A4 foi utilizada cultivar tolerante e no sistema A2 já havia transcorrido duas safras da aplicação dos herbicidas. Aos 14 dias após a aplicação dos herbicidas (DAA), foi observada maior fitotoxicidade para os sistemas A1, A3 e A4, de forma que no sistema A4 a elevada fitotoxicidade se deve ao fato que esse sistema ter sofrido aplicação em POS. Tanto aos 8 DAE quanto aos 14 DAA, foi observada diferença na fitotoxicidade entre a testemunha e o tratamento que sofreu aplicação do herbicida, independentemente do sistema utilizado. A fitotoxicidade e a população de arroz vermelho refletiram na produtividade de grãos do arroz, sendo que os sistemas com maior fitotoxicidade inicial (A1 e A3) e aqueles com maior número de panículas de arroz vermelho (A1 e A2) apresentaram valores menores. O resultado obtido vai de acordo com AGOSTINETTO (2004), que afirma ser o arroz vermelho muito competitivo mesmo em baixas populações e que medidas de controle que eliminem até 99% da infestação podem não ser suficientes para evitar perdas de rendimento que superem o custo do controle. Em relação ao tratamento com herbicida os sistemas diferiram estatisticamente em produtividade, com a testemunha. Apenas no sistema A2, o qual utilizou o sistema convencional por dois anos após o uso do sistema clearfield® não demonstrou diferença. Esse resultado é reflexo, do baixo nível de redução de número de panículas de arroz vermelho que este sistema apresentou. Porém, com a aplicação de 1,0 L ha-1 em POS (B2) no sistema com três anos consecutivos (A4) a produtividade foi substancialmente maior em comparação aos demais sistemas. Esse resultado é conseqüência da combinação da cultivar utilizada ser tolerante ao herbicida, obtendo assim, alto controle de arroz vermelho e baixa fitotoxicidade inicial, o que favoreceu a maior produção. Embora os sistemas A3 e A4 apresentarem o mesmo índice de redução de arroz vermelho, no tratamento B2, diferiram entre si em produtividade, sendo conseqüência do efeito da fitotoxicidade inicial do herbicida sobre o genótipo não tolerante, prejudicando assim, o estabelecimento inicial da cultura com reflexo na produtividade. Baseado nos resultados, conclui-se que o herbicida utilizado permanece no solo por longo período de tempo e causa danos em genótipo de arroz não tolerante 358 dias após a aplicação. Em relação a redução da incidência de arroz vermelho, a utilização do Sistema Clearfield® por dois anos sucessivos reduz em 98% a incidência de arroz vermelho no terceiro ano de cultivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGOSTINETTO, D., FLECK, N.G., RIZZARDI, M.A. E BALBINOT JR., A.A. Perdas de rendimento de grãos na cultura de arroz irrigado em função da população de plantas e da época relativa de emergência de arroz vermelho ou de seu genótipo simulador de infestação de arroz vermelho. Planta Daninha, v.22, n.2, p.175-183, 2004. COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A.J. A uniform, objective, and adaptive system for expressing rice development. Crop Science, Madison, vol.40, p.436-443, 2000. Tabela 1. Produtividade de grãos (kg ha-1), porcentagem panículas de arroz vermelho por metro quadrado em relacão a testemunha, fitotoxicidade aos 8 dias após a emergência (DAE) e aos 14 dias após a aplicação dos tratamentos (DAA) em arroz irrigado em resposta a diferentes sistemas de rotação e da aplicação dos herbicidas imazethapyr + imazapic, após três anos de utilização. Santa Maria, RS, 2007. Sistemas7/ Produtividade de grãos -1 Kg ha Panículas de arroz vermelho por 3/4/ metro quadrado (%) Fitotoxicidade aos 8 DAE 3/5/ Fitotoxicidade aos 14 DAA3/5/6/ Tratamento para o controle de Arroz vermelho Tratamento para o controle de Arroz vermelho Tratamento para o controle de Arroz vermelho Tratamento para o controle de Arroz vermelho 1/ A1 A2 A3 A4 1/ Conv 1º ano CL 2º ano Conv 3º ano CL 1º ano Conv 2º ano Conv 3º ano CL 1º ano CL 2º ano Conv 3º ano CL 1º, 2º, 3º ano 2/ B1 B2 B1 B2 B1 B2 B1 B2 0 l/ha 0+1 l/ha 0 l/ha 0+1 l/ha 0 l/ha 0+1 l/ha 0 l/ha 0+1 l/ha B 1684 a A 5534 c B 100 a A 39 b B0a A 25 a B0a A 22 a A 2224 a A 1882 d B 100 a A 80 c B0a A7b B0a A 5b B 1859 a A 6582 b B 100 a A2a B0a A 39 a B0a A 35 a B 1527a A 8347 a B 100 a A1a B0a A8b B 0a A 31 a CV A 18,3 23,5 35,2 39,2 CV B 12,8 12,4 20 26,7 Tratamento sem aplicação de herbicida para o controle de arroz vermelho; 2/ Tratamento com aplicação da formulação de imazethapyr + imazapic na dose de 1 L ha-1 aplicado em pós–emergência (POS); 3/ Para a análise, os dados foram transformados para 4/ yt = ar cos en ( y + 0,5) / 100 ; Para avaliação, foram contados o número de panículas de arroz vermelho por parcela e comparado com a testemunha sem controle, onde 0 corresponde a controle total das plantas e 100 corresponde a ausência de controle; 5/ Avaliada visualmente em percentagem, onde 0 corresponde a ausência de fitotoxicidade e 100 corresponde a morte 6 de plantas de arroz; / Aplicação em POS com as plantas no estagio V 4, segundo a escala de COUNCE et al. (2000); 7/ Sistemas de rotação os quais são denominados de Convencional (C) e Clearfield (CL). *Para cada parâmetro analisado, médias seguidas de diferentes letras minúsculas na coluna e de letras maiúsculas na linha diferem pelo teste de Tukey (P≤0,05). BANCO DE SEMENTES DE ARROZ VERMELHO COM USO DO SISTEMA ® CLEARFIELD (1) (1) (1) Mara Grohs , Enio Marchesan , Paulo Fabrício Sachet Massoni , Claudio (1) (1) 1 Glier , Luis Antonio de Avila , Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 97.105-900, RS. E-mail: [email protected]. O arroz-vermelho é uma planta daninha de difícil controle, possuindo degrane natural e elevado grau de dormência de suas sementes.Visando seu controle seletivo foi desenvolvido o Sistema Clearfield®, que preconiza a utilização de sementes tolerantes com herbicidas do grupo químico das imidazolinonas e a aplicação de herbicidas para o seu controle. É recomendada a utilização desse sistema por até dois anos, porém, esse período pode não ser suficiente para o controle total do banco de sementes, o qual pode rapidamente reinfestar a área, sendo necessário estudos para identificar a melhor rotação de sistemas para a redução do banco de sementes de arroz vermelho. Em vista disso, foi conduzido um estudo com o objetivo de quantificar o banco de sementes de arroz-vermelho após a utilização do Sistema Clearfield® em rotação com Sistema Convencional. O ensaio foi conduzido no campo experimental do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria, em solo classificado como Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico, nos anos agrícolas de 2004/05, 2005/06 e 2006/07. O experimento foi conduzido no delineamento de blocos ao acaso, com quatro repetições. As parcelas constaram da rotação do Sistema Convencional (sem aplicação de herbicidas para controle de arrozvermelho) e do Sistema Clearfield® (com aplicação de herbicida para controle de arrozvermelho) conforme a Tabela 1. Para a homogeneização do banco de sementes de arrozvermelho, no primeiro ano, distribuiu a lanço e incorporou-se um dia antes da semeadura do arroz cultivado, a quantidade de 200 kg ha-1 de sementes de arroz-vermelho, obtendose uma população média inicial de 403 sementes m-2 em cada parcela. Utilizou-se a cultivar IRGA 422 CL (tolerante ao herbicida) no Sistema Clearfield®, e a cultivar IRGA 417 no Sistema Convencional. Na entressafra de cada ano agrícola (2004/05, 2005/06 e 2006/07) foi realizada a coleta das amostras de solo, sendo coletada 5 amostras por parcela, com a utilização de um trado calador com diâmetro de 10 cm, coletando-se na profundidade de 01 cm. Posteriormente foi realizada a lavagem do solo e determinado o número total de sementes presente em cada amostra. Tabela 1- Seqüência de rotação entre Sistema Convencional e Sistema Clearfield®. Sistema A1 A2 A3 A4 2004/05 Convencional Clearfield® Clearfield® Clearfield® 2005/06 Clearfield® Convencional Clearfield® Clearfield® 2006/07 Convencional Convencional Convencional Clearfield® O banco de sementes de arroz-vermelho variou em função dos sistemas estudados (Figura 1). Nos 4 sistemas propostos, o banco de sementes aumentou consideravelmente depois do uso do sistema convencional, independentemente se era antecedido por um ou dois anos com a tecnologia Clearfield®. O banco de sementes diminuiu drasticamente, sempre que foi precedido pelo sistema Clearfield®. Esses resultados possivelmente foram conseqüência da falta de medidas de controle quando utilizado o Sistema Convencional. O degrane precoce das sementes inviabilizam a sua colheita, sendo que esse degrane contribui em torno de 70 a 80% para o aumento do banco de sementes em sistema de plantio direto e convencional (Avila, 1999). Em contrapartida, o manejo adequado do Sistema Clearfield® pode reduzir em até 98-100% a população de arroz-vermelho que emerge na área (Santos, 2006; Villa et al., 2006) (Figura1). A utilização do Sistema Clearfield®, demonstra-se eficaz quando adequadamente manejado. Mesmo assim, ao retornar ao Sistema Convencional, houve uma reinfestação da área e um conseqüente aumento no banco de sementes na safra subseqüente, alcançando ou superando os níveis inicias de banco de semente, independentemente se precedido por um ou dois anos de uso da tecnologia. Com a utilização de três safras consecutivas do Sistema Clearfield®, houve diminuição do banco de sementes. Mesmo assim, as safras subseqüentes poderão ser comprometidas caso não seja adequadamente manejado. Com base nos resultados de três safras, conclui-se que o Sistema Clearfield® apresenta-se como uma ferramenta eficiente na diminuição do banco de sementes de arroz-vermelho comparativamente ao Sistema Convencional. Porém em níveis não suficientes para eliminar completamente as sementes do solo, podendo haver reinfestação da lavoura mesmo após dois anos de uso do Sistema. Em vista disso, práticas de manejo integrado dessa planta daninha devem ser empregados, como rotação de cultura, o rouguing, o pousio do solo, entre outras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Avila L. A. de, Evolução do banco de sementes e controle do arroz vermelho (Oryza sativa L.) em diferentes sistemas de manejo do solo de várzea. Santa Maria, RS, 1999. 86p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Programa de Pós-graduação em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, 1999. Santos F.M., dos. Alternativas de controle químico do arroz-vermelho e persistência dos herbicidas (imazethapyr + imazapic) e clomazone na água e no solo Santa Maria, RS, 2006. 72p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Programa de Pós-graduação em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, 2006. Villa, S. C. C. Arroz tolerante a imidazolinonas: controle do arroz-vermelho, fluxo gênico e efeito residual do herbicida em culturas sucessoras não-tolerantes. Planta daninha, vol. 24, n.4, 2006. Número de sementes de arroz vermelho por metro quadrado A1 0b A2 44 Sistemas A3 -I ni ci al -C le 20 ar f 06 ie ld -C le 20 ar fie 07 ld -C le ar fie ld 76 b 20 04 403 a 20 05 0 -I ni ci al -C l ea 20 rfi 06 el d -C 20 07 le a rfi -C el on d ve nc io na l 403 ab 20 04 600 20 05 400 -I ni ci al 20 C 06 le ar -C fie on ld 20 ve 07 nc -C io na on l ve nc io na l 800 20 05 1400 20 04 -I ni -C ci on al ve nc 20 io 06 na -C l 20 07 le a rfi -C el on d ve nc io na l 20 05 20 04 1600 1369 a 1200 1057 a 1000 739 ab 605 a 535 403 ns 403 a 200 51 172 ab 0c 57 bc A4 FIGURA 1. Evolução do banco de sementes de arroz vermelho em resposta ao Sistema Clearfield®. UFSM, Santa Maria, 2007. COMPATIBILIDADE ENTRE BASAGRAN E OUTROS HERBICIDAS UTILIZADOS NA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO. Domingos Sávio Eberhardt(1), José Alberto Noldin(1). ¹Epagri, Caixa Postal 277, Itajaí, SC, CEP 88.301-970, [email protected] O cultivo intensivo de arroz irrigado, no sistema pré-germinado, em Santa Catarina, ocorre em função da pouca disponibilidade de área e falta de alternativas de maior rentabilidade ao agricultor. A rotação de cultura torna-se inviável devido as características físicas das várzeas sistematizadas, que normalmente acumulam excesso de água. A ausência de rotação de cultivo associado ao uso repetitivo de herbicidas de um mesmo modo de ação proporciona condição ideal ao aparecimento de resistência de plantas daninhas aos herbicidas. Em Santa Catarina, já são conhecidas quatro espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas: Echinochloa crus-galli (capim-arroz) resistente à quinclorac, Sagittaria montevidensis (sagitária), Cyperus difformis (tiririquinha) e Fimbristylis miliacea (cuminho) resistentes aos inibidores da ALS (Noldin et al., 2005). A maior eficiência e praticidade no controle de sagitária, tiririquinha e cuminho sempre foram obtidos com o uso dos herbicidas inibidores da ALS, aplicados em benzedura e em pulverização, levando ao uso intensivo destes produtos com o conseqüente aparecimento de resistência. Atualmente o mercado disponibiliza poucas alternativas para o controle dos ecótipos resistentes, sendo que, no caso da sagitária o uso fica restrito ao herbicida bentazon. Basagran é única marca comercial de bentazon registrado para o arroz irrigado no Brasil, estimando-se que tenha sido utilizado em mais de 50% da área cultivada com arroz irrigado em Santa Catarina na safra 2005/06. A absorção de Basagran ocorre através das folhas, com translocação muito reduzida, inviabilizando sua aplicação em benzedura, sendo utilizado apenas em pulverização. O bentazon não possui nenhuma ação sobre as gramíneas, por isso torna-se necessário o uso complementar de outros herbicidas. Apesar da legislação brasileira proibir o uso de mistura de herbicidas no tanque do pulverizador (MAPA, 2002) esta prática é amplamente utilizada pelos agricultores no afã de reduzir os custos de produção. Em lavouras onde Basagran foi misturado no tanque do pulverizador com outros herbicidas, comumente observa-se escapes de plantas daninhas, notadamente de capim-arroz, evidenciando a possibilidade de incompatibilidade entre os herbicidas. O objetivo deste trabalho foi de avaliar a compatibilidade de Basagran com outros herbicidas utilizados na cultura do arroz irrigado. O experimento foi conduzido na Epagri, Estação Experimental de Itajaí, na safra 2005/06. Utilizou-se um modelo fatorial 7 x 3, sendo o primeiro fator constituído de tratamentos herbicidas com ação graminicida e o segundo fator constituído dos tratamentos (a) ausência de Basagran na calda herbicida, (b) presença de Basagran na calda herbicida (mistura em tanque), e (c) aplicação seqüencial de Basagran uma hora após a aplicação dos herbicidas com ação graminicida. Adicionalmente, utilizou-se Basagran aplicado isoladamente e uma testemunha sem controle das plantas daninhas. Foram utilizadas quatro repetições e as dimensões das parcelas eram de 2 x 5 metros (10 m2). Inicialmente manteve-se uma bordadura de 2 metros de largura em cada lateral da parcela sem aplicação de herbicidas, com o objetivo de comparar e melhor visualizar sintomas de fitotoxicidade ao arroz e a eficiência de controle dos herbicidas nas avaliações iniciais. Posteriormente eliminou-se toda a vegetação da bordadura para evitar a competição das plantas daninhas nas parcelas. Os herbicidas avaliados e suas respectivas doses e adjuvantes foram: Facet PM (750 g/ha, Assist), Nominee (125 mL/ha, Iharol), Clincher (1,5 L/ha, Iharol), Starice (1 L/ha), Aura (0,5 L/ha, Dash), Grassaid (6 L/ha), Only (1 L/ha, Dash) e Basagran (1,6 L/ha, Assist). Os herbicidas foram aspergidos utilizando-se um pulverizador costal, com pressão constante, equipado com bicos leque 11002, utilizando-se volume de calda equivalente a 200 L/ha. A aplicação foi efetuada 20 dias após a semeadura do arroz, quando as plantas de arroz e de capim-arroz estavam com três folhas a um perfilho. O solo no momento da aplicação encontrava-se saturado, sendo inundado dois dias após. Utilizou-se a cv. SCS BRS TioTaka, na densidade de 120 kg/ha, semeada no dia 02/12/05. As avaliações de fitotoxicidade ao arroz e controle de plantas daninhas foram visuais, atribuindo-se notas em escala percentual de 0 (zero) a 100, onde zero corresponde a nenhuma fitotoxicidade ou controle da planta daninha e 100 a morte de todas as plantas em avaliação. A produtividade do arroz foi avaliada, colhendo-se uma área de 1,5 x 4 m (6 m2) no centro da parcela. Não se observou alterações significativas na fitotoxicidade dos herbicidas em função da adição de Basagran na calda de pulverização ou da sua aplicação seqüencial. Os herbicidas causaram fitotoxicidade variável ao arroz, sendo que para Clincher, Facet e Nominee não observou-se injúrias significativas (Tabela 1). O herbicida Only causou a morte de 87% das plantas da cv. SCS BRS TioTaka, devido a esta cultivar não ser resistente aos herbicidas do grupo das imidazolinonas. O uso de Basagran, em mistura no tanque ou em aplicação seqüencial, aumentou significativamente a produtividade do arroz nos tratamentos com os herbicidas Aura, Only e Starice (Tabela 1), devido a ação complementar de Basagran no controle das plantas daninhas que não são controladas por estes herbicidas. Nos tratamentos com os herbicidas Clincher, Facet, Grassaid e Nominee não ocorreu aumento significativo na produtividade em função do uso de Basagran. Tabela 1. Fitotoxicidade de herbicidas as plantas de arroz e produtividade do arroz em função de tratamentos herbicidas na ausência, em mistura em tanque e em aplicação seqüencial de Basagran. Epagri, Itajaí, 2007. Herbicidas Fitotoxicidade Produtividade (kg/ha) (%)1 com Basagran ausente em mistura seqüencial Aura 11 c B 4357 b2 A 7902 a A 7605 a Clincher 0d A 7482 a A 8087 a A 8241 a Facet 0d A 7150 a A 7022 a A 7053 ab Grassaid 10 c A 7237 a A 7752 a A 7632 a Nominee 3d A 8059 a A 7918 a A 7785 a Only 87 a B 2322 c A 5659 b A 5033 c Starice 41 b B 4835 b A 6823 ab A 6278 b 1 Zero (0) corresponde a nenhuma fitotoxicidade e 100 a morte de todas as plantas; 2Letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. Os herbicidas Aura, Clincher e Starice em mistura no tanque com Basagran tiveram sua eficiência reduzida no controle de capim-arroz (Tabela 2). Quando em aplicação seqüencial de Basagran, a eficiência destes herbicidas não foi alterada. Os herbicidas Facet, Grassaid, Nominee e Only não tiveram alterações significativas no controle do capim-arroz em função do uso de Basagran. Os herbicidas Aura, Clincher, Facet, Grassaid, Nominee, Only e Starice em mistura em tanque com Basagran não alteraram a eficiência deste herbicida no controle das plantas de sagitária, aguapé (Heteranthera reniformis), cruz-de-malta (Ludwia spp) e de cuminho (Tabela 3), obtendo-se níveis de controle similares aqueles obtidos quando Basagran foi utilizado isoladamente. Tabela 2. Eficiência de herbicidas no controle de capim-arroz (%)1 na ausência, na mistura em tanque e na aplicação seqüencial de Basagran. Epagri, Itajaí, 2007. Herbicidas Basagran Ausente em mistura com seqüencial Aura A 100 a3 B 74 b A 99 a Clincher A 100 a B 79 b A 98 a A 74 c A 74 b A 70 b Facet2 Grassaid A 68 c A 74 b A 71 b Nominee A 100 a A 92 a A 97 a Only A 100 a A 93 a A 97 a Starice A 84 b B 69 b A 78 b 1 Zero (0) corresponde a nenhum controle e 100 a morte de todas as plantas; 2População de capim-arroz parcialmente resistente a quinclorac; 3Letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. Tabela 3. Eficiência de herbicidas(%)1, utilizados isoladamente ou em mistura em tanque com Basagran, no controle de plantas daninhas de arroz irrigado. Epagri, Itajaí, 2007. Aguapé Cruz-de-malta Cuminho Sagitária2 Herbicida Basagran Basagran Basagran Basagran Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com B 0 d A 100 a3 B0d A 100 a B 0 c A 100 a B 0 c A 100 a Aura B0d A 100 a B0d A 100 a B 0 c A 100 a B 0 c A 100 a Clincher B0d A 98 a B 50 c A 100 a B 63 b A 100 a B 0 c A 100 a Facet B 65 b A 99 a B 95 b A 100 a A 100 a A 100 a B 93 b A 100 a Grassaid A 89 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a Nominee B 38 c A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a Only B0d A 100 a B0d A 99 a B 0 c A 100 a B0c A 95 b Starice 100 100 100 100 Basagran 0 0 0 0 Testemunha 1 Zero (0) corresponde a nenhum controle e 100 a morte de todas as plantas; 2População parcialmente resistente aos herbicidas inibidores da ALS; 3Letras iguais, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, para a mesma planta daninha, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. Conclui-se que o herbicida Basagran reduz significativamente a eficiência dos herbicidas Aura, Clincher e Starice no controle de capim-arroz. A eficiência de Basagran no controle de sagitária, aguapé, cruz-de-malta e cuminho não é alterada em função da mistura em tanque com os herbicidas Aura, Clincher, Facet, Grassaid, Nominee, Only e Starice. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n0 46, de 26 de julho de 2002. Disponível em http://extranet.agricultura.gov.br/sislegisconsulta/consultarLegislacao.do. Acesso em 04 junho de 2007. NOLDIN, J. A. ; EBERHARDT, D S ; ZUNINO, J ; RAMPELOTTI, F. T ; VIEIRA, J. Monitoramento e manejo da resistência de plantas daninhas a herbicidas em áreas de arroz irrigado no Estado de Santa Catarina, Brasil. In: XVII CONGRESO DE LA ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA DE MALEZAS/I CONGRESO IBERO AMERICANO DE LA CIENCIA DE MALEZAS, 2005, Varadero. Anais eletrônicos, 2005. CONTROLE DE ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) PELA APLICAÇÃO DE IMAZETHAPYR E/OU ETHOXYSULFURON Luís E. Panozzo(1), Dirceu Agostinetto(1), Camila P. Tarouco(1), Claudia de Oliveira(1) , José M. Betemps Vaz Silva(1), Catarine Markus(1), Ezequiel de Oliveira(1). 1 Centro de Estudos em Herbologia (CEHERB), DFs-FAEM-UFPel, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas-RS, email: [email protected] A produção média anual de arroz no Brasil, na última década, foi de 11,1 milhões de toneladas e a produtividade média de 3,2 t ha-1 (CONAB, 2007). O Estado do Rio Grande do Sul (RS) contribuiu, no mencionado período, com aproximadamente 28% da área cultivada. A produtividade média de grãos, obtida na última década no RS, foi de 5,0 t ha-1, quase o dobro da média nacional (CONAB, 2007). Diversos são os impedimentos ao potencial de produtividade da lavoura orizícola, destacando-se a ocorrência de elevado nível de infestação de plantas daninhas. Dentre estas, destacam-se as espécies do gênero Aeschynomene (angiquinho) os quais podem comprometer a produtividade do arroz caso não sejam controladas adequadamente. A competição de 2 e 18 plantas por m-2 de angiquinho reduziu em 13,5 e 34,7%, respectivamente, a produção de arroz (Menezes et al., 2001). Além disso, sua presença pode dificultar a colheita e depreciar o valor comercial do grão na industrialização. O cultivo de genótipos de arroz tolerantes a herbicidas do grupo das imidazolinonas tem permitido a obtenção de controle eficiente de arroz-vermelho. Porém, tem-se observado dificuldade para controle de biótipos de angiquinho. Assim, o objetivo da pesquisa foi avaliar a eficiência de controle de angiquinho pelos herbicidas imazethapyr e/ou ethoxysulfuron. O experimento foi instalado em casa-de-vegetação na Universidade Federal de Pelotas, Capão do Leão/RS, no ano 2007. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. Cada unidade experimental foi composta por balde com capacidade de 9 litros, onde foram estabelecidas 10 plantas de angiquinho. Os tratamentos utilizados encontramse descritos na Tabela 1. Tabela 1. Herbicidas avaliados para controle de angiquinho em casa-de-vegetação. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2007 Tratamentos Dose (g ha-1) Adjuvante (v/v) Testemunha Imazethapyr 75 Ethoxysulfuron 125 Hoefix 0,5% Imazethapyr+Ethoxysulfuron 75 + 125 Hoefix 0,5% Imazethapyr+Ethoxysulfuron 75 + 100 Hoefix 0,5% Imazethapyr+Ethoxysulfuron 75 + 75 Hoefix 0,5% Para a aspersão dos tratamentos herbicidas utilizou-se pulverizador costal pressurizado a CO2, equipado com 4 bicos 110.02 e calibrado a pressão de 20 lb pol-2 o que proporcionou a aplicação de um volume de calda de 150 l ha-1. No momento da aplicação as plantas de angiquinho encontravam-se em estádio de 2-4 folhas, a temperatura do ar era de 30,1 °C e a umidade relativa do ar de 60%. A irrigação por inundação foi realizada um dia após a aplicação dos tratamentos (DAT). O efeito dos herbicidas sobre as plantas daninhas foi determinado pelo método qualitativo caracterizado por avaliações visuais baseadas em escala percentual, utilizando-se como padrão a testemunha sem aplicação de herbicidas, que correspondeu a nenhum controle (zero %). As avaliações de controle foram realizadas aos 7, 14, 21 e 28 DAT. A coleta das plantas de angiquinho para a determinação da massa da matéria seca foi realizada aos 28 DAT, sendo coletadas 8 plantas por unidade experimental e posteriormente levadas a estufa com circulação forçada de ar a 60 °C por cinco dias até massa constante. A eficiência de controle e produção da massa da matéria seca do angiquinho foram submetidos à análise da variância e em sendo significativa a comparação das médias foi efetuada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A aplicação de ethoxysulfuron isolado ou em mistura com imazethapyr apresentou eficiente controle de angiquinho e, em geral, não diferiram entre si, porém demonstraram maior eficiência do que imazethapyr aplicado isoladamente, em todas as avaliações realizadas (Tabela 2). Nas duas últimas avaliações a aplicação de ethoxysulfuron isolado ou em mistura com imazethapyr apresentou controle superior a 90%, valor considerado como controle eficiente (SOSBAI, 2005), enquanto que para a aplicação isolada de imazethapyr verificou-se controle médio de 47%. A produção de massa da matéria seca de angiquinho foi reduzida pela aplicação isolada de ethoxysulfuron ou na mistura com imazethapyr, quando comparadas a testemunha ou a aplicação isolada de imazethapyr (Tabela 2). Na média dos tratamentos com ethoxysulfuron a massa da matéria seca foi reduzida em cerca de 16 e 9 vezes, respectivamente, em relação a testemunha e a aplicação isolada de imazethapyr. Tabela 2. Controle e massa da matéria seca de angiquinho em função da aplicação de ethoxysulfuron e/ou imazethapyr. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2007 Dose Controle (%) Massa Tratamentos (g ha-1) 7 DAT1 14 DAT 21 DAT 28 DAT seca (g) Testemunha 0,0 c2 0,0 d 0,0 d 0,0 c 5,33 a Imazethapyr 75 38,8 b 54,8 c 52,3 c 42,0 b 3,13 b Ethoxysulfuron 125 73,3 a 85,8 b 96,0 ab 96,5 a 0,43 c Imazethapyr+Ethoxysulfuron 75 + 125 71,7 a 95,3 a 97,5 a 98,5 a 0,33 c Imazethapyr+Ethoxysulfuron 75 + 100 75,8 a 95,0 a 96,8 ab 98,5 a 0,30 c Imazethapyr+Ethoxysulfuron 75 + 75 70,5 a 92,5 a 94,0 b 96,5 a 0,28 c C. V. (%) 8,06 3,26 1,96 2,02 30,00 1 Dias após a aplicação dos tratamentos; 2 Médias com letras idênticas na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). Os resultados permitem concluir que a aplicação de ethoxysulfuron isolado (125 g ha-1) ou em mistura com imazethapyr, mesmo na menor dose (75 + 75 g ha-1), apresenta controle eficiente de angiquinho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONAB. Arroz – Brasil. Série Histórica de: área, produtividade e produção. Disponível na Internet. http://www.conab.gov.br. Acesso em 11 Maio, 2007. MENEZES, V. G.; RAMIREZ, H. V. B. ; CHOLLET, D. ; PÖTTER, G. H. ; GUMA, J. M. ; MELLO, M. O. O. . Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de angiquinho (Aeschynomene dendiculata Rudd.) em diferentes populações desta infestante. In: Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, 2.; Reunião da Cultura do Arroz Irrigado, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: IRGA, 2001. p.516-518. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: Recomendações Técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil / Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado; IV Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, XXVI Reunião da Cultura do Arroz Irrigado. Santa Maria, RS: SOSBAI, 2005. p.115-137. EFEITO DO HERBICIDA PENOXSULAM COM ADIÇÃO DE DIFERENTES ADJUVANTES NO CONTROLE DE ANGIQUINHO (Aeschynomene indica) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Luís Eduardo Panozzo(1), Rogério Silva Rubin(2), Rodrigo Neves(2). 1FAEM/UFPEL, Caixa Postal 354, CEP 96001-900, Pelotas-RS, E-mail: [email protected], 2Dow AgroSciences Industrial Ltda. A cultura do arroz irrigado, no Sul do Brasil, teve um incremento significativo de produtividade nos últimos anos, em função de pesquisas que deram origem a novas tecnologias e produtos mais seguros e eficazes no manejo da cultura. O desenvolvimento de novas moléculas de herbicidas, adjuvantes e formulações são exemplos destes investimentos que aumentaram a eficiência de controle das plantas daninhas na cultura do arroz irrigado, bem como, minimizaram perdas e riscos de contaminação do ambiente causados por derivas e condições adversas no momento da aplicação de herbicidas. Os adjuvantes são substâncias adicionadas à formulação dos herbicidas ou a calda herbicida para aumentar a eficiência do produto ou ainda modificar determinadas propriedades da solução. Eles também podem promover uma nuvem de cobertura mais uniforme, melhorar a aderência às folhas e facilitar o aumento da absorção do herbicida na planta alvo. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito de diferentes adjuvantes adicionados ao herbicida penoxsulam no controle de angiquinho (Aeschynomene indica) e sua seletividade para a cultura do arroz irrigado. O experimento foi instalado em condições de campo na Granja Pintado em Itaqui/RS, no ano agrícola 2005/06. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro repetições, alocado em parcelas de 14m2 (2,0 x 7,0)m, sete tratamentos herbicidas e uma testemunha mantida infestada. A descrição dos tratamentos está na Tabela 1. A cultivar reagente foi a IRGA-417, semeada em linhas espaçadas de 17cm entre si numa população de sementes para proporcionar o estabelecimento de 400 plantas.m-2. Tabela 1. Descrição dos tratamentos testados no experimento. Itaqui/RS, 2005 Tratamento 1 Conc. g/L g ha-1 Adjuvante L.ha-1 Testemunha - - - - Penoxsulam1 240 48 Veget Oil 1.0 Penoxsulam 240 48 Adsse 0.45 Penoxsulam 240 48 MSO 1.0 Penoxsulam 240 48 Triomax 1.0 Penoxsulam 240 24 Lanzar 1.0 Penoxsulam 240 24 Veget Oil+Adsse 1+0,225 Nominee 40 50 Iharol 1.0 Aplicados em pós-emergência. Para a aspersão dos tratamentos herbicidas utilizou-se pulverizador costal pressurizado a CO2 com barra de 1,5m, contendo 4 bicos DG 110.02, trabalhando numa pressão de 32 lbpol-2 que proporcionou a aplicação de um volume de calda de 150 lha-1. No momento da aplicação as plantas de arroz se encontravam em estádio que variavam de 4 folhas e 1 perfilho e o angiquinho encontrava-se com 4-5 folhas. Naquele momento a temperatura do ar era de 29°C, a umidade relativa do ar de 45% e a velocidade do vento era de 6 km.h-1. O efeito dos herbicidas sobre as plantas daninhas foi avaliado pelo método qualitativo caracterizado por avaliações, realizadas visualmente com base na escala percentual. As avaliações para esta variável foram realizadas aos 18, 42 e 95 dias após a aplicação (DAT) sendo que os valores zero (0) e cem (100) representam respectivamente, eficiências nula e máxima dos tratamentos herbicidas. As avaliações da fitointoxicação dos tratamentos à cultura do arroz foram realizadas aos 7, 18, 42 e 95 dias após a aplicação dos tratamentos, utilizando-se a escala percentual, onde: 0% = nenhum sintoma de toxidez e 100% = morte de todas as plantas de arroz da parcela. Os valores percentuais de fitointoxicação e controle das plantas daninhas foram submetidos à análise da variância. A comparação das médias originais foi efetuada através do teste de Tukey (p≤0,05). Tabela 2. Avaliação da fitointoxicação e controle de angiquinho na cultura do arroz irrigado em função das doses dos herbicidas penoxsulam com adição de diferentes adjuvantes. Itaqui/RS, 2005/06 Tratamento Fitointoxicação (%) Controle (%) 7 DAT 18 DAT 42 DAT 95 DAT 18 DAT 42 DAT 95 DAT Testemunha 0 ns 0 ns 0 ns 0 ns 0 d2 0c 0d 1 Penoxsulam+Veget Oil 0 0 0 0 93 a 95 a 94 a Penoxsulam+Adsse 0 0 0 0 98 a 98 a 98 a Penoxsulam+MSO 0 0 0 0 84 ab 84 a 81 a Penoxsulam+Triomax 0 0 0 0 10 d 18 c 8d Penoxsulam+Lanzar 0 0 0 0 64 bc 70 ab 70 ab Penoxsulam+Veget Oil 0 0 0 0 99 a 93 a 90 a +Adsse Nominee+Iharol 1 0 0 0 0 96 a 92 a 92 a 2 Dias após a aplicação dos tratamentos; Médias com letras idênticas na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05); ns Não significativo. De acordo com os resultados podemos inferir que o herbicida penoxsulam, não apresentou fitointoxicação à cultura, em todas as avaliações realizadas, independentemente do adjuvante adicionado (Tabela 2) concordando com os resultados observados por Menezes et al. (2004) e Neves et al. (2004). A adição dos adjuvantes Veget Oil e Adsse isolados e suas misturas com o herbicida penoxsulam nas doses testadas obtiveram controle acima de 90% em todas as avaliações realizadas, diferindo significativamente dos demais tratamentos, demonstrando que a adição de diferentes adjuvantes modifica a eficiência do herbicida penoxsulam (Tabela 2). Desse modo podemos concluir que o herbicida penoxsulam demonstra elevada seletividade à cultura do arroz irrigado. A adição de diferentes adjuvantes difere na eficiência do herbicida penoxsulam. Os melhores adjuvantes testados foram o Veget Oil e Adsse isolados e sua mistura com o herbicida penoxsulam. O herbicida penoxsulam apresenta elevada eficiência de controle de angiquinho na cultura do arroz irrigado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MENEZES, V.G.; RAMIREZ, H.; MARIOT, C.H.P.; NEVES, R.; RUBIN, R. Controle precoce de plantas daninhas em arroz irrigado com penoxsulam. In: BOLETIM INFORMATIVO – SBCPD/Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas – V.10, Suplemento (Maio 2004). São Paulo: SBCPD, 2004. p.244-245. NEVES, R.; RUBIN, R.; NONINO, H. Avaliação do controle de capim arroz com o herbicida Ricer* aplicado em pós emergência precoce na cultura do arroz irrigado. In: BOLETIM INFORMATIVO – SBCPD/Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas – V.10, Suplemento (Maio 2004). São Paulo: SBCPD, 2004. p.244. INFLUÊNCIA DE ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E DOSES DO HERBICIDA PENOXSULAM E ÉPOCAS DE INÍCIO DA IRRIGAÇÃO NO CONTROLE DE Cyperus esculentus Luís Eduardo Panozzo(1), Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Taísa Dal Magro(1), Jesus Juarez Oliveira Pinto(1), Rodrigo Neves(2). 1FAEM/UFPEL, Caixa Postal 354, CEP 96001-900, Pelotas-RS. 2Dow AgroSciences Industrial Ltda. e-mail: [email protected] O arroz, como outra cultura agrícola, está sujeito a uma série de fatores do ambiente que, direta ou indiretamente, influenciam a produtividade, qualidade e custo de produção. Dentre estes fatores, as plantas daninhas assumem lugar de destaque, face aos efeitos negativos observados durante o crescimento e desenvolvimento e no potencial produtivo da cultura (Andres & Machado, 2004). As plantas daninhas do gênero Cyperus, que há pouco tempo eram consideradas secundárias, se tornaram problema em algumas áreas dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde nota-se gradativo aumento das áreas infestadas. De modo geral, as ciperáceas são consideradas como espécies de difícil controle, apresentam alto grau de prolificidade e também algumas espécies possuem a capacidade de se reproduzirem vegetativamente. A época de início da irrigação por inundação na cultura do arroz irrigado está normalmente associada à aplicação de herbicidas para controle de plantas daninhas. A utilização de herbicidas com período residual mais longo pode permitir atraso na época de início da irrigação sem modificação na eficiência de controle de plantas daninhas e com redução do uso da água, custo da energia e conseqüentemente custo de controle. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito da época de aplicação e dose do herbicida penoxsulam e época de início da irrigação por inundação no controle de Cyperus esculentus (CYPES) infestante da cultura do arroz irrigado. O experimento foi instalado em condições de campo, na Granja Quatro Irmãos, município de Rio Grande/RS, no ano agrícola 2005/06. