- Colégio Santa Dorotéia

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Língua Portuguesa
Colégio Santa Dorotéia
Área de Códigos e Linguagens
Disciplina: Língua Portuguesa
Ano: 9º - Ensino Fundamental
Professoras: Lívia e Priscila
Atividades para
Estudos Autônomos
Data: 3 / 4 / 2017
o
Aluno(a): _______________________________________________ N : _____ Turma: _____
Os assuntos trabalhados nestas atividades de estudos autônomos estão relacionados a
conteúdos estudados no início do ano e a conteúdos recentes, como interpretação de textos,
texto literário e não literário, colocação pronominal, regência verbal e figuras de linguagem.
Antes de realizar as atividades, faça, portanto, um estudo prévio, consultando suas anotações
no caderno, as aulas disponibilizadas no site do colégio, as atividades de apoio e o livro
didático.
ASSUNTO: interpretação de textos, texto literário e não literário, colocação pronominal, regência
verbal e figuras de linguagem.
SUPORTE TEÓRICO: Atividades de apoio, anotações feitas em sala, livro didático.
CONEXÃO
Para assistir:
Vídeo: O amor entre o verde
Enviado em 25 de out de 2011.
Texto de Vinicius de Moraes (1913-1980) na voz de Fernão Lacerda
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BOEFlvG2nTY.> Acesso em 27 mar. 2016.
TEXTO 1
O AMOR POR ENTRE O VERDE
1.
Não é sem frequência que, à tarde, chegando à janela, eu vejo um casalzinho de brotos que vem
namorar sobre a pequenina ponte de balaustrada branca que há no parque. Ela é uma menina de uns
13 anos, o corpo elástico metido nuns blue jeans e num suéter folgadão, os cabelos puxados para trás
num rabinho-de-cavalo que está sempre a balançar para todos os lados; ele, um garoto de, no máximo,
16, esguio, com pastas de cabelo a lhe tombar sobre a testa e um ar de quem descobriu a fórmula da
vida. Uma coisa eu lhes asseguro: eles são lindos, e ficam um em frente ao outro, no corrimão da
colunata, os joelhos a se tocarem, os rostos a se buscarem a todo momento para pequenos segredos,
pequenos carinhos, pequenos beijos. São, na sua extrema juventude, a coisa mais antiga que há no
parque, incluindo velhas árvores que por ali espapaçam sua verde sombra; e as momices e
brincadeiras que se fazem dariam para escrever todo um tratado sobre a arqueologia do amor, pois têm
uma tal ancestralidade que nunca se há de saber a quantos milênios remontam.
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2.
Eu os observo por um minuto apenas para não perturbar-lhes os jogos de mão e misteriosos
brinquedos mímicos com que se entretêm, pois suspeito de que sabem de tudo o que se passa à sua
volta. Às vezes, para descansar da posição, encaixam-se os pescoços e repousam os rostos um sobre
o ombro do outro, como dois cavalinhos carinhosos, e eu vejo então os olhos da menina percorrerem
vagarosamente as coisas em torno, numa aceitação dos homens, das coisas e da natureza, enquanto
os do rapaz mantêm-se fixos, como a perscrutar desígnios. Depois voltam à posição inicial e se olham
nos olhos, e ela afasta com a mão os cabelos de sobre a fronte do namorado, para vê-lo melhor e
sente-se que eles se amam e dão suspiros de cortar o coração. De repente o menino parte para uma
brutalidade qualquer, torce-lhe o pulso até ela dizer-lhe o que ele quer ouvir, e ela agarra-o pelos
cabelos, e termina tudo, quando não há passantes, num longo e meticuloso beijo.
3.
Que será, pergunto-me eu em vão, dessas duas crianças que tão cedo começam a praticar os
ritos do amor? Prosseguirão se amando, ou de súbito, na sua jovem incontinência, procurarão o
contato de outras bocas, de outras mãos, de outros ombros? Quem sabe se amanhã quando eu chegar
à janela, não verei um rapazinho moreno em lugar do louro ou uma menina com a cabeleira solta em
lugar dessa com os cabelos presos?
4.