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso com parcelas sub-subdivididas, em esquema fatorial 2x3x5, com quatro repetições. Os tratamentos constaram de duas épocas de aplicações do herbicida penoxsulam (precoce e tardia), três épocas de inicio da irrigação (1, 15 e 30 dias após a aplicação dos tratamentos DAT) e doses do herbicida (0, 24, 36, 48 e 60 g ha-1) (Tabela 1). A cultivar reagente foi o Qualimax 1, semeada na população de 400 sementes m-2, em fileiras espaçadas entre si em 17cm. Tabela 1. Tratamentos testados. Granja Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06 Concentração/Dose Tratamento Adjuvante g L-1 g ha-1 L ha-1 Dose L ha-1 Testemunha - - - - - Penoxsulam 240 24 0.100 Veget Oil 1.0 Penoxsulam 240 36 0.150 Veget Oil 1.0 Penoxsulam 240 48 0.200 Veget Oil 1.0 Penoxsulam 240 60 0.250 Veget Oil 1.0 Para a aspersão dos tratamentos herbicidas utilizou-se pulverizador costal pressurizado a CO2 com barra contendo 4 bicos 110.02, trabalhando a pressão de 20 lb pol-2 e volume de calda de 150 Lha-1. No momento da primeira aplicação (precoce) as plantas de arroz encontravam-se no estádio de 2-4 folhas e as plantas de C. esculentus com 4-5 folhas, já para a aplicação tardia o arroz encontrava-se com 4 folhas e 2 afilhos e as plantas de C. esculentus com 6-8 folhas. A população da planta daninha foi de 161 plantas m-2. As avaliações de controle das plantas daninhas foram realizadas aos 20 e 30 (DAT) e por ocasião do florescimento, pela atribuição visual de notas em escala percentual, onde que a nota zero significou nenhuma ação sobre a planta daninha e nota cem representou morte completa das plantas. Os dados de controle foram submetidos à análise da variância (p≤0,05). A comparação das médias para os fatores época de aplicação do herbicida penoxsulam e época de inicio da irrigação foram efetuadas pelo teste de Tukey (p≤0,05). Os efeitos quantitativos foram analisados pela análise de regressão (p≤0,05). A antecipação do inicio da irrigação, quando à aplicação do herbicida penoxsulam foi realizada em estádio precoce de desenvolvimento da planta daninha, em geral, aumentou a eficiência de controle (Tabela 2). Quando a aplicação do herbicida foi realizada em estádio tardio, em geral, a época de inicio da irrigação não modificou a eficiência de controle de C. esculentus. A aplicação em estádio precoce de desenvolvimento, seguida de irrigação, aumentou a eficiência de controle de C. esculentus, na avaliação realizada aos 20 DAT (Tabela 2). Porém, nas demais épocas de avaliação ou de inicio da irrigação, em todas as épocas de avaliação, em geral, não se verificou diferenças entre épocas de aplicação do herbicida penoxsulam. Tabela 2. Controle percentual de Cyperus esculentus na cultura do arroz irrigado em função de épocas e doses de aplicação do herbicida penoxsulam e épocas de início da irrigação. Granja Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06 ÉPOCA DE APLICAÇÃO PRECOCE 15 DAT 30 DAT INÍCIO DA IRRIGAÇÃO 1 DAT DOSE 20 DAT TARDIO PRECOCE 1 TARDIO 30 DAT PRECOCE TARDIO FLORESCIMENTO 0 0 Aa2 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 24 100 Aa 78 Ab 100 Aa 92 Ab 99 Aa 94 Aa 36 100 Aa 79 Ab 100 Aa 93 Aa 100 Aa 96 Aa 48 100 Aa 84 Ab 100 Aa 95 Aa 100 Aa 98 Aa 60 100 Aa 85 Ab 100 Aa 96 Aa 100 Aa 99 Aa 0 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 24 68 Ba 75 ABa 78 Ba 79 Ba 93 Aa 86 Bb 36 78 Ba 83 Aa 95 Aa 90 ABa 98 Aa 96 Aa 48 87 ABa 85 Aa 98 ABa 90 ABb 99 Aa 96 Aa 60 94 ABa 91 Aa 99 Aa 94 Aa 100 Aa 99 Aa 0 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 24 55 Ba 63 Ba 70 Ba 70 Ca 80 Ba 77 Ca 36 75 Ba 73 Aa 85 Ba 84 Ba 83 Ba 87 Ba 48 81 Ba 78 Aa 90 Ba 88 Aa 92 Ba 92 Aa 60 84 Ba 82 Aa 92 Aa 90 Aa 93 Aa 94 Aa 1 Dias após aplicação dos tratamentos; 2 Médias seguidas por mesma letras maiúsculas na mesma coluna, dentro de cada época de aplicação em diferentes inícios de irrigação e seguidas por mesma letras minúsculas na linha, dentro de época de aplicação não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). A antecipação do inicio da irrigação por inundação, reduziu a dose herbicida penoxsulam necessária para obtenção de controle eficiente de C. esculentus, independente da época de aplicação, como pode ser observado na avaliação realizada aos 30 DAT (Figura 1). Os resultados permitem concluir que a aplicação em estádio precoce de desenvolvimento e o inicio da irrigação por inundação até 15 dias após a aplicação dos tratamentos, aumentam a eficiência de controle de C. esculentus pelo herbicida penoxsulam, sendo possível reduzir a dose para 36 g ha-1, sem modificar o nível de controle. 120 Controle (%) 100 120 (A) Precoce 100 80 (B) Tardio 80 60 60 • y= 97,46 (1-e-0,17) QMR= 9,85 R 2= 0,99 40 20 ° y= 102,98 (1-e-0,07 QMR= 4,89 R 2= 0,99 20 y= 96,28 (1-e-0,06) QMR= 1,56 R 2= 0,99 0 0 20 40 Dose (g ha -1 ) • y= 97,46 (1-e-0,17) QMR= 9,85 R 2= 0,99 40 y= 94,79 (1-e-0,06) QMR= 1,64 R2= 0,99 0 60 ° y= 98,48 (1-e-0,07) QMR= 9,02 R 2= 0,99 0 20 40 Dose (g ha -1 ) 60 Figura 1. Controle de Cyperus esculentus na cultura do arroz irrigado em função de épocas de início da irrigação (•1 DAT; ◦15 DAT; e, ▼30 DAT) e das doses do herbicida penoxsulam, para as épocas de aplicação precoce (A) e tardia (B), aos 30 DAT. Granja Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDRES, A.; MACHADO, S. L. de O. Plantas daninhas em arroz irrigado. In: GOMES, A. S.; JÚNIOR, A. M. de M. 1. ed. Arroz Irrigado no Sul do Brasil. EMBRAPA Informação Tecnológica, Brasília, DF-2004. 457-546p. Agradecimento: A Dow AgroSciences pela bolsa de estudo concedida. CONTROLE DE CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE ÉPOCAS DE APLICAÇÃO E DOSES DO HERBICIDA PENOXSULAM E ÉPOCAS DE ENTRADA DE ÁGUA Luís Eduardo Panozzo(1), Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Pedro Valério Dutra Moraes(1), Léo Silva dos Santos(1), Gerson Kleinick Vignolo(1). 1FAEM/UFPEL, Caixa Postal 354, CEP 96001-970, Pelotas-RS. e-mail: [email protected] As plantas daninhas apresentam vantagens competitivas em relação à cultura, pois precocemente ocupam o nicho e adquirem prioridade na apreensão dos recursos do meio. As maiores perdas de produtividade de grãos da cultura do arroz irrigado são decorrentes da interferência exercida pelas plantas daninhas, além de outros efeitos que causam ao sistema produtivo deste cereal (Fleck, 2000). Dentre as principais plantas daninhas que infestam a cultura do arroz destaca-se o capim-arroz (Echinochloa spp), principalmente pela sua agressividade, capacidade de competição por recursos e por estar amplamente disseminada nas áreas orizícolas do estado do Rio Grande do Sul. A redução na produtividade de grão devido à interferência de capim-arroz pode ser superior a 80% (Andres & Menezes, 1997). O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da época e dose do herbicida penoxsulam e época de início da irrigação por inundação na cultura do arroz irrigado no controle de capimarroz (Echinochloa spp.). O experimento foi instalado em condições de campo, na Granja Quatro Irmãos, município de Rio Grande/RS, no ano agrícola 2005/06. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso com parcelas sub-subdivididas, em esquema fatorial 2x3x5, com quatro repetições. Os tratamentos constaram de duas épocas de aplicações do herbicida penoxsulam (precoce e tardia), três épocas de início da irrigação (1, 15 e 30 dias após a aplicação dos tratamentos - DAT) e doses do herbicida penoxsulam (0, 24, 36, 48 e 60 g ha-1) (Tabela 1). A cultivar reagente foi a Qualimax 1, semeada na população de 400 sementes m-2, em fileiras espaçadas entre si em 17cm. Tabela 1. Tratamentos testados. Granja Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06 Concentração/Dose Tratamento Adjuvante g L-1 g ha-1 L ha-1 Dose L ha-1 Testemunha - - - - - Penoxsulam 240 24 0.100 Veget Oil 1.0 Penoxsulam 240 36 0.150 Veget Oil 1.0 Penoxsulam 240 48 0.200 Veget Oil 1.0 Penoxsulam 240 60 0.250 Veget Oil 1.0 Para a aspersão dos tratamentos herbicidas utilizou-se pulverizador costal pressurizado a CO2 com barra contendo 4 bicos 110.02, trabalhando a pressão de 20 lb pol-2 e volume de calda de 150 L ha-1. No momento da primeira aplicação (precoce) as plantas de arroz encontravam-se no estádio de 2-4 folhas e as plantas de capim-arroz com 1-3 folhas, já para a aplicação tardia o arroz encontrava-se com 4 folhas e 2 afilhos e as plantas de capim-arroz com 3 folhas e 1 afilho. A população da planta daninha foi de 524 plantas.m-2. As avaliações de controle das plantas daninhas foram realizadas aos 20 e 30 dias após a aplicação dos tratamentos (DAT) e por ocasião do florescimento, pela atribuição visual de notas em escala percentual, onde que a nota zero significou nenhuma ação sobre a planta daninha e nota cem representou morte completa das plantas. Os valores percentuais de controle das plantas daninhas foram submetidos à análise da variância. A comparação das médias para os fatores época de aplicação do herbicida penoxsulam e época de inicio da irrigação foram efetuadas pelo teste de Tukey (p≤0,05) e os efeitos quantitativos foram analisados pela análise de regressão (p≤0,05). A aplicação de penoxsulam em estádio precoce de desenvolvimento do capim-arroz, em geral, apresentou maior eficiência de controle quando a irrigação iniciou um dia após a aplicação dos tratamentos, especialmente para as menores doses do herbicida (Tabela 2). Já, quando a aplicação foi realizada em estádio tardio, em geral, não se verificou diferença entre épocas de início da irrigação. Para todas as épocas de inicio da irrigação e doses herbicidas, em geral, não se observou diferença entre épocas de aplicação do herbicida (Tabela 2). Estes resultados podem decorrer da elevada eficiência de controle de capim-arroz por penoxsulam como pode ser observado na última avaliação realizada, onde independentemente dos fatores testados, todas as doses apresentaram controle superior a 90%, valor de referência para definição de controle eficiente (SOSBAI, 2005). Tabela 2. Controle percentual de capim-arroz na cultura do arroz irrigado em função de épocas e doses de aplicação do herbicida penoxsulam e épocas de início da irrigação. Granja Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06 ÉPOCA DE APLICAÇÃO PRECOCE DOSE 15 DAT 30 DAT INÍCIO DA IRRIGAÇÃO 1 DAT 0 TARDIO 20 DAT 0 Aa2 PRECOCE 1 TARDIO 30 DAT PRECOCE TARDIO FLORESCIMENTO 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 98 Aa 100 Aa 98 Aa 99 Aa 24 100 Aa 88 Ab 100 Aa 36 100 Aa 91 Ab 100 Aa 99 Aa 100 Aa 48 100 Aa 95 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 99 Aa 60 100 Aa 96 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 100 Aa 0 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 24 81 Ba 85 Aa 91 Ba 92 Aa 98 ABa 98 Aa 36 85 Ba 90 Aa 99 Aa 98 Aa 100 Aa 99 Aa 48 93 ABa 92 Aa 99 Aa 98 Aa 100 Aa 99 Aa 60 98 Aa 96 Aa 100 Aa 99 Aa 100 Aa 100 Aa 0 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 0 Aa 24 68 Cb 75 Ba 78 Cb 86 Ba 96 Ba 94 Bb 36 86 Ba 83 Aa 91 Ba 94 Aa 98 Aa 96 Ba 48 91 Ba 88 Aa 95 Aa 95 Aa 99 Aa 97 Aa 60 92 Aa 90 Aa 97 Aa 97 Aa 99 Aa 99 Aa 1 Dias após aplicação dos tratamentos; 2 Médias seguidas por mesma letras maiúsculas na mesma coluna, dentro de cada época de aplicação em diferentes inícios de irrigação e seguidas por mesma letras minúsculas na linha, dentro de época de aplicação não diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05). A antecipação do inicio da irrigação por inundação, independente da época de aplicação do herbicida, aumentou o controle de capim-arroz, especialmente nas menores doses de penoxsulam como pode ser observado na avaliação realizada aos 30 DAT (Figura 1). Conclui-se que a antecipação do inicio da irrigação permite reduzir a dose do herbicida penoxsulam para 24 g ha-1, independentemente da época de aplicação. 120 100 120 (A) Precoce 100 Controle (%) 80 (B) Tardia 80 60 ? y= 99,88(1-e-0,20) ° y=100,44(1-e-0,10) QMR= 0,34 QMR= 0,74 R2= 0,99 R2= 0,99 40 20 0 20 40 Dose (g ha-1) ? y= 99,98(1-e 40 Q MR= 0,34 R 2= 0,99 20 y= 97,43(1-e-0,07) QMR= 0,60 R2= 0,99 0 60 ) ° y= 99,74(1-e -0,11) Q MR= 0,62 R 2 = 0,99 y= 97,99(1-e -0,08) QMR= 4,80 R 2 = 0,99 0 60 -0,20 0 20 40 Dose (g ha -1 ) 60 Figura 1. Controle de capim-arroz na cultura do arroz irrigado em função de épocas de início da irrigação (•1 DAT; 15 DAT; e, ▼30 DAT) e das doses do herbicida penoxsulam, para as épocas de aplicação precoce (A) e tardia (B), aos 30 DAT. Granja Quatro Irmãos, Rio Grande/RS, 2005/06. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDRES, A.; MENEZES, V.G. Rendimento de grãos de arroz em função de densidades de capim arroz (Echinochloa crusgali) In. REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ, 22., 1997, Balneário Camboriu. Anais... Balneário Camboriu: EPAGRI, 1997, p.429-430. FLECK, N.G. Controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado através da aplicação de herbicidas com ação seletiva. 1 ed. Porto Alegre: Ed. Autor, 2000. 32 p. SOSBAI: Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado. Arroz irrigado: Recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: UFSM, 2005. 159p. Agradecimento: A Dow AgroSciences pela bolsa de estudo concedida. HABILIDADE COMPETITIVA DE CULTIVARES DE ARROZ COM ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata) Nilson Gilberto Fleck(1), Fausto Borges Ferreira(1), Carlos Eduardo Schaedler(1), Valmir Gaedke Menezes(2). (1)UFRGS, Porto Alegre-RS, C. Postal 15100, CEP 91501-970, e-mail: [email protected]. (2)IRGA, Cachoeirinha-RS. Palavras-chave: plantas daninhas, interferência, competição, manejo cultural. O angiquinho é uma importante planta daninha que infesta as lavouras de arroz irrigado no Sul do Brasil, representando um dos fatores limitantes a produtividade potencial da cultura. Diversas são as práticas de manejo que podem minimizar as perdas de produtividade da cultura por interferência de plantas daninhas. Dentre elas, destacam-se, para a cultura do arroz irrigado, a utilização de cultivares com maior habilidade competitiva para maximizar esse potencial. O trabalho teve por objetivo avaliar as relações entre populações de Aeschynomene denticulata (AESDE) e cultivares de arroz irrigado na produtividade de grãos do cereal. Para isto, foi conduzido um experimento em campo no Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), no Município de Cachoeirinha-RS, na estação de crescimento 2003/04. O delineamento experimental utilizado foi completamente casualizado, com três repetições. Cada unidade experimental totalizou área de 12 m2 (6 m x 2 m), incluindo dez fileiras de arroz espaçadas a 0,20 m. O experimento foi conduzido sob sistema de semeadura direta. O arroz foi semeado na população de 400 sementes aptas m-2, em 31/10/2003. A emergência da cultura ocorreu 12 dias após a semeadura. A eliminação de plantas daninhas gramíneas foi efetuada em pós-emergência com aplicação do herbicida cyhalofop n-butyl (Clincher), acrescido de óleo mineral (Assist) nas doses de 270 g ha-1 e 1,5 l ha-1, respectivamente. As espécies dicotiledôneas foram removidas manualmente (exceto as plantas de AESDE). As demais práticas culturais seguiram as recomendações técnicas preconizadas para cultivo do arroz no RS. A adubação foi realizada junto às fileiras de arroz, aplicando-se 17,5; 50 e 105 kg ha-1, respectivamente, de N, P2O5 e K2O. Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial. O fator A comparou duas cultivares de arroz (BR-Irga 409 e Irga 418, de ciclos médio e precoce, respectivamente), Essas cultivares foram escolhidas por apresentarem características bastante semelhantes, exceto ciclo de desenvolvimento. O fator B incluiu populações de AESDE (variáveis de zero a 13 plantas m-2). A irrigação do arroz foi iniciada aos 19 dias após a emergência da cultura (DAE), quando as plantas se encontravam no estádio V3, e a aplicação do adubo nitrogenado foi realizada aos 23 DAE, com as plantas de arroz no estádio V4. As avaliações foram: massa da parte aérea seca da cultura (kg ha-2) e estaturas (cm) do arroz e do AESDE. Na maturação, obteve-se a produtividade de grãos da cultura (kg ha-1). Para isto, foram colhidas as oito fileiras centrais das parcelas, descartando-se 0,5 m em suas extremidades (área útil de 8 m2). A partir dos dados obtidos para a variável produtividade de grãos, foram calculadas as perdas percentuais em relação às parcelas mantidas sem infestação de AESDE (testemunhas). Os dados obtidos foram analisados aplicando-se o teste F sobre a análise da variância. Adotaram-se como limites de aceitação P<0,05 para significância dos efeitos individuais dos fatores e P<0,10 para os casos de interação de fatores. As relações entre perdas percentuais de produtividade de grãos do arroz, em função das populações de AESDE (competidora), sofreram análise de regressão, utilizando-se equação linear como modelo. O valor da estatística F, P<0,05, foi utilizado como critério de aceitação do modelo de regressão. As cultivares de arroz BR-Irga 409 e Irga 418 não diferiram quanto à produção de matéria seca da parte aérea na fase inicial de crescimento. Ambas apresentaram rápido ganho de massa até 21 DAE (média de 8 kg ha-1 dia-1). Outra característica que pode diferenciar habilidade competitiva é a estatura de planta da cultura. As duas cultivares de A 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 BR-Irga 409 Irga 418 Estatura do arroz (cm) Estatura do arroz (cm) arroz diferiram em estatura até os 35 DAE, quando Irga 418 apresentou maior estatura (Figura 1A). A partir de 49 DAE, a cultivar BR-Irga 409 ultrapassou Irga 418 até o final do ciclo. Durante o período avaliado, a cultivar BR-Irga 409 cresceu, em média, 0,73 cm dia-1, enquanto Irga 418 cresceu apenas 0,59 cm dia-1. Plantas com maior crescimento inicial em estatura geralmente revelam maior potencial competitivo, mostrando maior capacidade de sombrear seus vizinhos nos estádios iniciais de desenvolvimento (Balbinot Jr. et al., 2003). B 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 BR-Irga 409 Irga 418 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 91 98 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Dias após emergência População de angiquinho (plantas m-2) Figura 1. Estatura de planta das cultivares de arroz BR-Irga 409 ou Irga 418, na ausência de angiquinho (Aeschynomene denticulata), em função de épocas de avaliação (A), e na maturação da cultura, em função da população de angiquinho (B). Cachoeirinha-RS, 2003/04. A estatura do arroz variou em função da população de plantas de AESDE, ocorrendo interação de cultivares de arroz e de populações de AESDE. Com o incremento da infestação de AESDE, a estatura do arroz aumentou (Figura 1B). A variável apresentou resposta linear para ambas as cultivares, mas BR-Irga 409 mostrou maior incremento do que Irga 418. Contudo, Adoryan (2004) não detectou relação entre populações de Aeschynome rudis (AESRU) e estatura do arroz. Também, Menezes et al. (2002) não verificaram diferenças na estatura do arroz com a variação na população de AESDE. O número de panículas de arroz por área (média de 455 panículas m-2) não diferiu entre as cultivares; tampouco, a variável foi alterada pela infestação de AESDE (Figura 2A). Contudo, trabalho realizado por Menezes et al. (2001) constatou que esta variável foi afetada pela presença de AESDE. No mesmo sentido, Adoryan (2004) observou redução de 29 % no número de panículas para população de 24 plantas de AESRU m-2. A perda de produtividade de grãos de arroz apresentou interação de cultivares e populações de plantas de AESDE, mostrando comportamento linear e positivo (Figura 45). A cultivar BR-Irga 409 sofreu maior redução de produtividade, com perda aproximada de 2,5 % para cada planta (m-2) adicionada à população de AESDE, atingindo decréscimo de 29 % em produtividade para a infestação máxima ocorrida (12 plantas m-2). Já, a cultivar Irga 418 apresentou perdas relativamente menores, com redução de 0,8 % para cada planta adicional de AESDE, alcançando decréscimo de 11 % para população de 13 plantas m-2 de AESDE. Por sua vez, Adoryan (2004) relatou maior perda de produtividade por interferência de AESRU, cerca de 43 % para população de 12 plantas m-2, decorrente de perda aproximada de 2 % para cada indivíduo de AESRU acrescido à população. A estatura do arroz, tanto em fase inicial de crescimento como na final, diferiu entre as cultivares (Figura 1A). Irga 418 apresentou maior estatura na fase inicial, mas menor na fase final, sofrendo menor perda de produtividade. Por sua vez, BR-Irga 409 apresentou resultados inversos. Dentre as características morfológicas, a estatura de planta geralmente é a que mais se relaciona com baixo crescimento de plantas daninhas, devido ao sombreamento imposto pela cultura (Garrity et al., 1992). As cultivares que apresentam plantas com maior estatura no início do ciclo, mostram-se mais competitivas (Balbinot Jr. et al., 2003). No entanto, esses autores não constataram associação entre estatura final de planta e redução de produtividade de grãos, corroborando os resultados obtidos neste trabalho. Segundo Ogg & Seefeldt (1999), o rápido crescimento da cultura A 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 B 100 Perda de produtividade (%) Panículas (m-2) em estatura permite que ela utilize o recurso luz com maior intensidade, podendo sombrear as plantas daninhas já no início do ciclo. 90 80 70 60 BR-Irga 409 50 Irga 418 40 30 20 10 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 População de angiquinho (plantas m-2) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 População de angiquinho (plantas m-2) Figura 2. Número de panículas de arroz por área (A) e perdas de produtividade de grãos para as cultivares BR-Irga 409 e Irga 418 (B), ambas em função da população de angiquinho (Aeschynomene denticulata). Cachoeirinha-RS, 2003/04. A perda de produtividade de grãos de arroz, em decorrência da competição de angiquinho (Aeschynomene denticulata), é de 1,6 %, em média, para cada planta da infestante por m-2, mas ela varia entre 0,7 e 2,5 %, dependendo da cultivar de arroz, sendo a cultivar de arroz BR-Irga 409 a mais sensível à competição, apresentado as maiores perdas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Adoryan, M. L. Efeitos de densidades de Aeschynomene rudis Benth e seu controle com o herbicida ethoxysulfuron em duas épocas de aplicação na cultura do arroz (Oryza sativa L.) irrigado. 2004. 80f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2004. BALBINOT Jr., A. A. et al. Características de plantas de arroz e a habilidade competitiva com plantas daninhas. Planta Daninha, Viçosa, v.21, n.2, p.165-174, 2003. GARRITY, D. P.; MOVILLON, M.; MOODY, K. Differential weed suppression ability in upland rice cultivars. Agronomy Journal, Madison, v.84, n.4, p.586-591, 1992. MENEZES, V. G. et al. Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de angiquinho (Aeschynomene denticulata Rudd) em função de diferentes populações desta infestante. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO ARROZ IRRIGADO, 2.; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Instituto Rio Grandense do Arroz, 2001. p.516-518. MENEZES, V. G.; RAMIREZ, H. Interferência de Aeschynomene denticulata com o cultivo de arroz irrigado e seu potencial de produção de sementes. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 23., 2002, Gramado. Resumos... Londrina: SBCPD/Embrapa Clima Temperado, 2002. p.98. OGG, A. G.; SEEFELDT, S. S. Characterizing traits that enhance the competitiveness of winter wheat (Triticum aestivum) against jointed goatgrass (Aegilops cylindrica). Weed Science, Laurence, p.47, n.1, p.74–80, 1999. O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil. ÉPOCAS DO INÍCIO DA IRRIGAÇÃO E DA ADUBAÇÃO NITROGENADA EM ARROZ IRRIGADO PARA MANEJO DE ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata) Fausto Borges Ferreira(1), Nilson Gilberto Fleck(1), Carlos Eduardo Schaedler(1), Valmir Gaedke Menezes(2). (1)UFRGS, Porto Alegre-RS, C. Postal 15100, CEP 91501-970, e-mail: [email protected]. (2)IRGA, Cachoeirinha-RS. Palavras-chave: plantas daninhas, interferência, competição, manejo cultural. Diversas são as práticas de manejo que podem minimizar as perdas de produtividade da cultura por interferência de plantas daninhas. Dentre elas, destacam-se, para a cultura do arroz irrigado, a utilização de cultivares com maior habilidade competitiva e o manejo adequado do adubo nitrogenado e da irrigação para maximizar esse potencial. As relações de competição entre arroz irrigado e angiquinho podem sofrer influência de práticas de manejo que posicionem a cultura em vantagem sobre a infestante. Visando avaliar os efeitos de épocas da irrigação e da adubação nitrogenada nas relações competitivas entre angiquinho (Aeschynomene denticulata - AESDE) e arroz, conduziu-se um experimento em campo na Estação Experimental do Arroz (EEA), pertencente ao Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), no Município de Cachoeirinha-RS, na estação de crescimento 2004/05. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com três repetições, em parcelas sub-subdivididas. As unidades experimentais apresentaram área de 12 m2 (6 m x 2 m), e incluíram 10 fileiras de arroz espaçadas a 0,20 m. O experimento foi conduzido sob sistema convencional de preparo do solo. A semeadura do arroz ocorreu em 29/10/2004, distribuindo-se 400 sementes aptas m-2. A emergência ocorreu 10 dias após a semeadura. Efetuou-se a eliminação das plantas daninhas gramíneas com aplicação em pósemergência do herbicida cyhalofop n-butyl (Clincher), acrescido de óleo mineral (Assist), nas doses de 270 g ha-1 e 1,5 l ha-1, respectivamente. As espécies dicotiledôneas (exceto as plantas de AESDE) foram removidas manualmente. As demais práticas culturais seguiram as recomendações técnicas preconizadas para o cultivo do arroz no RS. A adubação de semeadura foi realizada junto às fileiras, distribuindo-se 17,5; 50 e 105 kg ha-1 de N, P2O5 e K2O, respectivamente. Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial. O fator A (parcelas principais) incluiu duas épocas de início da irrigação (plantas de arroz no estádio V3 ou V6); o fator B (subparcelas) testou duas épocas de aplicação de adubo nitrogenado (estádio V3 ou V6), distribuindo-se 90 kg ha-1 de nitrogênio (N), equivalentes a 200 kg ha-1 de uréia; e o fator C (sub-subparcelas) comparou populações de AESDE, as quais variaram de zero até 35 plantas m-2. As avaliações incluíram as seguintes variáveis do arroz: cobertura do solo pelo dossel (%), massa da parte aérea seca (g m-2) e estatura de planta (cm). Após a maturação fisiológica do arroz, foram avaliados: número de plantas e número de panículas por área (m-2), matéria seca da parte aérea (g m-2) e estatura (cm). Na maturação, obtevese a produtividade de grãos da cultura (kg ha-1), para a qual foram colhidas as oito fileiras centrais das parcelas, eliminando-se 0,50 m em suas extremidades (área útil de 8 m2). Os dados obtidos foram analisados aplicando-se o teste F sobre a análise da variância, adotando-se P<0,05 para os efeitos individuais dos fatores e P<0,10 para os casos de interação de fatores. Quando significativas, as médias foram comparadas através do teste de Duncan. As relações entre perdas percentuais de produtividade de grãos do arroz, em função das populações de AESDE (competidora), foram estimadas através do modelo de regressão linear. O valor da estatística F, P<0,05, foi utilizado como critério de aceitação do modelo de regressão. A estatura das plantas de arroz apresentou interação de épocas de início da irrigação e de épocas de adubação nitrogenada (Figura 1A). Os maiores crescimentos relativos em estatura ocorreram quando a irrigação iniciou no estádio V6 e os menores 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ir V3 Ad V3 Ir V3 Ad V6 Ir V6 Ad V3 Ir V6 Ad V6 Cobertura do solo (%) Estatura do arroz (cm) quando a irrigação aconteceu em V3. Para esta variável, a época de aplicação do N exerceu ação secundária. Esses resultados demonstram que a irrigação precoce beneficiou o arroz inicialmente, mas esta vantagem não se sustentou ao final do período avaliado. Já, no final do período, a época da adubação foi mais importante. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ir V3 Ad V3 Ir V3 Ad V6 Ir V6 Ad V3 Ir V6 Ad V6 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 Dias após a emergência do arroz Dias após a emergência do arroz Figura 1. Estatura de planta (A) e cobertura do solo (B) avaliadas na cultivar de arroz BRIrga 409, em função de duas épocas (estádios V3 ou V6) de aplicação do adubo nitrogenado (Ad), e duas épocas (estádios V3 ou V6) de início da irrigação (Ir), na ausência de angiquinho (Aeschynomene denticulata). Cachoeirinha-RS, 2004/05. Barras verticais representam o erro padrão entre médias em cada data de avaliação. Com relação à variável cobertura do solo pelo dossel do arroz, houve interação de épocas de início da irrigação e de aplicação do adubo nitrogenado. Aplicações precoces de adubo e de irrigação (estádio V3) apresentaram resultados superiores durante todo o período avaliado (Figura 1B). Constatou-se que, na fase inicial de desenvolvimento, as aplicações de irrigação em V3 e adubo em V6 proporcionaram cobertura superior a aplicação de irrigação em V6, diferença que diminuiu ao final do período avaliado. A variável matéria seca por planta de arroz apresentou interação de épocas de início da irrigação, de aplicação do adubo nitrogenado e de avaliação da variável (Figura 2A). Irrigação e adubação aplicadas no estádio V3 proporcionaram maiores massas durante todo o período avaliado. Já, irrigação em V3 e adubação em V6 representou a pior situação, especialmente a partir de 35 DAE. As combinações de adubação x irrigação geralmente mostraram respostas divergentes entre si. Nas situações em que a irrigação atrasou, mas variou a época de aplicação do N, não houve diferenças entre as massas da variável em questão. Para produtividade de grãos de arroz, houve interação dos fatores épocas de irrigação e de adubação, cujo comportamento diferiu daquele que se verificou com outras variáveis. Em geral, a época da irrigação exerceu efeito mais acentuado na variável do que a época de adubação. Assim, a produtividade de grãos foi maior quando a irrigação iniciou no estádio V3 e a adubação aconteceu em V6. Segundo Agostinetto et al. (2004) o fracionamento do adubo nitrogenado aumentou a habilidade competitiva da cultivar BR-Irga 409, em presença de genótipo de arroz simulador de arroz-vermelho. Esses autores sugerem que a maior competitividade decorra da melhor disponibilidade de N ao longo do ciclo da cultura, aumentando o potencial de produtividade e o enchimento de grãos. A perda de produtividade de grãos de arroz incrementou com o aumento da população de plantas de angiquinho (até o limite observado de 21 plantas m-2) (Figura 2). Houve redução de 1,6 %, em média, na produtividade para cada planta de angiquinho acrescentada à população (m-2). Também, Menezes et al. (2001) referiram que a produtividade de grãos de arroz diminuiu à medida que a população de AESDE aumentou. A época de aplicação do adubo nitrogenado e a época de início da irrigação modificam as relações de competição entre a cultivar de arroz BR-Irga 409 e o angiquinho. A introdução da irrigação e a aplicação do nitrogênio em estádio inicial de desenvolvimento Massa do arroz seco (g) 160 140 120 Ir V3 Ad V3 100 Ir V3 Ad V6 80 Ir V6 Ad V3 60 Ir V6 Ad V6 40 20 0 14 21 28 35 42 49 Dias após a emerência do arroz 56 Perda de produtividade (%) do arroz (V3) proporcionam crescimento mais rápido às plantas da cultura, o que se reflete em maior habilidade competitiva do cereal com angiquinho (Aeschynomene denticulata). 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 -2 População do angiquinho (plantas m ) Figura 2. Matéria seca da cultivar de arroz BR-Irga 409, em função de duas épocas (estádios V3 ou V6) de aplicação do adubo nitrogenado (Ad), e de duas épocas (estádios V3 ou V6) de início da irrigação (Ir), na ausência de angiquinho (Aeschynomene denticulata) (A), e perda de produtividade de grãos da cultivar de arroz BR-Irga 409, em função da população de angiquinho, na média de duas épocas de aplicação de nitrogênio e de duas épocas de início da irrigação (B). Cachoeirinha-RS, 2004/05. Barras verticais representam o erro padrão entre médias em cada data de avaliação. Tabela 1. Produtividade de grãos (kg ha-1) da cultivar de arroz BR-Irga 409 quando cresceu em presença de angiquinho (Aeschynomene denticulata), em função de épocas de início da irrigação e de aplicação do adubo nitrogenado. Cachoeirinha-RS, 2004/05 Época de adubação Época de irrigação Média Estádio V3 Estádio V6 1 r x Estádio V3 8919 a B 9932 a A 9426 z r Estádio V6 7678 a A 7808 b A 7743 Média 8298 8870 Média geral 8584 C.V. (%) 15,7 1 Médias seguidas pela mesma letra minúscula, comparadas nas colunas, pela mesma letra maiúscula, comparadas nas linhas, e pela mesma letra em negrito, comparadas nas diagonais, não diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 % de probabilidade do erro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AGOSTINETTO, D. et al. Influência de cultivares de arroz e épocas da adubação nitrogenada nas relações de interferência da cultura com cultivar simulador de infestação de arroz-vermelho. Planta Daninha, Viçosa, v.22, n.2, p.185-193, 2004. MENEZES, V. G. et al. Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de angiquinho (Aeschynomene denticulata Rudd) em função de diferentes populações desta infestante. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO ARROZ IRRIGADO, 2.; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Instituto Rio Grandense do Arroz, 2001. p.516-518. O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil. COMPETIÇÃO DE ANGIQUINHO (Aeschynomene denticulata) COM ARROZ IRRIGADO EM RESPOSTA À ÉPOCA DE ADUBAÇÃO NITROGENADA Fausto Borges Ferreira(1), Nilson Gilberto Fleck(1), Valmir Gaedke Menezes(2), Hector Ramirez(2). (1)UFRGS, Porto Alegre-RS, C. Postal 15100, CEP 91501-970, e-mail: [email protected]. (2)IRGA, Cachoeirinha-RS. Palavras-chave: plantas daninhas, população de angiquinho, interferência, manejo cultural. Para avaliar a influência de populações de Aeschynomene denticulata (AESDE) e de épocas de aplicação do adubo nitrogenado na produtividade de grãos de arroz, foi conduzido um experimento em campo no Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), no Município de Cachoeirinha-RS, na estação de crescimento 2003/04. A cultivar de arroz reagente foi BR-Irga 410, de ciclo médio. O delineamento experimental utilizado foi completamente casualizado, com três repetições. Cada unidade experimental incluiu área de 12 m2 (6 m x 2 m), e conteve dez fileiras de arroz espaçadas a 0,20 m. O experimento foi conduzido sob sistema de semeadura direta. O arroz foi semeado na população de 400 sementes aptas m-2. A irrigação, através de inundação, iniciou 23 dias após a emergência (DAE) do arroz (plantas no estádio V5). A eliminação de plantas daninhas gramíneas foi efetuada em pós-emergência com aplicação do herbicida cyhalofop n-butyl (Clincher), acrescido de óleo mineral (Assist) nas doses de 270 g ha-1 e 1,5 l ha-1, respectivamente. As espécies daninhas dicotiledôneas, exceto as plantas de AESDE, foram removidas manualmente. As demais práticas culturais seguiram as recomendações técnicas preconizadas para cultivo do arroz no RS. A adubação de semeadura foi realizada junto às fileiras, aplicando-se 17,5; 50 e 105 kg ha-1, respectivamente, de N, P2O5 e K2O. Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial. O fator A testou duas épocas de aplicação de adubo nitrogenado: estádios V4 ou V8 do arroz. Em cada época, aplicaram 90 kg ha-1 de nitrogênio (N), correspondendo a 200 kg ha-1 de uréia. O fator B comparou populações de AESDE, as quais variaram de zero até 35 plantas m-2. As variáveis avaliadas foram: massa da parte aérea seca da cultura (kg ha-2) e estatura (cm) de plantas de arroz e de AESDE. Após a maturação fisiológica do arroz foram avaliados: número de panículas por área (m-2), massa de plantas secas de angiquinho (kg ha-1) e produtividade de grãos (kg ha-1). Os dados foram analisados aplicando-se o teste F sobre a análise da variância, adotando-se como limites de aceitação os níveis de 5% de probabilidade para efeitos individuais dos fatores e de 10% para casos de interação de fatores. Quando significativas, as médias foram comparadas através do teste de Duncan. Para as variáveis quantitativas utilizou-se análise de regressão, testando-se o modelo linear. O valor da estatística F, ao nível de 5 % de probabilidade, foi utilizado como critério de aceitação do modelo de regressão. A época de aplicação do adubo nitrogenado em cobertura influenciou a produção de matéria seca inicial das plantas de arroz (Tabela 1). A massa das plantas secas foi maior quando o adubo nitrogenado foi aplicado no estádio de desenvolvimento V4. Maior produção de massa nos estádios iniciais de desenvolvimento pode decorrer de maior crescimento em estatura, área folhar e/ou cobertura do solo, garantindo ao arroz maior habilidade competitiva inicial e capacidade de suprimir plantas daninhas em fases posteriores (Balbinot Jr. et al., 2003). O número de panículas também foi beneficiado pela aplicação do N no estádio V4, o que contribuiu para proporcionar maior produtividade de grãos. Com o aumento na população de plantas de AESDE, houve redução no número de panículas de arroz, constatando-se diminuição de cerca de cinco panículas m-2 para cada incremento de duas plantas de AESDE (considerado o limite de 35 indivíduos m-2) (Figura 1A). Verificou-se redução de 18 % no número de panículas para população de 24 plantas de AESDE m-2. Este resultado foi inferior ao observado por Adoryan (2004), que constatou redução de 29 % no número de panículas quando infestadas com Aeschynomene rudis (AESRU). Por sua vez, Menezes et al. (2001) observaram que esta foi a variável mais afetada por infestação de AESDE. Tabela 1. Massa da matéria seca da parte aérea, número de panículas e produtividade de grãos de arroz (cultivar BR-Irga 410) e massa da matéria seca da parte aérea de angiquinho (Aeschynomene denticulata), em função da época de aplicação de adubo nitrogenado à cultura. Cachoeirinha-RS, 2003/04 Matéria Massa de Nº de panículas2 Produtividade do Época da angiquinho2 seca1 -2 2 -1 (m ) arroz (kg ha ) adubação (kg ha-1) (kg ha-1) Estádio V4 816 a3 319 a 5625 a 79 b Estádio V8 427 b 299 b 5019 b 204 a Média 621 309 5221 142 C.V. (%) 9,9 9,7 6,2 19,4 Avaliada 35 dias após emergência do arroz; 2 Avaliado no final do ciclo; 3 Médias seguidas pela mesma letra, comparadas em cada coluna, não diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 % de probabilidade do erro. 400 -1 Massa do angiquinho (kg ha ) -2 Número de panículas (m ) 1 375 350 325 300 275 250 225 200 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 -2 População de angiquinho (plantas m ) 40 800 700 600 500 Estádio V4 400 Estádio V8 300 200 100 0 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 -2 População de angiquinho (plantas m ) Figura 1. Número de panículas de arroz por área (A) e massa da matéria seca da parte aérea de angiquinho (Aeschynomene denticulata) no final do ciclo (B), em função da população de angiquinho. Cachoeirinha-RS, 2003/04. O angiquinho reduziu em cerca de 61 % a matéria seca por planta quando o adubo nitrogenado foi aplicado no estádio V4, comparativamente à aplicação no estádio V8, comportamento inverso ao que se observou para o arroz (Figura 1B). Esta resposta, possivelmente, deveu-se à maior habilidade competitiva fornecida ao arroz pela aplicação do adubo nitrogenado no estádio V4, prática que proporcionou à cultura maior produção de matéria seca nos estádios iniciais de desenvolvimento. A variável massa de plantas secas de angiquinho apresentou interação para os fatores épocas de aplicação do adubo nitrogenado e populações de angiquinho, mostrando aumento linear, proporcional ao incremento de sua população (Figura 1B). Quando o adubo foi aplicado no estádio V8, verificou-se aumento de 14,6 kg ha-1 para cada planta adicional da infestante por m-2 e, quando a aplicação ocorreu no estádio V4, houve acréscimo de 7,8 kg ha-1 para cada indivíduo adicional de angiquinho. Na ausência de infestação de AESDE, a produtividade de grãos da cultivar BRIrga 410 foi 11 % menor quando o adubo nitrogenado foi aplicado no estádio V8, em comparação à aplicação efetuada no estádio V4 (Tabela 1). A perda de produtividade de grãos de arroz apresentou interação dos fatores épocas de aplicação do adubo nitrogenado e populações de angiquinho, ocorrendo aumento linear com o incremento na população de AESDE, havendo maiores perdas quando o adubo foi aplicado no estádio V8 (Figura 2A). A perda de produtividade foi 1,7 % para cada planta adicional de AESDE m-2 quando o adubo foi aplicado no estádio V8, ou 2,8 vezes maior do que quando a aplicação ocorreu no estádio V4. Quando o adubo foi aplicado no estádio V8, para infestação de 30 plantas m-2, a 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Estádio V4 Estádio V8 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 -2 População do angiquinho (plantas m ) Perda de produtividade (%) Perda de produtividade (%) perda de produtividade foi estimada em 46 %; quando o adubo foi aplicado no estádio V4, a mesma população causou perda de apenas 21 %. Para AESRU, a perda estimada de produtividade foi de 75 % para aquela mesma população (Adoryan, 2004). 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 100 200 300 400 500 600 700 -1 Massa do angiquinho (kg ha ) Figura 2. Perda de produtividade de grãos do arroz, em função da população de plantas de angiquinho (Aeschynomene denticulata) e de épocas de aplicação de adubo nitrogenado (A) e em resposta à massa da parte aérea seca de plantas de angiquinho (B). Cachoeirinha-RS, 2003/04. A massa da matéria seca de AESDE por área afetou negativamente a produtividade de grãos do arroz (Figura 2B). Houve perda estimada em 9%, aproximadamente, na produtividade, para cada acréscimo de 100 kg ha-1 de matéria seca da infestante. Plantas de arroz que receberam N no estádio V4 apresentaram maior massa em estádios iniciais de desenvolvimento, em comparação com aplicação em V8. Essa diferença pode refletir em maior habilidade competitiva à cultura (Balbinot Jr. et al., 2003). Por sua vez, plantas de AESDE produziram maior massa quando o arroz recebeu o adubo nitrogenado no estádio V8, fato que pode resultar de menor habilidade competitiva do arroz em decorrência do atraso na adubação (Tabela 1). A maior habilidade competitiva proporcionada ao arroz pela aplicação do N no estádio V4 reduz a matéria seca do AESDE, resultando em menor perda de produtividade do arroz por planta infestante. A antecipação da adubação nitrogenada, em cobertura, do estádio de desenvolvimento V8 para V4 do arroz, aumenta a habilidade competitiva da cultivar BR-Irga 410 sobre angiquinho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Adoryan, M. L. Efeitos de densidades de Aeschynomene rudis Benth e seu controle com o herbicida ethoxysulfuron em duas épocas de aplicação na cultura do arroz (Oryza sativa L.) irrigado. 2004. 80f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2004. BALBINOT Jr., A. A. et al. Características de plantas de arroz e a habilidade competitiva com plantas daninhas. Planta Daninha, Viçosa, v.21, n.2, p.165-174, 2003. MENEZES, V. G. et al. Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de angiquinho (Aeschynomene denticulata Rudd) em função de diferentes populações desta infestante. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO ARROZ IRRIGADO, 2.; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Instituto Rio Grandense do Arroz, 2001. p.516-518. O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil. ÉPOCA E MODO DE APLICAÇÃO DO HERBICIDA CLOMAZONE NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS E SELETIVIDADE À CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Siumar P. Tironi(1), Dirceu Agostinetto(1), Leandro Galon(1), Vinicius J. de Moraes(2). 1 Centro de Estudos em Herbologia (CEHERB), DFs-FAEM-UFPel, Caixa Postal 354, CEP 96010900, Pelotas-RS, 2 Milenia Agrociências S. A. e-mail: [email protected] A cultura do arroz destaca-se dentre os cultivos anuais por ser cultivada em praticamente todos os Estados Brasileiros e sua produção consumida por todas as classes sociais, principalmente as de mais baixa renda. Um dos principais fatores que reduz a produção do cereal é a interferência causada pelas plantas daninhas, especialmente as da família Poaceae. A competição exercida pelo capim-arroz (Echinochloa sp.) ao arroz cultivado causou reduções na ordem de 58 e 53% em dois anos de pesquisa, na média de 10 cultivares de arroz, para populações estabelecidas pela semeadura de 40 sementes viáveis m-2 (Fischer et al., 1997). No Estado do RS, foram verificadas perdas de produtividade de 26% para populações de 13 plantas de capim-arroz m-2 (Menezes & Ramirez, 2003). Para papuã (Brachiaria plantaginea), poucos trabalhos avaliaram seu efeito competitivo sobre a cultura do arroz ou a eficiência de herbicidas no controle desta planta daninha. A aplicação de propanil e clomazone (1800 + 300 g ha-1) apresentou controle de 84%, quando a pulverização foi realizada em estádio inicial de desenvolvimento das plantas de papuã (Rubin, 2001). Embora existam diversos herbicidas registrados para o controle de plantas daninhas na cultura do arroz, poucos são os que podem ser aplicados em pré-emergência e que apresentam atividade residual. Assim, o desenvolvimento de herbicidas com estas características terão elevada importância para flexibilizar o controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado. Avaliar a seletividade à cultura e eficiência do herbicida clomazone aplicado isolado ou em mistura com propanil, no controle de capim-arroz e papuã na cultura do arroz irrigado. O experimento foi conduzido a campo, no ano agrícola 2005/06, no Centro Agropecuário da Palma (CAP/UFPel), localizado no município do Capão do Leão, RS. O preparo do solo foi realizado pelo sistema convencional, com aração e gradagem. A adubação de base foi realizada de acordo com a análise química do solo. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições. A cultivar de arroz utilizada foi a BRS-atalanta, semeada na densidade de 400 sementes aptas m-2, em espaçamento entre linhas de 0,17 m. Cada unidade experimental (parcela) foi composta por área de 11m2 (5,0 x 2,20m). A emergência da cultura ocorreu dia 09/12/2005. As plantas daninhas infestantes da área experimental foram Echinochloa spp. (capim-arroz) e Brachiaria plantaginea (papuã), nas densidades de 126 e 58 plantas m-2, respectivamente. Como adubação de cobertura aplicou-se 255 kg ha-1 de uréia (115 kg de N ha-1), fracionada em duas aplicações. Os herbicidas foram aplicados utilizando-se pulverizador costal, pressurizado a CO2, munido com 5 bicos tipo leque 110-02, mantendo-se pressão constante de 210 kPa e velocidade de deslocamento de 3,6 km h-1, o que propiciou a aplicação de um volume de calda de 150 L ha-1. Por ocasião da aplicação em pós-emergência (18 dias após a emergência (DAE)), as plantas de arroz apresentavam-se com 3 a 4 folhas e as de capimarroz e papuã de 2 folhas a 1 afilho. Os herbicidas, doses e épocas de aplicação, estão descritos na Tabela 1. As variáveis resposta avaliadas foram fitotoxicidade herbicida ao arroz irrigado e controle de capim-arroz e papuã, pela atribuição de valores percentuais entre 0 (ausência de fitotoxicidade a cultura ou controle das plantas daninhas) e 100% (morte das plantas da cultura ou controle total das plantas daninhas). As avaliações foram realizadas aos 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação dos tratamentos (DAT) para as variáveis fitotoxicidade herbicida e controle de capim-arroz e papuã. Tabela 1 – Tratamentos testados em experimento de arroz irrigado, CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06 -1 Tratamentos Ingrediente ativo Doses (g ha ) Época de aplicação Testemunha infestada ------Escudo clomazone 300 Pré-emergência Escudo clomazone 400 Pré-emergência Escudo clomazone 500 Pré-emergência Gamit clomazone 400 Pré-emergência Escudo + Propanil clomazone+propanil 300/2160 Pós-emergência Escudo + Propanil clomazone+propanil 400/2160 Pós-emergência Gamit + Propanil clomazone+propanil 500/2160 Pós-emergência Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância e em se constatando significância estatística os efeitos dos tratamentos qualitativos foram comparados pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A fitotoxicidade herbicida às plantas de arroz cultivado, na primeira época de avaliação e nas mesmas doses do herbicida Escudo, foi maior nos tratamentos em que foi adicionado o herbicida propanil e a aplicação realizada em pós-emergência (Tabela 2). No entanto, para as demais avaliações não se verificou diferença entre épocas de aplicação para doses idênticas do herbicida Escudo. A aplicação do herbicida Escudo, de modo isolado ou em mistura com Propanil, não modificou o grau de fitotoxicidade à cultura do arroz, quando comparado aos tratamentos padrões Gamit ou Gamit + Propanil (Tabela 2). Tabela 2 – Fitotoxicidade herbicida às plantas de arroz, cultivar BRS-atalanta. CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06 Doses -1 7 DAT1 14 DAT 21 DAT 28 DAT Tratamentos (g ha ) 2 Testemunha infestada … 0,0 d 0,0 c 0,0 d 0,0 c Escudo 300 9,5 cd 13,0 abc 5,8 bc 1,5 bc 7,5 ab 2,3 ab Escudo 400 16,3 bc 25,0 a Escudo 500 27,5 ab 25,0 a 11,3 a 3,5 a 20,3 ab 7,5 ab 2,0 ab Gamit 400 20,5 abc Escudo + Propanil 300 + 2160 28,0 ab 8,3 bc 2,5 cd 0,0 c 5,0 bc 0,5 bc Escudo + Propanil 400 + 2160 30,0 a 19,0 ab Gamit + Propanil 400 + 2160 32,5 a 11,5 abc 4,3 bc 0,0 c C.V. (%) 27,5 38,8 32,2 62,4 1 Dias após a aplicação dos tratamentos. 2 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Os resultados obtidos demonstram, principalmente na últimas avaliação (28 DAT), que o tratamento com os herbicidas Escudo + Propanil (400 + 2160 g ha-1) foi o que apresentou maior eficiência de controle de capim-arroz, embora, nas referidas avaliações o tratamento não diferiu dos demais herbicidas aplicados em pós-emergência e do tratamento com Escudo (500 g ha-1) aplicado na pré-emergência da cultura (Tabela 3). Na aplicação em pré-emergência não se verificou diferença no controle de capimarroz, entre as doses testadas do herbicida Escudo e destas com o tratamento padrão (Tabela 3). Na média de todas as avaliações realizadas, o herbicida Escudo aplicado na dose de 500 g ha-1 apresentou controle de capim-arroz 8,1 e 12,8% superior ao tratamento padrão e a médias das demais doses de Escudo, respectivamente. Tabela 3 – Efeito da época e modo de aplicação do herbicida Escudo no controle de capim-arroz e papuã. CAP/UFPel, Capão do Leão/RS, 2005/06 Doses -1 1 Tratamentos (g ha ) 7 DAT 14 DAT 21 DAT 28 DAT Capim-arroz Testemunha infestada … 0,0 b2 0,0 c 0,0 c 0,0 c Escudo 300 87,8 a 72,5 b 78,8 b 79,3 b Escudo 400 85,8 a 72,5 b 81,3 ab 80,0 b Escudo 500 92,8 a 85,0 ab 92,5 ab 89,5 ab 82,0 ab 81,3 ab 78,3 b Gamit 400 91,3 a Escudo + Propanil 300 + 2160 88,3 a 87,3 ab 86,3 ab 85,0 ab Escudo + Propanil 400 + 2160 92,0 a 96,5 a 96,8 a 94,3 a Gamit + Propanil 400 + 2160 92,5 a 88,5 a 90,3 ab 87,5 ab C.V. (%) 5,4 8,6 9,0 7,2 Papuã Testemunha infestada … 0,0 c 0,0 b 0,0 c 0,0 c Escudo 300 93,8 ab 83,5 a 87,3 ab 85,0 b Escudo 400 98,3 a 86,3 a 88,8 ab 83,8 b Escudo 500 98,3 a 88,8 a 92,5 ab 89,3 ab 88,8 a 86,5 b 83,3 b Gamit 400 92,5 ab Escudo + Propanil 300 + 2160 87,5 b 90,0 a 88,3 ab 92,3 ab Escudo + Propanil 400 + 2160 92,0 ab 97,3 a 98,0 a 96,3 a Gamit + Propanil 400 + 2160 91,8 ab 91,5 a 90,8 ab 92,3 ab C.V. (%) 4,1 10,0 5,8 5,1 1 Dias após a aplicação dos tratamentos. 2 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. As reduções na eficiência de controle do capim-arroz, verificadas da primeira para as demais épocas de avaliação, nos tratamentos aplicados na pré-emergência, pode ser devido à inundação e drenagem da área experimental (banho), realizada para possibilitar o estabelecimento da cultura. Esta prática foi necessária devido à prolongada estiagem que ocorreu na estação de crescimento 2005/06 na região de Pelotas. O controle de papuã, nas três primeiras épocas de avaliação (7, 14 e 21 DAT), em geral, não apresentou diferença entre os herbicidas testados (Tabela 3). Na avaliação realizada aos 28 DAT o tratamento com Escudo + Propanil (400 + 2160 g ha-1), foi o que apresentou maior eficiência de controle, embora não diferiu dos demais tratamentos herbicidas aplicados em pós-emergência e do tratamento com Escudo (500 g ha-1) aplicado em pré-emergência. Com base nos resultados conclui-se que o herbicida Escudo, independente da época ou modo de aplicação é seletivo à cultura do arroz irrigado, cultivar BRS-atalanta e que a aplicação em pós-emergência da mistura em tanque de Escudo + Propanil, na maior dose testada, é eficiente no controle das plantas daninhas capim-arroz e papuã. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FISCHER, A.J.; RAMÍREZ, H.V.; LOZANO, J. Suppression of junglerice (Echinochloa colona (L.) Link) by irrigated rice cultivars in Latin America. Agronomy Journal, Madison, v.89, n.3, p.516-521, 1997. MENEZES, V.G.; RAMIREZ, H. Controle de capim arroz (Echinochloa crusgalli) e capim capivara (Hymenachne amplexicaulis) com o herbicida Clincher em arroz irrigado no sistema de cultivo pré-germinado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3., REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25., 2003, Balneário Camboriú. Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p.507-509. RUBIN, R. da S. Eficiência agronômica do herbicida Clincher isolado e associado, no controle de Brachiaria plantaginea e Digitaria horizontalis na cultura do arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 2., REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24., 2001, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: IRGA, 2001. p.500-502. ® DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DO HERBICIDA ONLY EM DUAS CULTIVARES DE ARROZ TOLERANTE AS IMIDAZOLINONAS Gustavo Mack Teló(1), Enio Marchesan(1), Silvio Carlos Cazarotto Villa(2), Rafael Bruck Ferreira(1), Sérgio Luiz de Oliveira Machado(3), Luis Antonio de Avila(1). 1Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. 2Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia 3Departamento de Defesa Fitossanitária da UFSM. Email: [email protected]. O arroz-vermelho é a principal planta daninha na cultura do arroz irrigado. Devido às similaridades morfofisiológicas existentes entre o arroz cultivado e o arroz-vermelho, ele é tolerante a quase todos os herbicidas utilizados na cultura, dificultando sua eliminação. Atualmente, a utilização de arroz tolerante a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas (Sistema Clearfield®) é uma ferramenta eficiente para o controle de arrozvermelho, sem causar prejuízos à produtividade do arroz cultivado (STEELE et al., 2002). Em experimentos conduzidos nos EUA determinou-se que, para maximizar o controle do arroz-vermelho nesse sistema, são necessárias duas aplicações de imazethapyr: uma em pré-emergência (PRE) e outra em pós-emergência (POS) (STEELE et al., 2002; OTTIS et al., 2003), sendo que naquele país a recomendação atual de aplicações seqüenciais de imazethapyr é de: uma aplicação de 70 g ha-1 em pré-plantio incorporado (PPI) ou em PRE, seguida de 70 g ha-1 em POS com o arroz no estádio de três a cinco folhas, independente do tipo de solo (OTTIS et al., 2003). No Brasil, o sistema prevê apenas uma aplicação em POS do herbicida Only® (75 g ha-1 de imazethapyr e 25 g ha-1 de imazapic) na dose de 1,0 L ha-1. Em áreas com alta infestação essa recomendação pode proporcionar escapes de arroz-vermelho, podendo ocasionar cruzamento natural com o arroz tolerante, reduzindo a eficácia e longevidade desta tecnologia. Nesse sentido, um experimento foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o controle de arroz-vermelho e a tolerância de cultivares de arroz irrigado à doses e épocas de aplicações do herbicida Only® em áreas com alta infestação do arroz-vermelho. O trabalho foi conduzido durante duas safras agrícolas (2004/05 e 2005/06), em área experimental da Universidade Federal de Santa Maria, em solo classificado como Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso em esquema bifatorial (2x10) com quatro repetições. O fator A foi representado pelos genótipos de arroz tolerante a imidazolinonas (IRGA 422 CL e Tuno CL), e o fator B pelos tratamentos de controle do arroz-vermelho (Tabela 1). Para homogeneizar o banco de sementes, realizou-se a semeadura e incorporação ao solo de sementes de arrozvermelho na densidade de 125 kg ha-1 no primeiro ano, e 115 kg ha-1 no segundo ano, obtendo-se população média de 219 e 257 plantas m-2, respectivamente. A semeadura do arroz cultivado foi realizada na primeira quinzena do mês de novembro nas duas safras, com semeadora de parcelas de 10 linhas espaçadas em 0,17m com 5m de comprimento. A densidade de semeadura foi de 108 kg ha-1 para a cultivar IRGA 422 CL e de 45 kg ha-1 para o híbrido TUNO CL. A adubação de base foi aplicada a lanço e incorporada juntamente com o arroz-vermelho dois dias antes da semeadura, sendo composta por 6 kg ha-1 de nitrogênio (N), 60 kg ha-1 de P2O5 e 90 kg ha-1 de K2O. A aplicação do herbicida em PRE foi efetuada um dia após a semeadura (DAS), utilizando-se pulverizador costal pressurizado com CO2 munido de pontas 11002, do tipo leque, calibrado para aplicar uma vazão de 125 L ha-1. Em POS, a aplicação foi efetuada aos 14 dias após a emergência (DAE), com a maioria das plantas de arroz no estádio V4 (COUNCE et al., 2000) e com as plantas de arroz-vermelho em V5. Foi utilizado o mesmo pulverizador descrito acima, mas com vazão de 150 L ha-1 e com adição de óleo mineral (0,5% v v-1). A inundação da área foi realizada um dia após a aplicação dos tratamentos em POS, com lâmina d’água de aproximadamente 5 cm de espessura. O N aplicado foi na forma de uréia dividido em três épocas: a primeira na semeadura, a segunda (60 kg ha-1 de N) no estádio V4, um dia antes da inundação, e a terceira (60 kg ha-1 de N) na iniciação da panícula (R0). Os resultados demonstraram interação entre a doses do herbicida e cultivares (Tabela 1). O híbrido (Tuno CL) apresentou maior produtividade do que a cultivar (IRGA 422 CL), independente da dose ou época de aplicação do herbicida, exceto na testemunha (D1), onde não houve diferença entre os genótipos. Com a utilização do herbicida foi observada maior produtividade, com aumentos de até 76% para a cultivar e de até 134% para o híbrido em relação a testemunha, em ambos os anos. As doses e épocas de aplicação do herbicida não afetaram a produtividade para o híbrido, mas influenciaram os resultados da cultivar, observando-se redução na produtividade para os tratamentos D7 e D8 somente no primeiro ano. Entretanto, a aplicação de maiores doses em POS (D9 e D10) não afetou a produtividade da cultivar. Independentemente das doses aplicadas de herbicida, foi observada fitotoxicidade (dados não mostrados) na fase inicial de desenvolvimento, com maiores níveis nos tratamentos com aplicação em POS e com maiores doses, para a cultivar e em menores níveis para o híbrido. Tabela 1. Produtividade de grãos em resposta a doses e épocas de aplicação do herbicida Only em duas safras seguidas, utilizando genótipos de arroz tolerante. Santa Maria-RS, 2007. Produtividade de Grãos Doses de Only1 1º Ano (2004/05) 2º Ano (2005/06) 2 3 PRE POS Total IRGA 422 CL Tuno CL IRGA 422 CL Tuno CL -1 -1 ---------- L ha ---------------- kg ha ------------ kg ha-1 -----D1 0 0 0 A 4720 c A 4978 b A 4719 b A 4920 b D2 0,75 0 0,75 B 8346 a A 11200 a B 8104 a A 11189 a D3 0 1,0 1,0 B 7046 ab A 10646 a B 7359 a A 10954 a D4 1,0 0 1,0 B 8131 ab A 11452 a B 8009 a A 11501 a D5 0,5 0,5 1,0 B 7511 ab A 11190 a B 7489 a A 11321 a D6 0,75 0,5 1,25 B 7495 ab A 11143 a B 7491 a A 11219 a D7 0,75 0,75 1,5 B 6725 b A 10792 a B 7189 a A 11007 a D8 1,0 0,5 1,5 B 6766 b A 11409 a B 7107 a A 11284 a D9 1,0 1,0 2,0 B 7016 ab A 10809 a B 6920 a A 10950 a D10 0 2,0 2,0 B 6806 ab A 10491 a B 6964 a A 10532 a Média 7056 10411 7135 10488 C.V. (%) 7,6 4,91 1 Mistura formulada de imazetapir (75 g i.a. L-1) + imazapic (25 g i.a. L-1); 2 Aplicação em préemergência; 3 Aplicação em pós-emergência [arroz-vermelho em V5 (COUNCE et al., 2000)]; * Médias dentro de cada ano não seguidas da mesma letra minúscula na coluna, e da mesma letra maiúscula na linha diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. As diferentes doses e épocas de aplicação do herbicida propiciaram controle do arroz-vermelho (Tabela 2) sendo que o controle foi total para os tratamentos com aplicações de doses totais a partir de 1,25 L ha-1 (D6, D7, D8, D9 e D10), porém com maior fitotoxicidade nesses tratamentos. Convém ressaltar que duas práticas de manejo contribuíram para o melhor controle do arroz-vermelho: a aplicação precoce do herbicida e a irrigação iniciada imediatamente após a aplicação do herbicida em POS, a qual pode ter proporcionado maior disponibilidade e absorção do herbicida pelas plantas (WILLIAMS et al., 2002). A lâmina de água pode ter contribuído para o melhor controle pois atua como barreira física na emergência do arroz-vermelho. Além disso, a sistematização da área do experimento auxiliou na manutenção da lâmina de água uniforme e constante e, pelo fato de não haver taipas, o problema de reinfestação de arroz-vermelho foi reduzido. Em geral, os resultados mostram que o híbrido Tuno CL é mais tolerante a maiores doses de Only comparado com a cultivar IRGA 422 CL, constituindo-se numa ferramenta auxiliar para áreas com alta infestação de arroz-vermelho. O controle de arroz-vermelho foi total com aplicações do herbicida em PRE complementado com a aplicação em POS, desde que o total aplicado não seja inferior a 1,25L ha-1. Esta condição é atendida pelo tratamento D6 (0,75L ha-1 em PRE + 0,5L ha-1 em POS), o qual propicia a menor dose total dentre aqueles com 100% de controle. Tabela 2- Controle de arroz-vermelho em porcentagem em genótipos de arroz tolerantes a imidazolinonas, submetidas a doses e épocas de aplicação do herbicida Only. Santa Maria, RS. 2007. Controle de arroz-vermelho2 Doses de Only1 1º Ano (2004/05) 2º Ano (2005/06) 3 4 Média PRE POS Total IRGA IRGA Tuno CL Tuno CL 422 CL 422 CL -1 5 5 ---------- L ha ------------------- % ------------------ % ------------- % ---D1 0 0 0 ----------D2 0,75 0 0,75 A 97 b A 98 b A 95 c A 96 b 97 D3 0 1,0 1,0 A 98 b A 97 b 98 A 97 b A 98 b D4 1,0 0 1,0 A 97 b A 98 b A 98 b A 98 b 98 D5 0,5 0,5 1,0 B 97 b A 99 a A 97 b A 97 b 98 D6 0,75 0,5 1,25 A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a 100 D7 0,75 0,75 1,5 A 100 a A 100 a A 99 b A 100 a 100 D8 1,0 0,5 1,5 A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a 100 D9 1,0 1,0 2,0 A100 a A 100 a 100 A 100 a A 100 a D10 0 2,0 2,0 A 100 a A 100 a A 99 b A 98 b 99 99 Média 99 99 98 99 C.V. (%) 0,2 0,8 1 -1 -1 2 Mistura formulada de imazetapir (75 g i.a. L ) + imazapic (25 g i.a. L ); O controle de arroz-vermelho foi avaliado visualmente, em percentagem, onde 0 corresponde a ausência de controle e 100 corresponde a controle total de plantas; 3 Aplicação em pré-emergência; 4 Aplicação em pósemergência [arroz-vermelho em V5 (COUNCE et al., 2000)]; 5 Para a análise, os dados foram transformados usando a fórmula yt = log ( y + 1) ; * Médias dentro de cada ano não seguidas da 10 mesma letra minúscula na coluna, e da mesma letra maiúscula na linha diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COUNCE, P. A., KEISLING, T. C., MITCHELL, A.J. A uniform, objtective and adaptive system for expressing rice development. Crop Science, n. 40, 436-443, 2000. OTTIS, B.V. et al. Imazethapyr application methods and sequences for imidazolinonetolerant rice (Oryza sativa). Weed Technology, v. 17, n. 3, p. 526-533, 2003. STEELE, G.L.; CHANDLER, J.M.; McCAULEY, G.N. Control of red rice (Oryza sativa) in imidazolinone-tolerant rice (O. sativa). Weed Technology, v.16, n.3, p.627-630, 2002. WILLIAMS, B.J. et al. Weed management systems for Clearfield Rice. Louisiana Agriculture, v. 45, n. 1, p. 16-17, 2002. AGRADECIMENTO: A FAPERGS pela bolsa de estudo ao estudante/pesquisador Gustavo Mack Teló, a CAPES pela bolsa de mestrando a Silvio C.C. Villa, ao CNPq pelo apoio financeiro na realização do trabalho. AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE TIRIRICA (Cyperus esculentus L.) COM HERBICIDAS NA CULTURA DO ARROZ. Fernando Borges Santiago(1), Rodrigo Alff Gonçalves(2), Olavo Gabriel Santi(3), Ana Paula Estevo(4), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(5). (1) Engenheiro agrônomo E-mail: [email protected]. (2-3-4-5) Pesquisadores GIPHE-UFSM. E-mail: [email protected] O arroz, como qualquer cultura agrícola, está sujeito a uma série de fatores do ambiente que, direta ou indiretamente, influenciam o rendimento, qualidade e o custo de produção. Dentre estes fatores, as plantas daninhas assumem lugar de destaque, pois reduzem a quantidade da produção e a qualidade se deprecia em razão da contaminação com sementes e restos de plantas daninhas. Os problemas ocasionados pelas espécies daninhas, conhecidas como ciperáceas (Cyperus spp) tem causado grandes prejuízos às lavouras orizículas do Estado. A Tiririca amarela como é conhecido o Cyperus esculentus se destaca pelo difícil controle, pois além de se propagar vegetativamente, através de tubérculos, e através de semente é uma planta perene, que em áreas úmidas e ensolaradas apresenta crescimento vigoroso. Constituí problema particular nas regiões da Fronteira Oeste e Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência de cinco herbicidas (tabela1) aplicados em pós-emergência no controle de Cyperus esculentus, bem como suas seletividades e produtividade na cultura do arroz irrigado cv.Irga 417. O experimento foi instalado a campo no ano agrícola de 2006/2007, no município de Itaqui-RS, fronteira oeste do estado do RS. O delineamento experimental utilizado foi o bloco ao acaso com quatro repetições e cinco tratamentos herbicidas e mais uma testemunha infestada com aproximadamente 217 plantas de Cyperus esculentus/m2. As parcelas experimentais tiveram as dimensões de 5 m x 2 m (10 m2). Usou-se a cultivar de arroz Irga 417, na densidade de 380 sementes aptas por m2, semeadas em linhas espaçadas de 0,17 m. No momento da aplicação as plantas de Cyperus esculentus estavam com 5 folhas e a cultura do arroz com 5-6 folhas. Para a aplicação dos herbicidas utilizou-se pulverizador costal de precisão, propelido a CO2 munido de 4 bicos espaçados de 0,5m um do outro, operando na pressão de 25 Ib/pol2 com volume de calda correspondente a 160 litros/ hectare. Os tratamentos herbicidas com suas respectivas doses de produto comercial e ingrediente ativo / hectare se encontram na tabela 1. Tabela 1. Tratamentos com respectivas doses de produto comercial. Lavoura de arroz irrigado. Itaqui-RS. Ano agrícola – 2006/2007. Tratamentos Princípios ativos 1) Grascarb Propanil + tiobencarbe 2) Nominee1 Bispyribac-sodium 3) Sirius Pirazossulfurom-etílico 4) Gladium Etoxissulfurom Penoxsulam 5) Ricer2 7) Testemunha 1 Acrescido de Iharol a 1 L/ha 2 Acrescido de Veget Oil a 1 L/a ml ou g P.C./ha g. i.a./ha 5000 125 72 120 200 --- 2350 + 1000 50 18 72 48 --- O controle da espécie daninha e a seletividade dos herbicidas à cultura, foram quantificados por três avaliações visuais utilizando-se a escala percentual, onde: 100% = controle total e 0% = nenhum efeito sobre as plantas daninhas. As avaliações de controle foram realizadas aos 15, 45 e 70 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos. As avaliações de seletividade foram realizadas aos 7, 15 e 21 dias após a aplicação, atribuindo-se a nota zero (0) à ausência de injúria e a nota cem (100) à morte completa das plantas. Determinou-se o rendimento médio de grãos em casca de arroz, por unidade de área, através da colheita de uma área útil de 4m2 / unidade experimental. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de tukey para comparação múltiplas de médias (p< 0.05). Tabela 2. Avaliações de controle de Cyperus esculentus. Lavoura de arroz irrigado. ItaquiRS. Ano agrícola 2006/2007. % Controle de Cyperus esculentus Tratamento ml ou g P.C./ha 45 DAA 70 DAA 15 DAA1 47 c2 1) Grascarb 5000 37 c 22 d 2) Nominee 125 97 a 95 a 92 b 3) Sirius 72 97 a 100 a 100 a 4) Gladium 120 96 a 96 a 93 ab 5) Ricer 200 87 b 83 b 82 c 0d 4,85 0d 6,45 0e 5,05 6) Testemunha C.V.% Dias Após Aplicação Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%. 0= Nenhum controle 100= Controle total das plantas daninhas 1 2 Analisando-se os resultados na tabela 2, observa-se que Grascarb não proporcionou controle eficiente sobre a população de Cyperus esculentus. O tratamento que controlou 100% desta população aos 45 e 70 DAA foi Sirius na dose de 72 ml/ha. Nominee na dose de 125 ml/ha e Gladium na dose de 120 ml/ha proporcionaram controles entre 92 e 93%, enquanto que Ricer na dose de 200ml/ha controlou apenas 82% da população de Cyperus esculentus aos 70 DAA. Tabela 3. Avaliação de fitotoxicidade. Itaqui-RS. Ano agrícola 2006/2007. Tratamento ml ou g P.C./ha % Fitotoxicidade 07 DAA 15 DAA 21 DAA 0 1) Grascarb 5000 8 2 2) Nominee 125 0 0 0 3) Sirius 72 0 0 0 4) Gladium 120 0 0 0 5) Ricer 200 6) Testemunha 0 0 0 0 0 0 Os resultados dos sintomas fitotóxicos demonstraram que os tratamentos, com exceção do tratamento com herbicida Grascarb, não apresentaram fitotoxicidade a cultura do arroz cv. Irga 417. A fitotoxicidade proporcionada pelo herbicida Grascarb é característica do ingrediente ativo propanil, o qual é um dos componentes deste produto. Aos 15 DAA a fitotoxicidade neste tratamento foi de apenas 2% e aos 21 DAA as plantas da cultivar de arroz Irga 417 estavam totalmente recuperadas. Observando-se a Tabela 4, conclui-se que os rendimentos médios de grãos em casca de todos os tratamentos herbicidas foram significativamente superiores a testemunha não tratada, com acréscimos nos rendimentos que variaram de 70,82 sacos por hectare no tratamento com Sirius até 21,84 sacos por hectare no tratamento com Grascarb. Tabela 4. Rendimento de grãos em casca da cultivar Irga 417. Itaqui-RS. Ano agrícola 2006/2007. Tratamento ml ou g P.C./ha Produtividade Kg/ha. Diferença Sc/ha* 1) Grascarb 5000 5967 c 21,84 2) Nominee 125 8173 ab 65,96 3) Sirius 72 8416 a 70,82 4) Gladium 120 8086 ab 64,22 5) Ricer 200 7856 b 59,62 4875 d 0 6) Testemunha * Diferença em sc/ha em relação a testemunha Pelos resultados obtidos e considerando as condições de realização deste experimento concluímos que uma população de 217 plantas de Cyperus esculentus/m2 pode diminuir a produtividade de grãos na cultura do arroz irrigado em até 70, 82 sc/ha e que o tratamento mais eficaz no controle desta planta daninha foi Sirius na dose de 72 ml/ha. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 2. ed. São Paulo: BASF S.A., Tomo1-1997. 641p. GOMES, A. S.; JÚNIOR, A. M. Arroz Irrigado no sul do Brasil. 1 ed. EMBRAPA Informação Tecnológica, Brasília, DF-2004. 899p. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005. 