E se prosseguirem se amando, pergunto-me novamente em vão, será que um dia se casarão e
serão felizes? Quando, satisfeita a sua jovem sexualidade, se olharem nos olhos, será que correrão um
para o outro e se darão um grande abraço de ternura? Ou será que se desviarão o olhar, para pensar
cada um consigo mesmo que ele não era exatamente aquilo que ela pensava e ela era menos bonita ou
inteligente do que ele a tinha imaginado?
5.
É um tal milagre encontrar, nesse infinito labirinto de desenganos amorosos, o ser
verdadeiramente amado... Esqueço o casalzinho no parque para perder-me por um momento na
observação triste, mas fria, desse estranho baile de desencontros, em que frequentemente aquela que
devia ser daquele acaba por bailar com outro porque o esperado nunca chega; e este, no entanto,
passou por ela sem que ela o soubesse, suas mãos sem querer se tocaram, eles olharam-se nos olhos
por um instante e não se reconheceram.
6.
E é então que esqueço de tudo e vou olhar nos olhos de minha bem-amada como se nunca a
tivesse visto antes. É ela, Deus do céu, é ela! Como a encontrei, não sei. Como chegou até aqui, não vi.
Mas é ela, eu sei que é ela porque há um rastro de luz quando ela passa; e quando ela me abre os
braços eu me crucifico neles banhado em lágrimas de ternura; e sei que mataria friamente quem quer
que lhe causasse dano; e gostaria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e
nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre abertos mirando muito além das estrelas.
(MORAES, Vinicius de. Para viver um grande amor – crônicas e poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.)
VOCABULÁRIO
ancestralidade: antiquíssimo, remoto.
balaustrada: pequenas colunas que, em série com outras, sustentam um corrimão.
colunata: série de colunas enfileiradas.
desígnios: plano, projeto.
espapaçar: esparramar.
incontinência: falta de comedimento, de moderação nos gestos, palavras, sentimentos etc.
indecomponível: indivisível.
meticuloso: cuidadoso.
momices: careta, trejeito engraçado.
perscrutar: sondar.
QUESTÃO 1
APONTE o assunto tratado na crônica “O amor por entre o verde”.
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QUESTÃO 2
Nos parágrafos terceiro e quarto, o narrador apresenta uma reflexão sobre o futuro do jovem casal de
namorados. EXPLICITE essa reflexão.
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QUESTÃO 3
INFIRA por que o narrador, no terceiro e no quarto parágrafos, afirma, repetidamente, que suas
perguntas são “em vão”.
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QUESTÃO 4
RELEIA o último parágrafo e RESPONDA ao que se pede.
4.1) O narrador deseja que seu amor fosse eterno. TRANSCREVA um trecho que comprova essa
afirmação.
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4.2) EXPLIQUE a ideia de eternidade que o narrador revela no trecho transcrito em sua resposta ao
item 4.1.
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QUESTÃO 5
Vinicius de Moraes escreve sobre um fato do cotidiano: olhar pela janela e observar pessoas, no caso
dessa crônica, um casal de jovens namorados. EXPLIQUE como esse autor, nesse movimento da
escrita, compõe um texto literário.
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QUESTÃO 6
Encontram-se, no texto, muitas sequências descritivas que contribuem para que o leitor forme imagens
das personagens e do espaço da narrativa. Na construção dessas imagens, são empregadas diversas
figuras de linguagem. EXPLIQUE o sentido das metáforas abaixo:
a) “[...] Infinito labirinto de desenganos amorosos[...].” (§ 5)
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b) “[...] estranho baile de desencontros [...]” (§ 5)
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c) “[...] aquela que devia ser daquele acaba por bailar com outro [...]”.(§ 5)
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QUESTÃO 7
Sobre a crônica “O amor por entre o verde” de Vinicius de Moraes, afirma-se
Considerando que o cronista fala do amor de "um casalzinho de brotos”, pode-se perceber que o
título é uma metáfora.
II) No título dessa crônica também foram usados recursos sonoros muito comuns na poesia: a
assonância e a aliteração.
III) No último parágrafo do texto, o cronista utiliza uma linguagem predominantemente denotativa para
se referir ao encontro da mulher amada.
IV) Nesta passagem: “[...] dão suspiros de cortar o coração [...]”, do 2º parágrafo, empregou--se uma
hipérbole, isto é, o exagero intencional de uma ideia para reforçar a linguagem.
I)
Estão CORRETAS apenas as afirmativas:
a)
b)
c)
d)
e)
I, II e III.
II, III e IV.
I, II e IV.
III e IV.
II e IV.
QUESTÃO 8
RELEIA: “[...] Eu os observo por um minuto apenas para não perturbar-lhes os jogos de mão e
misteriosos brinquedos mímicos [...] (§ 5)
SUBLINHE dois pronomes pessoais oblíquos átonos e JUSTIFIQUE sua colocação nessa frase,
analisando se essa colocação está ou não de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
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LEIA, atentamente, o texto 2 para responder à questão 9.
TEXTO 2
QUESTÃO 9
Sobre o texto 2, ASSINALE (V) para as afirmações verdadeiras ou (F) para as falsas.
(
)
(
(
)
)
(
)
O Texto 2 é um anúncio publicitário e apresenta uma linguagem persuasiva, com grandes
ofertas.
Seu principal objetivo é a divulgação de uma nova promoção dos cartões de um banco.
O verbo assistir na frase mais destacado do texto 2 foi empregado no sentido de “ver”,
“presenciar”.
De acordo com o contexto, o verbo assistir está empregado como transitivo direto e seu
complemento é o objeto direto High School Musical 2.
A sequência encontrada é:
a) V V F V
b) F F F V
c) V V V F
d) V V V V
e) F V V V
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QUESTÃO 10
LEIA as frases a seguir e SUBSTITUA o verbo destacado pelos verbos preferir e esquecer-se,
respectivamente, observando a regência verbal.
a) Você quer mais o DVD do show do que a superfoto autografada?
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b) Ele apresentou seus comprovantes em um posto de troca.
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SUGESTÃO DE RESPOSTAS:
QUESTÃO 1
Essa crônica trata de amor entre os jovens, sobre os caminhos percorridos na relação, sobre as brigas e também sobre o amor que
se renova no dia a dia.
QUESTÃO 2
O narrador não sabe se aqueles jovens continuarão se amando ou se eles perderão o interesse um pelo outro no futuro.
QUESTÃO 3
Provavelmente, o narrador acredita que não conseguirá responder às perguntas, já que não é capaz de fazer uma previsão do que
irá acontecer com as pessoas, nem conseguirá acompanhar o relacionamento daquele casal, já que não os conhece.
QUESTÃO 4
4.1) “[...] gostaria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre
abertos mirando muito além das estrelas.”
4.2) A ideia de eternidade revelada no trecho transcrito é a de uma eternidade que não exclui a morte do casal; ao contrário, a transcende.
Essa ideia atribui uma grande beleza a esse trecho.
QUESTÃO 5
A partir da observação da cena que compõe esse fato do dia a dia, ele nos revela uma visão pessoal, subjetiva, marcada pelas
emoções e pelo ponto de vista do cronista acerca do amor, dos desencontros amorosos, de seu desejo do amor eterno.
QUESTÃO 6
a)
O narrador compara a busca do verdadeiro amor a um labirinto, isto é, a um local no qual as pessoas, geralmente, se perdem, têm
dificuldades de encontrar o caminho certo que conduz a uma saída.
b)
A busca pelo ser amado é comparada a um baile em que os casais dançam com os pares trocados, pois o parceiro esperado nunca
chega ou nunca é reconhecido.
c)
A pessoa que deveria ser de um, termina por ficar com outro parceiro.
QUESTÃO 7
LETRA (C)
QUESTÃO 8
Eu os observo por um minuto apenas para não perturbar-lhes
O pronome “os” está em próclise, pois, apesar de não ser regra, é a colocação mais comum em nossa língua. O pronome “lhe” está colocado
depois do verbo „perturbar‟ (ênclise) de forma opcional, pois quando o verbo se encontra no infinitivo (perturbar), mesmo que haja palavra
atrativa (não), a ênclise pode ser utilizada. Logo, os pronomes estão adequados segundo a norma-padrão.
QUESTÃO 9
LETRA (C)
QUESTÃO 10
a)
b)
6
Você prefere o DVD do show à superfoto autografada?
Ele esqueceu-se de seus comprovantes em um posto de troca.
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