159p. EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM NO CONTROLE DE Echinochloa crusgalli, Aeschynomene denticulata E Cyperus iria. Olavo Gabriel Rossato Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2), José Antonio Annes Marinho(3), Luiz Felipe Thomas(3), Rodrigo Alff Gonçalves(1), Ana Paula Estevo(1), Graciela (1) Castilhos(1). Rafael Friguetto Mezzomo(1) Bolsistas GIPHE/UFSM, e-mail: (2) [email protected]; Professor Dep. De Biologia/UFSM e-mail: [email protected]; (3)FMC Química do Brasil Ltda. O desafio de controlar as plantas daninhas na cultura do arroz irrigado está sendo cada vez maior. O estado do Rio Grande do sul representa cerca de 46 % da área total semeada no Brasil (Atlas sócio econômico do Rio Grande do Sul), e devido a isso os problemas com plantas daninhas tem grande importância. As condições climáticas como temperatura, umidade do solo além de luminosidade abundante presentes nos agroecossistemas das várzeas arrozeiras do Rio Grande do Sul durante o período de desenvolvimento da cultura do arroz, proporcionam condições ótimas para o desenvolvimento de espécies de plantas daninhas (Fleck, 2000), como Capim arroz (Echinochloa spp), Angiquinho (Aeschynomene spp) e Junquinho (Cyperus spp) entre outras. Com intuito de diminuir a interferência das plantas daninhas, e avaliar a eficiência do novo herbicida Pyribenzoxim, conduziu-se este trabalho no município de Dona Francisca/RS, usando diferentes doses dos herbicidas Pyribenzoxim (RET: 07503) e clomazone na safra 2006/2007 (Tabela 1). Tabela 1. Tratamentos e doses de produto comercial aplicados na lavoura de arroz irrigado – UFSM 2006/2007 Tratamentos 1 1 – Testemunha 1 2 – Pyribenzoxim + Óleo mineral 3 – Pyribenzoxim + Óleo mineral 4 – Pyribenzoxim + Óleo mineral 5 – Pyribenzoxim + Óleo mineral 6 – Pyribenzoxim + Clomazone 7 – Pyribenzoxim + Clomazone 8 – Pyribenzoxim + Clomazone 9 – Pyribenzoxim + Clomazone 10 – Penoxsulam + Óleo Mineral 11 – Bispyribac-sodium (padrão) g i. a. ha-1 50 50 50 50 50 + 300 50 + 300 50 + 300 50 + 300 36 40 Doses -1 ml ha de produto comercial 600 + 1000 800 + 1000 1000 + 1000 1200 + 1000 600 + 500 800 + 500 1000 +500 1200 + 500 200 + 1000 150 + 1000 Produto em fase de registro pela FMC. RET: 07503 – Pyribenzoxim 50 gramas de i.a/L de produto comercial O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. As unidades experimentais apresentavam dimensões de 5m x 2m (10m2) sendo considerado para fins de avaliação a parte central da unidade. A semeadura do arroz, cultivar IRGA 417,foi realizada no dia 25 de novembro de 2006 e a aplicação dos herbicidas ocorreu no dia 16 de dezembro de 2006. No momento da aplicação as plantas daninhas se encontravam com duas a três folhas e o arroz apresentava 3 a 4 folhas. Durante a aplicação a temperatura era de 25 graus ºC, a umidade relativa do ar era de 70% e a velocidade do vento de 2,8 Km h-1. Utilizou-se um volume de calda de 180 L ha-1. Para a aplicação utilizou-se um pulverizador costal de precisão, propelido com CO2, com barra equipada com quatro pontas de pulverização contendo bicos XR Teejet 110.02, espaçados de 0,5 m um do outro, operando a 12 psi de pressão. O inicio da irrigação definitiva dos quadros, ocorreu após três dias da aplicação dos tratamentos. A primeira avaliação de controle ocorreu após 10 dias da aplicação dos tratamentos (DAT) e a segunda avaliação 30 DAT. Para a avaliação utilizou-se o método visual baseado em escalas arbitrárias, onde a testemunha sem capina correspondeu a zero (%) de controle e a morte das plantas a 100%. Posteriormente os dados foram submetidos ao teste F para a análise da variância e ao teste de Tukey para a comparação de médias em nível de 1% de probabilidade de erro. Tabela 2: Níveis de controle obtidos aos 10 DAA Tratamentos 1. Testemunha sem herbicida -1 Dose ml ha - Controle (%) Angiquinho Capim Arroz Junquinho 00 b1 00 b 00 b 2. Pyribenzoxim + óleo mineral 600 + 1000 99,5 a 100 a 100 a 3. Pyribenzoxim + óleo mineral 800 + 1000 99,5 a 99,5 a 99,5 a 4. Pyribenzoxim + óleo mineral 1000 + 1000 100 a 100 a 100 a 5. Pyribenzoxim + óleo mineral 1200 + 1000 100 a 100 a 100 a 6. Pyribenzoxim + clomazone 600 + 500 98,75 a 97,5 a 95 a 7. Pyribenzoxim + clomazone 800 + 500 97 a 100 a 96,25 a 8. Pyribenzoxim + clomazone 1000 + 500 99,5 a 99,5 a 96,25 a 9. Pyribenzoxim + clomazone 1200 + 500 98.25 a 100 a 99,5 a 10. Penoxsulam + óleo mineral 200 + 1000 98,25 a 95 a 100 a 11. Bispyribac-sodium+óleo mineral 150 + 1000 99,5 a 100 a 100 a 1 Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey em nível de 1% de probabilidade de erro. Tabela 3. Níveis de controle obtidos aos 30 DAA. Controle (%) Tratamentos 1. Testemunha Dose de produto comercial/ha Angiquinho Capim Arroz Junquinho - 00 c1 00 b 00 c 2. Pyribenzoxim + óleo mineral 600 + 1000 98,75 ab 99,75 a 99,5 ab 3. Pyribenzoxim + óleo mineral 800 + 1000 99,5 a 97,5 a 98,75 ab 4. Pyribenzoxim + óleo mineral 1000 + 1000 100 a 100 a 100 a 5. Pyribenzoxim + óleo mineral 1200 + 1000 100 a 99,5 a 100 a 6. Pyribenzoxim + clomazone 600 + 500 93,25 b 95 a 93,25 b 7. Pyribenzoxim + clomazone 800 + 500 98,5 ab 96,25 a 98,5 ab 8. Pyribenzoxim + clomazone 1000 + 500 99,75 a 99,25 a 99,75 a 9. Pyribenzoxim + clomazone 1200 + 500 100 a 100 a 100 a 10. Penoxsulam + óleo mineral 200 + 1000 100 a 93,25 a 100 a 11. Bispyribac-sodium+óleo mineral 150 + 1000 100 a 99,75 a 100 a 1 Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey em nível de 1% de probabilidade de erro. Tabela 4. Resultados das avaliações para fitointoxicação. Fitointoxicação (%) Tratamentos 1. Testemunha sem herbicida Dose de produto comercial/ha 10 DAA 20 DAA 30 DAA - 0 a¹ 0a 0a 2. Pyribenzoxim + óleo mineral 600 + 1000 0a 0a 0a 3. Pyribenzoxim + óleo mineral 800 + 1000 0a 0a 0a 4. Pyribenzoxim + óleo mineral 1000 + 1000 0a 0a 0a 5. Pyribenzoxim + óleo mineral 1200 + 1000 0a 0a 0a 6. Pyribenzoxim + clomazone 600 + 500 5a 0a 0a 7. Pyribenzoxim + clomazone 800 + 500 5a 0a 0a 8. Pyribenzoxim + clomazone 1000 + 500 5a 0a 0a 9. Pyribenzoxim + clomazone 1200 + 500 5a 0a 0a 10. Penoxsulam + óleo mineral 200 + 1000 0a 0a 0a 11. Bispyribac-sodium+óleo mineral 150 + 1000 0a 0a 0a 1 Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey em nível de 1% de probabilidade de erro. Os resultados experimentais permitem concluir que o herbicida Pyribenzoxim aplicado isolado em doses que variaram de 600 a 1200 ml há1 ou com clomazone (500 -1 mlha , em geral, foi tão eficiente no controle de Aeschynomene denticulata, Echinochloa crusgalli e Cyperus iria quanto os herbicidas Penoxsulam (200 ml ha-1) e Bispyribac-sodium (150 ml ha-1), podendo ser recomendado para programas de manejo destas plantas daninhas na cultura do arroz irrigado. Com relação à fitointoxicação da cultura pelos tratamentos herbicidas, verifica-se que Pyribenzoxim nas doses avaliadas foi seletivo para a cultura. Referências bibliográficas: FLECK, N. G. et al Controle químico seletivo de arroz-vermelho e de capim-arroz em arroz irrigado irrigado utilizando o sistema Clearfield. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRIGADO, 2., e REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 24 ., 2001, Porto Alegre. Site: http://www.scp.rs.gov.br/ATLAS/atlas.asp?menu=264 Palavras-chave: junquinho; capim-arroz; pyribenzoxim GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CULTIVARES DE ARROZ (Oryza sativa L.) RESISTENTES A HERBICIDAS INIBIDORES DA ENZIMA ALS Merotto Jr., A.1; Kalsing, A.1 Roso, A.C.1; Matzenbacher, F.O.1 ; Francesqueit, D.V.1; Faculdade de Agronomia-UFRGS, Av. Bento Gonçalves, 7712. CEP 91501-970. Porto Alegre, RS. Email: [email protected]. As alterações da adaptação diferencial de plantas advindas de hibridização entre variedades cultivadas e tipos silvestres correlatos têm se caracterizado como um assunto controverso. Ausência de variações da adaptação tem sido encontrada em relação ao fluxo gênico envolvendo resistência a herbicidas inibidores da ALS (Thompson et al. 1994; Sibony & Rubin, 2003). Entretanto, muitos destes resultados são contestáveis por não serem realizados com avaliações durante todo o ciclo da planta, na presença de competição entre plantas, utilizando-se linhas isogênicas ou ao menos com grande número de populações e devido a problemas de “linkage” envolvidos no fluxo gênico. Em muitos dos estudos de adaptação foram realizadas simples comparações de características morfológicas de poucos indivíduos advindos de poucas populações resistentes e suscetíveis a certo herbicida. Comparações de características fisiológicas entre isolineas resistentes a herbicidas inibidores de ALS de Lactuca sativa e arabidopsis com seus respectivos tipos silvestres mostraram mesmo km para piruvato da enzima ALS indicando ausência de efeito nos locais catalíticos desta enzima (Eberlein et al, 1999). Entretanto, estes autores encontraram menor inibição de feedback em algumas populações. Similar resultado foi encontrado por Dyer et al. (1993) em Kochia scoparia, que associaram esta alteração com o aumento nas concentrações de aminoácidos de cadeia ramificada nas sementes dos indivíduos resistentes, com conseqüências relacionadas à diminuição da termodormência e a germinação mais rápida em condições de baixas temperaturas. De acordo com Devine & Eberlein (1997), as conseqüências da mutação Pro197 para Ser197 resultam em alteração no referido processo enquanto que a mutação Pro197 para His197 não causa tal efeito na cinética da enzima ALS, sugerindo que a alteração da adaptação é um processo associado com específicas mutações do gene ALS. Desta forma, em adição à perda da possibilidade de controle do arroz vermelho através de herbicidas seletivos, o fluxo gênico da resistência a herbicidas ALS pode também resultar alteração do padrão de germinação do arroz vermelho, constituindo-se assim um novo fator na dinâmica de populações desta planta daninha. O objetivo deste trabalho foi avaliar alterações do padrão de germinação de cultivares resistentes e suscetíveis a herbicidas inibidores da ALS. O presente trabalho foi conduzido no Laboratório da Flora Ruderal (LAFLOR), pertencente ao Departamento de Plantas de Lavoura da Faculdade de Agronomia da UFRGS. Os tratamentos constaram da exposição à germinação de sementes de quatro cultivares de arroz (Oryza sativa L.) sob quatro regimes de temperatura contínua, com cinco repetições. As cultivares avaliadas foram IRGA 422 CL, Puita INTA CL e Sator CL resistentes aos herbicidas do grupo das Imidazolinonas e a cultivar IRGA 417, suscetível a este grupo de herbicidas. As temperaturas as quais as sementes foram expostas para germinação foram 15°C, 20°C, 25 e 30°C. Os tratamentos foram instalados em câmaras BOD com a presença de luz. As sementes foram selecionadas com o uso de uma lupa de mão, separando-se àquelas visivelmente mal formadas, seguindo-se uma desinfestação com solução de hipoclorito de sódio com cerca de 1% de cloro nascente. Logo a seguir, as sementes foram lavadas em água destilada. Lotes de cem sementes, assim tratadas, foram envoltos por substrato tipo papel germinador umedecido, sob a forma de rolos, e, posicionados verticalmente no interior de recipientes com capacidade para 10.000 ml. A umidade dos substratos foi mantida por sub-irrigação, conservando-se uma lâmina de água destilada com aproximadamente 5 cm no interior dos recipientes. Diariamente, no início da manhã e fim da tarde, os substratos foram desenrolados para a contagem do número de sementes germinadas. A emergência da radícula, numa extensão de mais da metade da semente, foi o critério usado para definição da germinação. Para cada tratamento, avaliaram-se o percentual acumulativo de sementes germinadas (PASG) por avaliação e o índice de velocidade de germinação (IVG), segundo a metodologia proposta por Maguire (1962), onde IVG = G1/H1 + G2/H2 + ... + Gn/Hn, em que: IVG = índice de velocidade de germinação; G1, G2, ... Gn = número de sementes germinadas, computadas na primeira, segunda, ... última contagem; H1, H2,... Hn = número de dias da semeadura à primeira, segunda,... última contagem. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em esquema fatorial. O ensaio foi repetido duas vezes. Os resultados referentes ao PASG em 96 horas após a semeadura foram submetidos à análise de variância, e a comparação de médias foi realizada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A cultivar Puita INTA CL apresentou germinação mais rápida que as demais cultivares quando submetidas a temperatura de 20 ºC (Figura 1a). Sob temperatura de 25 ºC esta diferença diminuiu (Figura 1b), e na temperatura de 30 ºC todas as cultivares apresentaram rápida e igual germinação (Figura 1c). Não foram observadas sementes germinadas de nenhuma das cultivares avaliadas quando submetidas a temperatura de 15 ºC. O índice de velocidade de germinação demonstrou semelhante padrão de germinação entre as cultivares avaliadas tanto a 20 º (Figura 2) quanto a 25 ºC. As maiores diferenças em relação ao PASG e ao IVG aconteceram em 96 horas após a semeadura (Figura 1 e 2). Nesta avaliação, a cultivar Puita INTA CL demonstrou mais rápida germinação em relação a cultivar IRGA 417. Deste modo, evidencia-se que a cultivar Puita INTA CL resistente a herbicidas inibidores da ALS apresentou germinação mais rápida que a cultivar suscetível IRGA 417, e que este efeito foi mais pronunciado sob temperatura de 20 ºC. Considerando a possível ocorrência de fluxo gênico entre cultivares de arroz resistentes a herbicidas inibidores da ALS e a planta daninha arroz vermelho, a diferente velocidade de germinação de indivíduos resistentes pode resultar em alteração das relações de estabelecimento e competição entre plantas. Duas conseqüências podem resultar da germinação mais rápida em condições de baixas temperaturas de um ecótipo de arroz vermelho. Primeiramente, a mais rápida germinação do ecótipo resistente pode resultar em prematura eliminação pelo preparo do solo ou por práticas de controle de plantas daninhas anteriormente a semeadura da cultura. Alternativamente, o ecótipo resistente pode tornar-se competitivamente dominante devido a sua rápida emergência e conseqüente maior dominância em relação a indivíduos suscetíveis. Referências Bibliográficas DEVINE, M. D., EBERLEIN, C. V. 1997. Physiological, biochemical and molecular aspects of herbicide resistance based on alterated target site. In: ROE, R. M., BURTON, J. D., KUHR, R. J. Herbicide activity: toxicology, biochemistry and molecular biology. IOS Press, Amsterdan, p. 159-185. DYER, W.E., P.W. CHEE, P.K. FAY. 1993. Rapid germination of sulfonylurea-resistant Kochia scoparia L. accessions is associated with elevated seed levels of branched chain amino acids. Weed Science, v.41:18-22. EBERLEIN, C.V., M.J. GUTTIERI, P.H. BERGER, J.K. FELLMAN, C.A. MALLORY-SMITH, D.C. THILL, R.J. BAERG, W.R. BELKNAP. 1999. Physiological consequences of mutation for ALS-inhibitor resistance. Weed Science 47:383-392. MAGUIRE, J. D. 1962. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedlings emergence and vigor. Crop Science, v. 2, n. 1, p. 176-177. SIBONY, M., B. RUBIN. 2003. The ecological fitness of ALS-resistant Amaranthus retroflexus and multiple-resistant Amaranthus blitoides. Weed Research, 43:40-47. THOMPSON, C.R., D.C. THILL, and B. SHAFII. 1994. Growth and competitiveness of sulfonilurae-resistant and -susceptible Kochia (Kochia scoparia). Weed Science 42:172179. 120 G erm inação acum u lad a (% ) Germinação acumulada (%) 120 100 80 60 IRGA 417 IRGA 422 CL 40 Sator CL 20 Puita CL 100 80 60 IRGA 417 IRGA 422 CL 40 Sator CL Puita CL 20 0 0 25 50 75 100 125 150 175 25 200 50 75 100 125 150 175 200 Horas após a sem eadura Horas após a sem eadura G erm in a ç ão a cu m u la d a (% ) 120 100 80 60 IRGA 417 40 IRGA 422 CL Sator CL 20 Puita CL 0 25 50 75 100 125 150 175 200 Horas após a sem eadura Figura 1 - Germinação acumulada (GA) de diferentes cultivares de arroz submetidas à temperatura contínua de 20 °C (a), 25 °C (b) e 30 ºC (c). 70 70 60 IRGA 417 50 IRGA 422 CL 40 Sat or CL 30 Puit a CL 20 60 IRGA 417 50 IRGA 422 CL 40 Sat or CL 30 Puita CL 20 10 10 0 25 50 75 100 125 150 175 200 0 25 50 75 100 Horas 125 150 175 200 Horas Figura 2 - Índice de velocidade de germinação (IVG) de diferentes cultivares de arroz submetidas à temperatura contínua de 20° C (a) e 25° C (b). Tabela 1 – Germinação acumulada de cultivares de arroz avaliada 96 horas após a deposição das sementes para germinação em papel sob temperatura contínua de 20 ºC. Cultivar * Tukey, 5% Germinação (%) IRGA 417 34,3 c* IRGA 422 CL 48,9 ab Puita CL 78,5 a Sator CL 39,1 ac CROSS-RESISTANCE TO ALL ALS-INHIBITING HERBICIDE GROUPS AND PHYLOGENETIC RELATIONSHIP OF ALS GENE IN Cyperus difformis L. Aldo Merotto Jr(1), Marie Jasieniuk(2), Albert J. Fischer(2). (1) UFRGS, Faculdade de Agronomia. Av. Bento Goncalves, 7712. Cep 90501-970. Porto Alegre, RS. Email: [email protected] (2) UCDavis, Plant Science Department. Davis, CA, USA. Resistance (R) of Cyperus difformis L. (CYPDI, smallflower umbrella sedge) to ALS (acetolactate synthase)- inhibiting herbicides is a classical example of rapid evolution of herbicide-R. Only after four consecutive seasons of bensulfuron-methyl (ALS inhibitor) use in California (CA) rice areas, resistant biotypes of CYPDI were found in two rice fields of the Sacramento valley. After that, ALS-R in CYPDI had evolved in several fields all over CA rice area. Mechanism of resistance to ALS-inhibitors is described as target site for one biotype (Osuna et al. 2002). However, the mechanism of R in biotypes where additional patterns of cross-R occurs in not known. In addition, the specific mutation resulting in the target site R in CYPDI is not understood. There is no molecular information available regarding genes sequences for CYPDY or other Cyperaceae and the ploidy level for CIPDY is not known either. Molecular and crossing studies using the ALS–R as a marker indicate that this species is highly selfing (Merotto Jr., in press). Development of curative and preventive strategies for R management require knowledge of the cross-resistance patterns of ALSresistant CYPDI, the mechanism of resistance, and the molecular basis of the resistance. Based on this knowledge, correct diagnostic of resistance evolution can be developed, and mainly, adequate herbicide usage programs can be projected for current or news ALSinhibitors. The objectives of this study were to: i) assess the cross-R patterns for all five ALSinhibiting herbicide classes in CYPDI; ii) investigate the mechanism of R using biochemical and molecular approaches; iii) analyze the phylogenetic relationship of the ALS gene from CYPDI with that of other plant species reported in the literature. Four CYPDI biotypes were used for the determination of cross-R patterns among ALS -inhibiting herbicides. Seeds from the IR biotype were collected in Northern Italy (Po Valley) and seeds from WA, BI and AS biotypes were collected in California’s Northern Sacramento Valley. Cross-R to the ALS-inhibiting herbicides was performed at whole-plant level and through an “in vitro” ALS enzyme activity assay. The four-parameter logistic model was fitted to the data through the “drc” package from “R” program. Leaf samples from the same plants used for the ALS activity assay were individually collected for total DNA extraction through the CTAB protocol and RNA extraction using the RNeasy Plant mini kit (Qiagen). Eighteen regular and degenerated oligonucleotide primers for polymerase chain reaction (PCR) amplification were designed based on the nucleotide sequences from ALS genes available in the GenBank database. Standard PCR amplifications were carried out in a total volume of 15 µl. A degenerated oligonucleotide primer produced a clear 551 bp correspondent to the expected fragment size. Sequencing of this fragment was done by the BigDye Terminator v3.1 Cycle sequencing in an ABI PRISM 3100 DNA Analyser. Two chromosome walking and a RACE (Rapid Amplification of cDNA Ends) procedures were conducted in order to obtain the remaining 5’ sequence of the ALS gene. The partial sequences obtained with these fragments were arranged in an unified contig of 1709 bp (Figure 1) that has been deposited in the GenBank database under the accession number EF061294. A phylogenetic analysis was performed among the found CYPDI ALS gene sequence and the sequences used for primer designing based on a 350 bp using the PHYLIP software. The herbicide cross-R evaluated at enzymatic level through the “in vivo” ALS assay indicated that the WA biotype was resistant to all herbicides tested. The IR biotype was susceptible to halosulfuron-methyl and moderately resistant to bispyribac-sodium and penoxsulam (Table 1). These results are in agreement with the whole-plant assay (Table 1). Resistance to ALS-inhibitors in biotypes IR and WA is due to a target site related mechanism. The reduced sensitivity of their ALS enzyme may be due to a mutation on the ALS gene or to an over expression of this gene. The susceptibility to herbicide halosulfuronmethyl exhibited by the IR biotype suggests that ALS overexpression is not the Rmechanism. Because the ALS “in vitro” assay indicated that a target site modification could be the cause of R in the WA and IR biotypes we attempted to isolate and sequence the ALS gene. Since no information was available regarding the DNA sequence of the ALS gene for CYPDI nor for any other Cyperaceae, a set of degenerated primers were designed. An analysis of the obtained sequence (Figure 1) corresponding to the “A” region of ALS gene shows a GC content of 71%, which could have caused of difficulties encountered in the amplification of this region. The ALS gene sequence obtained for CYPD in this study (Figure 1) corresponds to a 1709 bp coding region and is equivalent to the 609 to 2317 nucleotide position in the standard Arabidopsis ALS gene sequence X51514. However, the nucleotide and amino acids sequences did not vary within the 4 biotypes analyzed. Therefore, is expected that more than one ALS gene is present in CYPDI because at least three different nucleotide sequences should be obtained considering the different pattern of herbicide cross-R found in the biotypes IR and WA and the wild-type AS. Several studies had also found multiple copies of ALS gene in a complex organization of herbicide R in diploid and polyploidy plant species (White et al., 2003; Kolkman et al., 2004; Warwick et al. (2005). The phylogenetic analysis among the obtained CYPDI ALS gene and several mono and dicotiledoneae species revealed that there is no similarity among these species (Figure 2). There is also no similarity between the obtained CYPDI ALS gene and those from species where more than one gene is present (data do not shown). Target-site herbicide-R exists in CYPDI to all groups of ALS –inhibiting herbicides. Cross-R to all ALS inhibiting herbicides is variable among two CYPDI biotypes studied. This variability is possibly caused by different mutations of the ALS gene or different mechanisms of R. The obtained ALS gene of CYPDI is not homologous to Poaceae or to other dicotiledoneous species evaluated. Literature cited Osuna, M.D.; Vidotto; F.; Fischer, A.J.; Bayer; D.E.; De Prado, R.; Ferrero; A. 2002. Crossresistance to bispyribac-sodium and bensulfuron-methyl in Echinochloa phyllopogon and Cyperus difformis. Pesticide Biochemistry and Physiology 73:9-17 Kolkman, J. M.; Slabaugh, M. B.; Bruniard, J. M.; Berry, S.; Bushman, B. S.; Olungu, C.; Maes, N.; Abratti, G.; Zambelli, A.; Miller, J. F.; Leon, A.; Knapp, S. J. 2004. Acetohydroxyacid synthase mutation conferring resistance to imidazolinone or sulfonylurea herbicides in sunflower. Theoretical and Applied Genetics, 109:1147-1159. Warwick, S. I.; Sauder, C.; Beckie, H. J. 2005. Resistance in Canadian biotypes of wild mustard (Sinapsis arvensis) to acetolactate synthase inhibiting herbicides. Weed Science, 53:631-639. White, A. D.; Graham, M. A.; Owen, M. D. K. 2003. Isolation of acetolactate synthase homologs in common sunflower. Weed Science, 51:845-853. Table 1 - Resistance index (RI, ratio of I50 values) relative to the wild-type AS biotype of three CYPDI biotypes based on the log-logistic equation of dose-response curves of CYPDY aboveground freshweight and ALS enzyme activity as a function of ALS -inhibiting herbicides. Herbicide/Biotype IR WA BI FreshALS FreshALS FreshALS weight activity weight activity weight activity Bensulfuron-methyl 15* 526.3* 10.01 * 552.8* 1.7* 2.3ns Imazethapyr 7.2* 46,0** 6.7* 11.1** 1.76* 0.7 ns Bispyribac-Na 6.1* 4.7* 16.4* 25.9* 0.9ns 1.7ns Penoxsulam 2.3* 7.5 ns 11.1* 354.4* 1.0ns 3.6ns Propoxycarbazone-Na 17.6* 32.0** 19.4* 167.4** 1.1ns 1.0 ns Halosulfuron-methyl 1.3ns 2.0** 16.7 * 148.6* 0.6ns 0.6 ns ns IR5878 17.1* 10655** 22.0* 21000* 0.97 3.0* ns * significant to P<0.05; ** significant to P<0.01; no significative (P<0.05) 2 1 61 121 181 241 301 361 421 481 541 601 661 721 781 841 901 961 1021 1081 1141 1201 1261 1321 1381 1441 1501 1561 1621 1681 GATGTTCTCGTTGAGGTTCTCGAGAGACAAGGTGTCACCGATGTCTTCGCCTATCCAGGC D V L V E V L E R Q G V T D V F A Y P G GGAGCCTCCATGGAAATTCACCAAGCCCTTACGAGGTCTCCTGTCATAGACAATCACCTC G A S M E I H Q A L T R S P V I D N H L TTGAGGCATGGACAGGGAGAGTCCTTCGCGGCCTCCGGCTATGCGCGCTCTACCGGCAAG L R H G Q G E S F A A S G Y A R S T G K GCTGGGGTTTGTGTGGCCACATCCGGGCCCGGAGCAACGAATCTCGTCTCTGCTCTTGCT A G V C V A T S G P G A T N L V S A L A GATGCATTGCTTGATTCAGTTCCTATGGTCGCAATCACTGGACAGGTCCCTCGTCGCATG D A L L D S V P M V A I T G Q V P R R M ATTGGTACCGAGGCGTTTCAGGAGACCCCAATTGTTGAAGTGACTCGTTCCATAACAAAG I G T E A F Q E T P I V E V T R S I T K CACAACTATCTTGTACTCGACGTAGATGACATACCTCGCATCATCAAAGAGGCATTTTTC H N Y L V L D V D D I P R I I K E A F F TTGGCCACTTCAGGCCGTCCGGGACCCGTTTTGGTCGACATTCCAAAGGACATTCAACAA L A T S G R P G P V L V D I P K D I Q Q CAATTGGCTGTACCAGTGTGGGACACACCAATGCGCCTTCCAGGATACACCTCTCGCCTG Q L A V P V W D T P M R L P G Y T S R L CCAAAGCAACCTGAAGACAACCAGCTTGATCAGATAATCCGTCTTGTTTCTGAATCAAAG P K Q P E D N Q L D Q I I R L V S E S K CGGCCAGTGTTGTATGTAGGAGGCGGATGTGCCAACTCGGGTGCAGAGTTGAAACGATTT R P V L Y V G G G C A N S G A E L K R F GTGGAGCTAACGGGTATACCTGTTACTACTACCTTGATGGGTCTTGGTAACTTCCCCTGC V E L T G I P V T T T L M G L G N F P C GACGAGCCACTGTGTCTGCGCTTGTTGGGGATGCATGGCACTGTATATGCAAATTATGCA D E P L C L R L L G M H G T V Y A N Y A GTTGACAAAGCAGATCTGTTGTTAGCCTTTGGGGTGAGATTTGATGATCGTGTTACTGGA V D K A D L L L A F G V R F D D R V T G AAGCTTGAGGCATTTGCTAGTCGCTCTAAAATTGTGCACATAGATATTGACCCAGCTGAA K L E A F A S R S K I V H I D I D P A E ATTGGCAAGAATAAACAACCACACGTGTCGATCTGTGCAGACGTCAAACCTGCTTTGCAA I G K N K Q P H V S I C A D V K P A L Q GGCATGAACCAAATACTGGAGTCTAGTGGGGTGCACAAAAAATTGGATTTTTCTAGTTGG G M N Q I L E S S G V H K K L D F S S W AGGGCTGAACTGGATGAGCAAAAGAAAACATACCCATTAAGCTACAAAACTTTTGGAGAG R A E L D E Q K K T Y P L S Y K T F G E GAAATTCCCCCACAGTACGCCATCCAGGTGCTTGATGAATTGACCAACGGAGAAGCAATT E I P P Q Y A I Q V L D E L T N G E A I ATAAGCACAGGTGTCGGTCAGCACCAAATGTGGGCTGCACAGTATTACAACTATAAGAGA I S T G V G Q H Q M W A A Q Y Y N Y K R CCTCGTCAGTGGCTTTCCAGTTCAGGTTTGGGTGCCATGGGTTTCGGGTTACCTGCAGCT P R Q W L S S S G L G A M G F G L P A A GCTGGGGCTGCAGTGGGAAACCCGGGTGTTACTGTGGTTGACATAAACGGTGATGGTTCC A G A A V G N P G V T V V D I N G D G S TTCCTGATGAATATCCAAGAGCTTGCCATGATAAAGGTGGAGAACCTACCTGTCAAGACC F L M N I Q E L A M I K V E N L P V K T ATGGTGTTGAACAACCAACACTTGGGAATGGTGGTACAATGGGAGGACCGGTTTTACAAG M V L N N Q H L G M V V Q W E D R F Y K GCCAACCGGGCACACACCTACTTAGGTAACCCGGCTAATGAGGAGCAGATATATCCTGAT A N R A H T Y L G N P A N E E Q I Y P D TTTGTCAAGATAGCTGAAGGTTTCGGTGTACCTGCAGCACGTGTTACAAGGAGGAGTGAG F V K I A E G F G V P A A R V T R R S E GTCCGAGAGGCAGTGAGGATAATGTTGGATACACCAGGCCCATACCTGCTGGATGTGATC V R E A V R I M L D T P G P Y L L D V I GTACCGCATCAGGAGCATGTCTTGCCAATGATTCCAAGTGGAGGGGCATTCAAGGATATG V P H Q E H V L P M I P S G G A F K D M ATAACGGATGGAGATGGCCGGACCCTATA 1709 I T D G D G R T L 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960 1020 1080 1140 1200 1260 1320 1380 Figure 1 – Nucleotide and deduced amino acid of ALS gene form CYPDI. Underline sequence indicate highly conserved sequences of plants ALS gene. Bordered and shaded regions indicate the six point-mutation causing R to ALS inhibitors herbicides. GenBank accession number EF061294. 1440 1500 1560 1620 1680 CYPDI BRSNN 72 RAPRA 96 ARBTH 98 CMAMI 79 XANSI 74 HELAN 34 AMARE 100 25 NIOTA 47 GOSHI ZEAMX 100 ORYSA 86 LOLMU 58 Figure 2 – Strict consensus phylogenetic tree of ALS gene flanking the region A where the domains C, A and D are located. Numbers refers to the percentage bootstrap support for the groups to the right. TRIAE 78 BROTE 3 ALTERNATIVAS DE UTILIZAÇÃO DE ÁREAS DE ARROZ IRRIGADO APÓS O ® USO DO SISTEMA CLEARFIELD Luis Antonio de Avila(1), Gustavo Mack Teló(1), Enio Marchesan(1), Sérgio Luiz de Oliveira Machado(2), Rafael Bruck Ferreira(1), Getúlio Rigão Filho(1). 1Departamento de Fitotecnia\CCR, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. 2Departamento de Defesa Fitossanitária da UFSM. e-mail: [email protected]. O sistema Clearfield® de produção de arroz irrigado, que prevê a utilização de cultivar tolerante a herbicidas do grupo das imidazolinonas, e do herbicida Only® (mistura formulada de imazethapyr e imazapic, 75 e 25 g ia L-1, respectivamente), está em cultivo oficial no Rio Grande do Sul (RS) há quatro anos. A larga utilização deste sistema se deve a sua eficiência no controle seletivo do arroz-vermelho. O sistema prevê a utilização da tecnologia por até dois anos consecutivos e após rotação com outro sistema. No entanto, devido às limitações que os cultivos alternativos têm nas áreas de várzea, e as dificuldades de alternar áreas de cultivo, o produtor acaba tendo como única opção o retorno com o sistema de produção de arroz convencional. Como este sistema é recente no Brasil, faltam informações sobre como migrar do Sistema Clearfield® para o sistema convencional de cultivo de arroz irrigado, com o mínimo de efeito negativo sobre a cultura em rotação. Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar manejos de cultivo de arroz em áreas utilizadas com o Sistema Clearfield® visando manter a sustentabilidade desta tecnologia. O experimento foi instalado em área de várzea sistematizada da Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria, RS) e conduzido no ano agrícola 2006/07. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, em esquema fatorial, com 3 repetições. O fator A foi representado pelas cultivares de arroz (BR-IRGA 409, IRGA 417, IRGA 422CL e BRS 7 “TAIM”). O fator B foi composto por duas formas de manejo nas safras anteriores à realização do experimento: 1) duas safras agrícolas com o uso do Sistema Clearfield® usando o herbicida Only® na dose de 1 L ha-1 em pós-emergência (POS) e uma safra com cultivo de arroz não tolerante, sem aplicação de herbicida Only® (2CL + 1 CON); 2) três safras agrícolas com o uso do Sistema Clearfield® na dose de 1 L ha-1 de Only® em POS (3 CL). O fator C foi representado por diferentes herbicidas aplicados na safra 2006/07 (Tabela 1). O manejo da cultura foi realizada segundo recomendações da pesquisa (SOSBAI, 2005). A emergência ocorreu no dia 01/11/2006. A aplicação dos herbicidas ocorreu aos 16 dias após a emergência (DAE). Quanto ao estande inicial de plantas (dados não mostrados), não houve diferença estatística entre as cultivares estudadas, os manejos da área nas safras anteriores e os herbicidas aplicados na safra 2006/07, indicando que estes fatores não afetaram a emergência das plantas, sendo a média de 177 plantas m-2. Para a produtividade de grãos (Tabela 1), na área com 2CL + 1CON não houve diferença entre as cultivares testadas e nem entre os diferentes herbicidas aplicados na safra de 2006/07, com produtividade média na área de 8.663 kg ha-1. Na área com 3CL observou-se diferença na produtividade entre as cultivares, porém não entre os diferentes herbicidas aplicados na safra 2006/07. A cultivar IRGA 422 CL, apresentou produtividade até 30% maior do que as outras cultivares. A menor produtividade das cultivares não tolerantes as imidazolinonas está relacionada ao efeito residual do herbicida no solo, o que afetou o desenvolvimento das plantas, conforme já relatado por Villa et al (2006) que observaram morte de plantas de cultivar não tolerante, após um ano de uso do sistema Clearfield. Dados similares aos encontrados por ZHANG et al. (2002) que verificaram reduções de até 41% na produtividade do arroz. Análise comparativa entre as áreas com 2CL+1CON e 3CL, demonstrou que o tratamento sem aplicação de Only® por um ano, apresentou produtividade 35% maior, indicando assim menor efeito residual do herbicida no solo nesse manejo. Segundo alguns autores (DONALDA, 2006; RENNER et al., 1998), os herbicidas do grupo das imidazolinonas podem apresentar residual no solo por até dois anos em solo de várzeas. Tabela 1- Produtividade de grãos e fitotoxicidade de plantas em quatro cultivares de arroz irrigado, submetido a cinco herbicidas pós-emergência em dois manejo de áreas de cultivo após o uso do ® Sistema Clearfield . Santa Maria, RS. 2007. Fitotoxicidade (%) Produtividade de grãos -1 (kg ha ) 21 DAE1 40 DAE 2 CL + 2CL + 2CL + 3 CL3 3 CL 3 CL 2 Cultivar 1 CV 1 CV 1 CV ns ns ns BR-IRGA 409 8.795 5.121 b 20 74 a 11 69 a IRGA 417 8.620 4.989 b 26 80 a 19 73 a IRGA 422 CL 8.632 7.277 a 13 17 b 6 8 b BRS 7 “TAIM” 8.609 5.088 b 23 81 a 16 71 a 4,5 Tratamentos ns ns Testemunha 8.899 5.959 0 d 55 c 0 c 48 c ® Nominee 8.655 5.981 28 ab 67 ab 19 a 60 a ® ® Gamit + Propanil 8.806 5.728 33 a 72 a 18 a 60 a ® Clincher 8.518 5.016 15 c 59 bc 8 b 53 b ® 8.564 5.252 23 cd 64 bc 18 a 56 a Facet PM ® Ricer 8.524 5.776 25 b 64 bc 18 a 59 a Média A 8.663 B 5.619 B 21 A 63 B 13 A 55 C.V. % 15,7 13,3 17,7 1 2 ® Dias após a emergência das plantas; Área semeada cultivada por dois anos do Sistema Clearfield 3 (2003\04 e 2004\05) e um ano com o Cultivo Convencional (safra 2005\06); Área cultivada por três anos seguidos com o Sistema Clearfield® (2003\04, 2004\05 e 2005\06); 4Aplicação em pós-emergência com o arroz no estádio de V5 (COUNCE et al., 2000); 5Doses dos herbicidas: Nominee = 120 ml ha-1, Gamit + Propanil = 0,6 L ha-1 + 5,0 L ha-1, Clincher = 1,5 L ha-1, Facet = 0,75 L ha-1 e Ricer = 200 ml ha1 ns ; Teste F não significativo em nível de 5% de probabilidade de erro; * Médias seguidas de diferentes letras minúscula na coluna e letra maiúscula na linha, diferem entre si pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. A avaliação de fitotoxicidade foi realizada em três períodos durante o desenvolvimento da cultura. Na primeira avaliação (15 DAE) (dados não mostrados), realizada antes do início da irrigação e da aplicação dos herbicidas, somente na área com 3CL, foi observada fitotoxicidade em todas as cultivares, sendo maior para as cultivares não tolerantes a imidazolinonas (BR-IRGA 409, IRGA 417 e BRS 7 “TAIM”). BALL et al. (2003), enfatiza que pode haver fitotoxicidade decorrente do residual do herbicida no solo dependendo da cultura sucessora. Para o manejo com 2CL+1CON, não foi observada diferença entre as cultivares após o início da irrigação. Em relação aos herbicidas aplicados em 2006/07, a fitotoxicidade foi maior para os tratamentos com Gamit® + Propanil® e Nominee®. Na avaliação aos 40 DAE houve redução na fitotoxicidade das plantas para todos os herbicidas aplicados. Enquanto que o manejo com três safras consecutivas do Sistema Clearfield® observou-se aumento na fitotoxicidade após o início da irrigação, com menores valores para IRGA 422 CL. A fitotoxidade apresentada neste manejo também foi influenciada pela aplicação dos herbicidas em 2006/07 na área, sendo maior a fitotoxicidade nos tratamentos com Gamit® + Propanil® e Nominee®. Os resultados sinalizam que o cultivo de arroz irrigado após o uso do Sistema Clearfield® por dois anos, requer, pelo menos, uma safra agrícola sem o uso do sistema, para evitar que o residual do herbicida Only® afete a produtividade do arroz não tolerante. Quanto ao uso de herbicidas não pertencentes ao grupo das imidazolinonas, quando retorna-se ao sistema convencional com cultivares não tolerantes não foi verificado diferença de produtividade nem entre os herbicidas e nem entre as cultivares. Porém devese dar preferência para o uso de herbicidas que não sejam inibidores de ALS, alternandose, assim modos de ação de herbicidas, reduzindo-se a probabilidade de ocorrência de plantas daninhas resistentes a esse grupo de herbicidas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALL, D.A., et al. Effect of imazamox soil persistence on dryland rotational crops. Weed Technology, v.17, n.1, p.161-165, 2003. COUNCE, P. A., et al. A uniform, objective and adaptive system for expressing rice development. Crop Science, n. 40, 436-443, 2000. DONALDA, W. Estimated corn yields using either weed cover or rated control after preemergence herbicides. Weed Science, vol. 54, n. 2, pag. 373-379, 2006. RENNER, K.A., et al. Effect of tillage application method on corn (Zea mays) response to imidazolinone residues in soil. Weed Technology, v.12, n.2, p.281-285, 1998. SOSBAI; ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da pesquisa para o sul do Brasil / Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado; IV Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, XXVI Reunião da Cultura do Arroz Irrigado. Santa Maria p.57-58, 2005. VILLA, S.C.C., et al. Arroz tolerante a imidazolinonas: Controle do arroz-vermelho, fluxo gênico e efeito residual do herbicida em culturas sucessoras não-tolerantes. Planta Daninha, Viçosa, MG, v.24,n.43,p.762-768, 2006. ZHANG W. et al. Rice (Oryza sativa) response to rotational crop and rice herbicide combinations. Weed Technology, v.16, p.340–345, 2002. Agradecimento: Ao Grupo de Pesquisa em Arroz e Uso Alternativo de Várzea da UFSM, pelo apoio na realização do trabalho. EFEITO RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DE IMAZETHAPYR COM IMAZAPIC EM GENÓTIPO DE ARROZ NÃO TOLERANTE, SEMEADO 371 E 705 DIAS APÓS A APLICAÇÃO Enio Marchesan(1), Mara Grohs(1), Fernando Machado dos Santos(1), Paulo Fabrício Sachet Massoni(1), Alejandro Fausto Kraemer(1), Gustavo Mack Teló(1), Luis Antonio de Avila(1), Sérgio Luiz de Oliveira Machado(2). 1Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 97.105-900, Santa Maria, RS, Brasil, 2Departamento de Defesa Fitossanitária da UFSM. E-mail: [email protected]. O arroz-vermelho é a planta daninha de maior dificuldade de controle em lavouras de arroz devido suas semelhanças fisiológicas e bioquímicas com o arroz cultivado. Como alternativa tecnológica, foi desenvolvido o Sistema Clearfield® que utiliza sementes de arroz tolerantes a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas (Croughan, 1996). No entanto, tais herbicidas têm efeito residual prolongado restringindo o uso de culturas ou genótipos de arroz não tolerantes perante a possibilidade de fitotoxicidade em cultivos subseqüentes (Loux et al., 1989; Loux & Reese, 1993). Em vista do exposto, o objetivo do trabalho foi avaliar os danos causados pelo residual da mistura formulada de imazethapyr com imazapic (Only) em genótipo de arroz não tolerante, semeado 371 e 705 dias após a aspersão do herbicida (DAA). O experimento foi conduzido em área de várzea sistematizada do Departamento de Fitotecnia da UFSM, em um Planossolo Hidromórfico Eutrófico arênico, nos anos agrícolas 2005/06 e 2006/07. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com cinco repetições, sendo que os tratamentos foram aplicados na safra 2004/05 usando-se como genótipo tolerante ‘IRGA 422 CL’. O intervalo entre a aplicação do herbicida e as semeaduras do genótipo não tolerante ‘IRGA 417’ foram de 371 e 705 dias, respectivamente para as safras agrícolas de 2005/06 e 2006/07. Os tratamentos constaram de aplicações da mistura formulada de imazethapyr e imazapic (75 g L-1 + 25 g L-1) nas dosagens de 1,0 L ha-1 em pré-emergência (PRE); 1,0 L ha-1 em pós-emergência (POS); 0,7 L ha-1 em PRE seguido de 0,7 L ha-1 em pós-emergência e um tratamento sem herbicida (testemunha). Nas duas safras, o genótipo não tolerante ‘IRGA 417’ foi semeado na resteva do ano anterior sob plantio direto, espaçado de 0,17 m uma linha da outra e na densidade de 110 kg ha-1. A fitotoxicidade do herbicida no genótipo não tolerante ‘IRGA 417’ variou de 64 a 89% na avaliação aos 371 DAA do herbicida (Figura 1), exceto na testemunha. Comparando os tratamentos, a aplicação de 1,0 L ha-1 em PRE proporcionou a menor fitotoxicidade em relação às aplicações em POS e fracionadas. Isto pode ser um indicativo de que o maior período de biodegradação do herbicida em ambiente aeróbico, verificado durante os dias decorridos entre a aplicação do herbicida em PRE e a inundação do cultivo, na safra 2004/05, contribuiu para a diminuição do residual, acarretando menor efeito fitotóxico sobre as plantas não tolerantes. Como conseqüência direta da elevada fitotoxicidade, foi observada morte precoce de plântulas, prejudicando o estande inicial, independente da época e dosagem do herbicida, com redução média de 36% na população de plantas (Tabela 1) em comparação com a testemunha, cujo estande foi de 295 plantas m-2. Além disso, o efeito fitotóxico causou um atraso na emissão de perfilhos, expresso na avaliação de colmos por planta, aos 29 DAE. Porém, na avaliação realizada aos 49 DAE as plantas haviam se recuperando das injúrias iniciais não demonstrando diferenças significativas entre a testemunha e o restante dos tratamentos. No entanto, a demora de recuperação das plantas, evidenciada pelo atraso na emissão de perfilhos, refletiu-se em menor número de panículas emitidas pelos tratamentos onde foi aplicado o herbicida, o que proporcionou redução média de produtividade de 50%, quando comparados com a testemunha, confirmando resultados de Grymes et al. (1995) e Zhang et al. (2002), onde Fitotoxicidade (%) para imazethapyr houve redução de 20 e 44% na produtividade do genótipo não tolerante um ano após a aplicação do herbicida. Na safra 2006/07, os resultados demonstram que mesmo 705 DAA havia quantidade de produto herbicida no solo em quantidade suficiente para causar fitotoxicidade às plantas de arroz não tolerantes (Figura 1), no entanto, com valores bem abaixo dos observados no primeiro ano (23 a 36%). Semelhante a safra anterior (2005/06), o tratamento com aplicação de 1,0 L ha-1 em PRE demonstrou a menor fitotoxicidade. Observou-se que houve redução de 33% do estande inicial comparando o tratamento de aplicação em POS e a testemunha. Contudo, a avaliação de colmos por planta não apresentou diferença entre tratamentos, constatando uma capacidade de compensação neste componente de produtividade de grãos. Não serão apresentados dados de produtividade de grãos, devido à alta infestação de arroz-vermelho das parcelas, em função de não ter sido aplicado herbicida para controle. Assim, o tempo decorrido entre a aplicação do herbicida e o início da irrigação é um importante fator na redução do residual do herbicida no solo com reflexo positivo no estande e produtividade do arroz não tolerante cultivado em sucessão. Baseado nos resultados apresentados, conclui-se que a atividade residual da mistura formulada de imazethapyr e imazapic causa fitotoxicidade em genótipo de arroz não tolerante, semeada sob sistema de plantio direto, mesmo dois anos após a aplicação dos herbicidas, com conseqüência direta na produtividade, até um ano após a aplicação dos herbicidas, com redução média de 30%. A fitotoxicidade causada pelo residual desta mistura de herbicidas no cultivo do arroz foi maior em ordem decrescente das doses utilizadas: 1,0 L POS = 0,7 + 0,7 > 1 L PRE. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 89 a 89 a 64 b 29 ab 0c T1 36 a 23 b 0c T2 T3 2005/06 T4 T1 T2 T3 T4 2006/07 Figura 1. Fitotoxicidade (%) na cultivar não tolerante, IRGA 417 semeada em 2005/06 e 2006/07 em resposta a ação residual da mistura formulada dos herbicidas imazethapyr (75 g a.i L-1) e imazapic (25 g a.i. L-1) aplicados em 2004/05. As colunas seguidas por letras diferentes, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P≤0.05). T1 = Testemunha sem aplicação; T2 = 0,7 L ha-1 PRE seguido de 0,7 L ha-1 POS; T3 = 1,0 L ha-1 PRE; T4 = 1,0 L ha-1 POS. Para a análise, os dados foram transformados usando raiz quadrada (dados apresentados são valores não transformados). Tabela 1. Estande de plantas (EP), colmos por planta, número de panículas (NP) e produtividade de grãos (PG) da cultivar não tolerante IRGA 417 na safra 2005/06, semeada 371 dias após aspersão dos herbicidas. Santa Maria, 2007. EP Tratamentos Colmos por planta NP PG (m2) 29DAE 1 49DAE (m2) (kg ha-1) 295 a 4,5 a* 3,7 ns 648 a 191 b 199 b 171 b 1,6 b 1,8 b 1,5 b 2,3 3,0 2,5 358 b 338 b 303 b 8928 a 5262 b 3989 b 4158 b Média 214 2,3 2,8 411 5584 CV (%) 19 24 17 23 20 0 L /ha 2 0,7 L /ha PRE + 0,7 L /ha POS 1 L /ha PRE 1 L /ha POS 1 3 2 3 Dias após a emergência; Aplicação em pré-emergência; Aplicação em pós-emergência com o arrozvermelho no estágio V5, segundo escala de Counce et al. (2000); * Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem pelo Teste de Tukey (P≤0,05); ns: médias não diferem significativamente entre si. Tabela 2. Estande de plantas (EP), colmos por planta, infestação de arroz-vermelho (IAV) e produtividade de grãos (PG) da cultivar não tolerante IRGA 417 na safra 2006/07, semeada 705 dias após a aspersão dos herbicidas. Santa Maria, 2007. EP Tratamentos 0 L /ha 2 0,7 L /ha PRE + 0,7 L /ha POS 1 L /ha PRE 1 L /ha POS 3 Colmos por planta IAV (m2) 26DAE 1 40 DAE (m2) 281 a* 1,7 ns 2,0 ns 38 ab 234 ab 240 ab 195 b 2,0 1,9 2,3 2,1 2,8 16 b 62 a 52 a Média 238 2,3 1,9 CV (%) 23 23 2,3 42 25 19 1 Dias após a emergência; 2 Aplicação em pré-emergência; 2 Aplicação em pós-emergência com o arrozvermelho no estágio V5, segundo escala de Counce et al. (2000); *Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem pelo Teste de Tukey (P≤0,05); ns: médias não diferem significativamente entre si. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Croughan, T. P. Application of tissue culture techniques to the development of herbicide resistant rice. Louisiana Agriculture Magazine, Baton Rouge, v.37, p.25-26, 1998. Grymes, C. F., et al. Response of soybean (Glycine max) and rice (Oryza sativa) in rotation to AC 263,222. Weed Technology, Corvallis, v.9, p.504-511, 1995. Loux, M. M. et al. Availability and persistence of imazaquin, imazethapyr, and clomazone in soil. Weed Science, Corvallis, v.37, p.259-267, 1989. Loux, M. M., Reese, K.D. Effect of soil type and pH on persistence and carryover of imidazolinone herbicides. Weed Technology, Corvallis, v.7, p.452-458, 1993. Zhang, W., E. P. Webster, and M. P. Braverman. 2002. Rice (Oryza sativa) response to rotational crop and rice herbicide combinations. Weed Technology, Lawrence, v.16, n. ,p.340-345, 2002 COMPETITIVIDADE DE Heteranthera reniformis COM ARROZ IRRIGADO, SISTEMA PRÉ-GERMINADO. Domingos Sávio Eberhardt(1), José Alberto Noldin(1), Henri Stuker(1). ¹Epagri, Caixa Postal 277, Itajaí, SC, CEP 88.301-970, [email protected]. A utilização do sistema de cultivo pré-germinado, nas condições agroclimáticas de Santa Catarina, propicia o controle das principais plantas daninhas que ocorrem em lavouras de arroz-irrigado. Em contrapartida, espécies daninhas aquáticas tem no sistema pré-germinado um ambiente favorável ao seu desenvolvimento, notadamente as espécies Sagittaria montevidensis (sagitária) e Heteranthera reniformis (aguapé). Diversos estudos conduzidos pela Epagri evidenciam a baixa competitividade destas espécies. Apesar disto, a utilização de herbicida para o controle de aguapé é muito elevada, estimando-se que na safra 2005/06 aproximadamente 70% da área de arroz irrigado de Santa Catarina tenha sido tratado com o herbicida metsulfuron com esta finalidade. A propagação do aguapé ocorre principalmente através das sementes, ou ainda de forma vegetativa, através de seus estolões, por ocasião do preparo do solo sob lâmina de água. Sendo estolonífera, mesmo em baixas populações, proporciona ampla cobertura do solo, competindo com o arroz principalmente na fase inicial de desenvolvimento da cultura. O nível de interferência do aguapé na cultura do arroz possivelmente esteja associado a diversos fatores. Lavouras de arroz implantadas em épocas mais frias geralmente proporcionam melhores condições de estabelecimento desta planta daninha, possivelmente em função o menor vigor do arroz e da menor população de plantas de arroz. O objetivo deste trabalho foi de avaliar o nível de dano de H. reniformis em cultivos de arroz-irrigado, no sistema pré-germinado, em função da densidade e da época de semeadura do arroz. O experimento foi conduzido em tanques, em um modelo fatorial 2 x 3 x 2, com três repetições. As unidades experimentais possuíam área de 0,66 m2 (1m x 0,66m). O primeiro fator constituiu-se de duas épocas de semeadura do arroz, respectivamente nos dias 18/09/07 e 09/10 (21 dias após a primeira). O segundo fator constituiu-se de três densidades de semeadura do arroz, respectivamente, 80, 120 e 160 kg/ha, utilizando-se a cv. SCS 114 Andosan. O terceiro fator caracterizou-se pela presença ou ausência de plantas de aguapé. Com o objetivo de obter-se máxima e uniforme infestação de aguapé, cobriu-se a superfície das parcelas com uma camada de aproximadamente 5 centímetros de solo proveniente de área com elevada infestação desta planta daninha. Durante a condução do experimento o solo permaneceu coberto por uma lâmina de água de aproximadamente 5 centímetros de altura, mantida através de bóias automáticas, com o objetivo de obter-se adequado desenvolvimento das plantas de aguapé. Nas parcelas em que o fator era a ausência de plantas de aguapé, estas foram suprimidas através de capinas manuais. As demais plantas daninhas foram eliminadas, em todas as parcelas, através de capinas manuais, sempre que detectada a presença das mesmas. As avaliações referentes ao arroz foram: produtividade, número de panículas, número de grãos por panícula, peso de grãos, esterilidade de espiguetas, estatura de plantas e massa seca da palha. Nas parcelas infestadas com aguapé determinou-se a massa seca do aguapé ao final do ciclo do arroz. Os parâmetros avaliados foram submetidos a análise de variância e as médias comparados pelo teste de Tukey a 5% de significância. A elevada infestação das plantas de aguapé nas parcelas infestadas com a planta daninha resultou em rápida cobertura do solo, com produção média equivalente a 122 g/m2 de massa seca (Tabela 1). A competição das plantas de aguapé interferiu significativamente na produtividade do arroz, com redução equivalente a 14% daquela obtida na ausência de aguapé. A competição das plantas de aguapé com o arroz causou significativa redução no número de grãos por panícula e aumentou a esterilidade de espiguetas. Os demais componentes da produção, bem como a estatura e o peso da palha do arroz não resultaram em variações significativas em função da competição com as plantas de aguapé. Em trabalhos anteriores, EBERHARDT et al. (2006) observaram redução de 13% na produtividade do arroz em função da competição com plantas de aguapé. Em ambos estudos, a redução na produtividade causada pelo aguapé deveu-se à redução do número de grãos cheios por panícula, que por sua vez, foi ocasionada pelo aumento na esterilidade de espiguetas. Destaca-se que em ambos experimentos havia total cobertura do solo com plantas de aguapé, constituindo-se em condição extrema de competição da planta daninha. Em condições de lavoura raramente se estabelecem níveis tão acentuados de competição. Tabela 1. Produção de massa seca de H. reniformis (MSH), produtividade do arroz (Prod), número de panículas/m2 (NP), número de grãos/panícula (NGP), peso de mil grãos (PMG), esterilidade de espiguetas (Esteril), estatura (Estat) e massa seca da palha do arroz (MSA) em função da infestação de plantas de aguapé. Epagri, Itajaí, 2006/07. Prod NP NGP PMG Estéril Estat MAS H. reiformis MSH (kg/ha) (g) (%) (cm) (g/m2) (g/m2) 1 Presente 122 a 8155 b 439 63 b 30,3 11,2 a 84,9 1015 Ausente 0b 9521 a 443 73 a 30,2 9,3 b 87,1 1054 1 Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A data de semeadura do arroz não influenciou significativamente na produção de massa seca de aguapé (Tabela 2), provavelmente em função do pequeno lapso de tempo (21 dias) entre as datas, sem ocorrência de baixas temperaturas nos períodos subseqüentes a semeadura. Na primeira época de semeadura a produtividade foi maior do que na segunda época sem, no entanto, proporcionar interações significativas entre a infestação de aguapé e a época de semeadura do arroz. A maior produtividade obtida na primeira época foi em decorrência do maior número de grãos/panícula e peso de mil grãos do arroz. Os parâmetros número de panículas/m2, esterilidade de espiguetas, estatura e massa seca do arroz não variaram em função da data de semeadura. Tabela 2. Produção de massa seca de H. reniformis (MSH), produtividade do arroz (Prod), número de panículas/m2 (NP), número de grãos/panícula (NGP), peso de mil grãos (PMG), esterilidade de espiguetas (Esteril), estatura (Estat) e massa seca da palha do arroz (MSA) em função da data de semeadura do arroz. Epagri, Itajaí, 2006/07. Data MSH Prod NP NGP PMG Estéril Estat MAS (g/m2) (kg/ha) (g) (%) (cm) (g/m2) 18/09/06 137 9464 a1 430 72 a 31,1 a 9,8 86,0 1055 09/10/06 108 8211 b 452 64 b 29,4 b 10,7 86,1 1014 1 Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A densidade de semeadura do arroz influenciou na produção de massa seca de aguapé, observando-se maior desenvolvimento da planta daninha na densidade de semeadura de 80 kg/ha (Tabela 3). Na densidade de semeadura de 160 kg/ha ocorreu o maior número de panículas/m2, mas este aumento não resultou em aumento de produtividade em função da redução no número de grãos por panícula (Tabela 3). Os parâmetros, peso de mil grãos, esterilidade de espiguetas, estatura e massa seca do arroz não variaram em função da densidade de semeadura e da produção de massa seca das plantas de aguapé (Tabela 3). Tabela 3. Produção de massa seca de H. reniformis (MSH), produtividade do arroz (Prod), número de panículas/m2 (NP), número de grãos/panícula (NGP), peso de mil grãos (PMG), estatura (Estat) e massa seca da palha do arroz (MSA) em função da densidade de semeadura do arroz. Epagri, Itajaí, 2006/07. Densidade MSH Prod NP NGP PMG Estéril Estat MAS (kg/ha) (g/m2) (kg/ha) (g) (%) (cm) (g) 1 80 176 a 9248 399 c 78 a 30,2 9,4 86,6 1044 120 104 b 8494 438 b 65 b 30,4 10,7 86,8 1039 160 87 b 8771 486 a 61 b 30,1 10,6 84,7 1021 1 Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Conclui-se que plantas de aguapé, reduzem a produtividade do arroz. Reduções nas densidades de semeadura do arroz e ou baixo estabelecimento de plântulas de arroz proporcionam aumento na produção de massa das plantas de aguapé. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: EBERHARDT, D.S.; NOLDIN, J.A.; CORDEIRO, C.R. Dano de aguapé em lavoura de arroz irrigado, sistema pré-germinado. In: XXV Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, 2006, Brasília. Anais. Brasília : SBCPD/UNB, 2006. RESIDUAL DA MISTURA FORMULADA DOS HERBICIDAS IMAZETHAPYR E IMAZAPIC EM ÁREA COM CULTIVO SUCESSIVO DE ARROZ IRRIGADO Enio Marchesan(1), Gustavo Mack Teló(1), Rafael Bruck Ferreira(1), Paulo Fabrício Sachet Massoni(1), Alejandro Fausto Kraemer(1), Sérgio Luiz de Oliveira Machado(2), Luis Antonio de Avila(1). 1Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), CEP: 97105-900, Santa Maria, RS. 2Departamento de Defesa Fitossanitária da UFSM. Email: [email protected]. Nos últimos anos, a mistura formulada dos herbicidas imazethapyr e imazapic (Only®) vem sendo amplamente utilizada no Rio Grande do Sul, desde o lançamento de cultivares de arroz tolerante a imidazolinonas. Entretanto, trabalhos destacam a ocorrência de fitotoxicidade ao arroz tolerante nos estágios iniciais de desenvolvimento, e persistência do herbicida na água e nos solos por longo período (LOPES, 2005), o que poderia provocar contaminação do ambiente (lençóis freáticos e mananciais hídricos) e prejudicar o estabelecimento de culturas sucessoras não tolerantes. O dano provocado pelo residual do herbicida no solo depende do intervalo entre a aplicação do herbicida e a semeadura da cultura em sucessão (DONALD, 2006), e varia de acordo com as condições edafoclimáticas e de fatores de manejo que afetam a dissipação do produto. A maioria das recomendações de intervalo de segurança existentes, principalmente para imazethapyr e imazaquim, se baseiam em estudos realizados nos EUA e na Europa, onde as condições edafoclimáticas são diferentes das encontradas no Brasil, o que modifica o residual desses herbicidas. Portanto, é fundamental o estudo e o conhecimento do efeito residual no solo dos herbicidas imazethapyr e imazapic em culturas não tolerantes, principalmente pela carência de informações de seu comportamento em especial, em solos de várzea. Em vista do exposto, um experimento foi conduzido com o objetivo de avaliar o efeito residual dos herbicidas imazethapyr e imazapic no solo em arroz tolerante e não tolerante a imidazolinonas, em áreas com aplicação dos herbicidas nas duas safras anteriores. O experimento foi conduzido na safra de 2006/07 em área de várzea sistematizada da Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria, RS), em solo classificado como Planossolo Hidromórfico eutrófico arênico. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, em esquema fatorial (2x10) com 4 repetições. O fator A representou as cultivares de arroz: uma tolerante a imidazolinonas (IRGA 422CL) e outra não tolerante (IRGA 417). O fator D representado pelas doses da mistura formulada dos herbicidas imazethapyr e imazapic (Tabela 1), o herbicida foi aplicado nas duas safras agrícolas anteriores (2004/05 e 205/06). A semeadura do arroz foi realizada no dia 03/10/2006, com semeadora de parcelas de 10 linhas espaçadas em 0,17m com 5m de comprimento, e na densidade de 110 kg ha-1 de semente. A adubação foi de 17,5 kg ha-1 de nitrogênio (N), 70 kg ha-1 de P2O5, e 105 kg ha-1 de K2O. A emergência ocorreu em 17/10/2006. Foi realizada uma aplicação de Penoxsulam (200 ml ha-1) para o controle de plantas daninhas. A inundação da área foi retardada, tendo início 30 DAE (dias após a emergência), devido ao atraso no crescimento das plantas provocado pelo residual da mistura dos herbicidas, principalmente na cultivar não tolerante (IRGA 417). O N aplicado foi na forma de uréia dividido em três épocas: a primeira na semeadura, a segunda (80 kg ha-1 de N) um dia antes da inundação, e a terceira (40 kg ha-1 de N) na iniciação da panícula. No entanto, a terceira aplicação de N foi atrasada em nove dias, também devido ao atraso no desenvolvimento da cultivar IRGA 417. Não foi observada diferença no estante inicial (Tabela 1) entre as doses de herbicida aplicado nas safras anteriores (2004/05 e 2005/06). Entretanto, houve diferença significativa entre as cultivares, sendo que IRGA 422 CL apresentou valores maiores de estande inicial do que IRGA 417, isso ocorreu, provavelmente porque o residual dos herbicidas no solo provocou morte precoce de plantas, logo após o início da germinação para a cultivar não tolerante. Não houve diferença na produtividade de grãos entre as diferentes doses do herbicida aplicado nas safras anteriores em ambas as cultivares. Entretanto, houve diferença entre as cultivares, sendo que IRGA 417 apresentou produtividade 19% menor do que a cultivar IRGA 422 CL. Essa redução pode ser associada ao residual dos herbicidas no solo, visto que, em área sem aplicação dos herbicidas, não houve diferença na produtividade entre as cultivares IRGA 417 (8.944 kg ha-1) e IRGA 421 CL (9.069 kg ha1 ). Confirmando outros trabalhos que também demonstram efeito negativo do residual de herbicidas do grupo das imidazolinonas na produtividade de culturas não tolerantes (LOUX & REESE, 1993), com redução na produtividade de grãos do arroz de até 41% (ZHANG et al., 2002). Tabela 1 – Estande inicial de plantas e produtividade de grãos em duas cultivares de arroz após o uso da mistura formulada de Imazethapyr+Imazapic (Only®) nas duas safras anteriores (2004/05 e 2005/06). Santa Maria-RS, 2007. Doses do herbicida1 Estande Inicial Produtividade de Grãos PRE2 POS3 Total IRGA 417 IRGA 422CL IRGA 417 IRGA 422CL -1 -2 -1 ---------- L ha ----------- plantas m ----------------- kg ha -------------ns ns 4 D1 0 0 0 323 410 -----------4 D2 0,75 0 0,75 229 365 6.506 ns 9.118 ns D3 0 1,0 1,0 250 325 8.068 8.263 D4 1,0 0 1,0 258 318 7.515 9.546 D5 0,5 0,5 1,0 321 346 7.157 8.808 D6 0,75 0,5 1,25 263 328 7.195 9.757 D7 0,75 0,75 1,5 321 355 6.706 8.866 D8 1,0 0,5 1,5 239 336 7.107 9.649 D9 1,0 1,0 2,0 219 369 7.564 7.459 D10 0 2,0 2,0 160 401 7.433 8.925 Média 258 B 355 A 7.250 B 8.932 A C.V. (%) 8,3 13,1 1 Mistura formulada de imazetapir (75 g L-1) + imazapic (25 g L-1); 2 Aplicação em pré-emergência; 3 Aplicação em pós-emergência [arroz-vermelho em V5 (COUNCE et al., 2000)]; 4 Parcelas não foram colhidas; nsTeste F não significativo em nível de 5% de probabilidade de erro; * Médias não seguidas da mesma letra minúsculas na coluna (comprando doses de herbicidas) e maiúscula na linha (comparando média de cultivares) diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. O efeito residual do herbicida no solo promoveu fitotoxidade nas plantas (Tabela 2). No entanto, na avaliação aos 9 DAE, não houve diferença na fitotoxidade entre as cultivares e entre as doses do herbicida que foram aplicadas nas safras anteriores. Porém após a entrada da água, observou-se aumento nos valores encontrado para fitotoxidade em ambas as cultivares (35 e 43 DAE), sendo que para a cultivar IRGA 417 houve diferença entre as doses aplicada do herbicida. A fitotoxicidade foi observada até 65 DAE. Para STEELE et al. (2000), em condições adversas para o desenvolvimento do arroz, essa fitotoxicidade pode afetar a produtividade de grãos, como observado neste trabalho. Portanto, o residual da mistura formulada dos herbicidas imazethapyr e imazapic no solo decorrente da aplicação em duas safras consecutivas pode provocar fitotoxicidade em cultivar não tolerante (IRGA 417), afetando o desenvolvimento das plantas, o estande inicial e a produtividade de grãos. A fitotoxicidade foi acentuada com o início da irrigação, e foi observada até 65 DAE. Tabela 2 - Fitotoxicidade de plantas em duas cultivares de arroz após o uso da mistura formulada de Imazethapyr+Imazapic nas duas safras anteriores. Santa Maria-RS, 2007. 1 Fitotoxidade de Plantas 9 DAE2 35 DAE3 43 DAE3 Tratamentos4 IRGA IRGA IRGA IRGA 417 IRGA 417 IRGA 417 422CL 422CL 422CL --------- % ----------------- % ----------------- % --------D1 0 b 0 d 0ns 0 c 0ns D2 56 a 49 bc 5 74 ab 5 D3 53 a 43 c 5 36 bc 28 D4 59 a 55 abc 14 75 ab 18 D5 49 a 44 bc 6 74 ab 8 D6 58 a 65 abc 5 78 ab 7 D7 48 a 44 bc 5 74 ab 5 D8 70 a 79 a 6 91 a 9 D9 56 a 69 abc 4 93 a 4 D10 66 a 71 ab 11 90 a 13 Média 58 A 45 B 52 A 6 B 68 A 9 B C.V. (%) 11,1 11,6 12,5 1 A fitotoxicidade no arroz foi avaliada visualmente, em percentagem, onde 0 corresponde a ausência de fitotoxicidade e 100 corresponde a morte de plantas de arroz; 2 Avaliação realizada antes do inicio da irrigação; 3 Avaliações realizada após o inicio da irrigação; 4 Mistura formulada de imazetapir (75 g L1 ) + imazapic (25 g L-1), onde os tratamentos estão descritos na Tabela 1; * Médias não seguidas da mesma letra minúsculas na coluna (comprando doses de herbicidas) e maiúscula na linha (comparando média de cultivares) diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COUNCE, P. A., KEISLING, T. C., MITCHELL, A.J. A uniform, objtective and adaptive system for expressing rice development. Crop Science, n. 40, 436-443, 2000. DONALDA, W. Estimated corn yields using either weed cover or rated control after preemergence herbicides. Weed Science, vol. 54, n. 2, pag. 373-379, 2006. LOPES, S. I. G. Arroz Irrigado: situação atual e perspectivas de uso de cultivares híbridas, transgênicas e mutadas. In: IV CBAI, Santa Maria, RS, 2005 – Anais..., v.2, p.594-609. LOUX, M. M.; REESE, K. D. Effect of soil type and pH on persistence and carryover of imidazolinone herbicides. Weed Technology, v.7, n.2, p.452-458,1993. STEELE, G.L.; CHANDLER, J.M.; McCAULEY, G.N. Control of red rice (Oryza sativa) in imidazolinone-tolerant rice (O. sativa). Weed Technology, v.16, n.3, p.627-630, 2002. ZHANG W. et al. Rice (Oryza sativa) response to rotational crop and rice herbicide combinations. Weed Technology, v.16, p.340–345, 2002. AGRADECIMENTO: Ao CNPq pela bolsa de estudo ao pesquisador Gustavo Mack Teló e ao Grupo de Pesquisa em Arroz e Uso Alternativo de Várzea da UFSM, pelo apoio na realização do trabalho. EFICIÊNCIA DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM ASSOCIAÇÃO COM COMMENCE, APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA INICIAL NO CONTROLE DE Panicum dichotomiflorum EM ARROZ IRRIGADO. Fernando Borges Santiago(1), Fernando Luis Perini(2). 1Engenheiro Agrônomo E-mail: [email protected] 2Iharabras S/A Indústrias Químicas. E-mail: [email protected] O Estado do Rio Grande do Sul cultivou na safra 05/06 um milhão e trinta e um mil (1.031.000) hectares de arroz irrigado (Oryza sativa L. – ORYSA), com a produtividade média de 6.679 kilos por hectare (IRGA, 2007). Um dos principais fatores que contribuem para obtenção de maiores rendimentos da cultura do arroz irrigado é o controle eficiente das espécies daninhas, em função das altas infestações e da agressividade das mesmas. O método de controle das plantas daninhas mais utilizados consiste na aplicação de herbicidas seletivos. A dependência do controle químico requer um estudo contínuo de herbicidas e seu controle para obtermos uma escolha correta do controle químico. Portanto o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência agronômica do herbicida Nominee (Bispyribac-sodium) no controle do Capim-do-banhado (Panicum dichotomiflorum). O experimento foi conduzido a campo, no ano agrícola 2006/2007 na Fronteira Oeste no município de Uruguaiana-RS. Os tratamentos foram aspergidos com pulverizador costal de precisão propelidos a CO2, com barra munida de 4 bicos com pontas de jato plano tipo leque, espaçados de 50 cm, à pressão constante de 28 lib/pol2, liberando um volume de calda equivalente a 150 l/ha. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições e sete tratamentos. As parcelas experimentais tiveram as dimensões de 5 m x 2 m (10 m2). Tabela 1. Tratamentos com respectivas doses de produto comercial. Lavoura de arroz irrigado. Uruguaiana-RS. Ano agrícola – 2006/2007. Tratamento 1) Nominee 2) Nominee 3) Ricer 4) Ricer 5) Nominee + Commence 6) Ricer + Commence 7) Testemunha Principios ativos ml P.C./ha g. i.a./ha Bispyribac-sodium Bispyribac-sodium Penoxsulam Penoxsulam Bispyribac + clomazone Penoxsulam + clomazone 100 125 150 200 100 + 600 150 + 600 --- 40 50 36 48 40 + 300 36 + 300 --- A cultivar de arroz utilizado foi Irga - 417, semeada mecanicamente com espaçamento de 0,17 m entre linhas e população aproximada de 400 plantas/m2. As aplicações dos tratamentos foram realizadas quando o capim-do-banhado encontrava-se com 2 a 3 folhas e o arroz com 5 folhas. A inundação permanente ocorreu 2 dias após a aplicação dos tratamentos. A área experimental estava infestada por uma população de aproximadamente 26 plantas de Panicum dichotomiflorum /m2. O controle da espécie daninha e a seletividade dos herbicidas à cultura, foram quantificados por três avaliações visuais utilizando-se a escala percentual, onde: 100% = controle total e 0% = nenhum efeito sobre as plantas daninhas. As avaliações de controle foram realizadas aos 15 e 45 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos, sendo a última avaliação realizada na pré-colheita. As avaliações de seletividade foram realizadas aos 7, 15 e 21 dias após a aplicação, atribuindo-se a nota zero (0) à ausência de injúria e a nota cem (100) à morte completa das plantas. Para a interpretação dos percentuais de controle utilizou-se a escala onde: igual ou acima de 80% = controle eficiente; 60 a 79% = controle médio e abaixo de 60% = controle ineficiente. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de tukey para comparação múltiplas de médias (p< 0.05). Tabela 2. Avaliações de controle de Capim-do-banhado (Panicum dichotomiflorum). Lavoura de arroz irrigado. Uruguaiana-RS. Ano agrícola 2006/2007. Tratamento 1) Nominee 1 2) Nominee 1 ml P.C./ha % Controle de Panicum dichotomiflorum 15 DAA3 45 DAA Pré-Colheita 100 92 a 4 88 a 87 b 89 ab 125 94 a 90 a 3) Ricer 2 150 12 c 4 cd 2d 4) Ricer 2 200 12 c 8 bc 6 cd 100 + 600 97 a 95 a 94 a 150 + 600 27 b 14 b 10 c 0d 5,18 0d 7,37 0d 6,76 5) Nominee + Commence1 2 6) Ricer + Commence 7) Testemunha C.V.% 1 Acrescido de Iharol a 1 L/ha 2 Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha 3 Dias Após Aplicação 4 Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%. Os dados relativos ao controle de Capim-do-banhado (tabela 2) mostraram, que aos 15 DAA Nominee nas doses de 100 e 125 ml/ha controlou mais de 92% desta planta daninha enquanto que Ricer nas doses de 150 e 200 ml/ha controlou apenas 12 % desta população. Nesta mesma avaliação o tratamento Nominee + Commence proporcionou um controle de 97% da população da planta daninha em questão enquanto que Ricer + Commence proporcionou apenas 27% de controle. Nas avaliações dos 45 DAA e na Pré-colheita todos os tratamentos envolvendo Nominee foram eficientes no controle do capim-do-banhado, enquanto que todos os tratamentos envolvendo Ricer não foram eficientes. A tabela 3 mostra as avaliações realizadas para averiguar os possíveis efeitos fitotóxicos dos tratamentos sobre a cultura. Os resultados mostraram que os herbicidas Nominee e Ricer quando aplicados isoladamente são totalmente seletivos para o cultivar de arroz Irga 417. Os tratamentos envolvendo Commence apresentaram uma pequena fitotoxicidade as plantas de arroz, no entanto aos 21 DAA as plantas de arroz estavam totalmente recuperadas. Pelos resultados obtidos e considerando as condições da realização do experimento pode-se concluir que os tratamentos Nominee (100 e 125ml/ha) e Nominee + Commence (100 + 600 ml/ha) foram eficientes no controle de Panicum dichotomiflorum no estádio de 2-3 folhas, enquanto que os tratamentos Ricer (150 e 200ml/ha) e Ricer + Commence (150 + 600ml/ha) não demonstraram controle sobre esta invasora. Tabela 3. Avaliação de fitotoxicidade. Uruguaiana-RS. Ano agrícola 2006/2007. Tratamento ml P.C./ha % Fitotoxicidade 07 DAA3 15 DAA 21 DAA 1 100 0 0 0 2) Nominee 1 125 0 0 0 3) Ricer 2 150 0 0 0 4) Ricer 2 200 0 0 0 100 + 600 6 2 0 1) Nominee 5) Nominee + Commence 1 2 6) Ricer + Commence 150 + 600 7) Testemunha 1 Acrescido de Iharol a 1 L/ha 2 Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha 3 Dias Após Aplicação 6 2 0 0 0 0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 2. ed. São Paulo: BASF S.A., Tomo1-1997. 641p. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005. 159p. IRGA. Dados de safra. Produção. Série Histórica da Área Plantada, Produção e Rendimento. Disponível em http://www.irga.rs.gov.br/index.php?action=dados_safra _detalhes&cod_dica=43. Acesso em 08/05/2007. ® CONTROLE DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD DE PRODUÇÃO DE ARROZ IRRIGADO Valmir Gaedke Menezes(1), Carlos Henrique Paim Mariot(1). 1Pesquisador do Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, Cachoeirinha, RS – [email protected] Dentre as principais espécies de plantas daninhas que ocorrem na cultura do arroz irrigado no RS, destaca-se o angiquinho (Aeschynomene denticulata). Estima-se que em torno de 30% da área plantada no Estado encontra-se infestada com esta espécie daninha, sendo que as áreas localizadas nas regiões do litoral sul, depressão central e fronteira oeste são as mais atingidas. Além da interferência na redução da produção, as plantas de angiquinho interferem na colheita e suas sementes na qualidade de grãos do arroz. O sistema de produção Clearfield proporciona, com o uso do herbicida Only (Imazapic + Imazethapyr – SL 25 + 75), o controle de arroz vermelho e outras espécies importantes como capim arroz e ciperáceas. No entanto, em nível de campo não tem mostrado controle satisfatório do angiquinho em muitas lavouras. O objetivo deste trabalho foi avaliar o controle de angiquinho no sistema Clearfield com o herbicida Only em três épocas de irrigação. Foi estabelecido um experimento a campo na safra 2006/07, na Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em Cachoeirinha-RS, localizada aproximadamente a 30º latitude sul e 51º de longitude oeste. As principais características físico-químicas do solo, conforme a análise de solo, são: 14 % de argila; 0,9 % de matéria orgânica; 13,0 mg/L de fósforo; 14 mg/L de potássio; 1,6 cmolc/L de cálcio; 0,5 cmolc/L de magnésio. O experimento foi implantado no sistema de manejo convencional e o manejo da cultura foi realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para a cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2005). A semeadura foi realizada em 25/10/06 e a emergência das plântulas ocorreu em 7/11/06. A cultivar reagente foi a IRGA 422CL na densidade de 100 kg/ha de sementes. A adubação de base foi realizada em linhas na ocasião da semeadura, na dose de 400 kg/ha da fórmula NPK 5-20-30. Na adubação de cobertura foram aplicados 80 kg/ha de Nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas de arroz estavam entre os estádios V3 e V4 (COUNCE et al., 2000) e 40 kg/ha de N no estádio V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula. Os tratamentos com Only, em L/ha de produto comercial, foram: em aplicação seqüencial (pré + pós-emergente) – 0,7+0,5; 0,7+0,7; 0,8+0,6; 0,5+0,8 e em aplicação única (pós-emergente) – 0,6; 0,8; 1,0; 1,2; 1,4; 2,0; mais duas testemunhas, uma sem controle de plantas de angiquinho e outra, com controle manual. Nas aplicações em pósemergência, as plantas de arroz estavam com 3 a 4 folhas e as de angiquinho com 1 a 3 folhas. As épocas de irrigação foram aos 3, 10 e 18 dias após aspersão de Only nas diferentes doses em pós-emergência. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro repetições e os tratamentos dispostos em parcelas subdivididas. As épocas de irrigação foram locadas nas parcelas principais e os tratamentos com Only e as testemunhas nas sub-parcelas. As unidades experimentais mediram 11,56 m2 de área (1,7 m x 6,8 m), constituídas de 10 linhas de arroz separadas em 17 cm entre si. Os parâmetros avaliados foram: fitoxicidade aos 7, 14 e 38 dias após a aspersão dos herbicidas em pós-emergência (DAA), controle de angiquinho em pré-colheita e população final de plantas de angiquinho. As avaliações de controle e fitotoxicidade foram de forma visual, utilizando-se a escala percentual, onde cem significa o controle total de angiquinho ou morte das plantas de arroz e zero, a ausência de controle ou de fitotoxicidade, respectivamente. A análise estatística dos parâmetros foi através do F-teste e a comparação entre médias dos tratamentos pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade. O controle de angiquiho variou em função da época de irrigação após a aplicação do herbicida e das doses de Only (Tabela 1). O melhor controle dessa planta daninha obteve-se com a irrigação precoce, independente da dose e da forma de aplicação do herbicida. O bom desempenho do herbicida, inclusive para as doses mais baixas, pode estar relacionado à umidade do solo adequada para o funcionamento do herbicida, decorrente das chuvas que antecederam a aspersão do produto. O controle do angiquinho na segunda época de irrigação ficou numa faixa intermediária e também, como na primeira época de irrigação, não se observou efeito de dose e forma de aplicação do herbicida. Na terceira época de irrigação, verificou-se o menor controle de angiquinho e constatou-se que as doses menores foram menos eficientes quando a irrigação foi mais tardia. Considerando-se a população de angiquinho na pré-colheita, houve apenas efeito simples de época de irrigação e de dose (Figuras 1 e 2). Na primeira época de irrigação houve uma redução na população na ordem de 92%, enquanto, para a segunda e terceira época, a redução foi de 70% e 64%, respectivamente. Com relação à dose, observou-se uma população em torno de três plantas por m2 e de menos de duas plantas por m2 para a dose maior. Para as demais doses observou-se um comportamento intermediário. Entretanto, não houve ganhos significativos com incrementos de dose acima da recomendada (1/ha) e nem com o fracionamento das mesmas. A fitotoxicidade aos 7 DAA e aos 38 DAA variou em função da época de irrigação e de dose de Only (dados não mostrados). Aos 7 DAA, a fitotoxicidade foi maior na primeira época de irrigação e para as doses superiores a 1 L/ha, principalmente quando fracionadas em pré e pós-emergente. A fitotoxicidade nas duas outras épocas de irrigação foi similar, a exceção das doses de 0,6 e 0,8 L/ha, em que a fitotoxicidade foi menor na segunda época de irrigação. Na avaliação aos 38 DAA, houve uma inversão da fitotoxicidade às plantas de arroz em relação às épocas de irrigação. A fitototxicidade foi superior nas duas últimas épocas de irrigação, evidenciando que houve uma melhor recuperação das plantas quando as parcelas foram irrigadas aos 3DAA, principalmente para as doses igual ou inferiores a 1 L/ha. Não se pôde observar os efeitos de controle, fitotoxicidade e manejo da irrigação no rendimento de grãos em virtude de um ataque severo de bruzone nas parcelas de arroz, o que inviabilizou a colheita do experimento. Eficiência do controle de angiquinho reduz à medida que há atraso na irrigação, especialmente para as doses inferiores a 1 L/ha de Only. Os incrementos de dose de Only acima do recomendado (1 L/ha), assim como o parcelamento das mesmas, não proporciona ganhos significativos em termos de controle efetivo desta espécie. Tabela 1. Controle de angiquinho em função da época de irrigação e doses do herbicida aspergido de forma singular ou fracionado em pré e pós-emergência. EEA/IRGA, Cachoeirinha, 2007. TRATAMENTOS Testemunha com controle manual Testemunha sem controle 0,7 L/ha Only em pré + 0,5 L/ha only em pós 0,7 L/ha Only em pré + 0,7 L/ha only em pós 0,8 L/ha Only em pré + 0,6 L/ha only em pós 0,5 L/ha Only em pré + 0,8 L/ha only em pós 0,6 L/ha only em pós 0,8 L/ha only em pós 1,0 L/ha only em pós 1,2 L/ha only em pós 1,4 L/ha only em pós 2,0 L/ha only em pós 1 3 DAA1 A 100 a2 A 0b A 100 a A 98 a A 98 a A 98 a A 95 a A 96 a A 97 a A 97 a A 99 a A 98 a ÉPOCA DE IRRIGAÇÃO 7 DAA 18 DAA A100 a A 100 a A 0c A 0e B 82 b B 82 e B 83 b B 75 bc B 82 b B 77 bc B 84 b B 76 bc B 78 b C 66 d B 78 b C 70 cd B 85 b C 73 cd B 81 b B 76 bcd B 82 b B 74 bcd B 84 b B 78 bcd DAA = dias após aspersão de Only em pós-emergência; 2Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e antecedidas de mesma letra maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5 % de probabilidade. 4 a Plantas angiquinho por m 2 a 3 2 1 b 0 3 DAA 7 DAA 18 DAA Época de irrigação Figura 1. População de angiquinho em função da época de irrigação, na média de doze tratamentos de controle de arroz-vermelho. EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2007. 10 Plantas de angiquinho por m2 a 8 6 4 b bc 2 0 bc bc bc bc bc bc bc 2 1. 4 1. c d l ua an m . C 8 6 7 5 0 0, 0, 0, 0, 0. + + + + 5 8 7 7 0, 0, 0, 0, 6 0. 8 0. 0 1. 0 2. Doses Only - L ha-1 Figura 3. População de angiquinho em função de doses e formas de aplicação do herbicida only e do controle manual, na média de 3 épocas de irrigação. EEA/IRGA, CachoeirinhaRS, 2007. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptative system for expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI.159p, 2005. COMPORTAMENTO DA CULTURA DO SORGO GRANÍFERO (Sorghum bicolor), cv BR 304, SEMEADO EM ROTAÇÃO COM O ARROZ ® CLEARFIELD Jesus Juares Oliveira Pinto(1), José Alberto Noldin(2), Mariane D’Avila Rosenthal(1), Leonard Bonilha Piveta(1), Camila Ferreira de Pinho(1),. ¹UFPel-FAEM, Departamento de Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS. [email protected] 2Epagri/ Estação Experimental de Itajaí, SC. O controle eficaz de arroz vermelho proporcionado pelo sistema Clearfield®, associado às condições climáticas favoráveis, são os principais fatores que têm proporcionado incrementos significativos de produtividade, nos três últimos anos de cultivo, da cultura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul. Porém, vários estudos têm demonstrado que herbicidas do grupo das imidazolinonas, através da longa atividade residual, podem interferir negativamente sobre o crescimento e desenvolvimento de culturas sensíveis utilizadas em sistema de sucessão ou rotação com tolerantes (Barnes et. al., 1989; Fleck & Vidal, 1994; Renner et al. 1988; Silva et al., 1999; Ulbrich et al., 1998) Com o objetivo de avaliar a atividade residual da mistura herbicida (imazapic + imazethapyr) foram instalados três experimentos denominados E1, E2 e E3 respectivamente, para anos repetidos de cultivo de arroz irrigado pelo sistema Clearfield®, utilizando-se como planta indicadora sorgo granífero (Sorghum bicolor), cv BR 304, semeado em rotação, em mesma estação de crescimento e em ano seguinte ao cultivo de arroz Clearfield®. Os experimentos foram instalados no CAP-UFPel, Capão do Leão-RS, alocados em áreas contíguas, separadas por canais de distribuição da água de irrigação. O delineamento experimental adotado para cada experimento foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições e quatro tratamentos da mistura herbicida (imazapic + imazethapyr) a (0; 25 + 75; 37,5 + 112,5; 50 +150) g ha-1, aplicados em pós-emergência do arroz. As variáveis avaliadas foram: altura média de planta (m), rendimentos biológico (Kg) e de grãos (Kg ha-1). Os dados referentes à altura de planta, foram considerados a partir do colo da planta até a base da folha bandeira, foram obtidos em amostras de dez plantas por repetição, selecionadas ao acaso, 70 dias após a emergência do sorgo (70 DAE). No tratamento testemunha, nessa ocasião, 10% das plantas haviam iniciado a emissão da panícula. Os dados referentes ao rendimento biológico foram gerados a partir da fitomassa seca de 20 plantas amostradas ao acaso na população de plantas que constituía a fitomassa verde total da área útil de cada parcela. Os dados referentes a variável resposta produtividade foram obtidos a partir da biomassa de grãos produzida por parcela e corrigida para 13% de umidade. Os dados gerados no experimento foram submetidos à análise da variância (p≤0,05), em havendo significância estes foram analisados por modelos de regressão polinomial (Machado & Conceição, 2007). Verificouse significância estatística para o fator tratamento, relativo a rendimentos biológico e de grãos e interação significativa entre os fatores tratamento versus ambiente para a variável resposta altura média de plantas (Figura 1). Os dados relativos à altura média de plantas, nos três ambientes avaliados se ajustaram a equações lineares (Figura 1A). Os resultados mostram que a estatura do sorgo foi afetada negativamente pelo resíduo do herbicida imazapic+imazethapyr. As plantas mostraram reduções da taxa de crescimento, inversamente proporcional, com o residual correspondente ao aumento da dose do herbicida. Incrementos de 5g à dose de imazapic+imazethapyr elevaram a atividade residual do herbicida limitando em menos 1,96, 1,56 e 1,72% a estatura média de planta respectivamente, para os ambientes E1, E2 e E3. Com relação a rendimento de grãos (Figura 1B) e rendimento biológico (Figura 1C) os resultados mostram que o ambiente não teve influência significativa sobre estas duas variáveis. Entretanto, foi observado que a mistura dos herbicidas imazapic a 25 g ha-1 + imazethapyr a 75 g ha-1 manteve resíduos no solo, até um ano após a sua aplicação e capazes de reduzir respectivamente, em 30 e 37% o rendimento biológico e rendimento de grãos do sorgo. ● y = 0,5741-0,0019x ; R2 = 0,97 0,7 A ○ y = 0,5321-0,0016x ; R2 = 0,92 0,6 ▼ y = 0,6183-0,0026x ; R2 = 0,92 Altura média de Plantas (m) 0,5 ●E3 0,4 ○E2 0,3 ▼E 1 0,2 0,1 0,0 0 50 100 150 200 -1 Doses de imazapic+imazethapyr (g ha ) 5000 ● y = 4558,66-17,10x ; R2 = 0,99 B -1 Rendimento de grãos (Kg ha ) 4000 3000 2000 1000 0 0 50 100 150 200 -1 Dose s de imazapic+imazethapyr (g ha ) ● y = 9643,89-31,54x ; R2 = 0,99 10000 C 9000 Rendimento Biológico (Kg) 8000 7000 6000 5000 4000 3000 0 50 100 150 200 -1 Doses de imazapic+imazethapyr (g ha ) Figura 1. Atividade residual do herbicida Only® para cultura do sorgo granífero em rotação com o arroz Clearfield® na altura média de plantas (A), no rendimento de grãos (B) e no rendimento biológico (C), CAP-UFPEL, Capão do Leão - RS. 2007 Diante dos resultados observados é possível concluir que a mistura dos herbicidas imazapic + imazethapyr a ( 25 + 75 ) g ha-1, na forma comercial Only® a 1,0 Lha-1, aplicado em pós-emergência do arroz irrigado, pode permanecer ativo no solo em condições suficiente para reduzir significativante a altura média de plantas, o rendimento biológico e a produtividade de grãos do sorgo granífero, cv. BR 304, semeado em rotação, após um ano de cultivo com ao arroz Clearfield®. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: BARNES C. J.; GOETZ, A. j.; LAVY, T. L. Efectes of imzaquin residues on cotton (Gossipium hirsitum). Weed Science, Lawrence, v. 37, n.6, p. 820-824, 1989. FLECK, N. G.; VIDAL, R. A. Injúria potencial de herbicidas de solo ao girassol. III: imazaquin e imazethapyr. Planta Daninha, Brasília, v. 12, n. 1, p. 39-43, 1994. MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. WinStat – Sistema de Análise Estatística para Windows versão 1.0. Universidade Federal de Pelotas, 2007. RENNER, K. A.; MEGGITT, W. F.; PENNER, D. Response of corn ( Zea mays)Cultivars to imazaquin. Weed Science, Lawrence, v. 36, n. 5, p. 625-628, 1988. SILVA, A. A.; OLIVEIRA Jr., R. S.; COSTA, E. R.; FERREIRA, L. R. Efeito residual no solo dos herbicidas imazamox e imazethapyr para as culturas de milho e sorgo. Planta Daninha, Botocatu, v. 17, n. 3, p. 345-354. ULBRICH, A. V.; RODRIGUES, B. N.; LIMA, J. Efeito residual dos herbicidas imazaquin e imazethapyr, aplicados na soja, sobre o milho safrinha. Planta Daninha, Botocatu, v. 16, n. 2, p. 137-147, 1998. EFEITO DO PH NA MOBILIDADE DA MISTURA HERBICIDA IMAZAPIC + IMAZETHAPYR NO PERFIL DE UM PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO EUTRÓFICO SOLÓDICO Jesus Juares Oliveira Pinto(1), Mariane D’Avila Rosenthal(1), José Alberto Noldin(2), Antonio Donida(1), Glauco Foster Almeida(1), Camila Ferreira de Pinho(1), Leonard Bonilha Piveta(1), ¹UFPel-FAEM, Departamento de Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS. [email protected] 2Epagri/ Estação Experimental de Itajaí, SC. A aplicação de herbicidas do grupo das imidazolinonas para o manejo integrado de plantas daninhas é uma prática comum na cultura do arroz irrigado (Oryza sativa L.). Entretanto, são escassos os relatos de pesquisa referentes à avaliação do comportamento desses herbicidas no ambiente. A movimentação vertical de herbicidas (percolação) no perfil do solo pode ter implicações diretas de contaminação de corpos hídricos do subsolo de áreas agricultáveis, já que, uma vez retirado das camadas superficiais do solo, onde há maior teor de matéria orgânica e atividade microbiana, a sua persistência poderá ser prolongada (Sarmah et al., 1999; Costa et al., 2000; Prata et al., 2000). Vários experimentos têm sido realizados com o herbicida imazethapyr, visando esclarecer os mecanismos que implicam na persistência e mobilidade destes produtos no solo, tendo como principal objetivo determinar o potencial de injúria às culturas que possam ser incluídas num sistema de rotação. Geralmente, a maioria dos herbicidas com atividade residual no solo, é afetado pelo pH, teores de argila e matéria orgânica do solo. Quando as condições de adsorção do herbicida são favorecidas, ocorre uma queda na sua atividade e mobilidade. Tem sido admitido, que em condições normais, a quantidade de herbicida perdida pelo movimento da molécula no perfil do solo seja bastante restrita, sendo geralmente inferior 1% do total aplicado (Carter, 2000). Entretanto para o caso de herbicidas derivados de ácidos fracos, como os do grupo das imidazolinonas, parece que, sob condições de solo tendendo a neutralidade, podem ocorrer lixiviações mais significativas, o que pode afetar tanto a atividade do herbicida com relação ao controle de plantas daninhas, como também a sua persistência no ambiente (Inoue et al., 2002). Em razão da falta de informação quanto ao potencial de mobilidade da mistura herbicida (imazapic+imazethapyr) em solos de várzea evidencia-se a necessidade de buscar novas informações sobre este agroecossistema do Estado do Rio Grande do Sul (RS), onde se passou a fazer uso desses herbicidas na cultura do arroz irrigado. Diante da restrita informação existente sobre o assunto, este bioensaio foi conduzido com o objetivo de avaliar o deslocamento do herbicida (imazethapyr + imazapic) no perfil de um Planossolo Háplico Eutrófico solódico (EMBRAPA, 2006) corrigido para três diferentes níveis de pH, utilizando-se bioindicadores como técnica de detecção. O bioensaio foi conduzido experimentalmente em casa de vegetação com solo coletado a profundidade de 10 a 15 cm para evitar a contaminação com restos vegetais em decomposição na camada superficial. O solo foi peneirado e acondicionado em três pequenos tanques plásticos recebendo diferentes níveis de calagem. Aos 110 dias após a calagem foram obtidos solos com três diferentes níveis de pH (4,7; 5,5 e 6,5). O solo foi acondicionado em colunas de PVC com 45 cm de comprimento por 10cm de diâmetro, previamente secionada transversalmente e recondicionadas com parafina e fita crepe para manter as meias colunas unidas sendo uma das secções obstruída com polietileno preto, amarrado com corda de algodão. O solo, colocado dentro da coluna, foi irrigado diariamente, por um período de 10 dias, para se obter dentro do possível, a máxima acomodação das partículas. Para cada coluna foram sorteados, simultaneamente, solos com seus respectivos pH e doses da mistura herbicida a ser aplicado. Os tratamentos com imazapic+imazethapyr a (0; 25+75; 37,5+112,5 e 50+150 g ha-1) foram aplicados, mantendo-se uma distância de 45cm entre o topo da coluna e a ponta de pulverização, distância recomendada para o bico tipo leque, 110.02. A seguir as colunas foram irrigadas por um período de 30 dias mantendo-se uma lâmina de água com profundidade de 5 cm na parte superior da coluna, simulando uma situação de lavoura de arroz irrigado. Ao final daquele período a irrigação foi suspensa e dez dias após esta suspensão as colunas foram separadas em suas metades e cada uma destas passou a ser uma das quatro repetições, onde foi semeado sorgo granífero, cv. BR 304. A variável resposta observada foi fitotoxicidade (%), em três níveis de profundidade (0-13; 13-23; 23-33 cm) a partir da extremidade da coluna onde foi aplicado o herbicida no solo. As injúrias foram observadas visualmente, em avaliação realizada aos 20 dias após a emergência das plantas de sorgo e representada em percentual, atribuindo-se nota zero (0) à ausência de fitotoxicidade e nota cem (100) a morte completa das plântulas de sorgo. Os dados foram submetidos à análise estatística de variância, e os dados significativos foram submetidos à análise através de regressão linear e não linear (Machado & Conceição 2007). Verificaram-se interação significativa entre profundidade, doses do herbicida e níveis de pH. As injúrias observadas nas plantas de sorgo (Figura 1, 2 e 3), nas diferentes profundidades da coluna, mostram que a mobilidade do herbicida foi significativamente afetada pelo pH. Nos três níveis de pH estudados as injúrias nas plantas de sorgo foram maiores quando ocorreu aumento na dose do herbicida. Em pH 4,7 (Figura 1) observa-se que os níveis mais severos de fitotoxicidade ficaram concentrados nos primeiros 13 cm da coluna e menos visíveis com o aumento da profundidade indicando pouca mobilidade da mistura de imazapic+imazethapyr nesse nível de acidez. Comparando-se a fitotoxicidade nas plantas de sorgo avaliada nos três solos (Figura 1, 2 e 3) os resultados mostram que a mobilidade do herbicida no perfil do solo aumentou com o nível de pH mais elevado mostrando uma tendência para o herbicida na dose de 100 g ha1 percolar para a maiores profundidades e em doses maiores ser distribuído por todo o perfil do solo, porém com maior concentração no início e fim da coluna (Figuras 2 e 3). 70 ● R2 = 1,00 ○ y = 19,38-0,5830x ; R2 = 0,99 -0,1033x ▼ y = 187,36e ; R2 = 0,99 -0,1383x 2 ◊ y = 347,62e ; R = 0,99 60 Fitotoxicidade (%) 50 40 30 ● Dose 0 g há-1 ○ Dose 100 g há-1 -1 ▼ Dose 150 g há ◊ Dose 200 g há-1 20 10 0 10 15 20 25 30 35 Profundidade (cm) ® Figura 1. Mobilidade do herbicida Only no perfil do solo com pH 4,7, Casa de Vegetação FAEMUFPEL, Capão do Leão – RS. 2007 ● R2 = 1,00 -0,0843x ▼ y = 150,55e ; R2 = 0,99 ◊ R2 = 1,00 100 Fitotoxicidade (%) 80 60 ● Dose 0 g há-1 ○ Dose 100 g há-1 -1 ▼ Dose 150 g há ◊ Dose 200 g há-1 40 20 0 10 15 20 25 30 35 Profundidade (cm) ® Figura 2. Mobilidade do herbicida Only no perfil do solo com pH 5,5, Casa de Vegetação FAEMUFPEL, Capão do Leão – RS. 2007 ● R2 = 1,00 ○ y = e0,0978x ; R2 = 0,99 2 ▼ R = 1,00 2 ◊ R = 1,00 100 Fitotoxicidade (%) 80 60 ● Dose 0 g há-1 -1 ○ Dose 100 g há -1 ▼ Dose 150 g há -1 ◊ Dose 200 g há 40 20 0 10 15 20 25 30 35 Profundidade (cm) ® Figura 3. Mobilidade do herbicida Only no perfil do solo com pH 6,5, Casa de Vegetação FAEMUFPEL, Capão do Leão – RS. 2007 Diante dos resultados observados é possível concluir que a mistura dos herbicidas imazapic+ imazethapyr apresenta mobilidade no perfil de um Planossolo Hidromórfico Eutrófico Solódico sendo que a menor ou maior intensidade da sua percolação está também relacionada com o pH. À medida que se reduz a acidez de um Planossolo Hidromórfico Eutrófico solódico pode ser aumentado o potencial de percolação da mistura dos herbicidas imazapic + imazethpyr. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: CARTER, A. D. Herbicide movement in soils: principels, pathway and process. Weed Research, v. 40, n.1, p.22-113, 2000. COSTA, M. A.; MONTEIRO, R. T. R.; TORNISIELO, V. L. Degradação de ametrina em Areia Quartzosa com adição de solo rizosférico de cana-de-açúcar. Revista Brasileira de Ciência do Solo. v. 24, n.1, p. 43-48. 2000. EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos, 2006. INOUE, M. H.; MARCHIORI O. JR.; OLIVEIRA R. S. Jr.; CONSTANTIN, J.; TORMENA, C. A. Calagem e o potencial de lixiviação de imazaquim em colunas de solo. Planta Daninha, v.20, n.1, p.125-132, 2002. MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. WinStat – Sistema de Análise Estatística para Windows versão 1.0. Universidade Federal de Pelotas, 2007. PRATA, F. et al. Degradação e adsorção de diuron em solos tratados com vinhaça. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.24, n.1, p.217-223, 2000. SARMAH, A.K.; KOOKANA, R. S.;ALSTOKN, A.M. Degradation of chlorsulfuron and triasulfuron in alkaline soils under laboratory conditions. Weed Research, v. 39, n. 2, p. 8394, 1999. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE RESIDUAL EM SOLO DA MISTURA FORMULADA COM OS HERBICIDAS IMAZAPIC + IMAZETHAPYR, PARA A CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, CULTIVAR IRGA 417 Jesus Juares Oliveira Pinto(1), José Alberto Noldin(2), Mariane D’Avila Rosenthal(1), Rodolfo Rocha Richter(1), Frederico Bartz de Menezes(1), Leonard Bonilha Piveta(1), Camila Ferreira de Pinho(1),. ¹UFPel-FAEM, Departamento de Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS. [email protected] 2Epagri/ Estação Experimental de Itajaí, SC. O arroz vermelho (Oryza sativa L.) é uma das espécies daninhas mais problemática na lavoura de arroz no Rio Grande do Sul, provocando perdas por competição e qualidade do produto colhido. Por pertencer a mesma espécie do arroz cultivado, o controle através da utilização de químicos, até ser implantada a tecnologia Clearfield®, era limitado. Estudos mostram que estes herbicidas através da longa atividade residual, podem afetar negativamente as culturas sensíveis utilizadas em sistema de sucessão e/ou rotação (Barnes et. al., 1989; Fleck & Vidal, 1994; Renner et al. 1988; Silva et al., 1999; Ulbrich et al., 1998). Noldin et al (2005) citam que o comportamento no ambiente, para herbicidas do grupo das imidazolinonas, podem apresentar efeito residual variável e prolongado. Estes autores também citam que o sistema Clearfield® representa uma nova e importante ferramenta para o manejo do arroz vermelho, entretanto relatam que por observações de campo em áreas com aplicação em sistema de cultivo pré-germinado, o herbicida utilizado neste sistema pode apresentar residual no solo, fato este que poderia limitar tanto a utilização das áreas de arroz no período da entressafra com culturas em sucessão e/ou a utilização das áreas em rotação com cultivares sensíveis. Com o objetivo de avaliar a atividade residual da mistura herbicida (imazapic + imazethapyr) para cultura do arroz irrigado, foi instalado um bioensaio em casa de vegetação, pertencente à UFPel/FAEM. O solo utilizado para o estudo foi Planossolo Háplico Eutrófico solódico (EMBRAPA, 2006), coletado em experimentos de campo que supostamente deveriam apresentar resíduos advindos de um (E1) e três (E3) anos de monocultivo de arroz irrigado, pelo sistema Clearfield®. Os quatro tratamentos utilizados nos monocultivos foram à mistura dos herbicidas imazapic + imazethapyr, em doses de (0; 25 + 75; 37,5 + 112,5; 50 +150) g.ha-1. O solo coletado foi acondicionado em vasos plásticos (3,5 litros). A seguir procedeu-se a semeadura da cultivar IRGA 417 distribuindo os tratamentos num delineamento experimental completamente casualizado, com quatro repetições. Sete dias após a emergência procedeu-se a correção de população para sete plantas por vaso. As variáveis resposta avaliadas foram a fitomassa média dos sistemas aéreo (g) e radicular de plantas (g) aos trinta dias após a emergência (30 DAE), sendo obtidas a partir dos sistemas aéreo e radicular das plantas que foram submetidos posteriormente a desidratação em estufa termoelétrica a temperatura constante de 70°C, até o valor de fitomassa seca se manter constante. Os dados gerados no experimento foram analisados, submetidos à análise da variância (p≤0,05), e quando significativos foram submetidos à análise por modelos de regressão linear e não linear (Machado & Conceição, 2007). Ocorreu interação significativa entre os fatores dose do herbicida x ambiente para as duas variáveis analisadas. Os estudos realizados, neste trabalho, mostram que a mistura formulada com os herbicidas imazapic+imazethapyr utilizada no sistema Clearfield® podem deixar resíduo no solo, em quantidades suficientes para afetar diferentes órgãos componentes da fitomassa na variedade convencional (não transmutada) IRGA 417. Os acréscimos progressivos de resíduos referentes aos tratamentos nas amostras de solo em estudo, limitaram o aporte de fitomassa do sistema aéreo e radicular das plantas de arroz, em ambos os ambientes estudados (Figura 1). O acúmulo de fitomassa foi limitado na razão inversa aos acréscimos de dose do herbicida aplicado, anteriormente, no experimento a campo. Aos 30 DAE, os solos referentes à aplicação de 100 g ha-1 de herbicida, mostrou reduções da fitomassa aérea do arroz em 74,87 e 51,24% e para fitomassa de raiz em 82,98 e 87,30% respectivamente, para E1 e E3. Estes resultados indicam que a atividade residual do herbicida imazapic+imazethapyr é dependente da dose mas não se acumula pelo emprego em anos repetidos de cultivo de arroz pelo sistema Clearfield. -0,0138x A ● y = 16,95e 18 ○ y = 17,39-0,0891x ; R2 = 0,90 16 ● E1 ○ E3 14 Fitomassa seca aérea (g) ; R2 = 0,97 20 12 10 8 6 4 2 0 0 50 100 150 200 -1 Dose de imazapic+imazethapyr (g ha ) B -0,0177x ; R2 = 0,99 -0,0126x ; R2 = 0,93 ● y = 16,92e 50 ○ y = 44,75e Fitomassa seca radicular (g) 40 ● E1 ○ E3 30 20 10 0 0 50 100 150 200 -1 Dose de imazapic+imazethapyr (g ha ) Figura 1. Fitomassa seca do sistema aéreo (A) e fitomassa seca do sistema radicular (B) de plantas de arroz irrigado (cultivar IRGA 417) em função da presença de resíduos da mistura de herbicidas Imazapic + Imazethapyr. UFPEL/FAEM, Capão do Leão-RS, 2005-2006. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: BARNES C. J.; GOETZ, A. j.; LAVY, T. L. Efectes of imzaquin residues on cotton (Gossipium hirsitum). Weed Science, Lawrence, v. 37, n.6, p. 820-824, 1989. FLECK, N. G.; VIDAL, R. A. Injúria potencial de herbicidas de solo ao girassol. III: imazaquin e imazethapyr. Planta Daninha, Brasília, v. 12, n. 1, p. 39-43, 1994. EMBRAPA, Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos, 2006. MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. WinStat – Sistema de Análise Estatística para Windows versão 1.0. Universidade Federal de Pelotas, 2007. NOLDIN, J. A.; SCHIOCCHET, M. A.; EBERHARDT, D. S.; STUKER, H. Residual do herbicida Only em sistema de cultivo pré-germinado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4; REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 26. 2005, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria: UFSM, 2005. p 262-63. RENNER, K. A.; MEGGITT, W. F.; PENNER, D. Response of corn ( Zea mays)Cultivars to imazaquin. Weed Science, Lawrence, v. 36, n. 5, p. 625-628, 1988. SILVA, A. A.; OLIVEIRA Jr., R. S.; COSTA, E. R.; FERREIRA, L. R. Efeito residual no solo dos herbicidas imazamox e imazethapyr para as culturas de milho e sorgo. Planta Daninha, Botocatu, v. 17, n. 3, p. 345-354. ULBRICH, A. V.; RODRIGUES, B. N.; LIMA, J. Efeito residual dos herbicidas imazaquin e imazethapyr, aplicados na soja, sobre o milho safrinha. Planta Daninha, Botocatu, v. 16, n. 2, p. 137-147, 1998. EFEITO DA ATIVIDADE DO HERBICIDA IMAZAPIC+IMAZETHAPYR NA CULTURA DO AZEVÉM (Lolium multiflorum) SEMEADO EM SUCESSÃO A ® CULTURA DO ARROZ CLEARFIELD Jesus Juares Oliveira Pinto(1), José Alberto Noldin(2), Mariane D’Avila Rosenthal(1), Camila Ferreira de Pinho(1), Glauco Foster Almeida(1), Antonio Donida(1). ¹UFPel-FAEM, Departamento de Fitossanidade, CP 354, CEP 96010-900, Pelotas, RS. [email protected] 2Epagri/ Estação Experimental de Itajaí, SC. O azevém (Lolium multiflorum Lam.) é uma gramínea anual, originária do Mediterrâneo cultivada inicialmente na Lombardia (Araújo, 1967). A partir daí foi introduzida na América do Norte onde, pela sua excelente qualidade forrageira e fácil adaptabilidade foi disseminada, mundialmente, principalmente em países ou regiões de clima temperado. A sua introdução no Estado do Rio Grande do Sul (RS) ocorreu em meados do século passado e hoje está adaptada a todas as zonas fisiográficas deste Estado e também a diferentes sistemas agrossilvepastoris, tais como pomares, lavouras com cereais de inverno e em pastagens nativas e cultivadas. É considerada uma das forrageiras de maior importância no sistema agropastoril por se destacar como a principal forrageira de inverno para ser cultivada em sucessão com as culturas de verão, incluindo o arroz irrigado (Oryza sativa L.) que, em rotação com a atividade pecuária ocupa a maior parte das áreas de várzea do RS. Na orizicultura, uma das principais plantas concorrentes é o arroz vermelho (Oryza sativa L.) e suspeita-se que em mais de 50% da área cultivada, essa planta daninha seja controlada com herbicidas do grupo químico das imidazolinonas. Por outro lado, estudos mostram que estes herbicidas através da longa atividade residual, podem afetar negativamente a culturas sensíveis utilizadas em sistema de sucessão ou rotação com espécies tolerantes (Barnes et. al., 1989; Fleck & Vidal, 1994; Renner et al. 1988; Silva et al., 1999; Ulbrich et al., 1998). Com o objetivo de avaliar a atividade residual da mistura herbicida (imazapic + imazethapyr) para cultura do azevém, foram instalados no CAP-UFPel, Capão do Leão RS três experimentos conduzidos distintamente com um (E1), dois (E2) e três (E3) em anos de monocultivos de arroz irrigado conduzido pelo sistema Clearfield®, alocados em áreas contíguas, separadas por canais de irrigação. Foram utilizados quatro tratamentos com a mistura dos herbicidas imazapic + imazethapyr, aplicados em pós-emergência, em doses de (0; 25 + 75; 37,5 + 112,5; 50 +150) g ha-1, distribuídos num delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. Para testar a possível variação de atividade residual do herbicida, em função de dose e anos seguidos de cultivo arroz Clearfield® foi semeado, em sucessão, azevém, como espécie indicadora. As variáveis resposta foram altura média de planta (m) e rendimento biológico (Kg ha-1) para a cultura do azevém. A avaliação da altura de planta, obtida a partir do colo da planta até o ápice da panícula, foi realizada em amostras de dez plantas por repetição tomadas aleatoriamente e levadas a efeito quando a cultura do azevém se encontrava em fase de enchimento de grãos. O rendimento biológico foi obtido a partir do sistema aéreo das plantas, amostradas ao acaso, em parcelas com área útil de 1,0m2 e submetidas posteriormente a desidratação em estufa termoelétrica a temperatura constante de 70°C, até a medida de fitomassa seca se manter constante. Os dados gerados no experimento foram analisados, submetidos à análise da variância (p≤0,05), em sendo significativos eles foram submetidos à análise por modelos de regressão linear (Machado & Conceição, 2007). Verificou-se interação significativa para o fator tratamento versus experimentos, para as duas variáveis avaliadas. Os dados relativos à altura média de planta e rendimento biológico, nos três ambientes avaliados, se ajustaram a equações lineares (Figura 1A e 2A). Os resultados mostram que o herbicida Only® manteve no solo atividade residual suficiente para afetar negativamente a estatura das plantas de azevém, semeado em sucessão ao cultivo do arroz (Figura 1A). As plantas apresentaram o crescimento limitado na razão inversa e proporcional ao resíduo incrementado pelo aumento da dose do herbicida. A dose de 1,0 L ha-1 de Only® limitou em 88,4, 85,9 e 80,3%, a altura média de plantas de azevém respectivamente, nos experimentos E1, E2 e E3 (Figura 1B). A maior redução percentual da altura média de plantas foi observada no E3, onde ocorreu maior seqüência de cultivos de arroz Clearfield®. O rendimento biológico também foi afetado negativamente pelo residual do herbicida Only®, uma vez que, ocorreram decréscimos significativos de produtividade paralelamente aos acréscimos de dose (Figura 2A). Os resultados também mostram que para esta variável o residual do herbicida Only®, a 1,0 L ha-1 pode causar reduções de 32,1, 31,3 e 37,2% no rendimento biológico do azevém semeado em sucessão ao arroz Clearfield® nos experimentos E3, E2 e E1, respectivamente (Figura 2B). ●E1 ○E2 ▼E 3 1,0 Redução da Altura de Plantas (%) Altura média de plantas (m) 0,9 0,8 0,7 0,6 80 60 40 20 0,5 0 50 100 E1 E2 E3 100 150 0 200 0 0 -1 Doses de imazapic+imazethapyr (g ha ) 50 100 100 150 150 200 -1 Doses de imazapic+imazethapyr (g ha ) ● y = 0,9120-0,0018x ; R2 = 0,94 ○ y = 0,8525-0,0012x ; R2 = 0,97 A 2 ▼ y = 0,6894-0,0008x ; R = 0,95 B Figura 1. Redução média (A) e percentual (B) da altura de plantas de azevém cultivado em ambientes com diferentes níveis de resíduo do herbicida imazapic+imazethapyr, UFPelFAEM, Capão do Leão-RS. 2007. ●E1 ○E2 ▼E 3 7000 E1 E2 E3 100 Redução de Fitomassa Seca (%) -1 Fitomassa Seca (Kg ha ) 6000 5000 4000 3000 2000 80 60 40 20 1000 0 0 50 100 150 200 0 00 -1 Doses de imazapic+imazethapyr (g ha ) 50 100 100 150 150 200 -1 Doses de imazapic+imazethapyr (g ha ) 2 ● y = 6641,49-21,19x ; R = 0,99 ○ y = 4803,20-13,28x ; R2 = 0,91 A ▼ y = 2886,71-9,647x ; R2 = 0,92 B Figura 2. Redução média (A) e percentual (B) da fitomassa seca de plantas de azevém cultivado em ambientes com diferentes níveis de resíduo do herbicida imazapic+imazethapyr, UFPel-FAEM, Capão do Leão-RS. 2007. Diante dos resultados observados é possível concluir que o herbicida Only®, aplicado em pós-emergência do arroz irrigado e em dose recomendada pode manter no solo atividade suficiente para reduzir significativamente a altura média de planta e o rendimento biológico do azevém, semeado em sucessão, ao cultivo de arroz Clearfield®. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: ARAUJO, A., A., de. Forrageiras para ceifa. 2. ed., Porto Alegre: Livraria Editora Sulina, 1967. BARNES C. J.; GOETZ, A. j.; LAVY, T. L. Efectes of imzaquin residues on cotton (Gossipium hirsitum). Weed Science, Lawrence, v. 37, n.6, p. 820-824, 1989. FLECK, N. G.; VIDAL, R. A. Injúria potencial de herbicidas de solo ao girassol. III: imazaquin e imazethapyr. Planta Daninha, Brasília, v. 12, n. 1, p. 39-43, 1994. MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. WinStat – Sistema de Análise Estatística para Windows versão 1.0. Universidade Federal de Pelotas, 2007. RENNER, K. A.; MEGGITT, W. F.; PENNER, D. Response of corn ( Zea mays)Cultivars to imazaquin. Weed Science, Lawrence, v. 36, n. 5, p. 625-628, 1988. SILVA, A. A.; OLIVEIRA Jr., R. S.; COSTA, E. R.; FERREIRA, L. R. Efeito residual no solo dos herbicidas imazamox e imazethapyr para as culturas de milho e sorgo. Planta Daninha, Botocatu, v. 17, n. 3, p. 345-354. ULBRICH, A. V.; RODRIGUES, B. N.; LIMA, J. Efeito residual dos herbicidas imazaquin e imazethapyr, aplicados na soja, sobre o milho safrinha. Planta Daninha, Botocatu, v. 16, n. 2, p. 137-147, 1998. ÉPOCAS DE CONTROLE DE ANGIQUINHO EM ARROZ IRRIGADO André Andres1 ; Giovani Theisen²; Jorge Rieffel FO 3 ; Douglas Hoffman2,3 ; Germano Butow3 ; Paulo di Primio 3 1 Pesquisador Embrapa Clima Temperado; 2 Bolsista CNPq; 3 Estagiários Embrapa Clima Temperado, Estudante FAEM/UFPel, Pelotas, RS O elevado nível de infestação das plantas daninhas nas lavouras arrozeiras é um fator limitante da produção do cereal nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina . Dentre as espécies concorrentes encontra-se o angiquinho, planta anual, presente tanto em solos secos quanto nos alagados. Embora existindo diversos métodos de controle nas lavouras orizícolas para o controle de plantas daninhas, destaca-se o método químico. Quando utilizado de forma e no tempo corretos apresenta eficiência, praticidade e rapidez. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de épocas de controle de angiquinho (Aeschynomene denticulata)no rendimento de grãos de arroz. O estudo foi instalado a campo na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, município de Capão do Leão, RS no ano agrícola de 2006/07. O solo se classificado como Planossolo Hidromórfico Eutrófico Solódico pertencente a unidade de Mapeamento Pelotas. O experimento foi conduzido sob sistema de cultivo convencional e as práticas culturais seguiram as Recomendações Técnicas da Pesquisa para o RS e SC. -1 A semeadura, da cultivar BRS Querência (120 kg ha ) foi realizada no dia 26/out/06, no espaçamento de 17,5cm entrelinhas. Os tratamentos contaram de épocas de controle de angiquinho: a) pré-emergente; b) arroz em V2-3; c) arroz em V4; d) arroz em V4-5; e) arroz em V8; f) testemunha sem controle. As plantas daninhas gramíneas foram controladas com o herbicida Clincher (2 L -1 -1 ha + 2 L ha óleo vegetal) antes da irrigação (22 dias após a emergência). Em todas as parcelas, após respectivo tratamento, quando necessário houve controle manual das plantas emergidas A adubação nitrogenada em cobertura (100 kg N), foi agrupada em duas épocas, sendo a primeira (50 kg N) imediatamente antes da irrigação e a segunda no estádio V8 do arroz. A 2 população de angiquinho variou entre oito e doze plantas m . O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro repetições. As 2 unidades experimentais mediram 12 m de área (2 x 6 m), constituindo-se em 11 fileiras de arroz em cada parcela. O parâmetro avaliado foi o rendimento de grãos de arroz. Os dados foram submetidos à análise de variância seguido de teste de Duncan para comparação de médias dos tratamentos. Obteve-se, complementarmente uma equação de regressão a qual simulou o efeito do momento do controle de angiquinho no rendimento de grãos de arroz irrigado (Figura 1). Verificou-se que o prejuízo inicial no rendimento de grãos, para a população estudada, foi de menor intensidade até V5, evidenciando provavelmente, que os efeitos da competição desta planta daninha incrementam a medida em que a planta se desenvolve e ocasiona sombreamento à cultura. Até esta fase obteve-se os melhores índices de produtividade (Tabela 1). Este estudo mostra que o controle realizado até o -1 estádio V4 do arroz proporcionou rendimento de grãos acima de 8 t ha , superiores aqueles obtidos com o controle realizado mais tardiamente. A competição exercida pela planta daninha angiquinho reduziu o rendimento de grãos em 57,2% (Tabela 1). A equação obtida demostra que a cada dia de competição entre o angiquinho e a cultura do arroz ocorre uma perda linear de -1 rendimento de grãos, calculada em aproximadamente 55 kg ha . Tabela 1. Rendimento de grãos de arroz irrigado em resposta a épocas de controle de plantas daninhas, com o herbicida Ricer, na Cultivar BRS Querência, Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, 2006/2007 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------1 Tratamentos Rendimento de grãos (kg ha ) --------------------------------------------------------------------------------------------------------1. Controle em - Pré-emergência 9.415 a 2. Controle em - Pós-emergência aos 14 dae – V2-3 8.843 ab 8.690 ab 3. Controle em - Pós-emergência aos 18 dae – V4 4. Controle em - Pós-emergência aos 21 dae – V4-5 8.137 ab 5. Controle em - Pós-emergência aos 40 dae – V8 7.360 b 6. Testemunha sem controle 4.032 c --------------------------------------------------------------------------------------------------------* Médias seguidas de mesma letras não diferem entre si significativamente (Duncan; p= 0,05) 12000 y = 9506-55,1x r2 = 0,99 -1 Produtividade (kg ha ) 10000 8000 6000 4000 2000 0 20 40 60 80 100 120 Dias em competição Figura 1. Perda produtiva em arroz irrigado, BRS Querência em função do atraso no controle de angiquinho Aeschynomene sp. Capão Leão, RS, 2006/07 CONTROLE QUÍMICO DE ANGIQUINHO NO SISTEMA CLEARFIELD André Andres1; Giovani Theisen1; Douglas A Hoffman2,3; Germano T. Büttow2; Jorge Rieffel F°2; Paulo di Primio2; Daniela Schossler2 ; Leandro Pasqualli4. 1Embrapa Clima Temperado, BR 392, km 78, CP 403, 96.001-970, Pelotas, RS. [email protected] 2 Estagiários Graduação Embrapa Clima Temperado, UFPel-FAEM, 3Bolsista CNPq. 4 RiceTec Sementes Ltda. O sistema Clearfield trouxe benefícios ao controle químico de plantas daninhas em arroz irrigado, principalmente no controle do arroz-vermelho, porém em algumas áreas ocorre deficiências no controle de angiquinho com o herbicida Only. Este estudo teve por objetivo avaliar alternativas de controle químico para Aeschynomene denticulata. comparando com o herbicida recomendado (Only). O estudo foi conduzido a campo, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS, na safra 2006/07. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com nove tratamentos e quatro repetições, e as unidades experimentais mediram 12 m2 de área (2 x 6 m), constituindo-se em 11 fileiras de arroz em cada parcela. O solo é classificado como Planossolo Hidromórfico Eutrófico Típico. A área foi manejada através do sistema de implantação de culturas convencional. O híbrido utilizado foi Sator CL (RiceTec), na densidade de 60 kg ha-1, semeado em 15/NOV/2006, com semeadora provida de 11 linhas espaçadas entre si em 17,5 cm (parcelas individuais de 12m2). Em função da seca, no período pós-semeadura, foi necessário uma irrigação antecipada da área (banho) para uniformizar a emergência, que ocorreu aos 15 dias após a semeadura (DAS). A irrigação por inundação iniciou 11 dias após a emergência (4 folhas a 1 perfilho – V4-5) do arroz, mantendo-se uma lâmina de água permanente até o final do ciclo da cultura. A adubação nitrogenada, em cobertura, foi realizada quando as plantas atingiram o estádio de desenvolvimento V4-5 e V9, os quais ocorreram respectivamente aos 11 e 58 dias após a emergência, utilizando-se respectivamente 45 e 45 kg ha-1 de nitrogênio (totalizando 90 kg ha-1 de N). A colheita do arroz foi realizada aos 136 DAE. A população de angiquinho variou entre 18 e 25 plantas m2. Os herbicidas foram aplicados em pósemergência, com arroz no estádio V5, com o auxílio de um pulverizador costal de precisão, propelido a CO2 com barra de quatro bicos de jato em leque, tipo Micron XP110.015, espaçados em 50 cm, operando a uma pressão de 20lb pol-2, gerando uma vazão de 120 L ha-1. A população de angiquinho variou entre oito e doze plantas m2. Os tratamentos estudados foram: T1 - Ricer 50 ml ha-1 + Veget’ Oil 1 L ha-1,T2 - Ricer 100 ml ha-1 + Veget’ Oil 1 L ha-1; T3 - Ricer 200 ml ha-1 + Veget’ Oil 1 L ha-1; T4 – Código P 150 ml ha-1 + Assist 500 ml ha-1; T5 - Ally 3,3 g ha-1 + Assist 500 ml ha-1; T6 - Ally 3,3 g ha-1 + Assist 1 L ha-1; T7 - Only 1 L ha-1 + Dash 300 ml ha-1; T8- Only 1 L ha-1 + Ricer 50 ml ha-1 + Dash 300 ml ha-1; T9 - 3,0 L ha-1 Clincher + 2,0 L ha-1 Vegt Oil. Nos tratamentos T1 a T7 foi realizada aspersão do herbicida Only a 1 L ha-1 adicionado de dash a 300 mL ha-1. As variáveis analisadas foram controle de angiquinho (%) e rendimento de grãos de arroz (kg ha-1). Os resultados mostram que a eficiência do tratamento com herbicida Only (T7), foi inferior aos demais tratamentos, evidenciando a necessidade da utilização de outros químicos para complementar o controle de angiquinho (Tabela 1). No entanto não se observou efeito deste menor controle na produtividade, situando-se todos os tratamentos em patamar similar. Foi observado que a competição de angiquinho (T9) reduziu em média 65,5% a produção de arroz. Tabela 1. Tratamentos, rendimento de grãos (kg ha-1) e controle de angiquinho (%) em arroz Sator CL. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão, RS, 2006/07. Tratamentos Dose (L ha-1) Rendimento de grãos Controle Kg ha-1 % 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Ricer + Óleo Ricer + Óleo Ricer + Óleo Código P + Assist Ally + Assist Ally + Assist Only + Dash Only + Ricer + Dash Testemunha 0,050 + 1 0,1 + 1 0,2 + 1 0,15 + 0,5 3,3 g + 0,5 3,3 g + 1 1 + 0,3 1 + 0,05 + 0,3 - 7.965 a 7.658 a 7.552 a 7.539 a 6.925 a 7.253 a 6.901 a 8.246 a 2.590 c 98 a 99 a 99 a 98 a 100 a 100 a 86 b 100 a 0 c Trabalho realizado no convênio Embrapa Clima Temperado e RiceTec Sementes Ltda.. EFICIÊNCIA DO HERBICIDA PYRIBENZOXIM, APLICADO EM PULVERIZAÇÃO NO SISTEMA DE CULTIVO PRÉ-GERMINADO Olavo Gabriel Rossato Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2), José Antonio Annes Marinho(3), Luiz Felipe Thomas(3), Rodrigo Alff Gonçalves(1), Ana Paula Estevo(1), Graciela (1) Castilhos(1). Danie Martini Sanchotene(1) Bolsistas GIPHE/UFSM, e-mail: [email protected]; (2)Professor Dep. de Biologia/UFSM e-mail: [email protected]; (3) FMC Química do Brasil Ltda. O cultivo sistemático e intensivo de uma cultura em um mesmo local, por vários anos, leva a seleção de algumas espécies de plantas, que competem junto com a cultura comercial por fatores essenciais para sua sobrevivência. A lavoura arrozeira destaca-se na metade sul do Rio Grande do Sul constituindo-se em importante fonte geradora de riquezas para vários municípios. Várias opções de ingredientes ativos estão registrados para o controle de diversas plantas daninhas, nas diferentes épocas de aplicação, tendo como exceção o arroz vermelho que é manejado através dos sistemas de cultivo (MENEZES et al., 1999), não havendo um ingrediente ativo que proporcione controle eficiente desta invasora. As principais plantas daninhas da orizicultura em nosso estado, são o capim arroz (Echinochloa spp.), angiquinho (Aeschynomene spp.), ciperáceas (Cyperus spp.) e chapéu de couro (Sagittaria spp.), entre outras, que podem variar de região para região (KISSMANN, 1992; LORENZI, 2000). O trabalho foi realizado no município de Camaquã/RS na safra 2005/2006 com o objetivo de avaliar a eficiência do novo herbicida Pyribenzoxim no controle de Echinochloa crusgalli var. crusgalli, Aeschynomene rudis, Fimbristylis miliacea e Sagittaria montevidensis, plantas daninhas infestantes das lavouras de arroz irrigado, no sistema prégerminado. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com 8 tratamentos e quatro repetições, as unidades experimentais mediram 2 m x 6 m, totalizando (12 m2), sendo que para as avaliações de seletividade e eficiência agronômica considerou-se apenas os 4 m2 centrais de cada parcela. Os tratamentos avaliados encontram-se na Tabela 1. A implantação da cultura ocorreu no dia 10 de outubro de 2005. O cultivar reagente foi EPAGRI 108. Cinco dias antes da aplicação, a água foi retirada dos quadros, a seguir foram pulverizados os herbicidas e o quadro foi novamente inundado 24 horas após a aplicação. Os tratamentos herbicidas foram pulverizados quando as plantas daninhas Echinochloa crusgalli var. crusgalli, Fimbristylis miliacea, Aeschynomene rudis e Sagittaria montevidensis encontravam-se em sua maioria com 2 a 3 folhas. As condições climatológicas durante a aplicação dos herbicidas foram as seguintes: temperatura do ar 22 ºC, URar de 68,2%, ventos de 2,8 Km.h-1. O equipamento utilizado para a aspersão dos tratamentos, foi um pulverizador propelido a CO2, com barra de 1,5 m e 4 pontas XR 110.02, espaçadas a 50 cm, pressão de trabalho 38 lbs pol-2, e volume de calda de 130 L ha-1. Foram realizadas avaliações de controle das plantas daninhas, aos 15, 45 dias após a aplicação (DAA), seguindo escala, onde são realizadas observações visuais em relação à testemunha sem capina que corresponde a 0% (zero) de controle. TABELA 1. Tratamentos e doses de produto comercial aplicados na lavoura de arroz irrigado. Doses (ml ha-1) Tratamentos 1 – Testemunha - 2. Pyribenzoxim1 200 3. Pyribenzoxim 400 4. Pyribenzoxim 600 5. Pyribenzoxim 800 6. Pyribenzoxim 1000 7. Pyribenzoxim 1200 2 8. Bispyribac-sodium 150 Sem nome comercial definido - Pyribenzoxim 50 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – CE (produto em registro – RET 07503) 2 Nominee: Bispyribac-sodium 400 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – SC Aos tratamentos herbicidas acrescentou-se óleo mineral IHAROL a 0,5% v/v 1 As variáveis analisadas foram submetidas à análise da variância pelo “teste F”. A comparação de médias foi efetuada através do teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. TABELA 2 – Médias de controle das plantas daninhas avaliadas, no sistema pré-germinado, na cultura do arroz irrigado (Oryza sativa L.) – Camaquã – RS 2004/2005 % Controle Dose Echinochloa Fimbristylis Sagittaria Aeschynomene 4 Tratamentos ml ha-1 crusgalli crusgalli miliacea montevidensis rudis 15 45 15 45 15 45 15 45 DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA DAA 200 75 c 1 70 c 92 c 89 b 75 b 68 b 88 b 0b 2. Pyribenzoxim 400 93 b 98 a 98 b 100 a 100 a 100 a 97 a 00 a 3. Pyribenzoxim 600 95 b 97ab 97 b 100 a 100 a 100 a 97 a 00 a 4. Pyribenzoxim 800 97 b 100 a 98 b 100 a 100 a 100 a 99 a 00 a 5. Pyribenzoxim 1000 97 b 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 00 a 1200 99 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a 00 a 150 99 a 100 a 98 b 100 a 100 a 100 a 100 a 00 a 8. Testemunha 0d 0d 0d 0c 0c 0c 0c c CV% 1,19 1,34 1,55 1,21 1,42 1,54 2,18 ,97 1. Pyribenzoxim 2 6. Pyribenzoxim 7.Bispyribac-sodium 1 3 Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. 2 Sem nome comercial definido - Pyribenzoxim 50 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – CE 3 Nominee: Bispyribac-sodium 400 gramas de ingrediente ativo por litro de produto comercial – SC 4 Aos tratamentos com Pyribenzoxim e Bispyribac-sodium acrescentou-se adjuvante óleo mineral IHAROL a 0,5% v/v Os tratamentos com Pyribenzoxim nas doses de 400, 600, 800, 1000 e 1200 ml ha-1 de produto comercial, controlaram acima de 80% as plantas daninhas Aeschynomene rudis , Fimbristylis miliacea, Sagittaria montevidensis, Echinochloa crusgalli var. crusgalli em estádio de 3 folhas, podendo ser indicado como opção viável para controle destas espécies em sistema de cultivo pré-germinado em aplicação por pulverização. O tratamento com Bispyribac-sodium na dose de 150 ml.ha-1 também controlou eficientemente as plantas daninhas presentes na área. Os herbicidas avaliados foram seletivos à cultura. Referências Bibliográficas KISSMANN, K.G. Plantas infestante e nocivas. Basf. Tomo 1, 1992. 608p. LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas: Plantio direto e convencional. 5ª ed., Nova Odessa. 2000. 220p. LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas, tóxicas e medicinais. 2ª ed. Nova Odessa, Editorial Plantarum, 1991. 440p. MENEZES, V. G.; RAMIREZ, H.; OLIVEIRA, J. C. S. Perdas no rendimento de grãos de arrroz irrigado em função de épocas de controle do capim arroz (Echinochloa spp.).In: XXXIII REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 1999, Pelotas, Anais.... Pelotas, 1999. 727p. p.535-536. MENEZES, V. G. et al., Rendimento de grãos de arroz irrigado e produção de sementes de angiquinho (Aeschynomene denticulata RUDD.) em função de diferentes populações desta infestante.In: XXXIV REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 2001, Porto Alegre, Anais.... Porto Alegre, 2001. 894p. p.535-536. Palavras-chave: pré-germinado; pyribenzoxim; aquáticas COMPETITIVIDADE ENTRE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E BIÓTIPO DE ARROZ-VERMELHO. 1. UTILIZAÇÃO DE VARIÁVEIS MORFOLÓGICAS Nilson Gilberto Fleck(1), Dirceu Agostinetto(2), Carlos Eduardo Schaedler(1), Leandro Galon(2). 1 Faculdade de Agronomia da UFRGS, Caixa Postal 15100, 91501-970, Porto Alegre - RS. e-mail: [email protected]. 2 Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS e Departamento de Fitossanidade da FAEM/UFPel. O objetivo do trabalho foi comparar as habilidades competitivas das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 entre si e em relação ao arroz-vermelho. Foram conduzidos experimentos em casa-de-vegetação, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre – RS, na estação de cultivo 2001/02. As unidades experimentais foram formadas por vasos plásticos com capacidade volumétrica de 4 L, preenchidos com solo. O delineamento experimental utilizado foi completamente casualizado, com quatro repetições. Realizou-se experimento preliminar, em monocultivo de arroz, com o objetivo de determinar a população de plantas em que a produção final de matéria seca tornava-se constante. Para isso, utilizaram-se populações de 4, 8, 12, 16, 20, 24, 28 e 32 plantas por vaso (equivalentes a 157, 314, 471, 628, 785, 942, 1099 e 1256 plantas m-2). Alcançou-se produção final constante com população de 24 plantas de arroz por vaso, equivalente a 942 plantas m-2 (dados não apresentados). Os demais experimentos foram conduzidos em série de substituição e incluíram diferentes combinações das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 e de biótipo de arrozvermelho, variando-se as proporções relativas de plantas vaso-1 em cada associação (0:24; 6:18; 12:12; 18:6; 24:0), mantendo-se constante a população total de plantas. Como competidores, avaliaram-se as combinações das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 entre si e de ambas com arroz-vermelho. As variáveis afilhamento (Afi), estatura (Est), área foliar (AF) e matéria seca da parte aérea das plantas (MS) foram avaliadas aos 32 dias após a emergência (DAE). Calcularam-se os índices de competitividade relativa (CR), coeficientes de agrupamento relativo (K) e de agressividade (A). CR representa o crescimento comparativo do genótipo X em relação ao Y; K indica a dominância relativa de um genótipo sobre o outro; e A aponta qual dos genótipos é mais agressivo. Assim, os valores de CR, K e A indicam qual genótipo se manifesta mais competitivo e a interpretação conjunta deles estima com maior segurança a competitividade dos genótipos (Cousens, 1991). O genótipo X é mais competitivo do que Y quando CR > 1; Kx > Ky; e A > 0. Por outro lado, o genótipo Y é mais competitivo que X quando CR < 1; Kx < Ky; e A < 0 (Hoffman & Buhler, 2002). Para calcular esses índices foram usadas as proporções 50:50 de plantas de cada par de genótipos associados, utilizando-se os valores das perdas relativas (PR) e as seguintes equações, conforme sugerido por Cousens & O’Neill (1993): CR= PRx/PRy; Kx= PRx/(1-PRx); Ky= PRy/(1-PRy); A= PRx – PRy. Para avaliar as diferenças entre os índices CR, K e A, utilizou-se o teste “t” (p≤0,05) (Hoffman & Buhler, 2002), considerando-se existir diferença em competitividade quando no mínimo dois deles apresentam diferença significativa (Bianchi et al., 2006). Os resultados obtidos para as variáveis Afi, Est, AF e MS, expressos em valores médios por planta, foram submetidos à análise de variância (SAS, 1989). Quando o teste F da análise indicou significância, as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Dunnett (p≤0,05), considerando-se as respectivas monoculturas como testemunhas. Constatou-se que ocorreram reduções significativas nas variáveis estudadas quando as cultivares IRGA 417 e EEA 406 competiram com o arroz-vermelho, principalmente quando houve predomínio de plantas de arroz-vermelho na associação (proporção 75:25) (Tabela 1). Para a cultivar IRGA 417, mesmo na menor proporção de plantas de arroz-vermelho na associação (25:75), houve interferência deste sobre a cultivar, reduzindo Afi, AF e MS. Quando houve associação da cultivar EEA 406 com arrozvermelho, esses genótipos não tiveram as variáveis avaliadas alteradas, independente da proporção populacional em que cada um participou nas respectivas associações. Tabela 1. Diferenças entre plantas associadas ou não das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406 e de biótipo de arroz-vermelho para as variáveis afilhamento, estatura, área foliar e matéria seca da parte aérea, aos 32 dias após a emergência, UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001/02 Proporções de plantas (Arroz:competidor) Afilhos -1 ( n° planta ) Estatura Área foliar 2 -1 (cm) (cm planta ) IRGA 417 100:0 (T) 2,7 58,2 79,7 75:25 2,6 58,8 95,0 50:50 2,1 56,8 96,7 25:75 2,6 55,8 84,6 CV (%) 16,2 4,4 12,7 EEA 406 (competidor) 0:100 (T) 1,7 63,3 115,2 25:75 1,8 62,3 97,1 50:50 2,1 61,4 102,7 75:25 1,2 62,4 67,7* CV (%) 17,9 5,9 18,9 IRGA 417 100:0 (T) 2,8 65,6 91,4 75:25 1,3* 59,5 58,0* 50:50 2,0 62,3 69,1 25:75 1,2* 56,4* 50,5* CV (%) 36,7 7,2 19,5 Arroz-vermelho (competidor) 0:100 (T) 1,0 73,0 81,0 25:75 1,9 78,0 113,4 50:50 2,1* 78,6 119,3 75:25 0,9 73,7 117,0 CV (%) 35,8 6,0 22,2 EEA 406 100:0 (T) 1,8 73,5 49,8 75:25 1,3 73,8 77,8 50:50 0,8* 66,0 50,3 25:75 0,3* 59,2* 38,7 CV (%) 37,7 6,1 27,5 Arroz-vermelho (competidor) 0:100 (T) 2,3 86,6 102,7 25:75 2,1 78,0 135,5 50:50 2,4 78,5 105,0 75:25 1,4 73,0* 96,0 CV (%) 30,5 8,8 34,1 * Média difere da respectiva testemunha (T) pelo teste de Dunnett (p≤0,05). Matéria seca -1 (g planta ) 0,9 1,0 0,8 0,8 11,4 1,0 0,9 0,8 0,6* 16,6 1,2 0,8* 0,8* 0,5* 13,5 0,9 1,2 1,2 1,0 17,1 0,8 1,0 0,4* 0,4* 25,0 1,4 1,3 1,3 1,0 15,4 De modo geral, observou-se, em todas as variáveis avaliadas, que o arrozvermelho, ao competir com as cultivares de arroz EEA 406 e IRGA 417, apresentou maior crescimento do que estas, conforme foi indicado pelo índice CR, exceto para a variável AF quando a cultivar IRGA 417 competiu com EEA 406 como simuladora de arroz-vermelho (Tabela 2). No entanto, ocorreu dominância dos competidores (EEA 406 ou arrozvermelho) sobre as cultivares de arroz (IRGA 417 ou EEA 406), principalmente quando o competidor foi o arroz-vermelho, conforme foi definido pelo índice K. Destaca-se, também, que o arroz-vermelho foi mais competitivo que o genótipo EEA 406, seu simulador, fato que foi apontado pelo índice A. Ressalta-se, ainda, que, em algumas situações, não houve diferenças entre cultivares e competidores, o que demonstra que ambos se equivaleram em termos de competição pelos recursos do meio. Tabela 2. Índices de competitividade entre cultivares de arroz (IRGA 417 e EEA 406) e competidores (EEA 406 e arroz-vermelho), expressos por competitividade relativa (CR), coeficientes de agrupamentos relativos (K) e de agressividade (A), para as variáveis afilhamento, estatura, área foliar e matéria seca aérea, obtidos em experimentos conduzidos em séries substitutivas, UFRGS, Porto Alegre-RS, 2001/02 Variáveis CR Kx (cultivar) Ky (competidor) A Afilhamento IRGA 417 x EEA 406 0,62 (±0,06)* 0,64 (±0,10) 1,74 (±0,23)* -0,24 (±0,05)* IRGA 417 x arroz-vermelho 0,32 (±0,06)* 0,65 (±0,24) 1,69 (±2,01) -0,71 (±0,14)* -0,30 (±0,09)* EEA 406 x arroz-vermelho 0,45 (±0,15)* 0,35 (±0,14) 1,08 (±0,54) Estatura IRGA 417 x EEA 406 1,01 (±0,01) 0,96 (±0,07) 0,95 (±0,06) 0,003 (±0,01) IRGA 417 x arroz-vermelho 0,88 (±0,03)* 0,91 (±0,04) 1,17 (±0,06)* -0,06 (±0,02)* -0,004 (±0,01) EEA 406 x Arroz-vermelho 0,99 (±0,02) 0,82 (±0,03) 0,83 (±0,05) Área foliar IRGA 417 x EEA 406 1,39 (±0,14) 1,59 (±0,19) 0,84 (±0,16)* 0,16 (±0,05)* IRGA 417 x arroz-vermelho 0,51 (±0,03)* 0,47 (±0,02) 1,89 (±0,17)* -0,36 (±0,04)* EEA 406 x arroz-vermelho 1,06 (±0,17) 1,04 (±0,11) 0,79 (±0,08) -0,01 (±0,09) Matéria seca da parte aérea IRGA 417 x EEA 406 1,07 (±0,10) 0,89 (±0,10) 0,79 (±0,05) 0,03 (±0,04) IRGA 417 x arroz-vermelho 0,52 (±0,08)* 0,54 (±0,11) 1,60 (±0,12)* -0,35 (±0,10)* EEA 406 x arroz-vermelho 0,54 (±0,06)* 0,36 (±0,05) 0,99 (±0,11)* -0,23 (±0,04)* * Diferença significativa pelo teste “t” (p≤0,05). Valores entre parênteses representam os erros padrões das médias. Kx e Ky representam os coeficientes de agrupamento relativo da cultivar de arroz e do genótipo competidor, respectivamente. Os resultados mostraram que o arroz-vermelho modifica negativamente o número de afilhos, estatura de planta, área foliar e matéria seca área das plantas das cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406, demonstrando superioridade competitiva àquelas. As cultivares de arroz IRGA 417 e EEA 406, por sua vez, não modificam suas características morfológicas quando competem entre si, independente da proporção de plantas que estão associadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIANCHI, M.A; FLECK, N.G.; LAMEGO, F.P. Proporção entre plantas de soja e plantas competidoras e as relações de interferência mútua. Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n.5, p.1380-1387, 2006. COUSENS, R. Aspects of the design and interpretation of competition (interference) experiments. Weed Technology, Champaign, v.5, n.3, p.664-673, 1991. COUSENS, R.; O’NEILL, M. Density dependence of replacement series experiments. Oikos, v.66, n.2, p.347-352, 1993. HOFFMAN, M.L.; BUHLER, D.D. Utilizing Sorghum as a functional model of crop weed competition. I. Establishing a competitive hierarchy. Weed Science, Lawrence, v.50, n.4, p.466-472, 2002. SAS – Statistical Analysis System. User’s guide. 4.ed. Cary: SAS Institute, 1989. 846p. Agradecimento: Ao CNPq, pelo auxílio financeiro e pelas bolsas concedidas aos autores. CONTROLE DE ESCAPES DE ARROZ-VERMELHO NO SISTEMA DE PRODUÇÃO CLEARFIELD NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Valmir Gaedke Menezes(1), Carlos Mariot(1), Ricardo Herzog(1), Rodrigo Shoenfeld(1), Eduardo Amilíbia(1). 1Pesquisador do IRGA, Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, Cachoeirinha, RS – [email protected] O desenvolvimento do arroz tolerante a herbicidas do grupo químico das imidazolinonas proporcionou uma ferramenta eficiente para manejo de arroz-vermelho, permitindo aos agricultores atingir maior potencial de produtividade de arroz. Esta tecnologia representa uma oportunidade importante para controle eficiente de arrozvermelho e de outras espécies daninhas. Entretanto, a presença de cultivares de arroz resistente próximas de biótipos de arroz-vermelho cria a oportunidade para cruzamentos e, em decorrência, o surgimento de resistência, e podem comprometer a tecnologia. Como em qualquer programa de manejo de plantas daninhas, 100% de controle nem sempre é possível. As plantas de arroz-vermelho não controladas (escapes) na fase de estabelecimento da cultura constituem-se em uma oportunidade para a ocorrência de resistência. Por isso, faz-se necessário utilizar um sistema de produção em arroz tolerante às imidazolinonas, a fim de se controlar completamente o arroz-vermelho e prevenir infestações futuras. Recentemente, pesquisas nos EUA demonstram que o controle dos escapes pode ser feito com a aplicação de imazethapyr ou imazamox nos estádios de elongamento do colmo e início da formação da panícula de arroz-vermelho. O objetivo deste trabalho foi de avaliar o controle de escapes de arroz-vermelho no sistema de produção Clearfield através da aplicação de imazamox em diferentes estádios de desenvolvimento dessa invasora. Conduziu-se um experimento a campo na safra 2006/07, na Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em Cachoeirinha-RS. As principais características físico-químicas da área, conforme a análise de solo, são: 18 % de argila; 1,4 % de matéria orgânica; 22,7 mg/L de fósforo; 12 mg/L de potássio; 1,5 cmolc/L de cálcio; 0,4 cmolc/L de magnésio. O experimento foi implantado no sistema convencional e o manejo da cultura foi realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para a cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2005). A semeadura foi realizada em 2/12/06 e a emergência das plântulas ocorreu em 14/12/06. O genótipo resistente a herbicidas do grupo das Imidazolinonas utilizado foi com gen de 2ª geração, na densidade de 100 kg/ha de sementes. A adubação de base foi realizada em linhas na ocasião da semeadura, na dose de 350 kg/ha da fórmula NPK 5-20-30. Na adubação de cobertura foram aplicados 80 kg/ha de nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas de arroz estavam entre os estádios V3 e V4 (COUNCE et al., 2000) e 40 kg/ha de N no estádio V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula. A população de arrozvermelho na área experimental foi estabelecida a partir de uma população natural e uniformizada com a semeadura de novas sementes. Para controle dessa espécie daninha foi aplicado o herbicida Only na dose de 0,6 L ha-1. A dose foi abaixo da recomendada para o manejo dessa espécie com a finalidade de estimular escapes de plantas de arrozvermelho. Para complementar o controle das demais plantas daninhas foram aplicados os herbicidas cyhalofop-butyl (360 g ha-1) e penoxulam (48 g ha-1). Os tratamentos constaram de cinco doses (0, 42, 63, 84, 104 g ha-1) do produto comercial Sweeper (700 g/L de imazamox), pertencente ao grupo químico das imidazolinonas, e de quatro épocas de aplicação de acordo com os estádios de desenvolvimento de arroz-vermelho (elongamento do colmo, 1º nó; diferenciação do primórdio da panícula, DPP; emborrachamento e florescimento). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, dispostos em fatorial 5 x 4, com três repetições. As unidades experimentais mediram 11,05 m2 de área (1,7 m x 6,5 m), constituídas de 10 linhas de arroz separadas em 17 cm entre si. A análise estatística das variáveis foi através do F-teste e a comparação entre médias dos tratamentos pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade. O número de panículas de arroz-vermelho excercida por m2 reduziu em função da interação entre doses do herbicida e da época de aspersão (Figura 1). Os melhores resultados de supressão de panículas de arroz-vermelho observaram-se para a dose de 104 g ha-1 de imazamox no estádio de elongamento do colmo (73%) e, quando o herbicida foi aspergido entre os estádios R2 e R3 (emborrachamento) e no florescimento para todas as doses avaliadas. A menor supressão de panículas dessa infestante foi quando o produto foi aspergido na diferenciação do primórdio da panícula (DDP) e nas doses 42, 63 e 84 g ha-1 de imazamox no estádio de elongamento do colmo. Nesses dois estádios, observou-se que houve supressão das panículas do colmo principal na maioria das plantas. Entretanto, se observou que em muitas plantas houve a emissão de uma ou mais panículas a partir dos nós inferiores, inclusive em determinadas parcelas aspergidas com herbicida, o número de panículas era superior ao das parcelas testemunhas (sem herbicida). Esse fenômeno foi mais acentuado no primeiro estádio de aspersão do herbicida. Provavelmente, a explicação para o ocorrido deve-se a capacidade das plantas de metabolizarem o herbicida nas aspersões mais precoces. A exceção desta observação foi na dose de 105 g ha-1 imazamox, onde a supressão das panículas de arroz-vermelho foi alta, possivelmente em função do controle de arroz-vermelho devido à ação do herbicida. Para a variável esterilidade de espiguetas de arroz-vermelho houve efeito simples de época de aspersão do produto (Figura 2). Foi observada maior esterilidade (93%) quando o herbicida foi aspergido na fase de emborrachamento. Depois, a melhor eficiência foi no florescimento. Os resultados menos desejados foram observados nas aspersões entre os estádios de elongamento do colmo e DDP. Considerando os resultados obtidos para as duas variáveis analisadas, constata-se que a melhor época para controle de escapes de arroz-vermelho no sistema clearfield com o herbicida imazamox é na fase de emborrachamento Percentual de panículas excercidas 140 120 100 80 60 40 20 0 Elongamento colmo DPP Emborrachamento Florescimento 0 42 63 84 104 Imazamox - g ha-1 Figura 1. Redução de panículas de arroz-vermelho excercidas m2, em função da aspersão de imazamox em cinco doses e em quatro épocas de aplicação. EEA/IRGA, CachoeirinhaRS, 2007. Esterilidade de espiguetas - % 100 A B 80 60 C D 40 20 Elongamento do colmo DPP Emborachamento Florescimento 0 Época de aplicação Figura 2 Esterilidade de espiguetas das panículas excercidas de arroz-vermelho em função da época de aplicação de imazamox, na média de quatro doses do herbicida. EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2007. Referências Bibliográficas COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptative system for expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000 SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI, 2005. 159p. RENDIMENTO DE GRÃOS DA CULTIVAR PUITÁ EM FUNÇÃO DA ASPERSÃO DE IMAZAMOX APLICADO EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO Valmir Gaedke Menezes(1), Carlos Mariot(1), Ricardo Herzog(1), Rodrigo Shoenfeld(1), Eduardo Amilíbia(1). 1Pesquisador do Instituto Rio Grandense do Arroz, Av. Bonifácio Carvalho Bernardes, 1494, Cachoeirinha, RS – [email protected] O manejo de arroz-vermelho requer a integração de várias práticas com a finalidade de diminuir o banco de sementes no solo e prevenir a incorporação de novas sementes provenientes de plantas que completam seu ciclo junto com a cultura ou com o uso de sementes contaminadas. No Rio Grande do Sul, o controle de escapes de arroz-vermelho em áreas cultivadas no sistema de produção clearfield é feito através da catação manual e/ou com o uso da “barra-química”. De modo geral, essas operações são de difícil operacionalidade e custo elevado, motivo pelo qual a maioria dos agricultores não as executam. Estudos nos EUA com as cultivares CL 161 e híbrido CL XL8, genótipos com gene de segunda geração, demonstraram que estas possuem maior tolerância as imidazolinonas. Por essas cultivares serem mais tolerantes, os autores constataram que é possível o controle de escapes de arroz-vermelho com aspersão de herbicida do grupo das imidazolinonas na fase reprodutiva. Por outro lado, estudos no Brasil demonstram que a aspersão de imazethapyr no início da formação de panícula em genótipo de primeira geração, IRGA 422CL, interfere no desenvolvimento da fase reprodutiva e reduz significativamente o rendimento de grãos em cerca de 50%. O objetivo deste trabalho foi avaliar o rendimento de grãos de um genótipo de arroz irrigado com gen de segunda geração (Puitá) resistente a herbicidas do grupo das imidazolinonas em função da aspersão de imazamox em diferentes doses e estádios de desenvolvimento das plantas. Conduziu-se um experimento a campo na estação de crescimento de 2006/07, na Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em Cachoeirinha-RS. As principais características físico-químicas da área, conforme a análise de solo, são: 14 % de argila; 1,3 % de matéria orgânica; 28,7 mg/L de fósforo; 39 mg/L de potássio; 1,4 cmolc/L de cálcio; 0,4 cmolc/L de magnésio. O experimento foi implantado no sistema de cultivo mínimo e o manejo da cultura foi realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para a cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2005). A semeadura foi realizada em 13/11/06 e a emergência das plântulas ocorreu em 27/11/06. A densidade de semeadura foi de 100 kg/ha. A adubação de base foi realizada em linhas na ocasião da semeadura, na dose de 400 kg ha-1 da fórmula NPK 5-20-30. Na adubação de cobertura foram aplicados 80 kg ha-1 de nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas de arroz estavam entre os estádios V3 e V4 (COUNCE et al., 2000) e 40 kg ha-1 de N no estádio V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula. Os tratamentos constaram de quatro doses (0, 42, 63 e 105 g ha-1) do produto comercial Sweeper (700 g L-1 de imazamox), pertencente ao grupo químico das imidazolinonas, e de quatro épocas de aplicação de acordo com os estádios de desenvolvimento das plantas de arroz (elongamento do 1º nó, diferenciação do primórdio da panícula, emborrachamento e florescimento). Como testemunha suscetível foi colocada quatro parcelas com cultivar IRGA 422CL. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, dispostos em fatorial 4 x 4, com quatro repetições. As unidades experimentais mediram 9,35 m2 de área (1,7 m x 5,5 m), constituídas de 10 linhas de arroz separadas em 17 cm entre si. A análise estatística das variáveis foi através do F-teste e a comparação entre médias dos tratamentos pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade. O rendimento de grãos da cultivar Puitá não variou tanto em função da dose quanto do momento da aspersão do herbicida imazamox. Visualmente, não se observou sintoma de fitotoxicidade nas parcelas aspergidas com o herbicida em comparação com a testemunha sem aplicação do produto. A estatura de plantas e o número de panículas por m2, principal componente do rendimento de grãos, foram similares entre as parcelas tratadas com imazamox e as parcelas não tratadas, independente do momento de aplicação. Por outro lado, a aspersão deste herbicida na cultivar IRGA 422CL, na dose de 60 g ha-1 no emborrachamento, reduziu o rendimento de grãos para 1,5 t ha-1, evidenciando os resultados de outros trabalhos que não é possível utilizar herbicida do grupo químico das imidazolinonas para controle de escapes de arroz-vermelho em cultivares clearfield de primeira geração. Considerando os resultados do trabalho conclui-se que imazamox pode ser utilizado em diferentes estádios de desenvolvimento da planta para controle de escapes de arroz-vermelho em cultivar com gen de segunda geração do sistema clearfield (Puitá). 8 ns (B) Rendimento de grãos - Mg ha -1 -1 Rendimento de grãos - Mg ha 8 (A) ns 6 4 2 0 0 42 63 4 elongamento do colmo DPP emborrachamento florescimento 2 0 105 Doses de imazamox - g ha 6 -1 Época de aplicação Figura 1. Rendimento de grãos da cultivar Puitá em função de época e de dose de aplicação (A) do herbicida imazamox (B). EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2007. (A) 500 ns 2 400 Nº panículas - m Nº de panículas - m 2 500 300 200 100 400 300 200 100 0 0 60 90 (B) ns elongamento do colmo DPP emborrachamento florescimento 0 150 Doses de imazamox - g ha-1 Época de aplicação 2 Figura 2. Número de panículas por m da cultivar Puitá em função de doses (A) e de época de aplicação(B) do herbicida imazamox. EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2007. 100 ns (A) 80 Estatura de planta - cm Estatura de plantas - cm 100 60 40 20 0 0 42 63 105 Doses de imazamox - g ha-1 ns (B) 80 60 40 20 elongamento do colmo DPP emborrachamento florescimento 0 Época de aplicação Figura 3. Estatura de plantas da cultivar Puitá em função de doses (A) e de época de aplicação(B) do herbicida imazamox. EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2007. Referências Bibliográficas COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptive system for expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI, 2005. 159p. EFICIÊNCIA DO HERBICIDA IR 5878 WG NO CONTROLE DE Fimbristylis miliacea NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO. Olavo Gabriel Rossato Santi(1), Sylvio Henrique Bidel Dornelles(2), Rodrigo Alff Gonçalves(1), Ana Paula Estevo(1), Graciela Castilhos(1). Danie Martini Sanchotene(1) (1) Bolsistas GIPHE/UFSM, e-mail: [email protected]; (2)Professor Dep. de Biologia/UFSM. e-mail: [email protected]; As altas produtividades das cultivares modernas de arroz irrigado são dependentes da ocorrência de plantas daninhas nas lavouras. Segundo HATSCHBACH (2003), as plantas daninhas são consideradas um dos principais problemas fitossanitários da cultura do arroz irrigado. A cultura do arroz irrigado sofre a interferência de várias espécies invasoras, sendo uma espécie importante o junquinho (Cyperus spp) o qual acarreta sérios prejuízos, com reduções significativas na produção de grãos. Diversas são as espécies de junquinhos (ciperáceas) que infestam as lavouras de arroz irrigado, o gênero Fimbristylis são encontrados freqüentemente em arrozais. O controle de plantas daninhas na cultura do arroz é altamente dependente do uso de herbicidas, que são uma ferramenta fundamental em várias situações. Sua utilização deve ser estratégica e integrada com outras práticas de manejo, buscando a eficiência agronômica e a redução dos custos. No mercado brasileiro existe uma gama de herbicidas utilizados no controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado. No entanto, as empresas estão cada vez mais preocupadas em desenvolver novas fórmulas herbicidas que possam suprir as necessidades dos agricultores com relação ao controle de ciperáceas. O cuminho (Fimbristylis miliacea) é uma planta nativa da América Tropical, no Brasil é mais freqüente na faixa litorânea da Região Sul, mas também é encontrada em outras regiões, como na Amazônia (KISSMANN, 1997). Apresenta um caule que atinge cerca de 50 cm de altura, abrigando na extremidade terminal uma inflorescência em forma de umbela composta, com ramificações primárias e secundárias, produzindo um grande número de sementes (AMARAL & PINTO, 1998). Neste contexto é objetivo deste trabalho avaliar a eficiência e a seletividade do herbicida IR 5878 WG no controle de Cuminho (Fimbristylis miliacea) na cultura do arroz irrigado – sistema pré-germinado em Dona Francisca-RS. TABELA 1 – Tratamentos herbicidas, época de aplicação e doses de produto comercial utilizado para controle de plantas daninhas na cultura do arroz irrigado. Dona Francisca/RS –2005/2006 Doses p. c. Tratamentos Estádio das plantas (g –ml/ha) 1. Testemunha sem herbicida 2-3 folhas 2. IR 5878 WG + Haiten 120 + 0,2% 2-3 folhas 3. IR 5878 WG + Haiten 150 + 0,2% 2-3 folhas 4. IR WG5878 +Propanil 360CE+Haiten 80 + 8000 + 0,2% 2-3 folhas 5. IR WG5878 +Propanil 360CE+Haiten 120 + 8000 + 0,2% 2-3 folhas 150 + 8000 + 0,2% 2-3 folhas 6. IR WG5878 +Propanil 360CE+Haiten 7. IR 5878 WG + Propanil 360 CE 150 + 8000 2-3 folhas 8. Pirazosulfuron 250SC 70 2-3 folhas IR 5878 WG – Orthosulfuron (informações técnicas não disponíveis) produto em registro – marca comercial Kelion O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com nove tratamentos e quatro repetições. Cada unidade experimental foi constituída por uma parcela de 2m x 5m, totalizando 10m2. A semeadura do arroz pré-germinado do cultivar Epagri 108 ocorreu em 27 de novembro de 2005. Os tratamentos herbicidas foram aplicados quando as plantas de Fimbristylis miliacea atingiram o estádio de 2-3 folhas. Para pulverização dos tratamentos utilizou-se aparelho costal de precisão, propelido a CO2 munido de 4 bicos Teejet 110.02 espaçados a 0,5 m um do outro, operando a uma pressão de 25 lb pol-2 com volume de calda de 160 L ha-1. A população de plantas de Fimbristylis miliacea era de 142 plantas por metro quadrado. A aplicação dos tratamentos foi realizada no dia 6 de dezembro de 2005. No momento o solo encontrava-se úmido e o céu apresentava poucas nuvens. A velocidade do vento foi determinada pelo Aparelho de Kestrel 3000 e era de 3,8 km/h. A aplicação iniciou às 8h45min e terminou às 9h05min, a umidade relativa do ar era de 61% e a temperatura de 28°C. O efeito dos herbicidas sobre as plantas daninhas foi determinado pelo método qualitativo, caracterizado por avaliações visuais baseado em escala percentual, utilizandose como padrão a testemunha sem aplicação de herbicidas (infestada) que correspondeu a nenhum controle (Zero %). As avaliações de controle das plantas invasoras foram realizadas aos 15 DAA, 35 DAA e 60 dias após a aplicação (DAA). Os valores percentuais de controle foram submetidos à análise da variância. A comparação das médias originais foi efetuada através do teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. Deve-se ressaltar que no RS ainda não foi constatado resistência a Fimbristylis miliacea a herbicidas inibidores de ALS, situação já comprovada para o estado de SC. TABELA 2 – Médias de controle de Cuminho (Fimbristylis miliacea) pela aplicação de herbicidas na cultura de arroz irrigado. Dona Francisca/RS, 2005/2006. Controle (%) Dose p. c. Fimbristylis miliacea Tratamentos 1 ( g - ml / ha ) 15DAA 35DAA 60DAA 1. Testemunha 0d 2. IR 5878 WG + Haiten 120 + 0,2% 67c 3. IR 5878 WG + Haiten 150 + 0,2% 86ab 4. IR 5878 WG + Propanil + Haiten 80 + 8000 + 0,2% 68c 5. IR 5878 WG + Propanil + Haiten 120 + 8000 + 0,2% 83b 6. IR 5878 WG + Propanil + Haiten 150 + 8000 + 0,2% 95a 7. IR 5878 WG + Propanil 150 + 8000 89ab 8. Sirius 250Sc 70 100a CV (%) 6,94 1 Dias após a aplicação. 2 Médias não seguidas da mesma letra na coluna diferem entre si pelo teste de probabilidade de erro. 0d 82b 90ab 69c 92ab 95a 90ab 100a 6,58 0d 84b 92ab 73c 92ab 98a 92ab 100a 5,47 de Tuckey a 5% O herbicida IR 5878 WG nas doses de 120 e 150g ha-1 em mistura com 0,2% de Haiten foi eficiente no controle de cuminho até 60 dias após a aplicação dos tratamentos. As combinações de IR 5878 WG nas doses de 120 e 150 g ha-1 com Propanil Milenia 360CE + Haiten (8000ml/ha + 0,2%) e IR 5878 WG + Propanil Milenia 360CE (150g/ha + 8000ml/ha) foi eficiente no controle das plantas de cuminho (tabela 2). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, A.S. PINTO, J.J.O. Controle de plantas daninhas. In: Produção de arroz irrigado./edit./ PESKE, S.T., NEDEL, J.L. & BARROS,A.C.S.A. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 1998. Cap.8, p. 207-272. HATSCHBACH, M. et al. Eficiência do herbicida bispyribac em mistura com clomazone no controle de Echinochloa crusgalli var. crusgalli E Aeschynomene denticulata com entrada de água em duas épocas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3, REUNIÃO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO, 25.; 2003, Balneário Camboriú, SC. Anais...Itajaí: EPAGRI, 2003. 850p. KISSMANN, K.G. Plantas infestantes e nocivas. Basf. Tomo 1 – 2ª ed. 1997 825p. Palavras-chave: cuminho, orthosulfuron, pré-germinado REDUÇÃO NA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO Carlos Henrique Paim Mariot(1), Valmir Gaedke Menezes(1), Héctor Vicente Ramírez(1), Rodrigo Neves(2). 1IRGA – Estação Experimental do Arroz, Caixa Postal 29, CEP 94930030, Cachoeirinha-RS. E-mail: [email protected], 2Dow Agrosciences. As plantas daninhas causam danos elevados à cultura do arroz, especialmente quando não são adotados métodos de controle eficientes. As lavouras de arroz irrigado do Rio Grande do Sul são altamente infestadas por plantas daninhas, constituindo-se em importante fator limitante da produtividade. Tradicionalmente no Estado, o controle é realizado através da aplicação de herbicidas pós-emergentes tardios. Resultados relacionados com a interferência de capim arroz sobre a cultura de arroz revelam que esta espécie apresenta alta competição inicial, porém, pode variar em função da época e intensidade da infestação. Este trabalho objetivou avaliar as perdas de produtividade de grãos, em função do atraso na aspersão de Ricer para o controle de plantas daninhas. Conduziu-se experimento a campo na estação de crescimento de 2005/06, na Estação Experimental do Arroz (EEA) do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), em Cachoeirinha-RS, localizada aproximadamente a 30º latitude sul e 51º de longitude oeste. O solo da área é classificado como Gleissolo e, conforme análise de solo, apresentou os seguintes valores das principais características físico-químicas: 13 % de argila; 1,4 % de matéria orgânica; 13,8 mg/dm3 de Fósforo; 36 mg/dm3 de Potássio; 1,8 cmolc/dm3 de Cálcio; 0,5 cmolc/dm3 de Magnésio. O clima do local é do tipo Cfa. O experimento foi implantado no sistema de cultivo convencional e o manejo da cultura foi realizado conforme as recomendações técnicas da pesquisa para a cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil (SOSBAI, 2005). A semeadura foi realizada em 16/11/05 e a emergência das plântulas ocorreu em 23/11/05. A cultivar reagente foi a IRGA 422CL na densidade de 100 kg/ha-1 de sementes no sistema de cultivo convencional. A adubação de base foi realizada em linhas na ocasião da semeadura, na dose de 400 kg/ ha-1 da fórmula NPK 8-20-26. Na adubação de cobertura foram aplicados 80 kg/ha-1 de Nitrogênio (N) antes da irrigação, quando as plantas de arroz estavam entre os estádios V3 e V4 (Counce et al., 2000) e 40 kg/ha-1 de N no estádio V8, antes da diferenciação do primórdio da panícula. O herbicida Ricer (Penoxsulam SC 240) foi aplicado antes da emergência do arroz (zero dia), aos 7, 14, 21 e aos 28 dias após a emergência. Paralelamente a aspersão em pós-emergência de Ricer, foi aplicado o herbicida Clincher (Cyhalofop-butyl EC 180), considerado de baixa interferência na cultura do arroz, na dose de 360 g ha-1 (Tabela 1). Como forma de confirmar a baixa interferência desse herbicida havia uma testemunha com o controle manual no momento da emergência das plantas de arroz. Como produto comparativo aos 28 dias após a emergência foi utilizado Nominee (Bispyribac-sodium 400 SC). Os produtos foram aspergidos com pulverizador costal propelido a CO2, munido de 4 bicos DG Teejet 110.015, a pressão constante de 2,039 kg cm-2, com volume de calda de 150 L ha-1. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com cinco repetições. A irrigação iniciou após a primeira aplicação, quando as plantas de arroz estavam entre os estádios V3 e V4, mantendo-se uma lâmina de água constante entre 5 e 10 cm. Para as demais épocas de aplicação a água foi retirada e reposta no dia seguinte à aplicação. As unidades experimentais mediram 9,35 m2 de área (1,7 m x 5,5 m), constituídas de 10 linhas de arroz separadas em 17 cm entre si. As variáveis avaliadas foram o número de panículas por m2 e produtividade de grãos. A análise estatística das variáveis foi pelo teste F e a comparação entre médias dos tratamentos pelo teste de Duncan, ao nível de 5 % de probabilidade. Tabela 1. Tratamentos, dose e época de aplicação, EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2005/06. Dose (g i a/ha) 360 360 360 360 360 48 48 48 48 48 50 0 0 Produto CLINCHER CLINCHER CLINCHER CLINCHER CLINCHER RICER RICER RICER RICER RICER NOMINEE CAPINA MANUAL TESTEMUNHA Época de controle após emergência Emergência 1 semana 2 semanas 3 semanas 4 semanas Emergência 1 semana 2 semanas 3 semanas 4 semanas 4 semanas 1 semana - Data de aplicação 23/11/05 30/11/05 07/12/05 14/12/05 21/12/05 23/11/05 30/11/05 07/12/05 14/12/05 21/12/05 21/12/05 30/11/05 - A todos os tratamentos com herbicidas, foram adicionados 1L/ha de VEGET OIL. Nos tratamentos aplicados a partir de 3 semanas após a emergência, foram reaplicados 2L/ha de Clincher. A população média de arroz foi de 232 plantas m-2, enquanto a de capim arroz (Echinochloa crus-galli), espécie daninha predominante na área, foi de 620 plantas m-2. A produtividade de grãos de arroz foi similar entre a testemunha com controle manual de plantas daninhas e as parcelas aspergidas com Clincher ou Ricer, evidenciando que não houve interferência dos herbicidas tanto no desenvolvimento como na produtividade de grãos (Tabela 2). Portanto, a estratégia adotada para limpar as parcelas das plantas daninhas com os herbicidas Ricer ou Clincher foi adequada. A podutividade de grãos nas parcelas aspergidas, tanto com o herbicida Ricer quanto com o herbicida Clincher, reduziu à medida em que este tratamento foi aplicado após a primeira semana depois da emergência das plantas de arroz (Figura 1). Os melhores resultados obtidos com Ricer ocorreram quando o herbicida foi aspergido na emergência do arroz ou uma semana após, os quais não diferiram da testemunha com capina manual. Com uso do herbicida Clincher, o melhor resultado foi com aplicação na emergência e a produtividade de grãos foi menor a partir de três semanas após a aspersão. Com o produto utilizado como padrão (Nominee) na aplicação mais tardia, a produtividade foi similar aos demais produtos quando aspergidos na mesma época. Para número de panículas m-2, houve tendência similar a produtiviade de grãos. À medida que houve atraso no controle de capim arroz, o número de panículas diminuiu. Tabela 2. Número de panículas m-2 e produtividade de grãos de arroz irrigado em função da época de controle de plantas daninhas, EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2005/06. Produto CLINCHER EC180 CLINCHER EC180 CLINCHER EC180 CLINCHER EC180 CLINCHER EC180 RICER 240SC RICER 240SC RICER 240SC RICER 240SC RICER 240SC NOMINEE 40SC CAPINA MANUAL TESTEMUNHA CV.(5%) Dose (g i a/ha) 360 360 360 360 360 48 48 48 48 48 50 0 0 Época de controle após emergência Emergência 1 semana 2 semanas 3 semanas 4 semanas Emergência 1 semana 2 semanas 3 semanas 4 semanas 4 semanas 1 semana --- Número de panículas m 2 665 a* 605 ab 513 b 485 b 572 ab 552 ab 579 ab 549 ab 549 ab 465 b 596 ab 569 ab 50 c 18,5 Produtividade de grãos (kg ha-1) 8078 a 7432 ab 7071 ab 6589 bc 6047 cd 7929 a 7812 a 7250 ab 7230 ab 5815 cd 5453 d 8089 a 340 e 10,7 *Na coluna, médias seguidas de letras distintas, diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade. 10000 y(CLINCHER) = 7687,2480/[1+(X/43,4969)2,6359] R2 = 0,99 y(RICER) = 7840,8942/[1+(x/40,9736)3,0035] R2 = 0,99 Rendimento de grãos (kg/ha) 8000 6000 4000 2000 0 0 7 14 21 28 120 Período de competição (dias) Figura 1. Produtividade de grãos de arroz irrigado em função de diferentes épocas de controle de capim arroz com os herbicidas Clincher e Ricer, EEA/IRGA, Cachoeirinha-RS, 2005/06. O ponto que representa 120 dias refere-se à testemunha sem controle. O rendimento de grãos é similar entre as parcelas tratadas com os herbicidas Clincher e Ricer e com controle manual. O controle de capim arroz deve ser feito precocemente, quando as plantas desta espécie estiverem com 3 a 4 folhas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COUNCE, P.A.; KEISLING, T.C.; MITCHELL, A. A uniform, objective, and adaptive system for expressing rice development. Crop Science, Madison, v.40, n.2, p.436-443, 2000. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO (SOSBAI). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria, RS: SOSBAI, 159p., 2005. CONTROLE DE Digitaria ciliares E DE Alternanthera philoxeroides PELA APLICAÇÃO DO HERBICIDA NOMINEE ISOLADO E EM ASSOCIAÇÃO COM COMMENCE NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO. Fernando Luis Perini(1). Fernando Borges Santiago(2), 1Iharabras S/A Indústrias Químicas. E-mail: [email protected] 2Engenheiro Agrônomo E-mail: [email protected] O Estado do Rio Grande do Sul produziu na safra 05/06 seis milhões oitocentos e oitenta e seis mil e noventa e uma toneladas de grãos de arroz irrigado (Oryza sativa L. – ORYSA), com a produtividade média de 6.679 quilos por hectare (IRGA, 2007). Um dos principais fatores que contribuem para obtenção de maiores produtividades da cultura do arroz irrigado é o controle eficiente das espécies daninhas, em função das altas infestações e da agressividade das mesmas. O método de controle das plantas daninhas mais utilizados consiste na aplicação de herbicidas seletivos. A dependência do controle químico requer um estudo contínuo de herbicidas e seu controle para obtermos uma escolha correta do controle químico. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência agronômica do herbicida Nominee isolado e em associação com Commence no controle da milhã (Digitaria ciliares) e da tripa-de-sapo (Alternanthera philoxeroides). O experimento foi conduzido a campo, no ano agrícola 2006/2007 no município de Dom Pedrito - RS. Os tratamentos foram aspergidos com pulverizador costal de precisão propelidos a CO2, com barra munida de 4 bicos com pontas de jato plano tipo leque, espaçados de 50 cm, à pressão constante de 28 lib/pol2, liberando um volume de calda equivalente a 200 l/ha. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições e sete tratamentos (tabela 1). As parcelas experimentais tiveram as dimensões de 5 m x 2 m (10 m2). Tabela 1. Tratamentos com respectivas doses de produto comercial. Lavoura de arroz irrigado. Dom Pedrito-RS. Ano agrícola – 2006/2007. Tratamento 1) Nominee 2) Nominee 3) Ricer 4) Ricer 5) Nominee + Commence 6) Ricer + Commence 7) Testemunha Ingrediente ativo Bispiribaque-sódico Bispiribaque-sódico Penoxsulam Penoxsulam Bispiribaque + clomazone Penoxsulam + clomazone ml/ha 100 125 150 200 100 + 600 150 + 600 --- g/ha 40 50 36 48 40 + 300 36 + 300 --- A cultivar de arroz utilizado foi Irga – 417. As aplicações dos tratamentos foram realizadas quando a milhã e a tripa-de-sapo encontravam-se com 3-4 folhas e a cultura com 4-5 folhas. A inundação permanente ocorreu 5 dias após a aplicação dos tratamentos. A área experimental estava infestada por população de oito plantas de Alternanthera philoxeroides/m2 e de 22 plantas de Digitaria ciliares/m2. O controle da espécie daninha e a seletividade dos herbicidas à cultura, foram quantificados por três avaliações visuais utilizando-se a escala percentual, onde: 100% = controle total e 0% = nenhum efeito sobre as plantas daninhas. As avaliações de controle foram realizadas aos 15 e 45 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos, sendo a última avaliação realizada na pré-colheita. As avaliações de seletividade foram realizadas aos 7, 15 e 21 dias após a aplicação, atribuindo-se a nota zero (0) à ausência de injúria e a nota cem (100) à morte completa das plantas. Os valores percentuais de controle das plantas daninhas foram submetidos à análise da variância. A comparação das médias foi efetuada através do teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. Os dados relativos ao controle de milhã (tabela 2) mostraram, que aos 15 DAA Nominee nas doses de 100 e 125 ml/ha controlou mais de 83% desta planta daninha enquanto que Ricer nas doses de 150 e 200 ml/ha controlou até 25 % desta população. Nesta mesma avaliação o tratamento Nominee + Commence proporcionou um controle de 94% da população da planta daninha em questão enquanto que Ricer + Commence proporcionou apenas 44% de controle. Tabela 2. Controle de milhã (Digitaria ciliares) em lavoura de arroz irrigado. Dom PedritoRS. Ano agrícola 2006/2007. % Controle de Digitaria ciliares Tratamento ml/ha 15 DAA 45 DAA Pré-Colheita 1) Nominee 1 100 83 b3 79 b 77 b 1 125 85 b 81 b 83 ab 3) Ricer 2 150 23 d 14 d 13 d 4) Ricer 2 200 25 d 16 d 17 d 5) Nominee + Commence 100 + 600 94 a 93 a 90 a 6) Ricer + Commence2 150 + 600 44 c 32 c 18 c 0e 3,29 0e 4,75 0e 8,64 2) Nominee 1 7) Testemunha C.V.% Acrescido de Iharol a 1 L/ha Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha 3 Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%. 1 2 Nas avaliações dos 45 DAA e na Pré-colheita os únicos tratamentos eficientes no controle de milhã foram Nominee (125 ml/ha) e Nominee + Commence (100ml/ha + 600 ml/ha), enquanto que Nominee (100 ml/ha) e todos os tratamentos envolvendo Ricer não foram eficientes. Os dados relativos ao controle de tripa-de-sapo (tabela 3) mostraram que em todas as avaliações os tratamentos envolvendo Nominee controlaram 100 % da população de Alternanthera philoxeroides, e que todos os tratamentos envolvendo Ricer não foram eficientes no controle desta planta daninha. A tabela 4 mostra as avaliações realizadas para averiguar os possíveis efeitos fitotóxicos dos tratamentos sobre a cultura. Os resultados mostraram que os herbicidas Nominee e Ricer quando aplicados isoladamente são totalmente seletivos para o cultivar de arroz Irga 417. Os tratamentos envolvendo Commence apresentaram uma pequena fitotoxicidade as plantas de arroz, no entanto aos 15 DAA as plantas de arroz estavam totalmente recuperadas. Nas condições deste experimento Nominee na dose de 125ml/ha e Nominee + Commence (100ml/ha + 600ml/ha) foram eficientes no controle de Digitaria ciliares, enquanto que Nominee (100ml/ha) e todos os tratamentos envolvendo Ricer não controlaram esta invasora. Nominee nas doses de 100ml/ha e 125ml/ha e Nominee + Commence (100ml/ha + 600ml/ha) foram eficientes no controle de Alternanthera philoxeroides, enquanto que Ricer (150 e 200ml/ha) e Ricer + Commence (150 +600ml/ha) não foram eficientes no controle desta planta daninha. Tabela 3. Controle de tripa-de-sapo (Alternanthera philoxeroides) em lavoura de arroz irrigado. Dom Pedrito-RS. Ano agrícola 2006/2007. % Controle de Alternanthera philoxeroides Tratamento ml/ha 45 DAA Pré-Colheita 15 DAA3 1) Nominee 1 100 100 a4 100 a 100 a 1 125 100 a 100 a 100 a 3) Ricer 2 150 47 c 42 c 42 c 4) Ricer 2 200 52 c 51 c 47 c 5) Nominee + Commence 100 + 600 100 a 100 a 100 a 6) Ricer + Commence2 150 + 600 65 b 62 b 60 b 0d 3,67 0d 4,46 0d 3,47 2) Nominee 1 7) Testemunha C.V.% Acrescido de Iharol a 1 L/ha Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha 3 Dias Após Aplicação 4 Média com letras idênticas não diferiram entre si pelo teste de Tukey – 5%. 1 2 Tabela 4. Avaliação de fitotoxicidade. Dom Pedrito-RS. Ano agrícola 2006/2007. % Fitotoxicidade Tratamento ml/ha 3 07 DAA 15 DAA 21 DAA 1) Nominee 1 100 0 0 0 1 2) Nominee 125 0 0 0 3) Ricer 2 150 0 0 0 4) Ricer 2 200 0 0 0 5) Nominee + Commence 1 100 + 600 7 0 0 6) Ricer + Commence2 150 + 600 7 0 0 0 0 0 7) Testemunha Acrescido de Iharol a 1 L/ha Acrescido de Veget Oil a 1 L/ha 3 Dias Após Aplicação 1 2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 1. ed. São Paulo: BASF S.A., Tomo2-1992. 798p. KISSMANN, K.G, GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. 2. ed. São Paulo: BASF S.A., Tomo1-1997. 641p. SOCIEDADE SUL-BRASILEIRA DE ARROZ IRRIGADO: Recomendações técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa Maria: SOSBAI, 2005. 159p. IRGA. Dados de safra. Produção. Série Histórica da Área Plantada, Produção e Rendimento. Disponível em http://www.irga.rs.gov.br/index.php?action=dados_safra _detalhes&cod_dica=43. Acesso em 08/05/2007. SUSCETIBILIDADE DE TRÊS ESPÉCIES DE ANGIQUINHO (Aeschynomene spp.) A HERBICIDAS DE USO EM PÓS-EMERGÊNCIA EM ARROZ IRRIGADO Carlos Eduardo Schaedler1, Nilson Gilberto Fleck2, Carlos Alberto Lazaroto3, Fausto Borges Ferreira3. 1Curso de Graduação em Agronomia, UFRGS, CP 15100, CEP 91501-970, Porto Alegre-RS. ([email protected]). 2Dep. de Plantas de Lavoura, Fac. de Agronomia, UFRGS. 3Prog. de Pós-Graduação em Fitotecnia, Fac. de Agronomia, UFRGS. Espécies de angiquinho comumente infestam lavouras de arroz irrigado, causando efeitos negativos que incluem competição por recursos, aumento do custo de produção, dificuldade de colheita e depreciação da qualidade do produto colhido. O método químico, através da utilização de herbicidas, tem sido a técnica mais empregada para controlar angiquinho. Geralmente, faz-se necessário utilizar herbicidas específicos, pois muitos daqueles usados para controlar espécies gramíneas não apresentam efeito acentuado em angiquinho. No Brasil, estão disponíveis cerca de 30 marcas comerciais para controle de angiquinho (A. denticulata e/ou A. rudis). Os objetivos do trabalho foram: comparar a eficiência de herbicidas usados em pós-emergência na cultura para controlar angiquinho e comparar a suscetibilidade de três espécies da infestante à ação desses produtos. O trabalho foi conduzido no período de novembro de 2005 a janeiro de 2006, em ambiente de casa de vegetação, na Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Município de Porto Alegre - RS. O experimento foi instalado em vasos com capacidade volumétrica de 1 L e diâmetro de 15 cm. Como substrato, utilizou-se solo oriundo de área orizícola (EEA/IRGA), o qual se classifica como Planossolo Hidromórfico Eutrófico arênico, e pertence à unidade de mapeamento Vacacaí. Utilizou-se delineamento experimental de blocos completamente casualizados, em esquema fatorial 3x13, com cinco repetições. As espécies de Aeschynomene (denticulata, indica e sensitiva) compuseram o fator A; enquanto os herbicidas constituíram o fator B (Tabela 1). Adicionou-se um tratamento sem uso de herbicida (testemunha). Ajustou-se o número de sementes por vaso para cada espécie conforme seu poder germinativo, visando estabelecer oito plantas em cada um. Os vasos, com fundos perfurados, foram mantidos dentro de bandejas plásticas, por onde se forneceu água para umedecer o solo por capilaridade, mas sem cobrir sua superfície. Aplicaram-se os herbicidas com pulverizador costal de precisão, operado à pressão de 150 kPa, empregando-se bicos em leque 110.03, os quais propiciaram volume de calda de 200 L ha-1. Todos os herbicidas foram aplicados em pós-emergência quando as plantas de angiquinho apresentavam entre 2 e 3 folhas. Os efeitos dos tratamentos foram avaliados através de avaliações visuais de controle (AVC) e da massa da parte aérea seca (MPA) das plantas, variáveis obtidas aos 14 e 28 ou 14 e 30 dias após aplicação (DAA) dos tratamentos herbicidas. Para AVC, utilizou-se escala percentual, em que nota zero correspondeu a nenhum controle de angiquinho e nota 100 significou controle total. Para MPA, as plantas foram secionadas ao nível do solo e secas em estufa. Os dados de MPA foram estimados como redução percentual, em relação às massas obtidas nas testemunhas de cada espécie de angiquinho. Os dados obtidos sofreram análise de variância, através do teste F, e as médias dos tratamentos, para cada variável, foram comparadas entre si pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade. Os resultados obtidos para as variáveis AVC e MPA, avaliadas aos 14 DAA, mostraram que as melhores ações foram exercidas por Ricer, Nominee, Facet, Stam, Ally e Only, nesta ordem (Tabela 2). Esses produtos apresentaram níveis médios de controle entre 50 e 100%, enquanto as reduções de MPA situaram-se entre 73 e 90%, em média. Nesta data, os demais produtos, ou não mostraram ação herbicida ou esta foi muito baixa. Consideradas aquelas duas variáveis e os seis produtos com melhores atuações, apenas Facet mostrou um gradiente diferenciado de ação sobre as espécies de angiquinho: ela foi mais rápida em A. denticulata e mais lenta em A. sensitiva (Tabela 2). Tabela 1. Tratamentos herbicidas comparados para controle de três espécies de angiquinho (Aeschynomene spp.), UFRGS, Porto Alegre, RS, 2005/06 Produto comercial Dose de produto comercial -1 (L ou kg ha ) Igrediente ativo 3,3 g ha-1 Dose de ingrediente ativo (g ha-1) Adjuvante Dose de adicionado adjuvante metsulfuron-methyl Gladium ethoxysulfuron 0,125 75 ---- Invest cyclosulfamuron 0,057 40 ---- ---- Nominee 400SC bispyribac-sodium 0,10 40 Assist 1L ha Only imazapic imazethapyr 1,00 25 + 75 Ricer penoxsulam 0,175 42 Veget Oil 1L ha Sirius pyrazosulfuron-ethyl 0,060 15 ---- ---- + 2 Assist 100ml -1 100L ---- Ally Dash -1 500ml 100L-1 -1 DMA 806 BR 2,4-D (Amina) 0,50 335 ---- ---- Facet PM quinclorac 0,75 375 Assist 1L ha-1 Gamit clomazone 0,80 400 ---- ---- Basagran 600 bentazon 1,50 900 Assist 1L ha-1 Stam 480 propanil 7,50 3600 ---- ---- Para as variáveis avaliadas ao final do período, as melhores ações herbicidas corresponderam, novamente, a Ricer, Nominee, Facet, Ally, Stam e Only (Tabela 2), com níveis de controle entre 50 e 100% e reduções de MPA entre 58 e 100%. As três espécies de angiquinho foram altamente suscetíveis aos produtos Ricer, Nominee e Facet. Os produtos Ally e Stam causaram atuação herbicida satisfatória; enquanto a de Only foi insuficiente, em geral. Os demais produtos não mostraram ações herbicidas relevantes, exceto DMA que teve atuação média em A. denticulata. As ações dos produtos mais eficientes (Ricer, Nominee e Facet) não dependeram da espécie de angiquinho; para os demais (Ally, Stam e Only), as ações foram inferiores às daqueles e mostraram deficiência em alguma das espécies de angiquinho. Assim, para Ally, A. indica foi a mais tolerante; para Only, A. sensitiva foi a mais suscetível; e, para Stam, A. indica foi a mais suscetível e A. denticulata a mais tolerante. Para DMA, houve um gradiente de suscetibilidade entre as espécies: A. denticulata foi a mais sensível (controle médio); A. indica teve baixa resposta (controle insuficiente); e, em A. sensitiva, a ação herbicida foi ausente (controle nulo). Conclui-se dos resultados expostos que os produtos Ricer, Nominee e Facet exercem controle completo das três espécies de angiquinho. Os produtos Ally e Stam mostram ação herbicida geral satisfatória, mas variável com a espécie de angiquinho. O produto Only apresenta ação herbicida geral deficiente e espécie-dependente, sendo mais ativo em A. sensitiva. O produto DMA 806 BR mostra atuação herbicida média sobre A. denticulata, mas deficiente sobre as outras duas espécies. Aos herbicidas com elevada atividade de controle (Ricer, Nominee e Facet), as espécies de angiquinho respondem igualmente; já, para os produtos com atuação moderada (Ally, Stam e Only), há resposta diferencial das espécies de angiquinho a esses herbicidas. Tabela 2 - Controle visual e redução1 da matéria seca da parte aérea de três espécies de angiquinho (Aeschynomene spp.) propiciados por herbicidas aplicados em pós-emergência, avaliados em duas épocas, UFRGS, Porto Alegre-RS, 2005/06. Controle visual (%) Produto comercial Doses (L ha-1) 14 DAT A.denticulata Ally3 3,3 g ha-1 2 A.indica A.sensitiva Redução da matéria seca (%) 28 DAT 14 DAT A.denticulata A.indica A.sensitiv A.denticula- A.indica a ta 30 DAT A.sensitiva A.denticulata A.indica B A 65 c7 A 60 d A 74 c A 89 b B 67 c A 92 b A 81 bc A 75 b B 63 c A 95 a Gladium 0,125 A 9g A 9 g A 10 f B 33 e A 47 d A 42 e A 52 e B 44 d B 42 d B A 0 h A A A A 0 g A 49 e B 69 d C 0g A 11 e Invest 0,057 A 0g Nominee 400SC4 0,10 B 88 b AB 94 b A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 86 ab A 89 a B 80 b A 100 a Only5 1,00 A 50 e A 50 e A 50 d B 45 d B 45 d A 56 d A 79 cd B 72 b B 70 c B 53 c 0,175 A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 100 a A 89 a B 86 a A 88 a A 100 a Sirius 0,060 A 5g A 5 gh A 5 fg A A DMA 806 BR 0,50 A 20 f A 20 f B 0g A 66 c Ricer 6 4 0g 0 f 5 f 0h 3e 5g A 5 g B 10 g B 10 e A 50 d B 14 e B 30 e C 0 g A 74 d B 56 c C 7f A 74 b Facet PM 0,75 A 98 a B 90 b C 82 b A 100 a A 100 a A 94 b A 90 a B 86 a C 62 c A 100 a Gamit 0,80 A 0g A 0 h A 0g A 5 f A 5g A 5 g B 0h B 3 f A 27 e A 16 e Basagran 6004 1,50 A 0 g A 0 h A 0g A 5f A 5g A 5 g B 30 f A 76 b C 0g A 36 d Stam 480 7,50 B 62 c AB 66 c A 0 g Sem herbicida A h 0 A 72 c B 70 c A 78 b AB 75 c A 90 a A 90 a A 91 a C 71 b A A A A A 0h A A 0g A 0g 0 f 0h 0 g 0f 0e Coeficiente de 26,2 11,6 14,7 7,9 5,3 9,8 8,1 7,5 15,0 25,5 variação (%) 1 Redução da massa em relação à testemunha sem herbicida. 2 Dias após aplicação do último tratamento herbicida em pós-emergência; 3 Acrescido do 4 5 6 adjuvante Assist a 0,1 % v/v; Acrescido do adjuvante Assist a 0,5 % v/v; Acrescido do adjuvante Dash a 0,5% v/v; Acrescido do adjuvante Veget Oil a 0,5 % v/v; 7 Médias antecedidas pela mesma letra maiúscula, comparadas nas linhas, dentro da mesma época de avaliação, ou seguidas pela mesma letra minúscula, comparadas nas colunas, não diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. A.sensitiva 78 b AB 28 cd A 9 ef A 100 a C 31 c A 100 a B 10 def B 31 c A 100 a A 7 ef B 24 cde A 94 ab A A A 0f 33,1 97 a A 41 c A 4e A 100 a A 90 a A 100 a A 59 b C 0e A 100 a A 17 d AB 29 d B 87 a 0e 16,3 CRESCIMENTO DE ARROZ E CAPIM-ARROZ EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE UMIDADE DO SOLO Mauricio dos Santos(1), Germani Conçenço(2), André Andres(3), Jorge Rieffel Filho (3),Jean Vilella(3), Carlos Nachtigall Garcia(3), Nei Fernandes Lopes(5), . 1Departamento de Botânica – IB/UFPel –,2Departamento de Fitossanidade –UFV, 3Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, área de herbologia, 5Prof. Dr. IB/UFPel - [email protected] – Caixa Postal 354 – CEP 96010-900. O desenvolvimento inicial das plantas de arroz sob condições adequadas, entre outros fatores, pode incrementar a capacidade competitiva da cultura com as plantas daninhas. A competição é definida como uma interação entre membros de uma mesma população, ou de populações distintas, por recursos cuja quantidade é limitada (Melo et al., 2006). Algumas plantas daninhas podem apresentar características fisiológicas que incrementam a competitividade com as plantas da cultura. O capim-arroz é um exemplo, pois é planta C4 e concorre com plantas de arroz, de metabolismo C3. A fotorrespiração em plantas C4 é mínima, pois todo carbono fotorrespirado acaba sendo reaproveitado. Apresentam crescimento mais agressivo e, portanto, são plantas daninhas altamente competitivas (Sage & Pearcy, 1987). Além disso, a eficiência fotossintética – e conseqüentemente de acúmulo de massa – de uma planta C3 pode depender de vários fatores, que normalmente não afetam o acúmulo de massa em plantas C4 em níveis consideráveis (Ehleringer & Björkman, 1977). O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do nível de umidade do solo, expresso em potenciais hídricos, no crescimento inicial de plantas de arroz e capim-arroz, em condições controladas. O experimento foi instalado na Embrapa Clima Temperado, Estação Experimental Terras Baixas, Capão do Leão/RS, no ano de 2005, em delineamento experimental de blocos casualizados com quatro repetições. O solo utilizado foi planossolo hidromórfico eutrófico típico (Pinto et al., 1999), para o qual foi previamente construída a curva de retenção de umidade (Figura 1). Os tratamentos constaram dos seguintes potenciais hídricos (Ψw): -0,03; -0,07; -0,1; -0,3 e -0,5 MPa. As unidades experimentais constaram de copos plásticos de 0,5 L contendo exatamente 400 g de solo seco em estufa a 60 oC durante seis dias. A partir da semeadura, a massa total das unidades experimentais foi aferida diariamente em balança de precisão e o volume de água evapotranspirado reposto, de forma que a unidade experimental voltasse a atingir a massa total desejada e conseqüentemente o potencial hídrico. Vinte dias após o início da emergência para cada espécie, três plantas de cada unidade experimental foram cortadas rente ao solo, tendo a massa imediatamente aferida em balança de precisão para obtenção da massa fresca (MF). Após foram acondicionadas em sacos de papel e levadas à estufa de circulação forçada de ar à temperatura de 60 oC até massa constante, para a obtenção da massa seca (MS), sendo ambos os resultados expressos em mg planta-1. O conteúdo de água foi obtido pela fórmula 100 * (MF – MS) / MF, sendo relacionado com o nível de hidratação da planta viva no momento da coleta, e expresso em percentagem. Os resultados foram verificados quanto à normalidade e homogeneidade, e submetidos à análise de variância pelo teste F a 5 %. No caso de significância estatística, foi efetuada análise de regressão para as curvas de emergência pelo modelo logístico, segundo a fórmula: A emergência total de plantas de arroz foi inferior na capacidade de campo (-0,03 MPa) quando comparada ao potencial subseqüente (-0,07 MPa), sendo mais seriamente reduzida quando o potencial hídrico atingiu -0,5 MPa, que é considerado limite para muitas espécies (Perez et al., 2001). O capim-arroz, por outro lado, mostrou níveis de emergência similares para potenciais até -0,1 MPa, e deste foi constante até o valor de -0,5 MPa. Embora o arroz tenha mostrado maior acúmulo de massa pós-emergência sob níveis reduzidos de umidade, o capim-arroz foi mais eficiente no processo de emergência, sendo menos afetado pela umidade do solo, tanto em excesso (-0,03 MPa) quanto em falta (até 0,5 MPa). O acúmulo de massa seca ao longo dos 20 dias de crescimento, por outro lado, foi o mesmo para arroz e capim-arroz, nos dois maiores potenciais hídricos. A partir de -0,1 MPa, ocorreu distanciamento entre arroz e capim-arroz em função da redução do nível de umidade do solo, sendo a média das diferenças nos dois maiores potenciais hídricos de 0,8 mg planta-1, enquanto que para os demais potenciais hídricos, a diferença média alcançou 1,8 mg planta-1. O capim-arroz normalmente leva vantagem no desenvolvimento inicial da cultura por ser planta C4, conseqüentemente com maior potencial de acúmulo de massa que o arroz C3 (Brown & Hattersley, 1989). No entanto, quando se fala em germinação e crescimento inicial, a capacidade fotossintética da planta ainda não contribui significativamente para o acúmulo de massa, pois nestes estádios a planta é mais dependente das reservas da semente (Desmaison & Tixer, 1986). O arroz, mesmo sendo planta melhorada, possui reservas na semente muito maiores às observadas em sementes de capim-arroz. O conteúdo de água se mostrou constante para as espécies e níveis de umidade, servindo de indicativo que a atividade metabólica se encontrava em níveis normais para arroz e capim-arroz, mesmo sob baixa umidade do solo Com este trabalho concluiu-se que plantas de capim-arroz foram mais eficientes na emergência sob potencial hídrico reduzido, e menos eficientes no acúmulo de massa no início do desenvolvimento. Tanto plantas de arroz como de capim-arroz não sofreram estresse com potencial hídrico reduzido, e a faixa de umidade ótima para emergência do arroz foi mais estreita que para capim-arroz, situando-se ao redor de -0,07 MPa. Tabela 1. Emergência total, massa fresca, massa seca e conteúdo de água de plântulas de arroz e capim-arroz sob condições controladas, em função do nível de umidade do solo 20 DAE. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, 2005 Emergência Total Massa Fresca (%) (mg planta-1) Ψw (MPa) -0,03 -0,07 -0,1 -0,3 -0,5 CV (%) Ψw (MPa) Arroz CapimArroz 60 bx 53 ax 65 a 54 a 58 b 50 a 56 b 48 b 48 c 46 b 8,1 Massa Seca (mg planta-1) Arroz CapimArroz |Dif.|Y 7ns 11* 8ns 8ns 2ns |Dif.|Y CapimArroz 23,4 ax 18,0 bx 25,5 a 22,3 a 27,2 a 17,1 b 27,0 a 16,4 b 25,3 a 16,8 b 12,6 Conteúdo de água (%) Ψw Arroz Capim(MPa) Arroz Ψw (MPa) -0,03 -0,07 -0,1 -0,3 -0,5 CV (%) Arroz |Dif.|Y 5,4ns 3,2ns 10,1* 10,6* 8,5* |Dif.|Y -0,03 3,6 ax 0,9ns -0,03 80,8 ax 80,0 ax 0,8ns 4,5 ax -0,07 4,6 a 3,9 a 0,7ns -0,07 82,0 a 82,3 a 0,3ns -0,1 -0,1 4,9 a 3,2 a 1,7* 82,0 a 81,2 a 0,8ns -0,3 -0,3 5,1 a 3,2 a 1,9* 81,1 a 81,1 a 0,0ns -0,5 -0,5 4,7 a 3,0 a 1,7* 81,4 a 82,1 a 0,7ns CV (%) 10,9 CV (%) 3,0 X Médias seguidas da mesma letra, na mesma coluna, não diferem pelo teste de Duncan ao nível de 5 % de probabilidade. Figura 1. Curva de retenção de água para o planossolo hidromórfico usado no experimento, em função de quantidade de água no solo (%) e potencial mátrico (MPa). Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão/RS, 2005. REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS SAGE, R. F.; PEARCY, R. W. The nitrogen use efficiency of C3 and C4 plants II. Leaf nitrogen effects on the gas exchange characteristics of Chenopodium album (L.) and Amaranthus retroflexus (L.). Plant Physiol., v. 84, p. 959-963, 1987. EHLERINGER, J.; BJÖRKMAN, O. Quantum yields for CO2 uptake in C3 and C4 Plants: dependence on temperature, CO2, and O2 Concentration. Plant Physiol., v. 59, p. 86-90, 1977. PEREZ, S. C. J. G. A.; FANTI, S. C.; CASALI, C. A. Influência da luz na germinação de sementes de canafístula submetidas ao estresse hídrico. Bragantia, v. 60, p. 155-166, 2001. BROWN, R. H.; HATTERSLEY, P. W. Leaf Anatomy of C3-C4 species as related to evolution of C4 photosynthesis. Plant Physiol., v. 91, p. 1543-1550, 1989. DESMAISON, A. M.; TIXER, M. Amino acids content in germinating seeds and seedlings from Castanea sativa L. Plant Physiol., v. 81, p. 692-695, 1986.